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ESPECIALIZAÇÃO EM
ARQUITETURA DO
SISTEMA DE SAÚDE
ÍNDICE 1
5.5) Hierarquização Funcional 3
a.1) Introdução 3
a.2) Hierarquização das Diretrizes de Ação 6
a.3) Integração das Diretrizes de Ação às Atribuições do Sistema de Saúde 7
a.4) Combinação de Atribuições em Tipologias de Estabelecimentos Assistenciais
de Saúde 10
a.5) Estruturas Hierarquizadas de Tipologias 29
a.6) Programa de Necessidades do Sistema de Saúde 34
6) REGIONALIZAÇÃO – ou o PROBLEMA DA ESPACIALIZAÇÃO DOS DADOS DA 37
PESQUISA BÁSICA
6.1) Conceitos da Espacialização da Pesquisa Básica 37
6.1.2) O Modelo da Área Programatica (ou Área de Planejamento) 38
6.1.3) Modelos que Integram Aspectos Relacionais e Dinâmicos dos Sistemas
Regionais 40
6.1.4) Modelos Espacializados a Partir de Tesselações 45
6.1.4.a) Módulos Baseados na Densidade Urbana 45
6.1.4.b) Módulos Baseados na Cobertura Assistencial 50
6.1.4.c) Módulos Baseados em Tipologias de E.A.S. 50
6.1.4.d) Módulos Baseados em Critérios de Sustentabilidade 51
7) REGIONALIZAÇÃO DE TIPOLOGIAS 51
b.1) Introdução 51
b.2 - Definição de Padrões de Rede Física de Sistemas Locais de Saúde 52
b.2.1) - Definição das variáveis de classificação a situação existente como um
“caso” 53
b.2.2) Definição das variáveis de classificação de modelos (padrão) de rede física 56
b.2.3) Cruzamento dos casos qualificados com os modelos de rede física do
Sistema Local de Saúde 57
b.3) Princípios de Projeto de Rede Física do Sistema Local de Saúde 59
b.3.1) Delimitação Regional 61
b.3.2) Formulação de Hipóteses de Cobertura Assistencial 61
b.3.3) Formulação de Hipóteses de Distribuição de Tipologias 65
b.3.4) Geração de alternativas e critérios decisórios 70
b.3.5) Apresentação da Alternativa Eleita 83
b.3.6) Elaboração de Cenários Prospectivos 84
b.3.7) Desenvolvimento do Plano Diretor Físico da Rede de Saúde: 88
3.3.8) Controle e Fiscalização da Execução 88
3.3.9) Sistema de Avaliação 88
Referências 89
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a.1) Introdução:
As “atividades de atenção direta à população”, por sua vez, somente podem ser
discriminadas a partir das diretrizes de ação, consideradas na Análise Regional. Tais
diretrizes de ação devem ser objeto de hierarquização em termos dos níveis
assistenciais a que se remetem, tornando possível discriminar quais as atividades
necessárias (e as concomitantes medidas organizacionais, gerenciais, epidemiológicas
e de recursos), por nível assistencial, numa situação problema existente.
Nessa abordagem, o caráter das tipologias reaparece com clareza: elas são
instrumentais, como formas de organizar o trabalho de promover a saúde e curar as
doenças, abrigando as equipes de saúde em seu encontro com a população usuária
através de procedimentos altamente padronizados. Para o sistema de saúde, a
padronização se traduz em eficiência e qualidade, se considerarmos as estatísticas de
atendimento dos sistemas locais (urbanos e de redes urbanas locais) e nacional.
Dificilmente um padrão previsível em sua qualidade pode ser assegurado em nível
nacional se não houver padronização de procedimentos. Contudo, os espaços
construídos não se submetem à mesma lógica, quando colocamos em debate o ajuste à
variedade climática brasileira, e aos padrões de concentração e dispersão populacional
nas várias escalas urbanas e geográficas do país. Esse é o aspecto que mais carece de
estudos e pesquisas, que fundamentem metodologias mais consistentes de
planejamento físico da rede de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde.
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POSTO DE SAÚDE
HÁ APOIO AO
DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO, NÃO
OBSERVAÇÃO E MEIOS
DE DE INTERVENÇÃO ?
CENTRO DE SAÚDE
NÃO SIM
HÁ,
NECESSARIAMENTE, AMBULATÓRIO
CONSULTA MÉDICA
ESPECIALIZADA E GERAL
ODONTOLÓGICA ? SIM
NÃO
É REALIZADA A
INTERNAÇÃO DE
PACIENTES ? UNIDADE
MISTA
SIM SIM
HÁ,NECESSARIAMENT
EXISTEM LEITOS EM E, ASSOCIAÇÃO
CLÍNICAS NÃO DIRETA ENTRE AS
ESPECIALIZADAS ? AÇÕES BÁSICAS E A
INTERNAÇÃO DE
PACIENTES ?
SIM NÃO
OS LEITOS RES- HOSPITAL
TRINGEM-SE ÀS
CLÍNICAS BÁSICAS ? LOCAL
SIM
HÁ MAIOR
HOSPITAL
CONCENTRAÇÃO DE SIM REGIONAL
LEITOS NAS CLÍNICAS
BÁSICAS (MENOR
NÚMERO DE LEITOS EM
CLÍNICAS
ESPECIALIZADAS ?
SIM HOSPITAL
HÁ MAIOR
UNIVERSITÁRIO
CONCENTRAÇÃO DE O ENSINO E A
LEITOS EM CLÍNICAS
ESPECIALIZADAS, EM
SIM PESQUISA SÃO,
VÁRIAS DIREÇÕES DE
NECESSARIAMENTE,
ESPECIALIZAÇÃO ? ATIVIDADES-FIM ?
HOSPITAL DE
NÃO ESPECIALIDADES
HÁ MAIOR
CONCENTRAÇÃO DE
LEITOS EM CLÍNICAS
ESPECIALIZADAS, EM
POUCAS DIREÇÕES DE
SIM HOSPITAL
ESPECIALIZAÇÃO ?
ESPECIALIZADO
UM DIAGRAMA EM BUSCA DA
“ÁRVORE “ DE DIFERENCIAÇÃO DAS TIPOLOGIAS CLÁSSICAS DO SISTEMA DE
SAÚDE (ANTERIORES À PORTARIA 1.884/94 E RDC-050)
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123456789
1 - Ações Básicas de Saúde
Esse nível detalhado de exame pode mostrar que a própria RDC-050 não
contém TODAS as atividades possíveis, mas que expõe uma eleição de atividades
razoavelmente abrangente. Também demonstra a necessidade de uma base de dados
descritiva das relações entre as atividades nos Estabelecimentos Assistenciais
existentes. Essa é uma fronteira “aberta” para a pesquisa multidisciplinar, envolvendo
administradores, profissionais de saúde e planejadores físicos.
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Essa “tríade” é
proposta como um ponto de
partida para o
dimensionamento das
INTERNAÇÃO
tipologias. A partir desses
“Núcleos Básicos”, os
planejadores podem delinear
os cenários (ou hipóteses de
composição e distribuição de
tipologias) da rede física do
sistema local de saúde.
POPULAÇÃO
TIPOLOGIAS SIMPLES
POPULAÇÃO
dizemos que “o sistema local é terciário”. Podemos, assim, reconhecer três tipos de
estruturas hierarquizadas de tipologias de estabelecimentos assistenciais de saúde
referentes a diferentes necessidades do sistema local de saúde.
UROLOLOGIA
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IA
CLÍNICA PEDIÁTRICA
CLÍNICA CIRÚRGICA
CLÍNICA GINECOLÓGICA
CLÍNICA MÉDICA
CLÍNICA OBSTÉTRICA
MEDICINA
para a gestão do sistema de saúde – mas não abordaremos esses modelos na presente
abordagem).
Hagget, Cliff, e Frey (1977) lançaram as bases para uma nova perspectiva de
sistemas de serviços a partir de seus recursos - ou melhor: dos padrões de distribuição
destes recursos dentro de uma estrutura urbana dinâmica.
Uma segunda limitação diz respeito à força com que informações exteriores do
sistema urbano, fenômenos de projetados um no sistema urbano ( como doenças que
vem de fora, impactos ambientais com foco exterior ao sistema urbano, por exemplo)
podem ter no sistema modal regional. Quando se procede à análise das relações de
transformação e do sistema no tempo, é possível desenvolver uma abordagem de
absorção e dos impactos externos e das trocas que o sistema urbano realiza com o
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mundo exterior. Mas isso deve estar claro como um dos mais importantes aspectos
para planejamento de sistemas de saúde.
Esses seis estágios de análise urbana e regional ainda representam, trinta anos
depois de sua proposição, um promissor programa de pesquisas no planejamento
físico de sistemas de prestação de serviços urbanos. Na presente abordagem nos
referiremos a esses estágios de análise de modo especulativo, ou introdutório a
elaboração de métodos e técnicas apropriados para o planejamento de rede. (Nunca é
tarde, pesquisadores. Essas coisas sempre se desenvolvem a partir da última referência
em que se encontravam, e não se tornam velhas somente porque o tempo passou;
tornam-se velhas e ultrapassadas quando delas brota uma idéia realmente melhor).
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d27.1
d8.8 d27.3
d27.2
d3.2 d27.21
d8.7 d27.4
d27.22 d27.5
d27.20 d27.23
d8.1
d3.1 d27.24 d27.25
d1 d8.2 d27.19 d27.26
d27.27 d27.7
d8.6 d27.18 d27.8 d27.6
d27.10
d8.3 d27.11 d27.9
d3.3 d27.13
d27.12
d8.5
d27.17 d27.14
d8.4 d27.15
d27.16
* Diferentes “resoluções” podem ser ** As áreas urbanas (que chamamos de *** Essa consistência varia de cidade a
MARÇO DE 2009
usadas no estudo das distribuições de campo-cidade) podem ser sub-divididas cidade, e considera a forte tensão gerada
densidades urbanas. É muito comum em tessela de diversas ordens, atenden- pelos pressupostos de ordenamento e
que usemos densidades gerais como do a diferentes critérios (limites de bairros, desenvolvimento urbano assumidos no
a obtida pela divisão da “população paróquias, jurisdições policiais, cartoriais, Plano Diretor da cidade. O Plano de Saúde
habitante” (Total) da cidade, por sua eleitorais, distritos censitários, e mesmo deve colocar em discussão a forma de
“área”, que pode ser entendida como hidrografia,etc). As tessela estabelecidas abordar a tesselação urbana (que pode ser
o Perímetro Urbano oficialmente defi- pelo Plano Diretor das cidades são pro- aproximadamente igual à sua “distritaliza-
nido pelo Plano Diretor de Urbanismo, duzidos de forma mista, envolvendo cri- ção”, entre outros conceitos uitilizados no
ou a área do Município - que funciona térios que podem ser contraditórios. planejamento do sistema público de saúde).
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muito mal na maioria dos Municípios O planejamento físico da rede de E.A.S. A organização urbana não pode, de forma
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brasileiros, que possuem majoritaria- envolve vários critérios, que reportamos alguma, ser menosprezada no planejamento
áreas urbanas menores que 50% da ao banco de dados da Pesquisa Básica, da rede de E.A.S.; o estudo do mosaico de
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área municipal total (Censo de 2000). nos temas “população / território / sistema densidades envolve simultaneamente o feixe
de saúde”, e uma definição consistente da de critérios do planejamento urbano e do pla-
“resolução” demográfica. nejamento setorial da saúde.
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Essa é uma densidade média para centros urbanos. Uma Superquadra tem uma
área de aproximadamente dez hectares, e uma população de aproximadamente 2500
pessoas. Sua densidade, portanto, é de 250 pessoas por hectare, uma densidade
elevada.
Um quarteirão de 80 por 80 metros, e 8 casas em cada face, tem uma área de
0,64 ha (que sobe para cerca de um hectare, se nós considerarmos os eixos das ruas e
as larguras das calçadas), e um total de 32 casas com, digamos, cinco moradores em
cada uma delas (160 moradores). Essa densidade de 160 habitantes por hectare
também é mediana.
Podemos estabelecer faixas de densidades moduladas de 50 em 50 pessoas por
hectare (zero a 50, 51 a 100, 101 a 150, etc.), e, a não ser que haja algum aspecto
populacional especial em análise ( faixas críticas de densidade demográfica
estabelecidas como critério de projeto ou de planejamento urbano), esses módulos
apresentam um mínimo de exatidão para os estudos de planejamento físico que
faremos.
Ter um mapa de densidades de " boa resolução" das cidades implica, como
vimos introdutoriamente nos modelos anteriores, num instrumento crucial para a
deliberação sobre os problemas da localização de estabelecimentos assistenciais saúde
e de alocação de recursos assistenciais. Essencialmente, nos dirigimos para a geração
de hipóteses de planejamento sólidas, bem fundamentadas numa abordagem
demográfica e epidemiológica.
Resolução 72/1 Resolução 144/1 Matriz de (Estimativas de ) Traçado de linhas “Isopícnas”
Densidades (igual densidade)
* A tesselação do campo-cidade através ** Diversas resoluções podem ser uti- *** As cidades poderiam ser literalmente
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de grades modulares regulares pode ren- lizadas, e sua escolha depende de uma monitoradas com relação a vários aspectos
der resultados interessantes para a aná- variedade de fatores (tamanho da cidade, de seu funcionamento, se o planejamento
lise da organização urbana, para diversas tempo e recursos disponíveis para a pes- urbano e setorial (da saúde, da educação,
finalidades de planejamento. Recomen- quisa, confiabilidade dos dados censitá- da segurança pública, dos transportes),fos-
damos que essa abordagem seja usada rios, etc). Ao analisarmos a cidade em se sistemático - tanto no sentido de ser
complementarmente a mosaicos como os resoluções maiores, podemos localizar realizado em fluxo contínuo, quanto no sen-
utilizados no Plano Diretor Urbano da ci- com precisão os diversos fenômenos tido de não perder as importantes oportuni-
dade em análise. A grade “destrói” qual- que devem ser previstos pelo planeja- dades de estabelecer inter-relações. A ma-
quer viés que encontraremos, necessari- mento setorial da saúde: ocorrências de lha de análise do campo-cidade também é
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amente, nos mosaicos que produzimos agravos, localizações sem saneamento, uma malha de dados. No caso, podemos
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para os planos urbanos mais gerais. Em lixões e “pequenos lixões”, etc. As densi- delimitar as áreas de densidades asseme-
decorrência, produz um banco de dados dades também podem ser estimadas com lhadas, para daí passarmos a estimar as
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que é de enorme valor estatístico, e que um erro moderado: cada elemento da demandas por serviços assistenciais - mas
pode ser detalhado com segurança. quadrícula é estimado em separado, e também preventivos e promocionais - de
pode ajudar a compor um quadro estima- saúde.
tivo mais cauteloso, passível de revisão
a um custo de pesquisa bem menor.
Se temos esse número de pessoas,
podemos deduzir a área da cidade
que ocupam, proporcionalmente, a Atenção: acabamos de transformar
partir da densidade urbana - ou me- um médico em um disco chato de
lhor: a partir de cada faixa de densi- área física maior que o Maracanã !
dade urbana. Ou num quadrado em que cabem
Um médico que trabalhe 6 horas A fórmula da densidade é D=P/A, dezenas de campos de futebol !
por dia em um consultório de um onde D é a densidade, P é a popu- Mas é a isso que nos levam os parâ-
hospital público atende a 4 pessoas lação e A a área que a abriga. metros: podemos entender como a
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por hora - ou seja: a 24 pessoas por Portanto, temos que A=P/D. cidade se converte em suas ativida-
dia de trabalho. Se trabalha 225 Se P=2.700 pessoas, e considera- des e demandas - e vice-versa, ain-
dias por ano (365 dias - 102 dias de mos D=50 habitantes/ha, a área a da que de um modo extremamente
final de semana - 30 dias de férias computar é de 54 hectares (ou 540 simplista.
- 8 eventuais feriados), sem faltas, mil metros quadrados, ou um qua- A geometria dessa atividade pode
realizará 5.400 consultas por ano. drado de 735 metros de lado, ou um ser desenhada sobre a cidade.
Se considerarmos que cada pessoa círculo de 293 metros de raio. Esse Ao desenharmos círculos-médicos
demanda em média 2 consultas mé- é um “módulo-médico” (que trabalha ou quadrados-médicos, tomamos
dicas por ano, propomos que esse 6 horas diárias atendendo a consul- consciência de quantos médicos
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Embora essa seja uma estratégia típica dos anos 1950 (proposta pelo NHS
inglês), e tenha sido utilizada até recentemente no Brasil, ela tem sérios
inconvenientes para um planejamento ajustado à realidade regional. Com projetos
físicos altamente centralizados e definidos com pouca flexibilidade, e com uma
rigorosa padronização das atividades, dos perfis de pessoal, dos padrões de
fornecimento de insumos, dos padrões de desempenho de ações assistenciais, etc. ,
tem a evidente vantagem de permitir o total controle dos investimentos na construção
de grandes redes de estabelecimentos assistenciais saúde, em prazos muito curtos.
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Sua aplicação pode ser resumida no seguinte: "uma tipologia serve a uma
população determinada, como um sistema fechado e simplificado, a princípio. O
conjunto de tipologias se encaixa no território como um quebra-cabeça. São peças
pré-fabricadas preenchendo um espaço físico ocupado pessoas que, hipoteticamente,
demandam seus serviços de forma padronizada".
7) REGIONALIZAÇÃO DE TIPOLOGIAS
A rede física do sistema local de saúde é planejada para uma área geográfica
determinada, onde se encontra uma população definida, servida por um sistema de
saúde pré-existente (ou não), e que - especialmente no sentido da distribuição no
espaço físico de tipologias especificamente ajustadas - vai compor um modelo de
cobertura assistencial único.
e de que forma cada leito deve ser alocado (a sua localização, com respeito ás
alternativas colocads no espaço regional, e como componente da capacidade instalada
de um estabelecimento determinado).
A rede física do sistema local de saúde pode ser descrita através de um grafo
onde cada nodo representa um estabelecimento de saúde (ou outra tipologia não-
assistencial), e cada linha um determinado tipo de relação entre os estabelecimentos: a
distância entre eles, um determinado fluxo de pacientes, de materiais, de informação,
etc., ou a relação de coordenação/subordinação entre os elementos componentes da
rede hierarquizada e regionalizada.
Uma “área homogênea de risco” pode ser definida, dentro da terminologia até
agora empregada, como uma fração da região de atuação do sistema de saúde onde a
população nela habitante ou dela usuária está exposta a um mesmo quadro de risco de
ocorrência epidemiológicas. A região delimitada pode então ser dividida em um
mosaico de áreas homogêneas de risco, sendo que sua definição resultou da
sobreposição de diretrizes de ação de saúde - podendo ser reformulada pela alteração
das hipóteses de cobertura assistencial em cada nível assistencial.
Podemos, a partir desses critérios, ter que: nenhuma das unidades sub-
regionais atinge, isoladamente, o mínimo de população exigido para o
estabelecimento de tipologia do nível primário (neste caso formulam-se alternativas
de agrupamento de unidades sub-regionais que possuam interligações viárias entre si
e/ou que não estejam afastadas entre si por mais de uma hora de viagem no meio de
transporte prevalente; atinge-se quantitativos de população que permitam diversas
composições tipológicas de nível primário, localizadas ao longo das vias de
interligação, eqüidistantes das localizações de população dispersa; parte da unidade
sub-regionais atinge, isoladamente, o mínimo de população exigido para o
estabelecimento de tipologias do nível primário (neste caso pode-se gerar alternativas
agrupando as unidades sub-regionais “periféricas” que não atingiram os mínimos de
população entre si e/ou agrupando essas unidades sub-regionais ás que atingiram -
sendo que a localização de tipologias pode se dar, preferencialmente, na unidade sub-
regional que atingiu o mínimo de população; a localização tipológica se dá ao longo
das vias de interligação, eqüidistante das localizações de população dispersa) todas as
unidades sub-regionais “periféricas” atinge o mínimo de população exigido para o
estabelecimento de tipologias do nível primário (neste caso agrupa-se os “excessos”
de contingentes populacionais em unidades sub-regionais vizinhas, de forma a
concentrar-se os recursos assistenciais, sobrepondo a cobertura assistencial entre
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A área de cobertura assistencial hipotética, por sua vez, é dada pela soma das
áreas de cobertura de cada estabelecimento assistencial existente em cada centro
urbano considerado:
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ii- nível secundário: os critérios são idênticos aos expostos nos itens
anteriores, observando-se que:
REFERÊNCIAS