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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS DE TERRA

Brunna Ferreira Tonelino, 201708929

Charleston José da Silva Roice Filho, 201802532

Gabriela Castilho Honorato, 201708936

Natália Alves do Nascimento, 201703582

Stefany Mombaque Cassimiro, 201703601

Introdução à Geotecnia

Prof. Carlos Alberto Lauro Vargas

Goiânia

Maio/2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3
1.1 OBJETIVOS 4
2 INFORMAÇÕES GERAIS 4
2.1 DEFINIÇÃO DE UMA BARRAGEM DE TERRA 4
2.2 PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA BARRAGEM DE TERRA 5
2.3 TIPOS DE BARRAGENS DE TERRA 6
2.3.1 BARRAGEM DE TERRA HOMOGÊNEA 6
2.3.2 BARRAGEM DE TERRA ZONEADA 6
2.3.3 BARRAGENS DE ATERRO HIDRÁULICO 7
2.3.4 BARRAGEM DE ENROCAMENTO 7
2.3.4.1 BARRAGEM DE ENROCAMENTO COM NÚCLEO ARGILOSO 8
2.3.4.2 BARRAGEM DE ENROCAMENTO COM NÚCLEO ASFÁLTICO 8
2.4 ESCOLHA DO LOCAL PARA A IMPLANTAÇÃO 9
3 INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS 9
3.1 INVESTIGAÇÕES DAS FUNDAÇÕES 9
3.2 INVESTIGAÇÕES DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 11
3.3 ELEMENTOS DE VEDAÇÃO E DRENAGEM 13
4 CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM 15
4.1 TIPOS DE EQUIPAMENTOS 15
4.2 MÉTODOS CONSTRUTIVOS 17
4.2.1 LIMPEZA E PREPARO DO TERRENO 17
4.2.2 CONSTRUÇÃO DO ATERRO 17
4.2.2.1 NÚCLEO E TRINCHEIRA DE VEDAÇÃO 17
4.2.2.2 ATERRO 18
4.2.2.3 DESVIO DO RIO 20
5 ANÁLISE DE SEGURANÇA E IMPACTOS AMBIENTAIS 20
5.1 GESTÃO DE RISCOS 21
5.2 IMPACTOS AMBIENTAIS 21
6 ESTUDO DE CASO - BARRAGEM DE FUNDÃO, MARIANA-MG 22
6.1 CIRCUNSCRIÇÃO DO PROBLEMA 22
6.2 ANÁLISE E DIAGNÓSTICO DOS FENÔMENOS PRESENTES 25
6.3 FORMULAÇÃO DE SOLUÇÕES 26
6.4 ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAÇÃO 28
6.5 MONITORAMENTO DO DESEMPENHO 29
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 31
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34
1 INTRODUÇÃO
As barragens de terra são estruturas de barreiras artificiais que o homem utiliza desde o início
das civilizações. Foram elas as responsáveis pelo armazenamento de água que mantinham as
plantações, fato fundamental para evolução da sociedade de nômade para sedentária. No
Brasil, apesar de mais tarde, essa técnica também foi fundamental para agricultura e, hoje,
com os avanços tecnológicos, as barragens de terra possuem muitos outros objetivos, como
aproveitamento hidrelétrico, regularização de cursos d’água, abastecimento industrial e
controle de inundações.

Embora a construção de barragens de terra seja a mais comum, devido à simplicidade em


comparação com outros tipos e ao baixo custo, os métodos construtivos exigem um estudo
adiantado da área a ser utilizada e dos fatores que podem influenciar a escolha de cada tipo de
barragem (aterro homogêneo ou zonadas). As informações obtidas nesses estudos, portanto,
servem de planejamento para a construção e isso será o assunto principal do trabalho em
questão. Além disso, os métodos construtivos servirão de base para entender o êxito ou não de
certas barragens que serão apresentadas nos estudos de casos. Por último, mas não menos
relevante, será discutida a importância do monitoramento após a construção dessas barragens
para que as perdas ambientais, humanas e econômicas sejam as mínimas possíveis.

1.1 OBJETIVOS
Os objetivos específicos deste trabalho são:

a) Descrever como uma barragem de terra é construída, apresentando seus elementos e


as características geotécnicas dos solos que compõem a seção da barragem;
b) Relacionar o tema com a disciplina Introdução à Geotecnia.

2 INFORMAÇÕES GERAIS
2.1 DEFINIÇÃO DE UMA BARRAGEM DE TERRA
As barragens de terra são as mais comuns no mundo devido sua simplicidade, por permitirem
fundações menos resistentes e por serem mais adequadas para áreas onde os movimentos do
solo são comuns. Elas consistem em grandes estruturas constituídas de materiais naturais
como argila, areia e silte ou de materiais processados como britas e rochas disponibilizados
em áreas de empréstimos próximo ao local a obra.

Seu formato trapezoidal, de base larga, contribui para distribuir as cargas nas fundações,
aumentando a estabilidade, e a presença de um sistema de drenagem interna contribui para
evitar a erosão interna ou a ruptura por cisalhamento. A escolha do tipo de barragem a ser
construída em determinado local é influenciada pela topografia, materiais disponíveis nas
proximidades e condições ambientais e climáticas.

As principais funções de uma barragem de terra são a contenção de rejeitos, de sedimentos


e/ou formação do reservatório de água, que é utilizado para abastecimento de água, irrigação,
geração de energia elétrica, controle de enchentes, entre outras finalidades (GAIOTO, 2003).

Dessa forma, segundo Cruz (2004), a arte de projetar barragens parece ser a arte de controlar
o fluxo de água através do corpo e da fundação da barragem, evitando que o solo seja
carregado pela água. Por isso, requer todo um cuidado, planejamento e conhecimento da
mecânica dos materiais antes de sua implementação, uma vez que acidentes em barragens
podem causar danos ambientais e perdas de vidas humanas.

2.2 PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA BARRAGEM DE TERRA


Segundo Gaioto (2003), os principais elementos de uma barragem de terra são: crista, borda
livre e taludes de montante e jusante (assim como os elementos que realizam a proteção de
cada um dos taludes). No caso de barragens zoneadas, o núcleo configura outro elemento
básico da estrutura.

A crista é localizada no topo da barragem (acima da borda livre) e sua principal função é
evitar a erosão do talude de jusante. Além disso, ela evita o empoçamento, contribui com a
estabilidade da estrutura e permite o acesso humano à barragem.

Denomina-se borda livre a distância vertical entre a superfície livre do fluido que ocupa a
barragem e a crista. Sua incumbência é impedir o transbordamento do fluido em caso de
ventos fortes.

Talude de montante é a face da barragem voltada ao fluido, enquanto o de jusante é localizado


no lado oposto. A inclinação deles deve ser calculada levando em consideração por exemplo o
tipo de solo presente na região (suas propriedades, como resistência e deformabilidade, tanto
úmido, quanto seco).

Devido a estarem sob constante exposição à águas pluviais e ainda, no caso da montante, ao
contato ininterrupto com o fluido, os taludes precisam de elementos que reforcem suas
estabilidades. Para isso existe o rip-rap (protege a montante através de um conjunto de pedras
localizados da crosta até um metro abaixo do nível operacional da barragem) e também por
isso a estrutura do talude de jusante descontínua, tendo ainda em sua superfície externa a
presença de vegetação rasteira.

O núcleo aparece como o que diferencia zonas de materiais com propriedades distintas na
barragens não-homogêneas. Nesse caso, nas partes mais externas ficam cascalhos e solos
arenosos (já que esses compostos apresentam maior resistência ao cisalhamento, garantindo
maior estabilidade aos taludes); enquanto no interior (ou núcleo propriamente dito) se
localizam solos argilosos, que quando submetidos a intensas tensões em geral não se fissuram,
colaborando novamente para a estabilidade.

2.3 TIPOS DE BARRAGENS DE TERRA


2.3.1 BARRAGEM DE TERRA HOMOGÊNEA
A barragem homogênea é o tipo de barragem de terra mais utilizado.Construídas através de
um único material de empréstimo que quando compactado deve apresentar baixo coeficiente
de permeabilidade, com exceção do material usado para a proteção dos taludes que deve ser
suficientemente impermeável a fim de dificultar a percolação da água. E, há a necessidade de
que as inclinações dos taludes sejam suaves, permitindo um controle maior da estabilidade.

Figura 1: Barragem de terra homogênea (Fonte: Gaioto, 2003)

2.3.2 BARRAGEM DE TERRA ZONEADA


A barragem de terra zoneada é formada por um núcleo central constituído de material argiloso
e com taludes mais impermeáveis, constituídos de areia, cascalho ou fragmentos de rocha ,
para proteger o núcleo.

Segundo Massad (2010), trata-se de uma melhoria da seção de uma barragem de terra, para
aproveitar as características do solo seco, utilizados nos espaldares, onde se deseja mais
resistência (estabilidade), e do solo úmido, no núcleo, onde se quer baixa permeabilidade
(estanqueidade).
Figura 2: Barragem de terra zoneada (Fonte: Gaioto, 2003)

2.3.3 BARRAGENS DE ATERRO HIDRÁULICO


As barragens de aterro hidráulico são conhecidas por apresentarem resistência muito baixa e
pelo baixo custo. Isso acontece porque o solo é apenas lançado e não há a compactação como
em outras barragens.

Nesse tipo de barragem o solo é transportado por meio de tubulações com água, formando
lama que quando lançado ocorre a segregação do material. A areia forma os espaldares do
aterro e os materiais mais finos constituem o núcleo (MASSAD, 2010).

Figura 3: Barragem de terra em aterro hidráulico (Fonte: Massad, 2010)

2.3.4 BARRAGEM DE ENROCAMENTO


São as barragens mais estáveis por conta do seu peso e do material que é constituído
(fragmentos de rocha ou cascalho, compactados em camadas) com elevado ângulo de atrito
que contribui para a estabilidade dos taludes, esse material rochoso deve constituir a maior
parte da barragem e apresentar grande resistência ao intemperismo.

Dependendo da constituição do seu núcleo, pode ser classificada como argilosa ou asfáltica.

2.3.4.1 BARRAGEM DE ENROCAMENTO COM NÚCLEO ARGILOSO


Apresenta uma zona impermeável formada por material granular e núcleo argiloso que pode
ser central ou inclinado para a montante, sendo o último mais vantajoso, pois oferece maior
estabilidade ao talude de jusante, porém é necessário garantir que o reservatório não sofrerá
rebaixamentos para não comprometer a estabilidade de talude de montante (GAIOTO, 2003).

Figura 4: Barragem de terra - enrocamento com núcleo central (Fonte: Massad, 2010)

Figura 5: Barragem de terra - enrocamento com núcleo inclinado para a montante (Fonte: Massad, 2010)

2.3.4.2 BARRAGEM DE ENROCAMENTO COM NÚCLEO ASFÁLTICO


O uso de argila no núcleo da barragem pode gerar problemas relacionados à compactação em
regiões chuvosas, aumentando o tempo de obras. Nesses casos, o uso de um núcleo de origem
asfáltica é mais adequado. O concreto asfáltico possui alta impermeabilidade, o que permite
que a vedação da barragem seja bem feita, mesmo em regiões com altos índices
pluviométricos. Além disso, por ser um material visco elástico, o concreto asfáltico tem
capacidade de auto-cicatrização, resistindo aos recalques diferenciais e, assim, evitando falhas
estruturais.
Figura 6: Barragem de terra com núcleo asfáltico (Fonte: ICOLD, 1999)

No Brasil, esse tipo de barragem, apesar de ter mostrado eficiência em relação ao tempo de
obra, ainda é pouco disseminado. Existem apenas dois exemplos de barragens com núcleo
asfáltico no país, ambos para geração de energia: a UHE de Foz do Chapecó, construída no
Rio Uruguai, entre os estados do RS e de SC, e a UHE de Jirau, em Rondônia.

2.4 ESCOLHA DO LOCAL PARA A IMPLANTAÇÃO


A escolha do local para a implantação da barragem de terra pode ser influenciada por diversos
fatores. Dessa forma, é necessário uma pesquisa do local para que a construção seja facilitada
e de baixo custo.

Os principais fatores são a topografia e os materiais de construção. Segundo Eletrobrás


(2000), a barragem de terra é apropriada para locais onde a topografia se apresenta
suavemente ondulada, nos vales pouco encaixados, e onde existam áreas de empréstimo de
materiais argilosos/arenosos suficientes para a construção do maciço compactado.

Outros fatores que também contribuem para a escolha do local é a construção do vertedouro
isolado do maciço da barragem que pode ser uma vantagem econômica e as condições
geológico-geotécnicas do local pois são elas que ditam a forma como serão tratadas as
barragens para conseguir estabilidade, melhor percolação da água e evitar que a barragem se
deforme.

3 INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS
3.1 INVESTIGAÇÕES DAS FUNDAÇÕES
As investigações das fundações das barragens de terra são de essencial importância e os
resultados delas podem interferir até na decisão final relativa a se construir ou não a estrutura
naquela localidade. Isso porque, segundo Gaioto (2003), a fundação do maciço apresenta três
dos principais parâmetros que influenciam de maneira mais efetiva em obras, sendo eles:
resistência, permeabilidade e compressibilidade.

O primeiro passo desse processo é a investigação superficial, que consiste em visitas ao


terreno e análise de mapas avaliativos da região. Os objetivos são descobrir como são as
rochas presentes no local e como elas estão distribuídas, qual o grau e os tipos de
intemperismo sofridos por elas e características gerais das juntas dessas rochas (como
mergulho e extensão). Identificar o tipo de solo que está presente na região, ou se ela está
fundada em rocha bruta, é uma das consequências dessa etapa. No caso de fundações em solos
argilosos, sabe-se que fazer com que a estrutura seja estável exigirá um maior cuidado, mas
quando o solo contém cascalho esse fator não é tão preocupante. Entretanto, a atenção deverá
ser voltada para impermeabilização. Os rochosos, por sua vez, apresentam significativas
resistências mecânica, à percolação e à erosão.

Também são feitas algumas sondagens. Na sondagem à percussão são realizadas perfurações
e fixados amostradores a cada metro de profundidade do solo. A partir de testes laboratoriais
nas amostras indeformadas retiradas são determinados os tipos de solo presentes em cada
nível, sua deformabilidade e resistência à penetração. Ademais, nos furos realizados nesse
procedimento são feitos ensaios de permeabilidade. Quando o nível da fundação já é inferior
ao em que a sondagem à percussão acontece, ocorre a sondagem rotativa. Nela, sondas
rotativas retiram amostras de rochas (“testemunhos”) e testes feitos com elas determinam por
exemplo sua permeabilidade, grau de alteração e número de fraturas por metro. Há ainda a
sondagem sísmica, onde análises da velocidade com a qual o solo ou a rocha propagam ondas
causadas por explosões geradas na redondeza possibilitam a caracterização em perfis
retilíneos desse elemento, além de indicarem a existência de descontinuidades na rocha.
Poços e trincheiras de inspeção são aberturas verticais que permitem a retirada de amostras
deformadas ou não do subsolo e a análise visual dos elementos ali presentes, sendo vitais para
os projetos de escavação das fundações.Só são feitas trincheiras caso a extensão da área que
se deseja analisar a partir desse método investigativo for ampla.

Figura 7: Poço de inspeção (Fonte: TORRES GEOTECNIA, 2019)


Outros métodos usados na investigação das fundações dos terrenos onde se localizarão as
barragens de terra são os ensaios, que podem ser laboratoriais ou de injetabilidade. No
primeiro caso, amostras indeformadas são submetidas a testes que avaliam massa específica,
compactação, granulometria, limite de liquidez e de plasticidade, sendo essa caracterização,
junto às sondagens anteriormente explicadas, a responsável pela escolha de amostras que
passam posteriormente por testes de resistência, permeabilidade e compressibilidade.
Enquanto isso, os ensaios de injetabilidade são realizados em áreas onde é desejável reduzir a
permeabilidade, o que é feito por meio de injeções, em geral, de cimento. O ensaio é feito
justamente a fim de entender o grau de injetabilidade da rocha e o quanto a injeção vai
contribuir para a redução da permeabilidade almejada.

Figura 8: Ensaio de Injetabilidade: injeção de calda de cimento (Fonte: NARESI, 2019)

3.2 INVESTIGAÇÕES DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO


Assim como nas fundações, as investigações geológico-geotécnicas são de extrema
importância. São elas as responsáveis por obter os parâmetros de resistência, permeabilidade e
compressibilidade dos materiais das jazidas de empréstimos para a construção da barragem de
terra.

De modo geral, há três tipos de materiais a serem investigados: os materiais terrosos, os


materiais granulares e os materiais de enrocamento. Segundo GAIOTO, todos eles passam por
ensaios laboratoriais que serão especificados a seguir:
1) Materiais terrosos: são eles os mais usados e com maior volume. Geralmente, o primeiro
estudo a ser feito é a avaliação do volume disponível na área de empréstimo, já que há um
custo muito alto no transporte. Isso implica que as jazidas de empréstimos precisam estar
próximas da barragem. Já a sequência básica das investigações mais específicas constitui-
se por sondagens a trado, para coletar amostras a cada metro perfurado, e, logo em
seguida, a amostragem é levada para ensaios de laboratório. Os ensaios feitos são:
a) Umidade natural
b) Limite de liquidez
c) Limite de plasticidade
d) Granulometria
e) Massa específica dos grãos
f) Compactação Proctor normal

Os dados observados são colocados em gráficos, que indicam se é preciso irrigar ou secar os
materiais.

2) Materiais granulares: são usados para filtros e drenos e podem ser de origem natural (areia
e cascalho) ou artificial (pedras britadas). Quanto aos ensaios realizados, há as seguintes
investigações:
a) Granulometria
b) Massa específica dos grãos
c) Densidade máxima e mínima
d) Permeabilidade
3) Materiais de enrocamento: são importantes para evitar
a erosão causada pela água em movimento dentro das barragens. Podem ser encontrados
em escavações das fundações de concreto e túneis ou em pedreiras específicas. Os ensaios
básicos são:
a) Desagregabilidade
b) Análise petrográfica
c) Britagem

A partir dos resultados de todas as análises, são selecionados os materiais a serem utilizados
para a construção da barragem. Geralmente, a maioria dos solos pode ser usada para esse tipo
de construção, com exceção de matéria orgânica, silte, rocha moída e as argilas com limites
de liquidez acima de 80%.

Figura 9: Exemplo de área de empréstimo de uma barragem (Fonte: GAIOTO, 2003)

3.3 ELEMENTOS DE VEDAÇÃO E DRENAGEM


Após um estudo adequado sobre como são o solo (suas propriedades de porosidade e
permeabilidade, por exemplo) e o clima no terreno onde se localizará a barragem, são
definidos como serão aplicados os elementos de vedação e de drenagem na estrutura do
sistema em questão.
Um desses elementos é a trincheira de vedação, que é preenchida com argila compactada e
contribui com a impermeabilização da barragem.
A cortina de injeção deve ser colocada se mesmo com a trincheira de vedação ainda houver
fluxo. É um conjunto de furos preenchidos com material impermeabilizante introduzido sob
pressão na estrutura da barragem, de modo a ocupar alguns espaços vazios presentes nela.
O tapete impermeável é voltado à montante e também tem como função reduzir o fluxo que
passa pela fundação da barragem. Ele começa no centro da estrutura e segue um caminho
quase horizontal até ultrapassar o talude de montante.
Há dois tipos de filtros usados em barragens de terra: os verticais e os horizontais. Os
primeiros, também chamados filtro chaminé, drenam possíveis fluidos presentes no maciço e
os encaminham para o pé da jusante através do segundo.
O chamado dreno de pé é o elemento que conduz os fluidos percoladas pelos filtros para fora
do maciço até algum rio, por exemplo.
Por fim, poços de alívio (conjunto de furos de escoamento) têm a função de reduzir a pressão
à qual é submetida a fundação devido a percolação dos fluidos.

Figura 10: Barragem Homogênea (Fonte: <https://www.slideshare.net/welvisfurtadoptn/apostila-barragens-


feagr2011>)

Figura 11: Barragem Zoneada (Fonte: <https://www.slideshare.net/welvisfurtadoptn/apostila-barragens-feagr2011>)


4 CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM
4.1 TIPOS DE EQUIPAMENTOS
De acordo com TEIXEIRA, as etapas de construção de uma barragem de terra são: escavação,
transporte, espalhamento, separação de materiais, correção de umidade, homogeneização e
compactação. Essas são etapas construtivas do maciço. Cada fase exige equipamentos
específicos, mas cada um eles podem ser necessários em mais de uma etapa.

No processo de escavação, são utilizadas escavadeiras (giratórias, retroescavadoras ou ainda


de outros tipos), pás carregadoras, dragas (de arraste ou de sucção), scrapers e loaders. Os
dois primeiros são amplamente utilizados e se fazem essenciais quando o solo escavado não
apresenta homogeneidade. Enquanto isso, scrapers são empregados quando a área escavada é
fina e homogênea. Sua principal vantagem é que ele já realiza o depósito do material
escavado em camadas. Por sua vez, loaders são financeiramente vantajosos, mas só podem
ser aplicados em escavações em solos amplos e homogêneos.

Para o transporte, são usados caminhões basculantes, vagões, correias transportadoras, calhas
e tubulações. Esses caminhões são importantes para a mistura dos componentes, já que
basculam o conteúdo em seu interior em todas as direções. Já os vagões, que transportam
materiais terrosos, têm basculação no fundo de seu interior e podem ser operados em altas
velocidades, mas seu uso pode gerar laminação superficial do solo. As correias
transportadoras precisam de uma diferença de nível para funcionar bem, portanto são
indicadas em terrenos nos quais essa característica é marcante.Por fim, calhas e tubulações
são usadas, principalmente, em casos de barragens de rejeitos, sendo que na primeira o
transporte é feito por ação da gravidade e no segundo ele é realizado com base em sistemas de
bombeamento.

A terceira etapa é o espalhamento e envolve motoniveladoras e tratores de esteiras. A


diferença entre eles é que o trator de esteira é mais indicado para os casos de barragens de
enrocamento, já que é capaz de empurrar as pedras que compõe esse tipo de estrutura com
maior facilidade, possibilitando uma transição adequada entre os materiais que compõe o
núcleo e as extremidades do maciço.

Na fase de separação de materiais, o processo pode ser feito manualmente, com uso de
equipamentos na obra ou em usinas. Tudo depende das diferenças de granulometria, por
exemplo, dos materiais ali presentes. Um dos equipamentos que pode ser usado para isso é a
peneira vibratória mecânica, que, por meio de movimentos verticais e horizontais, separa os
materiais em uma malha de tela através de seu tamanho.

A fim de corrigir a umidade, a maioria dos processos deve ser feita fora do local da barragem.
Como no transporte é perdida umidade, deve-se escavar material com maior teor de água do
que o desejado no final. Quando é preciso hidratar os componentes no local da obra, podem
ser usados caminhões-pipa. Já nos casos em que a umidade está excessiva, a secagem ao sol é
o principal método utilizado. Em casos extremos, pode ser necessária a retirada da camada
solta do solo e posterior reconstrução dela.

Para a homogeneização, o equipamento empregado é uma grade de discos, em geral puxada


por trator. Tal maquinário é usado de forma contínua, enquanto outras fases anteriores à
compactação acontecem.

Na etapa de compactação, a final para a construção do maciço, é feito o uso de rolos


(pneumáticos, vibratórios, pé de carneiro e tipo tamping), placas vibratórias ou compactadores
manuais. A escolha de uso de cada um vai de acordo com o tipo de solo, já que a pressão a ser
exercida muda de um solo de silte para um argiloso, por exemplo.

Para a construção de outros elementos da barragem de terra, como galerias de injeção e


sistemas de drenagem, os equipamentos utilizados são basicamente os mesmos mencionados
até aqui. Existem exceções, como quando é preciso instalar componentes de grande peso. Para
esses fins, guindastes são empregados.

Figura 12: Rolos compactadores a) pé-de-carneiro; b) vibratório Fontes: a) b).


4.2 MÉTODOS CONSTRUTIVOS
4.2.1 LIMPEZA E PREPARO DO TERRENO
Toda a vegetação, a matéria orgânica e o solo superficial devem ser removidos do terreno que
formará a base da barragem. Matacões e blocos de rocha também, para que a compactação
seja melhor executada Além disso, deve-se selecionar as áreas de empréstimo, que são regiões
de onde será retirado o substrato edáfico para compor o aterro da barragem, de preferência
localizadas dentro da região que será utilizada de reservatório. Essa seleção é realizada por
meio de análises do solo, laboratoriais ou até mesmo de avaliações visuais desse. Na
escavação, é importante que a retirada do solo impermeável acima não exponha as camadas
permeáveis, pois isso pode acarretar em problemas como a percolação. Outro detalhe,
segundo STEPHENS (2011), é não realizar escavações a menos de 10 m do pé do aterro.
No assentamento da barragem, a crista deverá assumir a posição horizontal, sem que ocorra
sobreassentamento ou assentamento desigual. Isso é facilitado com a utilização de solos com
maior qualidade, menos grosseiros.
Os vertedores naturais são melhores para as barragens de terra, mas, para atingir a inclinação
ideal projetada, ocasionalmente serão necessárias algumas escavações, evitando-se a
movimentação de máquinas sobre a área do descarregador, para que não aconteça
sobrecompactação e mais tarde causar erosão no canal.

4.2.2 CONSTRUÇÃO
DO ATERRO Figura SEQ Figura \* ARABIC 13: Limpeza de
4.2.2.1 NÚCLEO E TRINCHEIRA DE VEDAÇÃO
Inicialmente, prepara-se a trincheira de vedação. As dimensões dela são definidas no projeto,
de acordo com as especificações da barragem, como o seu tamanho, e com o equipamento
utilizado na construção. As escavações devem ser realizadas até que se atinja uma camada
impermeável, formada de rocha sólida ou argila. Essa impermeabilidade deve ser garantida
para que não ocorra nenhum tipo de infiltração através do aterro, porquanto a má execução ou
a escolha de materiais inadequados nessa fase pode acarretar grandes prejuízos quando a
barragem estiver funcionando.
As barragens de aterro homogêneo normalmente não possuem núcleo, já que são construídas
de modo que todas as camadas sejam feitas do mesmo material.
Após verificar a qualidade da escavação e atestá-la, inicia-se o aterramento. Escolhe-se o
melhor solo argiloso para ser utilizado nesse processo. De acordo com STEPHENS (2011),
ele deve ser compactado em camadas que possuem entre 50 e 75 mm, ao longo de toda a
extensão da trincheira, até que atinja-se o nível do solo. Executar essa etapa no período de
estiagem é mais viável, para que a erosão seja minimizada.

4.2.2.2 ATERRO
O sistema de drenagem interna da barragem é utilizado para permitir o escoamento das águas
que percolaram pelo interior da fundação e da barragem. Ele é composto por filtros apoiados
sobre a fundação, e composto por várias camadas de materiais de permeabilidade elevada que
drenam e filtram. Normalmente, são construídos em finas camadas, lançadas junto ao aterro e
compactadas com este.
A compactação deverá ser realizada de modo que nenhuma camada possua espessura
excedente à recomendada, e o monitoramento constante da barragem durante sua construção é
elementar para garantir que os tipos de solos corretos são utilizados nas seções apropriadas.
Para assegurar que essas características do aterro sejam obedecidas, a correção da umidade
das camadas é essencial e pode ser realizada por meio de aeração ou irrigação, mas deve-se
tomar cuidado para que esses processos não diminuam a resistência da barragem, caso esta
fique muito úmida, por exemplo. Além disso, deve-se atentar à conformidade dos taludes em
relação aos limites do projeto, principalmente em relação à inclinação. Essa verificação é feita
para garantir a estabilidade da estrutura do aterro e pode ser feita com a ajuda de moldes,
estacas e instrumentos que indicam o prumo.
O coroamento da barragem deve ser construído com geometria inclinada para o lado montante
do aterro, o que possibilita o escoamento da água da chuva para o reservatório. A soleira
também deve ser levemente convexa, de modo que o solo fique centralizado e confira um
maior assentamento. De acordo com o projeto, segundo STEPHENS (2011), há a necessidade
de um enrocamento de pedra arrumada ou betonagem na base do aterro e de um dos lados do
vertedor, para assegurar que a erosão seja mínima.
Nas barragens zonadas, o material de terraplanagem é dividido em três, retirado, de
preferência, de locais de empréstimo distintos. Impermeável para o núcleo (argila ou material
asfáltico), permeável para a face jusante e semipermeável para montante (concreto ou
polietileno de alta densidade, no geral).
Finalmente, instala-se uma cobertura de vegetação rasteira na camada superior do aterro, que
deve ser composta de solo superficial de boa qualidade, para estimular uma densidade maior
de plantas. Assim, reduz-se o desgaste da camada externa do aterro por ação de intemperismo,
e a agregação das camadas que compõem o aterro é elevada pela ação das raízes.
Quando essa cobertura vegetal não é suficiente para evitar a erosão da barragem, utiliza-se um
rip-rap. Materiais de transição são postos entre o aterro e o enrocamento de pedra, lançados
em camadas com uma transição gradual de tamanho dos blocos, e compactados por rolos
vibratórios ou pneumáticos.
O rip-rap pode ser lançado ou feito com pedras arrumadas. O primeiro tipo é constituído de
uma camada de blocos rochosos lançada sobre um filtro, que serve de obstáculo para a fuga
de materiais mais finos que formam o maciço da barragem. Esses blocos não podem ser
arredondados, para que não ocorra deslizamento. Já o segundo tipo é utilizado quando é
possível organizar uma camada de blocos de pedra bem definida, em que os vazios são
preenchidos por pedras menores, e a qualidade desses blocos deve ser ótima. Em ambos os
casos, a rocha constituinte deve possuir alta resistência e dureza, para suportar os fatores
climáticos.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 14: Construção de aterro para barragem.


4.2.2.3 DESVIO DO RIO
O desvio do rio é realizado de acordo com a amplitude do vale desse curso de água. Se for
amplo, pode-se estrangulá-lo e orientá-lo para um sentido mais conveniente, no seu próprio
leito. Já se for mais fechado, a melhor opção é desviá-lo por meio de canais e túneis. Nesse
caso, há vários riscos que devem ser analisados e medidas para preveni-los. A principal
medida é realizar o desvio do rio no período de estiagem, para minimizar as vazões de água
nos canais construídos e, assim, reduzir a possibilidade de galgamento das ensecadeiras, que
devem ser vedadas por material que as impermeabilize.

5
ANÁLISE DE

SEGURANÇA E IMPACTOS
Figura AMBIENTAIS
SEQ Figura \* ARABIC 15: Desvio de rio por estrangulamento em
A construção de barragens comumente é tida como um processo de alto risco, podendo
resultar em grandes tragédias ambientais e humanitárias. Os desastres recentes ocorridos no
Brasil apenas reiteram essa perspectiva, colocando em foco os potenciais riscos dessas
estruturas. Dessa forma, é necessário que certos cuidados sejam tomados a fim de garantir o
bom funcionamento e a segurança dessas construções e, para isso, foi criada a Lei n.
12.334/10, estabelecendo a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB).

De acordo com A. Veiga Pinto (2008), o risco é um valor atingido a partir de considerações
de acontecimentos indesejáveis aliados à probabilidade de intervenções externas ou internas
no processo de construção e funcionamento da barragem. É impossível admitir um risco nulo
na construção de uma barragem. Assim, o objetivo da análise de segurança é, não anular, mas
oferecer transparência quanto aos riscos da estrutura e reduzi-los ao mínimo.

[...] como a Engenharia de Barragens não é uma ciência exata a ponto de se poder
eliminar completamente o risco de um acidente ou incidente, a segurança de
barragens deve ser a prioridade máxima em todas as fases de seu desenvolvimento
e uso, incluindo o planejamento, projeto, construção e fases de operação e
manutenção. [...] O propósito dos programas de segurança de barragens é
reconhecer os perigos potenciais oferecidos pelas estruturas e reduzi-los a níveis
aceitáveis. (MÔNICA SOARES REZIO ZUFFO, 2005)

5.1 GESTÃO DE RISCOS


Um conceito muito utilizado em análise de segurança é o de "gestão de risco". Alexandre Vaz
de Melo (2014) define esse conceito como uma série de atividades de avaliação. A avaliação
consiste em um processo de análise e apreciação (mitigação) de riscos. Vale ressaltar que,
segundo ICOLD (International Commission of Large Dams) (2005), apud Alexandre Vaz de
Melo (2014), a avaliação de risco não é uma propriedade da barragem, é apenas uma
interpretação do estado de confiança dela. A análise é, basicamente, a identificação dos
acontecimentos indesejáveis e do que principiou esses acontecimentos, a percepção de como
as estruturas estão reagindo a esse novo fator e as consequências dessas reações. Vários
métodos podem ser aplicados para se fazer a análise de riscos. Entre eles, temos o LCI
(Location, Cause and Indicator) e o FMEA (Failure Modes and Effects Analysis). Uma vez
feita a análise, é preciso fazer sua apreciação. Guru Prem (1995), apud Maria Teresa Viseu,
define a apreciação como um processo subjetivo, pois leva em conta a percepção de cada
indivíduo em relação à possível ameaça provocada pela ocorrência de um evento negativo,
essa visão, de acordo com ele, é influenciada pelo o grau de conhecimento individual do risco,
pela severidade potencial das consequências, dentre outros fatores. Assim, segundo ..."[...]
embora o risco seja inerente às obras geotécnicas, este poderá ser gerido de modo eficiente se
forem introduzidos princípios básicos de Análises de Riscos".

5.2 IMPACTOS AMBIENTAIS


As barragens são estruturas de extrema importância para o desenvolvimento do país. Contudo,
nos últimos anos, suas construções têm sido alvo de inúmeras críticas devido às grandes
dimensões dos impactos ambientais causados por elas.

Alguns dos principais impactos ambientais são listados a seguir:

● inundação de grandes áreas (urbanizadas ou áreas de grande diversidade biológica);


● alteração do regime de vazão dos rios;
● erosão das margens e do fundo do canal a jusante da barragem;
● possibilidade de alteração no micro-clima;
● alteração no teor de matéria orgânica dissolvidos no efluente;
● estratificação térmica do reservatório;
● alteração da qualidade da água;
● contaminação e eutrofização das águas do reservatório;
● instabilidade das encostas.

6 ESTUDO DE CASO - BARRAGEM DE FUNDÃO, MARIANA-MG


Em 5 de novembro de 2015, a Barragem de Rejeitos de Fundão (BRF), em Mariana - MG, se
rompeu, liberando 43,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração no Rio Doce. A
barragem tinha estocagem de 55 milhões de metros cúbicos. O desastre causou 19 mortes
humanas, além de danos a fauna e flora locais, o que a tornou a maior tragédia ambiental da
história brasileira.

6.1 CIRCUNSCRIÇÃO DO PROBLEMA


A Barragem de Rejeitos de Fundão integrava o sistema de disposição de rejeitos da unidade
Germano, da Samarco, juntamente com a Barragem de Rejeitos de Germano e a Pilha de
Rejeitos da Cava do Germano. Ela foi projetada para receber os rejeitos produzidos na Nova
Planta de Beneficiamento de Alegria, pertencente à Vale S/A, e da Usina de Beneficiamento
de Germano. A figura 16 mostra a localização da barragem.
Figura 16: imagem de satélite da Barragem de Fundão e do subdistrito de Bento Rodrigues

A BRF foi construída a partir do método de alteamento à montante, método no qual a crista da
barragem é deslocada, a partir de uma barragem inicial (dique de partida), na direção do
reservatório. Após a formação do dique de partida, são construídos novos diques a partir da
deposição dos rejeitos à montante da crista (figura 17).

Figura 17: modelo de barragem à montante (Fonte: McLeod e Bjelkevik, 2017)

O método de alteamento à montante aumenta a capacidade do reservatório. No entanto, para


que ele funcione é preciso que haja sedimentação dos rejeitos, visto que os novos diques são
construídos sobre a praia de rejeitos já sedimentados. Se não houver uma sedimentação
adequada, é possível que haja problemas de subpressão no reservatório devido à variação da
percolação da água. Isso pode causar problemas nas fundações da barragem, alterando as
condições geológico-geotécnicas da região.
Os rejeitos depositados na BRF eram constituídos por cerca de 70% de rejeitos arenosos e
30% de rejeitos finos (de lama). Pensando nisso, o projeto da barragem contava com dois
diques: o dique 1, que receberia os rejeitos arenosos, e o dique 2, responsável pelos rejeitos de
lama. Em 2009, foi identificada a formação de piping próximo ao dique 1. Foi, então,
construído o dique 1A para permitir que a barragem continuasse funcionando, enquanto eram
feitos os reparos necessários no dique 1. Os três diques são mostrados na figura 18.

Figura 18: localização dos diques (Fonte: Ministério do Trabalho e Previdência Social - Relatório de Acidente)

Durante as obras de fundação foi detectada a presença de muito solo mole na região. Esse solo
precisou ser removido, o que atrasou a construção dos diques e exigiu mudanças no
posicionamento dos drenos de fundo, a fim de colocá-los em local de fundação mais estável,
bem como a substituição deste solo por aterro compactado nas regiões de galeria. As figuras
19 e 20 mostram, respectivamente, as obras de fundação dos diques 1 e 2.
Figura 19: construções das fundações do dique 1 (Fonte: Ministério do Trabalho e Previdência Social - Relatório de
Acidente)

Figura 20: construção das fundações do dique 2 (Fonte: Ministério do Trabalho e Previdência Social - Relatório de
Acidente)

6.2 ANÁLISE E DIAGNÓSTICO DOS FENÔMENOS PRESENTES


Ao analisar as causas do acidente da barragem de Fundão, em Mariana, existem fatos
principais e fatos secundários que influenciaram no desastre. Segundo a conclusão do
Ministério do Trabalho e Emprego de Minas Gerais, que realizou as fiscalizações por ser um
acidente de trabalho, a principal causa foi a insuficiência na drenagem. Tal fato foi detectado
desde o início da construção da barragem, em 2008, que, desde então, também começou a
sofrer erosões, o que piorou a situação.

Além disso, houve também causas secundárias que contribuíram para o acidente como a
mudança do eixo da barragem sem que houvesse novos estudos e cálculos, manutenções
precárias, drenos entupidos, ausência de canaletas e vazamentos. Há também hipóteses de que
tremores sísmicos auxiliaram no desabamento da barragem, que é um processo natural, mas
quase não produz interferências. Porém, com o uso de equipamentos pesados, como
caminhões, próximo do local e detonação de minas também próximas da barragem, houve
tremores suficientes para propiciar a liquefação (processo que transforma um material sólido
em líquido). Assim, o excesso de água fez com que o rejeito apresentasse características mais
fluidas, diminuindo a resistência mecânica oferecida à barragem. Outra irresponsabilidade da
empresa Samarco foi o fato de ignorar as medições dos piezômetros, que apresentavam níveis
de riscos acima do normal, além da falta de controle na elevação de alteamentos, que foi
necessária devido ao aumento na produção de rejeitos. A recomendação era que as obras
deveriam subir de 5 a 10 metros por ano, mas a empresa elevou o aterro a um ritmo de 15
metros por ano.

Diante das análises e diagnósticos desse desastre, mesmo após tanta repercussão do caso e
alertas às mineradoras, houve uma outra situação semelhante que foi o caso da mina Córrego
de Feijão, em Brumadinho, em janeiro deste ano. O tipo de construção era a mesma
(montante), as fiscalizações eram dos mesmos donos e a falta de amparo caso houvesse algum
rompimento foi igualitária. Isso mostra, portanto, que entre responsabilidades e economias, as
empresas preferem gastar menos.

Figura 21: processo de liquefação no rejeito e na própria estrutura da barragem

6.3 FORMULAÇÃO DE SOLUÇÕES


Uma das principais causas da liquefação (mudança na fase do rejeito, tornando-o mais fluido),
motivo central do acidente, são os problemas de drenagem. Assim, é preciso garantir que esse
sistema esteja sempre funcionando de forma adequada. A Samarco foi notificada em 2011,
quatro anos antes do desastre, pelo ITRB, órgão de consultoria para obras de engenharia, a
respeito de falhas no sistema de drenagem, mas não acolheu à notificação. Portanto, uma das
possíveis formas de evitar problemas do gênero é elaborar os projetos de drenagem com
cautela intensificada e realizar manutenção periódica nessa parte da estrutura.

Outra medida interessante do ponto de vista de evitar a liquefação é o afastamento da linha


freática em relação aos taludes, já que a presença de água muito próxima ao maciço da
barragem e aos rejeitos reduz a estabilidade da estrutura (já que facilita a erosão) e aumenta
também as chances de ocorrer a mudança na fase dos rejeitos.

O fato da empresa ter alteado a barragem para comportar um volume maior de rejeitos em um
ritmo mais acelerado que o recomendado também influenciou para o ocorrido. A necessidade
da drenagem efetiva do rejeito antes dele ser utilizado no corpo do talude é o que guia o fato
da cota máxima de alteamento ser fixa a 10 metros / ano: se o ritmo de alteamento é mais
intenso que o recomendado, o tempo necessário para a drenagem completa não é respeitado.
Assim, a estabilidade da estrutura é mais uma vez prejudicada. Portanto, deve-se seguir à risca
as indicações para esse procedimento, de modo a evitar desastres. Além disso, o método
construtivo de alteamento à montante, utilizado em uma parte significativa das barragens de
terra e na do Fundão, apesar de mais barato, é menos seguro e portanto deve ser evitado.
Entende-se que outra medida que evita a ocorrência de mais episódios do tipo é, então, a
substituição do alteamento à montante por algum método mais seguro, como o alteamento à
jusante. Em Minas Gerais, após o desastre de Mariana, foi estabelecido que não seriam mais
fornecidos licenciamentos a obras em barragens que utilizassem tal método.

Como parte de mais medidas tomadas de modo a evitar a reprodução de rompimentos de


barragens de terra, a Samarco completou em estruturas semelhantes à de Mariana obras de
segurança e suporte exigidas por norma, além de ter incorporado nas barragens mais alguns
sistemas de segurança e monitoramento (como a instalação de sirenes nas comunidades
vizinhas às barragens, a realização de simulados de emergência, o uso de um Centro de
Monitoramento e Inspeção (CMI) - responsável pela análise de dados online e inteligência
aplicada - e a elaboração do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração
(PAEBM) e do Plano de Apoio ao Gerenciamento de Crise (PAGC)).

Em respeito a minimização dos impactos ambientais e para evitar o rompimento de barragens


no mesmo curso do Rio Doce, algumas ações foram realizadas também pela Samarco. A
construção de diques de contenção de rejeitos foi uma delas. O primeiro foi o dique S1,
seguido por S2, S3 e S4, sendo esses quatro os principais. S1 foi inaugurado ainda em
dezembro de 2015 e S2 em fevereiro do ano seguinte, ambos localizados logo abaixo da
barragem de Santarém e objetivando a contenção de rejeitos entre Fundão e Santarém. A
barragem de Germano foi reforçada, de modo a aumentar sua estabilidade e seu sistema de
drenagem foi ampliado. Já a de Santarém foi completamente remodelada. A construção dos
diques S3 e S4 foi posterior aos eventos anteriormente mencionados e objetivaram conter os
rejeitos que ali ainda existiam, melhorando a qualidade das águas do Córrego Santarém.

Figura 22: Esquematização do curso do rio, barragens e dois dos diques instalados (Fonte:
https://www.samarco.com/segurancas/)

6.4 ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAÇÃO


A fim de se evitar o fenômeno de liquefação foram sugeridas as seguintes soluções no tópico
anterior: a elaboração de projetos de drenagem com cautela e manutenção periódica e, o
afastamento da linha freática.

Para os drenos é necessário que a água que percola pelo corpo da barragem seja drenada com
a máxima eficácia. Dessa forma, os drenos devem ser verificados com freqüência e, em caso
de entupimento podem ser utilizados jatos de água ou ar para desobstruí-los. Uma alternativa
para os efeitos causados pelo nível freático muito próximo ao talude de jusante é a instalação
de drenos sub-horizontais, dispositivos introduzidos nos taludes, encostas ou aterros que
possibilitam o escoamento das águas presentes nos maciços de maneira a aliviar os empuxos
que comprometem a estabilidade dos taludes.

A avaliação do nível da água procede a partir dos resultados obtidos de instrumentações


implantadas na barragem como o piezômetro e os indicadores de nível de água. Deste modo, o
projetista é capaz de identificar a suspeita de qualquer risco quanto a percolação indevida de
água. Por isso, a leitura e a análise de dados devem ser respeitadas com o intuito de atingir a
segurança das estruturas.
Conforme exposto anteriormente, a barragem de Fundão foi construída através do alteamento
à montante - método esse proibido nas novas construções por ser vulnerável à ocorrência de
acidentes causados por liquefação. Uma solução dada a esse problema foi o método de
alteamento à jusante. Nesse caso, a barragem cresce sobre ela mesma e os rejeitos são
lançados a jusante do dique de partida a partir de alteamentos sucessivos. Assim, cada
alteamento independe da disposição dos rejeitos, possibilitando a impermeabilização do
talude da barragem, o que contribui para a estabilidade da estrutura.

Figura 23: alteamento à jusante (Fonte: <https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/01/28/entenda-como-funciona-a-


barragem-da-vale-que-se-rompeu-em-brumadinho.ghtml>)

Após o rompimento da barragem de Fundão a Samarco executou o seu Plano de Ação


Emergencial de Barragens de Mineração. Para isso, foram implantados quatro diques (S1, S2,
S3 e S4) com a finalidade de estancar o vazamento de lama e rejeitos. Hoje, apenas o dique
S3 está em funcionamento, mesmo ocasionando alagamento em bosques e pastagens. Com o
propósito de evitar esse assoreamento a Samarco informou que está adotando ações como a
colocação de pedras, plantio de grama e implantação de mantas de geotêxteis. A empresa,
também, executou a manutenção da barragem de Santarém que foi afetada pela lama. Para
tanto, foram realizadas obras em seu maciço principal - com limpeza e desobstrução de
drenagens da estrutura, recuperação da crista, da ombreira direita e do pé da barragem - e o
reforço do talude de jusante.

6.5 MONITORAMENTO DO DESEMPENHO


Em 20 de setembro de 2010, a Lei Federal 12.334 foi publicada. Ela exige que as barragens
brasileiras sejam classificadas em relação ao seu risco e dano potencial, além de obrigar que
os proprietários realizem vistorias, relatórios periódicos e o monitoramento constante das
estruturas.

Esse monitoramento é dado por meio de avaliações visuais e de instrumentação. Esta deve ser
instalada numa seção de controle de localização justificada e a análise e interpretação dos
dados devem ser feitas de maneira metódica e coerente, para que sejam extraídas informações
úteis e importantes na verificação da estabilidade de uma barragem. Os principais
instrumentos utilizados são medidores de recalque, células piezométricas, inclinômetros,
medidores de vazão e medidores de nível. Além disso, nos últimos anos, vários métodos
numéricos computacionais foram implementados na análise de dados, como o método de
elementos finitos e redes neurais artificiais.

Os principais fatores a serem monitorados são a estabilidade da barragem em relação ao


tombamento (movimento de rotação), à flutuação (resultantes devido aos empuxos
hidráulicos) e ao deslizamento. Assim, verifica-se vazões de percolação, tensões no aterro,
poropressões, deformações no maciço e nas fundações, erosão, etc.

Os medidores de vazão são instalados para monitorar a percolação através do maciço e da


fundação, segundo SMIDERLE (2014), para comparar com as previsões feitas por análises
computacionais. Eles são úteis para verificar a eficiência dos sistemas de drenagem e garantir
que não ocorram efeitos como erosão piping (no interior do maciço). Alguns tipos de
medidores de vazão utilizados são a mureta, o triangular, o retangular e o trapezoidal
(geometrias das seções pelas quais flui a água).

Já os piezômetros são utilizados para determinar as poro-pressões no aterro e na fundação da


barragem. Sob esta, atuam as subpressões, os esforços que mais interferem na estabilidade do
maciço. Elas são a variação linear da pressão hidrostática no pé da barragem, de montante a
jusante. Além disso, no período construtivo, a pressão neutra, que é originada da água
presente nos poros dos solos compactados, deve ser medida no núcleo de barragens zonadas,
para que se garanta o equilíbrio dos taludes. São utilizados principalmente piezômetros
elétricos, hidráulicos ou pneumáticos. Os medidores do nível d’água funcionam de forma
análoga, mas são empregados para determinar o nível freático do solo, que é a superfície
superior de um corpo d’água subterrâneo, em que a pressão coincide com a atmosférica.

Finalmente, para determinar o deslocamento em barragens de terra devido às deformações


internas do maciço, deve-se antes identificar as regiões sujeitas a fissuras e a tensões que
possam acarretar essas deformações. Geralmente, os medidores de recalque são instalados na
fundação, em zonas onde há maior percolação e, assim, erosão interna, e de acordo com a
argila e o solo utilizados, e suas respectivas compressibilidades (a existência de diferentes
índices de compressão na direção longitudinal do maciço de uma barragem pode gerar o
desnível de camadas e trincas na estrutura). Os principais tipos de medidores de recalque
instalados são o IPT, os magnéticos e USBR.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das pesquisas efetuadas para a realização deste trabalho, foi possível uma
compreensão adequada por parte do grupo a respeito das barragens de terra como um todo e
de como elas são construídas.

Uma barragem de terra é uma estrutura de porte variado, constituída essencialmente por areia,
argila, silte e alguns elementos rochosos. Podem ser classificadas em: barragens de terra
homogêneas, zoneadas, de aterro hidráulico, de rejeitos ou barragens de enrocamento. Seus
principais elementos são crista, borda livre, taludes de montante e jusante e núcleo (caso de
barragem zoneada). A escolha do local da barragem segue a lógica de minimizar custos e se
baseia em aspectos topográficos e geológicos da região.

A fundação do terreno deve ser investigada minuciosamente, através de uma série de métodos
como: investigação superficial, sondagens, abertura de poços de inspeção e realização de
ensaios e, os materiais de construção do aterro também devem ser investigados. O
dimensionamento e necessidade de atenção especial aos elementos de vedação e drenagem da
barragem também são definidos a partir desses estudos. Alguns desses elementos são
trincheira de vedação, cortina de injeção, tapete impermeável, filtros, drenos de pé e poços de
alívio.

A construção de barragens de terra exige alguns equipamentos específicos, em especial na


parte do maciço. Alguns deles são escavadeiras, caminhões basculantes, motoniveladoras,
peneira vibratória mecânica, caminhões-pipa, grade de discos e rolos de compactação. Os
métodos construtivos são divididos em etapas da obra. Na parte de limpeza do terreno, deve
ser retirada a vegetação, matéria orgânica e solos superficiais, além de matacões e blocos de
rocha. Na fase de construção do aterro, algumas medidas devem ser tomadas: a trincheira de
vedação deve ser escavada até que se atinja uma camada impermeável, aterrada com solo
argiloso e compactada até ser atingido o nível do solo; na compactação, o monitoramento dos
solos utilizados é essencial, assim como a correção de umidade e a atenção à inclinação dos
taludes. Em casos de barragens zoneadas, ainda na compactação, é necessário o cuidado com
os tipos de materiais: impermeáveis nos taludes e permeáveis no núcleo. Quando é utilizado
rip-rap, deve-se fazer a transição adequada do material do maciço às pedras que o compõem.
No desvio do rio, o método usado varia pela dimensão do vale: se for amplo, ele é orientado
ora outra parte de seu leito; se for fechado, devem ser construídos canais e túneis de desvio.

O segundo objetivo do trabalho é relacionar a pesquisa feita com os assuntos da disciplina


Introdução à Geotecnia. Essa relação pode ser citada em praticamente todos os tópicos aqui
apresentados, mas serão aqui discutidos apenas alguns.

Por exemplo, quando é decidido o tipo de barragem a ser construído, leva-se em consideração
o tipo de solo presente na área de empréstimo. Em caso de material que, quando compactado,
gera baixa permeabilidade (como argilas) é feita uma barragem homogênea (quando o solo do
terreno é também seco e profundo), já quando há variedade nos materiais oferecidos, constrói-
se barragens zoneadas, com taludes formados por cascalhos e areias (mais permeabilidade,
menos retenção de água) e núcleo argiloso. Na construção de barragens de enrocamento, os
assuntos vistos em Introdução à Geotecnia também se fazem necessários: as rochas usadas
devem apresentar uma resistência alta ao intemperismo. Ademais, outra prova dessa intensa
inter-relação é o fato de que as investigações das fundações do terreno de construção são
muitas vezes gatilho para a troca do local de implantação da barragem, além de guiarem
completamente cada uma das etapas construtivas, sendo utilizadas até mesmo para a escolha
adequada do equipamento utilizado.

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Universidade Federal de Juiz de Fora.
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<https://sites.google.com/site/naresi1968/naresi/27-injecao-de-consolidacao-de-macico-
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Acesso em 29 maio. 2019.

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ALDAY, Andressa. O desastre continua: quarenta municípios em dois estados foram atingidos pelo
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SMIDERLE, Camila de Souza Dahm. Segurança de Barragens: Análise da Instrumentação da


Barragem de Itaúba. 2014. 224 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Escola de
Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. 2014.

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