Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
OSVALDO SIMONELLI
Resolução CFM 2217/18 – decorre da Lei nº 3268/57 que cria os Conselhos de Medicina
(autarquia federal), que fiscaliza, julgadores, disciplinadores da profissão médica em todo
território nacional – trabalha e zela pelo perfeito desempeno ético da medicina – o código de
ética médica não é lei, mas tem força de lei para a classe médica, norma cogente/obrigatória,
mas que não pode ultrapassar os limites impostos pela lei criadora;
Institui as normas que devem ser seguidas pelos médicos no exercício de sua função,
assim como nas atividades relativas a ensino, pesquisa, e administração de serviços de saúde,
bem como em quaisquer outras que utilizem o conhecimento advindo do estudo da medicina
– em todos os ramos, aspectos e possibilidades, qualquer outra forma de relação entre
paciente-médico;
A primeira edição oficial foi em 1988, mas antes existiram ouras 6 (Código de Moral
Médica (1929); Código de Deontologia Médica (1931); Código de Deontologia Médica (1945);
Código de Ética da Associação Médica Brasileira (1953); Código de Ética Médica (1965); Código
Brasileiro de Deontologia Médica (1984)) – após, veio o de 1988, sendo editado em 2009 e, por
último, o vigente, é o de 2018;
O médico está em volto de várias relações jurídicas, entrando o direito médico para
ajudar, pois uma ação profissional se relaciona com: Responsabilidade Civil; Responsabilidade
Penal; Responsabilidade Administrativa (ético profissional e disciplinar funcional); Documentos
Médicos (atestados, relatórios, laudos, prontuários, termos de consentimento, diretivas
antecipadas de vontade); Contratos com Planos de Saúde, Hospitais, PJ... – tudo isso traz uma
série de obrigações para o médico na relação paciente-médico, assim como uma serie de
direitos para o pacientes – a maioria das relações jurídicas que acontecem entre médicos e
pacientes são extracontratuais, sem contrato firmado entre as partes, normalmente se dando
por intermediários, como hospitais, planos de saúde...;
Relação paciente-médico:
Capitulo V CEM traz as normas proibitivas: são normas que impedem o médico na ação
de certas situações, como “é vedado ao médico deixar de usar todos os meios disponíveis de e
promoção de saúde e de prevenção [...] cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em
favor do paciente” – por mais que seja uma norma proibitiva, ainda se mantem como um
direito do paciente, sendo direito dele todo isso – o paciente não tem, necessariamente, o
direito de ter todos os exames que quiser, pois depende do médico, com seu conhecimento
técnico, prescrever os exames necessários;
A arte da medicina está em observar. Curar algumas vezes, aliviar muitas vezes, consolar
sempre – Hipócrates;
Para ele, o estudo do direito médico pode ser separado em três eixos: responsabilidade
profissional, ética e bioética, sistema de saúde brasileiro – todos com vários subeixos;
Principio da autoridade: não tem relação nenhuma com o autoritarismo médico, que
neste caso, vai se mostrar quando agindo com reciprocidade, mostrar confiança para o
paciente e que assim poderá demonstrar que tem conhecimento ao respeito do tema – a
busca de soluções pela internet é normal em todas as áreas profissionais, não se deixando
abalar pela pesquisa, mas mostrando seu conhecimento em cima desta situação;
Principio da ética: não é apenas aquela no CEM, mas a de seres humanos entre si, boas
relações humanas, de consciência quanto ao o que é moralmente certo e errado, mantendo a
confiança – pode não ser ilegal, mas imoral e antiético – assim como o paciente não pode ir até
o médico procurando um proveito, como um atestado para não ir trabalhar, o médico também
não pode fazer uma solicitação indevida, como alguma vantagem que possa tentar oferecer,
além de ser crime é antiético – o médico pode recusar ao tratamento, mas sem que a atitude
parta de uma negativa de algo imoral;
Direito ao livre exercício de sua Autonomia: o paciente tem direitos de escolhas dentro
da relação, tendo o direito de exercer e praticar aquilo que ele entende como sendo melhor
para sua vida e a condução do seu estado de saúde – também se aplica ao médico, por
exemplo quando ele se sente pressionado e perde autonomia;
Direito de encerrar a relação quando não mais houver confiança: fala-se também sobre
a decisão tanto do médico quanto do paciente;
Em situações de emergência todas essas situações são relativizadas, então, isto se aplica
apenas quando o paciente tem consciência plena;
Código de Defesa do Consumidor:
O art. 3º coloca o médico como fornecedor- o §2º afasta a incidência do CDC aos
hospitais públicos, pois coloca o serviço sempre mediante remuneração, o que não é o caso
dos serviços públicos, tem lei querendo mudar o paragrafo para que passe a se encaixar;
O art. 6º elenca os direitos básicos dos consumidores e no inciso VIII diz sobre a
facilidade do consumidor na defesa dos direitos, gerando a inversão do ônus da prova;
Contudo, o CEM traz, no capitulo I, dos princípios fundamentais, tópico XX, que “A
natureza personalíssima da atuação profissional do médico não caracteriza relação de
consumo” – causou um reboliço – mas considera-se que o princípio é uma máxima a ser
alcançada, não necessariamente se aplicando na prática, pois entende-se que o CEM discorre
apenas sobre a não mercantilização da relação, apenas, se aplicando no ponto de vista ético-
profissional;
O whatsapp pode ser uma ferramenta na relação paciente-médico, mas não pode haver
exposição da imagem, exposição de aspectos sigilosos da relação – pode ser usado entre os
próprios médicos, desde que seja respaldado sigilo, podendo, claro, ter a discussão de casos –
ainda os grupos dentro dos ambientes hospitalares e departamento de especialidade – não é
direito do paciente ter acesso ao whatsapp do médico, é direito do médico decidir sobre;
Direito ao sigilo profissional: “Sobre aquilo que vir ou ouvir respeitante à vida dos
doentes, no exercício da minha profissão ou fora dela, e que não convenha que seja divulgado,
guardarei silêncio como um segredo religioso” – assim como o advogado, o médico possui a
mesma prerrogativa;
Enquanto não tiver lei formal específica, é direito do paciente ter o sigilo resguardado e
protegido pelo profissional que ele confiou para entregar sua intimidade;