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Título

A história local na formação de identidades

Introdução
"Conhecer nossa cultura e a memória de nosso povo, é o nosso maior patrimônio! nos ensina a
termos orgulho de nossas raízes, cores, sabores, crenças..., nos mostrando que o único e tenaz
caminho é assumir, disseminar e manter cada vez mais nossas origens, para que só assim o
mundo nos relacionem com respeito e admiração".

Quem sou eu?

Olá me chamo Vanessa Santos da Silva, tenho 24 anos, discente do curso de letras literaturas
na UERJ de são Gonçalo, nascida e criada no município de são Gonçalo especificamente no
bairro da cerâmica, filha de Lindalva e Ivan Manoel ambos nordestinos.

Relato da fazendo do engenho novo e experiência

No dia 14 de janeiro tive a oportunidade de conhecer a Fazenda do Engenho Novo, localizada


no bairro de Monjolos em São Gonçalo, remete a uma viagem no tempo que nos transporta
aos meados do século XVII, a construção original da sede foi toda feita com trabalho de
escravos, que usaram pedras como tijolo para construir o prédio principal e o teto com telhas
de barro (moldadas nas coxas dos escravos). Além da importância histórica, a fazenda foi
grande produtora de cana-de-açúcar (possuindo inclusive um engenho de cachaça e açúcar),
além de produzir laranja e carregar o título de maior produtora de abacaxi do Estado. Nesta
fazenda também tive a oportunidade de conhecer um casal que morava perto da fazenda e
que me contou muitas histórias como: os dois se batizaram na capela da fazenda e
frequentavam o local, a partir do questionamento do casal perguntando aonde eu morava e
contando também que uma das fazendas do dono era onde eu residia me fez querer
questionar pesquisar a história do meu bairro.
Relato contando a história do bairro da cerâmica

“Porto do Rosa: o nome do bairro é herança da antiga Olaria Porto do Rosa, localizada
na fazenda do Capitão Antônio José de Souza Rosa. A porteira de sua propriedade
ficava próxima ao local onde eram empilhadas as mercadorias que chegavam e partiam
do porto, o que a transformou em ponto de referência para os moradores da redondeza e
para os barqueiros e comerciantes”.

Até o século XIX, a economia de São Gonçalo foi essencialmente agrícola, em


destaque, os grandes engenhos de açúcar nas fazendas Engenho Novo e Jacaré, ambas
de propriedade do barão de São Gonçalo.
Só no século seguinte tomaria grande impulso o desenvolvimento industrial. A
completa ausência de vilas por todo o século XVII é, realmente, surpreendente. Só
muito mais tarde, em 1808, com a chegada da corte lusitana ao Brasil, se desenvolveu,
realmente, a cidade do Rio de Janeiro como centro urbano, tendo-se iniciado, por essa
ocasião, um período de expansão urbanística. Apenas em 1834, por exemplo, foi
alcançada a autonomia da província do Rio de Janeiro, tendo sido escolhida Niterói
como sua capital, elevada à categoria de cidade, em 1835, tendo São Gonçalo como um
de seus distritos.
As atividades industriais na região, antes predominantemente agrícola, não raro tinham
olarias situadas nas antigas fazendas. As olarias constituíam apenas uma atividade
subsidiária dos engenhos. Todavia, nas zonas que não eram aproveitáveis do ponto de
vista agrícola, a olaria sempre foi o seu principal esteio econômico. A Olaria Porto do
Rosa, em São Gonçalo, numa zona imprópria para a agricultura intensa, se constituiu
como a principal fonte de renda na fazenda do Capitão Antônio José de Souza Rosa.
As olarias normalmente são construídas onde há grande concentração de matéria-prima,
a chamada tabatinga. A palavra é de origem indígena, vinda do tupi, tendo seu
significado designado como “barro branco” ou “barro esbranquiçado”. É uma argila
com muita matéria orgânica, geralmente encontrada em pântanos ou locais com água
permanente (rios, lagos) no presente ou passado remoto.

POR QUE A OLARIA DO PORTO DO ROSA FICOU TÃO


FAMOSA?
Um dos principais motivos seria político. A influência teria sido tão intensa
que, já em 1910, a atual “Cerâmica Porto Rosa”, então pertencente à firma
“Lussac”, já exportava telhas para as firmas construtoras do Rio de Janeiro,
em embarcações próprias que saíam dos pequenos portos do fundo da baía.
Mas, quem seria Lussac, além de proprietário da Olaria Porto do Rosa?
Lussac era cunhado do Sr. Serzedello Corrêa, então prefeito do Distrito
Federal.

O seu período de maior desenvolvimento teve início em 1940, quando


igualmente, começa a expansão demográfica e a instalação, em grande escala,
de fábricas e indústrias em São Gonçalo. O processo de liquidação veio logo
depois, loteando o terreno para venda, o que era mais rentável que produzir.

As olarias de outrora constituíam apenas uma atividade subsidiária dos


engenhos. Entretanto, foram as precursoras do desenvolvimento industrial e
urbano na cidade de São Gonçalo.

Encerramento com o questionamento

“A valorização da memória do município favorece o surgimento de um espírito crítico e


comprometido com o bem comum”. Quando a escola envolve a comunidade no
processo de ensino, agrega novos saberes, pois junto à comunidade está a história que
não encontramos escrita em nenhum livro, não é aquela que fala dos grandes nomes e
datas “importantes”, é a história sendo contada a partir de outra visão, por pessoas
próximas aos alunos e isso a torna mais fascinante e faz com que eles entendam e
assimilem com mais facilidade. “[...] romper com a noção de história que se prende
apenas ao passado, aos grandes nomes e aos grandes feitos” (NOGUEIRA, 2001).
E vocês conhecem a história do seu bairro?

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