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Professores: Rúbia, Jocelito, Katiuci e Maíra Componente curricular: Filosofia/Ciências Humanas

Turma:
1. EM2 Data: 05 de novembro de 2020 E-mail do/da professor(a): rubia.vogt@ufrgs.br
Semana 32
Orientações para a realização da tarefa: Relembrando – Esta é a Atividade 2 de uma
sequência 3, de modo que é preciso ter lido e feito a 1 para melhor fazer a 2, e ter lido e
feito 1 e 2 para melhor fazer 3. Seguindo uma ordem temporal, estamos agora na Idade
Moderna.
Vocês devem ler o texto que segue. Em seguida, realizem a atividade proposta. Vocês
devem devolver a atividade por e-mail. Pode ser digitado, ou uma foto boa do que foi feito
a mão (escrever com caneta).

A política 2: o contrato social

Na Semana 28, conhecemos um pouco mais as ideias de Aristóteles, para quem


um bom governo é aquele que visa o bem comum. Mais de mil e quinhentos anos depois,
a Europa era constituída por pequenos reinos, onde cada governante tentava se garantir
no poder, lutando não só contra inimigos, mas temendo também rebeliões de seus
súditos. Guerras na disputa por terras eram uma constante. É nesse contexto que nasce
Thomas Hobbes, em 1588, na atual Inglaterra. Quando a
mãe de Hobbes ainda o gestava, a Inglaterra temia uma
investida bélica da Espanha, o que deixava a todos os
ingleses muito tensos. Hobbes costumava dizer que sua
mãe havia dado a luz a gêmeos: ele e o medo.
Quando adulto, Hobbes fez viagens pela Europa,
onde pode observar a política de alguns reinos. Ele foi
também professor, inclusive de reis. E, manteve-se
sempre intelectualmente ativo, escrevendo e publicando,

inclusive após completar oitenta anos de idade. Na sua Thomas Hobbes (1588-1679)
época, a expectativa de vida não passava dos quarenta
anos, mas Hobbes foi um caso a parte, vivendo até os noventa e um anos de idade. Entre
as principais obras do autor figuram Leviatã (1651) e Sobre o Cidadão (1642).
Diferentemente de Aristóteles, para quem o ser humano era naturalmente social,
para Hobbes a natureza humana era individualista e egoísta. Mas, se somos
individualistas, então como explicar os agrupamentos sociais? Segundo Hobbes, vivemos
em comunidade para garantir nossa sobrevivência. Vamos acompanhar o raciocínio do
autor: individualista e egoísta, o ser humano busca acumular bens, exercendo sua
vontade com liberdade irrestrita (e aqui estamos falando de força e violência). Vivendo
cada um por si, sem leis e regras em comum, não existia qualquer regulamentação sobre
o direito propriedade. Não há uma unidade política em torno de um objetivo em comum;
há somente uma multidão dispersa, cada um imerso na sua sobrevivência. Vivia-se

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assim, em um “estado de natureza”, ou, em outras palavras, de modo primitivo, sendo que
vencia o mais forte, intelectual ou fisicamente.
Sem leis, o estado de natureza é uma é uma guerra constante de todos contra
todos. Hobbes chegou a afirmar que “o homem é o lobo do homem”. Mas os seres
humanos compartilham também o desejo de preservar a vida. Nesse sentido, o estado de
natureza é extremamente cansativo, pois ninguém se sentia seguro e era preciso estar
sempre alerta. Torna-se vantajoso, então, firmar um pacto coletivo, como um contrato,
que sirva de base para a convivência. Conforme nos explica o professor Sílvio Gallo 1, da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), “o contrato estabelece regras e leis,
assim como um poder que organiza a coletividade e atua como árbitro nas disputas entre
seus membros”.
O professor Gallo esclarece, ainda, que “segundo Hobbes, o pacto social foi feito
para selar a paz entre as pessoas, garantindo a cada indivíduo o direito de viver e
acumular bens, sem o medo constante de ser roubado ou assassinado. E o pacto seria
justamente a abdicação da liberdade natural de cada um em nome da segurança de
todos. Os indivíduos se reúnem e pactuam que dali por diante viverão todos sob as
ordens de um único chefe, que tem a responsabilidade de garantir a segurança de todos.
Par isso ele cria leis que regulamentam a vida naquela comunidade e servirão para
arbitrar disputas entre membros do grupo”.
Com o contrato social, podemos falar em povo, pois agora se compartilha de um
mesmo projeto: a preservação da vida e da propriedade. E, uma vez dentro do pacto
social, não é possível recuar, desistir dele voltando ao estado de natureza. Aquele que
agir por si, será punido conforme as leis que agora servem para todos. Só é possível
rebelar-se contra o pacto caso o soberano não esteja garantindo que se previa no
contrato social: segurança, sobrevivência, vida. Como você pode imaginar, as ideias de
Hobbes serviram de fundamento para as monarquias absolutistas, isto é, governos de reis
com concentração total de poder.

Questões:
1. O que Hobbes quer dizer quando afirma que seu irmão gêmeo é o medo?
2. Uma das principais obras de Thomas Hobbes se chama “Leviatã”. Pesquise
sobre o mito antigo do monstro “leviatã” e formule sua hipótese: por que Hobbes deu esse
título para seu livro?
3. Para Thomas Hobbes, a natureza humana é individualista e egoísta. Você
concorda ou discorda de Hobbes? Justifica tua resposta.
4. O que Hobbes quer dizer como “o homem é o lobo do homem”? Explore, na
sua resposta, a relação simbólica entre “homem” e “lobo”, pensando no comportamento
desse animal.

1
GALLO, Sílvio. Filosofia: experiência do pensamento. São Paulo: Scipione, 2014.
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5. Observe a capa da primeira edição do livro Leviatã. Escolha ao menos duas
figuras presentes na imagem e explique o que é cada uma e como elas se relacionam de
acordo com o pensamento de Thomas Hobbes.

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