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Natureza jurídica:
A saúde é um direito social e faz parte da segunda dimensão/geração dos direitos
fundamentais, que integra a história do constitucionalismo a partir do século XX;
O art. 25 da DUDH/1948 diz que toda pessoa deve ter o direito de ter um padrão de vida
que assegure várias coisas essenciais, trazendo uma concepção de relação da saúde com os
demais direitos fundamentais – exigindo uma ação mais efetiva do Estado e não uma
abstenção, seja na construção de hospitais, contratando médicos, comprando medicamentos...
Essa segunda geração é uma dimensão pautada na prestação efetiva/positiva;
Vários doutrinadores, como a Dra. Flavia Piovesan e o Dr. Antonio Cançado Trindade,
referencias na área dos direitos humanos, dizem que os direitos sociais dialogam com a
primeira e a terceira dimensão também – faz sentido, principalmente, quando se refere a
saúde, pois é um direito do individuo, como de primeira dimensão, ainda que possa ser
analisada em uma perspectiva coletiva, ela ainda é um direito individual e que se relaciona
com a vida propriamente dita – é um direito difuso, pois, como pode se ver com a COVID, a
saúde não se restringe a um país, sendo internacional, interessando a todos os países e a todas
as pessoas, por isso se encaixa na terceira geração – por mais que a doutrina majoritária
encaixe a saúde na segunda geração, ela pertence a todas, por ser um direito do indivíduo e
difuso;
A saúde pode ser tutelada no plano individual, coletivo e difuso, por meio de ações
individuais e coletivas, se mostrando pertencer a todas as gerações;
Os direitos sociais são mais jovens no direito da humanidade – se considerar o Bill of
Rigths,a declaração iluminista, a declaração de virginia, mostra que havia um interesse nas
liberdades publicas, civis e politicas, nos séculos XVII/XVIII, pois se vivia em um Estado
Absolutista que cerceava as liberdades mais primitivas das pessoas;
A luta nesses séculos era pela liberdade de viver, das escolhas primarias, da igualdade
em sentido formal;
No século das luzes, a preocupação maior era da resistência, garantindo as liberdades
primarias, já o século XVIII trazia a preocupação com a própria liberdade, tendo a abstenção do
Estado, não deixando ele intervir na vida dos cidadãos, pois achava-se que assim teria paz;
Percebeu-se que a sociedade era desigual e que a verdadeira igualdade não vinha de
uma lei igual para todos, que acabar com os privilégios da nobreza e clero não era o suficiente
para garantir a justiça social, se iniciando, passando do Estado Liberal para o de Bem-estar
social, a luta pelos direitos sociais, fazendo o constitucionalismo se voltar para a defesa de
uma igualdade mais efetiva e de sentido mais material, consagrando-se, formal, os direitos de
segunda dimensão, como a saúde, o transporte, a moradia....
Por exigirem prestações positivas do estado, trazem uma serie de questionamentos
sobre sua efetividade, pois envolvem questões políticas de recursos orçamentários;
Principais documentos históricos a consagrar esses direito sociais: constituição mexicana
de 1917 e constituição alemã de 1919 marcam este constitucionalismo social – além da criação
da Organização internacional do trabalho, OIT, em 1919, que diz que nenhum
desenvolvimento é possível sem a justiça social;
A considerada primeira constituição com direitos sociais no Brasil foi a de 1934, a
primeira a se juntar ao movimento, colocando a constituição como elemento de defesa da
justiça social, mesmo não sendo a primeira constituição a consagrara a saúde como direito
fundamental;
Grande influencia da primeira guerra mundial de 1914-1918;