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Ijuí
2021
LEONARDO DOS SANTOS HOCHMULLER
Ijuí
2021
LISTA DE FIGURAS
AC Argamassa Colante
CP Cimento Portland
Cm Centímetros
L Litros
NR Norma Regulamentadora
M² Metro Quadrado
1 Introdução .......................................................................................................... 9
2.4.5 Reboco............................................................................................................... 58
2.6.2 EPC’s................................................................................................................. 68
3 CONCLUSÕES ............................................................................................... 72
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 73
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1 INTRODUÇÃO
O referido estágio foi realizado na cidade de Augusto Pestana (RS), município este que se
localiza próximo ao município de Ijuí (RS). Foram efetuados acompanhamentos presenciais em
duas obras distintas, a fim de vivenciar de forma prática a execução dos mais variados processos
inerentes à construção civil, além da observação da organização do canteiro de obras e das equipes
de trabalho.
Este relatório busca expor as ocorrências observadas e acompanhadas nos canteiros de obra,
elencando aspectos importantes a serem considerados. Sobretudo, é dessuma importância o
embasamento teórico em normas vigentes, como também de pesquisas bibliográficas sobre os
assuntos abordados, para que se proceda a análise crítica do que foi acompanhado in loco. Dito
isso, ressalta-se a importância desta disciplina para a formação do acadêmico de Engenharia Civil,
agregando conhecimentos e experiências práticas vivenciadas em obra.
1.1 Objetivos
A FS Engenharia (Figura 1), inscrita sobre o CPF n°: 011.468.530-41, possui sua sede
(escritório) na cidade de Augusto Pestana (RS), na rua Coronel Antônio Soares de Barros, n° 1587,
Sala A. A empresa tem como CEO e fundadora a Engenheira Civil Franciele Taise Manica
Schmidt, portadora do CREA RS 167131, e fornece como serviço ao mercado a confecção de
projetos residenciais, desde reformas até edificações novas, aliando beleza, praticidade e
funcionalidade.
A instituição vem conquistando cada vez mais espaço no mercado, com inúmeros projetos
realizados na cidade de Augusto Pestana, e, também, em várias outras cidades próximas.
1.3 Obras
A primeira obra refere-se à uma reforma com ampliação, localizada na Rua Venâncio Aíres,
s/n, CEP 98740-000 (Figura 2).
Nesta obra, foram realizadas reformas nos acabamentos das paredes e dos pisos, além da
colocação de forro em gesso acartonado em todos os cômodos. Também foi efetuada a substituição
do telhado e das calhas, além da colocação de alguns assessórios, tal como o pergolado. Além
disso, foi executada uma ampliação no dormitório da parte da frente da edificação, adicionando ao
cômodo em questão um closet e um banheiro (Figura 3), sendo estes construídos em laje treliçada
com lajotas cerâmicas.
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Por fim, também foi elaborada uma revitalização da fachada, contando com substituições
das aberturas do limite frontal da edificação (portão e grades), como é possível observar na imagem
abaixo, que exemplifica a comparação do estado do início da obra com o projeto realizado (imagem
3D) – Figura 4.
A obra em questão, possui área total existente somada à ampliação de 146,29 m² foi
acompanhada do dia 01/09/2021 ao dia 06/09/2021, onde já havia sido realizada a ampliação, e
encontrava-se em processo de acabamento, etapa que foi acompanhada no estágio.
A segunda obra refere-se à uma edificação nova, localizada na continuação da Rua Albino
Schneider, s/n, CEP 98740-000 (Figura 5).
A edificação consiste em uma “casa geminada”, conceito de edificação que está se tornando
bastante difundida em todo o mundo, principalmente no Brasil. A definição deste tipo de edificação
consiste em duas ou mais construções compartilharem a mesma parede e telhado, geralmente sendo
simétricas uma em relação à outra (TERRA, 2020), como é o caso da edificação acompanhada.
Além disso, de acordo com Terra, este tipo de edificação é uma opção econômica de construção.
Cada “casa” é composta por 2 (dois) dormitórios, 2 banheiros, uma sala/cozinha, uma área
de fundo externa com churrasqueira e uma área na frente para garagem (Figura 6). Na construção
do imóvel foi utilizado o sistema de alvenaria com tijolo maciço, desde as paredes até a platibanda.
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O lote onde está inserida a edificação possui uma área de 360 m², estando contido na quadra
124, possuindo como medidas 30 m (trinta metros) de testada e 12 m (doze metros) de fundo, sendo
um terreno de esquina, conforme observa-se na Figura 7. O entorno do terreno possui algumas
edificações já concluídas e outras em processo de execução, sendo todas de caráter residencial.
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A edificação possui uma área total construída de 184,84 m², com 92,42 m² para cada
“habitação”. O projeto da residência possui alguns detalhes, tais como pergolados de concreto e
revestimento ripado amadeirado em algumas paredes, como pode-se ver nas imagens 3D abaixo
(Figura 8).
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2 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO
Segundo a NBR 12284 (1991), a definição de canteiro de obra consiste em: “Áreas
destinadas a execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas
operacionais e áreas de vivência”.
A NR 18 (2020) define canteiro de obras como uma área de trabalho fixa e temporária,
onde desenvolvem-se os exercícios de apoio e execução de uma obra.
Partindo-se destas referências, foi verificado que, na primeira obra, como tratava-se de uma
reforma, as ligações de água e energia foram utilizadas da própria edificação. Já na segunda
edificação, foi observada a existência de ligações de água e energia elétrica no canteiro.
As ligações de água, tais como a da Figura 9, foram espalhadas em alguns locais do canteiro,
contando com 6 (seis) pontos distintos, auxiliando na eficiência para a execução das tarefas. Os
pontos de água são todos de água fria, que conforme a NBR 5626 (2020), constitui-se de água
potável em températura ambiente. Estes pontos possuem tubulações com vazão e pressão
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adequadas, mas devido ao grande espaçamento entre alguns pontos, existem algumas deformações
inadequadas perante a norma citada.
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Na primeira obra não foram inseridas instalações provisórias devido ao curto período de
obra, e, também, porque utilizava-se a própria estrutura da edificação já existente. Já na segunda
edificação, dispõe-se de uma instalação provisória localizada nos fundos da edificação, construída
com estrutura de madeira e coberta com telhas de fibrocimento (Figura 12). O piso do local é o
próprio solo, não possuindo nenhum tipo de revestimento acima.
Por meio destas informações, observou-se que não há o alojamento de trabalhadores nas
obras analisadas, uma vez que todos os funcionários residem próximo aos locais das obras
realizadas.
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Munido de todas estas informações, foi conduzida a análise dos seguintes itens citados
acima pela norma:
a) Instalações Sanitárias
De acordo com o que apresenta a NR 24 (2019), as instalações sanitárias, devem:
a) ser mantidas em condição de conservação, limpeza e higiene; b) ter piso e parede
revestidos por material impermeável e lavável; c) peças sanitárias íntegras; d) possuir
recipientes para descarte de papéis usados; e) ser ventiladas para o exterior ou com
sistema de exaustão forçada; f) dispor de água canalizada e esgoto ligados à rede geral
ou a outro sistema que não gere risco à saúde e que atenda à regulamentação local; e
g) comunicar-se com os locais de trabalho por meio de passagens com piso e cobertura,
quando se situarem fora do corpo do estabelecimento . (NR 24, 2019, Item 24.2.3)
A NR 18 (2020) aponta que as instalações sanitárias devem contar com lavatório, mictório
e bacia sanitária sifonada com tampo, sendo 1 (um) conjunto destes para cada 20 (vinte)
trabalhadores. Além disso, deve-se ter 1 (um) chuveiro para cada 10 (dez) funcionários. A equipe
de trabalho constitui-se, em média, de 4 trabalhadores por dia, logo, há a necessidade dos itens
listados anteriormente.
Foi constatada a inexistência de mictório e chuveiro na obra, estando, desta forma, em
desconformidade com a norma. Em relação ao lavatório, a NR 24 (2019) determina alguns tópicos
a serem cumpridos, tais como ser individual, calha ou até tampo coletivo com mais de uma cuba;
portando torneiras.
Dispondo destas informações, notou-se a inexistência da instalação de lavatório nas duas
obras, levando os funcionários a utilizaram os pontos de água para sanar esta ausência. Como as
torneiras não constituem de lavatório, este item também está incompatível frente à normativa.
Quanto ao vaso sanitário, a norma citada traz algumas determinações quanto ao local de
instalação:
a) ser individuais; b) ter divisórias com altura que mantenham seu interior indevassável
com vão inferior que facilite a limpeza e a ventilação; c) ser dotados de portas
independentes, providas de fecho que impeçam o devassamento; d) possuir papel
higiênico com suporte e recipiente para descarte de papéis higiênicos usados, quando
não for permitido descarte na própria bacia sanitária, devendo o recipiente possuir
tampa quando for destinado às mulheres; e e) possuir dimensões de acordo com o
código de obras local ou, na ausência desse, deve haver área livre de pelo menos 0,60m
(sessenta centímetros) de diâmetro entre a borda frontal da bacia sanitária
e a porta fechada. (NR 24, 2019, Item 24.3.1)
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Através destes dados, foi constatada que o local compreendia a área de aproximadamente 1
m² (um metro quadrado), e todos os outros itens foram sanados, exceto a existência de um
recipiente com tampa para depositar os papéis usados, sendo utilizada uma sacola plástica, estando
em desacordo (Figura 13).
Por fim, examinou-se que o vaso é do tipo sifonado, possuindo tampo e válvula de descarga,
sendo ligada à rede de esgotos, atendendo às determinações da norma. Porém, em relação a higiene,
a limpeza do vaso sanitário não é realizada, o que muitas vezes causa desconforto ao utilizar a
instalação sanitária, estando, também, fora dos padrões normativos.
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A norma em questão ainda prescreve que devem ser fornecidos meios para aquecimento e
conservação das refeições, além de um local para que se realize a limpeza dos utensílios utilizados
nas refeições, e, por fim, água potável.
Em ambas as obras foi observada a carência cozinha ou equipamentos para aquecimento
das refeições, visto que, como os funcionários residem nas proximidades das obras, no intervalo
do almoço, estes dirigem-se às suas próprias residências para a refeição, logo, julgou-se não ser
necessária a implantação de um local para este fim. Foi encontrada apenas uma churrasqueira
improvisada na segunda obra, onde, eventualmente, os funcionários realizam alguma refeição
especial (Figura 14).
No intervalo do turno vespertino, as refeições são realizadas dentro das áreas das próprias
edificações, não contendo mesas ou assentos, sequer local para descarte dos detritos, apresentando
desacordo com a normativa.
Azeredo (1997) aponta que, as medidas mínimas para uma construção de padrão
residencial, relacionadas ao escritório e almoxarifado, são de 2,00 m X 3,00 m, portando mesa para
a análise de projetos e arquivamento de notas fiscais, além de outros documentos usuais.
Em ambas as obras não havia escritório, apenas contavam com almoxarifado. Na primeira
obra, o almoxarifado se localizava nos fundos, aproveitando-se de uma estrutura já existente, como
vemos na Figura 15. Neste local, realizava-se o armazenamento de alguns materiais, ferramentas e
equipamentos.
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A NBR 12284 (1991) contempla as áreas operacionais como áreas em que se praticam as
atividades de trabalho associadas diretamente à produção. A partir desta definição, podemos dividir
as áreas de operação em área de produção e área de estoque, visto que estas estão ligadas de forma
direta com a execução das tarefas de construção.
a) Áreas de produção
Na segunda obra, a betoneira para produção de argamassa e outras misturas situa-se dentro
da edificação (Figura 18), mais precisamente na sala de estar/jantar, na “casa” da esquerda. Este
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local fica próximo ao armazenamento de areia, mas relativamente distante do local onde estão
estocados o cimento e a cal (almoxarifado).
vento causar espalhamento dos grãos, ocasionando perda de material. O contato direto com o solo
também é prejudicial para os agregados, visto que este contato pode provocar a alteração na
umidade dos agregados, além de reação com agentes químicos que o solo pode conter, o que é
prejuducial.
Em relação ao cimento, a NBR 12655 (2015) prescreve alguns pontos a serem cumpridos
para o cimento em saco, como é o caso do encontrado na obra:
a) Cada cimento deve ser armazenado separadamente, de acordo com a marca, tipo e
classe; b) O cimento fornecido em sacos deve ser guardado em pilhas, em local
fechado, protegido da ação de chuva, névoa ou condensação. Cada lote recebido em
uma mesma data deve ser armazenado em pilhas separadas e individualizadas; c) As
pilhas devem estar separadas por corredores que permitam o acesso e os sacos devem
ficar apoiados sobre estrado ou paletes de madeira, para evitar o contato direto com o
piso; d) Os sacos devem ser empilhados em altura de no máximo 15 unidades, quando
ficarem retidos por período inferior a 15 dias no canteiro de obras, ou em altura de no
máximo 10 unidades, quando permanecerem por período mais longo. (NBR 12655,
2015, Item 5.3.1)
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Por meio destas informações, analisou-se que, nas duas obras acompanhadas havia o
armazenamento de cimento. Na primeira obra, o estoque deste material é incorreto, visto que o
local é coberto somente em cima, com as laterais sem proteção, deixando este material passível a
intempéries (Figura 20-A). Na segunda obra, o local do depósito deste material está coerente com
o que diz a norma, exceto a separação das classes e tipos de cimento, o que não era realizado,
levando a confusão dos próprios funcionários na utilização do material (Figura 20-B).
A) B)
Quanto a Argamassa Colante, que era encontrada na primeira obra, a NBR 14081-1 (2012)
determina que o armazenamento deste material seja efetuado em local seco, possuindo proteção
contra intempéries, sem o contato direto para com pisos e paredes. Observou-se que o
armazenamento deste material é realizado juntamente com o cimento, que como já foi comentado,
não é coerente.
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A NBR 7175 (2003), prescreve que o armazenamento da cal hidratada em sacos, como era
encontrada na segunda obra, deve ser realizado acima de estrados, contando com área coberta, em
local arejado e seco. Foi observado, em obra, que o armazenamento deste material está em
conformidade perante a normativa em questão (Figura 21).
2.1.1.4 Tapume
Em ambas as obras, observou-se a inexistência de tapumes (Figura 22), que além de não
estar em concordância com a norma, traz inúmeros pontos negativos, como, por exemplo, deixar a
edificação à vista de estranhos, levando a exposição do local à furtos de materiais e ferramentas.
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Outro ponto importante a ser citado é o fato de que nenhuma das obras acompanhadas
continha um depósito correto de resíduos decorrentes das atividades de construção, os famosos
“papa-entulho”, constituindo-se de um ponto negativo, fazendo com que todos os materiais, por
consequência, acabassem sendo descartados em locais inadequados.
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A argamassa utilizada na obra era do tipo AC III (Argamassa Colante Industrializada tipo
III), que, conforme a NBR 14081-1 (2012), compõe-se de uma argamassa com poder de aderência
mais elevado que as do tipo I e II. Este tipo de argamassa era encontrado em sacos de 20 Kg, da
marca Colafix, de cor branca, tal como a da Figura 25 representada abaixo.
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A NBR 13753 (1996) define a base piso como um substrato que pode ser de concreto
(simples ou armado) ou laje (maciça ou mista), sendo que, sobre estas acontece a aplicação do
revestimento cerâmico através da argamassa colante. No caso da obra em questão, a base de todos
os locais onde foram assentadas placas cerâmicas para o piso eram compostas de contrapisos em
concreto simples (Figura 27). Foi observado que, na sala/cozinha, foi realizada uma camada de
revestimento sobre o piso que já existia anteriormente, o que não é aconselhado.
Com relação à parede, a NBR 13754 (1996) define este tipo de base como um “substrato
constituído por superfície plana de paredes..., sobre o qual é aplicada a argamassa colante, para
assentamento das placas cerâmicas”. A parede (base) da edificação em questão é revestida de
emboço sarrafeado, onde foi aplicada a argamassa colante para aplicação das placas cerâmicas.
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2.2.3.1 Piso
A NBR 13753 (1996) determina que, para se executar o piso com revestimento cerâmico
alguns serviços devem estar concluídos, sendo estes o revestimento das paredes e do teto; a fixação
dos caixilhos; a impermeabilização; instalações de tubulações embutidas no piso e realização de
ensaio relacionado a possíveis vazamentos nas tubulações.
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Foi verificado, na obra analisada, que, em alguns locais, o revestimento do teto e das
paredes foram executados após a colocação de piso cerâmico, e, além disso, poucas vezes foi
realizado o teste de estanqueidade das tubulações, mostrando desacordo em relação à norma.
Após a limpeza, com o substrato ainda saturado, foi executada a aplicação do piso cerâmico
(Figura 30), o que não é condizente com o que estabelece a normativa.
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A NBR 13753 (1996) determina que sejam realizadas faixas de 60 cm de largura com
argamassa colante, colocando-a de forma lisa com a desempenadeira e depois procedendo com a
execução de cordões, utilizando a parte dentada da ferramenta com 60° (sessenta graus). Foi
verificada em obra coerência quanto a forma de colocação de argamassa colante.
Para mais, a normativa citada indica o procedimento para placas maiores que 900 cm²,
como é o caso das placas cerâmicas do banheiro, que possuem medidas de 63 cm por 108 cm
(Figura 31), com área de 6804 cm². Para este tipo de placa, deve-se:
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Nos detalhes dos ralos, buscou-se deixá-los de forma “escondida”, utilizando um modelo
de ralo específico que recebia uma cerâmica colada acima, com utilização de um selante PU
Construção, da marca CIBRAFlex, como vê-se na Figura 33 abaixo:
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2.2.3.2 Parede
A NBR 13754 (1996) aponta que, certas etapas hão de ser concluídas para a execução do
revestimento cerâmico nas paredes, sendo estas as canalizações de água e esgoto (embutidas e
testadas); caixas de passagem, elementos originários de instalações elétricas e/ou telefônicas
embutidas.
A superfície de aplicação da argamassa colante é coerente com o que fornece a NBR 13754
(1996), constituindo-se de um emboço sarrafeado, estando limpo e alinhado. No momento da
aplicação, foi realizado o umedecimento da base, conforme norma.
Quanto ao procedimento realizado, para placas maiores que 900 cm², é coincidente com o
realizado no piso, logo, em obra, também foi executado em coerência com as normativas. Todavia,
a norma estabelece a realização do revestimento cerâmico de baixo para cima, sendo que, em obra,
foi realizado de cima para baixo (Figura 34).
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2.2.4 Rejuntamento
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Para o rejuntamento dos pisos cerâmicos, a NBR 13753 (1996) afirma que este serviço deve
ser realizado no mínimo 3 (três) dias após assentamento das placas, utilizando-se de largas pranchas
de madeira para transitar sobre o piso.
Em obra, os rejuntes eram colocados de 3 a 4 dias após o assentamento das placas, porém,
os funcionários transitavam diretamente sobre o piso, não respeitando o que prescreve a norma.
Ademais, não era realizado o umedecimento das juntas, sequer a limpeza destas, aplicando-se
diretamente o rejuntamento (Figura 36).
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Quanto a aplicação, era realizado de acordo com o que determina a norma, em movimentos
de vaivém de forma diagonal às juntas, deixando-o secar por 30 minutos, e após isto, procedendo
com a limpeza (Figura 37).
Foi analisado, também, que o fabricante (Colafix) não indica o uso deste material em
churrasqueiras, contrastando com o que foi realizado em obra, como vemos na figura acima.
Para as paredes, o rejuntamento também deve ser realizado em no mínimo três dias após o
assentamento das placas cerâmicas (NBR 13754/1996), e os procedimentos são os mesmos em
relação ao piso. Verificou-se, também, que a aplicação do rejunte foi coerente com o que impõe a
norma.
Para o acabamento das placas de gesso acartonado dos cômodos acompanhados na obra
(cozinha, quarto suíte e closet), foi cometida a aplicação de uma massa corrida PVA Premium, da
marca Ciacollor (Figura 38). Este acabamento era utilizado para corrigir imperfeições, deixando a
superfície pronta para o recebimento de uma camada decorativa.
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Para a execução, empregava-se a massa nas placas do forro através de um rolo para pinturas
epóxi, e, em seguida, retirava-se o excesso utilizando uma desempenadeira lisa de aço (Figura 39).
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A NBR 7200 (1998) apresenta que, as medições dos volumes dos materiais constituintes da
argamassa devem se dar através de algo com volume conhecido. Em obra, utilizavam-se, para os
volumes de areia, uma espécie de padiola (Figura 40). Para o cimento e a cal, os volumes eram
medidos utilizando os sacos como referência.
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Os cimentos utilizados eram da marca Votoran, em sacos de 50 KG, sendo de duas classes
distintas. Um dos cimentos utilizados era o cimento CP-II Z 32 (Cimento Portland Composto com
Pozolana com classe de resistência de 32 MPa), e o outro era um cimento do tipo CP-IV 32 RS
(Cimento Portland Pozolânico Resistente à Sulfatos com classe de resistência de 32 MPa). A cal
utilizada era hidratada do tipo CH-II, da marca Dagoberto Barcellos, em sacos de 20 Kg, já o veda
reboco era da marca Queveks, em galões de 5 L (Figura 41).
A argamassa era confeccionada por processo mecanizado, através de uma betoneira (Figura
42). Primeiramente, era realizado o processo de “maturação” da cal conforme prescreve a norma,
e, em seguida, misturado os outros componentes (areia e cimento). Após isto, eram adicionados os
outros componentes.
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Com a argamassa pronta, o transporte horizontal era realizado através de carrinhos de mão
até o local a ser aplicada a argamassa, e, quando necessário transporte vertical, este era realizado
através de pás de um recipiente a outro (Figura 43).
Yazigi (2009) orienta que toda a argamassa que apresentar sinais de endurecimento deverá
não deverá ser aplicada. A NBR 7200 (1998) aponta o prazo máximo de 2 h e 30 min (duas horas
e trinta minutos) para utilização de argamassas de cimento ou mistas. Em obra, foi possível a
observação de algumas situações de aproveitamento de argamassas do turno matutino para o turno
vespertino, o que está em desconformidade com a norma e com o autor citados.
A base onde aconteceu a aplicação de revestimento era formada por tijolos cerâmicos
maciços (Figura 44).
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2.4.3 Chapisco
O chapisco, conforme a NBR 13529 (2013), é uma camada destinada a preparação da base,
melhorando a aderência desta para o recebimento de outras camadas de revestimento aplicadas,
melhorando, também, a absorção da superfície.
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A execução do serviço era através de uma máquina de chapisco, como vê-se na Figura 46.
Nesta máquina era adicionado a mistura de chapisco, e operada por um funcionário de forma
manual através de uma manivela, espalhando a mistura no substrato.
É importante destacar que, em algumas paredes, sequer foi aplicado chapisco, como, por
exemplo, a da Figura 47, onde aplicou-se a camada de emboço diretamente sobre a base, o que está
em descordo com o que determina a normativa.
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A execução do chapisco, quando realizada, era aplicada somente nas partes de concreto,
compreendendo as vigas, vergas, contravergas e pilares (Figura 48), em contrapartida, a norma
aconselha a aplicação sobre toda a superfície da base, uniformizando a superfície quanto à
absorção.
A NBR 7200 (1998) estipula no mínimo 3 (três) dias de idade do chapisco para aplicação
de outra camada (emboço), já, em obra, a camada sobrejacente era aplicada, em média, 1 (uma)
hora após a aplicação do chapisco, o que não condiz com a norma.
2.4.4 Emboço
Para mais, a NBR 7200 (1998) estabelece a realização das mestras ou guias, cujas mesmas
são feitas preenchendo-se as faixas com argamassa entre as taliscas e, em sequência, com passagem
de régua. Após o endurecimento da argamassa destas guias, realiza-se a aplicação da argamassa,
podendo esse processo ser manual (com colher de pedreiro), ou mecânico. Por fim, deve-se retirar
as taliscas e proceder com o preenchimento dos vazios.
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A) B)
Fonte: Autoria Própria (2021)
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Também foram observadas fissuras mapeadas (Figura 52) minutos após a execução do
emboço em algumas paredes. A NBR 13749 (2013) explica que este tipo de fissura pode ser
formado devido a alguns fatores, sendo estes o excesso de finos no traço (no agregado e no
aglomerante), ou por excesso de desempenamento.
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2.4.5 Reboco
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Abaixo, na Figura 54, pode-se observar o recipiente em que era confeccionado a massa fina,
constituindo-se de um tambor cortado ao meio, além disso, é possível perceber a consistência da
mistura aplicada, possuindo “cremosidade”.
Antes da aplicação da mistura, era realizada a passagem de vassoura (Figura 55- A) sobre
a parede emboçada, visando a limpeza do substrato. Após isto, executava-se a molhagem da base
algumas vezes até o ponto de saturação (Figura 55- B), e, em sequência, após alguns minutos,
executava-se a camada de reboco.
A) B)
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Por fim, aplicava-se uma desempenadeira plástica com espuma (Figura 57- B), também
em movimentos circulares, para o nivelamento da superfície, buscando obter um acabamento
camurçado, conforme prescreve a NBR 7200 (1998). A cada pequeno intervalo de tempo, eram
retirados os excessos de material da desempenadeira utilizando uma brocha, para que pudesse
prosseguir com o nivelamento.
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A) B)
Após a execução do emboço das paredes, realizava-se uma espécie de “moldura” nas
aberturas externas da edificação, tanto em portas como também em janelas. Esta moldura era feita
com 10 cm de deslocamento em relação a abertura, com utilização de guias metálicas, conforme
mostra a Figura 58.
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Figura 58: Janela com guias colocadas para execução das molduras
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Figura 61: Paredes com guias e argamassa colante aplicadas para execução de molduras de argamassa inorgânica
Após a confecção das molduras, foi aplicada a camada de reboco (massa fina) conforme a
Figura 62, porém, foi observado o não cumprimento do período de cura desta argamassa, que,
segundo a NBR 7200 (1998), é de 21 dias, e, em obra, foi de 1 dia.
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A cura inadequada deste tipo de argamassa pode causar diversas manifestações patológicas.
Thomaz (1989) aponta que a cura inadequada provoca retração excessiva da argamassa, o que, por
consequência, pode originar fissuras e até trincas no revestimento.
Além disso, a cura realizada de forma correta é dessuma importância em uma edificação,
visto que confere maior qualidade ao acabamento, e, também, acabam por evitar a realização de
reformas e consertos de cunho estético em obras recentemente concluídas (UNGERICHT &
PIOVESAN, 2011).
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2.6.1 EPI’s
Em ambas as obras acompanhadas, observou-se que destes itens citados acima, quase
todos não são atendidos. Os únicos equipamentos de proteção utilizados eram as luvas e os
calçados. Na primeira obra, haviam funcionários que sequer utilizavam calçados adequados, visto
que utilizavam chinelos, o que está em descordo com a normativa (Figura 63).
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Relatório de Estágio Supervisionado
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Nos serviços com argamassa da segunda obra, alguns funcionários relataram a ocorrência
de acidentes relacionados a pequenas quedas de material no olho, devido a falta da utilização de
proteção. Na primeira obra, também houveram notícias dos funcionários sentirem “coçeira”,
provenientes de alergias na pele devido aos trabalhos com gesso e massa corrida sem a utilização
das proteções adequadas. Em serviços de cortes de mateiais diversos, como madeiras e cerâmicas,
também não era utilizado nenhum tipo de equipamento de segurança, o que expõe os funcionários
à inúmeros riscos a saúde.
2.6.2 EPC’s
O único tipo de EPC utilizado em obra eram os andaimes, geralmente para a execução de
tarefas em alturas mais elevadas. A NR 18 (2020) proíbe a construção de andaimes e madeira,
execeto em casos onde não há possibilidade técnica de andaimes em metal. Na segunda obra, para
a realização de serviços em certas paredes, foram construídos andaimes de madeira, e sobrepostos
a estes, foram utilizados andaimes metálicos móveis para atingir certas alturas (Figura 64), o que
também é expressamente proibido pela normativa.
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Ademais, nenhum dos andaimes utilizados era anti-derrapante, sendo que os edificados em
madeira nem mesmo possuíam nivelamento correto, contendo, ainda, madeiras de baixa resistência
em sua construção, cujas mesmas eram reaproveitadas das madeiras utilizadas nas formas para
concretagem, com todos estes itens estando em desacordo com a NR 18 (2020).
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3 CONCLUSÕES
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Procedimento. 3.ed. Rio de Janeiro, 2015. 29 p.
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utilização de placas cerâmicas- Procedimento. Rio de Janeiro, 1996. 19 p.
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Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos,
26/02/2016.
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