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Jorge Falorca
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COIMBRA
Novembro de 2004
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
Departamento de Engenharia Civil
O Autor ____________________________________________________________________
Jorge Gabriel Furtado Falorca
Aluno do curso de Mestrado em Ciências da Construção
F.C.T.U.C.
O Orientador _______________________________________________________________
José António Raimundo Mendes da Silva
Professor Auxiliar
F.C.T.U.C.
Novembro de 2004
RESUMO
RESUMO
Nesta dissertação apresenta-se sucintamente uma proposta de modelo para plano de inspecção
e manutenção em edifícios correntes, a sua estrutura e respectivos procedimentos. Estuda-se
posteriormente a sua aplicabilidade a um sistema de revestimento delgado armado sobre
isolante (vulgarmente designado por ETICS na bibliografia da especialidade) em extensas
fachadas dos novos edifícios da Universidade de Coimbra, que se têm mantido sob
observação face à preocupação com o seu desconhecido comportamento a longo prazo.
Além disso, analisam-se alguns dos problemas relacionados com a aplicabilidade prática
deste modelo de abordagem à generalidade dos elementos constituintes dos edifícios,
passíveis de serem alvo de manutenção, em particular no caso do sistema de revestimento de
fachadas atrás referido.
III
ABSTRACT
ABSTRACT
In the last few decades, in Portugal, the construction of a significant volume of new buildings,
both public and private, was attended. It was evident, a low development and an inappropriate
application of methods for administration of the maintenance in the service phase -
aggravated situation, some times, for project and execution factors. It is also frequently
attended to the early aging of the buildings, predominantly of the outside layer elements.
This dissertation introduces, briefly, a proposal model for inspection and maintenance
planning in ordinary buildings, its structure and correspondent procedures. It is still analyzed
the applicability of the model to external thermal insulation composite systems (ETICS) used
in extensive facades of the new buildings of the University of Coimbra, which have been
maintaining under observation.
In addition, some problems related with the applicability of the model to the ordinary
buildings constituent elements - which are vulnerable to maintenance, particularly in the case
of the behind referred system - are analyzed.
The applicability to that coating type, of some theoretical modulations for maintenance
strategies, is also presented and criticized.
Key-words: Building management and maintenance, plan for inspection and maintenance,
walls, façades, external finishing, ETICS.
V
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
VII
DEDICATÓRIA
O CANTO DO SOL-POSTO
A. MONTEIRO DA FONSECA
1895-1988
VIII
ÍNDICE GERAL
ÍNDICE GERAL
Índice de Figuras
Índice de Quadros
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 - MOTIVAÇÃO E ENQUADRAMENTO.............................................................................................. 3
1.2 - ÂMBITO E OBJECTIVOS ................................................................................................................... 4
1.3 - ESTRUTURA DA TESE ...................................................................................................................... 6
CAPÍTULO 2
IX
2.5.5 - Fase de construção................................................................................................................... 45
2.5.6 - Fase de utilização e manutenção.............................................................................................. 46
2.5.6.1 - Generalidades ......................................................................................................... 46
2.5.6.2 - Modelação do comportamento dos edifícios em serviço ........................................ 48
2.6 - MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS ........................................................................................................ 51
2.6.1 - Estratégias de manutenção....................................................................................................... 52
2.6.1.1 - Manutenção reactiva ............................................................................................... 52
2.6.1.2 - Manutenção pró-activa ........................................................................................... 54
2.6.1.2.1 - Manutenção preventiva.......................................................................... 55
2.6.1.2.2 - Manutenção preditiva ............................................................................ 55
2.6.1.2.3 - Manutenção de melhoramento ............................................................... 55
2.6.2 - Parâmetros com influência na fiabilidade de estratégias pró-activas....................................... 56
2.6.2.1 - Introdução............................................................................................................... 56
2.6.2.2 - Estratégias preventivas ........................................................................................... 56
2.6.2.2.1 - Vida útil ................................................................................................. 56
2.6.2.2.2 - Modelos de degradação ......................................................................... 62
2.6.2.2.3 - Níveis de qualidade................................................................................ 63
2.6.2.2.4 - Níveis mínimos de qualidade................................................................. 68
2.6.2.2.5 - Níveis de desempenho ........................................................................... 70
2.6.2.3 - Estratégias predicivas ............................................................................................. 73
2.6.2.3.1 - Verificação da degradação do elemento ................................................ 73
2.6.2.3.2 - Metodologia de diagnóstico................................................................... 74
2.6.2.4 - Estratégias de melhoramento .................................................................................. 75
2.6.3 - Operações de manutenção ....................................................................................................... 77
2.6.3.1 - Introdução............................................................................................................... 77
2.6.3.2 - Limpezas................................................................................................................. 78
2.6.3.3 - Inspecções............................................................................................................... 79
2.6.3.3.1 - Técnicas de inspecção............................................................................ 80
2.6.3.3.2 - Planeamento das inspecções .................................................................. 81
2.6.3.4 - Reparações.............................................................................................................. 83
2.6.3.5 - Prioridade das intervenções .................................................................................... 84
2.6.3.6 - Planeamento das intervenções ................................................................................ 85
2.6.4 - Critérios de análise .................................................................................................................. 86
2.7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 88
CAPÍTULO 3
X
ÍNDICE GERAL
CAPÍTULO 4
XI
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
5.1 - ENQUADRAMENTO........................................................................................................................... 219
5.2 - RESULTADOS OBTIDOS ................................................................................................................... 221
5.3 - AVALIAÇÃO DOS OBJECTIVOS...................................................................................................... 227
5.4 - DIFICULDADES ................................................................................................................................ 228
5.5 - DESENVOLVIMENTOS FUTUROS .................................................................................................. 229
Referências............................................................................................................................................... 231
Anexo 1
Anexo 2
Anexo 3
Anexo 4
XII
ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE FIGURAS
CAPÍTULO 2
2.1 - Domínio da gestão e manutenção de edifícios (adaptado de [9]) .......................................................... 18
2.2 Percentagem do total da actividade de construção para a habitação nova e manutenção/reabilitação
na União Europeia no ano de 1997 (adaptado de [19]) ......................................................................... 24
2.3 - Processos base de organização da actividade de Gestão (elaborado por interpretação [1,35]) ............. 30
2.4 - O gestor de edifícios: tarefas de gestão, funções e responsabilidades (organizado a partir de [1])....... 34
2.5 - Fases para implementação do Sistema de Gestão (organizado a partir de [12,37,38,40])..................... 36
2.6 - Principais causas de anomalias em edifícios, de acordo com Chamoza & Ortiz [38,39] ...................... 37
2.7 - O retorno de informação na manutenção pró-activa [40] ...................................................................... 41
2.8 - Distribuição de factores no projecto de edifícios por ordem de importância (adaptado de [43]) .......... 44
2.9 - Caracterização da fase de serviço/utilização e manutenção de um edifício (organizado a partir de
[37]) ....................................................................................................................................................... 49
2.10 - A manutenção de edifícios: enquadramento de estratégias com planos de inspecção e manutenção e
garantia de eficácia (organizado a partir de [5,12,18,24,25,40]) ........................................................... 53
2.11 - Vida útil de um revestimento de fachada para uma manutenção inexistente ou inacabada (retirado de
[24]) ....................................................................................................................................................... 59
2.12 - Modelo de degradação para o tipo de intervenção (retirado de [12]) .................................................... 66
2.13 - Alterações do nível de qualidade ao longo do tempo (adaptado de [12]).............................................. 68
2.14 - Níveis mínimos de qualidade (retirado de [12]) .................................................................................... 69
2.15 - Níveis mínimos de qualidade para reparações ligeiras em reboco monomassa (retirado de [12]) ........ 70
2.16 - Inspecções - curvas de comportamento do elemento (retirado de [12]) ................................................ 74
2.17 - Processo de deterioração (adaptado de [58]) ......................................................................................... 76
2.18 - Comportamento de uma estratégia de melhoramento (retirado de [12]) ............................................... 76
2.19 - Fluxograma de um sistema de inspecção (adaptado de [84]) ................................................................ 84
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
XIII
4.6 Junta dessolidarizante do sistema relativamente a um elemento saliente rígido da construção
(adaptado de [83]).................................................................................................................................. 140
4.7 Exemplo de perfil de cobre-junta (adaptado de [83]) ............................................................................ 141
4.8 Soluções possíveis para aplicação da cola no verso das placas do isolante (adaptado de [83]) ............ 141
4.9 Sobreposição dos bordos de faixas contíguas de armadura (adaptado de [95]) .................................... 141
4.10 Reforço de armadura no enfiamento dos ângulos dos vãos (adaptado de [83]) .................................... 142
4.11 Definição de patamares de degradação para análise visual de rebocos (adaptado de [34,53]).............. 149
4.12 ETICS – níveis de incidência da degradação e critérios de classificação .............................................. 149
4.13 Distribuição dos defeitos em função do número total de planos analisados.......................................... 153
4.14 Distribuição dos defeitos em função da área total de planos analisados ............................................... 153
4.15 Distribuição individualizada dos defeitos por edifícios – gráfico de colunas........................................ 154
4.16 Distribuição individualizada dos defeitos – gráfico de barras ............................................................... 155
4.17 Distribuição dos defeitos em função da exposição das fachadas........................................................... 157
4.18 Grau de gravidade das anomalias – distribuição por níveis de incidência............................................. 157
4.19 Grau de gravidade geral das anomalias ................................................................................................. 158
4.20 ETICS – Curva de degradação proposta para o caso em estudo (sem manutenção).............................. 164
4.21 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade de 1/2 da vida útil
total inicial (14 anos) ............................................................................................................................. 172
4.22 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade de 1/3 da vida útil
total inicial (9,33 anos) .......................................................................................................................... 173
4.23 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade de 1/4 da vida útil
total inicial (7 anos) ............................................................................................................................... 173
4.24 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade de 1/5 da vida útil
total inicial (5,6 anos) ............................................................................................................................ 174
4.25 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparações ligeiras com periodicidade de 1/2 da
vida útil total inicial (14 anos) ............................................................................................................... 175
4.26 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparações ligeiras com periodicidade de 1/3 da
vida útil total inicial (9,33 anos) ............................................................................................................ 175
4.27 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparação pesada com periodicidade de 1/2 da
vida útil total inicial (14 anos) ............................................................................................................... 176
4.28 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparação pesada com periodicidade de 3/4 da
vida útil total inicial (21 anos) ............................................................................................................... 177
4.29 ETICS – Curva de degradação para uma limpeza a 1/2 da vida útil total inicial (14 anos), seguida de
uma reparação ligeira no período de vida útil total inicial (28 anos)..................................................... 178
4.30 ETICS – Curva de degradação para uma limpeza a 1/2 da vida útil total inicial (14 anos), seguida de
uma reparação pesada no período de vida útil total inicial (28 anos) .................................................... 178
4.31 ETICS – Curva de degradação para uma limpeza a 1/3 da vida útil total inicial (9,33 anos), seguida
de uma reparação ligeira no período de 2/3 (18,67 anos) da vida útil total inicial ................................ 179
4.32 ETICS – Curva de degradação para uma reparação pesada a 1/2 da vida útil total inicial (14 anos)
seguida de uma limpeza no período de vida útil total inicial (28 anos)................................................. 180
4.33 Representação gráfica da variação dos valores do VAE LCC (€/m2) para cada estratégia de
manutenção preventiva proposta conforme descritas no Quadro 4.11 .................................................. 186
4.34 ETICS – Curva de degradação sem manutenção numa estratégia predictiva ........................................ 195
4.35 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade de 1/2 da vida útil
total inicial (15,8 anos) .......................................................................................................................... 196
4.36 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade de 1/3 da vida útil
total inicial (10,5 anos) .......................................................................................................................... 197
4.37 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade de 1/4 da vida útil
total inicial (8 anos) ............................................................................................................................... 197
4.38 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade de 1/5 da vida útil
total inicial (6,3 anos) ............................................................................................................................ 198
4.39 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparações ligeiras com periodicidade de 1/2 da
vida útil total inicial (16 anos) ............................................................................................................... 199
4.40 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparações ligeiras com periodicidade de 1/3 da
vida útil total inicial (10,5 anos) ............................................................................................................ 199
4.41 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparação pesada com periodicidade de 1/2 da
vida útil total inicial (16 anos) ............................................................................................................... 200
4.42 ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparação pesada com periodicidade de 3/4 da
vida útil total inicial (24 anos) ............................................................................................................... 201
XIV
ÍNDICE DE FIGURAS
4.43 ETICS – Curva de degradação para uma limpeza a 1/2 da vida útil total inicial (16 anos), seguida de
uma reparação ligeira no período de vida útil total inicial (31,5 anos).................................................. 201
4.44 ETICS – Curva de degradação para uma limpeza a 1/2 da vida útil total inicial (16 anos), seguida de
uma reparação pesada no período de vida útil total inicial (31,5 anos) ................................................. 202
4.45 ETICS – Curva de degradação para uma limpeza a 1/3 da vida útil total inicial (10,5 anos), seguida
de uma reparação ligeira no período de 2/3 (21 anos) da vida útil total inicial ..................................... 203
4.46 ETICS – Curva de degradação para uma reparação pesada a 1/2 da vida útil total inicial (14 anos)
seguida de uma limpeza no período de vida útil total inicial (28 anos)................................................. 203
4.47 Representação gráfica da variação dos valores do VAE LCC (€/m2) para cada estratégia de
manutenção preventiva e predictiva ...................................................................................................... 206
4.48 ETICS – Curvas de degradação para duas estratégias de melhoramento com reparações de material
idêntico .................................................................................................................................................. 209
4.49 Curvas de degradação para duas estratégias de melhoramento com substituição do revestimento
existente por pedra natural..................................................................................................................... 210
4.50 Representação gráfica da variação dos valores do VAE LCC (€/m2) para cada estratégia de
manutenção de melhoramento proposta................................................................................................. 211
Anexo 2
XV
ÍNDICE DE QUADROS
ÍNDICE DE QUADROS
CAPÍTULO 2
2.1 - Estrutura etária do parque habitacional português (retirado de [1]) ...................................................... 21
2.2 Anomalias devidas à falta de qualidade dos projectos (retirado de [42]) .............................................. 42
2.3 - Vertentes a verificar pela revisão de projecto (retirado de [42]) ........................................................... 43
2.4 - Exemplo de Elementos Fonte de Manutenção (retirado de [44]) .......................................................... 50
2.5 - Aspectos a considerar na aplicação de estratégias de manutenção pró-activas [12,18]......................... 56
2.6 - Factores que determinam a estimativa da vida útil [29] ........................................................................ 59
2.7 - Vida útil – factores relacionados com as características intrínsecas (retirado de [47]) ......................... 60
2.8 - Vida útil – factores relacionados com o ambiente (retirado de [47])..................................................... 61
2.9 - Vida útil – factores de deterioração relacionados com condições de operação (retirado de [47])......... 61
2.10 - Classificação dos agentes, mecanismos e modelos de degradação numa fachada com revestimento
cerâmico (organizado a partir de [12,34,47,53,54]) .............................................................................. 64
2.11 - Modelos de degradação para diferentes estratégias de manutenção de um reboco monomassa
(organizado a partir de [12,24]) ............................................................................................................. 65
2.12 - Modelos de degradação para diferentes combinações de operações de manutenção (adaptado de
[12]) ....................................................................................................................................................... 67
2.13 - Requisitos de desempenho (exigências) da envolvente vertical (adaptado de [47,59])......................... 71
2.14 - Classificação de prioridades para intervenções de manutenção (adaptado de [40]).............................. 85
2.15 - Exemplo de um planeamento de acções (retirado de [40]).................................................................... 86
2.16 - Exemplo de matriz de correcção (organizado a partir de [47,62])......................................................... 87
CAPÍTULO 3
3.1 - Identificação dos principais elementos constituintes de edifícios correntes com importância para a
aplicação prática de um PIMEC ............................................................................................................ 97
3.2 Paredes - identificação da sub-estrutura de composição admissível (com base em [63,64,65,66])....... 98
3.3 - Paredes – procedimentos iniciais com a caracterização do comportamento de serviço previsto (com
base em [12,67]) .................................................................................................................................... 101
3.4 Paredes – Procedimentos iniciais complementares (com base em [64,68,69]) ..................................... 102
3.5 - Proposta de relatório de inspecção tipo ................................................................................................. 106
3.6 - Paredes – exemplos de procedimentos para monitorização de fissuras no plano da parede (retirado
de [68]) .................................................................................................................................................. 107
3.7 - Paredes – abordagem simplificada de alguns procedimentos de manutenção preventiva (com apoio
em [1,34,59,64,67,70,71]) ..................................................................................................................... 109
3.8 - Paredes – procedimentos de manutenção predictiva (com base em [65,67,71]) ................................... 113
3.9 - Procedimentos gerais para a manutenção de melhoramento.................................................................. 121
3.10 - Procedimentos gerais propostos para a manutenção reactiva ................................................................ 123
3.11 - Modelo proposto para ficha de actualização e registo ........................................................................... 126
CAPÍTULO 4
XVII
4.6 Ilustração de alguns defeitos observados em obra (adaptado com base em [98]) ................................. 151
4.7 Valores mínimos de vida útil a projectar para ETICS (com base em [48,49])....................................... 160
4.8 Valores adoptados para a influência dos factores no cálculo da vida útil ao caso em estudo (com
base em [12,29,86]) ............................................................................................................................... 161
4.9 Valores da vida útil do ETICS para situações variáveis de manutenção (com base em [12,29,86]) ..... 162
4.10 ETICS – procedimentos de manutenção preventiva .............................................................................. 165
4.11 ETICS – Manutenção – estratégias preconizadas .................................................................................. 171
4.12 Definição das operações de manutenção a realizar no caso do ETICS e respectivos custos ................. 181
4.13 Valores do VAE LCC (€/m2) para cada estratégia de manutenção preventiva proposta....................... 186
4.14 ETICS – procedimentos de manutenção preventiva – mapa de manutenção para as estratégicas mais
económicas ............................................................................................................................................ 189
4.15 ETICS – procedimentos de manutenção predictiva (com base em [83,85,86]) ..................................... 190
4.16 ETICS – procedimentos de manutenção predictiva – inspecções propostas.......................................... 193
4.17 Vida útil prevista em cada estratégia delineada e comparação entre os resultados na manutenção
preventiva e predictiva........................................................................................................................... 205
4.18 Valores do VAE LCC (€/m2) para as estratégias predictiva e preventiva e respectiva variação ........... 205
4.19 ETICS – procedimentos de manutenção predicitiva – mapa de manutenção para as estratégicas mais
económicas ............................................................................................................................................ 207
4.20 Manutenção de melhoramento – mapa de manutenção das estratégicas definidas................................ 212
Anexo 1
Anexo 3
A.3.1. Quadro de registo do levantamento de defeitos por pano de fachada – Instituto Pedro Nunes............. A3 – 3
A.3.2. Quadro síntese do levantamento por número de panos afectados – Instituto Pedro Nunes................... A3 – 4
A.3.3. Quadro síntese do levantamento por área de panos afectados – Instituto Pedro Nunes ........................ A3 – 5
A.3.4. Quadro de registo do levantamento de defeitos por pano de fachada – Departamento de Engenharia
Civil ....................................................................................................................................................... A3 – 6
A.3.5. Quadro síntese do levantamento por número de panos afectados – Departamento de Engenharia
Civil ....................................................................................................................................................... A3 – 7
A.3.6. Quadro síntese do levantamento por área de panos afectados – Departamento de Engenharia Civil.... A3 – 8
A.3.7. Quadro de registo do levantamento de defeitos por pano de fachada – Departamento de Engenharia
Informática............................................................................................................................................. A3 – 9
A.3.8. Quadro síntese do levantamento por número de panos afectados – Departamento de Engenharia
Informática............................................................................................................................................. A3 – 10
A.3.9. Quadro síntese do levantamento por área de panos afectados – Departamento de Engenharia
Informática............................................................................................................................................. A3 – 11
A.3.10 Quadro de registo do levantamento de defeitos por pano de fachada – Departamento de Engenharia
Electrotécnica ........................................................................................................................................ A3 – 12
A.3.11 Quadro síntese do levantamento por número de panos afectados – Departamento de Engenharia
Electrotécnica ........................................................................................................................................ A3 – 14
A.3.12 Quadro síntese do levantamento por área de panos afectados – Departamento de Engenharia
Electrotécnica ........................................................................................................................................ A3 – 15
XVIII
ÍNDICE DE QUADROS
Anexo 4
XIX
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Capítulo 1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
ÍNDICE
2
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Particularmente nos principais centros urbanos, existe um extenso património edificado, com
elevados níveis de degradação, fruto da inexistência e desinteresse na aplicação de medidas
mínimas de manutenção. Sobressaem ainda como factores agravantes, uma cultura reactiva e
uma legislação muito generalista. Inclusivamente no sector público, com um extenso
património edificado, não existe ainda a consciência para a necessidade de realização de
acções de manutenção, planeadas e devidamente estruturadas, evitando em gastos por vezes
bastante elevados e desnecessários.
Um outro aspecto a realçar, incide sobre a oportunidade para tentar ensaiar um modelo de
3
Capítulo 1
Existe portanto, o interesse para que este trabalho constitua um modelo próximo de um
manual, fornecendo ideias para organização adequada dos aspectos relacionados com a
manutenção, a serem aplicadas a partir da fase de promoção ou projecto de um edifício,
actualizando-se posteriormente, de uma forma constante e de acordo com as reais e
particulares necessidades inerentes a um edifício corrente.
Para além de alguns dos aspectos atrás focados, o estudo de procedimentos para a manutenção
de edifícios, surge no intuito do autor em concluir o plano de mestrado, conjugado com a
utilidade profissional daí resultante, particularmente com a contribuição para o
aprofundamento de conhecimentos relacionados com a gestão técnica dos edifícios em geral e
da sua inspecção e manutenção, em particular.
4
INTRODUÇÃO
5
Capítulo 1
A estrutura desta dissertação está divida em três fases fundamentais. A primeira diz respeito à
análise bibliográfica, da qual resulta o «estado da arte» incidente à temática da manutenção de
edifícios.
Com base em estudos e nalguma bibliografia que tem surgido no meio científico em geral,
projectou-se posteriormente, uma estrutura organizada de procedimentos com vista à
implementação da manutenção em edifícios correntes.
6
INTRODUÇÃO
paredes.
O Capítulo 5 apresenta uma análise dos resultados e das conclusões do trabalho, uma
avaliação dos objectivos e das dificuldades encontradas e sugerem-se algumas propostas de
trabalho que poderão ser objecto de desenvolvimento futuro.
7
Capítulo 1
8
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 2
2.1 - INTRODUÇÃO
2.1.1 - Da Antiguidade ao Séc. XX
2.1.2 - Os progressos recentes
2.2 - O CONCEITO DE MANUTENÇÃO
2.2.1 - Significado geral
2.2.2 - O conceito técnico aplicado aos edifícios
2.3 - OS DESENVOLVIMENTOS NO SECTOR DA MANUTENÇÃO
2.3.1 - Considerações gerais
2.3.2 - A situação em Portugal
2.3.3 - Na União Europeia
2.3.4 - Outros países
2.3.5 - Projectos de investigação, regulamentos e organismos
2.4 - ABORDAGEM À GESTÃO EM EDIFÍCIOS
2.4.1 - Enquadramento
2.4.2 - A actividade de gestão
2.4.3 - A gestão de edifícios
2.4.3.1 - Generalidades
2.4.3.2 - A gestão técnica
2.4.3.3 - A gestão económica
2.4.3.4 - A gestão funcional ou social
2.4.4 - Entidades gestoras
2.5 - O PROCESSO DO EMPREENDIMENTO
2.5.1 - Introdução
2.5.2 - Fase de promoção e planeamento
2.5.3 - Fase de concepção e projecto
2.5.3.1 - Aspectos gerais
2.5.3.2 - Projecto de durabilidade
2.5.3.3 - Plano base de manutenção e utilização
2.5.3.4 - Monitorização
2.5.3.5 - Projectar edifícios para manutenção
2.5.4 - Fase de fabrico dos materiais e componentes
2.5.5 - Fase de construção
2.5.6 - Fase de utilização e manutenção
2.5.6.1 - Generalidades
2.5.6.2 - Modelação do comportamento dos edifícios em serviço
2.6 - MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
2.6.1 - Estratégias de manutenção
2.6.1.1 - Manutenção reactiva
2.6.1.2 - Manutenção pró-activa
2.6.1.2.1 - Manutenção preventiva
2.6.1.2.2 - Manutenção preditiva
2.6.1.2.3 - Manutenção de melhoramento
2.6.2 - Parâmetros com influência na fiabilidade de estratégias pró-activas
2.6.2.1 - Introdução
2.6.2.2 - Estratégias preventivas
2.6.2.2.1 - Vida útil
2.6.2.2.2 - Modelos de degradação
2.6.2.2.3 - Níveis de qualidade
2.6.2.2.4 - Níveis mínimos de qualidade
2.6.2.2.5 - Níveis de desempenho
2.6.2.3 - Estratégias predicivas
10
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
11
Capítulo 2
CAPÍTULO 2
2.1 - INTRODUÇÃO
Desde há muitos séculos que existem manifestações de cuidados e de preocupação para com a
preservação das edificações, com especial incidência no património arquitectónico, dada a
necessidade de o salvaguardar para as gerações futuras.
É natural assumir que a atenção do Homem para com o desempenho dos edifícios fosse uma
preocupação constante na mentalidade dos respectivos utilizadores, desde os primórdios da
civilização – sobretudo a partir do momento em que se fixou e necessitou de um abrigo
permanente.
Do Império Romano chegaram ao nosso tempo os legados de Marcos Vitruvios Pollio, mais
conhecido correntemente por Vitruvios, um engenheiro, arquitecto e construtor que no seu
tratado de 10 volumes intitulado De architectura libri decem, refere-se pormenorizadamente à
12
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
construção em geral e como manter e cuidar dos edifícios existentes. Vitruvios escreve no
prefácio do Livro I: “Eu defino as regras para permitir àqueles que as estudarem ter
conhecimento da qualidade tanto de edifícios existentes como dos que se irão construir.” E à
frente define também: “Um edifício deve ter comodidade, durabilidade e beleza” [3]. Ao
referir-se à qualidade dos edifícios, Vitruvios parece já demonstrar uma preocupação com a
sua manutenção no tempo, reforçando esta ideia com o teor da segunda expressão, sobretudo
quando alude à característica de “durabilidade”.
13
Capítulo 2
O desenvolvimento industrial do séc. XVIII induz a exigência cada vez maior de cuidar das
construções dada a fundição generalizada do ferro e a resultante utilização nas mesmas. Este
aspecto instituiu a necessidade de intervenções activas para manter as construções, através
por exemplo, da utilização de protectores anti-corrosivos, os quais foram talvez o primeiro
produto a conhecer um mercado no domínio da manutenção [1].
Mais recentemente, no início do séc. XX, surge o interesse redobrado pelos aspectos de
conservação, sobretudo dos edifícios históricos, assistindo-se gradualmente à aproximação da
concepção multidiciplinar actual que integra a arquitectura e a engenharia. Esta evolução,
sobretudo de pendor cultural, institui uma área do conhecimento envolvendo somente os
edifícios históricos numa perspectiva mista de manutenção e reabilitação. A designação
anglo-saxónica para este domínio é conservation e embora a sua semelhança com a palavra
conservação, que em Portugal tem ainda um significado ambíguo, é muitas vezes sinónimo de
manutenção [1].
14
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Este documento viria ainda a ser rectificado em 1964 pela “Carta de Veneza” (no âmbito do II
Congresso Internacional de Arquitectos e Técnicos de Monumentos Históricos realizado em
Veneza), cujo conteúdo concreto, conciso e generalista introduz conceitos de dimensão
comum, sobretudo a nível europeu [5], propondo a criação de organizações governamentais,
nos diversos países, com o objectivo de assegurar a conveniente protecção dos monumentos.
Além do mais, reafirma a importância da criação arquitectónica no projecto de conservação e
restauro e reconhece-se a importância de garantir a conservação de áreas e estruturas
edificadas mais extensas, nomeadamente os sítios urbanos ou rurais. Esta carta é ainda hoje
válida em muitos dos seus princípios, configurando os princípios básicos de uma nova Ética
de Conservação. Entre as suas normas fundamentais destacam-se [4]:
15
Capítulo 2
O Factories Act publicado no Reino Unido em 1961, trata a propósito a questão dos edifícios
industriais e das respectivas condições de utilização para os trabalhadores, expressando
claramente as principais inerências da manutenção - por exemplo estipulava em detalhe os
tempos de repintura interior e exterior. É também neste país que se assiste à publicação, em
1964, da primeira norma sobre manutenção – a BS 3811 [15]. É um documento voltado
sobretudo para a manutenção industrial mas já com muitos dos princípios actualmente
utilizados nos edifícios [1].
É pois, no sector industrial que a função «manutenção» tem um grande incremento e uma
importância fundamental. A função manutenção parece ter origem na era da industrialização
da ferramenta de produção [7]. Com o desenvolvimento das máquinas integrando uma
automatização cada vez mais crescente, substitui-se na linguagem comum o termo
«conservação». Desde que as máquinas produzam peças, geram também avarias. Aspecto este
que hoje em dia implica o desenvolvimento da manutenção a partir da antiga actividade de
conservação.
É a partir dos anos 40, com a expansão da aviação comercial, que se colocaram novos
desafios às questões relacionadas com a manutenção. Por um lado, obrigou a desenvolver
métodos preventivos, já que a reparação de avarias em voo raramente é possível e por outro
lado, acentuou o problema da segurança de pessoas e bens. Nasce então, no sector industrial
produtivo, a Engenharia de Manutenção que veio criar processos científicos de manutenção
preventiva com vista a aumentar a fiabilidade dos equipamentos. Com a difusão dos
computadores, a partir dos anos 60, potencia-se a capacidade de aplicação de processos mais
elaborados de análise e controlo da fiabilidade, que começam já a incluir modelos estatísticos
e físicos de complexidade crescente. Posteriormente, com o desenvolvimento da micro-
electrónica, permitiu-se a utilização de instrumentos digitais de alta precisão para medir
parâmetros de funcionamento e realizar o diagnóstico precoce de avarias. Surgem assim,
16
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
No sector dos edifícios, construção, habitação e planeamento espacial, tem tido grande
importância o Internacional Council Research and Innovation in Building and Construction
(CIB), uma organização internacional, com membros em cerca de 70 países, cuja preocupação
fundamental é de aumentar o conhecimento e a experiência na conservação e manutenção do
parque de edifícios existentes. No âmbito destas preocupações, em 1978 foi formado no seu
seio, um grupo internacional de investigação, denominado W70, cujo trabalho científico
trouxe grande desenvolvimento à gestão e manutenção de edifícios, tanto que houve
necessidade de criar uma estrutura interna de cinco subgrupos [9]:
- Facilities Management
- Property Management and Maintenance Systems
- Condition Assessment Systems
- Building Conservation and Refurbishment
- Tecnhnology of Maintenance
Actualmente, os edifícios já não são vistos como lugares passivos onde se vive e trabalha,
mas são tidos como recursos dinâmicos. A função de gestão e manutenção de edifícios tem
tido um papel diferente ao ser considerada como uma responsabilidade essencial a preservar,
mantendo valores capitais, elevando ao máximo a utilidade e o valor das construções.
A reabilitação é também cada vez mais considerada como uma opção viável no sentido de
restituir novos aspectos funcionais e económicos aos edifícios antigos em oposição à sua
demolição e reedificação.
17
Capítulo 2
No entanto, para outros autores, este termo poderá ter outros significados, tais como: a
“manutenção” tem a sua origem remota no vocabulário militar com o sentido de “manter, nas
unidades de combate, os efectivos e o material num nível constante” [7,11]. O conceito pode
ainda ser proveniente do processo industrial com igual aplicação aos edifícios, pelo que “a
manutenção é a combinação das acções de gestão, técnicas e económicas, aplicadas aos bens
para optimização dos seus ciclos de vida” etc. [12,13].
18
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
A norma BSI 3811 [15], de 1984, define manutenção como sendo a combinação de todas as
acções técnicas e administrativas, incluindo o seu controlo, necessárias à reposição de
determinado elemento num estado no qual este possa desempenhar a preceito a
funcionalidade pretendida [14].
Já no que diz respeito aos edifícios, a norma BSI 8210 [16], de 1986, para gestão da
manutenção, lembra-nos que uma construção é um edifício activo que precisa de manutenção
para assegurar que o seu valor não é depreciado. Ela aponta para a necessidade de assegurar
que os edifícios e as suas infra-estruturas são mantidos para proteger a saúde e a segurança
das pessoas no seu interior e exterior [14].
De acordo com Calejo Rodrigues [1], deverá ser assumida a acepção normalizada decorrente
da norma ISO 6707/1 [17], da qual propõe a seguinte tradução: “Manutenção é a combinação
de acções técnicas e respectivos procedimentos administrativos que durante a vida útil dum
edifício se destinam a assegurar que este desempenhe as funções para que foi dimensionado”.
Para este investigador, a manutenção insere-se na globalidade dos procedimentos da gestão
técnica de edifícios, actividade esta que mais se enquadra na área da Engenharia Civil,
abrangendo todo o tipo de acções com o objectivo de garantir o desempenho das soluções
construtivas, quer através da correcção de desvios funcionais quer através da avaliação das
condições de funcionamento.
Ressalve-se que esta palavra ainda apresenta hoje, na comunidade técnica, um carácter
generalista conotando-se quase sempre com a reabilitação de edifícios e é normal a sua
utilização com um duplo significado: conservação e/ou beneficiação.
19
Capítulo 2
Existem várias terminologias subjacentes à manutenção, as quais irão ser analisadas mais
adiante, com maior pormenor, no âmbito das estratégias de manutenção.
O sector da manutenção começa a ter cada vez mais uma importância fundamental e decisiva
na gestão dos edifícios por contribuir em geral, para aumentar o tempo de vida útil do parque
edificado, impedindo o seu envelhecimento e controlando simultaneamente as despesas
globais inerentes.
Na construção civil em geral, existe ainda a ideia comum de se realizar nos edifícios e nos
seus componentes acções correctivas com carácter imediato, mediante a verificação do seu
estado de degradação ou das patologias existentes. Esta situação acontece não só com
intervenções nos edifícios mais antigos, mas mesmo naqueles de construção mais recente.
Ora, tal mentalidade tem de ser abandonada em favor da generalização de acções racionais de
manutenção (sobretudo pró-activas) e da disponibilidade de custos e recursos.
No nosso país, verificou-se durante os anos sessenta e até meados dos anos setenta, uma
grande promoção habitacional devido sobretudo à então denominada “solução de
arrendamento”. Esta situação contribuiu para o grande desenvolvimento de parques
habitacionais urbanos de dimensão considerável. Com o passar do tempo, tornou-se realidade
a sua crescente degradação e consequentemente surgiram grandes carências ao nível da
20
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Nos últimos anos têm vindo a ser realizados estudos que alertam para a vetustez deste parque
(Quadro 2.1) e onde se estima que mais de 50% dos imóveis carecem de intervenções
profundas e parte significativa necessita de reabilitação que lhes permita assegurar as
condições mínimas de habitabilidade [1].
Época de Construção Antes de 1919 1919 a 1945 1946 a 1970 1971 a 1979 1980 a 1981
Alojamentos 696 761 539 378 1 084 858 776 892 142 088
% do parque 21,5 16,6 33,5 24,0 4,4
Ao nível dos edifícios mais recentes (dez a quinze anos) é comum o envelhecimento precoce
dos elementos constituintes, sobretudo dos elementos da envolvente. Nestes, as acções de
conservação periódica ou as políticas de manutenção são dificilmente observadas, sobretudo
por ausência de responsabilização dos intervenientes ou das condições de produção, durante a
qual houve deficiências técnicas, marcando o seu comportamento e resultando na proliferação
de patologias como fissurações, humidades, deficientes condições de conforto higrotérmico e
acústico, etc. Tal cenário configura situações de recuperação complicadas, sobretudo por
causa dos custos associados e das condições existentes de gestão das propriedades.
21
Capítulo 2
Dados mais recentes (Censos 2001), mostram que em Portugal existem 5,36 milhões de casas
para 3,7 milhões de famílias, o que representa um rácio de 1,34 casas por família. O ritmo
médio de construção nova, entre 1991 e 2000, inclusive, foi de 84 mil fogos concluídos por
ano, tendo atingido os 107 mil anuais em 1999 e 2000 [12].
Nos tempos que correm é reconhecido o interesse das autarquias na reabilitação de áreas
urbanas e suburbanas, através da realização de grandes investimentos, com verbas próprias e
recorrendo a financiamentos comunitários. Ao nível do poder central, foram também dadas
respostas importantes às necessidades que até recentemente não eram consideradas
prioritárias para a sociedade portuguesa. É disso exemplo o Programa POLIS, que visa a
renovação e requalificação urbana das cidades. No entanto, na última década, quer o Estado,
quer as câmaras municipais multiplicaram por 10 o número de fogos construídos e por outro
lado verificou-se um fácil acesso à aquisição de habitação, permitindo que desde 1998 a
conclusão de fogos em Portugal tenha sido duplo da média europeia por 1000 habitantes. Esta
situação agravou os custos de manutenção com essas habitações, sem que em muitos casos
essa variável tenha estado presente na definição da obra, representando no futuro encargos
superiores ao investimento inicial [21].
Ainda não há uma sensibilização para os aspectos relacionados com a manutenção atempada,
permanecendo a cultura reactiva dos vários intervenientes e uma legislação generalista.
Refira-se também que não existe legislação específica para as acções de manutenção, embora
o Regulamento Geral das Edificações Urbanas [22] e o Decreto-Lei n.º 177/2001 de 4 de
Junho [23], imponham a obrigatoriedade de serem realizadas obras de conservação corrente
de 8 em 8 anos pelas câmaras municipais ou pelos inquilinos, com dedução no valor das
rendas [19]. Torna-se claro que estas obras raramente são executadas. Consequentemente,
verifica-se que o nosso sector da manutenção-reabilitação está muito abaixo da média
europeia (U.E.) – cerca de 5% da actividade de construção face aos 35 % da comunidade.
Apesar de tudo há uma tendência para crescer, acompanhando as necessidades de melhoria
contínua da qualidade e satisfação dos utentes [24]. Simultaneamente, são cada vez maiores
as exigências de habitabilidade, conforto, segurança e economia que os edifícios em geral e as
áreas envolventes têm de assegurar, durante a fase de utilização para garantirem a sua
sustentabilidade, requalificação e valorização [25].
22
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Na União Europeia, o sector da manutenção foi influenciado por dois períodos que
evidenciam o progresso do conceito de manutenção [12]. Assim, no período pós-guerra,
surgem princípios económicos e de durabilidade que fomentam a decisão sobre a demolição
ou não dos edifícios. Num outro período, a estagnação do crescimento populacional e o bem-
estar económico levam a indústria da construção a voltar-se para a manutenção e reabilitação,
como modo de aperfeiçoamento dos requisitos de habitabilidade nos edifícios existentes.
23
Capítulo 2
50
45
40
35
30 Manut./Reab.
25
20
Hab. Nova
15
10
5
0
ha
do
ca
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a
ia
ia
a
ça
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nl
Ir
Á
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N
in
Fi
A
ei
D
R
Nos Estados Unidos, por exemplo, destaca-se o facto de em edifícios de serviços, os gestores
garantirem o controlo dos custos de exploração. Segundo a associação BOMA [27], a média
de edifícios de serviços era de 20 anos (28 anos no centro e 14 nos subúrbios) o que implicou
um acréscimo no investimento no sector da manutenção. Por exemplo, o Pentágono, em 10
anos de renovação e manutenção, mobilizou custos estimados em cerca de 1,1 biliões de euros
e em 1984, o Congresso mobilizou cerca de 81,5 milhões de euros para renovar o Thomas
Jefferson Building e renovar o John Adams Building [12].
24
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
No Japão, existe desde o pós 2.ª Guerra Mundial, uma política de habitação muito voltada
para a reabilitação com financiamento total ou parcial. A prefeitura de Tóquio é proprietária e
gestora de uma parque com mais de 250 mil casas e por ano, há o objectivo de renovar cerca
de 3500 habitações, construir 1500 e reabilitar 2000.
25
Capítulo 2
Ao longo do presente trabalho irão ser destacados casos concretos relacionados com as áreas
em estudo, no entanto, abordam-se desde já algumas situações mais relevantes relacionadas
com o contexto introdutório do capítulo.
Noutro campo, refira-se a progressão de países como o Reino Unido e a Holanda, nas
inspecções e monitorização de edifícios com vista à melhoria de bases de dados bem como
avaliação do seu desempenho e da sua deterioração ao longo do tempo, para facilitar
posteriores tomadas de decisão. Há também países como a Grécia, a Alemanha, a Suécia, a
Dinamarca e a Bélgica que estão a dar os primeiros passos nesse campo.
26
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
CIB W86 [31]. Também no Reino Unido, The Royal Institution of Chartered Surveyors
(RCIS), realiza regularmente listas com os defeitos mais comuns [32].
Nas normas AFNOR, são definidos cinco níveis de manutenção, associados ao crescente grau
das intervenções. Os níveis mais baixos referem-se às operações de manutenção preventiva,
seguindo-se as de manutenção correctiva e finalmente as grandes reparações e reconstrução.
No Canadá, o Canadian Centre for Housing Technology (CCHT) [33], entidade recentemente
criada, faz a monitorização de materiais, produtos e sistemas aplicados a situações concretas,
com o objectivo de melhorar a qualidade, os recursos e a sustentabilidade ambiental das casas
daquele país.
O avanço tecnológico nesta matéria prossegue através de projectos de investigação, dos quais
se destacam aqueles a cargo da organização CIRIA (referido em [12]):
27
Capítulo 2
São exemplo:
- Japan Institute of Plant Maintenance (JIPM);
- European Federation of National Maintenance Societies (EFNMS);
- Associazone Italiana Manutenzione (AIMAN);
- Associação Brasileira de Manutenção (ABRAMAN);
- Building Owners & Managers Association (BOMA Internacional);
- Federação Ibero-Americana de Manutenção (FIM);
- Asociación Española de Mantenimiento ( AEM);
- Association Française des Ingénieurs et Responsables de Maintenance (AFIM) ;
- Associação Portuguesa de Manutenção Industrial (APMI).
2.4.1 - Enquadramento
A palavra Gestão é bastante comum nos tempos que correm, sendo mesmo bastante usual
aparecer associada a qualquer actividade, embora a sua exagerada utilização tenha vindo
28
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
É comum referir que a Gestão é uma ciência das “organizações”. Apresenta como uma das
características mais importantes ser considerada como multi-disciplinar, pois colhe a
contribuição de muitas outras áreas da ciência. Apesar de não se constituir como uma ciência
do ponto de vista académico tradicional, ela tem uma larga difusão.
A abordagem matricial que a Gestão faz dos problemas, traz para o seu seio informação
oriunda da economia, sociologia, psicologia, engenharia, legislação, estatística e matemática,
etc. [1] A importância da utilidade da Gestão para as organizações ou empresas levou a que a
Gestão de Empresas com fins económicos emergisse como um dos principais campos de
actividade da Gestão. Mas este termo não se fica só pelas organizações empresariais, pois as
metodologias aí desenvolvidas foram sendo também aplicadas noutros contextos, mesmo
quando não está subjacente o objectivo de obter lucro. São exemplos:
Assim, na lógica de que gerir é optimizar recursos para atingir objectivos, a Gestão tem uma
importância universal nos diferentes campos de actividade, podendo satisfatoriamente e com
bastante utilidade, aplicar-se na área dos edifícios, abrangendo portanto, a Gestão de
Edifícios.
Sendo a Gestão uma actividade, existem métodos que contribuem para o seu estabelecimento
– são os processos de organização das acções e procedimentos. Segundo Fayol [35], definem-
29
Capítulo 2
se seis actividades base para uma organização. Por exemplo, na actividade de Gestão, existem
os processos base da sua organização, conforme a Figura 2.3.
Assim, não será despropositado afirmar que a acção de decisão sobre um edifício em fase de
utilização tem as características de uma actividade de Gestão, ou seja, rentabiliza os meios
disponíveis na procura da solução óptima [1]. A actividade de Gestão sobre os edifícios pode
desenvolver-se em três domínios primordiais: técnico, económico e o funcional ou social,
conforme adiante se analisará.
ORGANIZAÇÃO
Actividades Base
Processos
Técnicas ...
Comerciais ...
Financeiras ...
Segurança (manutenção da proprieade física) ... Planeamento e Previsão
Contabilidade ... Organização
Gestão Direcção
Coordenação
Controlo
2.4.3.1 – Generalidades
O recurso edifício é constituído pelo imóvel ou edifício físico com todas as suas
características técnicas. A obtenção de uma resposta funcional, dentro dos parâmetros
estabelecidos aquando da sua concepção, durante o maior período de tempo possível e com o
menor custo, implica a maximização do seu desempenho durante a fase de utilização. Esta
30
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
situação só é possível se existir uma postura do utilizador ou do gestor que é típica da Gestão
e que se pode caracterizar por [1]:
- Optimizar a utilização;
- Promover acções de manutenção;
- Analisar comportamentos e proceder adequadamente;
- Proteger.
A gestão técnica de edifícios é aquela que se encontra mais relacionada com a engenharia
civil, pois abrange todo o tipo de acções com o objectivo de garantir o desempenho das
soluções construtivas de um edifício, dos seus elementos ou componentes, corrigindo os
desvios funcionais e avaliando as condições de funcionamento. Fundamentalmente, trata-se
da globalidade de procedimentos implícitos na manutenção de edifícios.
É sobretudo no aspecto técnico que um edifício apresenta maiores dificuldades na sua gestão.
Nos últimos tempos, existem conceitos tais como “durabilidade”, “versatilidade” e
“fiabilidade” que assumem um peso significativo para quem tem de fazer a gestão de um
edifício. De acordo com estes conceitos, as técnicas de reparação ou de reabilitação estão em
constante mutação. Por exemplo, uma reparação já quase não é só repor uma determinada
função, mas pode ir mais além, verificando se tal reparação não vai provocar um eventual
31
Capítulo 2
Considerando que se torna cada vez mais frequente a influência dos custos diferidos ao longo
da vida de um edifício no balanço económico do investimento realizado com o mesmo, é
sobretudo ao nível desses custos diferidos que se concentra a actividade económica. Esta
integra todos os processos financeiros ou contabilísticos relacionados com o edifício e
decorrentes dos encargos com o seu funcionamento.
32
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
- Regulamentação da actividade;
- Economia de utilização;
- Promoção da gestão técnica.
No âmbito destes processos, cabe a este tipo de gestão, de uma maneira geral, definir regras
ou critérios e enquadrar comportamentos, para satisfazerem as necessidades vulgares dos
utentes.
33
Capítulo 2
GESTÃO ECONÓMICA
Edifício
Exigências de Manutenção
PROCESSO DE MANUTENÇÃO Utilizadores
Técnicas de Manutenção
Limpeza e Higiene
Prevenção de Anomalias
FUNÇÕES
e Gestão da Reparação de Anomalias
RESPONSABILIDADES
Controlo do Fornecimento de Energia
Cumprimento Legal
2.5.1 - Introdução
Além disso, a todos, deverá ser solicitada responsabilidade pela eficaz manutenção dos
edifícios.
34
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Estes valores correspondem de uma maneira geral à ideia que se retira de qualquer análise por
amostragem do sector da construção de edifícios em Portugal, o que contraria a ideia
generalista da opinião pública de que as principais causas são devidas ao processo de
execução.
35
Capítulo 2
36
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
45,0%
40,0%
35,0%
30,0%
25,0%
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
Projecto Execução Materiais Utilização Vários
O dono de obra deverá definir a vida útil que se pretende para a obra e acabamentos. Esta vida
útil corresponde ao período desde a sua inauguração até se atingir a degradação especificada
ou um nível de deficiente funcionamento, considerando que há uma manutenção corrente.
37
Capítulo 2
Note-se aqui, que os projectistas têm uma importância fundamental nas opções a tomar. Há
sempre a tentação de se optar por soluções técnicas com custo inicial mais baixo, que
posteriormente se traduzirão, muitas vezes, em custos globais elevados, associados a onerosos
encargos de manutenção.
Há autores que defendem que a estimativa da vida útil com base na degradação dos materiais,
deve ser cada vez mais analisada nesta fase, no âmbito de um projecto de durabilidade, pois é
aqui que se definem as grandes opções sobre durabilidade do edifício [38].
Durante esta fase devem ser realizados estudos para garantir que se atingirá a vida útil
definida, tendo em conta os fenómenos de deterioração. Isto tem de ser incluído no projecto
de durabilidade, cujas principais recomendações devem ser indicadas nas especificações
técnicas.
A vida útil definida na fase inicial, deverá ser atingida nos principais elementos estruturais,
com uma manutenção regular. No entanto cada componente do edifício, terá a sua vida útil,
38
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
em geral inferior à vida útil global, o que levará a obras de reparação durante a fase de
serviço.
Os elementos dos acabamentos, terão uma vida útil diferente da global, por vezes inferior, o
que levará a trabalhos de reparação, aspecto que deverá ser também analisado no projecto de
durabilidade.
Todos os componentes que necessitam ser substituídos ao longo da vida do edifício devem ser
projectados com flexibilidade, o que significa que a sua substituição/reparação deverá
efectuar-se com um mínimo de perturbações na habitabilidade do edifício. São exemplos,
soluções de substituição rápida de canalizações ou aplicações de impermeabilizações por
pinturas exteriores.
Há ainda quem defenda que nesta fase se deverá estabelecer uma plano de manutenção e
utilização onde ficassem estabelecidos aspectos como todas as acções de manutenção
perspectivadas necessárias realizar, a sua periodicidade, as recomendações de utilização e
outras particularidades [12].
É assinalada a importância para o facto de tal documento estar de acordo com a “Compilação
Técnica”, da regulamentação de segurança e higiene no trabalho – Decreto-Lei n.º 273/2003,
39
Capítulo 2
2.5.3.4 – Monitorização
Considerando que os actuais modelos de degradação dos elementos constituintes dos edifícios
ainda não são satisfatoriamente fiáveis, torna-se necessário criar ou desenvolver sistemas de
monitorização com a sua definição na fase de projecto.
Com a monitorização pode obter-se periodicamente os valores dos parâmetros principais que
controlam a degradação, como por exemplo [38]:
- A profundidade de carbonatação;
- O teor de cloretos;
- Os níveis de corrosão, etc.
No caso de edifícios importantes, para além dos aspectos relacionados com a durabilidade,
dever-se-ia também ter em atenção a monitorização, com o objectivo de acompanhar o seu
comportamento estrutural ao longo da fase de serviço. Por exemplo, em situações de
anomalias ou acções de acidente (vento ou sismo) permitir-se-á tomar decisões sobre
segurança.
A manutenção pró-activa segue uma filosofia do tipo indicada na Figura 2.7, na qual o retorno
de informação aos projectistas é importante - como por exemplo a caracterização do
desempenho das soluções preconizadas. Assim, constitui-se um dado importante para a
decisão e escolha dessas mesmas soluções em futuros empreendimentos [40].
40
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Retorno de Informação
Na sociedade em que hoje vivemos, existe uma maior consciencialização para a grande
importância da qualidade em todos os sectores de actividade, nomeadamente no sector da
construção. Desta forma há cada vez a maior tendência em valorizar a qualidade como critério
de selecção de fornecedores de produtos e serviços deste sector, de entre os quais se evidencia
o da construção.
Por este motivo será importante proceder atempadamente à revisão de projectos. Esta prática
tem tido alguma aplicação em projectos complexos, sobretudo de obras públicas, no entanto
não tem tido prática generalizada ao nível da concepção do dito projecto comum.
Acrescente-se que nos últimos anos tem-se assistido a um incremento dos métodos de
controlo e certificação com o objectivo de melhorar a qualidade sobretudo na fase de
execução. No entanto, o mesmo não se tem passado ao nível do projecto, uma vez que será
em primeira instância pela qualidade destes, que se repercutem posteriormente as
intervenções em obra.
41
Capítulo 2
É normal culpabilizar a execução pelas anomalias existentes nos edifícios, no entanto, estudos
realizados em diversos países a casos de projectos de estruturas onde existe um maior
controlo de projecto, concluíram que 40 a 50% dos custos necessários com a reabilitação de
construções novas afectadas por defeitos têm procedência em situações originadas por erros
ou omissões de projecto. Um registo de inspecções a casos reais, permite a apresentação do
Quadro 2.2, no qual se resumem as principais anomalias e causas associadas à falta de
qualidade dos projectos.
A revisão do projecto pode passar por seis vertentes importantes, conforme o Quadro 2.3.
Uma empresa que se dedique a esta actividade, deve dispor de um corpo técnico permanente
com experiência em projecto manutenção e patologia das construções e um corpo técnico
consultor com especialistas nas diversas áreas envolvidas.
42
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Assim como o projecto é uma das fases iniciais do ciclo de vida de um edifício, o grau com
que cada projecto é realizado em sincronização com as considerações de manutenção terá
maior impacto na execução dos edifícios. Foi realizado um estudo [43] com 200 das maiores
firmas de projecto nos Estados Unidos da América do Norte para investigar a relação entre as
práticas de projecto e as considerações de manutenção. Os resultados apurados indicam que a
performance de edifícios terá realce se os projectistas estiverem informados sobre os assuntos
relacionados com a manutenção.
Nesse estudo e conforme a Figura 2.8, concluiu-se por exemplo, que os projectistas não se
preocupam muito com factores relacionados com as categorias da manutenção de edifícios
(facilidade de limpeza, facilidade de reparação/substituição e acesso à área a limpar)
comparando com outras categorias, provavelmente porque em muitos casos, o cliente não é o
utilizador final do edifício e por vezes têm alguma percepção dos problemas dos edifícios em
uso. Consequentemente e em geral, os clientes colocam indevida importância aos custos
iniciais e ignoram o período de custos com reparações e reabilitação - como a despesa de um
projecto funcional eficiente, segurança e conforto dos utilizadores - factores estes que são
mais para agradar/atrair os compradores ou inquilinos.
43
Capítulo 2
Extremamente 4,00
Importante 3,34 3,26 3,17 3,15 3,13 3,13 3,13 3,08 3,04 3,04 2,96 2,92 2,85 2,77 2,74 2,72
Muito Importante 3,00 2,66 2,66 2,60
2,21 2,11
1,96
Alguma Importância 2,00
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Figura 2.8 – Distribuição de factores no projecto de edifícios por ordem de
importância (adaptado de [43])
44
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
suficiente para serem avaliados. Com o período de garantia de 5 anos, sentiu-se uma pressão
adicional pró qualidade. No entanto, repare-se, essa qualidade dificilmente poderá ser bem
avaliada num período de tempo tão curto, quando o seu tempo de vida útil esperado é de no
mínimo 50 anos.
Sendo uma das principais fontes de anomalias nos edifícios, é nela que vão convergir alguns
factores como [39]:
45
Capítulo 2
Um bom controlo de qualidade, é o melhor processo para se garantir a vida útil planeada. Pelo
que o controle de qualidade deve ser realizado pelo empreiteiro e verificado pela fiscalização.
As principais actividades relacionadas com a durabilidade são as seguintes [38]:
- Controle in situ
O controle periódico realizado in situ é fundamental para a qualidade da obra final,
pois permite verificar se as características de durabilidade se mantêm.
- Métodos de construção
Os métodos de construção devem ser implementados de modo a garantir os melhores
procedimentos para se atingir uma boa durabilidade. Por exemplo, as actividades
relacionadas com a vibração, cura, controle de calor de hidratação, etc., são
importantes para garantir uma boa durabilidade. O cumprimento das especificações de
aplicação dos acabamentos e realização de ensaios de funcionalidade são igualmente
importantes para garantir a durabilidade das condições de habitabilidade.
2.5.6.1 – Generalidades
46
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Nos tempos que correm, os trabalhos de manutenção feitos nesta fase são apenas os
necessários e quase sempre estão associados a situações de emergência que precisam de uma
solução imediata. Porque não foram previstas, estas intervenções causam destabilização dos
orçamentos anuais e são sempre resolvidas com a escolha de técnicas mais baratas. Este
factor, relacionado com intenção de perturbar minimamente a utilização normal dos edifícios,
conduz à utilização de técnicas menos adequadas que não resolvem o problema e terão de ser
novamente aplicadas mais tarde.
47
Capítulo 2
Na base da teoria desse comportamento, um edifício comporta-se de acordo com uma resposta
orgânica a estímulos previstos (funcionais) e uma resposta orgânica a estímulos não previstos
(disfuncionais).
Esta resposta orgânica estabelece-se por meio de uma cadeia de relações causa/efeito de que a
“manifestação” é apenas uma parte detectável da resposta.
Em edifícios, é comum existir subjacente a uma manifestação patológica não apenas uma
causa mas um conjunto de causas e efeitos intermédios que a condicionam.
48
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
49
Capítulo 2
Considerando o tempo médio entre intervenções (TMI) de cada EFM como uma
grandeza aleatória (caracterizada por uma distribuição de densidade de
probabilidade) afectada por dois factores de condicionamento, a estimação da
durabilidade/fiabilidade do edifício passa por duas fases:
50
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
2 – Previsão de Custos
A manutenção é cada vez mais um factor fundamental na gestão dos edifícios com um peso
marcante, em termos de custos totais, durante o seu de ciclo de vida. De acordo com
Perret [45], numa construção em que a vida útil é de 50 anos, as despesas relacionadas com as
fases de concepção e de execução representam cerca de 20 a 25 % dos custos totais, enquanto
que a fase de exploração e manutenção constitui cerca de 75% a 85% desses mesmos custos.
Por exemplo, um estudo feito na Universidade de Bristol [46] no intervalo de tempo entre
1969 e 1975, concluiu que em edifícios de escolas e serviços, a aplicação de uma deficiente
51
Capítulo 2
Poderá parecer que este tipo de manutenção, seja a curto prazo, uma maneira menos onerosa
de intervir, mas pelo contrário, provoca custos acrescidos no empreendimento. Só se
consegue a minimização desses custos, pela implementação de procedimentos que permitam
respostas rápidas na resolução das anomalias, dentro de parâmetros económicos pré-
estabelecidos.
Na aplicação prática deste tipo de estratégia é importante ter em conta os seguintes aspectos
[12]:
52
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
A manutenção reactiva poderá também parecer uma solução com vantagens, no entanto,
durante a exploração de um edifício, verificam-se alguns inconvenientes, tais como [12]:
Este tipo de estratégia é também designado por alguns autores como sendo manutenção
preventiva ou manutenção sistemática. Integra conceitos de gestão, como as acções planeadas
de acordo com critérios pré-definidos e tem por objectivo reduzir a probabilidade de
degradação dos elementos para níveis superiores às exigências estabelecidas.
54
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Tem por objectivo actuar atempadamente antes da ocorrência das anomalias ou defeitos. Ou
seja, com suporte num calendário fixo de inspecções periódicas durante as quais são avaliadas
e registadas as anomalias entretanto ocorridas e identificados os sintomas de eventual pré-
rotura, aspecto este que exige uma resposta rápida dos serviços de manutenção.
Este tipo de manutenção consiste na execução de actividades que visam a melhoria das
características iniciais, por alteração de alguns elementos do edifício, evitando a sua
insuficiente funcionalidade [12,18]. Faz sentido em:
55
Capítulo 2
2.6.2.1. – Introdução
Referem-se nos pontos seguintes, alguns dos aspectos que se consideram relevantes para uma
correcta aplicação de uma manutenção com carácter preventivo.
56
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
estratégia de manutenção.
De acordo com a ISO/DIS 15686-1 [47,48], a vida útil é o período de tempo após a
construção, no qual o edifício ou os seus elementos igualam ou excedem as exigências de
desempenho. A ASTM E 632 [49] define como sendo o período de tempo, após colocação em
serviço, durante o qual todas as propriedades dos elementos excedem os valores mínimos
aceitáveis, assumindo a existência de manutenção de rotina.
A vida útil definida na fase inicial é esperada nos principais elementos estruturais com uma
manutenção corrente. Mas cada elemento ou componente do edifício terá a sua vida útil, que
em geral é inferior à vida útil global. Os exemplos típicos de elementos ou componentes que
geralmente têm vidas mais curtas são canalizações, juntas, impermeabilizações,
revestimentos, etc.
Como já anteriormente foi referido, é na fase de projecto que se deverá processar a análise da
durabilidade dos elementos. Para tal devem-se definir tempos de substituição e os parâmetros
indicadores da sua degradação. São raros os modelos de deterioração na maioria dos
acabamentos e geralmente só se consegue estimar os tempos de vida útil em resultado de
experiências de aplicação anterior.
Todos estes componentes que se supõe terem de ser substituídos ao longo da vida do edifício,
devem ser projectados com flexibilidade, ou seja, a sua substituição ou reparação deverá
poder ser realizada com um mínimo de perturbações no funcionamento do edifício.
Já estão a decorrer vários estudos com o objectivo de aumentar a vida útil dos edifícios,
prolongar os intervalos de manutenção e melhorar as condições em serviço dos edifícios
actualmente em funcionamento [50].
57
Capítulo 2
- Os mecanismos de rotura;
- Recolher a máxima informação possível que esteja disponível;
- Identificar os factores mais importantes;
- Estabelecer a relação entre resultados de laboratório a curto-prazo e as condições
de serviço a longo-prazo;
- Promover técnicas matemáticas que prevejam a vida útil em condições ambientais
semelhantes.
Como já anteriormente foi referido, as metodologias para a estimativa da vida útil estão
divididas em métodos estatísticos e métodos determinísticos. Os primeiros são mais
complexos, precisam de dados fiáveis e normalmente são difíceis de registar, comparar e
interpretar, dificultando a sua aplicação de forma eficiente [34,44].
Uma das formas de se proceder à previsão da vida útil de um elemento, pode ser através da
aplicação do método factorial do “Regulamento Japonês” [29] que baseia a degradação física
dos elementos em função de vários factores, associados ao comportamento a longo prazo, ao
meio ambiente e à deterioração. Por exemplo, para os revestimentos de fachada a estimativa
da vida útil pode ser dada pela expressão [1], cujos factores estão descritos no Quadro 2.6.
Y = Ys x A x B x C x D x E x M [1]
Em que:
Ys – Vida útil de referência
A – Desempenho dos elementos
B – Nível de projecto
C – Nível de execução
D – Condições locais e ambientais
58
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Revestimento cerâmico
Tinta plástica
Membrana elástica
Reboco monomassa
Os conceitos anteriores serviram de base ao método factorial da ISO/DIS 15686 [48]. Este
método tem em conta uma vida útil de referência que é afectada por diversos factores
determinísticos relacionados com a diferença entre condições específicas e condições de
referência. O método é empírico e depende da informação disponível, não caracterizando o
escalonamento da degradação dos elementos ao longo do tempo [52]. Desta forma, a vida útil
expectável (definida por ESLC) calcula-se da seguinte forma:
59
Capítulo 2
Em que:
RSLC – Vida útil de referência
A – Qualidade dos componentes
B – Nível de projecto
C – Nível de execução
D – Ambiente interior
E – Ambiente exterior
F – Condições de uso
G – Nível de manutenção
Os factores de A a G têm a sua definição desenvolvida nos Quadros 2.7, 2.8 e 2.9.
60
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Quadro 2.8 – Vida útil – factores relacionados com o ambiente (retirado de [47])
Consoante cada caso, esta expressão pode ser adaptada. Além disso, pode ser avaliada por
vários sub-critérios. Em situações correntes usa-se essa expressão; para outras tem de se
utilizar equações aperfeiçoadas por várias operações de matemática e aumentando o número
de factores, com eventuais pesos. Por exemplo, o factor C – nível de execução para os
rebocos – pode ser obtido utilizando a expressão [3], cujos sub-factores (C1 a C5) afectam
positiva ou negativamente a vida útil [29]:
Em que:
C1 – qualificação do director de obra / encarregado (+)
C2 – existência de métodos de fiscalização e controle da qualidade (+)
C3 – aplicação em condições extremas (–)
C4 – nível de preparação do suporte – rugosidade (+), limpeza (+), molhagem (+)
C5 – tempos de secagem entre camadas e antes da pintura – tempos mínimos
garantidos (+), construção muito rápida (–)
61
Capítulo 2
Num estudo recente feito em Portugal [34], é apontado de forma qualitativa, o impacto
positivo ou negativo que cada uma destas variáveis tem na vida útil dos rebocos.
Com a quantificação destes factores e sub-factores, obtém-se uma estimativa da vida útil
eficiente que permitirá definir periodicidades de manutenção bem como melhorar a despesa
efectiva em cada intervenção.
- Inspecções;
- Modelações teóricas;
- Ensaios laboratoriais;
- Ensaios de campo.
62
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Para uma fachada constituída por alvenaria, salpisco, emboço, argamassa de assentamento e
placa cerâmica, o Quadro 2.10 classifica também os vários agentes de deterioração e
mecanismos de degradação [54]. Num estudo de simulação de estratégias preventivas [12],
validou-se um modelo que representa o mecanismo de degradação de cinco revestimentos. No
Quadro 2.11 representa-se o caso de um reboco monomassa. Assumiu-se que esse padrão
típico de deterioração está associado a fenómenos de fissuração e ou de degradação do
aspecto do revestimento – sujidades e manchas.
O nível de qualidade define-se como sendo a satisfação, ao longo da vida útil, das exigências
pré-estabelecidas em projecto. Os níveis de qualidade estão relacionados com [12,47]:
A opção por um determinado nível de qualidade mais ou menos exigente depende de:
- Orçamento disponível;
- Desempenho dos materiais utilizados;
- Necessidades dos utentes.
63
Capítulo 2
Linear Mecânico
Vento
Destacamentos pela ocorrência de
t (anos) (outros: pressões negativas nas fachadas e
S
Mecânico
Côncavo
Ataques Biológicos
Fungos, algas Alterações e manchas
t (anos)
Forma Côncava
Acções de agentes biológicos
64
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
65
Capítulo 2
A variação do nível de qualidade pode ser de acordo com o tipo de intervenção ou com a
combinação das operações de manutenção.
Tipo de Intervenção
Admite-se como dado de partida, no seguimento do assunto exposto no ponto anterior que a
relação entre o tipo de operação de manutenção, o nível de qualidade e a vida útil de
determinado elemento é caracterizada, qualitativamente, como demonstra a Figura 2.12.
66
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
(Cada critério tem uma cotação obtida pela da média aritmética das notas dos sub-critérios).
67
Capítulo 2
Em suma, na Figura 2.13 podem diferenciar-se três níveis de qualidade de acordo com o
patamar aceitável na degradação dos elementos.
D%
b Nível b – iguala as exigências regulamentares
(o acréscimo diz respeito às alterações
importantes na legislação)
100 % a Nível a – nível inicial de qualidade (não tem em
conta a degradação dos materiais)
c Nível c – nível mínimo de qualidade que
acompanha o aumento das exigências mínimas
0 ao longo do tempo (limite de insatisfação)
Tempo
68
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Quem definirá à partida este nível mínimo de qualidade será o dono de obra ou o promotor
com o apoio de um consultor ou do projectista e com a ponderação das causas e eventuais
consequências da decisão a tomar.
Se o nível mínimo de qualidade for pouco exigente, existirão níveis de desempenho mais
baixos, relacionados a diferentes estados de degradação, afectando a vida útil, o tipo de
acções de manutenção e os custos.
Nível “q1” – se este nível mínimo de qualidade tender a aproximar-se do nível inicial
de qualidade, poderá originar uma situação com custos dispensáveis, devido à
definição de disposições de projecto muito rigorosas e de uma manutenção excessiva;
Nível “q2” – se for este o nível mínimo corrente de qualidade, tanto a nível funcional
como estético, serão definidas estratégias de manutenção para reservar este nível.
Nível “q3” – este nível tem um desempenho muito baixo a tender para 0% o que
poderá traduzir uma situação de quase rotura ou mesmo rotura dos elementos.
69
Capítulo 2
corresponde uma vida útil menor (ou seja é aceitável um grau de deterioração mais reduzido)
enquanto que para um nível de qualidade mais baixo acontece o inverso.
Num caso objecto de estudo [12] e ilustrado na Figura 2.15, aplicado em reparações ligeiras
num reboco monomassa, concluiu-se que:
70
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
De acordo com o comité CIB W86 [58], os edifícios e os seus elementos constituintes deverão
satisfazer determinadas exigências:
Conjunto
Desempenho (exigências) Parede / Parede Vãos
Revestimento
Estabilidade • • •
Limite de deformabilidade à acção directa do vento • •
Impermeabilidade à água • • •
Secagem superficial de parede • •
Susceptibilidade a condensações no interior do
• •
elemento
Permeabilidade ao ar • •
Reacção ao fogo • •
Resistência térmica • • •
Transmissão da radiação solar • •
Isolamento acústico aos sons exteriores • • •
Segurança na utilização • • •
Durabilidade • • •
Economia na limpeza e manutenção • • •
Por exemplo, para o caso específico de revestimentos exteriores de paredes, pode pretender-se
que haja cumprimento das seguintes exigências [60]:
71
Capítulo 2
- Protecção do tosco das paredes das acções dos diversos agentes agressivos;
- Estanquidade da parede à água;
- Planeza;
- Verticalidade e regularidade superficial da parede;
- Efeito decorativo;
- Fácil limpeza, etc.
Existem ainda outros autores [61] que classificam os revestimentos segundo as suas funções
de aptidão ao desempenho, enquadradas nas exigências funcionais. Assim, relativamente ao
conjunto tosco da parede-revestimento, podem classificar-se os revestimentos em:
a) Revestimentos de estanquidade
São aptos a garantir a necessária estanquidade à água no conjunto tosco da parede-
revestimento. São exemplo os revestimentos com elementos descontínuos, de
fixação mecânica directa ou indirecta – ladrilhos cerâmicos e placas de pedra
natural;
b) Revestimentos de impermeabilização
Oferecem um suplemento de impermeabilidade à água necessário à perfeita
estanquidade do conjunto parede-revestimento. São exemplo os revestimentos de
ligantes minerais – monomassas.
c) Revestimentos de isolamento térmico
Oferecem isolamento térmico à parede. São exemplo os revestimentos por
elementos descontínuos independentes com isolante na caixa-de-ar e os
revestimentos de argamassas de ligantes minerais com inertes de material isolante.
d) Revestimentos de acabamentos ou decorativos
Oferecem à parede um aspecto agradável sendo sempre importante a componente
estética (monomassas, pinturas, revestimentos cerâmicos e de pedra natural).
72
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
- Resistência à saponificação;
- Resistência à fendilhação;
- Permeabilidade à água e ao vapor de água, etc.
Referem-se em seguida alguns dos aspectos que se consideram relevantes para uma correcta
aplicação de uma manutenção com carácter predictivo.
No caso dos elementos não estruturais de um edifício, o reconhecimento dos sintomas de pré-
patologia é difícil e sem grande aplicação entre nós. Na generalidade, a análise realiza-se com
a observação das anomalias visíveis (sintomas de perda de coloração, aparecimento de micro-
fissuras, etc.). Note-se no entanto que, por exemplo, ao nível dos revestimentos exteriores,
seria conveniente analisar ao longo do tempo aspectos como a perda de elasticidade, a
redução da permeabilidade, a perda de pigmentação ou os deslocamentos parciais dos
elementos constituintes [12,25].
Situação da alínea a)
Na data da inspecção, o elemento apresenta um comportamento dentro do previsto
pelo que não é necessária qualquer intervenção. O nível de qualidade é o previsto.
Situação da alínea b)
O elemento tem uma degradação de origem desconhecida, inesperada e superior à
73
Capítulo 2
prevista. O nível de qualidade é inferior ao previsto e pode ainda ser aceitável. Assim
deverão ser avaliadas as causas da degradação apresentada e definir e implementar
acções correctivas.
Dando como exemplo um revestimento, a curva de deterioração esperada pode
apresentar uma taxa de degradação marcante devido, por exemplo, a condições
climatéricas ambientais ou ao facto do revestimento não ser o mais adequado. Desta
forma, será necessário redefinir as intervenções ao longo de cada ciclo ou substituir o
revestimento por outro mais adequado.
Situação da alínea c)
Por causa de diversos factores, o elemento chega a um estado de degradação
acentuado, abaixo do nível mínimo aceitável de qualidade. Assim, dadas as condições
locais, será mais adequado optar pela substituição por um elemento mais durável o que
poderá ser facilitado, se na fase de concepção, o projectista estabelecesse para cada
caso quais os materiais opcionais.
Um processo de análise deve começar pela identificação dos defeitos e das suas causas com
uma avaliação do ritmo de deterioração do elemento.
74
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
De acordo com o CIB W86 [58], o processo de deterioração precisa de tempo até atingir a
rotura o que dá maior importância ao estudo das anomalias e seu diagnóstico, sendo esta a
forma mais fácil de definir um programa de manutenção. Num processo de diagnóstico
utilizam-se diversos métodos que apoiam a posterior tomada de decisão, entre os quais:
- Trabalhos de campo;
- Inspecções para avaliação das condições actuais de exposição ambiental e de
utilização;
- Análise de registos históricos
• Das intervenções anteriores;
• Da documentação técnica (situações previstas no projecto original, planos de
manutenção e outras informações importantes).
75
Capítulo 2
76
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Vantagens:
- Melhoria das características iniciais do elemento com aumento da sua vida útil.
Desvantagens:
- Inexistência de perfis de comportamento dos novos materiais, in situ e ao longo do
tempo o que conduz a uma insuficiência de dados para uma correcta análise;
- Custos mais elevados.
Existe actualmente uma maior tendência em aplicar este tipo de estratégia de manutenção
sobretudo devido ao avanço tecnológico no estudo de novos materiais e ao aparecimento de
soluções mais desenvoltas.
2.6.3.1 – Introdução
De uma maneira geral, quando é necessário actuar perante situações de patologias no domínio
da actividade técnica num edifício, é possível identificar duas formas distintas de intervenção
[12]:
- Intervenções pontuais
Destina-se normalmente a tratar uma patologia única e bem localizada. Nesta
situação, não se deverá desprezar a complexidade da situação. É importante
utilizar uma metodologia padrão de diagnóstico para contribuir no êxito das
intervenções;
77
Capítulo 2
- Intervenções globais
Um ou vários edifícios semelhantes são abordados de uma forma integral para
se erradicarem a totalidade das patologias existentes. Implicam uma dimensão
económica e um volume de trabalhos considerável. Na generalidade, com estas
intervenções, pretende-se uma recuperação funcional do edifício e não uma
reposição de soluções construtivas.
2.6.3.2 – Limpezas
78
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
2.6.3.3 – Inspecções
Assim, na área da manutenção, uma forma adequada de progredir é, para além da necessidade
de definição das periodicidades das inspecções na fase de projecto, ser também realizado um
controlo dos desvios relativamente ao planeado com a implementação de medidas correctivas.
Por exemplo, numa dissertação de mestrado [62], identificam-se vários aspectos a ter em
consideração na inspecção de paramentos verticais, os quais permitem reconhecer os sintomas
de pré-patologia que caracterizam a presença de eventuais mecanismos de degradação:
- Estado da pintura
Uniformidade da cor e da superfície, isenção de manchas (pó, humidades de
infiltração ou condensações) e estado de limpeza;
- Estado dos revestimentos por elementos descontínuos (ladrilhos e placas)
Aderência, uniformidade do brilho, cor do acabamento superficial, isenção de
manchas (humidades, ataque dos produtos corrosivos, pó) e estado de limpeza;
- Estado de cada elemento (riscos, rotura por choques ou por tensões internas,
furos);
79
Capítulo 2
- Baixo custo;
- Fácil e rápida execução;
- Abundante informação útil;
- Fácil interpretação dos resultados;
- Carácter não destrutivo;
- Equipamento portátil, etc.
As técnicas de inspecção incluem uma variada gama de ensaios, que podem ser simples ou
mais complexos [25]:
- Simples
Visita ao local;
Observação visual dos revestimentos (em zonas acessíveis);
Sondagem manual (ex.: batidas para verificar zonas degradadas e sem
aderência ao suporte), etc.
80
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
- Complexas
Sondagem por boroscópio para observação do interior de paredes,
canalizações, fissuras cuja expressão o permita, etc;
Análise petrográfica de argamassas;
Determinação da espessura de revestimentos;
Ultra-sons;
Termografia, etc.
- Período inicial
Realizando-se uma inspecção nos primeiros anos logo após a construção (entre
2 a 5 anos) para avaliar o comportamento previsto do material. Neste período é
possível verificar a existência de fenómenos de pré-patologia e de eventuais
anomalias de juventude.
- Períodos intermédios
Realizando inspecções periódicas após as intervenções (1 ou 2 anos) de modo
a avaliar o comportamento esperado do revestimento. Com estas inspecções,
permite-se verificar a existência de eventuais fenómenos de “repatologia”
(reincidência de anomalias) consequentes de anteriores reparações deficientes.
- Período final
Realizando-se uma inspecção já perto do final de cada ciclo de vida útil (2 a 5
81
Capítulo 2
Além dos períodos anteriormente indicados, deverão ocorrer inspecções extra programação
para analisar a existência de anomalias que ponham em causa a segurança.
Num estudo recentemente realizado para obras de arte em betão armado [18], a
implementação da manutenção pró-activa tem por base, por um lado, a definição de um
sistema principal de inspecções de carácter generalista e planeado e por outro, inspecções de
carácter não planeado – avaliações estruturais.
82
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
- Avaliações estruturais
Æ Este tipo de inspecção deve seguir-se imediatamente à detecção, numa das
Por exemplo, a Figura 2.19 esquematiza o enquadramento deste tipo de metodologia para um
sistema de inspecção.
2.6.3.4 – Reparações
São operações de manutenção que têm como finalidade solucionar anomalias que se
manifestam em zonas localizadas, as quais, quando devidamente tratadas, impedem a
propagação para todo o elemento. Só podem ser realizadas após a análise e correcção dessas
anomalias, com a adopção de adequadas técnicas para cada tipo, evitando assim o
aparecimento de fenómenos de “repatologia”. De acordo com a complexidade da intervenção,
estas operações de reparação podem classificar-se em médias ou ligeiras e grandes ou pesadas
(realizadas já perto do fim da vida útil).
83
Capítulo 2
Manual de Inspecção
CARACTERIZAÇÃO
INICIAL DAOBRA
Ensaios in situ Dossier da Obra
POTENCIAL Não
SITUAÇÃO
GRAVE?
Sim
Caracterização dos Defeitos
Ensaios in situ
AVALIAÇÃO Caracterizaçãoda Vida Útil
ESTRUTURAL
Ensaios Laboratoriais Dossier da Obra
Custos
REPARAR REFORÇAR
DEMOLIRESUBSTITUIR
Existem várias formas de priorizar as acções de manutenção. Por exemplo, de acordo com
Perret [45], a prioridade pode ser estabelecida de acordo com alguns princípios:
- Carácter de urgência;
84
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
- Funcionamento do edifício;
- Estado de degradação dos elementos;
- Efeito negativo nos utentes;
- Implicações nos custos.
Código
Classificação / Grupo prioridade/sub Descrição
-classes
Prioridade 1 Trabalhos inevitáveis
Prioridades dos trabalhos em
Prioridade 2 Trabalhos essenciais
termos de urgência
Prioridade 3 Trabalhos urgentes
Prioridade 4 Trabalhos desejáveis
A Respeitar as obrigações legais
B Respeitar as exigências de segurança e saúde
Sub-classes de manutenção C Evitar sérias perturbações na utilização
D Prevenir grave deterioração física
E Evitar perturbações na utilização
1 Rápidos custos e incómodos na utilização
2 Efeitos muito significativos (rotura)
Efeitos se a acção não ocorrer
3 Efeitos de atraso mínimos
4 Efeitos de atraso sem significado
X Grandes perturbações nos utilizadores
Efeitos nos utilizadores do edifício Y Pequenas perturbações nos utilizadores
Z Efeitos mínimos sem significado
Se por exemplo uma intervenção for classificada em termos de critério de prioridade com
3A1Y, significa que é um trabalho urgente, para respeitar as obrigações legais e se não for
executada origina custos imediatos, com pequenas perturbações na utilização do edifício.
85
Capítulo 2
existentes no local. Desta forma, no caso de soluções construtivas cuja falta de experiência é
mais notória, é aconselhável uma atitude de maior reserva.
Periodicidades
M S A B O Obs.
Acções
Limpeza com água sob pressão nas zonas poluídas X
Picagem das zonas degradadas
Reparação local do revestimento X
Substituição do revestimento com tratamento e
X*
humidificação do suporte
Nota: M = Mensal; S = semestral; A = anual; B = bienal; O = outra (X* = valor da vida útil = 30 anos)
A decisão de intervir, para além de dever respeitar vários critérios, é também por eles
condicionada, nomeadamente em termos [47]:
86
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Para apoio a uma tomada de decisão, poderá haver a necessidade de utilização de matrizes de
decisão que facilitam a escolha de acções de correcção – Quadro 2.16.
Custo de reparação
% de área Risco para Vida útil
Acção de correcção versus
atingida o utente remanescente
Valor do bem
Recuperação total de todo o sistema Alta Alto Alta Menor
Recuperação parcial Média Médio Média Igual
Substituição por outro revestimento Alta Alto Alta Maior
Não intervir Baixa Baixo Baixa Maior
Uma vez definidos os modelos de degradação bem como o período de vida útil dos elementos,
estes são avaliados na fase de utilização do edifício, tendo em conta os custos iniciais, os
87
Capítulo 2
Uma das ferramentas de suporte à decisão pela alternativa mais económica, do ponto de vista
do custo-eficácia entre os vários tipos de estratégias de manutenção, é a utilização do método
do LCC (Life Cycle Costing). Este método permite comparar os custos entre várias estratégias
com diferentes períodos de vida útil, auxiliando a decisão na escolha da estratégia mais
conveniente, do ponto de vista de custo-eficácia entre as alternativas tecnicamente válidas,
sobretudo daquelas que minimizam o custo global ao longo da vida útil total do edifício [12].
O método contabiliza na sua análise parâmetros como os valores da vida útil, os custos das
operações de manutenção (inspecções, limpezas, reparações e substituições) e taxas de
actualização e de inflação.
88
TEORIA DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
Com base na compreensão da teoria exposta, apresenta-se no capítulo seguinte, uma proposta
de modelo organizado para um plano de inspecção e manutenção.
89
CAPÍTULO 3
MODELO PARA
PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS
CORRENTES
Capítulo 3
CAPÍTULO 3
ÍNDICE
92
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
CAPÍTULO 3
3.1.1 - Introdução
Além disso, auxiliam na fundamentação dos critérios de decisão tomados ao nível da gestão
económica ou financeira das construções.
93
Capítulo 3
Assim, para a execução de PIMEC’s devem ser salvaguardados os seguintes aspectos [40]:
1. Planeamento
- Das acções de manutenção mais prováveis - manutenção preventiva;
- Das inspecções, para avaliar e registar o comportamento em serviço, aferindo,
assim, o planeamento inicial - manutenção predictiva;
- Das acções correctivas e de emergência, associadas a casos de anomalias
imprevistas - manutenção reactiva ou correctiva.
94
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
2. Implementação
- Na fase de projecto – em edifícios novos;
- A partir da avaliação do estado de degradação – em edifícios existentes;
- Em fases posteriores com a sua actualização constante – para ambos os casos.
Neste ponto é apresentada a estrutura base proposta para um PIMEC, a partir da qual se
decompõem várias outras sub-estruturas de procedimentos.
95
Capítulo 3
Assim, há que ter em conta duas fases iniciais: a identificação dos principais elementos
constituintes do edifício em causa e a aplicação do plano aos mesmos, conforme se apresenta
na Figura 3.1.
PLANO
DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
(PIMEC )
2. Sub-estrutura de elementos
C. Elementos de Composição dos Elementos Primários
C.A. Descrição/Materiais
3. Procedimentos iniciais
D. Caracterização do Comportamento em Serviço
D.A. Organização do Manual
D.B. Caracterização do Estado de Referência
96
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
isolada dos mesmos, como núcleos independentes de degradação que contribuem em conjunto
para a maior ou menor durabilidade da construção. Assim, à semelhança de critérios definidos
em análises à modelação do comportamento de edifícios em serviço [44], procurou-se no
contexto do presente trabalho, referenciar alguns dos elementos normalmente constituintes
dos mesmos com importância para a aplicação prática de um plano de inspecção e
manutenção e que carecem de cuidados de manutenção ao longo da sua vida útil – Quadro
3.1.
1. ELEMENTOS DO EDIFÍCIO
A. Componentes B. Elementos
Principais Primários
I Componentes de A.B. Fundações
base ou suporte 1
A.B. Muros de
2 suporte e
contenção
periférica
A.B. Estrutura
3
II Componentes de B.B.1 Paredes
compartimentação
B.B.2 Cobertura
III Componentes dos C.B.1 Revestimentos
acabamentos
C.B.2 Vãos
Esta subdivisão pode ainda vir a incluir outros elementos aqui não referenciados, dependendo
das características de cada edifício.
A segunda fase, que é a mais importante e complexa para a aplicação prática do plano,
consiste em três etapas fundamentais, tal como se evidencia na Figura 3.1. A primeira, é a
caracterização pormenorizada da composição dos elementos primários - designação 2.C.,
nomeadamente com a sua descrição e/ou materiais constituintes (C.A.).
97
Capítulo 3
Ou seja, a um determinado elemento que numa primeira fase é identificado como elemento
primário, corresponde, para efeitos de arranque de aplicação do plano, uma determinada
caracterização mais pormenorizada, que é necessário identificar e incluir no dossier.
Neste escalão, exemplifica-se com o caso das paredes, cuja pormenorização pode ser
referenciada tal como é apresentada no Quadro 3.2.
B.B.1 Paredes
2. Sub-estrutura de elementos
C. Elementos de composição dos elementos primários
C.A. Descrição/Materiais
Tipo de panos e suas ligações: Materiais:
- Paredes simples com ou sem - Alvenaria de pedra natural;
junta de ligação; - Alvenaria de tijolos de barro vermelho (tijolo
- Paredes duplas (dupla corrente cerâmico):
com caixa de ar); • Maciço;
- Paredes de dois panos (paredes • Furação horizontal:
duplas sem caixa de ar); o Formatos:
- Paredes de face aparente; 30x20x7;30x20x9;30x20x11;
- Paredes de juntas descontinuas; 30x20x15; 30x22x20 (cm).
- Paredes cortina. • Perfurado;
• Furação vertical sem encaixe;
• Furação vertical com encaixe.
- Alvenaria de blocos de cimento:
• Maciços;
• Furados.
- Alvenaria de blocos de argila expandida;
- Alvenaria de blocos de betão celular autoclavado;
- Alvenaria de blocos de areia de pedra;
- Gesso cartonado;
- Betão armado pré-fabricado.
Função corrente (conjugando o tipo de panos e materiais):
- Paredes de enchimento (não suportando cargas significativas):
• Exteriores (com isolamento adjacente à caixa de ar):
o De dois panos -
Dois panos de alvenaria de tijolo;
Um pano de betão + um pano de alvenaria de tijolo;
Um pano de betão + um pano de gesso cartonado;
Um pano de bloco de areia de pedra + um pano de alvenaria de tijolo.
98
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
B.B.1 Paredes
o De dois panos e elementos decorativos colados -
Dois panos de alvenaria de tijolo + placa de pedra colada pelo
exterior;
Dois panos de alvenaria de tijolo + tijolo de cerâmico (de fita)
colado pelo exterior;
o Com dois panos, sendo o segundo pano constituído por elemento
decorativo de -
Pedra;
Madeira;
Alumínio;
Tijolo à vista.
• Exteriores (e isolamento pelo exterior):
o Com caixa-de-ar e dois panos -
Dois panos de alvenaria de tijolo;
Um pano de betão + um pano de alvenaria de tijolo.
o Sem caixa de ar -
Um pano de blocos de betão celular autoclavado;
Um pano de blocos de argila expandida;
Um pano de betão.
• Interiores:
o Divisórias interiores simples de –
Tijolo cerâmico;
Gesso cartonado;
Blocos de gesso;
o Divisórias de separação de fogos -
Dois panos de tijolo cerâmico;
Um pano de alvenaria de tijolo cerâmico + gesso cartonado pelo
interior;
Parede de juntas descontinuas.
o De travamento –
Alvenaria de tijolo de furacão vertical com encaixe;
Dois panos de tijolo solidários.
o Resistentes –
Betão armado;
Paredes de tijolos maciços com juntas horizontais armadas.
- Paredes de painéis pré-fabricadas pesadas:
• Painéis homogéneos;
• Painéis tipo “sandwich”;
• Painéis com caixa de ar;
• Painéis contendo elementos vasados;
• Soluções mistas;
Numa segunda etapa – Figura 3.1 e Figura 3.2, procede-se à caracterização do comportamento
em serviço (3.D.), com a organização do manual, uma vez que para a elaboração de planos de
99
Capítulo 3
inspecção e manutenção, é essencial abranger todos os aspectos relevantes para uma eficiente
gestão de recursos e custos, de acordo com os objectivos das entidades gestoras [40].
3. Procedimentos iniciais
No Quadro 3.3 apresenta-se o exemplo esquematizado para o caso das paredes. Para além
dessas orientações, neste caso concreto, sugerem-se ainda outros procedimentos simples ou
mais complexos de auxílio à organização do manual e caracterização do estado de referência
– tal como se propõe no Quadro 3.4.
100
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
B.B.1 Paredes
3. Procedimentos iniciais
D. Caracterização do comportamento em serviço
D.A. Organização do manual
D.A.1. Peças de projecto
Devem ser reunidas e inseridas no processo todas as peças escritas e
desenhadas de projecto relativas a toda a composição do elemento em
análise, nomeadamente:
• Disposições de projecto;
• Sistema construtivo;
• Constituição das paredes;
• Disposição de redes, etc.
Outro tipo de informação:
• Dados climáticos;
• Sistemas de aquecimento utilizados;
D.A.2 Recomendações técnicas
As recomendações técnicas dos projectistas, fabricantes ou fornecedores
podem ser importantes para a caracterização do comportamento em serviço,
pelo que é recomendado a verificação da sua existência com posterior
inserção no processo.
D.A.3 Parâmetros para análise
Verificar se existem informações ou indicações dos projectistas, entidades
executoras, etc. sobre, por exemplo:
• Anomalias mais prováveis de acontecer, suas causas e evolução de
mecanismos em casos construtivos semelhantes;
• Levantamento de reparações realizadas em casos construtivos
semelhantes;
• Hábitos dos ocupantes relativos à ventilação de espaços em casos
semelhantes.
A existência de informações sobre vidas úteis, níveis de qualidade,
mecanismos de degradação, é igualmente importante e devem ser registadas.
D.A.4. Registos históricos
Devem ser reunidas e anexadas, por ordem cronológica, todas as
informações e os respectivos elementos de, por exemplo, intervenções
anteriores, causas das intervenções, custos, etc. Além disso deve ser
verificado se existe alguma informação sobre o tipo e ocupação dos espaços,
dados climáticos, evolução da ocorrência de anomalias, sistemas de
aquecimento utilizados, hábitos dos ocupantes relativos à ventilação de
espaços, etc
D.A.5. Levantamento de condicionalismos
Neste caso, verificar nos elementos com provável reacção a anomalias, se há
impedimentos físicos para a inspecção do seu comportamento dentro do
plano de manutenção estabelecido. Introduzir o registo.
D.A.6. Documentos relevantes
Fazer o registo ou anexação de documentos ou do seu conteúdo, como por
exemplo regulamentação, manuais de concepção, construção e outra
informação relevante ao entendimento e estudo do elemento em causa.
101
Capítulo 3
B.B.1 Paredes
D.A. Organização do manual
Levantamento físico
Objectivo Procedimento
Verificar a geometria da estrutura, ¾ Caso necessário, recorrer a técnicas
sobretudo distorções, desvios de de topografia;
planeza e de verticalidade.
Caracterização dos materiais ¾ Pacômetro, Raios X, radar, etc.
estruturais;
- Definição/pormenorização da
secção dos elementos;
- Constituição de paredes de
alvenaria.
Avaliar a resistência ou propriedades ¾ Ensaios de rotura à compressão
mecânicas. sobre carotes;
¾ Ensaios com macacos planos de
pequena área.
D.B. Caracterização do estado de referência
Levantamento das anomalias visíveis
Fissuração de paredes
1 – Observação, descrição e registo das fissuras e das paredes fissuradas, dando
atenção aos seguintes aspectos:
a. Localização geral e particular no elemento – esquina, canto, central,
periferia, parte de cima, parte de baixo, cimo, fundo, etc.
b. Incidência no elemento – entre tijolos e argamassa, continua através do
tijolo e argamassa, só nos tijolos, só nas juntas de argamassa, só na
argamassa, se é simultaneamente interior e exterior à parede ou não, etc.;
c. Largura ou abertura - mensurável, não mensurável, variável ou constante;
d. Comprimento e orientação, indicando se é vertical, horizontal, inclinada, o
ângulo em relação à horizontal, mista (várias direcções) etc.;
e. Configuração ou forma – quebrada, aos degraus, rectilínea, rectilínea com
degraus, de largura variável aumento no cimo, no fundo, nos lados do
elementos construtivo, etc.;
A Figura 3.3 apresenta um exemplo de convenção para o registo da fissuração.
2 – Observação do edifício no seu conjunto, verificando:
a. A eventual correspondência com outros movimentos observados
(afastamento de telhas, distorção de porta e janelas, etc.);
b. Uma degradação semelhante noutras zonas do edifício;
c. Se na proximidade da fissuração existem tubagem ou cabos embutidos;
d. Se existem movimentos relativos;
e. Se o edifício está a ser correctamente utilizado.
3 - Observação da envolvente ao edifício, verificando a existência de degradação
semelhante em edifícios vizinhos.
4 – Caracterizar o comportamento dos materiais, dos elementos construtivos
envolventes e da estrutura de suporte.
Em situações comuns:
o Comparação da situação observada com catálogos de fissuração ou
fichas de anomalias, existentes ou publicadas.
o Utilizar uma técnica de exclusão de hipóteses.
Nota: Por exemplo, no caso do assentamento diferencial de fundações
– não deve ser uma causa a admitir, se a fissuração no exterior do
edifício não tiver correspondência no interior ou se não houver
fissuras com aspecto “denteado” ou em “degraus”.
102
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
B.B.1 Paredes
D.B. Caracterização do estado de referência
Levantamento das anomalias visíveis
Fissuração de paredes
Noutras situações mais complexas:
o Recorrer a ensaios no local e em laboratório;
o Realizar a instrumentação das paredes (por exemplo: com testemunhos
fixos ou deslizantes, extensómetros mecânicos ou paquímetros digitais
com base de medida triangular) - afim de avaliar a evolução das
fissuras, os movimentos e as tensões;
o Recorrer a meios informáticos sofisticados para análise e formulação
das diferentes hipóteses de explicação dos fenómenos e da sua origem.
Humidades
1. Proceder à observação criteriosa de:
a. Defeitos e da sua evolução;
b. Condições ambientais confinantes;
c. Características físicas e químicas dos materiais:
o Capacidade de absorção;
o Capilaridade;
o Permeabilidade ao vapor de água;
o Condutibilidade térmica;
o Presença de sais solúveis na sua composição;
o Dilatação reversível/irreversível sob a acção do calor e da
humidade.
1. Identificar a fonte de humidade ou calor associada:
o Agua freática;
o Produção de vapor de água;
o Infiltrações na envolvente, etc.
2. Análisar e registar:
a. Higrometria e temperatura dos locais (utilização de termo-
higrografos);
b. Condições climáticas exteriores;
c. Níveis de ventilação.
1. Recurso a fichas de anomalias técnicas de diagnóstico de apoio à decisão
(Exemplo apresentado na Figura 3.4).
103
Capítulo 3
O seu planeamento deve ser realizado de acordo com estipulado no ponto 2.6.3.3.2.
- As anomalias principais;
- A sua extensão;
- As causas mais prováveis;
- O escalonamento das acções prováveis a realizar.
- Enquadramento;
- Informação histórica;
- Observações efectuadas (descrição);
- Métodos de inspecção e ensaios utilizados;
- Condicionalismos locais;
- Análise interpretativa e diagnóstico das anomalias detectadas;
- Descrição das acções recomendadas executar, com priorização;
- Outras informações relevantes.
O diagnóstico só poderá ser feito com base nos resultados das inspecções e se se conhecerem
as causas da degradação que originaram as anomalias detectadas.
104
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
No Quadro 3.5 apresenta-se uma proposta para um relatório de inspecção tipo a utilizar na
aplicação deste modelo. O Quadro 3.6 menciona alguns exemplos de procedimentos para
monitorização de fissuras no plano de uma parede.
Figura 3.4 – Exemplo de diagnóstico a partir do teor de humidade numa parede (retirado de
[64])
105
Capítulo 3
RELATÓRIO DE INSPECÇÃO
IDENTIFICAÇÃO DO ELEMENTO
A.B. Elemento primário C. Elementos de composição do elemento primário
ENQUADRAMENTO NO MANUAL
N Í V E L:
Localização
Condicionalismos ou acessibilidades
DESCRIÇÃO DA INSPECÇÃO
Método
Ensaios
ANOMALIAS DETECTADAS
Designação ou descrição
Diagnóstico
Preliminar
Definitivo
Parâmetros a inspeccionar
Consequências
Baixa
Gravidade Média
Elevada
106
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
Monitorização
Dispositivo Funcionamento Observações
Extensómetro com configuração especial com Eficácia reduzida ou nula com
filamentos de comprimento variável ou redução da largura das fissuras, um
Extensómetros filamentos sucessivamente quebráveis, vez que são flexíveis. Obrigam à
eléctricos permitindo medir afastamentos de duas zonas ligação a um data-logger mas
distintas, em função da variação da resistência permitem o registo automático,
eléctrica do extensómetro. periódico, dos deslocamentos.
Dilatómetro ou Equipamento de precisão (até 0,002 mm) que Tem limites máximos de variação de
comparador digital mede a evolução da distância entre dois 2 mm. Antes da deformação exceder
(também conhecido testemunhos metálicos (base) colocados um de esse valor, é necessário alterar a
por fissurómetro cada lado da fissura, distanciados de cerca de posição dos testemunhos,
electrónico) 200 mm. A colocação de testemunhos é feita transportando os valores anteriores.
com barra de invar apropriada.
Constituindo uma base com 2 ou 3 parafusos, O paquímetro ou craveira digital tem
fixados rigidamente à parede através de furo maior precisão, atingindo sem
Paquímetro digital ou preenchido com resina epoxy, o paquímetro dificuldade 0,01 m, enquanto o
mecânico com base de mede a evolução das distâncias entre eles mecânico se limita a 0,1 mm. Os
2 ou 3 pontos (vertical e horizontal, no caso da base triangular, parafusos devem ser de latão e a sua
(parafusos) que deve ter um ângulo recto, com lados vertical fixação deve ser criteriosa, seguindo
e horizontal ou rodados 45º) as recomendações da bibliografia da
especialidade.
Luneta que inclui duas escalas graduadas Rigor limitado. Pode ser usada para
Fissurómetro ou ortogonais, dispensando o uso de régua (precisão avaliar a evolução das fissuras,
micrómetro óptico de 0,1 mm) quando usada em conjunto com dois
traços de referência ortogonais sobre
a zona fissurada.
Duas peças rígidas graduadas ou com simples Os extensómetros de metal ou vidro
traços de referencia que correm uma sobre a limitam-se, em geral, a graduações
Réguas graduadas outra quando se verificam movimentos relativos lineares de referência. Os mais
corrediças ou dos dois lados. Os de plástico opaco têm versáteis são os de plástico – pela
extensómetros variantes para medir deformações lineares no sua reduzida espessura, flexibilidade
mecânicos (plástico, plano da parede com registo de máximo e e resistência à humidade. A precisão
metal ou vidro) mínimo, deformações perpendiculares ao plano é variável, mas, muitas vezes, não
da parede, evolução de inclinações e ultrapassa 1 mm.
deformações complexas no plano da parede
(translação obliqua e rotação)
O gesso forma uma ligação rígida sobre a fissura Para uso no exterior. Dimensões
que vai partir com pequenos deslocamentos entre 5mm x 50 mm x 100 mm e
relativos dos dois lados da mesma, permitindo, 10 mm x 100 mm x 200 mm.
Testemunho rígido de por vezes, observar a direcção e amplitude desse Recomenda-se a argamassa de gesso
gesso deslocamento. puro com 70% de água (em peso).
Com um módulo de elasticidade
baixo pode não fissurar com
pequenos deslocamentos.
Testemunho rígido de Idem. Para uso no exterior. Alguns autores
gesso, cal e cimento recomendam apenas cal e cimento
ou cal e gesso.
Fita de papel colada dos dois lados da fissura que Só detecta grandes movimentos. É
Testemunho de papel rasga ou enruga com os movimentos relativos. muito vulnerável à acção da
humidade.
107
Capítulo 3
E. Planeamento da Manutenção
NQ Nível de Qualidade
Verificação do Nível
ND
de Desempenho
RD Registo da Degradação
MM Mapa de manutenção
Por sua vez, a caracterização de cada um dos parâmetros é feita com maior exactidão, dentro
das possibilidades, conforme descrito na Figura 3.6. Nesta perspectiva, poder-se-á fazer uma
análise aproximada a cada caso, tal como se apresenta no Quadro 3.7 (em termos
exemplificativos e de teste, no caso das paredes). Na situação concreta de um tipo de
revestimento, é realizada uma análise mais exaustiva no âmbito do Capítulo 4.
108
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
Ri Registo inicial
Dc Definição de critérios
ND Verificação do Nível
de Desempenho
Ri Registo inicial
Dc Definição de critérios
RD Registo da Degradação
Ri Registo inicial
Dc Definição de critérios
Em Evolução de mecanismos
B.B.1 Paredes
4. Procedimentos de inspecção e manutenção correntes
E. Planeamento da manutenção
E.A. Manutenção preventiva
E.A.1 Caracterização de parâmetros
AV- Ri: caso exista.
AV-Es/Al–Id: considerando:
- Os valores de vida útil para a estrutura e tendo em conta que esses
VU valores determinam a longevidade dos restantes elementos;
- Que o elemento parede pode ser também um elemento rígido de suporte;
É normal aceitar-se como comprovado pela prática, os valores de 50 anos
para soluções pesadas tradicionais e de 30 anos para soluções prefabricadas
leves.
Ri: ter em consideração as especificações técnicas estabelecidas em projecto,
caso existam.
Dc: de acordo com o tipo de soluções construtivas adoptadas, o nível de
NQ qualidade varia na mesma medida em que for possível satisfazer mais ou
menos as respectivas exigências funcionais, dependendo portanto, da
consideração e cumprimento de diversos aspectos regulamentares, nas fases
concepção, projecto e execução - comportamento térmico e higrotérmico,
acústico, resistência ao fogo, estabilidade, modos de execução.
109
Capítulo 3
B.B.1 Paredes
E.A.1 Caracterização de parâmetros
Ri: ter em consideração as especificações técnicas estabelecidas em projecto.
Dc: sobretudo deve conferir:
o Estabilidade
- Estabilidade do conjunto;
- Resistência estrutural.
o Segurança ao fogo
- Reacção ao fogo;
- Resistência ao fogo.
o Segurança na utilização
- Segurança do contacto;
- Segurança às intrusões humanas ou de animais.
o Estanqueidade
- Estanqueidade à agua.
o Conforto higrotérmico
- Isolamento térmico;
- Secura das superfícies interiores;
- Secura interna.
o Ambiente atmosférico
- Emissão de odores pelos materiais
ND
o Conforto acústico
- Isolamento aos ruídos aéreos;
- Níveis de ruídos emitidos.
o Conforto visual
- Aspecto das paredes.
o Conforto táctil
- Conforto mecânico de tocar
o Higiene
- Emissão ou desenvolvimento de substâncias nocivas ou
insalubres.
o Adaptação à utilização
- Adaptação dos revestimentos à sua utilização.
o Durabilidade
- Resistência aos agentes climáticos;
- Resistência aos movimentos de fachada;
- Resistência à erosão pelas partículas em suspensão no ar;
- Resistência aos agentes químicos do ar;
- Resistência à corrosão electroquímica;
- Resistência aos agentes biológicos.
Ri: ter em consideração as especificações técnicas estabelecidas em projecto,
caso existam.
Dc: o registo dos principais tipos de degradação deste elemento deve ter em
conta a análise dos respectivos agentes causadores:
1. Fissuração – acções mecânicas diversas como assentamentos de
fundações e concentração de cargas; deformações como a que se
RD registam ao nível dos elementos de suporte; acções químicas que
provoquem expansão das argamassas; acções térmicas e
higrotérmicas que provoquem variações de temperatura e do teor de
água nos materiais ou elementos construtivos, etc.;
2. Humidades - acções térmicas e higrotérmicas, acções químicas,
fenómenos de higroscopicidade, agentes biológicos,
electromagnéticos, etc.
110
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
B.B.1 Paredes
E.A.1 Caracterização de parâmetros
Em: Deve ser realizado o registo de evolução da degradação, com base:
1 - No desenvolvimento temporal e físico das anomalias relevantes
verificadas ao nível do elemento ou nos outros elementos do
RD edifício por efeito de reacção;
2 - Na identificação dos agentes de deterioração e na avaliação das
respectivas causas.
3 - Em resultados de inspecções, modelações teóricas, ensaios, etc.
E.A.2 Planeamento das intervenções (exemplo simples)
MM Intervalo de tempo: 1 ano
Efectuar inspecções visuais dando particular atenção a:
• Estabilidade, regularidade, verticalidade e aspecto geral de
empenas e paredes interiores;
• Pontos singulares – ligação de vãos, ombreiras, soleiras,
peitoris, ângulos, cunhais, nós estruturais e topo das lajes (nó
parede-laje);
• Mudanças localizadas de cor dos revestimentos, das superfícies
expostas e em zonas localizadas devidas a sujidades, manchas,
bolores ou fungos, vegetação parasitária e alterações do nível
do solo (incluindo locais pouco ventilados, paredes de pisos
térreos e caves);
• Juntas entre elementos ou em ligações com a estrutura,
platibandas e guardas de terraços;
• Regularidade das superfícies, com especial atenção para a
existência de empolamentos, descasques ou destacamentos dos
revestimentos ou de zonas expostas;
• Indícios generalizados ou pontuais de perdas de estanqueidade
e/ou fissuração e degradação precoce;
Verificar as condições de solicitações (cargas, alterações, etc) e a
existência de fontes de calor assinaláveis;
Proceder a uma limpeza ligeira das superfícies aparentes nos pontos em
que estas apresentem um aspecto preocupante (com produtos
adequados).
Nota: Utilizar os procedimentos necessários indicados no Quadro 3.4.
Intervalo de tempo: 3 anos
Proceder a reparações gerais que se verifiquem ser necessárias. No caso
da existência de revestimentos, proceder de acordo com o previsto no
mapa de manutenção para o tipo de revestimentos em causa;
Realização de ensaios (destrutivos ou não destrutivos) para avaliação
das propriedades físicas e mecânicas do elemento, quando considerado
necessário.
Nota: Utilizar os procedimentos necessários indicados no Quadro 3.4.
Em qualquer tempo
• Em qualquer altura do ano e sempre que se ache adequado (dependendo
também da utilização dos espaços), deve programar-se acções de
medição das condições atmosféricas, sobretudo humidade relativa,
temperaturas interiores e exteriores, temperaturas superficiais e medição
de teor em água das paredes a fim de analisar ou prever a ocorrências de
condensações superficiais;
• Identificar e registar zonas de humedecimento e evolução da ocorrência
de anomalias;
111
Capítulo 3
B.B.1 Paredes
E.A.2 Planeamento das intervenções
MM Em qualquer tempo
• Sempre que necessário proceder à secagem das paredes humedecidas,
através de uma intensificação da respectiva ventilação ou do aumento da
temperatura ou da desumidificação dos ambientes com que confinam,
remoção de eflorescências ou de bolores e colagem ou fixação de
revestimentos de paredes que se encontrem descolados.
• Em alturas do ano de maior pluviosidade, analisar a presença de água no
solo junto de paredes de pisos térreos, enterrados ou de caves e verificar
simultaneamente o funcionamento dos sistemas de drenagem junto das
mesmas;
• Proceder a qualquer tipo de acção de manutenção de melhoramento ou
reactiva em função de outras decisões;
• Em qualquer caso deve ser feito sempre o registo do procedimento
tomado;
• Quando necessário, poder-se-á utilizar os procedimentos indicados no
Quadro 3.4 ou proceder-se ainda à monitorização - Quadro 3.6.
No patamar seguinte, aborda-se o planeamento de inspecções, uma vez que este tipo de
manutenção é sobretudo baseado neste tipo de procedimento. Assim, tenta-se elaborar um
mapa, contendo inspecções correntes, inspecções detalhadas e eventuais avaliações
especializadas. Em todos os casos, deve ser sempre preenchido um relatório de inspecção.
No Quadro 3.8 apresentam-se exaustivamente alguns destes aspectos para o caso de uma
parede. Este exemplo é uma primeira abordagem, no entanto o ensaio da sua aplicabilidade, é
também analisado com semelhante rigor no Capítulo 4, no âmbito do estudo da aplicação de
revestimentos com ETICS.
112
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
E.B.1. Anomalias
FE Fichas de efeitos
E No Elemento
Ed No Edifício
FC Fichas de causas
E No Elemento
Ed No Edifício
ID Inspecções detalhadas
Relatório tipo
AE Avaliação especializada
Relatório
E.B.3. Planeamento das intervenções
MM Mapa de manutenção
B.B.1 Paredes
4. Procedimentos de inspecção e manutenção correntes
E. Planeamento da manutenção
E.B. Manutenção predictiva
E.B.1 Anomalias
FE Ficha de efeitos
E: • Fissuração;
• Humidades;
• Deformações, deslocamentos e rotações;
• Instabilidade.
Ed: • Patologias diversas noutros elementos;
• Infiltrações.
FC Ficha de causas
Fissuração:
• Assentamentos diferenciais das fundações:
- Surgem nas linhas de contacto entre as paredes e os pilares;
- Fissuras inclinadas em paredes de alvenaria.
• Concentrações de cargas:
- Viga que se apoia transversalmente na parede ou a atravessa e
lhe transmite carga - poderá haver esmagamento localizado e
surgem fissuras segundo as linhas de repartição das cargas, que
farão com a vertical um ângulo entre 30º a 45º;
113
Capítulo 3
FC Ficha de causas
- Aplicação de cargas excêntricas (devidas por exemplo à
fixação de lava-louças, armários ou aparelhos sanitários);
- Apoios de lintel sobrejacente a um vão por insuficiência de
rigidez ou da área de apoio - aparecem fissuras na parede,
partindo do topo o lintel e seguindo as juntas entre blocos;
- Reduções localizadas da secção da parede (devidas à abertura
de roços para introdução de canalizações de água e esgoto,
condutas de ventilação ou tubos de electricidade) - formação de
fissuras que tendem a desenvolver-se ao longo do traçado das
zonas enfraquecidas.
• Variações do teor em água dos materiais ou elementos de
construção – consequências:
- Fissuras de retracção
(diminui o volume quando diminui o teor em água):
¾ Retracção inicial ou retracção de secagem –
irreversível;
¾ Retracções devidas a secagens subsequentes a re-
humedecimentos decorrentes da utilização;
¾ Produzem-se fissuras se as tensões originadas pela
retracção restringida ultrapassarem a tensão de rotura
à tracção da alvenaria;
¾ As fissuras de retracção são geralmente verticais ou
pouco inclinadas em relação à vertical, têm traçado
descontinuo e são de largura reduzida (raramente
ultrapassando os 0,2 ou 0,3 mm) e surgem onde
existem variações bruscas da secção transversal das
paredes, nas secções enfraquecidas ou particularmente
solicitadas das paredes – a partir de pequenas
aberturas praticadas nas paredes, a partir dos ângulos
dos vãos, ao longo do traçado de condutas, na junção
de paredes de alvenaria com pilares ou com paredes
estruturais de betão armado, na intersecção de duas
paredes, etc.
- Fissuras de expansão, que ocorrem mais frequentemente:
¾ Onde existam variações bruscas da secção transversal
das paredes ou nas secções enfraquecidas das paredes;
¾ Na ligação da alvenaria aos elementos estruturais
verticais;
¾ Na intersecção de paredes;
¾ Nas zonas de contacto de peças de madeira com a
alvenaria, como é o caso dos enquadramentos de vãos,
por a expansão da medira ser em geral superior à da
alvenaria;
¾ Nas paredes de cozinhas, de casas de banho e de
outros espaços onde sejam frequentes a projecção de
água ou a produção de grande quantidade de vapor de
água, se nesses espaços não houver uma ventilação
eficiente ou se as suas paredes não estiverem
protegidas por um revestimento estanque à agua e ao
vapor de água.
• Variações de temperatura dos materiais ou elementos de construção,
originando:
- Fissuração de paredes devido à variação da temperatura das
próprias paredes, sobretudo de paredes comprimidas sem juntas
de dilatação.
114
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
FC Ficha de causas
Uma das causas pode ser a exposição a uma fonte de calor;
- Fissuração de paredes por acção da temperatura sobre a
estrutura reticulada de betão armado. As causas podem ser:
¾ Variações dimensionais diferenciais entre elementos
estruturais expostos da envolvente e elementos
estruturais protegidos interiores - provocadas por
gradientes térmicos anuais e os choques térmicos a
que ficam sujeitos os elementos da envolvente, são
muito superiores aos dos elementos interiores;
¾ Variações dimensionais diferenciais entre alvenaria e
elementos de betão armado - provocadas por
diferentes coeficientes de dilatação térmica.
- Fissuração de paredes por acção da temperatura sobre a laje de
cobertura (sobretudo em terraço) e consequentes variações
dimensionais. As causas podem ser:
¾ Deficiências de projecto:
- Ausência de juntas de dilatação ou espaçamento
excessivo entre elas;
- Insuficiência de isolamento térmico da laje;
- Ligação rígida da laje às paredes subjacentes.
Tipologia de fissura:
¾ Suporte da laje / paredes estruturais:
- Fissura de desenvolvimento
aproximadamente horizontal, de traçado
descontinuo, ao longo do topo da parede e a
pouca distância do topo da parede;
¾ Suporte da laje / estrutura reticulada de betão armado
Paredes orientadas paralelamente ao
movimento da laje:
- Fissura aproximadamente horizontal de
traçado descontinuo, ao longo do topo da
parede (imediatamente sobre a laje ou viga) e
ainda outra fissura diagonal, progredindo do
vértice superior para o inferior.
Paredes orientadas perpendicularmente ao
movimento da laje:
- Fissura sensivelmente horizontal.
• Deformação excessiva dos elementos de suporte:
As causas podem ser:
- Crescente utilização de estruturas de pavimentos, sem vigas ou
com vigas de altura igual à das lajes. Estas estruturas, por não
introduzirem condicionamentos estéticos, dão ao projectista
grande liberdade de posicionamento das paredes divisórias,
sem necessidade de as fazer corresponder com a localização
das vigas, passando então as paredes a sofrer directamente o
efeito das deformações das lajes (pouco rígidas);
- O ritmo demasiado rápido de construção dos edifícios, sem que
seja respeitada a regra de boa arte que aconselha a que a
execução das paredes seja iniciada pelos pisos superiores. Se a
construção das paredes avançar de baixo para cima, haverá
transmissão significativa de cargas dos pisos superiores para os
inferiores através das paredes;
- Ausência de medidas construtivas que suprimam ou minimizem
os efeitos sobre as paredes das deformações dos pavimentos.
115
Capítulo 3
FC Ficha de causas
Tipologia de fissura:
¾ Quando o suporte se deforma, começa por surgir uma
fissura com desenvolvimento predominantemente
horizontal, ao longo da primeira ou segunda junta de
assentamento ou até na junção da parede ao pavimento
inferior;
¾ Em divisórias com comprimento superior à altura,
formar-se-á então o arco de descarga que, perante um
acréscimo da deformação do pavimento inferior, dará
origem ao aparecimento de fissuras inclinadas (em
geral a 45º) limitando superiormente esse arco (porque
a parte da parede situada abaixo do arco se desprende
da parte superior);
¾ Quando para uma parede, a relação
comprimento/altura for muito grande, a fissura
horizontal pode aparecer a um nível mais elevado;
¾ A largura aumenta ao longo do tempo, embora as suas
primeiras manifestações aconteçam pouco tempo
depois da entrada em funcionamento dos edifícios,
podendo atingir uma largura significativa.
• Expansão das argamassas por acção dos sulfatos:
As causas podem ser originadas pela presença simultânea de três
elementos:
¾ Aluminato tricálcico - contido no cimento Portland;
¾ Sulfatos solúveis - provenientes normalmente dos
tijolos ou da poluição atmosférica;
¾ Água - resultante do humedecimento das paredes.
Humidades:
• Humidade de construção:
As causas podem ser:
- Evaporação da água existente provocando expansões ou
descasque de alguns materiais;
- Diminuição da temperatura superficial dos materiais ou facto
da condutibilidade térmica dos materiais variar em função do
respectivo teor de água provocando condensações em ambas as
situações;
- O facto dos materiais terem um teor de água superior ao normal
provocando manchas de humidade.
• Humidade do terreno:
As causas podem ser:
- Existência de paredes em contacto com a água do solo;
- Existência de materiais com elevada capilaridade nas paredes;
- Inexistência ou deficiente posicionamento de barreiras
estanques nas paredes;
- Alterações do nível do solo,
provocando problemas específicos como manchas de
humidade, criptoflorescências ou eflorescências, erosões
superficiais, manchas de bolor, vegetação parasitária (
sobretudo em locais pouco ventilados).
• Humidade de precipitação
(em paredes sujeitas à acção conjunta da água da chuva e do vento).
As causas podem ser:
- Existência de deficiências de concepção;
- Existência de fissuração,
116
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
FC Ficha de causas
ambos provocando penetração da agua da chuva nas paredes e
manchas de humidade em paramentos interiores de paredes
exteriores.
- Humedecimento das paredes que induz um acréscimo do teor
de água e consequente aumento da respectiva condutibilidade;
- Fenómenos de secagem dos materiais húmidos,
ambos provocando condensações.
• Humidade de condensação:
As causas podem ser:
- Condensações superficiais:
Com a conjugação de diversos factores:
¾ Condensação do vapor de água, sempre que se atinja o
limite de saturação correspondente a uma dada
temperatura;
¾ Condições de ocupação, das quais depende a produção
de água nas edificações;
¾ Temperatura ambiente interior;
¾ Ventilação dos locais;
¾ Isolamento térmico das paredes,
ambos provocando manchas superficiais ou localizadas e bolores.
- Condensações internas:
Ocorrem, sempre que num dado ponto, a pressão parcial do vapor
de água que atravessa a parede por difusão iguala a pressão de
saturação correspondente à temperatura nesse ponto. Os factores
que originam as condensações são:
¾ Características do isolamento térmico dos vários
materiais que constituem as paredes que, por
condicionarem as respectivas temperaturas no interior,
vão determinar os valores da pressão de saturação em
cada ponto;
¾ As características de permeabilidade ao vapor de água
daqueles materiais que vão determinar as variações da
pressão parcial ao longo da parede.
ambos provocando apodrecimento de materiais orgânicos e
destaque de materiais.
• Humidade devida a fenómenos de higroscopicidade
• Humidade devida a causas fortuitas
Má concepção em projecto
• Má apreciação do desempenho da parede, globalmente e na ligação
a outras partes do edifício no que respeita à penetração de água,
durabilidade e comportamento estrutural. Neste último aspecto são
exemplos aqueles relativos a:
¾ Assentamento diferencial de fundações:
- Não previsão de fundações e estrutura com a
resistência necessária para suportar eventuais
movimentos que é possível prever;
- Não previsão de medidas de atenuação na
transmissão dos movimentos admissíveis da
estrutura e da fundação a outros elementos
construtivos de maior vulnerabilidade.
• Deformação excessiva de elementos estruturais horizontais:
¾ Não previsão no cálculo da limitação de flechas;
¾ Não adopção de medidas tecnológicas tendentes a
diminuir a repercussão dos movimentos de suporte nas
paredes.
117
Capítulo 3
FC Ficha de causas
(as paredes de alvenaria não têm em geral uma rigidez
compatível com as flechas admitidas para as lajes e que
ocorrem de modo significativo no inicio da sua vida, mas
que se vão prolongando ao longo dos anos, embora com
um ritmo menor)
• Concentração de esforços:
¾ Não dimensionamento de apoios que garantissem a
eficaz distribuição de esforços, etc.
• Insuficiente avaliação e determinação das propriedades a exigir ao
tijolo e às argamassas;
• Especificações de materiais, testes e técnicas de execução omissas
ou vagas;
• Pormenorização incompleta;
• Desleixo na determinação das exigências estruturais das paredes
exteriores e nas deformações estruturais.
Deficiências de execução
• Deficiente compreensão do projecto, no que respeita aos
pormenores construtivos e às características a exigir aos materiais;
• Desconhecimento do funcionamento de impermeabilizações, rufos e
barreiras pára-vapor e insuficiente compreensão técnica das
respectivas exigências em termos de execução;
• Execução incorrecta (ou omissão) de barreiras de
impermeabilização, juntas de expansão-contracção, rufos, grampos
ou outros elementos de ligação previstos em projecto;
• Deficiente preenchimento de juntas verticais e horizontais;
• Acabamento desapropriado em juntas de assentamento e realização
de juntas de assentamento com espessuras excessivas;
• Acumulação de restos de argamassa no fundo da caixa-de-ar, caídos
durante a execução;
• Formação de ressaltos de argamassa na caixa-de-ar, permitindo o
contacto entre panos e a transferência de humidade entre eles;
• Não previsão de furos de ventilação e drenagem nas paredes;
• Utilização de argamassas com composição química inadequada,
incluindo por exemplo, substâncias expansivas;
• Negligencia na avaliação das condições atmosféricas durante a
execução da obra (temperatura e humidade), etc.
Deficiências na correcção de pontes térmicas pelo exterior
(insuficiente apoio do pano de parede sobre a laje e inexistência de
grampeamentos entre panos)
As manifestações podem concretizar-se através de:
• Abertura de fissuras horizontais ao nível da laje ou a poucos
centímetros acima desta (10 a 30 cm), por excesso ou
excentricidade de carga;
• Fissuração a meia-altura do pano de alvenaria, resultante do
fenómeno de bambeamento e encurvadura, agravado pelas
condições de apoio;
Esmagamento, destacamento ou descolamento da forra térmica do
topo da laje;
• Fissuração a meia-altura, por deformação transversal, sob efeito de
expansão vertical do tijolo e/ou retracção da estrutura, agravada
pelo apoio parcial da parede;
• Fissuração devida a tensões locais elevadas (de tracção) e de
esmagamento;
118
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
FC Ficha de causas
• Rotura por corte na zona de transição das condições de apoio na
base da parede;
• Fissuração vertical e nos cunhais devido à falta de confinamento
das paredes, o que as torna mais susceptíveis aos fenómenos de
expansão-contracção;
• Perda de estanquidade, em consequência da fissuração;
• Rotação e deformação excessiva da parede devido à variação das
condições de apoio;
• Instabilidade global (envolvendo a queda de painéis de parede)
devido à excessiva rotação da base de suporte do pano de parede.
E.B.2 Planeamento das inspecções
MI Mapa de inspecções
IC Inspecções correntes
Intervalo de tempo: 2 meses
Realizar inspecções visuais aos elementos de parede interior e exterior,
dando particular atenção a:
• Estabilidade, regularidade, verticalidade e aspecto geral;
• Pontos singulares – ligação de vãos, ombreiras, soleiras,
peitoris, ângulos, cunhais, nós estruturais e topo das lajes (nó
parede-laje);
• Mudanças localizadas de cor dos revestimentos, das
superfícies expostas e em zonas localizadas devidas a
sujidades, manchas, bolores ou fungos, vegetação parasitária
e alterações do nível do solo (incluindo locais pouco
ventilados, paredes de pisos térreos e caves);
• Juntas entre elementos ou em ligações com a estrutura,
platibandas e guardas de terraços;
• Regularidade das superfícies, com especial atenção para a
existência de empolamentos, descasques ou destacamentos
dos revestimentos ou de zonas expostas;
• Indícios generalizados ou pontuais de perdas de
estanqueidade e/ou fissuração e degradação precoce;
Quando considerado necessário, poder-se-á proceder ainda à
monitorização.
Preenchimento de relatório de inspecção tipo
ID Inspecções detalhadas
Intervalo de tempo: 2 anos
Analisar e registar por determinados períodos temporais e em locais pré-
definidos, o seguinte:
Condições atmosféricas:
• Temperatura – utilizando termómetros de mercúrio,
termopares ou termistores;
• Humidade relativa – utilizando psicómetros de roca ou de
ventilação mecânica ou eléctrica ou higrómetros;
Temperatura superficial das paredes – utilizando termopares e
termistores ou aparelhos de termografia que registam as radiações
ultravioletas emitidas pelas superfícies em função da sua temperatura;
Teor de água nas paredes -
• Processos não destrutivos:
- Aparelhos baseados na medição da variação da
resistência eléctrica;
- Aparelhos baseados na medição da variação da constante
dieléctrica;
119
Capítulo 3
ID Inspecções detalhadas
Intervalo de tempo: 2 anos
- Aparelhos baseados na medição da variação da
impedância de um semi-condutor;
- Aparelhos baseados na medição de neutrões ou micor-
ondas.
• Processos destrutivos:
- Método do teor de água ponderal;
- Aparelhos baseados na medição da pressão de acetileno;
- Método do núcleo independente.
Presença de sais:
- Equipamentos indicadores da presença de sais.
Risco de condensações:
• Equipamentos indicadores da ocorrência de condensações.
Preenchimento de relatório de inspecção tipo
AE Avaliação especializada
Intervalo de tempo: logo após à detecção de deficiência grave
• Elaborada ou solicitada a equipas especialistas;
• Execução de ensaios globais, estáticos ou dinâmicos em elementos ou
em zonas chave.
Relatório da entidade que elaborou a avaliação
E.B.3 Planeamento das intervenções
MM Mapa de manutenção
Intervalo de tempo: 6 meses
Proceder a uma limpeza ligeira das superfícies aparentes nos pontos
em que estas apresentem um aspecto preocupante.
Intervalo de tempo: 5 anos
Proceder a reparações gerais que se verifiquem ser necessárias. No
caso da existência de revestimentos, proceder de acordo com o
previsto no mapa de manutenção para o tipo de revestimentos em
causa;
Realização de ensaios (destrutivos ou não destrutivos) para avaliação
das propriedades físicas e mecânicas do elemento, quando considerado
necessário.
• Proceder a acções de manutenção de melhoramento ou reactiva em
função de outras decisões.
• Em qualquer caso deve ser feito sempre o registo do procedimento
tomado.
No Quadro 3.9 sintetizam-se os procedimentos gerais básicos a ter em conta neste caso.
120
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
3.2.4.1 – Enquadramento
A análise dos procedimentos de manutenção reactiva é feita isoladamente uma vez que se
trata de uma situação particular. É uma estratégia de manutenção que cai fora do
procedimento habitualmente pró-activo.
121
Capítulo 3
De qualquer forma, há a salientar que a sua análise será realizada de forma exemplificativa,
pelo seu relevante grau de importância, uma vez que poderá ter, eventualmente, um carácter
planeado.
Assim, a estrutura de procedimentos a propor para a manutenção reactiva (E.D.), será aquela
apresentada na Figura 3.9.
E. Planeamento da Manutenção
R Reconhecimento
TR Trabalhos de reposição
E.D.3. Urgentes
122
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
de pequena dimensão há que proceder, numa primeira fase ao reconhecimento das anomalias,
fazendo o seu levantamento exaustivo. Em função desse resultado, realizam-se operações de
reposição, no mínimo, das condições existentes. Para tal devem ser sempre recolhidos e
mantidos em arquivo, algumas soluções exequíveis e aplicáveis aos elementos.
Para as grandes intervenções, há que constituir uma base de informação actualizada sobre
exemplos de intervenção, tomando-se o mesmo procedimento em situações urgentes. Em
qualquer caso haverá sempre a necessidade de preencher as fichas de actualização e registo,
conforme à frente se analisa. No Quadro 3.10 sintetizam-se os aspectos focados.
123
Capítulo 3
Um PIMEC deve ter um carácter dinâmico o que implica a sua constante revisão e
actualização, desde logo a partir da existência de novas informações ou quando for essencial
adaptá-lo, sempre com o objectivo de se estabelecer uma adequada gestão de recursos e uma
decisão de intervenção de acordo com as disponibilidades do orçamento.
Preferencialmente, a avaliação dos registos existentes deve ser feita todos os anos para
atenuar as incertezas associadas a determinados parâmetros. Desta forma consegue-se
rectificar progressivamente o PIMEC implementado com base no conhecimento e experiência
adquiridos e transmitidos pelos registos efectuados.
Sobretudo no caso da realização de inspecções, existe muitas vezes uma confrontação sobre a
decisão técnica a tomar. Neste sentido, referem-se alguns aspectos a salientar de auxílio à
decisão. Assim podem-se tomar as seguintes resoluções:
124
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
→ Fim da inspecção
5. Encontram-se anomalias que impõem uma intervenção inadiável; neste caso será
forçoso agir com a maior rapidez.
→ Acção de emergência.
Pelo que se requer a curto prazo o estudo desta temática em conjugação com a análise do tipo
de proposta de funcionamento do modelo de inspecção e manutenção apresentado, de forma
aproximada ou melhorada. Este modelo pode ser considerado como uma base de arranque a
qualquer algoritmo informático a desenvolver.
125
Capítulo 3
ENQUADRAMENTO NO MANUAL
N Í V E L: N.º DE REGISTO
REGISTO
Descriminação de Anexos
REGISTO
Descriminação de Anexos
Registou: Cargo:
Organização: Data:
Os aspectos relacionados com a temática da manutenção de edifícios são cada vez mais
importantes tanto no sector da construção de empreendimentos (fases de projecto e
construção) como ao nível da gestão técnica e financeira dos edifícios em serviço.
126
MODELO PARA PLANO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO EM EDIFÍCIOS CORRENTES
Com base na estrutura apresentada, ensaia-se com maior pormenor este modelo organizativo
no capítulo seguinte, sem constrangimentos, a um elemento que constitui uma solução
construtiva relativamente nova e simulando, posteriormente, estratégias de manutenção com
base no seu estado de referência, as quais poderão constituir um suporte para futuros trabalhos
mais aprofundados.
127
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 4
ÍNDICE
4.1 - INTRODUÇÃO
4.2 - CARACTERIZAÇÃO DO REVESTIMENTO
4.2.1 - Enquadramento
4.2.2 - Constituição do sistema
4.3 - CARACTERIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO EM SERVIÇO
4.3.1 - Organização do manual
4.3.2 - Caracterização do estado de referência
4.3.2.1 - Selecção de casos
4.3.2.2 - Metodologia adoptada
4.3.2.3 - Classificação de anomalias
4.3.2.4 - Defeitos observados
4.3.2.5 - Análise de resultados
4.4 - PLANEAMENTO DA MANUTENÇÃO
4.4.1 - Introdução
4.4.2 - Manutenção preventiva
4.4.2.1 - Previsão da vida útil dos ETICS
4.4.2.2 - Nível mínimo de qualidade
4.4.2.3 - Verificação do nível de desempenho
4.4.2.4 - Registo e representação da degradação
4.4.2.5 - Elaboração do mapa de manutenção preventiva
4.4.2.5.1 - Considerações gerais
4.4.2.5.2 - Pressupostos iniciais
4.4.2.5.3 - Análise individual de estratégias
4.4.2.5.4 - Acções de manutenção
4.4.2.5.5 - Estimativa de custos das estratégias
4.4.2.5.6 - O método do LCC
4.4.2.5.7 - Resultado do método do LCC
4.4.2.5.8 - Análise de resultados
4.4.2.5.9 - Mapa de manutenção preventiva
4.4.3 - Manutenção predictiva
4.4.3.1 - Anomalias comuns
4.4.3.2 - Tipos de inspecções
4.4.3.3 - Elaboração do mapa de manutenção predictiva
4.4.3.3.1 - Nota introdutória
4.4.3.3.2 - Análise individual de estratégias
4.4.3.3.3 - Vida útil obtida em cada estratégia
4.4.3.3.4 - Resultado do método do LCC
4.4.3.3.5 - Análise de resultados
4.4.3.3.6 - Mapa de manutenção predictiva
4.4.4 - Manutenção de melhoramento
4.4.4.1 - Considerações gerais
4.4.4.2 - Estratégias definidas
4.4.4.3 - Análise de resultados
4.5 - NOTA FINAL DO CAPÍTULO
4.5.1 - Introdução
4.5.2 - Aplicabilidade do modelo
4.5.3 - Análise ao planeamento da manutenção em ETICS
130
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
CAPÍTULO 4
4.1 - INTRODUÇÃO
131
Capítulo 4
4.2.1 - Enquadramento
Assim, um sistema constituído por placas de isolamento térmico revestidas com argamassas
orgânicas ou sintéticas de pequena espessura armadas com fibra de vidro, assumem, nos
meios da especialidade, a designação de “revestimentos delgados armados sobre isolante”,
podendo formar um revestimento que simultaneamente assume a função de
impermeabilização, isolamento e acabamento de paredes exteriores.
132
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Os sistemas mais usados apresentam pequenas variantes em torno de uma solução em que o
isolamento é constituído por placas de poliestireno expandido (EPS) previamente fixado ao
suporte e a malha é de fibra de vidro, protegida contra os álcalis, com abertura de
4 mm x 4 mm.
Na construção nova, este tipo de revestimento pode ser usado sobre paredes simples de
alvenaria rebocada ou de betão, como alternativa à utilização de parede dupla com caixa-de-ar
ou às soluções de paramento leve interior, ou ainda nos seguintes casos [83]:
133
Capítulo 4
É também muito comum a sua utilização como técnica de reabilitação nas situações em que se
torna necessário e muito recomendável o aumento da resistência térmica ou da estanquidade à
água.
Do ponto de vista teórico, os resultados são muito bons, com melhorias ao nível estético,
durabilidade, impermeabilização e comportamento térmico - incrementando a resistência
térmica com o consequente aumento do conforto e da poupança de energia. Além disso, existe
ainda uma probabilidade baixa de fissuração e uma moderada capacidade para suportar
descontinuidades e movimentos do suporte. Os riscos de condensação prolongada no seio do
isolante de poliestireno expandido são muito reduzidos, por ser baixa a permeabilidade ao
vapor deste material e porque o revestimento possui elevada permeância ao vapor.
134
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
135
Capítulo 4
C.B.1 Revestimentos
2. Sub-estrutura de elementos
C. Elementos de composição dos elementos primários
C.A. Descrição/Materiais
Revestimento delgado armado sobre isolante
Camada de colagem
Argamassas-colas constituídas por uma mistura de resinas sintéticas em dispersão
aquosa com cargas minerais (sílica e calcite) e com cimento. A sua preparação
pode ser efectuada por um dos seguintes processos:
Amassadura com água de um produto em pó pré-doseado em
fábrica, constituído por resina em pó, cimento, cargas e adjuvantes;
Amassadura com uma dispersão aquosa de resina sintética de um
produto em pó pré-doseado em fábrica, constituído por cimento,
cargas e adjuvantes;
Amassadura com cimento de um produto em pasta pré-doseado em
fábrica, constituído por uma dispersão aquosa de uma resina
sintética, cargas e adjuvantes.
136
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
C.B.1 Revestimentos
Revestimento delgado armado sobre isolante
inicial, interessando que em obra sejam adequadamente protegidas da
água pelo revestimento, implicando uma boa cobertura e a ausência de
fissuração.
Acessórios
O sistema exige um número considerável de acessórios para a sua protecção, para a
execução das ligações com outros elementos das construções e para a resolução das
soluções de continuidade. Destacam-se:
Perfis de reforço: cantoneiras para protecção dos topos superiores,
inferiores ou laterais do sistema – Figura 4.2, Figura 4.3 e Figura 4.4.
São em geral de alumínio anodizado ou pré-lacado ou mais raramente
de aço inox;
Elementos de recobrimento: peças de capeamento, rufos, perfis de
peitoris, peças para beirais ou beirados, etc. – Figura 4.5. São de
alumínio, zinco ou aço inoxidável;
Elementos para juntas: mástiques plásticos (acrílicos ou butílicos),
perfis de delimitação de juntas, perfis de cobre-juntas e perfis de
fundo de junta – Figura 4.6 e Figura 4.7.
Com a previsão de juntas elásticas nas confinações do sistema com
saliências rígidas das paredes e com outros pontos singulares
(varandas, enquadramento de vãos, etc.), minimizam-se as
consequências das variações dimensionais diferenciais entre o sistema
de isolamento e o suporte.
137
Capítulo 4
Figura 4.2 – Soluções para perfis de protecção das extremidades inferiores do sistema
(adaptado de [83]).
138
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Figura 4.3 – Soluções para perfis de protecção das extremidades laterais do sistema
(adaptado de [83]).
Figura 4.4 – Soluções para perfis de protecção das arestas verticais do sistema
(adaptado de [83]).
Neste item, para a constituição do Manual, deverão também ser reunidas as peças escritas
existentes no projecto de cada edifício e que digam concretamente respeito ao elemento em
estudo.
139
Capítulo 4
140
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Figura 4.8 – Soluções possíveis para aplicação da cola no verso das placas do isolante
(adaptado de [83]).
Figura 4.9 – Sobreposição dos bordos de faixas contíguas de armadura (adaptado de [83]).
Na fase do trabalho de campo realizado relativo ao elemento em estudo, foi ainda possível ter
a noção de alguns aspectos que dificultaram o tipo de análise, essencialmente utilizado -
141
Capítulo 4
Figura 4.10 – Reforço de armadura no enfiamento dos ângulos dos vãos (adaptado de [83]).
142
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
143
Capítulo 4
A escolha dos edifícios a analisar foi determinada essencialmente pela utilização nas suas
fachadas do sistema de revestimento em estudo. Tratam-se de quatro edifícios propriedade da
Universidade de Coimbra, pertencente ao seu pólo das engenharias (Pólo II), situados no
Pinhal de Marrocos, em Coimbra.
144
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Quadro 4.4 – Descrição sumária dos aspectos mais relevantes dos edifícios
estudados em trabalho de campo
145
Capítulo 4
Quadro 4.4 – Descrição sumária dos aspectos mais relevantes dos edifícios
estudados em trabalho de campo (continuação)
146
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Considerando que a área de cada pano de fachada seria um factor importante a ter em conta
nas conclusões a tirar sobre o levantamento do estado geral da aplicação do revestimento
nestes edifícios, procedeu-se, em simultâneo, à medição dessas áreas. Igualmente importante
foi a consideração da orientação de cada fachada, pois perspectivou-se ainda vir a ser
analisado o nível de influência desse factor.
Assim, utilizando uma folha de registo com uma grelha preconcebida, assinalou-se, para cada
caso, a existência ou não de determinada patologia. No Anexo 3, apresentam-se elementos do
levantamento caracterizante do estado de referência do ETICS existente nas fachadas dos
edifícios atrás referidos.
147
Capítulo 4
de forma independente.
Para esse sistema de avaliação, utilizou-se uma grelha constituída por quatro níveis ou
patamares de degradação, desde o 1 (estado geral bom) ao 4 (degradação grave) – Figura
4.12.
Mais à frente, esta classificação servirá de apoio às conclusões a retirar sobre a caracterização
do estado de referência da aplicação do ETICS nos edifícios em estudo.
148
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Nível de desempenho
100%
Degradação ligeira 2
50%
Degradação extensa 3
25%
Degradação profunda 4
0%
Tempo
Caracterização
149
Capítulo 4
Para além do levantamento representado nas grelhas em anexo, faz-se a seguir uma ilustração
sumária de casos mais significativos de anomalias registadas nos edifícios objecto de estudo –
Quadro 4.6. Esse registo é acompanhado de observações gerais consideradas importantes para
as conclusões finais.
Note-se que as situações ilustradas no CASO I ao CASO V são sobretudo anomalias das
grandes superfícies, cujas principais repercussões são apenas visuais: vegetação parasitária;
sujidade devido às escorrências, falta de planeza do sistema, etc.
Relativamente a graffiti, são registadas situações pontuais ou em áreas extensas – CASO VI.
Nas restantes situações (CASO VII a CASO IX) têm particular destaque as anomalias
pontuais e localizadas, devidas, na maior parte dos casos, a acções de impacto. O grau de
deterioração pode ser agravado quando não existe reforço de armadura ou a solução é
inadequada ao espaço envolvente (como sucede no CASO IX, em que a parede fica manchada
pelos sais de óxido de ferro transportados na água de rega ou a máquina de cortar relva bate
no revestimento provocando uma deterioração com um grau de severidade notável).
Um último aspecto a realçar e que constitui excepção, é a fissuração entre placas que afecta
radicalmente o desempenho do sistema (estanquidade, durabilidade, etc.).
Além dos defeitos atrás mencionados, devem ainda referir-se a fissuração reticular com
espaçamento regular em alguns dos panos mais antigos – CASO X, e as deteriorações
provocadas pela fixação inadequada de equipamentos ou atravessamento com tubagens.
150
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Quadro 4.6 – Ilustração de alguns defeitos observados em obra (adaptado com base em [98])
CASO I
Fixação de líquenes
CASO II
Aspectos de
pormenor do
desenvolvimento de
líquenes
CASO III
Sujidade de fachadas
rugosas nas zonas de
escorrência de água
CASO IV
Falta de planeza do
sistema, observado
com luz rasante
CASO V
Fissuração entre
juntas de placas
151
Capítulo 4
CASO VI
Graffitis
CASO VII
Perfurações localizadas no
revestimento
CASO VIII
Fissuração do revestimento
sobre cantoneira de
arranque
CASO IX
Degradação da base, em
zona acessível e muito
exposta, não protegida
CASO X
Fissuração reticular com
espaçamento regular em
alguns panos mais antigos
152
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Da análise dos 108 planos de fachadas estudados nos quatro edifícios atrás caracterizados e da
correspondente área (cerca de 37.000 m2), verificaram-se os resultados expressos nas
Figuras 4.13 e 4.14.
20% 19%
16%
13%
11%
9%
5%
4% 3%
Deficiência de
Fissuração do
Empolamento
Alteração da cor
juntas das placas
Deterioração do
Perfuração do
Descolamento do
das cantoneiras
Desenvolvimento
Visualização das
das superfícies
revestimento
planeza do
das placas
recobrimento
de vegetação
sistema
de reforço
sistema
parasitária
sistema
Figura 4.13 – Distribuição dos defeitos em função do número total de planos analisados
22%
18%
14%
13%
11%
8%
6%
5%
2%
Deficiência de
Fissuração do
Empolamento
Alteração da cor
juntas das placas
Perfuração do
Deterioração do
Descolamento do
das cantoneiras
Desenvolvimento
Visualização das
das superfícies
revestimento
planeza do
das placas
recobrimento
de vegetação
sistema
de reforço
sistema
parasitária
sistema
Figura 4.14 – Distribuição dos defeitos em função da área total de planos analisados
153
Capítulo 4
De qualquer forma, há a registar que as situações mais observadas foram a Visualização das
juntas das placas (20% a 22% dos casos) e a Alteração da cor das superfícies (cerca de 19%
dos casos). O primeiro caso é um defeito existente sobretudo nas fachadas dos edifícios mais
antigos enquanto que o segundo caso tem uma ocorrência mais generalizada.
No entanto, do exame destas figuras é possível, mesmo assim, retirar algumas conclusões.
Na generalidade, é notável não se verificar, para qualquer um dos defeitos, uma evolução com
o tempo do seu nível de degradação. Este aspecto poderá estar relacionado com uma
variabilidade de factores que podem contribuir para uma evolução característica
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Visualização das Alteração da cor Fissuração do Perfuração do Deterioração do Deficiência de Desenvolvimento Empolamento Descolamento do
juntas das placas das superfícies revestimento sistema recobrimento das planeza do de vegetação das placas sistema
cantoneiras de sistema parasitária
reforço
DEC (4 anos) DEEC (8 anos) DEI (10 anos) IPN (10 anos)
Figura 4.15 – Distribuição individualizada dos defeitos por edifícios – gráfico de colunas
154
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Fissuração do revestimento
DEI (10 anos)
Perfuração do sistema
Deterioração do recobrimento
das cantoneiras de reforço
DEEC (8 anos)
Deficiência de planeza do
sistema
Desenvolvimento de vegetação
parasitária
DEC (4 anos)
Empolamento das placas
Descolamento do sistema
0% 20% 40% 60% 80% 100%
ou individualizada, dos defeitos, em cada caso. Ou seja, poder-se-á dizer que para um sistema
deste género, de iguais características, não há um padrão evolutivo da diminuição do
desempenho, mas sim um conjunto de outros factores influentes e intrínsecos a cada amostra
(edifício).
Por exemplo, repara-se que os defeitos com expressão mais significativa neste universo
(Visualização das juntas das placas e a Alteração da cor das superfícies) têm um peso
superior nos edifícios mais novos. Certamente deste facto, se pode concluir haver uma
correspondência directa com factores relacionados essencialmente com as condições de
realização do sistema, as características dos materiais utilizados e a acção conjunta dos
poluentes atmosféricos e água.
155
Capítulo 4
Relativamente ao DEC, pode verificar-se que embora sendo o edifício mais novo do conjunto
observado, regista importantes valores em alguns defeitos, superiores até àqueles relativos aos
revestimentos mais antigos: Visualização das juntas das placas (25%), Fissuração do
revestimento (19%) e Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço (18%).
Essencialmente, esta situação poderá ser fundamentada na fraca qualidade de execução do
sistema.
Na generalidade, verifica-se o facto das fachadas com exposição a Sul e a Este serem as mais
afectadas. A Sul, há a predominância do Empolamento das placas, do Desenvolvimento de
vegetação parasitária e da Visualização das juntas das placas; esta última apresenta também
grande manifestação a Este.
156
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
4,5%
4,0%
3,5%
3,0%
2,5%
2,0%
1,5%
1,0%
0,5%
0,0%
N S E W SW SE NW NE
Descolamento do sistema Perfuração do sistema
Deficiência de planeza do sistema Fissuração do revestimento
Visualização das juntas das placas Empolamento das placas
Alteração da cor das superfícies Desenvolvimento de vegetação parasitária
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço
Numa análise mais cuidada à Figura 4.18 e Figura 4.19, é possível constatar que cerca 4/5 das
22%
18%
14%
13%
11%
8%
6%
5%
2%
Desenvolvimento
Deterioração do
Fissuração do
Empolamento
Descolamento
Deficiência de
Alteração da cor
Perfuração do
das cantoneiras
Visualização das
revestimento
das superfícies
recobrimento
das placas
de vegetação
planeza do
do sistema
de reforço
parasitária
sistema
sistema
juntas das
placas
Figura 4.18 – Grau de gravidade das anomalias – distribuição por níveis de incidência
157
Capítulo 4
49%
31%
18%
2%
anomalias registadas correspondem a níveis médios de deterioração (Nível 2 e Nível 3), com
percentagens de incidência de 31% e 49%, respectivamente.
Saliente-se que embora o presente estudo não tenha sido elaborado com maior rigor
relativamente à diversidade e incidência dos defeitos isoladamente em cada nível, julga-se
haver alguma pertinência na consideração de eventuais variações dessa incidência para níveis
superiores e inferiores. Particularizando, a Fissuração do revestimento (sobretudo a registada
no IPN), pode situar-se a num nível mais baixo, apesar de se manifestar de uma forma
superficialmente generalizada, estabilizada e pouco gravosa. Outro tipo de fissuração mais
pontual e localizada, poderá afectar radicalmente o desempenho do sistema (estanquidade,
durabilidade, etc.) – devendo ser já posicionada num nível superior.
Isto significa que de uma forma geral, os valores apontados poderão ter alguma variabilidade,
mas não é para já, significativa na análise do desempenho global.
Em termos de conclusão, pode afirmar-se que nos dez primeiros anos, o envelhecimento geral
do sistema foi reduzido e que a evolução com a idade do sistema aplicado nos diversos
edifícios, não tem uma curva de diminuição do desempenho próxima de um padrão evidente,
embora seja algo semelhante entre eles.
158
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Verifica-se, no entanto, que algumas anomalias aparecem muito cedo e são comuns a todos os
edifícios: fissuração do acabamento sobre as cantoneiras inferiores de arranque, havendo uma
forte tendência para a criação de manchas nas zonas dos paramentos sujeitos à acção de
filmes de água da chuva.
Das situações observadas, as deteriorações mais importantes e mais preocupantes são aquelas
que não são comuns aos vários edifícios e cuja origem não está totalmente identificada,
sobretudo por ser impossível reconstituir, em pormenor, as operações de execução e a história
do primeiro ano de vida da construção: a fissuração reticulada do edifício do IPN, fissuração
vertical entre placas do edifício do DEC e a proliferação de vegetação (líquenes) nas fachadas
Sul e Oeste do edifício do DEI.
4.4.1 - Introdução
159
Capítulo 4
Para a EOTA – European Organization for Technical Aprovals, a vida útil a exigir aos
componentes da construção (à excepção dos elementos estruturais) é função da vida útil das
obras onde se incluam. Desta forma, os produtos são dissociados por categorias que
relacionam a vida útil economicamente razoável e prevista para as construções com o tipo de
manutenção: “facilmente reparável ou substituível”, “reparável ou substituível” e “para toda
a vida da construção” [88]. Neste seguimento, a norma ISO 15686-1 [48] genericamente
sugere valores mínimos para a vida útil projectada do edifício e seus componentes,
considerando as necessidades de manutenção e a oportunidade de serem especificados valores
mais reduzidos da durabilidade. Para o tipo de edifícios e componentes em análise, numa
primeira abordagem, admitem-se os valores especificados no Quadro 4.7.
Quadro 4.7 – Valores mínimos de vida útil a projectar para ETICS (com base
em [48,49])
160
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
uso e caso tenham sido bem concebidos e executados. Igualmente, considera-se esta como
sendo a durabilidade dos constituintes, cuja substituição não é do âmbito de uma manutenção
corrente.
Para se fazer uma previsão mais fundamentada deste parâmetro, será realizada uma simulação
simplificada do método factorial, tal como propõe o “Regulamento Japonês” [29], já
anteriormente referenciado – Capítulo 2, ponto 2.6.2.2.1.
Assim, para indicação da vida útil de referência do ETICS, admite-se um valor médio dos
valores supracitados (YS = 35 anos).
Nos Quadros 4.8 e 4.9, indicam-se respectivamente, os valores assumidos nos factores de
influência da vida útil do ETICS e os valores da vida útil nos casos de manutenção
inexistente, corrente ou boa.
“Regulamento
Factores Valor escolhido
Japonês” (*)
A – Desempenho dos elementos Normal 1,0
B – Nível de projecto 0,49 -1,3 Corrente 1,0
C – Nível de execução 0,8 – 1,2 Corrente / Bom 1,1
D – Condições locais e ambientais 0,9 – 1.1 Menos bom 0,9
E – Condições dos edifícios Corrente 1,0
Inexistente (I) 0,8
M – Nível de manutenção 0,8 – 1,2 Corrente (C) 1,0
Bom (B) 1,2
(*)
- Valores médios utilizados em exemplos práticos
Assim, admitiu-se que o nível de projecto é corrente tal como as condições dos edifícios. As
condições locais e ambientais não foram consideradas as melhores, ao inverso do nível de
execução que se considerou entre corrente e bom, face essencialmente ao necessário
cumprimento das exigências do caderno de encargos. Simula-se esta operação para três níveis
de manutenção: inexistente ou pontual – actuando só quando necessário ou com um grau de
actuação inadequado; corrente – inspecções, limpezas e reparações periódicas; bom –
periodicidade de intervenções reduzida.
161
Capítulo 4
Assume-se que estes valores de vida útil são válidos para um nível mínimo aceitável de
desempenho de 0%, em condições normais de serviço.
Tal como noutros estudos [12], supõe-se que o nível mínimo de qualidade deverá ser igual a
20 %, o qual corresponderá teoricamente a um estado de degradação a partir do qual o sistema
não cumpre as características de desempenho inicialmente perspectivadas. Ou seja,
concretizando, corresponde a um estado de degradação que numa análise mais pormenorizada
de levantamento da conservação como aquela efectuada, implicaria ter para incidência de
anomalias, um valor próximo de 20% e ao qual correspondessem quaisquer consequências
classificadas já como não aceitáveis do ponto de vista das exigências de desempenho.
Mais à frente, no Quadro 4.10, indicam-se os estados de degradação aos quais correspondem
uma caracterização de desempenho, para o nível mínimo de qualidade sugerido.
162
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Além destas exigências fundamentais, há outras que se devem considerar e que foram
equacionadas na fase de concepção e projecto, nomeadamente: compatibilidade com o
suporte; conforto visual e táctil; durabilidade; adaptação à utilização normal.
163
Capítulo 4
O primeiro diz respeito à identificação isolada dos possíveis agentes de degradação (que
genericamente são mecânicos, electromecânicos, térmicos, químicos e biológicos [48]) e dos
efeitos da degradação, representados por níveis. Relativamente aos agentes, esses provocam
alterações nos elementos que poderão ser visíveis por simples observação ou através de
métodos de medição, como expressão directa ou indirecta de um defeito.
100,0
90,0
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
Nível mínimo de qualidade
20,0
24
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
TEMPO (anos)
Figura 4.20 – ETICS – Curva de degradação proposta para o caso em estudo (sem
manutenção)
164
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
ligeiramente mais acelerada para o fim da vida útil (5%) – critérios estes definidos como
representativos.
Pode verificar-se que a vida útil, para o nível mínimo de qualidade apontado, é de cerca de
24 anos, idade a partir da qual, com a manutenção actualmente existente, o revestimento
deverá ser substituído.
165
Capítulo 4
166
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
167
Capítulo 4
168
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
169
Capítulo 4
Para ser possível a decisão por parte da gestão dos edifícios, utilizar-se-á o método do LCC
aplicado ás diferentes estratégias, fazendo uma variação dos diversos parâmetros em jogo.
No Quadro 4.11 propõem-se várias estratégias de manutenção a simular para o ciclo de vida
útil do revestimento com ETICS. À excepção da primeira estratégia (sem manutenção),
incluem-se nas restantes, operações como limpezas e reparações que podem ser ligeiras ou
pesadas.
Supõe-se que uma dada intervenção inclui um conjunto específico de acções de limpeza e de
reparação, e executar em áreas restritas das fachadas. Para mais facilmente se interpretarem os
resultados, as diversas operações de manutenção foram divididas em três tipos: limpeza,
reparação ligeira e reparação pesada.
Assim, considera-se que uma limpeza realizada isoladamente não altera o nível de qualidade
do revestimento, repondo no entanto, a taxa de degradação do início da vida útil. Por sua vez,
considera-se que, nas condições de serviço, uma reparação ligeira concorre para um aumento
do nível de desempenho em cerca de 15 % e uma reparação pesada em cerca de 30%.
170
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Para cada uma destas operações, as áreas de intervenção são de 10 % para a reparação ligeira,
35 % para a reparação pesada e 100 % para as limpezas.
Nas Figuras 4.22 a 4.33, representam-se as curvas de degradação associadas ao primeiro ciclo
de vida útil de cada uma das estratégias, cujo modelo base de degradação é o correspondente
à estratégia sem manutenção (Figura 4.21).
171
Capítulo 4
Estratégia 2.1 – Limpezas com periodicidade de 1/2 da vida útil total inicial (14 anos)
DESEMPENHO (%)
100,0
90,0
80,0
70,0 L1
60,0
50,0
40,0
L2
30,0
Nível mínimo de qualidade
20,0
34
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0
TEMPO (anos)
Figura 4.21 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade
de 1/2 da vida útil total inicial (14 anos)
A Figura 4.21 ilustra a realização de acções periódicas de limpeza com intervalos de tempo de
14 anos. Por simplificação, assume-se que este tipo de operações, sempre que é efectuado,
repõe a taxa de degradação do início da vida útil. Desta forma, o andamento da curva de
degradação do modelo inicial (sem manutenção) é alterado, obtendo-se uma vida útil de 34
anos, superior em cerca de 42 % à inicialmente prevista.
Estratégia 2.2 – Limpezas com periodicidade de 1/3 da vida útil total inicial (9,33 anos)
A Figura 4.22 ilustra a realização de acções periódicas de limpeza com intervalos de tempo de
≈ 9,33 anos. Nos mesmos pressupostos já admitidos, o andamento da curva inicial é alterado,
conseguindo-se uma vida útil de 41 anos, representando um aumento de cerca de 71 %
relativamente à vida útil inicialmente prevista e um acréscimo de 21,5 % em relação à
anterior estratégia. Neste caso, se porventura não se efectuasse a quarta operação de limpeza,
o valor obtido de vida útil representaria um decréscimo não significativo, mesmo no caso de
se considerar que a curva de degradação poderia aumentar de inclinação.
172
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
DESEMPENHO (%)
100,0
90,0
L1
80,0
70,0
L2
60,0
50,0 L3
40,0
30,0 L4
Nível mínimo de qualidade
20,0
41
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0
TEMPO (anos)
Figura 4.22 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade
de 1/3 da vida útil total inicial (9,33 anos)
Estratégia 2.3 – Limpezas com periodicidade de 1/4 da vida útil total inicial (7 anos)
A Figura 4.23 ilustra a realização de acções periódicas de limpeza com intervalos de tempo de
7 anos. Da mesma forma registada nos casos anteriores, o andamento da curva inicial
DESEMPENHO (%)
100,0
90,0 L1
80,0 L2
70,0
L3
60,0
L4
50,0
40,0 L5
30,0 L6
Nível mínimo de qualidade
20,0
46,5
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0
TEMPO (anos)
Figura 4.23 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade
de 1/4 da vida útil total inicial (7 anos)
173
Capítulo 4
é alterado, atingindo-se uma vida útil de 46,5 anos, significando um aumento de cerca de 94
% relativamente à vida útil inicialmente prevista e um acréscimo de 13 % em relação à
anterior estratégia.
Estratégia 2.4 – Limpezas com periodicidade de 1/5 da vida útil total inicial (5,6 anos)
100,0
DESEMPENHO (%)
L1
90,0
L2
80,0
L3
70,0
L4
60,0 L5
50,0 L6
40,0 L7
L8
30,0
Nível mínimo de qualidade
20,0
50
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0 65,0
TEMPO (anos)
Figura 4.24 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade
de 1/5 da vida útil total inicial (5,6 anos)
A Figura 4.24 ilustra a realização de acções periódicas de limpeza com intervalos de tempo de
≈ 5,6 anos. O andamento da curva inicial é significativamente alterado, atingindo-se uma vida
útil de 50 anos, significando um aumento de cerca de 108 % relativamente à vida útil
inicialmente prevista e um acréscimo de 7,5 % em relação à anterior estratégia.
Estratégia 3.1 – Reparações ligeiras com periodicidade de 1/2 da vida útil total inicial (14
anos)
A Figura 4.25 ilustra a realização de acções periódicas de reparações ligeiras com intervalos
de tempo de 14 anos. Após três reparações ligeiras, atinge-se uma vida útil de
aproximadamente 49 anos (mais de duas vezes a vida útil inicialmente prevista para o mesmo
nível de qualidade).
174
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
DESEMPENHO (%)
100,0
90,0
80,0
70,0 RL1
60,0
50,0 RL2
40,0
30,0
RL3
Nível mínimo de qualidade
20,0
49
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0
TEMPO (anos)
Figura 4.25 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparações ligeiras com
periodicidade de 1/2 da vida útil total inicial (14 anos)
Esta curva segue um desenvolvimento não paralelo, pois a taxa de degradação, após cada
reparação é sensivelmente igual à inicial. Esta situação justifica-se também, pelo facto de
associadas às reparações, existirem operações de limpeza.
Estratégia 3.2 – Reparações ligeiras com periodicidade de 1/3 da vida útil total inicial
(9,33 anos)
DESEMPENHO (%)
100,0
90,0
80,0 RL1
RL2
70,0 RL3
RL4
RL5
60,0 RL6
RL7
50,0 RL8
RL9
RL10
40,0 RL11
RL12
RL13
30,0 RL14
RL15
Nível mínimo de qualidade RL16
20,0
RL17 178
10,0
0,0
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0
TEMPO (anos)
Figura 4.26 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparações ligeiras com
periodicidade de 1/3 da vida útil total inicial (9,33 anos)
175
Capítulo 4
A Figura 4.26 ilustra a realização de acções periódicas de reparações ligeiras com intervalos
de tempo de 14 anos. Teoricamente, ao fim de 17 reparações ligeiras, atingiria-se uma vida
útil estimada de 178 anos, valor este que representa 7,4 vezes a vida útil inicialmente prevista
para 20% de nível de qualidade. Esta estratégia foi apresentada para efeitos de crítica, uma
vez que na prática, não parece ser exequível.
Estratégia 4.1 – Reparação pesada com periodicidade de 1/2 da vida útil total inicial (14
anos)
DESEMPENHO (%)
100,0
90,0
80,0
70,0 Rp
60,0
50,0
40,0
30,0
Nível mínimo de qualidade
20,0
42
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
TEMPO (anos)
Figura 4.27 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparação pesada com
periodicidade de 1/2 da vida útil total inicial (14 anos)
A Figura 4.27 ilustra a realização de uma acção com reparação pesada aos 14 anos de vida do
revestimento. Por acção dessa operação, a percentagem de desempenho do revestimento
melhora 30%, tendo a curva de degradação sensivelmente a mesma inclinação do modelo
anterior e agravando-se posteriormente de uma forma ligeira para o final da vida. A vida útil
conseguida com esta estratégia aponta para 42 anos, o que representa um acréscimo de 75%
relativamente à vida útil inicialmente esperada.
Estratégia 4.2 – Reparação pesada com periodicidade de 3/4 da vida útil total inicial (21
anos)
A Figura 4.28 representa a realização de uma acção com reparação pesada aos 21 anos de
176
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
DESEMPENHO (%)
100,0
90,0
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0 Rp
30,0
Nível mínimo de qualidade
20,0
37
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
TEMPO (anos)
Figura 4.28 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparação pesada com
periodicidade de 3/4 da vida útil total inicial (21 anos)
vida do revestimento. Nas mesmas condições, a vida útil conseguida é uma pouco inferior à
da situação anterior, no entanto consegue-se 37 anos de vida útil, para 20% de nível de
qualidade, o que mesmo assim representa um acréscimo de 54% relativamente à vida útil
inicial, sem manutenção.
Estratégia 5.1 – Combinações de operações - limpeza a 1/2 da vida útil total inicial
(14 anos), seguida de uma reparação ligeira no período de vida útil total inicial (28 anos)
Na Figura 4.29, verifica-se que combinando uma limpeza e uma reparação ligeira nos
períodos apontados, se consegue obter 40,5 anos de vida útil, valor este que significa 69% a
mais da vida útil inicialmente projectada.
Estratégia 5.2 – Combinações de operações - Limpeza a 1/2 da vida útil total inicial (14
anos), seguida de uma reparação pesada no período de vida útil total inicial (28 anos)
Na Figura 4.30, representa-se uma curva de degradação que combina uma limpeza e uma
reparação pesada nos períodos apontados, obtendo-se 45,5 anos de vida útil o que significa
90% a mais da vida útil inicial. Neste caso, a variação do tipo de reparação (ligeira
177
Capítulo 4
DESEMPENHO (%)
100,0
90,0
80,0
70,0 L
60,0
50,0
40,0
RL
30,0
Nível mínimo de qualidade
20,0
40,5
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0
TEMPO (anos)
Figura 4.29 – ETICS – Curva de degradação para uma limpeza a 1/2 da vida útil total inicial
(14 anos), seguida de uma reparação ligeira no período de vida útil total inicial (28 anos)
100,0
90,0
80,0
70,0 L
60,0
50,0
40,0
RP
30,0
Nível mínimo de qualidade
20,0
45,5
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0
TEMPO (anos)
Figura 4.30 – ETICS – Curva de degradação para uma limpeza a 1/2 da vida útil total inicial
(14 anos), seguida de uma reparação pesada no período de vida útil total inicial (28 anos)
178
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Estratégia 5.3 – Combinações de operações - Limpeza a 1/3 da vida útil total inicial (9,33
anos), seguida de uma reparação ligeira no período de 2/3 (18,67 anos) da vida útil total
inicial
DESEMPENHO (%)
100,0
90,0
L
80,0
70,0
60,0 RL
50,0
40,0
30,0
Nível mínimo de qualidade
20,0
41
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0
TEMPO (anos)
Figura 4.31 – ETICS – Curva de degradação para uma limpeza a 1/3 da vida útil total inicial
(9,33 anos), seguida de uma reparação ligeira no período de 2/3 (18,67 anos) da vida útil total
inicial
Estratégia 5.4 – Combinações de operações - Reparação pesada a 1/2 da vida útil total
inicial (14 anos) seguida de uma limpeza no período de vida útil total inicial (28 anos)
179
Capítulo 4
DESEMPENHO (%)
100,0
90,0
80,0
70,0 RP
L
60,0
50,0
40,0
30,0
Nível mínimo de qualidade
20,0
45,5
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0
TEMPO (anos)
Figura 4.32 – ETICS – Curva de degradação para uma reparação pesada a 1/2 da vida útil
total inicial (14 anos) seguida de uma limpeza no período de vida útil total inicial (28 anos)
180
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Custo de execução
Designação das operações % de € / m2 das
2 % da %
€/m zona a operações
aplicação final
tratar finais
APLICAÇÃO
Fornecimento a aplicação do sistema completo de 40 - - - -
revestimento delgado armado sobre isolante (ETICS).
LIMPEZA
Limpeza da superfície do revestimento recorrendo a
escovagem manual ou mecânica, seguida de uma
primeira lavagem com água, aplicação de produto 7 17,5 100 7 17,5
biócida e segunda lavagem com água. Objectivo:
remoção de sujidades e depósitos de outras partículas
e eliminação de fungos e vegetação parasitária.
REPARAÇÃO LIGEIRA
1. Limpeza da superfície do revestimento
recorrendo a escovagem manual ou
7 17,5 100 7 17,5
mecânica, seguida de uma primeira
lavagem com água, aplicação de produto
biócida e segunda lavagem com água.
12 30 20 2,40 6
2. Tratamento de fissuras finas;
3. Verificação da estanquidade dos pontos
singulares do sistema (sobretudo nas zonas 10 25 10 1 2,5
dos acessórios), com pequenos trabalhos de
reposição da sua impermeabilização.
4. Pintura dos panos de parede afectados com 7,5 18,8 100 7,5 18,8
tinta plástica.
Total 17,90 44,8
REPARAÇÃO PESADA
1. Limpeza da superfície do revestimento
recorrendo a escovagem manual ou
7 17,5 100 7 17,5
mecânica, seguida de uma primeira
lavagem com água, aplicação de produto
biócida e segunda lavagem com água.
2. Reparação de degradações localizadas
importantes por substituição completa do
sistema nessa zona: extracção do sistema
numa porção de formato quadrado ou
rectangular centrada no local deteriorado e
60 15,0 35 21 52,5
com uma folga de cerca de 100 mm a toda
a volta. A armadura deve ser libertada na
periferia desta zona extraída e os seus
bordos sobrepostos à nova armadura.
Posteriormente, execução de uma nova
aplicação do sistema nas zonas em causa.
3. Pintura integral do edifício com tinta 7,5 18,8 100 7,5 18,8
plástica.
Total 35,5 88,8
CUSTO ADICIONAL DE REPOSIÇÃO
Trabalhos de remoção do revestimento existente e 15 38 100 15 38
limpeza e tratamento das superfícies dos suportes.
181
Capítulo 4
Para cada operação de manutenção, atribuiu-se um custo médio aproximado por m2, com base
na bibliografia, orçamentos, por contactos com empreiteiros e na experiência adquirida, etc.
Todos os custos já incluem encargos com mão-de-obra, equipamentos, materiais, encargos
administrativos e custos fixos (relativos por exemplo à montagem e desmontagem de
andaimes de fachada).
Para o primeiro ciclo de vida útil, a estimativa de custos das estratégias de manutenção tem de
contabilizar os custos iniciais relativos a aplicação (Caplicação), o somatório dos custos de
manutenção, nomeadamente de limpezas (Climpezas), de reparações ligeiras (Creparação ligeira) e de
reparações pesadas (Creparação pesada). Tem-se ainda em conta os custos de reposição, para esse
mesmo ciclo de vida em que o material é aplicado. Esta situação ocorre na fase de projecto,
na qual são seleccionados os materiais de revestimento.
Os custos atrás referidos já são indicados no Quadro 4.12, reflectindo os preços por m2, para
as diferentes operações preconizadas em cada estratégia de manutenção e indicando-se ainda
as percentagens de custo de cada intervenção de limpeza, reparação ligeira, pesada ou
reposição, relativamente ao custo de aplicação.
Desde o inicio do século passado que as técnicas de análise custo-benefício têm vindo a ser
desenvolvidas, pois representam, sobretudo, quando convenientemente utilizadas, uma ajuda
controlada e compreensível para a tomada de decisão na escolha de um estratégia de actuação
mais favorável.
182
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
O método de análise Life Cycle Cost (LCC) é uma das técnicas de análise económica que
permite apoiar a decisão na escolha da alternativa mais favorável, aquela que apresentar o
menor valor do LCC, minimizando o custo global ao longo da vida útil total do edifício.
Genericamente, o valor actualizado (VA) do custo (C) de um certo ano n, é dado por:
N
1
VA = C × [4]
1+ d
Pelo facto da análise LCC equacionar, no presente, custos do futuro, é necessário definir três
variáveis fundamentais: os custos relevantes, o período de tempo ao longo do qual aqueles
custos ocorrerão e o factor de desconto que é aplicado aos custos futuros para obter o seu
183
Capítulo 4
Custos relevantes
A análise do custo do ciclo de vida (LCC) inclui geralmente custos de investimento e custos
de funcionamento [97]. Os custos de investimento, são custos iniciais que ocorrem antes de
um sistema entrar em serviço e resultam da fase de concepção, projecto, aquisição e/ou
construção). Os custos de funcionamento, são custos futuros que ocorrem durante o período
de serviço de um sistema e resultam genericamente das operações de funcionamento,
manutenção, reparação, substituição e utilização. O custo residual, considerado para o fim da
vida útil do sistema e/ou para o fim do período de estudo, também é um custo futuro. A
estrutura de quantificação destes custos foi apresentada no ponto anterior.
Para efeitos de aplicação do método em análise, é útil estabelecer a categoria dos custos
referidos, com base na sua frequência de ocorrência, para determinar o tipo de factor de
desconto a usar para obter o seu valor actualizado. Assim, no presente trabalho, os custos são
considerados custos de uma só aplicação que ocorrem uma ou mais vezes durante o período
de estudo em intervalos de tempo não regulares (conforme apresentado nos quadros do
Anexo 4, para os diferentes tipos de manutenção propostos).
Período de estudo
O período de estudo deverá ser tal que garanta a existência de todos os custos relevantes para
a formulação da melhor decisão entre as várias estratégias. Assim, no presente trabalho,
considerou-se como período de estudo a duração de cada ciclo de vida útil, referente a cada
estratégia para o revestimento, com início no «ano zero» da decisão. Nesta análise, o «ano
zero» coincide com a fase de concepção e de selecção do revestimento, imediatamente
anterior à fase de execução e de aplicação dos materiais. Sendo o «ano zero» da decisão, o
início do período de estudo das diferentes alternativas e o ano base da análise, os custos
relevantes podem ser calculados a preços constantes, estabelecidos em função dos preços que
estejam em vigor num dado período - ou seja, a preços correntes. Isto é essencial para
comparar alternativas de diferentes estratégias, sem ter de corrigir os custos cujas variações
184
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Os custos relevantes que ocorrerem uma ou mais vezes durante o período de estudo, devem
ser actualizados a preços do ano base da análise, antes de estabelecer a análise LCC, porque o
valor da moeda varia com o tempo. O factor de desconto usado para actualizar o valor dos
custos é estabelecido em função da taxa de actualização. A escolha da taxa de actualização
terá que relacionar-se com a própria taxa de juro e com a taxa de inflação, implícitas nas
previsões que se efectuarem. Em face do exposto, e perante a tradição generalizada entre nós
de elaboração de análise a preços constantes do ano base, a taxa de actualização a utilizar
deverá reflectir o custo do capital e ainda uma margem de risco, características de condições
não inflacionárias (taxa de actualização real) [98].
Uma vez estabelecidos os custos relevantes de cada alternativa para o período de estudo e
usando uma taxa de actualização de 3,7 %, estes foram somados para calcular o respectivo
valor LCC, o equivalente à ocorrência de um montante único no momento da decisão.
O valor do LCC foi posteriormente convertido num valor anual equivalente, VAE, ou seja,
uma anuidade constante à taxa real d, considerado essencial para a comparação de estratégias
alternativas com períodos de estudo (N) diferentes, usando um factor anuidade [12]:
d (1 + d ) N
VAE = VA × [5]
(1 + d ) N − 1
No Quadro 4.13, transpõe-se do Anexo 4, os valores resultantes do VAE LCC (€/m2) para
cada estratégia, que posteriormente são representados graficamente na Figura 4.33.
É notável que o VAE LCC da estratégia 3.2 (descrita no Quadro 4.11) é extraordinariamente
185
Capítulo 4
Estratégia 1.1 2.1 2.2 2.3 2.4 3.1 3.2 4.1 4.2 5.1 5.2 5.3 5.4
VAE LCC
2,94 2,67 2,69 2,80 2,97 2,83 1,48 3,05 3,03 2,60 2,74 2,74 3,05
(€/m2)
(NOTA: As estratégias estão descritas no Quadro 4.11 e estes valores são também o resultado final dos
procedimentos constantes nos elementos correspondentes do Anexo 4.)
3,20
VAE LCC (€/m2)
3,00
2,80
2,60
2,40
2,20
2,00
1,80
1,60
1,40
1.1 2.1 2.2 2.3 2.4 3.1 3.2 4.1 4.2 5.1 5.2 5.3 5.4
Figura 4.33 – Representação gráfica da variação dos valores do VAE LCC (€/m2)
para cada estratégia de manutenção preventiva proposta,
conforme descritas no Quadro 4.11
inferior aos valores de todas as outras estratégias. Isto justifica-se pelo facto de o período de
vida útil teoricamente alcançado ser muito elevado, o que implica que o método não funciona
para períodos muito elevados e circunstancialmente superiores ao da grande maioria dos
valores «normais» alcançados com as outras estratégias, implicando num quase inalterado
valor anual equivalente e numa anulação dos custos das operações de manutenção e de
reposição. Além disso, a representação desta estratégia tem ainda como objectivo referenciar
que a realização de reparações ligeiras com intervalos de tempo relativamente pequenos
alcança em teoria, neste caso, valores muito elevados em termos do tempo de vida útil e
naturalmente representa uma situação desproporcionada relativamente ao tempo de vida útil
dos restantes elementos e do próprio edifício - pelo que não é certamente exequível.
Fazendo então uma primeira análise, com exclusão da estratégia 3.2, podem referir-se alguns
186
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
- O mesmo pode dizer-se relativamente ao número de anos de vida útil obtidos pelas
estratégias delineadas, das quais, em treze, dez apresentam valores entre os 40 e os
50 anos;
Tendo em linha de conta os resultados atrás obtidos para as diferentes estratégias, poder-se-á
187
Capítulo 4
delinear um mapa de manutenção preventiva tal como é representado no Quadro 4.14. Aqui,
consideram-se as sete estratégias mais económicas - simultaneamente abaixo dos 2,90 €/m2 e
do valor de custo da estratégia sem manutenção.
Desta forma, será possível à gestão tomar uma decisão sobre a estratégia a tomar, em função
dos critérios para si considerados relevantes nesse momento.
A descrição inclui uma Ficha de efeitos (FE) e uma Ficha de causas (FC) dos efeitos, ambos
passíveis de se registar, ou no próprio elemento, ou em elementos ou partes do edifício.
188
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
A
E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2.1
2.2
2.3
3.1 #
5.1
5.2
5.3
A
E
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
2.1
2.2
2.3
3.1
5.1
5.2
5.3
A
E
26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38
2.1 4
2.2
2.3
3.1
5.1
5.2 Ö
5.3
A
E
39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51
2.1
2.2 4
2.3 4
3.1 4
5.1 4
5.2 4
5.3 4
Legenda:
A- Ano de intervenção - Reparação ligeiras
E- Estratégia a considerar Ö- Reparação pesadas
#- Aplicação do revestimento 4- Reposição
- Limpeza
189
Capítulo 4
190
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
191
Capítulo 4
Desta forma, para o caso em estudo, julga-se que seria adequado averiguar o comportamento
previsto para o material num período inicial, entre os 2 e os 5 anos após a construção,
possibilitando assim, a avaliação de fenómenos de pré-patologia e de eventuais anomalias de
juventude.
192
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
193
Capítulo 4
Tal como foi feito para a manutenção preventiva, na elaboração do mapa de manutenção
predictiva, serão utilizadas, estudadas e comparadas as mesmas estratégias definidas no
Quadro 4.11.
A definição de uma estratégia predictiva tem por base um comportamento médio do material
em condições reais, representado por uma curva Tm, enquanto que uma estratégia preventiva
caracteriza-se por um comportamento pessimista teórico, representado por uma curva Tk – que
em termos probabilísticos, pode associar-se aos valores característicos superiores da taxa de
degradação. Isto significa que a utilização de estratégias predictivas permite verificar que o
comportamento real do revestimento, em média, poderá ser um pouco melhor do que o
admitido para uma estratégia preventiva. Assim, para a análise subsequente, propõe-se, para
além dos dados iniciais já formulados, a admissão das seguintes hipóteses:
• Realização de uma inspecção (I1) próxima dos cinco anos de vida de utilização (1/6 da
vida útil total inicialmente prevista ≈ 4,66 anos). Nesta inspecção admite-se que o material
apresenta uma degradação inferior em cerca de 20% à curva inicial, o que
consequentemente implica num acréscimo da vida útil inicialmente prevista – curva de
degradação Tm - mantendo-se esta situação ao longo do tempo;
• Estas alterações implicam que os instantes das intervenções também sejam alterados para
um pouco mais tarde;
inspecção corrente – Quadro 4.16, julga-se poder associar-se-lhe um custo próximo dos
0.75 €/m2 de fachada, valor este que já inclui custos fixos (com andaimes). Claro que uma
tipologia de inspecção mais detalhada ou especializada terá custos unitários um pouco
superiores.
Admitindo uma degradação inferior em 20% - curva Tm, verificada na primeira inspecção, a
vida útil agora obtida, para um nível de qualidade de 20 %, passa de 24 para cerca de 28 anos
– Figura 4.34. A vida útil total inicial passa assim para cerca de 31,5 anos.
DESEMPENHO (%)
100,0
I1
90,0
80,0
70,0
60,0 Tm
Tk
50,0
40,0
I2
30,0
Nível mínimo de qualidade
20,0
24 28
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
TEMPO (anos)
Figura 4.34 – ETICS – Curva de degradação sem manutenção numa estratégia predictiva
Estratégia 2.1 – Limpezas com periodicidade de 1/2 da vida útil total inicial (≈15,8 anos)
195
Capítulo 4
100,0
DESEMPENHO (%)
I1
90,0
80,0
I2
70,0 L1'
L1
60,0
50,0
I3
40,0 L2'
L2
30,0 I4
Nível mínimo de qualidade
20,0 lid d
34 40
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0
TEMPO (anos)
Figura 4.35 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade
de 1/2 da vida útil total inicial (15,8 anos)
Estratégia 2.2 – Limpezas com periodicidade de 1/3 da vida útil total inicial (10,5 anos)
A Figura 4.36 ilustra a realização de acções periódicas de limpeza com intervalos de tempo de
10,5 anos. Nos mesmos pressupostos já admitidos, o andamento da curva inicial é alterado,
conseguindo-se uma vida útil que passa para 49 anos, representando um aumento de cerca de
75 % relativamente à vida útil inicialmente prevista e um acréscimo de 23 % em relação à
anterior estratégia.
Caso se efectuasse a quarta operação de limpeza, o valor obtido de vida útil representaria um
decréscimo não significativo, mesmo no caso de se considerar que a curva de degradação
poderia aumentar de inclinação (aumento da degradação).
Estratégia 2.3 – Limpezas com periodicidade de 1/4 da vida útil total inicial (≈8 anos)
A Figura 4.37 ilustra a realização de acções periódicas de limpeza com intervalos de tempo de
aproximadamente 8 anos. De forma idêntica aos casos anteriores, o andamento da curva
inicial é alterado, atingindo-se uma vida útil próxima de 55,5 anos, significando um aumento
de cerca de 98 % relativamente à vida útil inicialmente prevista e um acréscimo de 13 % em
relação à anterior estratégia.
196
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
DESEMPENHO (%)
100,0
I1
90,0 I2
L1'
80,0 L1
70,0 I3
L 2'
60,0 L2
I4
50,0 L3'
L3
40,0
I5
L 4'
30,0
L4 I6
Nível mínimo de qualidade
20,0
41 49
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0 65,0
TEMPO (anos)
Figura 4.36 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade
de 1/3 da vida útil total inicial (10,5 anos)
DESEMPENHO (%)
100,0
I1
90,0 L1'
L1
I2
80,0 L2'
L2
I3
70,0 L3'
L3 I4
60,0
L4'
50,0 L4
I5
L5'
40,0
L5 I6
L6'
30,0
L6 I7
Nível mínimo de qualidade
20,0
46,5 55,5
10,0
0,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75
TEMPO (anos)
Figura 4.37 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade
de 1/4 da vida útil total inicial (≈8 anos)
Estratégia 2.4 – Limpezas com periodicidade de 1/5 da vida útil total inicial (6,3 anos)
A Figura 4.38 ilustra a realização de acções periódicas de limpeza com intervalos de tempo de
≈ 6,3 anos. O andamento da curva inicial é significativamente alterado, atingindo-se uma vida
útil de 60 anos, significando um aumento de cerca de 114 % relativamente à vida útil
inicialmente prevista e um acréscimo de 8 % em relação à anterior estratégia.
197
Capítulo 4
100
DESEMPENHO (%)
I1
L1'
90 L1 I2
L2'
80 L2 I3
L3'
70 L3 I4
L4'
L4 I5
60 L5'
I6
L5 L6'
50
L6
I7
L7'
40
I8
L7 L8'
30
L8 I9
20
Nível mínimo de qualidade 50 60
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80
TEMPO (anos)
Figura 4.38 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de limpezas com periodicidade
de 1/5 da vida útil total inicial (6,3 anos)
Estratégia 3.1 – Reparações ligeiras com periodicidade de 1/2 da vida útil total inicial
(≈16 anos)
A Figura 4.39 ilustra a realização de acções periódicas de reparações ligeiras com intervalos
de tempo de cerca de 16 anos. Após três reparações ligeiras, atinge-se uma vida útil de
aproximadamente 59 anos, o que representa 110 % a mais relativamente à vida útil
inicialmente prevista para o mesmo nível de qualidade.
Estratégia 3.2 – Reparações ligeiras com periodicidade de 1/3 da vida útil total inicial
(10,5 anos)
A Figura 4.40 ilustra a realização de acções periódicas de reparações ligeiras com intervalos
de tempo de cerca de 10,5 anos.
Conforme já foi anteriormente comentado, esta situação não é realista do ponto de vista da
sua exequibilidade e de enquadramento com o tempo de vida útil dos edifícios. Conforme se
pode constatar a vida útil atingiria teoricamente cerca de 336,5 anos, ao fim de 31 reparações
e 32 inspecções. Trata-se apenas de representar uma figura para averiguar qual o efeito da
198
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
DESEMPENHO (%)
100,0
I1
90,0
80,0
70,0 I2
RL1 RL1'
60,0
50,0 I3 RL2'
RL2
40,0 I4
RL 3 ' I5
30,0
Nível mínimo de qualidade RL3
20,0
49 59
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0 65,0 70,0
TEMPO (anos)
Figura 4.39 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparações ligeiras com
periodicidade de 1/2 da vida útil total inicial (≈16 anos)
DESEMPENHO (%)
100,0
I1
90,0
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
RL17
I32
Nível mínimo de qualidade RL31'
20,0
167,5 336,5
10,0
0,0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340
TEMPO (anos)
Figura 4.40 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparações ligeiras com
periodicidade de 1/3 da vida útil total inicial (10,5 anos)
199
Capítulo 4
Estratégia 4.1 – Reparação pesada com periodicidade de 1/2 da vida útil total inicial (16
anos)
DESEMPENHO (%)
100,0
I1
90,0
80,0
I2
70,0 Rp'
Rp
60,0
50,0
40,0
30,0 I3
Nível mínimo de qualidade
20,0
42 50,5
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0
TEMPO (anos)
Figura 4.41 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparação pesada com
periodicidade de 1/2 da vida útil total inicial (16 anos)
A Figura 4.41 ilustra a realização de uma acção com reparação pesada a cerca de 16 anos de
vida do revestimento. A vida útil conseguida com esta estratégia aponta para 50,5 anos, o que
representa um acréscimo de 80% relativamente à vida útil inicialmente esperada.
Estratégia 4.2 – Reparação pesada com periodicidade de 3/4 da vida útil total inicial (≈24
anos)
200
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
DESEMPENHO (%)
100,0
I1
90,0
80,0
70,0
60,0
50,0 I2
40,0 Rp'
Rp
30,0 I3
Nível mínimo de qualidade
20,0
37 42,5
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0
TEMPO (anos)
Figura 4.42 – ETICS – Curva de degradação para a estratégia de reparação pesada com
periodicidade de 3/4 da vida útil total inicial (24 anos)
Estratégia 5.1 – Combinações de operações - limpeza a 1/2 da vida útil total inicial
(16 anos), seguida de uma reparação ligeira no período de vida útil total inicial (31,5 anos)
DESEMPENHO (%)
100,0
I1
90,0
80,0
I2
70,0 L'
L
60,0
50,0
I3 RL'
40,0
30,0 RL I4
Nível mínimo de qualidade
20,0
40,5 47,5
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0
TEMPO (anos)
Figura 4.43 – ETICS – Curva de degradação para uma limpeza a 1/2 da vida útil total inicial
(16 anos), seguida de uma reparação ligeira no período de vida útil total inicial (31,5 anos)
201
Capítulo 4
Na Figura 4.43, verifica-se que combinando uma limpeza e uma reparação ligeira nos
períodos apontados, se consegue obter 47,5 anos de vida útil, valor este que significa cerca de
70 % a mais da vida útil inicialmente projectada.
Estratégia 5.2 – Combinações de operações - Limpeza a 1/2 da vida útil total inicial (16
anos), seguida de uma reparação pesada no período de vida útil total inicial (31,5 anos)
DESEMPENHO (%)
100,0
I1
90,0
80,0
I2
70,0 L'
L
60,0
50,0
40,0 I3
RP'
30,0 RP I4
Nível mínimo de qualidade
20,0
45,5 54
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0 65,0
TEMPO (anos)
Figura 4.44 – ETICS – Curva de degradação para uma limpeza a 1/2 da vida útil total inicial
(16 anos), seguida de uma reparação pesada no período de vida útil total inicial (31,5 anos)
Na Figura 4.44, representa-se uma curva de degradação que combina uma limpeza e uma
reparação pesada nos períodos apontados, obtendo-se 54 anos de vida útil, o que significa
cerca 93 % a mais da vida útil inicial. Neste caso, a variação do tipo de reparação (ligeira para
pesada), afigura cerca de 6,5 anos de vida útil de diferença (14% em acréscimo).
Estratégia 5.3 – Combinações de operações - Limpeza a 1/3 da vida útil total inicial (10,5
anos), seguida de uma reparação ligeira no período de 2/3 (21 anos) da vida útil total inicial
202
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
DESEMPENHO (%)
100,0
I1
90,0 I2
L'
80,0 L
70,0 I3
RL'
60,0 RL
50,0
40,0
30,0 I4
Nível mínimo de qualidade
20,0
41 53
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0 65,0
TEMPO (anos)
Figura 4.45 – ETICS – Curva de degradação para uma limpeza a 1/3 da vida útil total inicial
(10,5 anos), seguida de uma reparação ligeira no período de 2/3 (21 anos) da vida útil total
inicial
Estratégia 5.4 – Combinações de operações - Reparação pesada a 1/2 da vida útil total
inicial (16 anos) seguida de uma limpeza no período de vida útil total inicial (31,5 anos)
DESEMPENHO (%)
100,0
I1
90,0
80,0
I2
70,0 RP' I3
L'
RP
60,0 L
50,0
40,0
30,0 I4
Nível mínimo de qualidade
20,0
45,5 54,5
10,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0 65,0 70,0
TEMPO (anos)
Figura 4.46 – ETICS – Curva de degradação para uma reparação pesada a 1/2 da vida útil
total inicial (14 anos) seguida de uma limpeza no período de vida útil total inicial (28 anos)
203
Capítulo 4
Neste ponto, faz-se a análise e comparação da vida útil prevista em estratégias preventivas e
predictivas. No Quadro 4.17 representa-se a vida útil de ambas as estratégias para os dois
tipos de manutenção e a variação em percentagem de umas estratégias relativamente às outras
e relativamente à estratégia sem manutenção.
Para o cálculo do custo de cada estratégia predictiva atrás proposta, consideram-se as mesmas
acções de manutenção consideradas no ponto 4.4.2.5.4. Além dessas, agora há a considerar as
inspecções necessárias realizar, com incidência em 100 % de área de fachadas e de acordo
com o referido em 4.4.3.3.1.
Os novos custos VAE LCC (€/m2) para cada estratégia estão indicados no Quadro 4.18, aonde
se representa ainda a variação obtida entre as estratégias preventivas e predictivas. A
Figura 4.47 ilustra ainda esta situação em termos gráficos.
204
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Quadro 4.17 – Vida útil prevista em cada estratégia delineada e comparação entre
os resultados na manutenção preventiva e predictiva
ESTRATÉGIA 1.1 2.1 2.2 2.3 2.4 3.1 3.2 4.1 4.2 5.1 5.2 5.3 5.4
VAE LCC
(€/m2) 2,69 2,46 2,51 2,63 2,80 2,61 1,48 2,80 2,79 2,41 2,53 2,47 2,66
- Predictiva -
VAE LCC
(€/m2) 2,94 2,67 2,69 2,80 2,97 2,83 1,48 3,05 3,03 2,60 2,74 2,74 3,05
- Preventiva -
Variação
9 9 7 6 6 8 0 9 8 8 9 11 15
(%)
(NOTA: As estratégias estão descritas no Quadro 4.11 e estes valores são também o resultado final dos
procedimentos constantes nos elementos correspondentes do Anexo 4.)
Dos resultados obtidos, conforme a análise do Quadro 4.17, Quadro 4.18 e da Figura 4.47,
parecem poder tirar-se as possíveis conclusões seguintes:
205
Capítulo 4
Predicitiva Preventiva
3,20
Figura 4.47 – Representação gráfica da variação dos valores do VAE LCC (€/m2) para cada
estratégia de manutenção preventiva e predictiva
Com os resultados atrás obtidos para as diferentes estratégias, consegue-se esboçar um mapa
206
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
de manutenção predictiva tal como é representado no Quadro 4.19. Neste são consideradas as
sete estratégias mais económicas – simultaneamente abaixo dos 2,63 €/m2 e do valor de custo
da estratégia sem manutenção.
A
E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2.1
2.2 1
2.3
3.1 # 1
5.1
5.2
5.3 1
A
E
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
2.1 1
2.2 1
2.3 1 1
3.1 1
5.1 1
5.2 1
5.3 1
A
E
26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38
2.1 1 1
2.2 1
2.3 1 1
3.1 1
5.1 1
5.2 1 Ö
5.3
A
E
39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51
2.1 4
2.2 1 1 4
2.3 1
3.1 1
5.1 1 4
5.2 1
5.3 1
207
Capítulo 4
A
E
52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64
2.1
2.2 4
2.3 1 4
3.1 1 4
5.1
5.2 4
5.3 4
Legenda:
A- Ano de intervenção - Reparação ligeira
E- Estratégia a considerar Ö- Reparação pesada
#- Aplicação do revestimento 4- Reposição
- Limpeza 1- Inspecção
Desta forma será possível à gestão tomar uma decisão sobre a estratégia a tomar, em função
dos critérios para si considerados relevantes nesse momento.
208
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Esta estratégia poder ser seguida, caso se verifique, na prática, que o revestimento
evidentemente não cumpre as exigências pré-estabelecidas em projecto ou no caso de se
virem a revelar erros grosseiros na execução do mesmo.
100
90
I1
80
70
R1
60
50
Estratégia A
R2
40
30
Figura 4.48 – ETICS – Curvas de degradação para duas estratégias de melhoramento com
reparações de material idêntico
execução de uma reparação num período equivalente a cerca de 4/3 da vida útil total
esperada para uma taxa de degradação superior;
100
Pedra natural
90 I1
80 Rp
70
Estratégia C
60
50 Rp'
40
30
Nível mínimo de qualidade Estratégia D
20
21,5 24 36,5 48,5
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
TEMPO (anos)
Figura 4.49 – Curvas de degradação para duas estratégias de melhoramento com substituição
do revestimento existente por pedra natural
Do cálculo do VAE LCC relativo a cada uma destas estratégias, obtiveram-se os resultados
ilustrados na Figura 4.50.
210
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Melhoramento
Figura 4.50 – Representação gráfica da variação dos valores do VAE LCC (€/m2) para cada
estratégia de manutenção de melhoramento proposta
Neste contexto, também se poderá prever um mapa de manutenção tal como é definido no
Quadro 4.20.
4.5.1 – Introdução
211
Capítulo 4
A
E
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
B
# 1
C
%
D
A
E
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
A
B
C
D
A
E
26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38
A
B
C Ö
D 4
A
E
39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51
A 4
B 4
C 4
D
Legenda:
A- Ano de intervenção - Reparação
E- Estratégia a considerar Ö- Reparação pesada
#- Aplicação do revestimento %- Substituição
1- Inspecção 4- Reposição
212
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Dado o carácter desconhecido do comportamento a longo prazo desse sistema e o facto não
alheio de ter sido aplicado em vastas áreas de fachada dos novos edifícios do Pólo II da
Universidade de Coimbra, associando-se ainda a circunstância de estar a ser vigiado pela
gestão de edifícios daquela entidade, pareceu oportuno proceder-se a uma análise mais
aprofundada do sistema, tentando enquadrar-se no propósito da presente dissertação.
A estrutura base delineada é modelarmente ensaiada com maior rigor neste capítulo, tendo-se
constatado que, para a sua realização, é necessário um grande trabalho, por um lado, de
213
Capítulo 4
As estratégias delineadas foram meramente arbitradas, embora com alguma base de critério,
sobretudo pretendo-se abranger um número não muito exaustivo de soluções e a posterior
comparação de resultados, sem grandes constrangimentos.
Assim, em termos gerais, verificou-se que o intervalo de variação dos valores do VAE LCC
(€/m2) para as diferentes estratégias exequíveis, nos diferentes tipos de manutenção
(preventiva e predictiva), não é superior a cerca de 0,60 €/m2, tornando-se portanto, entre
elas, bastante competitivas.
Das estratégias projectadas no presente trabalho, há a salientar para o facto de uma estratégia
de substituição do revestimento por outro com melhores características, poder vir a ser
214
ENSAIO DO MODELO DE INSPECÇÃO E MANUTENÇÃO
Talvez o aspecto mais importante a retirar desta análise será que, qualquer que seja o tipo de
manutenção do revestimento, a sua realização permite obter resultados teóricos de
durabilidade bastante bons. Neste caso, para o ETICS, talvez não seja arriscado afirmar que,
em condições controladas e com cuidados de manutenção análogos aos propostos, a sua
durabilidade poderá duplicar.
215
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
Capítulo 5
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
ÍNDICE
5.1 - ENQUADRAMENTO
5.2 - RESULTADOS OBTIDOS
5.3 - AVALIAÇÃO DOS OBJECTIVOS
5.4 - DIFICULDADES
5.5 - DESENVOLVIMENTOS FUTUROS
218
CONCLUSÕES
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
5.1 – ENQUADRAMENTO
Este trabalho foi elaborado no âmbito do plano de trabalhos de mestrado, tendo por base uma
219
Capítulo 5
- Existir um extenso património edificado nos principais centros urbanos, com elevados
níveis de degradação, fruto da inexistência e desinteresse na aplicação de medidas
mínimas de manutenção;
- Haver uma cultura generalizadamente reactiva, não estruturante ao nível dos cuidados de
planeamento e aplicação de uma eficaz manutenção dos edifícios, com vista à sua maior
longevidade;
- Algum desconhecimento geral sobre revestimentos delgados armados sobre isolante, o seu
comportamento a longo prazo e a sua durabilidade. Neste caso aproveitou-se o facto de
terem sido utilizados em grandes áreas de fachada dos edifícios do Pólo II da
Universidade de Coimbra, para se proceder ao seu estudo e enquadramento neste tema.
220
CONCLUSÕES
implementação;
Em termos gerais, os resultados obtidos parecem ser satisfatórios, embora possam ser alvo de
critica, sobretudo pelo facto de serem baseados em aspectos fundamentalmente teóricos.
Assim, através do exame ao exposto no Capítulo 2, parece pertinente referir alguns dos
pontos mais importantes:
- Actualmente, pretende-se que a manutenção dos edifícios, surja numa lógica racional de
planeamento de estratégias de intervenção periódicas (isoladas ou combinadas) e dos
respectivos actos administrativos, aplicados durante a vida útil dos elementos
constituintes dos edifícios, para que constantemente, com a sua aplicação, se produza
informação útil, se melhorem os métodos práticos e se aprofunde o conhecimento
científico na matéria;
- No nosso país, ocorre como facto sublime, a necessidade de se fazer aceitar na opinião
pública em geral, nos meios científicos e académicos e junto dos intervenientes no sector
da construção, as questões da manutenção e do seu desenvolvimento, para que seja
221
Capítulo 5
222
CONCLUSÕES
Saliente-se ainda neste âmbito, que a correcta implementação da manutenção dos edifícios,
passa pela total disponibilidade da informação (registos históricos, documentação,
bibliografia técnica, etc.) validados em bases de dados a constituir. É ainda necessário
estabelecer uma forte componente de planeamento nas operações associadas aos custos,
empregar técnicos especializados no processo, para que se permita ainda, controlar
eficazmente, o desempenho das intervenções.
223
Capítulo 5
- As situações de defeitos mais observados foram a Visualização das juntas das placas
(20% a 22% dos casos) e a Alteração da cor das superfícies (cerca de 19% dos casos). As
anomalias com menor expressão são o Desenvolvimento de vegetação parasitária
(4% a 6%), o Empolamento das placas (5%) e o Descolamento do sistema (4%);
224
CONCLUSÕES
Este que são as mais afectadas pela predominância do Empolamento das placas, do
Desenvolvimento de vegetação parasitária e da Visualização das juntas das placas. Estes
são defeitos que espontaneamente se podem relacionar com factores associados à
exposição agressiva desses panos de parede. No que concerne ao modo de execução do
revestimento, há dois aspectos a salientar. No caso do IPN, que é o edifício mais antigo,
verifica-se uma distribuição de defeitos mais ou menos uniforme, o que poderá ter uma
leitura associada a condições excepcionais de execução. O DEC, sendo o edifício mais
novo do conjunto, regista importantes valores em alguns defeitos, superiores mesmo
àqueles relativos aos revestimentos mais antigos, o que poder levar a concluir, em
princípio, que houve falta de qualidade na execução do revestimento;
225
Capítulo 5
- O aumento da vida útil de uma estratégia de manutenção predictiva para uma estratégia de
manutenção preventiva, aparentemente pode tender para o valor correspondente à
melhoria da taxa de degradação verificada através das primeiras inspecções;
- O intervalo de variação dos valores do VAE LCC (€/m2) para as diferentes estratégias
exequíveis e propostas, nos diferentes tipos de manutenção (preventiva e predictiva), não
é superior a cerca de 0,60 €/m2, tornando-se portanto, entre elas, bastante competitivas;
226
CONCLUSÕES
- O aspecto provavelmente mais importante a retirar desta análise, aponta para que qualquer
que seja o tipo de manutenção do revestimento, a sua realização permite obter resultados
teóricos de durabilidade bastante bons. Neste caso, para um ETICS, a durabilidade pode
duplicar se, em condições controladas, existirem cuidados de manutenção análogos aos
propostos.
Com a elaboração da presente dissertação, julga-se ter contribuído um pouco mais para o
conhecimento e aprofundamento das questões relacionadas com a manutenção em geral. A
informação condensada no capítulo da teoria da manutenção parece ser uma mais valia no
sentido de permitir enquadrar os aspectos da manutenção com questões relacionadas com a
gestão de edifícios e o processo geral do empreendimento, pretendo também assim, despertar
a importância deste envolvimento. Além disso, apresenta resumidamente os conceitos básicos
relacionados com a manutenção, com apoio em trabalhos já realizados e de acordo com uma
cuidada análise bibliográfica.
Com a leitura global dos diferentes capítulos, parece ser claro o intuito de transmitir uma
sensibilização, em primeiro lugar, para a necessidade de estruturar os procedimentos inerentes
à aplicação de qualquer programa de manutenção em edifícios correntes e em segundo lugar,
para a riqueza de informação que pode resultar desse trabalho e da importância subjacente ao
retorno do seu conhecimento, às fases iniciais de um empreendimento.
227
Capítulo 5
podem ser úteis a entidades gestoras de património, sobretudo pelo contributo inovador que se
lhe pretendeu dar. Além disso, a abordagem a diversos aspectos tecnológicos, permite
estimular a necessidade crescente de maior progresso no seu conhecimento, sobretudo em
assuntos como a durabilidade dos materiais, defeitos e causas, etc.
5.4 – DIFICULDADES
Muita da informação recolhida, teve por base alguma bibliografia dispersa que aborda outros
temas relacionados, como por exemplo a reabilitação de edifícios, etc.
Em termos mais restritos, refira-se que a determinação do tempo de vida útil de um elemento
tem associado um conjunto de obstáculos relevantes, sobretudo pela quase inexistência de
estudos sobre a durabilidade dos materiais.
Outro aspecto marcante, relaciona-se com a necessidade de perspectivar com maior acuidade,
as eventuais necessidades de manutenção de um elemento ao qual se estabeleça uma
228
CONCLUSÕES
Assim, referem-se alguns aspectos que poderão ser objecto de maior aprofundamento,
contribuindo para o progresso e expansão do sector da manutenção imobiliária:
- Desenvolver metodologias adaptadas a cada caso, no sentido de ser possível uma melhor
análise do modo de degradação dos elementos dos edifícios, como por exemplo, tipos de
inspecções, técnicas a utilizar, etc;
- Elaborar uma base de dados com fichas de intervenção, salientando-se a importância dos
pormenores mais importantes que possam garantir uma adequada durabilidade dos
elementos. Nesse seguimento, proceder ainda à constituição de bases de dados sobre
custos de operações de acordo com as respectivas técnicas;
229
Capítulo 5
230
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
[2] - DROWER, Margaret S. – “Flinders Petrie: A Life in Archaelogy”. Vítor Gollanez Ltd, London,
1985 (referido em [1]).
[3] - SCOTT, Geoffrey – “The Architecture of Humanism, Garden City”. Doubley & Company, Inc.,
1924 (referido em [1]).
[4] - AGUIAR, José; CABRITA, A. M. Reis; APPLETON, João – “Guião de Apoio à Reabilitação de
Edifícios Habitacionais”. Trabalho elaborado ao abrigo do Convénio entre a DGOT – Direcção-
Geral de Ordenamento do Território e o LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
Lisboa, 2002.
[8] - SOURIS, Jean-Paul – “Manutenção Industrial: Custo ou Benefício”. Edições CETOP. Lisboa,
1992. (referido em [7]).
[9] - QUAH, Lee Kiang (Ed.)- “Facilities Management and Maintenance – The Way Ahead into the
Millennium”. Proceedings of the International Symposium on Management, Maintenance &
Modernisation of Building Facilities. Singapore, November 1998.
[13] - CABRAL, J.S. – “Organização e Gestão da Manutenção – Dos Conceitos à Prática”. LIDEL,
1998. (referido em [12]).
[14] - SPPEDING, Alan – “Maintenance, Management & Pratice in Educational Buildings”. Textos de
apoio às 4ªs Jornadas de Construções Civis da FEUP - "Manutenção e Reabilitação de Edifícios".
FEUP, Secção de Construções Civis, Porto, Maio de 1996.
232
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[22] - PORTUGAL - Leis, Decretos, etc. - “Regulamento Geral das Edificações Urbanas”. Dec.-Lei n.º
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[23] - PORTUGAL - Leis, Decretos, etc. - “Regime Jurídico do Licenciamento Municipal das Operações
de Loteamento das Obras de Urbanização e das Obras Particulares”. Dec.-Lei n.º 555 de 16 de
Dezembro de 1999 (com a redacção dada pelo Dec.-Lei n.º 177 de 4 de Junho de 2001).
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233
[34] - GASPAR, Pedro - “Metodologia para o Cálculo da Durabilidade de Rebocos Exteriores
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[35] - FAYOL, H. - “General and industrial managment”. New York, Pitman, 1949. (referido em [1]).
[36] - NATIVIDADE, Eduardo - “Avaliação do Espaço Urbano Edificado com Recurso a Tecnologias
da Informação”. Tese de Mestrado. Coimbra, FCTUC., 2002
[37] - ABRANTES, Vítor; CALEJO, Rui - “Planeamento das acções de manutenção em parques
habitacionais”. Comunicações do 2º ENCORE - “Encontro sobre Conservação e Reabilitação de
Edifícios” - Vol.II. LNEC, Lisboa, Junho-Julho 1994.
[41] - PORTUGAL - Leis, Decretos, etc. - “Regulamento das Condições de Segurança e Saúde no
Trabalho em Estaleiros Temporários ou Móveis”. Dec.-Lei n.º 273 de 29 de Outubro de 2003.
[42] - SILVA, V. Cóias, SOARES, Iolanda - “A Revisão de Projectos como Forma de Deduzir os Custos
da Construção e os Encargos da Manutenção de Edifícios”. Comunicações do 3º ENCORE -
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[45] - PERRET, J. – “Guide de la Maintenance dês Bâtiments”. Monitor Référence Technique. Paris,
1995. (referido em [40]).
[46] - SPPEDING, Alan – “Managing Property Cost for Optimum Efficiency”. Textos de apoio às 4ªs
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234
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Department of Building and Construction Engineering – CIB W80/RILEM 175-SLM (Final Draft
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Mortars and Renders Applied to Field Construtions”. XXX IAHS World Congress on Housing –
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IAHS World Congress on Housing – Housing Constrtuction. Oktay Ural, Vitor Abrantes, António
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[58] - CIB - W86 - “Building Pathology - A State-of-the-art Report”. CIB Report, Publication 155.
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Especialização sobre Revestimentos de Paredes. LNEC, 1996.
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parte)”. Livros Horizonte (ISBN 972-24-1221-3). Lisboa, 2003.
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prefabricação” de Branco, José da Paz. LNEC, Lisboa, 1977.
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Humidade”. Artigos do 1º PATORREB - “1.º Encontro Nacional sobre Patologia e Reabilitação
de Edifícios”. Porto, FEUP, Março 2003.
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Edifícios e Pontes”. Dec.-Lei nº 235/83 de 31 de Maio de 1983.
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Edifícios Antigos”. 3.º ENCORE, LNEC Lisboa, Maio 2003, - pp 465-473.
[75] - ARAÚJO, Álvaro; ALMEIDA, M. Guedes - “Anomalias em Fachadas devidas a Deformações dos
Elementos Estruturais”. Comunicações do Encontro Nacional da Construção - “CONSTRUÇÃO
2001” – Vol. II, pp 783-798. IST, Lisboa, Dezembro 2001.
[76] - PORTUGAL - Leis, Decretos, etc. - “Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-
Esforçado”. Dec.-Lei nº 349-C/83 de 30 de Julho de 1983.
[78] - LOURENÇO, Zita; COSTA, José Paulo - “Reabilitação de Estruturas de Betão Armado
Utilizando Técnicas Electroquímicas”. 3.º ENCORE, LNEC Lisboa, Maio 2003, - pp 1273-1273.
[79] - CANDEIAS, Paulo; MASSENA, Beatriz; COELHO, Ema - “Métodos Simplificados de Avaliação
Sísmica de Edifícios”. 3.º ENCORE, LNEC Lisboa, Maio 2003, - pp 1099-1108.
[80] - COELHO, Ema - “Reabilitação Sísmica de Estrutura de Edifícios”. 3.º ENCORE, LNEC Lisboa,
Maio 2003, - pp 1119-1128.
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de Industriais de Cerâmica da Construção. Coimbra, Março de 1998.
236
REFERÊNCIAS
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patologias ”, in Arquitectura e Vida n.º 20, Lisboa, Outubro de 2001, pp 118-121.
[85] - ROSENBOM, Kim; GARCIA, João, – “Isolamento térmico de fachadas pelo exterior – ETICS”.
3.º ENCORE, LNEC Lisboa, Maio 2003, - pp 1309-1317.
[86] - SILVA, J.A.R. Mendes da; TORRES, Maria Isabel M; CARVALHAL, Mário J.T. -
“Envelhecimento Natural e Patologia de Revestimentos Delgados Armados Sobre Isolamento
Térmico, em Paredes de Fachada”. 2.º Simpósio Internacional sobre Patologia, Durabilidade e
Reabilitação de Edifícios, Lisboa - LNEC, Novembro de 2003.
[87] - SILVA, J.A.R. Mendes da; CARVALHAL, Mário J.T. - “Reabilitação Geral de Fachada de
Alvenaria de Construção Recente, Gravemente Fissurada, Caso de Estudo”. 3.º ENCORE, LNEC
Lisboa, Maio 2003.
[88] - SJOTROM, Ch; et al – “Implementation of the European Constrution Products Directive Via The
ISO 15686 Standards”. 9th DBMC, 9th International Conference on Durability of Building
Materials and Components, Brisbane Convention Centre, Brisbane Australia, March 2002.
[91] - COLEN, Inês Flores; BRITO, Jorge de; FREITAS, Vasco P. - “Durabilidade das Soluções e
Estratégias de Manutenção de Fachadas de Edifícios”. 2.º Simpósio Internacional sobre Patologia,
Durabilidade e Reabilitação de Edifícios, Lisboa - LNEC, Novembro de 2003.
[92] - CEN – EN ISO 13788 - “Hygrothermal performance of building components and building
elements – Internal surface temperature to avoid critical surface humidity and interstitial
condensation”. CEN, Bruxelas, Julho de 2001. (referido em [100]).
[94] - PORTUGAL - Leis, Decretos, etc. - “Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios”. Dec.-
Lei nº 129/2002 de 11 de Maio de 2002.
[95] - FLORES, Inês; BRITO, Jorge de - “Manchas Prematuras em Fachadas de Edifícios Recentes”.
Comunicações do 2.º Simpósio Internacional Sobre Patologia, Durabilidade e Reabilitação dos
Edifícios. LNEC, Lisboa, Novembro 2003.
[96] - Department of Education & Early Development - “Life Cycle Cost Analysis Handbook”.1st
Edtion. State of Alaska, 1999.
[97] - U.S. Department of Commerce - “Life-Cycle Cost Manual for the Federal Energy Management
Program”. Department of Commerce, Washington DC, U.S.A., 1995.
237
ANEXO 1
- ESTRUTURA DE UM PIMEC -
ASPECTOS PARCIAIS APLICÁVEIS A OUTROS ELEMENTOS
ANEXO 1
Em complemento ao Capítulo 3, são apresentados neste anexo, outros quadros com abordagens
simplificativas, os quais, poderão igualmente configurar propostas para utilização em outros
elementos com interesse no contexto geral de um edifício.
A análise tem incidência sobretudo nos procedimentos de inspecção e manutenção corrente, uma
vez que a respectiva estrutura inclui o estudo sobre aspectos tecnológicos relevantes, tais como vida
útil, níveis de qualidade, degradação, desempenho, etc.
Também são sugeridas algumas orientações para os procedimentos de manutenção a ter em conta
em cada elemento.
Portanto, com este anexo, procura-se enriquecer o trabalho, focando e abrangendo determinados
aspectos considerados fundamentais no estudo do tema.
A1 - 2
ANEXO 1
A.B.3 Estrutura
4. Procedimentos de inspecção e manutenção correntes
E. Planeamento da manutenção
E.A. Manutenção preventiva
E.A.1 Caracterização de parâmetros
AV- Ri: caso exista
O R.S.A.E.E.P. [72] define com sondo o intervalo de tempo de referência em
relação ao qual são estabelecidas as condições de segurança e
VU quantificados os valores das acções.
AV-Es/Al–Id: parece sensato considerar na generalidade, tanto para
estruturas de betão armado como para estruturas metálicas, uma durabilidade
mínima de 70 anos, podendo ter uma variabilidade que dependerá de
factores como a poluição atmosférica, proximidade do mar, chuvas ácidas,
etc.[34]
Ri: ter em consideração as especificações técnicas estabelecidas em projecto,
caso existam.
NQ Dc: este parâmetro depende sobretudo das exigências consideradas ao nível
do cálculo, e entre outros, dos critérios gerais de verificação da segurança
em relação aos estados limites últimos de resistência e de deformação.
Ri: ter em consideração as especificações técnicas estabelecidas em projecto.
Dc: sobretudo deve conferir resistência mecânica, estabilidade, baixa
ND deformabilidade ajustada às condições de serviço, segurança em caso de
incêndio e de ocorrência de sismos e durabilidade.
Ri: ter em consideração as especificações técnicas estabelecidas em projecto,
caso existam.
Dc: o registo da degradação deste elemento deve ter em conta o estudo e
análise dos seguintes critérios:
1. Acções e agentes mecânicos que causem deformações, fadiga, abrasão,
erosão, fissuração, desagregação, etc;
2. A acção de agentes e de fenómenos físicos e/ou químicos que provoquem
corrosão, oxidação, etc;
RD 3. Os efeitos de fenómenos estáticos e dinâmicos a que a estrutura está ou
pode estar submetida devidos sobretudo a acções permanentes, acções
variáveis e acções de acidente. No caso das acções de acidente deve ser
sempre efectuado o registo da sua ocorrência, características da mesma e
acções sobre os elementos da estrutura.
Em: Deve ser realizado o registo de evolução da degradação, com base
1 - No desenvolvimento temporal e físico das anomalias relevantes
verificadas ao nível do elemento ou nos outros elementos do edifício por
efeito de reacção;
2 - Na identificação dos agentes de deterioração e na avaliação das
respectivas causas.
3 - Em resultados de inspecções, modelações teóricas, ensaios, etc.
A1 - 3
ANEXO 1
A1 - 4
ANEXO 1
Monitorização
Objectivo Procedimento
• Avaliação da evolução da abertura de ¾ Utilizar:
fissuras - estando estáveis ou estando - Fissurómetros “tell-tale” (resolução de 0,5 mm);
activas, verificar qual a variação da - Fissurómetros de corda vibrante;
abertura ( a definição da - Deflectómetros (resolução de 0,01 mm);
periodicidade das sessões de leitura e - Alongâmetros com bases metálicas (resolução de 0,002
a duração da monitorização deve ser mm);
feita em função do tipo de estrutura e - Extensómetros e elongâmetros amovíveis;
do tipo de acção que está na origem - Compasso com nónio;
das fissuras); - Transdutores e registo por sistemas computorizados;
- Fotografia;
- Observações periódicas empregando testemunhos de gesso
ou pasta de cimento.
• Avaliação da evolução de ¾ Utilizar:
deformações. - “Tilt-meters” – medem a variação do ângulo com a vertical
num elemento construtivo;
- Topografia de precisão – com a instalação de alvos
reflectores ou prismas em diversos pontos do edifício,
realizando posteriormente sessões de leituras e registos
periódicos.
A1 - 5
ANEXO 1
A.B.3 Estrutura
E.B.2 Planeamento das inspecções
MI Mapa de inspecções
IC Inspecções correntes
Intervalo de tempo: 6 meses
Efectuar inspecções visuais aos elementos acessíveis da estrutura, dando
particular atenção a:
• Mudanças localizadas de cor dos revestimentos ou das superfícies
expostas;
• Regularidade das superfícies, com especial atenção para a
existência de descasques dos revestimentos ou de zonas expostas;
• Aparecimento de ferrugem;
• Fendilhações, sobretudo a meio vão de vigas e encastramentos;
• Deformações.
Observação visual de juntas de dilatação e reportar indícios de
movimentos;
Verificar se existem cargas ou vibrações excessivas em algum ponto do
edifício que possam afectar a estrutura ou os elementos constituintes. De
acordo com o R.E.B.A.P. [76], e “em alguns casos, poderá ser
conveniente colocar, em locais apropriados, placas com a indicação de
alertar os utilizadores das sobrecargas de utilização máximas permitidas,
a fim de avisar os utilizadores para o facto de que a aplicação de
sobrecargas superiores às indicadas pode danificar a estrutura”.
Quando considerado necessário, poder-se-á proceder ainda à monitorização -
Quadro A.1.2.
Preenchimento de relatório de inspecção tipo
ID Inspecções detalhadas
Intervalo de tempo: 2 anos
• Verificar a geometria da estrutura
• Medir a abertura de juntas;
• Em locais assinalados, proceder à medição, através de técnica ou ensaio
adequado, da corrosão ou carbonatação em superfícies aparentes e de
acordo com o tipo de solução.
• Quando julgadas necessárias, realizar outras medições ou ensaios mais
elaborados tecnicamente, como por exemplo:
- Esclerometria Pendular para verificar a dureza superficial e
resistência à compressão do betão;
- Determinação do recobrimento e diâmetro dos varões (com
equipamento adequado);
- Determinação da velocidade de corrosão das armaduras (com
equipamento adequado);
A1 - 6
ANEXO 1
A1 - 7
ANEXO 1
B.B.2 Cobertura
4. Procedimentos de inspecção e manutenção correntes
E. Planeamento da manutenção
E.A. Manutenção preventiva
E.A.1 Caracterização de parâmetros
AV- Ri : caso exista.
Al–Id: Neste aspecto há a tomar em consideração que a cobertura no seu
todo, é constituída por diversos elementos. O conhecimento científico
relativo à evolução das propriedades dos materiais sob dadas acções ao longo
do tempo, está ainda muito aquém do que seria desejável, o que dificulta a
quantificação das exigências de durabilidade.
Pode admitir-se que as superfícies exteriores, nomeadamente coberturas,
podem mudar em cada 20 anos, sobretudo no caso de edifícios de serviços,
cujas mudanças geralmente decorrem das necessidades de alteração da
VU imagem institucional ou por obsolescência tecnológica. No caso dos edifícios
de habitação, esse período pode ir muito além do indicado, uma vez que
estão normalmente sujeitos a uma maior inércia de transformação e com
maiores restrições financeiras.
Relativamente a aspectos particulares de materiais, nomeadamente no que se
refere aos revestimentos de impermeabilização, é corrente adoptarem-se
critérios para a sua avaliação com base num limite inferior de 10 anos, mas é
sempre expectável um tempo de vida útil superior a esse, quer se trate de
revestimentos tradicionais ou de soluções de impermeabilização mais
recentes. Pode tomar-se como limite superior 20 anos ou mais, dependendo
essencialmente das condições iniciais de aplicação e do nível de manutenção
que lhe é oferecida nesse período. As empresas da especialidade,
normalmente, oferecem uma garantia de estanquidade de 10 anos.
Ri: ter em consideração as especificações técnicas estabelecidas em projecto,
caso existam.
Dc: de acordo com o tipo de soluções construtivas adoptadas, o nível de
qualidade varia na mesma medida em que for possível satisfazer mais ou
menos as respectivas exigências funcionais dos materiais constituintes e do
nível de funcionamento global da cobertura. Isto depende essencialmente da
NQ consideração e cumprimento de diversos aspectos, nas diversas fases do
empreendimento: conhecimento tecnológico dos materiais utilizados, sua
certificação, pormenorização em projecto, adequação da geometria da
cobertura ao tipo de edifício e ao seu enquadramento ambiental, utilização de
mão-de-obra especializada, cumprimento de diversos requisitos
regulamentares - comportamento térmico e higrotérmico, acústico, resistência
ao fogo, estabilidade, modos de execução e manutenção.
Ri: ter em consideração as especificações técnicas estabelecidas em projecto.
Dc: sobretudo deve satisfazer:
o Exigências de segurança:
ND o Comportamento mecânico;
o Comportamento sob a acção do vento;
o Segurança contra riscos de incêndio;
o Reacção ao fogo dos materiais;
o Resistência aos agentes químicos;
A1 - 8
ANEXO 1
A1 - 9
ANEXO 1
A1 - 10
ANEXO 1
A1 - 11
ANEXO 1
A1 - 12
ANEXO 1
AE Avaliação especializada
Intervalo de tempo: logo após à detecção de deficiência grave
• Elaborada ou solicitada a equipas especialistas
• Execução de ensaios globais, estáticos ou dinâmicos em elementos ou em
zonas chave.
Relatório da entidade que elaborou a avaliação
E.B.3 Planeamento das intervenções
MM Mapa de manutenção
Intervalo de tempo: 3 meses
Proceder a uma limpeza ligeira das superfícies aparentes nos pontos em que
estas apresentem um aspecto preocupante (com produtos adequados);
Eliminação de verdete, vegetação e detritos;
No caso de revestimentos com telhas, cujos elementos tenham sofrido danos
ou deslocado, proceder à sua recolocação ou substituição, se for caso disso.
Intervalo de tempo: 1 ano
No caso de existir uma camada de protecção pesada constituída por
elementos soltos, deve proceder-se à sua regularização;
Proceder à desobstrução de pontos de ventilação;
Proceder a reparações gerais que se verifiquem ser necessárias.
Realização de ensaios (destrutivos ou não destrutivos) para avaliação das
propriedades físicas e mecânicas do elemento, quando considerado
necessário.
• Proceder a acções de manutenção de melhoramento ou reactiva em função
de outras decisões.
• Em qualquer caso deve ser feito sempre o registo do procedimento tomado.
A1 - 13
ANEXO 2
Para se ter uma ideia da generalidade dos edifícios do Pólo II (excluindo o Instituto Pedro Nunes),
inclui-se também neste anexo, uma fotografia aérea do conjunto.
A2 - 2
ANEXO 2
A2 - 3
ANEXO 2
Figura A.2.2 – Plantas dos edifícios do Pólo II - indicação das fachadas com ETICS
D.E.E. D.E.I.
6
13
12
5
11
10
2 18
16
26 15 14 11 8
14 9
17 8
16
20 3 1 19
28 18 19
27 21 17 15 13 12 10 9 7
29
39 25
38 30 22 23
40
37 31 4
41
36 32 3 4 5
42
2 6
35
33 1
34 24
26
25 23
24
DE
P AR
TA
ME
NT
O 15 10 6
DE
EN
GE
NH
AR
IA Q
627 UÍM
/ -2 ICA
408
11 9
42 RA
-2 E D
9
P
16 14
70 DE
SA
0/
CA
7 5
12
24
13 8
25
26
23
20 4
21 17 18 3
22
19 2
D.E.C.
1
A2 - 4
ANEXO 2
Figura A.2.3 – Edifícios do Pólo II – pormenor de numeração das fachadas com ETICS
A2 - 5
ANEXO 2
Figura A.2.4 – Numeração das fachadas com ETICS nas plantas dos edifícios do
Instituto Pedro Nunes
13 1
2
17
6
3
5 15
4
14 7
8
18
12
9
11 16
10
A2 - 6
ANEXO 3
- ETICS -
ELEMENTOS COMPLEMENTARES UTILIZADOS PARA A
CARACTERIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO EM SERVIÇO
ANEXO 3
Em complemento ao Capítulo 4, são apresentados neste anexo, diversos quadros que sintetizam o
trabalho realizado no levantamento do estado actual dos revestimentos dos edifícios do Pólo II.
A3 - 2
ANEXO 3
Idade 10
Planos de fachadas 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Exposição Sul Sul Nascente Norte Norte Poente Sul Sul Nascente
Tipo de degradação
Descolamento do sistema x x x x
Perfuração do sistema x x x x x x x x x
Deficiência de planeza do sistema x x x x x x x x x
Fissuração do revestimento x x x x x x x x x
Visualização das juntas das placas x x x x x x x x x
Empolamento das placas x x x
Alteração da cor das superfícies x x x x x x x x
Desenvolvimento de vegetação parasitária
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço x x x x x x x x x
Planos de fachadas 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Exposição Norte Norte Poente Sul Sul Norte Norte Nascente Nascente
Tipo de degradação
Descolamento do sistema x x x
Perfuração do sistema x x x x x x x x x
Deficiência de planeza do sistema x x x x x x x x x
Fissuração do revestimento x x x x x x x x
Visualização das juntas das placas x x x x x x x x x
Empolamento das placas x x
Alteração da cor das superfícies x x x x x x x x x
Desenvolvimento de vegetação parasitária
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço x x x x x x x
A3 - 3
ANEXO 3
EXPOSIÇÃO
Oeste
Norte
Este
Sul
Área de fachada (m2) 928 1270 266 240
% da área total 34% 47% 10% 9%
Número de planos de fachadas considerados 6 6 4 2
Número de planos de fachadas afectados
Descolamento do sistema 1 1 4 0
Perfuração dos sistema 6 6 4 2
Deficiência de planeza do sistema 6 6 4 2
Defeitos
Fissuração do revestimento 6 5 4 2
Visualização das juntas das placas 6 6 4 2
Empolamento das placas 1 3 1 0
Alteração da cor das superfícies 6 5 4 2
Desenvolvimento de vegetação parasitária 0 0 0 0
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço 5 5 4 2
A3 - 4
ANEXO 3
EXPOSIÇÃO
Oeste
Norte
Este
Sul
Área de fachada (m2) 928 1270 266 240
% da área total 34% 47% 10% 9%
Número de planos de fachadas considerados 6 6 4 2
Área afectada de fachadas
Descolamento do sistema 376 125 266 0
Perfuração dos sistema 928 1270 266 240
Deficiência de planeza do sistema 928 1270 266 240
Defeitos
A3 - 5
ANEXO 3
Idade 4
Planos de fachadas 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Exposição Sul Nascente Sul Nascente Nascente Norte Poente Norte Nascente
ÁREA 272 144 975 255 950 260 700 675 450
Tipo de degradação
Descolamento do sistema x x
Perfuração do sistema x x x x x x
Deficiência de planeza do sistema x x x x
Fissuração do revestimento x x x x x x x
Visualização das juntas das placas x x x x x x x x x
Empolamento das placas x x x
Alteração da cor das superfícies x x x
Desenvolvimento de vegetação parasitária
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço x x x x x x
Planos de fachadas 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Exposição Norte Nascente Nascente Sul Nascente Norte Poente Sul Sul
ÁREA 480 400 200 320 675 468 810 270 195
Tipo de degradação
Descolamento do sistema x
Perfuração do sistema x x x x x
Deficiência de planeza do sistema x x
Fissuração do revestimento x x x x x x
Visualização das juntas das placas x x x x x x x x x
Empolamento das placas x
Alteração da cor das superfícies x x x
Desenvolvimento de vegetação parasitária
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço x x x x x x
Planos de fachadas 19 20 21 22 23 24 25 26
Tipo de degradação
Descolamento do sistema
Perfuração do sistema x x
Deficiência de planeza do sistema x x
Fissuração do revestimento x x x x x x
Visualização das juntas das placas x x x x x x x x
Empolamento das placas x x
Alteração da cor das superfícies x x
Desenvolvimento de vegetação parasitária
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço x x x x x x
A3 - 6
ANEXO 3
EXPOSIÇÃO
Oeste
Norte
Este
Sul
Área de fachada (m2) 2393 2542 3464 1954
% da área total 23% 25% 33% 19%
Número de planos de fachadas considerados 6 7 9 4
Número de planos de fachadas afectados
Descolamento do sistema 0 2 1 0
Perfuração dos sistema 4 3 4 2
Deficiência de planeza do sistema 0 3 5 0
Defeitos
Fissuração do revestimento 3 7 5 4
Visualização das juntas das placas 5 7 9 4
Empolamento das placas 0 3 3 0
Alteração da cor das superfícies 4 3 0 1
Desenvolvimento de vegetação parasitária 0 0 0 0
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço 3 7 4 4
A3 - 7
ANEXO 3
EXPOSIÇÃO
Oeste
Norte
Este
Sul
Área de fachada (m2) 2393 2542 3464 1954
% da área total 23% 25% 33% 19%
Número de planos de fachadas considerados 6 7 9 4
Área afectada de fachadas
Descolamento do sistema 0 1170 144 0
Perfuração dos sistema 1653 1567 2280 1510
Deficiência de planeza do sistema 0 1590 2294 0
Defeitos
A3 - 8
ANEXO 3
Idade 10
Planos de fachadas 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Exposição Sul Sul Sul Sul Sul Nascente Nascente Norte Poente
ÁREA 1620 253 322 322 322 100 630 168 630
Tipo de degradação
Descolamento do sistema x
Perfuração do sistema x x x x
Deficiência de planeza do sistema x x
Fissuração do revestimento x x x
Visualização das juntas das placas x x x x x x x
Empolamento das placas x x x x
Alteração da cor das superfícies x x x x x x x x x
Desenvolvimento de vegetação parasitária x x x x x x x
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço x
Planos de fachadas 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Exposição Nacsente Norte Poente Nascente Norte Nascente Circular Nascente Norte
ÁREA 630 198 630 630 168 630 679 756 132
Tipo de degradação
Descolamento do sistema x x x
Perfuração do sistema x x x x x
Deficiência de planeza do sistema x
Fissuração do revestimento x x x x x
Visualização das juntas das placas x x x x x x x x
Empolamento das placas
Alteração da cor das superfícies x x x x x x x x x
Desenvolvimento de vegetação parasitária x x x x x x
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço x x x x x
Planos de fachadas 19 20 21 22
Tipo de degradação
Descolamento do sistema
Perfuração do sistema x x
Deficiência de planeza do sistema
Fissuração do revestimento x x x x
Visualização das juntas das placas x
Empolamento das placas
Alteração da cor das superfícies x x x x
Desenvolvimento de vegetação parasitária x
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço x x x
A3 - 9
ANEXO 3
EXPOSIÇÃO
Oeste
Norte
Este
Sul
Área de fachada (m2) 836 3289 3546 2240
% da área total 8% 33% 36% 23%
Número de planos de fachadas considerados 5 9 7 4
Número de planos de fachadas afectados
Descolamento do sistema 3 1 1 1
Perfuração dos sistema 2 3 6 3
Deficiência de planeza do sistema 1 2 2 1
Defeitos
Fissuração do revestimento 4 4 3 4
Visualização das juntas das placas 3 6 6 4
Empolamento das placas 0 4 0 0
Alteração da cor das superfícies 5 9 7 4
Desenvolvimento de vegetação parasitária 1 5 5 3
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço 2 4 4 2
A3 - 10
ANEXO 3
EXPOSIÇÃO
Oeste
Norte
Este
Sul
Área de fachada (m2) 836 3289 3546 2240
% da área total 8% 33% 36% 23%
Número de planos de fachadas considerados 5 9 7 4
Área afectada de fachadas
Descolamento do sistema 704 170 170 170
Perfuração dos sistema 368 1855 2916 1610
Deficiência de planeza do sistema 170 1809 800 170
Defeitos
A3 - 11
ANEXO 3
Idade 8
Planos de fachadas 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Exposição Nascente Norte Poente Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Sudeste Noroeste
ÁREA 920 144 493 200 140 140 140 493 493
Tipo de degradação
Descolamento do sistema
Perfuração do sistema x x x x x x x x
Deficiência de planeza do sistema
Fissuração do revestimento x x x x x
Visualização das juntas das placas x x x x x x x
Empolamento das placas
Alteração da cor das superfícies x x x x x x x x x
Desenvolvimento de vegetação parasitária x x
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço x x x x x
Planos de fachadas 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Exposição Sudeste Noroeste Sudeste Noroeste Sudoeste Sudeste Sudoeste Noroeste Sudoeste
Tipo de degradação
Descolamento do sistema
Perfuração do sistema x x
Deficiência de planeza do sistema
Fissuração do revestimento x x x
Visualização das juntas das placas x x x x x x x x
Empolamento das placas
Alteração da cor das superfícies x x x x x x x x
Desenvolvimento de vegetação parasitária x
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço x x
Planos de fachadas 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Exposição Sudeste Sudoeste Noroeste Sudoeste Sudeste Sul Sudoeste Noroeste Noroeste
Tipo de degradação
Descolamento do sistema x
Perfuração do sistema x
Deficiência de planeza do sistema x
Fissuração do revestimento x x x
Visualização das juntas das placas x x x x x x x x
Empolamento das placas x
Alteração da cor das superfícies x x x x x x x x x
Desenvolvimento de vegetação parasitária x
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço x x
A3 - 12
ANEXO 3
Planos de fachadas 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Exposição Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Sudeste Sudoeste Sudoeste Sudoeste
ÁREA 210 104 210 104 210 225 210 104 210
Tipo de degradação
Descolamento do sistema
Perfuração do sistema x
Deficiência de planeza do sistema x x x x
Fissuração do revestimento x x x x x x x x x
Visualização das juntas das placas x x x x
Empolamento das placas x x x x
Alteração da cor das superfícies x x x x x x x x x
Desenvolvimento de vegetação parasitária
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço x x x x
Planos de fachadas 37 38 39 40 41 42
Tipo de degradação
Descolamento do sistema
Perfuração do sistema
Deficiência de planeza do sistema x x x x x x
Fissuração do revestimento x x x x x x
Visualização das juntas das placas x x x x x x
Empolamento das placas x x x x x x
Alteração da cor das superfícies x x x x x x
Desenvolvimento de vegetação parasitária
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço x x x x x x
A3 - 13
ANEXO 3
EXPOSIÇÃO
Nordeste
Sudoeste
Noroeste
Sudeste
Oeste
Norte
Este
Sul
Área de fachada (m2) 144 600 920 493 3569 2577 1458 4286
% da área total 1% 4% 7% 4% 25% 18% 10% 31%
Número de planos de fachadas considerados 1 1 1 1 10 8 9 11
Número de planos de fachadas afectados
Descolamento do sistema 0 1 0 0 0 0 0 0
Perfuração dos sistema 1 0 1 1 1 4 3 0
Deficiência de planeza do sistema 0 0 0 0 4 2 0 5
Defeitos
Fissuração do revestimento 0 1 1 1 4 5 7 7
Visualização das juntas das placas 0 1 1 1 10 8 3 9
Empolamento das placas 0 1 0 0 3 2 0 5
Alteração da cor das superfícies 1 1 1 1 10 8 9 10
Desenvolvimento de vegetação parasitária 0 0 0 0 1 2 1 0
Deterioração do recobrimento das cantoneiras de reforço 0 1 0 1 3 4 3 7
A3 - 14
ANEXO 3
EXPOSIÇÃO
Nordeste
Sudoeste
Noroeste
Sudeste
Oeste
Norte
Este
Sul
Área de fachada (m2) 144 600 920 493 3569 2577 1458 4286
% da área total 1% 4% 7% 4% 25% 18% 10% 31%
Número de planos de fachadas considerados 1 1 1 1 10 8 9 11
Número de planos de fachadas afectados
Descolamento do sistema 0 210 0 0 0 0 0 0
Perfuração dos sistema 68 0 920 493 216 1704 480 0
Deficiência de planeza do sistema 0 0 0 0 900 450 0 838
Defeitos
A3 - 15
ANEXO 4
- ETICS -
ELEMENTOS COMPLEMENTARES UTILIZADOS PARA O
PLANEAMENTO DA MANUTENÇÃO
ANEXO 4
Em complemento ao Capítulo 4, são apresentados neste anexo, diversos mapas que incluem os
aspectos fundamentais a ter em conta para a aplicação e caracterização das diferentes estratégias de
manutenção arbitradas.
A4 - 2
ANEXO 4
A4 - 3
ANEXO 4
A4 - 4
ANEXO 4
A4 - 5
ANEXO 4
A4 - 6
ANEXO 4
A4 - 7
ANEXO 4
A4 - 8
ANEXO 4
A4 - 9
ANEXO 4
A4 - 10
ANEXO 4
A4 - 11
ANEXO 4
A4 - 12
ANEXO 4
A4 - 13
ANEXO 4
A4 - 14
ANEXO 4
A4 - 15
ANEXO 4
A4 - 16
ANEXO 4
A4 - 17
ANEXO 4
A4 - 18
ANEXO 4
A4 - 19
ANEXO 4
A4 - 20
ANEXO 4
A4 - 21
ANEXO 4
A4 - 22
ANEXO 4
A4 - 23
ANEXO 4
A4 - 24
ANEXO 4
Estrat. B 39
Reparação com revestimento de iguais
1 9 12,5 25
características de desempenho
A4 - 25
ANEXO 4
A4 - 26
ANEXO 4
View publication stats
d= 0,037
A4 - 27