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Planeta água
Leia nesta edição:
Opinião do editor
Aquifero Guarani ganha peso no abastecimento de cidades
Onde a escassez de água já provoca guerras no mundo
Mesmo com crise hídrica, Brasil perde 40% da água tratada
A água na história do homem
Principais bacias hidrográficas do mundo
Garimpo ameaça santuário de árvores gigantes na Amazônia
Plástico e meio ambiente
O mito tóxico da reciclagem de plástico
Lixo plástico, um desafio para o Planeta
Poluição de plástico nos oceanos
Sono das águas – poema de Guimarães Rosa
Opinião do editor
A água é um recurso essencial para a vida no Planeta Terra,
sendo indispensável para a sobrevivência de todos os seres
vivos. Desde a antiguidade, a água tem sido utilizada para
diversos fins, como a produção de alimentos, a geração de
energia elétrica, o transporte, entre outros. No entanto,
atualmente, a água enfrenta diversos desafios em relação à
sua disponibilidade e qualidade, o que torna fundamental a
adoção de medidas sustentáveis para a sua preservação e uso
consciente para as gerações futuras.
Em primeiro lugar, é importante destacar que a água é um
recurso finito e não renovável em curto prazo. Embora cerca
de 70% da superfície terrestre seja coberta por água, apenas
cerca de 2,5% é água doce, e grande parte desse total está em
regiões inacessíveis ou congeladas. Além disso, a distribuição
geográfica da água não é uniforme, o que pode levar a
conflitos entre regiões e países pelo seu acesso e uso.
Outro desafio relacionado à água é a sua qualidade, que vem
sendo comprometida pela poluição causada pelas atividades
humanas, como o despejo de esgoto, a agricultura intensiva e
o descarte inadequado de resíduos industriais. A poluição da
água pode afetar a saúde humana e dos animais, bem como a
biodiversidade aquática e o equilíbrio dos ecossistemas.
Diante desses desafios, a sustentabilidade e a preservação dos
recursos hídricos tornam-se fundamentais para garantir o
acesso à água para as gerações futuras. A sustentabilidade
hídrica envolve a adoção de práticas que promovam a
conservação da água, sua recuperação e reutilização, além de
medidas que reduzam a poluição e o desperdício.
Algumas medidas que podem ser adotadas para promover a
sustentabilidade hídrica incluem a instalação de sistemas de
captação de água da chuva, o reuso de água em processos
industriais e agrícolas, a redução do consumo de água nas
residências e empresas, a recuperação de áreas degradadas e
a proteção de nascentes e mananciais.
Além disso, é fundamental a adoção de políticas públicas que
incentivem a conservação dos recursos hídricos, como a
criação de áreas protegidas, a implementação de sistemas de
gestão integrada da água e a promoção da educação ambiental
para a conscientização da população sobre a importância da
água e da sua preservação.
Em suma, a água é um recurso essencial para a vida no
Planeta Terra, e a sua disponibilidade e qualidade são
fundamentais para a sustentabilidade e preservação dos
recursos para as gerações futuras. A adoção de medidas
sustentáveis para a gestão e conservação dos recursos
hídricos é crucial para garantir o acesso à água para todos e
para a proteção dos ecossistemas aquáticos e da
biodiversidade.
Com águas de até 250 mil anos, aquífero
Guarani ganha peso no abastecimento
de cidades
CRÉDITO,ITAIPU - Legenda da foto - Rio Paraná, cuja bacia se sobrepõe a boa parte
do aquífero Guarani e é regulada por ele.
Fenômeno nacional
Segundo Hirata, as crises hídricas que o Brasil enfrentou nas
últimas décadas provocaram um grande aumento na
perfuração de poços - e não só na região do aquífero Guarani.
Em 2010, a Agência Nacional de Águas (ANA) divulgou um
relatório apontando que 52% dos municípios do país eram
abastecidos total ou parcialmente por águas subterrâneas. Em
São Paulo, o índice chega a 70% dos municípios.
Segundo um estudo liderado por Hirata, há cerca de 2,5
milhões de poços tubulares em todo o país. Juntos, eles
bombeiam mais de 557 metros cúbicos de água por segundo -
vazão suficiente para abastecer toda a população brasileira.
Hirata afirma que não só prefeituras têm recorrido às águas
subterrâneas, mas também entidades privadas como
indústrias, fazendas e condomínios residenciais.
CRÉDITO, SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - Legenda da foto - Mapa dos
principais aquíferos brasileiros; reservas subterrâneas abastecem mais da metade
das cidades do país.
O aeroporto internacional de Guarulhos, por exemplo, é
totalmente abastecido por poços, segundo o pesquisador,
assim como vários edifícios na avenida Paulista, a mais
famosa de São Paulo.
Hirata diz que a perfuração de poços com até 200 metros
costuma levar menos de um mês e custar entre R$ 250 mil e
R$ 300 mil.
Como não há cobrança pelo uso de fontes subterrâneas no
Brasil, a economia gerada pelo não pagamento da conta de
água faz com que grandes usuários possam recuperar o
investimento da perfuração em menos de um ano - além de
ficarem menos sujeitos a oscilações da rede pública.
Uso de água subterrânea na agricultura
As águas subterrâneas têm participação central no
abastecimento de zonas rurais brasileiras. Segundo o último
Censo Agropecuário do IBGE, de 2017, 1,03 milhão de
propriedades rurais dispõem de pelo menos um poço tubular.
Grilagem de terras?
Grilagem de terras, totalmente. A gente fez uma campanha
para proteger as árvores gigantes e pressionar o governo do
estado para que cancelasse os Cadastros Ambientais Rurais
(CAR) que estavam lá dentro. Eles cancelaram 456 cadastros!
Dá para acreditar? Esse era o número de pessoas que
declararam ter propriedades dentro da unidade de
conservação!
Desde 2019, houve um aumento do desmatamento na região.
É muita especulação de terra porque eles fazem o cadastro
com intenção de vender a propriedade. E tem uma ausência
do estado em relação à fiscalização.
A Flota do Paru é um patrimônio nosso. As áreas protegidas
são um patrimônio de todos os brasileiros. Quando se permite
que grileiros entrem num patrimônio, numa área criada para
nos fornecer os serviços ambientais, é um crime.
O Paru fornece castanha, madeira, água limpa, ar limpo,
possibilita turismo. Quando o estado deixa que outros
desmatem, isso é um dano para todos. Isso não traz emprego,
renda, não traz imposto. Só traz problema para todo o
brasileiro. Estamos sendo roubados.
Proibir é solução?
Uma pesquisa de 2022, com mais de 23 mil consultados em 34
países, revelou que 80% apoia banir alguns tipos de plástico
que não podem ser facilmente reciclados.
Os autores da pesquisa, conduzida pela entidade internacional
de conservação WWF e pela Plastic Free Foundation, na
Austrália, afirmam que "qualquer progresso significativo em
reduzir o lixo global de plástico" precisa incluir a
proibição dos "tipos de plástico de uso único mais
problemáticos e prejudiciais, equipamentos de pesca e
microplásticos."
A União Europeia (UE) adotou algumas medidas nessa
direção, ao banir dez tipos de plásticos mono-uso que não
empestam apenas as praias europeias, mas também estão na
contramão do modelo de economia circular da UE, segundo
o qual todos os plásticos descartáveis terão de ser
reutilizáveis até 2030.
Enquanto isso, mais de 30 países africanos baniram parcial ou
totalmente os sacos plásticos leves. Um tratado global de
plásticos poderia alinhar essas proibições mundo afora,
possibilitando uma regulamentação global coerente .
A era do plástico
Leve, durável, flexível e muito popular. O mundo produziu 8,3
bilhões de toneladas de plástico desde o início da produção
em massa, nos anos 50. Como o material não é facilmente
biodegradável, muito do que foi produzido acaba em aterros
como este, nos arredores de Nairóbi. Catadores de lixo caçam
plásticos recicláveis para ganhar a vida. Mas muito também
acaba no oceano.
Foto: Reuters/T. Mukoya
Rios de lixo
Cerca de 90% do plástico entra nos habitats marinhos através
de apenas dez rios: o Yangtzé, o Indo, o Amarelo, o Hai, o Nilo,
o Ganges, o Pearl River, o Amur, o Níger e o Mekong. Esses
rios atravessam áreas altamente povoadas, com falta de
infraestrutura adequada para o descarte de resíduos. Aqui,
um pescador nas Filipinas retira uma armadilha para peixes e
caranguejos de águas poluídas.
Foto: picture-alliance/Pacific Press/G. B. Dantes
Começo de vida plastificado
Alguns animais encontram uma utilidade para resíduos de
plástico. Este cisne fez seu ninho no lixo em um lago de
Copenhague que é popular entre os turistas. Seus filhotes
saíram dos ovos rodeados de dejetos, o que não é um bom
início de vida. Mas para outros animais, as consequências são
muito piores.
Foto: picture-alliance/Ritzau Scanpix
Consequências fatais
Embora o plástico seja altamente durável e possa ser usado
para produtos com longa vida útil, como móveis e tubulações,
cerca de 50% da produção são destinados a produtos
descartáveis, incluindo talheres e anéis usados em pacotes de
seis unidades de latas de bebidas, que acabam no meio
ambiente. Animais correm o risco de se enredar neles e
morrer, como ocorreu com este pinguim.
Foto: picture-alliance/Photoshot/Balance
Dejetos invisíveis
Grandes pedaços de plástico na superfície do oceano, como é
registrado aqui, na costa havaiana, chamam atenção. Mas
poucos sabem que trilhões de minúsculas partículas com
menos de 5 milímetros de diâmetro também flutuam nos
mares. Essas partículas acabam na cadeia alimentar. O
plâncton marinho, que é uma fonte importante de alimento
para peixes e outros animais marinhos, já foi filmado
comendo-as.
Foto: picture-alliance/AP Photo/NOAA Pacific Islands Fisheries Science Center
Fim à vista?
Medidas para tentar reduzir o plástico descartável já foram
tomadas em alguns países africanos, como proibições de
sacolas plásticas, e a União Europeia planeja proibir produtos
plásticos descartáveis. Mas se as tendências atuais forem
mantidas, cientistas acreditam que haverá 12 bilhões de
toneladas de plástico no planeta até 2050.
Foto: Daniel Müller/Greenpeace
Poluição de plástico nos oceanos
O Sono das Águas
de João Guimarães Rosa