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TRABALHO DISCIPLINA GAIAM

IMPACTOS CAUSADOS PELA CONSTRUÇÃO DE UMA


BARRAGEM PARA APROVEITAMENTO HIDROELÉTRICO

Afonso Santos
Jonas Santonatto
Juliana Oliveira
Luís Moraes

Junho - 2019
Índice
Introdução............................................................................................................................................... 2
Metodologia ............................................................................................................................................ 5
Impactos Positivos .................................................................................................................................. 6
Impactos Negativos................................................................................................................................. 8
Meio Físico .............................................................................................................................................. 8
Meio Biológico ...................................................................................................................................... 12
Socioecónomico .................................................................................................................................... 15
Impactos de Risco e Vulnerabilidades .................................................................................................. 18
Avaliação dos Impactos......................................................................................................................... 20
Medidas Mitigadoras ............................................................................................................................ 22
Bibliografia ............................................................................................................................................ 23

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Introdução
Este trabalho destina-se á identificação de impactos esperados pela construção de
uma barragem para um aproveitamento hidroelétrico, aliado á legislação corrente da União
Europeia, uma metodologia utilizada, e as possíveis medidas mitigadoras a serem aplicadas
nas fases de construção, operação e desativação dessa hidroelétrica.
Por impactos tomam-se os conjuntos de alterações favoráveis e desfavoráveis, criadas
no ambiente e na sociedade local, em determinadas condições, período de tempo e área,
resultantes da execução de um projeto comparativamente a situação de desenvolvimento
natural em que tal empreendimento não existisse.
A construção de uma barragem pode ser feita com vista em várias finalidades, o
armazenamento de água para os vários setores, irrigação, combate a incêndios, controlo de
caudal e claro, energia hidroelétrica. Um empreendimento deste tipo pode e deve servir mais
que um propósito para as comunidades, no entanto, ao ser construído perto destas
apresentam-se imediatamente riscos importantes para populações, terrenos e
infraestruturas a jusante.
A energia hídrica é um dos mais antigos aproveitamentos energéticos a grande escala
e está enquadrada como uma energia renovável. A produção de energia hídrica é
principalmente efetuada através centrais hidroelétricas, que estão associadas a barragens de
grande ou média capacidade, que represam a água dos rios, constituindo um reservatório de
água, desviando pontualmente o fluxo de água. Estas centrais, usam a energia da diferença
de nível entre a albufeira e o rio, a jusante da central, que fazem rodar as turbinas e os
respetivos geradores, produzindo eletricidade.

Figura 1- Esquema de Central Hidroelétrica

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Figura 2- Hidroelétrica de Cahora Bassa em Moçambique

Entretanto, as barragens são interrupções do curso natural da água, onde uma vez
construída, impacta a qualidade e a quantidade ofertada de diversos serviços ecossistémicos,
reduzindo o bem-estar de milhares de pessoas, principalmente das que vivem próximas à
área destinada à construção da usina. As múltiplas funções ecológicas e serviços ambientais
prestados gratuitamente por cursos d’água são inúmeros e valiosos. Um rio não é um simples
canal de água, é um rico ecossistema moldado ao longo de milhões de anos, com ritmos
próprios de composição e decomposição. Verdadeiros corredores de biodiversidade
fornecem água, ar puro, alimentos, terras férteis, equilíbrio climático, fármacos animais e
vegetais e recreação, turismo ecológico, entre outros tantos serviços.
Os sistemas hídricos propiciam também estocagem e limpeza de água, recarga do
lençol freático, regulagem dos ciclos biogeoquímicos, estocagem de carbono e habitat para
inúmeras espécies, endêmicas ou não. Fornecem ainda outros benefícios tais como pesca,
agricultura de subsistência, via de transporte e auxílio na pecuária extensiva. Mexer com essa
diversidade ecossistémica única, que propicia tantos serviços aos privilegiados que usufruem
dessas benesses, provocam discórdias de difícil consenso.
A construção de reservatórios em cursos d’água para a geração de energia elétrica é
um feito da engenharia, são estruturas imensas e seus reservatórios represam volumes
incomensuráveis de água. Cada projeto tem suas especificidades, mas como toda obra de
grande porte, provoca inúmeros impactos ambientais, sociais, econômicos e culturais que
transformam as regiões onde se instalam. Determinados impactos são irreversíveis, outros,

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no entanto, devido a capacidade de resiliência da natureza em conjunto com ações positivas,
encarrega-se de corrigir e/ou restaurar.
Com a intensificação do ciclo hidrológico ligada ao aumento de temperatura média do
planeta, as movimentações de água e precipitações têm-se tornado cada vez mais
imprevisíveis e espontâneas, o que aliado a grande capacidade de armazenamento de uma
barragem, e a fraca preparação para situações extremas durante todo o ciclo de vida da
infraestrutura pode implicar fortes consequências.
Contudo, este trabalho tem como objetivo elencar os diversos tipos de impactos
causados pela construção de uma barragem hidroelétrica desde as fases de construção,
operação e desativação do projeto, além de determinar quais os mais graves e indicar as
possíveis mitigações no intuito de se diminuir os danos.

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Metodologia

Para a compreensão do processo de identificação de impactos, o desenvolvimento


metodológico foi composto por cinco etapas:

1. Dividiram-se as áreas, a serem analisados os impactos como: meio físico, meio


biológico e socioeconômica;
2. Segmentaram-se as áreas afetadas pela construção, e identificaram-se os riscos onde
são abrangidos;
3. Com os impactos identificados, determinaram-se em que tempo da fase do projeto o
impacto se sucedeu: construção, implantação e desativação;
4. Classificaram-se os graus de severidade dos danos;
5. Levantaram-se as possíveis mitigações dos impactos e riscos.

Gráfico 1 – Etapas Metodológicas

Gráfico 2 – Desdobramento de Impactos Gráfico 2 – Fases de uma Barragem

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Impactos Positivos
Relativo a este empreendimento, estão citados a seguir os principais pontos positivos:

1. As hidroelétricas são consideradas uma fonte renovável de energia. Utiliza a


energia de água corrente para produzir eletricidade, sem, contudo, reduzir sua
quantidade. Portanto, todos os empreendimentos hidroelétricos, de pequeno ou
grande porte, a fio d’água ou de armazenamento, enquadram-se no conceito de
fonte de energia renovável;
2. Usinas hidroelétricas acarretam aumento da densidade populacional, perenes ou
temporários, e se bem gerido, causam um desenvolvimento regional.
Trabalhadores chegam em grande quantidade ao local para participar da sua
construção e, depois, para mantê-la em funcionamento. Há necessidade de se
criar uma infraestrutura incremental para fornecer à nova população residências,
escolas, hospitais, telecomunicação, luz elétrica e áreas de lazer. Esses eventos
provocam um efeito multiplicador de crescimento da economia local;
3. Usinas hidrelétricas usam tecnologia conhecida e segura há mais de um século, e
sempre incorporam novas tecnologias para ter sobrevida e diminuir custos de
operação e manutenção. Os seus impactos são bem compreendidos e
administráveis, mediante medidas de mitigação e compensação de danos,
previstos na AIA (Avaliação de Impacto Ambiental) e EIA (Estudo de Impacto
Ambiental). Contribuem para o desenvolvimento sustentável, caso esses estudos
de impactos ambientais sejam elaborados em bases científicas, e obedecem a
rígidas posturas legais tendo uma gestão constante do concessionário;
4. A operação dos sistemas elétricos depende de fontes de geração rápidas e flexíveis
para atender às demandas de pico, manter os níveis de tensão do sistema e
restabelecer prontamente o fornecimento após um blackout, condições essas
atendidas pelas hidroelétricas;
5. Os reservatórios de acumulação oferecem flexibilidade operacional incomparável,
já que podem responder imediatamente às flutuações de oferta e demanda de
eletricidade. A estabilidade, a flexibilidade e a capacidade de armazenamento
dessas usinas possibilitam o emprego paralelo de fontes intermitentes de energia
renovável, como energia solar e eólica;

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6. A água dos rios é um recurso doméstico e, ao contrário de combustíveis fósseis
(carvão, petróleo e gás), não está sujeita a flutuações de mercado, o que assegura
segurança energética e estabilidade de preços;
7. Os reservatórios das usinas hidrelétricas armazenam água da chuva, que pode ser
usada para consumo ou para irrigação. Ao armazenar e reter a água, eles protegem
os aquíferos contra o esgotamento e reduzem a vulnerabilidade a inundações e
secas;
8. As usinas hidroelétricas não produzem poluentes do ar (GEE), pelo contrário,
melhoram o ar que se respira. Muito frequentemente, elas substituem a geração
a partir de combustíveis fosseis, reduzindo assim a chuva ácida e a fumaça. Além
disso, os empreendimentos hidroelétricos não geram subprodutos tóxicos;
9. Uma usina hidroelétrica possibilita usos múltiplos para o reservatório e, via de
regra, cria possibilidade de recreação, turismo e melhora o bem-estar da
população;
10. Com um tempo médio de vida útil de 50 a 100 anos, os empreendimentos
hidrelétricos são investimentos de longo prazo que podem beneficiar com energia
limpa, segura e barata diversas gerações;
11. Usinas são estratégicas para a segurança energética de uma região. Os locais que
têm a vantagem de poder construí-las possuem esse diferencial fundamental para
seu desenvolvimento. As grandes usinas recebem compensações financeiras para
sanar possíveis danos ambientais provocados pela formação do reservatório da
barragem;
12. Os locais onde se instalam hidrelétricas podem transformar-se em centros de
referências: em desenvolvimento de tecnologia de ponta para o setor, na
formação de mão-de-obra qualificada, em desenvolvimento de estudos e projetos
de preservação da flora e fauna locais, na implantação de programas de educação
ambiental para a comunidade, e no fomento do turismo de lazer e ambiental, a
exemplo do que ocorre com a usina de Itaipu no Brasil.

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Impactos Negativos
Os impactos negativos de uma barragem hidroelétrica sobre o meio ambiente, bem
como os efeitos do uso dos seus recursos naturais nas áreas de influência, têm diversas
magnitudes e abrangências. Os elementos de projeto potencialmente causadores de impacto
ambiental ocorrem nas fases de planeamento, construção, enchimento do reservatório,
desativação do canteiro de obras e operação do empreendimento. Os impactos ambientais
previstos devem ser demarcados no tempo, de forma a permitir que as medidas mitigadoras
ou compensatórias possam ser implementadas no momento adequado. No que tange
diretamente o ambiente, pode-se verificar a vegetação e a fauna local como principais
impactos.

Meio Físico

Geologia e Geomorfologia

Em uma bacia hidrográfica, as características de tipologia de leito, tipologia dos canais,


tipologia de padrões de drenagem, analisadas em conjunto, promovem uma dinâmica
peculiar das águas correntes que, associada a uma geometria e hidráulica, culmina em
processos específicos fluviais de erosão, transporte e deposição. Em um rio, a velocidade das
águas depende de fatores importantes como a declividade do perfil longitudinal, o volume
das águas, a forma da seção transversal, o coeficiente de rugosidade do leito e viscosidade da
água, fazendo com que a velocidade das águas tenha variações nos diversos setores do canal
no qual ela flui. Nesse sentido, qualquer obstáculo influencia na eficiência do fluxo das águas,
por exemplo, quanto mais lisa for a calha, maior será a eficiência do fluxo. Assim, o
comportamento da velocidade das águas e seu fluxo (turbulento ou laminar) relacionam-se
com a corrente fluvial (ou trabalho) que o rio executa, possibilitando o transporte da carga
sedimentar nas suas mais variadas formas (suspensão, saltação e rolamento), de acordo com
a granulação das partículas (tamanho e forma) e das características da própria corrente,
elaborando uma forma de relevo fluvial em função destas variáveis. Quando ocorre uma
intervenção humana de grande intensidade, como é o caso das construções de grandes
barragens, há o rompimento do equilíbrio longitudinal do rio. Praticamente todo barramento

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do canal fluvial interfere no seu sistema lótico (correntezas) passando a ser um sistema com
características lênticas (ou de águas semi-paradas) no reservatório. Esse tipo de interferência
gera uma série de efeitos em cadeia que, dependendo da magnitude e área de abrangência,
pode ser irreparável. Um dos pontos que pode-se citar é quanto a instabilidade de taludes
naturais. O rebaixamento rápido é uma condição crítica a que taludes artificiais e naturais são
submetidos, que ocorre quando taludes total ou parcialmente submersos experimentam uma
redução do nível d’água subjacente em velocidade maior que a velocidade de percolação das
águas através do terreno, deixando-o em estado saturado. Por isso, em usinas hidrelétricas
convencionais com reservatórios de regularização, a avaliação da estabilidade do talude de
montante das barragens de terra sob rebaixamento rápido integra as verificações de projeto
desde os estudos de viabilidade técnica e econômica, tendo por objetivo definir uma taxa
segura para o deplecionamento do nível d’água, o que condiciona a operação dos
reservatórios.

Um outro grave problema toca a interface do lençol freático. Um curso de água


superficial recebe alimentação do lençol freático ao longo de suas margens, pelo fato de suas
cargas hidráulicas encontrarem-se mais baixas do que aquelas do aquífero livre adjacente.
Assim sendo, caso ocorra alteração no nível de água do rio, seja ela natural, seja artificial,
inevitavelmente provocará modificação no movimento da água no aquífero. As modificações
que ocorrem no regime hidrológico subterrâneo após a construção de uma barragem serão
tanto mais significativas, quanto maior se constituir a obra, sua área de inundação e a
espessura média da lâmina d’água resultante da formação do reservatório. O significado do
impacto da instalação de reservatórios, enquanto fonte de recarga ou de modificações nos
aqüíferos livres adjacentes, tem grau de importância diferenciado entre cada barragem, pois
ele será considerado tanto mais positivo quanto maior for a escassez ou disputa estabelecida
pelo uso de recursos hídricos na área ou região de influência da represa. Por outro lado, ele
poderá ser realçado como impacto negativo na medida em que as questões regionais
preponderantes não sejam demandas por volumes de água, mas decorrências nos usos e
ocupações do solo, já estabelecidas ou previstas para implantação no entorno do futuro
corpo d’água.

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A construção de uma barragem cria um novo lago que irá alterar as condições
estáticas das formações rochosas do ponto de vista mecânico (em virtude do próprio peso da
lâmina d’água), e do ponto de vista hidráulico (em conseqüência da infiltração do fluido na
subsuperfície, que causa pressões internas nas camadas rochosas profundas). A combinação
das duas ações pode desencadear distúrbios tectônicos e, eventualmente, gerar sismos, caso
as condições locais sejam propícias. Assim, é preciso investigar regiões onde serão
construídos grandes reservatórios, mesmo em regiões intraplacas, pois pouco se sabe, ainda,
sobre o acúmulo de esforços nestas áreas. Considerando que em tais áreas os períodos de
recorrência de sismos são mais longos, tais regiões se tornam, também, áreas potencialmente
perigosas para sismos catastróficos.

Com o enchimento do reservatório, algumas jazidas também podem ser impactadas


negativamente, de forma definitiva, enquanto outras, situadas na borda do reservatório ou
em locais de águas pouco profundas, podem ter sua exploração continuada com os mesmos
equipamentos ou através de métodos adequados à nova situação, sendo um ponto
importante também a ser verificado.

Solo

Outro grande impacto, se não o mais evidente, é quanto ao alagamento e a perda dos
remanescentes florestais e terras agricultáveis, que contribuem para o empobrecimento da
biodiversidade e perda de solos férteis. O desmatamento ciliar e o manejo inadequado do
solo são um dos principais fatores para o desenvolvimento dos processes erosivos e
assoreamento, diminuindo, assim, a vazão de córregos e riachos, e consequentemente o
volume útil do reservatório e sua funcionalidade. O estudo sob o solo, e seus impactos são
muito específicos para cada bacia hidrográfica e seu respectivo uso de agricultura, ou
pecuária na região. Em linhas gerais, a perda de área fértil cultivável é um problema inicial,
onde pode, ou não, ser permanente com o advento da barragem, tendo em vista que pode-
se gerar novas terras produtivas. Faz-se taxativo assim um estudo específico sobre o uso do
solo, de modo a entender os possíveis remanejo de agricultura local, e possíveis processos
erosivos que por ventura podem ocorrer na região.

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Recursos Hídricos

Os ecossistemas de água doce são divididos em ecossistemas lênticos e lóticos. Para


entender-se melhor estes ecossistemas, tem-se a seguir uma breve descrição. Ecossistemas
Lênticos são ambientes aquáticos de água parada, como por exemplo, lagoas, lagos, pântano,
etc., sendo classificado como um importante distribuidor de biodiversidade por apresentar
ecótonos bem definidos. Ecossistemas Lóticos são ambientes aquáticos de água corrente,
como por exemplo rios, nascentes, ribeiras e riachos, tendo como principal característica o
fluxo hídrico, que influencia diretamente as variáveis físico-químicas da água e as
comunidades biológicas presentes. A barragem altera o fluxo de corrente e a vazão do rio a
jusante, que causa alargamento do leito original, aumento de profundidade e elevação do
nível do lençol freático, criando pântanos, ou seja, criando uma hidrologia mais lêntica. Estas
mudanças causam alterações nas estruturas da fauna aquática, principalmente por meio da
substituição ou extinção local de espécies. Espécies as quais acostumadas à água corrente
têm dificuldades em se adaptar à água quase parada de um lago, onde o nível de oxigenação
diminui acentuadamente. A consequência é a proliferação de determinadas espécies em
relação a outras. Em contrapartida, as barragens impedem o fluxo natural de sedimentos
ricos em nutrientes, que auxiliam na fertilização dos solos para produzir alimentos,
impactando negativamente o rio posteriormente a barragem. A interrupção brusca do fluxo
normal do curso do rio provoca diversas mudanças na temperatura e na composição química
da água, com consequências diretas na sua qualidade. A água do fundo de um reservatório
de uma grande barragem normalmente é mais fria no verão e mais quente no inverno do que
a água corrente do rio. Já a água da superfície do reservatório é mais quente do que a do rio
praticamente em todas as estações. Essas mudanças de temperatura mudam os ciclos da vida
aquática, tais como procriação e metamorfose.

A comunidade bentônica exerce um importante papel em processos ecológicos e


ecotoxicológicos em ambientes aquáticos. Esta comunidade reflete alterações físicas,
químicas e ecológicas ocorridas no ambiente aquático, podendo funcionar como indicador de
alterações da qualidade ambiental. É constituída, em sua grande parte, de organismos
sedentários ou sésseis de vida relativamente longa. Podem indicar o estado trófico passado
e presente e os efeitos de descargas orgânicas e de poluentes nos corpos d’água,

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armazenando informação por períodos mais longos que as comunidades planctônicas e
nectônicas. Alterações na qualidade da água, e nas condições naturais do rio podem impactar
nestas comunidades servindo de indicador da vida do rio.

Clima

A implantação de hidrelétricas interfere de forma irreversível no microclima local,


provocando alterações na temperatura, velocidade do vento, na umidade relativa do ar, na
evaporação e afeta o ciclo pluvial. Um muro de contenção segura água outrora corrente e sua
regulação passa a ser feita pelo ser humano. O ecossistema in natura com toda sua rica
biodiversidade jamais será recomposto. As médias das temperaturas mais altas tendem a ter
pequenas baixas enquanto as médias das temperaturas mais baixas tendem a ter ligeiras
altas. A quantificação desses impactos ainda é incipiente dada a complexidade que envolve
os estudos de mudanças climáticas e de ecossistemas.

Meio Biológico

Os impactos de uma barragem hidroelétrica sobre o meio ambiente, bem como os


efeitos do uso dos seus recursos naturais nas áreas de influência, têm diversas magnitudes e
abrangências. Os elementos de projeto potencialmente causadores de impacto ambiental
ocorrem nas fases de planeamento, construção, enchimento do reservatório, desativação do
canteiro de obras e operação do empreendimento. Os impactos ambientais previstos devem
ser demarcados no tempo, de forma a permitir que as medidas mitigadoras ou
compensatórias possam ser implementadas no momento adequado. No que tange
diretamente o ambiente, pode-se verificar a vegetação e a fauna local como principais
impactos no meio biológico, e para o meio físico tem-se a Geologia, solo, recursos hídricos e
clima.

Vegetação

A construção de uma barragem, de modo geral, leva a uma tendência de aumento de


pressão antrópica sobre a vegetação, causada pela iminência de perda deste recurso natural
pelo alagamento. O fato de que uma parcela territorial deverá ser inundada estimula práticas

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predatórias como a retirada de madeira e de lenha, desmatamentos em área de preservação,
etc. Os impactos decorrentes dos desmatamentos esperados, embora isoladamente sejam de
baixa magnitude (no caso de áreas a serem alagadas) e média magnitude (quando ocorrerem
nos entornos), assumem importância significativa no seu conjunto por representarem uma
intensificação do processo gradativo de antropização da região. O mapeamento da cobertura
vegetal e os estudos de campo permitem verificar que trechos de vegetação considerados
significativos devido à extensão e ao estado de conservação em que se encontram de modo
a entender quais os futuros impactos nas vegetação local remanescente, tendo em vista a
dificuldade em prever com exatidão qual o real impacto sobre a vegetação.
As macrófitas aquáticas são formas macroscópicas de vegetação aquática que
desempenham diversas funções nos ecossistemas, entre elas a capacidade de absorverem o
excesso de nutrientes e poluentes da água. A poluição dos ambientes aquáticos provoca
efeitos sobre as comunidades de seres vivos, os quais podem ser utilizados para avaliar as
modificações da qualidade do meio.
Em suspensão nos ambientes aquáticos encontram-se um conjunto de organismos
microscópicos fotossintetizantes denominado fitoplâncton, que é sujeito ao movimento
passivo provocado por ventos e correntes. O estudo da comunidade fitoplanctônica, é
relevante por sua importância na produção primária do ambiente aquático, como indicador
eficiente das alterações decorrentes no ecossistema e, além disso, o seu curto ciclo de vida
permite a compreensão de importantes processos, tornando-a um modelo para o
entendimento de outras comunidades e dos ecossistemas em geral. Nesse contexto, o
monitoramento sobre esses microscópios possui demasiada importância como parâmetro de
início até o fim do projeto.

Fauna

Perturbações no habitat e nos hábitos da fauna local terá importância e magnitude


nas fases de construção, operação e desativação. Nestas fases poderá ocorrer de alterar o
equilíbrio entre as espécies, no que tange a relação presa e predador tanto nas faunas
terrestre como na aquática, podendo gerar até a extinção de espécies a qual lá habitam,
principalmente na fase construção e operação da barragem. Essas intervenções, assim,
alteram a composição do nicho ecológico local de forma muitas vezes definitiva.

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O aumento populacional local, principalmente na construção da barragem, poderá
levar ao aumento da caça na região. Embora de pequena magnitude, poderá ter grande
importância, uma vez que objetiva capturar animais típicos de florestas, já raros na região e
de grande importância ecológica.
Impactos futuros na cadeia alimentar, bem como na estrutura populacional, precisam
ser avaliados em monitoramentos contínuos da comunidade zooplanctônica para que se
possa verificar o sucesso ou o declínio das populações locais, sendo estes um bom indicador
do nível de impacto versus equilíbrio no ecossistema local, tendo em vista que estes
organismos são extremamente diversificados e de importante verificação na escala
microbiótica.
Mesmo sendo altos os níveis de degradação da vegetação marginal, a fauna aquática
local é relativamente rica. A implantação pode alterar a qualidade da água, diminuindo
gradativamente as espécies típicas de água corrente na área impactada e favorecendo a
ocupação por outras espécies de boa adaptabilidade às modificações do meio ambiente. O
aumento da pesca na região intensificará o processo, uma vez que as espécies de água
corrente são as de maior valor comercial.

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Socioecónomico
Organização Social
Geralmente, as populações locais dependem fortemente do acesso a diversos
recursos naturais, principalmente as rurais, indígenas e ribeirinhas que precisam destes
recursos para sua subsistência. Dentre os diferentes impactos às populações locais,
destacam-se os que alteram a qualidade e a quantidade dos serviços ecossistémicos providos
localmente e que são utilizados por esses habitantes.
A vida das populações rurais, ribeirinhas e indígenas, está pautada nos diversos
serviços ecossistémicos: a água é utilizada para consumo humano, animal e para o
deslocamento; o peixe é fonte de alimento e renda; os produtos retirados da floresta podem
servir de alimento, como matéria prima e ter uso medicinal; as diferentes paisagens
apresentam relevância religiosa e estão conectadas com as culturas tradicionais locais; o
turismo também se faz uma importante fonte de renda nas comunidades e dentre os
diferentes impactos às populações locais, destacam-se os que alteram a qualidade e a
quantidade dos recursos naturais providos localmente e que são utilizados por essas
populações. Modificações no provimento destes serviços causam profundas alterações no
bem-estar e sobrevivência dessas pessoas.
O índice de desemprego causado por perdas de renda por subsistência é evidente,
pois as populações locais que antes tinham rendam através da pesca ou da agricultura na
margem dos rios são extintas. Em contrapartida, com a construção e operação das
hidroelétricas observa-se um crescimento de empregos formais e informais.
De acordo com o estudo feito Núcleo de Avaliação de Políticas Climáticas da PUC-Rio/
Climate Policy Initiative (NAPC/ CPI), através do projeto INPUT e em cooperação com o
BNDES, que avalia os efeitos locais da construção de usinas hidroelétricas a partir de
indicadores como economia local e contas municipais onde foram analisados 82 municípios,
distribuídos em 13 estados, que tiveram área alagada por uma hidrelétrica cuja construção
se iniciou entre 2002 e 2011,o impacto econômico gerado pelas usinas hidroelétricas em suas
áreas de entorno varia bastante, mas, na média, os resultados mostram que, nos municípios
onde as usinas foram construídas, os efeitos positivos e negativos são de curto prazo. O
crescimento econômico que ocorre durante os dois ou três primeiros anos após o início da

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obra tende a se dissipar depois de cinco ou seis anos, o que geralmente coincide com o fim
da construção.

Estrutura de Produção
Ao construir a barragem verifica-se um aumento considerável de áreas alagadas
devido ao represamento causado pela interrupção natural do curso da água, e desse modo,
o projeto pode causar a diminuição de território através de inundações em terras férteis
(próprias para o cultivo e pasto para a produção de animais). Ao alagar essas zonas
produtivas, o município deixa de produzir produtos alimentícios necessitando comprar de
outros locais gerando um aumento nos preços inflacionando o custo de vida local.
Com a extinção de inúmeras propriedades rurais, por não haver mais cultivo,
provavelmente essas pessoas tendem a sair do seu local para sair em busca de novas
oportunidades de trabalho, e ao se deslocar, encontram as cidades do entorno como morada
aumentando as aglomerações urbanas. Sem a estrutura adequada, (saneamento básico e vias
de circulação) para a recepção dessas novas famílias, estas cidades mudam toda sua estrutura
paisagística podendo ocasionar na formação de habitações informais. Os efeitos sociais são
intangíveis da relocação de grandes populações, especialmente comunidades tradicionais.

Saúde Pública
O primeiro tipo de problema de saúde provocado por barragens começa com a
chegada de um grande número de trabalhadores da construção civil para trabalhar na obra.
São trabalhadores que circulam por toda a parte e muitas vezes carregam consigo doenças
contagiosas como tuberculose, sífilis, sida, entre outras. Os trabalhadores da obra também
são vítimas das condições de trabalho perigosas e insalubres na maioria dos casos, além do
alto índice de acidentes que podem ocorrer, com isso a estrutura pré-existente no local de
hospitais e casa de saúde geralmente não estão dimensionadas para suprir tal aumento da
demanda.

Educação
Com o aumento da migração de famílias para o local onde se realizará a construção
da barragem, é suposto que as escolas já existentes, caso haja, não suprirá a atual demanda,
provocando um estrangulamento da rede escolar. Em função disso, será necessário a

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construção de novas escolas para receber os filhos dos trabalhadores que se instalarão
temporária ou permanentemente nas áreas da construção e implementação da barragem.

Patrimônio Cultural
Grandes barragens também costumam provocar a perda de recursos arqueológicos,
como cavernas e fósseis de plantas e animais. A inundação de sítios de interesse histórico,
cultural, paisagístico e de lazer também serão outras perdas de patrimônio cultural em função
da implantação da barragem. Por fim, segue-se abaixo um quadro com o levantamento de
todos os impactos negativos em linhas gerais tratados neste trabalho.

Tabela 1 - Principais impactos provocados pela implantação de uma barragem

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Impactos de Risco e Vulnerabilidades

Com o número mundial de grandes barragens a passar as 50.000, e apesar da


probabilidade de ocorrência de acidentes como galgamento e rotura seja cada vez mais baixa,
a verdade é que este tipo fenómenos acontece, e o seu impacto no ambiente e nas
comunidades são muitas vezes incalculáveis, quando se tratam de vidas humanas, e muito
maiores do que quaisquer benefícios que este tipo de empreendimento possa servir ao longo
da sua vida útil.
A rotura da barragem de Brumadinho, no Brasil, em janeiro deste ano é um dos
exemplos de maior impacto recentemente. Com mais de 200 mortos, 90 desaparecidos e
todo o impacto causado nas comunidades e ecossistemas adjacentes, a preocupação em
garantir a segurança de grandes barragens cresce consideravelmente.
Na fase de projeto de uma hidroelétrica tais riscos e impactos devem definitivamente
ser considerados para salvaguardar futuras gerações. O levantamento geológico das margens
para identificar zonas com potencial risco de escorregamento e o especial cuidado em zonas
de elevada sismicidade são importantes para reduzir posteriormente estes riscos.
A estatística aponta que o período crítico de uma barragem é durante a sua
construção, o primeiro enchimento completo e os seguintes 5 a 7 anos depois do término da
primeira etapa, no entanto, a maior parte das causas para a rotura de barragens ocorrem
durante o seu funcionamento normal e principalmente são devido a:

• Exploração inadequada da albufeira devido a hidrogramas incorretos ou por


sequencia de cheias;
• Degradação da estabilidade do corpo, fundações e encostas;
• Atos de sabotagem e/ou operações militares;
• Deficiências construtivas;
• Ocorrência de sismos que podem provocar escorregamentos ou enfraquecimento da
infraestrutura.

Abaixo apresentam-se quatro princípios básicos, com base no estudo de mitigação de


riscos, para uma redução eficaz de perdas de vidas e de bens:

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1. Avaliação económica e social de vulnerabilidades e risco.
2. Instalação de sistemas de controlo, previsão e alerta.
3. Implementação de programas de emergência e evacuação.
4. Um paradigma para a gestão de riscos que inclua a consciência social, a preparação
para responder adequadamente a riscos e a prevenção de desastres.

Com isto é possível reduzir e prevenir muitos dos impactos extraordinários vindos de
um empreendimento de dimensões consideráveis, como a perda de vidas humanas, e
grandes dimensões de território.

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Avaliação dos Impactos

Com o objetivo de tornar todos os impactos mencionados anteriormente mais


tangíveis, utilizaram-se como avaliação a qualidade de impacto (positivos ou negativos),
duração (permanente, temporário, esporádico), intensidade e fase [1] construção, [2]
operação e [3] desativação, conforme tabela abaixo, com a lista de impactos negativos
levantados no decorrer do trabalho. Para este trabalho, no entanto, não verificar-se-á a
intensidade, por definição prévia do escopo do mesmo.

Tabela 2 - Avaliação de Impactos quanto a severidade

SEVERIDADE DE IMPACTOS NEGATIVOS Qualidade Situação [1] [2] [3] Status

- Permanente x x x
Instabilidade de taludes naturais Perm anente

+/- Permanente x x
Geologia e Elevação do lençol freático Perm anente
Geomorfologia
- Esporádico x x
Indução de sismicidade Esporádico

- Temporário x x
Inundação de jazidas Tem porário

- Permanente x x
Dinamização dos processos erosivos Perm anente

Solo - Permanente x x x
Redução de área de solo Perm anente

- Permanente x x
Alteração na capacidade de uso Perm anente
Meio
- Temporário x x
Físico Mudança de condições lóticas para lênticas Tem porário
Recursos
- Permanente x x
Hídricos Alteração da qualidade da água Perm anente

- Permanente x x
Mudança nas comunidades planctônicas e bentônicas Perm anente

- Permanente x x
Aumento da evaporação Perm anente

- Permanente x x
Elevação da umidade relativa do ar Perm anente

Clima - Permanente x x x
Alteração na velocidade do vento Perm anente

- Permanente x x
Alteração no micro-clima Perm anente

+ Permanente x x
Energia renovável Perm anente

- Permanente x
Eliminação da vegetação natural ou implantada Perm anente
Alterações estruturais e funcionais da vegetação
- Permanente x x
remanescente Perm anente
Vegetação
- Permanente x x
Proliferação de macrófitas Perm anente
Meio Mudança nas comunidades fitoplanctônica e
- Permanente x x
Biológico fitobentônicas Perm anente
Alteração na composição e nicho ecológico da fauna
- Permanente x x
aquática e terrestre Perm anente

Fauna - Permanente x x
Extinção de espécies Perm anente
Mudança nas comunidades zooplanctônicas e
- Permanente x x
zoobentônicas Perm anente

- Permanente x x
Inundação de núcleos urbanos e terras agrícolas Perm anente

- Temporário x
Migração das populações Tem porário
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- Temporário x x
Crescimento desordenado das populações Tem porário

- Temporário x
Desemprego Tem porário
Meio Mudança nas comunidades fitoplanctônica e
- Permanente x x
Biológico fitobentônicas Perm anente
Alteração na composição e nicho ecológico da fauna
- Permanente x x
aquática e terrestre Perm anente

Fauna - Permanente x x
Extinção de espécies Perm anente
Mudança nas comunidades zooplanctônicas e
- Permanente x x
zoobentônicas Perm anente

- Permanente x x
Inundação de núcleos urbanos e terras agrícolas Perm anente

- Temporário x
Migração das populações Tem porário

- Temporário x x
Crescimento desordenado das populações Tem porário

- Temporário x
Desemprego Tem porário
Alteração de infra-estrutura regional e recursos
- Permanente x x
Organização comunitários Perm anente
Social
- Permanente x x x
Alteração do uso e ocupação do solo Perm anente
Contribui para a estabilidade da rede e de fornecimento
+ Permanente x x
de energia Perm anente

+ Permanente x x x
Fomentação do turismo e lazer ambiental Perm anente

+ Temporário x x x
Crescimento da economia local Tem porário

- Temporário x x
Mudança nas relações inter-municipais Tem porário
Sócio-
- Permanente x
Economia Interrupção ou desorganização de atividades econômicas Perm anente

- Permanente x x
Estrutura de Perda de áreas produtivas Perm anente
Produção Isolamento de pólos de produção, abastecimento e
- Permanente x
comercialização Perm anente

- Permanente x x
Diminuição do território municipal Perm anente

- Esporádico x
Aparecimento de focos moléstias Esporádico

- Esporádico x
Importação de novas doenças Esporádico
Saúde pública
Armazenam água para consumo ou irrigação, aumentando
+ Permanente x x
assim a estabilidade do fornecimento de água Perm anente

- Esporádico x x
Aumento de acidentes Esporádico

Educação - Permanente x
Estrangulamento de rede escolar Perm anente

- Permanente x x
Patrimônio Inundação de bancos genéticos Perm anente
cultural Inundação de sítios de interesse cultural, histórico,
- Permanente x x
arqueológico, paisagístico e de lazer Perm anente

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Medidas Mitigadoras

A construção de diversas barragens ao longo do território português vem impactando


fortemente no meio físico, biótico e na socio economia das regiões, gerando impactos
positivos e negativos como já citados anteriormente. Com isso, são propostas algumas
medidas mitigadoras a fim de reduzir, dentro do possível, os impactos gerados por tal
empreendimento. Estas propostas podem ser verificadas na tabela abaixo.

Instabilidade de taludes naturais Observação continua do comportamento do rio


Geologia e Elevação do leçol freático Observação dos efeitos e indenização de perdas
Geomorfologia Indução de sismicidade Monitoramento e aplicação das técnicas necessárias
Inundação de jazidas Não há medidas, monitoramento
Dinamização dos processos erosivos Observação continua do comportamento do rio
Solo Redução de área de solo Observação dos efeitos e indenização de perdas
Alteração na capacidade de uso Indenização
Meio Físico
Mudança de condições lóticas para lênticas Monitoramento e adoção de medidas se necessário
Recursos
Alteração da qualidade da água Observação continuada das águas
Hídricos
Mudança nas comunidades planctônicas e bentônicas Não há medidas, monitoramento
Aumento da evaporação Não há medidas, monitoramento
Elevação da umidade relativa do ar Não há medidas, monitoramento
Clima
Alteração na velocidade do vento Não há medidas, monitoramento
Alteração no micro-clima Não há medidas, monitoramento
Não há medidas, replantio em áreas de canteiros; compensação das
Eliminação da vegetação natural ou implantada
perdas; compensação ambiental
Vegetação Alterações estruturais e funcionais da vegetação remanescente Não há medidas, monitoramento
Proliferação de macrófitas Monitoramento e adoção de medidas se necessário
Meio Biológico Mudança nas comunidades fitoplanctônica e fitobentônicas Observação contínua da vida aquática
Alteração na composição e nicho ecológico da fauna aquática e
Remanejamento dos animais e monitoramento
terrestre
Fauna
Extinção de espécies Remanejamento dos animais
Mudança nas comunidades zooplanctônicas e zoobentônicas Observação contínua da vida aquática
Inundação de núcleos urbanos e terras agrícolas Indenização
Migração das populações Construção de casas e implementação de serviços básicos
Crescimento desordenado das populações Apoio à Câmara do municipio em ações de controle do uso do solo
Organização Desemprego Orientação e auxilio na busca por um novo emprego
Social Alteração de infra-estrutura regional e recursos comunitários Comunicação prévia e estimulo à participação social
Alteração do uso e ocupação do solo Monitoramento, controle e orientação
Esclarecimento prévio e estabelecimento de código de conduta para
Mudança nas relações inter-municipais
os moradores
Interrupção ou desorganização de atividades econômicas Qualificação e requalificação profissional da população local
Perda de áreas produtivas Indenização
Sócioeconomia Estrutura de
Isolamento de pólos de produção, abastecimento e
Produção Criação de novos acessos
comercialização
Diminuição do território municipal Esclarecimento prévio a população
Aparecimento de focos moléstias Vigilância, controle de vetores e ampliação da rede de atendimento
Saúde pública Importação de novas doenças Vigilância, controle de vetores e ampliação da rede de atendimento
Aumento de acidentes Sinalizações e obrigatoriedade do uso dos EPI's
Educação Estrangulamento de rede escolar Construção de novas escolas
Inundação de bancos genéticos Relocação dos bancos genéticos mediante possibilidade
Patrimônio
Inundação de sítios de interesse cultural, histórico,
cultural Pesquisa, registro e salvamento
arqueológico, paisagístico e de lazer
Tabela 3 - Medidas mitigadoras para os impactos provocados pela implantação de uma barragem

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Bibliografia

SOUSA, WANDERLEY LEMGRUBER DE; Impacto Ambiental de Hidrelétricas: Uma


Análise Comparativa de Duas Abordagens [Rio de Janeiro] 2000

Barragens de Portugal, mapa e características:


http://cnpgb.apambiente.pt/gr_barragens/gbportugal/index.htm

Analise do Relatório do Impacto Ambiental das Usinas Hidrelétricas no Rio Madeira no


Município de Porto Velho/RO; V Encontro Nacional da Anppas 4 a 7 de outubro de 2010 Florianópolis -
SC – Brasil

Lima, Andre Luis; Impactos ambientais associados à usina hidrelétrica de Três Irmãos: o
fenômeno de ação e reação / Campinas, SP: [s.n.], 2003.

Mendes, Noeli Aparecida Serafim; As usinas hidrelétricas e seus impactos: os aspectos


socioambientais e econômicos do Reassentamento Rural de Rosana - Euclides da Cunha
Paulista. 2005.

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