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ESPECIALIZAÇÃO EM
ARQUITETURA DO
SISTEMA DE SAÚDE
ÍNDICE 1
1) Planejamento Regional e da Rede Física do Sistema de Saúde 3
1.1) Considerações Preliminares 4
1.2) Conceitos do Planejamento Regional 4
1.2.1) Quadro Geral 5
1.2.2) Corte do Quadro Geral: Uma Abordagem das Principais Metodologias de
Planejamento Físico de Sistemas de Saúde 7
2) O Processo do Planejamento do Sistema de Saúde 8
2.1) Definição e Considerações Gerais 8
2.2) Etapas e Produtos do Processo do Sistema de Saúde 9
2.2.1) Etapa da Elaboração das Políticas Públicas de Saúde 11
2.2.2) Etapa de Elaboração de Planos Específicos 15
2.2.3) Etapa de Detalhamento do Planejamento Regional e da Rede Física do
Sistema de Saúde: Elaboração de Projetos Técnicos de Estabelecimentos
de Saúde 19
2.2.4) Etapa de Controle da Execução de Obras e Serviços Técnicos de
Estabelecimentos de Saúde 26
2.2.5) Etapa de Operação e Manutenção de Estabelecimentos de Saúde 29
2.2.6) Etapa de Avaliação de Pós-Ocupação e Desempenho de Estabelecimento
Assistencial de Saúde 31
3) Princípios Constitucionais Do Sistema Único De Saúde 34
3.1) O Papel da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 40
3.1.1) Os Objetivos do Sistema Único de Saúde 40
3.1.2) A Direção do Sistema Único de Saúde 41
3.1.3) Atribuições Comuns à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios 42
3.1.4) Atribuições da União 43
3.1.5) Atribuições dos Estados 44
3.1.6) Atribuições dos Municípios 45
4) Modelos Institucional, Funcional e Ambiental do Sistema Único de Saúde 46
4.1) O Conceito de Sistema 46
4.1) Modelo Institucional 48
4.2) Modelo Funcional 51
4.3) Modelo Ambiental 60
5) Etapas do Planejamento Regional e da Rede Física do Sistema de Saúde 67
5.1) Pesquisa Básica 69
5.1.1) O tema TERRITÓRIO 70
5.1.2) O tema POPULAÇÃO 74
5.1.3) O tema SISTEMA DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE 76
5.2) Análise Regional 99
5.2.1) Analise Regional: Território x Território 101
5.2.2) Análise Regional: População x População 102
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APRESENTAÇÃO
a) Objetivos
a) Objetivos:
VII - Elaborar proposta de rede física para o sistema local de saúde, explicitando:
de sua própria formulação (ao dispor que determinados aspectos serão objeto de
estudos específicos);
das necessidades de operacionalização de determinadas atividades (como o
estabelecimento de um plano da rede física dos estabelecimentos de saúde ou de
um plano de cargos e salários para os recursos humanos);
de critérios impostos por outras instituições (como os planos de viabilidade
exigidos para a obtenção de recursos por agentes financiadores)
questionamentos oriundos da avaliação do desempenho dos recursos assistenciais e
das estratégias das ações e serviços de saúde, e que propõem a reformulação de
aspectos do Plano de Saúde.
a) Objetivos:
VII - Manter pesquisa sistemática com vistas à continuada atualização dos métodos e
técnicas em arquitetura e engenharia (desde a modalidade civil, passando por
instalações, indo até a tecnologia de aparelhos bio-médicos).
VIII - Manter pesquisa sistemática com vistas à continuada atualização dos métodos e
técnicas relacionadas com a organização do trabalho na área de saúde (com especial
ênfase nos aspectos do trabalho que orientarão a programação arquitetônica e o
planejamento dos recursos assistenciais do sistema de saúde).
c) Produtos
c.1) Projeto Técnico do Estabelecimento de Saúde:
c.1.1) Arquitetura:
c.1.1.1) Estudos Prévios:
c.1.2) Engenharia:
a) Objetivos:
b) Participantes:
A excelência da execução de obras depende essencialmente da
qualidade do trabalho na Etapa de Elaboração de Projetos Técnicos, e de sua
Documentação Complementar, sobretudo quando se trata de administrar um contrato
de execução de serviços e obras de arquitetura e engenharia com terceiros - quando a
imprevisão pode valer sérias complicações de ordem legal, de responsabilidade
técnica e civil, além de prejuízos financeiros e patrimoniais.
c) Produtos:
d.1 - Informação:
a) Objetivos:
I - Implementação das ações e serviços de saúde ao nível do
estabelecimento de saúde pela ativação coordenada:
dos planos e programas específicos de recursos assistenciais
humano, materiais, físicos, financeiros e tecnológicos:
das estratégias de natureza organizativa e gerencial:
das estratégias de natureza epidemiológica.
c) Produtos:
c.1) Resultados da implementação das ações e serviços de saúde ao
nível do estabelecimento individual (ou seja: as alterações concretas produzidas nas
condições de saúde do indivíduo e da comunidade);
c.2) Informação periodicamente coletada, processada e divulgada
acerca do desempenho dos recursos assistenciais e das estratégias de natureza
organizacional, gerencial e epidemiológica;
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d.1) Informação:
Clareza e objetividade quanto ás metas epidemiológicas, gerenciais,
organizacionais e referentes aos recursos assistenciais do
estabelecimento de saúde, fixadas no Plano de Saúde e no Plano
diretor da Rede Física do sistema de saúde;
Fixação de normas e procedimentos que embasam as atividades de
monitoramento e execução da manutenção predial e de
equipamentos do estabelecimento de saúde.
d.2)Recursos Institucionais:
Organização de instância gerencial, no nível do estabelecimento de
saúde, que administra o conjunto de recursos assistenciais em
coordenação com os setores executivos das ações e serviços de
saúde;
Existência de quadros (pessoal) suficientes e capacitados para a
execução das rotinas de manutenção predial e de equipamentos.
a) Objetivos:
c) Produtos:
c.1) Relatório Periódico da Situação de Pós-Ocupação de Desempenho do
Estabelecimento de Saúde, em periodicidade anual, e contendo:
Avaliação dos Espaços Físicos Unitários;
Avaliação dos Setores do Estabelecimento;
Avaliação do Edifício e seu Entorno;
Avaliação da Envoltória da Edifício;
Avaliação dos Sistemas de Instalações Prediais e Especiais;
Avaliação de Rotinas e Procedimentos;
Avaliação do Desempenho Gerencial, Organizativo e Epidemiológico;
Conclusão e Recomendações.
a) UNIVERSALIDADE:
b) EQUIDADE DE ACESSO:
c) ATENÇÃO INTEGRAL:
e) RESOLUTIVIDADE:
Como princípio de eficácia das ações e serviços de saúde, que devem ser
capazes de solucionar um determinado problema de saúde até o nível máximo
de competência e capacidade discriminadas para cada recurso assistencial,
envolvendo a conjunção dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e
humanos de cada esfera governamental - e da própria comunidade;
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f) DESCENTRALIZAÇÃO:
g) REGIONALIZAÇÃO:
h) HIERARQUIZAÇÃO:
i) PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE:
N PLANO PLURIANUAL
Í RECURSOS E DIRETRIZES MINISTÉRIO
V DA SAÚDE
E ÓRGÃOS
EXECUTIVOS atuam
L CONGRESSO
define É Ações
CONSELHO NACIONAL (E NORMATIVOS)
NACIONAL
definida exclusivas
F DE SAÚDE
E atua
D POLÍTICA SETORIAL consolida
E (NACIONAL)
R DE SAÚDE determina “Campo” das Ações Fase
A necessidades integradas integrada
do setor
i d
Inter-condiciona
N
Í PLANO DE GOVERNO
V RECURSOS E DIRETRIZES SECRETARIA ESTADUAL
E DE SAÚDE
L ÓRGÃOS
ASSEMBLÉIA EXECUTIVOS
E CONSELHO ESTADUAL (E NORMATIVOS) atuam Ações
LEGISLATIVA
S DE SAÚDE exclusivas
T atua Fase não-
A integrada do
D POLÍTICA ESTADUAL setor privado
U
A
DE SAÚDE
“Campo” das Ações
L necessidades integradas
N Inter-condiciona
Í
V PLANO DE GOVERNO
E RECURSOS E DIRETRIZES SECRETARIA
L MUNICIPAL DE SAÚDE
ÓRGÃOS
M CÂMARA EXECUTIVOS atuam
U MUNICIPAL CONSELHO LOCAL / (E NORMATIVOS) Ações
N MUNICIPAL DE SAÚDE exclusivas atua
I
C
I
POLÍTICA MUNICIPAL
P
A DE SAÚDE
L
O Sistema Único de Saúde é composto por esses recursos, que não podem ser
considerados isoladamente. A alocação de recursos assistenciais, como problema
político e técnico, depende essencialmente do modo como se entende a integração
desses recursos no modelo assistencial; os recursos humanos, como os realizadores do
trabalho de atenção integral, somente podem operar com a existência das condições
materiais, físicas, tecnológicas e financeiras necessárias à execução do elenco de
tarefas discriminadas a partir dos objetivos gerais, comuns do SUS como um todo, e a
partir dos objetivos específicos, atribuídos à organização dos serviços e ações de
saúde numa região determinada.
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MISÉRIA
INICIATIVA PRIVADA:
sistema de pressão “ad hoc”,
incremental e extremamente DOENÇAS
seletivo
outros; por que o acesso físico deve ser viabilizado por estrutura e meios de
transporte e esses são deficientes;
c) atenção integral: nem todos os estágios da proteção à saúde são promovidos,
protegidos e recuperados, pois os recursos inexistem ou são inadequados, e/ou
ainda as relações inter-institucionais no sistema não estão organizadas e
coordenadas;
d) prioridade para a prevenção: é falaciosa na medida em que as condições de
vida da população estão submetidas a severas restrições de ordem econômica,
ambiental, social (o “estilo de vida” da população a fazem exposta a situações
de risco e/ou a condições deterioradas de existência), bem como na medida em
que o sistema privilegia as ações curativas em detrimento da educação sanitária,
do saneamento e das ações de combate às causas dos agravos às saúde;
e) resolutividade: não é apenas a capacidade de resposta de serviços e ações
isoladas, mas de todo o conjunto de recursos associados à promoção, proteção e
recuperação da saúde; se a cadeia de causação de doenças e agravos não for
inteiramente compreendida, explicitada e trabalhada, haverá desequilíbrio na
alocação dos recursos; os sistemas de serviços diretamente relacionados às
condições de vida da população tendem a manipular as estatísticas e a transferir
as responsabilidades, isolando-se em “áreas de competência formal”, técnica ou
politicamente fundamentadas;
f) descentralização: a organização pública e seus recursos podem ser utilizados de
forma pessoal, não-publicizada, ilegal e mesmo imoral (contrariando os
princípios da Administração pública preconizados no Art. 37 da Constituição
Federal); sempre há forma de uso dos recursos públicos de forma associada à
política partidária e aos interesses dos grupos que dominem a cena política e
econômica local; os dirigentes podem não estar interessados ou preparados para
delegar poder de forma descentralizada; as organizações locais sofrem da falta
de autonomia e garantia de recursos para promover a gestão descentralizada;
g) regionalização: tende a priorizar áreas urbanas em detrimento das rurais, os
grandes centros em detrimento da rede de cidades de pequeno e médio porte e
reproduz diretamente o modelo real de “descentralização”; ao nível da
organização técnica do trabalho e da distribuição de recursos pode ser
prejudicada por abordagem geo-política em detrimento de abordagem
epidemiológica;
h) hierarquização: uma organização das ações e serviços orientada por uma ênfase
na estrutura “médico-hospitalar”, curativa e rígida em sua divisão de trabalho
leva ao desequilíbrio entre os níveis hierárquicos, em detrimento do nível básico
ou primário, da educação sanitária, do saneamento e das ações de combate às
causas dos agravos às saúde; o sistema público pode se estruturar de forma
“complementar” ao setor privado, invertendo o ordenamento constitucional - o
setor público daria cobertura aos onerosos serviços de pouca ou nenhuma
lucratividade, além de suplementar os lapsos ocorrentes na prestação privada de
serviços;
i) participação da comunidade: a centralização do processo decisório, a dieta de
informações ao público, a opacidade dos atos institucionais e o uso político-
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POLÍTICAS SOCIAIS
E ECONÔMICAS / POPULAÇÃO SADIA Egressos / nascimentos
INICIATIVA
PRIVADA
Fatores de
Bem-estar
DOENÇAS NÃO-
VISITAÇÃO /
ACESSÍVEIS
ORIENTAÇÃO /
PELOS MEIOS AÇÕES DE EXTENSÃO
DE DIAGNÓSTICO PROMOÇÃO DA
EXISTENTES SAÚDE COLETIVA / REABILITAÇÃO
Consumo de
INDIVIDUAL
Limiar de DOENÇAS Luxo
ALTERAÇÕES NA OCULTAS AÇÕES DE
ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
Sanidade PROTEÇÃO
DAS ATIVIDADES SÓCIO- ESPECÍFICA LIMITAÇÃO DO
ECONÔMICAS NO
(DEFINIÇÃO ASSISTÊNCIA
DANO
ALTERAÇÕES OBJETIVA / DOMICILIAR
TERRITÓRIO
NAS CONDIÇÕES DEFINIÇÕES População em
DE VIDA DA SUBJETIVAS) Tratamento
POPULAÇÃO Demanda (Medicina
não-satisfeita Científica)
NÍVEL DE
ATENÇÃO
PRIMÁRIA
NÍVEL DE
(contra) referência
ATENÇÃO
Agravos à TERCIÁRIA
saúde coletiva / (contra) referência
individual (contra) referência
PROCESSOS NATURAIS
(FENÔMENOS DE POPULAÇÃO /
ECOLÓGICOS /
GEOMORFOLÓGICOS)
ÓBITO
IATROGÊNESE
• Sistemas alternativos
• Auto-medicação
FIGURA 3- MODELO “AMBIENTAL” DE SISTEMA DE SAÚDE • laissez-faire
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saúde, desse ponto de vista, pode também ser definido como parte do circuito de
consumo de serviços, e a epidemiologia tem todo o potencial de se passar por um tipo
de conhecimento colocado a serviço de estratégias de marketing. Essa leitura não é
totalmente negativa e reprovável, na medida em que as análises do desempenho de
sistemas de saúde utilizam analogias diretamente relacionadas à satisfação do
consumo pelas populações: demanda não-satisfeita, demanda atendida, consumo de
luxo de serviços assistenciais, consumo de serviços públicos etc..
A figura na página seguinte mostra as relações entre os três grandes “temas”
do modelo ambiental de saúde - no sentido conferido por este trabalho:
TERRITÓRIO, POPULAÇÃO e SISTEMA DE SAÚDE, num sentido estrito.
Deve-se considerar que, na “raiz” da epidemiologia estão fenômenos, no
sentido mais amplo da palavra - coisas que aparecem. Não se sabe exatamente quem
vai adoecer, nem por quê, mas verifica-se a ocorrência de determinados padrões de
agravos à saúde semelhantes em populações semelhantes (com relação a seu tamanho,
estilo de vida, estrutura, dinâmica etc.). O princípio da incerteza em que se baseia a
epidemiologia permite que possamos fazer algumas ilações entre fatores fortemente
ligados à causa de doenças e à sua freqüência entre as populações:
a) a falta de condições de saneamento das cidades, afetando o ambiente de
moradia, a qualidade da água e dos alimentos está geralmente associada à
pobreza urbana, à má qualificação dos trabalhadores e a problemas sociais
fundamentais como a violência, a prostituição, o uso de drogas, o alcoolismo, o
tabagismo, o desemprego, a segregação de populações, o descaso com a
infância e a desvalorização da vida humana;
b) a estagnação econômica das regiões afeta diretamente as cidades, e faz girar o
ciclo vicioso de migrações e de crescimento das áreas de moradia sub-
estruturadas; a região “doente” faz adoecer;
c) a ausência ou deficiências na vigilância sanitária, epidemiológica e do trabalho
provoca situações de risco à saúde;
d) o descontrole na ocupação territorial, a poluição, o desequilíbrio ecológico; o
corpo é parte de um imenso sistema social que vai afetar cada uma de suas
partes; as sociedades humanas atuais tornam as populações extremamenete
vulneráveis ao fatores “macro” de desequilíbrio;
conflito ético entre o fornecedor-cidadão (que tem o direito de operar ou não sob condições adequadas, nem sempre existentes, e
o dever de prestar o melhor serviço dentro das condições dadas) e o consumidor-cidadão (que tem o direito de receber o
tratamento adequado e o dever de contribuir para a manutenção desse serviço público). A “analogia do mercado econômico” é
extremamente rica de acepções ambientais - relacionadas à competitividade, à sobrevivência e seleção do mais capaz, aos
fenômenos de satisfação das necessidades associando demanda, oferta e custos, aos fenômenos da economia de escala gerados
pela acumulação de fatores de produção e consumo. No caso do sistema público de saúde pode-se empreender o uso dessa
analogia visando a obtenção de uma nova visão dos componentes “funcionais”, internos ao próprio sistema, e de sua relação com
o ambiente transformado (acepção de “território”) e com os fenômenos de população.
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Assim como a saúde, outras áreas que lidam diretamente com a população
não certeza acerca dos fenômenos com que tratam; as escolas são grosseiramente
dimensionadas para demandas mutantes; apenas se sabe a proporção de população
cliente e pouco mais; não se sabe exatamente o que fazer com a origem e o destino
desse fluxo; depois de procesadas pelo sistema educacional, as populações caem
no “sistema econômico e do trabalho”, e apenas se medem os fenômenos
subseqüentes do desemprego e do nível de renda. A ciência do governo, da
administração pública, se afigura como uma ciência precária, a estrutura de
governo é passiva e resistente, conservadora e pobre de iniciativa.
PESQUISA BÁSICA
ORGANIZAÇÃO CONTINUADA DE INFORMAÇÕES SOBRE O TERRITÓRIO, SUA POPULAÇÃO E O DESEMPENHO DO SISTEMA DE
SAÚDE.
CENÁRIO NO HORIZONTE
REPERTÓRIO DE MODELOS HIERARQUIZAÇÃ
TEMPORAL “2”
PROBLEMATIZAÇÃO / DE REPRESENTAÇÃO DA O FUNCIONAL: REGIONALIZAÇÃ
MONITORAMENTO / DEFINIÇÃO DO O DE
REALIDADE: CONCEITOS /
AVALIAÇÃO DOS PROGRAMA DE TIPOLOGIAS:
“CORTES” E APRIORISMOS
“TEMAS” ATRIBUIÇÕES E ESTRUTURA DA
IDEOLÓGICOS
DE TIPOLOGIAS REDE FÍSICA CENÁRIO NO HORIZONTE
TEMPORAL “1”
REALIDADE REGIONAL
EM CONTINUADA EXECUÇÃO DECISÃO: GERAÇÃO DE HIPÓTESES
TRANSFORMAÇÃO:
GERAÇÃO DE DE PLANEJAMENTO /
(implementação
ALTERNATIVAS / FEED-BACK:
REVISÃO DO PROJETO DO
CONDIÇÕES
do projeto do SÍNTESE FEED-BACK:
sistema) realimentação
SISTEMA correção de
CONCRETAS DE SAÚDE
do projeto do
hipóteses /
sistema
E QUALIDADE DE VIDA
tendências
presumidas
OPERAÇÃO / MANUTENÇÃO / AVALIAÇÃO EXECUÇÃO DE OBRAS PROJETOS TÉCNICOS PLANO DA REDE FÍSICA REGIONAL PLATAFORMAS ALTERNATIVAS
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Físicos;
Econômicos;
Sociais;
De Infra-Estrutura e Serviços Públicos;
Administrativos.
a) Aspectos Físicos:
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b) Aspectos Econômicos:
b1) Área de influência do município (na região e no estado)
b2) Região homogênea a que pertence;
b3) Região polarizada a que pertence;
b4) Características da economia local dentro da região e do estado;
b5) principais atividades econômicas primárias, secundárias e terciárias;
b6) Conjuntura econômica:
Receita e Despesa municipal;
Renda municipal dos setores econômicos;
Emprego e Desemprego;
c) Aspectos Sociais:
c1) Renda Familiar e gastos;
gastos com alimentação;
gastos com vestiário;
gastos com medicamentos;
gastos com habitação;
gastos com transportes;
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e) Aspectos Administrativos
e.1) Organograma da estrutura administrativa do município (ou estado)
quadro de pessoal;
estrutura de planejamento municipal (ou estadual);
plano diretor, plano de investimento (plurianual e do exercício);
e.2) - estrutura da câmara municipal (ou assembléia legislativa)
e.3) - estrutura do Poder Judiciário no local
e.4) - legislação municipal (estadual) existente (em especial relacionada com a saúde
pública, edificações, posturas, loteamentos e uso do setor, e meio-ambiente)
a.2)População Rural:
população total;
evolução da população;
densidades demográficas e mapeamento;
b)Estruturação da População:
b.1)Estruturação por idade e sexo:
faixas etárias
menos de 1 - 4 anos de idade;
5 - 14 anos de idade;
menos de 15 - 44
45 - 49
50 e mais
b.2)Estruturação por profissão/atividade e grau de instrução:
b.3)Composição familiar.
c)Dinâmica Populacional:
c.1)Medidas Vitais:
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c.2)Crescimento de População
estimativas, por grupos de idade, da população urbana e rural e da população
total;
cálculo segundo métodos matemáticos (crescimento aritmético, mínimos
quadrados, crescimento geométrico, crescimento logístico);
a)Aspectos Organizativos:
a.1)Elenco de instituições e prestadores de serviços de saúde:
a.1.1)Por tipologia atual:
posto de saúde;
centro de saúde;
hospital;
outra tipologia (unidade mista, laboratório, clínica isolada, ambulatório, etc.);
a.1.2)Por natureza:
pública (federal, estadual, municipal)
privada (beneficente, filantrópico, lucrativo) pertencente ou não ao S.U.S.
a.1.3) Por modalidade assistencial;
primária;
secundária;
terciária;
quaternária;
a.2) Desenho Espacial da Rede Existente (localização de cada unidade em mapa do
município do tipo “temático”, contendo os urbanos e ligações viárias)
tipo;
produção;
cobertura populacional;
tipo de complexidade tecnológica.
a.3) Articulação entre os estabelecimentos de Saúde:
mecanismos de referência e contra-referência;
convênios e outros contratos de direito público;
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b)Aspectos Gerenciais:
b.1) Identificação das estruturas gerenciais:
núcleos de poder e decisão;
mecanismos e participação e controle social (conselho de saúde -
estadual/municipal, ONG’s)
composição, funcionamento e eficiência das instâncias de gestão (colegiada de
instituições, colegiados nas instituições, atribuições, regimentos, etc.)
b.2) Identificação das estruturas administrativas:
organograma de cada instituição componente do S.U.S.no nível local;
hierarquização do sistema local de saúde;
b.3) Identificação das estruturas de apoio técnico:
unidades de apoio aos recursos humanos (centros de treinamento, escolas
técnicas, etc.);
unidades de apoio dos recursos físicos (oficinas de manutenção predial, ateliês,
etc.)
unidades de apoio dos recursos materiais (oficinas de manutenção de
equipamento; depósitos, farmácias, almoxarifados, lavanderias, costurarias,
gráficas, etc.);
unidades de apoio dos recursos tecnológicos (oficina de produção de
protótipos, equipamentos e instalações bio-médicas)
b.4) Mecanismos e Instrumentos de gerência, desenvolvimento institucional e
coordenação do sistema:
b.4.1) Sistema de Planejamento:
programação;
acompanhamento;
controle;
avaliação.
b.4.2) Sistema de administração orçamentária e financeira;
b.4.3) Sistema de administração de pessoal;
b.4.4) Sistema de administração de material e patrimônio;
b.4.5) Sistema de comunicações, transportes e serviços gerais;
b.4.6) Sistema de informação e informatização;
b.4.7) Sistema de pesquisa e desenvolvimento tecnológico;
b.4.8) Sistema de produção de insumos;
medicamentos;
imunobiológicos;
reagentes;
hemoderivados;
outros produtos biológicos;
materiais de consumo.
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A nossa análise se aproxima bastante das abordagens do tipo “terra arrasada” mas
isso não é verdadeiro para o sistema de saúde da maior parte das cidades brasileiras: há
muita informação acumulada, há uma imensa experiência de governo e planejamento a
ser resgatada.
Tabela Serviços x
ORGANIZAÇÃO ASPECTOS RECURSOS ASSISTENCIAIS AÇÕES E SERVIÇOS
Serviços FUNCIONAL E POLÍTICO- DE SAÚDE
ADMINISTRA- GERENCIAIS
TIVA
ORGANIZAÇÃO • dados sobre a • dados sobre a • dados sobre os recursos • levantamento /
FUNCIONAL E estrutura física, estrutura humanos, financeiros, explicitação / análise
ADMINISTRA- funcional e administrativa (esp. tecnológicos e materiais da programação de
TIVA administrativa do estatutária / disponíveis; ações e serviços de
sistema local de regimental) • dados sobre os procedimentos saúde por
saúde (ou na área institucional; de controle do trabalho estabelecimento
de planejamento); • dados sobre as (recursos humanos), de assistencial / nível
• dados sobre a organizações cujas controle financeiro (recursos assistencial;
organização e ações e serviços de financeiros), de controle do • levantamento dos
divisão técnica do saúde são consumo de recursos instrumentos de
trabalho em todos coordenados / materiais, de manutenção orientação e
os níveis; fiscalizados pela predial e de equipamentos; normatização das
• dados sobre a Secretaria de Saúde • dados sobre as práticas de ações e serviços a
organização ou órgão terceirização de serviços nível local.
administrativa das equivalente; (limpeza / vigilância /
equipes de saúde • dados sobre o transportes / comunicação,
e apoio e gestão. processo decisório entre outras possibilidades);
relacionado à gestão • dados sobre a administração
do sistema local de de convênios e contratos,
saúde e seus procedimentos contábeis e
antecedentes; prestação de contas.
• análise dos
mecanismos de
descentralização /
articulação gerencial
e administrativa.
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ELEMENTOS DA ANÁLISE REGIONAL: MATRIZ DO TEMA SERVIÇOS DE SAÚDE VERSUS SERVIÇOS DE SAÚDE
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ELEMENTOS DA ANÁLISE REGIONAL: MATRIZ DOS TEMAS “TERRITÓRIO” VERSUS “SISTEMA DE SAÚDE”
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ELEMENTOS DA ANÁLISE REGIONAL: MATRIZ DOS TEMAS “POPULAÇÃO” VERSUS “SISTEMA DE SAÚDE”
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OBS:
Cada um dos estudos é identificado por um código do tipo cod.da matriz/código
TT.FF.1 se refere á “elaboração de mapas temáticos sobre os aspectos físico”, como
estudo dos aspectos físicos, na matriz temática do Território. Essa codificação será
utilizada em especial no Diagnóstico Regional.
públicos e saneamento, etc. - de modo a gerar uma base para a ação intra-governamental,
sobre as diferentes políticas públicas setoriais;
- TT (“Território x Território”)
- PP (“População x População)
- SS (“Sistema de Saúde x Sistema de Saúde), bem como os da variável
“epidemiologia”, do tema “população”, com as demais variáveis dos temas “território” e
“sistema de saúde”.
a) Ações de Saúde;
b) Medidas de organização do Sistema de Saúde;
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Cada diretriz é redigida como uma definição que, ainda que preliminar,
contém os elementos básicos para a ação: refere-se a objetivos a alcançar e dispõe sobre
os meios necessários a seu alcance.
i) Ações de Saúde:
Ações sobre doenças transmissíveis;
Ações sobre endemias e zoonoses;
Ações sobre doenças crônico-degenerativas;
Ações sobre a saúde do trabalhador;
Ações sobre a saúde mental;
Ações de vigilância epidemiológica;
Ações de vigilância sanitária;
Ações de educação em saúde;
Ações sobre alimentação e a nutrição;
Ações sobre a saúde ambiental;
Ações sobre o controle de sangue e hemoderivados;
Ações de imunizações;
Ações sobre a saúde escolar;
Ações sobre a saúde bucal;
Ações sobre traumas individuais;
Ações sobre grupos específicos (crianças, mulher, adolescente, adulto, idoso,
deficiente, crônico)
A organização das ações e serviços de saúde de ter sua estrutura definida, dado
que qualquer decisão sobre a alocação de recursos assistenciais será função do conjunto
de atividades necessárias ao alcance dos objetivos do Plano de Saúde.
REFERÊNCIAS: