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MENTE SÃ
CENTRO TERAPÊUTICO DE RELAXAMENTO
Dourados
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS
MENTE SÃ
CENTRO TERAPÊUTICO DE RELAXAMENTO
Dourados
2020
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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO 03
1.1 Introdução 03
1.2 Problemática 03
1.3 Justificativa 05
1.4 Objetivos 05
1.4.1 Objetivos Gerais 06
1.4.2 Objetivos Específicos 06
1.5 Metodologia Adotada 06
1.5.1 Fundamentação Teórica e Conceitual 06
1.5.2 Etapa Propositiva 07
3. REFERENCIAL PROJETUAL 17
3.1 Diagnóstico da área 17
3.1.1 Aspectos históricos e evolução urbana 17
3.1.2 Dados do terreno e do entorno 20
3.1.3 Legislação urbana, uso do solo e gabaritos 22
3.1.4 Características bioclimáticas 25
3.1.5 Infraestrutura urbana 27
3.1.6 Perfil social do público envolvido 28
3.2 Pesquisa de campo 29
3.1.2 Aspectos referenciais do objeto de estudo em relação à municipalidade e 29
região: análise da qualidade do lugar a partir da avaliação pós-ocupação (APO)
4. A PROPOSTA 32
4.1 Partido 32
4.2 Conceito 32
4.2 Projeto 33
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34
3
1. Apresentação
1.1 Introdução
Acordar cedo, correr para o trabalho, almoçar às pressas, chegar em casa tarde,
jantar, assistir TV e dormir. A vida de milhares de indivíduos tem se limitado a isto, não
havendo momentos de lazer e de total tranquilidade. Com esta constante sensação de falta
de tempo, a tensão e o estresse tornam-se rotineiros, chegando a serem considerados
normais e sem necessidade de atenção.
Os momentos destinados a cuidar de si tanto emocionalmente quanto fisicamente
- acabam sendo deixados de lado. Uma solução para isto tem sido a criação de espaços de
relaxamento, que tem como objetivo principal restaurar o bem-estar e a saúde. Estes
ambientes ampliam o contato do usuário com a natureza e dispõem de diversas atividades,
que variam de exercícios físicos, como o pilates, até terapias milenares, como a
massoterapia e a acupuntura (GOÉS, 2017).
O intuito deste trabalho é desenvolver uma proposta de espaço totalmente
integrado com o paisagismo, que crie um microclima dentro da cidade de Dourados,
possibilitando aos seus usuários um local confortável de restauro das energias,
melhorando assim a saúde e qualidade de vida destas pessoas.
1.2 Problemática
A urbanização crescente das cidades é um fato recorrente. Estima-se que até 2030
dois terços da população mundial - 5 bilhões de pessoas aproximadamente - estará
vivendo dentro destes perímetros (UN, 2008). No Brasil o cenário não é diferente, uma
vez que a porção da população morando em áreas urbanas passou de 31,3% para 81,2%
entre os anos 1940 a 2000 (IBGE, 2001).
A vida urbana é atrativa por oferecer, dentre outras razões, melhores
oportunidades de emprego e educação. Contudo, viver neste tipo de ambiente possibilita
um contato maior com algumas adversidades, como violência, inundações, epidemias,
acidentes de trânsito poluição, barulhos altos e contínuos e o constante crescimento
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populacional. Tais questões acabam por diminuir a qualidade de vida das pessoas,
resultando em uma drástica expansão no número de distúrbios psíquicos por todo o
mundo (HELLER, 2012).
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), define-se qualidade de
vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas,
padrões e preocupações” (WHOQOL GROUP, 1994). Está diretamente associado com
diversos fatores pessoais, como o bem-estar físico, mental e espiritual, envolvendo
também os relacionamentos sociais, a saúde, educação e outras condições da vida. O IDH
(Índice de Desenvolvimento Humano) é utilizado como parâmetro mundial de
comparação da qualidade de vida entre os países, pois analisa as condições de saúde,
educação e renda de cada local (SOUSA, 2019). No último ranking divulgado pela ONU
(2018), o Brasil ficou na posição 79 dos 189 analisados. Tal resultado demonstra que
ainda apresentamos muitas questões a serem analisadas e melhoradas, em todos os
aspectos abordados.
Como já mencionado, o ritmo acelerado das cidades desencadeia diversos
problemas na população e entre eles, sendo um dos mais comuns, está o estresse.
Considerado por muitos como o mal do século, é um fator que vem sendo tema de
inúmeras pesquisas científicas. Segundo Lipp e Tanganelli (2002), esta condição pode
apresentar fontes internas ou externas. As internas relacionam-se com a personalidade da
pessoa e com a forma no qual ela reage a estímulos e situações específicas. Já os externos
estão ligados aos problemas do dia-a-dia, como questões familiares, do trabalho,
violência, dificuldades financeiras, trânsito, entre outros.
O contato frequente com situações de nervosismo gera graves alterações físicas e
psicológicas ao indivíduo. Um estudo realizado pelo Instituto de Psicologia e Controle do
Stress, o qual entrevistou mais de 2.000 brasileiros, demonstrou que as consequências
mais comuns nestes casos são: gastrite (32,64%), doenças respiratórias (20,45%),
ansiedade (55,60%), depressão (23,20%) e pânico (10,37%). Além disso, observa-se
também que as técnicas escolhidas por muitos entrevistados para se acalmarem não são
saudáveis, pois utilizam como escape comida, remédios, álcool, cigarro e outras drogas
(LIPP, 2014). Portanto, é nítida a necessidade de atividades no cotidiano ligadas à redução
dos níveis de estresse, afinal conviver com tais sensações negativas causam danos diretos
à vitalidade das pessoas.
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1.3 Justificativa
A população das cidades precisa aprender a relaxar. Isto não é tarefa fácil, visto
que cuidados com a saúde mental ainda são vistos, muitas vezes, como luxo ou exagero.
Segundo Rissoni (2019) - psicóloga hospitalar e clínica – é comum que problemas físicos,
como dor, cansaço, insônia e taquicardia, apresentem causas unicamente psicológicas,
não sendo resolvidos apenas com a utilização de medicamentos. Além disso, outros
fatores também devem ser tratados com atenção, como alimentação, relaxamento,
exercícios físicos e estabilidade emocional (BENKE, 2008).
O homem é um ser receptivo que interage com o meio físico e social o qual está
inserido. Desta forma, é notável que a arquitetura apresenta um papel muito importante
no bem-estar cotidiano, pois cada ambiente emite estímulos que podem agradar ou não
seus usuários, trazendo conforto ou desconforto (BESTETTI, 2014). Com base nisto,
surge a Neuroarquitetura, que procura basicamente entender a ligação entre a projetação
de espaços e as respostas dadas pelo cérebro e o corpo durante esta interação. Observou-
se que salas amplas, com luz natural, móveis funcionais e tons neutros com alguns pontos
de cor melhoram a concentração das pessoas, sua interação, bem-estar e produtividade.
Por este motivo, muitas empresas vêm investindo nesta arquitetura de ambientes
humanizados (MARELLI, 2018).
O contato com a natureza é essencial para o ser humano. Não à toa, vemos todos
os anos pessoas se deslocando para ambientes naturais, como praias e montanhas, a fim
de “recarregarem as energias”. De acordo com Stouhi (2019), a biofilia procura conectar
pessoas com a natureza para melhorar suas qualidades de vida. Para isto, unem-se
características do mundo natural com os espaços edificados, utilizando elementos como
água, vegetação, luz natural, madeira, pedra, entre outros. Além disso, os projetos
biofílicos também apresentam formas orgânicas e uma relação entre luz e sombra.
É observado, portanto, que a arquitetura é capaz criar os refúgios urbanos
necessários para tirar os indivíduos de suas rotinas e leva-los a sentirem sensações
distantes do cotidiano, sem precisarem realizar uma viagem para isto.
1.4 Objetivos
6
1.4.1 Geral
Desenvolver um Centro Terapêutico de Relaxamento para a cidade de Dourados
com base em análises e pesquisas, utilizando o contato com a natureza e atividades de
descanso como ferramentas principais para reduzir os níveis de estresse e melhorar o bem-
estar da população.
1.4.2 Específicos
Levantar dados referentes à saúde mental dos brasileiros, tendo como base
artigos, obras correlatas, revistas, livros, entrevistas, entre outros;
Verificar os benefícios observados a partir da realização das atividades de
relaxamento propostas;
Realizar levantamento topográfico e legislativo do terreno escolhido para
intervenção;
Elaborar programa de necessidades, setorização e fluxograma;
Desenvolver projeto arquitetônico;
Definir o paisagismo de forma que o ambiente transmita as sensações desejadas
de paz e tranquilidade.
1.5 Metodologia
2.1 Conceituação
O centro-oeste é uma das regiões que passaram por esta acelerada expansão. De
acordo com Vasconcelos (2006), os motivos que levaram a este efeito foram a fundação
de Brasília e, principalmente, os avanços do agronegócio. Neste território, o crescimento
urbano ocorreu de maneira dispersa e isto ocasionou problemas posteriores, como terras
ociosas e caras, elevado custo de infraestrutura e expulsão da população pobre para as
periferias, gerando segregação e, consequentemente, violência.
Os problemas urbanos passam a evoluir em conjunção com o crescimento
populacional. O custo de vida elevou-se, resultando em casas e apartamentos cada vez
mais apertados e desconfortáveis. Com o rápido aumento da procura por moradias, as
áreas verdes passam a ser substituídas por residências e prédios. Os automóveis, vistos
neste momento como principal solução para a mobilidade urbana, começam a se
popularizar, gerando a necessidade de novas ruas e avenidas. Como consequência, os
efeitos da poluição começam a se manifestar. (FAJERSZTAJN; VERAS; SALDIVA,
2016).
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2.3.1 Sustentabilidade
A sustentabilidade é um tema de grande importância, tendo em vista a
intensificação dos impactos ambientais ao longo das últimas décadas. No ramo da
construção civil, pode ser definido como “a capacidade de produzir com menor impacto
ambiental, minimizando o consumo de materiais e gerando um menor montante de
resíduos e subprodutos para o meio ambiente.” (ALMEIDA, 2015). Podemos citar como
pontos necessários para uma edificação sustentável: dar importância ao entorno da obra
e as áreas verdes próximas, garantir eficiência energética e gestão consciente da água,
escolher materiais com menor impacto ambiental e controlar os resíduos gerados no
decorrer da construção (LIMA, 2019).
De acordo com Marelli (2018), a utilização deste recurso pode trazer inúmeros benefícios
tanto à edificação, quanto a seus usuários, sendo eles:
Economia de energia elétrica;
Conforto visual;
Aumento da produtividade;
Melhor funcionamento do organismo;
Produção de vitamina D.
Conclui-se, portanto, que as vantagens provenientes da iluminação natural não devem ser
desperdiçadas. Para isto, deve-se analisar criteriosamente as melhores possibilidades de
implantação de cada ambiente, afim de se alcançar um bom conforto visual e térmico.
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2.3.3 Paisagismo
O paisagismo é a arte de recriar as belezas oriundas da natureza, desenvolver belos
espaços e, por meio disto, melhorar a qualidade de vida das pessoas (BARBOSA, 2000,
p. 14). Diferente do que muitos acreditam, o paisagismo não se refere especificamente a
produção de jardins, mas sim de paisagens, podendo ser realizado sem a utilização de
plantas (TUPIASSU, 2008, p. 129).
Para Santos (2009),
O paisagismo contribui para o bem-estar físico e mental, caracterizado pela
harmonia de uma paisagem equilibrada, saudável e bela. O ambiente paisagista
cumpre o seu papel ecológico proporcionando ao indivíduo vários benefícios,
através da interação natureza e ser humano. (SANTOS, 2009, p.11).
2.5 Estudos de casos e/ou Leituras de Projetos e/ou Analises de Obras Correlatas
Fonte: “Spa Naman / MIA Design Studio”. ArchDaily. Acesso 04 abril 2020.
<https://www.archdaily.com.br/br/771240/spa-naman-mia-design-studio?ad_medium=gallery>
O Spa Naman foi projetado por Mia Design Studio, localiza-se em Da Nang,
Vietnã, e consiste em um oásis urbano de tranquilidade. Apresenta um total de 15 salas
de tratamento, além de sauna, academia e ambientes para yoga e meditação. Foi escolhido
como correlata devido à forma como integra o verde à edificação, ampliando a sensação
de calma desejada. A volumetria remete à ideia de uma caverna natural, tanto pelas
subtrações presentes na fachada, quanto pela forma como as plantas foram dispostas,
dando a impressão de um local tomado por vegetação.
A iluminação natural é abundante em todos os ambientes, resultado da utilização
de elementos vazados e do vidro. Além disso, o projeto também conta com uma eficiente
ventilação cruzada, que, em união com a água e o verde, proporcionam um excelente
conforto térmico.
A circulação foi pensada para não possuir barreiras e ocorrer de maneira fluida.
No entanto, não houveram as adequações necessárias para usuários P.C.D., afinal os
caminhos apresentam irregularidades e não dispõem de proteção contra possíveis quedas
na água. Além disso, a entrada não conta com rampas e o acesso ao pavimento superior é
realizado apenas por escadas, impossibilitando o uso para algumas pessoas.
Fonte: “Kennzur Spa, Zize Zink Arquitetura”. ArchDaily. Acesso 20 de maio de 2020.
<https://www.archdaily.com.br/br/912861/kennzur-spa-zize-zink-arquitetura>
O Kennzur Spa foi projetado por Zize Zink Arquitetura e localiza-se em São
Paulo, Brasil. Implantado em uma das mais movimentadas avenidas da cidade, o espaço
foi pensado para atuar como um refúgio da agitada vida urbana, permitindo aos seus
usuários momentos de calma e relaxamento em um local de fácil acesso. Foi escolhido
como correlata devido à forma como integra os quatro elementos naturais: água (presente
nas banheiras de hidromassagem), fogo (utilizado nas lareiras implantadas nas áreas
sociais), terra (posicionada nos revestimentos em pedra) e ar (observado no balançar dos
tecidos das cabanas).
O Spa apresenta o uso de vidro em abundância, garantindo iluminação natural
indireta em todos os ambientes. Além disso, a transparência permite também uma
visualização ampla dos jardins projetados com o tema tropical. Esta integração do interno
com o paisagismo externo amplia a sensação de abrigo em meio à natureza e, desta forma,
transmite ainda mais tranquilidade.
A edificação apresenta banheiros adaptados a usuários P.C.D. e dispõe de
caminhos seguros e nivelados para circulação. Não possui elevadores, o que impossibilita
o acesso destas pessoas ao primeiro pavimento. No entanto, há pelo menos uma sala de
cada tipo no térreo, permitindo a realização de todos os procedimentos.
Fonte: “Espaço de Yoga Premavati / Aguirre Arquitetura”. ArchDaily. Acesso 30 de maio de 2020.
<https://www.archdaily.com.br/br/888520/espaco-de-yoga-premavati-aguirre-
arquitetura?ad_source=myarchdaily&ad_medium=bookmark-show&ad_content=current-user>
3. Referencial Projetual
distribuição de terras gratuitas. A partir disso, uma nova configuração territorial passou
a ser estabelecida para o centro-oeste, visando a criação de colônias agrícolas e o
crescimento populacional por meio das migrações (SANTANA JUNIOR, 2019).
De acordo com Gressler (1988), a cidade de Dourados foi inicialmente habitada
por povos indígenas, destacando-se as etnias Terena, Guarani e Kaiowa. Com o decorrer
do processo de colonização, uma reserva de terras precisou ser estipulada para abrigar
estes povos, sendo inserida ao norte do município e mantendo-se até os dias de hoje. A
partir de 1870, a Guerra do Paraguai é encerrada e a região passa então a receber um
número significativamente maior de pessoas. Em 1884, surge o povoado de São João
Batista de Dourados, localizado próximo ao Rio Dourados, o qual foi responsável pela
origem do nome do município. Estes novos habitantes tiveram como principais atividades
econômicas a extração da erva mate nativa e a pecuária extensiva.
No ano de 1914, é desenvolvida uma Lei que transforma Dourados em um distrito
de Ponta Porã. Somente em 20 de dezembro de 1935, a partir do decreto nº 30, é elevado
a município, sendo então desmembrado de Ponta Porã. A área de Dourados em 1940 era
de 19.688 km² e englobava o território das atuais cidades de Itaporã, Caarapó, Naviraí,
Glória de Dourados, Fátima do Sul, Jateí, Ivinhema, Deodápolis, Angélica e Douradina
(GRESSLER, 1988).
De acordo com Gressler (1988), em 13 de setembro de 1943, o presidente Getúlio
Vargas cria o Território Federal de Ponta Porã, englobando as cidades de Dourados,
Miranda, Porto Murtinho, Maracaju, Nioaque, Bela Vista, Bonito e Ponta Porã. Devido à
grande produtividade agrícola apresentada, o território é responsável por atrair para a
região muitos migrantes e imigrantes, resultando em melhorias e desenvolvimento para
estes municípios. No entanto, esta união é encerrada três anos depois. Em 11 de outubro
de 1977, o Estado de Mato Grosso é dividido e Dourados passa então a fazer parte do
Estado de Mato Grosso do Sul.
Dourados passou por uma grande expansão ao longo dos anos e atualmente
apresenta a segunda maior população do Estado, ficando atrás apenas da capital Campo
Grande. É considerada uma cidade polo devido à força dos setores hospitalares,
educacionais e agroindustriais, atendendo não apenas a demanda local, mas também a de
outros municípios próximos. A economia da cidade é bastante movimentada e, para
intensificar ainda mais este fluxo, todos os anos são realizados grandes eventos, como a
Expoagro e a Japão Fest por exemplo. Trata-se, portanto, de uma cidade em constante
expansão considerada bastante atrativa devido às inúmeras oportunidades ofertadas.
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A área está cercada por muros e possui uma edificação em desuso, que teria de ser
demolida. Além disso, algumas árvores são observadas no terreno, sendo que uma delas
– uma mangueira adulta – será integrada à proposta do Centro, permanecendo preservada.
Figura 11- Foto Aérea do Terreno
Figura 13- Foto da Frente Norte do Terreno (Rua Joaquim Alves Taveira)
Possui dois acessos, sendo pela rua Monte Alegre (via estrutural) e rua Joaquim
Alves Taveira (via coletora), como podemos observar na figura 14.
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Fonte: LUOS
Fonte: LUOS.
A cidade apresenta chuvas durante o ano todo. O período mais chuvoso, com
acumulação total média de 154 milímetros, fica nos 31 dias ao redor de 6 de dezembro.
Já o período de maior seca, com acumulação total média de 38 milímetros, ocorre por
volta de 28 de julho (WEATHER SPARK, 2016).
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A rede de água tratada abastece o terreno escolhido, no entanto, ele não conta com
rede de esgoto, necessitando de fossa e sumidouro. Apresenta acesso à rede elétrica e
dispõe de iluminação pública. As vias no entorno são asfaltadas e possui coleta de lixo
diariamente, ocorrendo no período noturno.
Trata-se de uma área com elevado valor de moradia. Apresenta uma boa
infraestrutura, contando com escolas e hospitais, possui uma grande facilidade de acesso
devido às importantes vias próximas e, além disso, dispõe de uma visibilidade ideal para
os comércios. O perfil social do bairro varia de classe média a alta, podendo ser observado
a partir do padrão construtivo das edificações. Em geral, tratam-se de residências térreas
e sobrados, com o emprego de acabamentos de alta qualidade. Portanto, conclui-se que a
região dispõe de boa qualidade de vida aos seus moradores, mas apresenta altos custos.
Não 16
Sim 56
0 10 20 30 40 50 60
50 48
40
30
20
10 7 6 7
4
0
Entre 16 a 20 Entre 21 a 25 Entre 26 a 30 Entre 31 a 39 Acima de 40 anos
anos anos anos anos
0 20 40 60 80 0 20 40 60 80
Não 0 Não 28
Sim 72 Sim 44
0 20 40 60 80 0 20 40 60
Outros 1
Não tenho interesse por este tipo de
atividade 1
Não encontrei algo interessante e acessível
30
à minha rotina
0 5 10 15 20 25 30 35
Não 5 Não 10
Sim 67 Sim 62
0 20 40 60 80 0 20 40 60 80
Baseando-se nos dados obtidos, nota-se que a população é bastante afetada com
questões ligadas ao estresse e que a cidade de Dourados carece de locais destinados a este
tipo de tratamento. Portanto, é possível observar que a proposta de um Centro Terapêutico
de Relaxamento apresenta grande viabilidade sendo inserida no contexto urbano do
município.
4. A Proposta
4.1 Partido
4.2 Conceito
O projeto utilizou como base o conceito da Biofilia, uma tendência que vem
ganhando força nos últimos anos e que propõe a conexão das pessoas com a natureza para
melhorar suas qualidades de vida. Para isto, unem-se características do mundo natural
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com os espaços edificados, utilizando elementos como água, vegetação, madeira, pedra,
entre outros. Para garantir a integração das áreas internas com as externas, foram
propostas grandes aberturas nos ambientes, permitindo a entrada de iluminação natural e
ventilação cruzada, ampliando a eficiência energética, conforto térmico e visual da obra.
Diversos jardins de inverno foram implantados estrategicamente, ampliando o contato
com as vegetações, mas sem deixar de lado a privacidade.
4.3 Projeto
Em anexo.
5. Considerações Finais
A vida no meio urbano vem se intensificando ao longo dos anos, fazendo com que
muitas cidades tenham crescimentos exponenciais. No entanto, a falta de planejamento
unida ao aumento populacional acelerado acaba resultando em problemas sociais, como
o desemprego, segregação e violência. Com base nisso, nota-se que ao morar no meio
urbano, os cidadãos têm um contato maior com situações inesperadas, como um acidente
de carro ou um assalto por exemplo. Este contato frequente com situações adversas acaba
gerando na população quadros de ansiedade, insegurança e estresse. Nas situações mais
graves, podem surgir casos de síndrome do pânico, depressão e até mesmo suicídios.
Diante do estudo e análises apresentados, conclui-se que o estresse é um fator
presente na vida de todos os indivíduos, podendo trazer sérias consequências à saúde
física e psicológica. No entanto, tais problemas podem ser evitados por meio de práticas
e momentos destinados ao relaxamento. Para isto, é necessário que as pessoas
desconstruam preconceitos ligados aos cuidados com a mente, deixando de considerá-los
fúteis ou desnecessários, e procurem destinar um tempo à preservação de si mesmas.
A proposta do Centro Terapêutico de Relaxamento surge para melhorar o bem-
estar coletivo, trabalhando como um ambiente de refúgio contra o caos urbano. O
objetivo deste espaço é garantir que seus usuários ampliem seus momentos de lazer e de
descanso e, como consequência, melhorem suas qualidades de vida.
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Referências Bibliográficas
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