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DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Editores:
Rubem A. P. Dornas
Samir G. Rolim

Belo Horizonte - Dezembro 2020


Editores
RUBEM A. P. DORNAS
SAMIR G. ROLIM

Capa
LEONARDO PINHEIRO

Design e diagramação
FLÁVIA GUIMARÃES

Impressão
RONA EDITORA

Tiragem
700 EXEMPLARES

Direitos reservados à Amplo Engenharia.


Material de divulgação científica para
distribuição gratuita.
sumário
1.  aisagens ao longo da Estrada de Ferro Carajás e o
P
monitoramento da fauna de vertebrados 10
LUIZ CLÁUDIO RIBEIRO RODRIGUES, ADRIANO LIMA SILVEIRA, ALINE DIAS PAZ,
MAXIMILIANO AUGUSTO BENEDETTI, LUZIENE CONCEIÇÃO DE SOUSA & DOROTÉO
ÉMERSON STORCK

2. Peixes
32
ERICK CRISTOFORE GUIMARÃES, PÂMELLA SILVA DE BRITO & FELIPE POLIVANOV OTTONI

3. Anfíbios
ADRIANO LIMA SILVEIRA, CLARENICE LOIOLA DOS SANTOS, JÂNIA BRITO VIEIRA, 52
RENAN CONDÉ PIRES, ARTHUR WALTER SILVA DE LEMOS, THAMIRES BENICIO ALVES DOS
SANTOS, ADRYELLE FRANCISCA DE SOUZA MOREIRA, DANIELLE ÍSIS SOUSA FERREIRA,
JOHNNY SOUSA FERREIRA & ALESSANDRO COSTA MENKS

4. Répteis
82
ADRIANO LIMA SILVEIRA, CLARENICE LOIOLA DOS SANTOS, JÂNIA BRITO VIEIRA, RENAN
CONDÉ PIRES, ARTHUR WALTER SILVA DE LEMOS, THAMIRES BENICIO ALVES DOS
SANTOS, ADRYELLE FRANCISCA DE SOUZA MOREIRA, DANIELLE ÍSIS SOUSA FERREIRA,
JOHNNY SOUSA FERREIRA & ALESSANDRO COSTA MENKS

5.  ves
124
A
GUSTAVO GONSIOROSKI, MARCELO BARREIROS, ANDRÉ CORDEIRO DE LUCA, WAGNER
NOGUEIRA, ELINETE BATISTA RODRIGUES, THIAGO VERNASCHI VIEIRA DA COSTA,
ESTEVÃO LUIS PEREIRA LIMA, LEONARDO GABRIEL CAMPOS DE OLIVEIRA TORRES,
EDUARDO FRANÇA ALTEFF, BRUNO RENNÓ, FELIPE ARANTES, GABRIEL LEITE, GUSTAVO
PEDERSOLI & FLÁVIO KULAIF UBAID

6. Pequenos Mamíferos
BERNARDO PAPI, RAPHAEL HIPÓLITO DOS SANTOS, THIAGO B. F. SEMEDO 172
AIRTON J. MOURA, ÉRICA D. C. CARMO, WESLEY LOPES & ALEXANDRA MARIA RAMOS
BEZERRA

7. Mamíferos de Médio e Grande Porte


PAULA RIBEIRO PRIST, ANA YOKO YKEUTI MEIGA, ANDRÉ RESTEL CAMILO, HUGO 188
MOZERLE, CAMILA BARRETO CAMPELLO BIONE, VINICIUS ORSINI, RAPHAELLA
COUTINHO, ALAN BOLZAN, BERNARDO PAPI, RAPHAEL HIPÓLITO & RUBEM A. P. DORNAS
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

apresentação

É com muito orgulho que damos publicidade ao livro que trata da


fauna de vertebrados ocorrentes ao longo dos 892 km da Estrada de
Ferro Carajás, atravessando diferentes paisagens desde São Luís no
Maranhão até a Serra dos Carajás em Parauapebas, no Pará.

Ao longo desta extensa área é possível vivenciar paisagens de


terras baixas nas proximidades do oceano, onde a dinâmica das
águas salgadas e doces influenciam no desenho de manguezais,
campos, babaçuais e de áreas florestais, criando uma diversidade de
texturas e cores. Nesse percurso adentra-se no domínio efetivamente
amazônico onde a vegetação florestal ainda revela seus exemplares
de portes majestosos, embora muitas vezes, em densidades rarefeitas
em decorrência do desenvolvimento histórico e atual de diferentes
atividades econômicas.

Os resultados mostrados no presente livro são surpreendentes e


reveladores, com relação à grande diversidade da fauna registrada
durante estes últimos anos, mesmo em meio a uma paisagem muito
fragmentada. Trata-se de resultados animadores e esperamos que
a publicidade das informações a partir desse livro, tenha o mais
pleno alcance e que se traduza em mais um vetor de alavancagem
das ações públicas, individuais, coletivas e empresariais em prol do
desenvolvimento com responsabilidade ambiental.

Marconi Nóbrega
Líder de Projetos de Meio Ambiente
Novas Ferrovias

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

prefácio

A Amazônia, em toda sua imensidão verde-homogênea, esconde o grande


segredo de ser uma terra cheia de contrastes. As chuvas, que marcam as
estações na região, não se distribuem uniformemente nem no tempo, nem no
espaço amazônico. Ciclos climáticos úmidos e secos se alternam ao longo do
tempo, com a Amazônia oriental ficando bem mais exposta aos extremos de
variação climática do que a Amazônia ocidental. Não por acaso, o leste amazônico
constitui um ponto avançado do bioma próximo de outras formações vegetais
mais secas e sazonais do Brasil central e nordeste, caracterizadas por extremos
de variação climática que afetam drasticamente as biotas locais. É nesse
contexto de extremos, de encontros e aproximações entre biomas distintos,
que uma ferrovia com quase 900 km de extensão foi construída, no sudeste do
Pará, para escoar minério de ferro da maior jazida do minério no mundo todo,
até o porto de Itaqui, no Maranhão.

A Estrada de Ferro Carajás (EFC) tem sua origem no coração da Amazônia


oriental, situando-se na porção média do interflúvio Xingu - Tocantins. A partir
daí, a EFC segue rumo norte, cortando tanto paisagens naturais distintas que
incluem desde florestas em diferentes estágios de integridade, até formações
campestres e manguezais, como também áreas bastante alteradas ocupadas
por centros urbanos, plantações, pastagens e empreendimentos voltados à
mineração. Como não poderia deixar de ser, a fauna de vertebrados ao longo da
EFC é riquíssima e bastante variada, fruto deste encontro em biomas distintos
e paisagens com diferentes graus de intervenção antrópica.

O livro “Fauna de Vertebrados do Entorno da Estrada de Ferro Carajás” é um


testemunho desta riqueza, onde estão incluídas também análises detalhadas
da composição e estrutura das comunidades de peixes, anfíbios, répteis, aves
e mamíferos ao longo de diversos pontos de amostragem distribuídos nos
estados do Maranhão e Pará, no decorrer de todo o trajeto da ferrovia. Além

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

destas informações, o livro é ricamente ilustrado com excelentes fotos que


permitem a identificação de centenas de espécies da fauna de vertebrados
da região. A equipe responsável pela coleta e reunião deste imenso conjunto
de dados é composta principalmente por jovens biólogos que acumularam
um conhecimento ímpar sobre a fauna local. Em resumo, as informações aqui
reunidas representam um “instantâneo” da fauna de vertebrados nos limites
da Amazônia Oriental ao longo da segunda década do século 21, constituindo,
portanto, uma referência temporal importante para o acompanhamento dos
câmbios esperados nas próximas décadas na biota em função das mudanças
climáticas e intensificação do uso do solo. Nesse sentido, iniciativas direcionadas
à minimização ou reversão destes impactos terão esse livro como um marco
referencial imprescindível para o embasamento científico de ações futuras de
monitoramento e restauração ambiental.

O desenvolvimento sustentável constitui hoje um “norte” obrigatório nas


ações de todos os setores da sociedade e isso se aplica, inclusive, a grandes
empreendimentos, como a EFC, que constitui um pilar do desenvolvimento
econômico e social ao longo de todas as localidades por ela cortadas. A
consolidação deste livro e a disponibilização do enorme banco de dados nele
contido representa um verdadeiro “mapa” para o desenvolvimento sustentável
do entorno da EFC, tanto no presente, como no futuro. Parabéns a todos os
envolvidos por essa iniciativa sem precedentes e que ela inspire o contínuo
interesse e cuidado pela região onde a Amazônia se funde com outros tantos
ambientes e biomas!

Alexandre Aleixo

Finnish Museum of Natural History, University of Helsinki, Helsinki, Finlândia

7
editores autores
Rubem Augusto da Paixão Dornas –
Adriano Lima Silveira – biosilveira@yahoo.com.br,
rapdornas@gmail.com, Modelo Ambiental
Biótica Estudos Ambientais, Belo Horizonte (MG).
Consultoria e Projetos, Belo Horizonte (MG).
Adryelle Francisca de Souza Moreira – adryelle08@
Samir Gonçalves Rolim – sgrolim@gmail.com,
gmail.com, Consultora, São Luís (MA).
Amplo Engenharia e Gestão de Projetos, Belo
Horizonte (MG) Airton J. Moura Jr. – zedemoura@yahoo.com.br,
Probiotika Consultoria e Soluções Biológicas, Belo
Horizonte (MG).

revisores externos Alan Bolzan – alanbolzan@hotmail.com, Consultor,


Porto Alegre (RS).
Capítulo 1, Paisagens – Erick Cristofore Alessandro Costa Menks – alessandromenks@
Guimarães – erick.ictio@yahoo.com.br, yahoo.com.br, Consultor, São Luís (MA).
Laboratório de Genética Animal, Universidade
Alexandra Maria Ramos Bezerra – amrbezerra@
Federal do Maranhão, São Luís (MA).
hotmail.com, Mastozoologia/COZOO, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém (PA).
Capítulo 2, Ictiofauna – Pedro Henrique Aline Dias Paz – aline.paz@amploengenharia.com.
Negreiros Bragança, pedrobra8@gmail.com, br, Amplo Engenharia e Gestão de Projetos, Belo
South African Institute for Aquatic Biodiversity Horizonte (MG).
(SAIAB), Grahamstown, South Africa.
Ana Yoko Ykeuti Meiga – ana.yoko@gmail.com,
Amplo Engenharia e Gestão de Projetos, Belo
Horizonte (MG)
Capítulo 3, Répteis – Ana Lúcia da Costa
Prudente, prudente@museu-goeldi.br, André Cordeiro De Luca – alcardel@gmail.com,
Pesquisadora Titular - Coordenação de Consultor, Goiânia (GO).
Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém,
André Restel Camilo - camiloa@si.edu, Smithsonian
PA, Brasil.
Fellow - NZP, Washington (DC).
Arthur Walter Silva de Lemos – awslemos@msn.
Capítulo 4, Anfíbios – Marinus Steven com, Consultor, Rio de Janeiro (RJ).
Hoogmoed, hoogmoedms@gmail.com,
Bernardo Papi – berpapi@gmail.com, Ecotrópica
pesquisador colaborador do Museu Paraense
Ambiental, Laboratório de Mastozoologia,
Emilio Goeldi, Belém, Brasil.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro (RJ).
Capítulo 5, Aves – Alexander Charles Lees, Bruno Rennó – brunoornitologia@gmail.com,
alexander.lees@mmu.ac.uk, Department of Programa de Pós-Graduação, Jardim Botânico do
Natural Sciences, Manchester Metropolitan Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (RJ).
University, Manchester, UK.
Camila Barreto Campello Bione – camilabcb@gmail.
com, Consultora, Recife (PE).
Capítulo 6, Pequenos Mamíferos – Anderson Clarenice Loiola dos Santos – claraloiola@gmail.
Feijó, andefeijo@gmail.com, Key Laboratory of com, Consultora, Parnaíba (PI).
Zoological Systematics and Evolution, Institute
Danielle Ísis Sousa Ferreira – danielle.isis@yahoo.
of Zoology, Beijing, China.
com.br, Consultora, São Luís (MA).
Dorotéo Émerson Storck – emerson.storck@
Capítulo 7, Médios & Grandes Mamíferos – amploengenharia.com.br, Amplo Engenharia e
Iris Amati Martins, iris.amartins@gmail.com, Gestão de Projetos, São Luis (MA).
Universidade de São Paulo, São Paulo (SP).
8
Eduardo França Alteff – eduardofalteff@gmail.com, Luziene Conceição De Sousa – luziene.sousa@
Biodiversity Consultoria Ambiental, Ituiutaba (MG). amploengenharia.com.br, Amplo Engenharia e
Gestão de Projetos, São Luis (MA).
Elinete Batista Rodrigues – elinete.lili@gmail.com,
Consultora, Teresina (PI). Marcelo Barreiros – marcelomope@hotmail.com,
Consultor, Guia de Campo, Austin (USA).
Érica D. C. Carmo – ericadaniele.carmo@gmail.com,
Sustentar Meio Ambiente, Betim (MG). Maximiliano Augusto Benedetti – maximiliano.
benedetti@vale.com, Vale, São Luís (MA).
Erick Cristofore Guimarães – erick.ictio@yahoo.com.
br, Laboratório de Genética Animal, Universidade Pâmella Silva de Brito – pamellabrito@hotmail.
Federal do Maranhão, São Luís (MA). com, Laboratório de Genética Animal, Universidade
Federal do Maranhão, São Luís (MA).
Estevão Luis Pereira Lima – estevaobio1@gmail.
com, Laboratório de Ecologia da Conservação, Paula Ribeiro Prist – pprist@hotmail.com, ViaFauna
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Estudos Ambientais, Universidade de São Paulo
Mucuri, Diamantina (MG). (USP), São Paulo (SP).
Felipe Arantes – felipe_arantes85@hotmail.com, Raphael Hipólito dos Santos – raphael.hipolito@
Tukaní Birding, São Paulo (SP). clam.eng.br, Clam Engenharia e Meio Ambiente,
Belo Horizonte (MG).
Felipe Polivanov Ottoni – fpotoni@gmail.
com, Laboratório de Sistemática e Ecologia de Raphaella Coutinho – rphllcoutinho@gmail.com,
Organismos Aquáticos, Universidade Federal do Consultora, Rio de Janeiro (RJ).
Maranhão, Chapadinha (MA).
Renan Condé Pires – renan@ichthyology.com.br,
Flávio Kulaif Ubaid – flavioubaid@gmail.com, Ichthyology Consultoria Ambiental, Belo Horizonte
Laboratório de Ornitologia, Universidade Estadual (MG).
do Maranhão, Caxias (MA).
Thamires Benicio Alves dos Santos – thamires.
Gabriel Leite – gabrielzoobio@hotmail.com, benicio04@gmail.com, Consultora, Belford Roxo
Programa de Pós-Graduação, Instituto Nacional de (RJ).
Pesquisas da Amazônia, Manaus (AM)
Thiago B. F. Semedo – thiagosemedo@gmail.com,
Gustavo Gonsioroski – gustavogonsioroski@ Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal/Museu
hotmail.com, Laboratório de Ornitologia, Paraense Emílio Goeldi. Programa de Capacitação
Universidade Estadual do Maranhão, Caxias (MA). Institucional, Cuiabá (MT).
Gustavo Henrique Prado Pedersoli – Thiago Vernaschi Vieira da Costa – tvvcosta@gmail.
gustavopedersoli@yahoo.com.br, Taxeus, Belo com, Universidade Federal de Itajubá, Itajubá (MG).
Horizonte (MG).
Vinícius Santana Orsini – viniciusorsini_bh@hotmail.
Hugo Borghezan Mozerle – hbmbio@yahoo.com.br, com, TopoBio Topografia Engenharia e Consultoria
Tapir Consultoria Ambiental, Florianópolis (SC). Ambiental, Belo Horizonte (MG);
Jânia Brito Vieira – janiabv@gmail.com, Consultora, Wagner Nogueira – wnabio@gmail.com, Programa
Parnaíba (PI). de Pós-Graduação, Universidade Federal de Viçosa,
Florestal (MG).
Johnny Sousa Ferreira – johnnymundi@hotmail.
com, Consultor, São Luís (MA). Wesley Lopes – lopesigua@yahoo.com.br, consultor,
Iguatama (MG).
Leonardo Gabriel Campos de Oliveira Torres
– lgot900@gmail.com, Guira Guira Soluções
Ambientais e de Engenharia, Belo Horizonte (MG).
Luiz Cláudio Ribeiro Rodrigues – rr@
amploengenharia.com.br, Amplo Engenharia e
Gestão de Projetos, Belo Horizonte (MG).

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

1 Paisagens ao longo da
Estrada de Ferro Carajás e
o monitoramento da fauna
de vertebrados
LUIZ CLÁUDIO RIBEIRO RODRIGUES, ADRIANO LIMA SILVEIRA, ALINE DIAS PAZ,
MAXIMILIANO AUGUSTO BENEDETTI, LUZIENE CONCEIÇÃO DE SOUSA & DOROTÉO
ÉMERSON STORCK

1. Introdução biológica. As regiões no entorno de Manaus,


Belém e Carajás, por exemplo, são algumas
A Amazônia brasileira estende-se, de das áreas mais bem estudadas, em virtude,
leste a oeste, por pouco mais de 3000 km. principalmente, da facilidade de acesso.
A biodiversidade tem sido extensivamente Outras regiões são completamente carentes
estudada na Amazônia, mas algumas regiões de levantamentos de biodiversidade, com
são mais privilegiadas que outras em termos de acesso permitido apenas para impetuosos
esforço amostral para descrever a diversidade pesquisadores, chegando de helicóptero e
dispostos a longos dias de acampamento.
No seu extremo leste, a Amazônia já foi
altamente impactada pela mudança no uso da
terra, principalmente a partir de meados dos
anos 70, com a conversão, sem planejamento,
uma rica e exuberante floresta em extensas
áreas desmatadas. Os motivos que levaram
a isso não cabem ser discutidos aqui, mas
recomendamos a leitura de Becker (2000; 2001).
A história da Estrada de Ferro Carajás (EFC)
inicia-se nessa época, quando foi autorizada
a exploração das primeiras jazidas do Projeto
Ferro Carajás, na região do atual município
de Parauapebas (PA). Para o escoamento
internacional do minério de Parauapebas até o
litoral deveria ser construída uma linha férrea,
com 892 km de extensão, ligando a própria
Parauapebas até Ponta da Madeira, na Baía de
São Marcos, nas proximidades de São Luís (MA),
onde seria instalado um porto para receber
navios graneleiros com capacidade de até 280
mil toneladas. Em 28 de fevereiro de 1985, a EFC
entrou em funcionamento (Figura 1), construída
pela companhia Vale S.A. (na época, Companhia
Vale do Rio Doce), estendendo-se por  23
municípios no estado do Maranhão e quatro no
Figura 1 – Trecho da Estrada de Ferro Carajás nos estado do Pará (ver mapa na contracapa).
primeiros anos de operação.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 2 – Estrada de Ferro Carajás sobre o Estreito dos Mosquitos, no Maranhão.

Em 2011, após 26 anos, iniciou-se o Projeto Maranhão, atravessando a Amazônia Oriental,


de Ampliação da EFC, o qual previu a duplicação a EFC estende-se por uma paisagem bastante
da ferrovia em diversos trechos e remodelação diversificada com distintas feições de relevo,
de outra parte. Para o licenciamento do clima e vegetação (Figuras 2 a 14). De acordo
empreendimento de expansão da EFC, em com o mapa do IBGE (2006), na porção
2011 iniciou-se um estudo de inventariamento nordeste, estende-se por trechos do Tabuleiro
e monitoramento de fauna, numa paisagem Costeiro, Baixada Maranhense, Superfície de
já bastante antropizada, que se estendeu até Bacabal e Superfície do Rio Gurupi. Na porção
2018, em diversas campanhas semestrais e central corta uma área maior do Tabuleiro dos
abordando distintos grupos de vertebrados. Ao Rios Gurupi/Grajaú. Já na porção sudoeste,
longo deste livro, em todos os capítulos serão estende-se por trechos da Depressão do Médio
apresentados os resultados que mostram uma Rio Tocantins, Planícies Fluviais, Patamar de
paisagem bastante fragmentada, mas que Marabá, Depressão do Baixo Rio Araguaia,
ainda guarda uma elevada riqueza de espécies. Depressão da Amazônia Meridional e Serras do
Apresenta-se também como o estudo em longo Sul do Pará.
prazo contribuiu com significativas ampliações A porção nordeste da EFC exibe Clima
da distribuição geográfica de espécies, além Tropical Zona Equatorial do tipo Quente Semi-
da descoberta de novas espécies. Este capítulo úmido, com temperatura média anual elevada
inicial exibe uma breve descrição dos locais de (> 26°C), sendo maior que 18°C em todos os
amostragem.  meses, exibindo de quatro a cinco meses secos;
e o restante da extensão da EFC possui Clima
2. Paisagens ao longo da EFC Equatorial Quente Úmido, com média anual
elevada (> 26°C), um pouco mais amena em
Ao longo de seus 892 km, do Pará ao algumas porções da Serra dos Carajás (24-

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

26°C), sendo maior que 18°C em todo o ano, como Campo de Perizes.
exibindo três meses secos (Alvares et al., 2014). No contexto da Amazônia oriental, a
Ao longo da EFC, o regime de chuvas apresenta vegetação ao longo da EFC é heterogênea
precipitações totais anuais de 1.300 a 2.200 mm (sensu IBGE, 2004, 2012). No extremo sudoeste,
(Alvares et al., 2014). a Serra dos Carajás possui formações de
O extremo sudoeste da EFC abrange a Floresta Ombrófila Densa ou Aberta com
Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia e a muitas variações no relevo, com os tipos
ferrovia passa sobre o Rio Tocantins e um de Aluvial, de Terras Baixas, até Submontana,
seus principais afluentes, o Rio Itacaiúnas. em contato com Savana (incluindo Campo
O restante da EFC estende-se pela Região Rupestre). As porções sudoeste e central da
Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental, EFC são cobertas por Floresta Ombrófila Densa
cortando os rios Pindaré e Mearim (ANA, 2020). dos tipos Submontana, de Terras Baixas e
As várzeas dos rios Tocantins, Itacaiúnas e Aluvial, na maior parte floresta secundária. A
Pindaré e seus afluentes são ricas em igarapés, porção nordeste possui formações de Floresta
lagoas marginas e trechos de floresta de Ombrófila Aberta (secundária) e Áreas das
inundação. No extremo nordeste, destaca-se Formações Pioneiras, dos tipos Vegetação com
a Baixada Maranhense (IBGE, 1984), formada Influência Fluvial e/ou Lacustre e Vegetação
por planícies ricamente drenadas por rios, com Influência Marinha (IBGE, 2004, 2012). Em
lagos, brejos e campos alagados, sob influência alguns locais no Maranhão, a EFC fica próxima
da costa atlântica, principalmente na bacia do de zonas de transição com o bioma Cerrado
Mearim. Nesta paisagem destaca-se a região (IBGE, 2004).
de campos inundáveis situadas entre São Luís, A Amazônia oriental ao longo da EFC passou
Bacabeira e Rosário, localmente conhecida por um extenso processo de alteração pelo

Figura 3 – Paisagem da Baixada Maranhense. Planícies inundáveis incluindo a várzea do Rio Perizes e o Campo
de Perizes (acima) em Bacabeira (MA), nas Áreas das Formações Pioneiras.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 4 – Detalhe da paisagem alagadiça dos Campos de Perizes (MA).

Figura 5 – Paisagem da formação de Floresta Ombrófila Aberta com mata secundária, em Bacabeira (MA).

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 6 – Paisagem da Baixada Maranhense. Planícies inundáveis na várzea do Rio Mearim em Arari (MA),
nas Áreas das Formações Pioneiras.

Figura 7 – Paisagem da formação de Floresta Ombrófila Aberta com pastagens colonizadas por babaçu,
Maranhão.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 8 – Paisagem do vale do Rio Pindaré em Alto Alegre do Pindaré e Bom Jardim (MA). Formação de
Floresta Ombrófila Densa Aluvial na Terra Indígena Caru (à esquerda).

Figura 9 – Paisagem do vale do Rio Pindaré, incluindo várzea de inundação (à esquerda) e tabuleiro (à direita)
com formações de Floresta Ombrófila Densa, em Bom Jesus das Selvas (MA).

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 10 – Paisagem com reflorestamento de eucalipto na região de Açailândia, Maranhão.

Figura 11 – Paisagem do vale do Rio Tocantins com formações de Floresta Ombrófila Densa na Terra Indígena
Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins (PA).

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 12 – Paisagem do Rio Tocantins em Marabá (PA), com detalhes de praias e bancos de areia.

Figura 13 – Paisagem do vale do Rio Tocantins. Ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins e formação de
Floresta Ombrófila Densa, em Marabá (PA).

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 14 – Paisagem da Estrada de Ferro Carajás em Parauapebas (PA), na chegada na Flona Carajás.

homem que converteu florestas em pastagens Foram escolhidas 12 áreas, entre os municípios
e outros usos antrópicos do solo. As formações de Bacabeira no Maranhão e Marabá no Pará
florestais ainda existentes correspondem a (ver mapa na contracapa). Entretanto, as áreas
poucos remanescentes extensos e um grande nomeadas como 10, 11 e 12 foram amostradas
número de fragmentos pequenos. O estado de apenas em poucas campanhas, pois fizeram
conservação e regeneração destes fragmentos parte de outro processo de licenciamento ou
é bastante variado. O maior remanescente foram encerradas devido a invasões de terra,
florestal encontra-se na Serra dos Carajás, portanto com menor esforço de coleta. Essas
com mais de 1 milhão de hectares contínuos áreas abrangeram partes significativas do
distribuídos em várias áreas protegidas. norte e oeste do Maranhão e uma porção do
Destacam-se ainda a Terra Indígena Mãe centro-leste do Pará. A Ilha de São Luís e a Serra
Maria, no Pará, e a Terra Indígena Caru e a de Carajás não foram incluídas. Os principais
Reserva Biológica do Gurupi no Maranhão. ambientes amostrados estão ilustrados nas
Figuras 15 a 62.
3. Áreas de Amostragem dos Vertebrados Ao longo das áreas de estudo foi possível
Terrestres reconhecer quatro regiões geográficas: Baixada
Maranhense (Áreas 1 a 3), vale do médio Rio
Inicialmente, através de análises de imagens Pindaré (Áreas 4 a 6, 10), tabuleiros dos Rios
de satélite e de uma expedição de vistoria in situ, Gurupi/Grajaú (Áreas 11, 12) e vales dos rios
foram selecionadas áreas para a amostragem Tocantins e Itacaiúnas (Áreas 7 a 9). Apresenta-
da fauna de vertebrados terrestres ao longo se uma breve descrição dos habitats nas áreas
da EFC. Objetivou-se contemplar os principais de amostragem da fauna de vertebrados,
remanescentes florestais existentes na área considerando os microambientes relevantes
de influência, com ambientes propícios à para a ocorrência dos distintos grupos. A
manutenção da diversidade faunística regional. nomenclatura das áreas (1 a 12) também

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

pode ser identificada pelo número da Locação Remanescentes de floresta secundária,


definida no estudo ambiental. Seguiu-se a incluindo áreas com predominância de babaçu
classificação das fitofisionomias segundo IBGE e porções com mata mais heterogênea.
(2004, 2012). O rio exibe meandros com mata ciliar
inundável, onde há sub-bosque muito denso e
Área 1 (Locação 4) serrapilheira moderadamente densa. A planície
Município de Bacabeira (MA). Formação de interflúvio abriga algumas lagoas marginais
de Floresta Ombrófila Aberta, secundária. naturais e grandes brejos, e a maior parte da
Corresponde à floresta de babaçu (Attalea região permanece alagada no período chuvoso.
speciosa), uma mata alterada em estágio Algumas áreas mais elevadas estão muito
mais inicial de sucessão ecológica, com alteradas, cobertas por capoeira baixa com
predominância de árvores pioneiras. A mata dossel descontínuo e presença de gramíneas.
é baixa, com alguns trechos em melhor Nas proximidades há uma grande planície
estado de conservação e dossel mais elevado, inundada, com algumas pequenas ilhas secas
especialmente nas margens de igarapés. O com mata secundária (Figuras 23 a 26).
sub-bosque é denso e a serrapilheira é pouco
profunda e muito úmida. Há muitas epífitas Área 4 (Locação 17)
nas palmeiras. Em período chuvoso, muitos Municípios de Alto Alegre do Pindaré
trechos permanecem alagados. Presença de e Bom Jardim (MA). Formação de Floresta
pequenos igarapés perenes e temporários, Ombrófila Aberta, nas margens do Rio
algumas pequenas lagoas naturais, além de Pindaré. Área muito antropizada, com
poças e brejos antrópicos. Alguns trechos remanescente de mata ciliar secundária,
estão muito alterados, com dominância de inundável em período chuvoso, com várias
babaçu e gramíneas. A área situa-se no limite lagoas marginais. Presença de fragmentos
dos domínios da Floresta Ombrófila Aberta, de floresta de babaçu, em estágios mais
próximo à Vegetação com Influência Flúvio- iniciais de sucessão ecológica (pastagens com
marinha (Manguezal e Campo Salino) (Figuras babaçu). Há igarapés afluentes e braços do
15 a 18). rio acompanhados com mata ciliar, além de
alguns brejos (Figuras 27 a 30).
Área 2 (Locação 8)
Municípios de Miranda do Norte e Arari Área 5 (Locação 19)
(MA). Formação de Floresta Ombrófila Aberta, Município de Bom Jardim (MA). Corresponde
secundária. Floresta de babaçu em região de à Terra Indígena Caru, em sua porção leste, na
baixada com áreas inundáveis. Mata alterada, margem esquerda do Rio Pindaré. Formações
heterogênea, com porções em estados mais de Floresta Ombrófila Densa de Terras
iniciais de sucessão ecológica e outras em Baixas e Submontana. Extenso remanescente
estágios mais avançados. Os trechos que de floresta heterogênea em bom estado
acompanham alguns igarapés estão mais de conservação, com distintos estados de
conservados, com sub-bosque muito denso, sucessão ecológica, incluindo formações
serrapilheira pouco profunda e várias epífitas secundárias e clímax (floresta primária).
e lianas. Alguns trechos estão muito alterados, Mata úmida e estratificada, com sub-bosque
onde há babaçu e gramíneas. Presença de estruturado e serrapilheira densa. Há porções
alguns brejos e alagados. A área situa-se no com predomínio de palmeiras e regiões de
limite dos domínios da Floresta Ombrófila floresta ciliar inundável. Também há algumas
Aberta, próximo à Vegetação com Influência clareiras antrópicas. Área com diversificados
Fluvial (Figuras 19 a 22). ambientes aquáticos, incluindo igarapés
perenes e intermitentes, lagoas naturais
Área 3 (Locação 9) perenes, brejos naturais intermitentes e poças
Municípios de Arari e Vitória do Mearim (MA). temporárias na mata, além do rio. A Terra
Formação de Vegetação com Influência Fluvial, Indígena Caru protege um dos principais
nas margens do Rio Mearim e proximidades. remanescentes de Floresta Ombrófila Densa

20
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

da Amazônia maranhense, o qual possui antropizada, abrigando um fragmento composto


grande importância regional para conservação por mata secundária, capoeira e vegetação
da fauna, em função de sua extensão e estado em regeneração inicial, formação localmente
de conservação. O estudo foi desenvolvido conhecida como juquira. Há raras árvores
nos arredores da aldeia indígena Awá-Guajá de grande porte e abundância de embaúbas
(Figuras 31 a 34). (Cecropia), lacre (Vismia), cipós e gramíneas.
O fragmento encontra-se circundado por
Área 6 (Locação 22) eucaliptais e pastagens artificiais. Não foram
Municípios de Buriticupu, Bom Jardim identificados corpos d’água permanentes ou
e Bom Jesus das Selvas (MA). Formação de temporários (Figuras 43 a 46).
Floresta Ombrófila Densa na margem do Rio
Pindaré e entorno. Área de várzea com mata Área 12 (Locação 28)
ciliar secundária inundável, com trechos Municípios de Açailândia e Itinga do
bem conservados na margem esquerda Maranhão (MA). Formação de Floresta
(secundária avançada). Remanescentes de Ombrófila Densa. Grande fragmento de
mata secundária na margem direita, áreas floresta muito alterada, em estágio mais
mais conservadas e heterogêneas, com inicial de sucessão (capoeira), pouco servida
serrapilheira úmida, e porções mais alteradas de cursos d’água. Dominância de espécies
com floresta de babaçu. Há um extenso pioneiras, com dossel baixo e descontínuo,
alagado na área, em decorrência da cheia de abundância de lianas e serrapilheira rala e
um igarapé afluente do rio. Há ainda várias seca. Alguns trechos com mata secundária,
lagoas marginais na várzea do Pindaré, impactada por fogo. Entorno com áreas
ricas em macrófitas aquáticas. A várzea é de agricultura e pastagens artificiais, com
delimitada por encostas e topos de morro grandes troncos secos de árvores antigas da
não inundados (Figuras 35 a 38). mata original (Figuras 47 a 50).

Área 10 (Locação 24) Área 7 (Locação 46)


Município de Bom Jesus das Selvas (MA). Municípios de Bom Jesus do Tocantins e
Formação de Floresta Ombrófila Densa na Marabá (PA). Formação de Floresta Ombrófila
várzea do Rio Pindaré e encostas no entorno. Densa. Corresponde à porção sul da Terra
Área heterogênea, composta por um mosaico Indígena Mãe Maria e seu entorno imediato,
de remanescentes de florestas secundárias, nas proximidades do Rio Tocantins. As
ambientes úmidos, pastagens e outros amostragens foram concentradas numa
ambientes antropizados. A maior parte dos porção a oeste do Rio Jacundá, dentro
remanescentes corresponde a mata inundável da Terra Indígena, a qual possui extenso
na várzea (mais conservada), além de matas remanescente de floresta úmida secundária
em encostas íngremes, sobre afloramentos com porções em bom estado de conservação.
rochosos (quatzíticos e ferruginosos) em topos O entorno é heterogêneo e com trechos
de morros e em pequenos vales ao longo de em distintos estados de conservação ou
igarapés e córregos, e pequenos fragmentos regeneração, constituindo um mosaico de
de capoeiras mais abertas em áreas planas. Em remanescentes de floresta secundária e
algumas porções de capoeiras há abundância áreas alteradas, principalmente pastagens.
das palmeiras anajá (Attalea maripa) e tucum Há diversificados ambientes aquáticos,
(Astrocaryum vulgare). Há diversos ambientes incluindo igarapés, pequenas lagoas naturais
aquáticos, incluindo o rio, igarapés afluentes, e brejos. A Terra Indígena Mãe Maria
lagoas marginais, alagados e brejos (Figuras protege um dos principais remanescentes
39 a 42). de Floresta Ombrófila Densa da região
centro-leste do Pará, o qual possui grande
Área 11 (Locação 27) importância regional para conservação da
Município de Açailândia (MA). Formação de fauna, em função de sua extensão e estado
Floresta Ombrófila Densa. Área heterogênea e de conservação (Figuras 51 a 54).

21
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Área 8 (Locação 48) na Estrada de Ferro Carajás e são apresentadas


Município de Marabá (PA). Formação de a seguir.
Floresta Ombrófila Densa. Remanescente
de floresta secundária, moderadamente Bacia do Rio Mearim
conservada, na margem do Rio Itacaiúnas.
Presença de castanheiras da mata original, No Maranhão, os 27 cursos d’água
emergentes sobre o extrato arbóreo dominante. pesquisados na bacia do Mearim apresentam
Mata heterogênea, úmida, com sub-bosque alta heterogeneidade, com regimes hidráulicos
denso, serrapilheira também densa. Alguns lênticos e lóticos, compreendendo desde
trechos com dominância de babaçu e outros com áreas de várzeas e pequenos igarapés até
mata inundável. Há muitas clareiras de recente rios caudalosos, que abrigam comunidades
desmatamento provenientes de ocupações aquáticas adaptadas aos diversos ambientes
humanas ilegais. Presença de diversos ambientes (Figuras 63 a 68). Na porção mais baixa da bacia,
aquáticos, incluindo brejos na várzea, igarapés de São Luís (km 18 da EFC) até o município
afluentes do rio, lagoas marginais naturais e de Arari (km 131), ocorrem rios que sofrem
poças temporárias na mata (Figuras 55 a 58). influência do regime estuarino (Figura 63) e
há predomínio de rios intermitentes (Figura
Área 9 (Locação 51) 64), com maior abundância de rios perenes e
Município de Marabá (PA). Formação de ambientes lóticos de maior vazão (Figura 68) na
Floresta Ombrófila Densa. Extenso fragmento de sub-bacia do Rio Pindaré, a partir do município
floresta secundária bem conservada. Presença de Alto Alegre do Pindaré.
de castanheiras da mata original, emergentes Os ambientes aquáticos estão situados na
sobre o extrato arbóreo dominante. Mata planície da Baixada Maranhense e nos Baixos
heterogênea, úmida, com sub-bosque denso, Planaltos Dissecados. A Baixada Maranhense
serrapilheira também densa. Borda com faixas estende-se de São Luís até Alto Alegre do Pindaré
mais alteradas. Alguns trechos com dominância e é caracterizada por áreas planas, resultantes da
de babaçu e outros com mata inundável. Presença combinação de processos de acumulação fluvial
de igarapés, córregos e brejos, incluindo cursos e marinha, com baixa profundidade do lençol
d’água perenes e intermitentes. O fragmento freático e sujeitas a inundações periódicas que
possui importância regional para conservação formam áreas alagadiças e pantanosas (Figura
da fauna, em razão de sua extensão e estado de 65). Os Baixos Planaltos Dissecados, com relevo
conservação (Figuras 59 a 62). mais elevado que as superfícies aplainadas
adjacentes, são observados a partir do km 283
4. Áreas de Amostragem de Peixes da EFC, no município de Alto Alegre do Pindaré,
até o município de Bom Jesus das Selvas.
A EFC está inserida em uma paisagem Possuem solos susceptíveis a erosão (Figura
marcada por densa rede de drenagem, 67), com ocorrência de assoreamentos nos rios,
abrangendo mais de 350 travessias de cursos que contribui para o aumento de turbidez das
d’água ao longo do seu traçado. Como já águas nessa região, principalmente no período
informado, sua área atravessa duas grandes chuvoso. Dentre os cursos d’água de grande
regiões hidrográficas: Atlântico Nordeste porte atravessados pela EFC, merecem destaque
Ocidental e Tocantins-Araguaia. No projeto o canal Estreito dos Mosquitos (Figura 63) e os
de duplicação da EFC os estudos de ictiofauna rios Mearim (Figura 66) e Pindaré (Figura 68).
envolveram pesquisa em 41 cursos d’água
interceptados pela ferrovia, sob as respectivas Bacia do Rio Gurupi
pontes, os quais foram divididos em três bacias
hidrográficas da Amazônia Oriental: Mearim Na Bacia do Gurupi, Maranhão, a ferrovia
(27 pontes), Gurupi (uma ponte) e Tocantins (13 atravessa a ponte sobre o Rio Pequiá
pontes). As descrições das áreas de coleta de (Cajuapara), que possui grande porte e regime
ictiofauna foram fundamentadas em base de hidráulico lótico e perene (Figura 69). Este rio
dados e estudos pretéritos realizados pela Vale encontra-se nos Baixos Planaltos Dissecados,

22
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

no município de Açailândia, o qual possui (Figura 70), Rio Papagaio (Figura 71) e no Rio
pavimentação apenas nas principais vias de Flexeiras (Figura 75), além de remanescentes
acesso, o que gera agravamento no processo de florestais em bom estado de conservação (Figura
erosão do solo e consequente carreamento de 74). Dentre os cursos d’água atravessados
sedimentos e assoreamento de corpos d’água. pela EFC, merecem destaque o Igarapé Grapiá,
No seu entorno a área é bastante impactada, Igarapé Samaúma, o Rio Jacundá, o Rio Flexeiras,
onde nota-se a presença de povoados, além Rio Vermelho e o Rio das Onças.
de edificações e intensa atividade industrial
de serrarias, madeireiras e siderúrgicas de 5. Referências
ferro-gusa. O uso predominante das águas
é associado aos usos difusos rurais e no solo ANA (2020). Divisões Hidrográficas do Brasil. Agência
a vegetação encontra-se muito antropizada, Nacional de Águas. Disponível em: https://
apresentando áreas de pastagens, lavouras e www.ana.gov.br/monitoramento/panorama-
locais de vegetação secundária, com presença das-aguas/divisoes-hidrograficas. Acesso em:
10/06/2020.
de eucaliptos e áreas queimadas.
Alvares, C.A.; Stape, J.L.; Sentelhas, P.C.; Gonçalves,
J.L.M. & Sparovek, G. (2014). Köppen’s climate
Bacia do Rio Tocantins
classification map for Brazil. Meteorologische
Zeitschrif, 22(6): 711-0728.
Na Bacia do Tocantins ocorrem rios perenes Becker, B.K. 2000. Síntese das Políticas de Ocupação
de médio e grande porte. O percurso da da Amazônia. Lições do Passado e Desafios do
ferrovia corta cursos de água afluentes do Rio Presente. Brasília: MMA/SCA.
Tocantins, os quais apresentam um regime Becker, B.K. 2001. Revisão das Políticas de Ocupação
hidrológico e hidráulico caracterizado por Amazônica: É Possível identificar Modelos
ambientes lóticos, com uma menor amplitude para projetar Cenários? Parcerias Estratégicas,
de variação entre as vazões de cheias e de 12:135-159.
estiagem (Figuras 70 a 77). Os ambientes IBGE (1984). Atlas o Maranhão. Rio de Janeiro: IBGE
aquáticos estão situados em terrenos colinosos – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
IBGE (2002). Mapa de Clima do Brasil. Rio de Janeiro:
e planícies fluviais alagadiças, com presença de
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
processos erosivos e assoreamentos (Figura 75).
Estatística. 1 mapa. Escala 1:5.000.000.
A vegetação secundária e áreas de pastagens
IBGE (2004). Mapa de Vegetação do Brasil. 3. ed.
são predominantes, mas estão presentes áreas [S.l.]: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
conservadas de Floresta Ombrófila Aberta e Estatística. 1 mapa. Escala 1:5.000.000.
Aluvial, como na área do Rio Grapiá (Figura 72), IBGE (2006). Mapa de Unidades de Relevo do Brasil. 2.
e Floresta Ombrófila Densa na área protegida da ed. [S.l.]: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia
Terra Indígena Mãe Maria. No entorno dos rios e Estatística. 1 mapa. Escala 1:5.000.000.
notam-se desde áreas bastante degradadas, com IBGE. (2012). Manual Técnico da Vegetação Brasileira:
baixa riqueza de espécies vegetais, solo exposto sistema fitogeográfico, inventário das formações
ou pasto limpo, até fragmentos florestais nas florestais e campestres, técnicas e manejo
margens, mas com predomínio de pasto nas de coleções botânicas, procedimentos para
adjacências, como no Córrego Marcelininho mapeamentos. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 15 - Área 1 – floresta secundária. Figura 16 - Área 1 – floresta secundária.

Figura 17 - Área 1 – igarapé no interior de Figura 18 - Área 1 – brejo seco em borda de


floresta secundária. floresta.

Figura 19 - Área 2 – floresta de babaçu. Figura 20 - Área 2 – floresta de babaçu com sub-
bosque.

Figura 21 - Área 2 – babaçual regenerado em Figura 22 - Área 2– floresta de babaçu e alagado


pastagem. parcialmente represado.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 23 - Área 3 – floresta secundária Figura 24 - Área 3 – floresta secundária


inundável. inundável.

Figura 25 - Área 3 – planície de inundação com Figura 26 - Área 3 – Rio Mearim com mata ciliar.
lagoas e capões de mata.

Figura 27 - Área 4 – Rio Pindaré com mata ciliar Figura 28 - Área 4 – afluente do Rio Pindaré e
inundável. floresta secundária.

Figura 29 - Área 4 – regeneração florestal junto Figura 30 - Área 4 – floresta de babaçu


a babaçu. regenerada em pastagem.

25
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 31 - Área 5 – Terra Indígena Caru – floresta Figura 32 - Área 5 – Terra Indígena Caru – floresta
secundária conservada. secundária conservada.

Figura 33 - Área 5 – Terra Indígena Caru – floresta Figura 34 - Área 5 – Terra Indígena Caru – floresta
conservada. conservada.

Figura 35 - Área 6 – Rio Pindaré com mata ciliar Figura 36 - Área 6 – várzea inundável do Rio
inundável. Pindaré.

Figura 37 - Área 6 – floresta de babaçu. Figura 38 - Área 6 – alagado e floresta secundária.

26
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 39 - Área 10 – floresta secundária inundável Figura 40 - Área 10 – floresta secundária com
na várzea do Rio Pindaré. dominância de palmeira tucum.

Figura 41 - Área 10 – várzea inundável do Rio Figura 42 - Área 10 – igarapé na várzea do Rio
Pindaré. Pindaré.

Figura 43 - Área 11 – floresta secundária. Figura 44 - Área 11 – floresta secundária.

Figura 45 - Área 11 – floresta secundária. Figura 46 - Área 11 – floresta secundária.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 47 - Área 12 – floresta secundária muito Figura 48 - Área 12 – floresta secundária muito
alterada. alterada.

Figura 49 - Área 12 – floresta secundária muito Figura 50 - Área 12 – pastagem e árvore


alterada. remanescente isolada

Figura 51 - Área 7 – entorno da Terra Indígena Mãe Figura 52 - Área 7 – entorno da Terra Indígena
Maria – floresta secundária conservada. Mãe Maria – floresta secundária conservada.

Figura 53 - Área 7 – entorno da Terra Indígena Mãe Figura 54 - Área 7 – entorno da Terra Indígena
Maria – floresta secundária conservada. Mãe Maria – igarapé perene.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 55 - Área 8 – floresta secundária conservada. Figura 56 - Área 8 – floresta secundária


conservada.

Figura 57 - Área 8 – poça temporária em floresta Figura 58 - Área 8 – igarapé permanente em


secundária conservada. floresta secundária conservada.

Figura 59 - Área 9 – floresta secundária conservada. Figura 60 - Área 9 – floresta secundária


conservada conservada.

Figura 61 - Área 9 – floresta secundária conservada. Figura 62 - Área 9 – igarapé intermitente em


floresta secundária conservada.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 63 - Bacia do rio Mearim – ambiente Figura 64 - Bacia do rio Mearim – ambiente lótico de
estuarino perene de grande porte, margeado por pequeno porte, intermitente, na Bacia 420, período
manguezal. Estreito dos Mosquitos. seco.

Figura 65 - Bacia do rio Mearim – Planície fluvial Figura 66 - Ambiente lótico de grande porte, perene,
intermitente, na Travessia sobre a Bacia 466. de água doce, no Rio Mearim.

Figura 67 - Bacia do rio Mearim – ambiente lótico Figura 68 - Bacia do rio Mearim – ambiente lótico
perene, no Igarapé Jenipapo. de grande porte, perene, no Rio Pindaré.

Figura 69 - Bacia do rio Gurupi – ambiente lótico de Figura 70 - Bacia do rio Tocantins – ambiente
grande porte, perene, no Rio Pequiá (Cajuapara). lótico, perene, córrego Marcelininho.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 71 - Bacia do rio Tocantins – ambiente lótico, Figura 72 - Bacia do rio Tocantins – ambiente lótico,
perene, rio Papagaio. perene, igarapé Grapiá.

Figura 73 - Bacia do rio Tocantins – ambiente lótico, Figura 74 - Bacia do rio Tocantins – Ambiente lótico,
perene, igarapé Samaúma. perene, na área limítrofe da Terra Indígena Mãe
Maria, rio Jacundá.

Figura 75 - Bacia do rio Tocantins – ambiente lótico Figura 76 - Bacia do rio Tocantins – ambiente
perene, rio Flexeiras. lótico perene, Rio Vermelho.

Figura 77 - Bacia do rio Tocantins – ambiente lótico


perene, rio das Onças.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

2 Peixes
ERICK CRISTOFORE GUIMARÃES, PÂMELLA SILVA DE BRITO
& FELIPE POLIVANOV OTTONI

1. Introdução aumentando exponencialmente (Nelson et


al., 2016; Fricke et al., 2020a), indicando que
Atualmente são conhecidas cerca de 60 mil são necessários mais estudos e pesquisas
espécies viventes de vertebrados, dentre as direcionadas a taxonomia, estimativas de
quais destacam-se os peixes, compreendendo biodiversidade e distribuição dos peixes que
mais de 32 mil espécies válidas (Nelson ocorrem no bioma amazônico. Além da falta de
et al., 2016). Entre as espécies de peixes, conhecimento sobre os grupos, a rápida perda
aproximadamente 56% são marinhas, 43% e degradação dos ambientes naturais são uma
dulcícolas e 1% movem-se entre água doce e grande ameaça, principalmente considerando
salgada durante seu ciclo de vida (Nelson et que parte das espécies ocorrem em áreas
al., 2016; Fricke et al., 2020a). Os ambientes restritas, e muitas delas são endêmicas (Reis et
dulcícolas correspondem a uma pequena porção al., 2003; Nogueira et al., 2010).
de água da superfície (menos de 0,01% da água O Rio Amazonas, principal sistema hídrico
do planeta) (Stiassny & Raminosa, 1994; Vari da Amazônia, é o maior rio do mundo (Goulding
& Malabarba, 1998), entretanto possuem uma et al., 2003; Van Der Sleen & Albert, 2018). Sua
diversidade de peixes desproporcionalmente bacia concentra a maior biodiversidade de
grande quando comparada aos ambientes água doce do planeta, especialmente de peixes
marinhos: as espécies de peixes de água doce (Van Der Sleen & Albert, 2018; Amazon Fish
representam cerca de 25% da diversidade de Project, 2019), com cerca de 2.400 espécies
vertebrados do planeta (Stiassny & Raminosa, já conhecidas, incluindo suas porções e
1994; Vari & Malabarba, 1998). drenagens que ocorrem nos diferentes países
O Brasil concentra as maiores redes da América do Sul, representando cerca de
hidrográficas da região Neotropical, as quais 15% de todas as espécies de peixes de água
apresentam elevada biodiversidade aquática, doce descritas do mundo (Amazon Fish Project,
compreendendo mais de 20% das espécies de 2019). Entretanto, o bioma compreende
peixes de água doce do mundo (Buckup et al., outros sistemas hídricos além da bacia do
2007). Rio Amazonas (Van Der Sleen & Albert, 2018),
O bioma Amazônia, onde a Estrada de Ferro dentre eles: bacia do Rio Orinoco e bacias do
Carajás está inserida, se estende ao longo escudo das Guianas, ambas ao norte; e uma
de todos os países do norte da América do série de bacias e drenagens costeiras em sua
Sul (Van Der Sleen & Albert, 2018; Val, 2019), porção oriental, após a foz do Rio Amazonas,
englobando uma área de mais de oito milhões no estado do Pará, e no oeste e centro do
de km² (Van Der Sleen & Albert, 2018), com estado do Maranhão (Van Der Sleen & Albert,
mais de cinco milhões de km² apenas no Brasil 2018); formando assim a Amazônia Legal.
(Val, 2019). É uma paisagem vasta e complexa, A maior parte das publicações relacionadas
com biodiversidade inigualável na superfície de à ictiofauna da região da Estrada de Ferro
nosso planeta (Van Der Sleen & Albert, 2018) e Carajás (EFC) são concentradas nos ambientes
importante centro de diversidade de peixes de costeiros e estuarinos (Matavelli et al., 2015).
água doce, possuindo mais de 3.000 espécies Apesar desta área possuir uma significativa
(Van Der Sleen & Albert, 2018). Contudo, a cada rede hidrográfica, constituída principalmente
ano, o número de novas espécies descritas pelas bacias e drenagens dos Rios Tocantins,
e de novos registros de distribuição vem Gurupi e Mearim, poucos estudos relacionados

33
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

à ictiofauna de água doce, principalmente no 2. Métodos


campo da taxonomia, têm sido publicados.
Tal lacuna de conhecimento relacionada A captura dos peixes envolveu esforços
à sistemática, composição, distribuição de coleta padronizados ao longo de todo o
geográfica e biogeografia da ictiofauna é trecho amostrado, compreendendo as bacias
destacada especialmente nas drenagens dos Rios Mearim, Gurupi e Tocantins (ver
maranhenses que desaguam diretamente Mapa na contra capa e descrição das áreas no
no oceano Atlântico, ocasionando lacunas Capítulo 1), com periodicidade semestral. As
e ausência de informações (Guimarães et coletas foram executadas utilizando diversos
al., 2018a). Dessa forma, existe uma grande apetrechos para captura de peixes (Figuras 1,
demanda em se fomentar investigações 2 e 4), cada um adaptado e indicado a certos
relacionadas a questões fundamentais que tipos de ambientes disponíveis: i) peneiras
contemplam a biogeografia, biodiversidade (redes de mão), empregadas principalmente
e taxonomia dos peixes de água doce dessa em microambientes específicos e usualmente
região. A crise da biodiversidade está muito pouco amostrados tais como: troncos
mais acentuada em ambientes de água doce, submersos, folhiço, raízes adventícias, pedrais
com taxas de extinções (seja de espécies ou e bancos de macrófitas; ii) rede de arrasto
populações) muito maiores do que as taxas dos aplicada em bancos de areia, macrófitas
ambientes terrestres e marinhos, por serem aquáticas e remansos; iii) rede de espera,
ambientes mais vulneráveis à ações antrópicas, expostas nas margens de remansos e lagos;
um assunto conhecido na literatura como “the Paralelamente, idas aos mercados regionais
freshwater biodiversity crisis” (Harrison et al., foram realizadas para averiguar a presença de
2018; Darwall et al., 2018). alguns táxons e sobre as formas tradicionais
O objetivo desse Capítulo foi apresentar de captura empregadas pela comunidade.
uma lista de peixes do inventário realizado nas Os exemplares coletados foram fixados,
bacias dos Rios Mearim, Gurupi e Tocantins, conservados e preparados seguindo a presente
durante os estudos realizados para a expansão metodologia: 1) Estudos morfológicos: fixados
da Estrada de Ferro Carajás, bem como analisar em formalina 10%, permanecendo por
biogeograficamente a distribuição das espécies, aproximadamente 10 dias nesta solução e
aspectos de importância comercial, ornamental posteriormente conservados em uma solução
e aquariofilia, assim como identificar possíveis de álcool etílico a 70%. 2) Estudos moleculares:
novas espécies para região estudada. fixados diretamente em álcool absoluto

Figura 1 - Amostragem de peixes com rede de arrasto durante o monitoramento na EFC.

34
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 2 - Amostragem de peixes com rede de mão durante o monitoramento na EFC.

P.A. 3) Estudos osteológicos: a preparação nas compilações propostas por Fricke et al.
de exemplares para exame osteológico, foi (2020a,b), onde os autores reúnem todas as
realizada segundo Taylor & Van Dyke (1985) principais e mais recentes classificações para
através de tratamento enzimático para diafanizar cada grupo de peixe. Os nomes populares
o exemplar, digerindo seus tecidos moles, das espécies desse trabalho se basearam nos
associado ao processo de impregnação dos nomes disponíveis no MPA (2012) e MMA (2008),
pigmentos vermelho de alizarina nas estruturas além de alguns nomes populares comuns para
calcificadas. Posteriormente, esses exemplares a região do estudo.
foram conservados em Glicerina tipo P.A.
O material coletado encontra-se depositado 3. Resultados
nas seguintes instituições: MPEG (Coleção
de Peixes do Museu Paraense Emílio Goeldi), Ao longo das 15 campanhas de coleta de
CPUFMA (Coleção de Peixes da Universidade dados, foram registrados 56.316 indivíduos,
Federal do Maranhão) e CICCAA (Coleção distribuídos em 243 espécies, 59 famílias e 17
Ictiológica do Centro de Ciências Agrárias ordens de peixes que variam de organismos
e Ambientais da Universidade Federal do obrigatórios de água doce a estuarinos (Tabela 1,
Maranhão). A preservação de exemplares- Figuras 5-8).
testemunho das espécies de peixes coletadas As ordens com maior percentual de
é fundamental, não apenas para documentar a riqueza de espécies foram: Characiformes
ocorrência de uma dada espécie no ambiente, (43%), Siluriformes (30%), Cichliformes (8%),
mas também para possibilitar que futuros Gymnotiformes (4%), Perciformes (4%),
trabalhos taxonômicos possam ser realizados, Clupeiformes (3%) e Cyprinodontiformes (2%)
refinando as identificações das espécies (Figura 3), representando 94% da riqueza total
potencialmente ainda não descritas, ou aquelas de espécies. As famílias com maior número de
com identificações ainda imprecisas. espécies foram: Characidae, com 51 espécies,
A identificação taxonômica foi realizada representando 20% das espécies encontradas,
até a menor categoria possível, com base seguida por Loricariidae com 28 espécies
em bibliografia especializada, coleções de (11%) e Cichlidae, com 19 espécies (7%). Essa
referência ou banco de imagens. A classificação distribuição de proporção de ordens e famílias
taxonômica, os nomes de espécies considerados é semelhante àquelas reportadas para outros
como válidos, autores e anos das descrições das ambientes neotropicais de água doce (ex. Vari
espécies, e distribuição geográfica se basearam et al., 2009; Barros et al., 2011; Melo et al., 2016).

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Duas famílias típicas de peixes de água doce, bicuda. Saguirus, voadeiras e curimatãs são, de
Characidae e Loricariidae, foram os destaques, qualquer forma, pescadas pelos ribeirinhos.
em razão do grande número de espécies Além disso, foram registrados 48 táxons
registradas (51 e 28 espécies, respectivamente). presentes na lista de espécies de peixes nativos de
Além disso, a maior parte das prováveis novas águas continentais com autorização para captura,
espécies pertencem a essas duas famílias. Esse é transporte e comercialização de exemplares
um padrão característico, já reportado em outros vivos para fins ornamentais e de aquariofilia
inventários de peixes de água doce realizados na (MMA, 2012; MPA, 2008). Isso sugere um grande
região Neotropical (ex. Vari et al., 2009; Casatti potencial da região de estudo para espécies com
et al., 2013; Melo et al., 2016; Cetra et al., 2016). fins ornamentais: raia (Potamotrygon motoro),
Em relação às espécies de grande importância traíra (Hoplias malabaricus), dólar (Metynnis
para a pesca e comercialização na região, lippincottianus), pacu (Myloplus rubripinnis),
destacam-se: a traíra (Hoplias malabaricus), o piranha-vermelha (Pygocentrus nattereri), piranha-
lírio (Hemisorubim platyrhynchos), os mandubés preta (Serrasalmus rhombeus), pirambeba
(Ageneiosus inermis e Ageneiosus ucayalensis), (Serrasalmus eigenmanni), aracu-rajado
o surubim (Pseudoplatystoma punctifer), o (Anostomus ternetzi), cabeça-para-baixo (Chilodus
bico-de-pato (Sorubim lima), a piranha-preta punctatus), copella (Copella arnoldi), peixe-lápis
(Serrasalmus rhombeus), o robalo (Centropomus (Nannostomus beckfordi), bicuda (Boulengerella
parallelus) e a tainha (Mugil curema). Estes maculata), voadeira (Triportheus trifurcatus),
também são os peixes mais capturados na borboleta-listrada (Carnegiella strigata), peixe-
pesca artesanal, para fins de subsistência e de borboleta (Thoracocharax stellatus), peixe-
lazer dos moradores locais. Entretanto, mesmo cachorro (Acestrorhynchus falcatus), miguelim
aquelas espécies consideradas de qualidade (Exodon paradoxus), piabas (Moenkhausia cotinho,
inferior e não visadas pela pesca amadora, como M. oligolepis, Pristella maxillaris, Roeboexodon
os saguirus (Cyphocharax notatus e Psectrogaster guyanensis, Tetragonopterus argenteus, T.
rhomboides) e voadeiras (Triportheus signatus chalceus, Thayeria boehlkei), sarapó (Gymnotus
e T. trifurcatus), possuem grande importância carapo), tuviras (Gymnorhamphichthys rondoni,
pois apresentam uma elevada biomassa Brachyhypopomus pinnicaudatus), bagres
e constituem, provavelmente, uma parte (Helogenes marmoratus), tatia (Tatia intermedia),
considerável das presas de predadores de maior cumbá (Trachelyopterus galeatus), botinho
porte, como os grandes bagres, a cachorra e a (Hassar wilderi), platydora (Platydoras brachylecis),

Figura 3 - Ordens com maior percentual de riqueza de espécies de peixes amostradas na EFC.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 4 - Amostragem de peixes com rede de emalhar durante o monitoramento na EFC.

mandi (Pimelodus blochii), tamboatá (Callichthys Maranhão, que ainda possui poucos estudos
callichthys, Hoplosternum littorale e Megalechis taxonômicos em relações a estados do sul e
thoracata), coridora (Corydoras vittatus), cascudos sudeste (Guimarães et al., 2018a,b; Guimarães et
(Leporacanthicus galaxias e Hemiodontichthys al., 2019).
acipenserinus), acarás (Aequidens tetramerus, Heros Excluindo essas prováveis novas espécies, das
efasciatus, Hypselecara temporalis, Mesonauta 243 espécies registradas no projeto, 70 (28,8%)
festivus, Satanoperca jurupari), guaru (Poecilia não puderam ser identificadas ao nível de
vivipara), agulhinha (Potamorrhaphis guianensis) e espécie, em virtude do status do conhecimento
os baiacus (Colomesus asellus e C. psittacus). taxonômico dos seus grupos. Dentre estas,
Vale ressaltar que, como resultado das é possível que 11 espécies pertencentes aos
campanhas de campo, foram descritas quatro gêneros Ancistrus Kner 1854 (2), Characidium
espécies de peixes de água doce: Charax awa, Reinhardt 1867 (2), Hemigrammus Gill 1858 (2),
endêmica das bacias costeiras maranhenses; Otocinclus Cope 1871 (2), Rineloricaria Bleeker 1862
Pseudobunocephalus timbira, descrito para (2), Knodus Eigenmann 1911 (1) sejam também
as bacias dos Rios Mearim e Tocantins, e novas para a ciência. Contudo, há a necessidade
Hyphessobrycon caru e H. geryi, conhecidas de estudos taxonômicos mais aprofundados
apenas para drenagens do Rio Pindaré e Bacia para se confirmar essa hipótese. Essas espécies,
do Tocantins, respectivamente (Guimarães et ainda desconhecidas ou sem identificação
al., 2018a, 2019; Leão et al., 2019). precisa, são importantes testemunhos da
Outras 16 espécies de peixes provavelmente carência de estudos relacionados à ictiofauna da
representam espécies ainda não descritas: área estudada.
Bryconops aff. caudomaculatus, Bryconops sp., Concluímos destacando a alta diversidade
Bryconops sp.1 (Iguanodectidae), Curimatopsis aff. de espécies encontradas e que as distribuições
cryptica (Curimatidae), Hemigrammus aff. ocellifer, geográficas de algumas espécies amazônicas
Knodus aff. victoriae, Moenkhausia aff. intermedia, ou das bacias do nordeste do Brasil foram
Phenacogaster aff. pectinata (Characidae), ampliadas neste estudo, com registros para
Farlowella aff. amazonum, Hypostomus a região estudada, a saber: Brachychalcinus
aff. plecostomus, Loricaria cf. cataphracta, parnaibae, Gasteropelecus sternicla, Knodus
Loricariichthys sp., Sturisoma aff. lyra (Loricariidae), victoriae, Mastiglanis asopos, Moenkhausia
Leporinus aff. friderici (Anostomidae), Characidium oligolepis, Piabucus dentatus, Pristella maxillaris e
aff. zebra (Crenuchidae) e Corydoras aff. splendens Tatia intermedia (Guimarães et al., 2017; presente
(Callichthyidae). A maioria dessas espécies estudo). Além disso, várias prováveis novas
ocorrem nas bacias e drenagens do Estado do espécies foram registradas, três delas já descritas

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

(Charax awa, Pseudobunocephalus timbira e Waldir Berbel-Filho e Weferson Júnior da Graça


Hyphessobrycon caru), e outras ainda aguardando por fornecer literatura útil para realização desse
uma descrição formal, merecendo uma melhor estudo.
atenção em estudos taxonômicos futuros. Ananda Saraiva, Antônio Francisco Bezerra,
Beatriz da Silva Costa, Beldo Rywllon Abreu,
Agradecimentos Brenda Carvalho Furtado, Camilla Marques,
Elioenai da Silva Oliveira, Ivanilda Pereira do
Agradecemos a Axel Katz, Felipe Rangel Nascimento, Joao Marcelo  Abreu, Lucas de
Pereira, Pedro Bragança e Wilson Costa pelo Oliveira Vieira, Marciara Lopes, Olivia Castro,
auxílio nas identificações. Aos pesquisadores Rafael Ferreira de Oliveira, Rayane Gonçalves
André Esguícero, Antonio Machado Allison, Aguiar, Revangivaldo Sousa, Shyrley Viana e
Axel Katz, Bruno Melo, Carla Pavanelli, Claudio Vanessa Ferreira Batista pelo auxílio na triagem
Oliveira, Diego Sousa Campos, Elias Costa e tombamento do material coletado.
Araujo Junior, Fernando Dagosta, Francisco Agradecemos também à UFMA (Universidade
Provenzano, Juan Marcos Mirande, Lubomír Federal do Maranhão) e FAPEMA (Fundação
Piálek, Luiz Malabarba, Marcelo Henrique Lopes de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento
Silva, Mark Henry Sabaj Pérez, Mônica Toledo- Científico e Tecnológico do Maranhão) por
Piza, Oscar Miguel Lasso, Paulo Petry, Priscila nos proporcionar a infraestrutura laboratorial,
Camelier, Raphael Covain, Roberto Reis, Ron que foi fundamental para a identificação e
Fricke, Stefan Koerber, Valter Azevedo-Santos, tombamento dos exemplares.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Tabela 1 - Lista de espécies de peixes registradas, por bacia, no monitoramento ao longo da


Estrada de Ferro Carajás, nas bacias do Rio Mearim (M), Gurupi (G) e Tocantins (T).

Táxon Nome Popular M G T


CLASSE ELASMOBRANCHII
MYLIOBATIFORMES
Potamotrygonidae
Potamotrygon motoro (Müller & Henle, 1841) raia X - -
CLASSE ACTINOPTERYGII
ELOPIFORMES
Elopidae
Elops saurus Linnaeus, 1766 ubarana X - -
Megalopidae
Megalops atlanticus Valenciennes, 1847 camurupim X - -
OSTEOGLOSSIFORMES
Osteoglossidae
Osteoglossum bicirrhosum (Cuvier, 1829) aruanã - - X
CLUPEIFORMES
Clupeidae
Rhinosardinia sp. sardinha X - -
Engraulidae
Anchovia sp. manjuba X - -
Anchovia surinamensis (Bleeker, 1866) manjuba X - -
Anchoviella sp. manjuba X - -
Cetengraulis edentulus (Cuvier, 1829) sardinha X - -
Lycengraulis batesii (Günther, 1868) manjubinha X - -
Lycengraulis grossidens (Spix & Agassiz, 1829) manjubinha X - -
Pterengraulis atherinoides (Linnaeus, 1766) sardinha-de-gato X - -
CHARACIFORMES
Crenuchidae
Characidium aff. zebra* canivete X - -
Characidium sp. canivete - X -
Characidium sp.1 canivete - - X
Erythrinidae
Hoplias curupira Oyakawa & Mattox, 2009 traíra-negra - - X
Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) traíra X X X
Hoplerythrinus unitaeniatus (Spix & Agassiz, 1829) jeju X - -
Parodontidae
Apareiodon machrisi Travassos, 1957 canivete - - X
Cynodontidae
Cynodon gibbus (Spix & Agassiz, 1829) cachorrinha X - X
Hydrolycus armatus (Jardine, 1841) cachorra-larga - - X
Rhaphiodon vulpinus Spix & Agassiz, 1829 cachorra-facão - - X
Serrasalmidae
Colossoma macropomum (Cuvier, 1816) tambaqui - - X
Metynnis lippincottianus (Cope, 1870) dolar X - -
Myloplus cf. lobatus pacu - X -
Myloplus rubripinnis (Müller & Troschel, 1844) pacu X - X
Mylossoma sp. pacu - - X
Pygocentrus nattereri Kner, 1858 piranha-vermelha X - X

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Táxon Nome Popular M G T


Serrasalmus eigenmanni Norman, 1929 pirambeba - - X
Serrasalmus rhombeus (Linnaeus, 1766) piranha-preta X - X
Hemiodontidae
Hemiodus cf. parnaguae flexeira X - -
Hemiodus sp. flexeira - - X
Anostomidae
Anostomus ternetzi Fernández-Yépez, 1949 aracu-rajado - - X
Laemolyta cf. proxima - - - X
Leporinus aff. friderici* - X X X
Leporinus affinis Günther, 1864 aracu - - X
Schizodon dissimilis (Garman, 1890) piau-cabeça-gorda X - -
Schizodon cf. vittatus aracu-comum - - X
Chilodontidae
Caenotropus labyrinthicus (Kner, 1858) cabeça-dura - - X
Chilodus punctatus Müller & Troschel, 1844 cabeça-para-baixo - - X
Curimatidae
Curimata macrops Eigenmann & Eigenmann, 1889 branquinha X - -
Curimatopsis aff. cryptica * - - - X
Cyphocharax notatus (Steindachner, 1908) sagüiru - - X
Psectrogaster rhomboides Eigenmann & Eigenmann, 1889 sagüiru X - -
Steindachnerina notonota (Miranda Ribeiro, 1937) biruba X - -
Steindachnerina sp. biruba - - X
Prochilodontidae
Prochilodus lacustris Steindachner, 1907 curimbatá X - -
Prochilodus nigricans Agassiz, 1829 curimbatá - - X
Lebiasinidae
Copella arnoldi (Regan, 1912) copella X - X
Nannostomus beckfordi Günther, 1872 peixe-lápis X - X
Ctenoluciidae
Boulengerella cuvieri (Spix & Agassiz, 1829) bicuda - - X
Boulengerella maculata (Valenciennes, 1850) bicuda - - X
Chalceidae
Chalceus epakros Zanata & Toledo-Piza, 2004 ararí - - X
Triportheidae
Triportheus signatus (Garman, 1890) voadeiras X - -
Triportheus trifurcatus (Castelnau, 1855) voadeiras - - X
Gasteropelecidae
Carnegiella strigata (Günther, 1864) borboleta-listrada - - X
Gasteropelecus sternicla (Linnaeus, 1758) peixe-borboleta X - X
Thoracocharax stellatus (Kner, 1858) peixe-borboleta - - X
Bryconidae
Brycon falcatus Müller & Troschel, 1844 matrinxã - - X
Salminus hilarii Valenciennes, 1850 tabarana - - X
Iguanodectidae
Bryconops sp.* piaba - X -
Bryconops sp.1* piaba - - X
Bryconops aff. caudomaculatus* piaba X - -
Iguanodectes spilurus (Günther, 1864) piaba - - X

Piabucus dentatus (Koelreuter, 1763) piaba X - -


Acestrorhynchidae

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Táxon Nome Popular M G T


Acestrorhynchus falcatus (Bloch, 1794) peixe-cachorro X X X
Characidae
Aphyocharax sp. enfermerinha X - -
Aphyocharax avary Fowler, 1913 enfermerinha - - X
Astyanax cf. bimaculatus lambari X X X
Astyanax sp. piaba - - X
Astyanax sp.1 piaba - - X
Brachychalcinus parnaibae Reis, 1989 piaba X - -
Charax awa Guimarães, Brito, Ferreira & Ottoni, 2018 cacunda X - -
Charax leticiae Lucena, 1987 cacunda - - X
Charax pauciradiatus (Günther, 1864) cacunda - - X
Ctenobrycon cf. spilurus - X - X
Cynopotamus tocantinensis Menezes, 1987 - - - X
Exodon paradoxus Müller & Troschel, 1844 miguelim - - X
Galeocharax gulo (Cope, 1870) saicanga - - X
Hemigrammus lunatus Durbin, 1918 tetra, piaba - - X
Hemigrammus aff. ocellifer* piaba X - X
Hemigrammus cf. levis piaba - - X
Hemigrammus cf. rodwayi piaba X X X
Hemigrammus sp. piaba X - -
Hemigrammus sp.1 piaba - X -
Hyphessobrycon caru Guimarães, Brito, Bragança, Katz & Ottoni tetra, piaba X - -

Hyphessobrycon geryi Guimarães, Brito, Bragança, Santos, Katz, tetra, piaba - - X


Carvalho-Costa & Ottoni, 2020
Hyphessobrycon cf. heterorhabdus piaba - - X
Jupiaba cf. polylepis piaba - - X
Knodus aff. victoriae* piaba X - -
Knodus sp. piaba - - X
Makunaima multidens (Eigenmann, 1908) lambari - - X
Microschemobrycon sp. piaba X - -
Microschemobrycon sp.1 piaba - - X
Moenkhausia cf. ceros piaba - - X
Moenkhausia aff. intermedia* piaba X - X
Moenkhausia cf. jamesi piaba - - X
Moenkhausia abyss Oliveira & Marinho, 2016 piaba - - X
Moenkhausia cotinho Eigenmann, 1908 piaba - - X
Moenkhausia cf. lepidura - - - X
Moenkhausia oligolepis (Günther, 1864) lambari-olho-de-fogo X X X
Moenkhausia pankilopteryx Bertaco & Lucinda, 2006 piaba - - X
Moenkhausia sp. piaba - - X
Phenacogaster aff. pectinata* piaba X - -
Phenacogaster sp. piaba - - X
Poptella compressa (Günther, 1864) piaba X X X
Pristella maxillaris (Ulrey, 1894) tetra-pristella X - -
Roeboexodon guyanensis (Puyo, 1948) tetra-boca-de-tubarão - - X
Roeboides affinis (Günther, 1868) saicanga - X X
Roeboides margareteae Lucena, 2003 saicanga X - -
Roeboides sazimai Lucena, 2007 saicanga X - -
Serrapinnus tocantinensis Malabarba & Jerep, 2004 lambari - - X

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Táxon Nome Popular M G T


Serrapinnus sp. piaba X - -
Serrapinnus sp.1 piaba - X -
Tetragonopterus argenteus Cuvier, 1816 matupiri X - -
Tetragonopterus chalceus Spix & Agassiz, 1829 matupiri - - X
Thayeria boehlkei Weitzman, 1957 piaba - - X
GYMNOTIFORMES
Apteronotidae
Platyurosternarchus macrostoma (Günther, 1870) tuvira, ituí - - X
Gymnotidae
Gymnotus carapo Linnaeus, 1758 tuvira, sarapó X - X
Electrophorus varii de Santana, Wosiacki, Crampton, Sabaj, Dillman, poraquê X - -
Mendes-Júnior & Castro, 2019
Rhamphichthyidae
Gymnorhamphichthys rondoni (Miranda Ribeiro, 1920) tuvira, ituí - - X
Rhamphichthys atlanticus Triques, 1999 tuvira, ituí X - -
Rhamphichthys rostratus (Linnaeus, 1766) tuvira, ituí - - X
Hypopomidae
Brachyhypopomus pinnicaudatus (Hopkins, Comfort, Bastian & Bass, tuvira, ituí X - -
1990)
Sternopygidae
Eigenmannia cf. virescens tuvira, ituí X - X
Sternopygus macrurus (Bloch & Schneider, 1801) tuvira, ituí X - X
SILURIFORMES
Cetopsidae
Helogenes marmoratus Günther, 1863 bagre - - X
Aspredinidae
Aspredo aspredo (Linnaeus, 1758) banjo X - -
Bunocephalus sp. banjo - - X
Pseudobunocephalus timbira Leão Carvalho, Reis & Wosiacki, 2019 banjo X - X
Auchenipteridae
Ageneiosus inermis (Linnaeus, 1766) mandubé - - X
Ageneiosus ucayalensis Castelnau, 1855 mandubé X - X
Auchenipterichthys cf. coracoideus - - - X
Auchenipterichthys sp. - X - -
Auchenipterus menezesi Ferraris & Vari, 1999 - X - -
Auchenipterus sp. - - - X
Pseudauchenipterus nodosus (Bloch, 1794) papista X - -
Tatia intermedia (Steindachner, 1877) tatia X - -
Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766) mole, cumbá X X X
Doradidae
Hassar affinis (Steindachner, 1881) botinho X - -
Hassar wilderi Kindle, 1895 botinho - - X
Oxydoras niger (Valenciennes, 1821) cuiú-cuiú - - X
Platydoras brachylecis Piorski, Garavello, Arce H. & Sabaj Pérez, 2008 platydoras X - -
Platydoras costatus (Linnaeus, 1758) platydoras - - X
Heptapteridae
Cetopsorhamdia sp. bagrinho - - X
Cetopsorhamdia molinae Miles, 1943 bagrinho - - X
Imparfinis sp. bagrinho X - -
Mastiglanis asopos Bockmann, 1994 bagrinho X - X

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Táxon Nome Popular M G T


Pimelodella parnahybae Fowler, 1941 mandi-chorão X - -
Pimelodella sp. mandi - - X
Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) bagre X X X
Pimelodidae
Cheirocerus goeldii (Steindachner, 1908) - X - -
Hemisorubim platyrhynchos (Valenciennes, 1840) lírio X - X
Hypophthalmus edentatus Spix & Agassiz, 1829 - - - X
Pimelodus blochii Valenciennes, 1840 mandi X X X
Pseudoplatystoma fasciatum (Linnaeus, 1766) surubim X - X
Sorubim lima (Bloch & Schneider, 1801) surubi-bico-de-pato X - X
Pseudopimelodidae
Batrochoglanis raninus (Valenciennes, 1840) mandi X - X
Microglanis sp. - - - X
Rhyacoglanis pulcher (Boulenger, 1887) - - - X
Ariidae
Cathorops spixii (Agassiz, 1829) bagre-amarelo X - -
Sciades herzbergii (Bloch, 1794) bagre-guribu X - -
Sciades passany (Valenciennes, 1840) tacariuna X - -
Trichomycteridae
Ituglanis amazonicus (Steindachner, 1882) cambeva - X X
Callichthyidae
Callichthys callichthys (Linnaeus, 1758) tamboatá X - X
Corydoras aff. splendens* coridora X - -
Corydoras cf. brevirostris coridora - - X
Corydoras cf. julii coridora X - X
Corydoras vittatus Nijssen, 1971 coridora X - -
Hoplosternum littorale (Hancock, 1828) tamboatá X - -
Megalechis thoracata (Valenciennes, 1840) tamboatá X - -
Loricariidae
Ancistrus karajas de Oliveira, Rapp Py-Daniel, Zawadzki & Zuanon, cascudo - - X
2016
Ancistrus sp. cascudo X - -
Ancistrus sp.1 cascudo - - X
Aphanotorulus emarginatus (Valenciennes, 1840) - - - X
Curculionichthys tukana Roxo, Dias, Silva & Oliveira, 2017 cascudinho - - X
Farlowella aff. amazonum* peixe-galho X - -
Farlowella amazonum (Günther, 1864) peixe-galho - - X
Harttia duriventris Rapp Py-Daniel & Oliveira, 2001 cascudinho - - X
Hemiodontichthys acipenserinus (Kner, 1853) - X - X
Hypoptopoma incognitum Aquino & Schaefer, 2010 cascudinho X - X
Hypostomus aff. plecostomus* bodó X X X
Hypostomus cf. ericae bodó - - X
Hypostomus sp. bodó - - X
Leporacanthicus galaxias Isbrücker & Nijssen, 1989 cascudo-galáxia - - X
Limatulichthys sp. - - - X
Loricaria cf. cataphracta* X - -
Loricaria cf. lata viola - - X
Loricariichthys sp.* viola - - X
Loricariichthys sp.1 viola X - -
Otocinclus sp. cascudinho X - -

44
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Táxon Nome Popular M G T


Otocinclus sp.1 cascudinho - - X
Pseudacanthicus major Chamon & Costa e Silva, 2018 açacú - - X
Pterygoplichthys sp. acarí X - -
Pterygoplichthys sp. 1 acarí X - -
Rineloricaria sp. viola X - -
Rineloricaria sp.1 viola - X
Sturisoma aff. lyra* cachimbo X -
Sturisoma rostratum (Spix & Agassiz, 1829) cachimbo - - X
BATRACHOIDIFORMES
Batrachoididae
Batrachoides surinamensis (Bloch & Schneider, 1801) pacamão X - -
GOBIFORMES
Gobiidae
Ctenogobius shufeldti (Jordan & Eigenmann, 1887) maria-da-toca X - -
Eleotridae
Eleotris pisonis (Gmelin, 1789) amoré-preto X - -
SYNBRANCHIFORMES
Synbranchidae
Synbranchus marmoratus Bloch, 1795 muçum X X X
PLEURONECTIFORMES
Achiridae
Achirus achirus (Linnaeus, 1758) solha X - -
Paralichthyidae
Citharichthys spilopterus Günther, 1862 solha X - -
CICHLIFORMES
Cichlidae
Aequidens tetramerus (Heckel, 1840) acará X X X
Apistogramma cf. piauiensis apistograma X - -
Apistogramma sp. apistograma - - X
Cichla sp. tucunaré X - -
Cichlasoma sp. acará - - X
Cichlasoma zarskei Ottoni, 2011 acará X - -
Crenicichla brasiliensis (Bloch, 1792) jacundá X - -
Crenicichla cf. brasiliensis jacundá - X -
Crenicichla sp. jacundá - - X
Crenicichla sp.1 jacundá - - X
Geophagus neambi Lucinda, Lucena & Assis, 2010 acará - - X
Geophagus cf. parnaibae acará X - -
Heros efasciatus Heckel, 1840 acará - - X
Hypselecara temporalis (Günther, 1862) acará - - X
Mesonauta festivus (Heckel, 1840) acará - - X
Laetacara araguaiae Ottoni & Costa, 2009 acarazinho - - X
Satanoperca jurupari (Heckel, 1840) acará X X X
Oreochromis sp. tilápia X - -
Retroculus sp. - - - X
CYPRINODONTIFORMES
Anablepidae
Anableps anableps (Linnaeus, 1758) tralhoto X - -
Rivulidae
Anablepsoides cf. vieirai - X - -

45
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Táxon Nome Popular M G T


Poeciliidae
Pamphorichthys araguaiensis (Costa, 1991) barrigudinho - X X
Poecilia sarrafae Bragança & Costa, 2011 barrigudinho X - -
Poecilia vivipara Bloch & Schneider, 1801 barrigudinho X - -
BELONIFORMES
Belonidae
Potamorrhaphis guianensis (Jardine, 1843) agulhinha - - X
Hemiramphidae
Hyporhamphus unifasciatus (Ranzani, 1841) agulha-branca X - -
MUGILIFORMES
Mugilidae
Mugil curema Valenciennes, 1836 tainha X - -
TETRAODONTIFORMES
Tetraodontidae
Colomesus asellus (Müller & Troschel, 1849) baiacu - - X
Colomesus psittacus (Bloch & Schneider, 1801) baiacu X - -
PERCIFORMES
Centropomidae
Centropomus parallelus Poey, 1860 robalo X - -
Centropomus undecimalis (Bloch, 1792) robalo X - -
Sciaenidae
Cynoscion acoupa (Lacepède, 1801) pescada-amarela X - -
Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823) corvina X - -
Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) pescada-amazônica X - X
Stellifer naso (Jordan, 1889) cangoá X - -
Stellifer rastrifer (Jordan, 1889) cangoá X - -
Haemulidae
Genyatremus luteus (Bloch, 1790) peixe-pedra X - -
Lutjanidae
Lutjanus jocu (Bloch & Schneider, 1801) pargo X - -

*Espécies de peixes que provavelmente se tratam de espécies ainda não descritas

46
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

1 2

3 4

5 6

7 8

Figura 5 - (1) Hoplias malabaricus, (2) TLeporinus aff. friderici, (3) Chilodus punctatus, (4) Nannostomus
beckfordi, (5) Triportheus signatus, (6) Carnegiella strigata, (7) Gasteropelecus sternicla e (8) Bryconops sp.

47
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

9 10

11 12

13 14

15 16

Figura 6 - (9) Acestrorhynchus falcatus, (10) Aphyocharax sp., (11) Astyanax cf. bimaculatus,
(12) Brachychalcinus parnaibae, (13) Charax awa, (14) Hyphessobrycon caru, (15) Knodus sp. e
(16) Microschemobrycon sp.1.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

17 18

19 20

21 22

23 24

Figura 7 - (17) Moenkhausia aff. intermedia, (18) Moenkhausia cotinho, (19) Moenkhausia oligolepis,
(20) Poptella compressa, (21) Roeboexodon guyanensis, (22) Roeboides margareteae,
(23) Roeboides sazimai e (24) Thayeria boehlkei.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

25 26

27 28

29 30

31 32

Figura 8 - (25) Tatia intermedia fêmea e macho, (26) Corydoras aff. splendens, (27) Corydoras cf.
brevirostris, (28) Corydoras cf. julii, (29) Crenicichla brasiliensis, (30) Anablepsoides cf. vieirai,
(31) Pamphorichthys araguaiensis e (32) Poecilia sarrafae.

50
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

4. Referências region as well as for the Itacaiunas River drainage


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51
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

3 Anfíbios
ADRIANO LIMA SILVEIRA, CLARENICE LOIOLA DOS SANTOS, JÂNIA BRITO VIEIRA,
RENAN CONDÉ PIRES, ARTHUR WALTER SILVA DE LEMOS, THAMIRES BENICIO
ALVES DOS SANTOS, ADRYELLE FRANCISCA DE SOUZA MOREIRA, DANIELLE ÍSIS
SOUSA FERREIRA, JOHNNY SOUSA FERREIRA & ALESSANDRO COSTA MENKS

1. Introdução de anfíbios (Hoogmoed, 2018a; Hoogmoed e


Galatti, 2019). Além da diversidade, destaca-se
Atualmente são conhecidas 1.136 espécies a elevada taxa de endemismo dos anfíbios da
de anfíbios no Brasil, a grande maioria de anuros Amazônia, que corresponde a 82 % das espécies
(1.093 espécies), além de alguns gimnofionos (38 (Duellman, 1999).
espécies) e poucas salamandras (05 espécies) Para a Amazônia oriental no Brasil, estudos
(Segalla et al., 2019). Essa riqueza brasileira faunísticos sobre os anfíbios vêm sendo
corresponde a cerca de 14 % da riqueza mundial realizados mais recentemente (Avila-Pires et
de anfíbios (8.155 espécies; Frost, 2020), al., 2018; Bernardo et al., 2012a; Brasileiro et
compondo o cenário de megadiversidade da al., 2008; Freitas et al., 2017; Gallati et al., 2007;
biota existente no Brasil. Para todo o território Neckel-Oliveira et al., 2012; Silva e Fernandes,
nacional, muitas espécies de anfíbios têm sido 2016; Pinheiro et al., 2012), além dos poucos
descritas nos últimos anos, novas espécies trabalhos conduzidos em décadas anteriores,
já descobertas aguardam descrição formal iniciando-se com o estudo de Crump (1971),
e alguns táxons são reconhecidos como para Belém. Para a região da Serra dos Carajás
complexos de espécies crípticas (Segalla et al., e entorno, no leste do Pará, Pinheiro et al.
2019; Silveira et al., 2019b; Sturaro et al., 2020). (2012) registraram 71 espécies de anfíbios (66
Uma expressiva parcela dessa diversidade de anuros e 05 de gimnofionos), compiladas
de anfíbios encontra-se na Amazônia, embora a a partir da Coleção Herpetológica do Museu
composição faunística do grupo no bioma esteja Paraense Emílio Goeldi. Para a Floresta
insuficientemente estudada, especialmente Nacional de Carajás, Neckel-Oliveira et al.
quanto à identidade taxonômica de muitas (2012) compilaram 68 espécies de anfíbios (64
populações. Avila-Pires et al. (2007) compilaram de anuros e 04 de gimnofionos), com base
232 espécies de anfíbios para a porção brasileira principalmente em diagnósticos ambientais
da Amazônia, incluindo 221 espécies de anuros, relativos a licenciamentos de projetos de
nove de gimnofionos e duas de salamandras, mineração, além de outras coletas.
mas esta riqueza tem sido incrementada com No oeste do estado do Maranhão, foram
a descrição de novas espécies (e.g. Carvalho et realizados inventários preliminares na
al., 2019; Ferrão et al., 2017; Ferrão et al., 2018; Reserva Biológica do Gurupi (Freitas et al.,
Kaefer et al., 2019; Rojas et al., 2018; Simões et 2017) e na região de Açailândia (Brasileiro et
al., 2019; Vaz-Silva et al., 2015), com destaque al., 2008). Na região de São Luís os anfíbios
para a recente revisão das salamandras, na qual vêm sendo inventariados nos últimos anos,
foram reconhecidas cinco espécies na Amazônia por pesquisadores e alunos da Universidade
brasileira (Brcko et al., 2013). Avila-Pires et Federal do Maranhão, especialmente no
al. (2007) já haviam apontado que diversos contexto de monografias e dissertações. No
grupos de anfíbios apresentam problemas entanto, a maioria dos dados levantados não
taxonômicos, o que aumenta a incerteza sobre se encontra publicada. Barreto et al. (2011)
o número total de espécies. Em recente revisão listaram 30 espécies de anuros para três
da lista das espécies de anfíbios ocorrentes áreas no município de São Luís. Uma limitação
na Amazônia brasileira, foram citadas 329 dos inventários de anfíbios é que muitos
espécies de anuros, 21 de gimnofionos e cinco táxons foram mencionados com identificação
de salamandras, totalizando 355 espécies específica inconclusiva ou incorreta.

53
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Em síntese, a região da Amazônia oriental, denominadas como Áreas 1 a 12. Todas estão
principalmente no oeste do Maranhão, ainda inseridas na porção oriental da Amazônia e
se encontra insuficientemente conhecida em abrigam três fitofisionomias: Floresta Ombrófila
relação à composição da fauna de anfíbios Densa (Áreas 5 a 12), Floresta Ombrófila Aberta
e à taxonomia de muitas espécies. Neste (Áreas 1, 2 e 4) e Formações Pioneiras, estas
estudo apresentamos os resultados de representadas por vegetação com influência
riqueza, composição faunística e aspectos de fluvial (Área 3) (IBGE, 2004, 2012). Ao longo
distribuição geográfica dos anfíbios, obtidos em das áreas de estudo foi possível reconhecer
15 campanhas semestrais de monitoramento quatro regiões geográficas com características
realizadas ao longo da Estrada de Ferro Carajás ambientais próprias, as quais possivelmente
(EFC), a qual se estende por cerca de 900 km ao podem abrigar composição faunística com
longo da Amazônia oriental, de São Luís (MA) a elementos distintos das demais. Essas regiões
Parauapebas (PA). são: Baixada Maranhense (Áreas 1, 2 e 3),
vale do médio Rio Pindaré (Áreas 4, 5, 6 e 10),
2. Metodologia planalto de Açailândia (Áreas 11 e 12) e vales
dos rios Tocantins e Itacaiúnas (Áreas 7, 8 e 9).
Os anfíbios foram amostrados juntamente As Áreas 5 e 7 correspondem a parte das Terras
com os répteis, compondo o grupo da Indígenas Caru e Mãe Maria, respectivamente.
herpetofauna, em um mesmo desenho Descrições mais detalhadas, com fotos dos
amostral. Foram previamente selecionadas ambientes, são apresentadas no Capítulo 1.
12 áreas de estudo ao longo da EFC, entre Nas áreas selecionadas os anfíbios foram
Bacabeira no Maranhão e Marabá no Pará, aqui amostrados no período de julho de 2011

Figura 1 - Métodos de amostragem e manejo de anfíbios aplicados no estudo. A-C: armadilha de


interceptação e queda; D – espécimes capturados em armadilha de interceptação e queda; E – armadilha
aquática tipo covo; F – parcela ampla; G, H – marcação com implante visível de elastômero; I: fixação de
espécimes testemunhos (fotos: A-D, F-I: Adriano L. Silveira, E: Alessandro Menks).

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

a setembro de 2018. Na primeira etapa do parcelas com dimensão pré-definidas de 3 x 3 m


estudo, foi conduzido um levantamento em 10 (9 m2) na serrapilheira florestal, delimitadas por
Áreas. Em seguida, foram realizadas mais 14 cerca. As parcelas foram instaladas no período
campanhas de monitoramento nas 12 Áreas, vespertino e vistoriadas à noite, procedendo-se
intercalando-se períodos de seca e chuva, à varredura, por dois herpetólogos (Figura 1).
de modo a contemplar variações sazonais. O Em cada área foram instaladas 24 parcelas, o
desenho amostral foi replicado com algumas que correspondeu a um esforço de 216 m2. Este
adaptações e em todas as expedições foram método foi empregado apenas nas Áreas 1, 2, 3
aplicados dois métodos padronizados de e 4, na terceira e quarta campanhas, totalizando
amostragem: armadilha de interceptação e um esforço de 1.728 m2 de serrapilheira
queda e procura limitada por tempo. Mas, amostrados.
com duas exceções: não foram utilizadas De forma complementar, quando havia
armadilhas na Terra Indígena Caru (Área 5) e na ambientes aquáticos propícios, foram utilizadas
Terra Indígena Mãe Maria (Área 7). Na primeira armadilhas aquáticas tipo covo, com duplo
expedição armadilhas foram instaladas funil (funnel trap) (Lagler, 1943; Silveira et al.,
no entorno da Terra Indígena Mãe Maria. 2019a). Os covos foram instalados em corpos
Adicionalmente, em parte das amostragens d’água lênticos e lóticos, iscados com sardinha
aplicou-se o método padronizado de parcelas enlatada (com perfurações na lata), cada um
amplas e, quando possível, aplicou-se o permanecendo armado por uma noite (Figura
método de armadilhas aquáticas tipo covo, sem 1). No contexto do estudo da herpetofauna, o
padronização de esforço. método foi direcionado à captura de répteis
O método de armadilha de interceptação e aquáticos, mas também permitiu a captura de
queda (pitfall traps with drift fences) (Campbell e alguns anuros adultos, especialmente pipídeos,
Christman, 1982; Cechin e Martins, 2000; Vogt e além de girinos.
Hine, 1982) foi aplicado em 10 áreas, em cada Demais registros de espécimes obtidos
uma foram instaladas seis estações lineares pela equipe de herpetólogos (que não pelos
de armadilhas, cada estação composta por métodos padronizados), geralmente durante
10 baldes de 60 litros e 100 metros de cerca- deslocamentos até as áreas de amostragem,
guia (Figura 1). As armadilhas permaneceram foram considerados registros ocasionais.
abertas por sete dias e sete noites consecutivos Espécimes capturados nas armadilhas de
(168 h) em cada amostragem, sendo então interceptação e queda foram marcados com
empregado um esforço de captura de 420 implante visível de elastômero fluorescente
baldes-dia ao longo de cada expedição em cada (VIE), da Northwest Marine Technology Inc.
área. O esforço total foi de 31.929 baldes-dia (Shaw Island, Washington), aplicado por via
nas 15 campanhas. subcutânea (Freitas et al., 2013; Kinkead et
O método de procura limitada por tempo al., 2006; Figura 1). Sempre que possível,
(Crump e Scott Jr., 1994) corresponde a uma espécimes dos distintos táxons registrados
modalidade de busca ativa e foi aplicado em foram coletados e colecionados (Figura 1),
todas as áreas, de modo a abranger o máximo de de acordo com as Autorizações de Captura,
microambientes disponíveis. O esforço amostral Coleta e Transporte de Material Biológico
foi padronizado, em cada área ocorrendo sete nº 06/2011, 08/2011, 136/2011, 164/2011,
dias de buscas por campanha, sendo seis horas emitidas pelo Instituto Brasileiro do Meio
diárias, das quais três horas diurnas (de 09:00 Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis,
h a 17:00 h) e três noturnas (preferencialmente para confirmação de identidade taxonômica e
de 18:00 h a 21:00 h), aplicadas por dois depósito em coleção científica como material
herpetólogos concomitantemente. Assim, o testemunho. A preservação dos espécimes
esforço foi de 84 horas-homem por expedição foi realizada de acordo com a metodologia
em cada área, totalizando 6.974 horas-homem de rotina para anfíbios (e.g. Callefo, 2002;
nas 15 campanhas. McDiarmid, 1994). Os espécimes testemunhos
O método de parcela ampla (large plot) (Jaeger foram depositados na Coleção Herpetológica
e Inger, 1994), consistiu na demarcação de do Museu Paraense Emílio Goeldi, Coleção

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Boana punctata

FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Herpetológica da Universidade Federal do as populações de Allobates sp. e Adenomera sp. 2


Pará e Coleção Herpetológica da Universidade corresponderem, respectivamente, a A. crombiei
Federal no Maranhão. e A. andreae, a contabilização da riqueza total de
Os espécimes registrados foram anfíbios não incluiu esses dois táxons.
identificados até o nível de espécie. Procedeu- No presente estudo, exemplares coletados
se a identificações prévias em campo, com em Marabá encaixaram-se na diagnose e
confirmação posterior em laboratório, com distribuição geográfica de Engystomops freibergi
auxílio de microscópio estereoscópico quando segundo Funk et al. (2008), embora exemplares
necessário. As identificações foram obtidas da região de Carajás no Pará tenham sido
através da análise de caracteres diagnósticos, previamente identificados como E. petersii por
principalmente de morfologia externa, Pinheiro et al. (2012). São necessários alguns
coloração, morfometria e, no caso dos anuros, esclarecimentos sobre a identidade taxonômica
parâmetros acústicos da vocalização. Foram dessas espécies.
utilizados recursos de consulta a literatura Eupemphix paraensis Müller, 1923 foi descrito
científica especializada e comparação com com base em um espécime fêmea procedente
espécimes de coleções científicas previamente de “Peixeboi (an der Bragançabahn), Staat Parà,
identificados. Aplicou-se a nomenclatura Nord-Brasilien” (Müller, 1923), atualmente
taxonômica atualizada para cada grupo. o município de Peixe-Boi no nordeste do
Pará. A espécie foi considerada sinônimo de
3. Resultados Physalaemus petersi (Jiménez de la Espada, 1872)
por Funk et al. (2008). No entanto, estes autores
Em toda a área estudada ao longo da EFC delimitaram a distribuição geográfica de P.
foram registradas 71 espécies de anfíbios, petersi para a Amazônia do Equador, nordeste
incluindo 69 da ordem Anura (sapos, rãs e do Peru e Amazônia da Colômbia, excluindo o
pererecas) e duas da ordem Gymnophiona Brasil. Os autores também consideram que P.
(gimnofionos, cobras-cegas ou cecílias) (Tabela freibergi (Donoso-Barros, 1969) distribui-se na
1), resultado que representa uma riqueza muito Amazônia do Brasil, norte da Bolívia e sudeste
elevada. Foram obtidas fotos de 70 espécies em do Peru, e representaram no mapa da espécie
campo, as quais são apresentadas nas Figuras a localidade de Peixe-Boi. Consequentemente,
2 a 14. com base na distribuição geográfica definida
Sessenta e um táxons foram conclusivamente por Funk et al. (2008), considera-se que o
identificados em nível específico. Outros 12 holótipo de Eu. paraensis seria coespecífico com
necessitam de estudos taxonômicos para P. freibergi e a sinonímia proposta pelos autores
determinação de sua identidade: Allobates sp., teria sido incorreta. Neste caso, Eu. paraensis
Amazophrynella sp., Pristimantis aff. fenestratus, teria prioridade por ser o nome mais antigo e
Boana aff. fasciata, Boana aff. semilineata, P. freibergi deveria ser considerado sinônimo de
Dendropsophus sp., Scinax sp. 1, Scinax sp. 2, Eu. paraensis. Esse grupo de espécies encontra-
Scinax aff. ruber, Adenomera sp. 1, Adenomera se atualmente alocada no gênero Engystomops
sp. 2 e Pseudopaludicola sp. No caso de Allobates (Nascimento et al., 2005; Frost, 2020), de modo
sp., a proximidade geográfica e semelhança que o nome aplicável à espécie de Peixe-Boi
no habitat sugerem que se trate de A. carajas passa a ser En. paraensis.
Simões, Rojas e Lima, 2019, mas a ausência de Em uma análise integrativa posterior, Funk
adultos coletados e de vocalizações gravadas et al. (2012) consideraram exemplares do
impossibilitou uma identificação específica centro-norte do Pará distintos de Engystomops
conclusiva. Os exemplares registrados de petersi e de En. freibergi, sugerindo trata-se
Adenomera sp. 2 podem corresponder a de uma “candidata a espécie confirmada”. Os
A. andreae ou a A. phonotriccus Carvalho, autores restringiram En. petersii no Equador e
Giaretta, Angulo, Haddad e Peloso, 2019 e não confirmaram En. freibergi para o oeste do Brasil
puderam ser confirmados devido à ausência (Acre e Mato Grosso), Bolívia e Peru.
de vocalizações gravadas, necessárias para a Em recentemente revisão da lista das
identificação. Diante da possibilidade de todas espécies de anfíbios ocorrentes no estado do

57
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Pará, Hoogmoed e Galatti (2019) consideraram Indígena Caru. Nas demais áreas, no estado do
a ocorrência somente de Engystomops paraensis, Maranhão, a riqueza de anfíbios foi aproximada,
o que corrobora a sinonímia de E. freibergi com variando de 25 a 29 espécies. Exceções foram as
a primeira espécie. Segundo M. S. Hoogmoed duas áreas em Açailândia, com 11 e 22 espécies,
(com. pess.), populações ocorrentes na área da cuja menor riqueza deveu-se ao menor esforço
EFC devem ser identificadas como En. paraensis, empreendido, em relação às demais áreas.
nome então aplicado no presente trabalho. Outro componente observado da diversidade
Uma parcela expressiva da riqueza de anfíbios ao longo da EFC correspondeu a
levantada, 55 espécies, foi registrada no distintos padrões de distribuição geográfica
Pará, embora apenas três áreas amostrais das espécies. Foram observados os seguintes
estejam situadas nesse estado. No Maranhão padrões: 1) espécies endêmicas de áreas mais
foram registradas 53 espécies nas nove áreas restritas no bioma Amazônia (ex.: Elachistocleis
amostrais, e essa riqueza corresponde à maior bumbameuboi e Allobates crombiei); 2) espécies
listagem de anfíbios já obtida no estado, em endêmicas da Amazônia e com distribuição
um único estudo. Considerando as distintas mais ampla no bioma (ex.: Ameerega trivittata,
regiões geográficas amostradas, maiores Ceratophrys cornuta, Boana cinerascens,
valores de riqueza foram registrados nos vales Leptodactylus pentadactylus, Leptodactylus
dos rios Tocantins e Itacaiúnas (55 espécies) petersii, Hamptophryne boliviana, Callimedusa
e no Vale do Rio Pindaré (45), um valor tomopterna e Phyllomedusa bicolori); 3)
intermediário na Baixada Maranhense (33) e espécies distribuídas ao longo da Amazônia
uma riqueza menor no planalto de Açailândia e marginalmente em biomas adjacentes
(20). Nesta última região, o menor esforço (ex.: Rhaebo guttatus, Boana boans, Boana
amostral aplicado explica a menor riqueza. multifasciata e Pipa pipa); 4) espécies típicas
Considerando as distintas fitofisionomias, nas do Cerrado que ocorrem marginalmente na
áreas de Floresta Ombrófila Densa e diversos Amazônia (ex.: Rhinella diptycha, Physalaemus
ambientes aquáticos registrou-se uma riqueza nattereri, Pseudis tocantins, Dermatonotus
mais elevada (64 espécies), seguidas das áreas muelleri e Siphonops paulensis); 5) espécies
de Florestal Ombrófila Aberta (37) e vegetação típicas da Caatinga e do norte da Mata Atlântica
com influência fluvial (27). A maioria das áreas que ocorrem marginalmente na Amazônia
corresponde a Floresta Ombrófila Densa, (ex.: Rhinella jimi, Leptodactylus troglodytes e
de modo que o maior esforço empreendido Leptodactylus vastus); e 6) espécies amplamente
certamente contribuiu para a maior riqueza distribuídas por diversos biomas (ex.: Boana
nessa fitofisionomia. No entanto, as maiores raniceps, Dendropsophus branneri, D. minutus, D.
riquezas locais foram em áreas de Floresta nanus, Scinax fuscomarginatus, Trachycephalus
Ombrófila Densa. Adicionalmente, na amostra typhonius, Leptodactylus fuscus e Physalaemus
obtida, destacou-se a ocorrência de 33 espécies cuvieri).
exclusivamente em formações de Floresta Quanto à taxonomia, merece destaque a
Ombrófila Densa, além de duas espécies identidade de Dendropsophus sp., Scinax sp. 1
exclusivas de Floresta Ombrófila Aberta. e Adenomera sp. 1, cujos espécimes analisados
Considerando as riquezas locais nas áreas exibiram variações morfológicas significativas
de amostragens, os maiores valores foram em relação às espécies congêneres, condizentes
levantados na Terra Indígena Caru (Área 7 com diferenças interespecíficas. Assim, esses
– 42 espécies), na Fazenda São João (Área 9 – táxons são reconhecidos como possíveis
39 espécies) e nas proximidades do Distrito espécies não descritas. Dendropsophus sp.
Industrial (Área 8 – 34 espécies), municípios foi registrado em Bacabeira na Baixada
de Marabá e Bom Jesus do Tocantins no Pará, Maranhense, em área de Floresta Ombrófila
e também na Terra Indígena Caru (Área 5 – Aberta, podendo corresponder a um
34 espécies), em Bom Jardim no Maranhão. endemismo mais restrito.
Todas essas áreas abrigam remanescentes de A região da Amazônia maranhense
Floresta Ombrófila Densa, e diversos ambientes permanecia pouco estudada quanto à
aquáticos, o maior deles localizado na Terra composição da fauna de anfíbios. Neste

58
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Rhinella gildae

contexto, os registros de muitas espécies aqui todas espécies pouco documentadas nessas
apresentados representaram significativas respectivas regiões (Alves-Pinto et al., 2014;
ampliações de suas distribuições geográficas Ávila et al., 2018; Azevedo-Ramos e La Marca,
previamente conhecidas e o preenchimento 2010; Barros et al., 2012; Bernardo et al., 2012a;
de lacunas de ocorrência. Nos casos mais Bernardo et al., 2012b; Caldwell e Hoogmoed,
relevantes, foram obtidos os primeiros registros 1998; Caramaschi, 2010; Caramaschi e Cruz,
formais para o Maranhão das espécies Allobates 1998, 2001; De Oliveira, 2019; Duellman, 1974;
crombiei, Ceratophrys cornuta, Ameerega trivittata, Fouquet et al., 2014; Freitas et al., 2014a; Freitas
Osteocephalus leprieurii, Scinax boesemani, Scinax et al., 2014b; Freitas et al., 2017; Funk et al., 2008;
sp. 1, Adenomera sp. 1, Leptodactylus chaquensis Garda et al., 2010; Heyer, 2005; Hoogmoed e
e Pipa pipa. Avila-Pires, 2012; La Marca et al 2004a; La Marca
Também se destacam registros adicionais et al., 2004b; La Marca et al., 2016; Lynch,1982;
na Amazônia do Maranhão: Rhinella gildae, Mott et al., 2016; Neckel-Oliveira et al., 2012;
Pristimantis aff. fenestratus, Adelphobates Neves et al., 2014; Silva et al., 2018; Pinheiro
galactonotus, Pseudis paradoxa, Adenomera et al., 2012; Thaler et al., 2020; Vaz-Silva et al.,
andreae, Lithodytes lineatus, Leptodactylus 2015). O registro de Engystomops paraensis é o
paraensis, Leptodactylus pentadactylus, primeiro para a porção centro-leste do Pará,
Elachistocleis bumbameuboi, Phyllomedusa bicolor embora provavelmente a espécie tenha sido
e Siphonops paulensis, e registros adicionais na previamente citada como E. petersii Jiménez de
porção centro-leste do Pará: Allophryne ruthveni, la Espada, 1872 para Marabá e região (Pinheiro
Amazophrynella sp., Ceratophrys cornuta, et al., 2012). As localidades de registro dessas
Boana cinerascens, Pseudis tocantins, Scinax espécies destacadas estão especificadas na
boesemani, Engystomops paraensis, Leptodactylus Tabela 1.
chaquensis (anteriormente identificado como Em síntese, os dados aqui apresentados
L. macrosternum), Leptodactylus paraensis, indicam que a Amazônia oriental na região
Chiasmocleis jimi, Hamptophryne boliviana, leste do Pará e oeste do Maranhão abriga
Proceratophrys concavitympanum, Callimedusa uma fauna de anfíbios diversificada, incluindo
tomopterna, Phyllomedusa vaillantii e Pipa pipa; diversas linhagens filogenéticas, muitas

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Physalaemus nattereri

60
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

espécies restritas a ambientes preservados Agradecimentos


e alguns endemismos. Foram obtidas
significativas ampliações das distribuições Agradecemos a Marinus Steven
geográficas conhecidas de muitos táxons, Hoogmoed  pela revisão deste capítulo e
incluindo registros inéditos para o Maranhão. valiosa contribuição; aos biólogos Amanda
Também foram identificadas três possíveis André Lima, Barnagleison Silva Lisboa, Caio
novas espécies e algumas outras com Antônio Figueiredo de Andrade, Camila de
identidade taxonômica incerta. As novidades Lima Oliveira, Camila Rabelo Rievers, Carla da
encontradas evidenciam que a região Silva Guimarães, Danusy Lopes Santos, David
da Amazônia oriental ainda se encontra Barros Muniz, Diego Meneghelli, Edinaldo Leite
insuficientemente conhecida em relação à Filho, Emanuelle de Oliveira Lack, Juliana Alves
composição dos anfíbios. A elevada riqueza de Jesus, Jussara Santos Dayrell, Kleiton Rodolfo
e a ocorrência de um expressivo número Alves da Silva, Leandra de Paula Cordeiro
de espécies raras e de alguns endemismos Pinheiro, Marcelo Gomes dos Santos, Mariana
demonstram a relevância dos remanescentes Neri Noronha Luz, Michael Rudolf Cavalcante
naturais ao longo da área estudada para a Lindemann, Patrícia Mendes Fonseca, Pedro
manutenção da diversidade de anfíbios da Santos Abe, Raphael Jonas Correa de Oliveira,
Amazônia oriental. Renata Moleiro Fadel, Rodolph Christopher
Loiola, Rodrigo de Oliveira Lula Salles, Ronny

Pithecopus hypochondrialis

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Anderson Barros Santos, Sara Rodrigues espaço cedido para análises no Laboratório de
de Araújo, Thiago Farias Almeida, Uécson Herpetologia da Universidade Federal do Pará
Suendel Costa de Oliveira, Youszef Oliveira e pelo tombamento de espécimes na Coleção
da Cunha Bitar e Zairon Marcel de Matos Herpetológica desta instituição; a Gilda
Garcês, os quais contribuíram na execução das Vasconcellos de Andrade, pelo tombamento
amostragens dos anfíbios em campo, coleta de espécimes na Coleção Herpetológica da
dos dados e registros fotográficos; a Ana Universidade Federal do Maranhão; a Glauco
Lúcia da Costa Prudente, pelo tombamento Furtado Dias e Roberta Christiane Oliveira
dos espécimes testemunhos na Coleção Andrade, pelo apoio em atividades de campo;
Herpetológica do Museu Paraense Emílio e a Luziene Conceição de Sousa, pelo apoio
Goeldi; a Maria Cristina dos Santos Costa, pelo com a triagem dos dados.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

63
Allobates crombiei
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Tabela 1. Espécies de anfíbios registradas ao longo da Estrada de Ferro Carajás e áreas de


amostragem (vide texto). Para detalhes de localidades e fitofisionomias, consultar capítulo 1.

Táxon Área
ANURA
Allophrynidae
Allophryne ruthveni Gaige, 1926 8
Aromobatidae
Allobates crombiei (Morales, 2002) 5, 10
Allobates sp. 7, 8, 9
Bufonidae
Amazophrynella sp. 7, 9
Rhaebo guttatus (Schneider, 1799) 3, 4, 5, 7, 8, 9,10
Rhinella diptycha (Cope, 1862) 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11
Rhinella gildae Vaz-Silva, Maciel, Bastos e Pombal, 2015 1, 3, 5
Rhinella jimi (Stevaux, 2002) 1, 2, 3
Rhinella margaritifera (Laurenti, 1768) 7, 8, 9
Rhinella mirandaribeiroi (Gallardo, 1965) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10
Ceratophryidae
Ceratophrys cornuta (Linnaeus, 1758) 5, 7
Craugastoridae
Pristimantis aff. fenestratus (Steindachner, 1864) 5, 7, 8, 9, 10, 11
Dendrobatidae
Adelphobates galactonotus (Steindachner, 1864) 9, 11
Ameerega trivittata (Spix, 1824) 5
Hylidae
Boana boans (Linnaeus, 1758) 6, 7, 8, 9, 10, 11
Boana cinerascens (Spix, 1824) 7
Boana aff. fasciata (Günther, 1858) 8, 9
Boana multifasciata (Günther, 1859) 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Boana punctata (Schneider, 1799) 1, 2, 3, 4, 7, 10, 11
Boana raniceps (Cope, 1862) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Boana aff. semilineata (Spix, 1824) 1, 4, 7, 8, 9, 10
Dendropsophus branneri (Cochran, 1948) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9,10
Dendropsophus leucophyllatus (Beireis, 1783) 4, 5, 7, 8, 9, 10
Dendropsophus melanargyreus (Cope, 1887) 4, 5, 6, 7, 8, 9
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) 2, 5, 6, 7, 8, 9, 10,11
Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11, 12
Dendropsophus sp. 1
Osteocephalus leprieurii (Duméril e Bibron, 1841) 5, 8
Osteocephalus taurinus Steindachner, 1862 7, 8, 9
Pseudis paradoxa (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4
Pseudis tocantins Caramaschi e Cruz, 1998 7, 8
Scinax boesemani (Goin, 1966) 4, 5, 7
Scinax nebulosus (Spix, 1824) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12
Scinax fuscomarginatus (Lutz, 1925) 1, 2, 3
Scinax aff. ruber (Laurenti, 1768) 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12
Scinax x-signatus (Spix, 1824) 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12
Scinax sp. 1 4, 5
Scinax sp. 2 9

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Táxon Área
Sphaenorhynchus lacteus (Daudin, 1800) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11
Trachycephalus typhonius (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Leptodactylidae
Adenomera andreae (Müller, 1923) 5
Adenomera hylaedactyla (Cope, 1868) 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10
Adenomera sp. 1 12
Adenomera sp. 2 7, 8, 9, 11
Engystomops paraensis (Müller, 1923) 9
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Leptodactylus chaquensis Cei, 1950 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Leptodactylus mystaceus (Spix, 1924) 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Leptodactylus paraensis Heyer, 2005 5, 7
Leptodactylus pentadactylus (Laurenti, 1768) 5, 7, 9
Leptodactylus petersii (Steindachner, 1864) 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Leptodactylus pustulatus (Peters, 1870) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10
Leptodactylus troglodytes Lutz, 1926 1, 2, 6, 10
Leptodactylus vastus Lutz, 1930 1, 2, 3
Lithodytes lineatus (Schneider, 1799) 5
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Physalaemus nattereri (Steindachner, 1863) 6, 10, 11
Pseudopaludicola sp. 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8
Microhylidae
Chiasmocleis avilapiresae Peloso e Sturaro, 2018 7
Chiasmocleis jimi Caramaschi e Cruz, 2001 7
Ctenophryne geayi Mocquard, 1994 8
Dermatonotus muelleri (Boettger, 1885) 6, 11
Elachistocleis bumbameuboi Caramaschi, 2010 1, 2, 3
Elachistocleis carvalhoi Caramaschi, 2010 7, 8, 9
Hamptophryne boliviana (Parker, 1927) 7
Odontophrynidae
Proceratophrys concavitympanum Giaretta, Bernarde e Kokubum, 2000 8, 9
Phyllomedusidae
Callimedusa tomopterna (Cope, 1868) 7
Phyllomedusa bicolor (Boddaert, 1772) 5, 7, 8, 9
Phyllomedusa vaillantii Boulenger, 1882 6, 8, 9
Pithecopus hypochondrialis (Daudin, 1800) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12
Pipidae
Pipa pipa (Linnaeus, 1758) 3, 10
GYMNOPHIONA
Siphonopidae
Microcaecilia taylori Nussbaum e Hoogmoed, 1979 9

Siphonops paulensis Boettger, 1892 1

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

1 2

3 4

5 6

7 8

Figura 2 - (1) Allophryne ruthveni, (2) Allobates crombiei, (3) Allobates crombiei (macho com girinos),
(4) Allobates sp., (5) Allobates sp. (macho com girinos), (6) Amazophrynella sp., (7) Rhaebo guttatus,
(8) Rhaebo guttatus.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

9 10

11 12

13 14

15 16

Figura 3 - (9) Rhinella diptycha, (10) Rhinella diptycha (jovem), (11) Rhinella gildae, (12) Rhinella jimi,
(13) Rhinella jimi, (14) Rhinella jimi (filhote), (15) Rhinella margaritifera, (16) Rhinella margaritifera.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

17 18

19 20

21 22

23 24

Figura 4 - (17) Rhinella mirandaribeiroi, (18) Ceratophrys cornuta, (19) Ceratophrys cornuta (casal em
amplexo), (20) Pristimantis aff. fenestratus, (21) Adelphobates galactonotus, (22) Adelphobates galactonotus,
(23) Adelphobates galactonotus, (24) Adelphobates galactonotus.

68 68
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

25 26

27 28

29 30

31 32

Figura 5 - (25) Ameerega trivittata, (26) Boana boans, (27) Boana cinerascens, (28) Boana aff. fasciata,
(29) Boana multifasciata, (30) Boana multifasciata (recém-metamorfoseado), (31) Boana punctata,
(32) Boana punctata (recém-metamorfoseado).

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

33 34

35 36

37 38

39 40

Figura 6 - (33) Boana raniceps, (34) Boana raniceps (jovem), (35) Boana aff. semilineata,
(36) Boana aff. semilineata (recém-metamorfoseado), (37) Dendropsophus branneri,
(38) Dendropsophus branneri, (39) Dendropsophus branneri, (40) Dendropsophus branneri.

70 70
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

41 42

43 44

45 46

47 48

Figura 7 - (41) Dendropsophus branneri, (42) Dendropsophus leucophyllatus, (43) Dendropsophus


melanargyreus, (44) Dendropsophus minutus, (45) Dendropsophus minutus, (46) Dendropsophus nanus,
(47) Dendropsophus sp., (48) Osteocephalus leprieurii.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

49 50

51 52

53 54

55 56

Figura 8 - (49) Osteocephalus leprieurii (casal em amplexo), (50) Osteocephalus taurinus,


(51) Pseudis paradoxa, (52) Pseudis tocantins, (53) Scinax boesemani, (54) Scinax nebulosus,
(55) Scinax fuscomarginatus, (56) Scinax aff. ruber (macho).

72 72
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

57 58

59 60

61 62

63 64

Figura 9 - (57) Scinax aff. ruber (fêmea), (58) Scinax aff. ruber, (59) Scinax x-signatus, (60) Scinax x-signatus,
(61) Scinax sp. 1, (62) Scinax sp. 1, (63) Scinax sp. 2, (64) Sphaenorhynchus lacteus.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

65 66

67 68

69 70

71 72

Figura 10 - (65) Sphaenorhynchus lacteus (casal em amplexo), (66) Trachycephalus typhonius,


(67) Trachycephalus typhonius (jovem), (68) Adenomera andreae (macho), (69) Adenomera hylaedactyla,
(70) Adenomera sp. 1, (71) Adenomera sp. 1, (72) Engystomops paraensis.

74 74
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73 74

75 76

77 78

79 80

Figura 11 - (73) Leptodactylus fuscus, (74) Leptodactylus chaquensis, (75) Leptodactylus mystaceus,
(76) Leptodactylus paraensis, (77) Leptodactylus pentadactylus, (78) Leptodactylus pentadactylus (jovem),
(79) Leptodactylus petersii, (80) Leptodactylus pustulatus.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

81 82

83 84

85 86

87 88

Figura 12 - (81) Leptodactylus troglodytes, (82) Leptodactylus vastus, (83) Lithodytes lineatus, (84)
Physalaemus cuvieri, (85) Physalaemus cuvieri (casal em amplexo), (86) Physalaemus nattereri, (87)
Pseudopaludicola sp., (88) Pseudopaludicola sp..

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

89 90

91 92

93 94

95 96

Figura 13 - (89) Chiasmocleis avilapiresae, (90) Chiasmocleis jimi, (91) Ctenophryne geayi, (92) Dermatonotus
muelleri, (93) Elachistocleis bumbameuboi, (94) Elachistocleis carvalhoi, (95) Hamptophryne boliviana,
(96) Proceratophrys concavitympanum.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

97 98

99 100

101 102

103 104

Figura 14 - (97) Callimedusa tomopterna, (98) Phyllomedusa bicolor, (99) Phyllomedusa bicolor (casal em
amplexo), (100) Pithecopus hypochondrialis, (101) Pithecopus hypochondrialis, (102) Pipa pipa,
(103) Microcaecilia taylori, (104) Siphonops paulensis.

78
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

4. Referências S. (2013). Taxonomy and distribution of the


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81
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

82
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

4 Répteis
ADRIANO LIMA SILVEIRA, CLARENICE LOIOLA DOS SANTOS, JÂNIA BRITO VIEIRA,
RENAN CONDÉ PIRES, ARTHUR WALTER SILVA DE LEMOS, THAMIRES BENICIO
ALVES DOS SANTOS, ADRYELLE FRANCISCA DE SOUZA MOREIRA, DANIELLE ÍSIS
SOUSA FERREIRA, JOHNNY SOUSA FERREIRA & ALESSANDRO COSTA MENKS

1. Introdução acréscimo de conhecimento da riqueza


anteriormente registrada (Avila-Pires et. al.,
O Brasil é detentor da terceira maior 2007). Cerca de 62 % das espécies de répteis
riqueza mundial de répteis, com 795 espécies amazônicos é endêmica do bioma, sendo a taxa
registradas até o momento, estando atrás de endemismo menor para as serpentes (cerca
apenas da Austrália (1.057) e do México (942) de 46 %), em relação aos demais grupos de
(Costa e Bérnils, 2018). Essa riqueza brasileira répteis (77-80 %) (Avila-Pires et al., 2007).
corresponde a cerca de 7,4 % das espécies de A fauna de répteis da Amazônia oriental
répteis conhecidas no mundo (Uetz et al., 2019). encontra-se parcialmente conhecida. No
Muitas espécies brasileiras têm sido descritas oeste do Maranhão há a maior lacuna de
nos últimos anos e outras inéditas estão em conhecimento, onde foram realizados poucos
processo de descrição formal. Além disto, inventários, incluindo recente estudo conduzido
como extensas regiões do Brasil ainda não na Reserva Biológica do Gurupi, localizada nos
foram estudadas e muitos grupos taxonômicos municípios de Bom Jardim, Centro Novo do
são reconhecidos como possíveis complexos, Maranhão e São João do Caru (Freitas et al.,
provavelmente novas descrições continuarão 2017). Na região de São Luís pesquisadores e
sendo documentadas. alunos da Universidade Federal do Maranhão
A Amazônia possui uma reconhecida vêm realizando diversos inventários de répteis
importância global no contexto de diversidade nos últimos anos (e.g. Barreto et al., 2011).
biológica. De acordo com a compilação No entanto, a maioria dos dados não está
apresentada por Avila-Pires et al. (2007), na publicada, estando disponível na forma de
porção brasileira foram registradas 273 espécies monografias e dissertações.
de répteis, incluindo quatro espécies de jacarés, Verifica-se um cenário distinto na porção
16 de quelônios continentais, 149 de serpentes, leste do Pará, onde há um bom conhecimento
94 de lagartos e 10 de anfisbênios. Segundo sobre a composição da fauna de répteis,
os autores, estes números correspondem a especialmente na região da Serra dos
uma significativa riqueza dos répteis de todo Carajás, incluindo o município de Marabá. Os
o bioma, sendo 100 % das espécies de jacarés, levantamentos herpetofaunísticos em Carajás
89 % dos quelônios, 83 % das serpentes, 72 % iniciaram-se no final da década de 1960, e nas
dos lagartos e 67 % dos anfisbênios (excluindo- décadas seguintes foram publicadas algumas
se a fauna endêmica dos Tepuis, montanhas listas com elevadas riquezas de espécies e
isoladas no norte de Roraima). No entanto, abordagens taxonômicas, além de muitos
assim, como citado para o Brasil, provavelmente registros de espécies em outras publicações
essa riqueza está subestimada, uma vez que (Bernardo et al., 2012; Cunha e Nascimento,
extensas regiões do bioma ainda não foram 1982b, 1982c, 1983; Cunha et al., 1985; Maschio
investigadas quanto à composição faunística de et al., 2012; Nascimento et al., 1987; Prudente e
répteis. Ávila-Pires, 2005). Somente na Floresta Nacional
Em relação aos lagartos, uma compilação de Carajás são conhecidas 131 espécies de
recente resultou em 138 espécies registradas répteis (Maschio et al, 2012; Nascimento et al.,
para a Amazônia brasileira (Ribeiro-Júnior e 1987).
Amaral, 2016), o que representa um expressivo Em síntese, a região da Amazônia oriental,

83
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

principalmente no estado do Maranhão, ainda foram utilizadas armadilhas na Terra Indígena


se encontra insuficientemente conhecida em Caru (Área 5) e na Terra Indígena Mãe Maria
relação à composição da fauna de répteis e à (Área 7). Na primeira expedição armadilhas
taxonomia de algumas espécies. Neste estudo foram instaladas no entorno da Terra Indígena
apresentamos dados de riqueza, composição Mãe Maria. Adicionalmente, em parte das
faunística e aspectos de distribuição geográfica amostragens aplicou-se o método padronizado
dos répteis, obtidos em 15 campanhas de parcelas amplas e, quando possível, aplicou-
semestrais de monitoramento realizadas ao se o método de armadilhas aquáticas tipo covo,
longo da Estrada de Ferro Carajás (EFC), a qual sem padronização de esforço.
se estende por cerca de 900 km na região O método de armadilha de interceptação e
da Amazônia oriental, de São Luís (MA) a queda (pitfall traps with drift fences) (Campbell e
Parauapebas (PA). Christman, 1982; Cechin e Martins, 2000; Vogt e
Hine, 1982) foi aplicado em 10 áreas, em cada
2. Metodologia uma foram instaladas seis estações lineares
de armadilhas, cada estação composta por
Foram previamente selecionadas 12 áreas 10 baldes de 60 litros e 100 metros de cerca-
de estudo ao longo da EFC, entre Bacabeira no guia (Figura 1). As armadilhas permaneceram
Maranhão e Marabá no Pará, aqui denominadas abertas por sete dias e sete noites consecutivos
como Áreas 1 a 12. Todas estão inseridas na (168 h) em cada amostragem, sendo então
porção oriental da Amazônia e abrigam três empregado um esforço de captura de 420
fitofisionomias: Floresta Ombrófila Densa baldes-dia ao longo de cada expedição em cada
(Áreas 5 a 12), Floresta Ombrófila Aberta (Áreas área. O esforço total foi de 31.929 baldes-dia
1, 2 e 4) e Formações Pioneiras, esta última nas 15 campanhas.
representada por vegetação com influência O método de procura limitada por tempo
fluvial (Área 3) (IBGE, 2004, 2012). Ao longo (Crump e Scott Jr., 1994) corresponde a uma
das áreas de estudo foi possível reconhecer modalidade de busca ativa e foi aplicado em
quatro regiões geográficas com características todas as áreas, de modo a abranger o máximo de
ambientais próprias: Baixada Maranhense microambientes disponíveis. O esforço amostral
(Áreas 1, 2 e 3), vale do médio Rio Pindaré foi padronizado, em cada área ocorrendo sete
(Áreas 4, 5, 6 e 10), planalto de Açailândia (Áreas dias de buscas por campanha, sendo seis horas
11 e 12) e vales dos rios Tocantins e Itacaiúnas diárias, das quais três horas diurnas (de 09:00
(Áreas 7, 8 e 9). As Áreas 5 e 7 correspondem a h a 17:00 h) e três noturnas (preferencialmente
parte das Terras Indígenas Caru e Mãe Maria, de 18:00 h a 21:00 h), aplicadas por dois
respectivamente. Descrições mais detalhadas, herpetólogos concomitantemente. Assim, o
com fotos dos ambientes, são apresentadas no esforço foi de 84 horas-homem por expedição
Capítulo 1. em cada área, totalizando 6.974 horas-homem
Nas áreas selecionadas foram realizadas nas 15 campanhas.
amostragens dos répteis no período de julho O método de parcela ampla (large plot)
de 2011 a setembro de 2018. Na primeira etapa (Jaeger e Inger, 1994), consistiu na demarcação
do estudo, foi conduzido um levantamento de parcelas com dimensão pré-definidas
em 10 Áreas. Em seguida, foram realizadas de 3 x 3 m (9 m2) na serrapilheira florestal,
mais 14 campanhas de monitoramento nas 12 delimitadas por cerca-guia. As parcelas foram
Áreas, com adaptações do desenho amostral, instaladas no período vespertino e vistoriadas
aplicando-se esforços padronizados de parte à noite, procedendo-se à varedura, por dois
dos métodos. As amostragens intercalaram herpetólogos (Figura 1). Em cada área foram
períodos de seca e chuva, de modo a contemplar instaladas 24 parcelas, o que correspondeu a um
variações sazonais. esforço de 216 m2. Este método foi empregado
Em todas as expedições foram aplicados apenas nas Áreas 1, 2, 3 e 4 na terceira e quarta
dois métodos padronizados de amostragem: campanhas, totalizando um esforço de 1.728
armadilha de interceptação e queda e procura m2 de serrapilheira amostrados.
limitada por tempo. Em duas exceções, não De forma complementar, quando havia

84
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

85
Crotalus durissus cascavella
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

ambientes aquáticos propícios, foram utilizadas urbanas. Adicionalmente, foram obtidos


armadilhas aquáticas tipo covo, com duplo registros ocasionais durante os estudos de
funil (funnel trap) (Lagler, 1943; Silveira et al., fauna atropelada e as atividades de resgate de
2019), para amostragem de jacarés pequenos, fauna, realizados na área de influência da EFC,
cobras d’água e, principalmente, quelônios na mesma região das áreas amostrais, entre
dulcícolas. Os covos foram instalados em corpos Bacabeira e Marabá.
d’água lênticos e lóticos, iscados com sardinha Espécimes capturados nas armadilhas de
enlatada (com perfurações na lata), cada um interceptação e queda foram marcados com
permanecendo armado por uma noite (Figura 1). implante visível de elastômero fluorescente
Demais registros de espécimes obtidos (VIE), da Northwest Marine Technology Inc.
pela equipe de herpetólogos (que não pelos (Shaw Island, Washington), aplicado por via
métodos padronizados), geralmente durante subcutânea (Freitas et al., 2013b; Kinkead et
deslocamentos até as áreas de amostragem, al., 2006), e também com cortes de escamas
foram considerados registros ocasionais. (Figura 1). Sempre que possível, espécimes dos
Alguns registros fotográficos efetuados pelas distintos táxons registrados foram coletados
equipes de ornitólogos e mastozoólogos do e colecionados (Figura 1), de acordo com as
mesmo estudo também foram considerados, Autorizações de Captura, Coleta e Transporte
quando não houve dúvidas de identificação de Material Biológico nº 06/2011, 08/2011,
taxonômica. Parte dos registros ocasionais 136/2011, 164/2011, emitidas pelo Instituto
ocorreu no entorno das áreas, na mesma Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
região, especialmente nas estradas de acesso Naturais Renováveis, para confirmação de
e incluindo ambientes alterados tais como identidade taxonômica e depósito em coleção
pastagens artificiais, plantações e áreas científica como material testemunho. A

Figura 1 – Métodos de amostragem e manejo de répteis aplicados no estudo. A-D: armadilha de interceptação
e queda; E – armadilha aquática tipo covo; F – parcela ampla; G – marcação com implante visível de elastômero;
H, I: fixação de espécimes testemunhos (fotos: A-D, F-I: Adriano L. Silveira, E: Alessandro Menks).

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Kentropix calcarata

preservação dos espécimes foi realizada de expedições, foram registradas 128 espécies de
acordo com a metodologia de rotina para répteis répteis, sendo três espécies de Crocodylia (uma
(e.g. Franco e Salomão, 2002). Os espécimes família), sete de Testudines (quatro famílias) e
testemunhos foram depositados na Coleção 118 de Squamata, este grupo incluindo 35 de
Herpetológica do Museu Paraense Emílio Lacertilia (11 famílias), oito de Amphisbaenia
Goeldi, Coleção Herpetológica da Universidade (uma família) e 75 espécies de Serpentes (sete
Federal do Pará e Coleção Herpetológica da famílias) (Tabela 1). O total de 128 espécies
Universidade Federal no Maranhão. representa uma riqueza muito elevada,
Os espécimes registrados foram evidenciando que a região estudada abriga uma
identificados até o nível de espécie ou grande diversidade de répteis. Foram obtidas
subespécie quando aplicável. Procedeu- fotos de 123 espécies em campo, as quais são
se a identificações prévias em campo, com apresentadas nas Figuras 2 a 22.
confirmação posterior em laboratório, com Em relação à taxonomia, foi possível a segura
auxílio de microscópio estereoscópico quando identificação em nível de espécie, e subespécie
necessário. As identificações foram obtidas quando pertinente, de 125 táxons. Apenas
através da análise de caracteres diagnósticos para o lagarto Stenocercus sp., o anfisbênio
de morfologia externa, coloração, morfometria, Leposternon sp. e a serpente Atractus sp. a
dentição e morfologia do hemipênis. Foram identidade taxonômica não pôde ser conclusiva.
utilizados recursos de consulta a literatura No entanto, um exemplar fotografado de
científica especializada e comparação com Atractus sp. mostrou-se semelhante a A.
espécimes de coleções científicas previamente pantostictus Fernandes e Puorto, 1994, espécie
identificados. Aplicou-se a nomenclatura ocorrente no Cerrado e na Mata Atlântica e não
taxonômica atualizada para cada grupo. registrada no Maranhão.
Do total das espécies, 104 foram registradas
3. Resultados nas áreas localizadas no Maranhão e 81 nas
áreas no Pará. A riqueza obtida no Maranhão
Considerando os dados obtidos em todas as corresponde à maior listagem de répteis já

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Potamites ecpleopus

obtida no estado, em um único estudo. Em amostrais, em oito delas foram levantadas


todas as regiões amostradas foram encontrados riquezas também elevadas e similares, variando
elevados números de espécies. Maiores valores de 36 a 42 espécies, nas distintas fitofisionomias
de riqueza foram registrados nos vales dos rios estudadas.
Tocantins e Itacaiúnas (81 espécies) e no vale Considerando as fitofisionomias, em áreas
do Rio Pindaré (75), um valor intermediário de Floresta Ombrófila Densa conjuntamente
na Baixada Maranhense (67) e uma riqueza foi registrada uma riqueza de répteis
relativamente menor no planalto de Açailândia significativamente maior, sendo 108 espécies.
(49). O menor esforço amostral aplicado no Em áreas com Floresta Ombrófila Aberta obteve-
planalto de Açailândia pode explicar a menor se o registro de 63 espécies e em região da
riqueza. As regiões mais ricas abrigam os vegetação com influência fluvial, onde também
grandes remanescentes de Floresta Ombrófila há formações florestais, registraram-se 43
Densa, respectivamente a Terra Indígena Mãe espécies. A maioria das áreas corresponde a
Maria no vale do Tocantins e a Terra Indígena Floresta Ombrófila Densa, de modo que o maior
Caru no vale do Pindaré, as quais também esforço empreendido certamente contribuiu
possuem diversos ambientes aquáticos. O para a maior riqueza nessa fitofisionomia. No
vale do Rio Itacaiúnas ainda abriga outros entanto, as maiores riquezas locais foram em
remanescentes significativos, que também áreas de Floresta Ombrófila Densa.
contribuíram para a elevada riqueza. Na composição da fauna de répteis de toda
Em relação às riquezas locais nas áreas de a área de estudo foram identificados vários
amostragens, a Área 9 em Marabá destacou- padrões de distribuição geográfica, incluindo
se com 61 espécies de répteis, um número os seguintes conjuntos de espécies de répteis:
expressivamente maior que nas demais. Esta 1) espécies com distribuição típica em florestas
área corresponde a um extenso remanescente da Amazônia (ex.: Paleosuchus trigonatus,
de Floresta Ombrófila Densa que abriga Mesoclemmys gibba, Uranoscodon superciliosus e
microambientes bem preservados, incluindo Philodryas argentea), 2) espécies florestais com
aqueles aquáticos, e compõe uma região com populações disjuntas na Amazônia e na Mata
grandes fragmentos florestais em matriz de Atlântica (ex.: Dactyloa punctata e Drymoluber
ambiente antropizado. Quanto às demais áreas dichrous), 3) espécies típicas da Amazônia

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

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Erythrolamprus viridis prasinus
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

e que se estendem pelo norte do Cerrado Demais registros relevantes de espécies


(ex.: Copeoglossum nigropunctatum e Atractus conhecidas em poucas localidades do
albuquerquei), 4) espécies típicas de formações Maranhão foram dos quelônios Mesoclemmys
abertas sul-americanas e que ocorrem na borda gibba, Rhinoclemmys punctularia punctularia,
da Amazônia e em enclaves de savanas e campos Kinosternon scorpioides scorpioides e Chelonoidis
amazônicos (ex.: Norops brasiliensis e Pseudoboa carbonarius (Barreto et al., 2009; Barreto et al.,
nigra), 5) espécies distribuídas em porções do 2010; Barreto et al., 2011; Freitas et al., 2017;
Cerrado e com possíveis populações disjuntas Freitas et al., 2018; Iverson, 1992; Lira-da-Silva et
na Amazônia (ex.: Psomophis joberti), 6) espécies al., 2009; Molina et al., 2012; Pereira et al., 2005;
típicas da Caatinga e com possíveis populações Pereira et al., 2007; Pereira et al., 2013; Silva
disjuntas na Amazônia (ex.: Erythrolamprus et al., 2011; Silva et al., 2016; Vanzolini, 1994;
viridis prasinus e Diploglossus lessonae), e 7) Williams, 1960; Wüster et al., 1996), as serpentes
espécies amplamente distribuídas pela América Atractus tartarus, Clelia plumbea, Psomophis
do Sul (ex.: Phrynops geoffroanus, Ameiva ameiva joberti, Lygophis meridionalis, Erythrolamprus
ameiva e Boa constrictor). viridis prasinus, Erythrolamprus taeniogaster,
Como a Amazônia maranhense permanecia Sibon nebulatus nebulatus, Thamnodynastes
como uma área pouco estudada quanto hypoconia, Thamnodynastes pallidus, Siphlophis
à composição de répteis, os registros de cervinus, Siphlophis compressus, Taeniophallus
muitas espécies representaram significativas occipitalis, Amerotyphlops reticulatus e Bothrops
ampliações de suas distribuições geográficas marajoensis (Campbell e Lamar, 2004; Cunha
previamente conhecidas e preenchimento de e Nascimento, 1994; Cunha et al., 1985; Dixon,
lacunas geográficas. Os casos mais relevantes 1987; Fernandes et al., 2002; Freitas et al., 2017;
foram os primeiros registros documentados Graboski et al., 2018; Hoge et al., 1977; Miranda
no estado do Maranhão do jacaré Paleosuchus et al., 2012; Nóbrega et al., 2016; Passos et al.,
palpebrosus, das serpentes Atractus albuquerquei, 2013; Prudente et al., 1998; Santos Jr. et al., 2008;
Dipsas indica indica e Drepanoides anomalus, e Silva et al., 2016; Roze, 1961; Zaher e Prudente,
dos lagartos Chatogekko amazonicus, Manciola 1999), os anfisbênios Amphisbaena ibijara,
guaporicola e Diploglossus lessonae. Amphisbaena mitchelli e Leposternon polystegum
Outros registros geográficos relevantes (Amorim, et al., 2014; Barreto et al., 2011;
foram de algumas espécies previamente Cunha et al., 1985; Gomes et al., 2005a; Gomes
reportadas no Maranhão, mas em uma ou et al., 2005b; Gomes et al., 2009; Hoogmoed e
poucas localidades, sendo táxons pouco Ávila-Pires 1991; Miranda et al., 2012; Ribeiro
conhecidos na Amazônia maranhense. Dentre et al., 2011; Ribeiro et al., 2014; Rodrigues et
essas espécies, um padrão notório foi referente al., 2003; Teixeira Jr. et al., 2014), e os lagartos
àquelas que eram documentadas apenas no Dracaena guianensis, Coleodactylus meridionalis,
extremo noroeste do Maranhão, especialmente Colobosaura modesta, Cercosaura olivacea,
nos remanescentes florestais da região do Norops brasiliensis e Cnemidophorus cryptus
Gurupi (Terra Indígena Alto Turiaçu, Terra (Avila-Pires, 1995; Barreto et al., 2007; Barreto
Indígena Caru, Reserva Biológica do Gurupi), e et al., 2011; Costa et al., 2010b; Freitas et al.,
foram registradas na porção mais centro-oeste 2017; Geurgas et al., 2008; Ribeiro-Júnior, 2015;
do estado no presente estudo (Avila-Pires, Ribeiro-Júnior e Amaral, 2016, 2017; Silva et al.,
1995; Dixon, 1987; Dixon et al., 1993; Cunha 2016; Sturaro et al., 2018; Vanzolini e Ramos,
e Nascimento, 1982b, 1982c; Freitas et al., 1977; Vanzolini e Valencia, 1966). Os registros
2013a; Freitas et al., 2017; Pritchard e Trebbau, de Thamnodynastes hypoconia, Thamnodynastes
1984; Vanzolini, 1994; Williams, 1960). São pallidus encontram-se previamente publicados
elas, o jabuti Chelonoidis denticulatus, o cágado (Silveira et al., 2017).
Platemys platycephala platycephala, as serpentes Além dos registros de répteis obtidos no
Erythrolamprus typhlus typhlus e Chironius Maranhão, merece destaque o reporte do
fuscus, e os lagartos Cercosaura argulus e Norops jacaré Paleosuchus trigonatus e das serpentes
ortonii. Esses táxons ocorrem exclusivamente Rhinobothryum lentiginosum, Imantodes
em ambientes florestais. lentiferus, Siphlophis worontzowi, Taeniophallus

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

quadriocellatus, Xenopholis scalaris, Micrurus a identidade do lagarto Stenocercus sp. e do


hemprichii, Bothrops taeniatus taeniatus e anfisbênio Leposternon sp., os quais exibiram
Bothrops moojeni no Pará, além das serpentes variação morfológica em relação às espécies
Dipsas mikanii septentrionalis e Eunectes murinus congêneres, sendo reconhecidos como
em ambos os estados, uma vez que essas possíveis espécies não descritas.
espécies encontram-se pouco documentadas Ao longo da área estudada foram
na região (Ascenso e Missassi, 2015; Bernarde documentadas diversas espécies de serpentes
et al., 2018; Bernardo et al., 2012; Bittencourt peçonhentas de importância médica, as quais
et al., 2019; Campbell e Lamar, 2004; Carvalho, podem causar acidentes ofídicos com graves
1951; Costa et al., 2010a; Cunha e Nascimento, quadros de envenenamento, demandando
1976, 1978, 1982a, 1994; Cunha et al., 1980; tratamento com soroterapia específica
Cunha et al., 1985; Dal Vechio et al., 2015; França (Campbell e Lamar, 2004). São elas, as corais-
et al., 2019; Freitas et al., 2014; Frota et al., 2005; verdadeiras Micrurus hemprichii hemprichii,
Magnusson, 1992; Maschio et al., 2012; Missassi M. lemniscatus lemniscatus, M. spixii martiusi
e Prudente, 2015; Nascimento et al., 1987; e M. paraensis, as jararacas Bothrops atrox, B.
Oliveira e Martins, 1998; Prado, 1940; Prudente marajoensis, B. taeniatus taeniatus e B. moojeni,
et al., 2017; Roze, 1996; Santos Jr. et al., 2003; e a cascavel Crotalus durissus cascavella.
Santos-Jr et al., 2008). Dessas serpentes, B. atrox é a que possui
Quanto à taxonomia, merece destaque distribuição mais ampla na região, sendo

Leptophis ahaetulla ahaetulla

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

encontrada em diversos habitat florestais, mais Pinheiro, Marcelo Gomes dos Santos, Mariana
frequentemente nas proximidades de corpos Neri Noronha Luz, Michael Rudolf Cavalcante
d’água; características que a qualificam como a Lindemann, Patrícia Mendes Fonseca, Pedro
principal causadora de ofidismos locais. Santos Abe, Raphael Jonas Correa de Oliveira,
Em síntese, os dados aqui apresentados Renata Moleiro Fadel, Rodolph Christopher
indicam que a Amazônia oriental na região Loiola, Rodrigo de Oliveira Lula Salles, Ronny
leste do Pará e oeste do Maranhão abriga uma Anderson Barros Santos, Sara Rodrigues
fauna de répteis diversificada, com muitas de Araújo, Thiago Farias Almeida, Uécson
espécies restritas a ambientes preservados Suendel Costa de Oliveira, Yousef Oliveira
e alguns endemismos. Foram obtidas de Cunha Bitar e Zairon Marcel de Matos
significativas ampliações das distribuições Garcês, os quais contribuíram na execução das
geográficas conhecidas de muitos táxons, amostragens dos répteis em campo, coleta
incluindo registros inéditos para o Maranhão. dos dados e registros fotográficos; a Ana Lúcia
Também foram identificadas duas possíveis da Costa Prudente, também pelo tombamento
novas espécies. As novidades encontradas dos espécimes testemunhos na Coleção
evidenciam que a região da Amazônia oriental Herpetológica do Museu Paraense Emílio
ainda se encontra insuficientemente conhecida Goeldi; a Maria Cristina dos Santos Costa, pelo
em relação à composição da fauna de répteis. A espaço cedido para análises no Laboratório de
elevada riqueza e a ocorrência de um expressivo Herpetologia da Universidade Federal do Pará
número de espécies raras demonstram a e pelo tombamento de espécimes na Coleção
relevância dos remanescentes naturais ao Herpetológica desta instituição; a Gilda
longo da área estudada, para a manutenção da Vasconcellos de Andrade, pelo tombamento
diversidade de répteis amazônicos. de espécimes na Coleção Herpetológica da
Universidade Federal do Maranhão; a Rubem
Agradecimentos Augusto da Paixão Dornas, por disponibilizar
dados do estudo da fauna atropelada; a Rejane
Agradecemos a Ana Lúcia da Costa Silveira Ferreira Pacheco, Francisco Antônio
Prudente pela revisão deste capítulo e valiosa Pinto Colares e Gustavo Helal Gonsioroski da
contribuição; aos biólogos Amanda André Silva, pelos registros de répteis nas atividades
Lima, Barnagleison Silva Lisboa, Caio Antônio de resgate de fauna; a Glauco Furtado Dias
Figueiredo de Andrade, Camila de Lima e Roberta Christiane Oliveira Andrade, pelo
Oliveira, Camila Rabelo Rievers, Carla da Silva apoio em atividades de campo; a Estêvão Luis
Guimarães, Danusy Lopes Santos, David Barros Pereira Lima, Bernardo Papi, João Marcos Silla
Muniz, Diego Meneghelli, Edinaldo Leite Filho, e Adrian Paul Ashton Barnett, pelos registros
Emanuelle de Oliveira Lack, Juliana Alves de fotográficos de répteis efetuados em campo; e
Jesus, Jussara Santos Dayrell, Kleiton Rodolfo a Luziene Conceição de Sousa, pelo apoio com
Alves da Silva, Leandra de Paula Cordeiro a triagem dos dados.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

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Stenocercus dumerilii
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Tabela 1 - Espécies de répteis registradas ao longo da Estrada de Ferro Carajás e áreas de


amostragem (vide texto). Para detalhes de localidades e fitofisionomias, consultar capítulo 1.

Táxon Área
CROCODYLIA
Alligatoridae
Caiman crocodilus crocodilus (Linnaeus, 1758) 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) 3, 6, 10*
Paleosuchus trigonatus (Schneider, 1801) 9
TESTUDINES
Cryptodira
Kinosternidae
Kinosternon scorpioides scorpioides (Linnaeus, 1758) 1
Geoemydidae
Rhinoclemmys punctularia punctularia (Daudin, 1801) 3, 5, 8, 9, 10
Testudinidae
Chelonoidis carbonarius (Spix, 1824) 1, 5, 6, 7, 10
Chelonoidis denticulatus (Linnaeus, 1766) 5, 7, 8, 9
Pleurodira
Chelidae
Mesoclemmys gibba (Schweigger, 1812) 7, 9, 10
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) 3, 4, 6, 10
Platemys platycephala platycephala (Schneider, 1792) 5, 7, 9
SQUAMATA
Lacertilia: Gekkota
Gekkonidae
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonès, 1818) 3, 6, 11
Phyllodactylidae
Thecadactylus rapicauda (Houttuyn, 1782) 5, 8, 9, 11, 12
Sphaerodactylidae
Chatogekko amazonicus (Andersson, 1918) 5, 8, 9
Coleodactylus meridionalis (Boulenger, 1888) 1, 2, 3, 4, 6, 10, 11
Gonatodes humeralis (Guichenot, 1855) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Lacertilia: Scinciformata
Mabuyidae
Copeoglossum nigropunctatum (Spix, 1825) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Manciola guaporicola (Dunn, 1935)
Lacertilia: Iguania
Dactyloidae
Dactyloa punctata (Daudin, 1802) 5, 7, 8, 9
Norops brasiliensis (Vanzolini e Williams, 1970) 2
Norops fuscoauratus (D’Orbigny, 1837 in Duméril e Bibron, 1837) 2, 5, 7, 8, 9,11,12
Norops ortonii (Cope, 1868) 1, 2, 4, 7, 8, 11
Iguanidae
Iguana iguana iguana (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12
Polychrotidae
Polychrus marmoratus (Linnaeus, 1758) 1, 5, 6, 9
Tropiduridae
Plica plica (Linnaeus, 1758) 8, 9
Plica umbra ochrocollaris (Spix, 1825) 5, 7, 8, 9

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Táxon Área
Stenocercus dumerilii (Steindachner, 1867) 11
Stenocercus sp. 12
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 11, 12
Tropidurus oreadicus Rodrigues, 1987 7, 8, 9
Uranoscodon superciliosus (Linnaeus, 1758) 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10
Lacertilia: Anguimorpha
Anguidae
Diploglossus lessonae Peracca, 1890 4
Lacertilia: Teiformata
Gymnophthalmidae
Arthrosaura reticulata (O’Shaughnessy, 1881) 7, 10
Cercosaura argulus Peters, 1862 8, 9, 11
Cercosaura ocellata Wagler, 1830 9
Cercosaura olivacea (Gray, 1845) 1, 2, 4
Colobosaura modesta (Reinhardt e Luetken, 1862) 1, 2, 4, 5, 6, 10, 11
Loxopholis percarinatum (Müller, 1923) 7
Potamites ecpleopus (Cope, 1875) 9
Tretioscincus agilis (Ruthven, 1916) 9
Teiidae
Ameiva ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12
Cnemidophorus cryptus Cole e Dessauer, 1993 4, 7, 8, 9, 10, 11
Dracaena guianensis Daudin, 1802
Kentropyx calcarata Spix, 1825 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Salvator merianae Duméril e Bibron, 1839 2, 11
Tupinambis teguixin (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 10, 12
Amphisbaenia
Amphisbaenidae
Amphisbaena alba Linnaeus, 1758 2, 4, 7, 8, 10
Amphisbaena anomala (Barbour, 1914) 10, 11
Amphisbaena fuliginosa amazonica Vanzolini, 1951 7, 9, 11
Amphisbaena ibijara Rodrigues, Andrade e Lima, 2003 6,10
Amphisbaena mitchelli Procter, 1923 3, 10
Amphisbaena vermicularis Wagler in Spix, 1824 1, 2, 3
Leposternon polystegum (Duméril in Duméril e Duméril, 1851) 1
Leposternon sp. 10*
Serpentes
Typhlopidae
Amerotyphlops brongersmianus (Vanzolini, 1976) 10, 12
Amerotyphlops reticulatus (Linnaeus, 1758) 4, 8, 9
Aniliidae
Anilius scytale (Linnaeus, 1758) 9, 10
Boidae
Boa constrictor constrictor Linnaeus, 1758 3, 4, 5, 8, 9, 10, 11, 12
Corallus batesii (Gray, 1860) 8
Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758) 1, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12
Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) 9, 11
Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) 3, 7, 9, 10
Colubridae
Chironius carinatus (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Táxon Área
Chironius exoletus (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,8
Chironius fuscus (Linnaeus, 1758) 5, 7, 8
Chironius scurrulus (Wagler in Spix, 1824) 7
Dendrophidion dendrophis (Schlegel, 1837) 9
Drymarchon corais (Boie, 1827) 1
Drymoluber dichrous (Peters, 1863) 7, 9
Leptophis ahaetulla ahaetulla (Linnaeus, 1758) 1, 3, 4, 7
Mastigodryas boddaerti boddaerti (Sentzen, 1796) 4, 5, 6, 9, 11
Oxybelis aeneus (Wagler in Spix, 1824) 3, 9, 11
Oxybelis fulgidus (Daudin, 1803) 8
Palusophis bifossatus (Raddi, 1820) 3
Phrynonax polylepis (Peters, 1867) 9, 11
Rhinobothryum lentiginosum (Scopoli, 1785)
Spilotes pullatus pullatus (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 5, 11
Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758) 1, 3, 4, 6, 8, 9, 10, 11
Dipsadidae
Apostolepis nigrolineata (Peters, 1869) 4, 6
Atractus albuquerquei Cunha e Nascimento, 1983 1, 5, 9, 11
Atractus tartarus Passos, Prudente e Lynch, 2016 9
Atractus sp. 1
Clelia plumbea (Wied, 1820) 11
Dipsas catesbyi (Sentzen, 1796) 5, 7, 8, 9, 10
Dipsas indica indica Laurenti, 1768 5
Dipsas mikanii septentrionalis (Cunha, Nascimento e Hoge, 1980) 2, 3, 4, 6, 8, 9, 10, 11
Drepanoides anomalus (Jan, 1863) 5, 9
Erythrolamprus aesculapii aesculapii (Linnaeus, 1766) 7, 9, 11
Erythrolamprus oligolepis (Boulenger, 1905) 9
Erythrolamprus poecilogyrus schotti (Schlegel, 1837) 1, 2, 3, 4, 6, 9, 10
Erythrolamprus reginae (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11
Erythrolamprus taeniogaster (Jan, 1863) 1, 5
Erythrolamprus typhlus typhlus (Linnaeus, 1758) 5
Erythrolamprus viridis prasinus (Jan e Sordelli, 1866) 2
Helicops angulatus (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9, 10
Helicops trivittatus (Gray, 1849)
Hydrodynastes gigas (Duméril, Bibron e Duméril, 1854) 3
Hydrops triangularis triangularis (Wagler in Spix, 1824) 4, 10
Imantodes cenchoa (Linnaeus, 1758) 1, 3, 5, 7, 8, 9
Imantodes lentiferus (Cope, 1894) 7
Leptodeira annulata annulata (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 9
Lygophis meridionalis (Schenkel, 1901)
Oxyrhopus melanogenys orientalis Cunha e Nascimento, 1983 6, 9, 10, 11
Oxyrhopus petolarius digitalis (Reuss, 1834) 2, 4
Oxyrhopus trigeminus Duméril, Bibron e Duméril, 1854 1, 2, 3, 4, 5, 6
Philodryas argentea (Daudin, 1803) 8
Philodryas olfersii herbeus (Wied, 1825) 3, 4, 10, 11
Pseudoboa coronata Schneider, 1801 9
Pseudoboa nigra (Duméril, Bibron e Duméril, 1854) 1, 2, 3, 4, 6, 7, 10, 11
Psomophis joberti (Sauvage, 1884) 1
Sibon nebulatus nebulatus (Linaeus, 1758) 1, 2, 4

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Táxon Área
Siphlophis cervinus (Laurenti, 1768) 5, 11
Siphlophis compressus (Daudin, 1803) 5, 9
Siphlophis worontzowi (Prado, 1940) 8, 9
Taeniophallus occipitalis (Jan, 1863) 11*
Taeniophallus quadriocellatus Santos-Jr, Di-Bernardo e Lema, 2008 9
Thamnodynastes hypoconia (Cope, 1860) 3
Thamnodynastes pallidus (Linnaeus, 1758) 3, 4, 6
Xenodon rabdocephalus rabdocephalus (Wied, 1824) 11
Xenopholis scalaris (Wucherer, 1861) 8, 9
Elapidae
Micrurus hemprichii hemprichii (Jan, 1858) 9
Micrurus lemniscatus lemniscatus (Linnaeus, 1758) 3, 4, 8, 9
Micrurus paraensis Cunha e Nascimento, 1973 9
Micrurus spixii martiusi Schmidt, 1953 1
Viperidae
Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Bothrops marajoensis Hoge, 1966 3
Bothrops moojeni Hoge, 1966 8
Bothrops taeniatus taeniatus (Wagler in Spix, 1824) 7, 9
Crotalus durissus cascavella Wagler in Spix, 1824 1, 2, 3

97
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

1 2

3 4

5 6

7 8

Figura 2 - (1) Caiman crocodilus crocodilus, (2) Caiman crocodilus crocodilus (filhote), (3) Paleosuchus
palpebrosus (filhote), (4) Paleosuchus trigonatus (filhote), (5) Kinosternon scorpioides scorpioides,
(6) Rhinoclemmys punctularia punctularia, (7) Chelonoidis carbonarius, (8) Chelonoidis carbonarius (filhote).

98
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

9 10

11 12

13 14

15 16

Figura 3 - (9) Chelonoidis denticulatus, (10) Chelonoidis denticulatus (filhote), (11) Mesoclemmys gibba,
(12) Phrynops geoffroanus, (13) Platemys platycephala platycephala, (14) Hemidactylus mabouia,
(15) Thecadactylus rapicauda, (16) Thecadactylus rapicauda.

99
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

17 18

19 20

21 22

23 24

Figura 4 - (17) Chatogekko amazonicus, (18) Coleodactylus meridionalis, (19) Gonatodes humeralis (macho),
(20) Gonatodes humeralis (fêmea), (21) Copeoglossum nigropunctatum, (22) Copeoglossum nigropunctatum,
(23) Copeoglossum nigropunctatum (filhote), (24) Manciola guaporicola.

100
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

25 26

27 28

29 30

31 32

Figura 5 - (25) Dactyloa punctata, (26) Norops brasiliensis, (27) Norops brasiliensis (filhote),
(28) Norops fuscoauratus, (29) Norops fuscoauratus, (30) Norops ortonii, (31) Iguana iguana iguana
(macho), (32) Iguana iguana iguana (fêmea).

101
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

33 34

35 36

37 38

39 40

Figura 6 - (33) Polychrus marmoratus, (34) Polychrus marmoratus, (35) Plica plica, (36) Plica plica (filhote),
(37) Plica umbra ochrocollaris, (38) Stenocercus dumerilii, (39) Stenocercus sp., (40) Tropidurus hispidus
(macho).

102
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

41 42

43 44

45 46

47 48

Figura 7 - (41) Tropidurus hispidus, (42) Tropidurus oreadicus, (43) Uranoscodon superciliosus,
(44) Diploglossus lessonae, (45) Arthrosaura reticulata, (46) Cercosaura argulus, (47) Cercosaura ocellata,
(48) Cercosaura olivacea.

103
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

49 50

51 52

53 54

55 56

Figura 8 - (49) Colobosaura modesta, (50) Loxopholis percarinatum, (51) Potamites ecpleopus,
(52) Ameiva ameiva ameiva (macho), (53) Ameiva ameiva ameiva (macho), (54) Ameiva ameiva ameiva
(fêmea), (55) Cnemidophorus cryptus, (56) Cnemidophorus cryptus.

104
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

57 58

59 60

61 62

63 64

Figura 9 - (57) Dracaena guianensis, (58) Kentropix calcarata (macho), (59) Kentropix calcarata (subadulto),
(60) Kentropix calcarata (filhote), (61) Salvator merianae, (62) Tupinambis teguixin, (63) Amphisbaena alba,
(64) Amphisbaena anomala.

105
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

65 66

67 68

69 70

71 72

Figura 10 - (65) Amphisbaena fuliginosa amazonica, (66) Amphisbaena ibijara, (67) Amphisbaena mitchelli,
(68) Amphisbaena mitchelli, (69) Amphisbaena vermicularis, (70) Leposternon polystegum,
(71) Amerotyphlops brongersmianus, (72) Amerotyphlops reticulatus.

106
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

73 74

75 76

77 78

79 80

Figura 11 - (73) Anilius scytale, (74) Boa constrictor constrictor, (75) Corallus batesii, (76) Corallus hortulanus,
(77) Corallus hortulanus, (78) Epicrates cenchria, (79) Epicrates cenchria (filhote), (80) Eunectes murinus
(filhote).

107
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

81 82

83 84

85 86

87 88

Figura 12 - (81) Chironius carinatus, (82) Chironius exoletus, (83) Chironius fuscus, (84) Chironius scurrulus,
(85) Dendrophidion dendrophis, (86) Drymarchon corais, (87) Drymoluber dichrous, (88) Drymoluber
dichrous (filhote).

108
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

89 90

91 92

93 94

95 96

Figura 13 - (89) Leptophis ahaetulla ahaetulla, (90) Mastigodryas boddaerti boddaerti, (91) Mastigodryas
boddaerti boddaerti (filhote), (92) Oxybelis aeneus, (93) Oxybelis fulgidus, (94) Palusophis bifossatus,
(95) Phrynonax polylepis, (96) Phrynonax polylepis (filhote).

109
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

97 98

99 100

101 102

103 104

Figura 14 - (97) Spilotes pullatus pullatus, (98) Tantilla melanocephala, (99) Tantilla melanocephala (filhote),
(100) Apostolepis nigrolineata, (101) Atractus albuquerquei, (102) Atractus tartarus, (103) Atractus sp.,
(104) Clelia plumbea.

110
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

105 106

107 108

109 110

111 112

Figura 15 - (105) Dipsas catesbyi, (106) Dipsas indica indica, (107) Dipsas mikanii septentrionalis,
(108) Drepanoides anomalus, (109) Drepanoides anomalus (filhote), (110) Erythrolamprus aesculapii aesculapii,
(111) Erythrolamprus aesculapii aesculapii, (112) Erythrolamprus oligolepis (filhote).

111
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

113 114

115 116

117 118

119 120

Figura 16 - (113) Erythrolamprus poecilogyrus schotti (adulto), (114) Erythrolamprus poecilogyrus schotti
(subadulto), (115) Erythrolamprus poecilogyrus schotti (subadulto), (116) Erythrolamprus poecilogyrus
schotti (filhote), (117) Erythrolamprus reginae, (118) Erythrolamprus reginae (filhote), (119) Erythrolamprus
taeniogaster, (120) Erythrolamprus taeniogaster (melânico).

112
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

121 122

123 124

125 126

127 128

Figura 17 - (121) Erythrolamprus taeniogaster (filhote), (122) Erythrolamprus typhlus typhlus,


(123) Erythrolamprus viridis prasinus, (124) Helicops angulatus, (125) Helicops trivittatus,
(126) Hydrodynastes gigas, (127) Hydrops triangularis triangularis, (128) Imantodes cenchoa.

113
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

129 130

131 132

133 134

135 136

Figura 18 - (129) Imantodes lentiferus, (130) Leptodeira annulata annulata, (131) Lygophis meridionalis,
(132) Oxyrhopus melanogenys orientalis, (133) Oxyrhopus melanogenys orientalis, (134) Oxyrhopus
melanogenys orientalis (melânico), (135) Oxyrhopus petolarius digitalis (filhote), (136) Oxyrhopus trigeminus.

114
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

137 138

139 140

141 142

143 144

Figura 19 - (137) Philodryas argentea, (138) Philodryas olfersii herbeus, (139) Pseudoboa coronata (filhote),
(140) Pseudoboa nigra, (141) Pseudoboa nigra, (142) Pseudoboa nigra, (143) Pseudoboa nigra (filhote),
(144) Psomophis joberti.

115
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

145 146

147 148

149 150

151 152

Figura 20 - (145) Sibon nebulatus nebulatus, (146) Siphlophis cervinus (filhote), (147) Siphlophis compressus,
(148) Siphlophis worontzowi, (149) Taeniophalus occipitalis, (150) Taeniophalus quadriocellatus,
(151) Thamnodynastes hypoconia, (152) Thamnodynastes pallidus.

116
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

153 154

155 156

157 158

159 160

Figura 21 - (153) Xenodon rhabdocephalus rhabdocephalus (filhote), (154) Xenopholis scalaris,


(155) Micrurus hemprichii hemprichii, (156) Micrurus lemniscatus lemniscatus (157) Micrurus paraensis,
(158) Micrurus spixii martiusi, (159) Bothrops atrox, (160) Bothrops atrox.

117
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

161 162

163 164

165 166

167 168

Figura 22 - (161) Bothrops atrox, (162) Bothrops atrox (filhote), (163) Bothrops marajoensis, (164) Bothrops
moojeni (padrão intermediário com Bothrops atrox), (165) Bothrops taeniatus taeniatus, (166) Crotalus
durissus cascavella, (167) Crotalus durissus cascavella, (168) Crotalus durissus cascavella (filhote).

118
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

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123
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

124
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

5 Aves
GUSTAVO GONSIOROSKI, MARCELO BARREIROS, ANDRÉ CORDEIRO DE LUCA,
WAGNER NOGUEIRA, ELINETE BATISTA RODRIGUES, THIAGO VERNASCHI VIEIRA
DA COSTA, ESTEVÃO LUIS PEREIRA LIMA, LEONARDO GABRIEL CAMPOS DE
OLIVEIRA TORRES, EDUARDO FRANÇA ALTEFF, BRUNO RENNÓ, FELIPE ARANTES,
GABRIEL LEITE, GUSTAVO PEDERSOLI & FLÁVIO KULAIF UBAID

1. Introdução grandes rios são reconhecidas para aves na


Amazônia, representando grandes interflúvios
O Brasil com seu amplo território e tipos (Borges, 2007; Cracraft, 1985; Silva, Novaes, &
distintos de domínios fitogeográficos abriga Oren, 2002; Silva, Rylands, & da Fonseca, 2005).
uma das avifaunas mais ricas do mundo (Marini Entretanto, um estudo baseado em distribuições
& Garcia, 2005), contendo atualmente 1919 de aves sugere um cenário mais complexo,
espécies, de acordo com o Comitê Brasileiro de onde algumas áreas de endemismo não são
Registros Ornitológicos (CBRO) (Piacentini et al., delimitadas por rios conforme tradicionalmente
2015). Grande parte dessas espécies (68% ou reconhecidas (Oliveira, Vasconcelos & Santos,
1306 espécies), tem sua ocorrência no domínio 2017). Além disso, algumas áreas de endemismo
Amazônico (Aleixo, Carneiro, & Dantas, 2012). que apresentam grande extensão geográfica (p.
Dentro desse contexto de alta diversidade ex. Inambari e Rondônia) podem ser compostas
estão os grandes rios da bacia Amazônica, que por centros de endemismo menores, em mini-
atuam delimitando a distribuição de muitas interflúvios (Cohn-Haft et al., 2007) ou blocos
espécies, cujos efeitos resultam em uma de especiação (Whitney & Cohn-Haft, 2013)
congruência espacial na distribuição de vários delimitados por rios menores; ou ainda, serem
grupos animais e vegetais (Cracraft, 1985; compostas por áreas de endemismo menores
Wallace, 1852). Essa congruência representa a e sem uma barreira geográfica aparente que
base para a definição e delimitação das áreas as delimite. Esses casos indicam a necessidade
de endemismo, cuja generalidade é confirmada de estudos mais aprofundados para a correta
por estudos com diversos grupos, como plantas, delimitação dos centros de endemismo na
borboletas, anfíbios, lagartos, aves e primatas Amazônia, incluindo sobretudo inventários e
(Ávila-Pires, 1995; Brown, 1982; Cracraft, 1985; estudos de campo.
Prance, 1982; Ron, 2000). Atualmente até nove As áreas amostradas nesse estudo estão
nove Centros de Endemismo delimitadas pelos incluídas em dois Centros de Endemismo

Celeus flavus. Foto: Marcelo Barreiros Berlepschia rikeri. Foto: Gustavo Gonsioroski

125
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

(CE): CE Xingu, localizado no interflúvio Xingu- o menor centro de endemismo da Amazônia


Tocantins e CE Belém, situado na margem leste e pelas altas taxas de desmatamento, o CE
do rio Tocantins à Amazônia maranhense, Belém inclui a maioria dos táxons de aves
ambos ao sul do rio Amazonas. O CE Xingu amazônicas ameaçados de extinção, entre
é um dos maiores da bacia Amazônica, e eles Crax fasciolata pinima (mutum-pinima),
localiza-se geograficamente numa das regiões Psophia obscura (jacamim-de-costas-escuras)
mais pressionadas da Amazônia, situada no e Pteroglossus bitorquatus bitorquatus (araçari-
polígono do arco do desmatamento. Essa de-pescoço-vermelho) (ICMBio, 2018).
região inclui diversos táxons ameaçados Conhecer a diversidade de um ecossistema
de extinção, tais como Psophia interjecta é o primeiro passo para sua conservação e uso
(jacamim-do-xingu), Phlegopsis nigromaculata racional. Sem um conhecimento mínimo sobre
confinis (mãe-de-taoca) e Campylorhamphus quais espécies ocorrem em uma determinada
multostriatus (arapaçu-de-bico-curvo-do- região, torna-se difícil o desenvolvimento
xingu) (ICMBio, 2018). Em situação ainda determinada de qualquer iniciativa de
mais preocupante está o CE Belém, o qual conservação (Santos, 2003). A Estrada de Ferro
representa a região mais devastada e Carajás (EFC) atravessa esses dois centros de
ameaçada da Amazônia e do país com mais endemismo citados por quase 900 km, e para
de 70% da sua cobertura vegetal convertida sua duplicação foi realizado um monitoramento
em outras formas de uso, como pastos da avifauna como forma de avaliar os impactos
e monoculturas (Almeida & Vieira, 2013); ambientais do empreendimento. Neste
somente a agropecuária representa cerca trabalho são apresentados os resultados de
de 32% de toda a área daquela região. Os composição e riqueza de avifauna, obtidos ao
remanescentes naturais em boas condições longo de 8 anos de estudo na região.
estão situados principalmente ao sul daquele
centro de endemismo, entre as rodovias 2. Métodos
BR010 e PA150 e nas terras indígenas do
Maranhão (Almeida & Vieira, 2013). Por ser Entre os anos de 2011 e 2018 foram

Identificação de espécies de ave com auxílio de binóculo.

126
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Medição de caracteres morfológicos.

amostradas, em campanhas semestrais, nove adaptado de Hayne (1949), Eberhardt (1968) e


áreas de estudo, distribuídas ao longo da EFC. Ralph et al. (1993). Foram realizados transectos
As áreas 1, 2, 3, 5, 6, 7, 10, 11 e 12 se localizam devidamente georreferenciados com o auxílio
no CE Belém e as áreas 8 e 9 se localizam no CE de receptor GPS e marcados em mapa/
Xingu (ver Capítulo 1, sobre as áreas de estudo). imagem para orientar a localização das áreas
Em todas as áreas foram adotados três métodos de estudos. Cada transecto possuía 5 km de
para a amostragem da avifauna, que permitem extensão e foi percorrido nas primeiras horas
acessar informações mais acuradas a respeito da manhã (no máximo 30 min após a alvorada)
da riqueza e da abundância de espécies: e/ou aos finais de tarde;
• Listas padronizadas: utilizou-se o • Captura com Redes de Neblina: Em cada
método de listas de Mackinnon (MK), que área amostral foram instaladas duas séries com
consiste no registro contínuo das aves em cinco redes de neblina (mist-nets) com malha 20
listas com número máximo pré-determinado mm, de 12 m x 3 m (36 m2) cada e totalizando 120
de espécies. Anotou-se apenas a presença da m lineares de rede (360 m2) em cada área. Cada
espécie registrada, não sendo anotado o número série de redes foi instalada ao longo de uma trilha
de indivíduos, e não repetindo espécies em uma previamente selecionada, estando, no mínimo,
mesma lista (Ribon, 2010). Foram adotadas a 200 m de distância da outra série. As redes
listas de 10 espécies, conforme proposto por permaneceram abertas durante cinco horas,
(Herzog, Kessler, & Cahill, 2002), pois estas ao longo de quatro dias consecutivos em cada
permitem a obtenção de mais amostras. As área amostrada. As amostragens iniciaram-se
listas de Mackinnon foram compiladas durante nas primeiras horas da manhã e as redes foram
todo tempo em que a equipe permaneceu em vistoriadas a cada 20 minutos. A marcação dos
campo; indivíduos capturados foi efetuada com anilhas
• Transectos de Varreduras em Fitas: O metálicas numeradas cedidas pelo ICMBio/
método de amostragem em transecções foi Cemave, seguindo as recomendações básicas

127
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 1 - Riqueza de espécies por ordem de aves registradas ao longo do monitoramento da EFC.

Figura 2 - Riqueza de espécies por família de aves registradas ao longo do monitoramento da EFC.

de manuseio e anilhamento das aves, estas 3. Resultados


presentes no “Manual de Anilhamento de Aves
Silvestres” (CEMAVE, 1994). Durante monitoramento da avifauna ao
A nomenclatura científica e a ordem longo da EFC foram registradas 594 espécies,
sistemática das espécies seguiram Piacentini et distribuídas em 76 famílias e 26 ordens (Tabela
al. (2015). As espécies foram verificadas quanto 1). Entre as ordens, a maior riqueza foi de
às categorias de ameaça, conforme as listas Passeriformes (n = 300 espécies), seguida
de referência mundial (IUCN, 2019), nacional por Apodiformes (n = 31), Accipitriformes e
(ICMBio, 2018) e estadual do Pará (COEMA, Piciformes (n = 29) (Figura 1). Entre as famílias
2007). Ressalta-se que o estado do Maranhão mais bem representadas estão Tyrannidae
não possui lista de espécies de aves ameaçadas. (n = 50 espécies), Thraupidae (n = 49) e

128
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

(n = 181), 1 (n = 199) e 4 (n = 216). As áreas com


maior riqueza detêm as florestas mais bem
preservadas e com diferentes tipos de habitat,
tornando-as importantes para manutenção da
rica avifauna existente. A área 9 está situada
em um grande fragmento de floresta ombrófila
densa conectado com outros fragmentos
relativamente bem preservados, além de
incluir lagoas e corpos d’água intermitentes
e perenes. Por outro lado, a área 2 possui
uma formação vegetacional dominada por
palmeiras de babaçu e pequenas áreas de
capoeira, em quase toda sua extensão o que
limita a presença de uma série de espécies de
aves mais exigentes, especialmente aquelas
mais sensíveis a distúrbios antrópicos.
As aves constituem um dos grupos
mais bem estudados no mundo e têm sido
Figura 3 - Riqueza de espécies e exclusividades recomendadas como bons bioindicadores de
registrados por centro de endemismo ao longo do alteração e degradação ambiental (Gardner
monitoramento da EFC. et al., 2008), umas vez que respondem às
Thamnophilidae (n = 36) (Figura 2). mudanças no habitat em diversas escalas e
Os esforços de amostragem foram desempenham importantes funções ecológicas
diferentes em cada CE e não sendo possível em seus ambientes naturais (p. ex. predação,
comparar a riqueza entre eles. O CE Xingu polinização, dispersão de sementes, etc.) (Sick,
apresentou uma riqueza de 443 espécies, 2001). Parker et al. (1996) analisaram quase
número que corresponde a 75% das aves todas as espécies de aves neotropicais e
já registradas na Floresta Nacional (Flona) propuseram, a cada uma delas, um grau (alto,
de Carajás e adjacências, com 594 espécies médio ou baixo) de sensibilidade a distúrbios
(Aleixo et al., 2012). Por sua vez, a riqueza no antrópicos, sendo que aquelas consideradas
CE Belém foi de 545 espécies, número que como de alta sensibilidade podem ser tomadas
supera as 529 publicadas previamente para como boas indicadoras de qualidade ambiental.
este centro de endemismo (Portes et al., 2011). Dessa forma, a presença dessas espécies
Foram registradas 49 espécies exclusivamente em um determinado local pode indicar que o
no CE Xingu e 151 espécies exclusivamente ambiente ainda está relativamente preservado.
no CE Belém. A maior riqueza no CE Belém, O número de espécies nos diferentes graus de
deve-se principalmente às áreas 5 e 7 que, sensibilidade em cada área é apresentado na
por se tratarem de terras indígenas, contam Figura 5.
com ambientes bem preservados e reúnem Os dados da Figura 5 ratificam o nível
condições para abrigar uma rica avifauna (Figura de conservação das áreas 5, 7 e 9 com o
3). Além disso, a área 3 possui uma avifauna maior número de espécies com alto grau de
bem específica, formada principalmente por sensibilidade. Todavia, as áreas 1, 2, 3 e 4,
aves aquáticas, colocando-a com o segundo formadas por capoeiras, possuem um baixo
maior número de espécies exclusivas (n = 17) número de espécies de alta sensibilidade
(Figura 4). ambiental, tendo em sua maioria espécies
Entre as áreas de estudo onde ocorreu o mais generalistas e de baixa sensibilidade a
monitoramento sistemático ao longo de todos ambientes alterados.
os anos, a maior riqueza foi registrada na No que concerne às espécies ameaçadas
área 9 (n = 414 espécies), seguida pelas áreas de extinção, foram registrados 44 táxons sob
7 (n = 398) e 5 (n = 361). As áreas onde foram alguma categoria de ameaça. A lista estadual do
obtidas as menores riquezas foram as áreas 2 Pará (COEMA, 2007) traz 20 espécies ameaçadas

129
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

450

400

350
Número de espécies

300

250

200

150

100

50

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Área

Espécies: Compartilhadas Exclusivas

Figura 4 - Riqueza de espécies (verde claro) e registros exclusivos (verde escuro) das áreas amostradas no
decorrer dos monitoramentos.

(13 “em perigo” e sete “vulnerável”). A lista em perigo”).


nacional (ICMBio, 2018) traz 27 ameaçadas (21 A despeito do grande número de espécies
como “vulnerável”, quatro “em perigo” e duas ameaçadas, vale ressaltar uma série de outros
“criticamente em perigo”). Por fim, o rol global registros de importância ornitológica. As
(IUCN, 2019) traz 20 espécies ameaçadas (16 famílias Cracidae, Tinamidae e Psophiidae, são
“vulneráveis”, 3 “em perigo” e duas “criticamente representadas por aves cinegéticas, ou aquelas

Figura 5 - Riqueza da avifauna por grau de sensibilidade registradas ao longo do monitoramento da EFC.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Pilherodius pileatus. Foto: Gustavo Gonsioroski

que são mais perseguidas por caçadores, em obscura (jacamim-de-costas-escuras), restrita ao


especial os mutuns, jacus e macucos (Sick, CE Belém, está categorizada como “criticamente
2001). Nas áreas de estudo foram registradas em perigo” nas listas global e nacional.
sete espécies da família Cracidae, 11 de Outro grupo de aves que se destaca é aquele
Tinamidae e duas da família Psophiidae. Entre representado pela guilda trófica dos insetívoros
os cracídeos está Penelope pileata (jacupiranga), de sub-bosque, que englobam um série de
categorizada como “vulnerável” nas listas espécies de alta sensibilidade a distúrbios
global e nacional. Trata-se de uma espécie de antrópicos, como os da família Dendrocolaptidae
grande porte, distribuindo-se desde o baixo (arapaçus). Juntamente às famílias Furnariidae
rio Madeira até o leste do Pará, extremo oeste e Scleruridae, formam umas das linhagens
do Maranhão e norte do estado do Tocantins mais diversas da região Neotropical, com mais
(del Hoyo & Kirwan, 2019). Entre os tinamídeos, de 300 espécies (Marantz et. al., 2003). Os
Tinamus tao (azulona), categorizada como arapaçus são aves essencialmente insetívoras
“vulnerável” nas listas nacional e global, é caracterizadas principalmente pela plumagem
tipicamente florestal e dependente de áreas em tons de marrom e pelo hábito de escalar
mais preservadas. Sua alimentação é baseada troncos verticalmente, assim como fazem os
em frutas, sementes, insetos, moluscos e pica-paus. No Brasil, essa família apresenta
alguns pequenos vertebrados (Cabot et al., ampla distribuição nos diferentes domínios,
2019). Na família Psophiidae, as duas espécies onde são conhecidas 61 espécies (Piacentini et
são de grande relevância conservacionista e al., 2015), e é na região Amazônica que o grupo
habitam os estratos baixos de florestas mais atinge a sua maior riqueza, com 49 espécies.
preservadas: Psophia interjecta (jacamim-do- No presente trabalho foram registradas 19
xingu), categorizada como “vulnerável” pela espécies de dendrocolaptídeos, sendo algumas
lista nacional e “em perigo” pela lista global, de ampla distribuição na Amazônia, tais
está restrita ao CE Xingu. Por sua vez, Psophia como Dendrocincla fuliginosa (arapaçu-pardo),

131
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Sittasomus griseicapillus (arapaçu-verde) e Nasica 8 e 9, inseridas no CE Xingu, foram registradas


longirostris (arapaçu-de-bico-comprido), e outras 17 espécies, das quais quatro estão incluídas
de distribuição mais restrita, como é o caso de na categoria “vulnerável” pela lista nacional:
Xiphocolaptes carajaensis (arapaçu-de-carajás), Campylorhamphus multostriatus (arapaçu-de-
Campylorhamphus multostriatus (arapaçu-de- bico-curvo-do-xingu), Dendrocolaptes retentus
bico-curvo-do-xingu) e Dendrocolaptes retentus (arapaçu-barrado-do-xingu), Dendrocolaptes
(arapaçu-barrado-do-xingu). Entre as espécies picumnus transfasciatus (arapaçu-meio-
registradas dessa família, oito (cerca de 30%) barrado) e Xiphocolaptes carajaensis (arapaçu-
estão incluídas em alguma categoria de ameaça, de-carajás). Em todos os casos, a perda de
particularmente em circunstância de seus habitat é o grande fator de pressão sobre as
hábitos estritamente florestais e às altas taxas populações de dendrocolaptídeos, assim como
de desmatamento que caracterizam as suas de demais espécies estritamente florestais.
áreas de ocorrência. No CE Belém, onde está Conforme abordado anteriormente, essas duas
incluída a maioria das áreas de estudo, foram áreas de endemismo sofrem forte pressão de
registradas 13 espécies de dendrocolaptídeos, desmatamento, decorrente principalmente da
das quais quatro são ameaçadas em algum expansão agropecuária.
nível: Deconychura longicauda zimmeri (arapaçu- Entre os grandes frugívoros de copa,
rabudo), “vulnerável” na lista estadual; destacam-se os Cotingidae, em especial
Dendrocincla merula badia (arapaçu-da- Haematoderus militaris (anambé-militar), que
taoca) como “vulnerável” na lista nacional e vive solitário e habita as copas da mata alta de
“em perigo” na lista estadual; Dendrexetastes terra firme, onde frequenta fruteiras junto com
rufigula paraensis (arapaçu-galinha) “em outros representantes da mesma família (Sick,
perigo” nas listas nacional e estadual; e 2001). Espécie de alta sensibilidade a alterações
Dendrocolaptes medius (arapaçu-barrado-do- ambientais e um dos mais belos representantes
leste) “vulnerável” na lista nacional. Nas áreas da família (Lees et al., 2012), foi registrada

Glaucidium hardyi. Foto: Marcelo Barreiros

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Galbula ruficauda. Foto: Marcelo Barreiros Celeus ochraceus. Foto: Gustavo Gonsioroski

apenas na área 7. Além desses, chama-se Destacamos ainda as espécies de


atenção aos Ramphastidae. Apesar de serem xerimbabo, que são aquelas utilizadas como
onívoros, sua dieta é baseada principalmente animal de estimação, capturadas ilegalmente
em grande consumo de frutas, o que os tornam para a manutenção em cativeiro. Essas aves
grandes dispersores de sementes. Entre eles são visadas pelo tráfico de animais em virtude
estão Ramphastos tucanus (tucano-de-papo- da exuberância de sua plumagem, pela
branco) e Ramphastos vitellinus (tucano-de- capacidade de imitar a voz humana e outros
bico-preto), espécies florestais de grande cantos, e pela facilidade de criação em cativeiro.
porte categorizadas como “vulnerável” pela As espécies mais visadas para essa finalidade
lista global. Essas espécies foram incluídas são os representantes da família Psittacidae,
nesta categoria após análise de modelos de os papagaios, araras e periquitos. Além de
desmatamento com datas a partir de 2002 e possuírem beleza singular, muitas espécies
estima-se que venham a perder quase 40% de possuem capacidade de imitar a fala humana.
suas populações em três gerações (35 anos) Nas áreas 8, 9 e 11 ocorre Pyrrhura amazonum
(BirdLife International, 2019). (tiriba-de-hellmayr), espécie de pequeno porte
A família Rallidae é composta por aves que vive em pequenos bandos e explora
típicas de brejos e capinzais densos. A maioria tanto o dossel quanto os estratos médios
das espécies dessa família foi registrada nas de florestas ombrófilas mais preservadas.
plantações de arroz irrigado ao longo da área É categorizada como “em perigo” pela lista
3. Dentre as 12 espécies documentadas dessa global, em virtude de estimativas que predizem
família está Laterallus jamaicensis (sanã-preta), a perda de 43 a 52,1% de seu habitat em três
destacando-se pelos raros registros no Brasil, até gerações (BirdLife International, 2019). Entre os
então restritos ao CE Belém (Lees, Thompson, Psittacidae foi registrada também Touit huetii
& Moura, 2014). O primeiro registro de um (apuim-de-asa-vermelha), espécie endêmica da
exemplar desta espécie em campo no Brasil foi Amazônia que habita matas altas, geralmente
realizado por um observador de aves durante nas copas, possuindo distribuição esparsa e
uma expedição ao município de Arari (Lees et pouco conhecida (Sick, 2001), categorizada
al., 2014). Além desta espécie, observadores de como “vulnerável” pela lista global e registrada
aves também foram responsáveis por outros apenas na área 7 da EFC. Foi também registrada
registros observados na área 3, estes inéditos Pyrilia vulturina (curica-urubu), uma espécie que
para o Maranhão, tais como Pseudocolopteryx vive em florestas úmidas, matas de várzea e
sclateri (tricolino) e Sporophila collaris (coleiro-do- de terra firme. Na área 3 foram encontrados
brejo). Esses registros reforçam a importância cinco indivíduos se alimentando de frutos de
da observação de aves como atividade de palmeiras, e na área 7 apenas dois indivíduos
ciência-cidadã, auxiliando o conhecimento foram observados, pousados em uma árvore
ornitológico da região. seca. É uma espécie categorizada como

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Thamnophilus doliatus. Foto: Gustavo Gonsioroski

“vulnerável” nas listas global e nacional de aethiops incertus (choca-lisa), também registrada
espécies ameaçadas. Por fim, Guaruba guarouba nas áreas 5, 7 e 11, considerada “em perigo” no
(ararajuba), uma espécie de plumagem estado do Pará (COEMA, 2007).
exuberante considerada “vulnerável” nas Registros dignos de nota são aqueles do
listas global, nacional e estadual. É habitante mutum-de-penacho Crax fasciolata pinima, os
de matas de terra firme e raramente adentra quais foram realizados nas áreas amostrais 5
matas de várzea (Sick, 2001), sendo registrada e 7, no CE Belém (Alteff et al., 2019). Trata-se
sempre em bandos de seis a oito indivíduos, de uma das aves mais raras da América do
apenas nas áreas 5 e 7. Sul e a mais ameaçada registrada durante os
Entre os carnívoros de grande porte temos levantamentos da EFC, cuja população atual é
a Harpia harpyja (gavião-real), uma das maiores estimada em menos de 100 indivíduos em vida
e mais poderosas águias do mundo. Alimenta- livre, sendo desconhecidos exemplares em
se principalmente de mamíferos arborícolas, cativeiro. Originalmente, C. fasciolata pinima
como preguiças e macacos. Espécie de alta habitava as florestas de terra firme do CE Belém,
sensibilidade ambiental e categorizada como região conhecida por ter as maiores taxas de
“vulnerável” na lista nacional, foi registrada nas desmatamento em toda floresta amazônica,
áreas 5 e 7. que aliado à caça para alimentação, causou
Alguns táxons endêmicos do CE Belém e seu desaparecimento em quase toda sua área
ameaçados de extinção são: Tangara velia signata de distribuição. A forma nominal C. f. fasciolata,
(saíra-diamante), registrada apenas na área 5, e menos ameaçada que C. f. pinima, foi registrada
que se encontra “em perigo” na lista do estado nas áreas 8 e 9, no CE Xingu.
do Pará; Phlegopsis nigromaculata paraensis Entre outros táxons incluídos em alguma
(mãe-de-taoca) encontrada nas áreas 5 e 7, e categoria de ameaça, são ressaltados os
considerada “vulnerável” pela lista nacional e seguintes: Patagioenas subvinacea, categorizado
“Em Perigo” na lista estadual; e Thamnophilus como “vulnerável” pela lista global. Costuma

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

ser mais abundante em florestas próximas a Outros dois táxons registrados ao longo
rios (BirdLife International, 2019). Tunchiornis dos estudos também merecem destaque, pois
ochraceiceps rubrifrons, habitante dos estratos tratam-se provavelmente de novas espécies
médios e baixos do sub-bosque de florestas para a ciência: Synallaxis sp. nov., uma espécie
ombrófilas úmidas e mais preservadas, foi cuja distribuição geográfica ainda é incerta.
caracterizado como “vulnerável” pela lista Sua presença foi reportada para o estado do
nacional. Costuma ser visto acompanhando Maranhão pela primeira vez em 1991 por David
bandos mistos de sub-bosque e, normalmente, Oren, em seu artigo sobre as aves do Estado do
aos pares. Distribui-se pela Amazônia a partir Maranhão, Brasil, onde o pesquisador se refere
da margem direita do rio Xingu e estendendo a a ela como Synallaxis ruficapilla (Oren, 1991).
leste (BirdLife International, 2019). A espécie foi Posteriormente, outros registros foram feitos
registrada nas áreas 5 e 7. Hylopezus paraensis em algumas localidades do estado do Pará,
(torom-do-Pará), representante da família dos sempre sendo atribuídos erroneamente a outros
Grallariidae, vive sempre próximo ao chão congêneres, como S. macconnelli e S. cabanisi.
nos trechos mais sombreados de florestas A primeira menção formal da existência dessa
ombrófilas úmidas e mais preservadas. A nova espécie no leste da Amazônia aparece
espécie foi registrada nas áreas 5, 7 e 9 e em Batalha-Filho et al. (2013), que apresenta
é categorizada como “vulnerável” pela lista uma revisão sistemática do complexo Synallaxis
nacional. Tolmomyias assimilis paraensis (bico- ruficapilla com base em dados moleculares.
chato-da-copa), registrado nas áreas 5 e 7, vive Este estudo revelou que essa linhagem do leste
nos estratos mais altos de florestas ombrófilas, amazônico é irmã do clado que compreende
e costuma seguir bandos mistos de copa. atualmente S. ruficapilla e S. cinerea, presentes
Apesar da lista nacional não considerar o táxon no sul/sudeste e centro/nordeste da Mata
como ameaçado, a lista estadual o categorizou Atlântica, respectivamente. Vale mencionar
como “em perigo”. Essa subespécie se distribui que todas as espécies do complexo Synallaxis
a partir da margem direita do rio Tapajós e se ruficapilla apresentam grande similaridade de
estende a leste, atingindo o oeste do Maranhão plumagem e são vocalmente muito parecidas.
(BirdLife International, 2019). Por esta razão ainda não é possível afirmar que
Um registro importante realizado nas todas as populações atualmente atribuídas
amostragens foi do pica-pau-do-parnaíba a este táxon, de fato, pertencem à mesma
(Celeus obrieni), documentado nas áreas 5 e espécie, visto que todas as amostras utilizadas
11. Essa espécie de pica-pau foi originalmente no estudo sistemático supracitado provêm
descrita em 1973 como subespécie do pica- da mesma localidade, no norte do Mato
pau-lindo (Celeus spectabilis) com base em um Grosso (Batalha-Filho et al., 2013). Durante os
único exemplar coletado por Emil Kaempfer trabalhos do monitoramento da avifauna da
em 1926 (Short 1973), permanecendo por EFC, a espécie foi documentada nas áreas 3 e
80 anos sem registros. Redescoberto em 6, sempre encontrada em ambientes úmidos
2006, registros subsequentes revelaram uma (vegetação ciliar de cursos d’água e igarapés)
ampla distribuição da espécie abrangendo os e sua vegetação associada. Estes dados são
estados de Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Pará, de suma importância para o entendimento
Maranhão e Piauí. Vive em áreas florestais, da distribuição geográfica e preferências de
como o cerradão, matas de galeria e matas habitat da espécie, bem como do planejamento
estacionais, e é uma das poucas espécies do de coletas científicas que tenham o intuito de
Cerrado associadas aos tabocais (Guadua sp.) elucidar definitivamente seu status taxonômico.
e embaubais (Cecropia sp.), onde se alimenta Myiornis sp. nov., é uma espécie ainda
principalmente das formigas associadas a estas não descrita, descoberta em junho de 2012,
plantas (Leite et al., 2013). Suas populações no município de Caxias, extremo leste do
estão cada vez mais reduzidas e fragmentadas Maranhão. Aquela localidade, que na ocasião
em função da conversão de áreas naturais para era a única conhecida para a espécie, aliada à
criação de gado. É uma espécie considerada característica de sua vocalização, lhe rendeu
“vulnerável” em nível nacional e mundial. o nome popular de grilinho-de-caxias. A

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

divulgação de sua existência, bem como de do Maranhão. Spizaetus ornatus (gavião-de-


gravações de seu repertório vocal, permitiu penacho), gavião de grande porte e poderoso
que outros pesquisadores a registrassem em caçador, especialmente de aves, incluindo
outras localidades, expandindo sua distribuição araras, papagaios, tucanos, pombos, corujas,
geográfica para o leste do estado do Pará, em pica-paus e jacus, embora também se alimente
Goianésia do Pará (Lees, Moura, De Almeida, de répteis e mamíferos. Caça usando uma
& Vieira, 2014) e para o noroeste do Piauí, no técnica de “perseguição e emboscada”,
município Altos (Melo, 2014). Ainda que sua movendo-se discretamente entre os poleiros,
distribuição atual seja muito mais extensa do com maior parte dos ataques feitos na
que se imaginava na ocasião da descoberta, horizontal ou vôo descendente (Bierregaard et
pouco se sabe a respeito de seus hábitos al., 2019). O primeiro registro da espécie para
e requerimentos ecológicos. Os aspectos o Maranhão foi realizado na área 5, onde dois
taxonômicos e sistemáticos dessa espécie indivíduos foram avistados e fotografados no
também permanecem desconhecidos, visto dia 16 de janeiro de 2017. Além dessa espécie,
que os táxons geograficamente mais próximos Philydor erythropterum (limpa-folha-de-asa-
se encontram na Mata Atlântica do nordeste. castanha), espécie de alta sensibilidade e
Entretanto, a espécie apresenta uma enorme endêmica da Amazônia, foi documentada pela
similaridade morfológica e vocal com Myiornis primeira vez no Maranhão em 11 de janeiro
albiventris, que habita florestas andinas entre de 2018, na área 5, onde dois indivíduos foram
o Peru e a Bolívia. Foi registrado pela primeira registrados seguindo um bando misto.
vez na área da EFC em setembro de 2013, em Sporophila schistacea (cigarrinha-do-norte),
Buriticupu e, desde então se mostrou presente espécie que habita as matas altas de beira de
nas áreas 5 e 7. rios e ilhas fluviais (Sick, 2001), teve seu primeiro
Ao longo do monitoramento, cinco novos registro no Maranhão realizado em 20 de julho
registros foram realizados para o estado de 2017, na área 5. A ave foi registrada pousada

Phaethornis maranhaoensis. Foto: Bruno Rennó

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

no topo de uma árvore seca nas proximidades EFC, além de contribuir de forma significativa
do rio Pindaré. Ainda entre os traupídeos, para o conhecimento ornitológico regional,
Tangara gyrola (saíra-de-cabeça-castanha), propiciou a documentação de novos registros
singular exemplar amazônico com plumagem de espécies no Maranhão e expansões na
castanho na cabeça contrastando com o azul distribuição geográfica conhecidas, inclusive
da barriga (Sick, 2001), foi documentada em 7 de espécies raras e ameaçadas de extinção.
de maio de 2018 juntamente com um bando Destacamos ainda que o estudo revelou um
misto forrageando no dossel das matas da enorme potencial das áreas estudadas para
área 5. Representante da família Hirundinidae, a prática do birdwatching ou observação
Atticora fasciata (peitoril), espécie ribeirinha da aves em ambiente natural. A realização
Amazônia, foi registrada pela primeira vez no dessa atividade demanda o conhecimento
Maranhão em 9 de maio de 2016. Um indivíduo prévio da composição e riqueza das aves,
foi observado sobrevoando o rio Pindaré em algo imprescindível para se determinar a
conjunto com oito indivíduos de Tachycineta importância da área a uma futura utilização
albiventer (andorinha-do-rio) durante as da região como ponto de atração turística
atividades na área 5. (Moreira-Lima, Nogueira, & Bessa, 2018) e,
Por fim, concluímos destacando novamente consequentemente, geração de renda às
a elevada riqueza de avifauna, com algumas comunidades locais que, em muitos pontos ao
áreas bastante preservadas e que ainda longo da EFC, ainda são bastante carentes. Tal
mantêm populações sensíveis aos distúrbios prática pode inclusive apoiar os esforços de
antrópicos. O monitoramento de avifauna da conservação na região.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Tabela 1 - Espécies de aves registradas ao longo do monitoramento da Estrada de Ferro Carajás, de


2011 a 2018.

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Tinamiformes
Tinamidae
Tinamus tao Temminck, 1815 azulona 5, 7, 9, 11
Tinamus major (Gmelin, 1789) inambu-serra 7, 9
Tinamus guttatus Pelzeln, 1863 inambu-galinha 7, 9, 11
Crypturellus cinereus (Gmelin, 1789) inambu-pixuna 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9
Crypturellus soui (Hermann, 1783) tururim 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Crypturellus undulatus (Temminck, 1815) jaó 3, 4, 5
Crypturellus strigulosus (Temminck, 1815) inambu-relógio 1, 5, 7, 8, 9
Crypturellus variegatus (Gmelin, 1789) inambu-anhangá 5, 7
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inambu-chororó 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) inambu-chintã 4, 5, 9, 10
Nothura boraquira (Spix, 1825) codorna-do-nordeste 2
Anseriformes
Anhimidae
Anhima cornuta (Linnaeus, 1766) anhuma 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12

Anatidae
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê 1, 3,4, 6, 8, 9
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758) marreca-cabocla 3,4, 6, 7, 8, 10
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) ananaí 3, 4
Nomonyx dominicus (Linnaeus, 1766) marreca-caucau 2
Galliformes
Cracidae
Penelope superciliaris Temminck, 1815 jacupemba 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12
Penelope pileata Wagler, 1830 jacupiranga 5, 7, 8, 9, 11
Aburria cujubi (Pelzeln, 1858) cujubi 7
Ortalis motmot (Linnaeus, 1766) aracuã-pequeno 8, 9
Ortalis superciliaris (Gray, 1867) aracuã-de-sobrancelhas 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11
Crax fasciolata Spix, 1825 mutum-de-penacho 5, 7, 8, 9
Pauxi tuberosa (Spix, 1825) mutum-cavalo 5, 7, 9
Odontophoridae
Odontophorus gujanensis (Gmelin, 1789) uru-corcovado 5, 7, 8, 9
Podicipediformes
Podicipedidae
Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) mergulhão-pequeno 3
Ciconiiformes
Ciconiidae
Mycteria americana Linnaeus, 1758 cabeça-seca 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10
Suliformes
Phalacrocoracidae
Nannopterum brasilianus (Gmelin, 1789) biguá 1, 3, 5, 7, 9, 10

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Anhingidae
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) biguatinga 5, 7, 9, 10
Pelecaniformes
Ardeidae
Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) socó-boi 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Cochlearius cochlearius (Linnaeus, 1766) arapapá 5, 9
Zebrilus undulatus (Gmelin, 1789) socoí-zigue-zague 5
Botaurus pinnatus (Wagler, 1829) socó-boi-baio 3
Ixobrychus exilis (Gmelin, 1789) socoí-vermelho 3
Ixobrychus involucris (Vieillot, 1823) socoí-amarelo 3
Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) socó-dorminhoco 8
Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10
Ardea cocoi Linnaeus, 1766 garça-moura 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11
Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783) garça-real 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9
Egretta caerulea (Linnaeus, 1758) garça-azul 3, 5
Threskiornithidae
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) coró-coró 4, 5, 7, 8, 9, 10
Phimosus infuscatus (Lichtenstein, 1823) tapicuru 9
Platalea ajaja Linnaeus, 1758 colhereiro 3
Cathartiformes
Cathartidae
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Cathartes burrovianus Cassin, 1845 urubu-de-cabeça-amarela 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Cathartes melambrotus Wetmore, 1964 urubu-da-mata 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei 5, 6, 7, 8, 9
Accipitriformes
Pandionidae
Pandion haliaetus (Linnaeus, 1758) águia-pescadora 4, 6, 10
Accipitridae
Leptodon cayanensis (Latham, 1790) gavião-gato 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Chondrohierax uncinatus (Temminck, 1822) caracoleiro 1, 5, 7, 11
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) gavião-tesoura 1, 5, 7, 8, 9, 11, 12
Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825 gaviãozinho 3, 4, 6, 7, 9, 10, 11, 12
Elanus leucurus (Vieillot, 1818) gavião-peneira 3, 6
Harpagus bidentatus (Latham, 1790) gavião-ripina 7, 8, 9
Harpagus diodon (Temminck, 1823) gavião-bombachinha 1, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10
Accipiter poliogaster (Temminck, 1824) tauató-pintado 11

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Accipiter superciliosus (Linnaeus, 1766) tauató-passarinho 8, 9
Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) gavião-bombachinha-grande 3, 6, 7, 9
Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) sovi 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Busarellus nigricollis (Latham, 1790) gavião-belo 4, 5, 6, 7, 10
Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817) gavião-caramujeiro 1, 2, 3, 4, 6, 7, 10
Helicolestes hamatus (Temminck, 1821) gavião-do-igapó 3, 7, 8
Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) gavião-pernilongo 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo 1, 2, 3, 4, 6, 7, 10
Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) gavião-preto 5, 6, 7, 9
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) gavião-de-rabo-branco 6, 7, 9
Pseudastur albicollis (Latham, 1790) gavião-branco 8, 9, 10, 11
Leucopternis kuhli Bonaparte, 1850 gavião-vaqueiro 5, 7, 8, 9
Buteo nitidus (Latham, 1790) gavião-pedrês 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Buteo platypterus (Vieillot, 1823) gavião-de-asa-larga 7
Buteo brachyurus Vieillot, 1816 gavião-de-cauda-curta 1, 2, 3, 6, 7, 9, 10, 11
Buteo albonotatus Kaup, 1847 gavião-urubu 1, 2, 3, 6, 9, 10, 11
Harpia harpyja (Linnaeus, 1758) gavião-real 5, 7
Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) gavião-pega-macaco 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12
Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816) gavião-pato 7, 9, 11
Spizaetus ornatus (Daudin, 1800) gavião-de-penacho 5, 8, 9
Eurypygiformes
Eurypygidae
Eurypyga helias (Pallas, 1781) pavãozinho-do-pará 4, 5, 7, 8, 9
Gruiformes
Aramidae
Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) carão 1, 2, 3, 4, 9
Psophiidae
Psophia interjecta Griscom & Greenway, 1937 jacamim-do-xingu 9
Psophia obscura Pelzeln, 1857 jacamim-de-costas-escuras 5, 7
Rallidae
Aramides cajaneus (Statius Muller, 1776) saracura-três-potes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
Laterallus viridis (Statius Muller, 1776) sanã-castanha 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) sanã-parda 2, 3, 4, 5, 6, 9, 10, 11, 12
Laterallus exilis (Temminck, 1831) sanã-do-capim 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10
Laterallus jamaicensis (Gmelin, 1789) sanã-preta 3
Porzana flaviventer (Boddaert, 1783) sanã-amarela 3
Mustelirallus albicollis (Vieillot, 1819) sanã-carijó 3, 4, 6, 7, 9, 10, 11
Neocrex erythrops (Sclater, 1867) turu-turu 2, 3
Pardirallus maculatus (Boddaert, 1783) saracura-carijó 3
Gallinula galeata (Lichtenstein, 1818) galinha-d’água 2, 3, 4
Porphyrio martinicus (Linnaeus, 1766) frango-d’água-azul 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11
Porphyrio flavirostris (Gmelin, 1789) frango-d’água-pequeno 3, 10
Heliornithidae

140
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Heliornis fulica (Boddaert, 1783) picaparra 4, 10
Charadriiformes
Charadriidae
Vanellus cayanus (Latham, 1790) mexeriqueira 3, 4, 5, 8
Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
12
Charadrius collaris Vieillot, 1818 batuíra-de-coleira 3
Recurvirostridae
Himantopus mexicanus (Statius Muller, 1776) pernilongo-de-costas-negras 3
Scolopacidae
Gallinago paraguaiae (Vieillot, 1816) narceja 1, 3
Actitis macularius (Linnaeus, 1766) maçarico-pintado 10
Tringa solitaria Wilson, 1813 maçarico-solitário 2, 3, 4, 6, 9, 10
Tringa flavipes (Gmelin, 1789) maçarico-de-perna-amarela 3, 9
Calidris fuscicollis (Vieillot, 1819) maçarico-de-sobre-branco 4
Jacanidae
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Sternidae
Phaetusa simplex (Gmelin, 1789) trinta-réis-grande 3, 4, 7, 8
Rynchopidae
Rynchops niger Linnaeus, 1758 talha-mar 3, 8
Columbiformes
Columbidae
Columbina passerina (Linnaeus, 1758) rolinha-cinzenta 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Columbina minuta (Linnaeus, 1766) rolinha-de-asa-canela 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10
Columbina talpacoti (Temminck, 1810) rolinha 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) pararu-azul 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11
Columba livia Gmelin, 1789 pombo-doméstico 2, 3, 8
Patagioenas speciosa (Gmelin, 1789) pomba-trocal 1, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) asa-branca 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) pomba-galega 1, 4, 5, 7, 8, 10, 11
Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa 7, 8, 9, 10, 11
Patagioenas subvinacea (Lawrence, 1868) pomba-botafogo 5, 7, 8, 9, 10, 11
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) avoante 8, 12
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) juriti-de-testa-branca 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Geotrygon violacea (Temminck, 1809) juriti-vermelha 7, 10
Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) pariri 4, 5, 7, 8, 9, 11
Opisthocomiformes
Opisthocomidae
Opisthocomus hoazin (Statius Muller, 1776) cigana 7, 8, 9, 10
Cuculiformes

141
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Cuculidae
Coccycua minuta (Vieillot, 1817) chincoã-pequeno 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 papa-lagarta 1, 2, 3, 4, 9, 10, 11
Coccyzus americanus (Linnaeus, 1758) papa-lagarta-de-asa- 5
vermelha
Crotophaga major Gmelin, 1788 anu-coroca 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
12
Dromococcyx phasianellus (Spix, 1824) peixe-frito 2, 3, 4, 6, 9
Dromococcyx pavoninus Pelzeln, 1870 peixe-frito-pavonino 5, 6, 7, 8, 10, 11, 12
Neomorphus geoffroyi (Temminck, 1820) jacu-estalo 9
Strigiformes
Tytonidae
Tyto furcata (Temminck, 1827) suindara 1, 2, 3, 5, 7, 9, 11
Strigidae
Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Megascops usta (Sclater, 1858) corujinha-relógio 5, 7, 8, 9, 11
Lophostrix cristata (Daudin, 1800) coruja-de-crista 5, 6, 7, 8, 9
Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790) murucututu 3, 5, 7, 8, 9
Strix huhula Daudin, 1800 coruja-preta 5, 7, 8, 9, 11
Glaucidium hardyi Vielliard, 1990 caburé-da-amazônia 5, 7, 9, 11
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) caburé 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10
Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira 3, 6, 9, 10
Nyctibiiformes
Nyctibiidae
Nyctibius grandis (Gmelin, 1789) urutau-grande 5, 7, 8, 9
Nyctibius aethereus (Wied, 1820) urutau-pardo 7
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) urutau 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
12
Caprimulgiformes
Caprimulgidae
Nyctiphrynus ocellatus (Tschudi, 1844) bacurau-ocelado 7, 9
Antrostomus rufus (Boddaert, 1783) joão-corta-pau 7, 10
Antrostomus sericocaudatus Cassin, 1849 bacurau-rabo-de-seda 7, 9, 11
Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) tuju 1, 3, 5, 7, 8, 9
Nyctiprogne leucopyga (Spix, 1825) bacurau-de-cauda-barrada 2, 3, 4, 5
Nyctidromus nigrescens (Cabanis, 1849) bacurau-de-lajeado 6, 7, 11
Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) bacurau 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Hydropsalis parvula (Gould, 1837) bacurau-chintã 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9
Hydropsalis maculicaudus (Lawrence, 1862) bacurau-de-rabo-maculado 2, 3, 6, 7, 8, 9

142
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Nannochordeiles pusillus (Gould, 1861) bacurauzinho 9
Podager nacunda (Vieillot, 1817) corucão 1
Chordeiles acutipennis (Hermann, 1783) bacurau-de-asa-fina 8, 9
Apodiformes
Apodidae
Chaetura spinicaudus (Temminck, 1839) andorinhão-de-sobre-branco 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 andorinhão-de-sobre- 5, 9
cinzento
Chaetura viridipennis Cherrie, 1916 andorinhão-da-amazônia 9
Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 andorinhão-do-temporal 1, 3, 8
Chaetura brachyura (Jardine, 1846) andorinhão-de-rabo-curto 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Tachornis squamata (Cassin, 1853) andorinhão-do-buriti 4, 6, 7, 8, 9, 11
Panyptila cayennensis (Gmelin, 1789) andorinhão-estofador 1, 7, 8, 9
Trochilidae
Glaucis hirsutus (Gmelin, 1788) balança-rabo-de-bico-torto 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Threnetes leucurus (Linnaeus, 1766) balança-rabo-de-garganta- 5
preta
Phaethornis maranhaoensis Grantsau, 1968 rabo-branco-do-maranhão 1, 2, 3, 4, 5, 6
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre, 1839) rabo-branco-acanelado 2
Phaethornis superciliosus (Linnaeus, 1766) rabo-branco-de-bigodes 5, 7, 8, 9, 11
Campylopterus largipennis (Boddaert, 1783) asa-de-sabre-cinza 4, 5, 7, 9
Florisuga mellivora (Linnaeus, 1758) beija-flor-azul-de-rabo- 5, 7, 9
branco
Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) beija-flor-de-veste-preta 1, 2, 3, 6, 7, 8, 9, 11, 12
Avocettula recurvirostris (Swainson, 1822) beija-flor-de-bico-virado 5, 9
Chrysolampis mosquitus (Linnaeus, 1758) beija-flor-vermelho 1, 2, 3, 4, 6, 7, 9
Lophornis gouldii (Lesson, 1832) topetinho-do-brasil-central 5
Chlorestes notata (Reich, 1793) beija-flor-de-garganta-azul 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) besourinho-de-bico- 10
vermelho
Thalurania furcata (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura-verde 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Hylocharis sapphirina (Gmelin, 1788) beija-flor-safira 9
Hylocharis cyanus (Vieillot, 1818) beija-flor-roxo 5, 9
Polytmus guainumbi (Pallas, 1764) beija-flor-de-bico-curvo 1,3
Polytmus theresiae (Da Silva Maia, 1843) beija-flor-verde 5
Amazilia leucogaster (Gmelin, 1788) beija-flor-de-barriga-branca 1
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-banda-branca 2, 5, 11
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-garganta-verde 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Heliothryx auritus (Gmelin, 1788) beija-flor-de-bochecha-azul 5, 7, 8, 9
Heliomaster longirostris (Audebert & Vieillot, 1801) bico-reto-cinzento 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) estrelinha-ametista 1
Trogoniformes

143
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Trogonidae
Trogon melanurus Swainson, 1838 surucuá-de-cauda-preta 5, 7, 8, 9, 11
Trogon viridis Linnaeus, 1766 surucuá-de-barriga-amarela 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Trogon ramonianus Deville & DesMurs, 1849 surucuá-pequeno 5, 7, 8, 9
Trogon curucui Linnaeus, 1766 surucuá-de-barriga-vermelha 6, 7, 8, 10
Trogon rufus Gmelin, 1788 surucuá-dourado 5, 7, 8, 9
Coraciiformes
Alcedinidae
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Chloroceryle amazona (Latham, 1790) martim-pescador-verde 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Chloroceryle aenea (Pallas, 1764) martim-pescador-miúdo 1, 3, 4, 5, 7, 8, 10
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10
Chloroceryle inda (Linnaeus, 1766) martim-pescador-da-mata 3, 4, 5, 6, 7, 10
Momotidae
Momotus momota (Linnaeus, 1766) udu 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12
Galbuliformes
Galbulidae
Brachygalba lugubris (Swainson, 1838) ariramba-preta 5, 7, 11, 12
Galbula cyanicollis Cassin, 1851 ariramba-da-mata 5, 7, 8, 9
Galbula ruficauda Cuvier, 1816 ariramba 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11
Galbula dea (Linnaeus, 1758) ariramba-do-paraíso 7, 8, 9
Jacamerops aureus (Statius Muller, 1776) jacamaraçu 5, 7
Bucconidae
Notharchus hyperrhynchus (Sclater, 1856) macuru-de-testa-branca 5, 7, 9
Notharchus tectus (Boddaert, 1783) macuru-pintado 5, 6, 7, 8, 9, 11
Bucco tamatia Gmelin, 1788 rapazinho-carijó 5, 7
Bucco capensis Linnaeus, 1766 rapazinho-de-colar 7, 8, 9
Nystalus torridus Bond & Meyer de Schauensee, 1940 rapazinho-estriado-do-leste 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) rapazinho-dos-velhos 7, 10, 11
Malacoptila striata (Spix, 1824) barbudo-rajado 3
Malacoptila rufa (Spix, 1824) barbudo-de-pescoço- 5, 7, 9
ferrugem
Nonnula ruficapilla (Tschudi, 1844) freirinha-de-coroa-castanha 9
Monasa nigrifrons (Spix, 1824) chora-chuva-preto 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Monasa morphoeus (Hahn & Küster, 1823) chora-chuva-de-cara-branca 5, 6, 7, 8, 9, 11
Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782) urubuzinho 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Piciformes
Ramphastidae
Ramphastos toco Statius Muller, 1776 tucanuçu 7, 9
Ramphastos tucanus Linnaeus, 1758 tucano-de-papo-branco 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12
Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823 tucano-de-bico-preto 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12
Selenidera gouldii (Natterer, 1837) saripoca-de-gould 5, 7, 8, 9
Pteroglossus inscriptus Swainson, 1822 araçari-de-bico-riscado 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Pteroglossus bitorquatus Vigors, 1826 araçari-de-pescoço-vermelho 3, 5, 6, 7, 8, 9, 11

144
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Pteroglossus aracari (Linnaeus, 1758) araçari-de-bico-branco 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Picidae
Picumnus aurifrons Pelzeln, 1870 picapauzinho-dourado 8, 9
Picumnus buffonii Lafresnaye, 1845 picapauzinho-de-costas- 5, 7, 11
pintadas
Picumnus pygmaeus (Lichtenstein, 1823) picapauzinho-pintado 1, 2, 3, 4, 5, 6, , 10, 11
Picumnus cirratus Temminck, 1825 picapauzinho-barrado 7
Picumnus albosquamatus d’Orbigny, 1840 picapauzinho-escamoso 7, 8, 9
Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco 1, 2, 3, 4, 6, 9, 10, 12
Melanerpes cruentatus (Boddaert, 1783) benedito-de-testa-vermelha 5, 7, 8, 9, 11, 12
Veniliornis affinis (Swainson, 1821) picapauzinho-avermelhado 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) pica-pau-pequeno 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9
Piculus leucolaemus (Natterer & Malherbe, 1845) pica-pau-de-garganta-branca 9
Piculus flavigula (Boddaert, 1783) pica-pau-bufador 5, 7, 8, 9, 11
Piculus paraensis (Snethlage, 1907) pica-pau-dourado-de-belém 7, 10
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10
Celeus torquatus (Boddaert, 1783) pica-pau-de-coleira 5, 7, 8, 9
Celeus ochraceus (Spix, 1824) pica-pau-ocráceo 1, 2, 3, 4, 6, 8, 10, 12
Celeus elegans (Statius Muller, 1776) pica-pau-chocolate 8, 9
Celeus undatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-barrado 5, 7, 8
Celeus flavus (Statius Muller, 1776) pica-pau-amarelo 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9
Celeus obrieni Short, 1973 pica-pau-do-parnaíba 5, 11
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Campephilus rubricollis (Boddaert, 1783) pica-pau-de-barriga- 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
vermelha
Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788) pica-pau-de-topete-vermelho 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
Falconiformes
Falconidae
Daptrius ater Vieillot, 1816 gavião-de-anta 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Ibycter americanus (Boddaert, 1783) cancão 5, 7, 8, 9, 11, 12
Caracara plancus (Miller, 1777) carcará 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) falcão-caburé 1, 2, 5, 7, 8, 9
Micrastur mintoni Whittaker, 2003 falcão-críptico 5, 7, 8, 9
Micrastur mirandollei (Schlegel, 1862) tanatau 7, 9
Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) falcão-relógio 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri 1, 7, 8, 9, 10, 11
Falco rufigularis Daudin, 1800 cauré 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Falco femoralis Temminck, 1822 falcão-de-coleira 1, 2, 3, 6, 9
Falco peregrinus Tunstall, 1771 falcão-peregrino 3
Psittaciformes
Psittacidae

145
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Anodorhynchus hyacinthinus (Latham, 1790) arara-azul 9
Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé 8, 9
Ara macao (Linnaeus, 1758) araracanga 5, 7, 9, 11
Ara chloropterus Gray, 1859 arara-vermelha 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Ara severus (Linnaeus, 1758) maracanã-guaçu 5, 6, 7, 8, 9, 10
Orthopsittaca manilatus (Boddaert, 1783) maracanã-do-buriti 2, 4, 6, 7, 8
Primolius maracana (Vieillot, 1816) maracanã 1, 2, 3, 7
Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) maracanã-pequena 1, 2, 3, 6
Guaruba guarouba (Gmelin, 1788) ararajuba 5, 7
Psittacara leucophthalmus (Statius Muller, 1776) periquitão 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Aratinga jandaya (Gmelin, 1788) jandaia 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11,
12
Eupsittula aurea (Gmelin, 1788) periquito-rei 4, 10
Pyrrhura anerythra Neumann, 1927 tiriba-do-xingu 8, 9
Pyrrhura coerulescens Neumann, 1927 tiriba-pérola 5, 7, 12
Pyrrhura amazonum Hellmayr, 1906 tiriba-de-hellmayr 8, 9, 11
Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 11
Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) periquito-de-encontro- 1, 2, 3, 5, 8, 9, 12
amarelo
Brotogeris chrysoptera (Linnaeus, 1766) periquito-de-asa-dourada 1, 5, 6, 7, 8, 9, 11
Touit huetii (Temminck, 1830) apuim-de-asa-vermelha 7
Pionites leucogaster (Kuhl, 1820) marianinha-de-cabeça- 5, 7, 8, 9, 11
amarela
Pyrilia vulturina (Kuhl, 1820) curica-urubu 5, 7
Pionus menstruus (Linnaeus, 1766) maitaca-de-cabeça-azul 2, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Pionus fuscus (Statius Muller, 1776) maitaca-roxa 5, 8, 9, 11
Amazona farinosa (Boddaert, 1783) papagaio-moleiro 5, 6, 7, 8, 9, 11
Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) curica 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Amazona ochrocephala (Gmelin, 1788) papagaio-campeiro 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Deroptyus accipitrinus (Linnaeus, 1758) anacã 5, 7, 8, 9
Passeriformes
Thamnophilidae
Myrmornis torquata (Boddaert, 1783) pinto-do-mato-carijó 7
Pygiptila stellaris (Spix, 1825) choca-cantadora 7, 8, 9
Epinecrophylla ornata (Sclater, 1853) choquinha-ornada 8, 9
Myrmotherula brachyura (Hermann, 1783) choquinha-miúda 8, 9
Myrmotherula multostriata Sclater, 1858 choquinha-estriada-da- 5, 6, 7, 8, 9
amazônia
Myrmotherula axillaris (Vieillot, 1817) choquinha-de-flanco-branco 5, 6, 7, 8, 9, 11
Myrmotherula longipennis Pelzeln, 1868 choquinha-de-asa-comprida 5, 7, 9
Myrmotherula menetriesii (d’Orbigny, 1837) choquinha-de-garganta-cinza 5, 7, 8, 9
Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga-pardo 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Isleria hauxwelli (Sclater, 1857) choquinha-de-garganta-clara 5, 7, 8, 9,11
Thamnomanes caesius (Temminck, 1820) ipecuá 5, 7, 8, 9, 10
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) choquinha-lisa 5, 7, 12
Herpsilochmus atricapillus Pelzeln, 1868 chorozinho-de-chapéu-preto 1, 4

146
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Herpsilochmus pectoralis Sclater, 1857 chorozinho-de-papo-preto 1, 3
Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, 1822) chorozinho-de-asa-vermelha 5, 7, 9
Sakesphorus luctuosus (Lichtenstein, 1823) choca-d’água 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) choca-barrada 2, 3, 4, 6, 9, 10
Thamnophilus palliatus (Lichtenstein, 1823) choca-listrada 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11,
12
Thamnophilus schistaceus d’Orbigny, 1835 choca-de-olho-vermelho 8, 9
Thamnophilus stictocephalus Pelzeln, 1868 choca-de-natterer 8, 9
Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 choca-do-planalto 2, 3, 4, 10
Thamnophilus aethiops Sclater, 1858 choca-lisa 5, 7, 9, 11
Thamnophilus amazonicus Sclater, 1858 choca-canela 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Cymbilaimus lineatus (Leach, 1814) papa-formiga-barrado 8, 9
Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Hypocnemoides maculicauda (Pelzeln, 1868) solta-asa 5, 6, 7, 8, 9, 10
Sclateria naevia (Gmelin, 1788) papa-formiga-do-igarapé 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Myrmoborus myotherinus (Spix, 1825) formigueiro-de-cara-preta 8, 9
Myrmoborus leucophrys (Tschudi, 1844) papa-formiga-de-sobrancelha 9
Pyriglena leuconota (Spix, 1824) papa-taoca 1, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11,
12
Cercomacra cinerascens (Sclater, 1857) chororó-pocuá 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12
Cercomacroides nigrescens (Cabanis & Heine, 1859) chororó-negro 8, 9
Cercomacroides laeta (Todd, 1920) chororó-didi 5, 6, 7, 10, 11, 12
Hypocnemis striata (Spix, 1825) cantador-estriado 8
Willisornis vidua (Hellmayr, 1905) rendadinho-do-xingu 5, 7, 8, 9, 11
Phlegopsis nigromaculata (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) mãe-de-taoca 5, 7, 8, 9
Conopophagidae
Conopophaga aurita (Gmelin, 1789) chupa-dente-de-cinta 9
Conopophaga roberti Hellmayr, 1905 chupa-dente-de-capuz 1, 3, 5, 6, 7, 10, 11
Conopophaga melanogaster Ménétriès, 1835 chupa-dente-grande 9
Grallariidae
Grallaria varia (Boddaert, 1783) tovacuçu 7, 8, 9
Hylopezus paraensis Snethlage, 1910 torom-do-pará 5, 7, 9
Hylopezus berlepschi (Hellmayr, 1903) torom-torom 8, 9
Formicariidae
Formicarius colma Boddaert, 1783 galinha-do-mato 1, 5, 6, 7, 8, 9, 11
Formicarius analis (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) pinto-do-mato-de-cara-preta 1, 5, 7, 9, 11
Scleruridae
Sclerurus macconnelli Chubb, 1919 vira-folha-de-peito-vermelho 8,9
Sclerurus rufigularis Pelzeln, 1868 vira-folha-de-bico-curto 9
Dendrocolaptidae
Dendrocincla fuliginosa (Vieillot, 1818) arapaçu-pardo 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Dendrocincla merula (Lichtenstein, 1829) arapaçu-da-taoca 5, 7, 8, 9
Deconychura longicauda (Pelzeln, 1868) arapaçu-rabudo 5, 7
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde 5, 7, 9
Certhiasomus stictolaemus (Pelzeln, 1868) arapaçu-de-garganta-pintada 5, 7, 8

147
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Glyphorynchus spirurus (Vieillot, 1819) arapaçu-bico-de-cunha 5, 6, 7, 8, 9, 11
Xiphorhynchus spixii (Lesson, 1830) arapaçu-de-spix 5, 7, 8, 9
Xiphorhynchus obsoletus (Lichtenstein, 1820) arapaçu-riscado 5, 7, 9, 11
Xiphorhynchus guttatoides (Lafresnaye, 1850) arapaçu-de-lafresnaye 5, 6, 7, 8, 9 , 10, 11
Campylorhamphus multostriatus (Snethlage, 1907) arapaçu-de-bico-curvo-do- 9
xingu
Dendroplex picus (Gmelin, 1788) arapaçu-de-bico-branco 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9
Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818) arapaçu-de-cerrado 1
Lepidocolaptes layardi (Sclater, 1873) arapaçu-de-listras-brancas- 5, 6, 7, 8, 9, 11
do-leste
Nasica longirostris (Vieillot, 1818) arapaçu-de-bico-comprido 3, 5, 6
Dendrexetastes rufigula (Lesson, 1844) arapaçu-galinha 5, 7, 9
Dendrocolaptes retentus Batista, Aleixo, Vallinoto, Azevedo, arapaçu-barrado-do-xingu 8, 9
Rêgo, Silveira, Sampaio & Schneider, 2013
Dendrocolaptes medius Todd, 1920 arapaçu-barrado-do-leste 5, 7
Dendrocolaptes picumnus Lichtenstein, 1820 arapaçu-meio-barrado 9
Xiphocolaptes carajaensis Silva, Novaes & Oren, 2002 arapaçu-do-carajás 9
Xenopidae
Xenops minutus (Sparrman, 1788) bico-virado-miúdo 5, 6, 7, 8, 9
Xenops rutilans Temminck, 1821 bico-virado-carijó 5, 7, 8, 9
Furnariidae
Berlepschia rikeri (Ridgway, 1886) limpa-folha-do-buriti 3, 4, 5, 6, 7, 9
Furnarius figulus (Lichtenstein, 1823) casaca-de-couro-da-lama 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10
Furnarius leucopus Swainson, 1838 casaca-de-couro-amarelo 1, 3, 6
Automolus rufipileatus (Pelzeln, 1859) barranqueiro-de-coroa- 5, 7, 9
castanha
Automolus paraensis Hartert, 1902 barranqueiro-do-pará 5, 7, 9
Anabacerthia ruficaudata (d’Orbigny & Lafresnaye, 1838) limpa-folha-de-cauda-ruiva 7, 9
Philydor erythrocercum (Pelzeln, 1859) limpa-folha-de-sobre-ruivo 5, 7
Philydor erythropterum (Sclater, 1856) limpa-folha-de-asa-castanha 5, 9
Philydor pyrrhodes (Cabanis, 1848) limpa-folha-vermelho 5, 7, 9
Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) curutié 2, 3, 9, 10
Synallaxis frontalis Pelzeln, 1859 petrim 6
Synallaxis albescens Temminck, 1823 uí-pi 1, 2, 3, 6, 7, 8, 9
Synallaxis rutilans Temminck, 1823 joão-teneném-castanho 5, 7, 9
Synallaxis gujanensis (Gmelin, 1789) joão-teneném-becuá 4, 5, 7, 8, 9, 10
Cranioleuca vulpina (Pelzeln, 1856) arredio-do-rio 2, 3, 4, 6, 8, 10
Cranioleuca gutturata (d’Orbigny & Lafresnaye, 1838) joão-pintado 9
Pipridae
Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) fruxu-do-cerradão 1, 9, 10
Tyranneutes stolzmanni (Hellmayr, 1906) uirapuruzinho 5, 7, 8, 9
Pipra fasciicauda Hellmayr, 1906 uirapuru-laranja 5, 6, 7, 8, 9
Ceratopipra rubrocapilla (Temminck, 1821) cabeça-encarnada 5, 7, 8, 9, 11
Lepidothrix iris (Schinz, 1851) cabeça-de-prata 7, 8
Manacus manacus (Linnaeus, 1766) rendeira 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Machaeropterus pyrocephalus (Sclater, 1852) uirapuru-cigarra 5, 9
Dixiphia pipra (Linnaeus, 1758) cabeça-branca 5, 7, 8

148
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) tangará-príncipe 5, 7, 8, 9, 10
Onychorhynchidae
Onychorhynchus coronatus (Statius Muller, 1776) maria-leque 5, 6, 7, 8, 9, 11
Terenotriccus erythrurus (Cabanis, 1847) papa-moscas-uirapuru 7, 9
Tityridae
Schiffornis turdina (Wied, 1831) flautim-marrom 5, 7, 8, 9, 11
Laniocera hypopyrra (Vieillot, 1817) chorona-cinza 5, 7
Iodopleura isabellae Parzudaki, 1847 anambé-de-coroa 7, 8, 9, 11
Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) anambé-branco-de- 5, 6, 7, 8, 9, 11
bochecha-parda
Tityra cayana (Linnaeus, 1766) anambé-branco-de-rabo- 5, 6, 7, 10
preto
Tityra semifasciata (Spix, 1825) anambé-branco-de-máscara- 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
negra
Pachyramphus viridis (Vieillot, 1816) caneleiro-verde 4, 5, 7, 9
Pachyramphus rufus (Boddaert, 1783) caneleiro-cinzento 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11
Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) caneleiro 5, 6, 7, 9, 10, 11
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9, 10, 11
Pachyramphus marginatus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-bordado 7, 9, 11
Pachyramphus minor (Lesson, 1830) caneleiro-pequeno 5, 9, 11
Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-de-chapéu-preto 2, 3, 5, 10, 11
Xenopsaris albinucha (Burmeister, 1869) tijerila 2, 6, 10, 11
Cotingidae
Phoenicircus carnifex (Linnaeus, 1758) saurá 7
Haematoderus militaris (Shaw, 1792) anambé-militar 7
Querula purpurata (Statius Muller, 1776) anambé-una 5, 6, 7, 9, 11
Lipaugus vociferans (Wied, 1820) cricrió 5, 7, 8, 9, 11
Procnias averano (Hermann, 1783) araponga-do-nordeste 3, 5, 7
Cotinga cayana (Linnaeus, 1766) anambé-azul 7, 9
Gymnoderus foetidus (Linnaeus, 1758) anambé-pombo 5, 7, 8, 9
Pipritidae
Piprites chloris (Temminck, 1822) papinho-amarelo 5, 7, 9
Platyrinchidae
Platyrinchus saturatus Salvin & Godman, 1882 patinho-escuro 7, 9
Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 patinho 3, 10
Platyrinchus platyrhynchos (Gmelin, 1788) patinho-de-coroa-branca 5, 7, 9
Rhynchocyclidae
Taeniotriccus andrei (Berlepsch & Hartert, 1902) maria-bonita 3, 4, 5, 7, 9
Mionectes oleagineus (Lichtenstein, 1823) abre-asa 1, 3, 5, 7, 8, 9, 11
Mionectes macconnelli (Chubb, 1919) abre-asa-da-mata 7, 9
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 cabeçudo 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Corythopis torquatus Tschudi, 1844 estalador-do-norte 7, 9
Rhynchocyclus olivaceus (Temminck, 1820) bico-chato-grande 5, 7, 8, 9
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta 1, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11
Tolmomyias assimilis (Pelzeln, 1868) bico-chato-da-copa 5, 7, 9
Tolmomyias poliocephalus (Taczanowski, 1884) bico-chato-de-cabeça-cinza 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11

149
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) bico-chato-amarelo 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Todirostrum maculatum (Desmarest, 1806) ferreirinho-estriado 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 11
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11
Todirostrum chrysocrotaphum Strickland, 1850 ferreirinho-de-sobrancelha 5, 7, 9
Poecilotriccus capitalis (Sclater, 1857) maria-picaça 9
Poecilotriccus fumifrons (Hartlaub, 1853) ferreirinho-de-testa-parda 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11
Poecilotriccus sylvia (Desmarest, 1806) ferreirinho-da-capoeira 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Myiornis ecaudatus (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) caçula 5, 6, 7, 8, 9
Hemitriccus minor (Snethlage, 1907) maria-sebinha 8, 9
Hemitriccus striaticollis (Lafresnaye, 1853) sebinho-rajado-amarelo 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11,
12
Hemitriccus margaritaceiventer (d’Orbigny & Lafresnaye, sebinho-de-olho-de-ouro 9, 10
1837)
Lophotriccus galeatus (Boddaert, 1783) caga-sebinho-de-penacho 1, 3, 4, 5, 6, 7, 11
Tyrannidae
Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) gibão-de-couro 6, 9
Zimmerius acer (Salvin & Godman, 1883) poiaeiro-da-guiana 1, 3, 4, 5, 6, 7, 11, 12
Euscarthmus meloryphus Wied, 1831 barulhento 1, 2, 3, 4, 6, 10
Ornithion inerme Hartlaub, 1853 poiaeiro-de-sobrancelha 5, 6, 7, 8, 9, 11
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de-barriga- 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
amarela 11
Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868 guaracava-grande 1, 3
Elaenia cristata Pelzeln, 1868 guaracava-de-topete- 2, 8
uniforme
Myiopagis gaimardii (d’Orbigny, 1839) maria-pechim 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Myiopagis caniceps (Swainson, 1835) guaracava-cinzenta 5, 7, 8, 9, 10, 11
Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) guaracava-de-crista- 1, 3, 4, 5
alaranjada
Tyrannulus elatus (Latham, 1790) maria-te-viu 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11
Capsiempis flaveola (Lichtenstein, 1823) marianinha-amarela 6
Phaeomyias murina (Spix, 1825) bagageiro 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
Pseudocolopteryx sclateri (Oustalet, 1892) tricolino 3
Attila cinnamomeus (Gmelin, 1789) tinguaçu-ferrugem 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Attila spadiceus (Gmelin, 1789) capitão-de-saíra-amarelo 5, 7, 8, 9, 11
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata 1, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11
Ramphotrigon megacephalum (Swainson, 1835) maria-cabeçuda 5
Ramphotrigon fuscicauda Chapman, 1925 maria-de-cauda-escura 7, 9
Myiarchus tuberculifer (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) maria-cavaleira-pequena 5, 6, 7, 8, 9, 11
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 irré 6, 10
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 , 10,
11, 12
Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) maria-cavaleira-de-rabo- 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 10
enferrujado
Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) gritador 7

150
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Rhytipterna simplex (Lichtenstein, 1823) vissiá 5, 7, 8, 9, 11
Casiornis fuscus Sclater & Salvin, 1873 caneleiro-enxofre 1, 2, 3, 4, 6, 9, 10, 11
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823) bentevizinho-do-brejo 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro 2, 3, 4, 7, 10
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) bem-te-vi-rajado 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Tyrannopsis sulphurea (Spix, 1825) suiriri-de-garganta-rajada 2, 3, 5, 7, 9
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766) bentevizinho-de-asa- 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
ferrugínea 11, 12
Myiozetetes similis (Spix, 1825) bentevizinho-de-penacho- 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
vermelho 12
Myiozetetes luteiventris (Sclater, 1858) bem-te-vi-barulhento 7, 9
Tyrannus albogularis Burmeister, 1856 suiriri-de-garganta-branca 2, 3, 7
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Tyrannus savana Daudin, 1802 tesourinha 1, 8, 9, 10
Griseotyrannus aurantioatrocristatus (d’Orbigny & peitica-de-chapéu-preto 1, 3, 5, 7, 8, 9
Lafresnaye, 1837)
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Colonia colonus (Vieillot, 1818) viuvinha 7, 8, 9, 11
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) filipe 1, 2, 3, 4, 6, 7, 10, 11
Fluvicola albiventer (Spix, 1825) lavadeira-de-cara-branca 2, 3
Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) lavadeira-mascarada 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12
Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764) freirinha 2, 3, 7, 9, 10
Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) guaracavuçu 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado 1, 2, 3, 4, 5, 6, 9, 10, 11,
12
Contopus nigrescens (Sclater & Salvin, 1880) piui-preto 9
Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) suiriri-pequeno 2
Vireonidae
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Vireolanius leucotis (Swainson, 1838) assobiador-do-castanhal 8, 9
Hylophilus pectoralis Sclater, 1866 vite-vite-de-cabeça-cinza 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
12
Hylophilus semicinereus Sclater & Salvin, 1867 verdinho-da-várzea 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Tunchiornis ochraceiceps (Sclater, 1860) vite-vite-uirapuru 5, 7
Pachysylvia hypoxantha Pelzeln, 1868 vite-vite-de-barriga-amarela 8, 9
Vireo chivi (Vieillot, 1817) juruviara 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9, 10, 11
Corvidae
Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) gralha-cancã 4
Hirundinidae
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-casa 1, 2, 3, 5, 10, 11
Pygochelidon melanoleuca (Wied, 1820) andorinha-de-coleira 9

151
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Atticora fasciata (Gmelin, 1789) peitoril 5, 8
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-grande 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Hirundo rustica Linnaeus, 1758 andorinha-de-bando 3, 10
Troglodytidae
Microcerculus marginatus (Sclater, 1855) uirapuru-veado 5, 9
Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Campylorhynchus turdinus (Wied, 1831) catatau 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Pheugopedius genibarbis (Swainson, 1838) garrinchão-pai-avô 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11,
12
Pheugopedius coraya (Gmelin, 1789) garrinchão-coraia 8, 9
Cantorchilus leucotis (Lafresnaye, 1845) garrinchão-de-barriga- 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
vermelha 12
Donacobiidae
Donacobius atricapilla (Linnaeus, 1766) japacanim 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Polioptilidae
Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 chirito 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Polioptila plumbea (Gmelin, 1788) balança-rabo-de-chapéu- 1, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
preto
Turdidae
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-branco 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Turdus fumigatus Lichtenstein, 1823 sabiá-da-mata 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 12
Turdus nudigenis Lafresnaye, 1848 caraxué 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9,10
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca 1, 3, 4, 9, 11
Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira 5, 7, 8, 9, 11
Mimidae
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo 11
Motacillidae
Anthus lutescens Pucheran, 1855 caminheiro-zumbidor 1, 3, 6, 9, 11
Passerellidae
Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) tico-tico-do-campo 1, 2, 3, 6, 7, 9, 10
Ammodramus aurifrons (Spix, 1825) cigarrinha-do-campo 5, 6, 7, 8, 9
Arremon taciturnus (Hermann, 1783) tico-tico-de-bico-preto 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Parulidae
Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) pia-cobra 1, 2, 5, 7, 9, 10
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula 1
Myiothlypis flaveola Baird, 1865 canário-do-mato 3, 7
Myiothlypis mesoleuca (Sclater, 1866) pula-pula-da-guiana 5, 8, 9
Icteridae
Psarocolius viridis (Statius Muller, 1776) japu-verde 5, 7, 8, 9, 11

152
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Psarocolius decumanus (Pallas, 1769) japu 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Psarocolius bifasciatus (Spix, 1824) japuguaçu 5, 7, 8, 9, 11
Procacicus solitarius (Vieillot, 1816) iraúna-de-bico-branco 1, 2, 3, 5, 11
Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) guaxe 5, 7, 8, 9
Cacicus cela (Linnaeus, 1758) xexéu 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) inhapim 5, 7, 8, 9, 12
Icterus jamacaii (Gmelin, 1788) corrupião 4, 5, 6, 7, 10, 11, 12
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) pássaro-preto 1, 3, 10
Chrysomus ruficapillus (Vieillot, 1819) garibaldi 3
Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) iraúna-grande 1, 2, 3, 5, 6, 7, 9
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) chupim 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Sturnella militaris (Linnaeus, 1758) polícia-inglesa-do-norte 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Sturnella superciliaris (Bonaparte, 1850) polícia-inglesa-do-sul 10
Mitrospingidae
Lamprospiza melanoleuca (Vieillot, 1817) pipira-de-bico-vermelho 5, 7, 8
Thraupidae
Parkerthraustes humeralis (Lawrence, 1867) furriel-de-encontro 9, 11
Cissopis leverianus (Gmelin, 1788) tietinga 6, 8, 9, 10, 11
Schistochlamys melanopis (Latham, 1790) sanhaço-de-coleira 6
Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758) cardeal-do-nordeste 3, 6, 10
Paroaria gularis (Linnaeus, 1766) cardeal-da-amazônia 8
Tangara gyrola (Linnaeus, 1758) saíra-de-cabeça-castanha 5, 7
Tangara mexicana (Linnaeus, 1766) saíra-de-bando 5, 7, 8, 9, 11
Tangara velia (Linnaeus, 1758) saíra-diamante 5
Tangara punctata (Linnaeus, 1766) saíra-negaça 8, 9
Tangara episcopus (Linnaeus, 1766) sanhaço-da-amazônia 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento 10
Tangara palmarum (Wied, 1821) sanhaço-do-coqueiro 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela 3, 9
Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saíra-de-chapéu-preto 2, 3, 4, 5, 7, 9, 10
Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) figuinha-de-rabo-castanho 1, 3, 4, 6, 7, 9, 10, 11
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra 8, 9, 10
Sicalis columbiana Cabanis, 1851 canário-do-amazonas 3
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo-preto 3, 5, 7, 8, 9, 10, 11
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Eucometis penicillata (Spix, 1825) pipira-da-taoca 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10
Coryphospingus cucullatus (Statius Muller, 1776) tico-tico-rei 5, 7, 8, 11
Lanio surinamus (Linnaeus, 1766) tem-tem-de-topete- 7
ferrugíneo
Lanio versicolor (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) pipira-de-asa-branca 8, 9
Lanio luctuosus (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) tem-tem-de-dragona-branca 1, 5, 7, 8, 9, 10, 11
Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) tiê-galo 5, 7, 8, 9

153
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

TÁXON NOME COMUM ÁREA AMOSTRAL


Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) pipira-vermelha 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 , 10,
11, 12
Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha 5
Cyanerpes caeruleus (Linnaeus, 1758) saí-de-perna-amarela 5
Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) saíra-beija-flor 1, 5, 9
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul 5, 7, 8, 9, 11
Dacnis lineata (Gmelin, 1789) saí-de-máscara-preta 7, 8
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Tiaris fuliginosus (Wied, 1830) cigarra-preta 4, 5, 6, 11
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) bigodinho 2, 3, 6, 7, 8, 9, 10
Sporophila schistacea (Lawrence, 1862) cigarrinha-do-norte 5
Sporophila americana (Gmelin, 1789) coleiro-do-norte 2, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Sporophila collaris (Boddaert, 1783) coleiro-do-brejo 3
Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) baiano 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho 4, 6, 10
Sporophila leucoptera (Vieillot, 1817) chorão 2, 3
Sporophila bouvreuil (Statius Muller, 1776) caboclinho 3
Sporophila minuta (Linnaeus, 1758) caboclinho-lindo 3, 4, 10
Sporophila castaneiventris Cabanis, 1849 caboclinho-de-peito-castanho 7, 8, 9
Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) curió 6, 7, 8, 9, 10
Emberizoides herbicola (Vieillot, 1817) canário-do-campo 2, 3, 4, 6, 7, 9, 10
Saltator maximus (Statius Muller, 1776) tempera-viola 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11, 12
Saltator coerulescens Vieillot, 1817 sabiá-gongá 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
Saltator grossus (Linnaeus, 1766) bico-encarnado 5, 7, 8, 9, 11
Thlypopsis sordida (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) saí-canário 3, 10
Cardinalidae
Granatellus pelzelni Sclater, 1865 polícia-do-mato 5, 7, 9, 11
Caryothraustes canadensis (Linnaeus, 1766) furriel 5, 7, 10, 11
Cyanoloxia rothschildii (Bartlett, 1890) azulão-da-amazônia 3, 5, 7, 9, 10, 11
Fringillidae
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 11
Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) gaturamo 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Euphonia chrysopasta Sclater & Salvin, 1869 gaturamo-verde 8, 9
Euphonia minuta Cabanis, 1849 gaturamo-de-barriga-branca 9
Euphonia rufiventris (Vieillot, 1819) gaturamo-do-norte 9
Passeridae
Passer domesticus (Linnaeus, 1758) pardal 3, 6, 10

154
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

1 2

3 4

5 6

7 8

Figura 6 - (1) Crypturellus cinereus (2) Anhima cornuta (3) Amazonetta brasiliensis (4) Aburria cujubi
(5) Crax fasciolata pinima (6) Crax fasciolata (7) Tachybaptus dominicus (8) Zebrilus undulatus.

155
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

9 10

11 12

13 14

15 16

Figura 7 - (9) Butorides striata (10) Pilherodius pileatus (11) Cathartes aura (12) Cathartes burrovianus
(13) Sarcoramphus papa (14) Elanoides forficatus (15) Harpagus diodon (16) Rostrhamus sociabilis.

156
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

17 18

19 20

21 22

23 24

Figura 8 - (17) Rupornis magnirostris (18) Harpia harpyja (19) Spizaetus ornatus (20) Aramus guarauna
(21) Psophia obscura (22) Porzana flaviventer (23) Pardirallus maculatus (24) Patagioenas picazuro.

157
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

25 26

27 28

29 30

31 32

Figura 9 - (25) Opisthocomus hoazin (26) Piaya cayana (27) Guira guira (28) Tapera naevia (29) Megascops
choliba (30) Glaucidium hardyi (31) Glaucidium brasilianum (32) Nyctiphrynus ocellatus.

158
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

33 34

35 36

37 38

39 40

Figura 10 - (33) Phaethornis maranhaoensis (34) Phaethornis superciliosus (35) Campylopterus largipennis
(36) Avocettula recurvirostris (37) Amazilia fimbriata (38) Trogon melanurus (39) Galbula dea
(40) Galbula ruficauda.

159
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

41 42

43 44

45 46

47 48

Figura 11 - (41) Notharchus tectus (42) Bucco capensis (43) Nystalus torridus (44) Nystalus maculatus
(45) Malacoptila striata (46) Malacoptila rufa (47) Monasa nigrifrons (48) Monasa morphoeus.

160
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

49 50

51 52

53 54

55 56

Figura 12 - (49) Ramphastos tucanus (50) Pteroglossus aracari (51) Picumnus buffonii (52) Piculus
leucolaemus (53) Celeus ochraceus (54) Celeus elegans (55) Celeus flavus (56) Celeus obrieni.

161
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

57 58

59 60

61 62

63 64

Figura 13 - (57) Campephilus rubricollis (58) Campephilus melanoleucos (59) Micrastur mintoni
(60) Anodorhynchus hyacinthinus (61) Ara severus (62) Guaruba guarouba (63) Pyrrhura amazonum
(64) Pionites leucogaster.

162
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

65 66

67 68

69 70

71 72

Figura 14 - (65) Pyrilia vulturina (66) Amazona amazonica (67) Deroptyus accipitrinus (68) Isleria hauxwelli
(69) Thamnomanes caesius (70) Thamnophilus doliatus (71) Sclateria naevia (72) Cercomacroides laeta.

163
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

73 74

75 76

77 78

79 80

Figura 15 - (73) Conopophaga melanogaster (74) Hylopezus paraensis (75) Hylopezus berlepschi
(76) Xiphorhynchus guttatoides (77) Campylorhamphus multostriatus (78) Dendrexetastes rufigula
(79) Dendrocolaptes picumnus (80) Xiphocolaptes carajaensis.

164
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

81 82

83 84

85 86

87 88

Figura 16 - (81) Berlepschia rikeri (82) Furnarius leucopus (83) Automolus paraensis (84) Certhiaxis
cinnamomeus (85) Synallaxis albescens (86) Synallaxis sp. novum (87) Ceratopipra rubrocapilla
(88) Lepidothrix iris.

165
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

89 90

91 92

93 94

95 96

Figura 17 - (89) Machaeropterus pyrocephalus (90) Pachyramphus rufus (91) Lipaugus vociferans (92)
Cotinga cotinga (93) Gymnoderus foetidus (94) Taeniotriccus andrei (95) Corythopis torquatus (96)
Poecilotriccus capitalis.

166
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

97 98

99 100

101 102

103 104

Figura 18 - (97) Myiornis ecaudatus (98) Myiornis sp. novum, (99) Hemitriccus margaritaceiventer
(100) Attila cinnamomeus (101) Ramphotrigon fuscicauda (102) Microcerculus marginatus
(103) Campylorhynchus turdinus (104) Donacobius atricapilla.

167
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

105 106

107 108

109 110

111 112

Figura 19 - (105) Mimus saturninus (106) Anthus lutescens (107) Arremon taciturnus (108) Geothlypis
aequinoctialis (109) Procacicus solitarius (110) Cacicus cela (111) Tangara gyrola (112) Tangara mexicana.

168
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

113 114

115 116

117 118

119 120

Figura 20 - (113) Tangara palmarum (114) Cyanerpes cyaneus (115) Sporophila schistacea (116) Sporophila
americana (117) Sporophila castaneiventris (118) Saltator coerulescens (119) Euphonia chrysopasta e (120)
Euphonia rufiventris.

169
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

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171
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

172
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

6
Pequenos Mamíferos
Não-Voadores
BERNARDO PAPI, RAPHAEL HIPÓLITO DOS SANTOS, THIAGO B. F. SEMEDO
AIRTON J. MOURA, ÉRICA D. C. CARMO, WESLEY LOPES
& ALEXANDRA MARIA RAMOS BEZERRA

1. Introdução Todavia, mesmo diante disso, algumas espécies


de pequenos mamíferos têm sido descritas
Os pequenos mamíferos terrestres recentemente para a região (e.g., Pavan et al.,
(não-voadores) do Brasil, são aqueles 2012, 2017).
pertencentes às ordens Didelphimorphia Os inventários e monitoramentos da fauna
(marsupiais) e Rodentia (roedores), com consistem na ferramenta mais eficiente de
massa corporal que varia cerca de 10 g a avaliação dos impactos nas populações animais
1,5 kg (Lopes & Mendes-Oliveira, 2015). naturais (Silveira et al., 2010). E, graças às suas
Apesar de origens evolutivas distintas, esses peculiaridades taxonômicas e/ou ecológicas,
animais são reunidos em um único grupo de os pequenos mamíferos são muito estudados
estudo por causa das suas características em licenciamentos ambientais, uma vez que
morfológicas e comportamentais (pequeno as espécies desse grupo são conhecidas como
porte e, a maioria, com hábitos noturnos dispersoras de sementes e polinizadoras (Rossi
e crepusculares), o que, de certa maneira, & Bianconi, 2011; Cáceres & Lessa, 2012),
facilita e uniformiza as amostragens dos seus predadoras e presas de outros pequenos
espécimes (Barnett & Dutton, 1995; Lopes vertebrados (Santori et al., 2012), indicadoras
& Mendes-Oliveira, 2015). No Brasil, até de boa qualidade ambiental ou de locais
dezembro de 2020, os pequenos mamíferos antropizados (Pardini et al., 2005; Pires et al.,
terrestres somavam 328 espécies, cerca de 2005; Umetsu & Pardini, 2007), potenciais
43% do total de espécies de mamíferos do reservatórios de importantes zoonoses (e.g.,
país (Abreu et al., 2020 - lista revisada mais Johnson et al., 1999; Rosa et al., 2005), além de
recente das espécies de mamíferos do Brasil). muitas espécies terem distribuição geográfica
Dentre esses, a ordem Rodentia é a mais rica restrita (Bonvicino et al., 2002).
e diversa, com 263 (35%) espécies descritas e Ainda neste contexto, tais levantamentos
válidas, enquanto a ordem Didelphimorphia também auxiliam no conhecimento da
é a quarta mais rica, com 65 espécies (8,5%). biodiversidade, fornecem dados para melhorar
Em uma compilação recente sobre os o delineamento da distribuição geográfica das
pequenos mamíferos amazônicos, Mendes- espécies (e.g., Semedo et al., 2015) e podem
Oliveira et al. (2015) mostram que ainda revelar novos táxons para a ciência (e.g., Pavan
há muitas lacunas de amostragem e de et al., 2017; Semedo et al., 2020). Além disso,
conhecimento básico sobre este grupo. eles subsidiam estudos evolutivos e ecológicos
O estado do Maranhão, que faz parte da no âmbito acadêmico, fomentando estratégias
Amazônia Legal (IBGE, 2002) e tem uma parte para sua conservação e uso sustentável (e.g.,
do seu território inserido no bioma Amazônia, Joly et al., 2011).
é uma destas áreas onde existem poucos Dentre os pequenos mamíferos, muitas
estudos sobre pequenos mamíferos (Mendes- das espécies são consideradas crípticas
Oliveira et al., 2015), numa paisagem que se (muitos semelhantes entre si), o que dificulta
encontra extremamente antropizada (Martins sua identificação somente por caracteres da
& Oliveira, 2011). Já a região do sudeste do morfologia externa, necessitando quase sempre
estado do Pará, próxima à Floresta Nacional de análises dos caracteres crânio-dentários,
de Carajás (Flona Carajás), é uma das áreas moleculares e/ou da citogenética (Ventura et
com maior amostragem (Gettinger et al., 2012). al., 2012; Salazar-Bravo et al., 2013). O uso das

173
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

técnicas mencionadas acima tem elucidado terrestres requererem a captura e manipulação


muitas questões taxonômicas, auxiliando nas dos animais, não foi permitido atividades desse
revisões e revalidando táxons já descritos, grupo em duas áreas localizadas em Terras
além de sugerir novas espécies, gêneros e até Indígenas, conforme acordado com o Instituto
famílias (Weskler et al., 2006; Pardinãs et al., Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
2016; Courcelle et al., 2019). Na Amazônia não Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação
é diferente, pois muitas espécies vêm sendo Nacional do Índio (Funai).
revalidadas, descritas como novas e/ou tendo Em cada uma dessas áreas foram utilizadas
sua área de distribuição ampliada com base em duas metodologias distintas. Na primeira, três
estudos de taxonomia integrativa (Pavan et al., grades com armadilhas de contenção viva do
2012, 2017; Semedo et al., 2015; Bezerra et al., tipo Sherman®, feitas com chapa de alumínio
2018, 2019; Semedo et al., 2020; Ferreira et al., dobráveis, associadas a gaiolas com gancho,
2020). tipo Tomahawk, que consiste em armadilhas
No licenciamento ambiental para duplicação de arame galvanizado, dobráveis e com isca
da Estrada de Ferro Carajás (EFC), entre São suspensa.
Luis (MA) e Parauapebas (PA), os pequenos As armadilhas de contenção viva (Figura
mamíferos terrestres foram utilizados como 1 e Figura 2) ficaram dispostas em quatro
indicadores de impacto ambiental e, neste parcelas lineares por grade, com cerca de 140
capítulo, são apresentados os resultados m cada. Cada parcela foi constituída de oito
de composição e diversidade, obtidas pontos amostrais, distanciados 20 m entre si
pelas amostragens executadas ao longo de e com uma armadilha em cada ponto, sempre
campanhas de campo semestrais nesta região. intercalando uma armadilha no solo e uma
no sub-bosque, totalizando 32 armadilhas por
2. Métodos grade de amostragem. Essas foram iscadas
com banana cortada em fatias, misturada à
As amostragens de pequenos mamíferos manteiga de amendoim e óleo de sardinha. As
foram realizadas ao longo da estrada de armadilhas permaneceram abertas por sete
Ferro Carajás (EFC), nos estados do Pará e do noites consecutivas em cada área amostral e
Maranhão, entre julho de 2011 e agosto de eram vistoriadas diariamente no período da
2018, e ocorreram antes, durante e após a obra manhã.
de duplicação da ferrovia. Para a amostragem, No segundo método, foram utilizadas
foram selecionadas diferentes localidades, a armadilhas de interceptação e queda (AIQ),
fim de abranger a diversidade de ambientes também conhecidas como pitfall, o qual
existentes na região, conforme o mapa na consistiu na instalação de seis transectos
contracapa. As amostragens não tiveram lineares (Figura 3), cada um com 10 baldes de
o mesmo esforço em cada área, devido a 60 litros (equidistantes 10 metros entre si),
problemas relativos à liberação da área pelos enterrados até sua abertura, interligados por
proprietários e/ou comunidade, bem como a uma cerca-guia (com cerca de 80 centímetros
destruição da área amostrada pelo fogo ou de altura), totalizando 60 baldes. Cada conjunto
desmatamento, durante os anos de estudo. de 10 baldes corresponde a uma estação de
Em função das coletas de pequenos mamíferos captura e essas foram instaladas com uma

Tabela 1 – Esforço amostral empregado em cada área por campanha durante o monitoramento
de pequenos mamíferos da Estrada de Ferro Carajás, estados do Maranhão e Pará.
Nº de
Método Nº de Armadilhas Esforço Amostral
Noites
3 grades x 32 armadilhas
Gaiolas de gancho (tipo tomahawk) + 672 armadilhas/
(16 gaiolas com gancho + 7
armadilhas tipo Sherman® noite
16 Shermans)
Pitfalls (armadilhas de interceptação e 6 transectos pitfalls x 10 420 armadilhas/
7
queda - AIQ) baldes noite

174
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

distância mínima de 100 metros uma da outra, de 70% de Ketamina e 30% de Xilazina (Brasil,
somando seis estações de capturas por área. 2017) e, em seguida, taxidermizados. Só foram
Os baldes ficaram abertos durante sete noites considerados para a lista final de espécies os
consecutivas e foram vistoriados diariamente táxons que tiveram, pelo menos, um espécime
no período da manhã. coletado, identificado e depositado nas coleções
Os pequenos mamíferos não-voadores da Universidade Federal do Pará, Belém (UFPA)
capturados foram identificados em campo e do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém
com auxílio de literatura (Bonvicino et al., 2008; (MPEG).
Gardner, 2008; Rossi & Bianconi, 2011; Patton
et al., 2015), a partir de informações obtidas 3. Resultados
da bibliografia e do estudo de espécimes
de coleções. Seguido à identificação, foram No total das 15 campanhas de campo,
sexados (se macho ou fêmea), medidos foram realizadas 2.451 capturas de pequenos
(biometria) e marcados no pavilhão auricular mamíferos não-voadores, incluindo capturas,
com anilhas numeradas para cada indivíduo recapturas e registros ocasionais (registros
(Figura 4, Figura 5 e Figura 6). Após esses realizados por outras equipes de fauna) de
procedimentos, os indivíduos foram soltos no 1.715 indivíduos.
mesmo local da captura. Foram registradas três famílias, 20 gêneros
Os indivíduos com dúvida taxonômica e 26 espécies (Tabela 2). Entretanto, para dois
foram coletados, eutanasiados conforme o gêneros de marsupiais e cinco gêneros de
recomendado na Resolução CFMV nº 714, de roedores não foi possível chegar ao nível de
20 de junho de 2002, utilizando o composto espécie para todos os espécimes, uma vez

Figura 1 - Armadilha de captura viva, tipo gaiola de Figura 2 - Armadilha de captura viva, tipo Sherman®,
gancho utilizada para captura de pequenos mamíferos utilizada para captura de pequenos mamíferos
terrestres, com uma cuíca (Marmosa (Micoureus) terrestres. Foto: Bernardo Papi.
demerarae) em seu interior. Foto: Bernardo Papi.

Figura 3 - Armadilha de interceptação e queda Figura 4 - Pesagem da Cuíca-quatro-olhos-cinza


(pitfall). Foto: Bernardo Papi. (Philander opossum). Foto: Arquivo: Bernardo Papi.

175
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

fauna de pequenos mamíferos (Gardner, 2008;


Brandão et al., 2015; Percequillo et al., 2015).
Vale destacar que, apesar de muito comum
em amostragens como a do presente estudo,
Philander opossum não possuía distribuição
confirmada (com espécime registrado na
natureza) para a área da EFC no estado do
Maranhão (Gardner, 2008; Brandão et al., 2015;
Voss et al., 2018), o que mostra a importância
desse registro.
Cinco espécies foram registradas em
somente uma área amostral (Monodelphis
americana na área amostral 12; Echimys
chrysurus na área amostral 8; e Monodelphis
Figura 5 - Marcação de marsupial (Didelphis
maraxina, Monodelphis saci e Monodelphis
marsupialis) por anilha no pavilhão auricular. Foto:
touan na área amostral 9), quatro espécies em
Bernardo Papi.
apenas duas áreas amostrais (Monodelphis
domestica nas áreas amostrais 2 e 4; Akodon sp.
nas áreas amostrais 3 e 12; Holochilus sciureus
nas áreas amostrais 2 e 3; e Wiedomys sp. nas
áreas amostrais 6 e 12) e uma espécie em três
áreas amostrais (Didelphis albiventris nas áreas
amostrais 1, 2 e 6) (Tabela 2). A área amostral
que teve mais espécies exclusivas na amostra
foi a área amostral 9, com três espécies de
Monodelphis. Além disso, no estado do Pará,
Echimys chrysurus, ocorreu somente na área
amostral 8, no mesmo estado e na mesma
região de amotragem. Essas duas locações eram
as mais preservadas em termos de vegetação
Figura 6 - Biometria sendo realizada em marsupial. original, o que pode explicar, em parte, o
Foto: Arquivo: Bernardo Papi. registro destas espécies de distribuição mais
restrita, como o roedor Echimys chrysurus, e os
que alguns destes necessitariam análises de marsupiais Monodelphis maraxina, Monodelphis
taxonomia integrativa, incluindo detalhes do saci e Monodelphis touan, típicas de ambientes
crânio, dentes e pelagem, além de análises florestais bem preservados (Gardner, 2008;
moleculares e/ou citogenéticas. Pavan et al., 2012, 2017; Brandão et al., 2015;
A maioria das espécies foi registrada em Patton et al., 2015; Percequillo et al., 2015;
mais de uma área amostral (21 spp), sendo Bezerra et al., 2018; Pavan, 2019).
Caluromys philander, Marmosa murina e Entre as outras espécies que foram
Oecomys sp. registradas em nove áreas (Tabela registradas em poucas áreas amostrais,
2). Marmosops (Sciophanes) woodalli e Didelphis somente Holochilus sciureus tem ampla
marsupialis foram registradas em oito áreas distribuição na Amazônia, ocorrendo também
amostrais e, Marmosa (Micoureus) demerarae, no Cerrado (Patton et al., 2015; Percequillo
Philander opossum, Hylaeamys sp., Necromys et al., 2015). Essa espécie, geralmente, é
lasiurus e Proechimys cf. roberti em sete (Tabela registrada próxima a corpos d’água (Patton et
2). Todas essas espécies, incluindo Oecomys sp. e al., 2015), o que pode explicar o registros nas
Hylaeamys sp. (as quais não sabemos se tratam- áreas amostrais 2 e 3, que são próximas ao rio
se de apenas uma espécie para cada gênero) Mearim e caracterizadas como vegetação com
têm ampla distribuição para a Amazônia, e são influência fluvial e/ou lacustre (IBGE, 2004). As
comumente registradas em levantamentos de outras espécies, como Monodelphis americana,

176
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Akodon sp. e Wiedomys sp., não são típicas da agilis com ocorrência nas áreas de Cerrado ao
floresta amazônica (Gardner, 2008; Brandão et sul do estado do Maranhão e G. emiliae com
al., 2015; Patton et al., 2015; Percequillo et al., distribuição limitada ao norte do rio Amazonas
2015), ou ocorrem em zonas de transição entre (Brandão et al., 2015; Semedo et al., 2015).
o Cerrado e a Amazônia, como Monodelphis Uma vez que não foi possível confirmar a
domestica e Didelphis albiventris (Gardner, espécie para esse gênero, esse também foi
2008; Brandão et al., 2015). A região em que tratado como Gracilinanus sp., ou seja, sem
estas espécies foram registradas, baixada espécie definida. De toda forma, esses registros
maranhense (áreas amostrais 1, 2 e 3) e vale do também ampliam a distribuição desse gênero
rio Pindaré (áreas amostrais 4, 6, 10 e 12), estão na área de estudo.
próximas às áreas de transição com o Cerrado Em relação ao gênero Marmosops, Gettinger
do Brasil central (IBGE, 2012), logo, é possível et al. (2012) registraram a espécie Marmosops
que espécies de ambos os biomas ocorram pinheroi na Flona Carajás, localidade próxima ás
na região. Além disso, essa região encontra- áreas amostradas no presente estudo no estado
se extremamente antropizada (Martins & do Pará. Nascimento et al. (2015) ampliaram a
Oliveira, 2011), não apresentando mais uma distribuição dessa espécie para o leste do Estado
fisionomia florestal amazônica dominante, o do Maranhão, incluindo assim toda a área de
que pode favorecer as espécies mais adaptadas influência da ferrovia. Recentemente Ferreira et
a ambientes abertos. al. (2020) publicaram uma revisão taxonomica
Quando observamos os dados de registro do grupo “Parvidens” onde, entre os resultados,
pelas regiões de amostragem, pode-se verificar revalidaram Marmosops woodalli para região do
os seguintes padrões: i) Espécies exclusivamente presente estudo, inclusive utilizando espécimes
amazônicas somente registradas nas áreas coletados durante este monitoramento. Deste
amostrais 8 e 9, do estado do Pará; ii) Espécies modo, fica confirmado que os registros obtidos
comuns nos biomas Cerrado e Caatinga, durante o monitoramento da expansão da EFC
bem como aquelas que ocorrem nas áreas são pertencentes à Marmosops (Sciophanes)
de transição, sendo registradas somente nas woodalli.
regiões da baixada maranhense; e, iii) espécies Também não foi possível confirmar a espécie
de ampla distribuição, encontradas em todas as registrada do gênero do roedor cricetídeo
regiões. Hylaeamys. Para as regiões de amostragem da
Ainda vale ressaltar algumas questões EFC, notadamente no estado do Maranhão, só há
taxonômicas. Sobre os dois gêneros de descrição de uma espécie do gênero, Hylaeamys
marsupiais que não foi possível identificar até o megacephalus (Brennand et al., 2013; Patton et
nível específico, Cryptonanus não tinha registro al., 2015; Percequillo et al., 2015). Entretanto,
para a região (Gardner, 2008; Brandão et al., há registro de Hylaeamys yunganus no interflúvio
2015). Há somente um registro para o leste da dos rios Xingu-Tocantins, na margem esquerda
Amazônia, no sul do estado do Amapá, ao norte do rio Tocantins (Patton et al., 2015), próximo às
do rio Amazonas, identificado apenas como áreas de amostragem do estado do Pará (áreas
Cryptonanus sp. (Da Silva et al., 2013). O gênero amostrais 8 e 9), onde este gênero foi registrado.
Cryptonanus necessita de revisão taxonômica Assim, a identificação desses indivíduos foi
e pouco se conhece sobre sua história natural, mantida como Hylaeamys sp..
ecologia e distribuição geográfica (Gardner, Outro gênero de roedor cricetídeo, Oecomys,
2008; Teta & Díaz-Nieto, 2019). Dessa forma, é conhecido como um grande complexo de
mesmo não sendo possível identificar a espécie, espécies com distribuições simpátricas (Flores
o registro desse marsupial é importante, uma et al., 2010; Patton et al., 2015; Percequillo et
vez que confirma a ocorrência desse gênero al., 2015; Suárez-Villota et al., 2017; Saldanha
para a região. et al., 2019). Para as áreas de amostragem
Situação similar ocorre com o gênero da EFC, cinco espécies são reconhecidas com
Gracilinanus, que também não possui distribuição nas áreas amostradas no estado
distribuição conhecida para a região de do Pará (O. bicolor, O. paricola, O. roberti, O.
amostragem. Estudos recentes mostram G. tapajinus e O. trinitatis), sendo três delas com

177
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 7 - Espécimes coletados e taxidermizados para serem depositados na coleção de mamíferos da


Univeridade Federal do Pará (UFPA), Belém. Foto: Bernardo Papi.

registro na margem direita do rio Tocantins optamos por manter a identificação como
(O. paricola, O. roberti e O. tapajinus) (Patton Oligoryzomys sp.
et al., 2015; Percequillo et al., 2015; Rocha Em relação aos espécimes registrados
et al., 2018). Oecomys roberti possivelmente do roedor equimídeo do gênero Proechimys,
ocorre nas áreas amostradas do estado do também não há como afirmar que se trate de
Maranhão (Percequillo et al., 2015). Assim, apenas uma única espécie para todo o estudo.
para afirmamos quais e quantas espécies do Nas áreas de amostragem do estado do Pará, há
gênero Oecomys foram registradas na EFC, registro de três espécies desse gênero (P. cuvieri,
seriam necessárias análises moleculares e P. goeldii e P. roberti) e uma (P. roberti) para o
citogenéticas dos espécimes coletados. Dessa estado do Maranhão (Patton et al., 2015). Desse
forma, a identificação desses indivíduos foi modo, somente através de análise integrativa
mantida como Oecomys sp. dos espécimes coletados, poderíamos confirmar
Já para o gênero de roedor Oligoryzomys, se foi registrada apenas uma ou mais espécies.
somente uma espécie, Oligoryzomys microtis, Desta forma, mantivemos a denominação
tem distribuição conhecida para as áreas de “cf.” em Proechimys cf. roberti, indicando a
amostragem do estado do Pará e nenhuma necessidade de futura confirmação.
tem distribuição conhecida para as áreas do Dois outros táxons de roedores
Maranhão (Patton et al., 2015; Percequillo cricetídeos dos gêneros Akodon e Wiedomys,
et al., 2015). Oligoryzomys microtis tem respectivamente, também não foram possíveis
cariótipo polimórfico e é externamente similar de serem identificados em nível de espécie.
a Oligoryzomys fulvescens, outra espécie Contudo, esses registros devem tratar-se de
amazônica, necessitando revisão taxonômica apenas uma espécie para cada gênero. Há
(Percequillo et al., 2015). Assim, análises mais controvérsias sobre a ocorrência do gênero
detalhadas dos espécimes coletados são Akodon na região amazônica brasileira
fundamentais para confirmar se os registros (Gettinger et al., 2012; Patton et al., 2015;
do estado do Maranhão são uma ampliação Percequillo et al., 2015). Uma espécie ainda
de distribuição de O. microtis. Dessa forma, não descrita de Akodon (cariótipo com número

178
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

diploide 2n = 10) foi descoberta para o norte do Maranhão são para o sul do estado, em áreas
estado do Mato Grosso (Da Silva & Yonenaga- de transição entre o Cerrado e a Caatinga.
Yassuda, 1998), em área de transição do Portanto, os registros obtidos neste estudo são
Cerrado com a Amazônia, e para a margem os primeiros para a baixada maranhense (áreas
esquerda do rio Tocantins, próximo à cidade amostrais 1 e 2) e para o vale do rio Pindaré
de Marabá, estado do Pará (Patton et al., (área amostral 6).
2015). Na Flona de Carajás há registro de um Os registros obtidos para Monodelphis
espécime de Akodon cf. cursor (Gettinger et al., domestica na baixada maranhense e vale do rio
2012). Entretanto, na mais recente compilação Pindaré ampliam a distribuição desta espécie
dos roedores amazônicos da família Cricetidae, no bioma Amazônia do estado do Maranhão
não há nenhuma menção ao gênero Akodon (Brandão et al., 2015). Assim como D. albiventris,
(Percequillo et al., 2015). No caso dos registros M. domestica também já havia sido registrada
feitos no estudo da EFC, todos as capturas de na Amazônia, nas áreas de transição com o
Akodon foram realizadas na margem direita Cerrado dos estados de Rondônia, Mato Grosso
do rio Tocantins, no estado do Maranhão e Tocantins (Brandão et al., 2015). Os registros
(área amostral 3 na baixada maranhense e 12 obtidos neste estudo foram os primeiros para a
tabuleiros dos Rios  Gurupi/Grajaú), onde não Amazônia do estado do Maranhão.
há nenhum registro cientificamente publicado. A cuíca-de-quatro-olhos Philander opossum é
Assim, a identificação dos indivíduos fica outro marsupial que, apesar de muito comum na
mantida como Akodon sp. até que sejam feitas Amazônia (Gardner, 2008; Voss et al., 2018), teve
as validações para esta espécie. Esses registros sua área de distribuição ampliada nesse estudo.
são muito importantes pois confirmam a Os registros obtidos nas áreas de amostragem da
presença do roedor do gênero Akodon na EFC ampliaram a distribuição dessa espécie para o
Amazônia. sudeste, no estado do Maranhão, e consolidaram
Já as duas únicas espécies do gênero os registros obtidos no sudeste do Pará, como já
Wiedomys possuem a morfologia externa e havia sido relatado na Flona Carajás (Gettinger et
craniana muito similar e, por isso, a identificação al., 2012; Voss et al., 2018).
se baseia principalmente pelo cariótipo (Bezerra Outro ponto de destaque desse estudo
et al., 2013). As duas espécies descritas para refere-se ao registro de Echimys chrysurus na
esse gênero, endêmico do Brasil (W. cerradensis área amostral 8, próximo à cidade de Marabá,
e W. pyrrhorhinos), distribuem-se no Cerrado e estado do Pará. Apesar de estar dentro da área
na Caatinga, sem registros conhecidos para a de ocorrência prevista para a espécie (Patton
Amazônia ou para a área de influência da EFC et al., 2015), esse registro consolida a presença
(Patton et al., 2015). Como não foi possível desse roedor para o leste do Pára, o qual foi
confirmar a espécie, usamos a identificação em omitido na mais recente revisão (Patton et
nível de gênero, Wiedomys sp. Mesmo assim, os al., 2015), mesmo com registros prévios para
registros para a EFC representam os primeiros espécie nas proximidades (Flona Carajás -
do gênero para a região. Gettinger et al., 2012). A confirmação de mais
Alguns dos animais registrados na área um registro nessa região é importante para
de influência da EFC ampliam a distribuição delinear a distribuição da espécie na margem
conhecida dos seus táxons. Esse é o caso do esquerda do rio Tocantins.
gambá-de-orelhas-brancas Didelphis albiventris, Além dessas espécies, outros dois registros
que apesar de ser muito comum no Cerrado têm especial importância taxonômica: as
e em áreas de transição desse com outros catitas-de-rabo-curto Monodelphis touan
biomas no centro e norte do Brasil, não possuía e Monodelphis saci, que são espécies
registro nas áreas de transição com a Amazônia recentemente descritas para a região
no estado do Maranhão (Brandão et al., 2015). (Pavan et al., 2012, 2017, respectivamente).
Prévios registros dessa espécie nas áreas de Monodelphis touan, uma espécie do grupo M.
transição entre os biomas Cerrado e Amazônia brevicaudata, foi revalidada após a utilização da
são limitados aos estados do Mato Grosso e taxonomia integrativa (análises moleculares e
Tocantins. Os únicos registros dessa espécie no morfológicas) (Pavan et al., 2012). Essa espécie

179
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

possui distribuição para a região da área populações dos estados do Maranhão e Pará
amostral 9 (Marabá, no Pará) (Pavan et al., carecem de uma identificação mais refinada.
2012) e foi registrada nos levantamentos da Portanto, consideramos provisoriamente como
EFC. Já a espécie Monodelphis saci, descrita em Metachirus cf. myosuros.
2017 (Pavan et al., 2017), incluiu exemplares Em síntese, os dados aqui apresentados
coletados na Flona Carajás na sua descrição. É indicam que a Amazônia oriental, na região
importante ressaltar que foi publicado no livro leste do Pará e oeste do Maranhão, abriga uma
sobre a fauna da Flona Carajás (Gettinger et fauna de pequenos mamíferos diversificada,
al., 2012) registros dessa espécie identificados numa paisagem extremamente fragmentada.
como Monodelphis aff. kunsi, tratando-se, na Foram obtidas significativas ampliações das
verdade, de uma espécie nova para ciência, M. distribuições geográficas conhecidas de muitos
saci (Pavan et al., 2017). táxons, incluindo registros inéditos para o
Por fim, populações do gênero Metachirus estado do Maranhão. As novidades encontradas
da América do Sul foram recentemente evidenciam que a região da Amazônia
revisadas por Voss et al. (2019), em que oriental ainda se encontra insuficientemente
reconheceram duas espécies existentes no conhecida em relação à composição da
Brasil: M. nudicaudatus, que aparentemente é pequenos mamíferos terrestres. Ressaltamos
endêmica do Escudo das Guianas, ocorrendo ainda que é necessário que sejam aplicados
no estado do Amapá, e Metachirus myosuros métodos como morfometria craniana, análises
ocorrendo no estado do Mato Grosso (Brandão moleculares e citogenéticas, para resolver as
et al., 2019) e na região Sudeste na Mata diversas dúvidas taxonômicas encontradas, de
Atlântica (Voss et al., 2019). Dessa forma, as importantes registros.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Tabela 2: Pequenos mamíferos registrados durante o estudo para duplicação de Estrada de Ferro
Carajás e área de registro.

Táxon Nome popular Área


Ordem Didelphimorphia

Família Didelphidae
Caluromys philander (Linnaeus, 1758) cuíca-lanosa 01, 02, 03, 04, 06, 08, 09, 10, 12
Cryptonanus sp. catita 01, 02, 03, 06, 09, 10
Didelphis albiventris Lund, 1840 gambá-de-orelhas-brancas 01, 02, 06
Didelphis marsupialis Linnaeus, 1758 gambá 01, 02, 03, 04, 06, 08, 09, 10
Gracilinanus sp. cuíca, catita 01, 02, 04, 08, 09, 12
Marmosa (Micoureus) demerarae Thomas, 1905 cuíca 01, 02, 04, 06, 08, 09, 12
Marmosa murina (Linnaeus, 1758) catita 01, 02, 03, 04, 06, 08, 09, 10, 12
Marmosops (Sciophanes) woodalli (Pine, 1981) cuíca 01, 02, 03, 04, 08, 09, 10, 12
Metachirus cf. myosuros (Temminck, 1824) cuíca-de-quatro-olhos 01, 03, 06, 08, 09, 10
Monodelphis americana (Müller, 1776) cuíca-de-três-listras 12
Monodelphis domestica (Wagner, 1842) cuíca-de-rabo-curto 02, 04
Monodelphis maraxina Thomas, 1923 catita-de-rabo-curto 09
Monodelphis saci Pavan et al., 2017 catita-de-rabo-curto 09
Monodelphis touan (Shaw, 1800) catita-de-rabo-curto 09
Philander opossum (Linnaeus, 1758) cuíca-de-quatro-olhos 02, 03, 04, 06, 08, 09, 10
Ordem Rodentia
Família Cricetidae
Akodon sp. rato-do-chão 03, 12
Holochilus sciureus Wagner, 1842 rato-d’água 02, 03
Hylaeamys sp. rato-do-mato 01, 02, 03, 06, 09, 10, 12
Necromys lasiurus (Lund, 1840) rato-do-mato 01, 02, 03, 04, 06, 09, 12
Oecomys sp. rato-da-árvore 01, 02, 03, 04, 06, 08, 09, 10, 12
Oligoryzomys sp. rato-do-mato 01, 02, 03, 04, 08, 09, 10
Rhipidomys emiliae (J. A. Allen, 1916) rato-da-árvore 01, 02, 08, 09, 10
Wiedomys sp. rato-de-fava 06, 12
Família Echimyidae
Echimys chrysurus (Zimmermann, 1780) rato-da-árvore 08
Makalata didelphoides (Desmarest, 1817) rato-coró 03, 04, 06, 09, 10
Proechimys cf. roberti Thomas, 1901 rato-de-espinho 01, 02, 03, 06, 08, 09, 12

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

1 2

3 4

5 6

7 8

Figura 8 - (1) Caluromys philander, (2) Cryptonanus sp., (3) Didelphis albiventris, (4) Didelphis marsupialis,
(5) Gracilinanus sp., (6) Marmosa (Micoureus) demerarae, (7) Marmosa murina, (8) Marmosops (Sciophanes)
woodalli.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

9 10

11 12

13 14

15 16

Figura 9 - (9) Metachirus cf. myosuros, (10) Monodelphis americana (indivíduo da foto não fotografado
na EFC), (11) Monodelphis domestica, (12) Monodelphis maraxina, (13) Monodelphis saci, (14) Monodelphis
touan, (15) Philander opossum, (16) Akodon sp. (indivíduo da foto não fotografado na EFC).

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

17 18

19 20

21 22

23 24

Figura 10 - (17) Holochilus sciureus, (18) Hylaeamys sp., (19) Necromys lasiurus, (20) Oecomys sp.,
(21) Oligoryzomys sp., (22) Rhipidomys emiliae (indivíduo da foto não fotografado na EFC), (23) Wiedomys
sp., (24) Echimys chrysurus.

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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

25 26

Figura 11 - (25) Makalata didelphoides, (26) Proechimys cf. roberti.

4. Referências gêneros baseadas em caracteres externos, Centro


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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

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187
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

188
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

7 Mamíferos de Médio
e Grande Porte
PAULA RIBEIRO PRIST, ANA YOKO YKEUTI MEIGA, ANDRÉ RESTEL CAMILO,
HUGO MOZERLE, CAMILA BARRETO CAMPELLO BIONE, VINICIUS ORSINI,
RAPHAELLA COUTINHO, ALAN BOLZAN, BERNARDO PAPI, RAPHAEL HIPÓLITO
& RUBEM A. P. DORNAS

1. Introdução de diversidade de mamíferos, com 745 espécies


descritas atualmente, o que representa cerca
Os mamíferos estão entre os grupos de de 11% da mastofauna mundial (Percequillo
organismos mais bem conhecidos do mundo & Gregorin, 2017). Essas espécies estão
(Amori & Gippoliti, 2000), com 6.495 espécies distribuídas em 12 ordens e 51 famílias (Dornas,
divididas em 1.328 Gêneros e 27 Ordens 2019). Ainda hoje, só no Brasil, cerca de 4,4
(Burgin et al., 2018). Entretanto, em países da espécies são descritas a cada ano, geralmente
América do Sul, como o Brasil, ainda existe associadas à Amazônia, bioma brasileiro
uma lacuna considerável no conhecimento pouco amostrado e mais rico em espécies de
da diversidade desse grupo (Schaller, 1996; mamíferos (Paglia et al., 2012).
de Vivo, 1996). Análises de descrição de novas Os mamiferos de médio e grande porte
espécies mostram que aproximadamente 25 formam um dos grupos mais complexos do reino
espécies novas são reconhecidas a cada ano animal, apresentando uma alta diversidade de
no mundo, com a região Neotropical sendo espécies, formas, fisiologia, ecologia, histórias
a região biogeográfica mais rica (Burgin et de vida e comportamento (Jones & Safi, 2011).
al., 2018). Dentro desse contexto, o Brasil Além disso, constituem espécies carismáticas
apresenta posição de destaque quando se trata e extremamente importantes para o ser

Figura 1 - Nasua nasua. Foto: Camila Bione.

189
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

humano, devido ao seu papel na manutenção árvores de grande porte são responsáveis
e regeneração dos ecossistemas (Jones & por grande parte da quantidade de carbono
Safi, 2011). Os carnívoros também possuem estocado, assim, essas espécies acabam
um papel chave por cumprirem importantes sendo importantes também para absorção de
funções de manutenção do equilíbrio da carbono do ambiente e para a mitigação do
comunidade, influenciando diretamente nas aquecimento global.
populações de suas presas e indiretamente nas Atualmente, cerca de 15,1% dos mamíferos
populações animais e vegetais relacionadas a brasileiros estão oficialmente ameaçados de
estas (Terborgh et al., 2001). Assim, a remoção extinção (MMA, 2018), tendo como principais
dessas espécies resulta em alterações drásticas ameaças a perda e fragmentação de habitat, a
tanto na comunidade de espécies quanto caça, a perda de indivíduos por atropelamento
na estrutura da vegetação de um ambiente, e a introdução de espécies exóticas (Costa et
levando inclusive a diminuição da diversidade al., 2005; MMA, 2018). Algumas espécies de
e quantidade de plantas e árvores (Redford, mamíferos de médio e grande porte são mais
1992). Como alguns mamíferos podem ser afetados pelas diferentes pressões antrópicas,
hospedeiros e reservatórios de algumas em virtude da sua necessidade de grandes
zoonoses, que são transmitidas para o homem áreas de uso em comparação com outros
e outros animais (Kotait et al., 2018; Atawodi grupos, maior exigência de recursos, pouca
et al., 2013; Cominetti, 2010; Oliveira, 2017), capacidade de dispersão por áreas abertas e/
a perda desses predadores pode levar a um ou urbanas (Michalski & Peres, 2007; Prist et
aumento nas abundâncias dessas populações, al., 2012) e baixas taxas reprodutivas (Tabarelli
e podem colocar a saúde do homem em risco & Gascon, 2005), sendo por isso muitas vezes
(Prist et al., 2017a). usado como espécies bioindicadoras. No
Na região neotropical a maioria dos geral, a presença dessas espécies com grande
mamíferos de médio e grande porte é requerimento de habitat, como um predador
herbívora/frugívora e importante dispersora de de topo de cadeia, por exemplo, pode indicar
sementes, mecanismo fundamental no ciclo de a integridade de todo o habitat onde está
vida das plantas, com implicações profundas inserido (Crooks, 2002).
para a sucessão, regeneração e conservação de Ainda que não seja fácil detectar e descrever
ecossistemas (Wang & Smith, 2002). No Brasil, a fauna de uma determinada região, a realização
cerca de 70% a 90% das árvores com sementes de inventários e monitoramentos de fauna
grandes são dispersadas por vertebrados, são essenciais por fornecerem informações
especialmente por mamíferos frugívoros de básicas sobre a composição e diversidade
grande porte, os únicos capazes de engolir as biológica em áreas e regiões determinadas,
sementes inteiras, depositando-as a grandes aumentando ainda a compreensão sobre a
distâncias da planta-mãe (Jordano, 2000; diversidade, tanto local quanto regional. Esses
Galetti et al., 2013, Poulsen et al., 2013). Essas inventários podem levar à descoberta de novas

Figura 2 - Dasypus beniensis. Foto: Raphaella Coutinho. Figura 3 - Cabassous unicinctus. Foto: Paula Prist.

190
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 4 - Número de táxons, por Ordem taxonômica, de mamíferos de médio e grande porte amostrados
na EFC.

espécies, uma vez que a taxa de descoberta de didactylus), esquilo (Guerlinguetus brasiliensis) e
novas espécies ainda é alta, inclusive dentro de os primatas sagui-una (Saguinus niger e S. ursulus)
grupos considerados bem conhecidos, como e macaco-de-cheiro (Saimiri collinsi).
primatas e aves, principalmente na Floresta
Amazônica, e muitas vezes, consiste na única 2. Método
informação existente acerca da biodiversidade
local em áreas pouco estudadas. Além da A diversidade de hábitos, dieta,
importância em adquirir conhecimento sobre comportamento, uso de habitat e atividades
a ecologia, história de vida e evolutiva das circadianas implicam em uma grande
espécies, os inventários de fauna são essenciais complexidade metodológica na amostragem
para se avaliar os impactos provocados por um dos mamíferos, sendo necessária a aplicação
empreendimento e possiblitar a mitigação dos de diferentes métodos complementares
mesmos, constituindo hoje a ferramenta mais na tentativa de se alcançar o máximo da
importante que existe no país (Silveira et al., comunidade de uma determinada área
2010). (Voss & Emmons, 1996, Pardini et al., 2003).
O presente trabalho consiste na compilação Assim, a fauna de mamíferos de médio e
das amostragens de mamíferos de médio e grande porte da EFC foi amostrada em onze
grande porte ao longo da Estrada de Ferro expedições (campanhas), realizadas em 11
Carajás (EFC), de 2013 a 2018, nos estados do áreas, nos periodos seco e chuvoso dos
Maranhão e do Pará. Foram considerados como anos de 2013 a 2018 (ver mapa das áreas de
mamíferos de médio e grande porte todas as amostragem na contra capa). As amostragens
espécies com peso corporal maior que 1 kg sistemáticas da comunidade de mamíferos
quando na fase adulta. Contudo, foram incluídas de médio e grande porte foram realizadas
algumas espécies de menor porte, em função utilizando-se os métodos de: (1) transecção
do método de registro para estas espécies para monitoramento de mamíferos de
estar associado àquele aplicado para o grupo médio e grande porte, que consiste no
de médios e grandes: os gambás (espécies caminhamento ao longo de uma trilha de 5
do gênero Didelphis), tamanduaí (Cyclopes km de extensão durante os períodos diurno

191
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

e noturno, por dias intercalados (Buckland mapas de distribuição da IUCN (2018), a Lista
et al., 2001, Peres & Cunha, 2011). O esforço Anotada de Mamíferos do Brasil (Paglia et al.,
amostral para cada área, em cada campanha, 2012) e o livro Mamíferos do Brasil (Reis et al.,
foi de 10 km percorridos no período diurno 2011).
e 10 km no período noturno; (2) busca ativa
por vestígios e indivíduos (Voss & Emmons, 3. Resultados
1996), totalizando um esforço amostral de 20
horas/área/campanha; e (3) armadilhamento O monitoramento de fauna da EFC
fotográfico (Tomas & Miranda, 2003), onde apresentou 53 espécies de mamíferos de
seis armadilhas fotográficas foram instaladas médio e grande porte, além de seis táxons
em cada área, permanecendo ativas durante de identificação imprecisa (Didelphis sp.,
sete noites consecutivas em cada área/ Cabassous sp., Dasypus sp., Dasyprocta sp.,
campanha. Adicionalmente aos dados Mazama sp., Felidae indet.), os quais não foram
primários obtidos durante os esforços pelos considerados nas análises de abundância
métodos padronizados acima descritos, (Tabela 1). Os mamíferos de médio e grande
foram efetuados registros ocasionais por porte da EFC distribuem-se em nove ordens e
espécimes. 26 famílias (Figuras 4 e 5), sendo Carnivora a
O ordenamento taxonômico seguiu a Ordem dominante, com 15 espécies, seguida
nomenclatura utilizada pela Lista de Mamíferos dos Primatas, com dez espécies, e dos Cingulata
do Brasil elaborada pelo Comitê de Taxonomia e Rodentia, com sete espécies cada. Dentre as
da Sociedade Brasileira de Mastozoologia (CT- famílias, os Felidae e os Chlamyphoridae (p.
SBMz) (Abreu et al., 2020). Para o status de ex., tatus) são os grupos dominantes, com seis
conservação das espécies foram consideradas e cinco espécies respectivamente, seguidos
a lista internacional de espécies ameaçadas pelos Mustelidae (p. ex., lontra, irara), dos
(IUCN, 2019), a lista nacional (MMA, 2018) e tatus pertencentes à família Dasypodidae, dos
a lista vermelha das espécies ameaçadas de Dasyproctidae (p. ex., cutias) e dos Cervidae (p.
extinção do estado do Pará (COEMA/PA, 2007). ex., veados) (Figura 5).
O grau de endemismo das espécies seguiu os Das 53 espécies encontradas, 16 se

Figura 5 - Número de espécies de mamíferos de médio e grande porte amostradas na EFC distribuídos por
Família taxonômica.

192
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 6 - Chiropotes utahickae. Foto: Gustavo Gonsioroski.

encontram elencadas em algum grau de de ocorrerem em vários biomas. A exceção fica


ameaça, sendo dez a nível global, 15 estão para os primatas sagui-una (Saguinus niger e
listadas nacionalmente e oito a nível regional. S. ursulus), macaco-de-cheiro (Saimiri collinsi),
Destas, seis espécies (tatu-canastra, tamanduá- caiarara (Cebus kaapori), macaco-prego (Sapajus
bandeira, caiarara, cuxiú-preto, cuxiú-de- apella), sauá (Plecturocebus moloch), cuxiú-
uta-hick e ariranha), estão contempladas nas preto e cuxiú-de-uta-hick (Chiropotes satanas e
três listas. Para quase todas as espécies o C. utahickae), o gambá (Didelphis marsupialis),
status de ameaça foi Vulnerável, com exceção o tatu-de-quinze-quilos (Dasypus beniensis),
do caiarara (Cebus kaapori) e do cuxiú-preto o veado-da-amazônia (Mazama nemorivaga)
(Chiropotes satanas), que estão criticamente e roedores como o esquilo (Guerlinguetus
em perigo nas três listas, além da ariranha brasiliensis) e a cutia (Dasyprocta croconota),
(Pteronura brasiliensis) e do cuxiú-de-uta-hick que estão restritos ao bioma amazônico (Paglia
(Chiropotes utahickae) que estão classificados et al., 2012). O bugio-de-mãos-ruivas (Alouatta
como “em perigo” em nivel global, conforme a belzebul) é a única espécie de primata que
Tabela 1. No geral, essas espécies ameaçadas possui distribuição além da bacia amazônica,
são consideradas indicadoras de qualidade ocorrendo também no norte da Mata Atlântica
ambiental por serem espécies dependentes (Paglia et al., 2012).
de ambientes florestais e necessitarem de As cutias podem ocorrer em uma grande
grandes áreas de vida e recursos florestais para variedade de habitats, que vão desde florestas
manterem populações estáveis (Veiga et al., primárias até jardins e plantações (Emmons &
2008). Feer, 1997). São animais frugívoros com hábitos
As espécies mais registradas ao longo escavadores de esconder e procurar reservas
da EFC foram as cutias (Dasyprocta leporina de sementes para uso futuro e sobrevivência
e D. prymnolopha), o tatu-galinha (Dasypus durante a escassez de alimentos (Smythe, 1989).
novemcinctus) e o tapeti (Sylvilagus aff. Tal comportamento de remoção das sementes
brasiliensis) (Figura 7). Grande parte das tem maior evidência em áreas fragmentadas
espécies de médios e grandes mamíferos quando comparada com florestas primárias
registradas na EFC possui ampla distribuição (Meiga & Christianini, 2015). Esse hábito evita a
geográfica no Brasil e na América do Sul, além competição com outas cutias e outros roedores,

193
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Outras
Mazama americana
Mazama nemorivaga
Sapajus apella
Leopardus pardalis
Dicotyles tajacu
Alouatta belzebul
Hydrochoerus hydrochaeris
Tamandua tetradactyla
Tapirus terrestris
Espécie

Euphractus sexcinctus
Didelphis marsupialis
Saimiri collinsi
Procyon cancrivorus
Cuniculus paca
Nasua nasua
Cerdocyon thous
Sylvilagus aff. brasiliensis
Dasypus novemcinctus
Dasyprocta prymnolopha
Dasyprocta leporina

0% 3% 6% 9% 12% 15% 18%

Abundância relativa

Figura 7 - Abundância relativa das espécies de mamíferos de médio e grande porte registradas na EFC.

e ainda aumenta as chances de dispersão de que chama a atenção é o veado-da-amazônia


grandes sementes (Hallwachs, 1986). O tatu- (Mazama nemorivaga), que apesar de possuir
galinha (Dasypus novemcinctus) é uma espécie ampla distribuição geográfica em seu bioma de
tolerante às alterações ambientais, de hábito ocorrência, pode ser considerada rara e sofre
onívoro, mas que se alimenta principalmente fortemente com a pressão de caça.
de invertebrados (Anacleto, 2007; Cuéllar, O macaco caiarara (Cebus kaapori),
2008). O tapeti (Sylvilagus aff. brasiliensis), única criticamente ameaçado de extinção, possui
espécie nativa de Lagomorpha que ocorre área de distribuição pequena se comparado
no Brasil, é considerada bastante comum aos outros primatas amazônicos, além de ser
(Champan & Ceballos, 1990), sendo encontrada encontrado em baixas densidades em seu
principalmente em áreas abertas, onde se habitat natural (Cunha et al., 2007). A espécie
alimenta basicamente de matéria vegetal. ocorre na Reserva Biológica do Gurupi, local
Dentre as espécies endêmicas, chama a onde foi registrado ao longo do monitoramento
atenção o registro do tatu-de-quinze-quilos da EFC (TI Caru). O cachorro-do-mato-vinagre
(Dasypus beniensis), uma espécie restrita a (Speothos venaticus), apesar de possuir ampla
habitat primários e pouco estudada. Acredita- distribuição no Brasil, é considerado raro, com
se que seja uma espécie solitária, noturna e baixas densidades naturais e comportamento
com dieta onívora (Barreto et al., 1985). Ocorre críptico. Essa espécie foi registrada neste
nos estados do Pará e Maranhão, porém, nesse estudo apenas no Pará, é tipicamente florestal e
último, foi detectado apenas uma vez (Miranda associada à água (Jorge et al., 2013). Vale ressaltar
et al., 2015). Ao longo da EFC foi registrada nas os registros do tamanduaí (Cyclopes didactylus),
áreas 5, 7 e 9, confirmando o registro dessa espécie que recentemente passou por uma
espécie para o estado do Maranhão (área 5 – revisão taxonômica e foi dividida em sete
Terra Indígena Caru). Outra espécie endêmica espécies (Miranda et al., 2017). Estudos sobre

194
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

esse táxon são escassos e pouco se sabe sobre localidades. O porco-do-mato, conhecido por
sua abundância local. Todavia, é especulado queixada (Tayassu pecari), vive em grandes
que consista em uma espécie comum de grupos populacionais e necessitam de extensas
ambientes florestais, mesmo que degradados, áreas para sobreviver (Fragoso, 1998) e não
pelo menos na região amazônica (Miranda et ocorrem em áreas alteradas e fragmentadas,
al., 2015), apesar da relativa dificuldade de ser tornando-se assim um importante indicador
detectada, graças ao seu tamanho pequeno e positivo de qualidade ambiental nas áreas
comportamento silencioso. Além disso, o único onde é registrado (Reis et al., 2011). A anta
registro para a espécie foi distinto dos demais, (Tapirus terrestris) é um animal que vive em
realizado durante o método de busca ativa, ambientes florestais associados a fontes
quando um bando de quatis se assustou com a de água permanentes, sendo indicadora de
presença dos pesquisadores e deixou a carcaça florestas ripárias de boa qualidade. Da mesma
do animal cair da árvore. forma, o tatu-canastra (Priodontes maximus)
É importante destacar a presença de parece ocorrrer em baixas densidades (Aguiar
espécies como a onça-pintada (Panthera onca), & Fonseca, 2008), e apenas em áreas não
queixada (Tayassu pecari), gato-maracajá degradadas. A maioria dessas espécies foi
(Leopardus wiedii), anta (Tapirus terrestris), registrada no estado do Pará e na Reserva
tatu-canastra (Priodontes maximus) e o veado- Biológica do Gurupi, no estado do Maranhão,
mateiro (Mazama americana), uma vez que evidenciando a importância da Terra Indígena
possuem alto requerimento ecológico e podem Caru para a conservação das espécies,
ser consideradas indicadoras de qualidade principalmente considerando que a paisagem
ambiental. A onça-pintada (Panthera onca), por na região é altamente degradada e fragmentada
ser o maior carnívoro do continente americano (MapBiomas, 2019).
e estar no topo da cadeia alimentar, sobrevive Ao longo da EFC também foram registradas
apenas em áreas com alto grau de conservação, diversas espécies consideradas cinegéticas, ou
grande disponibilidade de presas e água seja, aquelas que sofrem com a pressão de
abundante (Cheida et al., 2011), indicando que caça. Dentre elas podemos citar: Priodontes
ainda existe uma comunidade estabelecida de maximus (tatu-canastra), Dasypus novemcinctus
mamíferos de médio e grande porte para as (tatu-galinha), Euphractus sexcinctus (tatu-peba),

Figura 8 - Saimiri collinsi. Foto: Camila Bione.

195
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Figura 9 - Priodontes maximus. Foto: Camila Bione. Figura 10 - Cuniculus paca. Foto: Ana Yoko Meiga.

Figura 11 - Dasyprocta prymnolopha. Foto: Camila Figura 12 - Sylvilagus aff. brasilisensis. Foto: Ana Yoko
Bione. Meiga.

Sapajus apella (macaco-prego), Alouatta belzebul EFC, os tatus foram as únicas espécies que
(guariba-de-mãos-ruivas), Dasyprocta leporina apresentaram maior risco epidemiológico, por
(cutia), Tayassu pecari (queixada), Dicotyles tajacu estarem presentes em altas abundâncias, e
(cateto), Mazama americana (veado-mateiro) e serem considerados vetores de Trypanosoma
Mazama sp. (veado). cruzi (Cominetti, 2010). Além disso, são espécies
Sob o ponto de vista do risco epidemiológico, muito caçadas para alimentação, o que aumenta
mamíferos são reservatórios e hospedeiros os riscos de transmissão do patógeno para o
de uma gama de parasitos, podendo ser homem. O estudo dessas espécies e seu risco
importantes vetores de doenças, inclusive epidemiológico é vital para evitar novos surtos
para o homem (Chavez, 2001). Entretanto, de doenças.
para que essas espécies possam apresentar O monitoramento da mastofauna da EFC
algum risco epidemiológico nas paisagens onde contribuiu com um novo registro da ariranha
estão inseridas, elas devem apresentar altas (Pteronura brasiliensis) para o estado do
abundâncias. Áreas fragmentadas e degradadas Maranhão. A espécie apresenta dados de
geralmente levam ao aumento dessas espécies distribuição controversos, chegando a ser
reservatório, geralmente generalistas de inclusive considerada como possivelmente
habitat, o que pode refletir em um aumento extinta nesse estado (Oliveira, 1997). Segundo
nas chances de transmissão do patógeno para Silva-Júnior (2001), a espécie era considerada
o homem. Já áreas mais preservadas e com restrita à região de interflúvio de Mearim-
maior diversidade de espécies, reduzem o Grajaú, enquanto outros estudos delimitavam
risco de transmissões de doenças pelo efeito sua ocorrência para região noroeste do
de diluição (Prist et al., 2017b). Ao longo da estado, incluindo a Reserva Biológica do

196
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Gurupi (Oliveira et al., 2007). O dado mais porte. Contudo, o registro da espécie torna-
recente, com a ampliação da distribuição se importante, pois se trata de ampliação dos
geográfica do carnívoro, foi resultado do limites geográficos conhecidos, possivelmente
monitoramento da EFC. O indivíduo foi representando o registro mais ao norte da
encontrado na porção oeste do estado, na distribuição geográfica da espécie. O registro
região de Buriticupu, aumentando a extensão ocorreu no estado do Pará, área 9. Atualmente,
de sua localidade anteriormente conhecida a espécie tem seu limite ao norte do estado do
para aproximadamente 290 km (Prist et al., Tocantins (IUCN, 2019).
2017c). Esse resultado ressalta a importância Em síntese, foi encontrada uma alta riqueza
de monitoramentos como esse e evidencia de mamíferos de médio e grande porte nas
que maiores esforços de campo voltados para áreas de estudo, demostrando a importância
o levantamento dessa espécie em outros locais dos remancescentes de vegetação  para a
do estado seriam necessários para comprovar conservação deste grupo, mesmo considerando
sua presença em outras localidades. o atual estado de fragmentação da região
Ainda, a espécie Cabassous tatouay (tatu-de- atravessada pela EFC. Duas espécies tiveram
rabo-mole), registrada apenas ocasionalmente, suas distribuições ampliadas no território
foi encontrada em armadilhas de interceptação nacional: Pteronura brasiliensis e Cabassous
e queda designadas originalmente para o estudo tatouay.
de anfíbios, répteis e mamíferos de pequeno

197
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Tabela 1: Lista de táxons de mamíferos de médio e grande porte registrados nas áreas de
amostragem da Estrada de Ferro Carajás.

Táxon Nome comum Área


Didelphimorphia

Didelphidae

Didelphis sp. gambá 2, 6, 8, 9

Didelphis albiventris Lund, 1840 gambá, saruê 3

Didelphis marsupialis Linnaeus, 1758 gambá, mucura 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10

Cingulata

Chlamyphoridae

Cabassous sp. tatu-de-rabo-mole 2, 5, 6, 8

Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) tatu-de-rabo-mole 1, 3, 4, 5, 6, 9

Cabassous tatouay (Desmarest, 1804) tatu-de-rabo-mole-grande 6, 7, 8, 9

Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-peludo, tatu-peba 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12

Priodontes maximus (Kerr, 1792) tatu-canastra 5, 7, 9

Dasypodidae

Dasypus sp. tatu 1, 3, 4, 6, 8, 9

Dasypus septemcinctus Linnaeus, 1758 tatuí 9

Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu, tatu-galinha 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12

Dasypus beniensis Lönnberg, 1942 tatu-de-quinze-quilos 5, 7, 9

Pilosa

Bradypodidae

Bradypus variegatus Schinz, 1825 bicho-preguiça 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12

Megalonychidae

Choloepus didactylus (Linnaeus, 1758) preguiça-real 3, 8, 9

Cyclopedidae

Cyclopes didactylus (Linnaeus, 1758) tamanduaí 3

Myrmecophagidae

Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-mirim 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12

Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, 1758 tamanduá-bandeira 9

Primates

Atelidae

Alouatta belzebul (Linnaeus, 1766) guariba-de-mãos-ruivas 5, 6, 7, 8, 9, 12

Aotidae

Aotus infulatus (Kuhl, 1820) macaco-da-noite 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 12

Callitrichidae

Saguinus niger (É. Geoffroy, 1803) sagui-una 8, 9

Saguinus ursulus Hoffmannsegg, 1807 sagui-una 1, 5, 7, 12

Cebidae

Saimiri collinsi Osgood, 1916 macaco-de-cheiro 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9

Cebus kaapori Queiroz, 1992 caiarara 5

Sapajus apella (Linnaeus, 1758) macaco-prego 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12

Pitheciidae

Plecturocebus moloch (Hoffmannsegg, 1807) sauá 8, 9

198
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Táxon Nome comum Área


Chiropotes satanas (Hoffmannsegg, 1807) cuxiú-preto 5, 6

Chiropotes utahickae Hershkovitz, 1985 cuxiú-de-uta-hick 8, 9, 12

Rodentia

Sciuridae

Guerlinguetus brasiliensis (Gmelin, 1788) quatipuru, esquilo 1, 2, 3, 5, 7, 8, 9

Caviidae

Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) capivara 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12

Erethizontidae

Coendou prehensilis (Linnaeus, 1758) ouriço, porco-espinho 3, 5, 9

Cuniculidae

Cuniculus paca (Linnaeus, 1766) paca 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12

Dasyproctidae

Dasyprocta prymnolopha Wagler, 1831 cutia 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 12

Dasyprocta sp. cutia 9

Dasyprocta leporina (Linnaeus, 1758) cutia 8, 9

Dasyprocta croconota Wagler, 1831 cutia 9

Lagomorpha

Leporidae

Sylvilagus aff. brasiliensis coelho, tapeti 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12

Carnivora

Felidae

Felidae indet. gato-do-mato 2, 3, 5, 9

Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) jaguatirica 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12

Leopardus wiedii (Schinz, 1821) gato-maracajá 3, 5, 9, 12

Herpailurus yagouaroundi (É. Geoffroy Saint-Hilaire, jaguarundi 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 12


1803)
Puma concolor (Linnaeus, 1771) onça-parda 5, 7, 9

Panthera onca (Linnaeus, 1758) onça-pintada 7, 9

Canidae

Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) cachorro-do-mato 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12

Speothos venaticus (Lund, 1842) cachorro-do-mato-vinagre 8

Mustelidae

Galictis vittata (Schreber, 1776) furão 1, 2, 3, 4, 6, 7, 9

Lontra longicaudis (Olfers, 1818) lontra 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9

Eira barbara (Linnaeus, 1758) irara, papa-mel 1, 3, 5, 7, 8, 9

Pteronura brasiliensis (Zimmermann, 1760) ariranha 3, 5

Mephitidae

Conepatus semistriatus (Boddaert, 1785) cangambá, jaritataca 1, 2, 3, 8, 9

Procyonidae

Nasua nasua (Linnaeus, 1766) quati 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12

Potos flavus (Schreber, 1774) jupará 5, 9

Procyon cancrivorus (G. Cuvier, 1798) guaxinim, mão-pelada 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10

Perissodactyla

Tapiridae

199
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

Táxon Nome comum Área


Tapirus terrestris (Linnaeus, 1758) anta 5, 7, 8, 9

Artiodactyla

Cervidae

Mazama sp. veado 2, 3, 4, 6, 8, 9

Mazama gouazoubira (G. Fischer, 1814) veado-catingueiro 1, 2, 3, 5, 7, 10, 12

Mazama nemorivaga (F. Cuvier, 1817) veado-da-amazônia 5, 7, 8, 9

Mazama americana (Erxleben, 1777) veado-mateiro 5, 6, 7, 8, 9, 12

Tayassuidae

Dicotyles tajacu (Linnaeus, 1758) cateto, caititu 5, 7, 8, 9, 12

Tayassu pecari (Link, 1795) queixada 5, 7, 8, 9

200
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

1 2

3 4

5 6

7 8

Figura 13 - (1) Didelphis albiventris, (2) Dasypus novemcinctus, (3) Cabassous tatouay, (4) Euphractus
sexcinctus, (5) Priodontes maximus, (6) Bradypus variegatus, (7) Choloepus didactylus, (8) Cyclopes didactylus.

201
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

9 10

11 12

13 14

15 16

Figura 14 - (9) Myrmecophaga tridactyla, (10) Tamandua tetradactyla, (11) Saguinus niger, (12) Saguinus
ursulus, (13) Cebus kaapori, (14) Saimiri collinsi, (15) Sapajus apella, (16) Aotus infulatus.

202
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

17 18

19 20

21 22

23 24

Figura 15 - (17) Callicebus moloch, (18) Chiropotes satanas, (19) Chiropotes utahickae, (20) Alouatta
belzebul, (21) Guerlinguetus brasiliensis, (22) Cuniculus paca, (23) Coendou prehensilis, (24) Hydrochoerus
hydrochaeris.

203
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

25 26

27 28

29 30

31 32

Figura 16 - (25) Dasyprocta leporina, (26) Dasyprocta prymnolopha, (27) Sylvilagus aff. brasiliensis, (28)
Leopardus pardalis, (29) Panthera onca, (30) Puma concolor, (31) Herpailurus yagouaroundi, (32) Cerdocyon
thous.

204
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33 34

35 36

37 38

39 40

Figura 17 - (33) Speothos venaticus, (34) Eira barbara, (35) Galictis vittata, (36) Lontra longicaudis,
(37) Pteronura brasiliensis, (38) Conepatus semistriatus, (39) Nasua nasua, (40) Potos flavus.

205
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

41 42

43 44

45 46

47

Figura 18 - (41) Procyon cancrivorus, (42) Tapirus terrestris, (43) Dicotyles tajacu, (44) Tayassu pecari,
(45) Mazama americana, (46) Mazama gouazoubira, (47) Mazama nemorivaga.

206
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

48 49

50 51

52 53

54 55

Figura 19 - (48) Leopardus wiedii, (49) Puma concolor, (50) Herpailurus yagouaroundi, (51) Lontra
longicaudis, (52) Pteronura brasiliensis, (53) Conepatus semistriatus, (54) Conepatus semistriatus, (55)

207
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

56 57

58 59

60 61

62 63

Figura 20 - (56) Procyon cancrivorus, (57) Procyon cancrivorus, (58) Tapirus terrestris, (59) Tayassu pecari,
(60) Mazama americana, (61) Mazama gouazoubira, (62) Mazama nemorivaga, (63) Mazama nemorivaga.

208
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS

4. Referências Institution. Cap.20, p. 195-203.


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211
créditos das fotos
Capítulo 1. Paisagens ao Longo da Estrada de Ferro Carajás Johnny Sousa Ferreira.............................47, 158.
Acervo VALE: 1 a 14. Pedro Santos Abe....................................39, 76.
Adriano Lima Silveira: 15 a 51, 55 a 62. Raphael Jonas Correa de Oliveira..........104.
Alessandro Costa Menks: 52 a 54. Renan Condé Pires..................................85, 145, 155, 164.
Acervo Amplo Engenharia: 63 a 77. Rodolph Christopher Loiola....................148.
Rodrigo de Oliveira Lula Salles...............79, 90, 114.
Capítulo 2. Peixes Uécson Suendel Costa de Oliveira.........23, 66, 68.
Erick Cristofore Guimarães Youszef Oliveira da Cunha Bitar............35.
Zairon Marcel de Matos Garcês.............44, 106.
Capítulo 3. Anfibios Fotos em destaque – Adriano Lima Silveira: pp. 85, 87;
Adriano Lima Silveira...............................1, 2, 3, 6, 9, 11, 14, 15, 16, Alessandro Costa Menks: p. 89; Arthur Walter Silva de Lemos:
20, 22, 29, 43, 45, 46, 47, 56, 57, 59, 61, 66, 68, 71, 72, 75, 77, 78, 93; Clarenice Loiola Dos Santos: 91; Jânia Brito Vieira: p. 88.
82, 83, 84, 85, 92, 96, 99, 100, 103.
Adryelle Francisca de Souza Moreira....26. Capítulo 5. Aves
Alessandro Costa Menks.........................4, 5, 18, 19, 21, 27, 49, 76, Acervo Amplo Engenharia......................5
89, 90, 94, 95, 97. Andre de Luca..........................................3, 9, 13, 16, 23, 27, 35, 37,
Arthur Walter Silva de Lemos.................7, 10, 13, 17, 24, 30, 31, 43, 45, 47, 53, 63, 66, 68, 79, 82, 84, 90, 104, 106, 109, 116, 117
32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 40, 41, 44, 54, 58, 60, 64, 67, 69, 73, 74, Bruno Rennó............................................22, 33, 36, 56, 59, 83, 94,
79, 80, 81, 86, 87, 93, 101, 102. 96, 115
Caio Antonio Figueiredo Andrade..........12, 51, 88, 104. Felipe Arantes...........................................34, 64, 71, 102
Clarenice Loiola dos Santos....................55. Gabriel Leite.............................................1, 7, 21, 46, 51, 55, 65, 73,
Danielle Ísis Sousa Ferreira....................25. 74, 77, 85, 87, 89, 111, 112, 114, 120
Danusy Lopes Santos..............................62, 63. Gustavo Gonsioroski...............................4, 6, 8, 10, 11, 12, 14, 15,
Jânia Brito Vieira.......................................8, 23, 39, 42, 53, 65. 17, 18, 19, 20, 24, 25, 28, 29, 32, 38, 39, 41, 42, 44, 48, 49, 50, 52,
57, 58, 60, 61, 62, 67, 69, 70, 72, 76, 80, 93, 97, 99, 101, 103, 105,
Leandra de Paula Cordeiro Pinheiro.....52.
108, 113, 118
Michael Rudolf Cavalcante Lindemann.28.
Marcelo Barreiros....................................2, 30, 31, 40, 54, 75, 78,
Pedro Santos Abe....................................70. 81, 88, 91, 92, 95, 100, 107, 119
Rodrigo de Oliveira Lula Salles...............98. Rubem Dornas.........................................26, 110
Uécson Suendel Costa de Oliveira.........91. Wagner Nogueira.....................................86, 98
Youszef Oliveira da Cunha Bitar............48, 50.
Fotos em destaque – Adriano Lima Silveira: pp. 59, 61, 63; Capítulo 6. Pequenos Mamíferos
Arthur Walter Silva de Lemos: pp. 55, 60.
Airton J. Moura.........................................3, 18, 23
Alexandra Maria Ramos Bezerra...........16
Capítulo 4 Répteis
Bernardo Papi..........................................1, 2, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11,
Acervo Amplo Engenharia......................103, 109, 134, 135, 157. 12, 13, 14, 15, 17, 19, 20, 21, 26
Adriano Lima Silveira...............................1, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 13, 17, Érica D. C. Carmo.....................................5
18, 21, 28, 29, 32, 40, 41, 42, 52, 55, 56, 60, 62, 63, 64, 65, 80, 82,
Wesley Lopes............................................22, 24, 25
83, 91, 92, 96, 101, 107, 108, 113, 116, 118, 120, 121, 122, 125,
128, 130, 132, 133, 137, 139, 153, 159, 162, 166.
Adryelle Francisca de Souza Moreira....4, 102. Capítulo 7. Mamíferos de Médio e Grande Porte

Alessandro Costa Menks.........................2, 10, 15, 25, 43, 69, 84, Acervo Amplo Engenharia......................5, 9, 22, 24, 26, 28, 29, 30,
87, 105, 111, 115, 123, 154, 168, 167, 168. 31, 33, 35, 36, 38, 41, 42, 46, 47

Arthur Walter Silva de Lemos.................12, 14, 16, 19, 22, 38, 48, Ana Yoko Meiga .......................................11, 15, 20, 25, 32, 34, 45,
49, 53, 54, 57, 59, 67, 70, 71, 72, 74, 77, 78, 89, 97, 99, 117, 124, 48, 62
126, 127, 136, 138, 140, 142, 143, 151, 160, 163. André Restel.............................................59
Caio Antonio Figueiredo Andrade..........20, 27, 31, 45, 58, 81, 86, Bernardo Papi..........................................1, 2, 3, 7, 8, 10, 21, 27
95, 119, 141, 144. Camila Bione.............................................6, 13, 14, 18, 23, 39, 43,
Camila Rabelo Rievers.............................26. 44, 49, 50, 55, 56, 57, 60, 61
Clarenice Loiola Dos Santos...................3, 30, 33, 34, 36, 46, 50, Estevão Lima............................................37
61, 75, 88, 93, 94, 129, 150, 152, 156. Geison Mesquita......................................53
Danielle Ísis Sousa Ferreira....................37, 73, 96, 100, 112. Gustavo Gonsioroski...............................4, 17, 19
David Barros Muniz.................................131, 149. Hugo Mozerle...........................................52, 63
Gustavo Helal Gonsioroski da Silva.......24. Raphael Hipólito.......................................51, 54
Jânia Brito Vieira.......................................51, 110, 146, 147, 161, Raphaella Coutinho.................................12, 16, 40, 58
165.

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