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Sumário

I. Introdução ............................................................................................................................................. 3
II. Objetivos ............................................................................................................................................... 4
Objetivo geral............................................................................................................................................ 4
Objetivos específicos ................................................................................................................................ 4
III. Metodologias..................................................................................................................................... 4
1. PASSARELAS ..................................................................................................................................... 5
2. Estrutura das luzes ................................................................................................................................ 7
2.1. Vigas ............................................................................................................................................. 7
2.1.1. Esquema das vigas ................................................................................................................ 7
2.2. Escoramentos .................................................................................................................................... 8
2.2.1. Esquema de escoramentos ........................................................................................................ 8
2.3. Cercha ............................................................................................................................................. 10
2.3.1. Esquema de cercha .................................................................................................................. 10
3. Dimensão das passarelas ..................................................................................................................... 11
4. Cargas de cálculo que atuam sobre as passarelas................................................................................ 12
a) Cargas causadas pelo peso da construção ....................................................................................... 12
b) Cargas causadas pela pressão do vento e o peso da neve (em países frios) .................................... 12
c) Cargas produzidas pelo peso de pessoal ......................................................................................... 13
d) Cargas produzidas pelo peso de diferentes equipamentos e meios de Transporte .......................... 13
e) Cargas resultantes do trabalho dos equipamentos e mecanismos (cargas dinâmicas) .................... 13
5. Tipos de passarelas de acordo com o material de que são feitas......................................................... 14
5.1. Passarelas de madeira.................................................................................................................. 14
5.2. Passarelas de aço ......................................................................................................................... 14
5.3. Passarelas de concreto armado .................................................................................................... 15
5.4. Passarelas mistas ......................................................................................................................... 15
6. Elementos que possibilitam a análise e caracterização das passarelas ................................................ 15
6.1. O tipo de acesso .......................................................................................................................... 16
 Escadas........................................................................................................................................ 17
 Rampas ........................................................................................................................................ 18
6.2. Tipo de tabuleiro ......................................................................................................................... 18
6.3. Tipo de vedações......................................................................................................................... 19
6.4. O tipo de sistema estrutural utilizado .......................................................................................... 20
6.4.1. Passarelas em arco .............................................................................................................. 20
6.4.2. Passarelas em treliça ........................................................................................................... 21
6.4.3. Passarelas em viga .............................................................................................................. 21
6.4.4. Passarelas em suspensão ..................................................................................................... 22
7. Metodologia simplificada de cálculo das passarelas ........................................................................... 22
7.1. Cálculo de vigas transversais ...................................................................................................... 23
7.2. Cálculo da plataforma ................................................................................................................. 26
7.3. Cálculo de vigas longitudinais .................................................................................................... 27
7.4. Cálculo dos apoios ...................................................................................................................... 29
8. Conclusão............................................................................................................................................ 31
9. Referências bibliográficas ................................................................................................................... 32
I. Introdução

Na indústria atividade extrativa envolve vários fatores como é o caso do transporte e locomoção
de equipamentos e do pessoal. As vias de acesso desempenham um fator importante na mina e
devem ser abertas de modo a proporcionar comunicação através de uma ou mais vias principais,
para que possam excluir a possibilidade de interrupção de trabalhos de uma frente de lavra para a
outra. É por isso, que este trabalho aborda um dos temas importantes na atividade mineira, que
fala sobre passarelas, os seus tipos, o material de que são feitas entre vários factos importantes que
tem haver com passarelas. Onde a finalidade é de estabelecer uma ligação entre dois ambientes de
trabalho no mesmo nível, para movimentação de trabalhadores e materiais, construída
solidamente, com piso completo e rodapé.
II. Objetivos

Objetivo geral
 Conhecer por completo as passarelas
Objetivos específicos
 Conhecer os tipos de passarelas;
 Saber da constituição das passarelas; e
 Saber a importância das passarelas.

III. Metodologias

Para a elaboração deste trabalho, várias pesquisas foram efetuadas, com vista a busca de
informações de carácter académico, onde tais informações foram retiradas de trabalhos anteriores
de alguns colegas e o fornecimento de vários manuais que abordam sobre esse tema.
1. PASSARELAS

Passarelas são construções que possuam uma forma de uma ponte horizontal ou mesmo inclinada,
cuja função da mesma, é de sustentar as diversas instalações num empreendimento mineiro,
possibilitando deste modo o transporte de produtos e o tráfego humano a uma certa altura sobre o
nível da superfície. As passarelas têm a forma de construções alargadas constituídas por luzes entre
seus suportes.

As passarelas podem ser classificadas em passarelas horizontais e passarelas inclinadas. Nas


passarelas inclinadas o ângulo de inclinação se determina pela diferença de altura entre os extremos
inclinados da passarela e a longitude da secção. Este ângulo se limita aos meios de transporte que
estiverem situados na passarela (transportadores de correia, vagões, puxados por locomotivas, etc.)
e pode chegar a 25 graus em caso de vagões.

As passarelas podem ser abertas e fechadas (em forma de galeria) para proteger do vento entre
outros fatores climáticos que possam influenciar no desempenho das atividades.

Além dos diversos meios de transporte, em passarelas, pode se instalar equipamentos diferentes,
tais como: telas, corredores, funis e outros.

As partes que constituem as passarelas são:

 Os apoios com a sua respectiva fundação (apoio de cimento);


 A estrutura das luzes;
 A parte destinada ao tráfego de equipamentos de transporte bem como de pessoal; e
 A galeria (no caso de passarelas fechadas).

Segundo a sua vida útil, as cargas que vão suportar e a sua utilidade, as passarelas podem ser feitas
de madeira, aço, betão armado e ou então mistas; sendo que atualmente as mais utilizadas na
indústria mineira são as de aço.
Na figura a baixo, apresentamos um esquema típico de uma passarela que detém uma central de
via ferroviária e corredores para possibilitar o movimento, ou seja, a circulação de pessoal em
ambos lados.

Figura.1. Esquema de uma passarela de transporte

Fonte: livro de complexo tecnológico da superfície da mina

As vigas longitudinais (1) que estão assentes sobre os apoios suportam as vigas transversais (2),
sendo que estas últimas são colocadas a uma certa distância uma da outra e servem para fixar os

Trilhos (3) e assegurar a plataforma (4) com o objetivo de garantir a circulação de pessoas pela
Passarela.

A cada certo trecho (aproximadamente a cada 3 m) as vigas transversais (2) são feitas com um

maior comprimento (5) com o objetivo de colocar pés de amigos que fixam os corrimões (6). Se

as locomotivas usadas forem de contato eléctrico, sem seguida, em vez de serem os corrimões

atuais serão colocados escoramentos (7) de 2,4 à 2,5 m altura que unem-se na sua parte superior

por uma viga (8) que serve para segurar o cabo que alimenta a locomotiva.
2. Estrutura das luzes

Atendendo a este aspecto, as passarelas das minas podem ser classificadas de 3 formas, as quais

são:

 Vigas;
 Escoramentos; e
 Cercha.

2.1.Vigas

2.1.1. Esquema das vigas


Neste primeiro caso, há duas variantes a considerar: a passarela de madeira e a de aço.

As passarelas de madeira com estrutura nos seus feixes de luz, geralmente são empregues nos

seguintes casos:

1. Para fins temporários;


2. Em minas de curta vida útil; e
3. Em escombretas e depósitos minerais temporários.

Os parâmetros fundamentais desta estrutura estão apresentados na figura a baixo.

Figura.2. Esquema de viga para uma passarela de madeira.


Fonte: livro de complexo tecnológico da superfície da mina.

Falando agora das passarelas feitas de metal com estrutura de viga, estas são utilizadas
habitualmente nos casos em que sobre elas estarão assentes correias transportadoras ou vagões
ferroviários ligeiros. Isto deve-se ao facto de que elas não estejam capacitadas para suportar
grandes cargas.

Figura.3. Esquema de viga para uma passarela de metal.

Fonte: livro de complexo tecnológico da superfície da mina.

2.2.Escoramentos
2.2.1. Esquema de escoramentos
Bem, neste caso também vamos considerar duas mesmas variantes: a passarela de madeira e a de

aço. As passarelas de madeira com estrutura nos seus feixes de luz de escoramento podem ser
usadas em condições permanentes de trabalho (para obras de mais de 15 anos). Elas são utilizadas

fundamentalmente em casos em que sobre elas irão circular meios de transporte ligeiros.
Figura 4: Esquema de escoramento para uma passarela de madeira. 1: Apoio 2: Fundação do

apoio 3: Escoramentos 4: Vigas de reforço 5: Cabo.

Fonte: livro de complexo tecnológico da superfície da mina.

Como pode-se observar na figura 4 a luz e a altura destas passarelas são maiores relativamente às

presentes no esquema da viga. Já as passarelas de aço, encontram o seu uso muito difundido para
diferentes condições e

trabalho.
Figura 5: Esquema de escoramento para uma passarela de metal. 1: Apoio 2: Fundação 3:

Escoramento.

Fonte: livro de complexo tecnológico da superfície da mina.

2.3.Cercha
2.3.1. Esquema de cercha
Este esquema pode ser considerado como sendo um melhoramento do esquema que o antecede já

que neste, é adicionado o cabo (5) e a cinta (6) com o que se pode aumentar ainda mais distância
entre os apoios.

Figura.6. Esquema de cercha. 1: Apoio 2: Fundação 3: Escoramento 4: Vigas de reforço 5: Cabo


6: Tirante

Fonte: livro de complexo tecnológico da superfície da mina.


3. Dimensão das passarelas

A determinação das dimensões das passarelas consiste em encontrar a sua altura e largura. A altura
das passarelas horizontais é estabelecida a partir da altura do nível em que ela se comunica e é
feita a partir do nível zero ao nível da cabeça dos carris ou ao bordo superior do andaime
(dependendo da existência ou não de uma via ferroviária). No caso de passarelas inclinadas a sua
altura é tomada pelas dimensões dos seus extremos. A largura das passarelas determina-se
dependendo do tipo de transporte que sobre elas irão circular. Assim, temos que a largura das
passarelas pelas quais irão possuir vias ferroviárias determina-se a partir do espaço necessário entre
as vias (em caso de mais de uma via), que de acordo com as regras de segurança deve ser de pelo
menos 200 mm. Aqui deve-se prever a existência de corredores para o tráfego humano em ambos
lados com uma largura mínima de 700 mm.

A largura das passarelas com correias transportadoras depende do tipo de transporte empregue e a
sua quantidade. Em caso haver somente uma correia transportadora são previstos corredores para
o pessoal em ambos lados com uma largura mínima de 700 mm. Se está contemplado que nesta
passarela será realizada a recolha de rocha ou uma classificação manual então em seguida os
corredores em ambos lados devem ter pelo menos 1.100 mm de largura. Em caso de existirem duas
correias transportadoras estabelece-se um espaço entre elas de 700 mm e em ambos lados, espaços
de montagem de pelo menos 400 mm. Nos casos em que se prevê realização uma classificação
manual ou recolha de rocha em ambos transportes, deve-se deixar entre eles um espaço de
montagem de 400 mm e em ambos lados

espaços de 1.100 mm.

Em caso de ser fechada a altura da galeria se estabelece a partir do critério de que se produza

movimento sem obstáculo de pessoal, tomando-se como norma que pelo menos uma altura de

2,2 m desde o piso até as partes do interior do telhado.


4. Cargas de cálculo que atuam sobre as passarelas

Ao realizar-se um projeto de passarela tem de se ter em conta as seguintes cargas de cálculo:

a) Cargas causadas pelo peso da construção;


b) Cargas causadas pela pressão do vento e o peso da neve (em países frios);
c) Cargas produzidas pelo peso de pessoal;
d) Cargas produzidas pelo peso de diferentes equipamentos e meios de
Transporte;
e) Cargas resultantes do trabalho dos equipamentos e mecanismos (cargas dinâmicas)

a) Cargas causadas pelo peso da construção

Nas passarelas de madeira e metálicas com luzes (distância entre os apoios) de até 5 m, são
tomados para o cálculo somente o peso da parte destinada ao movimento, ou o peso da plataforma,
das vigas transversais, longitudinais e o da galeria (se a passarela for fechada), peso da estrutura
de luzes não é levado em consideração. Em caso das distâncias entre os apoios forem maiores, o
peso das estruturas de luzes é levado em consideração e é de acordo com os dados construtivos
mediante o cálculo.

b) Cargas causadas pela pressão do vento e o peso da neve (em países frios)

Conforme a atividade do vento fica comprometida a estabilidade lateral da passarela durante a


basculação. A pressão do vento que atua na forma horizontal por toda a área lateral da passarela
(galeria, estrutura de luzes e apoios).

Quando calculamos passarelas abertas que possuem vias ferroviárias se considera que em toda sua
extensão vão estar espaços vazios, os quais recebem a pressão do vento. A carga causada pelo peso
da neve somente é tomada em conta, em passarelas fechadas e o seu cálculo é realizado de acordo
com a região climática a partir das normas existentes a seu respeito.
c) Cargas produzidas pelo peso de pessoal

Quando calculamos passarelas, temos de ter em conta que durante o período de montagem, em
caso de avarias e em determinadas situações, em seus corredores haverá uma aglomeração de
pessoas, a qual produzirá uma carga, a que consideramos que atua uniformemente distribuída com
valores de 200 à 400 kg por m2.

d) Cargas produzidas pelo peso de diferentes equipamentos e meios de Transporte

Aqui podemos mencionar as cargas produzidas pelas correias transportadoras, skips, locomotivas,
vagões, basculantes, etc. Estas cargas são estabelecidas conforme o projeto tecnológico existente
e em outras situações para simplificar os cálculos se substituem as cargas uniformemente
distribuídas por cargas concentradas aplicadas no centro (isto pode ser feito em cargas pequenas)

e) Cargas resultantes do trabalho dos equipamentos e mecanismos (cargas dinâmicas)

O efeito dinâmico que é produzido durante o trabalho dos equipamentos e mecanismos toma-se
em conta afetando o valor da carga estática por um coeficiente empírico cujos valores são os
seguintes:

Tabela 1: Tabela da relação entre a carga estática e um coeficiente empírico.

Fonte: livro de complexo tecnológico da superfície da mina.


Durante o cálculo também tem de ser ter conta os esforços horizontais que podem surgir por causa
da travagem dos móveis, do choque dos vagões com os prendedores, durante o funcionamento das
peneiras oscilatórias, etc. Estes efeitos horizontais atuam segundo o comprimento da passarela e
transmitem-se através da estrutura das luzes aos apoios.

5. Tipos de passarelas de acordo com o material de que são feitas

5.1.Passarelas de madeira

Atualmente, na indústria mineira somente são empregues as passarelas feitas de madeira com

fins temporários ou com carácter permanente em minas de pequena dimensão que tenham uma

produtividade reduzida e uma curta vida útil.

Como anteriormente referido, dependendo da estrutura das suas luzes, as passarelas de madeira

podem ser de 3 tipos: de viga, de escoramento e de cercha.

5.2.Passarelas de aço

Nos dias de hoje, estas são as mais usadas na mineração. São construídas segundo as variantes de
estrutura das luzes vistas anteriormente, dependendo da carga que vai sobre ela atuar.
Normalmente durante a sua construção são usados perfis de duplo T ou trilhos ferroviários.

Nestas passarelas, geralmente a plataforma faz-se de tabelas as quais estão assentes sobre a
estrutura metálica. Em caso de estas passarelas serem fechadas, as galerias fazem-se com paredes
de tijolos correntes ocos ou com placas de fibrocimento.

Os apoios destas passarelas são feitos com a forma de armaduras as quais são retangulares se o
apoio não for muito alto. Quanto maior for a altura do apoio, maior será a pressão do vento e,
portanto, para garantir a estabilidade do mesmo devemos dar uma distância maior entre os seus
pés, o qual atribui-se uma forma trapezoidal.
5.3.Passarelas de concreto armado
Estas passarelas atualmente, são as menos usadas relativamente as de aço na mineração, o que
acontece devido ao grande tempo necessário para a sua construção e por constituírem trabalhos de
construção bastante complexos.

Não obstante, estas passarelas possuem uma série de qualidades valiosas como por exemplo:

1. Possuem uma grande rigidez;


2. São duradouras;
3. Suportam bem as cargas dinâmicas; e
4. O seu emprego conduz a uma economização de aço.

Devido ao desenvolvimento alcançado nos últimos anos na construção de produtos pré-fabricados


de concreto armado, pode-se supor que num futuro próximo as passarelas de concreto armado
serão utilizadas nas minas.

5.4.Passarelas mistas

Nestas passarelas é comum que os apoios sejam feitos de tijolos maciços, pedras e concreto,
enquanto que as armaduras e estrutura das luzes são feitas de aço (raramente estas são feitas de
concreto armado), e a parte destinada ao tráfego, como já vimos no caso das passarelas de aço.

6. Elementos que possibilitam a análise e caracterização das passarelas

É possível analisar e caracterizar as passarelas, a partir de basicamente quatro elementos:

 O tipo de acesso;
 O tipo de tabuleiro;
 O tipo de vedações; e
 O tipo de sistema estrutural utilizado.
6.1.O tipo de acesso

Falando da transposição dos obstáculos, é importante referir que as passarelas podem ligar lugares
do mesmo nível ou então, lugares de níveis diferentes em relação aos níveis de circulação dos
pedestres. São conhecidas três situações de nível:

 Duas extremidades de um mesmo nível; (figura 7)


 Apenas uma extremidade no mesmo nível; e (figura 8)
 Duas extremidades em níveis diferentes. (Figura 9)

Figura.7. Acesso nas duas extremidades de um mesmo nível.

Figura.8. Acesso em apenas uma extremidade no mesmo nível.


Figura.9. Acesso duas extremidades em níveis diferentes.

Quando a extremidade se encontra ao mesmo nível relativamente ao de circulação do pessoal, o


acesso é feito de forma natural como se fosse uma continuidade do percurso dos pedestres, porém,
quando está em nível diferente, o acesso tem de resolver o problema de transposição de nível.
Razão pela qual as soluções para estes casos devem obedecer às posturas existentes, contemplar
as questões de conforto, serem de fácil identificação de forma a articulá-los corretamente aos
percursos dos pedestres, como também torná-los convidativos e capazes de induzir a utilização da
passarela.

É sabido de que existem passarelas com sistemas mecânicos como elevadores, escadas rolantes e
rampas mecanizadas, no entanto, vale ressaltar que estas soluções são muito onerosas no
concernente a sua implantação bem como na sua manutenção e só são utilizadas em situações
muito especificas, como em terminais urbanos de transporte aéreo, rodoviário ou mesmo
ferroviário. Os elementos de transposição de nível mais utilizados são as escadas e rampas ou a
utilização da passarela em arco tornando não só o acesso, mas toda a passarela uma grande rampa,
o que acarreta um aumento considerável do vão da passarela.

 Escadas

As escadas constituem uma solução para transposição de nível que impõe o menor percurso ao
pedestre e requerendo também menor espaço para a sua implantação. No entanto, embora estas
necessitem de pouca área para sua implantação, imponha um percurso menor ao pedestre e
consequentemente menor tempo para a transposição de nível, a escada exige um maior esforço
físico e dificulta sua utilização por crianças, idosos, portadores de dificuldade de locomoção, ou
transposição de objetos de maior porte.
 Rampas

As soluções provenientes das rampas apresentam a vantagem de permitir seu acesso a pessoas
portadoras de dificuldade de locomoção, bem como transporte mais fácil de pequenos carrinhos, e
objetos com rodas. A declividade máxima com conforto para uma rampa é de 15% proporção
1:6,5, mas normalmente só se utilizam rampas com declividade entre 10% e 12,5% proporções de
1:10 e 1:8 respectivamente. Somando o percurso necessário para subir e descer ao mesmo nível
tem-se o percurso total a ser percorrido pelo pedestre apenas para a transposição de nível, e se
considerarmos uma largura mínima de 1,50 m para a passarela, podemos determinar uma área
mínima para implantação da rampa.

Tabela 2: Percurso e área para implantação de rampas, para desnível de 6,0 m.

As rampas também podem assumir formas lineares, curvas e helicoidais quadradas ou circulares,
e mesmo não concentrando matéria em pequenas áreas, são elementos de grande porte e forte
presença na paisagem urbana.

6.2.Tipo de tabuleiro

Os tabuleiros das passarelas têm sua largura definida em função do fluxo de pedestres.
Normalmente têm largura superior a 1,50 m e existem passarelas com largura de até 8,0 m. Na
maioria dos casos a largura varia entre 2,0 e 4,0 m. No caso de as passarelas serem utilizadas por
ciclistas, estes valores devem ser acrescidos de 2,0 a 3,0 m não sendo aconselhável largura total
inferior a 6,0 m. Para o cálculo da largura pode-se adoptar:
Onde:

B: largura do tabuleiro, m.

Q: número de pedestres atravessando a passarela por hora.

d: densidade - número de pessoas por m2 = 1,6 à 1,8 pessoas/m2 – na prática adopta-se 1

pessoa/m2. v: velocidade (normal = 1,0 m/s, em horários de maior movimento = 1,5 m/s).

O movimento normal será de: 18 pessoas/minuto/metro

O maior movimento será de: 54 pessoas/minuto/metro

É importante observar que, dependendo do tipo e quantidade de acessos, a largura pode sofrer
algum aumento na região do acesso de forma a não criar problemas ao fluxo dos pedestres.

Os tabuleiros podem ser executados com diversos materiais. Os mais utilizados são o aço, a
madeira e o concreto moldado no local ou pré-moldado. O tipo de revestimento do piso varia de
acordo com o material de que é executado o tabuleiro, mas deve ser antiderrapante, principalmente
nas rampas. Nos tabuleiros de concreto ou madeira normalmente utiliza-se o próprio material para
o piso, já nos tabuleiros em aço é comum a utilização de revestimento asfáltico ou pinturas nas
quais se adicionam materiais abrasivos, para tornar o piso antiderrapante.

6.3.Tipo de vedações

Por questões de segurança, as passarelas devem sempre possuir algum tipo de vedação que garanta
não só a segurança como também o conforto dos usuários. As vedações podem se limitar a guarda
corpos e corrimão, e até serem completas, com cobertura e tapamento lateral. O elemento principal
e essencial da vedação é o guarda corpo que é um elemento muito importante na definição formal
da passarela e por isso deve ser muito bem projetado e executado. Ele serve de proteção lateral e
confere uma sensação de segurança ao pedestre. Pode ser concebido como um elemento isolado
apenas fixado ao tabuleiro ou incorporado estruturalmente e formalmente ao mesmo.
Passarelas com sistemas de vedação mais completo, apresentando cobertura e vedação lateral,
oferecem maior conforto e segurança física aos usuários, além de proteger melhor as vias
transpostas, evitando que lixo ou detritos possam ser lançados sobre as mesmas. São mais
utilizadas quando ligam ambientes fechados ou cobertos, ou quando transpõem vias ou locais que
exijam maior segurança, como vias de metro, outras coberturas ou vias de grande tráfego.

Dois aspectos devem ser observados quando da decisão de se adoptar vedações mais completas: o
primeiro é a questão de segurança, pois ambientes fechados tendem a parecer e mesmo ser menos
seguros para os pedestres, que ficam isolados e pouco visíveis de todo o entorno. Este aspecto
pode ser amenizado com a utilização de sistemas de tapamento mais transparentes, porém quase
sempre de custo mais elevado e o segundo aspecto diz respeito à forma e imagem da passarela,
que tende a ficar com maior volume e maior presença visual na paisagem, sendo mais adequado a
lugares mais amplos, com menos poluição visual.

Nas vedações laterais, utiliza-se com mais frequência materiais mais transparentes, como as telas
metálicas, as chapas perfuradas e os tapamentos translúcidos em vidro ou policarbonato, de forma
a não confinar o pedestre em seu percurso.

6.4.O tipo de sistema estrutural utilizado

Os sistemas estruturais são definidores das principais características das passarelas. Podem definir
sua forma e expressão plástica e impõem requisitos relativos a vãos, apoios, acessos, gabaritos e
processos de montagem. Os vários tipos de passarelas podem ser classificados pelo material
empregado (aço, concreto ou madeira), pela dimensão do seu vão (pequeno médio ou grande) ou
pelo sistema estrutural utilizado (viga, treliça, arco e suspensão).

6.4.1. Passarelas em arco

Os arcos constituem, certamente, um sistema estrutural mais utilizado em toda a história do


Homem na construção de pontes e passarelas. Os arcos podem ser definidos como um sistema no
qual as cargas gravitacionais são transmitidas aos apoios principalmente por esforços de
compressão, devendo os apoios resistir a esforços verticais e horizontais no sentido de abertura do
arco. Passarelas em arco são mais adequadas para vãos entre 30 a 40 m. O arco isostático ou arco
tri articulado, possui apoios articulados e uma articulação central. Já os arcos hiperestáticos podem
ser bi apoiados com apoios rotulados, ou engastados. As condições de apoio e o número de
vínculos existentes influem no comportamento dos arcos e na definição de sua geometria, bem
como a distribuição e a natureza dos esforços a que está solicitado, caracterizando funiculares e
linhas de pressão diferenciadas.

6.4.2. Passarelas em treliça

Treliça é o nome dado ao sistema estrutural composto por barras retas, submetidas praticamente
apenas a esforços axiais de tração ou compressão, formando triângulos, cujas ligações são
concebidas como rótulas. Este arranjo dos elementos permite construção de estruturas de grande
altura e pouco peso, configurando-se com uma estrutura bastante rígida em seu plano e muito
eficiente, apresentando deformações e deslocamentos pequenos. As treliças podem ser estruturas
planas ou tridimensionais. As treliças planas suportam carregamento apenas no seu plano, e podem
requerer um sistema de travamento lateral dos seus banzos, principalmente daquele submetido a
esforços de compressão, enquanto que as treliças tridimensionais podem assumir uma
configuração de elementos estruturais tridimensionais, ou de uma grande estrutura tridimensional
semelhante a um tubo dentro do qual temos o tabuleiro. Esta configuração é bastante adequada
quando existem demandas de fechamento ou cobertura da passarela.

6.4.3. Passarelas em viga

As estruturas em vigas trabalham basicamente com esforços de cisalhamento e momento fletor,


mas de forma muito menos eficiente que a compressão nos arcos ou a tração nas estruturas
suspensas. Por estarem sujeitas a momentos fletores, trabalhando com esforços de tração e
compressão na mesma secção, as vigas comportam-se melhor se tiverem altura suficiente para
gerar um binário de esforços capaz de resistir internamente ao momento fletor solicitante. Além
disso, como apenas as fibras extremas são a única porção de sua secção submetida inteiramente
aos esforços, torna-se difícil à distribuição do material na sua secção transversal. A utilização de
sistema de viga mista pode resolver os problemas de instabilidade lateral mas impõe a utilização
de tabuleiro em concreto com moldagem no local, pelo menos na região dos conectores.
O sistema é o mais eficiente e barato para pequenos vãos, mas sua utilização é também viável para
vãos maiores. Sistemas de vigas duplas podem ser utilizados em vãos entre 10 e 25 m, vigas mistas
de 10 a 50 m e vigas caixão de 20 a 60 m.

6.4.4. Passarelas em suspensão

O sistema de passarelas em suspensão é basicamente formado por dois cabos principais,


pendurados em torres e ancorados na extremidade, nos quais o tabuleiro está suspenso por uma
série de outros cabos. O principal elemento de sustentação do sistema pênsil são os cabos flexíveis
projetados de forma a transferir as maiores cargas para a torre e para a ancoragem por tração direta.
O tabuleiro é pendurado ao cabo principal por cabos também tracionados, e o cabo principal é
travado no nível do tabuleiro por um par de treliças ou por um sistema de vigas, que conferem
estabilidade ao sistema.

Este sistema de travamento é necessário e fundamental para controlar os movimentos


aerodinâmicos e os ângulos limites locais do tabuleiro.

7. Metodologia simplificada de cálculo das passarelas

Quando vamos projetar uma passarela devemos calcular os seguintes parâmetros:

 A sua largura;
 As vigas transversais;
 A plataforma;
 As vigas longitudinais;
 Os apoios e sua fundação; e
 Realizar o ensaio da estabilidade da passarela.

Desenvolve-se uma metodologia de cálculo simplificado e para este será escolhida uma passarela
com uma via ferroviária para o centro e corredores para o tráfego humano de ambos lados.
7.1.Cálculo de vigas transversais

Em primeiro lugar devemos fazer os cálculos da largura (A) que a passarela terá.

Figura. 10. Esquema para o cálculo da largura da passarela.

Fonte: livro de complexo tecnológico da superfície da mina.

A = a + B + C+ 2f

Onde:

C e a: largura dos corredores para o tráfego humano, devendo ser de pelo menos 700 mm cada

um.

B: largura do vagão ou da locomotiva em mm.

f: comprimento complementar que serve para fixar os PÉS DE AMIGO que sustentam a grade.

Depois de calculada a largura da passarela, calcula-se em seguida a viga transversal para a qual

devemos calcular a carga exercida pelo pessoal e pelos vagões carregados.

A carga produzida pelo pessoal em comprimento em m (R) será:


𝑎𝛿𝑔 𝑐𝑔
R1= e R 2=
1 2

Onde:

δ: distância entre as vigas transversais.

g: carga produzida pelo pessoal, sendo considerado entre 20,0 à 40,0 μPa.

A carga produzida pelos vagões carregados que se transmite às vigas transversais através dos

seus carris, considera-se que estão atuando em forma de duas cargas concentradas ( dois carris)

P1 e P2 cuja magnitude será:

𝑄𝑥𝐾1
P1 = P 2=
2

Onde:

Q: peso do vagão carregado.

K1: coeficiente tomando em consideração o efeito dinâmico, habitualmente considerado igual à


1,2.

Ou seja, o cálculo da viga transversal é feito separadamente, para a luz L a partir das cargas
concentradas P1 e P2 e para as luzes l1 e l2 a partir das cargas uniformemente distribuídas R1 e R2.

De tal forma que os momentos flectores serão:

 Para a luz L:

𝑃(𝐿­𝑏)
MfL= , kgf-m
2
Onde:

b: largura da via férrea, mm

 Para a luz l1 e l2:

𝑅1𝑥𝑙12
Mfl1= , kgf-m
2

𝑅1𝑥𝑙22
Mfl1= , kgf-m
2

Para o cálculo de uma viga leva-se em consideração o maior momento fletor e passa-se a calcular
o momento de resistência (W):

Onde:

σf: resistência à reflexão do material usado, kgf-m2.

Se a viga for de aço, escolhe-se o tipo de aço (para conhecer o valor de σf) e o tipo de perfil (ou
seja, se é duplo T, em U, etc.); uma vez que se obtido o valor de W, vai-se às tabelas de perfis e
busca-se o perfil que melhor satisfaz a condição dada. Se a viga for de madeira, usam-se as
seguintes expressões para calcular a sua espessura dependendo da forma da secção da viga.

Para uma viga redonda:


Para uma viga retangular:

Para uma viga quadrada:

Onde:

d: diâmetro da viga, cm

e: espessura da viga, cm

b: largura da viga, cm

Se a viga fosse feita de betão, iria estabelecer-se a sua resistência a flexão segundo a marca de
betão e o tipo de armadura usado e se depois seriam achadas as dimensões com as suas fórmulas
dadas.

7.2.Cálculo da plataforma

Para desenvolver este cálculo baseamo-nos no seguinte esquema.

Figura 11: Esquema do cálculo da plataforma.


Podemos decidir que o momento fletor que se produz na luz (δ) para a largura a ou c será:

Onde:

q = gδ0 , kgf/m

Sendo δ0 a largura das tabelas usadas na plataforma. Uma vez conhecido o momento fletor
podemos calcular o W usando a seguinte expressão:

Onde:

f: resistência a flexão da madeira, a qual depende do seu tipo e a espessura destas tabelas será:

, para tabelas retangulares.

, para madeira redonda.

7.3.Cálculo de vigas longitudinais

Neste cálculo, vamos supor em primeiro lugar que a estrutura das luzes é do tipo de vigas.
Figura 12: Esquema do cálculo da viga longitudinal.

A carga que atua sobre as vigas longitudinais é recebida das vigas transversais, e se produz em
cada viga um Q que será igual à soma de P + R (supondo que existam duas vigas longitudinais).
Para simplificar os cálculos vamos considerar que a carga que atua sobre a viga longitudinal é
uniformemente distribuída e tem uma magnitude:

Onde:

N: número de vigas transversais entre os apoios.

L: distância entre os apoios.

Conhecida a carga atuante podemos calcular o momento fletor que se produz sobre a viga:
Em seguida:

Procedendo e dependendo do material usado, como vimos para viga transversal.

Se a estrutura das luzes fosse de um sistema de escoramentos, o ponto de união entre os 2


escoramentos será considera como um apoio separado, e de acordo com isto os trechos l1 l2 são
considerados como luzes, e para efetuar o seu cálculo procede-se como vimos anteriormente.

Figura 13: Esquema do cálculo da viga longitudinal.

Aqui, a reação do apoio formado pelos dois escoramentos se decompõe segundo a regra do
paralelogramo em duas forças Q1 e Q2 que atuam segundo a direção do escoramento sobre os
pontos B e C dos apoios, além da força normal Q, as forças Q1 e Q2 segundo a direção do
escoramento.

7.4.Cálculo dos apoios

Os apoios das passarelas, são calculados levando-se em conta os esforços verticais que sobre elas
atuam que se devem ao peso próprio de construção e móveis que se encontram sobre ela, e do
pessoal. No cálculo de apoios também levam em conta os esforços produzidos pela ação do vento
que se considera que atua pelos lados (perpendicular a estes) e os esforços longitudinais (segundo
o comprimento da passarela) causados pela travagem dos equipamentos e pelos escoramentos.

A área F dos apoios é determinada de uma análise de três condições:

 Como é lógico, a primeira condição é a resistência, ou seja:

Onde:

P: esforço vertical máximo que atua, kg.

σ: tensão permissível do material pelo qual é feito o apoio, kgf/m2.

A outra conclusão que se analisa é sobre a flexão longitudinal, usando a expressão:

Onde:

l: altura livre do apoio.

E: módulo de elasticidade.

l: momento da inércia do apoio.

Devendo-se escolher uma área F tal que o seu momento de inércia satisfaça a expressão:
8. Conclusão

Ao longo da elaboração do trabalho, adquiriu muito conhecimento no que concerne as passarelas.


Que elas desempenham um papel muito importante na mineração, facilitando a circulação segura
dos trabalhadores e dos transportes utilizados no empreendimento mineiro. Onde destacamos
alguns pontos muito importantes para a segurança da mesma através dos seguintes aspectos: As
passarelas de trabalho devem possuir largura mínima de 60 cm quando se destinarem ao transito
eventual e de 80 cm nos demais. Passarelas com inclinação superior a 15º e altura superior a 2 m
devem possuir rodapé de 20 cm e guarda-corpo com tela até a uma altura de 40 cm acima do rodapé
em toda a sua extensão ou outro sistema que impeça a queda do trabalhador.
9. Referências bibliográficas

 COERTEZ, J.A. Simões – "exploração a Ceu Aberto" – Apontamentos da Cadeira de


Métodos de Exploração de Minas e Pedreiras (1975).

 MARKOVICH, M.P.; Construcción de obras y realización de los trabajo de construcciónen


la superficie de la mina; ed. Estatal Científico – Técnica; Moscú; 1962.

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