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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - UFCG

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR - CCTA

UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AMBIENTAL – UACTA

Disciplina: Obras de Terra

Professora: Dra. Suelen Silva Figueiredo Andrade

ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES

Lucas Pinheiro - 917110203

Matheus Damascena Morais - 917110218

Tálison Yure da Costa Santos - 917110293

Pombal – PB

Agosto 2021
LUCAS PINHEIRO

MATHEUS DAMASCENA MORAIS

TÁLISON YURE DA COSTA SANTOS

ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES

Essa pesquisa foi realizada pelos alunos da


disciplina de Obras de Terra, do curso de
Engenharia Civil da Universidade Federal de
Campina Grande – CCTA (Campus Pombal/PB),
com o auxílio e supervisão da Professora
Orientadora Dra. Suelen Andrade.

Pombal-PB

Agosto 2021

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................04
2. MURO DE ARRIMO...........................................................................................................05
3. TERRA ARMADA...............................................................................................................06
4. CORTINA ATIRANTADA..................................................................................................06
5. SOLO GRAMPEADO..........................................................................................................07
6. SOLO REFORÇADO...........................................................................................................08
7. DESLOCAMENTO DE TALUDES....................................................................................10
8. REFERÊNCIAS....................................................................................................................11

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1. INTRODUÇÃO

Devido aos incidentes ocorridos ao longo da história e evolução da engenharia como


um todo, os problemas de deslizamentos e escorregamentos foram sendo analisados e estudados
com o intuito de serem mitigados. Como Massad (2003) data em seu estudo, que a partir de um
evento de escorregamento em 1916 na Suécia, os estudiosos desenvolveram o método de análise
da estabilidade de taludes, denominada de “métodos de equilíbrio-limite” que se baseia na
hipótese de haver equilíbrio num maciço terroso, em que o mesmo esteja na eminência de
escorregar.

No Brasil, temos normas regulamentadoras para a estabilização de encostas, como traz


a NBR 11682:1991, onde a mesma objetiva fixar condições para estudos e controle da
estabilidade dos taludes em solos, em rochas ou a junção dos dois. A norma também busca
conhecer os componentes das encostas naturais ou as resultantes de cortes, em que vai atender,
também, as condições para a realização de projetos, execuções e supervisões das condições de
estabilidade.

Ainda de acordo com a norma acima, as obras com o intuito de dar estabilidade aos
maciços de terrosos podem ser realizados com ou sem elementos de contenção. Para os casos
que não usados as contenções, podem ser feito alterações geométricas no talude, na parte
geohidrológica ou inserções de materiais como nata de cimento ou produtos químicos que
visem uma melhoria na resistência ao cisalhamento do conglomerado de solo.

Para os exemplos em que se necessitam contenções, as medidas cabíveis vão varias de


acordo com a característica do talude e sua seção geométrica, essas estruturam devem ser
dimensionadas para que suportem as pressões hidráulicas e os empuxos de terra. Os mais
conhecidos exemplos de contenção são as cortinas atirantadas, terra armada, murros de arrimo,
solos grampeados e os solos reforçado. Havendo a necessidade das análises projetuais para
melhor escolha (SILVA, 2017).

Para dar continuidade a esses processos é importante identificar se o talude já está


instável, fato que dá prognósticos para ações futuras de contenção. Higashi (2014) relata que
essas evidências podem ser identificadas tanto no próprio talude quanto nas estruturas nos
arredores. Estando localizadas nos taludes os fatores de alerta são matacões angulares, árvores
inclinadas, trincas no solo, degraus de abatimento exposição da face de ruptura e surgência

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aquática. Já nos nas estruturas podem ser identificados como trincas, descalçamento de
fundações, paredes destruídas, queda de blocos e deslocamentos de peças armadas.

Portanto, nota-se a importância da execução e métodos para dar segurança às obras que
necessitam ser contidas, contudo esses métodos precisam ser cada vez mais tecnológicos que
visem a sustentabilidade. Preocupação essa se sustenta pelo fato dos métodos convencionais
trazerem efeitos poluidores à região atendida, ocasionando modificações no meio e produções
de resíduos, assim ficando claro que os métodos devem ser uma mescla de eficiência com
sustentabilidade (PAASSEN, 2010).

2. MURO DE ARRIMO

De acordo com CARDOSO (2002), os muros de arrimo são uma alternativa para a
execução de contenções. Um muro de arrimo não é propriamente uma contenção de escavações,
já que ele é normalmente executado junto a um talude (inclusive de aterro) e depois o vazio
entre a sua face interna e a superfície deste é preenchido com solo, estabelecendo uma
continuidade entre ambos.

São de simples execução, não exigido o uso de equipamentos mais sofisticados; sua
grande desvantagem são suas dimensões. CARDOSO (2002) ainda fala que os muros de arrimo
trabalham por dois modos distintos, que são:

 Por gravidade;
 Por flexão.

Figura 01: Muro de Arrimo.

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Fonte: Cardoso, 2002.

3. TERRA ARMADA

É uma estrutura de aterro compactado, com o reforço de estruturas metálicas que


interagem com o solo através do atrito solo-armadura, permitindo a estabilidade do talude
vertical (PESSOA, 2016).

Figura 02: Terra Armada.

Fonte: Pessoa, 2016.

4. CORTINA ATIRANTADA

De acordo com MONTEIRO (2006), consiste em muros delgados de concreto, com 20


a 30 centímetros de espessura contidos por tirantes protendidos na vertical. SILVA (2017) diz
que os tirantes estão sujeitos a esforços axiais de protensão e são projetados para resistir aos
esforços causados pela reação entre o muro-tirante e o solo.

Figura 03: Cortina Atirantada.

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Fonte: Monteiro, 2006.

5. SOLO GRAMPEADO
O solo grampeado consiste em uma técnica de reforço do talude por meio da introdução
de elementos resistentes, denominados de grampos, que são instalados na horizontal para
introduzir esforços resistentes de tração e cisalhamento. Essa técnica não é recomendada para
solos arenosos ou aterros, e é ideal para taludes naturais, onde a instalação é mais fácil
(BONOMO E CHAGAS, 2017)

Figura 04: Solo Grampeado.

Fonte: Bonomo e Chagas, 2017.

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6. SOLO REFORÇADO
O solo reforçado é basicamente uma técnica de contenção, onde se utiliza de elementos,
sejam eles naturais ou não, que resistam a tração causada pelo solo compactado, onde buscará
reduzir a deformação do mesmo. O geossintético pode ser utilizado como solo reforçado
(SILVA, 2017).
A estabilidade interna e externamente deve ser considerada, e é esta é garantida a partir
do peso de toda a massa solo e o respectivo comprimento dos reforços. Em relação ao aterro
reforçado ele deve ser considerado como um corpo rígido, onde deve-se levar em consideração
todos os fatores de segurança básicos, para poder garantir a sua estabilidade externa. Onde esses
fatores são o deslizamento da base da estrutura reforçada, o tombamento em torno do pé do
muro e a capacidade da carga da fundação. Utilizando-se de geossintéticos, pode existir uma
redistribuição global das tensões e deformações, onde isso permite a colocação de muros, ou
taludes com menor volume no aterro. Pode-se utilizar ainda de gramas para revestir as estruturas
de taludes, e de concreto projetado sobre a face dos muros de contenção (NTC BRASIL, 2015).

Figura 05: Maciço composto de camadas de aterro

Fonte: NCT Brasil, 2015.

Figura 06: Geotêxtil utilizado em contenções

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Fonte: NCT Brasil, 2015.

Figura 07: Solo Reforçado

Fonte: NCT Brasil, 2015.

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7. DESLOCAMENTO DE TALUDES
De acordo com Horst (2007), nos taludes os deslocamentos de massas são gerados
quando as tensões solicitantes passam do limite de resistência ao cisalhamento do solo, quando
isso acontece o talude é considerado inseguro e instável. O fator de segurança é responsável por
garantir essa estabilidade, onde esse fator é a relação entre as forças resistivas, que servem para
impedir os deslocamentos do maciço e das forças cisalhantes, que são as que provocam a
movimentação dos sentimentos.
Ainda, segundo o autor anterior, se o fator de segurança for maior do que 1, significa
que o maciço está estável, caso o valor do mesmo seja menor do que 1, significa que o maciço
está demonstrando instabilidade, e por último, se o fator de segurança for igual a 1, indica que
o maciço está no limite da estabilidade.
A partir da identificação desse fator, é possível executar uma obra mais segura, já que
demonstra se será necessário a construção de mais estruturas de contenção, caso haja a
possibilidade de ruptura do mesmo.

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8. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11682: Estabilidade de Taludes. Rio de


Janeiro, 1991.

BONOMO, H. R., CHAGAS, R. O., Métodos para estabilização de taludes: solo grampeado e biocimentação.
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Engenharia Civil apresentado à Faculdade Capixaba de Nova
Venécia – MULTIVIX. Nova Venécia, 2017.

CARDOSO, Francisco Ferreira. Sistemas de Contenção. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 2002

HIGASHI, R. A. de. R. Notas de aula – mecânica dos solos. 2014.

HORST, Rafael. Avaliação dos métodos para cálculo de estabilidade de taludes em maciço terroso. 2007.
Monografia (Graduação em Engenharia Civil) - Universidade regional do noroeste do estado do Rio Grande do
Sul - Departamento de tecnologia, Ijuí, 2007.

MASSAD, F. Obras de Terra: Curso Básico de Geotecnia. São Paulo: Oficina de Textos, 2003.

MONTEIRO, Valquiria Madianeira Costa Monteiro. Obtenção de coeficientes de atrito solo/estrutura para um
solo residual de basalto e sua importância no cálculo de estruturas de contenção. Universidade Regional do
Noroeste do Rio Grande do Sul, 2006.

PESSOA, Rafael Gaspar. Avaliação dos custos construtivos de estruturas de contenção no município de Natal
/RN. Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Artigo Científico, submetido ao Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2016.

SILVA, F. A. R. Análise comparativa do dimensionamento de cortina atirantada aplicada em casos de


taludes com solos diferentes. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Federal de Alagoas.
Delmiro Golveia, 2017

SOLOS reforçados x solos grampeados. NTC Brasil, 2015. Disponível em: <
https://www.ntcbrasil.com.br/blog/solos-reforcados-x-solos-grampeados/>. Acesso em: 26 de ago, de 2021.

VAN PAASSEN, L. A.; GHOSE, R.; VAM DER LINDEN, T. J. M.; VAN DER STAR, W. R. L. Quantifying
biomediated ground improvement by ureolysis: large-scale biogrout experiment. Journal of geotechnical and
geoenvironmental engineering, ASCE, 2010.

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