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Raízes:
1ª Edição
AUTORES
Sabrina Kerkhoff
Foz do Iguaçu - PR
2016
AUTORES
SABRINA KERKHOFF
Engenheira Ambiental,, formada pelo Centro Universitário Dinâmica das Cataratas
(UDC), Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(UNIOESTE) e licenciada em química pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR).
Contato
jr.eng.ambiental@hotmail.com
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ................................................................................................
................................ ........................................................ 7
3.3
3 TANQUE DE ZONA DE RAÍZES................................................................................................
.....................................29
4. MANUTENÇÕES ................................................................................................
................................ .................................................. 38
1. INTRODUÇÃO
Visando
isando contribuir com o processo de saneamento básico,
básico destacam-se
destacam os sistemas de
tratamento de esgoto que podem ser definidos como estruturas construídas para remoção de
contaminantes, como concentrações elevadas de amônia, excesso de carga orgânica, gorduras e
uma série de nutrientes que em concentrações elevadas são nocivos ao meio ambiente,
ambiente sem
contar que em muitos efluentes, principalmente industriais, há concentrações de metais
pesados, que são poluentes mais resistentes e geram grandes
randes impactos ao ambiente e
consequentemente aos seres humanos.
humanos
8
Todavia em grande parte dos sistemas, além das estruturas físicas e do processo
biológico, são inseridos produtos químicos para aprimorar o tratamento, como por exemplo, o
Cloro (Cl), e ácidos, como Peróxido de Hidrogênio (H2O2), que acabam entrando
rando em contato com
o ambiente. Apesar de esses aditivos serem considerados auto depuráveis é necessário ressaltar
que as doses utilizadas devem ser adequadas para que os mesmos não ocasionem problemas
ambientais,
bientais, principalmente quando os efluentes tratados com esses produtos são conduzidos
para córregos, rios ou qualquer ambiente aquático.
Tendo em vista esta problemática ambiental e social que envolve o tratamento dos
efluentes é evidente que o grande número
número de mortes como resultado de água contaminada
poderia ser evitado com projetos eficientes de saneamento básico, sendo extremamente
importante uma maior fiscalização no que diz respeito ao descarte de substâncias químicas, uso
de fertilizantes e tratamento
ento de esgoto antes de seu lançamento nos rios. Portanto ao criar
políticas que evitem a contaminação de água,
água mais água de qualidade estará disponível para a
população. Além disso, contribui com a prevenção e controle de doenças, juntamente com a
propagação de melhores hábitos de higiene.
.
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Estações de tratamento
ratamento de esgoto por zonas de raízes consistem em biofiltros
compostos por pedras de diversas granulometrias associadas às plantas.. Estas estações são
aplicadas para o tratamento de esgoto,
esgoto normalmente em pequena escala e de forma
descentralizada, no entanto, quando dimensionado corretamente pode ser utilizado para
tratamento de efluente gerado em empreendimentos considerados grandes geradores, como
condomínios, hotéis, indústrias, dentre outros.
outros
Existem diversos tipos de tratamento por zona de raízes, porém algumas características
são semelhantes e alguns fatores podem afetar a eficiência do tratamento
ratamento do efluente(Tabela
efluente 1).
Interfere no balanço hídrico, pois regiões com muita incidência de chuvas podem
Precipitação
comprometer o sistema.
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3. COMPONENTES DO
D SISTEMA DE TRATAMENTO POR ZONA DE RAÍZES
O sistema de tratamento por zona de raízes possui três componentes básicos, sendo
eles a caixa de separação de gordura, a fossa séptica e a zona de raízes.
Neste item são apresentados alguns modelos de fossas sépticas, além disso, apresenta
informações relevantes na determinação do modelo a ser
ser adotado e os dimensionamentos,
visando atender residências com até 10 pessoas.
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Legenda:
Tubulação de saída.
A fossa séptica deverá ser acoplada sobre uma base de concreto de no mínimo 15 cm de
espessura construída com malha de ferro de 6,3 mm. Após o acondicionamento da fossa séptica
sobre a base de concreto, a mesma deverá ser preenchida com água para que posteriormente
seja realizado o aterramento em seu entorno. Em hipótese alguma se deve realizar o
aterramento antes de inserção de água na fossa, pois a pressão do solo fará com que ela se
deforme, podendo comprometer ou até mesmo invalidar o sistema. Na Figura 5 exemplifica-se o
sistema.
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Legenda:
Tubulação
ulação de entrada ao sistema (é possível incluir as águas de lavanderia e
chuveiro).
Legenda:
Zona de raízes.
3.2.1.2 Fossas
ossas sépticas de tubos de concreto
A construção de uma fossa séptica com tubos de concreto deve atender os pressupostos
pressuposto
descritos na Tabela 3. Quanto à definição da quantidade de tubos a serem utilizadas para atingir
atingi
o volume mínimo estipulado na Tabela 2, foi utilizada a hipótese de aquisição de tubos com 1 m
de diâmetro e 1 m de altura.
Legenda:
Tubulação de entrada ao sistema (é possível incluir as águas de lavanderia e
chuveiro).
Legenda:
Tubulação de entrada ao sistema (é possível incluir as águas de lavanderia e
chuveiro).
Esse modelo de fossa séptica também deve possuir base de concreto de no mínimo 15
cm de espessura construída
truída com malha de ferro de 6,3 mm. As tubulações de saída de cada fossa
devem estar 2 cm abaixo
baixo da tubulação de entrada e o septo deve ser inserido. Além do
detalhamento apresentado seguem algumas informações importantes:
A emenda dos tubos deve ser feita com cimento pela parte interna;
A parte interna de todas as fossas deve ser revestida com impermeabilizante;
As fossas devem possuir tampas de concreto.
Legenda:
Zona de raízes.
As fossas sépticas de alvenaria são o modelo mais indicado, pois possui menor custo de
implantação e fácil adaptação às características específicas de cada residência. Suas dimensões
podem ser observadas na Tabela 4. Lembrando que tratam-se de dimensões sugeridas, e foram
estabelecidas de acordo com vários estudos e aplicações práticas, onde se identificou que nestes
moldes a eficiência do sistema é garantida. Porém, caso seja necessário alterações por motivos
específicos locais, estas medidas podem ser readequadas de modo que mantenham a mesma
capacidade volumétrica,, conforme demonstrado na Tabela 2,, localizada na página 11.
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1-3 1mx1,5mx2m
4-6 1,2mx1,8mx3m
7-10 1,7mx2mx3m
Legenda:
Paredes rebocadas.
Aplicação de impermeabilizante.
Montagem da laje.
É importante lembrar que o "segredo" das fossas sépticas são os septos, pois são eles
que farão com que o esgoto seja liberado apenas na parte inferior da fossa e também impedirão
que sólidos
dos sejam transportados para a zona de raízes.
r Abaixo Figura 11,, com detalhamento da
instalação dos septos nas tubulações de entrada e saída de efluente.
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Legenda:
Septo de entrada.
Tampa
ampa de inspeção e manutenção (tubulação
(t de 200m).
Septo de saída.
O comprimento dos septos, tanto de entrada quanto de saída varia de acordo com as
dimensões da fossa séptica construída, para instalação correta deve-se
deve se seguir as medidas
descritas na Tabela 5.
Tabela 5. Informações para o dimensionamento dos septos de entrada e saída na fossa séptica de alvenaria
Dimensões Septo de Entrada Septo de Saída
(Largura x comprimento
omprimento x profundidade)
Legenda:
Zona de raízes.
A zona de raízes na maioria dos casos pode ser dividida em três fases, sendo a primeira
com os filtros de pedras britas, a segunda com pedrisco e por fim a areia grossa. Sugere-se
Sugere a
utilização de carvão ativado na fase terminal do tratamento, visando aprimorar os resultados do
tratamento, e melhorando
lhorando ainda mais a qualidade do efluente final, quando houver.
Além disso, este sistema recomenda a aplicação de plantas adequadas para cada fase do
tratamento, as quais devem ser dispostas estrategicamente,, em decorrência do estágio do
tratamento do efluente e de acordo com suas características físico-químicas
físico químicas naquele momento,
ou seja, cada planta inserida possui seu filtro específico para ser disposta, de maneira a
aperfeiçoar o processo de sequestro dos
d contaminantes do efluente.
Portanto, com
om base nessas características a espécie mais indicada é a Taboa (Typha
(
domingensis) (Figura 13), visto que apresenta eficiência de purificação de cerca de 90% do
efluente, quando o sistema for adequadamente dimensionado.
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Indica-se
se também a espécie Musa spp (bananeira) (Figura 14),
14) pois esta planta
apresenta caule subterrâneo (rizoma) onde esta localizado o sistema radicular, que pode
abranger até 5 m na horizontal, com profundidade média de 30 cm. Esta espécie necessita de
grande quantidade de nutrientes disponíveis e também de água, tendo em vista que quanto mais
destes elementos estiverem disponíveis, melhor ela irá se desenvolver.
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A espécie Xanthosoma sagittifolium (taioba) (Figura 15) também é uma espécie que se
adapta muito bem em sistemas de tratamento por zona de raízes e atua na dinâmica de
purificação do efluente. Esta planta possui a capacidade de extração e acúmulo de coliformes
termotolerantes em suas folhas. Desta maneira, quando
quando realizada a poda ou a retirada das folhas
desta espécie, as mesmas devem ser queimadas para evitar contaminação.
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Neste manual foram apresentadas três espécies consideradas eficientes e indicadas pra
este tipo de tratamento, porém existem outras espécies que atendem as características
necessárias para serem implantadas em sistemas de zona de raízes, portanto, o ideal é dar
preferência a plantas nativas, desde que atendam as características mencionadas neste manual.
Além disso, recomenda-se
se a utilização de mais de uma espécie, ou seja, plantas associadas
proporcionam melhores resultados no tratamento do esgoto.
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Uma das principais vantagens desse sistema é que, caso não haja nenhuma alternativa
para utilização do efluentee final, é possível adequar o sistema para que não seja gerado efluente
final. Nesse caso, obviamente o tanque de zona de raízes deverá ser maior, gerando maiores
custos de implantação
o e demandando maior área, porém todos
t os líquidos direcionados à zona
de raízes serão evapotranspirados
evapotranspirado (evaporação realizada pelas plantas), evaporados pelos filtros
ou absorvidos e utilizados pelas plantas para seu desenvolvimento.
Legenda:
4. MANUTENÇÕES
Tabela 7: Periodicidade das manutenções no sistema de tratamento de efluentes por zona de raízes
Estrutura Atividade/Manutenção Período
Caixa de gordura Remoção dos sólidos e gorduras acumuladas Bimestral
Fossa Séptica Remoção dos sólidos acumulados ao fundo da fossa. Semestral
As limpezas na caixa de gordura evitam que ocorram obstruções, além de impedir que
gorduras sejam transportadas para a fossa séptica, interferindo no tratamento do efluente.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aplicação das
as metodologias descritas por este manual
manual para construção de sistema de
tratamento de efluentes por zona de raízes proporciona a garantia daa eficiência na purificação
das águas residuais geradas na residência, mesmo ocorrendo variações de carga orgânica ou
quantidade de efluente direcionado ao sistema.
s
Por fim, a aplicação deste sistema e tratamento pode ser utilizada para diversos tipos e
quantidade de efluentes, porém as metodologias construtivas apresentadas neste manual são
válidas apenas para esgoto doméstico gerado por até dez pessoas.
Caso o objetivo seja construir um sistema de tratamento para outro tipo de efluente,
efluente
que não seja caracterizado como esgoto doméstico, ou atender mais de dez pessoas,
pessoas o autor
desse manual se coloca à disposição para consultas.
consultas Afinal, nestes
tes casos é necessário uma
avaliação e estudo de caso para definição do sistema e dimensionamento
dimensionamento adequados para o
eficiente tratamento do efluente.
40
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Mozart da Silva; MATOS, Antonio Teixeira de; SOARES Antônio Alves. Plantio e
desempenho fenológico da Taboa (Thypha
( SP.)) utilizada no tratamento de esgoto doméstico em
sistema alagado construído. Engenharia Sanitária e Ambiental, Colorado do Oeste – RO, v. 12, n.
3, p. 266-272, jul/set 2007
MUNDO E EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO. Água contaminada. Disponível em <
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/Agua
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/Agua-contaminada.htm > Acesso em 2 de agosto
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de 2016.
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saneamento básico em todo o mundo, alerta ONU. ONU. Disponível em <
https://nacoesunidas.org/25-bilhoes
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saneamento-basico-em-
todo-o-mundo-alerta-onu/
onu/ > Acesso em 30 de julho de 2016.
PAROLIN, M.; CRISPIM, J.Q.; KAICK, T. S. V. Tratamento de esgoto por zona de raízes: Análise e
Eficiência. Rev. GEOMAE. Campo Mourão – PR, v. 3, n. 1, p 45-57,
57, 1º semestre/2012.