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RESUMO

O ensaio tem o objetivo de demonstrar os diferentes modos de


intervenção estatal e as formas diversas que sustentam a soberania
do Estado de Sociedade e do Contrato Social de Rousseau na medida
em que o indivíduo passa a se organizar em sociedade.

Palavra-chave: Contratualismo, Contrato Social, Pacto, Estado de


Sociedade, Estado, Soberania, povo.

1. Introdução

O Contratualismo se desenvolveu entre os séculos XVI e XVIII e


passou a analisar o indivíduo em que se encontrava deslocado de seu
estado de natureza e inserido em uma sociedade abalizada pelo
surgimento do estado civil moderno. Em resumo, a referida escola
parte de um determinado momento em que não existe o Estado,
situação na qual o indivíduo vive em seu estado de natureza,
utilizando-se de leis naturais para reger sua conduta.

Por motivos diversos, determinados indivíduos decidem se organizar e


criar a instituição “Estado”, que tem suas regras pactuadas através de
um contrato, o chamado contrato social, que segue determinadas
características de acordo com o autor analisado. Tal contrato institui o
Estado Civil Moderno e as diferentes formas de intervenção e
soberania deste (administração estatal), assim como suas
consequências e mecanismos legitimadores ante os indivíduos.

No período temos três principais autores que abordavam o tema de


maneira acentuadamente diversa, seriam eles Thomas Hobbes,
John Locke e Jean-Jacques Rousseau, que tinham em comum a
ideia de estado de natureza e a formação do estado civil moderno de
forma divergente, sendo o objetivo do presente ensaio fazer uma
explanação dos diferentes tipos de abordagem.

Entre os autores podemos notar de forma clara que a interferência


estatal na sociedade, principalmente no tocante do exercício da
soberania, é um ponto essencial para a compreensão de como Estado
intervém na liberdade do indivíduo inserido dentro de tal artificialidade,
assim como sua expressão ideal e seus mecanismos capazes de
organizar a vida em sociedade, na medida em que os indivíduos
passam a se organizar ao longo do tempo fora de um estado natural,
sendo considerado impossível seu retorno, segundo Rousseau.
Dessa forma, procuro demonstrar as diferenças e semelhanças no
tocante do exercício da soberania para cada autor e como isso
impacta no âmbito da intervenção estatal na sociedade e qual seria
sua identidade em relação aos indivíduos desta quando delimitamos
até onde iria o poder do estado e como este se daria para cada um
dos autores.

2. O Contrato para Thomas Hobbes

Na visão de Thomas Hobbes, como sugere a clássica passagem “O


homem é o lobo do homem.”, o estado de natureza no qual o homem
vive é essencialmente composto por guerras e disputas, uma vez que
a para ele o homem tem o direito fundamental à vida e para isso a de
se valer de qualquer coisa para garanti-la, sendo “mal” por natureza.
Em outras palavras, o indivíduo vive em constante estado preventivo,
o que leva o mesmo a contínuas disputas e segundo ele “...a vida do
homem é solitária, miserável, sórdida, brutal e curta.”(Hobbes, 1651).

O estado de natureza, conforme exposto, é marcado pela constante


insegurança e não é dotado da ideia de justiça ou propriedade
privada, uma vez que você só esta na posse de algo na medida em
que tem a capacidade mantê-lo. Dessa forma, em segundo momento,
o principal motivo para que os indivíduos pactuem para a formação do
Estado seria sua função básica de segurança, embora cite outras
funções do estado, este é o meio necessário para que se crie uma
unidade soberana, indivisível e irredutível.

O contrato para Hobbes consistiria nos indivíduos abrirem mão de sua


liberdade por um princípio de precaução de sua própria conservação,
como forma de sair do ambiente caótico que viviam, assim como na
passagem:

“A causa final, finalidade e desígnio dos homens (que amam


naturalmente a liberdade e o domínio sobre outros), ao
introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os
vemos viver em repúblicas, é a precaução com a sua própria
conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o
desejo de sair daquela mísera condição de guerra, que é a
conseqüência necessária (conforme se mostrou) das paixões
naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz
de os manter em respeito e os forçar, por medo do castigo,
ao cumprimento dos seus pactos e à observância das leis de
natureza que foram expostas nos capítulos XIV e
XV.” (Hobbes, 1651).
Assim, pressupõe-se que o indivíduo transmitiria seus direitos a
alguém que iria personificar o Estado, o Leviatã, o soberano, sendo
instituído de diversas formas (instituição, aquisição, etc.) que iria
manter sua ordem por meios coercitivos se necessário, pois o Estado
para o autor não poderia em qualquer momento ser questionado, sob
pena de não mais ser soberano e retornar ao estado de natureza
(guerras), instaurando dessa forma o Estado de Sociedade.

3. O Contrato para John Locke

O Estado de natureza para John Locke, diferente de Hobbes, já tem


certos reconhecimentos, dentre eles o direito à vida, a propriedade
privada (dá subsistência ao direito à vida) reconhecida ante seus
membros e a figura do poder punitivo proporcional a ser exercido
contra aquele que usurpar a propriedade privada (direito natural de
punir), sendo que o mesmo introduz a ideia de Lei (Leis da Natureza e
Leis de Deus).

Para ele, o homem não é “mal” por natureza, mas se encontra em


uma neutralidade, que pressupõe que ele é bom (não
necessariamente todos os homens). Isso nos leva a crer que levaram
determinados indivíduos à fazerem o pacto para a formação de um
Estado são absolutamente diversos dos de Hobbes, uma vez que o
homem, no contexto daquele, não vivem em constante conflito e não
tem a necessidade de sobreviver a qualquer custo, pois sua
propriedade privada é, em tese, reconhecida e respeitada pelos
outros.

Seguindo esse raciocínio, tem-se que o homem busca o pacto de um


contrato pois no estado de natureza ele não é livre de fato, na medida
em que as Leis da Natureza e as Leis de Deus são submetidas a eles
sem qualquer influência ou consentimento. Assim, para que o homem
seja livre e faça a manutenção dessa liberdade por algum meio, no
caso o Estado, este deve participar da criação de suas próprias leis,
sendo elas estabelecidas, reconhecidas e aprovadas por meio do
consentimento, em resumo, participar da criação das leis as quais se
submete.

Podemos notar também, que ao contrário de Hobbes, para Locke o


consentimento é algo primordial para que se instaure o Estado, não
havendo espaço para um exercício total por meio de uma figura
estatal personificada como o Leviatã, mas no consenso geral,
pressupondo a ideia de eleições e separação dos poderes (executivo,
legislativo e federativo).
No mesmo tocante, embora no estado de natureza exista a
legitimidade de um poder punitivo, faltam juízes imparciais que
balizam e proporcionam (concretizem) tal poder punitivo e a criação do
Estado poderia garantir o exercício de tal jurisdição. Dessa forma o
Estado só tem o papel de garantir a boa vida que o indivíduo já tinha
no estado de natureza, quando necessário, tendo um viés bem menos
intervencionista no âmbito privado que o proposto por Hobbes[1],
sendo ele criador do Estado Liberal Clássico.

Assim, para Locke, com um estado limitado a garantir o exercício da


liberdade individual, que seria alcançado na medida em que o homem
participasse da criação de um novo conjunto de leis que regessem
suas relações se instauraria pra ele o Estado de Sociedade com viés
oposto à Hobbes.

4. O Contrato para Rousseau

Para Rousseau o desenvolvimento do estado para se tornar algo bom


se dá com uma etapa a mais, que seria o chamado Contrato Social.
Tal fase se apresenta após o Estado de Sociedade, tendo assim o
Estado de Natureza, Estado de Sociedade e o Contrato Social como
algo que viria a ser bom ante a impossibilidade do indivíduo retornar
ao estado de natureza, que seria algo bom, pois o mesmo, diferente
dos autores anteriores, considera o homem bom em sua essência.

Em sua visão, o homem no seu estado de natureza é bom e não é um


ser sociável, pois viveria em tese isoladamente, entretanto, na medida
em que houve um crescimento populacional e uma consequente
inserção do homem na sociedade, havendo o acréscimo em suas
relações sociais, a sociedade o corrompe e este passa a vislumbrar
necessidades maiores (ambição). Na medida em que essas
necessidades artificiais surgem advém dela a ideia de propriedade
privada, o que considera ser o cerne da desigualdade, pois a partir
desse momento o indivíduo passaria a olhar para o caso concreto e
deixar seus princípios de lado, cobiçando o alheio.

Ante o exposto, podemos concluir que o Estado de Sociedade é


instaurado como forma de pacificar esse problema, todavia adquire
um viés supostamente igualitário, que na verdade estaria apenas
perpetuando as diferenças entre as pessoas, pois prega um espécie
de igualdade absoluta de direitos. Para Rousseau a sociedade não é
igual e seus indivíduos são gritantemente desiguais no tocante
econômico, fato esse que apenas criaria uma falsa ideia de liberdade
e igualdade entre os indivíduos, uma vez que os mesmo sempre
estariam limitados pelo viés econômico, não só no exercício
participativo da política.

É justamente dessa falta de igualdade material que nasce a


necessidade de se fazer o chamado Contrato Social, como forma de
proporcionar uma igualdade material para os indivíduos e ele se pauta
em quatro preceitos que são eles: o indivíduo precisa se dar conta que
não é livre; instaurar uma democracia direita e não representativa,
participando diretamente da criação das leis; seguir a vontade geral, o
que não é a vontade de todos, mas aquilo que é certo; ter a figura do
legislador, que para Rousseau é aquele indivíduo excepcional, que
teria a capacidade de esclarecer à terceiros o que seria essa vontade
geral baseada no que é certo.

Baseado nesses conceitos Rousseau cria o conceito de soberania


popular de forma o povo não mais irá transmitir ou ceder seus direito à
alguém que os represente, mas irá exercer seus direitos naturais de
forma direita e participar sem que haja terceiros que os represente,
desconstruindo também a ideia de Locke de separação dos poderes.

5. {C}Conclusão

Conforme exposição acima, podemos concluir que existem alguns


pontos comuns entre todos os autores. Todos eles procuram
demonstrar como seria o estado de natureza de um indivíduo pré-
sociedade, assim como quais seriam os motivos que os levaram a
pactuar um conjunto de regras para a formação de um Estado, que a
partir das dadas perspectivas de cada autor teria um motivo e uma
forma de intervenção diferente na vida do indivíduo.

De acordo com cada teoria podemos observar de que forma se dá o


exercício da soberania e da liberdade para cada autor, o que
impactado diretamente de acordo com o exercício natural do indivíduo
e a delimitação da atuação estatal na vida deste.

Podemos concluir que o exercício da soberania para Hobbes se dá


através da transmissão total de direitos naturais do povo para o
Estado, que se personifica na figura do soberano, o que inclusive
justificava vários regimes absolutistas no século XVII, tornando a
soberania plena e indivisível nas mãos do soberano, o que favorecia
um estado extremamente interventor e limitador de liberdades
individuais.

Por outro lado, para John Locke não haveria a transmissão dos
direitos naturais para o Estado, mas a cessão temporária dos direitos
naturais para que o povo fosse representado por terceiros e que os
mesmo atingissem a liberdade fazendo suas próprias leis (no estado
de sociedade) através de uma democracia indireta. Para ele o Estado
funcionaria basicamente dotado de um poder polícia com um intuito de
proporcionar a liberdade individual. A soberania nesse caso se daria
de forma indireta por representantes.

Já para Rousseau jamais haveria uma transmissão ou cessão de


direitos naturais do povo para o Estado, pois a democracia iria se dar
de forma direta, buscando uma vontade geral, que por sempre buscar
o certo seria sempre justa. A soberania no caso de Rousseau seria
por esse motivo inalienável, pois seria exercida de forma direta, assim
como indivisível, pois não haveria separação de poderes, pois isso
fragmentaria a vontade geral, guiada por esta como a expressão do
“certo” seria ela também infalível e absoluta (sem meio termo)[2].

Bibliografia

HOBBES, Thomas. Leviatã: OU MATÉRIA, FORMA E PODER DE


UMA REPÚBLICA ECLESIÁSTICA E CIVIL. São Paulo: Martins
Fontes, 2003.

LOCKE, John. Dois Tratados Sobre o Governo. São Paulo: Martins


Fontes, 1998.

ROUSSEAU, J-j.. O Contrato Social: Princípios do Direito Político.


São Paulo: Martins Fontes, 1999.
O ESTADO BRASILEIRO E A
QUEBRA DO CONTRATO
SOCIAL
ÍNDICE
1. 1. Sociedade e Estado
1. 1.1 O Contrato Social por Hobbes, Locke e Rousseau
1. 1.1.1 Thomas Hobbes (O Leviatã – 1651)
2. 1.1.2 John Locke (Segundo tratado sobre Governo –
1689)
3. 1.1.3 Jean Jacques Rousseau (Do Contrato Social -
1789)
2. 1.2 Montesquieu (O Espírito das Leis – 1748)
2. 2. A formação do Estado Brasil
1. 2.1 O Brasil pré República
1. 2.1.1 A República brasileira
2. 2.2 Contratos Sociais e Garantias Constitucionais
3. 2.3 A Constituição de 1988
3. 3. A Violação dos Pressupostos de Montesquieu
1. 3.1 A Previsão de Rousseau – As ideologias se sobrepõem
ao pacto
2. 3.2 Efeitos do Contrato em Ruínas
4. 4. CONCLUSÃO
5. 5. REFERÊNCIAS
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RESUMO
BORGES, Rejane Smênia de Oliveira Saturnino. O estado brasileiro e a
quebra do contrato social. Monografia (Graduação em direito). Curso de
Direito da Universidade Cândido Mendes Unidade Padre Miguel: Rio de
Janeiro, 2015.
Este trabalho tem como foco o cenário político do Brasil, e a quebra do
contrato social brasileiro, cenário este de concentração de poder e pouca
participação popular, demonstra serem nossos governos uma forte
imposição do particular sobre o público, de forma a não constatar
consolidada a filosofia do Contrato Social, que vem aos poucos ruindo e
fazendo que as Constituições brasileiras hora sejam centralizadoras e
manipuladoras do poder popular, hora tendam a ser libertadoras ,mas
sempre com ferramentas que mantém brechas que possibilitam que o
poder dos ideais particulares se sobreponham. Apresenta aspectos
relevantes presentes nas nossas constituições. Com o objetivo de
investigar os Contratos estabelecidos ao longo dos sucessíveis governos
e identificar se vem ocorrendo abusos e concentração de poder nas
Cartas que deveriam expressar a vontade popular. Possui como
problemática a separação dos poderes aqui instituídos e a interferência
do poder executivo nos poderes legislativo e judiciário. É possível
afirmar que o contrato social vem sendo cumprido no Brasil como
idealizado inicialmente pelos filósofos contratualistas? A hipótese de o
por quê o contrato social vem ruindo ao longo da história parece ser o
fato do poder executivo estar cada vez mais fortalecido em detrimento
dos outros dois poderes, atribuindo ao chefe do executivo um acúmulo
de poder suficiente a ponto de suplantar os outros dois, ruindo dessa
forma o contrato previsto. Todo este trabalho baseou-se em pesquisa
bibliográfica tendo como fontes de referência livros de filósofos
clássicos do contratualismo e cientistas políticos atuais, bem como outras
fontes. No primeiro capítulo definiu-se o que é sociedade e Estado do
ponto de vista político, a visão dos contratualistas clássicos referente ao
contrato social e das leis que regem a sociedade, passando no segundo
capítulo á análise da formação do estado brasileiro e as forças aqui
atuantes á época, e também das Constituições sucessivas desde a
primeira Constituição do Império, até a de 1988 ainda hoje em vigor. E
por fim, no terceiro capítulo, foram pontuadas questões relativas a
violação dos pressupostos de Montesquieu, os desvios de conduta
autorizados ou não definidos pela Constituição em vigor, que facilita a
concentração de poder, a sobreposição do executivo sobre os demais
poderes fazendo ruir todo o contrato de sociedade que deveria ser
pautado na legalidade e na proteção aos interesses do público, de toda a
população.

Palavras-chave: Contrato Social. Thomas Hobbes. John Locke. Jean


Jacques Rousseau. Montesquieu. Ciência Política.

INTRODUÇÃO
Observa-se No Mundo, nos últimos anos, uma tendência política de
governança centralizadora na maior parte dos Países, fugindo às
aspirações sublimes de liberdade, igualdade e fraternidade surgidos com
a Revolução Francesa em 1789-1799, e que veio a sedimentar estudos
feitos por filósofos clássicos em torno de como deveriam se conduzir os
Estados e suas políticas, e a importância da relação destes com seus
cidadãos.

O foco deste trabalho é a quebra do contrato social através dos


sucessivos governos do Brasil com ênfase no estudo do comportamento
do poder Executivo, a relação entre a atual situação e a doutrina da
separação de poderes, partindo do princípio que a teoria do Contrato
Social no Brasil vem permanentemente sofrendo ataques por parte do
próprio Estado onde o Poder Executivo acumula um excesso de força
levando inclusive a criar leis apenas seguindo regras subjetivas e assim
se sobrepondo ao legislativo, as atribuições dos poderes encontram-se
misturadas ficando o legislativo á reboque do executivo, que por sua vez
também indica a cúpula do Judiciário, forçando uma vinculação que não
deveria existir, confundindo as premissas iniciais determinadas no
contrato.

Este trabalho tem como finalidade expor de forma clara e objetiva como
se formou aqui o contrato em sociedade, suas características principais e
por que hoje este se encontra tão distante do que foi inicialmente
idealizado.

A problemática funda-se no excesso de força dada ao Executivo através


das Constituições de forma que o Poder Executivo vem se sobrepondo
aos demais poderes nos governos de forma insistente e dentro da
legalidade pois que autorizado nas Constituições através de mecanismos
facilitadores de domínio, porém sem levar em conta a vontade popular
que é a dona do verdadeiro poder, isto se confirma no Art. 1º, parágrafo
único, da CRFB de 1988que diz: “Todo o poder emana do povo...nos
termos desta Constituição”. Então é possível afirmar-se que o contrato
social no Brasil vem sendo cumprido conforme idealizado inicialmente
pelos filósofos contratualistas?

Partindo deste questionamento buscou-se analisar detalhadamente as


sucessivas Constituições e como se comportaram aqui os chefes do
executivo de todos os tempos, e assim como também na América Latina
vem se comportando de forma impositiva e pouco democrática.

A metodologia utilizada na execução desse trabalho se baseou em uma


pesquisa bibliográfica tendo como fontes de referência os livros de
filósofos clássicos do contratualismo como Thomas Hobbes, John
Locke, Jean Jacques Rousseau, e Montesquieu, como também livros de
cientistas políticos da atualidades e sites de notícias sobre a situação
política do Brasil e da América Latina para uma mais completa
compreensão geral, entre outras fontes.
No Primeiro capítulo pesquisou-se o que eram e como se formavam as
sociedades e o Estado, o doutrina do contrato Social pelos contratualistas
clássicos e a doutrina da separação dos poderes e o sistema de freios e
contrapesos.

Já o Segundo capítulo trata da parte histórica da formação do Estado


brasileiro, da adoção aqui do regime Republicano e detalha as
constituições como contratos em sociedade dando ênfase à Constituição
de 1988.

Finalizando o Terceiro capítulo com as violações aos pressupostos de


Montesquieu, quando as ideologias se sobrepõem aos pactos por meio
dos interesses particulares e por fim a quebra deste Contrato Social.

Tudo isto visando fornecer à comunidade acadêmica uma análise acerca


dos pontos principais, a partir do estudo combinado das ciências sociais,
políticas e jurídicas.

CAPÍTULO I – O ESTADO E O CONTRATO SOCIAL


1. SOCIEDADE E ESTADO

As sociedades primitivas, seriam os primeiros grupamentos humanos.


Para Aristóteles o homem é um animal social que precisa de coisas e de
outras pessoas para alcançar sua plenitude, para T. Hobbes essas
sociedades primitivas formavam-se num momento onde não existia
governo (momento este chamado de estado de natureza) e para J. Locke
essas sociedades formavam-se num momento em que as pessoas se
submetiam às leis da natureza (este era para ele o estado de natureza)1. 1
As sociedades primitivas ou as que estavam no estado de natureza,
apenas se formavam pelas necessidades individuais e a vontade de não
estar sozinho, já a sociedade política no pensamento político moderno,
considera esta sociedade como um momento supremo e definitivo da
vida em comum ou coletiva do ser humano, resultado do processo de
racionalização dos instintos onde a força desregrada se transforma na
liberdade regulada, e sendo o Estado recebido como produto da razão.
Assim vemos o desenhar e o mesclar do surgimento de teorias como a
realista que descreve o Estado tal como é (de Maquiavel aos teóricos da
razão de Estado), e as teorias jusnaturalistas (de Hobbes, a Rousseau e a
Kant) que propõe modelos ideais de Estado tal como deveria ser, a fim
de realizar o seu próprio fim2. 1
(p. 19)

A expressão Sociedade civil na linguagem política está intimamente


ligada à definição de Estado, confundindo-se e alternando-se ao longo da
tentativa de defini-la. Sociedade civil significa tanto as relações sociais
quanto, relações políticas, porém no início estas sociedades primitivas
não eram reguladas pelo Estado. Pelo prisma da doutrina jusnaturalista a
sociedade é uma associação que os indivíduos formam entre si para a
satisfação dos seus mais diversos interesses e o Estado se superpõe a
essas sociedades na tentativa de regular, sem vetar ou impedir sua
contínua renovação, mantendo as interrelações humanas e a formação de
grupos3.2(p. 34-35)
Através da reunião de indivíduos as sociedades se formam e daí então
confundem-se com o surgimento do Estado em três linhas de
pensamentos diferentes, entre eles o pensamento de que o Estado surge
como negação radical e como eliminação e inversão do estado de
natureza, surgindo como renovação completa do desenvolvimento
humano anterior ao Estado (Modelo Hobbes-Rousseau); O Estado como
conservação-regulamentação da sociedade natural e portanto não mais
como alternativa e sim como realização verdadeira ou aperfeiçoamento
em relação a fase que o precedeu, dando continuidade a esta, apenas
complementando-a (modelo Locke-Kant); E o Estado como superação
da sociedade pré estatal (Hegel), no sentido de que o Estado é um
momento completamente novo e não apenas um aperfeiçoamento, não
constituindo uma negação absoluta mas uma evolução da sociedade 4. 1(p.
20-21)
Apesar de a família ser considerada um grupo humano que fundamenta a
sociedade natural e que se destina a conservar o indivíduo e a espécie,
como bem definiu São Tomás de Aquino, é também o grupo que
fundamenta a sociedade civil, sociedade esta que possui leis jurídicas,
Estado, organização política, e propriedade privada, em suma, é
organizada. Aristóteles sustenta o pensamento que a família é instituição
do direito natural anterior ao Estado e a própria sociedade civil, e que
Rousseau concebeu como o primeiro modelo das organizações políticas
assim como, logo após definiu a teoria institucional do Estado que
aponta a família como a primeira e mais importante instituição social
integrante do Estado5. 3
(p. 363)

A palavra Estado vem evoluindo sua forma de utilização desde a


antiguidade, com o tempo o termo Estado tomou uma conotação
diferente da anteriormente usada, e aos poucos foi substituindo as
antigas civitas que eram o conjunto das instituições políticas em Roma, e
a Polis que eram Cidades-Estado da Grécia antiga6, que era uma
associação política e ao mesmo tempo uma comunidade religiosa, onde
todo o debate público era feito nos edifícios públicos, nas chamadas
Ágoras (espaços em que ocorriam os debates e as decisões políticas) sem
confundir Estado e religião na mesma instituição 7. 3e4
Na Polis o controle das decisões eram feitas pelo Conselho dos Anciãos
e pela Assembléia dos cidadãos, que controlavam o poder do monarca e
que por isso não era despótico, evoluiu a partir do século VIII ou IX a.C.
da Monarquia patriarcal para a República Democrática, que era
circunscrita aos limites da comunidade, e possuíam autonomia política e
econômica, onde a política era feita através dos próprios cidadãos (haja
vista, destes serem excluídos mulheres, crianças, escravos e estrangeiros)
e o Estado Ateniense com seu magnífico corpo de leis era a mais bela
expressão da democracia Grega. A Polis era uma associação política de
certa forma onipotente mas seu poder encontrava limites na intervenção
do povo - Demos. A polis foi idealizada e muito discutida por Platão e
Sócrates que achavam imprescindível ser o Estado forte, onipotente, e
extremamente organizado8. 3 (p. 105-106)
Já as Civitas com influência das colônias Helênicas, eram Estados-
Cidade Romanos patriarcais, passando da realeza hereditária para a
república assim como ocorreu com a Polis. Tendo origem na ampliação
da família que era constituída pelo pater, englobava parentes, servos e
estranhos que se agregavam, a autoridade do pater familia era absoluta.
Neste período o Senado era formado pelos Pater familia – autoridade
esta absoluta, censor dos costumes, juiz e senhor, com o poder de morte
e vida sobre todos do grupo, este era o chamado Manus ou Majesta9. 3(p.
109)
Após, a família se divide entre patrícios (pater e seus descendentes) que
agora fariam parte da nobreza com privilégios e muitas liberdades,
e clientes, que eram os servidores ligados à família, que tinham a posse e
o uso das terras cujo o domínio pertencia ao patrono (da classe
dos patrícios). Este primitivo Estado era a reunião de gens (gentes), as
gentes reunidas formavam a Curia, várias curias formavam a Tribo, e
diversas tribus constituiam as Civitas, e assim como na Grécia também
existiam os excluídos, os párias eram patrícios decaídos sem família,
nem pátria nem religião e viviam à margem10.
Roma se conservou como Estado-municipal (Civitas) mesmo depois de
tentar ampliar seus domínios. Muito semelhante ao estado grego
distinguia moral e direito, a propriedade privada era um direito e o
Estado tinha o empenho em garantir, o homem gozava de relativa
liberdade em face do poder estatal, e a vontade nacional era fonte
legítima do direito, estas e outras características podem ser observadas
nas obras de Cícero 11. 3 (p.110-111)
Considerada por alguns autores Norte Americanos como unidade
organizada, para Jhon W. Burguess: “O Estado é uma sociedade de
homens unidos para fim de promover o seu interesse e segurança mútua
por meio da conjugação de todas as suas forças”. E na definição de
Pierre Marie Nicolas Léon Duguit de que “O Estado é a força a serviço
do Direito". E a definição de Queiroz Lima: "O Estado é a nação
politicamente organizada"12.
Porém não existe uma definição exata do termo Estado, que vai depender
de cada doutrina e de cada autor, Kelsen afirma que a ciência política
encara o estado de dois modos diversos, como um objeto de valoração,
analisando o que o Estado deveria ou não ser, e de outro lado como
realidade social , ou seja, como ele é na realidade. Uns defendem ser o
Estado uma entidade artificial resultante da vontade coletiva manifestada
em dado momento, outros o tratam como organismo natural ou produto
da evolução histórica13. 3 (p. 20-21)
O termo Estado não foi inventado por Nicolau Maquiavel, mas foi
enormemente difundido através de seu livro - O príncipe - publicado em
1532, cujas minuciosas e amplas pesquisas sobre o uso da palavra
Estado, na época o Status Rei, levaram ao uso como hoje é comum14.
Assim se refere Maquiavel em carta enviada ao Embaixador Florentino
Vettori “....Investigando o que são os principados, de que espécies são,
como se conquistam, como se mantém e por que se perdem”15. 2 e 5
A palavra Estado (grafado com “E” maiúsculo) tem como significado
político, a máxima organização de um grupo de indivíduos, uma nação
politicamente organizada. Para ser considerada Estado no âmbito do
Direito Internacional, na visão de Clóvis Beviláqua, são necessários a
existência de cinco elementos constitutivos: Território, espaço físico
delimitado onde exerce sua soberania ; população /povo, que é o
conjunto de indivíduos unidos por laços comuns – língua e
costumes; governo autônomo e independente , como entidade dotada de
poder para governar e fazer suas próprias leis, assim como aplicá-las em
seus domínios, deliberar, administrar seu povo e suas
fronteiras; finalidade, trazendo a ideia de que o Estado deve sempre
pretender a um fim; e a Soberania, que é o reconhecimento por outros
Estados dessa autonomia que gera a capacidade de se relacionar com
outros Estados16.
Neste sentido podemos considerar que não existe Estado sem território,
que é formado pelo conjunto de instituições públicas que, em tese,
representam, organizam e atendem os anseios da população que habita
seu território, com instituições como governo, escolas, hospitais, prisões,
exército e outras17.7E podemos também considerar que existe uma
diferença significativa entre as expressões Estado e Nação, pois que
Estado como fato social sintetiza a situação política e surge da vontade
humana, um meio destinado a realização dos fins da comunidade
nacional, órgão executor, e Nação surge do direito natural18. 3 (p. 22)
1.1. O CONTRATO SOCIAL POR HOBBES, LOCKE
E ROUSSEAU
1.1.1. Thomas Hobbes (O Leviatã – 1651)
O Leviatã que foi escrito em um período onde a Inglaterra deixa de ser
uma monarquia e passa a ser uma república governada por um militar,
época esta de grande instabilidade política, questiona e busca a paz
pessoal, social e política, diz que o homem é naturalmente mau e que
para a defesa de seus direitos naturais e de sua propriedade vive numa
“guerra de todos contra todos”, sendo o homem “o lobo do próprio
homem” e que “naturalmente todo homem tem direito a tudo” de modo
que na natureza do homem encontramos três causas naturais da
discórdia: Primeiro a competição; Segundo a desconfiança; Terceiro a
glória, (significando respectivamente: lucro, segurança e reputação),
tendo a guerra como consequência necessária das necessidades da vida, e
enquanto perdurar esse direito de cada homem a todas as coisas, não
poderá haver para nenhum homem, mesmo que seja forte e sábio, a
segurança de viver uma vida longa19. 8 (cap. 13- p. 108)
O direito natural permite usar de todos os meios possíveis para cuidar da
própria defesa e isto legitima esta guerra, nesta condição não há lugar
para o trabalho pois seu fruto é incerto e poderá a qualquer momento ser
tomado por outro, por um medo contínuo e perigo de morte violenta,
onde a vida do homem é solitária, miserável, sórdida, brutal, e
curta.20. (cap. 13- p.109)
8

No pensamento de Hobbes, o desejo de coisas que são necessárias para


uma vida confortável, a esperança de consegui-las pelo trabalho, e o
medo da morte sugerem, pela razão, que normas de organização para
auxiliar na convivência pacífica a fim de que os homes possam chegar a
um acordo e refrear esse - poder tudo- para a satisfação das paixões e em
prol da preservação da sua própria natureza e encontra na criação do
Estado uma finalidade de segurança pessoal que não pode vir da Lei da
natureza, nem de um acordo de poucos, e que mesmo que tenha a
aderência de uma multidão deve ser dirigida por um único homem, o
Soberano, que mantenha de forma coercitiva o acordo 21. 8 (cap. 14 p.
111)
No intuito de refrear essa “guerra” do estado de natureza seria necessário
um pacto, um contrato no qual o homem abrirá mão do seu “direito à
tudo”, por que sem mútua aceitação não há pacto possível. Porém nesta
condição de simples natureza, ao confiarem uns nos outros, a menor
percepção de que ninguém cumpre imediatamente sua parte no trato, a
menor suspeita razoável torna nulo este contrato; Mas se houver um
poder comum situado acima dos contratantes e com direito e força
suficientes para impor seu cumprimento, pois que sem isto, caso não
haja o medo de algum poder coercitivo, dificilmente a palavra
empregada inicialmente no pacto será suficiente para refrear a ambição,
a avareza, a cólera, e outras paixões que movem os homens, este poder é
o Leviatã, o Estado22. (cap. 14 – p 112-113-118)
8

Para T. Hobbes o que leva os homens a viver em repúblicas, mesmo


amando a liberdade e o domínio sobre os outros, passando a viver com
restrições sobre si mesmo, é o desejo de sair daquela mísera condição de
guerra que é a conseqüência necessária das paixões naturais do homem
quando não há um poder visível capaz de mantê-los em respeito e os
forçar, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao
cumprimento das leis da natureza como: Justiça, equidade, modéstia e
piedade. Ou em resumo: que façamos aos outros somente o que
queremos que nos façam23. 8 (cap. XVII – p. 143)
Necessário então se torna a força, pois que os pactos sem espada não
passam de palavras sem força para dar segurança, se suas opiniões
divergem quanto ao melhor uso da aplicação da força, para que essas leis
sejam aplicadas pela existência de conflitos particulares, haja visto ser
inevitável que as diferenças entre seus interesses os levem a desunir-se,
voltando a cair em guerra uns contra os outros, necessário se torna um
poder comum que mantivesse a todos o mesmo respeito, E como este
respeito não ocorre de forma natural, necessário se torna a existência
fixa, e não temporária, de um governo civil ou república, pois não há
possibilidade de paz sem sujeição24. 8 (cap. XVII – p. 144 - 145)
Thomas Hobbes relata que a única forma de dirigir as ações individuais
para o benefício comum, capaz de defender os povoamentos das
invasões dos estrangeiros e dos danos causados uns pelos outros,
garantindo-lhes segurança suficiente para proteger os frutos relativos ao
trabalho na terra, para que possam alimentar-se e viver satisfeitos, será
transferir toda sua força e poder a um só homem ou a uma assembléia de
homens, que por pluralidade de votos possam ser portadores da vontade
geral. Autorizando essa única pessoa ou assembléia de homens para criar
a República, ou em latim, Civitas, será formação do grande Leviatã que
governa por consentimento geral25. 8 (cap. XVII – p. 147)
Consentimento este que será um “contrato” que alcança a todos e
também beneficia, estando abaixo de Deus e acima e mais forte do que
os homens, conferindo o uso de tamanho poder e força, que o terror por
ele inspirado o torna capaz de unificar as vontades levando paz e ajuda
mútua. Esta seria a essência da República que passa a ser definida como
um “indivíduo” ou “ser” que mediante pactos recíprocos foi instituído
por todos como autor, de modo que pode usar a força e os recursos de
maneira como achar melhor, com a finalidade de assegurar a paz e a
defesa comum26. 8 (cap. XVII – p.148)
Este poder soberano pode dar-se pela força natural (a república por
aquisição), e de outro modo quando concordam entre si voluntariamente
(seria a república política ou por instituição) se obrigando cada homem
perante cada homem. Sobre a república por instituição ou política,
Hobbes diz que ao dar a este ser o poder de cada homem, ao tentar depor
seu soberano for por ele morto ou castigado por esta tentativa, será ele o
autor do seu próprio castigo, dado que por instituição é autor de tudo
quanto seu soberano fizer, pois que o pacto não é entre o soberano e cada
um, e sim entre cada um e cada um27. 8 (cap. XVII – p.149)
Hobbes considera apenas três tipos de governos: Monarquia,
Aristocracia e Democracia; As formas de Tirania e Oligarquia
representam os dois primeiros respectivamente quando em um estado
detestável, e Anarquia será o nome dado quando á má condução de um
governo democrático. E elege a monarquia como a menos inconstante e
mais sensata28. 8(cap. XIX – p.162)
Dizer que é inconveniente colocar o poder soberano nas mãos de um
homem ou de uma assembléia, seria dizer que todo governo é mais
inconveniente do que seria a confusão e a guerra civil. Pois a ambição e
a injustiça que podem estar presentes na Monarquia também podem estar
entre os súditos, que são os mesmos em todas as espécies de governo
quando o povo não é instruído de modo correto quanto aos seus deveres
e direitos da soberania, levando estes à lutas por cargos, por honras e por
meios de conseguir facilidades, tornando-se competidores, então o
problema não se encontra somente na forma de governo29. 8(cap. XIX –
p.162-163)
1.1.2. John Locke (Segundo tratado sobre Governo – 1689)
Para J. Locke a escravidão é um ato vil, miserável e contrário ao
temperamento generoso da humanidade. Conclui em seu primeiro
tratado que o poder não tem origem na sucessão familiar e nega através
de raciocínio lógico a legitimidade divina dos governos/autoridades que
se iniciou na era medieval, contrariando Patrísticos e Escolásticos, e
busca através de seus escritos uma outra gênese para o poder. Diferencia
o poder político, do poder do magistrado sobre o súdito, do poder do pai
sobre os filhos, do amo sobre seu servidor, do poder do patrão sobre o
empregado, por serem relacionamentos diferentes e terem funções
diferentes30. 9(p. 22)
Poder político aqui é o poder de fazer leis para regular, preservar a
propriedade, empregar a força do Estado na execução dessas leis, na
defesa da sociedade política, objetivando o bem público31. 9 (p.380-381)
Os homens não deixam de estar sob as rédeas da lei da natureza no
pensamento de J. Locke, que é considerada lei da razão e lei da equidade
comum, e apesar do estado de liberdade ser um poder quase ilimitado,
não possui liberdade para destruir a si ou a qualquer criatura em sua
posse, portanto não há licença para fazer tudo o que se quer. Sendo as
faculdades dos homens as mesmas e compartilhando uma mesma
comunidade de natureza, não pode presumir subordinação entre eles,
porém o Estado para punir os transgressores da lei faz ser possível punir
os agressores em grau que impeça sua violação32. 9 (p. 384-385 - 386)
Os homens vivem em sociedade por necessidades impostas pela natureza
e as primeiras sociedades iniciaram pela reunião do homem e de sua
mulher, e depois juntou-se com a relação que há entre o senhor e seu
servidor, onde este senhor tinha ali uma espécie qualquer de governo
mas ainda longe de constituir uma sociedade política33. 9(p. 451)
A sociedade política ou civil, segundo Locke, é aquela em que cada qual
de seus membros renuncia a esse poder natural de defesa de si e de seus
bens e também de julgar e punir essas violações e coloca-os nas mãos do
corpo político, excluindo o juízo particular de cada membro
individual34. 9 (p.458)
Com esta organização a comunidade passa ter como parâmetro regras
fixas estabelecidas, imparciais, e idênticas para todas as partes, então a
autoridade deriva da comunidade para a execução das regras existindo
uma judicatura a qual apelar para dirimir as controvérsias e punir os
infratores, e quando não possuem isto, vivem ainda em estado de
natureza. E este poder funciona tanto para proteger os membros da
sociedade quanto a outros que não pertençam a ela, e será este o poder
de guerra e paz, que constitui marca da soberania35. 9 (p.459)
A transmissão dos poderes individuais para o público, forma a sociedade
civil ou política, e ocorrerá quando um número de indivíduos no estado
de natureza unem-se, e cada um renunciando ao seu poder individual
entra em sociedade para formar um povo, um corpo político, sob um
único governo supremo36. 9 (p. 460)
Só que na visão de John Locke, é considerado evidente que a monarquia
absoluta é incompatível com esta visão de sociedade civil, já que nesse
caso o governante que deve ser absoluto estará acima de todas as
circunstâncias, e terá ele o poder de causar mais danos e males, visto que
enquanto todos estarão subordinados a lei, abandonando o estado de
natureza para entrar em sociedade, o monarca estará acima disto e quem
levantar-se contra suas decisões será um rebelado passível de sofrer
punição, ele então conservaria toda a liberdade do estado de natureza
acrescida do poder tornado licencioso pela impunidade, Locke salienta
que: “A monarquia seria como evitar os prejuízos que os possam
cometer os furões e as raposas, mas contentarem-se e ainda julgarem
seguro ser devorados por leões”37. 9 (p. 462-465 )
Neste Tratado define também, que a forma de governo depende de quem
é o depositário do poder supremo, que é o legislativo, o poder de
elaborar as leis. Nas mãos de funcionários designados pela população,
será democracia; nas mãos de um pequeno número de homens seletos
será oligarquia; nas mãos de um único homem será monarquia (que pode
ser hereditária ou eletiva); podendo a comunidade adotar formas
compostas e mistas de governo segundo julgar conveniente 38. 9(p. 500 á
503)
Então sociedade civil é neste aspecto qualquer comunidade independente
referida pelos latinos como civitas, considerando que a utilidade da
formação de viver em uma sociedade é poder desfrutar de suas
propriedades em paz e segurança, a proteção de seus integrantes e seus
bens, por meio do controle de leis promulgadas e não dos caprichos e
desmandos do poder concentrado nas mãos de uns poucos, e se isto
ocorresse os homens se encontrariam em uma situação pior que a do
estado de natureza39. 9 (p.509)
A solução contra a concentração de poder seria pré estabelecer leis,
regras, com o intuito de que o povo pudesse conhecer com antecedência
seus deveres e viver a salvo dentro dos limites da lei, defende Locke por
isso, um legislativo independente do executivo para que não possa ser
absoluto o poder, a fim de que o legislativo possa conter os desmandos
do governante, subordinando assim o poder executivo ao
legislativo40. 9 (p.521-522)
Locke defende a impossibilidade de existência dos governos com a
dissolução da sociedade, diferente de Hobbes que diz que a alma do
Estado é o soberano, e sem ele a sociedade morre. Aqui a sociedade é a
alma do estado, e sem ela não há por que existir o governo que se ergue
pela vontade da sociedade, e esta união se manifesta através do
legislativo, pois que as leis não foram feitas para si, e sim para manter a
unidade e serem vínculos da sociedade com a intenção de manter cada
parte do corpo político em seu devido lugar e sua função. Do mesmo
modo que quando estas leis não possam ser postas em execução reduz-se
o ato à anarquia e desfaz-se assim também a sociedade 41. 9 (p. 572-573-
577)
1.1.3. Jean Jacques Rousseau (Do Contrato Social - 1789)
Segundo Jean Jacques Rousseau, “O homem nasceu livre e é bom por
natureza” e com base neste pensamento ele questionou sobre a origem
desta liberdade e a perda dela - E então se pergunta como tudo começou,
por quê, e em que momento começou a perder essa liberdade. Continua
Tendo liberdade? Sentem-se libertos ou sabe o que é esse contrato que
forma a sociedade? Ele atende a todos? O pensamento de Rousseau
descreve o seu entendimento quanto a origem, formação e evolução das
sociedades e da relação de obediência entre governantes e governados e
ainda, considera os aspectos políticos e jurídicos aplicados a ela, dentro
do cenário em que vivia42. 10 (p.23).
Partindo do conceito de Direito Natural, no qual todo indivíduo tem
direito a vida, ao necessário para garantir sua sobrevivência e á
liberdade, pois, por natureza todos são livres, ainda que uns sejam mais
fortes que outros. O indivíduo possui como lei principal cuidar de sua
própria conservação, mas sozinho inicialmente não consegue fazê-lo, por
isso, abre mão de parte de sua liberdade de forma provisória, ficando sob
a tutela dos pais e a estes obedece, até que amadurecendo fique
independente e se liberte da obrigação. Observa-se então a família como
sendo a primeira sociedade e a única natural, o menor núcleo a ser
analisado43. (p.24).
10

Fora do núcleo familiar verifica-se ainda obediência pela escravidão,


mas quando no passado Aristóteles disse não serem os homens
naturalmente iguais, que uns nascem para escravos e outros para
senhores, isto é uma verdade se tomado o efeito pela causa, pois que se
há escravos por natureza é porque em dado momento houve escravos
contra a natureza. A força forma os escravos e a covardia perpetua esta
condição que não é natural. Os descendentes de escravos já nascidos
nesta situação, não sabendo de onde esta regra começou e não
conhecendo nada diferente, não possuem o desejo de quebrar os grilhões,
e muitas vezes não sabem como nem por que deveriam deles se livrar,
então, não deve-se tomar o efeito pela causa44. 10 (p. 25)
Sobre a necessidade de obediência de um povo e quanto ao direito do
mais forte; este não poderá ser sempre senhor assegurando à força todo o
tempo, terá que transformar esta força em direito, e a obediência em
dever45. 10(p.26)
Por isso Rousseau no capítulo IV do livro - Do Contrato Social, alega
que déspotas não asseguram direitos civis, asseguram sim o silêncio e a
inércia de seus vassalos para garantir o poder, e para impedir que se
rebelem contra o que lhes faz mal, contra o que lhes tira a liberdade e os
bens, pois que a cobiça de quem quer ser obedecido à força é insaciável.
E relata: “Também nas masmorras se vive em sossego”46. 10 (27)
Porém esta paz de quando se abre mão de todos os seus direitos em favor
do "Rei" oculta injustiças e sofrimentos incontáveis, portanto esta
tranquilidade não é o suficiente para viver bem47. 10 (p.28-29)
A diferença entre submeter uma multidão e reger uma sociedade, seria a
mesma diferença entre um senhor e seus escravos e um povo e seu
representante. Um, apenas um agregado, o outro uma associação. Os
escravos eram livres e à força se tornam um agregado em torno do
tirano, já o povo se junta por vontade, antes de ter seu representante e
isto supõe ato de deliberação pública. Então mais importante que saber
por quê se elege um Rei é saber por quê um povo é um povo 48. 10 (p.29-
30)
Os obstáculos danificadores da conservação do homem no estado natural
são tantos que necessário tornou-se reunir as forças, que individualmente
já não suportavam as dificuldades de manter os direitos individuais.
Necessário foi achar uma forma de sociedade que defendesse e
protegesse as pessoas e os bens de cada sócio, unindo cada um a todos,
sem a necessidade de perder os direitos e se mantendo livres como antes,
isto resolveria o contrato social. Este contrato é um pacto de associação e
não um pacto de submissão, por que as palavras escravidão e direitos são
contraditórios. Na busca por:

...uma sociedade que defenda e proteja com toda a força comum a pessoa
e os bens de cada sócio e pela qual unindo-se cada um a todos , não
obedeça todavia cada um a si mesmo e fique tão livre quanto
antes49. 10 (p.31-32)
Obedecer à força é necessidade ou prudência, e não escolha, pois a força
anula o direito visto que não se pode desobedecer sem punição severa.
Não se pode considerar válido uma pessoa que tem o direito natural à
liberdade, alienar sem limites seus direitos e ainda mais os de seus filhos,
pois que a obediência a seus pais termina com emancipação do
indivíduo, senão isto seria alienar a vontade e não o poder50. 10 (p.39-40)
A soberania se dá através do pacto social, encaminhado pela vontade
geral, e é o poder absoluto sobre todos os outros. Mas sobre o direito de
vida e morte, se o particular no estado de natureza não pode dispor da
própria vida, como o soberano que herda o direito de cada um pode ter
transmitido este direito que individualmente não tem? Haja vista que o
tratado social visa a conservação dos contratados, então este poder não
pode existir! E num Estado bem regido poucas punições existem, não
por que exercitem o perdão, mas por haver poucos delinquentes, e o
Estado quando corrompido assegura a multidão de crimes através da
impunidade51. 10(p. 43 á 46)
O pacto social dá vida e a legislação dá movimento ao corpo político. E
para Rousseau a República se forma de alguns tipos de relações a serem
consideradas. A relação entre o povo e o Estado; a relação dos membros
entre si (que deve ser a menor possível), ou com o corpo inteiro (que
deve ser a melhor possível); e como da força do Estado nascem as leis, a
outra relação se dá entre o home e a lei que “deve estar esculpida no
peito de cada cidadão” para que se funda aos costumes52. 10(p. 60-61).
O Poder legislativo e o poder executivo significam, em Rousseau, a
vontade e a força respectivamente, o poder legislativo pertence, portanto
ao povo, e define que a razão do Governo em um Estado é intermediar a
relação entre os vassalos e o soberano para mútua correspondência entre
eles, se encarregando da execução das leis e da manutenção da liberdade
civil e política. Governo então é a suprema administração e o exercício
legítimo do poder executivo, e príncipe ou magistrado o homem ou
corpo incumbido dela. Que a vontade do príncipe deve ser a vontade
geral ou a força pública nela concentrada, e que este esteja sempre
pronto a sacrificar o governo ao povo, e não o povo ao governo 53. 10 (p.
63-64)
Rousseau divide os governos conforme o número de membros que as
compõe: com mais cidadãos magistrados que cidadãos simples
particulares, chamar-se-á democracia; Restringindo o governo nas mãos
de um número pequeno será aristocracia; e a concentração deste governo
em um único indivíduo será chamado monarquia ou governo real, porém
observa ele que mesmo a monarquia pode ter o poder dividido pois
registra-se que Esparta sempre teve dois reis, e que no Império Romano
estiveram no poder oito reis ao mesmo tempo sem que este império
estivesse dividido. Chegando a conclusão que o governo democrático
convém aos Estados pequenos (apesar de constatar que nunca existiu e
nunca existirá verdadeira democracia, pois acredita ser contra a ordem
natural o grande número governe e seja o pequeno governado), a
aristocracia aos médios e aos grandes a monarquia54. 10(p. 69-70)
Se o governo não produz nada e recebe de seus membros parte do que
eles produzem, por intermédio de impostos, devem estes governos serem
equilibrados tanto na onerosidade de seus tributos quanto no que se
refere ao retorno ás mãos do povo do que contribuiu, pois que quando a
circulação desta riqueza é pronta e bem estabelecida, não importa que se
pague muito ou pouco, sempre o povo será rico e o erário prosperará, e
se não lhe retorna as mãos através de uma boa administração em breve
estes recursos se esgotam e deste modo nunca é rico o Estado e o povo
sempre necessitado em excesso55. 10(p. 79)
Instituir um Governo é um ato complexo que comporta outros dois, que
são o estabelecimento de leis e o cumprimento delas, portanto não há
como instituir o governo de modo legítimo renunciando a estes
princípios. E sendo por contrato uns com os outros, os depositários do
poder executivo não são senhores do povo, mas oficiais à seu serviço,
que podem ser removidos a qualquer tempo de suas funções e que como
também cidadãos que são, os que estão no governo, cumpre-lhes cumprir
suas funções, e mesmo que se institua um governo hereditário seja ele
monárquico ou aristocrático será designado de forma provisória até que
lhe agrade outro ou a ordene56. 10(p.94-95)
1.2. MONTESQUIEU (O ESPÍRITO DAS LEIS – 1748)

Para Montesquieu, no estado de natureza os homens nascem iguais,


porém não continuam assim pois a sociedade faz com que percam essa
igualdade, que somente se refaz atravéz do incremento de leis no âmbito
desta sociedade. Aqui o pensamento gira em torno das leis, a relação
dela com a natureza das coisas, pretendendo compreender e questionar o
que será a liberdade. Afim de entender de que forma as leis irão impor
limites razoáveis a esta, chega a conclusão que liberdade é fazer-se tudo
o que permitam as leis. E que as leis positivadas são determinadas pela
natureza dos governos57. 11(P.17- 35)
O Governo poderá ser republicano, quando o povo ou uma parcela dele
exerce o poder soberano; monárquico, quando um só governa de acordo
com leis fixas e estabelecidas; e despótico quando um só indivíduo sem
obedecer as leis e regras submete tudo a seus caprichos e
vontades58. 11(P.126)
É preciso que existam em determinados governos certos princípios: A
virtude em uma república, a honra em uma monarquia, e o temor em um
governo despótico, pois que são esses princípios que os mantém por suas
características naturais. Quando elas estão nos governos diferentes dos
aqui definidos, tornam-se perigosas e desestabilizadoras59. 11(p.40)
Para que seja despótico é necessário obediência extrema, e o povo não
pode sequer expressar seus temores quanto a acontecimentos futuros,
opor-se de nada adianta, basta receber a ordem e nada mais. Se religioso
é o governo, considera-se que o príncipe não mais é homem, sua vontade
é superior até ao que se refere ao respeito pelos próprios pais. Já no
Estado Monárquico o poder é limitado pelos seus fundamentos, e a honra
alimenta essa obediência. Já na república a virtude deve ser a base, mas
que nem sempre o é, a corrupção de uma república ocorre quando em um
governo popular as leis não são mais cumpridas por que são elas a base
deste regime, e sem ela tudo se desfaz.60. 11(p.41-43)
Montesquieu diz que, para conservar a vida e a propriedade dos cidadãos
assim como a própria constituição do Estado são necessários tribunais.
Nos estados despóticos o príncipe pode julgar por si própio, nas
monarquias isto não é permitido pois seria destruir a constituição e
aniquilar os poderes intermediários independentes que ali existem, e ao
longo da história romana pode ver-se a que ponto pode um juiz abusar
do poder, por isso a este tempo foi necessário o estabelecimento da lei
Valéria, que proibia aos magistrados toda e qualquer violência contra o
cidadão, na tentativa de frear esse poder concentrado, o uso de penas era
útil para o controle dos cidadãos, porém muito ineficaz61. 11(P. 85,
91,93,97 )
Então quando se perde o princípio da igualdade se corrompe a
democracia, Já a aristocracia se corrompe quando o poder dos nobres se
torna arbitrário, e a extrema corrupção quando se tornam hereditários,
porquanto acaba a moderação. Já as monarquias se corrompem quando
suprimem aos poucos as prerrogativas das corporações e o poder do
monarca se torna imenso, diminuindo a estabilidade, até mudar a
natureza do Estado62. (124-129-130)
11

Para que haja liberdade política com relação a constituição, é necessário


a separação dos poderes, pois que em cada Estado há três espécie de
poderes: O poder Legislativo, o poder executivo e o poder executivo
daqueles que dependem do direito civil (que mais tarde se chamará
judiciário). Com o primeiro, o príncipe ou magistrado cria leis a fim de
estabelecer regras de comportamento, com o segundo determina a paz ou
a guerra, contatos com outros estados, estabelece a segurança e previne
invasões. E pelo terceiro pune os crimes ou julga as questões dos
indivíduos este o “poder de julgar”. Estabelece assim a separação dos
11
poderes 63
. (p. 165-166)
Quando em uma só pessoa ou corpo de governo estiverem reunidos os
poderes legislativo e o executivo, não poderá existir liberdade, pois
haverá a possibilidade de que tal governo crie leis tirânicas, e que as
execute como bem queira, tiranicamente. E também não haverá
liberdade se o poder de julgar não estiver separado dos poderes
legislativo e executivo, pois este é o poder sobre a vida e a liberdade das
pessoas, e que junto aos outros dariam uma força sem limites à aquele
que quisesse oprimir. Os três poderes juntos, nas mãos de nobres ou
mesmo nas mãos do povo, o poder de criar leis, de julgar e de executar
reunidos em uma só pessoas levariam à queda o Estado. Nos Estados em
que os três poderes estão reunidos nas mãos de um só, reina o terrível
despotismo64. 11 (p.165-166)
CAPÍTULO II – O CONTRATO SOCIAL NO BRASIL
2. A FORMAÇÃO DO ESTADO BRASIL

2.1. O BRASIL PRÉ REPÚBLICA


O início da formação da Península Ibérica se deu ao longo da história
pelas lutas contra o domínio romano, contra o domínio germânico, e
contra civilizações do ocidente e do oriente, durante muitos anos
guerreou dentro de suas fronteiras e por meio da guerra ocorreu a
formação de Portugal e de sua sociedade . No topo desta sociedade um
rei, o chefe da guerra e general em campanha, que conduziu um povo de
guerreiros. Afonso Henriques primeiro rei de Portugal nos idos de 1140
tomando para si as terras conquistadas que adivinham do direito de
monhadego ou direito de herdar os bens dos “vilões” que morriam sem
prole, formava ali seu poder através da propriedade. Então inicialmente a
sociedade se formava pelo Rei (senhor das terras e da guerra), nobreza,
clero, soldados, servos, e poucos homens livres todos vivendo da
produção agrícola que sustenta a região (súditos e subordinados), um
grande traço de cunho feudal65. 12 (p.4 -5).
Em torno de 1383-85 nasce a dinastia de Avis que deu fisionomia
definitiva e reuniu os elementos ainda dispersos, alí só o rei comanda ,
poder absoluto que leva a considerar qualquer opinião contra a palavra
suprema uma traição e rebeldia à vontade superior do rei, as concessões
de senhorios ou de vilas que a coroa dava a seus nobres era mera
liberalidade, e não significava função pública a não ser que fosse assim
determinado. Tanto o poder do rei como o poder dos que estavam nas
funções públicas adivinham da riqueza que possuíam e não da qualidade
de funcionários. Em geral as funções públicas cabiam aos nobres
ricos66. 12
(p. 6).
O Rei doava largamente terra aos nobres no intuito de torná-los
dependentes do príncipe e estes nobres, senhores feudais, ao montar seus
exércitos para proteger as terras os colocava à serviço do rei sempre que
o solicitasse sob paga67. 12 (p. 7)
A sociedade feudal existia como classe dominante tendo seus privilégios
de isenção de impostos, e os servos contribuindo para eles com seu
trabalho. Esta estrutura de poder com relação de exploração e
patrimonialismo perdurou por centenas de anos, portanto o Estado era
patrimônio das elites, donde então herdamos esta noção de
patrimonialismo profundamente arraigado aos nossos governantes e de
forma que os poderosos sentem-se donos do Estado68. 12
(p.8)

Com o crescimento dos potentados rurais o rei usa uma estratégia


política comum da realeza européia, estimulou os municípios na mesma
proporção do crescimento destes potentados rurais, no início
desvinculados da carta de foral, porém pouco depois sob o domínio
desta; – os Forais ou Carta de Foral foi o pacto entre o rei e o povo,
assegurando o predomínio do soberano, já encaminhando para o
absolutismo69. 3 (p. 375).
As relações jurídicas entre o soberano e os súditos foram colhidos ao
longo de uma tradição herdados dos costumes romanos, quanto ao
caráter político pode-se situar este na constituição do imperador
Diocleciano (285-305) e o direito o de Justiniano (527-565)70. 13
Historicamente a formação do Estado brasileiro, ocorreu com o domínio
e ampliação do território pelos portugueses, no período da expansão das
navegações, como forma de aumentar os domínios da coroa portuguesa
que por aqui estava limitada pelo Tratado de Tordesilhas, ampliando a
colonização até fins do século XVII, a fim de garantir espaço para a
formação do futuro território do Estado. Portanto o Brasil é um Estado
de formação originária por não ter pertencido anteriormente a nenhum
outro estado, mas sim aos próprios nativos ameríndios. Esta colonização
iniciou a formação do povo que viria a viver neste Estado, três raças
contribuíram para a formação deste povo, a européia (portugueses,
espanhóis, holandeses, franceses...) a africana (com a chegada mais tarde
de escravos negros) e a americana71. 3 (p. 377 e 378).
Com relação a forma federativa de governo, esta foi herdada nos tempos
coloniais, nos moldes da organização político administrativa de Portugal,
fomos então uma extensão do contrato social português, porém adaptada
para a realidade do imenso território em comento, em um complexo
processo de descentralização geográfica e centralização política, tudo
para manter o controle e proteção das fronteiras, evoluindo de dois
governos gerais para a divisão de capitanias, preciso foi dividir o
território dominado em quinze subpartes72. 3 (p.378)
O Brasil cresceu e se desenvolveu como um conjunto de regiões
autônomas similares às tradições municipalistas de Portugal e aos
sistemas feudais germânicos. Mais tarde o povo insurgiu contra o
excessivo centralismo de D. Pedro, e este forte movimento de
descentralização leva-o a abdicação, e em 1834 concedia autonomia para
as Províncias, mais tarde esse movimento da opinião pública contra a
centralização de poder foi vitorioso de forma definitiva com a revolução
republicana e federalista de 1889 73. 3 (p.378 e 379) .
A vinda da corte de D. João VI em 1808, o fenômeno de abertura dos
Portos e a elevação do Brasil à condição de Vice Reino Unido a Portugal
e Algarves, tudo isto impulsionou a vontade de se libertar do domínio a
que estava submetido, o anseio de liberdade dirigiu a evolução das idéias
na colônia que naturalmente tendia para uma forma republicana de
governo e para o regime federativo, muitos movimentos revolucionários
de emancipação política que traziam os ideais de federação e da
República, assim nascia o movimento para a independência do Brasil em
1822 sob a tutela já de D. Pedro I. (surge aqui o terceiro elemento da
formação do Estado: O Governo)74. 3 (p. 379).
Em 1822 com o Brasil já independente de Portugal, D. Pedro I convoca a
assembléia constituinte para a formação do código político sob a forma
de Governo chamada Monarquia Constitucional, em 1824 se estabelecia
a Constituição que foi Outorgada e consagrava a forma Unitária de
Estado e Governo Monárquico, hereditário, constitucional,
representativo independente de Portugal – Surge o Quarto elemento de
formação: Soberania. Constituição Imperial esta centralista que deixou
todo o povo descontente, com isso nova revolução foi iniciada e
consequente abdicação do trono, foi feita reforma constitucional pelo
Ato Adicional; De 1834 á 1840 o Brasil foi governado pela Regência
Una (Que teve como Regente Diogo Antônio Feijó)75. 3(p. 380)
Em 1840 foi declarada a maioridade de D. Pedro II que assumiu a
direção do Estado permanecendo por quase meio século, promovendo a
prosperidade pública e contribuindo para o nascimento do ideal
democrático, e toda essa paz pública na chamada “idade de Ouro”
retardou a instalação aqui da República. Depois com a Idade avançada
de D. Pedro II, e com o crescimento da Classe média (profissionais
liberais, jornalistas, funcionários públicos, artistas, estudantes e
comerciantes) nos grandes centros urbanos, que passou a apriori o fim do
império, o desejo de liberdade e maior participação nos assuntos
políticos do país também crescia se alinhando com os ideais
republicanos, unido ao medo de que o governo passasse para filha de D.
Pedro II, armou-se um golpe que com pesar destituiria Pedro II de seu
trono e extinguiria a monarquia76. 3(p. 381)
2.1.1. A República brasileira
Com a extinção da Monarquia e proclamada a República em 15 de
Novembro de 1889 (chamada de República Velha, que durou até 1930),
institui-se o regime provisório, as antigas províncias se reuniram pelos
laços da Federação, constituindo os Estados Unidos do Brasil, em 22 de
Junho de 1890, reúne-se uma comissão e elabora o anteprojeto,
publicado como Constituição Provisória da República que junto com o
governo provisório criou a “grande naturalização”, introduzindo o
sufrágio universal, determinou a separação entre a igreja e o Estado,
instituiu o casamento civil, aboliu as penas de galés, suprimiu a
vitaliciedade dos senadores e outros. A constituinte em 24 de Fevereiro
de 1891 de forma definitiva, promulga a Carta Magna da República que
adotou o sistema presidencialista e a dualidade de câmaras
representativas77. 3(P.382)
Após reivindicações, deposições e de muitas tramas políticas a
constituição de 1891 teve sua primeira reforma com a renúncia do
primeiro presidente eleito pelo sistema indireto, Marechal Deodoro da
Fonseca, em 1926. Períodos muito conturbados de guerras no mundo e
de mudanças sociais sucederam para todos os lados, o povo clamava por
nova Constituição política baseada nas doutrinas do direito social 78. 3(p.
383)
No mundo do pós 1ª guerra a fim de acompanhar tantas mudanças,
pequenas reformas não supririam as necessidades do novo contexto
político mundial, então em 1930 ocorre a revolução que derruba o
regime republicano, uma junta militar dirigiu o governo por alguns dias
até que Getúlio Vargas, o chefe da revolução toma o poder e impõe
através do executivo sua vontade. O povo clama mais uma vez o retorno
da Democracia e reivindica nova assembléia constituinte, a convocação
ocorre em 1933 e promulgada a 3ª constituição do Brasil em 1934 que
institui o Estado Social Democráticos baseado em ideais antagônicos e
sem ideologia definida, teve vida curta pois o mundo passava por surtos
de ditaduras e pela revolução soviética a qual não foi contida79. 3(p. 384).
Na tentativa de acalmar os ânimos populares e conter o tumulto mundial,
com o apoio dos militares decreta nova Constituição. Carta esta
outorgada em 10 de Novembro de 1937; O Estado Novo, que autoritário
e exaltadamente nacionalista, freando o liberalismo, fortaleceu o
executivo e deu a ele autonomia para exercer livremente a função
legislativa concentrando os poderes executivo e legislativo nas mão do
presidente, restringiu a ação do Parlamento, reformou o sistema
representativo de eleição, subordinou os direitos individuais ao interesse
público. Declarando que “o poder político emana do povo, e é exercido
em nome dele” , porém não foram convocadas eleições, não funcionou o
poder legislativo, não houve formação de partidos políticos, e o
plebiscito para ratificar a carta outorgada, que constava no texto da
própria, não ocorreu; portanto na visão de Pontes de Miranda: “Esta não
foi uma Constituição liberal nem democrática, e sim a Carta de uma
Ditadura”.E durante 8 anos seguintes esteve o Brasil sob um regime
ditatorial80. 3(p. 385)
O chefe do governo não cumpria a própria carta outorgada, e a opinião
pública já a muito insatisfeita e inconformada pela usurpação da mínima
democracia que haviam conquistado, exige convocação de nova
assembléia constituinte. E em 29 de Outubro de 1945 as forças armadas
depuseram o chefe de Estado, assumindo o então Presidente do Supremo
Tribunal Federal, José Linhares, enquanto ocorria a 4ª assembléia
constituinte, então em 18 de Setembro de 1946 foi promulgada nova
Constituição81. 3(p. 385).
Promulgada a Constituição de 1946 que respeitou os direitos e liberdades
públicas, deu segurança as instituições, prosperidade social e econômica.
Em 1961 o vice de Janio Quadros foi impedido de tomar posse por
forças militares interventoras, um Ato Adicional restringe os poderes
Presidenciais, que depois foi revogado pela Emenda Constitucional nº 6
de 23 de Janeiro de 1963 devolvendo os poderes ao Sr. João Goulart. Em
1964 a edição do Ato Institucional de 9 de Abril de 1964 instrumento
transitório este, que estabelece o golpe dado pelas Forças Armadas que
colocam Marechal Humberto de Alencar Castello Branco conduzindo o
Brasil por meio de Atos Institucionais até que esta constituição semi
autoritária foi substituída por outra outorgada com vigência para 1967, e
eleito indiretamente Marechal Costa e Silva pelo mesmo Congresso
Nacional 82.3 (p. 386)
Em 1969 a Emenda Constitucional nº 1 de 17 de Outubro de 1969
reformula a Constituição, e por ter reformulado todo o texto
constitucional foi chamada de Constituição de 1969, outorgada à nação
pelos Ministros Militares, que estavam no exercício transitório da
Presidência da República. Esta manteve a forma federativa de Estado, o
sistema republicano do Governo representativo democrático, foi reaberto
o Congresso nacional, restabelecidos os partidos políticos e eleito o
presidente da República o General Emílio Garrastazu Médici. Em 1974 o
General Ernesto Geisel é eleito pelo Colégio Eleitoral que enfrentou
pressão dos meios legislativo e jurídicos à revogação dos atos de
exceção e a volta do Estado de Direito83. (p.386)
3

Em 1979 assume por eleições indiretas João Baptista Figueiredo com


mandato de 6 anos, para tentar redirecionar o Brasil á democracia sem
dispor dos poderes discricionários instituídos no período revolucionário
de 1964, para promover a abertura política e o restabelecimento do
Estado de Direito, determinou eleições para 1984, a nação brasileira num
movimento conhecido como “Diretas Já” exige a realização de novas
eleições diretas, que não aconteceram, porém o candidato apoiado pela
oposição foi vencedor, Tancredo Neves e José Sarney, Tancredo morre
antes de assumir e Sarney assume em seu lugar, e através da Emenda
Constitucional nº 25 de 1985 restabelece as eleições diretas em todos os
níveis, e convoca a Assembléia Nacional Constituinte em 1986 para
elaborar a constituição que foi promulgada em 5 de Outubro de 1988 a
chamada “Constituição Cidadã”84. 3(p. 387)
2.2. CONTRATOS SOCIAIS E GARANTIAS
CONSTITUCIONAIS

Portanto entende-se que as constituições são instrumentos que ao longo


da história proporcionam as mudanças e inserções das regras necessárias
à organização e estruturação dos contratos sociais, e o poder constituinte
originário que é o poder instituído pelo povo, assegura a liberdade de
mudança se assim for a vontade geral, porém ficando limitados pelos
limites impostos e reconhecidos pela constituição que foi determinada
pela mesma vontade geral – as denominadas Cláusulas Pétreas - e a
história caminha em direção ao que denomina-se hoje Estado de
Direito85. 14(p. 199)
Esta situação jurídica, o Estado de Direito, é mais que uma sociedade
organizada, fruto de um consenso entre indivíduos que livremente abrem
mão de parcela de poder conferindo-o ao Estado, é uma situação jurídica
em que o poder não pode mais ser exercido de forma ilimitada e
arbitrária, impondo-se a repartição desse poder entre órgãos do Estado, e
que atuando de forma harmônica entre si realizarão um controle mútuo e
equilibrado não podendo modificar por ato próprio os limites impostos
pelo povo que é o único titular do poder de instaurar nova ordem política
de acordo com a vontade comum86. 14(p. 202)
A separação dos poderes foi elemento indispensável para evitar o
despotismo e a tirania, porém houve também a necessidade de dotar o
Estado de mecanismo de controle efetivo dos atos do legislativo em
relação a Constituição, e a chegada do século XX trouxe a consolidação
da corte constitucional. Não bastava afirmar que o Estado devia garantir
liberdades individuais, advinda da vontade coletiva, e que deveria
manter a estabilidade e harmonia social, e não adiantava também dizer
que o governante não poderia reunir todos os poderes em si, era
necessário que houvesse um órgão que garantisse que os direitos da
Constituição não fossem violados nem pelo Estado nem por seus
participantes87. 14 (p. 203)
E para maior segurança surge a necessidade de se transferir esta função
de fiscalizar e proteger a Constituição a um poder que não se submeta
aos interesses político-partidários, que não tenha interesse nas questões
de governo, mas que apenas lhe interesse a defesa do ordenamento
constitucional. E para que houvesse essa nova forma de atuação foi
necessário superar a visão antiga nascida com a revolução francesa de
que os juízes eram meros anunciadores da lei, de forma que aplicavam a
norma de forma silogística de mera subsunção que subsiste no
ordenamento francês mesmo depois da reforma constitucional de
200888. ( p. 204)
14

O caso Marbury versus Madison de 1803 (Willian Marbury e James


Madison) de forma inédita declarou ser competência do tribunal exercer
juízo de adequação das leis à constituição, Onde foi analisado a
constitucionalidade do § 3º da lei Judiciária de 1789. Nascia nesse
momento o controle de constitucionalidade que é exercido por todo juiz
quando necessária a análise de conflitos postos a sua apreciação 89. Este
sistema é chamado no Direito Constitucional de Controle Difuso, que é
um controle posterior ou repressivo realizado quando da lei já em vigor
(diferente do controle prévio ou preventivo que é realizado durante o
processo legislativo de formação da norma)90. 14. 205) - 15 (p. 14-15)
A sistematização deste controle do legislativo veio com a obra de Kelsen
retomando a ideia de uma corte constitucional – que denominou “ júri
constitucional” – O objetivo da criação de uma corte constitucional era
inserir um órgão estatal imparcial, não interessado na disputa política e
com condições de exercer o controle de adequação das leis em
conformidade com a constituição, de forma a não destoar desta, não
dando ás leis interpretações diversas de forma a ir de encontro com o
“Espírito” da lei constitucional. Assegurando a liberdade individual
contra a ilegal interferência do Estado, preocupação esta já observada
nas obras de Locke e Montesquieu, para ocorrer o controle dos atos
legislativos não só antes, como depois, por um órgão externo ao
parlamento, evitando que se mantenham válidas leis discordantes da
constituição, caindo por terra a teoria de que cabe ao monarca a defesa
da constituição, dos direitos individuais e das suas instituições, sem este
limite imposto pela corte constitucional seria impossível manter a
separação dos poderes anteriormente estabelecida.91. 14 (p. 206)
Nos EUA este controle só ocorre quando viola interesse particular
partindo deste a manifestação para que seja revista tal legislação, ficando
condicionada a revisão a manifestação da parte eventualmente
prejudicada, processo este subjetivo. Kelsen sustenta a necessidade de
estabelecer um procedimento que leve diretamente à corte constitucional
a questão através de procedimento pré estabelecido e específico – o
Controle Concentrado de Constitucionalidade- quando for de interesse
público – Controle por Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI)92. 14 (p.207)
Mesmo sendo atualmente o legislativo um órgão representante do povo,
foi necessário obter uma organização social compatível com a tutela das
liberdades individuais e afastá-la do perigo do despotismo e
arbitrariedade dos governos e das instituições que podem se corromper
no caminho, pela ânsia do poder, no perigo de incorrer em causa própria,
então além do controle mútuo das instituições foi necessário
complementar com o controle de um órgão externo, para a consolidação
do Estado Constitucional de Direito fruto da evolução do estado
moderno, evoluindo através de controle de poderes e da efetiva
verificação de adequação das leis à Constituição, norma esta Suprema
que assegura os direitos e liberdades do cidadão93. 14(p.210)
2.3. A CONSTITUIÇÃO DE 1988

Após muitos anos de ditadura militar, período este que se iniciou em


março 1964 e durou até 1985, o Brasil foi governado por militares que
tomaram o poder destituindo o presidente eleito democraticamente, e
governaram por meio de Atos Institucionais que fortaleceram
completamente o Executivo e controlaram a sucessão presidencial,
período este de muita repressão, perseguição política, supressão de
direitos constitucionais, e ausência total de democracia, com supressão
de toda e qualquer organização da representatividade da sociedade como
partidos políticos, sindicatos, agremiações estudantis e outras. Cansada e
oprimida a população se levanta contra a ditadura imposta, exige
eleições diretas e a redemocratização, nesse embate da população contra
o governo imposto, o Estado passando por grande recessão e insuperável
inflação, finalmente forma a Assembléia Nacional Constituinte 94. 3 (p.
387)
Esta Assembléia Nacional Constituinte não foi convocada
exclusivamente para esta constituição, de forma a propiciar o
desenvolvimento de um trabalho de elaboração constitucional livre,
desvinculado de interesses, e totalmente soberano, apesar de ser este o
anseio do povo, é que para isto, necessário era a eleição de uma
assembléia nova, exclusiva, totalmente desvinculada do Congresso,
sendo assim, legítima e independente para defender os interesses do
povo se fossem escolhidos estritamente para essa função, e não
transformar deputados e senadores em parlamentares, contudo o povo foi
derrotado pelo governo responsável pela transição que transformou o
Congresso em Assembléia Constituinte95. 3 (p. 388) Depois de aprovada
a carta magna, os integrantes da Assembléia Constituinte voltariam as
suas funções até o fim da legislatura, o resultado desta assembléia foi
uma Constituição com falta de unidade sistemática, com textos que
apresentavam as mais diversas correntes ideológicas e interesses
pessoais, que reunidos davam vida a um anteprojeto e a um projeto de
uma Constituição sem um sistema harmônico de normas, heterogenia,
exageradamente preocupada em regulamentar detalhes que deveriam ser
da alçada de legislação ordinária96. 3 (p. 389
Como exemplo da mistura ideológica da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, observe-se três incisos do Artgo 5º:
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO

BRASIL DE 1988

Título II

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo I

Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Art. 5º (...)

XXII – é garantido o direito de propriedade;

XXIII – a propriedade atenderá a sua função social

E ainda,

XXIV – a lei estabelecerá o procedimento de desapropriação

por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,

mediante justa e prévia indenização, em dinheiro, ressalvados

os casos previstos nesta Constituição;97 16 (p.10)

O processo legislativo é revigorado, ao admitir inclusive os projetos de


lei de iniciativa popular, além do referendo e do plebiscito. O Congresso
Nacional retoma totalmente suas prerrogativas.

A nova Constituição definiu um plebiscito a ser realizado em 1993 para


a escolha da forma e sistema de governo do Brasil, vencendo por 66% a
forma republicana e ratificado por 55% o sistema presidencialista. E
obedecendo ao art. 3º do ADCT - Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias após completos 5 anos de vigência a nova constituição foi
submetida a revisão pelo Congresso em sessão unicameral, mediante
voto da maioria absoluta dos membros e promulgadas as emendas
constitucionais de revisão de 1 a 6 em 1994 sem grandes
mudanças98. 3( p. 389)
Por mais que se possa observar pontos controvertidos nesta constituição
um dos pontos positivos é que ela é a expressão da vontade do povo
brasileiro (na maior parte) e demonstrou dar importância aos direitos
individuais, enfatizou e ampliou direitos trabalhistas, criou novos
instrumentos de garantia e proteção dos direitos individuais e coletivos,
se preocupando de uma forma geral em erradicar a miséria, com a busca
de uma sociedade livre, com a tentativa de diminuição das diferenças
entre classes sociais, e de erradicar a fome e o analfabetismo, garantias
estas que realmente podem vir a produzir justiça social e que são
também a principal meta dos povos modernos99. 3( p.391)
Até 2007 houveram 55 Emendas Constitucionais, porém dessas, 16
foram feitas entre 1995 à 1998. Ainda Existem novas propostas de
Emendas Constitucionais com a intenção de acompanhar as mudanças
do mundo100. 3( p. 391)
Apesar de muitos conteúdos negativos a serem observados, a
Constituição de 1988 possui pontos extremamente importantes quando
por exemplo estabelece nela o Mandado de Segurança Coletivo,
o Habeas Corpus, o Mandado de injunção, o Habeas Data, quando
reforça a proteção aos direitos e as liberdades constitucionais, quando
restitui ao Congresso prerrogativas que lhe haviam sido retiradas,
quando valoriza a função do controle parlamentar sobre o Executivo
através das comissões parlamentares de inquérito com poderes idênticos
aos da autoridade judiciária, quando determina os princípios da ordem
econômica, a defesa do meio ambiente, a proteção aos índios, e outras
conquistas101. 17(p. 485).
Este foi um momento de reconstitucionalização da nossa nação, da
transição discricionária para a transição constitucional, passamos do
governo de um só poder para o governo dos três poderes. Este processo
de redemocratização espelhou em muitas partes o desejo popular
legitimando garantias básicas e inseparáveis de um Estado de Direito
Democrático Constitucional, depois da vitória da democracia
materialmente expressa no texto constitucional, houve a consulta ao
povo por meio de plebiscito (para a escolha entre presidencialismo ou
monarquia), para reafirmar o presidencialismo, sistema que vigorava em
caráter provisório, se seria ou não legitimado, que acabou por
ocorrer102. 17(p. 486).
A atual Carta Magna é sem precedentes na história constitucional do
Brasil, vencendo o período de ditaduras, cerceamento de direitos e
governos tiranos divorciados das aspirações da população, Porém ficou
parcialmente acabada restando ainda para ficar completa: As leis
complementares e ordinárias destinadas a complementá-la
materialmente, e sem as quais dificilmente ela se aplicará, o que diminui
e muito sua eficácia, embargando assim todas as esperanças postas em
tão valioso instrumento de direitos e garantias constitucionais 103. 17(p.
490) Mesmo com os problemas envolvendo a formação da Assembléia
Constituinte e a divergência de ideais, a Constituição 1988 só se acha
completa do ponto de vista formal, entendendo que a elaboração das Leis
Complementares e Ordinárias nela determinadas são de máxima
urgência e necessidade para conferir a devida aplicação ao texto
constitucional, sua eficácia então está comprometida104. 17
(p. 492)

Nesta constituição o legislativo começa a ser poder, com estrutura


democrática nela inserida consagrando a tripartição de poderes,
Executivo, Judiciário e Legislativo. Com as atribuições novas é
necessário para que o executivo bem funcione, uma grande quantidade
de leis que ora precisarão de maioria absoluta, no caso da legislação
complementar, ora precisarão de maioria simples, no caso da legislação
ordinária. E convertido em poder, o legislativo que antes apenas
referendava os atos do executivo, tem agora necessidade de um
arcabouço sólido para atender as exigências do texto da nova
constituição para não correr o risco de não ser levada a prática 105. 3(p.
488) .
O fortalecimento do poder legislativo é notável quando o texto
constitucional formaliza a Comissão Mista Permanente do Orçamento,
participando assim da feitura dos orçamentos e extinguem o decreto lei
(autoritário e pouco democrático que era), e também mostra-se reforçado
tendo competência para fixar ou modificar o efetivo das Forças
Armadas, na indicação de 2/3 dos Membros do TCU - Tribunal de
Contas da União, na sustação de atos do governo, nas decisões de veto
presidencial com maioria absoluta e não mais com exigência de 2/3
como na carta anterior, no veto do Legislativo aos acordos e tratados
internacionais e na ampla participação e fiscalização do Executivo.
Aparentemente começa o Executivo a perder sua até então ilimitada
competência,106. 17 (pag. 498-500)
Desde a Constituição do império de 1824 pode-se observar a evolução
do conceito de separação dos poderes enquanto princípio constitucional
no direito brasileiro, e na Constituição de 1988 ela se encontra em
destaque.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO

BRASIL DE 1988

Título I

Dos Princípios Fundamentais

Art. 2º São poderes da União, Independentes e harmônicos

entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 107 16 (p. 9)

Por mais que se possa verificar a excessiva participação do Poder


Executivo no processo legislativo, incluindo a possibilidade da edição de
medidas provisórias pelo Presidente da República, com força de lei, e a
concentração exagerada de matérias reservadas ao legislador federal por
uma questão de repartição de competências adotadas pelo constituinte de
88, houve uma importante evolução no que tange ao reforço na atuação
do judiciário e do Ministério público na tutela dos interesses coletivos e
difusos, na defesa da ordem jurídica, do regime democrático, e dos
interesses sociais e individuais, saindo o sistema de separação de poderes
mais fortalecido no último processo constituinte108. 18
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO

BRASIL DE 1988

Título IV

Da Organização dos Poderes

Capítulo III

Do poder Judiciário

Seção II

Do Supremo Tribunal Federal

Art. 101 Compete ao Supremo Tribunal Federal,

precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-

lhe: ...”109 16(p. 42)

Título IV

Da Organização dos Poderes

Capítulo IV

Das funções essenciais à justiça

Seção I

Do Ministério Público

Art. 127 O Ministério Público é instituição permanente,

essencial à função jurisdicional do Estado incumbindo-lhe a

defesa da ordem

jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e

individuais indisponíveis.

§1º. São princípios institucionais do Ministério Público a

unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

(p. 49)16 110 ...

Porém, necessário é observar com prudência que um bom instrumento de


governo nas mãos de governantes com interesses adversos aos da
população pode significar um perigoso desastre se manobrado
indevidamente.
CAPÍTULO III – DISTORÇÕES E QUEBRA DO
CONTRATO SOCIAL
3. A VIOLAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS DE
MONTESQUIEU

Apesar de J. Locke e Montesquieu defenderem o contrato em sociedade


como tendo sua origem na reunião de vontade dos indivíduos,
independente da vontade do príncipe, sem a concentração de poderes, é
possível observar pelo histórico desde os primórdios do Brasil, que o
modelo de poder Patrimonialista baseado na força, acúmulo de riqueza e
facilitação de acesso ao poder pelos já poderosos, é a raiz profunda da
formação política de governo como a que vemos hoje. 12
(cap. , p. 23-30)

O Estado Patrimonial que deu origem ao Brasil se inicia com a formação


de Portugal e se estende com a influência da expansão das navegações e
o domínio de terras na Idade Média, irrompendo com a guerra e
amadurecendo através do comércio, onde o Rei determinava privilégios
à nobreza, privilégios esses que derivam de linhagem e se mantém de
forma similar até os dias atuais. O Príncipe reinava, mas a Nobreza era
quem dominava111. I
No início, a perpetuação do poder se dava por força da Carta Régia de 20
de Outubro de 1753, que exige que a concessão de vastos territórios
brasileiros (Sesmarias), só poderiam ser dadas aos que já possuíssem
outras anteriores112. 12(cap. IV, p. 150)
Na Europa, a Burguesia surge como oposição a nobreza, porém, na
mesma linha de acumulação de patrimônio, não cria um Estado, mas
surge como novo poder político, é o patrimonialismo se disseminando
pela Europa113. 12 (Cap. I, p.32-33)
No Brasil, a Constituição imperial de 1824, não respeitou a separação de
poderes instituindo um quarto poder, o chamado poder moderador, que
interferia livremente nos outros três. Estabeleceu-se um poder legislativo
bicameral, denominado Assembléia Geral e dividido em Câmara dos
Deputados, a qual era eletiva e temporária com mandato de quatro anos e
Câmara dos Senadores ou Senado, que por sua vez era formada por
membros com mandatos vitalícios 114. 12
(p.346 – 348)

A primeira Constituição Republicana apesar de trazer expressa a


separação dos poderes em Executivo, Legislativo, Judiciário e excluir o
poder moderador, ainda trazia muitos vícios. a Acrescentou a
Constituição de 1891, poder e autonomia para os estados dando aos
governadores força normativa para nomear prefeitos interventores a fim
de melhor comandar os municípios. Pode-se citar o Art. 68 da
Constituição de 1891 que diz: “Os Estados organizar-se-ão de forma que
fique assegurada a autonomia dos municípios, em tudo quanto respeite
ao seu peculiar interesse”115.
Deste modo, os municípios tornaram-se dependentes política e
financeiramente do governo estadual, intermediário este dos interesses
da união, sob a fachada de proteger a unidade federativa, promovendo
desilusão democrática ao afastar a escolha popular e manter a
concentração de poder116. 12(p. 746-748)
Entre os anos de 1889 e 1930, período da República Velha, surgem os
coronéis que eram indivíduos com poder econômico que passam também
a serem líderes sociais117. Sua força é reflexo do patrimônio pessoal, o
que provocará o interesse oportunista dos governadores que usarão essa
influência no aliciamento e preparo das eleições, colocando a disposição
daqueles, os cargos, o erário e o que mais for preciso, para que possa
exercer o poder político influenciando as comunidades circunvizinhas 118.
Esse poder dos coronéis virá a se propagar por meio de
tradição 119. 117- 12 (p.734-735) ... 118- 12 (p.736-737)...119- 12(p.750)
Após 1930 ocorreu a quebra de um período de dominância política dos
coronéis, na conhecida “política do café com leite”, pois forças políticas
do Sul do país, insatisfeitas com o resultado eleitoral favorável a Julio
Prestes , nas eleições para a sucessão de Washington Luiz, apoiaram o
golpe militar comandado por Getúlio Vargas , que toma o poder
alegando manipulação do processo eleitoral , este momento foi
denominado Revolução de 30 120. 19
(p.23)

A política vigente a época, assegurava que se sucedessem na presidência


candidatos de Minas e São Paulo, com o golpe a democracia ao menos
aparente se desfaz e a Constituição símbolo do contrato social não é
respeitada e o contrato se quebra. 121. 19(p.22-23)
Assim como em 1889 a mudança do Império para a República foi
conduzida por militares superiores, em 1930 os comandantes do Exército
e da Marinha mais uma vez interferiram na política interna, se
respaldando em uma possível desordem causada pelo possível
envolvimento de Júlio Prestes com o comunismo.122. 19 (p.24-25)
O governo provisório determinou amplos poderes para o presidente
ditador, baixando um decreto com a assinatura dos novos ministros que
dava ao governo direito de exercer não só o poder executivo, mas
também a autoridade legislativa. Todas as entidades legislativas desde o
Congresso Nacional até as Câmaras Municipais foram abolidas, não
funcionou o poder legislativo, não houve formação de partidos políticos,
restringiu-se a liberdade 123. (p. 32)
19

Foi criado pelo chefe do Governo provisório o cargo de Interventor


federal, que substituía a função de governador do estado, com plenos
poderes executivos e legislativos. Essa extrema concentração de poder
gerou lutas e divergências dentro da coalizão na disputa por poder, com
o discurso de expurgar a corrupção dos velhos políticos e de tomar novas
providências governamentais 124. 19(p. 33)
Em 24 de fevereiro de 1934 Vargas publicou o Código Eleitoral mesmo
estando o congresso fechado, a pretexto da necessidade de rápida
constitucionalização125.
E assim foram sendo quebrados os pressupostos com relação a separação
de poderes que por muito tempo foi discutida e estudada por grandes
filósofos, essas e mais outras particularidades deste período chamado
Estado Novo, que durou um longo tempo de ditadura populista se
propagando por 15 longos anos (até 1945), exclui do Brasil a democracia
tão penosa e minimamente adquirida na Constituição de 1891.

O povo não podia se manifestar contra o governo de Vargas, pois se


utilizava da Lei de Segurança Nacional e com este pretexto prendia
pessoas impedindo quaisquer desaprovação a seu governo, acusando-os
de traição armada, de forma extremamente tirânica126. 19(P. 42-43)
Em 1937, Getúlio dá novo golpe, promulga nova constituição dando a si
mesmo poderes autocráticos, declara em cadeia de rádio nacional que o
Brasil devia deixar de lado a democracia dos partidos que ameaçavam a
unidade pátria, descreveu o Congresso como um aparelho inadequado,
dispendioso e desaconselhável sua continuação, permaneceu no cargo
além do prazo legal estipulado para a presidência do país, mantendo-se
de forma ditatorial até o fim127. 19(p.50)
Com a ditadura de Vargas instalada aqui e com plenos poderes, em 1944
com o fim da guerra, o povo se organizava em luta em pequenas
armadas, e Getúlio Vargas declara assegurando á nação que os
brasileiros “agora poderiam se declarar e escolher os seus representantes,
dentro da democracia da lei e da ordem”, fato este que confirma que por
todo seu governo isto não ocorreu. Getúlio Vargas é deposto em 1945
mas volta por meio do voto em 1951, porém mais moderado128. 19(p.72)
Em seguida assistiu-se ao golpe militar de 64 que demonstrou mais uma
vez a quebra do contrato social brasileiro, concentrando como já visto o
poder nas mãos das juntas militares governistas ou nas mãos dos
militares chefes de governo, prendendo, torturando, extinguindo e
proibindo, partidos, imprensa, manifestações individuais ou em grupo,
governando por atos institucionais e impedindo de vez os passos em
direção a independência dos poderes necessária á democracia.
Após 21 anos de ditadura, o parlamento da Nova República através do
movimento de “Diretas Já” pelo voto indireto, elege o presidente que
conduziria o país ao processo de redemocratização, e que depois de
muitos percalços, consegue promulgar em 1988 a chamada Constituição
Cidadã, que restabelece a democracia liberal129. 20(p. 9)
Atualmente mesmo após a conquista de uma Constituição democrática, e
de constar expressamente a separação dos poderes no artigo 2º da
CRFB/88, não é isto de fato que se observa, pois ao se estudar a forma
como estão dispostos os poderes no Brasil, percebe-se uma
preponderância do Poder Executivo sobre os outros poderes exercendo
uma ingerência indevida, desvirtuando a doutrina de separação estudada.
O fato do Executivo ter a faculdade de legislar “excepcionalmente” e
indicar toda a composição da alta corte do Judiciário brasileiro
compromete muito a imparcialidade causando uma crise na democracia
representativa vigente130. 21(p6)
3.1. A PREVISÃO DE ROUSSEAU – AS
IDEOLOGIAS SE SOBREPÕEM AO PACTO

A luta das elites na tentativa de adquirir poder e liderança, persiste desde


a independência do Brasil, e é incompatível com a ideia de contrato
social defendida por Rousseau. Toda a política do país desde o início
parece distante do entendimento dos contratualistas clássicos de que o
poder advém do direito natural que todos o tem, e a medida que abrem
mão deste direito em prol da organização da sociedade e do direito à
propriedade para com isto adquirir proteção, devem as partes, governo e
população, cumprir com sua parte nesse contrato, como bem definiu
Rousseau, a fim de alcançar a paz social, que parece na atual situação
algo longe de ocorrer.
Observa-se ao longo da trajetória brasileira, inicialmente, não só
vontades particulares se sobrepondo ao pacto como também mais tarde
ideologias particulares de grupos específicos se sobrepondo a este.

Na Constituição de 1824 pode-se observar nos títulos 3º e 5º uma


demonstração clara da intervenção do chefe do Executivo nos outros
poderes, á sua vontade:131
CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO IMPÉRIO DO BRASIL

DE 25 DE MARÇO DE 1824.

(…)|

TÍTULO 3º

Dos Poderes e Representação Nacional

(...)

Art. 10. Os Poderes Políticos reconhecidos pela Constituição do

Império do Brasil são quatro.. o Poder Legislativo, o Poder

Moderador, o Poder Executivo e o Poder Judicial.

TÍTULO 5º

Do Imperador

CAPITULO I

Do poder Moderador.

Art. 98. O poder Moderador é a chave de toda a organização

Política, e é delegado privativamente ao imperador, como Chefe

Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, para que

incessantemente vele sobre a manutenção da independência,

equilíbrio, e harmonia dos mais Poderes Políticos.

Art. 99. A Pessoa do Imperador é inviolável, e Sagrada: Ele

Não está sujeito a responsabilidade alguma.

(...)

Art. 101. O Imperador exerce o Poder Moderador

I. Nomeando Senadores, na fórmula do Art. 43.


II. Convocando a Assembléia Geral extraordinariamente nos

intervalos das Sessões, quando assim o pede o bem do Império,

III. Sancionando os Decretos e Resoluções da Assembléia

Geral, para que tenham força de Lei: Art. 62.

IV. Aprovando e suspendendo inteiramente as Resoluções dos

Conselhos Provinciais : Art. 86 e 87.

V. Prorrogando e adiando a Assembléia Geral, e dissolvendo a

Câmara dos Deputados, nos casos, em que exigir a salvação do

Estado; convocando imediatamente outra, que a substitua.

VI. Nomeando, e demitindo livremente os Ministros de Estado.

VII. ...

VIII. Perdoando e moderando as penas impostas e os réus

condenados por Sentença .

IX. Concedendo Anistia em caso urgente, e bem do Estado.

Obs.: este Texto foi todo passado para o vocabulário atual.

Além do Poder Moderador, exercia também o imperador, nesta


Constituição, o poder executivo conforme o Art. 102.

CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO IMPÉRIO DO BRASIL

DE 25 DE MARÇO DE 1824.

(…)

TÍTULO 5º

Do Imperador

CAPITULO II.

Do Poder Executivo

Art. 102. O Imperador é o chefe do Poder Executivo e o

exercita pelos seus Ministros de Estado132.

Em seguida os antigos conselhos gerais das províncias, antes submissos


ao imperador, foram substituídos através do Ato Adicional de 1834 pelas
Assembléias Legislativas Provinciais. Com elas as Províncias adquirem
a prerrogativa de elaborar suas próprias leis, legislando com maior
autonomia de acordo com a necessidade local, delas se originaram as
atuais Assembléias Legislativas Estaduais, semente futura da separação
dos poderes133. 20 p. 6
Em 1847 é instituída a Monarquia Parlamentarista no Brasil, porém aqui
existiu o chamado “parlamentarismo ás avessas”, pois o Imperador
escolhia o Primeiro Ministro, e este convocava eleições para compor o
parlamento, as eleições assim eram fraudadas para garantir a eleição dos
que interessavam ao Primeiro Ministro, que por ter sido indicado pelo
imperador era subserviente a este, isto em vez de fortalecer o legislativo
e garantir a democracia, mantinha a concentração do poder. Este regime
foi claramente expresso no Decreto nº 523 de 1847 e no artigo 11 da
Constituição do Império onde não só o Imperador era representante da
Nação, como também a Assembléia Geral134. 20(p.9)
CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO IMPÉRIO DO BRASIL

DE 25 DE MARÇO DE 1824

(…)

TÍTULO 3º

Dos Poderes e Representação Nacional

(...)

Art. 11. Os Representantes da Nação Brasileira são o Imperador

e a Assembléia Geral.

DECRETO Nº 523, DE 20 DE JULHO DE 1847.

Cria um Presidente de Conselho de Ministros

Tomando a consideração em conveniência de dar ao Ministério

uma organização mais adaptada as condições do sistema

representativo, hei por bem criar um Presidente do Conselho

dos Ministros, cumprindo ao dito Conselho organizar o seu

regulamento, que será submetido á minha imperial aprovação.


Francisco de Paula Sousa e Melo, do meu Conselho de Estado,

Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império, o

tenha assim entendido e faça executar.

Palácio do Rio de Janeiro, em 20 de Julho de 1847, 26º da

Independência e do Império.

Com Rúbrica de Sua Majestade o Imperador.

Assinado: Francisco de Paula Sousa e Melo 135.

Obs.: O Presidente do Conselho dos Ministros é cargo equivalente ao de


Primeiro Ministro no Parlamentarismo brasileiro.

Na Primeira constituição republicana, a de 1891, os membros dos


poderes executivo e legislativo, em nível federal, estadual e municipal,
passaram a ser eleitos pelo voto universal masculino, direto, não secreto,
para maiores de 21 anos, (excluindo mulheres, mendigos, e militares sem
patente); Congresso Nacional bicameral - Senado e Câmara. Percebe-se
que a noção de povo não se estende a todos, sendo restringida pelos
poderosos136. 3 (p. 383)
Mais tarde o chamado Voto de cabresto – conduzido pelos Coronéis, fez
valer as ideologias particulares em detrimento da vontade geral –
garantindo uma bancada de Senadores e Deputados Federais que
apoiasse o Presidente de forma incondicional, em troca desse apoio o
Presidente não faria intervenções políticas nos estados. Assim o
legislativo era subserviente ao executivo, consolidada a política do “Café
com leite”, forças essas ainda particulares137. 19
(p.734 - 760)

O Estado Novo é instituído com a ideologia de se retirar da política a


manipulação no revezamento do Chefe de Governo do país, desarmando
os Coronéis, porém quando toma o poder, Getúlio Vargas munido de
poderes plenos é tomado pela euforia de tudo poder e começa a impor
suas vontades particulares, mais uma vez a vontade do povo é deixada de
lado138.
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL
DE 10 DE NOVEMBRO DE 1937.

DA ORGANIZAÇÃO NACIONAL

Art. 9º - O Governo federal intervirá nos Estados mediante a

nomeação, pelo Presidente da República, de um interventor que

assumirá no Estado as funções que, pela sua Constituição,

competirem ao Poder Executivo, ou as que, de acordo com as

conveniências e necessidades de cada caso, lhe forem atribuídas

pelo Presidente da República (...)

Art 12 - O Presidente da República pode ser autorizado pelo

Parlamento a expedir decretos-leis, mediante as condições e nos

limites fixados pelo ato de autorização.

Art 13 O Presidente da República, nos períodos de recesso do

Parlamento ou de dissolução da Câmara dos Deputados, poderá,

se o exigirem as necessidades do Estado, expedir decretos-leis

sobre as matérias de competência legislativa da União,

excetuadas as seguintes:

Art. 14 - O Presidente da República, observadas as disposições

constitucionais e nos limites das respectivas dotações

orçamentárias, poderá expedir livremente decretos-leis sobre a

organização da Administração federal e o comando supremo e a

organização das forças armadas139.

O Presidente “reina” absoluto sem a figura do Vice presidente que


desaparece da constituição.

CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL

DE 10 DE NOVEMBRO DE 1937.

DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 73 - O Presidente da República, autoridade suprema do

Estado, dirige a política interna e externa, promove ou orienta a

política legislativa de interesse nacional e superintende a

Administração do País.
(...)

Art. 82 - Vagando por qualquer motivo a Presidência da

República, o Conselho Federal elegerá dentre os seus membros,

no mesmo dia ou no imediato, um Presidente provisório140.

Intensa intervenção na Economia:

CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL

DE 10 DE NOVEMBRO DE 1937.

DA ORDEM ECONÔMICA

Art 135 - Na iniciativa individual, no poder de criação, de

organização e de invenção do indivíduo, exercido nos limites

do bem público, funda-se a riqueza e a prosperidade nacional.

A intervenção do Estado no domínio econômico só se legitima

para suprir as deficiências da iniciativa individual e coordenar

os fatores da produção, de maneira a evitar ou resolver os seus

conflitos e introduzir no jogo das competições individuais o

pensamento dos interesses da Nação, representados pelo

Estado. A intervenção no domínio econômico poderá ser

mediata e imediata, revestindo a forma do controle, do

estimulo ou da gestão direta141.

Mais tarde o fim do Estado Novo possibilita novo rumo à democracia,


promulgando a Constituição de 1946 e restabelece a independência entre
os três poderes, os partidos voltam a existir, restabelece-se o Congresso
Nacional (dividido em Câmara dos Deputados e Senado), retornando
suas atribuições, e este em muitos momentos se oporá fortemente ao
chefe do Governo. De 1945 á 1964 durante a democracia populista o
congresso adquire maior influência porém volta a perder após o golpe
militar de 1964142. 21 (p.8)
Nova tentativa de subtrair o poder público por meio de tirania e
autoridade, o Golpe Militar de 64 se estabelece.
O regime militar que se instalou em 1964 apesar de imposto como
temporário durou 21 anos, novamente concentrou o poder no chefe do
Executivo pelo Ato institucional nº 2, dando poderes ao Presidente de
decretar o recesso do Congresso, das Assembléias Legislativas Estaduais
e das Câmaras Municipais, estabelecia eleições indiretas para presidente,
extinguia os partidos políticos restringindo a somente 2 autorizados e
controlados), e o legislativo foi proibido de se opor ou questionar aos
atos do Executivo por todo o período, servindo apenas para legitimar o
regime ali instalado143. 20(p.9)
ATO INSTITUCIONAL Nº 2, DE 27 DE OUTUBRO DE

1965.

Mantém a Constituição Federal de 1946, as Constituições

Estaduais e respectivas Emendas, com as alterações

introduzidas pelo Poder Constituinte originário da Revolução de

31.03.1964, e dá outras providências.

À NAÇÃO

b) a revolução investe-se, por isso, no exercício do Poder

Constituinte, legitimando-se por si mesma;

(...)

Art. 2º - A Constituição poderá ser emendada por iniciativa:

II – do Presidente da República

(...)

Art. 31 - A decretação do recesso do Congresso Nacional, das

Assembléias Legislativas e das Câmaras de Vereadores pode ser

objeto de ato complementar do Presidente da República, em

estado de sítio ou fora dele.

(grifo meu)

A Constituição de 1969, trás para o ordenamento jurídico o decreto-lei,


de competência do Presidente da República, em casos de urgência ou
relevante interesse público (o que vago e sem definição, ficava muito a
critério do próprio). O decreto lei tinha vigência imediata e passava a
valer totalmente, caso o Congresso Nacional não se manifestasse, uma
vez decorrido o prazo constitucional144. Mais uma vez o particular tenta
concentrar o poder nas mãos de si próprio, chefe do executivo, para que
seus desmando ocorram livremente, sempre em nome do público, que
praticamente não participa das decisões públicas. 21 (p. 17)
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO

BRASIL DE 1967

Com Emenda Constitucional nº 1 de 17.10.1969

TÍTULO V

DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 181. Ficam aprovados e excluídos de apreciação judicial os

atos praticados pelo Comando Supremo da Revolução de 31 de

março de 1964, assim como: os atos do Governo Federal, com

base nos Atos Institucionais e nos Atos Complementares e seus

efeitos, bem como todos os atos dos Ministros Militares e seus

efeitos, quando no exercício temporário da Presidência da

República, com base no Ato Institucional nº 12, de 31 de agosto

de 1969145

Desde o início verificamos forças particulares apoderando-se das


prerrogativas recebidas do povo para em seu nome decidir contra a
vontade geral, e nessa linha podemos considerar também os partidos
políticos e suas coligações, sem uma linha lógica de raciocínio apenas
unindo forças para conquistar a maioria e colocar para frente projetos de
lei que favorecem determinadas classes ou grupos por eles defendidos ou
que mantenham o poder por meio das coligações para aumentar a
governabilidade através da maioria no Parlamento.

A forma como se encontram dispostos os poderes da república hoje,


favorece o florescimento da corrupção, e da forma que se dispõe tendem
a uma das conclusões de Montesquieu que diz “Todo homem que tem o
poder é levado a dele abusar” e que para que isso não ocorra, o poder
deve frear o poder, sem o executivo freado há uma usurpação de
funções146.
O Poder Executivo do Brasil em âmbito nacional é composto pelo
Presidente da República, Vice Presidente e pelos ministros de Estado
que são por ele indicados. Esta previsto no Art. 76 da carta magna:

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO

BRASIL DE 1988

Capítulo II

Do Poder Executivo

Seção I

Do Presidente e do Vice Presidente da República

Art. 76. O Poder executivo é exercido pelo Presidente da

República, auxiliado pelos Ministros de Estado147.

E a função precípua do Presidente é a administração da máquina pública,


como também compete ao Poder Executivo o exercício dos atos de
chefia de estado e de governo, de acordo com o sistema presidencialista
adotado pelo Brasil148. 21(p07)
Sobre o Artigo 84 da CFB/88 encontra-se o seguinte problema:

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO

BRASIL DE 1988.

Capítulo II

Do Poder Executivo

Seção II

Das Atribuições do Presidente da República

Art. 84 – Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os

Ministros do Supremo Tribunal Federal e (...)


(...)

XXVI – editar medidas provisórias com força de lei, nos termos

do art. 62 149.

Observa-se então uma liberdade desnecessária dada ao Presidente para


que ele indique de livre escolha, todos os ministros do Supremo Tribunal
Federal (guardião da Constituição), obedecendo somente a critérios
subjetivos impostos pela constituição dado que a chancela realizada pelo
Senado constitui mera formalidade, tornando o poder Executivo
demasiadamente acima do lugar que deveria estar. Essa composição do
STF cria um vínculo indesejado com o Presidente da
República150. 21 (p.8)
Pois que tendo sido indicado, pertence a determinado partido e tem
determinado posicionamento e este vínculo influenciará na
imparcialidade e independência necessárias à função, mesmo que se
argumentem que são concedidas a eles garantias inerentes à
magistratura, como inamovibilidade, vitaliciedade, irredutibilidade de
vencimentos, o ministro indicado tende a corroborar ideologicamente
com o Presidente, raríssimas e honradas exceções assim não
procedem151. 21 (p.9)
As coligações partidárias atuais são um exemplo de incoerência
ideológica desproporcionalidade e indução do eleitor a erro. Pois não há
na lei, exigência de afinidade programática ou ideológica para a
formação das coligações não apresentando utilidade social nenhuma,
apenas servindo como partidos provisórios, a fim de concorrerem ao
pleito seja no sistema proporcional ou no majoritário. O que demonstra
que as ideologias se sobrepõem ao pacto também neste aspecto.

Nos dizeres do Ministro do Supremo Tribunal Federal Celso Antônio


Bandeira de Mello:
“No Plano institucional brasileiro, o aspecto de suma gravidade que tem me

preocupado nestes últimos dois anos é a apropriação institucional pela

presidência da República de poderes legislativos, transformando as medidas

provisórias em meio de legislação usado ordinariamente, quando a

constituição, ao definir essa forma excepcional de legislação, estabeleceu que

só pode ser usada em caráter extraordinário (...) este poder institucional gera

grave distorção: desloca o eixo da elaboração de leis para o Executivo,

quando ela é uma função clássica, típica, natural do Legislativo. O Presidente

da República se transformou no grande legislador do país. Essa sua

compulsão legislativa fez o Brasil viver sob o signo do efêmero, porque as

medidas provisórias serem provisórias, introduzem um elemento normativo

instável. Essa distorção institucional afeta e compromete o princípio da

separação dos Poderes, uma das Cláusulas pétreas, a alma da nossa

Constituição152.”

Nos últimos dezoito anos no Brasil, por um levantamento feito pelo


Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), cinco
presidentes da República sendo na sequência: José Sarney, Fernando
Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, e Lula da Silva,
editaram ao menos 917 medidas provisórias153.
Em 17 meses José Sarney editou 125 e reeditou 22 medidas provisórias
(média mensal de 5 Medidas provisórias mês). Já Fernando Collor em 2
anos e 7 meses se utilizou deste instrumento de governo por 89 vezes
(média de 3 medidas provisórias por mês) e 70 reedições destas; Já
Itamar Franco que assumiu a presidência após o Impedimento de Collor
reeditou medidas provisórias 363 vezes (com uma média de 5 medidas
provisórias ao mês); Fernando Henrique Cardoso editou 263 MPs (com
média mensal de 3 medidas ao mês em cada um dos governos ) e chegou
a usar o expediente de reedição das medidas provisórias por 5.036 vezes,
permanecendo por anos em vigor estas medidas sem a devida apreciação
do Congresso Nacional 154.
Até 2001 as Medidas Provisórias que não fossem apreciadas pelo
Congresso em até 30 dias poderiam ser reeditadas indefinidamente.
Porém após a Emenda Constitucional nº 32 de 11 de Setembro de 2001,
não podem mais ser reeditadas e o prazo de validade é de até 120 dias e
passam a obstruir a pauta de votações da Câmara e do Senado 45 dias
após sua edição155.
Figura nº 1 - Governo diminui ritmo de medidas provisórias
Fonte: Folha de São Paulo On line. 156.

O Presidente é eleito para representar a vontade geral, porém vem


sucessivamente ao tomar o poder legislando e movimentando os poderes
a seu próprio prazer, ignorando a vontade popular, a vontade geral.
Impondo as ideologias dos partidos acima da vontade popular. Por mais
que se argumente que este ali foi posto de forma democrática, através do
voto, ao identificar que sua política governista descontenta uma grande
parcela, deve ele repensar tais medidas a fim de promover o bem estar
geral da população a qual deve zelar, e no momento que assim não
procede todo o contrato é levado a ruir.

Necessário então se torna que sejam feitas reformas políticas em todo


nosso ordenamento para que não se encontrem mais “brechas” legais
para tais desvios de conduta.

3.2. EFEITOS DO CONTRATO EM RUÍNAS

Como já foi visto a democracia surgiu na Grécia, e o mais antigo órgão


institucional era o Conselho dos Anciãos, pois a consulta aos mais idosos
(mais tarde chamado Senado) era uma prática comum na história antiga,
de forma a reconhecer a experiência dos mais velhos como forma de se
preparar para problemas futuros, então a decisão não era individual e sim
baseada na experiência . Já o parlamento tem sua origem na Magna
Carta na Inglaterra de 1215 – com o Rei João Sem Terra - obrigado a
consultar o grande conselho para não ter concentrado em suas mãos o
poder de aumentar os impostos157. (20p.30)Percebe-se, desde os
primórdios das civilizações, que o parlamento vai se revestindo de
importância e se incorporando aos governos ao longo da história do
mundo.
Antes da idéia de democracia a realidade política do mundo era a
concentração de poderes, o absolutismo. Com o objetivo de combater
esta concentração de poderes dos Estados Absolutistas, a Inglaterra do
século XVII passou por um processo revolucionário após a Revolução
Gloriosa, instituindo a primeira Monarquia Constitucional
Parlamentarista. Porém a democracia contemporânea só consegue se
consolidar a partir do século XVIII158. 20( p.31)O poder legislativo no
mundo contemporâneo, de uma maneira ou de outra, se torna importante
e quase todos os países possuem um Parlamento em seu sistema político.
Atualmente, segundo dados da União Interparlamentar (IPU), existem
262 câmaras parlamentares, presentes em 187 países; desses, 75 adotam
o bicameralismo, e 112 o unicameralismo, isto é um dado significativo,
demonstrando a importância do Parlamento para a vida política no
mundo moderno, pois, se ele não tivesse relevância não seria adotado na
maioria das nações159.
Nota-se que um poder legislativo forte e independente é sinônimo de
democracia estável. Por todos os cantos do planeta aflorou no século
XX, nefastas experiências de regimes ditatoriais como nazismo,
fascismo, e comunismo, onde assistimos com profunda tristeza o
fechamento dos parlamentos nacionais e o fortalecimento do Poder
Executivo, em um despotismo sem limites160. 21
(p.5)

Na América Latina, assiste-se ao que parece ser uma epidemia de


instabilidade política. Chamando a atenção alguns casos
particulares: 21(p. 19)
Na Venezuela, onde os grandes partidos implodiram, e Hugo Chávez
governou de forma populista, à margem do Congresso de 1999 à 2013161;
No Equador, Rafael Correa entra em 2007 para um mandato de 4 anos e
se mantém no poder até hoje e pretende por meio de alteração na
Constituição do País concorrer novamente ao cargo de Presidente162;
Na Bolívia, onde o indigenismo ressurge com força, na figura de Evo
Morales que preside o governo desde 2006, onde a constituição previa
um mandato de 4 anos, porém já a 9 anos no poder, colocando em xeque
o modelo partidário. Em 09 de Dezembro de 2007 a Assembléia
Constituinte da Bolívia aprova em poucas horas163 a Nova constituição a
“toque de caixa” para colocar conforme sua vontade alguns aspectos,
inclusive relativos a sua reeleição, ignorando o processo democrático
que ali deveria haver 164.
Enquanto na Argentina a família Kirchner no poder por meio de eleições
de 2003 a 2015 (há 12 anos) primeiro com Néstor Kirchner e em
sequência com sua esposa Cristina

Fernándes de Kirchner que por meio de seu partido pretende alterar a


constituição e permitir reeleições presidenciais ilimitadas, chamada pela
imprensa de projeto “Cristina Eterna”165.
Na Nicarágua, Daniel Ortega, que teve seu primeiro mandato de 1985 à
1990 (a constituição do país permite mandato de 5 anos), seu segundo
mandato de 2007 á 2012, e um terceiro mandato, que vai de 2012 á
2017, através de uma decisão controversa da Câmara do Supremo
Tribunal Constitucional contrariando e declarando inaplicável o artigo
147 da Constituição da Nicarágua, que proíbe a reeleição contínua166.
Também rico em antecedentes ditatoriais, nosso País necessita fortalecer
ainda mais suas instituições democráticas, para que nunca mais voltemos
a trilhar os caminhos do arbítrio e provar o terror das ditaduras167. 21(p.6)
O Poder Legislativo deve ser imparcial, pois possui um papel
importante, enquanto foco de discussão dos conflitos de interesse entre
os diversos grupos sociais e que não pode ser reprimido em uma
sociedade política organizada, sob pena de completo descrédito do ponto
de vista democrático168. 21(p. 20)
Um levantamento realizado, em abril de 2005, pelo Instituto SM para
Qualidade Educativa (ISME), coordenado pelos psicólogos Yves de La
Taille, da Universidade de São Paulo (USP), e Elizabeth Harkot-de-la-
Talle, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC – SP),
aponta na mesma direção. A partir da oitiva de 5.160 alunos do ensino
médio na faixa entre 14 e 18 anos, a pesquisa revelou que os jovens se
encontram descrentes da política e da justiça: 96,1% deles não confiam
nos partidos políticos, 72,3% não confiam no Congresso Nacional e
69,5% não confiam no Poder Judiciário conforme tabela abaixo 169; 21(p.
21)
Tabela 1 – DESCONFIANÇA O jovem de hoje vê com desconfiança
grande parte das instituições públicas

Quantos deles confiam pouco ou não confiam em

Partidos políticos 96,1

Poder Judiciário 69,5

Congresso Nacional 72,3

Instituições religiosas 44,9

Mídia 42,9

Fonte: Revista é poça, Amarga Juventude. 170.

Seguindo essa mesma tendência, o Instituto Gallup aplicou, para a BBC


de Londres, em setembro de 2005, uma pesquisa abrangendo mais de 50
mil pessoas em 68 países. Ficou constatado que somente 13% delas
confiam nos políticos. Na América Latina, em particular, esse percentual
é de ínfimos 4%, e pouco mais de 1/3 deles acham que as eleições em
seus países são livres e justas. A maioria dos cidadãos acredita que os
governos, de um modo geral, não refletem a vontade do povo171. 21(p. 21)
Dr.ª Christina Murray, Professora de Direitos Humanos e de Direito
Constitucional da Universidade da Cidade do Cabo (África do Sul) diz
que:

“Não somente há um vácuo entre a vontade dos cidadãos e a de seus

representantes no Parlamento, mas um descompasso entre as instituições


governamentais e o povo, o qual é maior em alguns países do que em

outros” 172. E(p. 22)21

Nota-se a partir de 2003 uma lógica partidária na liderança do país.

O Partido dos Trabalhadores entra em cena de forma tão enfática na


liderança do país a partir de 2003 de forma a colocar o símbolo de seu
partido no Palácio da Alvorada, como a marcar território, demonstrando
que a ideologia de seu partido e até mesmo seu símbolo serão impostos á
nação enquanto lá estiverem, dando a entender estar acima dos anseios
do contexto geral e visto que o país vive em uma democracia, isto parece
ser, neste ponto, inconcebível173.
A Estrela ornada com flores vermelhas chega a ser maior que a imagem
do mapa do Brasil dividida em estados que também orna o jardim.

Outro exemplo é o apoio do presidente, representante do Partido dos


Trabalhadores no governo, ao MST (Movimento dos sem Terra) na
invasão das propriedades que são asseguradas pela Constituição de 1988

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO

BRASIL DE 1988

TÍTULO II

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo I

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer

natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros

residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à

liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos

seguintes:

(...)

XXII – é garantido o direito à propriedade174;


A exemplo de que desde a entrada do Partido dos Trabalhadores no
governo do país, pode-se observar seu envolvimento em determinados
fatos relativos a imposição de sua ideologia

Por causa do crescimento do Siaf da União, Sistema Integrado de


Administração Financeira, para repasse às cooperativas de agricultores
cresceu em 27,6 milhões nos 19 primeiros meses de gestão do partido do
PT no governo do país175.
E divulgado em 29.10.2005, que durante governo Luiz Inácio “Lula” da
Silva em meio a auditorias e CPI da Terra, o Tribunal de Contas da
União que fiscalizava convênios nos valores de milhões firmados com
ministérios e secretarias do Governo Federal de 1998 á 2004 a maior
parte das irregularidades ocorreu entre 2003 (41%) e 2004 (36%) 176. A
ideologia de seu partido relativa a divisão de terras independente da
forma ou da importância de como se faz, passa a sobrepor os direitos e o
querer geral.
O cientista político e professor da PUC Minas Gilberto Barros
Damasceno também entende que PT e PSDB representam correntes
ideológicas diferentes. E explica que o PT significa maximização do
Estado e uma maior intervenção na economia e na vida social como
indutor de políticas sociais. Já o PSDB opta por uma menor intervenção
do Estado, um Estado mais enxuto e menos intervencionista optando
pela liberdade econômica177.
Um ou outro, tanto o líder do PSDB nos Governos passados (num
passado próximo) quanto os lideres do PT nos atuais governos tendem
para uma política de manutenção do poder em uma visão geral, porém
através da imposição de ideologias partidárias, de forma mais, ou menos,
intensa.

Mais que isso, ainda identifica-se a quebra do contrato quando a própria


lei permite que Deputados determinem seus próprios salários, o reajuste
deste e a vinculação da elevação do teto aos dos Juízes do STF de forma
automática, verbas de gabinete, auxílios moradia e outros tantos
benefícios através da Lei de Diretrizes Orçamentárias LDO., se
utilizando do dinheiro público de forma a prejudicar e desequilibrar toda
a estrutura estatal comprometendo outras necessidades 178.
O escândalo chamado “Mensalão” que foi um esquema de compra de
votos que se iniciou no 1º mandato do PT a frente do governo do Brasil,
onde deputados da base aliada do PT ganhavam as chamadas mesadas
(em torno de 30 mil Reais cada) para votarem conforme as orientações
do governo. Ao fim foram condenados 25 dos 38 réus, os parlamentares
envolvidos eram do PT (Partido dos Trabalhadores), PL (Partido Liberal)
, PP (Partido Progressista, que juntava PL mais Prona), PMDB, e PTB.

Com núcleos responsáveis por compra dos votos, suborno por meio de
cargos em empresas públicas, financiamento de campanhas eleitorais,
tudo para a manutenção do poder e para colocar para frente os projetos
que colocariam em atividade as ideologias do Partido dos
Trabalhadores179.
Seguindo na linha de ferramentas de manipulação do poder Em abril de
2013 foi aprovado um Projeto de emenda a Constituição que submete ao
congresso as decisões da Justiça que declare Inconstitucionais Emendas
á Carta. Tirando do STF a função de proteger a Constituição do país.
Sendo então os Deputados e Senadores que decidiriam em última
instância se é válido ou não o que eles próprios aprovarem, sendo assim
Juízes de si mesmos. Essa emenda sobe para 4/5 o quorum que declara
uma lei inconstitucional e proíbe que ministros do Supremo concedam
liminares em mandado de segurança que suspendam a eficácia até o final
do julgamento destas emendas sobre serem ou não constitucionais. Além
do que, submetem ao crivo do Congresso também, as súmulas
vinculantes editadas pelo supremo, antes de entrarem em vigor.
Essa Emenda foi apresentada por Nazareno Fonteneles PT do Piauí, que
apresentou a Emenda em 2011 antes do fim do julgamento do mensalão
mas o Deputado Décio Lima do PT de Santa Catarina, resolveu colocá-la
em votação em 2013 pois sendo o presidente da Comissão, ele quem
decide o que entra na pauta180.
O Senado apresenta um projeto para tornar o Bolsa Família Lei e o PT
tenta impedir, pois sendo lei isto será um benefício que deverá ser
garantido em outros governos e não mais poderá ser “moeda de troca”
para negociar o PT no Governo do país, tornando-a uma política de
Estado e não mais de Governo181.
Em 2012 assim como em 2014 o Governo saca recursos do Fundo
Soberano para cobrir rombo fiscal do atual Governo, mais que um sinal
de que a economia do País está realmente indo mal182.
Líder do PT na Câmara Federal o Deputado Vicentinho (PT – SP)
apresentou em 2014 um projeto de Lei que proíbe a compra de livros e
outras publicações estrangeiras por órgão públicos brasileiros,
prejudicando Universidades e institutos de pesquisas públicos que usam
a produção acadêmica estrangeira como parte de seus instrumentos de
trabalho183. Isto seria impedir a troca de informações de extrema
importância para o avanço da ciência em nosso país, seria restrição de
acesso a informação184.
Não se quer com isso estabelecer que entre o Brasil do Império e o Brasil
democrático não houve em todos os governos, desmandos e corrupção,
pois que muitas vezes estas ficaram e ficam até os dias atuais
escondidas, sendo manipuladas para a manutenção daqueles que se
encontram no poder e aparecem sempre que se faz oportuna a derrubada
de tais ou quais personagens de uma grande teia de poderosos.

Porém por todos os lados necessário se faz mudanças que acompanhem


as vontades e necessidades dos cidadãos de forma eficaz e sólida,
retirando das Constituições que representam este Contrato Social as
ferramentas que possibilitam a quebra e a sobreposição das vontades
particulares ou das ideologias que se sobrepõe ao povo.

4. CONCLUSÃO

O presente trabalho monográfico é embasado na teoria do Contrato


Social dos contratualistas clássicos e a quebra deste Contrato pelo Estado
brasileiro que ao longo do século XX vem através do excesso de poder
acumulado pelo executivo distorcendo o contrato em sociedade, gerando
uma política centralizadora, e deturpando a doutrina da separação dos
poderes contidas nas Constituições.

No primeiro capítulo discute-se o que vem a ser sociedade, e qual sua


origem. Objetivou-se também definir para uma melhor compreensão dos
capítulos a seguir o que é o Estado como organização política, de onde
se originou, onde se formaram os primeiros Estados na acepção política
da palavra, e a interligação entre Estado e sociedade, bem como os
elementos formadores deste Estado. Expôs-se o que venha a ser Contrato
em Sociedade na visão dos contratualistas clássicos assim como a visão
de Montesquieu sobre as leis que regem estas sociedades políticas e a
forma efetiva de por meio deste contrato garantir o equilíbrio das forças
atuantes nos governos.

Já no segundo capítulo, delimitado os parâmetros básicos, buscou-se


analizar detalhadamente a formação do Estado brasileiro, desde seu
nascimento, as forças alí atuantes e que se sobrepõe a tais ideais hoje
contidos no contrato de sociedade, para melhor entendimento analisou-se
separadamente cada uma das Constituições brasileiras de forma a
delimitar os erros e acertos destas cartas que são o contrato em
sociedade, e em especial a Constituição de 1988, foco das forças de
governo atuais.
E enfim, no terceiro e último capítulo, foram pontuadas as questões
voltadas á violação dos pressupostos de Montesquieu na atual situação
política de governo analisando os governos que vem se sucedendo
durante alguns anos, e os dispositivos de lei que abrem precedentes para
os desvios de conduta, o contraste entre o pacto contido nas
Constituições e as ideologias postas em atividade pelos governos
escolhidos, e a consequente ruína deste contrato que é a Constituição em
face da sobreposição das vontades particulares sobre a vontade pública
que deveria proteger e assegurar a vontade do povo.

Foi necessário para a análise do Contrato Social brasileiro compreender


toda a formação do Estado brasileiro, suas origens, as bases políticas em
que se formou, e seus antecedentes históricos, e sociais, para uma visão
mais ampla da origem deste contrato.

A partir dos dados expostos nesse trabalho pode-se observar que as


Constituições insistentemente foram ignoradas pelos chefes do executivo
que ou as descartava para em seu lugar determinar novas constituições
ou simplesmente colocava ali mecanismos manipulação sobre os outros
poderes de forma a mantê-los sob seu domínio e que facilitassem a
sobreposição do Executivo sobre os outros poderes indo de encontro à
doutrina de separação de poderes instituída e reafirmada pelos
contratualistas Rousseau, Locke e Montesquieu.

Faz-se necessário cada vez mais que o legislativo e judiciário sejam


fortes e independentes, a ponto de defenderem em nome do povo o
contrato, que se faz presente através da Constituição e da democracia
plena, afastando qualquer possibilidade de dominação e não participação
popular. E sobretudo de criarmos mecanismos que impeçam cada vez
mais que as ideologias particulares possam se sobrepor ao pacto, tanto
através dos idealismos partidários quanto pela sede individual pelo
poder, impedir que o patrimônio seja pré requisito para qualquer tipo de
liderança e que o poder não se concentre por linhagem ou interesses
pequenos.

5. REFERÊNCIAS

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2 Op. cit., p. 19.


3 BOBBIO, Norberto. Estado , Governo , Sociedade: Para uma Teoria Geral da Política. 14. ed. São

Paulo: Paz e Terra, 2007 . Disponível em: <http://minhateca.com.br/action/SearchFiles> Acesso em: 13

nov 2015. PDF p. 34-5.

4Op. cit., p. 20-1

5 MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. Disponível em:

<http://minhateca.com.br/action/SearchFiles> Acesso em: 13 nov 2015. PDF, p. 363.

6 Loc. cit.

7 PLATÃO. A República. 2. ed. São Paulo: Escala, 2007. p. 136-337.

8 MALUF, S. Teoria Geral do Estado. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. Disponível em:

<http://minhateca.com.br/action/SearchFiles> Acesso em: 13 nov 2015. PDF.p. 105-6.

9 Op. cit., p. 109.

10 Id. ibid., p. 108

11 MALUF, S. Teoria Geral do Estado. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. Disponível em:

<http://minhateca.com.br/action/SearchFiles> Acesso em: 13 nov 2015. PDF. p. 110-1.

12 MALUF, S. Teoria Geral do Estado. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. Disponível em:

<http://minhateca.com.br/action/SearchFiles> Acesso em: 13 nov 2015. PDF, p. 20 .

13 Op. cit., p. 21.

14 BOBBIO, Norberto. Estado , Governo , Sociedade: Para uma Teoria Geral da Política. 14. ed. São

Paulo: Editora Paz e Terra, 2007. Disponível em: <http://minhateca.com.br/action/SearchFiles> Acesso

em: 13 nov 2015. PDF, p. 65.

15 MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. 4. ed. São Paulo: WMF Marins Fontes, 2010. Prefácio, p.

XXVIII

16 MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. Disponível em:

<http://minhateca.com.br/action/SearchFiles> Acesso em: 13 nov 2015. PDF, p. 15-20.

17 MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. Disponível em:

<http://minhateca.com.br/action/SearchFiles> Acesso em: 13 nov 2015. PDF p.21.

18 O. cit., p. 22.

19 HOBBES, Thomas. Leviatã ou Matéria, forma, e poder de uma república eclesiástica e civil. São

Paulo: Martins Fontes, 2003, cap. 13, p. 108.

20 Op. cit., cap. 14, p. 109.


21 HOBBES, Thomas. Leviatã ou Matéria, forma, e poder de uma república eclesiástica e civil. São

Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 111.

22 Op. cit., p. 112-3-8.

23 Id. ibid., cap. 17, p. 143.

24 HOBBES, Thomas. Leviatã ou Matéria, forma, e poder de uma república eclesiástica e civil. São

Paulo: Martins Fontes, 2003. cap. 17, p. 144-5.

25 Op. cit., p. 147.

26 Id. ibid., p. 148.

27 Id. ibid., p. 149.

28 Id. ibid., cap. 19, p. 162.

29 HOBBES, Thomas. Leviatã ou Matéria, forma, e poder de uma república eclesiástica e civil. São

Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 163.

30 LOCKE, John. Dois Tratados sobre o Governo. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Disponível em:

<http://minhateca.com.br/action/SearchFiles> Acesso em: 13 nov 2015. PDF, p. 22.

31 Op. cit., p. 380-1.

32 Id. ibid., p. 384-6.

33 LOCKE, John. Dois Tratados sobre o Governo. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Disponível em:

<http://minhateca.com.br/action/SearchFiles> Acesso em: 13 nov 2015. PDF, p. 451.

34 Op. cit., p. 458.

35 Id. ibid., p. 459.

36 Id. ibid., p. 460.

37 Id. ibid., p. 462-5.

38 LOCKE, John. Dois Tratados sobre o Governo. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Disponível em:

<http://minhateca.com.br/action/SearchFiles> Acesso em: 13 nov 2015. PDF p. 500-3.

39 Op. cit. p. 509.

40 Id. ibid., p. 521-2.

41 Id. ibid., p. 572-3-7.

42 ROUSSEAU, Jean-.Jacques. Do Contrato Social. São Paulo: Martin Claret, 2002, p. 23.

43 Op. cit., p. 24.

44 Id. ibid., p. 25.


45 Id. ibid., p. 26.

46 Id. ibid., p. 27.

47 ROUSSEAU, Jean Jaques. Do Contrato Social. São Paulo: Martin Claret, 2002. p. 28-9.

48 Op. cit., p. 30.

49 Id. ibid., p. 31-32.

50 Id. ibid., p. 39-40.

51 ROUSSEAU, Jean Jaques. Do Contrato Social. São Paulo: Martin Claret, 2002. p. 43-6.

52 Op. cit., p. 60-1.

53 Id. ibid., p. 63-4.

54 Id. ibid., p. 69-70.

55 ROUSSEAU, Jean Jaques. Do Contrato Social. São Paulo: Martin Claret, 2002. p. 79.

56 Op. cit., p. 94-5.

57 MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. Série ouro ed., São Paulo: Martin Claret, 2003, p. 17-35.

58 Op. cit., p. 126.

59 Id. ibid., p. 40.

60 MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. Série ouro ed., São Paulo: Martin Claret, 2003. p. 41-3.

61Op. cit., p. 85, 91-3-7.

62 Id. ibid., p. 124-9-130.

63 Id. ibid., p. 165-6.

64 MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. Série ouro ed., São Paulo: Martin Claret, 2003. p. 166-7.

65 FAORO, Raymundo. Os donos do poder - Formação do patronato político do poder. 3 ed.: Gobo,

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5.

66 Op. cit., p. 6.

67 Id. ibid., p. 7.

68 FAORO, Raymundo. Os donos do poder - Formação do patronato político do poder. 3 ed.: Gobo,

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72 MALUF, Sahid.. Teoria Geral do Estado. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. Disponível em:

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73Op. cit., p. 379.

74 Loc. cit.

75 Op. cit., p. 380.

76 MALUF, Sahid.. Teoria Geral do Estado. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. Disponível em:

<http://minhateca.com.br/action/SearchFiles> Acesso em: 13 nov 2015. PDF, p. 381.

77 Op. cit., p. 382.

78 Id. ibid., p. 383.

79 MALUF, Sahid.. Teoria Geral do Estado. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. Disponível em:

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80 Op. cit., p. 385.

81 Loc. cit.

82 Id. ibid., p. 386.

83 MALUF, Sahid.. Teoria Geral do Estado. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. Disponível em:

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87 Op. cit, p. 203.

88 Id. ibid., p. 204.

89 Id. ibid., p. 205.

90 GONZAGA, Álvaro de Azevedo E R.; CAMPITELLI, N. (EDS.). Vade Mecum Doutrina Jurídico. 6.

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91 LARANJEIRA, Márcio Fernando B. Cortes Constitucionais: Do Contrato Social ao Estado

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93 LARANJEIRA, Márcio Fernando B. Cortes Constitucionais: Do Contrato Social ao Estado

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117 Op. cit., cap. XIV, p. 734-5.

118 Id. ibid., cap. XIV, p. 736-7.

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122 Op. cit., p. 24-5.

123 Id. ibid., p. 32.

124 Id. ibid., p. 33.

125 Id. ibid., p. 40

126 SIKDMORE, Thomas. Brasil- De Getulio a Castelo-. 14 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

Disponível em: <http://minhateca.com.br/action/SearchFiles> Acesso em: 13 nov 2015. PDF, p. 42-3

127 Op. cit., p. 50

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168 Op. cit., p. 20.

169 Id. ibid., p. 21.

170 RUBIM, Débora; ACCORSI, Fabiano. Amarga Juventude. Disponívem em:

<http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT1022795-1664-2,00.html> Acesso em: 05 nov 2015.

171 POLVEIRO, Elton. E. Júnior. Desafios e perspectivas do poder legislativo no século XXI.

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%2C+Elton+E.&type=author > disponível em: 05 nov 2015. PDF, p. 21

172 Op. cit.

173 FERREIRA, Ed; DOMINGOS, João de. O Estado de São Paulo; Estrela do PT Permanece no jardim

de Dilma. Estadão Política. Disponível em: <http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,estrela-do-pt-

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174 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, promulgada em 5 de Outubro de

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176 Loc cit..

177 PSDB e PT na disputa e nos projetos ideológicos. R7 Hoje em dia. Disponível em:

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179 RODRIGUES, Bia; MOTOMURA,Marina; SYLOS Gabriela; UCHINAKA Fabiana. Relembre o que

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