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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

A Confederação Sindical dos Engenheiros, entidade que reúne 18 (dezoito)


Federações de sindicatos em diferentes Estados, cada uma com ao menos 10 (dez)
sindicatos, entidade de classe em âmbito nacional, inscrita no CNPJ nº..., com
endereço eletrônico...,com sede funcional..., por meio de seu advogado constituído,
conforme procuração anexa, qualificações e endereços que indica para os fins do art.
77, inciso,V e art. 105, parágrafo 2º do NCPC, vem perante V. Exa., com fulcro no
art. 102, I, a da CRFB/88 e na Lei 9.868/99, ajuizar

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO


CAUTELAR

Em fase da Decreto nº 5555 expedido pelo Presidente da República, nos termos que
seguem:

I - DO OBJETO DA AÇÃO

O objeto da presente ação direta de inconstitucionalidade é impugnar Decreto nº 5555


que violou a Constituição Federal de 1988.

II- DO CABIMENTO DA AÇÃO

Há o cabimento da ADI, pois se está perante a ato normativo primário ( Decreto


autônomo), que inova na ordem jurídica dissonante a CRFB/88, conforme previsto no
art. 102, I, a da CRFB/88.

III - DA LEGITIMIDADE

A legitimidade Confederação Sindical dos Engenheiros decorre por ser uma entidade
de classe em âmbito nacional, onde reúne 18 (dezoito) Federações de sindicatos em
diferentes Estados, cada uma com ao menos 10 (dez) sindicatos , conforme disposto
no art. 103, inciso IX da CRFB/88 e art. 2º, inciso IX da Lei 9.868/99 e os requisitos
exigidos pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. artigos 533 a 535 da CLT
( Confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 Federações” e “é facultado aos
Sindicatos, quando em número não inferior a 5, desde que representem a maioria
absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas,
organizarem-se em federação”). Nesse sentido há pertinência temática, tendo em vista
que o objeto de discussão se insere no âmbito das atividades do autor. Logo, a
pertinência temática está atendida, conforme requisito pela jurisprudência do STF já
que a entidade de classe de âmbito nacional é legitimada especial.

IV - DOS FUNDAMENTOS JURIDICOS

Os decretos do Chefe do Poder Executivo podem ser regulamentares ou autônomos.


Na jurisprudência do STF, somente se admite a propositura de ação direta tendo por
objeto decreto autônomo, aquele que inova autonomamente na ordem jurídica, e não o
decreto que tenha por escopo regulamentar a lei. Isso porque o decreto regulamentar
não possui autonomia normativa. Se o decreto apenas fere a lei, ou desborda dos
limites regulamentares, abrir-se-á a via do controle de legalidade, e não do controle de
constitucionalidade.
Desse modo, ao inovar o ordenamento jurídico, fica evidenciada a autonomia
normativa do Decreto em questão, tendo em vista a ausência de lei da qual decorra
aquele ato normativo.
 o Decreto nº 5555 viola o princípio da separação de poderes, pois ingressa em
atividade legislativa não autorizada pela Constituição, em violação à separação
constitucional de funções entre cada um dos Poderes, conforme previsto no art. 2º da
CRFB/88.
Também viola o princípio da legalidade, pois restringe direitos e disciplina matéria
sujeita à lei em sentido formal). Conforme art. 5º, II da CRFB/88.
Além disso, o decreto viola  o princípio da liberdade de exercício de atividades ou
profissões, inscrito no artigo 5º, XIII da CRFB, que estabelece ser livre o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a
lei estabelecer.
Por fim, há violação ao princípio da razoabilidade/proporcionalidade, pois a
medida prevista na lei, ainda que adequada à finalidade declarada, falha nos
subprincípios da necessidade (que impõe a utilização, dentre as possíveis, da medida
menos gravosa para atingir determinado objetivo) e da proporcionalidade em sentido
estrito (que impõe a análise da relação custo-benefício da norma avaliada, de modo
que o ônus imposto pela norma seja inferior ao benefício por ela engendrado, sob
pena de inconstitucionalidade).
Diante do exposto, conclui-se ser o caso de pronunciar a inconstitucionalidade do
Decreto nº 5555, de modo que decidir em sentido contrário implicará em violação à
Constituição Federal.

V - DA TUTELA DE URGÊNCIA E DA MEDIDA CAUTELAR

De acordo com o art. 102, I, p da CRFB/88 e art. 10 a 12 da lei nº 9.868/99, entende


ser cabível a medida cautelar em ADI.
A fumaça do bom direito se caracteriza pela probabilidade do direito, tendo em vista
pelos fundamentos apresentados ao longo desta ação, bem como pela documentação
juntada em anexo. Por sua vez, o perigo da demora comprova-se com a urgência a
prestação da tutela jurisdicional, haja vista a possibilidade de se caracterizar um dano
irreparável ou de difícil reparação, já que os novos requisitos criados pode inviabilizar
a continuidade de exploração de diamantes e há risco de desemprego dos associados
da autora.
Isto posto, requer a concessão da medida cautelar para suspender o Decreto nº 5555
impugnado até o julgamento definitivo da ação, em consonância com os referidos
dispositivos legais acima mencionados.

VI - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer a V. Exa.:


1) A concessão do pedido cautelar para suspender o Decreto nº 55555, nos termos
do art. 102, I, p da CRFB/88 e art. 10 a 12 da lei 9.868/99.
2) Que seja julgada procedente o pedido principal da ação para assim ser declarada a
inconstitucionalidade do Decreto nº 5555, nos termos do art. 102, I, a da CRFB/88 e
lei nº 9.868/99.
3) Segue em anexo cópia dos documentos necessários para comprovar a arguição de
inconstitucionalidade, nos moldes do parágrafo único, art. 3º da lei 9.868/99.
4) Seja ouvido previamente o procurador geral da republica, na forma do art. 103,
parágrafo 1º da CRFB/88.
5) A citação do AGU, na forma do art. 103, parágrafo 3º da CRFB/88.
6) Requer sejam solicitadas informações ao Presidente da República, já que é
responsável pela edição do Decreto nº 5555 impugnado, a serem prestadas no prazo
de 30 dias do recebimento do pedido, de acordo com o art. 6º caput e parágrafo único
da lei 9.868/99.

Dá-se à causa o valor de R$....para fins procedimentais.

Nestes termos, pede deferimento.


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Advogado
OAB

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