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Recife
2023
INTRODUÇÃO
Neste artigo realizou-se um estudo teórico sobre a Constituição Federal de 1988 que foi
promulgada após o período da ditadura militar no Brasil representando, portanto, a mudança e
a importância da consolidação dos princípios democráticos e dos direitos e garantias
fundamentais dos cidadãos brasileiros, o que tornou a atual Constituição conhecida como a
Constituição cidadã. O presente trabalho tem como objetivo tratar sobre os fundamentos da
organização do Estado, os direitos e garantias, estrutura do poder judiciário e estabelece as bases
para formulação e implementação de políticas públicas.
Assim, este artigo buscou explorar pilares fundamentais da Constituição de 1988 analisando o
papel dos mesmos na Constituição de uma sociedade mais equitativa e democrática, destacando
a importância que o desenvolvimento deste documento teve para consolidação dos valores
democráticos e para a construção de um futuro mais promissor.
REFERENCIAL TEÓRICO
1. Recepção de Normas: A CF/88 manteve algumas normas das constituições anteriores que
não foram expressamente revogadas, incorporando aspectos de continuidade jurídica.
Já nos demais artigos na parte de direitos sociais são assegurados direitos como
educação, saúde, trabalho e moradia visando garantir condições dignas de vida e igualdade de
oportunidades. Na parte de direitos de nacionalidade é garantido o idioma oficial do país,
quando serão considerados brasileiros natos, naturalizados e até definir quando acontece a perda
da nacionalidade. Os direitos políticos incluem o direito de votar e ser votado, participar de
processos políticos e contribuir para a formação das decisões governamentais. Dos partidos
políticos organizam a estrutura e formação de partidos políticos.
3. Estrutura do judiciário
O Poder Judiciário é regido pelos artigos 92 a 126 da Constituição Federal. A função do
poder judiciário é salvaguardar os direitos individuais, coletivos e sociais e resolver conflitos
entre cidadãos, entidades e o Estado. Para tanto, dispõe de autonomia administrativa e
financeira garantida pela Constituição Federal. Dentre os poderes que constituem a República
Brasileira, o Judiciário é responsável pela interpretação das leis estabelecidas pelo Legislativo
e promulgadas pelo Executivo. Deve aplicar estas regras em diferentes situações e julgar os
cidadãos que, por motivos diversos, não as cumprem.
O STF é composto por 11 ministros, cidadãos brasileiros natos, que tenha mais de 35 e menos
de 65 anos de idade e deve ter notável saber jurídico e reputação ilibada. Os ministros dos
Tribunais Superiores são indicados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado
Federal. O Presidente indica e o Senado aprova.
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato
de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, nos seguintes termos:
III – um(a) ministro(a) do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;
VI – um(a) juiz(a) de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VIII – um(a) juiz(a) de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do
Trabalho;
XII – dois(duas) advogados(as), indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil;
O Conselho é presidido pelo(a) presidente do STF e o(a) ministro(a) do STJ exerce a função de
corregedor(a) nacional, competindo-lhe, entre outras atribuições, receber as reclamações e
denúncias, de qualquer pessoa, relativas a magistrados(as) e aos serviços judiciários, bem como
exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral.
• receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive
contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de
registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares
em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
• elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do
Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do
Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da
abertura da sessão legislativa.
Os Tribunais Superiores são os órgãos máximos de seus ramos de Justiça. São eles:
Superior Tribunal de Justiça (STJ), Superior Tribunal Militar (STM), Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e Tribunal Superior do Trabalho (TST). Magistrados(as) que compõem esses
colegiados são denominados(as) ministros(as).
Suas competências estão previstas no art. 105 da Constituição Federal, entre as quais o
julgamento em recurso especial de causas decididas em última ou única instância pelos
Tribunais Regionais Federais, pelos Tribunais de Justiça ou pelos Tribunais de Justiça Militar
dos estados quando a decisão recorrida contrariar lei federal.
Competência para julgar: Governadores dos Estados e do Distrito Federal (crimes comuns).
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente
da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos,
de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta
do Senado Federal, sendo:
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores
dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
Competência para julgar: Juízes federais em sua jurisdição (inclusive juiz militar e da
Justiça do Trabalho); Prefeito (quando for matéria de interesse federal); Dep. Estadual (quando
for matéria de interesse federal);
II - os Juízes Federais
Um fato interessante é que não existe concurso para ser apenas juiz eleitoral. O juiz
eleitoral é um juiz de direito, ou seja, um juiz da justiça estadual. Se houver mais de um juiz na
comarca, cada um exercerá a função de juiz eleitoral por 2 anos.
3.4.4 Supremo Tribunal Militar
O STM é o poder judiciário militar da União, composto por 15 ministros vitalícios, três
oficiais-generais da Marinha, quatro oficiais-generais do Exército, três oficiais-generais da
Aeronáutica - todos na ativa e com carreiras superiores - e cinco oficiais-generais. civis
escolhidos pelo Presidente da República. O Tribunal Militar de Apelação tem o poder de decidir
recursos do Tribunal de Primeira Instância da União, e de acusar e condenar generais e ordenar
que sejam destituídos de seu posto e patente. é considerado um funcionário indigno ou inapto.
O TST tem competência para resolver recursos de revista, recursos ordinários e agravos
de instrumento contra decisões do TRT, bem como litígios coletivos organizados em nível
nacional, bem como mandados de segurança e embargos comerciais contra suas decisões, bem
como ações anulatórias, entre outras constantes no art. 114 da Constituição Federal.
O Poder Judiciário brasileiro é composto por cinco segmentos: Justiça Estadual e Justiça
Federal, que integram a Justiça Comum, e Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça
Militar, que integram a Justiça Especial.
Estrutura:
O segundo grau de jurisdição da Justiça Federal é composto por seis Tribunais Regionais
Federais (TRFs), com sedes em Brasília (TRF 1ª Região), Rio de Janeiro (TRF 2ª Região), São
Paulo (TRF 3ª Região), Porto Alegre (TRF 4ª Região), Recife (TRF 5ª Região) e Belo Horizonte
(TRF 6ª Região). Os TRFs englobam duas ou mais seções judiciárias, conforme definido a
seguir:
TRF 1ª Região: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins;
TRF 5ª Região: Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Nas comarcas onde não houver vara federal, os juízes estaduais são competentes para processar
e julgar determinados tipos de processos.
Cada uma das unidades da Federação tem a atribuição de organizar a sua justiça. E o Poder
Judiciário do Distrito Federal e Territórios é organizado e mantido pela União.
Estrutura:
Segundo grau: é representado pelos Tribunais de Justiça (TJs). Nele, os(as) magistrados(as)
são desembargadores(as), que têm entre as principais atribuições o julgamento de demandas de
competência originária e de recursos interpostos contra decisões proferidas no primeiro grau.
Estrutura:
A Justiça Eleitoral não possui corpo de juízes próprio que atue por autoridade. Está
dividido em três órgãos: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a primeira e segunda instâncias
de jurisdição. No primeiro caso, existe um juiz eleitoral em cada zona eleitoral, escolhido entre
juízes e juízas, e comissões eleitorais, que existem apenas temporariamente durante as eleições
e são compostas por advogados e cidadãos de má reputação. A segunda instância é representada
pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE), compostos por dois (dois) desembargadores da
Justiça Federal, dois (dois) desembargadores de direito, um desembargador(a) do Tribunal do
Distrito Federal e dois desembargadores. advogados de considerável conhecimento jurídico e
integridade moral.
Estrutura:
Cada estado tem o direito de estabelecer um Tribunal Militar Estadual por lei, por
iniciativa dos Tribunais de Justiça. Contudo, a formação de um tribunal militar nacional só é
possível se houver mais de vinte mil militares nacionais no país, incluindo a Polícia Militar e o
Corpo de Bombeiros Militar (CF/88 art 125 § 3º). Todas as unidades da federação possuem
tribunal militar estadual, e três estados possuem tribunal militar: Minas Gerais, Sul do Rio
Grande e São Paulo. A lei marcial do país está dividida em dois graus, ou jurisdições. O primeiro
grau é composto pelas auditorias militares, que é composto por um juiz judicial, também
denominado juiz-auditor, responsável pelas atividades oficiais e pelos tribunais, que é um órgão
colegiado composto por quatro juízes militares (oficiais militares) e um juiz- auditor. . A
segunda instância é representada pelos tribunais militares dos estados de Minas Gerais, São
Paulo e Sul do Rio Grande. Nas demais jurisdições estaduais e federais, essa tarefa cabe aos
tribunais (TJ).
Art. 1.( inciso III) Assim, os grupos sociais excluídos, marginalizados, que se consideram
ameaça dos em seus direitos, devem tutelar a proteção dos mesmos como forma de garantir o
respeito à dignidade da pessoa humana, inerente à própria condição de ser humano.
Art. 3.( inciso III) Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais.
Art. 3.( inciso IV) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,cor, idade
e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4. (relações internacionais) tem como princípio a prevalência dos direitos humanos, da
autodeterminação de povos, do repúdio ao racismo e da cooperação entre povos para o
progresso da humanidade.
Art. 5. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião
ou procedência tem pena de reclusão.
Art. 140. Crimes de injúria racial é um dos crimes contra honra e ocorre quando há ofensa à
dignidade de alguém com o emprego de elementos ou palavras depreciativas referentes à raça
e à cor, com a intenção de insultar a vítima.
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes
da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações
culturais.
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à
União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em
juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos
do processo.
Parágrafo 1º: O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-
brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. […]
Art. 216: Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
Já que da Constituição Federal se originam as demais leis e normas, artigos como esses
foram um passo muito importante para a garantia de proteção de direitos e dignidade de todas
as minorias.
Disposição Geral
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar
e a justiça sociais.
5.1 Abrangência da Seguridade Social
5.2 Saúde
Antes da promulgação da Constituição Federal de 1998, a saúde não era um direito universal
mas um subsistema ligado ao Instituto de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) onde
os serviços somente eram assegurados a quem contribuísse. Após a promulgação da Constituição
Federal de 1998, a saúde passou a ser um dever do Estado e um direito de todos, sem caráter
contributivo.
Refere-se a um direito social que deve ser concretizado por todos os entes da federação, por
meio de políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação
(art. 196 da CF/1988). Independentemente da condição social ou econômica, todo cidadão tem
direito à assistência à saúde, garantida pelo Estado.
São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos
termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. (art.
197 da CF/1988).
A Previdência Social tornou-se a única modalidade de proteção social que exige contribuição
dos segurados e de filiação obrigatória, como condição para ampará-los de futuros infortúnios
sociais e de outras situações que merecem amparo, após a Constituição Federal de 1998.
Há uma orientação para que o estado incentive apoio a formação de Recursos Humanos nas
áreas de ciência pesquisa tecnologia e inovação. O artigo também prevê o estímulo a empresas que
investem em pesquisa, desenvolvimento e tecnologia adequada às questões do Brasil e na formação
de seus recursos humanos, há destaque a respeito da importância de práticas salariais que garantem
a participação dos empregados nos ganhos econômicos resultantes da produtividade do trabalho.
E por fim ressalta ainda a possibilidade de os estados e o Distrito Federal para em parte de
sua receita a entidades públicas de fomento ao ensino e a pesquisa científica e tecnológica
fortalecendo o apoio financeiro a essas iniciativas.
O artigo 221 estabelece princípios que devem ser observados na produção e programação de
emissoras de rádio e televisão. Esses princípios incluem a preferência por conteúdo educativo,
artístico, cultural e informativo, a promoção da cultura nacional e regional, a regionalização da
produção cultural, artística e jornalística, e o respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da
família.
Por fim, o artigo 224 estabelece a criação do Conselho de Comunicação Social como órgão
auxiliar do Congresso Nacional.
A Constituição de 1988 trata do meio ambiente como um bem de uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida. Ela estabelece que a coletividade tem o direito de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. O documento também destaca a responsabilidade
do poder público e da coletividade na preservação e conservação dos recursos naturais, além de
prever a obrigação de reparação de danos ambientais.
A Constituição Federal reconhece aos índios seus direitos originários sobre as terras que
tradicionalmente ocupam, cabendo à União demarcá-las e protegê-las. Além disso, destaca-se a
preservação de suas línguas, crenças e tradições culturais. A Constituição também destaca a
necessidade de consulta prévia, informada e participativa aos povos indígenas em relação a projetos
que possam afetar seus territórios e modos de vida.
CONCLUSÃO
Em meio a esse contexto, a Constituição de 1988 deixa para a história uma série de legados
jurídicos significativos. Primeiramente, destaca-se o comprometimento com os princípios
democráticos e a garantia dos direitos fundamentais. Após anos de restrições e violações
durante o regime militar, a Constituição reafirmou valores como a liberdade de expressão, o
direito à privacidade e a igualdade perante a lei. Estabeleceu-se, assim, um arcabouço legal que
visava proteger o cidadão contra abusos estatais.
REFERÊNCIAS