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Auscultação de Barragens

de Mineração
Institucional
Institucional 1

O Instituto Minere é uma organização especializada em desenvolvimento de


capacidades e tecnologia para profissionais e empresas do setor de mineração,
geologia e meio ambiente.

O IM promove cursos de curta duração que podem ser abertos ou in company. Os


cursos in company podem ser customizados, tendo o material didático montado
de acordo com as necessidades pontuais da empresa.

Oferecemos também serviços de ilustrações 3D, animações e filmes; realidade


virtual e desenvolvimento de softwares e sistemas para o setor mineral.

Missão

Aperfeiçoar a capacidade de geração de valores e desenvolver tecnologias


que proporcionem auto realização das pessoas e o sucesso das iniciativas
empreendedoras.

Visão

Pessoas realizadas em suas carreiras. Empresas e instituições ganhando em


competitividade, lucro e relacionamento com seus stakeholders.

Alguns Clientes

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Nossos Produtos
Nossos Produtos 2

Desenvolvimento de Capacidades
Cursos de curta duração - presenciais ou in company. Estamos em plena produção
do EAD e cursos de pós-graduação.

Principais áreas de atuação:

• Geotecnia e Barragens
• Exploração Mineral
• Processamento Mineral
• Operações de Mineração
• Estimativa de Recursos e Reservas Minerais
• Meio Ambiente
• Gestão de Projetos
• Legislação Mineral e Direito

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Nossos Produtos
Nossos Produtos 3

Desenvolvimento de Softwares e Sistemas de TI


Desenvolvimento de softwares e sistemas customizados para empresas e
profissionais do setor mineral através de assinatura ou instalação do sistema no
servidor do cliente.

Desenvolvimento de Ilustrações, Animações e Filmes 3D


O IM aproveita sua capacidade de produção que é utilizada na construção do material
dos nossos cursos para disponibilizar também para o mercado mineral serviços de
Ilustrações 3D, filmes técnicos e filmes informativos.

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Equipe IM 4

Gustavo Cruz - Diretor Executivo

Mercadólogo - Seu último upgrade foi o MBA em Gestão de Marketing


pelo BI Intenational. É graduado na Universidade Federal de Ouro Preto,
onde fez Bacharelado em Estudos Literários. Em Ouro Preto também
fez o curso técnico de mineração pela Escola Técnica Federal. Trabalha
com MKT aplicado no setor de mineração desde 2009.
Atua no IM com Planejamento estratégico e de atividades. Organização
funcional e de comunicação dos setores da empresa. Gerencia a
produção de comunicação e marketing - Content Marketing; In Bound
Marketing, Design Thinking - Gestão de Projetos; Planejamento de
Mídias Sociais e CRM e desenvolvimento de novos negócios.

Marina Ferrara Albano Leite Marcela Taina


Depto. Jurídico e Financeiro Diretor Técnico Pesquisa e Desenvolvimento
Técnico

Este é o time de direção do Instituto Minere


O qual alinha experiência de mercado e vivência acadêmica com planejamento
estratégico de se tornar referência em capacitação profissional e desenvolvimento
tecnológico em sintonia com os valores da empresa.

Valores

• Interesse pelo conhecimento


• Foco e responsabilidade com os clientes
• Excelência inequívoca em todos os aspectos da empresa
• Inovação baseada no uso da tecnologia e nas necessidades do mercado
• Lucrar com trabalho sério e que beneficie todos stakeholder

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Contato
Contato 5

Escritório IM
R. Álvaro Costa, 120
2º Andar - Bairro Floresta
31110-120 - BH/MG

Telefones de contato

Fixo: +55 31 3657-5578 | WhatsApp: +55 31 99355-8384 | Diretoria: +55 31 97537-4000

e-mails

Geral - contato@institutominere.com.br
Vendas/Administrativo - diego@institutominere.com.br
Diretoria - gustavo@institutominere.com.br
Publicidade - david@institutominere.com.br

Redes Sociais

Instituto Minere
IM Capacitação Profissional LTDA
CNPJ: 21.128.246-0001/13 - R. Tocaios 85 - Bairro Paraíso - 30270-200 - Belo Horizonte - MG

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Plano de Ação de Emergência de6
Detalhes do Curso

Barragens e Auscultação
Detalhes do Curso:
A proposta de curso é dar aos participantes um conteúdo para que estes possam
utilizar na prática, na elaboração, construção e validação dos Planos de Ação
de Emergência de Barragens. Objetivo primordial do curso é que o aluno tenha
capacidade de fazer o seu PAE completo, aplicado às suas reais necessidades.
Detalhes do Curso:
A proposta de curso é dar aos participantes um conteúdo para que estes possam
Para isso, buscamos uma base sólida a partir das técnicas de auscultação de
utilizar na prática, na elaboração, construção e validação dos Planos de Ação
barragens, que consiste no conjunto de processos que visam a observação, detecção
de Emergência de Barragens. Objetivo primordial do curso é que o aluno tenha
e caracterização de eventuais deteriorações que constituem risco potencial às
capacidade de fazer o seu PAE completo, aplicado às suas reais necessidades.
condições de sua segurança global através de técnicas de inspeções e leitura de
instrumentação.
Para isso, buscamos uma base sólida a partir das técnicas de auscultação de
barragens, que consiste no conjunto de processos que visam a observação, detecção
Cumprida essa etapa de introdução, a prática e os debates se voltam para confecção
e caracterização de eventuais deteriorações que constituem risco potencial às
e execução do Plano de Ação Emergencial de Barragens conforme Lei 12.334/2010 e
condições de sua segurança global através de técnicas de inspeções e leitura de
Portaria DNPM 526/2013. Será mostrado a forma correta e legal da elaboração de
instrumentação.
um PAE, passo a passo, volume a volume.

Cumprida essa etapa de introdução, a prática e os debates se voltam para confecção


e execução do Plano de Ação Emergencial de Barragens conforme Lei 12.334/2010 e
Portaria DNPM 526/2013. Será mostrado a forma correta e legal da elaboração de
um PAE, passo a passo, volume a volume.

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Programa resumido do curso
Resumo do Programa 7

1. Auscultação de barragem de rejeito

2. Sistema de ruptura de uma barragem

3. Inspeções em barragens, conforme normas atuais e ABNT.

4. Instrumentação de barragens (instrumentos e suas interpretações de


leitura);

5. Carta de risco,

6. Projeto de instrumentação em seções representativas da barragem;

7. Plano de operação da instrumentação, abrangendo frequências das leituras


nas diversas fases da obra e durante possíveis eventos excepcionais;

8. Planos de observações visuais e inspeções in situ;

9. Plano de análise e interpretação do comportamento da obra com bases nos


resultados obtidos a partir da instrumentação e das inspeções visuais.

Plano de Ação de Emergência

1. Lei Federal 12.334/2010 - Política Nacional de Segurança de Barragens - PNSB

2. Plano de Ação de Emergência de Barragens (PAE)

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Professores
Professores 8

Claudinei Cruz - Engenheiro de Minas

Professores Engenheiro de Minas pela UFOP, mestrando em Geotécnica Aplicada


a Mineração (NUGEO/UFOP). Especialista em Recurso Minerais,
Especialista Segurança de Barragens pela UFBA e ANA-PTI/Itaipú
Binacional, Especialista em FMEA (Análise dos Efeitos e Modos de
Falhas). Experiência de Analista Ambiental / Engenheiro de Minas na
Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais - FEAM) / SUPRAM
CENTRAL na análise de licenciamento ambiental de minerações.

Luiz Paniago
Claudinei - Geólogo,
Cruz Mestre
- Engenheiro em Geologia Econômica
de Minas
Geólogo Pela
Engenheiro de UnB,
Minasmestre em Geologia
pela UFOP, mestrando Econômica e Prospecção.
em Geotécnica Aplicada
Especialista Segurança de Barragens pela UFBA e ANA-PTI/Itaipú
a Mineração (NUGEO/UFOP). Especialista em Recurso Minerais,
Binacional.
Especialista Gestor de Segurança
Segurança de Barragens
de Barragens pela UFBAe eEspecialista em
ANA-PTI/Itaipú
Recursos
Binacional, Especialista em FMEA (Análise dos Efeitos e Modos Six
Minerais. Green Belt e Black Belt em metodologia de
Sigma - melhoria contínua de processos. Experiência como Analista
Falhas). Experiência de Analista Ambiental / Engenheiro de Minas na
Ambiental Estadualdo
Fundação Estadual - Meio
DF Especializado em prospecção
Ambiente de Minas mineral
Gerais - FEAM) focada
/ SUPRAM
em recursos
CENTRAL na eanálise
reservas minerais metálicas
de licenciamento ambiental de minerações.

Leandro Carvalho - Engenheiro de Minas


Luiz Paniago - Geólogo, Mestre em Geologia Econômica
Engenheiro de Minas pela Escola de Minas (UFOP). Mestrando em
Geotécnica (UFV), Especialista Segurança de Barragens pela UFBA
eGeólogo Pela UnB, mestre em Geologia Econômica e Prospecção.
ANA-PTI/Itaipú Binacional. É Especialista em Recursos Minerais,

Desejamos a você
Especialista Segurança de Barragens pela UFBA e ANA-PTI/Itaipú
Gestor de Segurança de Barragens e conselheiro no COPAM Conselho
Binacional. Gestor de Segurança de Barragens e Especialista em
Estadual de Política Ambiental.
Recursos Minerais. Green Belt e Black Belt em metodologia Six

um excelente curso
Sigma - melhoria contínua de processos. Experiência como Analista
Ambiental Estadual - DF Especializado em prospecção mineral focada
em recursos e reservas minerais metálicas

Desejamos a você
Vamos manter contato

um excelente curso
Vamos manter contato

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9

Índice

Barragens.............................................................................................................12
Barragens de acordo com a utilização:...............................................................13
Barragens em arco (arco, abóbada)....................................................................15
Barragens de Aterro.............................................................................................22
Introdução Barragens de Rejeitos.......................................................................33
Alteamento a Montante........................................................................................34
Alteamento a Jusante..........................................................................................36
Alteamento por Linha de Centro.........................................................................38
Barragem do Rapaunha: Anglo Gold Ashanti Mina do Queiroz..........................40
Auscultação Barragens de Rejeitos....................................................................46
Auscultação Barragens de Rejeitos - Instrumentação......................................48
Instrumentação - Medições De Deslocamentos.................................................60
Vertedor de vazão triangular................................................................................62
Auscultação Barragens de Rejeitos - Análise de Risco.....................................66
Auscultação Barragens de Rejeitos - Inspeção De Campo................................69
Principais Causas de Rompimento de Barragens de Rejeitos .........................71
Principais causas de Rompimento......................................................................73
Estudo de Caso 1..................................................................................................76
Análises De Percolação.......................................................................................79
Estudo de Caso II..................................................................................................81
Objetivos...............................................................................................................81
Caracterização da Barragem ..............................................................................82
Sobre o Professor ................................................................................................87

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“Barragens são estruturas de grande porte e uma eventual ruptura


tem consequências catastróficas; entretanto, como qualquer outra obra
geotécnica, não existe o conceito de segurança absoluta para um projeto de
barragem. Muitos acidentes em barragens, recentes ou não, demonstram,
de forma cabal, a realidade desta afirmação. Na prática, um projeto de
barragens é garantido por critérios aceitáveis pelo estado atual da técnica,
na forma da adoção de coeficientes de segurança admissíveis em termos de
estabilidade e da deformabilidade de tais estruturas.”
(R.C.Gomes)

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Informações gerais e documentação técnica


Características da barragem objetivos, fatores
de risco potenciais (hidrológico, hidráulico estru-
tural, geológico e organizacional), localização e
acesso à barragem, gráficos hidrológicos, orga-
nograma funcional com o fluxograma d e infor-
mações, bem como dados do empreendedor, dos
responsáveis pelo projeto, pela construção e pela
s.f. Medicina. Ação de escutar os fiscalização da barragem, projetos básico e execu-
barulhos interiores de um orga- tivo, projetos como construído (as build) e planos e
nismo, controlando, desta forma, procedimentos.
o funcionamento de um órgão a
Inspeções
fim de perceber uma anomalia;
Inspeção visual dos elementos da barragem de terra,
ausculta.
existência de erosão ou afundamento, deterioração
da estrutura, alinhamento das barragens: condições
do Talude: riscos de rompimento da fundação ou do
maciço por overtopping. Barragens de dano poten-
cial alto devem fazer as inspeções semestralmente,
enquanto as com dano potencial e risco baixo podem
faze-las a cada dois anos. Os resultados da inspeção
são classificados em quatro níveis – Normal, aten-
ção, alerta e emergência.

Ações emergenciais
Planos para uma situação de emergência, iden-
tificando procedimentos preventivos e corretivos,
estratégia e meio de divulgação e alerta para as
comunidades, assim como os agentes que deve-
rão ser mobilizados. Inclui o zoneamento da área
potencialmente alagada, com velocidade de propa-
gação das ondas e pontos atingidos.

Revisões regulares
A lei 12.334/2010 determina que o PSB inclua as re-
visões periódicas de segurança a cada cinco a dez
anos. Devem ser feitas por equipe multidiscipli-
nar e externa ao empreendedor, com qualificação
técnica comprovada.

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BARRAGENS
Uma barragem, açude ou represa, é uma barreira artificial, feita em cursos de água para
a retenção de grandes quantidades de água. (Definição geral).

Barragens de mineração: barragens, barramentos, diques, reservatórios, cavas exauridas


(retificação DOU - 14/09/2012) localizados no interior da área concedida ou área de
servidão, utilizados para fins de contenção, acumulação ou decantação de rejeito de
mineração, descarga de sedimentos provenientes de atividades em mineração, com ou
sem captação de água associada, compreendendo a estrutura do barramento e suas
estruturas associadas. (Inciso I do Art. 2º da PORTARIA Nº 416, DE 03 DE SETEMBRO DE
2012).

BARRAGENS: SEUS BENEFÍCIOS E SEUS IMPACTOS


As Barragens são estruturas construídas pelo homem há milhares de anos. Inicialmente
as estruturas eram construídas para fins de abastecimento humano, e hoje são executadas
com as mais diversas finalidades. Os benefícios relacionados às barragens são múltiplos:
• Produção de energia elétrica;
• Abastecimento de água para uso humano;
• Abastecimento de água para uso industrial;
• Irrigação;
• Regularização de vazões atenuando os efeitos das enchentes e das secas;
• Navegação;
• Aquicultura;
• Lazer e turismo;
• Disposição de rejeitos de mineração;
• Acumulação de resíduos industriais líquidos.

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De acordo com o livro Design of Small Dams do U.S. Bureau of Reclamation as barragens
podem ser classificadas segundo diversos critérios:

1. De acordo com a utilização:

Barragens de armazenamento ou regularização das vazões.


Barragens de derivação para desviar o fluxo para canais.
Barragens para controle das cheias.
Barragens para contenção de rejeitos industriais

2. De acordo com o projeto hidráulico:

Barragens vertedoras ou de soleira livre.


Barragens não vertedoras.

3. De acordo com o comportamento estrutural

Barragens tipo gravidade


Barragens estruturadas

4) De acordo com os materiais de construção

Barragens de concreto ou alvenaria.


Barragens de aterro (terra ou enrocamento)
A quarta classificação é a mais usualmente adotada.

Barragens de Concreto
As barragens de alvenaria foram substituídas desde as primeiras décadas do século XX
pelo uso do concreto.
As barragens de concreto ou alvenaria, portanto são de três tipos principais:

• De gravidade (gravidade maciça, gravidade aliviada, CCR, contrafortes maciços).

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• Barragens em arco (arco, abóbada).




• Barragens de contrafortes armados (laje de montante ou arcos múltiplos).

Existem ainda tipos intermediários, como as barragens de arco gravidade que associam
a resistência devida ao peso próprio dos materiais ao efeito do arco que descarrega o
empuxo hidráulico nas ombreiras.

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Barragens em arco (arco, abóbada)

Conhecido como Boulder Dam,


o Hoover Dam é uma barragem
de gravidade de arco de concreto
construída sobre o rio Colorado, entre
1931 e 1936.  A barragem é uma
maravilha da engenharia, uma vez
que nunca antes este tipo de estrutura
de concreto foi construída em um
ambiente tão tórrido. Seus geradores
continuam a fornecer energia para três
estados: Nevada, Arizona e Califórnia
e mais de 1 milhão de pessoas visitam
a barragem a cada ano. 

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El 225.00
- Planta na El.45 0.176
El 214.00
1.0

1 Galeria de drenagem da Fundação


El 196.62
2 Galeria de Acesso
3 Laje de concreto pré-fabricado 2 2
El 161.50
3
4

4 Conduto forçado 2
El 144.00

5,6 juntas de contração longitudinais 2

7 Eixo da barragem El 111.00


2

0.46
0.58 0.52 0.52 0.412 0.412

1.0 1.0 1.0


1.0 1.0 1.0
2
2 0.412 0.412
1.0 1.0

2 6 6 6
5

A-A

104.40 82.80

A A
34.00

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17

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18

Açude do Cedro em arco gravidade de alvenaria.

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19

Barragem de soleira vertente de Marmelos gravidade de alvenaria.

Barragem de Concreto Gravidade

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Barragem de Concreto Compactado a Rolo (CCR)

Barragem em arco de Funil sobre o Rio Paraíba – altura 86 m, comprimento


na crista 360 m
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Usina hidrelétrica de Itaipu - Barragem de contrafortes

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22

11.00
5.00 6.00
EL. 225.00 EI. 225.00 EL. 225.00
EL. 220.00
EL. 214.00 EL. 214.00
EI. 213.40
EL. 206.50 EI. 206.50
USINA HIDRELÉTRICA
EL. 201.50 EL. 201.50 DE ITAIPU

0.58 0.46
1.0 1.0 BARRAGEM DE
1
CONTRAFORTES
EL. 160.50 EL. 160.50

A-A B-B c-c


B C
1.0 18.73
17.00

8.71

1.0 A
A 4.00 7.49 18.73

B 4.32 C

Barragens de Aterro

As barragens de aterro são construídas basicamente com terra ou terra e enrocamento.


Podem ser dos seguintes subtipos:

• B arragens com perfil homogêneo, na qual o material componente deve apresentar


duas características, isto é, vedação e resistência.
• Barragens com núcleo interno impermeável e espaldares com maior permeabilidade
e mais resistentes (normalmente enrocamento com núcleo de argila ou de asfalto).
• Barragens com a zona de montante em material impermeabilizante e a zona de
jusante em material granular ou enrocamento.
• Barragens de enrocamento com face de concreto (BEFC).

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Fatores que influenciam na implantação de uma barragem de terra:

• Á reas de empréstimo e pedreiras localizadas em cotas superiores às da barragem,


visando facilitar o transporte de materiais;
• As fundações devem ter resistência e estanqueidade suficientes;
• O eixo deve ser posicionado no local mais estreito do rio, visando-se reduzir o volume
da barragem;
• As margens do reservatório devem ser estáveis, visando-se minimizar escorregamentos;
• A correta utilização das condições topográficas na definição do posicionamento do
vertedouro situando-o fora do corpo da barragem.

Segundo a Eletrobrás (2000), a barragem de terra é apropriada para locais onde a topografia
se apresenta suavemente ondulada, nos vales pouco encaixados, e onde existam áreas
de empréstimo de materiais argilosos/arenosos suficientes para a construção do maciço
compactado.

Barragens de Terra ou Aterro

Crista ou coroamento

Altura de segurança
Altura d’água

Talude de Montante Limite de Infiltração


Talude de justante

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxx
Base de assentamento

Barragens com perfil homogêneo

A barragem homogênea é constituída praticamente por um único material, com


permeabilidade suficientemente reduzida (depois de compactado) para permitir níveis
aceitáveis de percolação. As inclinações dos taludes a montante e jusante, por regra, são
diferentes para atenderem adequadamente ao princípio da estabilidade.

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Barragens homogênea modificada.

A barragem homogênea modificada também e constituída basicamente por


um único material de muito baixa permeabilidade, sendo empregada uma
pequena porcentagem de material permeável na construção de drenas para
controle da percolação, o que permite taludes muito mais inclinados do que
no caso da adoção de um perfil homogêneo puro.
Borda Livre a
Pavimento Flexível

NA max m2
1 Proteção com Grama
m1
H 1
Aterro
h compactado Filtro Vertical Aterro
compactado Dreno de pé

Tapete drenante

5,00 m1H a m2H 2


5,00
0,3 hm

Barragem do tipo zoneada ou mista.

Neste tipo de barragem, os materiais mais permeáveis são lançados nas partes externas
agens de terra
da seção ou Aterro
transversal da barragem, sendo os menos permeáveis (material mais argiloso)
lançados na parte central e/ou na parte de montante.
Barragens de terra ou Aterro Coroamento

Coroamento
Talude de montante Talude de Justante

Solo Núcleo de argila


Talude de montante
Compactado FiltroTalude de Justante
de Areia Dreno de pé
xxxxxxxxxxx xxxxxxxxxx xx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Solo Núcleo de argila xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xx

Filtro de Areia
xxxxx
xxxxxxxxxxx Compactado xxxxxxxxxx xx Dreno de pé
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Cut - off
xx

xxxxx

Cut - off

riprap impervious core


riprap impervious core
filter
filter
ponded ponded
water water

tailings drainage zone


tailings drainage zone

Seções Tipo de Barragens de Terra Zoneada


Seções Tipo de Barragens de Terra Zoneada
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25

As barragens de enrocamento, são barragens em aterro feito com fragmentos de rocha


ou cascalho, compactado em camadas. Devem possuir uma zona impermeável, formada
por solos e filtros de material granular. Geralmente, uma barragem de enrocamento
apresenta mais de 50% de material permeável compactado ou descarregado.
As mais comuns são as de núcleo interno de argila, existindo algumas com face de
concreto e, mais recentemente, barragens de enrocamento com núcleo de asfalto, sendo
que no Brasil encontramos duas barragens deste tipo: nas usinas hidrelétricas Foz do
Olapeco e Jirau.

Barragens de Enrocamento

m m
l l

a- Homogeneous with towdrain Small b- Modern homogeneous with internal


secondary dams chimney drain
M= 1.5 - 2.5 M= 2.5 – 3.5

m m
l l

d- Central concrete core smaller


c- Slender central clay core: 19th century dams – obsolescent
pennines type – obsolete M = 2.0 – 3.0
m = 2.0 – 3.0

zona 4
drenos de transição dreno de transição
zona 2 zona 4a
zona 3
m m
l l

zona 3 zona 1

e- Rolled clay core: zoned f- Earthfill/rockfill with central rolled clay core:
with transition drains zoned with transitions and drains
m= 2.5 – 3.5 m= 1.6 – 2.0

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26

Drenos de transição Drenos de transição

m m
1 1

Drenos de transição

m m
1 1
drenos

Segundo USBR (1967), as barragens de enrocamento são indicadas para locais


onde existe rocha apropriada e não há solos de boa qualidade, ou nas situações nas
quais a construção de uma barragem de concreto seria muito onerosa.

Existem também as barragens mistas, variante da barragem de terra e enrocamento.

Filtro de areia
(Transição)

Solo Compactado

xxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxx


xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx x
xx

xxxx
xx
x

Barragem Mista, com Seção de Montante em Terra e Seção de Justante de Enrocamento

Barragem Mista, com Seção de Montante em Terra e Seção de


Jusante de Enrocamento

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27

12 m

EL. 225

1,8 TRANSIÇÃO
1
FILTRO
DE AREIA 1,6
1
ENROCAMENTO ENROCAMENTO

TRANSIÇÃO
NUCLEO DE ARGILA

Barragem de enrocamento – Seção transversal típica

USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU - Barragem de enrocamento da margem esquerda

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28

USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU - barragens terra/enrocamento

USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU -


Barragem de enrocamento perto de
sua conclusão
O enrocamento foi lançado em
camadas de 60 cm e compactado por
quatro passadas de rolo vibratório liso
de 80 kN.V

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29

Barragens de Enrocamento

Barragens de Enrocamento

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30

Barragem de Terra Homogênea

Barragem de Enrocamento
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31

Barragem de enrocamento com face de concreto

Barragem do Germano

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32

Tipo de seção (%)


Barragem de Terra, homogênea 9,5
Terra com filtro 15,0
Terra com e enrocamento de pé 6,1
Materiais de solo, areia e cascalho 35,9
Materiais de solo e enrocamento 9,3
Nucleo central de terra e enrocamento 8,4
Solo e face de concreto 4,1
Enrocamento e face de concreto 2,8
Solo e núcleo de argila em camadas 4,7
Solo com núcleo parede diafragma 2,4
Enrocamento com núcleo em parede 0,9
Nucleo hidráulico (aterro hidráulico) 0,9

Fonte: ICOLD

Distribuição Mundial de Barragens de Aterro por Tipo de Seção

1 Barragem de terra esquerda


2 Barragem de enrocamento
3 Barragens de ligação
4 Estrutura de desvio
5 Barragem principal
6 Casa de Força e Áreas de Montagem
7 Barragem lateral direita
8 Vertedouro
9 Barragem de terra direita
10 Dique de Hernandarias

Barragem de ltaipu

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33

Introdução Barragens de Rejeitos


Produto Beneficiado x Rejeitos

Deposição Superficial
Os rejeitos de mineração podem ser depositados em forma de pilhas (rejeitos em polpa,
em pasta ou a granel), em reservatórios contidos por diques periféricos (no caso de
áreas planas ou pouco irregulares), em cavas ou barragens.
Fonte: Caracterização Tecnológica e Sistemas de Disposição de Resíduos de Mineração

A forma mais comum de disposição de rejeitos úmidos em superfície consiste no


lançamento direto em reservatórios confinados por barragens.

Executadas a partir de um dique de partida, constituído de terra compactada ou


enrocamento, com os alteamentos sucessivos sendo realizados com a utilização do
próprio rejeito como material de construção.
Uma das grandes vantagens da execução de barragens de contenção de rejeitos por
múltiplos alteamentos reside na possibilidade de amortização dos custos de construção
ao longo da vida útil do empreendimento;

Elaboração de projetos de disposição de rejeitos em barramentos são prescritas pela


norma ABNT NBR 13028/2006, que constitui uma revisão atualizada da antiga NBR
13028/93;
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34

A classificação das barragens de contenção de rejeitos é feita com base nos procedimentos
construtivos e na natureza dos materiais utilizados no processo de alteamento;

As barragens de contenção de rejeitos comportam três variantes principais, em função


da evolução das direções dos eixos dos alteamentos sucessivos:
• Barragens alteadas pelo Método de Montante;
• Barragens alteadas pelo Método de Jusante;
• Barragens alteadas pelo Método da Linha de centro.

Alteamento a Montante
Constitui a forma mais antiga e simples de construção destas estruturas,
caracterizando-se como uma evolução natural dos procedimentos empíricos
da disposição de rejeitos (Klohn, 1981).

A etapa inicial de construção deste tipo de barragem consiste normalmente


na execução de um dique de partida de terra compactada ou enrocamento.

O rejeito é então lançado a montante da periferia da crista por canhões ou


hidrociclones formando uma praia de deposição, que servirá como fundação
e fornecerá material para execução dos alteamentos subsequentes para
montante até se atingir a cota final prevista para a barragem.

Lagoa de decantação Linha de descarga Dique de partida


Praia de rejeitos

1
Rejeito granular
Praia larga necessária para o projeto a montante

3
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Praia larga necessária para o projeto a montante

35
2

Principais Vantagens:
• Baixo custo de sua construção,
• A necessidade de um volume menor de materiais;
• Maior rapidez e a simplicidade na execução dos alteamentos
• Maiores facilidades de execução da obra pela equipe técnica da própria
mineradora

Principais Desvantagens:
• Alteamentos são realizados sobre materiais (rejeitos) depositados em curto
intervalo de tempo e, consequentemente, pouco consolidados.
• Sob condição saturada e estado de compacidade fofo, estes rejeitos
tendem a apresentar baixa resistência ao cisalhamento e susceptibilidade
à liquefação sob carregamentos dinâmicos ou estáticos;

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36

• Adicionalmente, a dificuldade na implantação de um sistema eficiente de


drenagem interna para controle do nível d’água e da percolação dentro da
barragem constitui um problema adicional.

Principais cuidados que se deve ter ao utilizar esse método:


• Análises de estabilidade em condição drenada e não drenada durante todas
as etapas do alteamento;
• A limitação da altura da estrutura para evitar a ocorrência de rupturas por
cisalhamento na direção de montante;
• O estabelecimento de uma perfeita integração entre o projeto e a execução
da barragem
• Implantação de uma extensa praia de rejeitos na região compreendida entre
o talude de montante e o reservatório tende a reduzir significativamente a
percolação e os riscos de piping.

Alteamento
Rejeito novo

Rejeito depositado Dreno interno


Aterro de Barragem
(existente)
Terreno Natural
Fundação

Otimização da capacidade de armazenamento de algumas


estruturas existentes. Um procedimento típico constitui a execução de
alteamentos na região a montante da estrutura original, conformando
domínios adicionais para áreas com capacidades previamente esgotadas.

Alteamento a Jusante
• Representa um desenvolvimento relativamente recente, como alternativa a
processo anterior, em virtude das características geotécnicas inadequadas
dos rejeitos em termos de capacidade de suporte.
• Trata-se da metodologia que exige os maiores volumes de materiais de
construção.
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37

• Os alteamentos subsequentes são executados para jusante, a partir de um dique de


partida, necessitando também de grandes áreas externas para a sua evolução
construtiva.

Lagoa de decantação Zona impermeável Dreno interno

Rejeito granular Alteamentos


Dique de partida

Fundação

Principais Vantagens:

• Nenhuma parte da barragem é construída sobre o rejeito;


• O processo de lançamento e compactação da barragem pode ser controlado pelas
técnicas convencionais de construção;
• O sistema de drenagem interna pode ser executado durante a construção da
barragem, permitindo o controle sobre a linha de saturação e, consequentemente,
sobre a estabilidade da estrutura;
• A barragem de rejeitos construída pelo método de jusante resiste satisfatoriamente a
efeitos dinâmicos e a eventos sísmicos;
• Não existe limitação técnica quanto a altura máxima da barragem.

Principais Desvantagens:

• Utilização de grandes volumes de material


• O impacto de custos sensivelmente maiores para o empreendimento
Internal Drain
Impervious Layer
Ponded Water
Starter Dyke 1

Tailings

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38

Alteamento por Linha de Centro

• U ma variação do método de jusante em que os alteamentos da barragem são


realizados mantendo-se inalterada a posição original do eixo da construção.
• O primeiro alteamento é executado lançando-se o aterro sobre o limite montante da
praia e o talude de jusante do maciço do dique de partida.
• Com os alteamentos subsequentes devendo ser condicionados à manutenção deste
eixo original, ao longo de toda a vida útil do empreendimento.

Lagoa de Decantação
Praia de Rejeitos Linha de Descarga

dreno
Rejeito Granular interno
Alteamentos
Dique de Partida

Fundação

Principais Vantagens:

• O ponto de vista de comportamento estrutural, tenda a se assemelhar


essencialmente às barragens construídas pelo método de jusante
• Maior facilidade construtiva
• Volumes relativamente menores de material no processo de construção da
barragem
• Maior controle da linha de saturação e do processo de fluxo através do
maciço da barragem
taillings discharge line internal drain
spinotted taillings beach
starter dyke

taillings

sepermatant pond

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39

A1
H1

A2=3A1
H2=H1

A2=2A1

H3=H2=H1

Relação entre a quantidade de material nos aterros. Fonte: Pimenta & Espósito, 2008

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40

Barragem do Rapaunha: Anglo Gold Ashanti Mina do Queiroz

870
EL. 862,0

860 EL. 858,0


EL. 852,5
850 EL. 847,0
EL. 844,0
futuros alteamentos
840
EL. 835,0
830
1º e 2º
820 Alteamentos
maciço inicial
810

800

790

780

Barragem de Córrego Do Sítio II: Anglo Gold Ashanti

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41

Barragem de Córrego Do Sítio II: Anglo Gold Ashanti

Barragem de Córrego Do Sítio II: Anglo Gold Ashanti

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42

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43

1000

950

900

850

Rejeito total / Overflow


800 underflow

750 dique inicial


Pz1
Pz2
fundação
700

Seção Típica Da Barragem do Campo Grande em Setembro de 2007

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44

subestação

1160

1150
N.A 1142,8 EL 1144.00
1140
EL 1132.00
1130 EL 1129.84
EL 1123.00
EIXO DA BARRAGEM

PZE-03
1120
SOLO
PZE-01
COMPACTADO
EL 1113.00
1110
Rejeito Existente
IMA-02
PZC-04 EL 1104.00
1100

DIQUE INICIAL
EL 1094.00
1090
PZ-01

1080
FILTRO PZ-04
PZ-D2
PZ-03
1070

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45

Seção Típica da Barragem Forquilha III

Vista da Barragem Forquilha III em obras do 4ºalteamento

Seção Típica da Barragem do Germano - SAMARCO

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46

Auscultação Barragens de Rejeitos


Auscultação de uma barragem é o conjunto de processos que visam a observação,
detecção e caracterização de eventuais deteriorações que constituem risco potencial às
condições de sua segurança global.

A auscultação tem como objetivo obter dados instrumentados para subsidiar o plano de
segurança bem como futuras análises para o monitoramento da barragem.

A auscultação pode ser feita por:


• Inspeções Visuais: é o processo da auscultação qualitativa, através de vistorias
periódicas de campo;
• Instrumentação: é o processo de aquisição, registro e processamento sistemático
dos dados obtidos a partir dos instrumentos de medida instalados no aterro ou nas
fundações da barragem.
• A auscultação deve ser realizada durante toda a vida útil da barragem, de forma
a fornecer subsídios necessários para uma eventual revisão ou adaptação dos
procedimentos adotados na construção, operação ou manutenção da barragem ;
• As inspeções podem ter diferentes níveis de abordagem, detalhamento e periodicidade,
constituindo elementos fundamentais no controle de uma barragem, podendo ser
rotineiras ou informais, periódicas, de supervisão ou extraordinárias
• Surgências d’água, fissuras superficiais, erosões e abatimentos localizados são
exemplos de problemas que podem ser facilmente detectados por meio de inspeções
de campo
• Muitos problemas, entretanto, não são passíveis de caracterização tão simples,
demandando uma maior abordagem de gerenciamento, em termos de dados e do
tempo das observações
• Controle eficiente das condições de segurança de uma barragem exige a adoção de
práticas de monitoramento sistemático da magnitude e das faixas de variação de
certas grandezas físicas, que permitem a auscultação prévia destes problemas,
mediante a implantação de um programa específico de instrumentação

Objetivos

• Estimar a segurança das estruturas


• Prever possíveis regiões de risco

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47

• Observar o desempenho de áreas críticas


• Fornecer informações sobre o desempenho vigente da barragem e suas fundações
• Fornecer dados para avaliar os critérios de projeto

O processo de auscultação deve incorporar um plano de monitoramento que compreenda


toda a vida útil da estrutura e os seguintes procedimentos:
• Projeto de instrumentação em seções representativas da barragem;
• Fixação dos valores de alerta e de controle para todos os instrumentos instalados;
• PIano de operação da instrumentação, abrangendo frequências das 1 eituras nas
diversas fases da obra e durante possíveis eventos excepcionais;
• Planos de observações visuais e inspeções in situ;
• Plano de análise e interpretação do comportamento da obra com bases nos resultados
obtidos a partir da instrumentação e das inspeções visuais

Assim, o projeto de auscultação de barragens de contenção de rejeitos contempla


basicamente as seguintes fases:
I - inspeções visuais periódicas e especiais da barragem, extravasar, estruturas auxiliares
e partes emersas do reservatório;

II - instrumentação geotécnica da barragem (maciço e fundações), compreendendo


comumente a instalação dos seguintes instrumentos:
• medidores de NA, para medidas do nível d’ água no maciço e na fundação da
barragem;
• piezômetros, para medidas de poropressões (cargas piezométricas) em diferentes
pontos do maciço e da fundação da barragem;
• marcos superficiais, para medidas de deslocamentos verticais (recalques) da
barragem;
• medidores de vazão, para medidas das vazões efluentes dos sistemas de drenagem
interna e/ou das ombreiras da barragem;
• réguas milimétricas, para medidas do nível d’ água no reservatório de rejeitos.

III - monitoramento ambiental das águas efluentes da barragem.

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48

Auscultação Barragens de Rejeitos - Instrumentação


O monitoramento é a ferramenta de diagnóstico da saúde da barragem e possibilita
intervenções e preventivas e corretivas.

Fonte: Sérgio Zucul in et ai, 2013

Os tipos, as quantidades e a distribuição de instrumentos de auscultação utilizados em


barragens são escolhidos com base na geometria e na cinemática dos casos em foco e
através de estudos bibliográficos de situações semelhantes e consultas a organismos e
indivíduos com experiência no assunto.

• O controle da instrumentação de auscultação deve focar essencialmente sobre os


instrumentos que permitam a observação de:
• Deslocamentos.
• Subpressões.
• Vazões de percolação.

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49

Uma vez que constituem, dentre os instrumentos de auscultação de barragens, aqueles de


mais fácil interpretação e os mais indicados para o controle da segurança das estruturas.

• O
 estabelecimento do provável número de instrumentos a serem instalados, deve ser
observado nos seguintes fatores:
• Extensão da área a ser auscultada;
• Características geológicas da fundação e do maciço;
• Tipos de instrumentos selecionados;
• Condições de acesso ao local de instalação;
• Disponibilidade orçamentária

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50

• A
 s principais grandezas comumente monitoradas em barragens de terra e rejeito
são:
• Deslocamentos;
• Deformações e tensões;
• Níveis piezométricos em fundação;
• Pressões de água;
• Vazão.

Instrumentação - Medições do comportamento do nível da água

• Instrumentos destinados a medição de parâmetros relativos ao fluxo em barragens,


seja por meio da fundação ou através do maciço da barragem.
• O conhecimento da posição da linha freática é fundamental em estudos de
comportamento geotécnico de barragens
• A variação dos registros piezométricos pode ocorrer quando se verifica uma das
seguintes condições:
• Aumento da vazão de percolação;
• Elevação do nível d’ água de montante e jusante;
• Aumento da permeabilidade de materiais a montante do piezômetro;
• Redução da permeabilidade de materiais a jusante do piezômetro.

• Entre os modelos de instrumentos comercializados, os mais utilizados são:


• Medidor de nível d’água;
• Tubo aberto (standpipe);
• Pneumáticos;
• Hidráulicos;
• EIétricos;
• Corda Vibrante.

Medidor de Nível d’ Água

• É provavelmente o instrumento mais simples de construir e operar e é utilizado com


o objetivo de determinar a posição da linha freática.
• O medidor de nível d’água têm a mesma configuração do piezômetro, porém o trecho
perfurado do tubo do piezômetro pode ser de extensão maior, atingindo a espessura
do nível d’água no interior da fundação da barragem.
• Determinar a linha freática ao longo do maciço.
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51

Tampa

tubo de ferro caixa de


galvanizado concreto

selo

tudo de PVC
perfurado manta
geotextil

areia

Plug

Esquema do medidor de nível d’ água (CRUZ, 1996)

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52

• A
 medição é feita de maneira manual, com uma escala, ou equipamento que identifique
a superfície da água no interior do tubo, que no caso deste instrumento corresponderá
sempre, exatamente ao nível freático

Este instrumento perde sensibilidade de leitura ou torna-se inoperante pelas seguintes


causas:
• Obstrução interior do tubo devido à queda de objetos;
• Cisalhamento do tubo inserido no maciço;
• Colmatação dos orifícios do tubo de PVC ou do material drenante;
• Ruptura do tubo plástico;
• Elevado tempo de resposta na leitura do instrumento devido à colmatação;

• Piezômetro de Tubo Aberto ou Standpipe (Casagrande)
• Trata-se de um aperfeiçoamento do medidor de nível d’água
• Foi desenvolvido por Casagrande durante a construção do aeroporto de
Logan, Boston.
• O comprimento do trecho perfurado e, na extensão do trecho do furo preenchido
com material drenante, geralmente limitado entre 1,0 a 1,5 metros.
• O piezômetro mede pressão hidrostática ou poropressão (pressão neutra) no nível
da ponta porosa.

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53

É importante ressaltar a limitação na utilização de piezômetro de tubo aberto para


monitoramento, nos casos de mudanças bruscas de nível d’água nos reservatórios de
barragens com fundação de baixa permeabilidade neste caso o piezômetro apresenta
atraso na resposta a esta variação devido ao fluxo de água que ocorre no seu tubo até a
equalização da pressão

tubo de pvc rigido


superficie do aterro caixa de concreto

solo - cimento
solo + bentonita plástico
tubo de PVC
Variavél

0,40 solo de bentonita


bulbo - tubo
0,20 perfurado envolto em
tecido geotextil

0,50 areia granulada areia


tubo de pvc rigido
0,30 perfura e revestido
com tela
detalhe da ponteira
amarração com
fio de nylon
Tela

tubo de pvc
perfurado
tampão

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54

71.00 P,2 P,4


70
67.00
P,6
65
62.00
60 P,8

58.45
59,32 P,11
55 57,56

50

SUPERFICIE DO TERRENO NATURAL 48,23 48,30

MOSTRAM O POSICIONAMENTO DOS PIEZÔMETROS NAS SEÇÕES DAS ESTACAS 35 E 38 DA TABELA

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55

71.00 P,3 P,4


70
67.00 P,7
65
62.00 P,9
P,18
60

P,12 P,26
55

53,91
50
50,85 49,04 50,31
SUPERFICIE DO TERRENO NATURAL
47,68
45,70

PIEZÔMETROS NA seção DA ESTACA 38 (SARÉ, 2003).

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56

Piezômetro Pneumático
• A plicação é na determinação de pressões neutras e subpressões em maciços de
terra, taludes e fundações
• O princípio de funcionamento baseia-se no equilíbrio de pressões atuantes em um
diafragma flexível
• onde de um lado atua pressão de água que se deseja medir, e de outro lado atua
um gás sob pressão, que é variável e conhecida através de um manômetro (gás
é geralmente nitrogênio comprimido)

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57

entrada
de gás

Controle
de fluxo

medição de
entrada de gás

manômetro

alimentação

retorno pressão
atmosférica

Selo de cimento

Selo de bentonite
areia
transdutor

diafragman flexivel com


transdutor acoplado
filtro

Resquema de piezômetro pneumático (DUNCLIFF, 1988, adaptado).

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58

Piezômetro Hidráulico de Tubo Duplo ou Aberto

• Foi desenvolvido para ser instalado em fundação ou aterro durante o período da obra.
Neste tipo de piezômetro a diferença principal em relação ao pneumático, o ar é substituído
por óleo e não existe membrana diafragma, mantendo-se o princípio de funcionamento.
Neste tipo de instrumento a água contida nos vazios do solo fica em contato direto com
a água contida no instrumento.

tubos flexíveis
contendo âgua
dearada
manômetros

elemento
Filtrante

Esquema de instalação de piezômetro hidráulico de tubo duplo ou aberto

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59

Piezômetro Elétrico

• O
 s aparelhos elétricos correlacionam sinais elétricos a grandezas físicas. A pressão
da água é monitorada por um transdutor elétrico. Este piezômetro apresenta o mais
baixo tempo de resposta devido ao pequeno volume de água que o maciço precisa
fornecer para o diafragma do transdutor deslocar. Utilizado para obtenção de pressões
neutras e subpressões em maciços de terra, taludes e fundações. Este instrumento é
composto de um dispositivo cilíndrico metálico dotado de pedra porosa e diafragma,
instrumentado com extensômetros elétricos de resistência

Piezômetro de Corda Vibrante

 istemas de medição de corda vibrante ( vibrating wire) têm como princípio de operação
• S
do sensor o cálculo de um parâmetro físico pela medição da mudança na frequência
de uma corda vibrante, estendida num corpo de uma estrutura que se deforma com
ou pela quantidade a ser medida.
• Projetados para oferecer precisão e confiabilidade em longo prazo sob condições
geotécnicas severas. Os dispositivos de corda vibrante deste instrumento toleram
umidade, comum em aplicação geotécnica, pois é construído em um cilindro selado
contendo um transdutor de pressão.

reaterro

cabo 4 pares

selo bentonita
cimento varistor
1m

bobinas de acionamento e medição

corda vibrante
bulbo de areia

pedra porosa

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60

Instrumentação - Medições De Deslocamentos


• A
 s barragens de terra e rejeitos estão constantemente sujeitas a deslocamentos
e deformações, em virtude de sua própria natureza e dimensões, além de agentes
internos e externos.

• Instrumentos geotécnicos que permitem determinar em superfícies as deformações


do maciço, traduzidas pelos parâmetros de deslocamentos verticais e horizontais.

• M
 ensurar deslocamentos e deformações significa sistematizar as observações sobre
o comportamento dos mesmos.

• D
 evido ao porte que as barragens de rejeitos atingem com alteamentos sucessivos,
gerando quantidade maior de rejeitos, o que reforça a importância destas medições.

• D
 entre as grandezas mais comumente controladas no campo, estão os deslocamentos
e deformações.

• Instrumentos existentes baseia-se no controle de movimentação sendo as medidas


de deformação relacionadas com o tempo e lançadas graficamente para análise.
•O nivelamento geométrico é um método de levantamento topográfico no qual a
medição fundamental é a diferença (desníveis).
•O s marcos superficiais de deslocamentos correspondem a pontos de referência
para os deslocamentos horizontais e verticais do maciço (recalques).

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61

sistema simplificado com representação da linha freática

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62

Vertedor de vazão triangular

Aplicação: Medir vazões


drenadas e infiltradas
em barragem de terra e
de concreto.

Pé da barragem de
terra de Itaipu

Auscultação Barragens de Rejeitos - Carta de Risco


Carta De Risco

• C arta de Risco é um instrumento fundamental para o efetivo controle e avaliação do


comportamento geotécnico de uma estrutura geotécnica.
• No caso de barragens, estes procedimentos estão vinculados comumente à locação
da linha freática e a valores de referência para os registros piezométricos em campo.
• Dispositivo deve ser de utilização generalizada, abrangente e prover, de forma simples
e objetiva, uma avaliação global de suas condições de estabilidade.

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63

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Rapaunha
Rapaunha

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64

Fonte: Anglo Gold Ashanti, abril/2012 Fonte: Anglo Gold Ashanti, abril/2012
65

Rapaunha

Rapaunha

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66

Rapaunha

Fonte: Anglo Gold Ashanti, abril/2012


O comportamento dos piezômetros esta dentro do esperado, mesmo porque a barragem
esta classificada como estável (dentro do esperado).

Auscultação Barragens de Rejeitos - Análise de Risco

• U ma das ferramentas utilizadas para realizar auscultação em sistemas geotécnicos


são as análises de riscos.
• As análises de riscos atualmente utilizadas na avaliação de estruturas geotécnicas
tiveram seus métodos adaptados dos conceitos que foram desenvolvidos.
• Para a segurança de obras geotécnicas, os engenheiros têm de lidar com condições
de carregamento extremas, cuja severidade, muitas vezes, é incerta.
• Análises de riscos que têm o objetivo de examinar os diferentes fatores em jogo, e
como eles podem interagir, quais os cenários que podem resultar e que prejuízos
esses cenários podem provocar.
• De acordo com o lnternational Committee on Large Dams (ICOLD) (ICOLD, 1998),
“risco é uma medida da probabilidade e da severidade de um efeito adverso para a
vida, para a saúde, para os bens materiais, ou para o ambiente.
• Nas análises de risco de estruturas em geral um perigo corresponde a uma fonte de
potenciais danos ou a uma situação com potencial para provocar eventos adversos
(VROUWENVELDER, 2001).
• Nos movimentos de terras a vulnerabilidade corresponde ao grau de perda para um
dado elemento ou conjunto de elementos que estão susceptíveis de serem afetados
pelo perigo de existir um escorregamento.
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67

• F alha - Da existência de perigos e de vulnerabilidades numa área, pode resultar numa


falha com um determinado risco associado. No contexto da segurança estrutural
(incluindo estruturas geotécnicas), a falha está, em geral, confinada a aspectos de
integridade estrutural.
• Benefícios da análise de risco segundo CYGANIEWICZ e SMART (2000)
a) a comunicação do risco: a quantificação do risco informa aos tomadores de decisão
a gravidade do risco e suas potenciais consequências;
b) uma melhor compreensão do comportamento das barragens: a análise é capaz de
identificar as características e condições da barragem que contribuem para sua
vulnerabilidade;
c) a análise identifica quais informações adicionais são necessárias para reduzir as
incertezas;
d) fornece um grupo de alternativas de ações corretivas para mitigar os riscos
identificados;
e) ajuda na escolha da alocação de recursos, pois indica quais são as prioridades de
acordo com a classificação relativa do risco.

• S
 egundo o grupo de Trabalho de Análise de Riscos em Barragens de Portugal (CNPGB,
2005) são seis os métodos de análise de risco, que melhor se adequam às barragens.
•H  AZCP- Hazard and Operability Analysis (Análise dos Perigos e da Operacionalidade)
•F  MEA- Failure Mode and Effect Analysis (Análise dos Modos de Falha e dos seus
Efeitos)
• FMEC’A- Failure Mode, Effect and Qiticality Analysis (Análise dos Modos de Falha,
dos seus Efeitos e da sua Severidade)
• ETA-Event Tree Analysis (Análise por Arvore de Eventos)
• FTA-Fault Tree Analysis (Análise por Árvore de Falhas)
• Noeud Papillon (Nó Borboleta)

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68

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69

Auscultação Barragens de Rejeitos - Inspeção De Campo

• A
 s inspeções de campo e a instrumentação das estruturas devem ser encaradas
sempre como mutuamente complementares. Os dados das mesmas devem ser
analisados conjuntamente, pois muitas vezes os problemas surgem em regiões
não instrumentadas, onde apenas as inspeções de campo podem detectá-los.
Estas inspeções associadas a uma análise criteriosa dos dados fornecidos pela
instrumentação de auscultação da barragem, formam a mais importante e eficiente
ferramenta para a avaliação do comportamento das estruturas civis em geral.

Inspetor.-Sistema Inteligente De Controle E Segurança De Barragens (Cemig)

• A s inspeções visuais objetivam detectar deteriorações em potencial e alertar sobre


condições que podem comprometer a segurança das barragens.
• Contar com análises prévias da instrumentação para verificar possíveis problemas
nas regiões auscultadas.
• É importante estudar a documentação existente e estar provido de desenhos dos
locais a serem visitados
• As inspeções podem ser divididas em cinco tipos segundo CBDB (Comitê Brasileiro
de Barragens):
• Rotineiras, Periódicas, Formais, Especiais e de Emergência.

• Segundo a Portaria DNPM 415/2012:


• Inspeções de Segurança Regular - quinzenalmente, preencher a Ficha de
Inspeção Regular, de acordo com o expresso no artigo 21.
• Inspeções Especial - Sempre que detectadas anomalias na barragem,
semanalmente, até que a anomalia detectada tenha sido classificada como
extinta ou controlada.
• Como fazer a inspeção?
• Em uma planilha, são discriminadas, a partir da elaboração prévia de um “check
list”, as condições observadas relativas a uma série de itens que devem ser
vistoriados, que incluem a situação de normalidade, a necessidade de observações
complementares e a imposição de medidas corretivas de caráter imediato ou
emergencial.
• O que inspecionar?

TODAS ESTRUTURAS DA BARRAGEM!


• Maciço - Talude de jusante e montante - Erosões, animais (tocas), surgências,
Trincas (dimensionar), vegetação (arbustos), abatimento, Drenagem.
• Ombreiras - Contato entre o maciço e a ombreira (offset), - surgências, erosões.

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70

• Crista - Erosões superficiais, trincas longitudinais e transversais, abatimento, toca


de animais.
• Vertedouro - Trincas, obstruções por vegetação (galhos arvores).
• Instrumentos - verificação de possíveis danos, dreno de fundo, canaletas.

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Principais Causas de Rompimento de Barragens de Rejeitos


• Segundo Barron (1986) apud Arnez (1999):
• Ruptura de fundação.
•O  vertopping.
•P  iping.
• Problemas ligados à percolação da água se constituem em importantes causas
de ruptura.

• Propriedades geomecânicas que mais afetam a estabilidade das barragens de rejeito:


• Granulometria.
• Densidade/compactação.
• Permeabilidade.
• Resistência ao cisalhamento.
• O teor de umidade.

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73

Principais causas de Rompimento


Liquefação
• O processo de liquefação diz respeito à perda total ou parcial da resistência de um solo
em virtude da perda de peso, devido às pressões geradas por um fluxo ascendente
de água
• Tognon (1985), define a liquefação como sendo a repentina redução na resistência ao
cisalhamento de um solo devido a um acréscimo rápido da pressão intersticial.
Principais causas de Rompimento

Piping (erosão interna regressiva)


• S
 egundo Tognon (1985), piping é o movimento de partículas de uma massa de solo
carreadas por percolação d’água, sendo que o fenômeno é iniciado sob condições
de gradiente hidráulico crítico e provoca a abertura progressiva de canais dentro da
massa de solo em sentido contrário ao do fluxo d’água.

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Erosão

• Erosão ao longo da linha de contato entre o aterro e o terreno natural pode resultar
do fluxo de águas de chuva que se concentra no local.
• Erosões nos taludes podem resultar em brechas que podem causar ruptura.

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Overtopping (Galgamento)

• U ma das causas mais comuns de colapso de barragens é o galgamento devido a


chuvas intensas.
• O fenômeno, normalmente, é decorrente do dimensionamento inadequado do sistema
extravasar ou da operação inadequada da barragem.
• O galgamento pode, portanto, resultar no colapso total da estrutura em poucos
minutos.

Instabilidades de fundação
• I nstabilidades de fundação não são incomuns entre as rupturas de aterros, ocorrendo
quando uma camada de baixa resistência, de solo ou de rocha, existe a pequena
profundidade nas fundações da estrutura.
• O movimento ao longo de um plano de falha irá ocorrer se o carregamento do aterro
produzir tensões superiores à resistência ao cisalhamento da camada fraca, como
estabelece CANMET {1977).

Cisalhamento no maciço (ruptura circular).

• A ruptura circular é assim chamada porque a superfície de ruptura aparece como


um segmento de um cilindro que varia de deslizamentos locais, de face, a grandes
escorregamentos que se estendem por toda a estrutura. Segundo Vick (1990), a
instabilidade ocorre quando a tensão cisalhante em uma determinada superfície
atinge a resistência ao cisalhamento do material.
• CANMET(1977) explica que as causas da ruptura por cisalhamento podem incluir
alterações no nível freático, mudanças na permeabilidade dos materiais da fundação,
elevação das poropressões causada por vibração ou impacto, a liquefação dos
materiais de fundação, etc.

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Estudo de Caso 1
Análises de Percolação e da Estabilidade da Barragem de Contenção de Rejeitas de
Conceição, Itabira/MG

Paulo H. V. Gouvêa
Companhia Vale do Rio Doce- C\/RD, Itabira, Brasil

Romero C. Gomes
Departamento de Engenharia Ovil, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, Brasil

Estudo de Caso 1

• E
 stabelecer uma avaliação global das condições de estabilidade e dos sistemas de
monitoramento da Barragem de Conceição da Companhia Vale.

• P
 rocedeu-se a uma avaliação geral das condições atuais de funcionamento dos
instrumentos existentes.

• Análises de percolação incluindo aferições com base nos dados de instrumentação.

• O
 s valores de poropressões obtidos, para o aterro e fundações da barragem,
constituíram os dados de entrada das análises de estabilidade da seção central do
talude de jusante.

• O
 s resultados comprovam a eficiência do sistema de drenagem interna da barragem
e as condições favoráveis da barragem em termos de estabilidade global.

• P
 ropõe-se um sistema de controle baseado em termos de valores de referência
admissíveis para as leituras piezométricas

• C
 onstruída em 1978, com previsão para uma etapa inicial, com coroamento na EI.
943,00 m e um alteamento posterior até a EI. 972,00 m, concluído em 1981.

• A
 barragem inicial foi construída em aterro compactado homogêneo e o alteamento
em aterro compactado zoneado

• C
 ontenção e acumulação dos rejeitos de overflow do processo de beneficiamento
industrial do complexo Cauê

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barragem de conceição - seção Tipo


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• N o leito do córrego, à jusante do filtro vertical, foi construído um tapete drenante


abraçando as ombreiras, aproximadamente até a cota 960,0 m.
• O filtro vertical, com 1 m de espessura, se estende do fundo do vale até a cota 968,00
m, 4,00 m abaixo da crista da barragem.
• Os drenos de pé situados a jusante do tapete, sob o maciço, apresentam seção
trapezoidal e são constituídos de enrocamento envolvido por camadas de transição
de brita e areia.

Instrumentação da barragem
• 19 marcos fixos e superficiais,
• 4 inclinômetros,
• 4 medidores de nível d’água,
• 15 piezômetros abertos,
• 33 piezômetros hidráulicos, sendo 8 na região do maciço e 25 na fundação e
• 3 medidores de vazão

• P
 ara garantir a consistência e a representatividade destas leituras para o trabalho
proposto:
• Programa de revisão e manutenção da instrumentação
•Adoção de procedimentos testes e desaeração dos piezômetros hidráulicos
eventual mente comprometidos.

Análises De Percolação
• Análises de percolação da água através do aterro das fundações da barragem.
• Utilizou-se o programa computacional SEEP/W, aplicado para o caso de uma análise
de fluxo bidimensional e em regime permanente em função das limitadas variações
observadas do nível d’ água do reservatório.
• Para tal, considerou-se a seção de altura máxima da barragem (60m) com a geometria
típica.

Valores adotados de permeabilidades para os materiais da barragem.

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Análises De Percolação

• Na modelação numérica, foram consideradas as seguintes condições de contorno.


• Topo rochoso como limite inferior; com Q= O, sendo Qa vazão específica em m3
s/m;
• Como a barragem possui uma altura de 60 m, o domínio discretizado estendeu-
se até uma distância de 60m a montante e de 120 m a jusante de 120 m;
• Para o talude de montante e a base do reservatório, H = 961,8 m, sendo H a carga
hidráulica em m;
• Para o topo do solo à jusante, H = 915 m.

980
970
960 -30
-10
950
-20
940 10 0
20
930 30
920 40
50
910
60
900
890
880
870
-50 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550

Modelo de percolação calibrado.


• O
 modelo de percolação ajustado mostrou-se bastante consistente com as leituras
piezométricas efetuadas e bem representativo das condições atuais de operação da
barragem.

ANÁLISES DE ESTABILIDADE

• A dmitiu-se uma condição de fluxo em regime permanente


• As análises compreenderam abordagens em
• Termos de tensões efetivas para obtenção do FS mínimo a partir da aplicação dos
princípios de equilíbrio inseridos no contexto do Método de Bishop Modificado
• Considerando as condições de normal dade operacional da barragem com o talude
de montante confinado pelo reservatório.

Parâmetros
geotécnicos
adotados nas
análises de
estabilidade.

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• A
 superfície crítica de ruptura tende a apresentar uma porção substancial ao longo do
solo residual de xisto da fundação da barragem

Análises complementares:
• Colmatação do dreno.
• EIevação do NA acima da cota operacional.
• Bem como a condição conjugada de nível d’água do reservatório na cota 969,0 m
e colmatação do tapete drenante.
• Condições piezométricas da instrumentação instalada correspondentes aos níveis
de atenção (FS = 1,5) e de emergência (FS = 1,3) da estabilidade da barragem.

• Estes resultados permitiram definir os níveis de segurança para os instrumentos mais


representativos da seção central da barragem para tais hipóteses (alerta de Risco)

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Estudo de Caso II
Revisão das Condições de Segurança da Barragem de Curuá-Uma

Alexandre Reis Saré


Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC Rio, Rio de Janeiro, Brasil

Laryssa Petry Ligocki


Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento- LAGrEC, Cl.lritiba, Brasil; Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC Rio, Rio de Janeiro, Brasil

AIberto Sayão
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC Rio, Rio de Janeiro, Brasil

Denise Maria Soares Gerscovich


Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Giorgiana Freitas Pinheiro


REDE Celpa, Belém do Para, Brasil

Objetivos
• Objetivo; o estabelecimento das condições de segurança da barragem de terra de
Curuá-Uma
• O monitoramento é realizado por meio de piezômetros instalados no corpo da
barragem.
• Comparações entre dados de campo e simulações numéricas permitiram a
determinação das condições de fluxo no maciço.
• O
 s limites de segurança determinados para cada instrumento constituem a carta de
risco da barragem.

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Caracterização da Barragem

• A
 U.H.E. Curuá-Una está localizada na floresta Amazônica, a aproximadamente 70km
ao sul da cidade de Santarém.
• O complexo foi inaugurado em 1977 e atualmente possui 3 turbinas instaladas, cada
uma gerando 9,SMW.

• O
 projeto da usina consta de casa de força, com canal adutor e canal de fuga, vertedouro,
barragem de terra e uma subestação.

• B arragem de terra possui altura máxima de 26m e extensão de 600m.


• O nível máximo do reservatório situa-se na cota 68m e tem uma borda 1i vre de 3m.
• A seção da barragem é do tipo zonada:
• Constituída por aterros de areia pouco argilosa, nas abas de montante e jusante;
• Núcleo central impermeável de argila arenosa;
• E um dreno tipo chaminé localizado a jusante do núcleo.

aba de montante Aba de justante


Núcleo

tapete impermeavel

• A barragem está assente sobre uma sequência sedimentar homogênea de areias e


argilas, com presença reduzida de arenitos.
• O sistema de controle de percolação da fundação é constituído por um tapete
impermeável 1 ocal izado a montante.
• Esse tapete foi construído com o mesmo material do núcleo e possui comprimento
de 240m e espessura variando de 4,0m, no contato com a barragem, a 1,5m, na
extremidade de montante.
• Em 2002, foi implantado um sistema de auscultação automático, composto:
• 15 piezômetros elétricos
• distribuídos em duas seções

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Posicionamento dos 05 piezômetros instalados no corpo da barragem, em conjunto com a linha piezométrica

Estudo de Càso II - Análise do FIuxo

• U ma vez definido o nível piezométrico da barragem,


• Procurou-se estimar os valores de permeabilidade dos diversos materiais constituintes,
a partir da reprodução do padrão de fluxo que resultasse na mesma linha piezométrica
• Nesta retroanálise utilizou-se o programa de elementos finitos FLOW3D (Gerscovich,
1994)

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• F
 oram definidos três níveis de segurança: Normal, Atenção e Emergência, associados
aos fatores de segurança, calculados com base em análises por equilíbrio limite.
• Normal: FS = 1,5
• Atenção: FS entre 1,5 a 1,2
• Emergência: FS< 1,2

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Material Local y (kN/m³) c’ (KPa) o’ (º)


1 Abaixo da LF 19,5 0 30
2 Acima da LF 20,4 39 26
3 Núcleo 15 50 28
4 Pé de Justante 20 0 40
5 Filtro 20 0 34
6 Fundação 20 2 32
7 Reforço 20 10 35

Estudo de Càso II - Análise de Estabilidade

• O s estudos consistiram na variação das condições de fluxo em decorrência da elevação


do nível do reservatório;
• com os novos níveis piezométricos, definidos pelo programa FLON3D, avaliava-se
a estabilidade, utilizando-se o programa Talren 97 (Terrasol, 1997) e admitindo-se
superfícies potenciais de ruptura circulares (Bishop, 1955).

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Estudo de Caso 11 - Conclusão

• P
 rincipal objetivo apresentar um estudo de avaliação das condições de segurança da
barragem de Curuá-Una, Pará.

• A
 partir dos nos registros piezométricos, foram estudadas diferentes condições de
fluxo no corpo da barragem.

• P
 ermitiu a determinação dos valores de permeabilidade para os diversos materiais
da barragem.

• A
 pós estabelecidas as condições de fluxo, foi possível simular diferentes níveis de
operação do reservatório, associadas diferentes 1 eitura piezométricas.

• A
 s análises também permitiram estabelecer limites piezométricos, associados aos
diversos graus de segurança barragem. CARTA DE RISCO.

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87

Claudinei Cruz

Engenheiro de Minas pela UFOP, mestrando em Geotecnia Aplicada a


Mineração (NUGEO/UFOP). Especialista em Recurso Minerais, Especialista
Segurança de Barragens pela UFBA e ANA-PTI/Itaipú Binacional, Especialista em
FMEA (Análise dos Efeitos e Modos de Falhas). Experiência de Analista
Ambiental / Engenheiro de Minas na Fundação Estadual do Meio Ambiente de
Minas Gerais - FEAM) / SUPRAM CENTRAL na análise de licenciamento ambiental
de minerações.

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OOInstituto
Instituto Minere
Minere é umaéorganização
uma organização especializada
especializada em
em desenvolvimento
desenvolvimento
de de capacidades
capacidades e tecnologia para profissionaise e empresas
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mineração,geologia
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