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Jean -Jacques Rousseau

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um filósofo social,


teórico político e escritor suíço. Foi considerado um dos
principais filósofos do Iluminismo e um precursor do
Romantismo. Em sua obra mais importante, "O Contrato Social"
desenvolveu sua concepção de que a soberania reside no povo.
Suas ideias políticas, voltadas contra as injustiças da época,
repercutiram nos destinos da revolução francesa de 1789.
Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra, Suíça, no dia 28 de
junho de 1712.

Conceitos basicos:
Contratualismo(https://www.preparaenem.com/sociologia/contratualismo.htm): O
contratualismo foi uma escola de pensamento que buscou apreender a origem das organizações
sociais que regulam nossas vidas em sociedade. As teorias contratualistas concebiam que as
sociedades humanas só vieram a existir em virtude da formação de um “contrato”, em que todos
os seres humanos comprometeram-se a se submeter à regência de uma entidade única que seria
capaz de proteger os direitos básicos de todos e seria a detentora exclusiva do direito de
utilização da força coerciva.
Iluminismo(https://www.politize.com.br/iluminismo/): O Iluminismo se iniciou como um
movimento cultural europeu do século XVII e XVIII que buscava gerar mudanças políticas,
econômicas e sociais na sociedade da época. Para isso, os iluministas acreditavam na
disseminação do conhecimento, como forma de enaltecer a razão em detrimento do pensamento
religioso.
Romantismo(https://www.significados.com.br/romantismo/): O romantismo foi um
movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa
que durou por grande parte do século XIX. Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária
ao racionalismo e ao iluminismo e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os Estados
nacionais na Europa.

O Contrato Social: Publicado em 1762, Do Contrato Social, tal


como chegou até nós, é um fragmento que Jean-Jacques Rousseau
pretendia ampliar, incluindo algumas análises a respeito das
relações externas entre os Estados: o direito das nações, o
comércio, o direito da guerra e das conquistas, as ligas, as
associações e os tratados. O motivo de um livro fragmentário e
incompleto constituir uma herança tão importante para o
pensamento político contemporâneo é sua ideia de caráter precursora: Rousseau foi um
dos primeiros a se propor refletir sobre a existência da sociedade civil e sobre sua tarefa
de preservar a liberdade e garantir a segurança de seus membros.

Argumentos de Defesa:

1. Natureza Humana Benevolente: Rousseau acreditava que os seres humanos são


naturalmente bons e compassivos em seu estado de natureza. Isso se diferencia das visões
de outros contratualistas, como Hobbes, que acreditava em uma natureza humana egoísta
e competitiva.
2. Vontade Geral como Fundamento Democrático: Rousseau propôs a ideia da "vontade
geral" como o princípio central da tomada de decisões políticas. Isso enfatiza a
importância da participação democrática e da busca pelo bem comum, em contraste com
abordagens mais individualistas de Locke e Hobbes.
3. Contrato Social Voluntário e Legítimo: Rousseau defendia um contrato social em que
os indivíduos se unem por escolha própria para formar uma sociedade baseada em
princípios de igualdade e justiça. Isso ressalta a legitimidade do governo, ao contrário das
ideias de Hobbes, que apoiava um contrato social por necessidade de segurança.
4. Igualdade como Valor Central: A igualdade era um valor fundamental nas ideias de
Rousseau. Ele estava preocupado com a desigualdade social e econômica que poderia
surgir nas sociedades, buscando maneiras de mantê-la sob controle e garantir
oportunidades justas para todos.
5. Educação como Formadora de Cidadãos Virtuosos: Rousseau enfatizava a
importância da educação na formação de cidadãos virtuosos e engajados. Isso destaca seu
compromisso em criar uma sociedade mais justa e equitativa, através do desenvolvimento
moral e intelectual de seus membros.
6. Estado de Natureza como Idealização do Passado: Ao contrário de Hobbes e Locke,
Rousseau via o estado de natureza como um estado idealizado do passado, onde as
pessoas viviam em harmonia com a natureza e umas com as outras. Isso o diferencia das
visões mais pessimistas dos outros filósofos.
7. Ênfase na Liberdade Autêntica: Rousseau defendia uma forma de liberdade que não
estava apenas relacionada à ausência de coerção, mas também à autodeterminação e à
participação ativa na tomada de decisões políticas. Isso valoriza a liberdade autêntica e
participativa sobre a simples liberdade negativa.
8. Preocupação com o Bem Comum: Rousseau acreditava que a busca pelo bem comum
deveria orientar as ações políticas e individuais. Essa ênfase no bem coletivo se destaca
em comparação com a ênfase nos direitos individuais, defendida por Locke.
Thomas Hobbes

Thomas Hobbes foi um filósofo político inglês do século


XVII, conhecido por suas obras que tratam do contrato social
e da natureza humana. Sua obra mais famosa é "Leviatã",
publicada em 1651, na qual ele apresenta sua teoria sobre a
formação do Estado e a necessidade de um governo forte para
manter a ordem social e conter os instintos egoístas da
natureza humana. Hobbes acreditava que os seres humanos
eram motivados principalmente pelo medo e pela busca de
segurança, e que a única maneira de evitar o caos era através
da submissão ao poder absoluto de um soberano.

Conceitos basicos:

Leviatã: É a mais importante criação de Thomas Hobbes e


considerada por muitos sua obra-prima. A filosofia de Hobbes,
especialmente sua teoria a respeito da origem contratual do Estado,
exerceu profunda influência no pensamento de Rousseau, Kant e dos
enciclopedistas. Além disso, contribuiu para preparar, no plano
ideológico, o advento da Revolução Francesa. Partidário do
Absolutismo político, defende-o sem recorrer à noção do “direito
divino”. Segundo o filósofo, a primeira lei natural do homem é a da
autopreservação, que o induz a impor-se sobre os demais ― “guerra
de todos contra todos”. Leviatã é, sem dúvida, leitura obrigatória
para os interessados em filosofia.

Argumentos de Ataque:

1. Natureza Humana Redutiva: Críticos argumentam que a visão de Hobbes sobre a


natureza humana como puramente egoísta e competitiva não leva em consideração os
aspectos de altruísmo, cooperação e empatia que também fazem parte do comportamento
humano.
2. Autoritarismo Excessivo: A abordagem de Hobbes resulta em um governo absolutista, o
que pode levar a abusos de poder, falta de representação e negação dos direitos
individuais.
3. Falta de Espaço para Liberdades Individuais: A ênfase de Hobbes na segurança e na
ordem social pode levar à restrição excessiva das liberdades individuais em nome da
estabilidade, o que pode sufocar a criatividade e a diversidade.
4. Desconsideração das Diferenças Sociais: Hobbes não aborda suficientemente as
desigualdades sociais, o que pode levar a um tratamento injusto dos mais vulneráveis na
sociedade.
5. Visão Cínica da Sociedade: Críticos argumentam que a visão de Hobbes sobre a
sociedade como um lugar de constante conflito e competição não reconhece a
complexidade das interações sociais e a possibilidade de cooperação pacífica.
6. Ignorando a Participação Democrática: A teoria de Hobbes não considera a
possibilidade de uma participação ativa dos cidadãos na tomada de decisões políticas, o
que pode limitar o engajamento cívico e a responsabilidade individual.
7. Desconsideração do Papel da Ética: Hobbes foca na manutenção da ordem em
detrimento de questões éticas mais profundas, deixando de lado a busca por valores e
princípios que não estejam diretamente ligados à segurança.
8. Ênfase na Sobrevivência em Detrimento do Bem-Estar: A teoria de Hobbes coloca a
sobrevivência como objetivo principal, mas não aborda adequadamente a importância do
bem-estar emocional, psicológico e social dos indivíduos.
9. Simplificação da Natureza Humana: Hobbes reduz a complexidade da natureza
humana a um impulso único (medo) e uma motivação (busca pela autopreservação),
subestimando a diversidade de motivações e comportamentos humanos.
10. Falta de Adaptação à Mudança: A teoria de Hobbes é mais aplicável a uma sociedade
estática, deixando de considerar como suas ideias se adaptariam a mudanças culturais,
tecnológicas e sociais ao longo do tempo.

Jonh Locke

John Locke foi um filósofo e médico inglês do século XVII,


cujas ideias tiveram um impacto significativo na filosofia
política e na formação do pensamento liberal. Ele é
conhecido por suas obras "Ensaio sobre o Entendimento
Humano" e "Dois Tratados sobre o Governo Civil". Locke é
considerado um dos pais do liberalismo clássico e suas
ideias sobre a natureza dos direitos individuais, a
propriedade privada e o contrato social influenciaram
profundamente as revoluções políticas e as constituições subsequentes.

Conceitos basicos:

Ensaio sobre o Entendimento Humano: O sucesso do


Ensaio de John Locke com o público europeu do final do
século XVII até hoje, pelo valor da origem, métodos e
alcance do entendimento humano, foi semelhante ao triunfo
de Newton no campo da Física. Sua mensagem difundiu-se
profundamente entre as sucessivas gerações de filósofos e
líderes formadores de opinião tanto na Gra-Bretanha quanto
no exterior. É o antepassado vital de todo o empirismo
posterior e da Psicologia, e permanece, até os dias de hoje,
o trabalho mais amplamente estudado de Locke.

Dois Tratados sobre o Governo Civil: John Locke foi uma


das figuras maiores da civilização ocidental moderna. Locke
foi o pensador da subjectividade, dos direitos naturais, da
crítica das ideias inatas, da tolerância religiosa, da separação
radical entre o Estado e a(s) igreja(s), da liberdade racional,
do governo representativo baseado no consentimento popular,
da separação de poderes, da revolução contra a tirania, do
direito de propriedade e do direito à acumulação de
propriedade, do desenvolvimento económico e tecnológico
assente na capacidade humana de transformação do mundo.
Ele foi o filósofo da epistemologia, da política, da religião, da
educação; o economista, o constitucionalista, o exegeta, o
assessor político, o professor universitário e o médico. Com
Dois Tratados do Governo Civil, Locke define um dos
momentos mais importantes da história intelectual da Europa.
Argumentos de Ataque:

1. Desigualdade Socioeconômica Aceitável: Locke defendia que a propriedade privada


poderia ser adquirida através do trabalho, o que poderia justificar desigualdades
socioeconômicas. Críticos argumentam que isso pode levar a disparidades injustas, já que
nem todos têm igual acesso a recursos.
2. Desconsideração das Origens da Propriedade Privada: Críticos afirmam que Locke
não considerou suficientemente as desigualdades de partida e as injustiças históricas que
poderiam influenciar a aquisição de propriedade privada, como a expropriação de terras
indígenas.
3. Individualismo Extremo: Locke coloca grande ênfase nos direitos individuais e na
autonomia, o que pode levar a uma ênfase excessiva no individualismo em detrimento do
bem-estar coletivo.
4. Limitações à Participação Democrática: Locke não advogava por uma democracia
direta, o que poderia limitar a participação política e a influência popular nas decisões
governamentais.
5. Defesa da Escravidão e do Comércio de Escravos: Locke possuía ações na Royal
African Company, uma empresa envolvida no comércio de escravos africanos. Críticos
apontam a incoerência entre suas ideias de liberdade e seus interesses financeiros.
6. Inconsistência na Proteção dos Direitos Indígenas: Embora Locke tenha argumentado
sobre a propriedade adquirida pelo trabalho, ele não aplicou consistentemente esse
princípio aos direitos das populações indígenas em relação às suas terras.
7. Foco Excessivo na Propriedade como Fundamento dos Direitos: Críticos argumentam
que a visão de Locke coloca muita ênfase na propriedade como base dos direitos,
deixando de considerar outras formas de dignidade e liberdade.
8. Potencial para Exploração Econômica: A ênfase de Locke na liberdade de contratos e
no livre mercado pode levar à exploração econômica dos mais fracos por parte dos mais
fortes, sem salvaguardas suficientes.
9. Individualismo sem Responsabilidade Social: Locke enfatiza os direitos individuais,
mas não discute suficientemente as responsabilidades sociais dos indivíduos em
contribuir para o bem-estar coletivo.
10. Falta de Consideração das Interdependências Sociais: A teoria de Locke não
considera adequadamente as interdependências sociais e econômicas que moldam as
oportunidades e limitações individuais.

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