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AULA 1 – Revisão de Competências na Justiça do


Trabalho e Audiência.

Competência Material

A base constitucional na Justiça do trabalho vem prevista no art. 114 da


Constituição Federal, com as modificações introduzidas pela EC nº 45 de
2004

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação


dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de


direito público externo e da administração pública direta e indireta da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre


sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e
empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o


ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,


ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes


da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos


empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de
trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195,


I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que
proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da


lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à


arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio
coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho,
bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de


lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar
dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o
conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados pela Emenda


Constitucional nº 24, de 1999)

A incompetência material se diz absoluta, podendo ser declarada de ofício


pelo juiz ou ser provocada mediante exceção de incompetência em razão da
matéria. Quando a matéria em discussão não pertencer à jurisdição
trabalhista, a parte interessada (reclamada) deve arguir a incompetência
material, apresentando em audiência, com a contestação, invocada como
matéria de preliminar.

Podemos elencar alguns tipos de conflitos trabalhistas, cuja competência


pertence à Justiça do Trabalho:

• Conflitos entre trabalhadores e empregadores;


• Direito de greve;
• Ações de representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores e entre sindicatos e empregadores;
• Ações de relativas às penalidades administrativas impostas aos
empregadores pelos órgãos de fiscalização de relação de trabalho;
• Contribuições Sociais – INSS decorrentes de sentenças que proferir;
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• Empreiteiro, assim entendido o pequeno artífice;


• Consignação em pagamento;
• Prestação de contas;
• Mandado de segurança;
• Ação rescisória;
• Ação possessória;
• Indenização pelo não cadastramento do PIS;
• FGTS inadimplido;
• Cobrança de contribuições assistenciais e confederativas;
• Danos morais relacionados com contato de trabalho;
• Ação de cumprimento;
• Correição Parcial;
• Causas de servidores CLT;
• Dissídios Coletivos;
• Domésticos;
• Temporários;
• Avulsos;
• Aprendizes;
• Rurais;
• Autônomos;
• Trabalhadores eventuais;
• Estagiários;
• Profissionais Liberais

COMPETÊNCIA TERRITORIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO

O Art. 651, da CLT fixa a competência em razão do lugar, estabelecendo que


o juízo competente é aquele do local da prestação de serviços, salvo se
tratar de agente ou viajante.

Quando se tratar de agente ou viajante comercial, a competência será da


localidade em que a empresa tenha agencia ou filial e a esta o empregado
esteja subordinado; na falta, será competente a vara da localização em que o
empregado tenha domicilio ou a localidade mais próxima.

Em se tratando de empregador que promova a realização de atividades fora


do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar
reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos
respectivos serviços.
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Em relação aos trabalhadores que laboram no estrangeiro, estabelece o art.


651 da CLT que a competência será da Justiça do Trabalho brasileira se
estiverem presentes as seguintes condições:

a) Se o trabalhador for brasileiro (nato ou naturalizado)


b) Se houver agência, filial ou sucursal da empresa contratante no
estrangeiro;
c) Se inexistir tratado internacional dispondo em sentido contrário.

Art. 800 da CLT – trata da exceção de incompetência territorial – prazo de


cinco dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize
a existência desta exceção (vide parágrafos).

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