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CONTRATOS AGRÁRIOS

1 Defina o contrato de arrendamento rural.


Arrendamento rural é o negócio jurídico pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por tempo
determinado ou não, o uso e gozo de imóvel rural, parte ou partes do mesmo, incluindo, ou não, outros bens,
benfeitorias e ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade (agrária) de exploração agrícola,
pecuária, agroindustrial, extrativa ou mista, mediante certa retribuição ou aluguel, observados os limites
percentuais da Lei.
*a principal diferença entre os contratos agrários é a estipulação do preço (partilha ou não e etc).
*O risco no arrendamento não é partilhado, já na parceria rural sim.
*O preço pode ser estipulado unidade de produto ou hectare, mas não pode ser por produção.

2 Defina o contrato de parceria rural.


Parceria rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou
não, o uso especifico de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, incluindo, ou não, benfeitorias, outros
bens e ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, pecuária,
agroindustrial, extrativa vegetal ou mista; e ou lhe entrega animais para cria, recria, invernagem, engorda ou
extração de matérias primas de origem animal, mediante partilha de riscos do caso fortuito e da força maior
do empreendimento rural, e dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que estipularem,
observados os limites percentuais da lei.

Obs: a diferença é o objeto e a forma de estipulação do preço. (Arrendamento = Hectare, independente da


produção – O arrendador não sofre o risco da produção, mas o risco natural). (Parceria: na parceria será
sempre uma participação).

3 Defina parceria agrícola.


Quando o objeto da cessão for o uso de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, com o objetivo de nele
ser exercida a atividade de produção vegetal.

4 Defina parceria pecuária.


Quando o objetivo da cessão forem animais para cria, recria, invernagem ou engorda.

5 Defina parceria agroindustrial.


Quando o objeto da sessão for o uso do imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, ou maquinaria e
implementos, com o objetivo de ser exercida atividade de transformação de produto agrícola, pecuário ou
florestal.

6 Defina parceria extrativista.


Quando o objeto da cessão for o uso de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, e ou animais de qualquer
espécie, com o objetivo de ser exercida atividade extrativa de produto agrícola, animal ou florestal.

7 Como proceder no caso de existir no mesmo imóvel entre as mesmas partes contratos que misture
aspectos de arrendamento e parceria.
Art. 6º Ocorrendo entre as mesmas partes e num mesmo imóvel rural avenças de arrendamento e de
parceria, serão celebrados contratos distintos, cada qual regendo-se pelas normas especificas estabelecidas
no Estatuto da Terra, na Lei nº 4.947-66 e neste Regulamento.

8 Que tratamento deve se dar a um contrato Agrário escrito que contenha disposições contrárias ao
estatuto da terra e seu decreto regulamentador?
Art. 2º Todos os contratos agrários reger-se-ão pelas normas do presente Regulamento, as quais serão de
obrigatória aplicação em todo o território nacional e irrenunciáveis os direitos e vantagens nelas instituídos.
Parágrafo único. Qualquer estipulação contratual que contrarie as normas estabelecidas neste artigo, será
nula de pleno direito e de nenhum efeito.
*as cláusulas são nulas de pleno direito.
*anula-se a disposição contratual e não a clausula de contrato.

9 Que tratamento deve se dar a um contrato Agrário verbal em que se verifique que as partes
acordaram disposições contrárias ao estatuto da terra e seu decreto regulamentador?
Art. 11. Os contratos de arrendamento e de parceria poderão ser escritos ou verbais. Nos contratos verbais
presume-se como ajustadas as cláusulas obrigatórias estabelecidas no art. 13 deste Regulamento.
Art. 2º Todos os contratos agrários reger-se-ão pelas normas do presente Regulamento, as quais serão de
obrigatória aplicação em todo o território nacional e irrenunciáveis os direitos e vantagens nelas instituídos.
Parágrafo único. Qualquer estipulação contratual que contrarie as normas estabelecidas neste artigo, será
nula de pleno direito e de nenhum efeito. (o contrato oral teve nova nuance a partir do NCPC)

10 Sofre um contrato Agrário solução de continuidade (terminar o contrato) em caso de alienação do


imóvel ou instituição de ônus reais sobre ele?
Não, o contrato tem que cumprir as obrigações provenientes do contrato
Art. 15. A alienação do imóvel rural ou a instituição de ônus reais sobre ele, não interrompe os contratos
agrários, ficando o adquirente ou o beneficiário, sub-rogado nos direitos e obrigações do alienante ou do
instituidor do ônus.
*Art. 92 do estatuto da terra
*solução de continuidade: resolução, forma de terminar/interromper o contrato.

11 Há algum limite de valor para que os contratos agrários possam ser provados em juízo por
testemunhas?
Art. 14. Os contratos agrários, qualquer que seja o seu valor e sua forma poderão ser provados por
testemunhas.
É válido provar com qualquer valor

12 Faça uma rápida análise de legalidade do art. 17, § 1º do Decreto 59566/66, em virtude do disposto
no Estatuto da Terra, comparado com o novo Código Civil e as disposições constitucionais da ordem
econômica e social.
É legal, porque a lei dispõe assim. Deve-se considerar a hipossuficiência do arrendatário (??). É o
posicionamento que está sendo aplicado.
Inconstitucional porque o direito de propriedade no caso de desapropriação, deve ser um valor justo. Então
recolher os impostos vinculados com o valor do aluguel incentiva arrecadar dinheiro. Se um declara menos
para o governo, o arrendatário também quer pagar menos. Essa lei não foi recepcionada pela CF, mas
também não foi declarada inconstitucional. Ela não se encaixa no ordenamento atual de acordo com o direito
tributário (lei específica criará tributos). É uma penalidade tributária, ou seja, reduzir o valor do aluguel porque
não foi declarado o valor correto.
Isso faz com que o arrendante declare o valor real do imóvel, pois deste modo, ajudaria o Governo a
arrecadar.

13 Que condições o arrendatário deve cumprir para ter preferência na renovação do seu
arrendamento?
Os deveres do arrendatário são: pagar pontualmente o valor do arrendamento, as obrigações trabalhistas e
previdenciárias; conservar o imóvel, assim como o recebeu; preservar a fauna, a flora e os mananciais
hídricos; manter o imóvel livre de invasões e turbações e devolver os bens recebidos, assim como os recebeu
e se houver animais, deverá devolver no mesmo número, espécie e valor.

14 Quais as condições para que o arrendatário seja indenizado das benfeitorias por ele acrescidas no
imóvel?
Art. 25. O arrendatário, no término do contrato, terá direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis
(não precisa notificar) – são indenizada ambas. Quanto às voluptuárias, somente será indenizado se sua
construção for expressamente autorizada pelo arrendador.

15 Para a legislação agrária o que é uma exploração eficiente da terra?


Art. 38. A exploração da terra, nas formas e tipos regulamentados por este Decreto, somente é considerada
como adequada a permitir ao arrendatário e ao parceiro-outorgado gozar dos benefícios aqui estabelecidos,
quando for realizada de maneira:
I - Eficiente, quando satisfizer as seguintes condições, especificadas no art. 25 do Decreto nº 55.891, de 1965
e as contidas nos parágrafos daquele artigo:
a) que a área utilizada nas várias explorações represente porcentagem igual ou superior a 50% (cinquenta
por cento) de sua área agricultável, equiparando-se, para esse fim, as áreas cultivadas, as pastagens, as
matas naturais e artificias e as áreas ocupadas com benfeitorias;
b) que obtenha rendimento médio, nas várias atividades de exploração, igual ou superior aos mínimos fixados
em tabela própria, periodicamente.
*leva em consideração que tipo de tecnologia é utilizada, maquinário, acesso ao escoamento, tipo de
sementes.
Art. 6º Considera-se propriedade produtiva aquela que, explorada econômica e racionalmente, atinge,
simultaneamente, graus de utilização da terra e de eficiência na exploração, segundo índices fixados pelo
órgão federal competente.
§ 1º O grau de utilização da terra, para efeito do caput deste artigo, deverá ser igual ou superior a 80%
(oitenta por cento), calculado pela relação percentual entre a área efetivamente utilizada e a área aproveitável
total do imóvel. – Lei 8629

16 Para a legislação agrária o que é uma exploração direta e pessoal da terra?


Entende-se por cultivo direto e pessoal, a exploração direta na qual o proprietário, ou arrendatário ou o
parceiro, e seu conjunto familiar, residindo no imóvel e vivendo em mútua dependência, utilizam assalariados
em número que não ultrapassa o número de membros ativos daquele conjunto.

17 Para a legislação agrária o que é uma exploração correta da terra?


Art. 38, III - correta, quando atender às seguintes disposições estaduais no mencionado art. 25 do Decreto
número 55.891, de 1965:
a) adote práticas conservacionistas e empregue no mínimo, a tecnologia de uso corrente nas zonas em que
se situe;
b) mantenha as condições de administração e as formas de exploração social estabelecidas como mínimas
para cada região.
Incorreto é aquilo que contraria as disposições, princípios, normas e regras e etc., do Estatuto da Terra.

18 Explique o direito de preempção na aquisição do imóvel arrendado, seus requisitos e


especificações.
Art. 45. Fica assegurado a arrendatário o direito de preempção na aquisição do imóvel rural arrendado.
Manifestada a vontade do proprietário de alienar o imóvel, deverá notificar o arrendatário para, no prazo, de
30 (trinta) dias, contado da notificação, exercer o seu direito.

19 O direito de preempção na aquisição do imóvel arrendado tem natureza real ou pessoal.


R:

Os seguintes casos foram apresentados em juízo:

1) Patrício é o proprietário da terra, que havia combinado com João por escrito que lhe arrendaria para
o cultivo de hortaliças, mediante o pagamento de renda mensal de R$1.000,00. As terras de Patrício
não possuíam benfeitorias, nem eram aradas. Após tomar posse da terra, João iniciou os trabalhos de
limpeza da área e preparação do solo, tendo desistido do empreendimento após o 3º mês, alegando
que Patrício não lhe teria fornecido as condições adequadas ao cultivo que pretendia fazer,
abandonando a terra. Em pedidos contrapostos, Patrício requer a rescisão do contrato mais a
cobrança dos 3 meses que não foram pagos, e João requer indenização pelas despesas que teve na
tentativa de preparo do solo. Dê a solução ao caso.
Resposta: João não terá direito segundo art. 27 do decreto 59.566: Art. 27. O inadimplemento das
obrigações assumidas por qualquer das partes, e a inobservância de cláusula asseguradora dos recursos
naturais, prevista no art. 13, inciso II, letra "c", deste Regulamento, dará lugar facultativamente à rescisão do
contrato, ficando a parte inadimplente obrigada a ressarcir a outra das perdas e danos causados.
Art. 7º Para os efeitos deste Regulamento entende-se por exploração direta, aquela em que o beneficiário da
exploração assume riscos do empreendimento, custeando despesas necessárias.
§ 1º Denomina-se Cultivador Direto aquele que exerce atividade de exploração na forma deste artigo.
§ 2º Os arrendatários serão sempre admitidos como cultivadores diretos.
-Qual a natureza jurídica do pedido contraposto: ação do réu contra o pedido do autor.
-Art. 32 do decreto
-Art. 40 e 41 do decreto – obrigações do arrendador e do arrendatário

2) Seu Juca comprou uma fazenda de gado com excelentes pastagens e toda a infra-estrutura
necessária e adequada à atividade, embora não tivesse uma cabeça de gado. Contratou com Roberto,
grande empresário da cidade, que este compraria 1.000 bezerros machos da raça nelore com idade
entre 6 e 8 meses, desmamados, para que ficassem apascentados na nova fazenda, onde Seu Juca
iria deles cuidar e zelar, com objetivo de engorda, e ao final do contrato eles repartiriam o peso
excedente do inicial. O contrato foi firmado pelo prazo de 36 meses, mas, dado esse tempo, Seu Juca
diz que o gado ainda não está finalizado e que precisa de mais 2 anos para “chegar ao ponto”.
Roberto foi quem pediu a partilha imediata, com a venda antecipada do gado ao frigorífico local,
alegando risco de prejuízo no preço da arroba. Terá sucesso?
Resposta: sim, pois o contrato venceu, e roberto não tem intenção de renova-lo. O contrato é de parceria e o
prazo é de 3 anos. Art. 96, I do Estatuto da terra. Art. 37 do decreto.
Art. 13, II, b.
Manterá decisão, pois a lei está aquém da realidade. Estando sem efetividade.

3) José e sua família são meeiros de Antônio numa lavoura de 5.000 pés de café conilon que
plantaram nas terras deste último há 3 anos. Nesse período, José e sua família residiram no imóvel,
em casa cedida por Antônio, e plantaram nos arredores legumes, hortaliças, raízes e tubérculos que
utilizaram para consumo próprio, vendendo o excedente na feira livre da cidade. Os filhos de José
também se beneficiaram este tempo todo das frutíferas existentes em toda a propriedade de Antônio.
Tendo havido desavença pessoal entre as partes, Antônio requereu a rescisão do contrato e
reintegração de posse em face de José, a fim de reaver o imóvel, alegando que, como não havia nada
contratado por escrito, o prazo mínimo de 3 anos havia sido respeitado. Terá sucesso?
Resposta: sim, pois o caso de parceria a lei estipula prazo mínimo de 3 anos. Art. 13, II, b.
Art. 13. Nos contratos agrários, qualquer que seja a sua forma, contarão obrigatoriamente, clausulas que
assegurem a conservação dos recursos naturais e a proteção social e econômica dos arrendatários e dos
parceiros-outorgados a saber (Art. 13, incisos III e V da Lei nº 4.947-66);
I - Proibição de renúncia dos direitos ou vantagens estabelecidas em Leis ou Regulamentos, por parte dos
arrendatários e parceiros-outorgados (art.13, inciso IV da Lei número 4.947-66);
II - Observância das seguintes normas, visando a conservação dos recursos naturais:
a) prazos mínimos, na forma da alínea " b ", do inciso XI, do art. 95 e da alínea " b ", do inciso V, do art. 96 do
Estatuto da Terra:
- De 3 (três), anos nos casos de arrendamento em que ocorra atividade de exploração de lavoura temporária
e ou de pecuária de pequeno e médio porte; ou em todos os casos de parceria;
- De 5 (cinco), anos nos casos de arrendamento em que ocorra atividade de exploração de lavoura
permanente e ou de pecuária de grande porte para cria, recria, engorda ou extração de matérias primas de
origem animal;
- De 7 (sete), anos nos casos em que ocorra atividade de exploração florestal;

CONTRATO: de parceria
TEMPO: 3 anos
OBJETO DO CONTRATO: 5000 pés de café (lavoura permanente).
DECISÃO:
Observações
produto: é extraído do principal, eliminando o principal. (lavoura temporária)
fruto: é extraído do principal, mas o principal permanece. (lavoura permanente)
Pecuária: boi, bode, carneiro,
Hortigranjeiro: animais confinados

QUESTÕES STF E REFORMA AGRÁRIA

1. Pode o estado ou município promoverem reforma agrária ou algo do tipo?


Dec. 8629/93 Art. 2 § 1o Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o
imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social.
Lei 76/93 Art. 2° A desapropriação de que trata esta lei Complementar é de competência privativa da União e
será precedida de decreto declarando o imóvel de interesse social, para fins de reforma agrária.
Entretanto o estado pode fazer algo do tipo, como assentamento, sendo a desapropriação e reforma agrária
privativo da união.

2 Como se dá a indenização pela desapropriação por reforma agrária?


Justa e prévia conforme a cf/88 na seguinte forma.
No procedimento adms, o INCRA define o valor, DINHEIRO benfeitoria úteis e necessárias, TITULO
AGRÁRIO para a terra nua. Envia para presidente a república
Que emite um decreto definindo o imóvel, como interesse social. A AGU entra com uma ação de
desapropriacao lei 76 no judiciário, acompanhada do deposito e dinheiro e o comprovante da emissão do
título do valor da vistoria, caso a perícia avalie em valor superior este será objeto da sentença, cujo
pagamento será em precatório.

3. Em relação à indenização pelas benfeitorias em desapropriação por interesse social para fins de
reforma agrária é válida a avaliação feita pela média de pesquisas realizadas em imóveis na região?
Por quê?
Não, pois o Critério pode levar a resultados afrontosos ao texto constitucional, quando o valor das
benfeitorias pode igualar ou superar o valor do imóvel e dessa forma o valor da terra nua pode não ser
indenizado.

4. O valor da indenização estabelecida por sentença em processo de desapropriação para fins de


reforma agrária está sujeito ao sistema de precatórios do artigo 100 e parágrafos da Constituição
Federal?
Vide comentários da 01. Precatorio a diferença entre o valor da vistoria e a perícia.
Está sujeita, pela interpretação (...) Está revelada, portanto, a lesão à ordem e à economia pública do Estado
de Goiás, na medida em que o pagamento, sem prévio procedimento de precatório, pode comprometer a
gestão das finanças estaduais.

5. A área de preservação permanente é indenizável em desapropriação para reforma agrária?


As matas de preservação permanente são indenizáveis, visto que, embora proibida a derrubada pelo
proprietário, persiste o seu valor econômico e ecológico.”

6. A existência de condomínio em grande propriedade rural é capaz de obstar o processo de


desapropriação por reforma agrária se as frações ideais constituirem áreas de até 15 módulos fiscais
cada uma e seus titulares não possuírem outra.?
Responde junto com a 07, é necessário analisar o contexto se for dividida com o intuito de fraude será
ineficaz para obstar a desapropriação, se for algo eventual obstara o processo.
Se, da divisão do imóvel, resultarem glebas que, objeto de matrícula e registro próprios, venham a qualificar-
se como médias propriedades rurais, tornar-se-á impossível a desapropriação-sanção prevista no art. 184 da
Carta Política.”

7. A pequena e a média propriedades rurais improdutivas estão sujeitas a reforma agrária?


“A pequena e a média propriedades rurais, ainda que improdutivas, se forem únicas, não estão sujeitas ao
poder expropriatório da União Federal, em tema de reforma agrária, em face da cláusula de
inexpropriabilidade que deriva do art. 185, I, da Constituição da República.

8. O imóvel desmembrado no registro imobiliário em partes que constituem cada uma pequenas e
médias propriedades, então doadas a donatários distintos mas pertencentes ao mesmo grupo familiar
e assim explorado em comum e indivisamente é imune à desapropriação para reforma agrária?
Não basta o desmembramento do registro imobiliário em matrículas distintas qualificadas como pequenas ou
médias propriedades rurais sem que se proceda, no ‘mundo dos fatos’, à exploração econômica autônoma de
cada uma dessas novas unidades registradas.

9. A ocupação de imóvel rural por movimento social organizado quando atinge somente extensão
ínfima da propriedade justifica a improdutividade verificada pelo INCRA?
A partir do julgamento do MS 24.764, o Plenário do STF passou a entender que a ocupação de extensão
ínfima da propriedade, se representativa para a sua administração, é justificativa para a improdutividade do
imóvel.

10. Jazidas de minerais como areia, pedras preciosas ou não, e cascalho são indenizáveis em
desapropriação por reforma agrária? Por quê?
“Desapropriação. Jazidas de minerais: indenização. Jazidas de minerais, areia, pedras e cascalho: não são
indenizáveis, salvo existência de concessão de lavra.
“Rios públicos. As margens dos rios navegáveis são do domínio público e, por isso,não são indenizáveis no
processo de desapropriação. Jazidas situadas nessas margens, não manifestadas e sem concessão ou
autorização para serem exploradas, também não são indenizáveis.” (RE 59.737,
Não são indenizáveis, salvo
11. Tem eficácia a notificação de vistoria do imóvel para fins de reforma agrária realizada apenas a um
dos cônjuges?
“Desapropriação: processo administrativo: notificação da conclusão dos trabalhos de vistoria: eficácia se
endereçada a correspondência ao domicílio dos proprietários e lá recebida, ainda que por pessoa distinta.
Não gera nulidade a falta de notificação da esposa do proprietário, se notificado o cônjuge varão:
inaplicabilidade do art. 10, I, do CPC, relativo às ações que versem sobre direitos reais imobiliários:
precedentes.” (MS 24.443).

12. Tem o arrendatário de imóvel rural declarado de interesse social para fins de reforma agrária
legitimidade ativa para impetrar Mandado de Segurança contra o ato declaratório?
“O arrendatário não tem legitimidade ativa para propor mandado de segurança contra decreto de
desapropriação para fins de reforma agrária por ser a relação jurídica, na hipótese de arrendamento, fundada
em direito pessoal e não real. Precedente.” (MS 24.843-AgR).

13. Qual o prazo prescricional para a ação de desapropriação indireta segundo o STJ?
A prescrição, para fins de indenização por desapropriação indireta, é vintenária, e não quinquenal, conforme
inteligência da súmula 119 do STJ.

INSTITUTOS AGRÁRIOS

1. Quais os objetivos do Estatuto da Terra?

R: execução de uma reforma agrária e o desenvolvimento da agricultura

2. Quais os requisitos para que a propriedade da terra cumpra sua função social?

R: De acordo com o art. 186 da CF, a função social é cumprida quando a propriedade rural atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I –
aproveitamento racional e adequado; II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
preservação do meio ambiente; III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV –
exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos seus trabalhadores.

3. Qual a definição de imóvel rural de acordo com o Estatuto da Terra?

R: de acordo com o Art. 4º, I, da Lei 4.504, "Imóvel Rural", é o prédio rústico, de área contínua qualquer que
seja a sua localização que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agro-industrial, quer
através de planos públicos de valorização, quer através de iniciativa privada. Existe o imóvel e ele é
individuado (infungível)

4. Quais são os critérios de caracterização do imóvel rural e onde se fundamentam?

R: o seu critério será o da DESTINAÇÃO (independetemente da localização), Para fins civis será
DESTINAÇÃO e LOCALIZAÇÃO. Pelo critério tributário será pela LOCALIZAÇÃO.

5. De que forma devem ser utilizados os critérios de caracterização do imóvel rural após a
Constituição Federal de 1988?

R: Atendendo aos fins sociais, sob pena de desapropriação por interesse social (art. 184 da CF), devendo
atender aos requisitos do Art. 186: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos
recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam
as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

6. Que imóveis são insuscetíveis de desapropriação por interesse social para fins de reforma
agrária segundo o Estatuto da Terra e também a Constituição Federal?

R: Art. 185 da CF - São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:

I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;

II - a propriedade produtiva.

Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o
cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
7. Qual a finalidade do módulo rural?

R:

8. Quais os requisitos para classificação do imóvel rural como propriedade familiar?

R:

9. Qual a definição atual de latifúndio por extensão?

R:

10. Que critérios objetivos deve o imóvel obedecer para ser classificado como empresa rural?

R: índices de grau de ocupação da terra /

11. Quais os critérios utilizados para fixação do módulo rural?

R:

12. Quais as espécies do módulo rural?

R:

13. O que é módulo da propriedade?

R:

14. O que é módulo do proprietário?

R:

15. O que é módulo de exploração indefinida?

R:

16. O que estabelece a fração mínima de parcelamento?

R:
17. Que regra prescreve o chamado princípio da indivisibilidade do imóvel rural?

R:

18. Qual a diferença entre loteamento e desmembramento?

R:

19. Defina loteamento.

R:

20. Defina desmembramento.

R:

21. Mencione três exceções à regra da indivisibilidade do imóvel rural em área inferior à fração
mínima de parcelamento.

R: Poderá ocorrer por: Anexação ao prédio Confrontante (quando a alienação da área se destine à anexação,
ao prédio rústico, confrontante, desde que o imóvel do qual se desmembre permaneça com área igual ou
superior a fração mínima de parcelamento); Mudança da Destinação do Imóvel (quando a mudança tiver
objetivo qualquer outra atividade que não a agrária, ou seja, urbano, não se aplicando assim o art. 65 do
Estatuto da Terra); Desapropriação por necessidade ou utilidade pública ( de acordo com o art. 1.228, §3º do
CC)

22. Quais são as formas privadas de parcelamento do imóvel rural?

R:

23. Quais são as formas públicas de parcelamento do imóvel rural?

R:

24. As formas públicas de parcelamento do imóvel rural devem obedecer à regra da indivisibilidade
do mesmo em área inferior à fração mínima de parcelamento?

R:
x
Segundo o Estatuto da Terra:
Outra Classificação:
Modelos a serem adotados na Reforma agrária: Pequena propriedade Familiar e Empresa Rural
Segundo a Constituição os institutos são: pequena propriedade / média propriedade / propriedade produtiva
Pequena Propriedade: 1 a 4 modulos fiscais (conforme 8.629)

ESTATUTO DA TERRA: minifúndio / latifúndio / empresa rural


CF: pequena propriedade / media propriedade /propriedade produtiva

DESMEMBRAMENTO: o imóvel se divide internamente, constituindo imóveis separados.


LOTEAMENTO: abre vias públicas, sejam novas ou as já existentes ali, passando ao domílio público as vias.

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