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Editores:
Rubem A. P. Dornas
Samir G. Rolim
Capa
LEONARDO PINHEIRO
Design e diagramação
FLÁVIA GUIMARÃES
Impressão
RONA EDITORA
Tiragem
700 EXEMPLARES
2. Peixes
32
ERICK CRISTOFORE GUIMARÃES, PÂMELLA SILVA DE BRITO & FELIPE POLIVANOV OTTONI
3. Anfíbios
ADRIANO LIMA SILVEIRA, CLARENICE LOIOLA DOS SANTOS, JÂNIA BRITO VIEIRA, 52
RENAN CONDÉ PIRES, ARTHUR WALTER SILVA DE LEMOS, THAMIRES BENICIO ALVES DOS
SANTOS, ADRYELLE FRANCISCA DE SOUZA MOREIRA, DANIELLE ÍSIS SOUSA FERREIRA,
JOHNNY SOUSA FERREIRA & ALESSANDRO COSTA MENKS
4. Répteis
82
ADRIANO LIMA SILVEIRA, CLARENICE LOIOLA DOS SANTOS, JÂNIA BRITO VIEIRA, RENAN
CONDÉ PIRES, ARTHUR WALTER SILVA DE LEMOS, THAMIRES BENICIO ALVES DOS
SANTOS, ADRYELLE FRANCISCA DE SOUZA MOREIRA, DANIELLE ÍSIS SOUSA FERREIRA,
JOHNNY SOUSA FERREIRA & ALESSANDRO COSTA MENKS
5. ves
124
A
GUSTAVO GONSIOROSKI, MARCELO BARREIROS, ANDRÉ CORDEIRO DE LUCA, WAGNER
NOGUEIRA, ELINETE BATISTA RODRIGUES, THIAGO VERNASCHI VIEIRA DA COSTA,
ESTEVÃO LUIS PEREIRA LIMA, LEONARDO GABRIEL CAMPOS DE OLIVEIRA TORRES,
EDUARDO FRANÇA ALTEFF, BRUNO RENNÓ, FELIPE ARANTES, GABRIEL LEITE, GUSTAVO
PEDERSOLI & FLÁVIO KULAIF UBAID
6. Pequenos Mamíferos
BERNARDO PAPI, RAPHAEL HIPÓLITO DOS SANTOS, THIAGO B. F. SEMEDO 172
AIRTON J. MOURA, ÉRICA D. C. CARMO, WESLEY LOPES & ALEXANDRA MARIA RAMOS
BEZERRA
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
apresentação
Marconi Nóbrega
Líder de Projetos de Meio Ambiente
Novas Ferrovias
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prefácio
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Alexandre Aleixo
7
editores autores
Rubem Augusto da Paixão Dornas –
Adriano Lima Silveira – biosilveira@yahoo.com.br,
rapdornas@gmail.com, Modelo Ambiental
Biótica Estudos Ambientais, Belo Horizonte (MG).
Consultoria e Projetos, Belo Horizonte (MG).
Adryelle Francisca de Souza Moreira – adryelle08@
Samir Gonçalves Rolim – sgrolim@gmail.com,
gmail.com, Consultora, São Luís (MA).
Amplo Engenharia e Gestão de Projetos, Belo
Horizonte (MG) Airton J. Moura Jr. – zedemoura@yahoo.com.br,
Probiotika Consultoria e Soluções Biológicas, Belo
Horizonte (MG).
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
1 Paisagens ao longo da
Estrada de Ferro Carajás e
o monitoramento da fauna
de vertebrados
LUIZ CLÁUDIO RIBEIRO RODRIGUES, ADRIANO LIMA SILVEIRA, ALINE DIAS PAZ,
MAXIMILIANO AUGUSTO BENEDETTI, LUZIENE CONCEIÇÃO DE SOUSA & DOROTÉO
ÉMERSON STORCK
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
26°C), sendo maior que 18°C em todo o ano, como Campo de Perizes.
exibindo três meses secos (Alvares et al., 2014). No contexto da Amazônia oriental, a
Ao longo da EFC, o regime de chuvas apresenta vegetação ao longo da EFC é heterogênea
precipitações totais anuais de 1.300 a 2.200 mm (sensu IBGE, 2004, 2012). No extremo sudoeste,
(Alvares et al., 2014). a Serra dos Carajás possui formações de
O extremo sudoeste da EFC abrange a Floresta Ombrófila Densa ou Aberta com
Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia e a muitas variações no relevo, com os tipos
ferrovia passa sobre o Rio Tocantins e um de Aluvial, de Terras Baixas, até Submontana,
seus principais afluentes, o Rio Itacaiúnas. em contato com Savana (incluindo Campo
O restante da EFC estende-se pela Região Rupestre). As porções sudoeste e central da
Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental, EFC são cobertas por Floresta Ombrófila Densa
cortando os rios Pindaré e Mearim (ANA, 2020). dos tipos Submontana, de Terras Baixas e
As várzeas dos rios Tocantins, Itacaiúnas e Aluvial, na maior parte floresta secundária. A
Pindaré e seus afluentes são ricas em igarapés, porção nordeste possui formações de Floresta
lagoas marginas e trechos de floresta de Ombrófila Aberta (secundária) e Áreas das
inundação. No extremo nordeste, destaca-se Formações Pioneiras, dos tipos Vegetação com
a Baixada Maranhense (IBGE, 1984), formada Influência Fluvial e/ou Lacustre e Vegetação
por planícies ricamente drenadas por rios, com Influência Marinha (IBGE, 2004, 2012). Em
lagos, brejos e campos alagados, sob influência alguns locais no Maranhão, a EFC fica próxima
da costa atlântica, principalmente na bacia do de zonas de transição com o bioma Cerrado
Mearim. Nesta paisagem destaca-se a região (IBGE, 2004).
de campos inundáveis situadas entre São Luís, A Amazônia oriental ao longo da EFC passou
Bacabeira e Rosário, localmente conhecida por um extenso processo de alteração pelo
Figura 3 – Paisagem da Baixada Maranhense. Planícies inundáveis incluindo a várzea do Rio Perizes e o Campo
de Perizes (acima) em Bacabeira (MA), nas Áreas das Formações Pioneiras.
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Figura 5 – Paisagem da formação de Floresta Ombrófila Aberta com mata secundária, em Bacabeira (MA).
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Figura 6 – Paisagem da Baixada Maranhense. Planícies inundáveis na várzea do Rio Mearim em Arari (MA),
nas Áreas das Formações Pioneiras.
Figura 7 – Paisagem da formação de Floresta Ombrófila Aberta com pastagens colonizadas por babaçu,
Maranhão.
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Figura 8 – Paisagem do vale do Rio Pindaré em Alto Alegre do Pindaré e Bom Jardim (MA). Formação de
Floresta Ombrófila Densa Aluvial na Terra Indígena Caru (à esquerda).
Figura 9 – Paisagem do vale do Rio Pindaré, incluindo várzea de inundação (à esquerda) e tabuleiro (à direita)
com formações de Floresta Ombrófila Densa, em Bom Jesus das Selvas (MA).
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Figura 11 – Paisagem do vale do Rio Tocantins com formações de Floresta Ombrófila Densa na Terra Indígena
Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins (PA).
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Figura 12 – Paisagem do Rio Tocantins em Marabá (PA), com detalhes de praias e bancos de areia.
Figura 13 – Paisagem do vale do Rio Tocantins. Ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins e formação de
Floresta Ombrófila Densa, em Marabá (PA).
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Figura 14 – Paisagem da Estrada de Ferro Carajás em Parauapebas (PA), na chegada na Flona Carajás.
homem que converteu florestas em pastagens Foram escolhidas 12 áreas, entre os municípios
e outros usos antrópicos do solo. As formações de Bacabeira no Maranhão e Marabá no Pará
florestais ainda existentes correspondem a (ver mapa na contracapa). Entretanto, as áreas
poucos remanescentes extensos e um grande nomeadas como 10, 11 e 12 foram amostradas
número de fragmentos pequenos. O estado de apenas em poucas campanhas, pois fizeram
conservação e regeneração destes fragmentos parte de outro processo de licenciamento ou
é bastante variado. O maior remanescente foram encerradas devido a invasões de terra,
florestal encontra-se na Serra dos Carajás, portanto com menor esforço de coleta. Essas
com mais de 1 milhão de hectares contínuos áreas abrangeram partes significativas do
distribuídos em várias áreas protegidas. norte e oeste do Maranhão e uma porção do
Destacam-se ainda a Terra Indígena Mãe centro-leste do Pará. A Ilha de São Luís e a Serra
Maria, no Pará, e a Terra Indígena Caru e a de Carajás não foram incluídas. Os principais
Reserva Biológica do Gurupi no Maranhão. ambientes amostrados estão ilustrados nas
Figuras 15 a 62.
3. Áreas de Amostragem dos Vertebrados Ao longo das áreas de estudo foi possível
Terrestres reconhecer quatro regiões geográficas: Baixada
Maranhense (Áreas 1 a 3), vale do médio Rio
Inicialmente, através de análises de imagens Pindaré (Áreas 4 a 6, 10), tabuleiros dos Rios
de satélite e de uma expedição de vistoria in situ, Gurupi/Grajaú (Áreas 11, 12) e vales dos rios
foram selecionadas áreas para a amostragem Tocantins e Itacaiúnas (Áreas 7 a 9). Apresenta-
da fauna de vertebrados terrestres ao longo se uma breve descrição dos habitats nas áreas
da EFC. Objetivou-se contemplar os principais de amostragem da fauna de vertebrados,
remanescentes florestais existentes na área considerando os microambientes relevantes
de influência, com ambientes propícios à para a ocorrência dos distintos grupos. A
manutenção da diversidade faunística regional. nomenclatura das áreas (1 a 12) também
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no município de Açailândia, o qual possui (Figura 70), Rio Papagaio (Figura 71) e no Rio
pavimentação apenas nas principais vias de Flexeiras (Figura 75), além de remanescentes
acesso, o que gera agravamento no processo de florestais em bom estado de conservação (Figura
erosão do solo e consequente carreamento de 74). Dentre os cursos d’água atravessados
sedimentos e assoreamento de corpos d’água. pela EFC, merecem destaque o Igarapé Grapiá,
No seu entorno a área é bastante impactada, Igarapé Samaúma, o Rio Jacundá, o Rio Flexeiras,
onde nota-se a presença de povoados, além Rio Vermelho e o Rio das Onças.
de edificações e intensa atividade industrial
de serrarias, madeireiras e siderúrgicas de 5. Referências
ferro-gusa. O uso predominante das águas
é associado aos usos difusos rurais e no solo ANA (2020). Divisões Hidrográficas do Brasil. Agência
a vegetação encontra-se muito antropizada, Nacional de Águas. Disponível em: https://
apresentando áreas de pastagens, lavouras e www.ana.gov.br/monitoramento/panorama-
locais de vegetação secundária, com presença das-aguas/divisoes-hidrograficas. Acesso em:
10/06/2020.
de eucaliptos e áreas queimadas.
Alvares, C.A.; Stape, J.L.; Sentelhas, P.C.; Gonçalves,
J.L.M. & Sparovek, G. (2014). Köppen’s climate
Bacia do Rio Tocantins
classification map for Brazil. Meteorologische
Zeitschrif, 22(6): 711-0728.
Na Bacia do Tocantins ocorrem rios perenes Becker, B.K. 2000. Síntese das Políticas de Ocupação
de médio e grande porte. O percurso da da Amazônia. Lições do Passado e Desafios do
ferrovia corta cursos de água afluentes do Rio Presente. Brasília: MMA/SCA.
Tocantins, os quais apresentam um regime Becker, B.K. 2001. Revisão das Políticas de Ocupação
hidrológico e hidráulico caracterizado por Amazônica: É Possível identificar Modelos
ambientes lóticos, com uma menor amplitude para projetar Cenários? Parcerias Estratégicas,
de variação entre as vazões de cheias e de 12:135-159.
estiagem (Figuras 70 a 77). Os ambientes IBGE (1984). Atlas o Maranhão. Rio de Janeiro: IBGE
aquáticos estão situados em terrenos colinosos – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
IBGE (2002). Mapa de Clima do Brasil. Rio de Janeiro:
e planícies fluviais alagadiças, com presença de
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
processos erosivos e assoreamentos (Figura 75).
Estatística. 1 mapa. Escala 1:5.000.000.
A vegetação secundária e áreas de pastagens
IBGE (2004). Mapa de Vegetação do Brasil. 3. ed.
são predominantes, mas estão presentes áreas [S.l.]: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
conservadas de Floresta Ombrófila Aberta e Estatística. 1 mapa. Escala 1:5.000.000.
Aluvial, como na área do Rio Grapiá (Figura 72), IBGE (2006). Mapa de Unidades de Relevo do Brasil. 2.
e Floresta Ombrófila Densa na área protegida da ed. [S.l.]: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia
Terra Indígena Mãe Maria. No entorno dos rios e Estatística. 1 mapa. Escala 1:5.000.000.
notam-se desde áreas bastante degradadas, com IBGE. (2012). Manual Técnico da Vegetação Brasileira:
baixa riqueza de espécies vegetais, solo exposto sistema fitogeográfico, inventário das formações
ou pasto limpo, até fragmentos florestais nas florestais e campestres, técnicas e manejo
margens, mas com predomínio de pasto nas de coleções botânicas, procedimentos para
adjacências, como no Córrego Marcelininho mapeamentos. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
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Figura 19 - Área 2 – floresta de babaçu. Figura 20 - Área 2 – floresta de babaçu com sub-
bosque.
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Figura 25 - Área 3 – planície de inundação com Figura 26 - Área 3 – Rio Mearim com mata ciliar.
lagoas e capões de mata.
Figura 27 - Área 4 – Rio Pindaré com mata ciliar Figura 28 - Área 4 – afluente do Rio Pindaré e
inundável. floresta secundária.
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Figura 31 - Área 5 – Terra Indígena Caru – floresta Figura 32 - Área 5 – Terra Indígena Caru – floresta
secundária conservada. secundária conservada.
Figura 33 - Área 5 – Terra Indígena Caru – floresta Figura 34 - Área 5 – Terra Indígena Caru – floresta
conservada. conservada.
Figura 35 - Área 6 – Rio Pindaré com mata ciliar Figura 36 - Área 6 – várzea inundável do Rio
inundável. Pindaré.
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Figura 39 - Área 10 – floresta secundária inundável Figura 40 - Área 10 – floresta secundária com
na várzea do Rio Pindaré. dominância de palmeira tucum.
Figura 41 - Área 10 – várzea inundável do Rio Figura 42 - Área 10 – igarapé na várzea do Rio
Pindaré. Pindaré.
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Figura 47 - Área 12 – floresta secundária muito Figura 48 - Área 12 – floresta secundária muito
alterada. alterada.
Figura 51 - Área 7 – entorno da Terra Indígena Mãe Figura 52 - Área 7 – entorno da Terra Indígena
Maria – floresta secundária conservada. Mãe Maria – floresta secundária conservada.
Figura 53 - Área 7 – entorno da Terra Indígena Mãe Figura 54 - Área 7 – entorno da Terra Indígena
Maria – floresta secundária conservada. Mãe Maria – igarapé perene.
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Figura 63 - Bacia do rio Mearim – ambiente Figura 64 - Bacia do rio Mearim – ambiente lótico de
estuarino perene de grande porte, margeado por pequeno porte, intermitente, na Bacia 420, período
manguezal. Estreito dos Mosquitos. seco.
Figura 65 - Bacia do rio Mearim – Planície fluvial Figura 66 - Ambiente lótico de grande porte, perene,
intermitente, na Travessia sobre a Bacia 466. de água doce, no Rio Mearim.
Figura 67 - Bacia do rio Mearim – ambiente lótico Figura 68 - Bacia do rio Mearim – ambiente lótico
perene, no Igarapé Jenipapo. de grande porte, perene, no Rio Pindaré.
Figura 69 - Bacia do rio Gurupi – ambiente lótico de Figura 70 - Bacia do rio Tocantins – ambiente
grande porte, perene, no Rio Pequiá (Cajuapara). lótico, perene, córrego Marcelininho.
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Figura 71 - Bacia do rio Tocantins – ambiente lótico, Figura 72 - Bacia do rio Tocantins – ambiente lótico,
perene, rio Papagaio. perene, igarapé Grapiá.
Figura 73 - Bacia do rio Tocantins – ambiente lótico, Figura 74 - Bacia do rio Tocantins – Ambiente lótico,
perene, igarapé Samaúma. perene, na área limítrofe da Terra Indígena Mãe
Maria, rio Jacundá.
Figura 75 - Bacia do rio Tocantins – ambiente lótico Figura 76 - Bacia do rio Tocantins – ambiente
perene, rio Flexeiras. lótico perene, Rio Vermelho.
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2 Peixes
ERICK CRISTOFORE GUIMARÃES, PÂMELLA SILVA DE BRITO
& FELIPE POLIVANOV OTTONI
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P.A. 3) Estudos osteológicos: a preparação nas compilações propostas por Fricke et al.
de exemplares para exame osteológico, foi (2020a,b), onde os autores reúnem todas as
realizada segundo Taylor & Van Dyke (1985) principais e mais recentes classificações para
através de tratamento enzimático para diafanizar cada grupo de peixe. Os nomes populares
o exemplar, digerindo seus tecidos moles, das espécies desse trabalho se basearam nos
associado ao processo de impregnação dos nomes disponíveis no MPA (2012) e MMA (2008),
pigmentos vermelho de alizarina nas estruturas além de alguns nomes populares comuns para
calcificadas. Posteriormente, esses exemplares a região do estudo.
foram conservados em Glicerina tipo P.A.
O material coletado encontra-se depositado 3. Resultados
nas seguintes instituições: MPEG (Coleção
de Peixes do Museu Paraense Emílio Goeldi), Ao longo das 15 campanhas de coleta de
CPUFMA (Coleção de Peixes da Universidade dados, foram registrados 56.316 indivíduos,
Federal do Maranhão) e CICCAA (Coleção distribuídos em 243 espécies, 59 famílias e 17
Ictiológica do Centro de Ciências Agrárias ordens de peixes que variam de organismos
e Ambientais da Universidade Federal do obrigatórios de água doce a estuarinos (Tabela 1,
Maranhão). A preservação de exemplares- Figuras 5-8).
testemunho das espécies de peixes coletadas As ordens com maior percentual de
é fundamental, não apenas para documentar a riqueza de espécies foram: Characiformes
ocorrência de uma dada espécie no ambiente, (43%), Siluriformes (30%), Cichliformes (8%),
mas também para possibilitar que futuros Gymnotiformes (4%), Perciformes (4%),
trabalhos taxonômicos possam ser realizados, Clupeiformes (3%) e Cyprinodontiformes (2%)
refinando as identificações das espécies (Figura 3), representando 94% da riqueza total
potencialmente ainda não descritas, ou aquelas de espécies. As famílias com maior número de
com identificações ainda imprecisas. espécies foram: Characidae, com 51 espécies,
A identificação taxonômica foi realizada representando 20% das espécies encontradas,
até a menor categoria possível, com base seguida por Loricariidae com 28 espécies
em bibliografia especializada, coleções de (11%) e Cichlidae, com 19 espécies (7%). Essa
referência ou banco de imagens. A classificação distribuição de proporção de ordens e famílias
taxonômica, os nomes de espécies considerados é semelhante àquelas reportadas para outros
como válidos, autores e anos das descrições das ambientes neotropicais de água doce (ex. Vari
espécies, e distribuição geográfica se basearam et al., 2009; Barros et al., 2011; Melo et al., 2016).
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Duas famílias típicas de peixes de água doce, bicuda. Saguirus, voadeiras e curimatãs são, de
Characidae e Loricariidae, foram os destaques, qualquer forma, pescadas pelos ribeirinhos.
em razão do grande número de espécies Além disso, foram registrados 48 táxons
registradas (51 e 28 espécies, respectivamente). presentes na lista de espécies de peixes nativos de
Além disso, a maior parte das prováveis novas águas continentais com autorização para captura,
espécies pertencem a essas duas famílias. Esse é transporte e comercialização de exemplares
um padrão característico, já reportado em outros vivos para fins ornamentais e de aquariofilia
inventários de peixes de água doce realizados na (MMA, 2012; MPA, 2008). Isso sugere um grande
região Neotropical (ex. Vari et al., 2009; Casatti potencial da região de estudo para espécies com
et al., 2013; Melo et al., 2016; Cetra et al., 2016). fins ornamentais: raia (Potamotrygon motoro),
Em relação às espécies de grande importância traíra (Hoplias malabaricus), dólar (Metynnis
para a pesca e comercialização na região, lippincottianus), pacu (Myloplus rubripinnis),
destacam-se: a traíra (Hoplias malabaricus), o piranha-vermelha (Pygocentrus nattereri), piranha-
lírio (Hemisorubim platyrhynchos), os mandubés preta (Serrasalmus rhombeus), pirambeba
(Ageneiosus inermis e Ageneiosus ucayalensis), (Serrasalmus eigenmanni), aracu-rajado
o surubim (Pseudoplatystoma punctifer), o (Anostomus ternetzi), cabeça-para-baixo (Chilodus
bico-de-pato (Sorubim lima), a piranha-preta punctatus), copella (Copella arnoldi), peixe-lápis
(Serrasalmus rhombeus), o robalo (Centropomus (Nannostomus beckfordi), bicuda (Boulengerella
parallelus) e a tainha (Mugil curema). Estes maculata), voadeira (Triportheus trifurcatus),
também são os peixes mais capturados na borboleta-listrada (Carnegiella strigata), peixe-
pesca artesanal, para fins de subsistência e de borboleta (Thoracocharax stellatus), peixe-
lazer dos moradores locais. Entretanto, mesmo cachorro (Acestrorhynchus falcatus), miguelim
aquelas espécies consideradas de qualidade (Exodon paradoxus), piabas (Moenkhausia cotinho,
inferior e não visadas pela pesca amadora, como M. oligolepis, Pristella maxillaris, Roeboexodon
os saguirus (Cyphocharax notatus e Psectrogaster guyanensis, Tetragonopterus argenteus, T.
rhomboides) e voadeiras (Triportheus signatus chalceus, Thayeria boehlkei), sarapó (Gymnotus
e T. trifurcatus), possuem grande importância carapo), tuviras (Gymnorhamphichthys rondoni,
pois apresentam uma elevada biomassa Brachyhypopomus pinnicaudatus), bagres
e constituem, provavelmente, uma parte (Helogenes marmoratus), tatia (Tatia intermedia),
considerável das presas de predadores de maior cumbá (Trachelyopterus galeatus), botinho
porte, como os grandes bagres, a cachorra e a (Hassar wilderi), platydora (Platydoras brachylecis),
Figura 3 - Ordens com maior percentual de riqueza de espécies de peixes amostradas na EFC.
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mandi (Pimelodus blochii), tamboatá (Callichthys Maranhão, que ainda possui poucos estudos
callichthys, Hoplosternum littorale e Megalechis taxonômicos em relações a estados do sul e
thoracata), coridora (Corydoras vittatus), cascudos sudeste (Guimarães et al., 2018a,b; Guimarães et
(Leporacanthicus galaxias e Hemiodontichthys al., 2019).
acipenserinus), acarás (Aequidens tetramerus, Heros Excluindo essas prováveis novas espécies, das
efasciatus, Hypselecara temporalis, Mesonauta 243 espécies registradas no projeto, 70 (28,8%)
festivus, Satanoperca jurupari), guaru (Poecilia não puderam ser identificadas ao nível de
vivipara), agulhinha (Potamorrhaphis guianensis) e espécie, em virtude do status do conhecimento
os baiacus (Colomesus asellus e C. psittacus). taxonômico dos seus grupos. Dentre estas,
Vale ressaltar que, como resultado das é possível que 11 espécies pertencentes aos
campanhas de campo, foram descritas quatro gêneros Ancistrus Kner 1854 (2), Characidium
espécies de peixes de água doce: Charax awa, Reinhardt 1867 (2), Hemigrammus Gill 1858 (2),
endêmica das bacias costeiras maranhenses; Otocinclus Cope 1871 (2), Rineloricaria Bleeker 1862
Pseudobunocephalus timbira, descrito para (2), Knodus Eigenmann 1911 (1) sejam também
as bacias dos Rios Mearim e Tocantins, e novas para a ciência. Contudo, há a necessidade
Hyphessobrycon caru e H. geryi, conhecidas de estudos taxonômicos mais aprofundados
apenas para drenagens do Rio Pindaré e Bacia para se confirmar essa hipótese. Essas espécies,
do Tocantins, respectivamente (Guimarães et ainda desconhecidas ou sem identificação
al., 2018a, 2019; Leão et al., 2019). precisa, são importantes testemunhos da
Outras 16 espécies de peixes provavelmente carência de estudos relacionados à ictiofauna da
representam espécies ainda não descritas: área estudada.
Bryconops aff. caudomaculatus, Bryconops sp., Concluímos destacando a alta diversidade
Bryconops sp.1 (Iguanodectidae), Curimatopsis aff. de espécies encontradas e que as distribuições
cryptica (Curimatidae), Hemigrammus aff. ocellifer, geográficas de algumas espécies amazônicas
Knodus aff. victoriae, Moenkhausia aff. intermedia, ou das bacias do nordeste do Brasil foram
Phenacogaster aff. pectinata (Characidae), ampliadas neste estudo, com registros para
Farlowella aff. amazonum, Hypostomus a região estudada, a saber: Brachychalcinus
aff. plecostomus, Loricaria cf. cataphracta, parnaibae, Gasteropelecus sternicla, Knodus
Loricariichthys sp., Sturisoma aff. lyra (Loricariidae), victoriae, Mastiglanis asopos, Moenkhausia
Leporinus aff. friderici (Anostomidae), Characidium oligolepis, Piabucus dentatus, Pristella maxillaris e
aff. zebra (Crenuchidae) e Corydoras aff. splendens Tatia intermedia (Guimarães et al., 2017; presente
(Callichthyidae). A maioria dessas espécies estudo). Além disso, várias prováveis novas
ocorrem nas bacias e drenagens do Estado do espécies foram registradas, três delas já descritas
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Figura 5 - (1) Hoplias malabaricus, (2) TLeporinus aff. friderici, (3) Chilodus punctatus, (4) Nannostomus
beckfordi, (5) Triportheus signatus, (6) Carnegiella strigata, (7) Gasteropelecus sternicla e (8) Bryconops sp.
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Figura 6 - (9) Acestrorhynchus falcatus, (10) Aphyocharax sp., (11) Astyanax cf. bimaculatus,
(12) Brachychalcinus parnaibae, (13) Charax awa, (14) Hyphessobrycon caru, (15) Knodus sp. e
(16) Microschemobrycon sp.1.
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Figura 7 - (17) Moenkhausia aff. intermedia, (18) Moenkhausia cotinho, (19) Moenkhausia oligolepis,
(20) Poptella compressa, (21) Roeboexodon guyanensis, (22) Roeboides margareteae,
(23) Roeboides sazimai e (24) Thayeria boehlkei.
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Figura 8 - (25) Tatia intermedia fêmea e macho, (26) Corydoras aff. splendens, (27) Corydoras cf.
brevirostris, (28) Corydoras cf. julii, (29) Crenicichla brasiliensis, (30) Anablepsoides cf. vieirai,
(31) Pamphorichthys araguaiensis e (32) Poecilia sarrafae.
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3 Anfíbios
ADRIANO LIMA SILVEIRA, CLARENICE LOIOLA DOS SANTOS, JÂNIA BRITO VIEIRA,
RENAN CONDÉ PIRES, ARTHUR WALTER SILVA DE LEMOS, THAMIRES BENICIO
ALVES DOS SANTOS, ADRYELLE FRANCISCA DE SOUZA MOREIRA, DANIELLE ÍSIS
SOUSA FERREIRA, JOHNNY SOUSA FERREIRA & ALESSANDRO COSTA MENKS
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Em síntese, a região da Amazônia oriental, denominadas como Áreas 1 a 12. Todas estão
principalmente no oeste do Maranhão, ainda inseridas na porção oriental da Amazônia e
se encontra insuficientemente conhecida em abrigam três fitofisionomias: Floresta Ombrófila
relação à composição da fauna de anfíbios Densa (Áreas 5 a 12), Floresta Ombrófila Aberta
e à taxonomia de muitas espécies. Neste (Áreas 1, 2 e 4) e Formações Pioneiras, estas
estudo apresentamos os resultados de representadas por vegetação com influência
riqueza, composição faunística e aspectos de fluvial (Área 3) (IBGE, 2004, 2012). Ao longo
distribuição geográfica dos anfíbios, obtidos em das áreas de estudo foi possível reconhecer
15 campanhas semestrais de monitoramento quatro regiões geográficas com características
realizadas ao longo da Estrada de Ferro Carajás ambientais próprias, as quais possivelmente
(EFC), a qual se estende por cerca de 900 km ao podem abrigar composição faunística com
longo da Amazônia oriental, de São Luís (MA) a elementos distintos das demais. Essas regiões
Parauapebas (PA). são: Baixada Maranhense (Áreas 1, 2 e 3),
vale do médio Rio Pindaré (Áreas 4, 5, 6 e 10),
2. Metodologia planalto de Açailândia (Áreas 11 e 12) e vales
dos rios Tocantins e Itacaiúnas (Áreas 7, 8 e 9).
Os anfíbios foram amostrados juntamente As Áreas 5 e 7 correspondem a parte das Terras
com os répteis, compondo o grupo da Indígenas Caru e Mãe Maria, respectivamente.
herpetofauna, em um mesmo desenho Descrições mais detalhadas, com fotos dos
amostral. Foram previamente selecionadas ambientes, são apresentadas no Capítulo 1.
12 áreas de estudo ao longo da EFC, entre Nas áreas selecionadas os anfíbios foram
Bacabeira no Maranhão e Marabá no Pará, aqui amostrados no período de julho de 2011
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
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Boana punctata
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Pará, Hoogmoed e Galatti (2019) consideraram Indígena Caru. Nas demais áreas, no estado do
a ocorrência somente de Engystomops paraensis, Maranhão, a riqueza de anfíbios foi aproximada,
o que corrobora a sinonímia de E. freibergi com variando de 25 a 29 espécies. Exceções foram as
a primeira espécie. Segundo M. S. Hoogmoed duas áreas em Açailândia, com 11 e 22 espécies,
(com. pess.), populações ocorrentes na área da cuja menor riqueza deveu-se ao menor esforço
EFC devem ser identificadas como En. paraensis, empreendido, em relação às demais áreas.
nome então aplicado no presente trabalho. Outro componente observado da diversidade
Uma parcela expressiva da riqueza de anfíbios ao longo da EFC correspondeu a
levantada, 55 espécies, foi registrada no distintos padrões de distribuição geográfica
Pará, embora apenas três áreas amostrais das espécies. Foram observados os seguintes
estejam situadas nesse estado. No Maranhão padrões: 1) espécies endêmicas de áreas mais
foram registradas 53 espécies nas nove áreas restritas no bioma Amazônia (ex.: Elachistocleis
amostrais, e essa riqueza corresponde à maior bumbameuboi e Allobates crombiei); 2) espécies
listagem de anfíbios já obtida no estado, em endêmicas da Amazônia e com distribuição
um único estudo. Considerando as distintas mais ampla no bioma (ex.: Ameerega trivittata,
regiões geográficas amostradas, maiores Ceratophrys cornuta, Boana cinerascens,
valores de riqueza foram registrados nos vales Leptodactylus pentadactylus, Leptodactylus
dos rios Tocantins e Itacaiúnas (55 espécies) petersii, Hamptophryne boliviana, Callimedusa
e no Vale do Rio Pindaré (45), um valor tomopterna e Phyllomedusa bicolori); 3)
intermediário na Baixada Maranhense (33) e espécies distribuídas ao longo da Amazônia
uma riqueza menor no planalto de Açailândia e marginalmente em biomas adjacentes
(20). Nesta última região, o menor esforço (ex.: Rhaebo guttatus, Boana boans, Boana
amostral aplicado explica a menor riqueza. multifasciata e Pipa pipa); 4) espécies típicas
Considerando as distintas fitofisionomias, nas do Cerrado que ocorrem marginalmente na
áreas de Floresta Ombrófila Densa e diversos Amazônia (ex.: Rhinella diptycha, Physalaemus
ambientes aquáticos registrou-se uma riqueza nattereri, Pseudis tocantins, Dermatonotus
mais elevada (64 espécies), seguidas das áreas muelleri e Siphonops paulensis); 5) espécies
de Florestal Ombrófila Aberta (37) e vegetação típicas da Caatinga e do norte da Mata Atlântica
com influência fluvial (27). A maioria das áreas que ocorrem marginalmente na Amazônia
corresponde a Floresta Ombrófila Densa, (ex.: Rhinella jimi, Leptodactylus troglodytes e
de modo que o maior esforço empreendido Leptodactylus vastus); e 6) espécies amplamente
certamente contribuiu para a maior riqueza distribuídas por diversos biomas (ex.: Boana
nessa fitofisionomia. No entanto, as maiores raniceps, Dendropsophus branneri, D. minutus, D.
riquezas locais foram em áreas de Floresta nanus, Scinax fuscomarginatus, Trachycephalus
Ombrófila Densa. Adicionalmente, na amostra typhonius, Leptodactylus fuscus e Physalaemus
obtida, destacou-se a ocorrência de 33 espécies cuvieri).
exclusivamente em formações de Floresta Quanto à taxonomia, merece destaque a
Ombrófila Densa, além de duas espécies identidade de Dendropsophus sp., Scinax sp. 1
exclusivas de Floresta Ombrófila Aberta. e Adenomera sp. 1, cujos espécimes analisados
Considerando as riquezas locais nas áreas exibiram variações morfológicas significativas
de amostragens, os maiores valores foram em relação às espécies congêneres, condizentes
levantados na Terra Indígena Caru (Área 7 com diferenças interespecíficas. Assim, esses
– 42 espécies), na Fazenda São João (Área 9 – táxons são reconhecidos como possíveis
39 espécies) e nas proximidades do Distrito espécies não descritas. Dendropsophus sp.
Industrial (Área 8 – 34 espécies), municípios foi registrado em Bacabeira na Baixada
de Marabá e Bom Jesus do Tocantins no Pará, Maranhense, em área de Floresta Ombrófila
e também na Terra Indígena Caru (Área 5 – Aberta, podendo corresponder a um
34 espécies), em Bom Jardim no Maranhão. endemismo mais restrito.
Todas essas áreas abrigam remanescentes de A região da Amazônia maranhense
Floresta Ombrófila Densa, e diversos ambientes permanecia pouco estudada quanto à
aquáticos, o maior deles localizado na Terra composição da fauna de anfíbios. Neste
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Rhinella gildae
contexto, os registros de muitas espécies aqui todas espécies pouco documentadas nessas
apresentados representaram significativas respectivas regiões (Alves-Pinto et al., 2014;
ampliações de suas distribuições geográficas Ávila et al., 2018; Azevedo-Ramos e La Marca,
previamente conhecidas e o preenchimento 2010; Barros et al., 2012; Bernardo et al., 2012a;
de lacunas de ocorrência. Nos casos mais Bernardo et al., 2012b; Caldwell e Hoogmoed,
relevantes, foram obtidos os primeiros registros 1998; Caramaschi, 2010; Caramaschi e Cruz,
formais para o Maranhão das espécies Allobates 1998, 2001; De Oliveira, 2019; Duellman, 1974;
crombiei, Ceratophrys cornuta, Ameerega trivittata, Fouquet et al., 2014; Freitas et al., 2014a; Freitas
Osteocephalus leprieurii, Scinax boesemani, Scinax et al., 2014b; Freitas et al., 2017; Funk et al., 2008;
sp. 1, Adenomera sp. 1, Leptodactylus chaquensis Garda et al., 2010; Heyer, 2005; Hoogmoed e
e Pipa pipa. Avila-Pires, 2012; La Marca et al 2004a; La Marca
Também se destacam registros adicionais et al., 2004b; La Marca et al., 2016; Lynch,1982;
na Amazônia do Maranhão: Rhinella gildae, Mott et al., 2016; Neckel-Oliveira et al., 2012;
Pristimantis aff. fenestratus, Adelphobates Neves et al., 2014; Silva et al., 2018; Pinheiro
galactonotus, Pseudis paradoxa, Adenomera et al., 2012; Thaler et al., 2020; Vaz-Silva et al.,
andreae, Lithodytes lineatus, Leptodactylus 2015). O registro de Engystomops paraensis é o
paraensis, Leptodactylus pentadactylus, primeiro para a porção centro-leste do Pará,
Elachistocleis bumbameuboi, Phyllomedusa bicolor embora provavelmente a espécie tenha sido
e Siphonops paulensis, e registros adicionais na previamente citada como E. petersii Jiménez de
porção centro-leste do Pará: Allophryne ruthveni, la Espada, 1872 para Marabá e região (Pinheiro
Amazophrynella sp., Ceratophrys cornuta, et al., 2012). As localidades de registro dessas
Boana cinerascens, Pseudis tocantins, Scinax espécies destacadas estão especificadas na
boesemani, Engystomops paraensis, Leptodactylus Tabela 1.
chaquensis (anteriormente identificado como Em síntese, os dados aqui apresentados
L. macrosternum), Leptodactylus paraensis, indicam que a Amazônia oriental na região
Chiasmocleis jimi, Hamptophryne boliviana, leste do Pará e oeste do Maranhão abriga
Proceratophrys concavitympanum, Callimedusa uma fauna de anfíbios diversificada, incluindo
tomopterna, Phyllomedusa vaillantii e Pipa pipa; diversas linhagens filogenéticas, muitas
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Physalaemus nattereri
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Pithecopus hypochondrialis
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Anderson Barros Santos, Sara Rodrigues espaço cedido para análises no Laboratório de
de Araújo, Thiago Farias Almeida, Uécson Herpetologia da Universidade Federal do Pará
Suendel Costa de Oliveira, Youszef Oliveira e pelo tombamento de espécimes na Coleção
da Cunha Bitar e Zairon Marcel de Matos Herpetológica desta instituição; a Gilda
Garcês, os quais contribuíram na execução das Vasconcellos de Andrade, pelo tombamento
amostragens dos anfíbios em campo, coleta de espécimes na Coleção Herpetológica da
dos dados e registros fotográficos; a Ana Universidade Federal do Maranhão; a Glauco
Lúcia da Costa Prudente, pelo tombamento Furtado Dias e Roberta Christiane Oliveira
dos espécimes testemunhos na Coleção Andrade, pelo apoio em atividades de campo;
Herpetológica do Museu Paraense Emílio e a Luziene Conceição de Sousa, pelo apoio
Goeldi; a Maria Cristina dos Santos Costa, pelo com a triagem dos dados.
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
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Allobates crombiei
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Táxon Área
ANURA
Allophrynidae
Allophryne ruthveni Gaige, 1926 8
Aromobatidae
Allobates crombiei (Morales, 2002) 5, 10
Allobates sp. 7, 8, 9
Bufonidae
Amazophrynella sp. 7, 9
Rhaebo guttatus (Schneider, 1799) 3, 4, 5, 7, 8, 9,10
Rhinella diptycha (Cope, 1862) 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11
Rhinella gildae Vaz-Silva, Maciel, Bastos e Pombal, 2015 1, 3, 5
Rhinella jimi (Stevaux, 2002) 1, 2, 3
Rhinella margaritifera (Laurenti, 1768) 7, 8, 9
Rhinella mirandaribeiroi (Gallardo, 1965) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10
Ceratophryidae
Ceratophrys cornuta (Linnaeus, 1758) 5, 7
Craugastoridae
Pristimantis aff. fenestratus (Steindachner, 1864) 5, 7, 8, 9, 10, 11
Dendrobatidae
Adelphobates galactonotus (Steindachner, 1864) 9, 11
Ameerega trivittata (Spix, 1824) 5
Hylidae
Boana boans (Linnaeus, 1758) 6, 7, 8, 9, 10, 11
Boana cinerascens (Spix, 1824) 7
Boana aff. fasciata (Günther, 1858) 8, 9
Boana multifasciata (Günther, 1859) 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Boana punctata (Schneider, 1799) 1, 2, 3, 4, 7, 10, 11
Boana raniceps (Cope, 1862) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Boana aff. semilineata (Spix, 1824) 1, 4, 7, 8, 9, 10
Dendropsophus branneri (Cochran, 1948) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9,10
Dendropsophus leucophyllatus (Beireis, 1783) 4, 5, 7, 8, 9, 10
Dendropsophus melanargyreus (Cope, 1887) 4, 5, 6, 7, 8, 9
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) 2, 5, 6, 7, 8, 9, 10,11
Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11, 12
Dendropsophus sp. 1
Osteocephalus leprieurii (Duméril e Bibron, 1841) 5, 8
Osteocephalus taurinus Steindachner, 1862 7, 8, 9
Pseudis paradoxa (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4
Pseudis tocantins Caramaschi e Cruz, 1998 7, 8
Scinax boesemani (Goin, 1966) 4, 5, 7
Scinax nebulosus (Spix, 1824) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12
Scinax fuscomarginatus (Lutz, 1925) 1, 2, 3
Scinax aff. ruber (Laurenti, 1768) 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12
Scinax x-signatus (Spix, 1824) 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12
Scinax sp. 1 4, 5
Scinax sp. 2 9
64
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Táxon Área
Sphaenorhynchus lacteus (Daudin, 1800) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11
Trachycephalus typhonius (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Leptodactylidae
Adenomera andreae (Müller, 1923) 5
Adenomera hylaedactyla (Cope, 1868) 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10
Adenomera sp. 1 12
Adenomera sp. 2 7, 8, 9, 11
Engystomops paraensis (Müller, 1923) 9
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Leptodactylus chaquensis Cei, 1950 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Leptodactylus mystaceus (Spix, 1924) 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Leptodactylus paraensis Heyer, 2005 5, 7
Leptodactylus pentadactylus (Laurenti, 1768) 5, 7, 9
Leptodactylus petersii (Steindachner, 1864) 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Leptodactylus pustulatus (Peters, 1870) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10
Leptodactylus troglodytes Lutz, 1926 1, 2, 6, 10
Leptodactylus vastus Lutz, 1930 1, 2, 3
Lithodytes lineatus (Schneider, 1799) 5
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Physalaemus nattereri (Steindachner, 1863) 6, 10, 11
Pseudopaludicola sp. 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8
Microhylidae
Chiasmocleis avilapiresae Peloso e Sturaro, 2018 7
Chiasmocleis jimi Caramaschi e Cruz, 2001 7
Ctenophryne geayi Mocquard, 1994 8
Dermatonotus muelleri (Boettger, 1885) 6, 11
Elachistocleis bumbameuboi Caramaschi, 2010 1, 2, 3
Elachistocleis carvalhoi Caramaschi, 2010 7, 8, 9
Hamptophryne boliviana (Parker, 1927) 7
Odontophrynidae
Proceratophrys concavitympanum Giaretta, Bernarde e Kokubum, 2000 8, 9
Phyllomedusidae
Callimedusa tomopterna (Cope, 1868) 7
Phyllomedusa bicolor (Boddaert, 1772) 5, 7, 8, 9
Phyllomedusa vaillantii Boulenger, 1882 6, 8, 9
Pithecopus hypochondrialis (Daudin, 1800) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12
Pipidae
Pipa pipa (Linnaeus, 1758) 3, 10
GYMNOPHIONA
Siphonopidae
Microcaecilia taylori Nussbaum e Hoogmoed, 1979 9
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
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Figura 2 - (1) Allophryne ruthveni, (2) Allobates crombiei, (3) Allobates crombiei (macho com girinos),
(4) Allobates sp., (5) Allobates sp. (macho com girinos), (6) Amazophrynella sp., (7) Rhaebo guttatus,
(8) Rhaebo guttatus.
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
9 10
11 12
13 14
15 16
Figura 3 - (9) Rhinella diptycha, (10) Rhinella diptycha (jovem), (11) Rhinella gildae, (12) Rhinella jimi,
(13) Rhinella jimi, (14) Rhinella jimi (filhote), (15) Rhinella margaritifera, (16) Rhinella margaritifera.
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
17 18
19 20
21 22
23 24
Figura 4 - (17) Rhinella mirandaribeiroi, (18) Ceratophrys cornuta, (19) Ceratophrys cornuta (casal em
amplexo), (20) Pristimantis aff. fenestratus, (21) Adelphobates galactonotus, (22) Adelphobates galactonotus,
(23) Adelphobates galactonotus, (24) Adelphobates galactonotus.
68 68
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
25 26
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29 30
31 32
Figura 5 - (25) Ameerega trivittata, (26) Boana boans, (27) Boana cinerascens, (28) Boana aff. fasciata,
(29) Boana multifasciata, (30) Boana multifasciata (recém-metamorfoseado), (31) Boana punctata,
(32) Boana punctata (recém-metamorfoseado).
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
33 34
35 36
37 38
39 40
Figura 6 - (33) Boana raniceps, (34) Boana raniceps (jovem), (35) Boana aff. semilineata,
(36) Boana aff. semilineata (recém-metamorfoseado), (37) Dendropsophus branneri,
(38) Dendropsophus branneri, (39) Dendropsophus branneri, (40) Dendropsophus branneri.
70 70
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
41 42
43 44
45 46
47 48
71
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
49 50
51 52
53 54
55 56
72 72
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
57 58
59 60
61 62
63 64
Figura 9 - (57) Scinax aff. ruber (fêmea), (58) Scinax aff. ruber, (59) Scinax x-signatus, (60) Scinax x-signatus,
(61) Scinax sp. 1, (62) Scinax sp. 1, (63) Scinax sp. 2, (64) Sphaenorhynchus lacteus.
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
65 66
67 68
69 70
71 72
74 74
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
73 74
75 76
77 78
79 80
Figura 11 - (73) Leptodactylus fuscus, (74) Leptodactylus chaquensis, (75) Leptodactylus mystaceus,
(76) Leptodactylus paraensis, (77) Leptodactylus pentadactylus, (78) Leptodactylus pentadactylus (jovem),
(79) Leptodactylus petersii, (80) Leptodactylus pustulatus.
75
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
81 82
83 84
85 86
87 88
Figura 12 - (81) Leptodactylus troglodytes, (82) Leptodactylus vastus, (83) Lithodytes lineatus, (84)
Physalaemus cuvieri, (85) Physalaemus cuvieri (casal em amplexo), (86) Physalaemus nattereri, (87)
Pseudopaludicola sp., (88) Pseudopaludicola sp..
76
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
89 90
91 92
93 94
95 96
Figura 13 - (89) Chiasmocleis avilapiresae, (90) Chiasmocleis jimi, (91) Ctenophryne geayi, (92) Dermatonotus
muelleri, (93) Elachistocleis bumbameuboi, (94) Elachistocleis carvalhoi, (95) Hamptophryne boliviana,
(96) Proceratophrys concavitympanum.
77
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
97 98
99 100
101 102
103 104
Figura 14 - (97) Callimedusa tomopterna, (98) Phyllomedusa bicolor, (99) Phyllomedusa bicolor (casal em
amplexo), (100) Pithecopus hypochondrialis, (101) Pithecopus hypochondrialis, (102) Pipa pipa,
(103) Microcaecilia taylori, (104) Siphonops paulensis.
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
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4 Répteis
ADRIANO LIMA SILVEIRA, CLARENICE LOIOLA DOS SANTOS, JÂNIA BRITO VIEIRA,
RENAN CONDÉ PIRES, ARTHUR WALTER SILVA DE LEMOS, THAMIRES BENICIO
ALVES DOS SANTOS, ADRYELLE FRANCISCA DE SOUZA MOREIRA, DANIELLE ÍSIS
SOUSA FERREIRA, JOHNNY SOUSA FERREIRA & ALESSANDRO COSTA MENKS
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Crotalus durissus cascavella
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Figura 1 – Métodos de amostragem e manejo de répteis aplicados no estudo. A-D: armadilha de interceptação
e queda; E – armadilha aquática tipo covo; F – parcela ampla; G – marcação com implante visível de elastômero;
H, I: fixação de espécimes testemunhos (fotos: A-D, F-I: Adriano L. Silveira, E: Alessandro Menks).
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Kentropix calcarata
preservação dos espécimes foi realizada de expedições, foram registradas 128 espécies de
acordo com a metodologia de rotina para répteis répteis, sendo três espécies de Crocodylia (uma
(e.g. Franco e Salomão, 2002). Os espécimes família), sete de Testudines (quatro famílias) e
testemunhos foram depositados na Coleção 118 de Squamata, este grupo incluindo 35 de
Herpetológica do Museu Paraense Emílio Lacertilia (11 famílias), oito de Amphisbaenia
Goeldi, Coleção Herpetológica da Universidade (uma família) e 75 espécies de Serpentes (sete
Federal do Pará e Coleção Herpetológica da famílias) (Tabela 1). O total de 128 espécies
Universidade Federal no Maranhão. representa uma riqueza muito elevada,
Os espécimes registrados foram evidenciando que a região estudada abriga uma
identificados até o nível de espécie ou grande diversidade de répteis. Foram obtidas
subespécie quando aplicável. Procedeu- fotos de 123 espécies em campo, as quais são
se a identificações prévias em campo, com apresentadas nas Figuras 2 a 22.
confirmação posterior em laboratório, com Em relação à taxonomia, foi possível a segura
auxílio de microscópio estereoscópico quando identificação em nível de espécie, e subespécie
necessário. As identificações foram obtidas quando pertinente, de 125 táxons. Apenas
através da análise de caracteres diagnósticos para o lagarto Stenocercus sp., o anfisbênio
de morfologia externa, coloração, morfometria, Leposternon sp. e a serpente Atractus sp. a
dentição e morfologia do hemipênis. Foram identidade taxonômica não pôde ser conclusiva.
utilizados recursos de consulta a literatura No entanto, um exemplar fotografado de
científica especializada e comparação com Atractus sp. mostrou-se semelhante a A.
espécimes de coleções científicas previamente pantostictus Fernandes e Puorto, 1994, espécie
identificados. Aplicou-se a nomenclatura ocorrente no Cerrado e na Mata Atlântica e não
taxonômica atualizada para cada grupo. registrada no Maranhão.
Do total das espécies, 104 foram registradas
3. Resultados nas áreas localizadas no Maranhão e 81 nas
áreas no Pará. A riqueza obtida no Maranhão
Considerando os dados obtidos em todas as corresponde à maior listagem de répteis já
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Potamites ecpleopus
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Erythrolamprus viridis prasinus
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encontrada em diversos habitat florestais, mais Pinheiro, Marcelo Gomes dos Santos, Mariana
frequentemente nas proximidades de corpos Neri Noronha Luz, Michael Rudolf Cavalcante
d’água; características que a qualificam como a Lindemann, Patrícia Mendes Fonseca, Pedro
principal causadora de ofidismos locais. Santos Abe, Raphael Jonas Correa de Oliveira,
Em síntese, os dados aqui apresentados Renata Moleiro Fadel, Rodolph Christopher
indicam que a Amazônia oriental na região Loiola, Rodrigo de Oliveira Lula Salles, Ronny
leste do Pará e oeste do Maranhão abriga uma Anderson Barros Santos, Sara Rodrigues
fauna de répteis diversificada, com muitas de Araújo, Thiago Farias Almeida, Uécson
espécies restritas a ambientes preservados Suendel Costa de Oliveira, Yousef Oliveira
e alguns endemismos. Foram obtidas de Cunha Bitar e Zairon Marcel de Matos
significativas ampliações das distribuições Garcês, os quais contribuíram na execução das
geográficas conhecidas de muitos táxons, amostragens dos répteis em campo, coleta
incluindo registros inéditos para o Maranhão. dos dados e registros fotográficos; a Ana Lúcia
Também foram identificadas duas possíveis da Costa Prudente, também pelo tombamento
novas espécies. As novidades encontradas dos espécimes testemunhos na Coleção
evidenciam que a região da Amazônia oriental Herpetológica do Museu Paraense Emílio
ainda se encontra insuficientemente conhecida Goeldi; a Maria Cristina dos Santos Costa, pelo
em relação à composição da fauna de répteis. A espaço cedido para análises no Laboratório de
elevada riqueza e a ocorrência de um expressivo Herpetologia da Universidade Federal do Pará
número de espécies raras demonstram a e pelo tombamento de espécimes na Coleção
relevância dos remanescentes naturais ao Herpetológica desta instituição; a Gilda
longo da área estudada, para a manutenção da Vasconcellos de Andrade, pelo tombamento
diversidade de répteis amazônicos. de espécimes na Coleção Herpetológica da
Universidade Federal do Maranhão; a Rubem
Agradecimentos Augusto da Paixão Dornas, por disponibilizar
dados do estudo da fauna atropelada; a Rejane
Agradecemos a Ana Lúcia da Costa Silveira Ferreira Pacheco, Francisco Antônio
Prudente pela revisão deste capítulo e valiosa Pinto Colares e Gustavo Helal Gonsioroski da
contribuição; aos biólogos Amanda André Silva, pelos registros de répteis nas atividades
Lima, Barnagleison Silva Lisboa, Caio Antônio de resgate de fauna; a Glauco Furtado Dias
Figueiredo de Andrade, Camila de Lima e Roberta Christiane Oliveira Andrade, pelo
Oliveira, Camila Rabelo Rievers, Carla da Silva apoio em atividades de campo; a Estêvão Luis
Guimarães, Danusy Lopes Santos, David Barros Pereira Lima, Bernardo Papi, João Marcos Silla
Muniz, Diego Meneghelli, Edinaldo Leite Filho, e Adrian Paul Ashton Barnett, pelos registros
Emanuelle de Oliveira Lack, Juliana Alves de fotográficos de répteis efetuados em campo; e
Jesus, Jussara Santos Dayrell, Kleiton Rodolfo a Luziene Conceição de Sousa, pelo apoio com
Alves da Silva, Leandra de Paula Cordeiro a triagem dos dados.
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Stenocercus dumerilii
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Táxon Área
CROCODYLIA
Alligatoridae
Caiman crocodilus crocodilus (Linnaeus, 1758) 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) 3, 6, 10*
Paleosuchus trigonatus (Schneider, 1801) 9
TESTUDINES
Cryptodira
Kinosternidae
Kinosternon scorpioides scorpioides (Linnaeus, 1758) 1
Geoemydidae
Rhinoclemmys punctularia punctularia (Daudin, 1801) 3, 5, 8, 9, 10
Testudinidae
Chelonoidis carbonarius (Spix, 1824) 1, 5, 6, 7, 10
Chelonoidis denticulatus (Linnaeus, 1766) 5, 7, 8, 9
Pleurodira
Chelidae
Mesoclemmys gibba (Schweigger, 1812) 7, 9, 10
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) 3, 4, 6, 10
Platemys platycephala platycephala (Schneider, 1792) 5, 7, 9
SQUAMATA
Lacertilia: Gekkota
Gekkonidae
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonès, 1818) 3, 6, 11
Phyllodactylidae
Thecadactylus rapicauda (Houttuyn, 1782) 5, 8, 9, 11, 12
Sphaerodactylidae
Chatogekko amazonicus (Andersson, 1918) 5, 8, 9
Coleodactylus meridionalis (Boulenger, 1888) 1, 2, 3, 4, 6, 10, 11
Gonatodes humeralis (Guichenot, 1855) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Lacertilia: Scinciformata
Mabuyidae
Copeoglossum nigropunctatum (Spix, 1825) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Manciola guaporicola (Dunn, 1935)
Lacertilia: Iguania
Dactyloidae
Dactyloa punctata (Daudin, 1802) 5, 7, 8, 9
Norops brasiliensis (Vanzolini e Williams, 1970) 2
Norops fuscoauratus (D’Orbigny, 1837 in Duméril e Bibron, 1837) 2, 5, 7, 8, 9,11,12
Norops ortonii (Cope, 1868) 1, 2, 4, 7, 8, 11
Iguanidae
Iguana iguana iguana (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12
Polychrotidae
Polychrus marmoratus (Linnaeus, 1758) 1, 5, 6, 9
Tropiduridae
Plica plica (Linnaeus, 1758) 8, 9
Plica umbra ochrocollaris (Spix, 1825) 5, 7, 8, 9
94
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Táxon Área
Stenocercus dumerilii (Steindachner, 1867) 11
Stenocercus sp. 12
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 11, 12
Tropidurus oreadicus Rodrigues, 1987 7, 8, 9
Uranoscodon superciliosus (Linnaeus, 1758) 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10
Lacertilia: Anguimorpha
Anguidae
Diploglossus lessonae Peracca, 1890 4
Lacertilia: Teiformata
Gymnophthalmidae
Arthrosaura reticulata (O’Shaughnessy, 1881) 7, 10
Cercosaura argulus Peters, 1862 8, 9, 11
Cercosaura ocellata Wagler, 1830 9
Cercosaura olivacea (Gray, 1845) 1, 2, 4
Colobosaura modesta (Reinhardt e Luetken, 1862) 1, 2, 4, 5, 6, 10, 11
Loxopholis percarinatum (Müller, 1923) 7
Potamites ecpleopus (Cope, 1875) 9
Tretioscincus agilis (Ruthven, 1916) 9
Teiidae
Ameiva ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12
Cnemidophorus cryptus Cole e Dessauer, 1993 4, 7, 8, 9, 10, 11
Dracaena guianensis Daudin, 1802
Kentropyx calcarata Spix, 1825 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12
Salvator merianae Duméril e Bibron, 1839 2, 11
Tupinambis teguixin (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 10, 12
Amphisbaenia
Amphisbaenidae
Amphisbaena alba Linnaeus, 1758 2, 4, 7, 8, 10
Amphisbaena anomala (Barbour, 1914) 10, 11
Amphisbaena fuliginosa amazonica Vanzolini, 1951 7, 9, 11
Amphisbaena ibijara Rodrigues, Andrade e Lima, 2003 6,10
Amphisbaena mitchelli Procter, 1923 3, 10
Amphisbaena vermicularis Wagler in Spix, 1824 1, 2, 3
Leposternon polystegum (Duméril in Duméril e Duméril, 1851) 1
Leposternon sp. 10*
Serpentes
Typhlopidae
Amerotyphlops brongersmianus (Vanzolini, 1976) 10, 12
Amerotyphlops reticulatus (Linnaeus, 1758) 4, 8, 9
Aniliidae
Anilius scytale (Linnaeus, 1758) 9, 10
Boidae
Boa constrictor constrictor Linnaeus, 1758 3, 4, 5, 8, 9, 10, 11, 12
Corallus batesii (Gray, 1860) 8
Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758) 1, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12
Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) 9, 11
Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) 3, 7, 9, 10
Colubridae
Chironius carinatus (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Táxon Área
Chironius exoletus (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,8
Chironius fuscus (Linnaeus, 1758) 5, 7, 8
Chironius scurrulus (Wagler in Spix, 1824) 7
Dendrophidion dendrophis (Schlegel, 1837) 9
Drymarchon corais (Boie, 1827) 1
Drymoluber dichrous (Peters, 1863) 7, 9
Leptophis ahaetulla ahaetulla (Linnaeus, 1758) 1, 3, 4, 7
Mastigodryas boddaerti boddaerti (Sentzen, 1796) 4, 5, 6, 9, 11
Oxybelis aeneus (Wagler in Spix, 1824) 3, 9, 11
Oxybelis fulgidus (Daudin, 1803) 8
Palusophis bifossatus (Raddi, 1820) 3
Phrynonax polylepis (Peters, 1867) 9, 11
Rhinobothryum lentiginosum (Scopoli, 1785)
Spilotes pullatus pullatus (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 5, 11
Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758) 1, 3, 4, 6, 8, 9, 10, 11
Dipsadidae
Apostolepis nigrolineata (Peters, 1869) 4, 6
Atractus albuquerquei Cunha e Nascimento, 1983 1, 5, 9, 11
Atractus tartarus Passos, Prudente e Lynch, 2016 9
Atractus sp. 1
Clelia plumbea (Wied, 1820) 11
Dipsas catesbyi (Sentzen, 1796) 5, 7, 8, 9, 10
Dipsas indica indica Laurenti, 1768 5
Dipsas mikanii septentrionalis (Cunha, Nascimento e Hoge, 1980) 2, 3, 4, 6, 8, 9, 10, 11
Drepanoides anomalus (Jan, 1863) 5, 9
Erythrolamprus aesculapii aesculapii (Linnaeus, 1766) 7, 9, 11
Erythrolamprus oligolepis (Boulenger, 1905) 9
Erythrolamprus poecilogyrus schotti (Schlegel, 1837) 1, 2, 3, 4, 6, 9, 10
Erythrolamprus reginae (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 11
Erythrolamprus taeniogaster (Jan, 1863) 1, 5
Erythrolamprus typhlus typhlus (Linnaeus, 1758) 5
Erythrolamprus viridis prasinus (Jan e Sordelli, 1866) 2
Helicops angulatus (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9, 10
Helicops trivittatus (Gray, 1849)
Hydrodynastes gigas (Duméril, Bibron e Duméril, 1854) 3
Hydrops triangularis triangularis (Wagler in Spix, 1824) 4, 10
Imantodes cenchoa (Linnaeus, 1758) 1, 3, 5, 7, 8, 9
Imantodes lentiferus (Cope, 1894) 7
Leptodeira annulata annulata (Linnaeus, 1758) 1, 2, 3, 4, 9
Lygophis meridionalis (Schenkel, 1901)
Oxyrhopus melanogenys orientalis Cunha e Nascimento, 1983 6, 9, 10, 11
Oxyrhopus petolarius digitalis (Reuss, 1834) 2, 4
Oxyrhopus trigeminus Duméril, Bibron e Duméril, 1854 1, 2, 3, 4, 5, 6
Philodryas argentea (Daudin, 1803) 8
Philodryas olfersii herbeus (Wied, 1825) 3, 4, 10, 11
Pseudoboa coronata Schneider, 1801 9
Pseudoboa nigra (Duméril, Bibron e Duméril, 1854) 1, 2, 3, 4, 6, 7, 10, 11
Psomophis joberti (Sauvage, 1884) 1
Sibon nebulatus nebulatus (Linaeus, 1758) 1, 2, 4
96
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Táxon Área
Siphlophis cervinus (Laurenti, 1768) 5, 11
Siphlophis compressus (Daudin, 1803) 5, 9
Siphlophis worontzowi (Prado, 1940) 8, 9
Taeniophallus occipitalis (Jan, 1863) 11*
Taeniophallus quadriocellatus Santos-Jr, Di-Bernardo e Lema, 2008 9
Thamnodynastes hypoconia (Cope, 1860) 3
Thamnodynastes pallidus (Linnaeus, 1758) 3, 4, 6
Xenodon rabdocephalus rabdocephalus (Wied, 1824) 11
Xenopholis scalaris (Wucherer, 1861) 8, 9
Elapidae
Micrurus hemprichii hemprichii (Jan, 1858) 9
Micrurus lemniscatus lemniscatus (Linnaeus, 1758) 3, 4, 8, 9
Micrurus paraensis Cunha e Nascimento, 1973 9
Micrurus spixii martiusi Schmidt, 1953 1
Viperidae
Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11
Bothrops marajoensis Hoge, 1966 3
Bothrops moojeni Hoge, 1966 8
Bothrops taeniatus taeniatus (Wagler in Spix, 1824) 7, 9
Crotalus durissus cascavella Wagler in Spix, 1824 1, 2, 3
97
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
1 2
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5 6
7 8
Figura 2 - (1) Caiman crocodilus crocodilus, (2) Caiman crocodilus crocodilus (filhote), (3) Paleosuchus
palpebrosus (filhote), (4) Paleosuchus trigonatus (filhote), (5) Kinosternon scorpioides scorpioides,
(6) Rhinoclemmys punctularia punctularia, (7) Chelonoidis carbonarius, (8) Chelonoidis carbonarius (filhote).
98
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
9 10
11 12
13 14
15 16
Figura 3 - (9) Chelonoidis denticulatus, (10) Chelonoidis denticulatus (filhote), (11) Mesoclemmys gibba,
(12) Phrynops geoffroanus, (13) Platemys platycephala platycephala, (14) Hemidactylus mabouia,
(15) Thecadactylus rapicauda, (16) Thecadactylus rapicauda.
99
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
17 18
19 20
21 22
23 24
Figura 4 - (17) Chatogekko amazonicus, (18) Coleodactylus meridionalis, (19) Gonatodes humeralis (macho),
(20) Gonatodes humeralis (fêmea), (21) Copeoglossum nigropunctatum, (22) Copeoglossum nigropunctatum,
(23) Copeoglossum nigropunctatum (filhote), (24) Manciola guaporicola.
100
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
25 26
27 28
29 30
31 32
Figura 5 - (25) Dactyloa punctata, (26) Norops brasiliensis, (27) Norops brasiliensis (filhote),
(28) Norops fuscoauratus, (29) Norops fuscoauratus, (30) Norops ortonii, (31) Iguana iguana iguana
(macho), (32) Iguana iguana iguana (fêmea).
101
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
33 34
35 36
37 38
39 40
Figura 6 - (33) Polychrus marmoratus, (34) Polychrus marmoratus, (35) Plica plica, (36) Plica plica (filhote),
(37) Plica umbra ochrocollaris, (38) Stenocercus dumerilii, (39) Stenocercus sp., (40) Tropidurus hispidus
(macho).
102
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
41 42
43 44
45 46
47 48
Figura 7 - (41) Tropidurus hispidus, (42) Tropidurus oreadicus, (43) Uranoscodon superciliosus,
(44) Diploglossus lessonae, (45) Arthrosaura reticulata, (46) Cercosaura argulus, (47) Cercosaura ocellata,
(48) Cercosaura olivacea.
103
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
49 50
51 52
53 54
55 56
Figura 8 - (49) Colobosaura modesta, (50) Loxopholis percarinatum, (51) Potamites ecpleopus,
(52) Ameiva ameiva ameiva (macho), (53) Ameiva ameiva ameiva (macho), (54) Ameiva ameiva ameiva
(fêmea), (55) Cnemidophorus cryptus, (56) Cnemidophorus cryptus.
104
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
57 58
59 60
61 62
63 64
Figura 9 - (57) Dracaena guianensis, (58) Kentropix calcarata (macho), (59) Kentropix calcarata (subadulto),
(60) Kentropix calcarata (filhote), (61) Salvator merianae, (62) Tupinambis teguixin, (63) Amphisbaena alba,
(64) Amphisbaena anomala.
105
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
65 66
67 68
69 70
71 72
Figura 10 - (65) Amphisbaena fuliginosa amazonica, (66) Amphisbaena ibijara, (67) Amphisbaena mitchelli,
(68) Amphisbaena mitchelli, (69) Amphisbaena vermicularis, (70) Leposternon polystegum,
(71) Amerotyphlops brongersmianus, (72) Amerotyphlops reticulatus.
106
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
73 74
75 76
77 78
79 80
Figura 11 - (73) Anilius scytale, (74) Boa constrictor constrictor, (75) Corallus batesii, (76) Corallus hortulanus,
(77) Corallus hortulanus, (78) Epicrates cenchria, (79) Epicrates cenchria (filhote), (80) Eunectes murinus
(filhote).
107
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
81 82
83 84
85 86
87 88
Figura 12 - (81) Chironius carinatus, (82) Chironius exoletus, (83) Chironius fuscus, (84) Chironius scurrulus,
(85) Dendrophidion dendrophis, (86) Drymarchon corais, (87) Drymoluber dichrous, (88) Drymoluber
dichrous (filhote).
108
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
89 90
91 92
93 94
95 96
Figura 13 - (89) Leptophis ahaetulla ahaetulla, (90) Mastigodryas boddaerti boddaerti, (91) Mastigodryas
boddaerti boddaerti (filhote), (92) Oxybelis aeneus, (93) Oxybelis fulgidus, (94) Palusophis bifossatus,
(95) Phrynonax polylepis, (96) Phrynonax polylepis (filhote).
109
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
97 98
99 100
101 102
103 104
Figura 14 - (97) Spilotes pullatus pullatus, (98) Tantilla melanocephala, (99) Tantilla melanocephala (filhote),
(100) Apostolepis nigrolineata, (101) Atractus albuquerquei, (102) Atractus tartarus, (103) Atractus sp.,
(104) Clelia plumbea.
110
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
105 106
107 108
109 110
111 112
Figura 15 - (105) Dipsas catesbyi, (106) Dipsas indica indica, (107) Dipsas mikanii septentrionalis,
(108) Drepanoides anomalus, (109) Drepanoides anomalus (filhote), (110) Erythrolamprus aesculapii aesculapii,
(111) Erythrolamprus aesculapii aesculapii, (112) Erythrolamprus oligolepis (filhote).
111
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
113 114
115 116
117 118
119 120
Figura 16 - (113) Erythrolamprus poecilogyrus schotti (adulto), (114) Erythrolamprus poecilogyrus schotti
(subadulto), (115) Erythrolamprus poecilogyrus schotti (subadulto), (116) Erythrolamprus poecilogyrus
schotti (filhote), (117) Erythrolamprus reginae, (118) Erythrolamprus reginae (filhote), (119) Erythrolamprus
taeniogaster, (120) Erythrolamprus taeniogaster (melânico).
112
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
121 122
123 124
125 126
127 128
113
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
129 130
131 132
133 134
135 136
Figura 18 - (129) Imantodes lentiferus, (130) Leptodeira annulata annulata, (131) Lygophis meridionalis,
(132) Oxyrhopus melanogenys orientalis, (133) Oxyrhopus melanogenys orientalis, (134) Oxyrhopus
melanogenys orientalis (melânico), (135) Oxyrhopus petolarius digitalis (filhote), (136) Oxyrhopus trigeminus.
114
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
137 138
139 140
141 142
143 144
Figura 19 - (137) Philodryas argentea, (138) Philodryas olfersii herbeus, (139) Pseudoboa coronata (filhote),
(140) Pseudoboa nigra, (141) Pseudoboa nigra, (142) Pseudoboa nigra, (143) Pseudoboa nigra (filhote),
(144) Psomophis joberti.
115
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
145 146
147 148
149 150
151 152
Figura 20 - (145) Sibon nebulatus nebulatus, (146) Siphlophis cervinus (filhote), (147) Siphlophis compressus,
(148) Siphlophis worontzowi, (149) Taeniophalus occipitalis, (150) Taeniophalus quadriocellatus,
(151) Thamnodynastes hypoconia, (152) Thamnodynastes pallidus.
116
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
153 154
155 156
157 158
159 160
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
161 162
163 164
165 166
167 168
Figura 22 - (161) Bothrops atrox, (162) Bothrops atrox (filhote), (163) Bothrops marajoensis, (164) Bothrops
moojeni (padrão intermediário com Bothrops atrox), (165) Bothrops taeniatus taeniatus, (166) Crotalus
durissus cascavella, (167) Crotalus durissus cascavella, (168) Crotalus durissus cascavella (filhote).
118
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
119
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
5 Aves
GUSTAVO GONSIOROSKI, MARCELO BARREIROS, ANDRÉ CORDEIRO DE LUCA,
WAGNER NOGUEIRA, ELINETE BATISTA RODRIGUES, THIAGO VERNASCHI VIEIRA
DA COSTA, ESTEVÃO LUIS PEREIRA LIMA, LEONARDO GABRIEL CAMPOS DE
OLIVEIRA TORRES, EDUARDO FRANÇA ALTEFF, BRUNO RENNÓ, FELIPE ARANTES,
GABRIEL LEITE, GUSTAVO PEDERSOLI & FLÁVIO KULAIF UBAID
Celeus flavus. Foto: Marcelo Barreiros Berlepschia rikeri. Foto: Gustavo Gonsioroski
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Figura 1 - Riqueza de espécies por ordem de aves registradas ao longo do monitoramento da EFC.
Figura 2 - Riqueza de espécies por família de aves registradas ao longo do monitoramento da EFC.
128
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
450
400
350
Número de espécies
300
250
200
150
100
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Área
Figura 4 - Riqueza de espécies (verde claro) e registros exclusivos (verde escuro) das áreas amostradas no
decorrer dos monitoramentos.
Figura 5 - Riqueza da avifauna por grau de sensibilidade registradas ao longo do monitoramento da EFC.
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Galbula ruficauda. Foto: Marcelo Barreiros Celeus ochraceus. Foto: Gustavo Gonsioroski
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“vulnerável” nas listas global e nacional de aethiops incertus (choca-lisa), também registrada
espécies ameaçadas. Por fim, Guaruba guarouba nas áreas 5, 7 e 11, considerada “em perigo” no
(ararajuba), uma espécie de plumagem estado do Pará (COEMA, 2007).
exuberante considerada “vulnerável” nas Registros dignos de nota são aqueles do
listas global, nacional e estadual. É habitante mutum-de-penacho Crax fasciolata pinima, os
de matas de terra firme e raramente adentra quais foram realizados nas áreas amostrais 5
matas de várzea (Sick, 2001), sendo registrada e 7, no CE Belém (Alteff et al., 2019). Trata-se
sempre em bandos de seis a oito indivíduos, de uma das aves mais raras da América do
apenas nas áreas 5 e 7. Sul e a mais ameaçada registrada durante os
Entre os carnívoros de grande porte temos levantamentos da EFC, cuja população atual é
a Harpia harpyja (gavião-real), uma das maiores estimada em menos de 100 indivíduos em vida
e mais poderosas águias do mundo. Alimenta- livre, sendo desconhecidos exemplares em
se principalmente de mamíferos arborícolas, cativeiro. Originalmente, C. fasciolata pinima
como preguiças e macacos. Espécie de alta habitava as florestas de terra firme do CE Belém,
sensibilidade ambiental e categorizada como região conhecida por ter as maiores taxas de
“vulnerável” na lista nacional, foi registrada nas desmatamento em toda floresta amazônica,
áreas 5 e 7. que aliado à caça para alimentação, causou
Alguns táxons endêmicos do CE Belém e seu desaparecimento em quase toda sua área
ameaçados de extinção são: Tangara velia signata de distribuição. A forma nominal C. f. fasciolata,
(saíra-diamante), registrada apenas na área 5, e menos ameaçada que C. f. pinima, foi registrada
que se encontra “em perigo” na lista do estado nas áreas 8 e 9, no CE Xingu.
do Pará; Phlegopsis nigromaculata paraensis Entre outros táxons incluídos em alguma
(mãe-de-taoca) encontrada nas áreas 5 e 7, e categoria de ameaça, são ressaltados os
considerada “vulnerável” pela lista nacional e seguintes: Patagioenas subvinacea, categorizado
“Em Perigo” na lista estadual; e Thamnophilus como “vulnerável” pela lista global. Costuma
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ser mais abundante em florestas próximas a Outros dois táxons registrados ao longo
rios (BirdLife International, 2019). Tunchiornis dos estudos também merecem destaque, pois
ochraceiceps rubrifrons, habitante dos estratos tratam-se provavelmente de novas espécies
médios e baixos do sub-bosque de florestas para a ciência: Synallaxis sp. nov., uma espécie
ombrófilas úmidas e mais preservadas, foi cuja distribuição geográfica ainda é incerta.
caracterizado como “vulnerável” pela lista Sua presença foi reportada para o estado do
nacional. Costuma ser visto acompanhando Maranhão pela primeira vez em 1991 por David
bandos mistos de sub-bosque e, normalmente, Oren, em seu artigo sobre as aves do Estado do
aos pares. Distribui-se pela Amazônia a partir Maranhão, Brasil, onde o pesquisador se refere
da margem direita do rio Xingu e estendendo a a ela como Synallaxis ruficapilla (Oren, 1991).
leste (BirdLife International, 2019). A espécie foi Posteriormente, outros registros foram feitos
registrada nas áreas 5 e 7. Hylopezus paraensis em algumas localidades do estado do Pará,
(torom-do-Pará), representante da família dos sempre sendo atribuídos erroneamente a outros
Grallariidae, vive sempre próximo ao chão congêneres, como S. macconnelli e S. cabanisi.
nos trechos mais sombreados de florestas A primeira menção formal da existência dessa
ombrófilas úmidas e mais preservadas. A nova espécie no leste da Amazônia aparece
espécie foi registrada nas áreas 5, 7 e 9 e em Batalha-Filho et al. (2013), que apresenta
é categorizada como “vulnerável” pela lista uma revisão sistemática do complexo Synallaxis
nacional. Tolmomyias assimilis paraensis (bico- ruficapilla com base em dados moleculares.
chato-da-copa), registrado nas áreas 5 e 7, vive Este estudo revelou que essa linhagem do leste
nos estratos mais altos de florestas ombrófilas, amazônico é irmã do clado que compreende
e costuma seguir bandos mistos de copa. atualmente S. ruficapilla e S. cinerea, presentes
Apesar da lista nacional não considerar o táxon no sul/sudeste e centro/nordeste da Mata
como ameaçado, a lista estadual o categorizou Atlântica, respectivamente. Vale mencionar
como “em perigo”. Essa subespécie se distribui que todas as espécies do complexo Synallaxis
a partir da margem direita do rio Tapajós e se ruficapilla apresentam grande similaridade de
estende a leste, atingindo o oeste do Maranhão plumagem e são vocalmente muito parecidas.
(BirdLife International, 2019). Por esta razão ainda não é possível afirmar que
Um registro importante realizado nas todas as populações atualmente atribuídas
amostragens foi do pica-pau-do-parnaíba a este táxon, de fato, pertencem à mesma
(Celeus obrieni), documentado nas áreas 5 e espécie, visto que todas as amostras utilizadas
11. Essa espécie de pica-pau foi originalmente no estudo sistemático supracitado provêm
descrita em 1973 como subespécie do pica- da mesma localidade, no norte do Mato
pau-lindo (Celeus spectabilis) com base em um Grosso (Batalha-Filho et al., 2013). Durante os
único exemplar coletado por Emil Kaempfer trabalhos do monitoramento da avifauna da
em 1926 (Short 1973), permanecendo por EFC, a espécie foi documentada nas áreas 3 e
80 anos sem registros. Redescoberto em 6, sempre encontrada em ambientes úmidos
2006, registros subsequentes revelaram uma (vegetação ciliar de cursos d’água e igarapés)
ampla distribuição da espécie abrangendo os e sua vegetação associada. Estes dados são
estados de Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Pará, de suma importância para o entendimento
Maranhão e Piauí. Vive em áreas florestais, da distribuição geográfica e preferências de
como o cerradão, matas de galeria e matas habitat da espécie, bem como do planejamento
estacionais, e é uma das poucas espécies do de coletas científicas que tenham o intuito de
Cerrado associadas aos tabocais (Guadua sp.) elucidar definitivamente seu status taxonômico.
e embaubais (Cecropia sp.), onde se alimenta Myiornis sp. nov., é uma espécie ainda
principalmente das formigas associadas a estas não descrita, descoberta em junho de 2012,
plantas (Leite et al., 2013). Suas populações no município de Caxias, extremo leste do
estão cada vez mais reduzidas e fragmentadas Maranhão. Aquela localidade, que na ocasião
em função da conversão de áreas naturais para era a única conhecida para a espécie, aliada à
criação de gado. É uma espécie considerada característica de sua vocalização, lhe rendeu
“vulnerável” em nível nacional e mundial. o nome popular de grilinho-de-caxias. A
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no topo de uma árvore seca nas proximidades EFC, além de contribuir de forma significativa
do rio Pindaré. Ainda entre os traupídeos, para o conhecimento ornitológico regional,
Tangara gyrola (saíra-de-cabeça-castanha), propiciou a documentação de novos registros
singular exemplar amazônico com plumagem de espécies no Maranhão e expansões na
castanho na cabeça contrastando com o azul distribuição geográfica conhecidas, inclusive
da barriga (Sick, 2001), foi documentada em 7 de espécies raras e ameaçadas de extinção.
de maio de 2018 juntamente com um bando Destacamos ainda que o estudo revelou um
misto forrageando no dossel das matas da enorme potencial das áreas estudadas para
área 5. Representante da família Hirundinidae, a prática do birdwatching ou observação
Atticora fasciata (peitoril), espécie ribeirinha da aves em ambiente natural. A realização
Amazônia, foi registrada pela primeira vez no dessa atividade demanda o conhecimento
Maranhão em 9 de maio de 2016. Um indivíduo prévio da composição e riqueza das aves,
foi observado sobrevoando o rio Pindaré em algo imprescindível para se determinar a
conjunto com oito indivíduos de Tachycineta importância da área a uma futura utilização
albiventer (andorinha-do-rio) durante as da região como ponto de atração turística
atividades na área 5. (Moreira-Lima, Nogueira, & Bessa, 2018) e,
Por fim, concluímos destacando novamente consequentemente, geração de renda às
a elevada riqueza de avifauna, com algumas comunidades locais que, em muitos pontos ao
áreas bastante preservadas e que ainda longo da EFC, ainda são bastante carentes. Tal
mantêm populações sensíveis aos distúrbios prática pode inclusive apoiar os esforços de
antrópicos. O monitoramento de avifauna da conservação na região.
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Anatidae
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê 1, 3,4, 6, 8, 9
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758) marreca-cabocla 3,4, 6, 7, 8, 10
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) ananaí 3, 4
Nomonyx dominicus (Linnaeus, 1766) marreca-caucau 2
Galliformes
Cracidae
Penelope superciliaris Temminck, 1815 jacupemba 5, 6, 7, 9, 10, 11, 12
Penelope pileata Wagler, 1830 jacupiranga 5, 7, 8, 9, 11
Aburria cujubi (Pelzeln, 1858) cujubi 7
Ortalis motmot (Linnaeus, 1766) aracuã-pequeno 8, 9
Ortalis superciliaris (Gray, 1867) aracuã-de-sobrancelhas 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11
Crax fasciolata Spix, 1825 mutum-de-penacho 5, 7, 8, 9
Pauxi tuberosa (Spix, 1825) mutum-cavalo 5, 7, 9
Odontophoridae
Odontophorus gujanensis (Gmelin, 1789) uru-corcovado 5, 7, 8, 9
Podicipediformes
Podicipedidae
Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) mergulhão-pequeno 3
Ciconiiformes
Ciconiidae
Mycteria americana Linnaeus, 1758 cabeça-seca 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10
Suliformes
Phalacrocoracidae
Nannopterum brasilianus (Gmelin, 1789) biguá 1, 3, 5, 7, 9, 10
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1 2
3 4
5 6
7 8
Figura 6 - (1) Crypturellus cinereus (2) Anhima cornuta (3) Amazonetta brasiliensis (4) Aburria cujubi
(5) Crax fasciolata pinima (6) Crax fasciolata (7) Tachybaptus dominicus (8) Zebrilus undulatus.
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9 10
11 12
13 14
15 16
Figura 7 - (9) Butorides striata (10) Pilherodius pileatus (11) Cathartes aura (12) Cathartes burrovianus
(13) Sarcoramphus papa (14) Elanoides forficatus (15) Harpagus diodon (16) Rostrhamus sociabilis.
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17 18
19 20
21 22
23 24
Figura 8 - (17) Rupornis magnirostris (18) Harpia harpyja (19) Spizaetus ornatus (20) Aramus guarauna
(21) Psophia obscura (22) Porzana flaviventer (23) Pardirallus maculatus (24) Patagioenas picazuro.
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25 26
27 28
29 30
31 32
Figura 9 - (25) Opisthocomus hoazin (26) Piaya cayana (27) Guira guira (28) Tapera naevia (29) Megascops
choliba (30) Glaucidium hardyi (31) Glaucidium brasilianum (32) Nyctiphrynus ocellatus.
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33 34
35 36
37 38
39 40
Figura 10 - (33) Phaethornis maranhaoensis (34) Phaethornis superciliosus (35) Campylopterus largipennis
(36) Avocettula recurvirostris (37) Amazilia fimbriata (38) Trogon melanurus (39) Galbula dea
(40) Galbula ruficauda.
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41 42
43 44
45 46
47 48
Figura 11 - (41) Notharchus tectus (42) Bucco capensis (43) Nystalus torridus (44) Nystalus maculatus
(45) Malacoptila striata (46) Malacoptila rufa (47) Monasa nigrifrons (48) Monasa morphoeus.
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49 50
51 52
53 54
55 56
Figura 12 - (49) Ramphastos tucanus (50) Pteroglossus aracari (51) Picumnus buffonii (52) Piculus
leucolaemus (53) Celeus ochraceus (54) Celeus elegans (55) Celeus flavus (56) Celeus obrieni.
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57 58
59 60
61 62
63 64
Figura 13 - (57) Campephilus rubricollis (58) Campephilus melanoleucos (59) Micrastur mintoni
(60) Anodorhynchus hyacinthinus (61) Ara severus (62) Guaruba guarouba (63) Pyrrhura amazonum
(64) Pionites leucogaster.
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65 66
67 68
69 70
71 72
Figura 14 - (65) Pyrilia vulturina (66) Amazona amazonica (67) Deroptyus accipitrinus (68) Isleria hauxwelli
(69) Thamnomanes caesius (70) Thamnophilus doliatus (71) Sclateria naevia (72) Cercomacroides laeta.
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73 74
75 76
77 78
79 80
Figura 15 - (73) Conopophaga melanogaster (74) Hylopezus paraensis (75) Hylopezus berlepschi
(76) Xiphorhynchus guttatoides (77) Campylorhamphus multostriatus (78) Dendrexetastes rufigula
(79) Dendrocolaptes picumnus (80) Xiphocolaptes carajaensis.
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81 82
83 84
85 86
87 88
Figura 16 - (81) Berlepschia rikeri (82) Furnarius leucopus (83) Automolus paraensis (84) Certhiaxis
cinnamomeus (85) Synallaxis albescens (86) Synallaxis sp. novum (87) Ceratopipra rubrocapilla
(88) Lepidothrix iris.
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89 90
91 92
93 94
95 96
Figura 17 - (89) Machaeropterus pyrocephalus (90) Pachyramphus rufus (91) Lipaugus vociferans (92)
Cotinga cotinga (93) Gymnoderus foetidus (94) Taeniotriccus andrei (95) Corythopis torquatus (96)
Poecilotriccus capitalis.
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97 98
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101 102
103 104
Figura 18 - (97) Myiornis ecaudatus (98) Myiornis sp. novum, (99) Hemitriccus margaritaceiventer
(100) Attila cinnamomeus (101) Ramphotrigon fuscicauda (102) Microcerculus marginatus
(103) Campylorhynchus turdinus (104) Donacobius atricapilla.
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105 106
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109 110
111 112
Figura 19 - (105) Mimus saturninus (106) Anthus lutescens (107) Arremon taciturnus (108) Geothlypis
aequinoctialis (109) Procacicus solitarius (110) Cacicus cela (111) Tangara gyrola (112) Tangara mexicana.
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113 114
115 116
117 118
119 120
Figura 20 - (113) Tangara palmarum (114) Cyanerpes cyaneus (115) Sporophila schistacea (116) Sporophila
americana (117) Sporophila castaneiventris (118) Saltator coerulescens (119) Euphonia chrysopasta e (120)
Euphonia rufiventris.
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171
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
172
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
6
Pequenos Mamíferos
Não-Voadores
BERNARDO PAPI, RAPHAEL HIPÓLITO DOS SANTOS, THIAGO B. F. SEMEDO
AIRTON J. MOURA, ÉRICA D. C. CARMO, WESLEY LOPES
& ALEXANDRA MARIA RAMOS BEZERRA
173
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Tabela 1 – Esforço amostral empregado em cada área por campanha durante o monitoramento
de pequenos mamíferos da Estrada de Ferro Carajás, estados do Maranhão e Pará.
Nº de
Método Nº de Armadilhas Esforço Amostral
Noites
3 grades x 32 armadilhas
Gaiolas de gancho (tipo tomahawk) + 672 armadilhas/
(16 gaiolas com gancho + 7
armadilhas tipo Sherman® noite
16 Shermans)
Pitfalls (armadilhas de interceptação e 6 transectos pitfalls x 10 420 armadilhas/
7
queda - AIQ) baldes noite
174
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
distância mínima de 100 metros uma da outra, de 70% de Ketamina e 30% de Xilazina (Brasil,
somando seis estações de capturas por área. 2017) e, em seguida, taxidermizados. Só foram
Os baldes ficaram abertos durante sete noites considerados para a lista final de espécies os
consecutivas e foram vistoriados diariamente táxons que tiveram, pelo menos, um espécime
no período da manhã. coletado, identificado e depositado nas coleções
Os pequenos mamíferos não-voadores da Universidade Federal do Pará, Belém (UFPA)
capturados foram identificados em campo e do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém
com auxílio de literatura (Bonvicino et al., 2008; (MPEG).
Gardner, 2008; Rossi & Bianconi, 2011; Patton
et al., 2015), a partir de informações obtidas 3. Resultados
da bibliografia e do estudo de espécimes
de coleções. Seguido à identificação, foram No total das 15 campanhas de campo,
sexados (se macho ou fêmea), medidos foram realizadas 2.451 capturas de pequenos
(biometria) e marcados no pavilhão auricular mamíferos não-voadores, incluindo capturas,
com anilhas numeradas para cada indivíduo recapturas e registros ocasionais (registros
(Figura 4, Figura 5 e Figura 6). Após esses realizados por outras equipes de fauna) de
procedimentos, os indivíduos foram soltos no 1.715 indivíduos.
mesmo local da captura. Foram registradas três famílias, 20 gêneros
Os indivíduos com dúvida taxonômica e 26 espécies (Tabela 2). Entretanto, para dois
foram coletados, eutanasiados conforme o gêneros de marsupiais e cinco gêneros de
recomendado na Resolução CFMV nº 714, de roedores não foi possível chegar ao nível de
20 de junho de 2002, utilizando o composto espécie para todos os espécimes, uma vez
Figura 1 - Armadilha de captura viva, tipo gaiola de Figura 2 - Armadilha de captura viva, tipo Sherman®,
gancho utilizada para captura de pequenos mamíferos utilizada para captura de pequenos mamíferos
terrestres, com uma cuíca (Marmosa (Micoureus) terrestres. Foto: Bernardo Papi.
demerarae) em seu interior. Foto: Bernardo Papi.
175
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
176
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Akodon sp. e Wiedomys sp., não são típicas da agilis com ocorrência nas áreas de Cerrado ao
floresta amazônica (Gardner, 2008; Brandão et sul do estado do Maranhão e G. emiliae com
al., 2015; Patton et al., 2015; Percequillo et al., distribuição limitada ao norte do rio Amazonas
2015), ou ocorrem em zonas de transição entre (Brandão et al., 2015; Semedo et al., 2015).
o Cerrado e a Amazônia, como Monodelphis Uma vez que não foi possível confirmar a
domestica e Didelphis albiventris (Gardner, espécie para esse gênero, esse também foi
2008; Brandão et al., 2015). A região em que tratado como Gracilinanus sp., ou seja, sem
estas espécies foram registradas, baixada espécie definida. De toda forma, esses registros
maranhense (áreas amostrais 1, 2 e 3) e vale do também ampliam a distribuição desse gênero
rio Pindaré (áreas amostrais 4, 6, 10 e 12), estão na área de estudo.
próximas às áreas de transição com o Cerrado Em relação ao gênero Marmosops, Gettinger
do Brasil central (IBGE, 2012), logo, é possível et al. (2012) registraram a espécie Marmosops
que espécies de ambos os biomas ocorram pinheroi na Flona Carajás, localidade próxima ás
na região. Além disso, essa região encontra- áreas amostradas no presente estudo no estado
se extremamente antropizada (Martins & do Pará. Nascimento et al. (2015) ampliaram a
Oliveira, 2011), não apresentando mais uma distribuição dessa espécie para o leste do Estado
fisionomia florestal amazônica dominante, o do Maranhão, incluindo assim toda a área de
que pode favorecer as espécies mais adaptadas influência da ferrovia. Recentemente Ferreira et
a ambientes abertos. al. (2020) publicaram uma revisão taxonomica
Quando observamos os dados de registro do grupo “Parvidens” onde, entre os resultados,
pelas regiões de amostragem, pode-se verificar revalidaram Marmosops woodalli para região do
os seguintes padrões: i) Espécies exclusivamente presente estudo, inclusive utilizando espécimes
amazônicas somente registradas nas áreas coletados durante este monitoramento. Deste
amostrais 8 e 9, do estado do Pará; ii) Espécies modo, fica confirmado que os registros obtidos
comuns nos biomas Cerrado e Caatinga, durante o monitoramento da expansão da EFC
bem como aquelas que ocorrem nas áreas são pertencentes à Marmosops (Sciophanes)
de transição, sendo registradas somente nas woodalli.
regiões da baixada maranhense; e, iii) espécies Também não foi possível confirmar a espécie
de ampla distribuição, encontradas em todas as registrada do gênero do roedor cricetídeo
regiões. Hylaeamys. Para as regiões de amostragem da
Ainda vale ressaltar algumas questões EFC, notadamente no estado do Maranhão, só há
taxonômicas. Sobre os dois gêneros de descrição de uma espécie do gênero, Hylaeamys
marsupiais que não foi possível identificar até o megacephalus (Brennand et al., 2013; Patton et
nível específico, Cryptonanus não tinha registro al., 2015; Percequillo et al., 2015). Entretanto,
para a região (Gardner, 2008; Brandão et al., há registro de Hylaeamys yunganus no interflúvio
2015). Há somente um registro para o leste da dos rios Xingu-Tocantins, na margem esquerda
Amazônia, no sul do estado do Amapá, ao norte do rio Tocantins (Patton et al., 2015), próximo às
do rio Amazonas, identificado apenas como áreas de amostragem do estado do Pará (áreas
Cryptonanus sp. (Da Silva et al., 2013). O gênero amostrais 8 e 9), onde este gênero foi registrado.
Cryptonanus necessita de revisão taxonômica Assim, a identificação desses indivíduos foi
e pouco se conhece sobre sua história natural, mantida como Hylaeamys sp..
ecologia e distribuição geográfica (Gardner, Outro gênero de roedor cricetídeo, Oecomys,
2008; Teta & Díaz-Nieto, 2019). Dessa forma, é conhecido como um grande complexo de
mesmo não sendo possível identificar a espécie, espécies com distribuições simpátricas (Flores
o registro desse marsupial é importante, uma et al., 2010; Patton et al., 2015; Percequillo et
vez que confirma a ocorrência desse gênero al., 2015; Suárez-Villota et al., 2017; Saldanha
para a região. et al., 2019). Para as áreas de amostragem
Situação similar ocorre com o gênero da EFC, cinco espécies são reconhecidas com
Gracilinanus, que também não possui distribuição nas áreas amostradas no estado
distribuição conhecida para a região de do Pará (O. bicolor, O. paricola, O. roberti, O.
amostragem. Estudos recentes mostram G. tapajinus e O. trinitatis), sendo três delas com
177
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
registro na margem direita do rio Tocantins optamos por manter a identificação como
(O. paricola, O. roberti e O. tapajinus) (Patton Oligoryzomys sp.
et al., 2015; Percequillo et al., 2015; Rocha Em relação aos espécimes registrados
et al., 2018). Oecomys roberti possivelmente do roedor equimídeo do gênero Proechimys,
ocorre nas áreas amostradas do estado do também não há como afirmar que se trate de
Maranhão (Percequillo et al., 2015). Assim, apenas uma única espécie para todo o estudo.
para afirmamos quais e quantas espécies do Nas áreas de amostragem do estado do Pará, há
gênero Oecomys foram registradas na EFC, registro de três espécies desse gênero (P. cuvieri,
seriam necessárias análises moleculares e P. goeldii e P. roberti) e uma (P. roberti) para o
citogenéticas dos espécimes coletados. Dessa estado do Maranhão (Patton et al., 2015). Desse
forma, a identificação desses indivíduos foi modo, somente através de análise integrativa
mantida como Oecomys sp. dos espécimes coletados, poderíamos confirmar
Já para o gênero de roedor Oligoryzomys, se foi registrada apenas uma ou mais espécies.
somente uma espécie, Oligoryzomys microtis, Desta forma, mantivemos a denominação
tem distribuição conhecida para as áreas de “cf.” em Proechimys cf. roberti, indicando a
amostragem do estado do Pará e nenhuma necessidade de futura confirmação.
tem distribuição conhecida para as áreas do Dois outros táxons de roedores
Maranhão (Patton et al., 2015; Percequillo cricetídeos dos gêneros Akodon e Wiedomys,
et al., 2015). Oligoryzomys microtis tem respectivamente, também não foram possíveis
cariótipo polimórfico e é externamente similar de serem identificados em nível de espécie.
a Oligoryzomys fulvescens, outra espécie Contudo, esses registros devem tratar-se de
amazônica, necessitando revisão taxonômica apenas uma espécie para cada gênero. Há
(Percequillo et al., 2015). Assim, análises mais controvérsias sobre a ocorrência do gênero
detalhadas dos espécimes coletados são Akodon na região amazônica brasileira
fundamentais para confirmar se os registros (Gettinger et al., 2012; Patton et al., 2015;
do estado do Maranhão são uma ampliação Percequillo et al., 2015). Uma espécie ainda
de distribuição de O. microtis. Dessa forma, não descrita de Akodon (cariótipo com número
178
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
diploide 2n = 10) foi descoberta para o norte do Maranhão são para o sul do estado, em áreas
estado do Mato Grosso (Da Silva & Yonenaga- de transição entre o Cerrado e a Caatinga.
Yassuda, 1998), em área de transição do Portanto, os registros obtidos neste estudo são
Cerrado com a Amazônia, e para a margem os primeiros para a baixada maranhense (áreas
esquerda do rio Tocantins, próximo à cidade amostrais 1 e 2) e para o vale do rio Pindaré
de Marabá, estado do Pará (Patton et al., (área amostral 6).
2015). Na Flona de Carajás há registro de um Os registros obtidos para Monodelphis
espécime de Akodon cf. cursor (Gettinger et al., domestica na baixada maranhense e vale do rio
2012). Entretanto, na mais recente compilação Pindaré ampliam a distribuição desta espécie
dos roedores amazônicos da família Cricetidae, no bioma Amazônia do estado do Maranhão
não há nenhuma menção ao gênero Akodon (Brandão et al., 2015). Assim como D. albiventris,
(Percequillo et al., 2015). No caso dos registros M. domestica também já havia sido registrada
feitos no estudo da EFC, todos as capturas de na Amazônia, nas áreas de transição com o
Akodon foram realizadas na margem direita Cerrado dos estados de Rondônia, Mato Grosso
do rio Tocantins, no estado do Maranhão e Tocantins (Brandão et al., 2015). Os registros
(área amostral 3 na baixada maranhense e 12 obtidos neste estudo foram os primeiros para a
tabuleiros dos Rios Gurupi/Grajaú), onde não Amazônia do estado do Maranhão.
há nenhum registro cientificamente publicado. A cuíca-de-quatro-olhos Philander opossum é
Assim, a identificação dos indivíduos fica outro marsupial que, apesar de muito comum na
mantida como Akodon sp. até que sejam feitas Amazônia (Gardner, 2008; Voss et al., 2018), teve
as validações para esta espécie. Esses registros sua área de distribuição ampliada nesse estudo.
são muito importantes pois confirmam a Os registros obtidos nas áreas de amostragem da
presença do roedor do gênero Akodon na EFC ampliaram a distribuição dessa espécie para o
Amazônia. sudeste, no estado do Maranhão, e consolidaram
Já as duas únicas espécies do gênero os registros obtidos no sudeste do Pará, como já
Wiedomys possuem a morfologia externa e havia sido relatado na Flona Carajás (Gettinger et
craniana muito similar e, por isso, a identificação al., 2012; Voss et al., 2018).
se baseia principalmente pelo cariótipo (Bezerra Outro ponto de destaque desse estudo
et al., 2013). As duas espécies descritas para refere-se ao registro de Echimys chrysurus na
esse gênero, endêmico do Brasil (W. cerradensis área amostral 8, próximo à cidade de Marabá,
e W. pyrrhorhinos), distribuem-se no Cerrado e estado do Pará. Apesar de estar dentro da área
na Caatinga, sem registros conhecidos para a de ocorrência prevista para a espécie (Patton
Amazônia ou para a área de influência da EFC et al., 2015), esse registro consolida a presença
(Patton et al., 2015). Como não foi possível desse roedor para o leste do Pára, o qual foi
confirmar a espécie, usamos a identificação em omitido na mais recente revisão (Patton et
nível de gênero, Wiedomys sp. Mesmo assim, os al., 2015), mesmo com registros prévios para
registros para a EFC representam os primeiros espécie nas proximidades (Flona Carajás -
do gênero para a região. Gettinger et al., 2012). A confirmação de mais
Alguns dos animais registrados na área um registro nessa região é importante para
de influência da EFC ampliam a distribuição delinear a distribuição da espécie na margem
conhecida dos seus táxons. Esse é o caso do esquerda do rio Tocantins.
gambá-de-orelhas-brancas Didelphis albiventris, Além dessas espécies, outros dois registros
que apesar de ser muito comum no Cerrado têm especial importância taxonômica: as
e em áreas de transição desse com outros catitas-de-rabo-curto Monodelphis touan
biomas no centro e norte do Brasil, não possuía e Monodelphis saci, que são espécies
registro nas áreas de transição com a Amazônia recentemente descritas para a região
no estado do Maranhão (Brandão et al., 2015). (Pavan et al., 2012, 2017, respectivamente).
Prévios registros dessa espécie nas áreas de Monodelphis touan, uma espécie do grupo M.
transição entre os biomas Cerrado e Amazônia brevicaudata, foi revalidada após a utilização da
são limitados aos estados do Mato Grosso e taxonomia integrativa (análises moleculares e
Tocantins. Os únicos registros dessa espécie no morfológicas) (Pavan et al., 2012). Essa espécie
179
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
possui distribuição para a região da área populações dos estados do Maranhão e Pará
amostral 9 (Marabá, no Pará) (Pavan et al., carecem de uma identificação mais refinada.
2012) e foi registrada nos levantamentos da Portanto, consideramos provisoriamente como
EFC. Já a espécie Monodelphis saci, descrita em Metachirus cf. myosuros.
2017 (Pavan et al., 2017), incluiu exemplares Em síntese, os dados aqui apresentados
coletados na Flona Carajás na sua descrição. É indicam que a Amazônia oriental, na região
importante ressaltar que foi publicado no livro leste do Pará e oeste do Maranhão, abriga uma
sobre a fauna da Flona Carajás (Gettinger et fauna de pequenos mamíferos diversificada,
al., 2012) registros dessa espécie identificados numa paisagem extremamente fragmentada.
como Monodelphis aff. kunsi, tratando-se, na Foram obtidas significativas ampliações das
verdade, de uma espécie nova para ciência, M. distribuições geográficas conhecidas de muitos
saci (Pavan et al., 2017). táxons, incluindo registros inéditos para o
Por fim, populações do gênero Metachirus estado do Maranhão. As novidades encontradas
da América do Sul foram recentemente evidenciam que a região da Amazônia
revisadas por Voss et al. (2019), em que oriental ainda se encontra insuficientemente
reconheceram duas espécies existentes no conhecida em relação à composição da
Brasil: M. nudicaudatus, que aparentemente é pequenos mamíferos terrestres. Ressaltamos
endêmica do Escudo das Guianas, ocorrendo ainda que é necessário que sejam aplicados
no estado do Amapá, e Metachirus myosuros métodos como morfometria craniana, análises
ocorrendo no estado do Mato Grosso (Brandão moleculares e citogenéticas, para resolver as
et al., 2019) e na região Sudeste na Mata diversas dúvidas taxonômicas encontradas, de
Atlântica (Voss et al., 2019). Dessa forma, as importantes registros.
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Tabela 2: Pequenos mamíferos registrados durante o estudo para duplicação de Estrada de Ferro
Carajás e área de registro.
Família Didelphidae
Caluromys philander (Linnaeus, 1758) cuíca-lanosa 01, 02, 03, 04, 06, 08, 09, 10, 12
Cryptonanus sp. catita 01, 02, 03, 06, 09, 10
Didelphis albiventris Lund, 1840 gambá-de-orelhas-brancas 01, 02, 06
Didelphis marsupialis Linnaeus, 1758 gambá 01, 02, 03, 04, 06, 08, 09, 10
Gracilinanus sp. cuíca, catita 01, 02, 04, 08, 09, 12
Marmosa (Micoureus) demerarae Thomas, 1905 cuíca 01, 02, 04, 06, 08, 09, 12
Marmosa murina (Linnaeus, 1758) catita 01, 02, 03, 04, 06, 08, 09, 10, 12
Marmosops (Sciophanes) woodalli (Pine, 1981) cuíca 01, 02, 03, 04, 08, 09, 10, 12
Metachirus cf. myosuros (Temminck, 1824) cuíca-de-quatro-olhos 01, 03, 06, 08, 09, 10
Monodelphis americana (Müller, 1776) cuíca-de-três-listras 12
Monodelphis domestica (Wagner, 1842) cuíca-de-rabo-curto 02, 04
Monodelphis maraxina Thomas, 1923 catita-de-rabo-curto 09
Monodelphis saci Pavan et al., 2017 catita-de-rabo-curto 09
Monodelphis touan (Shaw, 1800) catita-de-rabo-curto 09
Philander opossum (Linnaeus, 1758) cuíca-de-quatro-olhos 02, 03, 04, 06, 08, 09, 10
Ordem Rodentia
Família Cricetidae
Akodon sp. rato-do-chão 03, 12
Holochilus sciureus Wagner, 1842 rato-d’água 02, 03
Hylaeamys sp. rato-do-mato 01, 02, 03, 06, 09, 10, 12
Necromys lasiurus (Lund, 1840) rato-do-mato 01, 02, 03, 04, 06, 09, 12
Oecomys sp. rato-da-árvore 01, 02, 03, 04, 06, 08, 09, 10, 12
Oligoryzomys sp. rato-do-mato 01, 02, 03, 04, 08, 09, 10
Rhipidomys emiliae (J. A. Allen, 1916) rato-da-árvore 01, 02, 08, 09, 10
Wiedomys sp. rato-de-fava 06, 12
Família Echimyidae
Echimys chrysurus (Zimmermann, 1780) rato-da-árvore 08
Makalata didelphoides (Desmarest, 1817) rato-coró 03, 04, 06, 09, 10
Proechimys cf. roberti Thomas, 1901 rato-de-espinho 01, 02, 03, 06, 08, 09, 12
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Figura 8 - (1) Caluromys philander, (2) Cryptonanus sp., (3) Didelphis albiventris, (4) Didelphis marsupialis,
(5) Gracilinanus sp., (6) Marmosa (Micoureus) demerarae, (7) Marmosa murina, (8) Marmosops (Sciophanes)
woodalli.
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Figura 9 - (9) Metachirus cf. myosuros, (10) Monodelphis americana (indivíduo da foto não fotografado
na EFC), (11) Monodelphis domestica, (12) Monodelphis maraxina, (13) Monodelphis saci, (14) Monodelphis
touan, (15) Philander opossum, (16) Akodon sp. (indivíduo da foto não fotografado na EFC).
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Figura 10 - (17) Holochilus sciureus, (18) Hylaeamys sp., (19) Necromys lasiurus, (20) Oecomys sp.,
(21) Oligoryzomys sp., (22) Rhipidomys emiliae (indivíduo da foto não fotografado na EFC), (23) Wiedomys
sp., (24) Echimys chrysurus.
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187
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
188
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
7 Mamíferos de Médio
e Grande Porte
PAULA RIBEIRO PRIST, ANA YOKO YKEUTI MEIGA, ANDRÉ RESTEL CAMILO,
HUGO MOZERLE, CAMILA BARRETO CAMPELLO BIONE, VINICIUS ORSINI,
RAPHAELLA COUTINHO, ALAN BOLZAN, BERNARDO PAPI, RAPHAEL HIPÓLITO
& RUBEM A. P. DORNAS
189
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
humano, devido ao seu papel na manutenção árvores de grande porte são responsáveis
e regeneração dos ecossistemas (Jones & por grande parte da quantidade de carbono
Safi, 2011). Os carnívoros também possuem estocado, assim, essas espécies acabam
um papel chave por cumprirem importantes sendo importantes também para absorção de
funções de manutenção do equilíbrio da carbono do ambiente e para a mitigação do
comunidade, influenciando diretamente nas aquecimento global.
populações de suas presas e indiretamente nas Atualmente, cerca de 15,1% dos mamíferos
populações animais e vegetais relacionadas a brasileiros estão oficialmente ameaçados de
estas (Terborgh et al., 2001). Assim, a remoção extinção (MMA, 2018), tendo como principais
dessas espécies resulta em alterações drásticas ameaças a perda e fragmentação de habitat, a
tanto na comunidade de espécies quanto caça, a perda de indivíduos por atropelamento
na estrutura da vegetação de um ambiente, e a introdução de espécies exóticas (Costa et
levando inclusive a diminuição da diversidade al., 2005; MMA, 2018). Algumas espécies de
e quantidade de plantas e árvores (Redford, mamíferos de médio e grande porte são mais
1992). Como alguns mamíferos podem ser afetados pelas diferentes pressões antrópicas,
hospedeiros e reservatórios de algumas em virtude da sua necessidade de grandes
zoonoses, que são transmitidas para o homem áreas de uso em comparação com outros
e outros animais (Kotait et al., 2018; Atawodi grupos, maior exigência de recursos, pouca
et al., 2013; Cominetti, 2010; Oliveira, 2017), capacidade de dispersão por áreas abertas e/
a perda desses predadores pode levar a um ou urbanas (Michalski & Peres, 2007; Prist et
aumento nas abundâncias dessas populações, al., 2012) e baixas taxas reprodutivas (Tabarelli
e podem colocar a saúde do homem em risco & Gascon, 2005), sendo por isso muitas vezes
(Prist et al., 2017a). usado como espécies bioindicadoras. No
Na região neotropical a maioria dos geral, a presença dessas espécies com grande
mamíferos de médio e grande porte é requerimento de habitat, como um predador
herbívora/frugívora e importante dispersora de de topo de cadeia, por exemplo, pode indicar
sementes, mecanismo fundamental no ciclo de a integridade de todo o habitat onde está
vida das plantas, com implicações profundas inserido (Crooks, 2002).
para a sucessão, regeneração e conservação de Ainda que não seja fácil detectar e descrever
ecossistemas (Wang & Smith, 2002). No Brasil, a fauna de uma determinada região, a realização
cerca de 70% a 90% das árvores com sementes de inventários e monitoramentos de fauna
grandes são dispersadas por vertebrados, são essenciais por fornecerem informações
especialmente por mamíferos frugívoros de básicas sobre a composição e diversidade
grande porte, os únicos capazes de engolir as biológica em áreas e regiões determinadas,
sementes inteiras, depositando-as a grandes aumentando ainda a compreensão sobre a
distâncias da planta-mãe (Jordano, 2000; diversidade, tanto local quanto regional. Esses
Galetti et al., 2013, Poulsen et al., 2013). Essas inventários podem levar à descoberta de novas
Figura 2 - Dasypus beniensis. Foto: Raphaella Coutinho. Figura 3 - Cabassous unicinctus. Foto: Paula Prist.
190
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Figura 4 - Número de táxons, por Ordem taxonômica, de mamíferos de médio e grande porte amostrados
na EFC.
espécies, uma vez que a taxa de descoberta de didactylus), esquilo (Guerlinguetus brasiliensis) e
novas espécies ainda é alta, inclusive dentro de os primatas sagui-una (Saguinus niger e S. ursulus)
grupos considerados bem conhecidos, como e macaco-de-cheiro (Saimiri collinsi).
primatas e aves, principalmente na Floresta
Amazônica, e muitas vezes, consiste na única 2. Método
informação existente acerca da biodiversidade
local em áreas pouco estudadas. Além da A diversidade de hábitos, dieta,
importância em adquirir conhecimento sobre comportamento, uso de habitat e atividades
a ecologia, história de vida e evolutiva das circadianas implicam em uma grande
espécies, os inventários de fauna são essenciais complexidade metodológica na amostragem
para se avaliar os impactos provocados por um dos mamíferos, sendo necessária a aplicação
empreendimento e possiblitar a mitigação dos de diferentes métodos complementares
mesmos, constituindo hoje a ferramenta mais na tentativa de se alcançar o máximo da
importante que existe no país (Silveira et al., comunidade de uma determinada área
2010). (Voss & Emmons, 1996, Pardini et al., 2003).
O presente trabalho consiste na compilação Assim, a fauna de mamíferos de médio e
das amostragens de mamíferos de médio e grande porte da EFC foi amostrada em onze
grande porte ao longo da Estrada de Ferro expedições (campanhas), realizadas em 11
Carajás (EFC), de 2013 a 2018, nos estados do áreas, nos periodos seco e chuvoso dos
Maranhão e do Pará. Foram considerados como anos de 2013 a 2018 (ver mapa das áreas de
mamíferos de médio e grande porte todas as amostragem na contra capa). As amostragens
espécies com peso corporal maior que 1 kg sistemáticas da comunidade de mamíferos
quando na fase adulta. Contudo, foram incluídas de médio e grande porte foram realizadas
algumas espécies de menor porte, em função utilizando-se os métodos de: (1) transecção
do método de registro para estas espécies para monitoramento de mamíferos de
estar associado àquele aplicado para o grupo médio e grande porte, que consiste no
de médios e grandes: os gambás (espécies caminhamento ao longo de uma trilha de 5
do gênero Didelphis), tamanduaí (Cyclopes km de extensão durante os períodos diurno
191
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
e noturno, por dias intercalados (Buckland mapas de distribuição da IUCN (2018), a Lista
et al., 2001, Peres & Cunha, 2011). O esforço Anotada de Mamíferos do Brasil (Paglia et al.,
amostral para cada área, em cada campanha, 2012) e o livro Mamíferos do Brasil (Reis et al.,
foi de 10 km percorridos no período diurno 2011).
e 10 km no período noturno; (2) busca ativa
por vestígios e indivíduos (Voss & Emmons, 3. Resultados
1996), totalizando um esforço amostral de 20
horas/área/campanha; e (3) armadilhamento O monitoramento de fauna da EFC
fotográfico (Tomas & Miranda, 2003), onde apresentou 53 espécies de mamíferos de
seis armadilhas fotográficas foram instaladas médio e grande porte, além de seis táxons
em cada área, permanecendo ativas durante de identificação imprecisa (Didelphis sp.,
sete noites consecutivas em cada área/ Cabassous sp., Dasypus sp., Dasyprocta sp.,
campanha. Adicionalmente aos dados Mazama sp., Felidae indet.), os quais não foram
primários obtidos durante os esforços pelos considerados nas análises de abundância
métodos padronizados acima descritos, (Tabela 1). Os mamíferos de médio e grande
foram efetuados registros ocasionais por porte da EFC distribuem-se em nove ordens e
espécimes. 26 famílias (Figuras 4 e 5), sendo Carnivora a
O ordenamento taxonômico seguiu a Ordem dominante, com 15 espécies, seguida
nomenclatura utilizada pela Lista de Mamíferos dos Primatas, com dez espécies, e dos Cingulata
do Brasil elaborada pelo Comitê de Taxonomia e Rodentia, com sete espécies cada. Dentre as
da Sociedade Brasileira de Mastozoologia (CT- famílias, os Felidae e os Chlamyphoridae (p.
SBMz) (Abreu et al., 2020). Para o status de ex., tatus) são os grupos dominantes, com seis
conservação das espécies foram consideradas e cinco espécies respectivamente, seguidos
a lista internacional de espécies ameaçadas pelos Mustelidae (p. ex., lontra, irara), dos
(IUCN, 2019), a lista nacional (MMA, 2018) e tatus pertencentes à família Dasypodidae, dos
a lista vermelha das espécies ameaçadas de Dasyproctidae (p. ex., cutias) e dos Cervidae (p.
extinção do estado do Pará (COEMA/PA, 2007). ex., veados) (Figura 5).
O grau de endemismo das espécies seguiu os Das 53 espécies encontradas, 16 se
Figura 5 - Número de espécies de mamíferos de médio e grande porte amostradas na EFC distribuídos por
Família taxonômica.
192
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
193
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Outras
Mazama americana
Mazama nemorivaga
Sapajus apella
Leopardus pardalis
Dicotyles tajacu
Alouatta belzebul
Hydrochoerus hydrochaeris
Tamandua tetradactyla
Tapirus terrestris
Espécie
Euphractus sexcinctus
Didelphis marsupialis
Saimiri collinsi
Procyon cancrivorus
Cuniculus paca
Nasua nasua
Cerdocyon thous
Sylvilagus aff. brasiliensis
Dasypus novemcinctus
Dasyprocta prymnolopha
Dasyprocta leporina
Abundância relativa
Figura 7 - Abundância relativa das espécies de mamíferos de médio e grande porte registradas na EFC.
194
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
esse táxon são escassos e pouco se sabe sobre localidades. O porco-do-mato, conhecido por
sua abundância local. Todavia, é especulado queixada (Tayassu pecari), vive em grandes
que consista em uma espécie comum de grupos populacionais e necessitam de extensas
ambientes florestais, mesmo que degradados, áreas para sobreviver (Fragoso, 1998) e não
pelo menos na região amazônica (Miranda et ocorrem em áreas alteradas e fragmentadas,
al., 2015), apesar da relativa dificuldade de ser tornando-se assim um importante indicador
detectada, graças ao seu tamanho pequeno e positivo de qualidade ambiental nas áreas
comportamento silencioso. Além disso, o único onde é registrado (Reis et al., 2011). A anta
registro para a espécie foi distinto dos demais, (Tapirus terrestris) é um animal que vive em
realizado durante o método de busca ativa, ambientes florestais associados a fontes
quando um bando de quatis se assustou com a de água permanentes, sendo indicadora de
presença dos pesquisadores e deixou a carcaça florestas ripárias de boa qualidade. Da mesma
do animal cair da árvore. forma, o tatu-canastra (Priodontes maximus)
É importante destacar a presença de parece ocorrrer em baixas densidades (Aguiar
espécies como a onça-pintada (Panthera onca), & Fonseca, 2008), e apenas em áreas não
queixada (Tayassu pecari), gato-maracajá degradadas. A maioria dessas espécies foi
(Leopardus wiedii), anta (Tapirus terrestris), registrada no estado do Pará e na Reserva
tatu-canastra (Priodontes maximus) e o veado- Biológica do Gurupi, no estado do Maranhão,
mateiro (Mazama americana), uma vez que evidenciando a importância da Terra Indígena
possuem alto requerimento ecológico e podem Caru para a conservação das espécies,
ser consideradas indicadoras de qualidade principalmente considerando que a paisagem
ambiental. A onça-pintada (Panthera onca), por na região é altamente degradada e fragmentada
ser o maior carnívoro do continente americano (MapBiomas, 2019).
e estar no topo da cadeia alimentar, sobrevive Ao longo da EFC também foram registradas
apenas em áreas com alto grau de conservação, diversas espécies consideradas cinegéticas, ou
grande disponibilidade de presas e água seja, aquelas que sofrem com a pressão de
abundante (Cheida et al., 2011), indicando que caça. Dentre elas podemos citar: Priodontes
ainda existe uma comunidade estabelecida de maximus (tatu-canastra), Dasypus novemcinctus
mamíferos de médio e grande porte para as (tatu-galinha), Euphractus sexcinctus (tatu-peba),
195
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Figura 9 - Priodontes maximus. Foto: Camila Bione. Figura 10 - Cuniculus paca. Foto: Ana Yoko Meiga.
Figura 11 - Dasyprocta prymnolopha. Foto: Camila Figura 12 - Sylvilagus aff. brasilisensis. Foto: Ana Yoko
Bione. Meiga.
Sapajus apella (macaco-prego), Alouatta belzebul EFC, os tatus foram as únicas espécies que
(guariba-de-mãos-ruivas), Dasyprocta leporina apresentaram maior risco epidemiológico, por
(cutia), Tayassu pecari (queixada), Dicotyles tajacu estarem presentes em altas abundâncias, e
(cateto), Mazama americana (veado-mateiro) e serem considerados vetores de Trypanosoma
Mazama sp. (veado). cruzi (Cominetti, 2010). Além disso, são espécies
Sob o ponto de vista do risco epidemiológico, muito caçadas para alimentação, o que aumenta
mamíferos são reservatórios e hospedeiros os riscos de transmissão do patógeno para o
de uma gama de parasitos, podendo ser homem. O estudo dessas espécies e seu risco
importantes vetores de doenças, inclusive epidemiológico é vital para evitar novos surtos
para o homem (Chavez, 2001). Entretanto, de doenças.
para que essas espécies possam apresentar O monitoramento da mastofauna da EFC
algum risco epidemiológico nas paisagens onde contribuiu com um novo registro da ariranha
estão inseridas, elas devem apresentar altas (Pteronura brasiliensis) para o estado do
abundâncias. Áreas fragmentadas e degradadas Maranhão. A espécie apresenta dados de
geralmente levam ao aumento dessas espécies distribuição controversos, chegando a ser
reservatório, geralmente generalistas de inclusive considerada como possivelmente
habitat, o que pode refletir em um aumento extinta nesse estado (Oliveira, 1997). Segundo
nas chances de transmissão do patógeno para Silva-Júnior (2001), a espécie era considerada
o homem. Já áreas mais preservadas e com restrita à região de interflúvio de Mearim-
maior diversidade de espécies, reduzem o Grajaú, enquanto outros estudos delimitavam
risco de transmissões de doenças pelo efeito sua ocorrência para região noroeste do
de diluição (Prist et al., 2017b). Ao longo da estado, incluindo a Reserva Biológica do
196
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Gurupi (Oliveira et al., 2007). O dado mais porte. Contudo, o registro da espécie torna-
recente, com a ampliação da distribuição se importante, pois se trata de ampliação dos
geográfica do carnívoro, foi resultado do limites geográficos conhecidos, possivelmente
monitoramento da EFC. O indivíduo foi representando o registro mais ao norte da
encontrado na porção oeste do estado, na distribuição geográfica da espécie. O registro
região de Buriticupu, aumentando a extensão ocorreu no estado do Pará, área 9. Atualmente,
de sua localidade anteriormente conhecida a espécie tem seu limite ao norte do estado do
para aproximadamente 290 km (Prist et al., Tocantins (IUCN, 2019).
2017c). Esse resultado ressalta a importância Em síntese, foi encontrada uma alta riqueza
de monitoramentos como esse e evidencia de mamíferos de médio e grande porte nas
que maiores esforços de campo voltados para áreas de estudo, demostrando a importância
o levantamento dessa espécie em outros locais dos remancescentes de vegetação para a
do estado seriam necessários para comprovar conservação deste grupo, mesmo considerando
sua presença em outras localidades. o atual estado de fragmentação da região
Ainda, a espécie Cabassous tatouay (tatu-de- atravessada pela EFC. Duas espécies tiveram
rabo-mole), registrada apenas ocasionalmente, suas distribuições ampliadas no território
foi encontrada em armadilhas de interceptação nacional: Pteronura brasiliensis e Cabassous
e queda designadas originalmente para o estudo tatouay.
de anfíbios, répteis e mamíferos de pequeno
197
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Tabela 1: Lista de táxons de mamíferos de médio e grande porte registrados nas áreas de
amostragem da Estrada de Ferro Carajás.
Didelphidae
Cingulata
Chlamyphoridae
Dasypodidae
Pilosa
Bradypodidae
Megalonychidae
Cyclopedidae
Myrmecophagidae
Primates
Atelidae
Aotidae
Callitrichidae
Cebidae
Pitheciidae
198
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Rodentia
Sciuridae
Caviidae
Erethizontidae
Cuniculidae
Dasyproctidae
Lagomorpha
Leporidae
Carnivora
Felidae
Canidae
Mustelidae
Mephitidae
Procyonidae
Perissodactyla
Tapiridae
199
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Artiodactyla
Cervidae
Tayassuidae
200
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
1 2
3 4
5 6
7 8
Figura 13 - (1) Didelphis albiventris, (2) Dasypus novemcinctus, (3) Cabassous tatouay, (4) Euphractus
sexcinctus, (5) Priodontes maximus, (6) Bradypus variegatus, (7) Choloepus didactylus, (8) Cyclopes didactylus.
201
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
9 10
11 12
13 14
15 16
Figura 14 - (9) Myrmecophaga tridactyla, (10) Tamandua tetradactyla, (11) Saguinus niger, (12) Saguinus
ursulus, (13) Cebus kaapori, (14) Saimiri collinsi, (15) Sapajus apella, (16) Aotus infulatus.
202
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
17 18
19 20
21 22
23 24
Figura 15 - (17) Callicebus moloch, (18) Chiropotes satanas, (19) Chiropotes utahickae, (20) Alouatta
belzebul, (21) Guerlinguetus brasiliensis, (22) Cuniculus paca, (23) Coendou prehensilis, (24) Hydrochoerus
hydrochaeris.
203
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
25 26
27 28
29 30
31 32
Figura 16 - (25) Dasyprocta leporina, (26) Dasyprocta prymnolopha, (27) Sylvilagus aff. brasiliensis, (28)
Leopardus pardalis, (29) Panthera onca, (30) Puma concolor, (31) Herpailurus yagouaroundi, (32) Cerdocyon
thous.
204
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
33 34
35 36
37 38
39 40
Figura 17 - (33) Speothos venaticus, (34) Eira barbara, (35) Galictis vittata, (36) Lontra longicaudis,
(37) Pteronura brasiliensis, (38) Conepatus semistriatus, (39) Nasua nasua, (40) Potos flavus.
205
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
41 42
43 44
45 46
47
Figura 18 - (41) Procyon cancrivorus, (42) Tapirus terrestris, (43) Dicotyles tajacu, (44) Tayassu pecari,
(45) Mazama americana, (46) Mazama gouazoubira, (47) Mazama nemorivaga.
206
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
48 49
50 51
52 53
54 55
Figura 19 - (48) Leopardus wiedii, (49) Puma concolor, (50) Herpailurus yagouaroundi, (51) Lontra
longicaudis, (52) Pteronura brasiliensis, (53) Conepatus semistriatus, (54) Conepatus semistriatus, (55)
207
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
56 57
58 59
60 61
62 63
Figura 20 - (56) Procyon cancrivorus, (57) Procyon cancrivorus, (58) Tapirus terrestris, (59) Tayassu pecari,
(60) Mazama americana, (61) Mazama gouazoubira, (62) Mazama nemorivaga, (63) Mazama nemorivaga.
208
FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
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FAUNA DE VERTEBRADOS DO ENTORNO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
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créditos das fotos
Capítulo 1. Paisagens ao Longo da Estrada de Ferro Carajás Johnny Sousa Ferreira.............................47, 158.
Acervo VALE: 1 a 14. Pedro Santos Abe....................................39, 76.
Adriano Lima Silveira: 15 a 51, 55 a 62. Raphael Jonas Correa de Oliveira..........104.
Alessandro Costa Menks: 52 a 54. Renan Condé Pires..................................85, 145, 155, 164.
Acervo Amplo Engenharia: 63 a 77. Rodolph Christopher Loiola....................148.
Rodrigo de Oliveira Lula Salles...............79, 90, 114.
Capítulo 2. Peixes Uécson Suendel Costa de Oliveira.........23, 66, 68.
Erick Cristofore Guimarães Youszef Oliveira da Cunha Bitar............35.
Zairon Marcel de Matos Garcês.............44, 106.
Capítulo 3. Anfibios Fotos em destaque – Adriano Lima Silveira: pp. 85, 87;
Adriano Lima Silveira...............................1, 2, 3, 6, 9, 11, 14, 15, 16, Alessandro Costa Menks: p. 89; Arthur Walter Silva de Lemos:
20, 22, 29, 43, 45, 46, 47, 56, 57, 59, 61, 66, 68, 71, 72, 75, 77, 78, 93; Clarenice Loiola Dos Santos: 91; Jânia Brito Vieira: p. 88.
82, 83, 84, 85, 92, 96, 99, 100, 103.
Adryelle Francisca de Souza Moreira....26. Capítulo 5. Aves
Alessandro Costa Menks.........................4, 5, 18, 19, 21, 27, 49, 76, Acervo Amplo Engenharia......................5
89, 90, 94, 95, 97. Andre de Luca..........................................3, 9, 13, 16, 23, 27, 35, 37,
Arthur Walter Silva de Lemos.................7, 10, 13, 17, 24, 30, 31, 43, 45, 47, 53, 63, 66, 68, 79, 82, 84, 90, 104, 106, 109, 116, 117
32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 40, 41, 44, 54, 58, 60, 64, 67, 69, 73, 74, Bruno Rennó............................................22, 33, 36, 56, 59, 83, 94,
79, 80, 81, 86, 87, 93, 101, 102. 96, 115
Caio Antonio Figueiredo Andrade..........12, 51, 88, 104. Felipe Arantes...........................................34, 64, 71, 102
Clarenice Loiola dos Santos....................55. Gabriel Leite.............................................1, 7, 21, 46, 51, 55, 65, 73,
Danielle Ísis Sousa Ferreira....................25. 74, 77, 85, 87, 89, 111, 112, 114, 120
Danusy Lopes Santos..............................62, 63. Gustavo Gonsioroski...............................4, 6, 8, 10, 11, 12, 14, 15,
Jânia Brito Vieira.......................................8, 23, 39, 42, 53, 65. 17, 18, 19, 20, 24, 25, 28, 29, 32, 38, 39, 41, 42, 44, 48, 49, 50, 52,
57, 58, 60, 61, 62, 67, 69, 70, 72, 76, 80, 93, 97, 99, 101, 103, 105,
Leandra de Paula Cordeiro Pinheiro.....52.
108, 113, 118
Michael Rudolf Cavalcante Lindemann.28.
Marcelo Barreiros....................................2, 30, 31, 40, 54, 75, 78,
Pedro Santos Abe....................................70. 81, 88, 91, 92, 95, 100, 107, 119
Rodrigo de Oliveira Lula Salles...............98. Rubem Dornas.........................................26, 110
Uécson Suendel Costa de Oliveira.........91. Wagner Nogueira.....................................86, 98
Youszef Oliveira da Cunha Bitar............48, 50.
Fotos em destaque – Adriano Lima Silveira: pp. 59, 61, 63; Capítulo 6. Pequenos Mamíferos
Arthur Walter Silva de Lemos: pp. 55, 60.
Airton J. Moura.........................................3, 18, 23
Alexandra Maria Ramos Bezerra...........16
Capítulo 4 Répteis
Bernardo Papi..........................................1, 2, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11,
Acervo Amplo Engenharia......................103, 109, 134, 135, 157. 12, 13, 14, 15, 17, 19, 20, 21, 26
Adriano Lima Silveira...............................1, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 13, 17, Érica D. C. Carmo.....................................5
18, 21, 28, 29, 32, 40, 41, 42, 52, 55, 56, 60, 62, 63, 64, 65, 80, 82,
Wesley Lopes............................................22, 24, 25
83, 91, 92, 96, 101, 107, 108, 113, 116, 118, 120, 121, 122, 125,
128, 130, 132, 133, 137, 139, 153, 159, 162, 166.
Adryelle Francisca de Souza Moreira....4, 102. Capítulo 7. Mamíferos de Médio e Grande Porte
Alessandro Costa Menks.........................2, 10, 15, 25, 43, 69, 84, Acervo Amplo Engenharia......................5, 9, 22, 24, 26, 28, 29, 30,
87, 105, 111, 115, 123, 154, 168, 167, 168. 31, 33, 35, 36, 38, 41, 42, 46, 47
Arthur Walter Silva de Lemos.................12, 14, 16, 19, 22, 38, 48, Ana Yoko Meiga .......................................11, 15, 20, 25, 32, 34, 45,
49, 53, 54, 57, 59, 67, 70, 71, 72, 74, 77, 78, 89, 97, 99, 117, 124, 48, 62
126, 127, 136, 138, 140, 142, 143, 151, 160, 163. André Restel.............................................59
Caio Antonio Figueiredo Andrade..........20, 27, 31, 45, 58, 81, 86, Bernardo Papi..........................................1, 2, 3, 7, 8, 10, 21, 27
95, 119, 141, 144. Camila Bione.............................................6, 13, 14, 18, 23, 39, 43,
Camila Rabelo Rievers.............................26. 44, 49, 50, 55, 56, 57, 60, 61
Clarenice Loiola Dos Santos...................3, 30, 33, 34, 36, 46, 50, Estevão Lima............................................37
61, 75, 88, 93, 94, 129, 150, 152, 156. Geison Mesquita......................................53
Danielle Ísis Sousa Ferreira....................37, 73, 96, 100, 112. Gustavo Gonsioroski...............................4, 17, 19
David Barros Muniz.................................131, 149. Hugo Mozerle...........................................52, 63
Gustavo Helal Gonsioroski da Silva.......24. Raphael Hipólito.......................................51, 54
Jânia Brito Vieira.......................................51, 110, 146, 147, 161, Raphaella Coutinho.................................12, 16, 40, 58
165.