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WBA0843_v1.

APRENDIZAGEM EM FOCO

FUNDAMENTOS BÁSICOS DE
GEOTECNIA EM MINERAÇÃO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Eduarda Pereira Barbosa
Leitura crítica: Petrucio Santos Junior

Nesta disciplina, você conhecerá as atividades envolvidas nas


operações de uma mina, os sistemas de disposição de rejeitos,
como as pilhas de estéreis e barragens de rejeitos e os principais
tipos de resíduos gerados, como estéreis e os materiais de rejeitos.
Além disso, aqui serão apresentadas as principais características dos
sistemas de disposição, como as formas geométricas e os métodos
construtivos de barragens.

O meio ambiente é uma das principais preocupações em


decorrências das atividades mineradoras. Nesse contexto, você
conhecerá os principais impactos causados ao meio ambiente e,
sobretudo, a importância da gestão ambiental na mineração. Dessa
forma, apresentaremos os principais conceitos sobre os Sistemas
de Gestão Ambiental por meio da contextualização de normas e
literaturas existentes. Ademais, será relatada a importância da
gestão de águas nas pilhas de estéreis e barragens de rejeitos.

Você também estudará sobre a gestão geotécnica das estruturas de


barragens, abordando a gestão de segurança com foco na Política
Nacional de Segurança de Barragens e guias do Instituto Brasileiro
de Mineração. É abordada a Gestão de Riscos nessas estruturas e as
vantagens decorrentes de sua implementação e o monitoramento
geotécnico por meio de inspeções visuais e instrumentação.

Por fim, serão apresentadas metodologias utilizadas na escolha do


melhor local para a construção tanto de pilhas de estéril quanto
barragens de rejeitos, em que uma dessas metodologias enfatiza
os possíveis danos ao meio ambiente e outra trata dos critérios
técnicos e econômicos, como a topografia do local, características
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geológicas e geotécnicas, hidrológicas, análise de custos, entre
outras.

Assim, ao final da disciplina, espera-se que você obtenha o


conhecimento sobre os fundamentos básicos de geotecnia em
mineração e que tenha subsídios para a tomada de decisões quanto
às estruturas de disposição de resíduos de mineração de maneira
mais eficiente, segura e econômica.

INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira


direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática
profissional. Vem conosco!

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 1

Resíduos de mineração e sistema de


disposição
______________________________________________________________
Autoria: Eduarda Pereira Barbosa
Leitura crítica: Petrucio Santos Junior
DIRETO AO PONTO

A indústria da mineração, assim como qualquer outra, gera resíduos.


Basicamente são produzidos dois tipos de resíduos na mineração,
conforme descrevemos no quadro a seguir.

Quadro 1 – Principais características dos resíduos de mineração


Tipo de resíduo Características
Estéreis São materiais decorrentes da escavação e extração
da cobertura superficial da jazida. Não possuem
valor comercial para mineração, pois possuem
baixa concentração de mineral de interesse e,
frequentemente, são compostos pela mistura de
solo e fragmentos de rocha, bem como também
materiais não-minerais extraídos da lavra.
Rejeitos São resíduos oriundos dos processos de beneficiamento
do minério extraído das jazidas. Tendo em vista que o
mineral de interesse comercial se encontra disperso
na estrutura da rocha, durante o beneficamente,
faz-se necessário reduzir granulometricamente
o material e, para isso, normalmente se utiliza
água, portanto, o resíduo é composto por
grãos finos e majoritariamente por água.
Fonte: elaborado pela autora.

Os resíduos da mineração são armazenados no próprio meio


ambiente, por essa razão, o local destinado para deposição
dos estéreis e rejeitos necessita ser licenciado pelos órgãos
ambientais competentes. Para tanto, é necessária a elaboração e
a apresentação de projeto técnico de acordo com as legislações e
normas vigentes, conforme disposto no Quadro 2.

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Quadro 2 – Principais legislações e normas sobre disposição de
resíduos da mineração

Legislações Características
e normas
Norma Reguladora de São materiais decorrentes da escavação e extração
Mineração nº 19 da cobertura superficial da jazida. Não possuem
(DNPM, 2001) valor comercial para mineração, pois possuem
baixa concentração de mineral de interesse e,
frequentemente, são compostos pela mistura de solo e
fragmentos de rocha, bem como também materiais não-
minerais extraídos da lavra.
Foi criada pela Portaria nº 237 do DNPM, de
18 de outubro de 2001, que define os critérios
técnicos a serem considerados em projeto.
Lei nº 12.334 Promulgada em 20 setembro de 2010, estabeleceu
(BRASIL, 2010) a Política Nacional de Segurança de Barragens
destinadas à acumulação de água para quaisquer
usos, à disposição final ou temporária de rejeitos
e à acumulação de resíduos industriais e, também,
cria o Sistema Nacional de Informações sobre
Segurança de Barragens de resíduos de mineração.
NBR nº 13.028 Estabelece os requisitos necessários para
(ABNT, 2017a) elaboração e apresentação de projeto de
barragens para disposição de rejeitos, contenção
de sedimentos e reservação de água.
NBR nº 13.029 Define os critérios necessários para
(ABNT, 2017b) elaboração e apresentação de projeto
de disposição de estéril em pilha.
Fonte: elaborado pela autora.

Tradicionalmente, a disposição dos resíduos de mineração,


especialmente os estéreis por serem inertes, é feita em forma
de pilhas. No entanto, o armazenamento dos rejeitos necessita
de um sistema mais sofisticado, visto que podem ser compostos
por materiais reativos quimicamente, o que pode gerar impactos
ambientais, por meio da contaminação dos corpos hídricos e
solo. Todavia, a disposição de rejeitos pode ser feita em pilhas,
desde que seja avaliada a necessidade e implantado sistema
de impermeabilização e drenagem com intuito de assegurar a
estabilidade do maciço e a proteção ambiental.
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Dependo da topografia do local para disposição dos resíduos e das
características dos materiais, as pilhas podem ser construídas com
diferentes geometrias, como pilha em vale, pilha em encosta e pilha
em planície. Cabe ao engenheiro avaliar e adotar qual método é
mais adequado para disposição dos estéreis e rejeitos em pilhas.

Os rejeitos podem ser, ainda, dispostos em outros sistemas:


subaquático, subterrâneo ou a céu aberto. O sistema de disposição
subaquática de rejeitos é recomendado para materiais finos e
reativos com o ar, no entanto, esse sistema de disposição pode
afetar ecossistemas aquáticos. O sistema de disposição subterrânea
do rejeito é recomendável quando a extração do minério é feita
em câmaras, desde que o material seja inerte e não apresente
perigo em potencial. Já o sistema de disposição de rejeitos a céu
aberto é um dos métodos utilizados no Brasil, no qual o resíduo de
mineração pode ser depositado em superfície ou em reservatório.

Dependendo da umidade do rejeito, a disposição em superfície


pode ser em forma de pilhas (resíduo úmido), como já relatado
anteriormente, ou em pit (resíduo em suspensão ou saturado). Na
disposição em pit, o rejeito pode ser lançado em superfície de duas
maneiras, no local onde foi extraído o minério ou paralelamente à
extração do minério, à medida que a lavra avança.

Já a disposição em reservatório exige que seja construída uma


estrutura de contenção (barragens e/ou diques). A estrutural inicial
de contenção deve ser construída com material permeável ou
impermeável, desde que sejam implantados sistemas que permitam
o fluxo de água e a drenagem dos efluentes. A capacidade do
reservatório pode ser aumentada sucessivamente, contanto que
seja previsto em projeto um plano de alteamento da sua estrutura.
Os alteamentos sucessivos das barragens de contenção de rejeito
podem ocorrer de três formas diferentes em relação ao dique de
partida:
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• Método de montante: método construtivo mais antigo e mais
empregado, no qual pode-se utilizar materiais de diferentes
origens (empréstimos, estéreis e/ou rejeitos) para realizar o
alteamento. Os rejeitos são lançados na barragem a partir da
crista por ciclonagem ou spigots.

• Método a jusante: nesse caso, o dique de partida é alteado


deslocando-se para jusante, por causa disso, ocorre aumento
significativo de volume de material usado, bem como
um aumento estabilidade do maciço construído, quando
comparado com método de alteamento de montante. Por
isso, a proteção superficial só pode ser construída ao final da
construção, quando a barragem atinge a cota máxima prevista
em projeto.

• Método da linha de centro: nesse caso, o alteamento é feito


tanto no sentido montante quanto jusante, de tal modo
que o eixo vertical da crista permaneça constante a cada
processo de alteamento. Esse método construtivo exige
sistemas de drenagem eficiente e de contenção a jusante para
proporcionar estabilidade a estrutura.

Atualmente, a construção de barragem pelo método montante


está em processo de descomissionamento e proibição, posto que
o maciço obtido por esse método construtivo apresenta baixa
segurança, algo que foi evidenciado pelos acidentes de rompimento
das barragens de Mariana e Brumadinho em 2015 e 2019,
respectivamente.

Referências bibliográficas
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13.028: mineração:
elaboração e apresentação de projeto de barragens para disposição de
rejeitos, contenção de sedimentos e reservação de água - requisitos. Rio de
Janeiro: ABNT, 2017a.

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ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13.029: mineração:
elaboração e apresentação de projeto de disposição de estéril em pilha. Rio de
Janeiro: ABNT, 2017b.
BRASIL. Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010. Estabelece a Política
Nacional de Segurança de Barragens destinadas à acumulação de água para
quaisquer usos, à disposição final ou temporária de rejeitos e à acumulação de
resíduos industriais [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2010.
DNPM. Departamento Nacional de Produção Mineral. Portaria nº 237, em 18
de outubro de 2001. Norma Regulamentadora nº 19. Brasília: DNPM, 2001.

PARA SABER MAIS

Os resíduos de mineração, sejam estéreis ou de rejeitos, podem ser


dispostos em pilhas. Um aspecto importante de projeto é definir a
geometria da pilha, que pode assumir diferentes tipos, como em
vale, transversal a um vale, de encosta, de crista ou em pirâmide,
conforme disposto na Figura 1.

A pilha em vale preenche um local de espaço da encosta até


outro, no qual deve ser avaliado o fluxo de água descendente. É
recomendável que a sua superfície seja inclinada, a fim de evitar
que a água seja represada sobre a pilha. Em vales também podem
ser construídas pilhas transversais a um vale, todavia, o maciço
não preenche o vale. Normalmente, a pilha transversal a um vale
permite passagem de veículos sobre a estrutura por meio de
estradas, vias de acesso ou trilhos ferroviários. Em contrapartida,
com o método anterior, a geometria da pilha transversal a um vale
exige um sistema de drenagem eficiente para evitar o acúmulo de
água a montante.

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Figura 1 - Geometrias das pilhas de resíduos de mineração:
(a) pilha em vale, (b) pilha transversal a um vale, (c) pilha de
encosta, (d) pilha de crista, (e) pilha em pirâmide

Fonte: adaptada de Hawley e Cunning (2017).

A pilha de encostas é disposta contra as encostas, cujo processo de


alteamento se inicia pelo fundo do vale. Dependendo da altura final
da pilha, o processo construtivo exige maiores quantidade de canais
de desvios, uma vez que o formato desse tipo de pilha é propício
ao maior acúmulo de água. A pilha de crista possui configuração
estrutural semelhante a pilha de encosta, pois os resíduos são
colocados em encostas, todavia o maciço possui declives para
ambos os lados do cume.

A pilha em pirâmide, também denominado popularmente no Brasil


de pilha de “bolo de noiva”, na verdade representa um tronco de
pirâmide que possui uma base retangular, tal que pode ter um dos
lados alongado. A base do maciço é preferencialmente construída
em local topograficamente planos ou ligeiramente inclinados.
Esse método de deposição dos resíduos favorece uma redução da
quantidade de água a ser tratada, pois o formato permite que a
precipitação ocorra diretamente sobre a estrutura, no entanto, o
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uso desse método é limitado por restringir uma menor quantidade
de resíduo por área impactada, quando comparado com os demais
métodos de disposição em pilha.

Compete ao profissional de engenharia avaliar qual tipo de


geometria da pilha é o mais adequado para disposição dos estéreis
e rejeitos. Para tanto, deve-se avaliar tanto as propriedades do
resíduo quanto a topografia do local onde a pilha será implantada.

Referências bibliográficas
HAWLEY, Mark; CUNNING, John. Guidelines for mine waste dump and
stockpile design. Clayton, Austrália: CSIRO Publishing, 2017.

TEORIA EM PRÁTICA

Suponha que você é o engenheiro que foi contratado para


elaborar o projeto de disposição do rejeito de mineração de ferro
em uma mina localizada Carajás/PA. Ao avaliar os processos
de beneficiamento do minério, você constatou que o resíduo
gerado era filtrado ao final do processo, no intuito de reduzir
significativamente a quantidade de água da polpa. Além disso, você
notou tanto em projeto topográfico quanto em campo que a área
licenciada para disposição do rejeito era bastante plana.

Diante dessa situação, argumente e aponte qual tipo geométrico de


pilha é mais adequado para disposição final desse rejeito.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

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LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

No Capítulo 7 (Ensaios e teste) do livro indicado são abordados os


principais ensaios de investigações geológicas e geotécnicas, para
tanto serão apresentados métodos de ensaios a serem realizado in
situ e em laboratório.

COSTA, W. D. Geologia de barragens. São Paulo: Oficina de Textos. 2012, Cap.


7.

Indicação 2

Com perspectiva de minimizar os impactos causados por disposição


de resíduos de mineração, tem-se buscado alternativas para o
12
armazenamento de rejeitos. Nessa dissertação são apresentadas e
analisadas duas alternativas para disposição final dos resíduos de
mineração: rejeito filtrado e codisposição.

SOUZA, W. A. dos R. Análise numérica do comportamento de pilhas de


rejeito filtrado e codisposição durante a construção. Dissertação (Mestrado
em Geotecnia) - Universidade de Brasília, Brasília, 2020.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. A realização da caracterização geológica e geotecnia são


fundamentais para elaboração do projeto de disposição dos
estéreis e rejeitos. Basicamente, os ensaios e testes devem ser
realizados tanto in situ quanto em laboratório, para tanto são
coletados dois tipos de materiais. Quais as características desses
materiais?

a. Consolidados e inconsolidados.
b. Solo natural e resíduos.
c. Estéreis e rejeitos.
d. Solos granular e sedimentar.
e. De primeira e segunda categoria.

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2. O armazenamento de resíduos de mineração em pilhas de
rejeitos filtrados e codisposição são alternativas técnicas e
ambientalmente adequadas para disposição dos rejeitos.
Todavia, a estabilidade do maciço é afetada por diversos
fatores, como a geometria. Assinale as opções que contém
aspectos que relacionam de forma assertiva a influência da
geometria na taxa de alteamentos dessas pilhas.

a. Quanto menor a inclinação do talude, maior é a taxa de


alteamento das pilhas.
b. A codisposição dos resíduos em pilhas permite maiores taxas
de alteamento.
c. Pilhas não drenadas permite maiores taxa de alteamento,
quando comparadas com pilhas drenadas.
d. Quanto maior a razão entre comprimento e largura da pilha,
maior é a taxa de alteamento das pilhas.
e. A drenagem da pilha não influencia na taxa de alteamentos
das pilhas de codisposição.

GABARITO

Questão 1 - Resposta A
Resolução: A investigação geológica e geotecnia para obras de
barragens devem contemplar a realização de teste e ensaios
em materiais consolidados, como as rochas, e materiais
inconsolidados, como os solos e os sedimentos.
Questão 2 - Resposta B
Resolução: A alteração da geometria das pilhas de resíduos
de mineração, como comprimento, largura e inclinação dos
taludes, influencia na taxa de alteamento. A base da pilha
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quadrada é mais vantajosa para o alteamento que bases
retangulares, tal que, quanto menor a razão entre comprimento
e largura da pilha, maior tende ser a taxa de alteamento das
pilhas. Taludes com menores taxa de inclinação permitem
menores taxa de alteamentos, para garantir a estabilidade
do maciço. Todavia, a codisposição dos resíduos proporciona
maiores taxas de alteamentos das pilhas. A drenagem da pilha
influencia na taxa de alteamento independente da forma de
disposição dos resíduos, tal que pilhas drenadas possibilitam
maiores taxas de alteamento.

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 2

Gestão ambiental e de água nas


pilhas e barragens de resíduos da
mineração
______________________________________________________________
Autoria: Eduarda Pereira Barbosa
Leitura crítica: Petrucio Santos Junior
DIRETO AO PONTO

A mineração é uma atividade industrial que impacta o meio


ambiente natural em diferentes escalas, tal que pode afetar
a qualidade da atmosfera, do solo, dos corpos hídricos, dos
ecossistemas, entre outros. Todavia, esse impacto pode ser
minimizado por meio de um Sistema de Gestão Ambiental
adequado. Nesse sentido, o objetivo do deste tema é compreender
o sistema de gestão ambiental na mineração, estabelecer os
principais tópicos e entender os aspectos predominantes na gestão
de águas nas pilhas e barragens de resíduos da mineração.

A gestão ambiental traz um conjunto de práticas que buscam o


desenvolvimento sustentável. Para isso, deve-se planejar medidas
que garantam que os recursos sejam utilizados da forma correta, de
modo a mitigar e compensar os impactos oriundos da mineração,
reduzindo ao máximo a degradação ao meio ambiente. A norma
NBR ISO 14.001 (ABNT, 2015), que estabelece os requisitos para
um sistema de gestão ambiental de alto desempenho, auxilia as
mineradoras a definir estratégias para prevenir e controlar impactos
ao meio ambiente, assim como melhorar gerenciamento de riscos.

Uma gestão ambiental eficiente deve contemplar ações que visam


melhorar o desempenho das empresas mineradoras com aplicação
ativa dos recursos com objetivo de reduzir a quantidade de resíduos.
Dessa forma, as empresas ganham vantagens competitiva, o
que pode ser refletido em benefícios econômicos e estratégicos.
Um dos principais dispositivos que auxiliam na gestão ambiental
na mineração é o Licenciamento Ambiental, obtido a partir da
apresentação para os órgãos competentes, do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto ao Meio Ambiental
(RIMA), que contemplam ações mitigatórias e compensatórias que
minimizam os impactos causados ao ambiente natural.

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Pode-se destacar quatro aspectos fundamentais para gestão
ambiental na mineração:

• Gestão de barragem: é necessário definir um programa com


ações para aumentar a vida útil das barragens, monitoramento
periódico da estrutura com planejamento de operações de
manutenção periódica preventiva, preditiva e corretiva. Além
disso, pode-se prever o desenvolvimento e a aplicação de
tecnologia com a perspectiva de reduzir a quantidade de
resíduos produzidos.

• Defesa da biodiversidade: um dos principais danos


decorrentes da mineração são os impactos a diversidade
biológica, que precisa ser protegida por meio de programa
de proteção e recuperação de áreas degradadas e de
educação ambiental. Paralelamente, ainda, devem ser
desenvolvidas ações para quantificação e qualificação de
agentes físicos, químicos e biológicos potencialmente danosos
a biodiversidade.

• Emissão de poluentes atmosféricos: as operações nas minas


geram basicamente dois tipos de poluentes atmosféricos:
particulados e gases, que necessitam ser controlados, a fim de
mitigar os impactos ambientais e os danos à saúde humana.
São recomendadas ações no sentido de controlar e monitorar
as emissões de poluentes atmosféricos por meio, por exemplo,
da manutenção de equipamentos potencialmente emissores
e utilização de dispositivos capazes de reduzir e reter as
emissões.

• Gestão dos recursos hídricos: o Conselho Nacional de


Recursos Hídricos estipulou um instrumento próprio para
gestão das águas na mineração, o Plano de Utilização da
Água na Mineração, que estabelece medidas para gestão dos
recursos hídricos. Entres as ações que podem ser definidas

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nesse plano estão: programas de educação dos funcionários e
monitoramento da qualidade.

Apesar dos potenciais impactos ambientais que a mineração pode


causar, um Sistema de Gestão Ambiental eficiente, planejado
com estratégias para mitigar e compensar os danos causados
contribui para o desenvolvimento sustentável na mineração.
Consequentemente, isso promove uma série de benefícios
estratégicos e econômicos para as empresas de mineração que
adotam um SGA, como melhoria na imagem institucional, nas
relações com o governo e sociedade, bem como o aumento do
acesso ao mercado externo e a liquidez das ações nas bolsas de
valores.

Quanto a gestão de água nas pilhas de estéreis e barragens de


rejeito vale ressaltar, primeiramente, que são estruturas concebidas
para deposição de resíduos, que por sua vez podem ser saturados,
como os rejeitos, e necessitam de um sistema de drenagem. Além
disso, ainda temos as chuvas que podem promover carreamento
de sedimentos ou escoamento superficial sobre as pilhas e as
barragens. Nesse sentido, a gestão de água visa otimizar o recurso
hídrico, evitar contaminação e minimizar os impactos causados pelo
sistema de disposição.

A mineração tem potencial para afetar significativamente os


recursos hídricos, visto o volume de água que demanda as
atividades de operação de uma mina especialmente a água que
é contida nas pilhas e barragens. Por meio da gestão de água é
possível planejar e implementar tecnologias e mecanismos para:
i) disposição dos resíduos de forma não saturada; ii) incentivar
e aumentar a recirculação de água na planta de mineração;
iii) eliminar ou reduzir a quantidade de água que escoa e está
armazenada juntos aos resíduos de mineração; iv) monitorar a
qualidade físico-química dos efluentes.

19
Nesse sentido, um Sistema de Gestão Ambiental é eficiente quando
são planejadas ações de longo e médio prazo, que contemplem o
pós-fechamento das minas, com medidas principalmente em caráter
preventivo. Todavia, mediante o acontecimento de algum dano,
deve-se contemplar também medidas de caráter corretivo.

Referências bibliográficas
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 14.001: sistemas de
gestão ambiental: requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT,
2015.

PARA SABER MAIS

No Brasil, as práticas estabelecidas pela Gestão Ambiental foram


implementadas pelas empresas de mineração com objetivo de
atender a legislação, bem como as pressões sociais, devido ao nível
de degradação ambiental causado por esse ramo. No entanto, essas
empresas constataram que as práticas adotadas apresentaram
retornos positivos principalmente quanto ao desempenho financeiro
das organizações.

Na busca pelo desenvolvimento sustentável, a implementação


da gestão ambiental, muitas vezes, demanda que toda cultura
organizacional da empresa de mineração seja revisada e alterada,
além de ser avaliada sob a ótica econômica. Nesse sentido, com
o objetivo de planejar estratégias para redução dos impactos
causados ao meio ambiente, obter compensação financeira
e vantagens competitivas, as empresas de mineração têm
estabelecido metas ambientais atreladas às suas operações, por
exemplo, a avaliação do ciclo de vida dos produtos, reciclagem de
materiais e outras propostas para a redução da poluição causada
por essas atividades.

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Dado a conscientização das mineradoras, a preocupação ambiental
se transformou em uma questão objetiva, uma vez que as melhores
práticas ambientais se refletiram no desempenho econômico, como
valorização das empresas e de suas ações no mercado financeiro.
Para isso, os investidores baseiam suas decisões nas informações
contidas nos relatórios ambientais, bem como em eventuais
acidentes ambientais, pois esses são fatores que influenciam
nos preços das ações e no prestígio da mineradora, impactando
economicamente as empresas.

Uma estratégia utilizada pelas mineradoras para melhorar a sua


imagem e, consequentemente, atrair mais investidores e aumentar
a liquidez das ações é a divulgação voluntária das medidas
mitigatórias adotadas e seus gastos para recuperação e proteção
ambiental, bem como também os indicadores e as certificações
ambientais, que atestam as boas práticas de gestão ambiental
implementadas pelas empresas para proteção do meio ambiental
e promoção do desenvolvimento ambiental. Por causa dessa
estratégia, as empresas mineradoras obtêm benefícios estratégicos
e econômicos, tais como:

• Redução do consumo de insumos, como combustível, energia


e água.

• Redução de resíduos com reciclagem, venda e


aproveitamentos.

• Redução de penalidades e multas devido aos impactos


ambientais.

• Acesso e aumento na participação no mercado financeiro.

• Melhoria da imagem institucional da empresa.

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• Aperfeiçoamento das relações com os trabalhadores, os
órgãos governamentais e a sociedade.

Alcançar esses benefícios é possível somente com um sistema de


gestão ambiental eficiente, que deve ser planejado estrategicamente
com ações que assegure de fato o desenvolvimento sustentável.

TEORIA EM PRÁTICA

Uma mineradora contratou você para ser responsável técnico


pela Gestão Ambiental da empresa. Entre os diversos programas e
planos previstos como estratégias de desenvolvimento sustentável,
destacam-se:

• Programa de gerenciamento de resíduos sólidos.

• Programa de comunicação social.

Indique quais ações devem ser contempladas por esses programas


e discuta quais benefícios as minerados podem obter com sua
implementação.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log

22
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O capítulo 7, Gestão ambiental, do livro indicado apresenta a


importância da redução dos passivos ambientais e os principais
instrumentos que podem ser utilizados para o desenvolvimento
sustentável.

BARSANO, P. R. Gestão ambiental. São Paulo: Érica, 2014.

Indicação 2

Neste artigo indicado, os autores avaliam as ações de gerenciamento


e a gestão ambiental de uma empresa mineradora.

SILVA, M. R. C. L.; LOPES, M. D.; FERREIRA, R. L. Análise da gestão ambiental de


uma mineradora de calcário. Gestão & Sustentabilidade Ambiental, [s.l.], v. 9,
n. 3, p. 73-91, 2020.

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QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. Na gestão ambiental é fundamental identificar e quantificar os


potenciais causadores de impacto ambiental. Nesse sentido,
quais são os tipos de poluentes atmosféricos da mineração
capazes de causar danos ao meio ambiente?

a. Particulados e gases.
b. Dióxido de carbono e óxido nitroso.
c. Vapor de efluentes e amônia.
d. Sulfetos.
e. Monóxido de carbono e argônio.

2. A norma NBR ISO 14.001 (ABNT, 2015) estabelece os


requisitos para um sistema de gestão ambiental, que
podem ser adotados pelas empresas de mineração com
objetivo de melhorar seu desempenho ambiental. Os
benefícios alcançados pela empresa com adoção das
medidas de gestão ambiental não incluem:

24
Fonte: ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO
14.001: sistemas de gestão ambiental: requisitos com orientações
para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.

a. Redução dos encargos trabalhistas.


b. Melhoria da imagem institucional.
c. Aumento na liquidez das ações nas bolsas de valores.
d. Aumento das relações com a sociedade.
e. Redução dos resíduos.

GABARITO

Questão 1 - Resposta A
Resolução: A mineração possui duas fontes de poluição
atmosférica que demandam atenção da gestão ambiental:
poluentes particulados e gases poluentes. As emissões de
particulados são geradas durante as operações na mina e são
espalhados pelo vento. As emissões de gases poluentes são
produzidas devido a combustão, explosões e beneficiamento
do minério, no qual podem conter gases do efeito estufa.
Questão 2 - Resposta A
Resolução: A implementação de um sistema de gestão
ambiental na mineração garante uma série de benefícios
estratégicos e econômicos, como redução de resíduos, do
consumo de insumos e de penalidades devido aos impactos
ambientais, bem como também aperfeiçoamento das relações
institucionais e aumento na participação no mercado financeiro
com valorização das ações nas bolsas de valores, além da
melhoria da imagem institucional da empresa. Todavia, não é
explicito que o sistema de gestão ambiental garanta redução de
encargos trabalhistas.

25
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 3

Gestão geotécnica e aproveitamento


dos rejeitos na construção civil
______________________________________________________________
Autoria: Eduarda Pereira Barbosa
Leitura crítica: Petrucio Santos Junior
DIRETO AO PONTO

O rompimento de uma barragem representa um perigo iminente


ou risco potencial de danos ambientais em função da descarga
descontrolada dos rejeitos, além da possibilidade de perdas de vidas
humanas. Diante desse cenário, a avaliação e o estudo da segurança
de barragens se tornou um dos principais temas de discussão e
análise.

Um dos grandes instrumentos da gestão de segurança de barragens


é a Política Nacional de Segurança de barragens, estabelecida pela
Lei nº 12.334 no ano de 2010, cujo objetivo principal é garantir os
padrões de segurança de barragens visando reduzir a possibilidade
de acidentes ou desastres e suas possíveis consequências (BRASIL,
2010a). A gestão de segurança de estruturas de deposição de
resíduos de mineração é baseada nos três pilares indicados na
figura a seguir.

Figura 1 – Pilares da gestão de segurança de barragens

Fonte: elaborada pela autora.

27
A gestão de riscos é outra ferramenta de grande importância
na gestão de barragens, atuando para evitar possíveis danos à
economia, à sociedade, ao meio ambiente e à vida das pessoas
em função da ocorrência do rompimento de barragens de rejeitos
de mineração. Ela permite que esses riscos sejam identificados,
assim como possíveis modos de falhas. Além disso, auxilia no
planejamento de estratégias de monitoramento dessas estruturas,
estratégias de resposta para eles, dando subsídio para tomadas de
decisão de forma mais consciente.

O monitoramento geotécnico e estrutural de barragens também


pode ser considerado uma ferramenta de segurança dessas
estruturas, é definido como as atividades que permitem o
diagnóstico do comportamento de uma barragem ou estrutura
de disposição de rejeitos. De um modo geral, o monitoramento
geotécnico pode ser dividido em três itens principais: inspeções
visuais, coleta de dados de instrumentação e testes de
equipamentos (IBRAM, 2019).

As inspeções visuais permitem avaliar as condições físicas dos


componentes da estrutura das barragens de forma qualitativa para
identificar anomalias que possam afetar a estabilidade e o estado de
conservação das barragens. Já a coleta de dados de barragens, por
meio de instrumentação, visa monitorar modos de falha específicos
para dar suporte às decisões específicas. De acordo com Boscov
(2008), o monitoramento geotécnico por meio de instrumentação
consiste em ações para acompanhar a evolução de parâmetros
como os deslocamentos verticais, horizontais, pressões, vazões e
outros.

Assim como é importante se atentar para a segurança das


barragens, é necessário considerar os impactos ambientais
gerados pelas atividades de mineração, principalmente em relação
às barragens de rejeitos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos
28
(BRASIL, 2010b) considera que os rejeitos de mineração são aqueles
gerados nas atividades de pesquisa, extração ou beneficiamento
dos minérios, sendo os principais os rejeitos e os estéreis. O
rejeito é todo e qualquer material descartado durante o processo
de beneficiamento dos minérios e o estéril é todo e qualquer
material que não seja economicamente aproveitável, cuja remoção
é necessária para as operações de lavra do minério, basicamente
representam os materiais escavados e retirados para atingir os
veios dos minérios (BOSCOV, 2008). Uma das soluções tecnológicas
possíveis para a minimizar os impactos gerados pelos rejeitos
de mineração se encontra na recuperação ou comercialização
desses materiais, sendo a construção civil um potencial ramo de
aproveitamento em função do alto índice de consumo de recursos
naturais.

Referências bibliográficas
BRASIL. Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010. Estabelece a Política
Nacional de Segurança de Barragens destinadas à acumulação de água para
quaisquer usos, à disposição final ou temporária de rejeitos e à acumulação de
resíduos industriais [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2010a.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2010b.
BOSCOV, M. E. G. Geotecnia ambiental. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.
IBRAM. Instituto Brasileiro de Mineração. Guia de Boas Práticas em Gestão
de Barragens e Estruturas de Disposição de Rejeitos. Brasília, DF: IBRAM,
2019.
CAMPOS, N. N.; POZNYAKOV, K. A Gestão de riscos em barragens de rejeitos
no Brasil. Boletim do Gerenciamento, [s.l.], v. 22, n. 22, p. 53-66, jan. 2021.
Disponível em: https://nppg.org.br/revistas/boletimdogerenciamento/article/
view/538. Acesso em: 13 set. 2021.

29
PARA SABER MAIS

A segurança de barragens tem como função principal manter


a integridade estrutural e operacional dessas estruturas, com
intuito de reduzir os riscos de acidentes e para que as barragens
possam atender as finalidades para as quais foram construídas,
além de preservar a vida e o meio ambiente. Para garantir as
condições de segurança é necessário que, ao longo de sua vida útil,
sejam adotadas medidas de prevenção e controle que reduzam a
probabilidade de ocorrência de acidentes (ANA, 2021).

Uma dessas medidas são as revisões periódicas de segurança


que visam avaliar o comportamento de barragens e estruturas
de deposição de rejeitos de forma mais detalhada. Dessa forma,
pode-se verificar o estado geral da barragem. Para isso, utiliza-se
avaliações nas documentações exigidas, assim como inspeções de
campo, permitindo que seja verificada a aderência entre o projeto e
a construção (ANA, 2016).

O primeiro procedimento a ser realizado em uma Revisão Periódica


de Segurança de Barragem é a inspeção da documentação da
barragem referente ao seu projeto, construção, operação e
manutenção. Nesse caso, o empreendedor deve colocar essas
documentações à disposição da equipe técnica que fará a revisão.
Caso existam, os seguintes documentos devem ser disponibilizados
pelo empreendedor (ANA, 2016):

• Projeto executivo da barragem ou as built.

• Plano de monitoramento e instrumentação, registros de


instrumentação e relatórios de inspeção de segurança.

• Relatórios de Revisão Periódica de Segurança de Barragens


realizados anteriormente.

30
• Planos de operação e manutenção da barragem.

• Intervenções para reabilitação da estrutura realizadas


anteriormente.

• Plano de ação emergencial.

De acordo com o art. 13 da Portaria nº 70.389 do antigo


Departamento Nacional de Produção Mineral, a Revisão Periódica
de Segurança de Barragem compreende as seguintes etapas (DNPM,
2017):

• Exame de toda a documentação da barragem.

• Exame dos procedimentos de manutenção e operação


adotados.

• Análise comparativa do desempenho da barragem em relação


às revisões efetuadas anteriormente.

• Realização de novas análises de estabilidade.

• Análise da segurança hidráulica em função das condições


atuais de enchimento do reservatório.

• Análise da aderência entre o projeto e a construção.

Os procedimentos em campo representam realizar uma inspeção de


segurança detalhada com o intuito de determinar as condições de
segurança na operação do reservatório e, assim, identificar possíveis
anomalias que possam interferir na segurança de uma barragem
(ANA, 2021). Essa inspeção é o principal mecanismo de avaliação
de segurança, quando a barragem não possuir a documentação
solicitada no primeiro procedimento.

31
Durante a inspeção detalhada podem ser realizados diversos
trabalhos de campo para a obtenção dos dados requeridos, caso
sejam detectadas anomalias que são consideradas graves, como
fissuras e deslizamentos, devem ser sugeridos no Relatório Final
mais investigações e estudos para a determinação da gravidade
dessas anomalias.

A entidade fiscalizadora é quem determina o intervalo de tempo


mínimo para realização da Revisão Periódica de Segurança. Para
as barragens de rejeitos de mineração, a Agência Nacional de
Mineração (ANM), por meio da Portaria nº 70.389, de 17 de maio de
2017 (ANM, 2017), estabelece que a periodicidade é determinada em
função da classificação quanto ao Dano Potencial Associado (DPA),
da seguinte forma:

• DPA alto: a cada 3 anos.

• DPA médio: a cada 5 anos.

• DPA baixo: a cada 7 anos.

A Revisão Periódica de Segurança de Barragens deve gerar um


relatório que cumpra com os requisitos estabelecidos no Plano
de Segurança de Barragem, de acordo com a ANM (2017), caso
a revisão indique que a estrutura não possui estabilidade, o
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) deve ser
comunicado, por meio do Sistema Integrado de Gestão de Barragens
de Mineração (SIGBM), cuja medida de prevenção deverá ser a
interdição da estrutura e a suspensão do lançamento de efluentes
ou rejeitos no reservatório.

32
Referências bibliográficas
ANA. Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Relatório de
Segurança de Barragens 2020. Brasília, DF: ANA, 2021.
ANA. Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Guia de Revisão
Periódica de Segurança de Barragens. Brasília, DF: ANA, 2016.
DNPM. Departamento Nacional de Produção Mineral. Portaria nº 70.389, de
17 de maio de 2017. Cria o Cadastro Nacional de Barragens de Mineração,
o Sistema Integrado de Gestão em Segurança de Barragens de Mineração e
estabelece a periodicidade de execução ou atualização [...]. Brasília, DF: DNPM,
2017.

TEORIA EM PRÁTICA

Uma mineradora contratou você como responsável técnico pela


Gestão Geotécnica, especificamente sobre o monitoramento de
uma barragem de rejeitos por meio de instrumentação. Para que as
operações de monitoramento alcancem os objetivos propostos, é
fundamental a elaboração do Plano de Monitoramento Geotécnico.

Diante dessa situação, indique os itens que devem ser contemplados


nesse plano e discuta os benefícios que podem ser obtidos com a
sua implementação.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
33
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O capítulo 1, Resíduos sólidos: rejeitos de mineração, lodos de ETA,


resíduos de construção civil, do livro indicado apresenta os conceitos
iniciais sobre resíduos sólidos, evidenciando suas classificações e as
características de cada um.

BOSCOV, M. E. G. Geotecnia ambiental. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.

Indicação 2

Neste artigo indicado, os autores avaliam os resíduos de mineração


de pegmatito para uso em agregado para concretos.

MEDEIROS, A. B. A. et al. Avaliação de resíduos de mineração de


rochas cristalinas para uso como agregado em concreto segundo
sua petrografia, índices físicos e resistência mecânica. Matéria, Rio
de Janeiro, v. 25, n. 4, 2020.

34
QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. O monitoramento geotécnico de barragens se constitui em


uma ferramenta para identificação de possíveis anomalias
na estrutura de uma barragem. Nesse sentido, qual é o
instrumento utilizado para referenciar os deslocamentos
verticais em uma barragem?

a. Marco superficial.
b. Piezômetro de tubo aberto.
c. Placas de inclinação.
d. Piezômetro de Casagrande.
e. Controlador de vazão.

2. Por volta do início dos anos 2000, uma parte considerável das
barragens em operação no Brasil se encontrava em condições
inadequadas de segurança, o que motivou a criação no ano de
2010 da Política Nacional de Segurança de Barragens - PNSB
por meio da promulgação da Lei nº 12.334 (BRASIL, 2010).

35
Fonte: BRASIL. Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010. Estabelece a
Política Nacional de Segurança de Barragens destinadas à acumulação
de água para quaisquer usos, à disposição final ou temporária de
rejeitos e à acumulação de resíduos industriais [...]. Brasília, DF:
Presidência da República, 2010.

Assinale a alternativa que constitui um objetivo da PNSB:

a. Proibir ações de segurança em barragens.


b. Melhoria na estética das barragens.
c. Ampliar o controle de barragens pelo poder público.
d. Ampliação do uso de barragens a montante.
e. Redução dos resíduos de operação de barragens.

GABARITO

Questão 1 - Resposta A
Resolução: Os marcos superficiais são utilizados para
referenciar as medidas de deslocamentos verticais dos
maciços, são elementos pré-moldados de concreto com um
pino de metal engastado e instalados na superfície tida como
referencial. Por meio de seu deslocamento, pode-se determinar
a movimentação que ocorre no ponto de referência.
Questão 2 - Resposta C
Resolução: A Política Nacional de Segurança de Barragens
estabelecida pela Lei nº 12.334 tem como principais objetivos:
garantir os padrões de segurança de barragens para
reduzir a possibilidade de acidentes ou desastres e suas
consequências; regulamentar as ações de segurança adotadas
nas diversas fases da vida útil de uma barragem; promover o
monitoramento e acompanhamento destas ações; ampliar o
controle de barragens por parte do poder público com foco
na fiscalização, orientação e correção de ações de segurança;
36
fomentar a cultura de segurança de barragens e gestão de
riscos, além de definir procedimentos emergenciais em caso de
acidentes, incidentes ou desastres.

37
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 4

Alternativas locacionais para


disposição de rejeitos
______________________________________________________________
Autoria: Eduarda Pereira Barbosa
Leitura crítica: Petrucio Santos Junior
DIRETO AO PONTO

O estudo de alternativas locacionais tem como objetivo principal


definir o melhor local para a implantação de pilhas de estéril
ou barragens de rejeitos, em que essa é uma das fases mais
importantes do planejamento de construção para essas obras.
Logo, essa escolha deve considerar fatores técnicos, econômicos e
ambientais.

Com o avanço da legislação ambiental, o estudo dos impactos


causados ao meio ambiente é um dos fatores mais importantes na
seleção do local visando atender as Leis, Normas Reguladoras de
Mineração, Deliberações Normativas. Primeiramente, é importante
identificar o potencial de danos ambientais decorrentes da
implantação das estruturas de disposição de rejeitos. Para isso,
deve-se definir o seu potencial poluidor ou degradador.

De acordo com Deliberação Normativa COPAM nº 17 (COPAM, 2017),


o potencial poluidor ou degradador de uma pilha de estéril pode
ser pequeno, médio ou grande. Apresentando potencial degradador
pequeno ao ar, grande para a água, solo e de forma geral, além
disso, o porte de uma pilha de estéril é determinado com base em
sua área útil, de acordo com as seguintes faixas de área:

• Porte pequeno: área útil ≤ 5,0 ha.

• Porte médio: 5,0 ha < área útil ≤ 40,0 ha.

• Porte grande: área útil > 40,0 ha.

Uma das formas de quantificar esses impactos é atribuindo pesos


para cada tipo de impacto identificado, assim, pode-se determinar
as áreas com maior ou menor impacto por meio do somatório dos
pesos. Em que o peso 0 representa sem impacto ambiental; 1 –
39
baixo impacto ambiental; 2 – médio impacto ambiental; e 3 – alto
impacto ambiental.

Com relação aos fatores técnicos considerados na escolha do


local para implantação de pilhas de estéril, os mais importantes
são a topografia, a hidrologia e as condições climáticas, geologia
e geotécnica, aspectos técnicos e aspectos econômicos. Esses são
considerados os melhores locais para implantação de pilhas de
estéril, dentro da cava da mina ou o mais próximo possível, áreas já
degradadas e dentro dos limites legais do empreendimento. Como
locais inapropriados são considerados vales com talvegues com
inclinação maior que 18º, terrenos sem instabilidade e sujeitos a
inundações (FORGEARINI et al., 2015).

Por sua vez, a escolha do local para implantação de barragens


de rejeitos é dividida em duas fases: a Fase 1 é chamada de
investigação preliminar e a Fase 2 é chamada de investigação
detalhada (LOZANO, 2006). Na figura a seguir, veja as etapas que são
desenvolvidas na fase de investigação preliminar.

40
Figura 1 - Etapas da investigação preliminar

Fonte: elaborada pela autora.

A Fase 2 é a investigação detalhada dos locais selecionados


durante a investigação preliminar, sendo composta por etapas
como: projeto conceitual dos locais, avaliação dos custos e riscos
ambientais, classificação dos locais e por fim, seleção do local final
de implantação da barragem (LOZANO, 2006).

Referências bibliográficas
COPAM. Conselho Estadual de Política Ambiental. Deliberação Normativa nº
217. Minas Gerais: COPAM, 2017.
FORGEARINI, R. G. et al. Metodologia de avaliação ambiental na análise de
alternativas locacionais de pilhas de estéril. Revista Monografias Ambientais,
Santa Maria, v. 14, p. 80-97, 2015.
LOZANO, F. A. E. Seleção de locais para barragens de rejeitos usando o
método de análise hierárquica. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia)
- Escola Politécnica de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em: https://

41
teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3145/tde-14122006-123702/publico/
Selecaolocaisbarragensrejeitos.pdf. Acesso em: 13 dez. 2021.

PARA SABER MAIS

As técnicas e os métodos de geoprocessamento podem ser grandes


aliados na seleção dos locais para implantação de pilhas de estéril e
barragens de rejeitos, sendo essa fase uma das mais desafiadoras,
pois é preciso analisar a sua viabilidade de forma técnica, econômica
e ambiental.

Para projetar estruturas como pilhas de estéril e barragens de


rejeitos é necessário compreender e conhecer o espaço onde
elas poderão ser inseridas. Nesse contexto, temos as técnicas
de geoprocessamento com o intuito de agilizar o processo por
meio de técnicas computacionais que possibilitem a análise e a
manipulação de informações geográficas automaticamente. Nessas
análises podem ser utilizadas diversas tecnologias, por exemplo,
o Sistema de Posicionamento Global (GPS), o Sensoriamento
Remoto, o Processamento Digital de Imagens (PDI), os Sistemas de
Georreferenciamento de Banco de Dados, entre outros. No entanto,
a principal ferramenta utilizada para essas finalidades é o Sistema
de Informação Geográfica (SIG), que permite a representação
do espaço, integrando uma variedade de dados sobre uma
determinada região como imagens de satélites, relevo, vegetação,
hidrografia, rede viária, entre outras

Souza (2014) utilizou as técnicas de geoprocessamento para a


locação de uma pilha de estéril na região central de Minas Gerais,
em que foram definidas as variáveis a serem identificadas no local
como a geologia, declividade, uso e ocupação do solo, unidades
de conservação, áreas de preservação, estradas e acessos. Para
isso foram utilizadas bases de dados como: cartas topográficas do

42
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dados vetoriais
da geologia da Companhia de Desenvolvimento Econômico de
Minas Gerais (CODEMIG), arquivos de Unidades de Conservação de
Minas Gerais, disponíveis por meio do Ministério do Meio Ambiente,
imagens do satélite Worldview 2 e outros. Os dados obtidos foram
consolidados com o uso do software ArcGis. Os principais fatores
limitantes para a escolha do local foram a presença de Áreas de
Preservação Permanente e Áreas de Uso Restrito. A partir disso
foram gerados mapas que identificavam cinco classes de áreas
de acordo com o potencial de implantação de pilhas de estéril e
barragens de rejeitos, como mostrado nas Figuras 2 e 3.

Figura 2 - Mapa de identificação das melhores áreas para


implantação de uma pilha de estéril

Fonte: Souza (2014, p. 38).

43
Figura 3 - Mapa de identificação das melhores áreas para
implantação de uma barragem de rejeitos

Fonte: Souza (2014, p. 37).

Em seguida, os mapas foram sobrepostos gerando um mapa final


que indicava as áreas ótimas para instalação, de acordo com cada
tipo de estrutura, na Figura 4, as áreas 2 e 3 indicam os melhores
locais para implantação da barragem de rejeitos e uma pilha de
estéril, respectivamente. De acordo com Souza (2014), a área 2 não
possui áreas de uso sustentável ou proteção que eram um dos
principais fatores limitantes considerados, além disso, a topografia
do local é composta por áreas planas ou de meia encosta que
facilitam a instalação de barragens de rejeitos. Por sua vez, também
não foram identificadas áreas de proteção ambiental e a principal
característica que faz essa área ser indicada para a instalação de

44
pilhas de estéril se encontra nas características das rochas presentes
no local, pois não sofreram grandes processos de intemperismo
físico ou químico e dessa possuem grande resistência para receber
estruturas de tal magnitude.

Figura 4 - Locais ótimos para implantação de pilhas de estéril ou


barragens de rejeitos

Fonte: Souza (2014, p. 39).

45
Referências bibliográficas
SOUZA, A. C. N. de. Geoprocessamento aplicado a análise de melhores
opções locacionais para estruturas de empreendimentos minerários.
2014. Monografia (Especialização em Geoprocessamento) - Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2014. Disponível em: https://
repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCM-9UVGJW/1/ana_carolina_nicolau.pdf.
Acesso em: 13 dez. 2021.

TEORIA EM PRÁTICA

Você faz parte da equipe de planejamento de uma mineradora que


estuda a implantação de um novo empreendimento de mineração
e, consequentemente, está realizando os estudos locacionais para a
construção de uma barragem de rejeitos de uma barragem de rejeitos.

Dessa forma, você ficou como responsável por fazer a revisão


desses estudos. Elabore um checklist de revisão sobre a escolha do
local adequado.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

46
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O capítulo 7, intitulado Barragens de rejeitos, do livro indicado


apresenta as características gerais de uma barragem de rejeitos,
ressaltando os estudos necessários para planejar a sua construção
e listando os critérios mais utilizados na análise para a seleção dos
locais adequados para a construção de uma barragem de rejeitos.

BOSCOV, M. E. G. Geotecnia ambiental. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.

Indicação 2

No estudo indicado, o autor apresenta um estudo de caso


comparando alternativas locacionais para o arranjo de pilhas de
estéril para mineração de ferro no estado de Minas Gerais.

PIRES, L. C. Estudo de alternativas locacionais de pilhas de estéril como


estratégia de sustentabilidade. 2015. Dissertação (Mestrado em Engenharia)
- Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2015.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber

47
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. No estudo de alternativas locacionais, o fator ambiental é uma


das principais variáveis a serem consideradas na escolha do
local de implantação de uma estrutura para disposição de
rejeitos de mineração. Dessa forma, é importante quantificar
o porte da estrutura. Qual o porte de uma pilha de estéril com
área útil de 25,0 ha?

a. Porte pequeno.
b. Porte gigante.
c. Porte médio.
d. Porte minúsculo.
e. Porte grande.

2. A topografia de uma região é um dos fatores determinantes


na escolha do arranjo em planta de uma barragem de rejeito.
Qual o tipo de arranjo mais indicado para terrenos planos?

a. Represamento tipo anel.


b. Represamento em bacia.
c. Represamento a meia encosta.
d. Represamento em vale.
e. Represamento de talude.

48
GABARITO

Questão 1 - Resposta C
Resolução: O porte de pilhas de estéril é definido com base no
valor da área útil dessa estrutura, assim uma área útil de 25,0
ha se encontra na faixa que representa porte médio que vai de
5,0 ha a 40,0 ha.
Questão 2 - Resposta A
Resolução: O arranjo que corresponde ao represamento tipo
anel simples ou múltiplo é mais indicado para ser utilizado
em terrenos sem depressão topográfica, terrenos planos, pois
requerem maior quantidade de material de aterro em relação
ao volume represado.

49
BONS ESTUDOS!

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