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FACULDADE CATÓLICA DE FEIRA DE SANTANA

LICENCIATURA EM FILOSOFIA

JOELSON CARVALHO RODRIGUES

IDEIAS FAVORÁVEIS AO PENSAMENTO DEFENDIDO POR HOBBES SOBRE A


ORIGEM DO ESTADO E A CONTRAPROPOSTA DO ROUSSEAU

FEIRA DE SANTANA
2022
JOELSON CARVALHO RODRIGUES

IDEIAS FAVORÁVEIS AO PENSAMENTO DEFENDIDO POR HOBBES SOBRE A


ORIGEM DO ESTADO E A CONTRAPROPOSTA DO ROUSSEAU

Trabalho apresentado ao curso de licenciatura


em filosofia da Faculdade Católica de Feira de
Santana (FCFS) como parte avaliativa da
disciplina de filosofia social e política do
semestre de 2022.2, orientado pelo professor
Dr. Daniel Nery.

FEIRA DE SANTANA
2022
Neste trabalho, iremos analisar três obras, que são: “O discurso sobre a origem e os
fundamentos da desigualdade entre os homens” e “O Contrato Social”  (Jean-Jacques
Rousseau) e “Leviatã” (Thomas Hobbes); elas servirão de base para poder discutir e entender
sobre a origem do estado  segundo os seus autores, e a contraposição uma da outra. 
Para compreender melhor, achei necessário pesquisar sobre a biografia do autor.
Thomas Hobbes, nasceu no ano de 1588 em Westport, no Reino Unido, estudou em escolas
particulares com formação do Anglicanismo. Estudou em Oxford e seguiu sua carreira como
Filósofo, matemático e teórico político, que é o que vamos debater nesse trabalho. Em
contrapartida, Jean-Jacques Rousseau, nasceu em 1712, em Genebra na Suíça. Foi filósofo,
teórico político como Hobbes e autodidata genebrino, ele também é considerado como um dos
mais importantes filósofos iluministas.
A obra clássica de Hobbes foi publicado em 1651, e, para ele, o estado do homem é
pura violência, onde os instintos estão a flor da pele, levando os indivíduos a corrente do caos.
O homem dúvida de tudo e de todos, a desconfiança é uma palavra muito utilizada pelo autor,
onde o homem volta a seu estado de violência primitiva. Ele define o estado de natureza como
a essência egoísta do homem.  Daí surge a questão, mas, como o homem aceita o estado
mesmo sendo egoísta? A resposta é que, em seu egoísmo, nós preferimos nos submeter aos
comandos do estado pois ele protege nossa prioridade perante uma justiça vigente para
"todos", o homem se submete por medo.
O autor dá o exemplo de que, suponhamos que eu tenha conseguido alguma coisa,
disputei com alguém, e consegui. Eu e a pessoa que disputei a propriedade nos tornamos
inimigas, se eu ganhei, significa que tenho mais forças que meu inimigo. Porém, meu medo
consiste em que o fraco inimigo se junte com outros, e, façam um acordo de tomar minha
propriedade, sendo muitos, serão mais fortes que eu, dessa maneira, me submeto ao estado,
pois, ele vai garantir que meus direitos sejam resguardados. Se fosse da maneira sem lei, tudo
é de todos, o mundo seria uma grande guerra, dessa maneira, os homens, em comum acordo,
abrem mão de uma parte de sua liberdade para estabelecer uma segurança.
Retomando a ideia para melhor entender, no estado de natureza tudo é de todos, eu
posso fazer o que quiser, tenho plena liberdade.  No contrato social, deixo parte da minha
liberdade para ter segurança. Assim, nossos direitos são elevados ao soberano. Hobbes
defende a formação absolutista e monárquica para garantir a paz e nossos direitos, sem que os
monarcas sejam questionados em suas decisões. Na época de Hobbes, era concebido a ideia
de que o monarca era escolhido por Deus, portando, era parte da divindade e merecia todo
respeito. Entretanto, caso o monarca não garantisse a paz, as pessoas que formavam o pacto
social, poderia destituir o monarca do seu cargo, pois se não garantisse a paz, o caos voltaria a
acontecer.
Agora, de contra partida, tomarei parte sobre as duas obras de Rousseau, para fazer a
análise, irei dispor de um resumo sobre àquilo que pude aprender e apreender das obras, e, já
irei contrapondo as ideias dos autores para assim findar o objetivo no trabalho aqui
desenvolvido. O Discurso sobre a Origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens,
foi escrito em 1755. Ele escreveu tal texto, tentando responder a uma pergunta que lhe foi
enviada pela Academia de Dijon. Na obra, Rousseau, crítica os pensadores naturalistas e
contratualistas, entre eles, Hobbes, que como vimos, veio antes de Rousseau na história. Para
Rousseau, a filosofia política sempre favoreceu os grandes burgueses e autoritários, a prova é
que Hobbes apoia fielmente a monarquia sem que se possa derrubar ela ao menos que não
esteja mantendo a paz, Rousseau se opõe a essa teoria de Hobbes e outros contratualistas e
naturalistas.
Para Rousseau, o estado de natureza humano é limitado, ele acusa seus antepassados
naturalistas de só olharem para o homem em seu comportamento "socio desigual". O ser
humano é um animal como qualquer outro, o que o difere dos outros é a busca pela perfeição,
que pode ser vista na linguagem, na razão, no amor e nos trazem consequências positivas e
negativas, tendendo para o bem ou o mal. Relações de dependência, metalurgia e  agricultura
foi que fez nascer a desigualdade entre ricos e pobres, surge aí, as classes sociais, daí,
aparecimento das propriedades e da necessidade da sua proteção, que levam as leis, que levam
a desigualdade, favorecendo a um e a outros não. É por isso, que nos dias atuais, Hobbes é
conhecido como um dos "pioneiros" na ideologia capitalista.
A propriedade para Rousseau não vê a propriedade como um direito do provindo do
trabalho, a propriedade privada é a causa da desigualdade, e não existe no estado de natureza.
Essa desigualdade, leva também ao caos que Hobbes tenta combater com o contrato social,
sendo assim, a pobreza leva a inveja de quem tem, que leva ao roubo e a violência. Por isso
ele acredita que o homem é bom e é corrompido pela sociedade e pelo estado que impõe as
leis. O que seria garantia de todos passa a ser garantia e segurança de alguns, por medo de
perderem o que se tem.
Após a obra que foi descrita acima, Rousseau escreve mais uma depois que foi
publicado em 1762, que é responsável pelas políticas modernas e correntes revolucionárias.
Rousseau rejeita as teses absolutistas de Hobbes, as leis humanas nasceu desigualdade, e o
vínculo social é uma escravidão, ele não rejeita a sociedade, muito pelo contrário, ela deve
existir, porém, não rompendo com a liberdade humana do estado de natureza, que em Hobbes
é vetada pelo medo para ter a segurança. Escrevendo isso, e, tomando como pressuposto
aquilo que está implícito na obra, penso, como liberdade e a obediência se casam? É quase
que impossível que essa ideia entre no pensamento humano, e isto já vem sendo debatido a
muito tempo. Santo Agostinho tenta conciliar a liberdade humana a vontade de Deus, que é
obediência, e há quem acredite que não há liberdade se obedecemos a vontade de alguém,
talvez liberdade esteja sendo confundida com libertinagem, pois, minha liberdade só consiste
se eu não ferir a liberdade do outro.
Para Rousseau, a soberania deve ser a última forma de se recorrer para decidir, ao meu
ver, ele é contra a monarquia e a favor da república, pois defende que os homens em consenso
devem escolher as leis para si mesmo, sem que alguém do alto as imponha, o soberano deve
apenas fazer com que elas sejam compridas como devem ser. Seguindo assim, chegamos ao
pacto social, um consenso entre os indivíduos e não uma submissão ao autoritário,  a
autoridade surge através de um acordo, à submissão não justifica a busca da segurança e da
vida. A liberdade é uma qualidade que não pode ser violada e o direito vem de uma liberdade
voluntária, eu me submeto por vontade sem constrangimento, sem que viole minha liberdade.
Conquista e escravidão são veemente repudiadas por Rousseau, pois o povo é soberano, e se o
povo governa bem, não há necessidade de ser governado por um único, por isso, não deve ser
eleito um único legislador.
  Apesar, de na minha opinião achar que Rousseau defende a república, ele vê nela
também problemas para sua teoria, desta maneira, nem república e nem monarquia resolve os
problemas, então, o que será que resolve? A soberania popular é necessária em si mesmo, é
uma vontade geral, por isso não pode nem haver alguns parlamentares, assim, eles se juntam e
passam a defender seu interesses, as leis dos indivíduos não podem ser representadas por
alguém, ou existem em todos ou não existe. Vejo que isso parece um plebiscito, mas,
novamente, não vai chegar que a vontade de todos sejam unificadas unanimemente. Aqui noto
que as duas teorias procuram responder os problemas sociais e políticos, mas, quando vai
sendo esmiuçado os problemas que podem acontecer, acabam em saídas que no estado natural
do homem levaria ao caos sem becos de saída.
REFERÊNCIAS

HOBBES, Thomas. Leviatã. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da
Silva. Coleção Os Pensadores. 3 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

ROUSSEAU, Jean Jacques. Do Contrato Social; Discurso sobre a origem e os


fundamentos da desigualdade entre os homens. Tradução de Lourdes Santos Machado;
introdução e notas de Paul Arbousse e Lourival Gomes Machado. Coleção Os Pensadores. 3
ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

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