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CADERNOS DE APOIO AO ENSINO


DA TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO
E DA REABILITAÇÃO DE ANOMALIAS
NÃO ESTRUTURAIS EM EDIFÍCIOS

O QUE SE DIZ (E APRENDE)


NOS CONGRESSOS DE CONSTRUÇÃO (2)
Coordenação Editorial de José António Raimundo Mendes da Silva
Departamento de Engenharia Civil | Faculdade de Ciências e Tecnologia | 2009
.
17
CADERNOS DE APOIO AO ENSINO
DA TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO
E DA REABILITAÇÃO DE ANOMALIAS
NÃO ESTRUTURAIS EM EDIFÍCIOS

Alunos do 11º Mestrado em Construção de Edifícios da FEUP (2007) na disciplina


de Tecnologia de Fachadas

O QUE SE DIZ (E APRENDE)


NOS CONGRESSOS
DE CONSTRUÇÃO (2)
Coordenação Editorial de José António Raimundo Mendes da Silva
Departamento de Engenharia Civil | Faculdade de Ciências e Tecnologia | 2009
O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

Cadernos de apoio ao estudo da Tecnologia da Construção e da Reabilitação


de Anomalias não Estruturais em Edifícios” é uma das faces do projecto
pedagógico que venho ensaiando e amadurecendo desde a conclusão do
Doutoramento em 1999,mas que só quase dez anos mais tarde ganha expressão
formal, reunindo sob o mesmo título, com “ar de família”, alguns dos materiais de
apoio ao ensino produzidos durante este período.
Ao longo destes anos, a leccionação de matérias no domínio da Tecnologia da
Construção e da Reabilitação não Estrutural nas Licenciaturas de Engenharia Civil e
Arquitectura na Universidade de Coimbra – e ainda nos diversos cursos de mestrado
e pós-graduação – tem sido apoiada com a produção de materiais próprios, com
resultados da investigação, com muitos casos de estudo resultantes, quer de
colaborações com o exterior, quer de iniciativa própria com objectivos pedagógicos e,
também, com o resultado do melhor trabalho produzido pelos alunos dos cursos mais
avançados, devidamente enquadrado e orientado. A diversidade de assuntos nestes
domínios e o aparecimento de diversos manuais nos últimos anos aconselham a não
enveredar pela criação de um texto único, com a pretensão de síntese global, mas
sim de textos direccionados para sub-temas específicos, que reúnam, eles próprios,
várias perspectivas e abordagens.

Estes cadernos são, assim, um misto de pós-publicação e pré-publicação porque


reúnem, sob uma nova capa e uma nova forma, materiais já anteriormente
publicados, mas agora organizados para um público em formação, e, noutros casos,
compilam, organizam e disponibilizam materiais até agora dispersos, criando a
eventual expectativa da sua divulgação futura mais alargada, eventualmente sob a
forma de livro.

Os limites deste projecto são apenas os da capacidade de produção de materiais


pedagógicos nestas áreas e do interesse que vierem suscitar. Serão sempre aceites
novos formatos e conteúdos e novos colaboradores e co-autores.

O arranque, em finais de 2008, dá-se com 3 títulos que são resultado de trabalho de
2003 e 2004 com os alunos de 5º ano da licenciatura em Engenharia Civil
“Levantamento de defeitos e definição de estratégias de reabilitação da envolvente
dos edifícios do Pólo 2 da Universidade de Coimbra”, de ferramentas de motivação
produzidas em 2005-06 para as aulas de Tecnologia da Construção sob a
designação de “Casos da Semana” e do guião de apoio a diversos cursos de curta
duração e palestras em 2007 sobre “12 Erros na Construção de Fachadas”, que já foi
objecto de publicação em capítulo de livro e que agora é revisto e alargado, de forma
breve, à realidade das coberturas.

É firme intenção sistematizar e divulgar também por esta via algumas das mais
relevantes apresentações em formato “Powerpoint” elaboradas como suporte às
palestras realizadas, bem como materiais de avaliação comentados, de forma a que
possam constituir ferramentas de aprendizagem.

Prof. Doutor José A. Raimundo Mendes da Silva


Departamento de Engenharia Civil
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Universidade de Coimbra

2
Preâmbulo

PREÂMBULO

Nos últimos anos, Portugal assistiu a um aumento muito significativo do


interesse técnico e científico pela área da construção de edifícios e, em
particular, pelas áreas de patologia e reabilitação, o que se traduziu na
realização de um grande número de eventos científicos.

De entre estes eventos, será justo distinguir aqueles que, face ao tempo a
que já se realizam, à sua cadência regular e ao público científico, técnico e
estudantil que têm mobilizado e fidelizado, constituem, já, referências
nacionais do sector: os encontros ENCORE (1985, 1994, 2003), no LNEC, os
encontros PATORREB (2003, 2006, 2009), na FEUP, e os encontros
nacionais da CONSTRUÇÃO (2001, 2004, 2007), no IST, FEUP e FCTUC.
Outros, mais específicos ou mais “jovens” começam também a afirmar-se.

Não deve esquecer-se o importante contributo da progressiva afirmação dos


universitários portugueses nas Comissões Internacionais do CIB
(www.cibworld.nl) e dos simpósios promovidos sob a sua égide.

O conhecimento produzido ou sistematizado para estes encontros e


publicado nas suas actas está a chegar muito lentamente ao sector da
construção e, nem sempre da melhor forma, à formação universitária.

Assim, como contributo para essa difusão do conhecimento científico e


aproveitando o imenso manancial formativo e pedagógico das actas destes
congressos, tem sido feito um desafio aos alunos de pós-graduação, no
sentido de complementarem a sua formação com a escolha criteriosa de
trabalhos publicados que, durante o período lectivo das disciplinas, assumem
como seus, preparando apresentações públicas e comentários críticos.

Nesta brochura, apresenta-se uma pequena amostra dessa selecção feita


pelos alunos da disciplina de “Tecnologia de Fachadas” do 11º Mestrado em
Construção de edifícios da FEUP, quem em 2007 tive o prazer de leccionar.

Em anexo, reproduzem-se os artigos que lhe deram origem e a cujos autores


se agradece vivamente esta colaboração involuntária, mas que, estamos
certos, vai ao encontro da vontade colectiva de difusão do conhecimento.

As escolhas feitas, quer pelos alunos, quer nesta brochura, não representam
qualquer juízo sobre os trabalhos, todos de grande interesse e mérito já
validado pelas Comissões Científicas dos Encontros, mas, como é fácil
compreender, para uma pequena brochura pedagógica com este âmbito, foi
necessário restringir severamente o número de casos apresentados.

3
O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

Títulos anteriores
1 Defeitos na envolvente dos edifícios do Pólo 2
2 O caso da semana
3 12 erros na construção de fachadas
4 Observação e registo de defeitos de construção
5 Estratégias e técnicas de reparação de fissuras em alvenarias
6 Grampeamento pós-construção de paredes duplas de alvenaria
e reforço de cunhais
7 Anomalias de revestimentos de fachada e soluções de
reabilitação
8 Isolamento térmico exterior de fachadas (sistema ETICS)
9 Anomalias em revestimentos de piso
10 Anomalias em coberturas
11 Humidade na construção. Síntese das causas e estratégias de
reabilitação
12 Arquitectura de Cabo Verde. Um contributo para uma construção
sustentável
13 Anomalias em Escola com fachada de tijolo face à vista – Caso
de Estudo
14 Coberturas de fibrocimento em edifícios escolares – Caso de
Estudo
15 Projecto de reabilitação de fachadas em Bairro do Norte do País
– Caso de Estudo
16 O que se diz (e aprende) nos congressos de construção (1)

Coordenação editorial
J. A. R. Mendes da Silva | Prof. Auxiliar DEC-FCTUC

Autores (vide cada capítulo/secção)


Alunos do 11º Mestrado em Construção de Edifícios da FEUP (2007)
na disciplina de Tecnologia de Fachadas

Contribuição especial (e agradecimento)


Todos os autores dos artigos científicos que serviram de apoio ao
trabalho dos alunos e que se reproduzem, bem como as Comissões
Organizadoras e Científicas dos Congressos e Conferências
correspondentes, sem as quais não seria possível ter disponíveis tão
valiosas contribuições.

Colaboradores
Cátia Marques | Arquitecta
Victor Conceição | Eng.º Civil

Capa
Luísa Silva
Departamento de Engenharia Civil
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Universidade de Coimbra
2009

4
Índice

ÍNDICE
Preâmbulo
Ficha Técnica
Índice

1 SELECÇÃO DE COMUNICAÇÕES A CONGRESSOS DE


CONSTRUÇÃO, APRESENTADAS E COMENTADAS PELOS
ALUNOS

ANEXO I

I TEXTO ORIGINAL DAS COMUNICAÇÕES A CONGRESSOS DE


CONSTRUÇÃO QUE SERVIRAM DE BASE AO TRABALHO DOS
ALUNOS.

5
SELECÇÃO DE COMUNICAÇÕES A
1
CONGRESSOS DE CONSTRUÇÃO,
APRESENTADAS E COMENTADAS
PELOS ALUNOS

Introdução por J. A. R. Mendes da Silva

A partir dos powerpoints e comentários críticos Alunos do 11º Mestrado em Construção de


Edifícios da FEUP (2007) na disciplina de Tecnologia de Fachadas, tendo como base artigos
seleccionados pelos próprios, de entre diversos Congressos da área de Construções.
O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

Lista de comunicações seleccionadas pelos alunos para apresentação, debate e avaliação

Mestrado em Reabilitação do Espaço Construído e Mestrado em Ciências da Construção - Universidade de Coimbra


Disciplina: Tecnologia de Fachadas - FEUP (2007)
Docente responsável: Prof. Doutor José Ant. Raimundo Mendes da Silva
As referências I, II, III, … V dizem respeito aos artigos e apresentações seleccionados para esta brochura. Ver texto explicativo desta opção.

grup ref.
o (*)
Disc. Título Autores Congresso Tema sub-tema

Rossella Corrao, Bert Blocken, CIB W086 - Itália -


1 I TF-07 Rain on building façades Fachadas Degradação
Dominique Derome, Jan Carbeliet Roma - 2006

CIB W086 - LNEC - Revestimento Reboco


2 II TF-07 Execução de Rebocos Monocamada Nuno Biga, Vitor Abrantes
Lisboa - 2003 de paredes monocamada

Argamassas para revestimento de paredes de


3º ENCORE - LNEC - Revestimento de
3 TF-07 edifícios antigos. Características e campo de Maria do Rosário Veiga Rebocos
Lisboa - 2003 paredes
aplicação de algumas formulações correntes.

Dimensionamento de superfícies envidraçadas Construção 04 - FEUP - Envidraçados / Dimensiona-


4 TF-07 Rui Camposinhos, José Sousa
sob acção do vento Porto - 2004 Caixilharias mento

Patologia inerente aos revestimentos


exteriores com placas de pedra natural. Adelino Alves, Maria do Rosário da PATORREB 2003 - Revestimento
5 III TF-07 Pedra natural
Anomalias associadas e recomendações para Silva Veiga FEUP - Porto - 2003 de paredes
as evitar.

Descolamento e fendilhação de revestimentos 3º ENCORE - LNEC - Revestimento de Revestimento


6 TF-07 Miguel Mendes Abreu
cerâmicos Lisboa - 2003 paredes cerâmico

Defeitos de concepção e execução de J. A. R. Mendes da Silva, Vitor Abrantes, PATORREB 2003 - Coberturas com Erros e
7 TF-07
coberturas de telha cerâmica Romeu Vicente FEUP - Porto - 2003 telha cerâmica anomalias

Revestimentos exteriores de fachada


descontínuos e independentes. Desenvolvimento Adelino, Rodrigues, José Amorim Faria, Construção 04 - FEUP - Revestimento de Revestimentos
8 TF-07
de uma metodologia para a sua selecção Helena Corvacho Porto - 2004 paredes independentes
exigencial.
Exigências de qualidade em revestimentos
M. Paula Rodrigues; M. Isabel QIC 2006 - LNEC - Revestimento
9 IV TF-07 por pintura para a indústria da construção. Pintura
Eusébio Lisboa - 2006 de paredes
Metodologias e competências.

CIB W086 - LNEC -


10 V TF-07 Microbiological Growth on Façades Roland Büchli Fachadas Degradação
Lisboa - 2003

Reabilitação do revestimento de fachadas em Maria de Lurdes B.C. Reis, Rogério 3º ENCORE - LNEC - Tojolo face-à-
11 TF-07 Fachadas
tijolo de face à vista - caso de estudo. Paulo Godinho de Sousa Lisboa - 2003 vista

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Selecção de Comunicações a Congressos de Construção, apresentadas e comentadas pelos alunos

SELECÇÃO DE COMUNICAÇÕES A CONGRESSOS DE


CONSTRUÇÃO, APRESENTADAS E COMENTADAS PELOS
ALUNOS

A partir dos powerpoints e comentários críticos Alunos do 11º Mestrado em Construção de Edifícios da FEUP (2007) na disciplina de Tecnologia de
Fachadas, tendo como base artigos seleccionados pelos próprios, de entre diversos Congressos da área de Construções.

NOTA INTRODUTÓRIA

Neste capítulo, apresentam-se, de seguidas apresentações “Powerpoint” feitas pelos alunos ou grupos de alunos
que, com carácter académico assumiram ser “temporariamente” os autores dessas comunicações.

Fizeram a sua e pesquisa e selecção em mais de uma dezena de Congressos desta área e, atendendo, às
temáticas da disciplina, que nos casos suscitaram maior interesse ou, por condicionantes de tempo ou programa
não foram abordadas especificamente, convergiram para as comunicações cuja listagem se apresenta e um
conjunto de outras que, tendo sido objecto de discussão não foram publicamente apresentadas.

Após a escolha e amadurecimento do tema, produziram e protagonizaram uma apresentação para os restantes
colegas, como se de um congresso se de tratasse.

As comunicações que manifestaram maior interesse abrangem cerca de sete congressos envolvem mais de 60
autores. As temáticas mais escolhidas foram o revestimento de paredes e comportamento geral das fachadas,
apesar de também haver selecção no âmbito das coberturas e da caixilharia, que, aliás, têm sido menos objecto
de publicação.

Foram escolhidas para esta brochura 5 das 11 apresentações realizadas, algo por “intuição pedagógica”, sem
que tenha sido feita uma grelha de critérios muito precisa. Nuns casos atendeu-se ao valor acrescentado a
apresentação, incorporando novos dados, novas imagens, ilustrando a comunicação com casos semelhantes,
noutros valorizou-se a organização da apresentação e, noutros, o interesse de disponibilizar aos alunos
vindouros uma comunicação específica, eventualmente mas relevante em termos formativos.

Nesta brochura há textos com origem muito diversa, incluindo autores estrangeiros presentes em congressos do
CIB que também foram alvo de pesquisa pelos alunos. Todos os textos, agora apoiados por uma apresentação
“interpretativa” em Powerpoint são excelentes complementos à formação graduada e pós-graduada e muito
gostaríamos que passassem a ser considerados com textos de referência pelos nossos alunos.

Os textos não reproduzidos, mas aqui listados, constituirão, sem dúvida, um desafio à formação complementar.

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Selecção de Comunicações a Congressos de Construção, apresentadas e comentadas pelos alunos

I – Rain on building façades

11º Mestrado em Construção de Edifícios

Tecnologia de Fachadas

Apresentação do artigo:
“Rain on building façades”
CIB 2006 - Roma

Rossella Corrao (Uni. Palermo, Itália),


Bert Blocken (TU Eindhoven, Holanda),
Dominique Derome (Concórdia Uni.,Canada),
Jan Carmeliet (TU Eindhoven, Holanda)

Rain on building façades

Resumo

- Chuva como principal causa de degradação de fachadas


- Acção do vento nos edifícios
- Importância da modulação na protecção das fachadas
- Exemplos com fotografias e simulações por computador

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

Rain on building façades

1- Introdução
“A Chuva como principal causa de degradação de fachadas”

- Infiltrações de água
- Gelo
- Sais
- Descoloração por lixíviação
- Sujidade por lavagem diferencial
- Outros…

“ A Chuva como principal causa de degradação de fachadas”

Fig. 1b)

Fig. 1a) e b): Exemplo da degradação da uma


fachada na costa sul da Sicília devido á erosão
(ventos fortes, chuva, altas temperaturas poluição
atmosférica…).
Fig. 1a)

12
Selecção de Comunicações a Congressos de Construção, apresentadas e comentadas pelos alunos

“ A Chuva como principal causa de degradação de fachadas”

Fig. 2a) Fig. 2b)

Figura 2a): Exemplo da degradação da fachada pelo vento e chuva (costa sul da Sicília).
Figura 2b) : Outro exemplo da erosão de vários blocos calcários onde apenas as juntas
estão ainda visíveis.

“ A Chuva como principal causa de degradação de fachadas”

Estratégias de protecção da fachada nos


“sistemas tradicionais”

- Materiais e técnicas de eficiêncientes (testados)


- Modulação e pormenorização
- Cornijas
- Peitoris
- Cumeeiras
- Outros…

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

“ A Chuva como principal causa de degradação de fachadas”

Séc. XX – Arquitectura “Moderna”

- Volumes geometricamente mais “puros”


- Fachadas planas
- Ausência de ornamentos ou modulação
- Remoção parcial ou completa de elementos de “afastamento
de águas”

Rain on building façades

2- Princípios gerais da deposição da chuva nas fachadas

Análise sobre a validade da afirmação:


“Quanto mais alto é o edifício mais agua das chuvas ele recebe”

- Simulação da dinâmica dos fluidos por computador


- Fachadas sem detalhe
- Velocidade do vento de referência 10m/s (aos 10m de altura)
- Gotas de chuva com 1mm

14
Selecção de Comunicações a Congressos de Construção, apresentadas e comentadas pelos alunos

2- Princípios gerais da deposição da chuva nas fachadas

Max 1.72
Max 1.14

< 0,05
0,6

Resultados:
- Cantos do topo são a parte mais exposta da fachada
- Fachada de maior altura recebe muito menos chuva que a menor

2- Princípios gerais da deposição da chuva nas fachadas

“Efeito de bloqueamento do vento”


Fenómeno que é tanto mais importante quanto mais alto for o edifício

- Obstrução ao vento diminuindo-lhe a velocidade


(maior em edifícios altos e largos)
- A força da água das chuvas diminui e o seu movimento começa a
“curvar-se” (afastando-se da fachada)

Em ambientes reais os edifícios encontram-se geralmente agrupados:

Na cidade “típica” Europeia (muitos edifícios de baixa e média altura, e


alguns de grande altura) os edifícios baixos estão de um modo
geral protegidos da chuva pelos outros.

15
O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

2- Princípios gerais da deposição da chuva nas fachadas

Abertura na fachada:
- ”Atalho” para o vento, (maior
velocidade do vento)
-Aumenta deposição de água na
abertura
-Manchas permanentes na fachada

Rain on building façades

3- Modulação das fachadas tradicionais


e pormenorização para proteger da chuva e deflectir a água

Soluções tradicionais adoptadas:


- Telhados “avançados”
- Cornijas

Exemplo da trajectória das gotas de chuva em fachadas com e sem telhados


avançados. (a-b) gotas com 0,7mm de diâmetro; (c) gotas com 5mm de diâmetro.

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Selecção de Comunicações a Congressos de Construção, apresentadas e comentadas pelos alunos

3- Modulação das fachadas tradicionais e pormenorização

Exemplos de detalhes de cornijas de livros de construção italianos (1890, 1933)

3- Modulação das fachadas tradicionais e pormenorização

Independentemente da velocidade do vento ou do tamanho da gota que cai da


pingadeira, esta não é empurrada pelo vento contra o muro (simulação de
dinâmica de fluidos feita por computador)

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

3- Modulação das fachadas tradicionais e pormenorização

Padrão de manchas provocadas pelo


escorrimento da água pela fachada
(apesar de reconstruída segundo
aparência original, foi no entanto
esquecido o pormenor correcto da
cornija.

3- Modulação das fachadas tradicionais e pormenorização

Padrão de manchas provocadas pelo


escorrimento da água pela fachada.

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Selecção de Comunicações a Congressos de Construção, apresentadas e comentadas pelos alunos

Rain on building façades

4- Chuva em fachadas “modernas” não permeáveis

Com a Arquitectura Moderna as considerações da “aparência formal”


vieram por vezes pôr de lado as questões de performance…

- Ausência de elementos de protecção (cornijas, cumeeiras, …)


- Novos materiais (nem sempre devidamente estudados)
- Má utilização ou pormenorização de materiais estudados

Manifestações:
- Concentração das manifestações de patologia nas juntas
e ligações entre os materiais
- Maior risco de infiltrações de água

4- Chuva em fachadas “modernas” não permeáveis

Exemplo da deterioração de fachada devido á corrosão da caixilharia por


infiltração da água das chuvas. A água penetrou na estrutura de aço, provocando
o enferrujamento dos painéis e sua consequente expansão. Esta expansão
torceu as barras verticais da caixilharia e partiu a maior parte dos painéis de vidro
não transparente.

Edifício Lever House, Nova York

19
O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

Rain on building façades

5- Conclusão

- Importância da modulação e pormenorização na fachada tradicional


no sentido de reduzir o contacto com a chuva

- Cornijas e pingadeiras não só protegem com afastam água em


excesso das paredes prevenindo degradação

- Infiltrações de água no interior das fachadas, em particular nas


fachadas de metal e vidro, é um dos principais problemas de
durabilidade das fachadas “modernas”

5 - Conclusão

Como prevenir penetração da água nas fachadas contemporâneas?


- Sistemas de drenagem adequados
- Elementos internos de impermeabilização
- Utilização de materiais mais duráveis

- Considerar desde o inicio do projecto:


- Contexto em que vai ser construído
- Natureza do local
- Clima
- Características da chuva e vento

Soluções adequadas para cada fachada!

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Selecção de Comunicações a Congressos de Construção, apresentadas e comentadas pelos alunos

II – Execução de rebocos monocamada

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


Departamento de Construção Civil
Curso de Pós-Graduação e Mestrado em Construção de Edifícios Ano Lectiv o de 2006 – 2007
Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

Execução de Rebocos
Monocamada

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


Departamento de Construção Civil
Curso de Pós-Graduação e Mestrado em Construção de Edifícios Ano Lectiv o de 2006 – 2007
Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

Comunicação conjunta de Nuno Biga e Victor Abrantes ao


Concelho Internacional para a Inv estigação e Inov ação na
Edificação e na Construção CIB W086 no âmbito do 2º
Simpósio Internacional sobre Patologia, Durabilidade e
Nuno Biga Victor Abrantes Reabilitação dos Edifícios em Lisboa no ano de 2003
FCTUC FEUP
Portugal Portugal
nbiga@dec.uc.pt va.consult ores@t elepac.pt

21
O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


Departamento de Construção Civil
Curso de Pós-Graduação e Mestrado em Construção de Edifícios Ano Lectiv o de 2006 – 2007
Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

Objectivo da Comunicação Metodologia adoptada Conclusões

Identificar as operações Análise de um Enumeração de um


críticas na execução nos Estudo de Caso conjunto de
revestimentos recomendações para a boa
Monocamada e sistematizar aplicação do Revestimento
(Princípios de um plano de inspecção e
os erros cometidos ensaio, Manual exigencial do material
mais frequentemente. e estimativas de custo de reparação)

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


Departamento de Construção Civil
Curso de Pós-Graduação e Mestrado em Construção de Edifícios Ano Lectiv o de 2006 – 2007
Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

Estudo de caso

Local Área metropolitana de Lisboa no Verão

Tipo de obra Nova estação ferroviária

Fase dos trabalhos Concluídos dias antes

Solução arquitectónica Estação subterrânea com passagem inferior


de acesso à superfície

Solução construtiva Betão armado com paramentos em monomassa

22
Selecção de Comunicações a Congressos de Construção, apresentadas e comentadas pelos alunos

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


Departamento de Construção Civil
Curso de Pós-Graduação e Mestrado em Construção de Edifícios Ano Lectiv o de 2006 – 2007
Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

Patologias Verificadas

• Fissurações e grilhagens da camada de revestimento numa


vasta área com deslocamento de suporte

• Diferenças de cor em planos executados em datas distintas

• Visualização de juntas entre tijolos nalgumas zonas de mono


massa aplicadas sobre alvenarias

• Outras (eflorescências; carbonatação; cisalhamento; sujidade; fungos…)

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


Departamento de Construção Civil
Curso de Pós-Graduação e Mestrado em Construção de Edifícios Ano Lectiv o de 2006 – 2007
Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

fig. 1 - Fissuração de revestimento


(Imagem retirada da comunicação)

23
O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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Curso de Pós-Graduação e Mestrado em Construção de Edifícios Ano Lectiv o de 2006 – 2007
Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

Metodologias de correcção adoptadas

Remoção das áreas de mono


massa não aderente a jacto de areia
e água a alta pressão eliminando os
vestígios de primário de aderência

Aplicação de primário antes da


aplicação da projecção da
argamassa pré-doseada fig. 2 - Remoção de mono massa não aderente ao suporte
(Imagem retirada da comunicação)

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


Departamento de Construção Civil
Curso de Pós-Graduação e Mestrado em Construção de Edifícios Ano Lectiv o de 2006 – 2007
Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

Possíveis causas para os problemas durante as fases de concepção e execução

• Paredes sujeitas a grandes vibrações prov ocando a perde de aderência progressiv a do


reboco monomassa

Perspectiva exigencial em projecto

• Elevada temperatura do suporte durante a aplicação em paramentos expostos à


acção directa dos raios solares

Planeamento adequado dos trabalhos

• Cura deficiente da monomassa

Conhecimento técnico do sistema construtivo

• Limpeza deficiente do suporte

Qualidade na execução

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Selecção de Comunicações a Congressos de Construção, apresentadas e comentadas pelos alunos

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Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

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Curso de Pós-Graduação e Mestrado em Construção de Edifícios Ano Lectiv o de 2006 – 2007
Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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Curso de Pós-Graduação e Mestrado em Construção de Edifícios Ano Lectiv o de 2006 – 2007
Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

Recomendações para a fase de Projecto

• Compatibilidade da monomassa face às solicitações bem como o


acabamento final das superfícies;

• Suporte e monomassa terão de ter comportamento mecânicos


compatíveis;

• Selecção de produtos homologado;

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


Departamento de Construção Civil
Curso de Pós-Graduação e Mestrado em Construção de Edif ícios Ano Lectivo de 2006 – 2007
Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsável: Professor Doutor José António Raimundo Mendes da Silva (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

Recomendações para fase de preparação de empreitada

• Selecção de equipas executantes que possuam referências abonatórias


com capacidade técnica e idoneidade reconhecidas pelo fabricante da
mono massa, por forma a requerer uma garantia mínima de 5 anos contra
eventuais anomalias detectadas a prazo devidas ao produto e/ou à
aplicação;

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Selecção de Comunicações a Congressos de Construção, apresentadas e comentadas pelos alunos

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Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsável: Professor Doutor José António Raimundo Mendes da Silva (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

Recomendações para a recepção do material no estaleiro

• O material recebido em obra deve conferir com a nota de encomenda


(conferir a Ref. do produto);

• Verificar o prazo de validade do produto mencionado no saco;

• Os inertes recebidos para acabamento do tipo “pedra à vista” não poderão


estar conspurcados e/ou a sua granolumetria deverá conferir com a amostra
padrão aprovada;

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Curso de Pós-Graduação e Mestrado em Construção de Edifícios Ano Lectiv o de 2006 – 2007
Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

Recomendações para a fase de preparação do produto

•A quantidade de água adicionada à mistura é a definida pelo fabricante e


não pela sensibilidade do aplicador; A monomassa é aplicada embora não
reúna condições de trabalhabilidade, comprometendo o acabamento (pasta
muito fluida)

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

Recomendações para a fase de aplicação do produto


• Execução de uma amost ra padrão, a aprovar pelo arquitecto antes de iniciarem os trabalhos,
bem como preparar uma “amostra padrão” que possa ser utilizada como referência para o
trabalho a executar;
• Garantir que as condições atmosféricas são adequadas às características físico-químicas da
monomassa. A monomassa não deve ser aplicada em condições ambientais extremas: frio
excessivo (T<5ºC),calor excessivo (T>30ºC),neve, geada, granizo;
• Suporte deverá ser bem limpo (e.g. evitar presenças de óleos descofrantes, poeira, terra);
• Garantir a regularidade do suporte para evitar empenos nas superfícies finais;
• Aplicar primário sobre superfícies lisas antes da monomassa e respeitar os tempo de aplicação;
• Juntas seladas com material elástico;
• Posicionar negativos de atravessamento, bem como prever pontos de referência e/ou malhas
auxiliares (3mX3m) antes da aplicação da monomassa;
• A superfície da monomassa dev e apresentar panos esquartelados (afastastamento
entre juntas: horizontais=7m, v erticais=2m)
• Humidificar o suporte, quando a temperatura ambiente é elevada e/ou existe vento e o
suporte é muito absorvente;
• Projectar a monomassa com a zona envolvente adequadamente protegida contra salpicos de
argamassa fresca;

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Disciplina de Tecnologia de Fachadas
Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
Apresentação de Cláudio Morais
Maio de 2007

Recomendações para fase de acabamentos

• O acabamento da superfície deve ser feito quando a monomassa não está


demasiado humedecida, evitando micro-fissurações;

• A pintura final deve ser aplicada sobre monomassa com idade superior a
90 dias, evitando uma acentuada absorção de tinta;

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Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
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Aspectos Positivos da Comunicação:

→ Coerência entre título e texto


→ Texto de fácil compreensão;
→ Quadros exigencial e de patologias
→ Identificação clara de medidas pró activas

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Docente Responsáv el: Professor Doutor José António Raimundo Mend es da Silv a (DEC –FCTUC)
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Aspectos Negativos da Comunicação:

→ Imagens ou esquemas de apoio quer do estudo de caso, quer das


intervenções de reabilitação pouco esclarecedoras ou inexistentes;
→ Estrutura do trabalho passível de melhorias;
→ Repetição de conceitos

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III – Patologia inerente aos revestimentos exteriores com placas de pedra


natural. Anomalias associadas e recomendações para as evitar.

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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Selecção de Comunicações a Congressos de Construção, apresentadas e comentadas pelos alunos

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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IV – Exigências de qualidade em revestimentos por pintura para a indústria da


construção: metodologias e competências

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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V – Microbiological growth on façades

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

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Anexo I
TEXTO ORIGINAL
DAS COMUNICAÇÕES A
CONGRESSOS DE CONSTRUÇÃO
QUE SERVIRAM DE BASE
AO TRABALHO DOS ALUNOS
O que se diz (e aprende) nos Congressos de Construção (2)

Referência bibliográfica dos artigos atrás comentados e


adiante reproduzidos

[ I ] CORRAO, Rossella; BLOCKEN, Bert; DEROME, Dominique; CARBELI,


Jan – “Rain on building façades.”. Construction in the XXI Century: Local and
Global Changes CIB-W86 Symposium – Pathology prevention in the design
process. Rome, Italy. 18-20 October 2006

[ II ] BIGA, Nuno; ABRANTES, Vitor – “Execução de Rebocos Monocamada”.


”2.º Simpósio Internacional sobre Patologia, durabilidade e reabilitação de
Edifícios (CIB-W086), Lisboa, LNEC, Novembro 2003.

[ III ] ALVES, Adelino; VEIGA, M. Rosário – “Patologia inerente aos


revestimentos exteriores com placas de pedra natural. Anomalias associadas
e recomendações para as evitar”. 1º Encontro Nacional sobre Patologia e
Reabilitação de Edifícios (PATORREB-2003), FEUP, Porto, 18-19 Março
2003

[ IV ] RODRIGUES, M. Paula; EUSÈBIO, Isabel – “Exigências de qualidade


em revestimentos por pintura para a indústria da construção. Metodologias e
competências.”.Encontro Nacional sobre Qualidade e Inovação na
Construção (QIC2006), LNEC, Lisboa, 21-24 de Novembro, 2006.

[ V ] BUCHLI, Roland – “Microbiological Growth on Façades”. 2.º Simpósio


Internacional sobre Patologia, durabilidade e reabilitação de Edifícios (CIB-
W086), Lisboa, LNEC, Novembro 2003.

76
Rain on building façades

Rossella Corrao
Dipartimento di Progetto e Costruzione Edilizia,
Università di Palermo, Italy (email: rcorrao@unipa.it)
Bert Blocken
Building Physics and Systems, Technical University Eindhoven, the Netherlands
Dominique Derome
Building Envelope Performance Laboratory,
Department of Building, Civil and Environmental Engineering,
Concordia University, Montreal, Canada
Jan Carmeliet
Laboratory of Bulding Physics, Department of Civil Engineering, Katholieke Universiteit Leuven,
Belgium , also at Building Physics and Systems, Technical University Eindhoven, The Netherlands

Abstract

Rain is one of the main causes of moisture damage to the building envelope, leading to
problems such as rain penetration, frost and salt damage, discoloration by leaching, soiling
by differential washing, etc. The potential of deterioration due to rain depends on the façade
material, the junction of building envelope components, the overall geometry of the
building, but also the presence or absence of modulation on the façade. In this paper,
Computational fluid dynamics (CFD) simulations are used to analyze these effects and
illustrated with examples taken in Sicily. It is firstly shown that buildings protect
themselves from driving rain due to the wind blocking effect, but that façade openings can
lead to increased deposit of driving rain due to occurrence of high wind velocities
originating from pressure shortcuts. The importance of façade modulation by cornices or
roof overhangs for shelter and deflection of rain is next demonstrated. It is further
highlighted that these modulations should include drips to shed rain water running down
the façade. Façades without moisture buffering by capillary action of façade materials are
found to be very sensitive to staining due to run-off of dirty water from horizontal
modulations. Finally, an example illustrates the sensitivity to rain penetration and
degradation of face-seal façades.

Keywords: building façade, wind-driven rain, decay phenomena, cornice, curtain wall
1. Introduction

Rain is one of the main causes of moisture damage to the building envelope, leading to
problems such as rain penetration, frost and salt damage, discoloration by leaching, soiling
by differential washing, etc. Some examples of such deterioration process related to driving
rain are shown in Figure 1a, 1b, 1c and 1d. Historical building facades on the south coast of
Sicily are exposed to extreme environmental conditions: i.e. the presence of sea aerosol and
polluting agents in the atmosphere, high temperatures and strong winds and driving rain.
These particular conditions in combination with the particular nature of the local building
material, a soft, porous limestone, have led to an extreme decay of the wall mainly due to
salt migration and erosion. Figures 2a and 2b show more in detail that driving rain and
wind have destroyed the ashlars of the façade, although mortar joints remain almost intact.

Figure 1. Building façade on the south coast of Sicily that show decay phenomena due to
the erosion

Figure 2. Building façades by the south coast of Sicily that show the erosion of the
limestone. Wind and rain have destroyed the ashlars while the mortar joints are still visible

2
Architects and constructors have been aware of the problems related to rain deposition on
building façades and have developed strategies to shelter façades, shed running down water
and prevent rain penetration. In addition to the use of efficient materials and techniques,
they designed particular modulation and detailing of the façade to decrease the driving rain
load on the facade. In the past centuries, façades were built as load-bearing massive
masonry walls of natural stone or brick, sometimes finished with stuccos. These facades are
referred to as ‘traditional’ façade systems. In this case, rain is absorbed by the porous
capillary active materials of the facade. Upon capillary saturation of the external layer of
the masonry, rain starts to run-off, which can be delayed using materials with high capillary
moisture buffering capacity. Run-off has to be regarded as an increased risk for moisture
damage, such as soiling, rain penetration, leaching, erosion, etc. A capillary break to
prevent total wetting of the wall is provided by the presence of stuccos or joints within the
thickness of masonry walls. This can be explained by the fact that it is physically difficulty
for water to transport from fine porous materials (joints, stuccos) to coarse porous materials
(natural stone, brick). In addition, different solutions were adopted by architects and mason
masters to move away the driving rain from the façade. By restricting direct exposure to the
rain, the cornices, sills, copings, and other similar water shedding features, were able to
retard the deterioration of the façade even if «…the use of mouldings and recesses,
intended to retard surface deterioration, nevertheless resulted in staining, the formation of
the soot and whitewash effect. This was common, even inevitable, in stone buildings…»
[1]. These modulations of the traditional façade became an intrinsic part of “traditional”
architecture. The different developments of architecture along the 20th century, which can
be regrouped, despite their different formative avenues, under the term “Modern”
architecture, have led to the partial or complete removal of rain water shedding elements
from the façade. Building geometries tended towards pure volumes, with façades made of
plane surfaces. The esthetical appearance resulted from composition. i.e. the repetition or
uniqueness of windows and other components and from the colour and texture of the façade
materials. An example of new façade type that resulted from the search for transparency
and lightness of Modern architecture is the curtain wall that can be defined as «…an
exterior building wall made of non-load bearing panels that is supported on a structural
frame…» [2]. This type of contemporary façade systems was implemented in several
industrialized solutions: aluminum or steel frame, usually in filled with glass, concrete
prefabricated panels, etc. Since façade systems of Modern architecture are designed almost
without ornamentation or modulation of the wall, no rain deflecting components are present
and driving rain are more important. The contemporary façades can be grouped in two
approaches: the face-seal systems and the rain screen (or cavity wall) systems. The first
one, the face-seal approach, consists of locating the airtightness and raintightness within the
same external layer. The second one, the rain screen approach, uses the outside layer only

3
for rain control, behind which an air layer (cavity) allows pressure equalization and water
drainage, and a second layer for airtightness. Façade systems can be further subdivided in
systems with or without rain buffering capacity of the outside layer. When run-off occurs in
such façade systems, rain may penetrate at junctions of components towards the inner
layers, leading to damage along its path. Earlier curtain walls used the face-seal approach
without buffering capacity and are thus very sensitive to defects in the external layer
leading to major water infiltration problems. Current systems almost all apply the rain
screen approach. In this paper we will address the question ‘Are there differences among
the mechanisms of deterioration due to rain in traditional or contemporary building
façades?‘ First some principles of driving rain on buildings are presented using
Computational fluid dynamics (CFD) simulations. Then, driving rain control by the
presence of façade modulation by cornices or roof overhangs with appropriate detailing
(drips) in traditional facades is analyzed. In a third part, two examples of problems with
contemporary façades, i.e. staining from horizontal surfaces without drips and the
degradation due to rain penetration in a face-seal façade, are reported.

2. General principles of rain deposition on façades

Before looking at the role of façade modulation and details on controlling driving rain, it is
necessary to understand how rain strikes different façades. Three categories of methods
exist to investigate how much driving rain is deposited on building facades [3]: 1)
measurements with driving rain gauges; 2) semi-empirical relations such as those employed
in the European Standard Draft for driving rain assessment [4] and numerical methods
based on Computational Fluid Dynamics (CFD) [5-6]. In the past decade especially, CFD
has contributed to a better understanding of the interaction between driving rain and
building facades. CFD studies are given below looking simply at deposition of driving rain,
and disregarding absorption and run-off. Let us first analyze the validity of the common
statement “the higher a building, the more driving rain it will receive”. Therefore we simulate
driving rain deposition on buildings with different height. Modulation of the wall or
detailing is not present. Figure 3 presents results of calculated rain trajectories and driving
rain deposition patterns on the windward facade of two different buildings: a low-rise cubic
building and a high-rise building slab [6]. The reference wind speed U10 (at 10 m height) is
10 m/s, and the wind direction is perpendicular to the windward facade. The trajectories for
raindrops with a diameter of 1 mm are illustrated in a vertical plane cutting halfway
through the buildings. The contour lines on the facade indicate the wetting pattern by
means of the catch ratio, i.e. the ratio of the amount of driving rain on the building to the
amount of normal rainfall (as measured by a traditional pluviometer placed in an open
field). The results are given for a rainfall intensity of 1 mm/h. The wetting patterns on both

4
buildings indicate that the top edge and top corners of the facade are most exposed to
driving rain, and that significantly less driving rain hits the lower parts of the facade.
Similar results are obtained for other rainfall intensities [6]. When comparing the wetting
patterns of both buildings in Figure 3, significant differences are observed.

Figure 3. CFD simulation results of driving rain on a low-rise building and a high-rise
building slab. (a) Building geometry; (b) Rain trajectories; (c) Wetting patterns on the
windward facades in terms of the catch ratio

Under the same meteorological conditions, the high-rise wide building facade receives much
less driving rain that the low-rise building facade. This indicates that the common statement
“the higher a building, the more driving rain it will receive” is not necessarily true. In fact,
each building protects itself to some extent from driving rain impact. This phenomenon is
called the “wind-blocking effect” [6] and it becomes more important as the size (width and
height) of the building increases. A high and wide building presents a larger obstruction to

5
the oncoming wind flow and therefore slows down the wind speed in front of it. Because of
this, the driving force of driving rain is reduced and the raindrop trajectories start bending
away from the facade (see Figure 3). This effect not only causes a lower driving rain
exposure at the top of the building; it is also responsible for the fact that the lower part of the
building remains relatively dry. These observations appear to be in contrast to the general
notion that the driving rain exposure at the top of a building increases with the building
height. This notion stems from the fact that the (free-field) wind speed increases with
height and that higher wind-speed values yield higher driving rain amounts. It should be
noted that the calculations in Figure 3 were conducted for buildings without surrounding
obstructions. In real built environments, buildings seldom stand alone. If we consider a
typical European city with many low-rise and medium-rise buildings and with only a few
high-rise buildings, the low-rise buildings will generally be sheltered from wind and rain by
the other buildings, while the few high-rise buildings will not be sheltered. Therefore, the
general notion that high-rise buildings are most exposed to driving rain is in reality not
necessarily wrong. Figure 4 shows an example of the facade of a low-rise building in which
an aperture was created between the front part of the building and the outdoor terrace at the
other side of the wall. For wind flow perpendicular to this facade, the aperture acts as a
pressure shortcut between the overpressure side (in front of the facade) and the
underpressure side (behind the facade). This causes increased wind speed and therefore also
increased driving rain deposition around the aperture. This deposition has caused
permanent stains on the facade. Placing a window in the aperture would have avoided this
extent of staining. Additional lack of detailing under the window on the right-hand side (no
drip) and under the sill of the terrace has led to additional staining. After a series of rain
spells, the staining increased considerably (Figure 4b).

Figure 4. Extensive staining on a facade due to driving rain and lack of detailing, (a)
before and (b) after a series of driving rain spells in spring

6
3. Modulation of traditional façades and detailing to
shelter and deflect rain

One of the solutions adopted, in the past, by architects and constructors to shelter and shed
driving rain from the façade consisted in the use of cornices and/or roof overhangs. The
sheltering effect is first presented. Since top edges of facades are most exposed to driving
rain, appropriate facade detailing at these positions is very important. Figure 5 shows
calculated raindrop trajectories impinging on a façade with and without roof overhang.

(a) (b) (c)

Figure 5. Raindrop trajectories on the facade of a building with and without roof overhang.
(a-b) raindrops of 0.7 mm diameter; (c) raindrops of 5 mm diameter

The roof overhang not only directly shelters the top part of the facade from driving rain, but
also it provides an indirect shelter by changing (slowing down) the local wind speed. The
lower wind speeds in the region below the roof overhang result in small rain droplets to be
deviated from the façade wall. In the old construction handbooks, many cornice details are
reported, as shown in Figures 6 and 7.

Figure 6. “Mouldings and Cornices”. From: Figure 7. “The cornice’s structure and its
Musso e Copperi, Particolari di Costruzioni details”. From: Carlo Formenti, La Pratica
Murali e finimenti di Fabbricati, 1890 del Fabbricare, 1933

7
Differences between cornices are usually due to the sinuosity of the moulding motifs and
the dimensions of their projection. The variations of these two aspects over the centuries
have transformed the cornice from an architectonic element (in the beginning aimed to
represent the load-bearing structure of the peaked roof) into a decoration of the façade (in
the Renaissance). The misunderstanding that the cornice had only a decorative function,
disregarding its rain shedding function, led to the almost total vanishing of this architectural
feature in Modern and Contemporary architecture. Besides the sheltering effect of cornices
and roof overhangs, the correct detailing of these features is essential. Figure 8 shows
driving rain calculations on a wall with capstone. The sheltering effect of the overhang of
the capstone is clearly visible. Rain impinging on the almost horizontal surface of the
capstone will however start to flow down. A drip at the underside of the capstone is
generally recognized as an effective measure to prevent this water to flow on the wall
below. Although the usefulness of a drip is recognized, some questions have been raised
concerning the possibility that water dripping down from the drip could be blown against
the facade by wind. CFD simulations however have indicated that irrespective of the drop
size and the wind speed, the wind-speed values near the drip and very close to the facade in
general are too low for this to happen (Figure 8).

RAINDROP
TRAJECTORIES

WIND

Figure 8. Water droplet falling from the drip under a sill. Irrespective of the wind speed
and the drop size, the falling drop will not be blown against the wall

The need of a proper design and detailing of the cornice is illustrated by the example of
degradation of cornices and facades of old buildings located along the coast of Sicily. This
degradation is caused by excessive run-off of rain over the cornice moulding onto the
façade. The degradation becomes more severe when the eaves are inside the cornice or in
case of defective or absent gutters.
Figure 9. The “Multipurpose Centre of Culture” in Mazara del Vallo. Detail of the Cornice
and the decay phenomena of the façade related to the limestone erosion

This type of cornice is widespread in the region of Palermo on the north coast and in the
region of Mazara del Vallo on the south coast of Sicily. The reasons for this are the
particular climatic conditions (a semi-arid climate with few rainfall events of high
intensities) and the low resistance of the building material preventing large projections of
the cornice. An example of such cornice is found in the surroundings of Mazara del Vallo
(Figure 9). Rain on the cornice, made of a soft local limestone, activated different decay
phenomena such as limestone erosion and crystallization of soluble salts, visible through
the presence of efflorescence and spalling. It was found that the critical element to protect
the façade from run-off of driving rain is a proper drip moulding, a groove at the underside
of the cornice slab. The groove has the function to interrupt the water film continuity and to
prevent flow of water due adhesion effects on the wall (see figure 10).

Figure 10. “Cornice detail”. From: Jaggard W. R., Architectural Building Construction

9
The control of water run-off becomes even more important when less rain buffering
materials are used, such as in stucco systems. The following example (Figure 11) shows the
reconstruction of an ancient building performed in accordance with its original. However,
drips at the underside of the cornices were forgotten. The concentration of water flow at
joints disconnections and at broken covering slabs on the cornice resulted in differential
soiling patterns caused by run-off of dirty water from the horizontal surfaces, which collect
a lot of dust and dirty particles.

Figure 11. Staining pattern due to water run-off on a building façade rebuilt according to
the original appearance, but omitting the proper detailing of the cornice

4. Rain on modern façades without moisture buffering

In Modern Architecture, technological and performance considerations have sometimes


been put aside in favour of the formal appearance of buildings. As Frampton said, the
rationalization of the building process is, by now, «…an historical irreversible process that
promote building techniques based on light structure, assembled in a mechanic way and
that usually work in tension…» [7]. From this point of view, it is necessary to have better
understanding and consideration of driving rain on building façades. Actually, contrarily to
what happened with the traditional buildings, where «…despite the relatively high moisture
absorption of the transitional wall systems […] buildings survived well with minimal
attention for many decades…» [10], today «…even small amounts of water penetration can
have serious consequences…». Further, the use of new building materials has not always
been supported by good knowledge of their technical characteristics and their behaviour.
With regard to the action of the rain on the modern façade, it can be noted that the lack of
shedding elements, such as those that are able to retard the deterioration of the façade in the
traditional architecture (cornices, copings et cetera), led to a concentration of decay
manifestations at joints and junctions of envelope components. The main failure mode due

10
to rain in non-moisture buffering walls is water penetration. Since the first use of curtain
walls, it became obvious that the lack of moisture buffering of the façade resulted in more
rain water run-off and in an increased risk of rain penetration, especially at not projected
junctions. Despite continuous improvements and technological developments, aluminium
and glass curtain wall systems have been shown to be very susceptible to design
shortcomings and risk of rain leakage. Stephen at all [2] have singled out seven causes of
water penetration in curtain walls; most of them are due to improper installation and a few
are due to the low quality of materials. An example of deterioration of curtain walls due to
rain penetration is corrosion of the metal façade frame without any protective treatment.
Figure 12 shows the Lever House in New York, designed by Gordon Bunschaf of
Skidmore, Owings, & Merrill. in 1950-52 before and after its renovation. In this building,
rain water penetrated behind the stainless steel mullion structure causing the carbon steel
within (and around) the glazing panes to rust and expand. This corrosion bended the
horizontal mullions and broke most of the spandrel glass panels. During renovation, the
deteriorated steel subframe needed to be replaced with concealed aluminium glazing
channels identical in appearance to the original. Good junction details ensured airtightness
and application of the rain-screen principle.

Figure 12. S. O. M. and G. Bunschaf, Lever House, New York 1950-52

5. Discussion

From the above analysis, it becomes clear that the modulation and detailing of traditional
façades have been important measures to reduce the driving rain load. Not only the
sheltering providing by cornices but also the shedding of run-off water by well designed

11
drips prevent excessive driving rain running down the façade and possible degradation.
Walls of traditional architecture made of capillary active materials such as stone, brick and
mortar can remain wet without rapid deterioration. Only in severe environmental
conditions, it was found that driving rain could result in degradation, as was illustrated for a
façade made of limestone where the particular environmental conditions at the south coast
of Sicily have led to total disintegration of the ashlars. Water infiltration in the "thickness"
of the building façade, in particular in metal and glass façade systems, is one of the main
durability problems of modern architecture buildings. The façades of such building are
found to be prone to defects notwithstanding their complex technologies and ingenious
details. So, what kind of solutions do designers and contractors have to develop to prevent
water penetration in the contemporary façades? Cavity drainage systems, internal
waterproofing elements and more durable flashing materials have been developed.
However, we think that it is necessary to consider the problem of the driving rain from the
beginning of the project of the building by analyzing the context in which it will be built.
By considering the nature of the place, the climate and, in particular, the characteristics of
the rainfall and of the wind, adequate solutions for each façade can be designed.

References

[1] Mostafavi M., Leatherbarrow D. (1993) On Weathering. The life of buildings in time,.
The Mitt Press, Massachusetts Institute of Technology, Cambridge, Massachusetts.
[2] Stephen J., Kelley J., Kaskel B. S. (1997) Curtain walls in the USA. Failures,
investigation and repair, Curtain Wall Refurbishment. A challenge to manage, Proceedings
International DOCOMOMO Seminar, Eindhoven University of Technology.
[3] Blocken B, Carmeliet J. (2004). A review of wind-driven rain research in building
science. Journal of Wind Engineering and Industrial Aerodynamics 92(13): 1079-1130.
[4] CEN/TC89. (2002). Hygrothermal performance of buildings – Climatic data – Part 3:
Calculation of a driving rain index for vertical surfaces from hourly wind and rain data.
prEN ISO 15927-3, Standard under approval, 2002.
[5] Choi ECC. (1994). Determination of wind-driven rain intensity on building faces.
Journal of Wind Engineering and Industrial Aerodynamics 51: 55-69.
[6] Blocken B, Carmeliet J. (2006). The influence of the wind-blocking effect by a building
on its wind-driven rain exposure. Journal of Wind Engineering and Industrial
Aerodynamics 94(2): 101-127
[7] Frampton K. (1999) Costruzioni pesanti e leggere. Riflessioni sul futuro della forma
architettonica, Lotus International 99.

12
Execution of Premixed Mono-Plaster

Execução de Rebocos Monocamada

Nuno Biga Vitor Abrantes


FCTUC FEUP
Portugal Portugal
nbiga@dec.uc.pt va.consultores@telepac.pt

Abstract: Verifica-se actualmente na indústria de construção nacional a proliferação de


operários pouco qualificados, aspecto que gera a necessidade de implementar soluções
construtivas conducentes à normalização dos processos e, consequentemente, à
minimização das possibilidades de erro humano. Neste contexto, o reboco tradicional
utilizado como revestimento de paramentos exteriores tende a ser progressivamente
substituído por argamassas pré-doseadas aplicadas por projecção. Tendo como base um
caso real de insucesso na aplicação desta solução, pretende-se identificar as operações
críticas na execução neste tipo de revestimento e sistematizar os erros cometidos mais
frequentemente.
Keywords: Anomalia, manual exigencial, monomassa, plano de inspecção e ensaio.

1. INTRODUÇÃO
Os rebocos monocamada, vulgarmente designados monomassas, assumem-se actualmente
como uma solução de futuro na construção em Portugal. Se por um lado este tipo de
revestimento tem as vantagens inerentes a uma solução do tipo industrial, a sua utilização
indiscriminada e sem que sejam adoptadas as devidas precauções pode originar a
ocorrência de diversas anomalias que importa tipificar e prevenir.

Da sistematização dos aspectos observados numa situação real onde a solução em apreço
não foi bem sucedida, tornou-se possível identificar um conjunto de regras relacionadas
com este tipo de revestimento, destacando-se aspectos essenciais como a aplicação de
produtos homologados, a compatibilidade entre a solução arquitectónica e as
características intrínsecas do revestimento, a adopção de critérios objectivos para selecção
do produto a utilizar, uma adequada preparação do suporte, um cuidadoso processo de
cura do revestimento e a definição de requisitos chave para qualificação do(s)
executante(s).

299
Execution of Premixed Mono-Plaster

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Objectivos
Pretende-se identificar as possíveis anomalias inerentes à utilização de reboco
monocamada e avaliar as respectivas causas, evitáveis na generalidade, por forma a
prevenir a sua ocorrência. O estudo apresentado baseia-se numa experiência real,
permitindo definir algumas regras fundamentais a observar quando se adopta esta solução
de revestimento. Apenas algumas das possíveis anomalias neste tipo de revestimento
foram identificadas no estudo de caso descrito em 2.2). Porém, em investigação
complementar realizada através da observação de diversos edifícios revestidos com
monomassa, com idade superior a três anos, foi possível identificar outras anomalias que
interessa salientar (ver “anomalias usuais”– quadro 3). Neste contexto, procede-se à
identificação e análise dos erros mais frequentes durante as várias etapas do processo,
descrevendo-se uma metodologia direccionada para a qualidade do revestimento desde a
fase de concepção, sustentada na existência de um manual exigencial que permita
seleccionar o produto mais compatível com a utilização pretendida, passando pelo
acompanhamento das várias etapas do processo de execução com base num plano de
inspecção e ensaio.

2.2 Estudo de Caso


2.2.1–Identificação de erros e acções preventivas
O estudo de caso foi realizado na área metropolitana de Lisboa, em período de verão. A
obra em análise era uma estação ferroviária subterrânea construída em betão armado,
constituída por uma passagem inferior pedonal e acessos à superfície, sendo todos os
paramentos revestidos com monomassa. Poucos dias após a conclusão dos trabalhos
detectou-se fissuração e grilhagem da camada de revestimento, numa vasta área, com
deslocamento do suporte, para além de diversas outras anomalias de menor dimensão
e.g. diferenças de cor em panos que foram executados em datas distintas e visualização
de juntas entre tijolos nalgumas zonas de monomassa aplicada sobre alvenaria.

Figura 1 – Fissuração de revestimento

Na sequência do problema descrito, procedeu-se à remoção das áreas de monomassa não


aderentes eliminando-se, com jacto de areia e água a alta pressão, os vestígios de
primário de aderência. Antes de repetir a projecção da argamassa pré-doseada procedeu-
se a nova aplicação de primário.

300 Theme/Tema 2
2nd International Symposium on Building Pathology, Durability and Rehabilitation

Figura 2 – Remoção de monomassa não aderente ao suporte

Foi possível identificar as seguintes causas do problema:


▪ Vibração dos paramentos em serviço: a monomassa não parece ser a solução mais
adequada para revestimento de paramentos sujeitos a vibrações, na medida em que a
trepidação do suporte pode contribuir para uma progressiva perca de aderência deste
tipo de reboco;

▪ Limpeza deficiente do suporte: os paramentos de betão a revestir deviam ter sido


convenientemente lavados antes de aplicar o primário de aderência;

▪ Elevada temperatura do suporte durante a aplicação: a monomassa não devia ter sido
aplicada em paramentos expostos à acção directa dos raios solares na medida em que os
paramentos ávidos de água absorvem parte da humidade da monomassa fresca,
causando a sua desidratação e consequente fissuração;

▪ Cura deficiente do revestimento: devido ao facto de a monomassa ter sido aplicada em


tempo quente e seco, o processo de cura devia consistir na humidificação homogénea
das superfícies durante as 72 horas seguintes à execução por forma a evitar-se a sua
desidratação.

Os erros atrás referenciados referem-se às fases de concepção e execução, sendo


possível identificar outras falhas frequentemente cometidas (ver quadro 3) das quais
resultam diversas anomalias e.g. heterogeneidade de cor, visualização das juntas entre
tijolos, eflorescências, carbonatação, fissuração, grilhagem, cisalhamento, descolamento
do suporte, sujidade e fungos. Saliente-se que também durante as fases de negociação e

Theme/Tema 2 301
Execution of Premixed Mono-Plaster

contratação dos trabalhos de aplicação do revestimento se podem cometer lapsos que


influenciam a sua qualidade final, para o que se enunciam as seguintes recomendações:
▪ Selecção de produto homologado, aspecto particularmente importante atendendo ao
facto de se estar perante um revestimento não tradicional;

▪ Selecção de equipa(s) executante(s) que possua(m) referências abonatórias neste tipo


de revestimento e cuja capacidade técnica e idoneidade sejam reconhecidas pelo
fabricante, por forma a requerer uma garantia mínima de 5 anos contra eventuais
anomalias detectadas a prazo devidas ao produto e/ou à aplicação;

▪ Definição objectiva do processo de tratamento de pontos singulares do revestimento,


preconizando a utilização de rede em fibra de vidro tratada contra os alcális nas zonas de
ligação da monomassa a outros materiais e nos cantos de vãos (janelas e portas);

▪ Execução de uma amostra padrão, a aprovar pelo projectista de arquitectura antes de


iniciar o trabalho, a qual deverá constituir um referencial de cor e textura do
revestimento a executar.

No quadro 1 identificam-se algumas operações críticas relacionadas com a avaliação da


adequabilidade da solução à utilização prevista, com os trabalhos preliminares e com a
aplicação da monomassa.

No quadro 2 apresenta-se um manual exigencial onde se identificam níveis de aptidão


de utilização da monomassa em revestimento de paredes, relacionando os parâmetros
correspondentes à classificação MERUC (massa volúmica aparente, módulo de
elasticidade dinâmico, resistência à tracção, retenção de água e capilaridade) com o
nível de desempenho pretendido, o qual é traduzido pelas principais características
físico-químicas do revestimento (resistência mecânica, variação dimensional, retenção
de água e capilaridade). Sugere-se que a selecção do tipo de monomassa mais adequado
a cada situação seja feita com base no referido quadro, através da identificação dos
parâmetros que satisfaçam cumulativamente os requisitos definidos (a título de exemplo,
e considerando que a execução do reboco monocamada decorre no inverno, seleccionar-
se-ia uma monomassa de tipo M6E6R6U4-5C1 para revestimento de uma fachada muito
exposta à intempérie, pouco exposta ao choque, em local próximo de via rodoviária com
tráfego intenso).

2.2.2 – Síntese de anomalias e análise de custos


Em função da(s) causa(s) directa(s) de cada anomalia é possível identificar diferentes
soluções de reparação, com custos variáveis. No quadro 3 identificam-se as principais
causas para as patologias mais frequentes neste revestimento e apresenta-se uma
estimativa dos custos de reparação, determinados em percentagem do valor de referência
da solução de revestimento monomassa de custo médio.

302 Theme/Tema 2
2nd International Symposium on Building Pathology, Durability and Rehabilitation

QUADRO 1:Princípios para Elaboração de um Plano de Inspecção e Ensaio[8],[10],[13]

OPERAÇÕES CRÍTICAS ERROS FREQUENTES

Suporte Monomassa incompatível com a natureza do suporte


Adequabilidade

Compatibiliade

( d Q d 2)
da monomassa

solicitações

Condições de Condições atmosféricas inadequadas às características físico-


da solução

face às

aplicação químicas da monomassa


Tipo de Acabamento pouco adequado às solicitações serviço
acabamento
Exposição da Monomassa inadequada às solicitações mecânicas a que ficará
parede sujeita em serviço
Limpeza Suporte mal limpo, contendo resíduos de óleo descofrante,
poeiras e/ou terra / lama.
Regularização Suporte com irregularidades que não satisfazem o critério de
aceitação estabelecido para empeno de paramentos
Preparação do suporte

Primário de Não aplicação de primário em superfícies lisas ou aplicação de


aderância monomassa sobre primário inactivo (inobservância dos tempos
de aplicação)
Tratamento de Não refechamento, com selante elástico, de juntas existentes no
juntas de suporte suporte
Posicionamento de Aplicação de monomassa sem que estejam devidamente
negativos posicionados os negativos de atravessamentos
Pontos e mestras Aplicação de monomassa sem utilizar como referência pontos
e/ou mestras (aconselhável prever malha 3x3m)
Execução dos preparativos

Humedecimento Não humidificar o suporte quando a temperatura ambiente é


elevada e/ou existe vento e o suporte é muito absorvente
Protecção de elementos A monomassa é projectada sem que a zona envolvente tenha sido
contíguos adequadamente protegida contra salpicos de argamassa fresca
Inscrição nos sacos O material recebido em obra não confere com a nota de
encomenda (falta de conferência da refª do produto)
Recepção de
produtos em

Validade dos Os sacos de produto em pó têm o prazo de validade ultrapassado


obra

produtos
Granolumetria dos Os inertes recebidos em obra para acabamento do tipo “pedra à
inertes vista” estão conspurcados e/ou a granolumetria não confere com
a amostra padrão aprovada
Amostra padrão Não é previamente preparada uma “amostra padrão” que possa
ser utilizada como referência para o trabalho a executar
Observação com as condições A monomassa é aplicada em condições ambientais extremas:frio
atmosféricas excessivo (T<5ºC),calor excessivo (T>30ºC),neve, geada,
granizo
Quantidade de A quantidade de água adicionada à mistura é definida pelo
Preparaçã água a adicionar aplicador, de acordo com a sua sensibilidade, sem respeitar a
o da quantidade indicada nos sacos
mistura Trabalhabilidade A monomassa é aplicada embora não reuna condições de
da argamassa trabalhabilidade, comprometendo o acabamento (pasta mto fluida)
Planeza das superfícies A superfície final apresenta empenos inadmissíveis de acordo
com o critério de aceitação fixado
Verticalidade das superfícies A superfície final revela desaprumo que não é compatível com o
Aplicação da monomassa

critério de aceitação fixado


A superfície final apresenta uma coloração não homogénea e/ou
Aspecto das superfícies irregularidades na textura do acabamento, desrespeitando a
amostra padrão
Esquartelamento das superfícies A superfície da monomassa apresenta panos extensos não
esquartelados (afast.to entre juntas: horizontais=7m,
verticais=2m)
Prazo para acabamento O acabamento da superfície é feito quando a monomassa já está
demasiado humedecida, provocando micro-fissuração
Prazo para pintura de A pintura final é aplicada sobre monomassa com idade inferior a
monomassa (eventual) 90 dias, originando uma acentuada absorção de tinta

Theme/Tema 2 303
Execution of Premixed Mono-Plaster

QUADRO 2: Manual Exigêncial [5],[6],[9],[11],12]


Níveis de Aptidão de utilização de monomassas em revestimento de paredes - selecção dos parâmetros adequados às diferentes
solicitações
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO
SIGLA M E R U C F
M M M M M M E E E E E E R R R R R R U U U U U U C C C C C C F F F
CLASSE OBS
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3
UNIDADE kg/m3 MPa MPa % g/dm2.min1/2 mm/m

POUCO
ABSORVENTE
Paredes de betão ●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●● ●●●● ●●
NATUREZA
MUITO
SUPORTE

Paredes de alvenaria de tijolo ou


ABSORVENTE bloco ●●● ●●● ●●● ●●●● ●

Suportes antigos e alvenaria de


FRACA
blocos de betão celular autoclavado ●● ●● ●● ●●●● ●
RESISTÊNCIA
MECÂNICA
Todos em geral excepto suportes
FORTE
antigos e de betão celular ●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●
CONDIÇÕES DE APLICAÇÃO

Adoptar cores claras


HÚMIDO HR>80% ●●●●● ●●●●● ●●●●● ●●●●●●● ●● (alfa<0,3)
TEOR DE
HUMIDADE
SECO HR<80% ●●●● ●●●● ●●●● ●● ●●●●●
Não aplicar com
FRIO T<12ºC ●●● ●●●● ●●●● ●●● ●●● ●● T<5ºC e adoptar cores
claras se T<8ºC
SOLICITAÇÕES durante a execução e em serviço

TEMPERATURA AMENO T>15ºC e < 22ºC ●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●

CALOR e/ou Não aplicar com


VENTO
T>25ºC ●●●● ●●●● ●●●● ●● ●●● ● T>30ºC

INERTE À VISTA Refª "PEDRA" ●●●● ●●●●● ●●●●● ●●●● ●●●● ●●●
TIPO DE ACABAMENTO

RASPADO Refª "RASPADO" ●●●● ●●●● ●●●● ●●●● ●●●● ●●

PROJECTADO Refª "CARAPINHA" ●●● ●●● ●●● ●●●●●● ●●●

TALOCHADO Refª "CASCA DE CARVALHO" ●●● ●●●● ●●●● ●●●● ●●●● ●●


Utilizar tinta de água
compatível com a
APLICAÇÃO DE PINTURA FINAL ●●●●●●●●●● ●●●●●●●●●● ●● ● natureza alcalina do
revestimento
Sem contacto com terreno não
pavimentado ●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●

Contacto com terreno não


< 3 METROS
pavimentado ●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●● ●

ALTURA DA
PAREDE
Proximidade de árvores ●●●● ●●●● ●●●● ●●● ●

> 3 METROS e Fachada pouco ou medianamente


<18 METROS exposta à intempérie ●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●
EXPOSIÇÃO DA PAREDE

> 18 METROS Fachada muito exposta à intempérie ●●●● ●●●● ●●●● ●●●●●● ●
Local de reduzida poluição
Adoptar cores escuras
POUCO atmosférica com protecção contra ●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●● (alfa>0,5)
PROPENSÃO À escorrimentos de água
SUJIDADE Local de média/alta poluição e/ou
MUITO sem elementos de protecção contra ●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●● ●● ●
escorrimentos
Local próximo de via pública e/ou de
POUCO zonas de concentração de pessoas ●●●● ●●● ●●●●●●●●●●●●●●●●
EXPOSIÇÃO AO (p.ex.parque, jardim, etc.)
CHOQUE
Local afastado da via pública e de
MUITO
zonas de concentração de pessoas ●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●

Locais tranquilos, distando mais de


POUCO
30 m de vias de tráfego ●● ●● ●●●●●●●●●●● ●
EXPOSIÇÃO A
VIBRAÇÕES Não aplicar em
Locais contíguos a vias de tráfego paramentos distando
MUITO
rodo e ferroviário (d<30m) ● ● ● ●●●● ● menos de 15m de
fontes de vibração

304 Theme/Tema 2
2nd International Symposium on Building Pathology, Durability and Rehabilitation

QUADRO 3 : Estimativa de Custos de Reparação (1/2)


SOLUÇÃO DE REPARAÇÃO
PATOLOGIAS
CAUSAS DIRECTAS CUSTOS
USUAIS DESCRIÇÃO
(1)
DIFERENÇAS DE COR (2)

manchas de coloração, tanto


mais pronunciadas quanto
mais forte é a cor do

Desrespeito das condições ideais de amassadura : teores de água


diferentes de amassadura para amassadura ; amassadura manual Pintura geral da superfície da
paramento

e pouco controlada; amassadura mecânica sem respeitar tempos monomassa com tinta de 50%
e/ou velocidades recomendas; adulteração de proporções dos água de características
( h<4m )
constituintes da mistura; diferenças de pressão do ar, ângulo compatíveis com a natureza
e/ou distância de projecção alcalina da monomassa. No
caso de se pretender
diminuir o carácter friável
deste revestimento, poder-se-
JUNTAS ENTRE TIJOLOS (2)

mais pronunciadas quanto mais


manchas de coloração, tanto

á utilizar uma pintura com


forte é a cor do paramento

Resulta fundamentalmente da diferença de espessuras (juntas


VISUALIZAÇÃO DAS

tinta acrílica que forme uma


reentrantes ou salientes) ou da absorção diferencial do suporte e
"película de protecção
da diferente porosidade dos elementos de alvenaria e da
mecânica" a qual permita 50%
argamassa das juntas. Quanto menor a espessura do
contudo a respiração do
revestimento, maiores são as probabilidades de ocorrência deste ( h<4m )
suporte+camada de
fenómeno pelo que se deve respeitar as espessuras de aplicação
monomassa
previstas, assegurar a planimetria do suporte e humidificar o
revestimento durante o período de cura
manchas esbranquiçadas por
EFLORESCÊNCIAS (3)

Cristalização à superfície de sais solúveis contidos nos materiais No caso de existirem


erupção de sais

(p.ex: no cimento, sendo o fenómeno devido à carbonatação da infiltrações, devem eliminar-


cal resultante da sua presa) e transportados pela água. A se as suas causas ou executar
ocorrência do fenómeno resulta da aplicação da monomassa corte hídrico, operação
Variável
durante período frio e húmido, o que prolonga o tempo de seguida de uma enérgica
secagem e propícia a migração da cal escovagem a seco
manchas esbranquiçadas por
migração de cal livre para a
CARBONATAÇÃO (3)

superfície

Migração de cal livre para a superfície da monomassa devido ao


Lavagem com água limpa +
facto de os elementos mais expostos estarem submetidos a
detergente neutro
30%
ciclos de humidificação / secagem

(1) percentagem do custo da solução monomassa corrente


(2) anomalias identificadas no estudo realizado
(3) anomalias detectadas em investigação complementar realizada com visita a edifícios revestidos com monomassa

Theme/Tema 2 305
Execution of Premixed Mono-Plaster

QUADRO 3 : Estimativa de Custos de Reparação (2/2)


SOLUÇÃO DE REPARAÇÃO
ANOMALIAS
CAUSAS DIRECTAS CUSTOS
USUAIS DESCRIÇÃO
(1)

Fendilhação do suporte ou deformações de elementos estruturais Remoção integral da área


abertura de fendas no
FISSURAÇÃO (2)

transmitidas às alvenarias. Pode também dever-se às condições degradada, até ao suporte,


revestimento

de aplicação e.g. excesso de água de amassadura o que faz operação seguida de nova
aumentar a retracção; tempo de amassadura insuficiente o que aplicação de monomassa
provoca o aumento do módulo de elasticidade; humidificação armada com rede de fibra de
185%
insuficiente do suporte; condições atmosféricas adversas (tempo vidro, podendo
quente e vento seco) sem re-humidificaçáo; espessuras eventualmente esquartelar-se
excessivas o revestimento

Remoção integral da área


GRILHAGEM (2)

permatura do
revestimento

degradada, até ao suporte,


desidratação

Resultado da acção solar directa e cura sem re-humidificação,


operação seguida de nova
sendo o fenómeno tanto mais sensível quanto menor fôr a
aplicação de monomassa
177%
espessura do revestimento
sobre primário de aderência
compatível
CISALHAMENTO (3)

Pregagem de rede de
resistência mecânica /
suportes com fraca
desagregação dos

capoeira no suporte e
O fenómeno de desagregação do suporte ocorre quando o
aplicação de argamassa de
coesão

suporte apresenta fracas características mecânicas (p.ex: betão


celular) e resulta geralmente da aplicação de um revestimento
cimento 147%
(“encasquilhamento”),
demasiado rígido ou demasiado retráctil
operação seguida da
aplicação de monomassa
SUJIDADE E FUNGOS DESCOLAMENTO DO

monomassa-suporte

Remoção integral da área


dessolidarização

Deficiente aderência da monomassa ao suporte, fenómeno


SUPORTE (2)

degradada, até ao suporte,


devido a uma inadequada preparação do suporte, e.g: presença
operação seguida de nova
de óleo descofrante e/ou poeiras e/ou lamas; humidificação
aplicação de monomassa
177%
insuficiente; ausência de camada de aderência (primário),
sobre primário de aderência
fundamental em superfícies lisas
compatível
manchas por aderência

detritos e/ou bolores

Lavagem com água limpa +


aos paramentos de

A sujidade / fungos pode dever-se à poluição atmosférica ou à


detergente neutro
projecção de terra para as superfícies mais próximas do solo, ou
recomendado pelo fabricante
ao desenvolvimento de micro-organismos nas fachadas muito 30 a 40%
(3)

da monomassa (adicionar
húmidas ou com dificuldades de secagem (p.ex: na proximidade
eventualmente um produto
de árvores - zonas húmidas e sombrias)
fungicida adequado)

(1) percentagem do custo da solução monomassa corrente


(2) anomalias identificadas no estudo realizado
(3) anomalias detectadas em investigação complementar realizada com visita a edifícios revestidos com monomassa

3. CONCLUSÕES
O reboco monocamada pode constituir uma boa solução de revestimento, com vantagens
relativamente ao reboco tradicional no que concerne aos parâmetros “aderência ao
suporte” e “resistência à fissuração”, desde que sejam observados simultaneamente os
aspectos seguintes: a definição das suas características resulte de uma selecção criteriosa
da monomassa mais adequado a cada tipo de utilização, o suporte seja cuidadosamente
preparado e sejam adoptados determinados cuidados durante os processos de aplicação e

306 Theme/Tema 2
2nd International Symposium on Building Pathology, Durability and Rehabilitation

cura do revestimento. Nesse sentido, destacam-se algumas regras fundamentais a


observar:
▪ Não se deve preconizar a utilização de monomassa quando a solução arquitectónica não
é compatível com este tipo de revestimento (e.g. monomassa em alto relevo, monomassa
em revestimento de escadas, monomassa em paramentos inclinados ou em tectos);
▪ A selecção da monomassa deve traduzir uma perspectiva exigencial, conforme
preconizado no quadro 2;
▪ Os pontos singulares do revestimento devem ser objecto de pormenorização a escala
adequada;
▪ A monomassa utilizada deve ser homologada e de marca idónea;
▪ A aplicação da monomassa deve ser assegurada por equipa(s) experiente(s) neste tipo de
revestimento, com provas dadas no mercado nacional;
▪ O contrato de execução deste revestimento deve prever uma garantia de boa execução
válida durante 5 anos, abrangendo defeitos de produto e/ou de aplicação;
▪ Durante a execução do trabalho deve implementar-se um plano de inspecção e ensaio,
respeitando-se um conjunto de regras chave sugeridas no quadro 1;
▪ Deve prestar-se especial atenção ao processo de cura do revestimento;
▪ Deve ter-se sempre presente que a reparação de anomalias neste revestimento tem custos
importantes, normalmente muito superiores aos contabilizados quando o trabalho é
correctamente executado de raiz, conforme valores de referência indicados no quadro 3.
[1],[2],[3],[4],[9].

4. REFERÊNCIAS

[1] CSTB - Centre Scientifique et Technique du Batiment, Avis Technique 7/96-1132,


Enduit de Rénovation de Façade, CSTB - Paris, outubro de 1996.

[2] CSTB - Centre Scientifique et Technique du Batiment, Cahier 1777,1778, 1779


Enduits Extérieurs d´Imperméabilisation – CSTB, Paris, junho de 1982.

[3] CSTB - Centre Scientifique et Technique du Batiment, Cahier CSTB 2477, Enduits
Extérieurs d´Imperméabilisation de Mur à base de Liants Hydrauliques – CSTB,
Paris, março de 1991.

[4] CSTB - Centre Scientifique et Technique du Batiment, Cahier CSTB 2228, Produits
et Systèms d´Isolation et Systèms d´Étanchéité Complémentaires de Façade - CSTB,
Paris, março de 1988.

[5] CSTB - Centre Scientifique et Technique du Batiment, Cahier CSTB 2410,


Classification des Caractérisques des Enduits d´Imperméabilisation de Façade –
CSTB, Paris, março de 1990.

[6] CSTB - Centre Scientifique et Technique du Batiment, Cahiers du CSTB 2669-1,3,5


Certification CSTB des Enduits Monocouches d´Imperméabilisation, Introduction -
CSTB, Paris, julho/agosto de 1993.

[7] FREITAS, Vasco Peixoto, Permeabilidade ao Vapor de Materiais de Construção –


Condensações Internas, Nota de Informação Técnica, NIT 002 – LFC, FEUP 1998

Theme/Tema 2 307
Execution of Premixed Mono-Plaster

[8] IET - Instituto Eduardo Torroja, Mortero Monocapa para Revestimiento de Fachadas,
Concesion C.D.U 693.6 - IET, Madrid, outubro de 1992.

[9] LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Curso de Especialização sobre


Revestimentos de Paredes – LNEC, Lisboa, 1996.

[10] LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Documento de Homologação


DH347 - Monopral KD – Revestimento Exterior de Paredes ( confirmação do “Avis
Technique” nº7/90-821 de 20/02/90 do CSTB )- LNEC, Lisboa, agosto de 1992.

[11] LUCAS, J.A. Carvalho, Classificação e Descrição Geral de Revestimentos para


Paredes de alvenaria ou betão, Informação Técnica de Edifícios ITE24, 3ª edição -
LNEC, Lisboa, 1999.

[12] LUCAS, J.A. Carvalho, Exigências Funcionais de Revestimentos de Paredes,


Informação Técnica de Edifícios ITE25, 1ª edição - LNEC, Lisboa, 1990.

[13] WEBBER & BROUTIN - fichas técnicas de diversos produtos, Monocouches


Projetés - “cahiers des prescriptions techniques du CSTB” nº2669-2 de julho de 1993
e nº2973 de julho/agosto de 1997.

308 Theme/Tema 2
PATOLOGIA INERENTE AOS REVESTIMENTOS
EXTERIORES COM PLACAS DE PEDRA NATURAL
Anomalias Associadas e Recomendações para as Evitar
Adelino Alves*
Correio electrónico: adalves@mail.pt

Maria do Rosário da Silva Veiga†


Correio electrónico: rveiga@lnec.pt

Resumo
Constata-se actualmente um aumento significativo na utilização de placas
de pedra natural de espessura reduzida (2 cm a 3 cm), em revestimentos
exteriores de paredes. Contudo, a experiência daí resultante não se tem
reflectido num aperfeiçoamento previsível das técnicas de aplicação,
essencialmente em relação aos métodos de fixação. Por seu lado, a selecção
das placas, nomeadamente as dimensões e as características físico-mecânicas
das rochas de origem, são deixadas, na maior parte das situações, ao critério
dos aplicadores e dos fornecedores, o mesmo se verifica em relação à escolha
do sistema de fixação. Por esse motivo, surge frequentemente a típica
patologia do desprendimento de placas e do aparecimento de manchas, cujas
consequências se reflectem, respectivamente, ao nível da segurança dos
transeuntes e ao nível do aspecto visual do revestimento. Esta comunicação
pretende apresentar as principais anomalias que estão na origem da patologia
referida. Pretende ainda expor algumas recomendações, por forma a garantir
o desempenho expectável deste tipo de revestimentos. Essas recomendações
dizem respeito aos suportes, às placas de pedra natural, aos sistemas de
fixação e às juntas entre placas. Realça-se essencialmente o estado
deficitário da informação técnica relativa a estes assuntos; a falta de controlo
rigoroso, essencialmente nas fases de projecto e de execução; os critérios de
selecção do sistema mais adequado a cada situação específica.

Palavras-chave: Revestimento, Fixações, Patologia, Anomalias, Recomendações.

*
Oficial da Força Aérea Portuguesa, Direcção de Infra-estruturas

Investigadora Auxiliar do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Departamento de
Edifícios.
1 Introdução
O aspecto decorativo, a possibilidade de utilização de mão-de-obra menos
especializada e o aumento do seu rendimento, são alguns dos factores que se
podem apontar como principal justificação para o crescente interesse na apli-
cação de placas de pedra natural em revestimentos exteriores de fachadas. A
evolução tecnológica verificada no ramo da indústria transformadora das ro-
chas ornamentais, essencialmente ao nível dos equipamentos e operações de
corte, tem-se reflectido na redução da espessura das placas, no aperfeiçoamen-
to dos diversos tipos de acabamento das suas superfícies e na facilidade de
manuseamento das mesmas. Seria de esperar uma evolução qualitativa relati-
vamente proporcional à experiência daí resultante. No entanto, o que se veri-
fica é um descontrolo praticamente generalizado, em que a aplicação indiscri-
minada da pedra natural se associa à incompatibilidade entre os elementos,
nomeadamente entre os sistemas de fixação e o suporte. Mas os problemas
encetam-se logo na fase de concepção, em que os estudos do projecto ignoram
a particularidade deste tipo de revestimentos. O resultado traduz-se frequen-
temente na típica patologia de desprendimento e queda de placas e no apare-
cimento de manchas.

2 Classificação dos Revestimentos

2.1 Revestimentos de Fixação Directa ao Suporte


Nos revestimentos de fixação directa, a ligação ao suporte é efectuada di-
rectamente por colagem ou por selagem [1, 2]:
— Fixação por colagem: quando se utiliza uma cola como elemento de
fixação. Esta cola pode ser uma argamassa cola, com ou sem resina in-
corporada, um cimento cola ou um adesivo sem cimento [1].
— Fixação por selagem: quando se utiliza uma argamassa de cal hidráu-
lica ou de cimento branco [1].
O processo de fixação directa ao suporte encontra-se muito generalizado
actualmente no nosso país em revestimentos exteriores de paredes. No entanto
este tipo de fixação não é aceitável (Figura 1a), salvo casos de singularidades
devidamente justificados. A sua possível utilização será ainda condicionada
pela aplicação do reforço da ligação através de agrafos (Figura 1b)

2.2 Revestimentos de fixação indirecta ao suporte


Também designada por fixação independente do suporte [2], a sua ligação
mecânica ao suporte faz-se por fixações pontuais ou por intermédio duma es-
estrutura, geralmente de perfis metálicos, mantendo uma lâmina de ar entre a
placa e o suporte.

2.2.1 Fixação por agrafos e pontos de argamassa


Neste tipo de fixação as placas de pedra são ligadas ao suporte através de
agrafos de fio de secção circular envolvidos em argamassa (pontos). A ligação
dos agrafos ao suporte pode fazer-se por chumbagem de argamassa (Figura 2a)
ou mecanicamente (Figura 2b). Nos suportes de betão pode ser utilizada a
fixação mecânica com cavilhas de expansão.

2.2.2 Fixação por gatos resistentes


Neste tipo de fixação, as placas de pedra são ligadas ao suporte por
intermédio de gatos resistentes, com chumbadouros de argamassa, ou
mecanicamente.

2.2.3 Fixação através de estrutura intermédia


Neste caso as placas são apoiadas numa estrutura intermédia de suporte,
que tem como objectivo garantir a fixação dos elementos de pedra sem estar
condicionada ao tipo de suporte e ao estado do paramento a revestir (Figura 4).

Figura 1: Fixação directa: a) situação sem reforço (muito comum mas inaceitável); b)
situação com reforço da ligação através de agrafos. 1 – Suporte; 2 – Agrafo para
reforço da fixação; 3 – Placa de pedra natural; 4 – Chumbadouro do agrafo; 5 – Mate-
rial de selagem; 6 – Junta.
Figura 2: Fixação indirecta por agrafos e pontos de argamassa: a) ligação ao suporte
através de chumbadouros; b) Ligação mecânica ao suporte.

Figura 3: Fixação indirecta


por gatos resistentes. Figura 4: Fixação indirecta através de estrutura intermé-
dia.

3 Patologia mais frequente

3.1 Generalidades
De acordo com a análise aos casos patológicos verificados ultimamente, a
principal incidência é o desprendimento com a queda de placas e o apareci-
mento de manchas, com as consequentes implicações ao nível da segurança
física dos utentes e do aspecto decorativo pretendido, respectivamente [3].
3.2 Desprendimento de placas
As situações de desprendimento de placas, no nosso País, verificam-se, em
geral, em revestimentos fixados directamente ao suporte sem qualquer tipo de
reforço do material adesivo, sendo o desprendimento de placas fixadas indirec-
tamente ao suporte muito menos incidente.

3.2.1 Anomalias associadas à fixação directa


O desprendimento de placas pode ter causas muito diversificadas, aconte-
cendo que esse fenómeno pode ficar a dever-se a combinações de várias delas
[3]:
— Falta do reforço da fixação (ex. agrafos);
— Deficiências de colagem, nomeadamente: descontinuidade do produto
de colagem, secagem excessiva no momento da aplicação, espessura
insuficiente (Figura 5);
— Degradação do produto de colagem com os ciclos de molha-
gem/secagem;
— Expansão das placas provocada pelo afluxo à superfície de sais solúveis
provenientes do produto de assentamento;
— Aparecimento de pequenas fissuras nas juntas. No caso de descidas
acentuadas da temperatura, a água que atinge o interior congela. Ao
aumentar de volume actua como uma cunha vencendo a aderência e
provocando o desprendimento da placa.
— Movimentos significativos do suporte que podem mesmo conduzir à
fissuração das placas. É o caso dos assentamentos de apoio e zonas de
fronteira entre materiais de suporte de natureza diferente;
— Juntas entre placas executadas com espessura inadequada.

3.2.2 Anomalias associadas à fixação indirecta


— Flexão dos gatos de fixação, por ter sido ultrapassado o seu estado limi-
te de deformação;
— Endurecimento incompleto da argamassa de selagem;
— Corrosão dos elementos metálicos de fixação, normalmente devida à
heterogeneidade do meio;
— Rotura das placas na zona dos orifícios destinados à introdução dos pi-
nos dos gatos (Figura 6);
— Rotura do chumbadouro ou arrancamento da cavilha de expansão, de
fixação ao suporte;
— Aplicação de placas fragilizadas ou mesmo fissuradas.

3.3 Aparecimento de manchas nas placas

3.3.1 Causas principais


Os principais factores associados ao aparecimento de manchas nas placas
de revestimento, são os seguintes:
— Contaminação atmosférica;
— Arrastamento para o exterior de partículas resultantes da corrosão dos
elementos metálicos da ligação ao suporte;
— Dissolução e migração para o exterior de sais da argamassa dos pontos
de fixação ou de selagem das placas (Figura 10);
— Acumulação de sujidade e água nos entalhes ou furos das placas, no
caso da fixação indirecta ao suporte;
— Absorção pelas placas de determinados constituintes do produto de
preenchimento das juntas, nomeadamente solventes de mastiques
betuminosos;
— Actos de vandalismo;
— Acção biológica de microorganismos ou de organismos superiores.
Por outro lado, o ângulo formado entre as faces dos dois materiais, na parte
superior da fixação, facilita a acumulação de água e sujidade que mantém hú-
mida a zona envolvente da ancoragem, quando a restante área se encontra já
seca, produzindo um novo processo de corrosão, a corrosão por arejamento
diferencial.
Os furos ou entalhes das placas, se não forem devidamente preenchidos,
tendem também a acumular água e com ela a sujidade. Nestas circunstâncias
não só estão criadas as condições para se iniciar um processo de corrosão por
arejamento diferencial, como, além disso, a água ao penetrar na placa por capi-
laridade, arrasta consigo as partículas de sujidade nela dissolvidas, que irão
originar uma superfície manchada em torno do perímetro do furo ou do entalhe
(Figura 9).
Figura 5: Placas de granito que descola- Figura 6: Rotura da placa na zona do ori-
ram do suporte. fício de introdução do estilete.

Figura 7: Manchas de escorrência por Figura 8: Manchas de escorrência por


deficiente drenagem de floreira. oxidação dos elementos de fixação.

Figura 9: Manchas devidas à retenção de Figura 10: Manchas devidas à dissolução


água nos furos das placas. e migração de sais.
4 Recomendações para a fase da concepção
Para fazer face à patologia mencionada sugerem-se seguidamente algumas
recomendações [3]. As recomendações distribuem-se pelas fases de concep-
ção, de construção e de exploração. Neste trabalho apenas serão apresentadas
as que se referem à fase de concepção.

4.1 Propostas relativas aos suportes


Não é possível obter um determinado tipo de revestimento se não se garan-
tir a concepção dum suporte capaz de o receber:
— O tipo de fixação a adoptar para as placas deve ser conjugado com o
tipo de suporte;
— Os suportes devem ser resistentes e estáveis, tendo em conta o máximo
de varáveis possível que influenciam os esforços actuantes;
— A espessura do suporte terá que ser adequada para receber a ligação;
— Em zonas muito expostas à acção do vento e da chuva com juntas entre
placas abertas, os suportes terão que garantir por si só a estanquidade à
água;
— A altura dos suportes limita o tipo de fixação a adoptar, pelo risco de
queda de placas que as fixações comportam.
Em relação ao aparecimento de manchas, a primeira preocupação será de
índole ambiental e urbanística: é fundamental garantir o controlo e a limitação
das emissões de resíduos de fumos negros. Tal medida passa pela localização
adequada dos parques industriais.
— A aplicação deste tipo de revestimentos não deve ser efectuada em edi-
ficações próximas das fontes emissoras daqueles resíduos;
— As principais vias de comunicação rodoviária devem passar fora das
áreas urbanizadas - vias rodoviárias de circunvalação;
— O melhor comportamento surge em paredes planas e sem significativos
ou acentuados relevos decorativos;
— Para limitar as escorrências devem evitar-se ou reduzir-se ao mínimo os
panos inclinados;
— a fachada deve possuir uma exposição controlada‡ relativamente à inci-
dência da chuva e do vento, por forma a promover a autolimpeza das
placas, ou então permitir a limpeza através de meios mecânicos (por
exemplo instalação de sistemas do tipo bailéu, a partir da cobertura,
para edifícios de grande porte).
A exposição dependerá da localização e orientação da construção.
— Devem evitar-se níveis de exposição muito diferentes para a mesma fa-
chada, porque conduz a tonalidades diferenciadas das manchas;
— As escorrências na zona de encontro de elementos importantes da fa-
chada devem ser interrompidas pelos seguintes processos:
— Por intermédio de elementos de drenagem e lacrimais;
— Biselando ou chanfrando as arestas vivas;
— Dissimulando as manchas, como referido no parágrafo seguinte.
— Para panos curtos a rugosidade deve ser reduzida, para permitir que a
água escorra rapidamente. No caso de panos largos, não sendo possível
evitar ou diminuir as escorrências, a solução pode passar pela utilização
de meios de dissimulação da sujidade, que, se existirem ventos laterais,
serão localizados junto aos bordos, através de alteração de textura, do
relevo, da cor, etc.;
— devem ser evitados os elementos estranhos à fachada, como letreiros,
etc., que acarretam inevitáveis depósitos de partículas e escorrências.

4.2 Propostas relativas à escolha das placas de pedra


— A pedra deve apresentar uma ficha de identificação;
— Tendo em conta a necessidade de furação das placas, a sua espessura
não deve ser inferior a 30 mm, salvo situações devidamente justifica-
das; para as placas de rocha calcária esse valor não deve ser inferior a
40 mm;
— A espessura das paredes dos entalhes das placas, no caso de fixação por
estrutura intermédia, nomeadamente no sistema americano, não deve
ser inferior a 20 mm.


Entende-se por exposição controlada aquela em que o suporte possa garantir por si só um
nível aceitável de estanquidade à água da chuva. Torna-se necessário dominar o paradoxo entre
protecção e exposição.
— Deve ser evitada a utilização de placas de rocha calcária em ambientes
de elevada poluição atmosférica;
— A porosidade da rocha das placas não deve ultrapassar os 3 %.
Do ponto de vista decorativo deverão ser tidas em conta as seguintes preo-
cupações:
— A rugosidade das placas deverá diminuir mediante as seguintes situa-
ções:
— Clara percepção de existência e produção de sujidade e acelerada
deposição da mesma;
— Deficiente protecção da sujidade para uma exposição elevada da
fachada;
— Impossibilidade de garantir uma manutenção periódica adequada.
— No caso de textura rugosa, a lavagem regular e abundante do revesti-
mento tem que ser garantida;
— A porosidade das placas deverá ser, sistematicamente, o mais reduzida
possível;
— A diversidade de acabamentos e cores contribui para dissimular ou
ocultar a sujidade em zonas de diferenças de autolimpeza, de manchas
e de escorrências;
— Recomendam-se juntas abertas, sempre que possível, em soluções de
fixação indirecta;
— As juntas abertas não apresentam problemas se forem executadas; as
juntas flexíveis de esquartelamento e de dilatação do suporte deverão
ser perfeitamente dimensionadas e preenchidas com materiais que não
provoquem manchas, ou seja, os solventes desses materiais não devem
ser absorvidos pelas placas.

4.3 Propostas relativas à selecção do sistema de fixação


— O sistema geralmente mais vantajoso é o sistema de fixação através de
estrutura intermédia;
— O sistema de fixação directa não é recomendável. A sua possível
utilização implica o reforço da ligação através de agrafos (Figura 1b);
— Os elementos metálicos de fixação têm que ser objecto de dimensiona-
mento;
— Utilizar argamassas à base de cimento branco ou adesivos cujos com-
ponentes não proporcionem o aparecimento de manchas;
— Utilizar elementos metálicos inoxidáveis; no caso de se preverem liga-
ções com metais diferentes usar metais compatíveis, para prevenir a sua
corrosão bimetálica.

4.4 Propostas relativas às juntas e seu preenchimento


— Nos revestimentos de fixação indirecta por estrutura intermédia ou por
gatos resistentes, as juntas entre placas devem ser abertas, com largura
mínima de 4 mm e máxima de 1/3 da espessura da placas. Quando o seu
preenchimento for imposto, os materiais de preenchimento deverão ser
objecto de selecção e caracterização adequada. Neste caso terá que ser
garantida a ventilação da caixa de ar.
— Nos revestimentos de fixação indirecta por agrafos, a colmatação das
juntas é a solução mais adequada, desde que esse preenchimento obe-
deça também a uma selecção e caracterização conveniente; no caso das
juntas ficarem abertas, os pontos de argamassa terão que ser executados
de forma a garantir a adequada ventilação do espaço de ar entre o tar-
doz da placa e a face do suporte.
— As juntas de fraccionamento ou de esquartelamento terão que ser
sistematicamente preenchidas.
— As juntas estruturais de dilatação do suporte têm que manter as caracte-
rísticas definidas no dimensionamento estrutural, nomeadamente a sua
largura; terão ainda que ser colmatadas e preferencialmente dissimula-
das, sempre que se justifique.

5 Bibliografia
[1] Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). Curso de Especiali-
zação sobre Revestimentos de Paredes, Lisboa, LNEC, 1995.
[2] Lucas, José A. C. Classificação e Descrição Geral de Revestimentos para
Paredes de Alvenaria ou de Betão, ITE 24, Lisboa, LNEC, 1990.
[3] Alves, Adelino. Estabilidade Mecânica e Aspecto Visual das Placas de
Pedra Natural no Revestimento de Paramentos Exteriores de Paredes,
Dissertação de Mestrado, Coimbra, FCTUC, Janeiro 2002.
.
EXIGÊNCIAS DE QUALIDADE EM REVESTIMENTOS
POR PINTURA PARA A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
METODOLOGIAS E COMPETÊNCIAS

Rodrigues, M. Paula
Engenheira Química, Investigadora Principal, LNEC, Lisboa, Portugal,
mprodrigues@lnec.pt
Eusébio, M. Isabel
Engenheira Química, Investigadora Coordenadora, LNEC, Lisboa, Portugal,
isabel.eusebio@lnec.pt

Resumo
No presente documento apresenta-se uma síntese dos meios a que os vários
intervenientes na indústria da construção podem recorrer a nível de normalização e de
qualificação para, de uma forma objectiva, poderem seleccionar o revestimento por
pintura com o desempenho mais adequado a cada situação. Para isso, indicam-se os
factores a ter em conta para a sua selecção e dá-se uma perspectiva das
responsabilidades e competências que cabem não só aos fabricantes, mas também aos
utilizadores, projectistas e donos de obra e ainda a organismos nacionais, por forma a
que os revestimentos utilizados apresentem o desempenho funcional positivo deles
esperado, mantendo as suas características durante o maior período de tempo possível.

Palavras-chave: Revestimentos por Pintura, Exigências de Qualidade, Normalização, Tintas para a


Indústria da Construção.

INTRODUÇÃO
Na Europa e também em Portugal, o sector da construção civil apresenta um
importante peso no mercado das tintas, vernizes e produtos similares, consumindo
uma grande variedade de produtos, aplicados em superfícies de natureza diversa
(betão, rebocos de cimento, estuque, madeira, metal …), por motivos igualmente
diversos tais como, para decoração, para protecção do substrato, ou por outras razões
(higiene e segurança dos utilizadores – facilidade de limpeza, cores de segurança,
superfícies antiderrapantes).
A diversidade da oferta torna difícil a selecção do esquema de pintura mais apropriado
para uma dada aplicação por parte de arquitectos, donos de obra, empreiteiros e
projectistas, em especial se não existir uma linguagem comum entre os fabricantes
relativamente à qualificação dos seus produtos e à descrição das suas características
funcionais.
Pretende-se nesta comunicação apresentar os meios a que os vários intervenientes
podem recorrer a nível de normalização e de qualificação para, de uma forma

LNEC QIC2006 1
Tema A – Promoção e exigência da qualidade

objectiva, poderem seleccionar o revestimento com o desempenho mais adequado a


cada situação. Para isso, indicam-se as características genéricas dos vários tipos e
produtos e os factores a ter em conta para a sua selecção e dá-se uma perspectiva das
responsabilidades e competências que cabem a cada interveniente - desde o fabricante,
aos utilizadores, projectistas e donos de obra e também a organismos nacionais – por
forma a que os revestimentos seleccionados apresentem o desempenho funcional
positivo deles esperado, mantendo as suas características durante o maior período de
tempo possível.

OS PRODUTOS DISPONÍVEIS E SUAS CARACTERÍSTICAS


GENÉRICAS
Actualmente encontra-se disponível no mercado uma enorme variedade de produtos
de pintura, aquosos ou com base em solventes orgânicos e com constituintes de
natureza química diversa, que originam revestimentos por pintura com uma grande
diversidade de aspectos, texturas, cores, propriedades e funcionalidades.
Genericamente podem estabelecer-se algumas relações entre a composição dos
diferentes tipos de produtos de pintura e algumas das suas características ou
propriedades [1], conforme se sintetiza de seguida.

Tintas de base aquosa


As tintas de base aquosa podem ser aplicadas em quase todos os tipos de substratos da
área da engenharia civil: betão, rebocos de cimento, estuque, madeira... A natureza do
ligante (orgânico – de um ou de dois componentes - mineral ou misto) determina, quer
o processo de formação do filme, quer as características da película seca.
As tintas de dispersão aquosa, geralmente designadas por “tintas plásticas”, são
intrinsecamente permeáveis ao vapor de água, devido ao mecanismo de formação de
película – por evaporação da água, seguida de coalescência das partículas de polímero
que constituem o ligante. A qualidade do filme obtido por este processo está
dependente das condições ambientais de temperatura e humidade, sendo necessário
que a temperatura esteja acima dos 5ºC e a humidade relativa inferior a 85%, sob pena
de que a formação de película seja incompleta, provocando a degradação precoce do
revestimento [2]. Este tipo de tintas apresenta também, em geral, uma permeabilidade
à água por absorção capilar superior à das tintas de base solvente. O tipo de ligante
tem igualmente uma influência preponderante na durabilidade do revestimento - de
um modo geral, os revestimentos por pintura de base aquosa com ligantes vinílicos
(geralmente copolímeros de poli(acetato de vinilo) e ésteres) são menos duráveis em
exterior que os de ligantes acrílico-estirenados e estes, menos que os acrílicos. A
aderência das tintas de dispersão aquosa a suportes minerais, em especial se forem
pulverulentos, é outra das suas limitações. Pode ser melhorada por aplicação prévia de
um primário promotor de aderência.

2 QIC2006 LNEC
Exigências de qualidade em revestimentos por pintura para a indústria da construção

Nas tintas de ligante mineral com base em silicato [3] a secagem, com formação
aparente de película, ocorre por reacção química do silicato (silicato de potássio) com
o CO2 do ar, e com o Ca(OH)2 e os silicatos do substrato (silicificação). A camada
formada à superfície é insolúvel, fortemente aderente ao substrato mineral e possui
uma microestrutura microporosa, de elevada permeabilidade ao vapor de água e
reduzida resistência à penetração de água sob pressão e às eflorescências [2]. A
presença de aditivos hidrófobos actualmente usados na formulação deste tipo de tintas
contribui no entanto para melhorar as propriedades da película relativamente à
absorção capilar de água. A película formada tem um aspecto mate e, com
pigmentação adequada, permite obter acabamentos semelhantes aos conseguidos com
as antigas tintas de cal, mas com melhor durabilidade. Sendo muito permeáveis ao
vapor de água, são especialmente indicadas para utilização em paredes de construções
antigas. Não podem ser aplicadas sobre tintas de ligante orgânico.
As tintas de silicone (ou de siloxanos) normalmente possuem como ligante uma
mistura de uma dispersão acrílica ou acrílica estirenada com uma emulsão de silicone.
A parte do ligante em dispersão forma película por coalescência, à semelhança do que
acontece com as vulgares tintas de dispersão aquosa, enquanto que o silicone confere
hidrorrepelência à película e pode contribuir para uma boa resistência do revestimento
à degradação UV. As tintas de silicone possuem ainda uma boa aderência aos suportes
minerais, devido à formação de ligações por pontes de hidrogénio entre os grupos OH
do substrato e os átomos de oxigénio dos grupos siloxano (Si-O-Si) do ligante, e de
ligações Si-O-Si entre o substrato e a resina de silicone, através de grupos Si-OH
livres presentes na emulsão de silicone.
Da aplicação das tintas de cal [3] resulta uma camada microporosa, depois da
evaporação de água e da reacção química do Ca(OH)2 com o CO2 do ar, formando
CaCO3. São caracterizadas por darem origem a acabamentos mate e de elevada
permeabilidade ao vapor de água, mas em geral fraca coesão e com uma reduzida
resistência mecânica e química, degradando-se facilmente, em especial em ambientes
poluídos. A presença de aditivos de natureza orgânica confere alguma
hidrorrepelência ao acabamento. Estas tintas não podem ser aplicadas sobre películas
de tintas com ligante orgânico (p.e. tintas de dispersão aquosa), mas apenas sobre
suportes de natureza mineral com base em cal.

Tintas de base solvente


Apesar da tendência para a redução da sua utilização devido a questões ambientais
relacionadas com a emissão para o ar de compostos orgânicos voláteis (COV), são
ainda utilizadas em situações especiais devido às suas boas características de
aderência ao suporte, impermeabilidade à água ou a soluções aquosas e resistência à
retenção de sujidade. Possuem em geral uma elevada resistência à penetração de gases
e de água e uma reduzida permeabilidade ao vapor de água, comparativamente com as
tintas de base aquosa. Estas tintas são, em geral, fisicamente resistentes e têm uma
boa capacidade de penetração em suportes porosos e de aglutinação de superfícies

LNEC QIC2006 3
Tema A – Promoção e exigência da qualidade

pulverulentas. Estas características justificam o facto de produtos de pintura de base


solvente serem ainda bastante usados como primários e selantes nesse tipo de
superfícies. Estas tintas podem no entanto ser menos resistentes à acção de solventes
orgânicos do que as tintas de base aquosa.
De entre os ligantes usados indicam-se os constituídos por polímeros e copolímeros
acrílicos, vinílicos, epoxídicos, de poliuretano e as resinas de borracha clorada.

Tintas de dois componentes


As tintas de dois componentes podem ser de base aquosa, de solvente orgânico ou sem
solvente. Originam revestimentos com elevada resistência química e mecânica e baixa
permeabilidade a líquidos e também a gases. Devido ao mecanismo de formação de
película – por reacção química com a formação de ligações cruzadas – produzem
películas rígidas. A aderência ao suporte é geralmente elevada. Como exemplos deste
tipo de tintas citam-se as epoxídicas e as de poliuretano.

Vernizes e velaturas
Em termos de constituição os vernizes (e as velaturas) diferem das tintas por não
possuírem pigmentos. Podem no entanto ser corados, sendo a cor conferida pela
presença de corantes que são solúveis no verniz, e não por pigmentos que são
insolúveis. Podem ser de base aquosa ou de solvente orgânico, de um ou de dois
componentes, aplicando-se também aos vernizes as considerações feitas anteriormente
para as tintas, quanto à relação entre as características genéricas e o tipo de
ligante/mecanismo de formação de película. As velaturas diferem dos vernizes por não
formarem película contínua e por serem aplicados com espessuras muito reduzidas
(geralmente até 20 µm). Estes produtos aplicam-se em especial em superfícies de
madeira.

FACTORES DE SELECÇÃO
A qualidade de um revestimento, qualquer que seja o motivo da sua aplicação,
depende de vários factores: qualidade da tinta ou produto similar; selecção adequada
ao tipo e natureza das bases de aplicação e às condições de serviço; qualidade da
aplicação incluindo a preparação da tinta segundo as instruções do fabricante;
condições da base de aplicação e adequada preparação; condições ambientais ou
atmosféricas na altura da aplicação. A sua selecção deverá ser efectuada em função do
objectivo da utilização (decoração, protecção, facilidade de limpeza, segurança dos
utilizadores…), as características e natureza do suporte e as condições de exposição,
mediante a apreciação das suas características de desempenho e de durabilidade.

4 QIC2006 LNEC
Exigências de qualidade em revestimentos por pintura para a indústria da construção

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO
Encontram-se já disponíveis alguns documentos normativos que propõem uma
metodologia que fornece ao projectista ou dono de obra uma base para definir
algumas exigências referentes às características de produtos de pintura para utilização
nos diferentes tipos de substratos usados em construção civil, nomeadamente em
paredes interiores (NP EN 13300 e NP 4378) e exteriores (NP EN 1062-1), em betão
(EN 1504), em superfícies metálicas (NP EN ISO 12944 e EN 12206-1) e em
substratos de madeira (NP EN 927). Para outras utilizações ainda não previstas na
normalização deverá efectuar-se uma avaliação caso a caso e, consoante o tipo de
suporte e as condições ambientais de exposição, solicitar aos fabricantes produtos que
possam satisfazer a respectiva aplicação. Eventualmente poderão ser avaliadas
características específicas recorrendo a normas de ensaio NP, ISO, CEN ou ASTM,
cuja listagem pode ser consultada no site do IPQ ou das organizações de normalização
referidas.

Suportes minerais

Tintas para interior


A norma NP EN 13300: 2004 define os métodos de ensaio e especifica um esquema
de classificação dos revestimentos por pintura de base aquosa para interior, quanto ao
grau de brilho (quatro graus de brilho – brilhante, semi-brilhante, semi-mate e mate),
à dimensão do maior grão (quatro classes), à resistência à esfrega (cinco classes) e ao
poder de cobertura (quatro classes) – veja-se quadro 1.
Quadro 1: Normas europeias e internacionais para revestimentos por pintura de base aquosa para paredes e
tectos no interior

Norma Título
NP EN 13300:2004 Tintas e vernizes. Produtos de pintura e esquemas de pintura de base
aquosa para paredes e tectos no interior. Classificação
NP EN ISO 2813:2001 Tintas e vernizes. Determ. do brilho especular de películas não metálicas
a 20º, 60º e 85º
EN ISO 1524:2004 Tintas e vernizes. Determ. da finura de moagem
EN ISO 787-18:1995 Métodos gerais para ensaio de pigmentos e cargas. Determ. do resíduo
de peneiração – Procedimento por lavagem
NP ISO 11998:2003 Tintas e vernizes. Determ. da resistência à lavagem e da lavabilidade
NP ISO 6504-3:2001 Tintas e vernizes. Determ. do poder de cobertura. Determ. da razão de
contraste de tintas claras para um dado rendimento
A norma NP EN 13300 não estabelece requisitos mínimos para as propriedades
principais, o que facilitaria a selecção dos revestimentos por pintura por parte dos
utilizadores. Para esse efeito pode recorrer-se à norma portuguesa NP 4378 “Tintas e
vernizes. Tintas aquosas lisas para paredes interiores de edifícios. Classificação e
especificação”, desenvolvida pela Comissão Técnica de Normalização CT3 que, para
além de apresentar uma classificação das tintas quanto ao brilho e quanto à resistência

LNEC QIC2006 5
Tema A – Promoção e exigência da qualidade

à lavagem e à esfrega, especifica algumas propriedades essenciais e os respectivos


valores mínimos (quadro 2).
Quadro 2: Classificação e requisitos mínimos da NP 4378

Classificação Requisitos mínimos


Característica Classes Valores Característica Valor
Brilhante ≥60 (60º)
Aplicação conforme
Semi-brilhante <60 (60º) Aplicabilidade
ficha técnica: sem
Brilho >10 (85º) e observação da
defeitos referidos na NP
Semi-mate >5; ≤10 (85º) película seca
111
Mate ≤5 (85º)
Após ensaio, a película
de revestimento só pode
Resistência aos
apresentar ligeira
álcalis dos
Tipo I humidade e
ligantes
Resistência à (resistente à Resiste a pegajosidade,
hidráulicos
lavagem e à lavagem) 1000 ciclos recuperando aspecto
esfrega (com inicial após secagem
base na norma Tipo II Resiste a Resistência à A película não pode
DIN 53778) (resistente à 5000 ciclos fissuração a apresentar fissuração
esfrega) espessuras para espessura seca
elevadas inferior a 200 μm
Poder de Rendimento ≥6 m2/L
cobertura (RC=0,98)

Tintas para exterior


Encontra-se já publicada a norma NP EN 1062-1 que especifica um esquema de
classificação de características de revestimentos por pintura para rebocos e betão no
exterior e define os respectivos métodos de ensaio. No quadro 3 indica-se o conjunto
de normas aplicáveis. As características objecto de classificação são o brilho (três
graus de brilho – brilhante, semi-brilhante e mate), a espessura de película seca (cinco
classes), a dimensão do maior grão (quatro classes), a permeabilidade ao vapor de
água (três classes), a permeabilidade à água líquida (três classes), as propriedades de
“crack-bridging” (cinco classes) e a permeabilidade ao dióxido de carbono (uma
classe). Esta norma inclui ainda um anexo com um guia para a selecção do
revestimento com alguns princípios básicos relativos às condições de aplicação, de
preparação do substrato e de utilização.
A norma NP EN 1062-1 aplica-se a qualquer tipo de revestimento, de base aquosa
(incluindo as tintas de cal, as de silicato e as de silicone) ou de solvente, usado na
decoração, preservação ou protecção de superfícies exteriores de rebocos e betão, em
novos trabalhos, ou em trabalhos de manutenção ou renovação. Não são estabelecidos
requisitos mínimos em função do objectivo da utilização, ou das condições
ambientais, os quais são deixados ao critério dos utilizadores que os devem definir,
por exemplo nos cadernos de encargos. A norma admite a necessidade de, em casos
particulares, se exigirem outras características ao revestimento, por exemplo a

6 QIC2006 LNEC
Exigências de qualidade em revestimentos por pintura para a indústria da construção

resistência aos fungos, às algas e aos álcalis, embora não defina os respectivos
métodos de ensaio.
Quadro 3: Normas europeias para revestimentos por pintura para rebocos e betão no exterior

Norma Título
NP EN 1062-1:1998 Tintas e vernizes. Produtos de pintura e esquemas de pintura a
aplicar em alvenarias e betão no exterior. Classificação
NP EN ISO 7783-2:2001 Tintas e vernizes. Produtos de pintura e esquemas de pintura a
aplicar em alvenarias e betão no exterior. Determinação e
classificação da permeabilidade ao vapor de água
NP EN 1062-3: 2001 Tintas e vernizes. Produtos de pintura e esquemas de pintura a
aplicar em alvenarias e betão no exterior. Determinação e
classificação da velocidade de transmissão da água líquida
EN 1062-6: 2002 Tintas e vernizes. Produtos de pintura e esquemas de pintura a
aplicar em alvenarias e betão no exterior. Determinação da
permeabilidade ao CO2
EN 1062-7: 2004 Tintas e vernizes. Produtos de pintura e esquemas de pintura a
aplicar em alvenarias e betão no exterior. Métodos de ensaio e
classificação das propriedades de resistência à fissuração do suporte
(“crack-bridging”)
EN 1062-11: 2002 Tintas e vernizes. Produtos de pintura e esquemas de pintura a
aplicar em alvenarias e betão no exterior. Métodos de
condicionamento antes de ensaio
NP EN ISO 2813:2001 Tintas e vernizes. Determinação do brilho especular de películas
não metálicas a 20º, 60º e 85º
EN ISO 1524:2002 Tintas e vernizes. Determinação da finura de moagem
EN ISO 787-18:1995 Métodos gerais para ensaio de pigmentos e cargas. Determinação
do resíduo de peneiração – Procedimento por lavagem
A nível nacional encontra-se em fase final de elaboração uma norma portuguesa
especificando os requisitos mínimos a exigir às tintas para aplicação em paredes
exteriores de edifícios. As características que se prevê virem a ser avaliadas são:
permeabilidade ao vapor de água e à água; resistência aos álcalis dos ligantes
hidráulicos; resistência ao envelhecimento artificial acelerado; poder de cobertura e
brilho (no caso de acabamentos lisos); resistência às algas e aos fungos.
No caso particular das estruturas de betão aplicam-se a série de normas EN 1504
“Products and systems for the protection and repair of concrete structures. Defini-
tions, requirements, quality control and evaluation of conformity”. As partes da norma
relacionadas com produtos de pintura são as seguintes: Part 1 – Definitions; Part 2 –
Surface protection systems for concrete; Part 9 - General principles for the use of
products and systems; Part 10 – Site application of products and systems and quality
control of the works respeitantes a “Produtos e Sistemas para a Protecção e Reparação
do Betão”.
Na parte 2, respeitante aos “Sistemas de protecção superficial”, nomeadamente os
produtos hidrófugos (H), os de impregnação (I) e os de revestimento (C) formando
películas de 100 μm a 5 mm (incluindo os revestimentos por pintura), estipulam-se as
características obrigatórias a avaliar conforme o uso pretendido da aplicação do

LNEC QIC2006 7
Tema A – Promoção e exigência da qualidade

sistema de protecção e estabelecem-se os vários princípios de protecção,


nomeadamente:
Princípio 1: Protecção contra o ingresso Princípio 6: Resistência química
Princípio 2: Controlo de humidade Princípio 8: Aumento da resistividade
Princípio 5: Resistência física
Para cada princípio de protecção definem-se os valores mínimos das características de
desempenho exigidas obrigatoriamente (para todos as situações de utilização), bem
como características adicionais e respectivos valores mínimos, a exigir em situações
particulares e a seleccionar caso a caso em função, por exemplo, das condições de
agressividade previstas na EN 206-1. A este respeito, para além da leitura das partes 2
e 9 da EN 1504, podem consultar-se outras publicações [4, 5].
Tratando-se a EN 1504-2 de uma norma harmonizada, os produtos de pintura por ela
abrangidos são objecto de marcação CE.

Suportes metálicos

Aço
A pintura é uma das técnicas mais usadas na protecção anticorrosiva do aço. A NP EN
ISO 12944 “Tintas e vernizes. Protecção anticorrosiva de estruturas de aço por
esquemas de pintura” que trata desta problemática inclui as seguintes partes: Parte 1 –
Introdução geral; Parte 2 – Classificação de ambientes; Parte 3 – Concepção e
disposições construtivas; Parte 4 – Tipos de superfície e de preparação de superfícies;
Parte 5 – Esquemas de pintura; Parte 6 – Ensaios laboratoriais de desempenho; Parte 7
– Execução de supervisão dos trabalhos de pintura; Parte 8 – Desenvolvimento de
especificações para obras novas e de manutenção.

Alumínio
O revestimento por termolacagem, obtido a partir da aplicação de tintas em pó, é
muito utilizado no caso da caixilharia em alumínio para fins arquitecturais. A marca
europeia de qualidade Qualicoat, implementada na Europa há mais de 20 anos e gerida
em Portugal pela APAL (Associação Portuguesa de Fabricantes de Alumínio e
Lacadores), pode ser atribuída com carácter voluntário quer aos produtos de pintura
em pó, quer aos lacadores, assegurando que os produtos contemplados cumprem um
conjunto de requisitos mínimos de qualidade. Recentemente foi aprovada a norma EN
12206-1:2004 “Paints and varnishes – Coating of aluminium alloys for architectural
purposes – Part 1: Coatings prepared from coating powder” que especifica os
requisitos e métodos de ensaio para os avaliar, referentes ao pré-tratamento do
substrato, ao produto em pó, ao processo de pintura e ao revestimento depois de
aplicado.
Os critérios para a atribuição da marca Qualicoat [6], aprovados por vários países
europeus (Bélgica, Itália, França, Espanha, Portugal, …), requerem quer a aprovação
dos produtos em pó, quer a qualificação dos lacadores, e são mais exigentes que os

8 QIC2006 LNEC
Exigências de qualidade em revestimentos por pintura para a indústria da construção

preconizados na própria norma europeia (que não obriga à qualificação dos


lacadores).

Suportes de madeira
A norma EN 927 (NP EN 927 “Tintas e vernizes. Produtos de pintura e esquemas de
pintura para madeira em exteriores”), que é constituída por 5 partes - Parte 1
“Classificação e selecção”, Parte 2 “Especificação do desempenho”, Parte 3
“Envelhecimento natural”, Parte 4 “Avaliação da permeabilidade ao vapor de água” e
Parte 5 “Avaliação da permeabilidade à água” - define uma metodologia de
classificação de esquemas de pintura para superfícies de madeira em exterior, por
categorias de utilização, aspecto e condições de exposição e estabelece os requisitos
de desempenho e os respectivos métodos de avaliação.

RESPONSABILIDADES E COMPETÊNCIAS
Para pôr em prática uma metodologia que tenha em consideração todos os factores que
contribuem para que os revestimentos seleccionados apresentem o desempenho
funcional positivo deles esperado, mantendo as suas características durante o maior
período de tempo possível, há toda uma cadeia de responsabilidades e competências
nas diferentes fases do processo que termina na aplicação de um determinado produto
de pintura. Pode considerar-se que a divisão de responsabilidades e de competências
se encontra distribuída por três grupos de intervenientes, respectivamente
relacionados com: 1) a produção do(s) produto(s) de pintura; 2) a caracterização dos
produtos ou a sua qualificação; 3) a obra ou material a que se destina o produto ou
esquema de pintura.

Intervenientes na produção do(s) produto(s) de pintura


O fabricante deve manter uma constância nas características dos seus produtos e estar
sensibilizado para a necessidade de conhecer o seu comportamento depois de
aplicados nos materiais actualmente usados na construção.
O fabricante poderá ainda ter os seus produtos caracterizados de acordo com os
requisitos preconizados em normas europeias ou nacionais, em cadernos de encargos
ou em especificações técnicas de produto, recorrendo a laboratórios de ensaio
qualificados para tal. Pode ainda optar por certificar os seus produtos, sempre que
estiverem disponíveis as respectivas normas de requisitos ou, no caso dos
termolacados em alumínio para fins arquitecturais, obter a marca Qualicoat. No caso
de produtos abrangidos por normas europeias harmonizados, deverão possuir a
marcação CE. Deve também fornecer informações técnicas objectivas sobre os seus
produtos, elaborando para isso fichas técnicas com informação adaptadas às condições
práticas de utilização e com indicações respeitantes a eventuais restrições de
aplicação. Frequentemente, as fichas técnicas dão a entender que os produtos podem
ser aplicados em todas as bases e, raramente, colocam restrições às condições de

LNEC QIC2006 9
Tema A – Promoção e exigência da qualidade

aplicação, não indicando por exemplo qual o esquema de pintura mais adequado, ou
cuidados especiais a ter em consideração em condições ambientais e de estado da
superfície adversas (humidades elevadas, por exemplo). Se tal lhe for solicitado, no
âmbito de trabalhos em que os seus produtos tenham sido propostos, deverá ainda o
fabricante ser responsável por comprovar que os mesmos satisfazem as exigências
eventualmente requeridas pelo dono de obra.

Intervenientes na caracterização dos produtos ou sua qualificação


A caracterização dos produtos de pintura deverá ser efectuada de acordo com normas
de ensaio reconhecidas por todos os intervenientes, de forma a facilitar a sua
comparação e selecção, em laboratórios de ensaio vocacionados para tal e, de
preferência, acreditados. A certificação ou a atribuição de marcas de qualidade são
concedidas pelas entidades respectivas, com recurso a laboratórios de ensaio por elas
reconhecidos para a caracterização dos produtos.

Intervenientes na obra ou material a que se destina o produto ou


esquema de pintura
As principais entidades envolvidas são o dono de obra, o projectista, o empreiteiro e a
fiscalização. O dono de obra em colaboração com o projectista é responsável pela
elaboração do Caderno de Encargos, sendo para isso necessário dispor de
conhecimentos e experiência quanto ao tipo de produtos disponíveis no mercado e
respectivas características gerais, bem como das especificações técnicas ou
documentos normativos aplicáveis.
O Cadernos de Encargos deve detalhar pelo menos os seguintes aspectos:
- Aspecto, grau de brilho e cor do acabamento; Esquema de pintura (tipo de produtos,
nº de demãos, espessura); Indicação dos diferentes tipos de substratos da obra (se
existentes) e condições de exposição; Requisitos mínimos (norma ou especificação),
que deverão ser definidos em função de, por exemplo, condições ambientais de
exposição, condições de serviço, exigências de durabilidade, acessibilidade da obra;
Preparação da base com indicação detalhada do pretendido (por exemplo, lavagem do
revestimento, remoção do revestimento, remoção de fungos, reparações pontuais…);
Método de aplicação (rolo, trincha, pistola); Garantia (retenção da cor, aparecimento
de defeitos); Recepção e controlo de produtos em obra; Inspecção (tipo,
periodicidade).
Deverá também exigir as Fichas Técnicas dos produtos a aplicar completas, com
condições de aplicação e de diluição e certificados de qualidade dos produtos/marca
de qualidade. Em alternativa deverá exigir o comprovativo de que a empresa é
certificada e relatório ou boletins de ensaios com as características técnicas dos
produtos/revestimentos.

10 QIC2006 LNEC
Exigências de qualidade em revestimentos por pintura para a indústria da construção

O Caderno de Encargos poderá ainda fazer exigências especiais, nomeadamente


quanto à necessidade de protecção de áreas adjacentes à pintura (por exemplo,
caixilharia, vidros), à disponibilização por parte do empreiteiro de equipamento
adequado ao controlo da humidade do substrato, à aplicação de demãos de cores
diferentes, para controlo do nº de demãos aplicado, ou à necessidade de
acompanhamento da pintura pela assistência técnica dos fabricantes (por exemplo, em
grandes obras).
Em resposta a um Caderno de Encargos, as empresas de pintura/empreiteiros de
construção civil deverão elaborar um Plano de Pintura que satisfaça as exigências do
mesmo e que seja pormenorizado em relação ao tratamento a efectuar à base, indique
claramente a constituição do esquema de pintura (1 ou 2 demãos, diluição,
necessidade ou não de primário ou selante), defina o método de aplicação, proponha o
esquema de pintura tendo em consideração as informações contidas nas fichas
técnicas dos produtos. Deverá propor alternativas face ao estado ou tipo de obra, caso
considere impraticável ou inadequado o exigido, justificando as razões das alterações
propostas
Já durante a execução dos trabalhos, cabe ao empreiteiro/empresa encarregada das
pinturas/aplicador assegurar-se de que a superfície está adequadamente reparada
e/ou preparada para ser pintada, podendo eventualmente ser responsável pela
execução dos trabalhos mínimos habitualmente necessários (por exemplo, colmatação
de pequenas fissuras no substrato). Esta responsabilidade deve ser claramente
atribuída no Caderno de Encargos e definida no Plano de Pintura. O empreiteiro de
pinturas, não sendo em geral responsável pela correcção de anomalias graves do
substrato (por exemplo, delaminação do reboco, fendas indiciando defeitos estruturais
ou corrosão de armaduras) que afectam de modo adverso a pintura, deve no entanto
chamar a atenção do dono de obra ou da fiscalização para a sua existência, o que
exigirá uma intervenção especializada antes da pintura. É ainda responsável por seguir
as recomendações do fabricante, em especial quanto ao tipo de utilização para que o
produto de pintura foi formulado, ao rendimento de aplicação e ao tempo de secagem
da base, antes da aplicação da tinta.
Cabe à fiscalização verificar que são adequadas as condições para aplicação,
nomeadamente quanto à secagem da base - no caso de betão ou rebocos de cimento,
considera-se ser necessário esperar pelo menos dois meses (ausência de chuva) - e às
condições ambientais de temperatura e de humidade relativa. A fiscalização deverá
ainda aprovar o estado da superfície a pintar e a regularidade do aspecto, aderência e
espessura do revestimento por pintura – pode ser útil a aprovação de uma superfície
de referência relativa ao estado de preparação da base e aspecto final do acabamento,
por todos os intervenientes.
Em grandes obras deve exigir-se a conservação de amostras dos produtos aplicados
(mesmo lote) e registos do esquema aplicado e tipo de tratamento de superfície

LNEC QIC2006 11
Tema A – Promoção e exigência da qualidade

efectuado com datas da execução dos trabalhos, a fim de facilitar futuros trabalhos de
manutenção, ou para apoiar eventuais reclamações em caso de insucesso.

CONCLUSÕES
O sucesso de qualquer trabalho de pintura depende da definição precisa quanto ao
estado da superfície a pintar e ao objectivo pretendido com a aplicação do esquema de
pintura, a fim de que as exigências a introduzir no caderno de encargos traduzam
eficientemente as operações necessárias à boa execução da obra e à selecção dos
produtos adequados.
Encontram-se já disponíveis alguns documentos normativos que fornecem aos
utilizadores uma base objectiva de definição de requisitos a exigir aos revestimentos
por pintura para diversas situações de aplicação. A sua selecção deve ser feita em
função de características específicas previamente avaliadas e não apenas em função do
conhecimento do tipo de tinta ou do tipo de ligante.
A observância das regras de boa prática quanto à preparação do substrato e às
condições ambientais durante a aplicação, assim como o cumprimento das
recomendações contidas nas fichas técnicas dos produtos, são condições essenciais
para a obtenção dos resultados esperados.
Por último, uma actuação eficiente da fiscalização e o recurso a superfícies de
referência como base comum quanto ao aspecto final pretendido, podem contribuir
para evitar a ocorrência de falhas durante a execução da obra, ou de patologia precoce
que obrigue à execução de trabalhos de reparação inesperados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] EUSÉBIO, M. Isabel; RODRIGUES, M. Paula. Produtos de pintura na
construção civil. Constituição e utilização. Cadernos de Edifícios 03, LNEC,
Setembro 2004
[2] DUVAL, F., FREAM, A. - Exterior Masonry Coatings in Europe. In Conference
Coatings for Masonry and Concrete. PRA, Brussels, Belgium, June 30 – July 1,
2003
[3] RIBEIRO, A. F. G; EUSÉBIO, M. Isabel. Tintas inorgânicas: Tintas de cal e de
silicatos. Cadernos de Edifícios 02, LNEC, Outubro 2002
[4] RODRIGUES, M. P. Os revestimentos por pintura e a nova série de especificações
europeias para protecção e reparação de estruturas de betão. Em Proceedings de
“REPAR 2000, Encontro Nacional sobre Conservação e Reabilitação de Estruturas”.
Lisboa, 14-17 Junho de 2000. Colecção Comunicações LNEC, COM 75.
[5] RODRIGUES, M. Paula. Protecting concrete by surface coating systems. Em
“Seminário Luso-Francês “Degradação de Estruturas – Por reacções Expansivas
de Origem Interna””. LNEC, Lisboa, 4 a 6 de Dezembro de 2001.
[6] www.qualicoat.net

12 QIC2006 LNEC
Microbiological Growth on Façades

Crescimento Microbiológico em Fachadas

Roland Büchli
Swiss Federal Laboratories for
Materials Testing and Research
Switzerland
roland.buechli@empa.ch

Abstract: This paper outlines the causes of and precautions against this relatively recent
phenomenon. Growth is prompted by the moisture arising from the night-time conditions
on the outer surface of highly insulated facades. Layers on the cold side of the insulation
with low thermal capacity are particularly vulnerable. At night, the temperature of these
layers frequently drops below the dew-point temperature of the external air. Although
algae and fungi have different requirements for growth, conditions on facades in colder
periods are often ideal for both. This paper will examine these conditions on investigated
case studies and describe basic design strategies, precautions and remedies.
Keywords: Biogenous growth, facade, maintenance, restoration, design strategy, building
physics, precautions.

1. INTRODUCTION AND BACKGROUND


Microbiological growth on facades has become an increasing problem in recent years and
has sparked various debates on liability. While architects, manufacturer and contractors
refuse to assume any responsibility, stained, unsightly facades are naturally unacceptable
to clients and owners. The lack of information on the key thermal and hygroscopic factors
governing this growth has promoted discussion of its causes and the most effective
remedies.

Thermal control is a key function of the building envelope. Laws, standards and other
codes governing thermal insulation requirements have been considerably tightened in
recent years. This has had implications for the design of external walls: those
constructions unable to meet the stringent demands have disappeared from the market to
be replaced by new systems. Multi-layer external wall assemblies soon emerged as a
popular solution, being extremely adaptable and allowing the tighter requirements to be

427
Microbiological Growth on Façades

met through thicker insulation layers. Typical examples include exterior insulation and
finish systems (EIFS) and external insulation with ventilated curtain wall, both of which
lend themselves to new-build and refurbishment applications.

Unfortunately, in recent years, both these construction types have experienced unwelcome
side effects in the form of large-scale algal growth and, in some cases, black mould.
North-facing facades have proved particularly vulnerable. Figures 1 and 2 show typical
instances. Prior to seeking possible remedies, it is first important to understand the causes
of the large-scale growth.

Figure 1 Figure 2
Ventilated facade, algal growth on north Algal growth on exterior insulation and
facade finish system (north facade)

2. BIOLOGICAL ASPECTS
Algae and fungi exhibit substantial differences in terms of nutrient requirement. While
fungi depend on a supply of organic material, algae – like plants – are able to produce
such material from water, minerals and carbon dioxide. Energy is provided by sunlight,
which is in plentiful supply on facade areas, while minerals are present, for example, in
dirt accumulations. The presence of water is therefore the decisive factor for algal
growth.

A wide range of algal and fungal species exist. Those infecting facades are
microscopically small organisms whose spores are dispersed through the air. The term
"microbial growth" is also applied to this type of infection.

Unlike higher forms of plant life, algae have no roots. This fact is important in
understanding growth on facades and explains why – due to the lack of a firm anchorage
in the substrate – algal growths on damp elevations tend to increase with surface
roughness. Algae typically colonize depressions in the render. Individual algae are
subsequently washed out by rain and dispersed along the path of water running down the
facade. This explains the characteristic vertical streaks shown in Figure 3.

The lack of roots also means that water and nutrients have to be directly absorbed through
the cell walls into the cell core. This happens through osmosis.

Furthermore, without roots, algae are entirely reliant on surface moisture. In the case of
facades, this normally takes the form of rain and/or dew. The large-scale algal growth on

428 Theme/Tema 3
2nd International Symposium on Building Pathology, Durability and Rehabilitation

north-facing facades, i.e. surfaces generally less exposed to rain, raises the question as to
whether dew formation is particularly abundant with EIFS and ventilated curtain walls

Figure 3
Figure 4
Typical growth structures for algae along
Algal growth on traffic sign
path of water flow

3. DEW FORMATION IN THEORY


Dew formation is a well-known phenomenon that, for instance, affects cars parked
outdoors overnight. Dew forms because night-time emissions to the cold sky exceed
incident radiation. The resulting shortfall causes the temperature of the bodywork to drop
below that of the air. When this temperature falls below the dew-point – which is a
function of air temperature and relative humidity – the dew necessary for algal growth
forms. Similar conditions obtain for traffic signs (see Figure 4). In both cases, no heat
source exists to offset radiation losses and the low-temperature surface exhibits relatively
low thermal mass for the storage of heat during the daytime.

Similar conditions are encountered with EIFS and ventilated curtain walls. The surface
layer has low mass, while, in winter, the heat permeating from the interior to the outside
declines in proportion to the thickness of the thermal insulation layer.

4. INVESTIGATIONS TO PROOF THE THEORY


Temperature measurements were taken on existing buildings to evaluate the risk of dew
formation. Figure 5 presents the readings for an EIFS with a U-value of approx.
0.3 W/m2K. Measurements were taken on the south facade of a building located in
Dübendorf (Switzerland).

The graph shows the temperature range on a cloudless day in January 1998. During the
night, the facade temperature was some 3°C below the air temperature, dipping below the
dew-point of the outside air for some 15 hours. The impact of the low thermal mass of the
4-5 mm thick render coat is clearly evident: the facade temperature climbed sharply after
sunrise to above the air temperature. In the late afternoon, the temperature dropped
equally abruptly and quickly fell below the air temperature.

Theme/Tema 3 429
Microbiological Growth on Façades

EIFS, South facade Thermally insulating masonary, south facade


35 35

30 30
Surface temperature Surface temperature
Temperature [˚C]

25

Temperature [˚C]
25
Outside air temperature Outside air temperature
20 Dew-point temperature 20

15 15

10 10

5 5

0 0

–5 –5
10.01.98 10.01.98 10.01.98 11.01.98 11.01.98 10.03.95 10.03.95 10.03.95 11.03.95 11.03.95
6:00 12:00 18:00 0:00 6:00 6:00 12:00 18:00 0:00 6:00
Date Date

Figure 5 Figure 6
Daily temperature range on south facade Daily temperature range on south facade

Further investigations revealed a similar situation for ventilated curtain walls. Of


particular note with this construction, however, is that the physical conditions for dew
formation also prevail on the rear of the cladding. This means that absorbent cladding
materials are also moistened from behind.

Heavily constructed facades store heat, which is gradually emitted as the temperature
falls. The behaviour of high-insulation clay brickwork (U-value approx. 0.45 W/m2K) is
shown in Figure 6. The night-time radiation losses were to some extent offset by the
release of thermal energy stored in the masonry. By early morning, the facade temperature
had dropped to roughly that of the air, without falling below it, and hence remained above
the dew-point of the air, which is lower than the air temperature. Yet, the positive
implications of this behaviour should not be overestimated. To provide heat at night, the
thermal sink needs topping up during the day. The lack of solar radiation to north-facing
facades means that heat storage here depends entirely on the difference between air and
structural temperature.

5. CASE STUDIES

5.1 Algal attack to mechanically fixed exterior insulation and finish system
The investigated building is located near Zurich, some 400 metres above sea level. The
area is frequently shrouded in mist for days during winter high-pressure periods. The
building lies at the edge of a village in a rural setting.

The facades face south-west, south-east, north-east and north-west. The north-east and
north-west facades are affected by algal attack. Both facades overlook the open landscape
of the adjoining agricultural zone.

The building was erected as a three-storey apartment block in 1973, the facades
undergoing extensive rehabilitation in 1993. The refurbishment scheme entailed an
upgrading of the thermal insulation in the facade to achieve a U-value of approx.
0.3 W/m2K. The existing external insulation was replaced by a new system incorporating
100 mm thick mineral-fibre insulation slabs. These were adhesive bonded to the substrate
and additionally secured by insulation fasteners. The render system comprised a mineral-

430 Theme/Tema 3
2nd International Symposium on Building Pathology, Durability and Rehabilitation

based undercoat with woven glass fabric reinforcement and silicate final coat. The use of
biocidal agents to combat algal and fungal growth was not deemed necessary given that
the original exterior insulation and finish system had not experienced problems in these
respects.

Figure 7
Figure 8
Algal attack on rendered penthouse
Infrared image of facade area in Figure 7
structure
The first growth was observed on the north-east and north-west facades some three years
after refurbishment, in 1996. This spread across large areas of these facades during 1997.
There was, however, a notable lack of algal growth over the insulation fasteners. The
insulation fasteners appeared as bright round spots, some 50 mm in diameter, in the
greening facades. Figure 7 shows a photo, taken in 1997, of the north-east face of the
penthouse.
Infrared images of the infected facades were taken in the winter of 1997/98. The image in
Figure 8 is of the facade area shown in Figure 7. This image clearly demonstrates the
thermal bridging effect of the insulation fasteners and confirms the correspondence of the
fastener positions with the bright growth-free spots. Figures 9 and 10 show the laboratory
analysis of one of the infrared images. A horizontal measurement line across 3 insulation
fasteners is defined in Figure 9. Figure 10 shows the temperature curve along this line as
determined by computer.
Horizontal section through 3 fastener
1

0.5
Temperature [˚C]

–0.5

–1

Temperature
–1.5
0 20 40 60 80 100 120 140
Distance [cm]

Figure 9 Figure 10
Detail of infrared image with measurement Temperature curve along measurement line
line through three hotspots (fasteners) in Figure 9

Theme/Tema 3 431
Microbiological Growth on Façades

The images demonstrate a concordance between the configuration of algal growth and the
patterns revealed by thermal imaging. The temperature variations on the facade surface
dictated whether sufficient dew was present for algal growth. Similar phenomena are
observable with ventilated curtain walls.

5.2 Window lintel


Experience gathered with EIFS and ventilated curtain walls has shown window lintels to
be particularly susceptible to algal growth. Black mould is also common at these
locations. Figure 11 shows a typical instance. The anchorage points of mechanically fixed
EIFS appear as bright spots (see Figure 12).

In most cases, growth on window lintels is encouraged by the condensation that results
when humid indoor air meets the cold lintel surface where windows are opened for
ventilation. The risks are also intensified by non-airtight roller shutter boxes and the tilting
of windows for long periods in winter.

Figure 11 Figure 12
Black mould on window lintel. EIFS with Algal growth on window lintels. The
polystyrene panels fasteners appear as bright growth-free spots

6. PREVENTION OF ALGAL AND FUNGAL GROWTH


The present state of knowledge suggests that the growth of algae and black mould on
north-facing EIFS and ventilated curtain walls is chiefly attributable to dew formation.
The months between September and April are particularly critical in Switzerland in areas
up to about 800 m above sea level.

Further factors influencing growth include the building location (e.g. areas prone to mist,
urban/rural site), immediate surroundings (e.g. open water, trees, shrubs, neighbouring
buildings), properties of the facade finish (e.g. water-retaining, water-repellent, surface
roughness, dirt deposits), risk of localized damp (e.g. splashing at ground level, window
projections and canopies over entrances, dew formation at window lintels) and weather
protection features designed into the building.

6.1 Chemical treatments: biocidal agents


In the case of ventilated curtain walls, growth generally necessitates a more extensive
cleaning regime. Biocidal agents are not usually required with this type of construction.

With rendered facades, in particular EIFS, periodic cleaning is more problematic. Hence

432 Theme/Tema 3
2nd International Symposium on Building Pathology, Durability and Rehabilitation

the use of algicidal and fungicidal agents to lower the risk of growth. Algicides are used to
inhibit algae, while fungicides resist the growth of fungi or mould.

Not only do biocides inflate the price of products, their use remains controversial for
ecological reasons – mainly because a degree of water solubility is required for
satisfactory performance (they need to be in solution to act through the cell membrane on
the core). Sooner or later, then, the substances are washed out and find their way into the
ground or sewage system. Though commonly used in the past, high-performance heavy-
metal-based biocides have now been banned on environmental grounds. Yet, even many
of those agents still approved cannot be eliminated by sewage treatment and take up to a
year to degrade in the ground.

The washing out of biocides impairs performance. The period in which they act varies
according to the degree of water solubility. Biocidal treatments therefore have to be either
periodically renewed or initially applied in sufficient quantities. They must act at the place
where growth occurs, i.e. on the facade surface. Where biocidal protection is provided to
thin finishing coats, it may be appropriate to extend the protection to the preceding coat.
Biocidal finish in conjunction with biocidal primer may, for example, provide an effective
solution.

The focus in future will be on refining growth-inhibiting treatments so as to optimize


performance while minimizing the attendant ecological risks. This is the aim of an EMPA
research project (project manager: Dr. Paul Raschle). Under the banner "Biocides – as
much as required, as little as possible", the project is being conducted in close
collaboration with materials producers, contractors and biocide manufacturers and is
scheduled for completion by the end of 2003.

6.2 Design strategies: built-in weather protection


In many cases, no or comparatively little growth is observed below windows. This may be
seen as a consequence of the weather protection provided by projecting window sills.
Thermal images reveal that, apart from the sheltered location, higher facade temperatures
are responsible for the lack of growth in these zones (Figures 13 and 14).

Similar evidence exists for the weather-protective function of roof overhangs. While, in
the case of apron walls, the location of radiators below windows and smaller facade cross-
sections are key factors preventing growth, roof overhangs effectively act as a screen that
reduces radiation losses to the sky, with the thermal bridging effect of the building
projection at the same time raising temperatures.

The examples confirm the general observation that designed-in weather protection can
reduce, though not prevent, growth on north-facing facades. Indeed, measures to shelter
the building fabric from the elements are generally beneficial and should only be omitted
where absolutely necessary.

Theme/Tema 3 433
Microbiological Growth on Façades

Figure 13 Figure 14
Growth-free facade areas below windows Infrared image of area in Figure 13

6.3 Material-specific measures


Relatively little research has been undertaken into the material-specific options for
reducing growth risks. Theories on the role of the surface coat texture and properties – in
particular, capillary absorption, vapour diffusion behaviour, pH value, binder type
(mineral, synthetic) – and the action of chemical additives, e.g. water-retaining
substances, tensides, emulsifiers etc. still require scientific validation.

Great hopes were pinned on the use of water-repellent treatments to ensure the efficient
shedding and drainage of water droplets from facade areas. It was assumed that high water
repellency would prevent growth. Unfortunately, as various examples have shown, this
theory failed in practice. Over time, the water-repellent properties are lost through natural
weathering. Furthermore on so treated surfaces the formation of a dew film is still
possible.

6.4 New ideas


One theoretical option involves the use of low-emissivity (ε-value) materials. High-
performance insulating glass units, for example, employ a low-ε coating on the outer pane
to prevent external dew formation. The achievement, through research, of a similar effect
for external renders and finishes could potentially solve the problem of microbial growth
on high-insulation facades without the use of biocides. Another approach focuses on the
development of "intelligent" facade coatings, a new technology still under research. These
incorporate, for example, ceramic capsules with viscous liquids (phase change materials),
which melt or freeze depending on external temperature and simultaneously absorb or
emit energy. Tests are also being performed on "self-cleansing" coatings, whose surface
resembles that of a leaf. Yet none of these developments are currently advanced enough to
offer long-term solutions to microbial growth.

7. REMEDIAL MEASURES AGAINST ALGAL AND FUNGAL


GROWTH
No long-term results from remedial measures are as yet available. We are currently
engaged in a process of establishing the most effective methods for rehabilitation. While
setbacks are inevitable, they will at the same time contribute to progress. The
recommendations set out below are based on an EMPA data sheet.

434 Theme/Tema 3
2nd International Symposium on Building Pathology, Durability and Rehabilitation

Remedial action:

1. Clarifications
Establish whether the growth is algal, fungal or a combination of the two.

2. First cleaning
- In the event of large-scale attack:
Wet clean the facade, e.g. using steam or high-pressure water jet. Adjust the pressure
according to the strength the surface material. Prior testing is required in the case of
uncertainty. Care should be taken with cracked facades. Avoid excessive water uptake
through the cracks. Allow the facade to dry properly.
- In the event of local attack:
Sterilize the affected facade areas using a hydrogen peroxide solution (5%) or standard
product, i.e. algicide for algae, fungicide for fungi and preferably algicide for lichens.

3. Second cleaning
- In the event of large-scale attack:
Sterilize the facade using a peroxide solution or standard product, as described above.
- In the event of local attack:
Dry clean the facade with a stiff brush or equivalent.

4. Priming coat
Apply algicidal or fungicidal primer. The primer must be compatible with the substrate.
Particular care is required with solvent-bearing primers applied to plastics-bearing
substrates.

5. Finishing coat
Apply algicidal or fungicidal finishing coat. The coating material must be compatible
with the substrate and permit vapour diffusion. Capillary water absorption should be as
low as possible. Water-repellent properties may retard the washing out of biocides and
improve long-term algae control. Water adsorption from vapour in the air (hygroscopic
moisture) should be low. This requirement is generally met by low-expansion finishing
coats.

8. CONCLUSION
Microbiological growth on buildings is becoming an increasing problem. The cause is
ever more effective thermal insulation, which results in dew remaining on external wall
surfaces for longer. Since water is the decisive factor for microbiological growth, efforts
must be made to keep facades as dry as possible in order to prevent the phenomenon. This
can be achieved by constructing roof overhangs, ensuring facades face into the sun,
ensuring there are no trees or shrubs in the immediate vicinity, using facade finishes with
only slight water-retentive properties and avoidance of splashing.
If the risk of microbiological growth in an exposed location cannot be ruled out despite
appropriate precautions, biocidal agents should be mixed into the render or finish.
However, this will only suppress growth for a limited period. Efforts are in progress to
change the physical properties of finishes in such a way as to make these toxic chemical
additives superfluous. Further research is necessary.

Theme/Tema 3 435
Microbiological Growth on Façades

Existing facades that suffer from algal and fungal growth can be cleaned and protected
against renewed attack. Protection involves incorporating algicides and fungicides into the
primer and finish. This type of treatment needs to be repeated periodically. Data on past
experience with this proposed method of rehabilitation needs to be gathered and
evaluated.

9. REFERENCES
[1] Blaich, J. (2000),. Algen auf Fassaden. Die Gebäudehülle, EMPA Dübendorf,
46 - 58.

[2] Blaich, J. (2000), Algen und Pilzbewuchs auf Fassaden – Bauphysikalische


Ursachen und Gegenmassnahmen. Sachverständigentagung Deutscher
Stuckgewerbebund, München, Tagungsband 10 – 23.

[3] Blaich, J. (1999) Bauphysikalische Aspekte des Algenbewuchses auf Fassaden und
Massnahmen zur Vermeidung. IBK-Bau-Fachtagung 249, Berlin. Tagungsband
11/1 - 11/9.

[4] Blaich, J. (1999), Aussenwände mit Wärmeämm-Verbundsystem. Algen und


Pilzbewuchs. Bauschäden-Sammlung. Deutsches Architektenblatt. 10/99,
1393 - 1394.

[5] Blaich, J. (1998) Algen auf Fassaden. Aachener Bausachverständigentage,


Bauverlag, 101-132.

[6] Raschle, P. (1996) Bauschäden durch Mikroorganismen. Advances in Coatings 3,


Schülke & Mayr.

[7] Raschle, P. (1995) Identität und Auswirkungen von Mikroorganismen in


Beschichtungssystemen. Advances in Coatings 2,. Schülke & Mayr.

[8] Blaich, J and Raschle, P. (1991) Algen erobern die Fassaden. Bauschäden erkennen
- vermeiden – beheben, Schweizerischer Hauseigentümerverband, 43 – 48.

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