Você está na página 1de 4

ARRENDAMENTO RURAL

O que é arrendamento rural?

Arrendamento rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder a
outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo do imóvel rural, parte, partes ou a
totalidade deste, incluindo, ou não, outros bens, benfeitorias ou facilidades, com o
objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial,
extrativa ou mista, mediante certa retribuição ou aluguel, observados os limites
percentuais previstos no Decreto n.º 59.566/66

De um lado, temos o proprietário do imóvel ou quem detém a posse, intitulado


“arrendador”, e, do outro lado, temos quem vai exercer a atividade agrícola,
pecuária, agroindustrial, extrativa ou mista no imóvel, o chamado “arrendatário”.

Qual é a diferença entre arrendamento rural e contrato de parceria rural?

Tanto o arrendamento rural quanto a parceria rural são contratos agrários em que se
cede a posse ou uso do imóvel rural de forma temporária.

O arrendamento rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à
outra o uso e gozo de imóvel rural com o objetivo de nele ser exercida atividade de
exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa ou mista, mediante certa
retribuição ou aluguel. Ou seja, é fixado um valor que será pago pelo arrendatário ao
arrendador independentemente da produção, garantindo ao proprietário do imóvel,
ainda que a atividade dê prejuízo, o recebimento de um aluguel.

Já a parceria rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra
o uso especifico de imóvel rural com o objetivo de nele ser exercida atividade de
exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa vegetal ou mista mediante
compartilhamento de riscos do empreendimento rural, dos frutos, produtos ou lucros
nas proporções que estipularem, bem como das variações de preço dos frutos obtidos
na exploração do empreendimento rural.

Portanto, no contrato de arrendamento rural o proprietário transfere a utilização do


imóvel para o arrendatário em troca de um aluguel, sendo este o único responsável
pelo desenvolvimento do negócio; enquanto que, na parceria agrícola, embora o
proprietário transfira o uso do imóvel para o arrendatário, ambos compartilharão os
riscos, frutos e lucros do negócio.
Outra diferença importante entre esses dois contratos agrários diz respeito à
tributação, uma vez que no arrendamento rural o rendimento recebido pelo
proprietário dos bens rurais cedidos é tributado como se fosse um aluguel. Já no
contrato de parceria rural, ambos serão tributados como atividade rural na proporção
que lhes couber.

Preço a ser pago pelo arrendatário


O arrendamento só pode ser contratado em preço fixo e em dinheiro. Não é autorizado
estabelecer como valor do arrendamento parte de produtos e frutos ou semelhantes
como se dinheiro fosse. Contudo, o pagamento pode ser efetuado tanto em dinheiro,
como em produtos ou frutos, conforme preço de mercado local, nunca inferior ao
preço mínimo oficial. (art. 18 do Decreto 59.566/66). Além disso, o preço do
arrendamento, sob qualquer forma de pagamento, não poderá ser superior a 15% do
valor cadastral do imóvel, incluídas as benfeitorias que entram na composição do
contrato, salvo se o arrendamento for parcial e recair apenas em glebas selecionadas
para fins de exploração intensiva de alta rentabilidade, caso em que o preço poderá
chegar até o limite de 30%.

Prazos de duração mínimos do arrendamento

Há prazos mínimos de duração para o arrendamento rural, sendo:

3 (três) anos para culturas de ciclo curto ou pecuária de pequeno ou médio porte;
5 (cinco) anos, para as culturas de ciclo longo ou pecuária de grande porte;
7 (sete) anos, para atividades de exploração florestal.

Notificação para retomada do imóvel

É um aviso que o arrendador dá para o arrendatário quando ele quiser retomar o


imóvel arrendado, ao término do contrato. Essa notificação deve ser feita com o
mínimo de 06 (seis) meses antes do vencimento do prazo corrente. Se não houver a
notificação nesse prazo, o contrato é prorrogado automaticamente por um novo
período.

Direito de preempção

Ao término do contrato, o arrendatário tem o direito de preferência na renovação do


contrato em igualdade de condições com eventuais terceiros interessados. Tal direito
vale também para a hipótese de venda do imóvel, quando o arrendatário tem o direito
de preferência para adquirir a totalidade do imóvel ou apenas a área arrendada,
quando o arrendamento é parcial, excetuando-se apenas a hipótese de quando a área
arrendada é inferior à fração mínima de parcelamento da região.

Pode haver contrato de arrendamento verbal?

É importante dizer que você poderá realizar este contrato verbalmente, sem que a
necessidade de assinar o documento.
Esse, certamente, é um ponto importante, já que na prática das grandes fazendas e até
de pequenos lotes, muitos contratos de atividade rural são feitos somente
verbalmente, fique atento caso precise realizar um contrato e decida pela forma verbal.
Nesse caso, se você fizer o contrato verbalmente ele terá a mesma validade de um
documento feito em Word ou PDF e assinado pelas partes, inclusive as testemunhas
poderão provar a existência do contrato caso seja necessário.
Posso realizar benfeitorias com o Contrato de Arrendamento Rural?

Primeiramente é importante entender o porquê é necessário saber o que são


benfeitorias realizadas no imóvel rural e qual a aplicabilidade delas na atividade rural,
as benfeitorias, que são melhorias e podem ser realizadas ao longo do tempo no
hectare que é objeto do contrato.
Essas melhorias podem ser de dois tipos:
As voluptuárias, não são essenciais só tornam o ambiente mais agradável. Já as úteis,
aumentam ou facilitam o uso do imóvel rural.
As necessárias, por sua vez, tem por fim conservar o imóvel rural ou evitar que se
estrague.
É muito importante que você fique atento às benfeitorias no contrato, pois o
arrendatário, no término do contrato, terá direito à indenização das benfeitorias
necessárias e úteis.
Quanto às voluptuárias, somente será indenizado se sua construção fôr expressamente
autorizada pelo arrendador.

Quais são as atividades de exploração que podem estar no Contrato de


Arrendamento Rural?

As atividades de exploração que podem constar em um Contrato de Arrendamento


Rural podem variar de acordo com o acordo específico entre as partes envolvidas.
No entanto, algumas das atividades mais comuns que podem ser mencionadas em um
Contrato de Arrendamento Rural incluem:
Agricultura: O arrendatário pode ser autorizado a cultivar culturas agrícolas no terreno
arrendado, como grãos, frutas, legumes, cana-de-açúcar, café, entre outros, de acordo
com as práticas agrícolas adequadas e as condições do solo.
Pecuária: O arrendatário pode ser autorizado a criar animais no terreno arrendado,
como gado, aves, suínos, ovinos, entre outros, de acordo com as práticas pecuárias
adequadas e em conformidade com a legislação aplicável.
Silvicultura: O arrendatário pode ser autorizado a realizar atividades de plantio,
manutenção e exploração de florestas no terreno arrendado, de acordo com as leis
ambientais e de silvicultura aplicáveis.
Extração mineral: Em algumas situações, o Contrato de Arrendamento Rural pode
permitir a exploração de recursos minerais, como areia, argila, cascalho, entre outros,
desde que esteja em conformidade com a legislação de mineração do Brasil.
Pesca e aquicultura: Dependendo da localização do terreno arrendado, pode ser
permitido ao arrendatário realizar atividades de pesca ou aquicultura, de acordo com
as leis e regulamentos de pesca e aquicultura aplicáveis.
Atividades de agroturismo: Em alguns casos, o Contrato de Arrendamento Rural pode
permitir ao arrendatário desenvolver atividades de agroturismo, como hospedagem
rural, passeios, venda de produtos agrícolas diretamente ao consumidor, entre outros.
Outras atividades relacionadas ao uso rural: Dependendo do acordo entre as partes, o
Contrato de Arrendamento Rural pode incluir outras atividades relacionadas ao uso
rural, como apicultura, produção de leite, produção de ovos, entre outros.

Você também pode gostar