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A RESPONSABILIZAÇÃO POLÍTICA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA NO

CONTEXTO DA AMÉRICA LATINA

Helder Felipe Oliveira Correia 1


Mirelle Luciana Valentim de Sá Barreto 2
Myllena Victoria de Andrade Lins 3

RESUMO: O presente trabalho científico tem por escopo a análise do modo de


responsabilização política no presidencialismo da América latina a partir da conjuntura
e relação entre os Poderes dos países latino-americanos. Sendo precípuo no
presidencialismo o governo por intermédio de leis, o apoio parlamentar é fundamental à
atividade governativa, gerando, a exemplo do Brasil, o denominado presidencialismo de
coalizão, conforme apregoou Sérgio Abranches (1988). Conquanto se transformem em
Leis as decisões políticas a serem implementadas em dado governo, o sistema
presidencialista atentou em conferir ao Chefe do Poder Executivo prerrogativas de veto,
de iniciativa e, de um modo geral, capacidade para influenciar na pauta do Legislativo.
Nota-se que no governo exercido por intermédio de Leis o Parlamento poderá se tornar
o maior algoz do Poder Executivo diante da necessidade de o Presidente encontrar no
Congresso maiorias unidas e partidos disciplinados que apoiem e atuem no sentido da
efetivação das decisões políticas fundamentais daquele Governo. No presidencialismo,
em tese, a destituição do Chefe de Governo fica condicionada ao cometimento de
crimes de responsabilidade ou crimes de cunho administrativo que decorram do
exercício do respectivo mandato eletivo. Contudo, a manutenção do Presidente está
condicionada à maioria parlamentar, sem a qual, conforme destacado anteriormente, não
poderá colocar em ação suas metas de governo. Na mesma toada, eventual
responsabilização política do Presidente ocorrerá quando a maioria parlamentar dispuser
de vontade nesse sentido, uma vez que a este Poder caberá à devida promoção da
responsabilidade presidencial. Neste sentido, os modelos presidencialistas têm sofrido
uma espécie de parlamentarização, conforme destacado por Aníbal Pérez-Liñán (2009),
por permitir uma espécie de controle parlamentar de qualidade da atividade executiva.
Não é a violação a preceitos constitucionais que se considera suficiente para a
deflagração de um impeachment, os mecanismos que evidenciam a destituição do
Executivo assemelham-se ao “voto de desconfiança” do sistema parlamentar. Assim, de
acordo com o cenário acima exposto, a pesquisa desenvolvida se conecta aos novos
paradigmas políticos-institucionais da sociedade latino-americana, considerando a
dinâmica constitucional e seus reflexos perante a soberania popular, utilizando-se de
exemplos ocorridos em nosso continente que demonstram esse novo paradigma da
responsabilização política do Presidente da República.

1
Mestre em direito pela Universidade Católica de Pernambuco. Graduado em direito pela Universidade
Católica de Pernambuco. Membro do grupo de pesquisa Recife Estudos Constitucionais – REC. Professor
de direito constitucional do Centro Universitário Osman Lins – UniFacol e Aeso Barros Melo. Membro da
Comissão de Estudos Constitucionais e cidadania da OAB/PE.
2
Acadêmica em Direito, pela Faculdade Osman Lins- UniFacol. Integrante do Programa de Iniciação
Científica da Unifacol – PIC/UniFacol. Estagiária do Escritório de Advocacia Félix e Oliveira Advogados.
3
Acadêmica em Direito, pela Faculdade Osman Lins- UniFacol. Integrante do Programa de Iniciação
Científica da Unifacol – PIC/UniFacol. Estagiária do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.

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