Você está na página 1de 73

Universidade de Brasília

Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas


Departamento de Administração

WAGNER RIBEIRO DA SILVA FILHO

ESTUDO DO MODELO DE OBTENÇÃO DO EXÉRCITO:


APLICAÇÃO DO MÉTODO MULTICRITÉRIO

Brasília – DF
2019
WAGNER RIBEIRO DA SILVA FILHO

ESTUDO DO MODELO DE OBTENÇÃO DO EXÉRCITO:


APLICAÇÃO DO MÉTODO MULTICRITÉRIO

Monografia apresentada ao Departamento de


Administração como requisito parcial à
obtenção do título de Especialista em Gestão
de Projetos da Universidade de Brasília.

Professor Orientador: Dr. EVALDO CESAR


CAVALCANTE RODRIGUES

Professor Coorientador: Cel QEM QEMA e


Dr. CLOVIS EDUARDO GODOY ILHA

Brasília – DF
2019

II
WAGNER RIBEIRO DA SILVA FILHO

ESTUDO DO MODELO DE OBTENÇÃO DO EXÉRCITO:


APLICAÇÃO DO MÉTODO MULTICRITÉRIO

A Comissão Examinadora, abaixo identificada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso


de MBA em Gestão de Projetos da Universidade de Brasília do aluno

WAGNER RIBEIRO DA SILVA FILHO

Dr. EVALDO CESAR CAVALCANTE RODRIGUES


Professor-Orientador

Cel QEM QEMA e Dr. CLOVIS EDUARDO GODOY ILHA


Professor-Coorientador

Gen Bda e Dr DÊNIS Dr. RAFAEL RABELO MSc. MAURÍCIO ABE


TAVEIRA MARTINS NUNES MACHADO
Professor-Examinador Professor-Examinador Professor-Examinador

Brasília - DF, 21 de agosto de 2019

III
AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha querida família, Suszy, minha esposa,


por todo amor e suporte. Aos meus filhos e nora, Wagner
Mateus, Marcos André e Luísa pelo incentivo e
compreensão. Ao Professor Evaldo César e ao Cel Ilha por
todo apoio e paciência.

IV
O EXÉRCITO BRASILEIRO é uma instituição em
constante evolução; preserva os mais fortes sentimentos
de orgulho por seu País e de amor por sua gente; e existe
para defender a Pátria!

Autor desconhecido.

V
RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo geral analisar o uso do Método de Análise Multicritério
de Apoio à Decisão - Construtivista (MCDA-C) como suporte na tomada de decisão na Gestão
do Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar. Desta forma o trabalho foi
conduzido por meio da metodologia MCDA-C, com reuniões de brainstorming, do grupo focal,
definições de pontos de vista fundamentais e seus critérios. Com esses dados foi possível
realizar uma pesquisa de campo, com aplicação de um questionário, identificando os critérios
mais adequados. Após tabulado, os dados obtidos foram aplicados no software MyMCDA-C,
sendo seus resultados analisados e identificados. Os critérios apresentados obtiveram avaliação
entre os níveis bom, muito bom e excelente, demonstrando as suas pertinências na aplicação de
um processo decisório, permitindo assim concluir sobre a utilização da metodologia
multicritério como suporte nas decisões do ciclo de vida.

Palavras-chave: Exército Brasileiro. Metodologia Multicritério de Apoio à Decisão (MCDA-


C). Ciclo de Vida. Sistemas e Materiais de Emprego Militar.

VI
ABSTRACT

The following article seeks to analyze the use of the Multicriteria Decision Aid Constructivist
Methodology (MCDA-C) as a support mechanism for decision making in the Life-Cycle
Management of Military Employment Systems and Materials. In this sense, the research was
conducted by the MCDA-C methodology, with brainstorming conferences, the focus group,
definitions of fundamental points of views and their criteria. With this data it was then possible
to carry out a field research, with the assistance of a questionnaire, identifying the most
adequate criteria. After tabulated, the obtained data was transferred to the MyMCDA-C
software and the results were then analyzed and identified. The presented criteria were divided
into groups ranging from good, very good and excellent. This demonstrated their relevance in
the application of the decision-making process. This then led to a conclusion regarding the use
of this methodology criteria as a support mechanism in the life-cycle decision process.

Keywords: Brazilian Army. Multicriteria Decision Support Methodology (MCDA-C). Life-


Cycle. Military Employment Systems and Materials.

VII
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 1
1.1 Contextualização 2
1.2 Formulação do problema 2
1.3 Objetivo Geral 3
1.4 Objetivos Específicos 3
1.5 Justificativa 4
2 REFERENCIAL TEÓRICO 5
2.1 O Exército Brasileiro 5
2.2 Escritório de Projetos do Exército 7
2.3 Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar 10
2.3.1 Fase da Formulação Conceitual 12
2.4 Capacidades Militares Terrestres e Operativas 13
3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA 16
3.1 Tipologia e descrição geral dos métodos de pesquisa 17
3.2 População e amostra 18
3.3 Método de Pesquisa: MCDA-C 19
3.3.1 Arcabouço Teórico do Método MCDA-C 20
3.3.1.1 Teoria Construtivista 20
3.3.1.2 Benchmarking 20
3.3.1.3 Brainstorming 21
3.3.1.4 Grupo Focal 21
3.3.2 Estruturação do Método de Pesquisa 21
3.3.2.1 Rótulo da Pesquisa e Atores da Pesquisa 22
3.3.2.2 Brainstorming e Identificações Preliminares 23
3.3.2.3 Pontos de Vista Elementares (PVE) 23
3.3.3 Identificação dos componentes do Grupo Focal 25
3.3.4 Atuação do Grupo Focal 25
3.3.4.1 Conversão dos Pontos de Vista Elementares (PVE) em Pontos de Vista
Fundamentais (PVF) 26
3.3.4.2 Taxas de Contribuição dos PVF 27
3.3.4.3 Construção dos Descritores 28
3.3.5 Aplicação do Instrumento de Coleta de Dados 29
3.3.6 Tabulação dos Dados Coletados e Identificação da Mediana 29
3.3.7 Modelagem dos dados 29
4 ANÁLISE DOS RESULTADO E DISCUSSÃO 31
VIII
4.1 Análise dos dados profissionais dos entrevistados 31
4.2 Mobilidade Estratégica 32
4.3 Prontidão 34
4.4 Apoio de Fogo 35
4.5 Gestão e Coordenação Logística 36
4.6 Análise Macro da Pertinência dos Requisitos Operacionais 37
4.6 Atingimento dos Objetivos da Pesquisa 40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 41
5.1 LIMITAÇÕES 42
5.2 RECOMENDAÇÕES 43
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS 44
APÊNDICES 50
Apêndice A – Capacidades Militares Terrestres e Operativas 50
Apêndice B – Esforço Ponto de Vista Fundamental e Subponto de Vista Fundamental 59
Apêndice C – Questionário 62
Apêndice D – Tabulação dos resultados dos questionários 64

IX
1

1 INTRODUÇÃO

O Exército Brasileiro, instituição nacional, permanente e regular, organizada com base


na hierarquia e disciplina, tem como principal missão a defesa da pátria, valendo-se, para isso,
da Força Terrestre, seu instrumento de ação.

A Força Terrestre é composta por homens, mulheres, sistemas e equipamentos de


emprego militar. Pode-se inferir, que uma das missões mais importantes para o Exército
Brasileiro é o permanente estado de prontidão, o que significa recursos humanos capacitados e
seus sistemas e equipamentos de emprego militar em condições de serem empregados.

Outra missão importante para o Exército é a excelência na gestão orçamentária, é o fazer


mais e melhor com os recursos disponíveis. Para tornar possível, uma das principais ações é a
permanente qualificação dos seus quadros, sendo a gestão de projetos um dos ramos mais
importantes.

A gestão do ciclo de vida dos sistemas e materiais de emprego militar, base desse
trabalho, é regulada por um documento publicado pelo Estado-Maior do Exército, denominado
de Gestão do Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar.

A finalidade do documento acima é regulamentar o processo decisório para obtenção de


novos sistemas e materiais, seja por aquisição no mercado de defesa ou por desenvolvimento,
ou a modernização dos sistemas e materiais existentes.

Observa-se que as decisões a serem tomadas são complexas, por envolverem


principalmente um volume considerável de recursos, principalmente, humanos e financeiros,
uma grande quantidade de unidades militares e, dentre outros aspectos, o tempo que deve
permanecer em atividade, normalmente 20 anos.
Considerando-se a existência de diversos fatores e critérios conflitantes no âmbito da
gestão do ciclo de vida, a utilização do Método de Análise Multicritério de Apoio à Decisão -
Construtivista - MCDA-C mostra-se como mais adequada para a obtenção da melhor solução
disponível para o problema existente (KOU et al., 2010).
Isso posto, o objetivo do presente trabalho é estudar a validade na utilização da
metodologia MCDA-C e seus modelos para a solução de problemas complexos de tomada de
decisão no âmbito do ciclo de vida de sistemas e materiais de emprego militar.
2

1.1 Contextualização

Da pesquisa realizada, na documentação que trata do ciclo de vida dos sistemas e


materiais de emprego militar, foi possível verificar a existência de decisões a serem tomadas
que envolvem situações complexas.

A existência de múltiplos critérios com características qualitativas e quantitativas,


necessitando de hierarquização em grau de prioridade e importância, dados de mensuração
variáveis e a dificuldade no tratamento subjetivo por parte dos diversos agentes envolvidos no
processo decisório, realça de forma inegável a necessidade de uma ferramenta que processe
todas essas informações.

Considerando a quantidade de informações existentes em uma decisão desse nível de


complexidade, a melhor solução poderá ser feita com o apoio de métodos de análise
multicritério.

Como forma de delimitar a pesquisa, serão consideradas como critérios para a


construção do modelo de análise multicritério as capacidades militares terrestres e operativas
apresentadas no referencial teórico.

1.2 Formulação do problema

A situação observada na pesquisa é a existência de decisão por parte do Alto Comando


do Exército, que seria mais bem assessorada pela existência de um modelo gerado por uma
análise multicritério.

Em particular, ao final da primeira fase do ciclo de vida, onde serão apresentadas


diversas informações, onde a existência de uma metodologia multicritério que pudesse analisar
situações complexas, envolvendo indicadores quantitativos e qualitativos distintos, podendo
incluir todo tipo de informações (SILVEIRA JR, 2018).

Com uma proposta lógica e sistêmica, com uso de equações matemáticas, das mais
simples às mais complexas, buscando selecionar a melhor alternativa e utilizando-se de
comparações que determinam os índices numéricos da avaliação, é a base do método
multicritério. Podendo os decisores escolherem suas alternativas de forma a balancear entre o
3

esforço de tomar a decisão e a precisão desejada no processo (ALMEIDA, 2011; ALMEIDA,


2013).

O método escolhido para auxiliar o processo seletivo é difícil, cabendo ao órgão que
organiza a formulação conceitual um esforço na integração dos diversos sistemas e recursos
envolvidos no projeto. Stoner e Freeman (1999) apontam a resistência por parte dos decisores
em relação ao método multicritério por não dominarem a sua aplicação com profundidade,
principalmente em organizações centralizadas.

Isso posto, a pergunta síntese deste estudo será: Como a aplicação de um método de
análise multicritério poderá contribuir de forma eficaz no assessoramento das decisões
previstas na gestão do ciclo de vida de sistemas e materiais de emprego militar, em
particular, na fase da formulação conceitual?

1.3 Objetivo Geral

Analisar o uso do Método de Análise Multicritério de Apoio à Decisão - Construtivista


(MCDA-C) como suporte na tomada de decisão na Gestão do Ciclo de Vida dos Sistemas e
Materiais de Emprego Militar.

1.4 Objetivos Específicos

Como forma a alcançar o objetivo geral, foram elencados os seguintes objetivos


específicos:

- Definir os critérios do processo;


- Atribuir a hierarquia e valores aos critérios avaliados;
- Demonstrar a validade do modelo de análise multicritério;
- Apresentar a melhor alternativa de critérios aos decisores.
4

1.5 Justificativa

O ciclo de vida dos sistemas e materiais de emprego militar, principalmente na sua


primeira fase, irá decidir pela obtenção de um determinado produto. Essa decisão irá impactar
o Exército Brasileiro em diversos pontos: recursos orçamentários, operacionalidade, logística e
o tempo de vida útil, dentre outros.

A justificativa dessa pesquisa tem como base validar a metodologia multicritério de


apoio a decisões complexas, visando sua aplicação em apoio às reuniões decisórias do ciclo de
vida.

Desta forma, o emprego dessa metodologia nas próximas obtenções poderá auxiliar na
validação das decisões tomadas, especialmente na sua transparência. A Controladoria-Geral da
União considera que a transparência permite à sociedade ver se os recursos públicos estão sendo
usados da melhor forma possível.

Além de possibilitar cumprir de forma mais adequada a Lei Nº 8.666, que regula as
licitações e contratos na administração pública, determina que o fornecimento de bens e
serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade
tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela
autoridade máxima do órgão (BRASIL, 1993).

Atualmente o Exército Brasileiro vem realizando estudos para a adoção de uma solução
para Carro de Combate, mas também blindados de Infantaria, Engenharia, Artilharia e de
suporte. A DEFESANET, site especializado em assuntos de defesa, publicou um artigo tratando
desse assunto. Um dos pontos levantados pelos autores foi o modelo de obtenção, quando eles
observam a possibilidade de utilizar um modelo decisório baseado em múltiplos critérios
(CARVALHO et. CARVALHO, 2019).
5

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico tem por escopo apresentar o estudo realizado e os tópicos


necessários para o entendimento desta pesquisa.
O primeiro tópico apresenta o Exército Brasileiro, sua organização e os principais
decisores. Em seguida, o Escritório de Projetos do Exército e a documentação relacionada a
projetos.
Os dois últimos tópicos são a gestão do ciclo de vida de sistemas e materiais de emprego
militar, apresentando uma visão geral de todo o ciclo de vida e em especial da sua primeira fase,
e finalizando com as capacidades militares terrestres e operativas que orientam os requisitos
operacionais.

2.1 O Exército Brasileiro

A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em outubro de 1988,


estabelece, no seu Artigo 142, que o Exército, junto com a Marinha e a Aeronáutica constituem
as Forças Armadas Brasileiras, sendo instituições nacionais permanentes e regulares, destinam-
se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer deles,
da lei e da ordem (BRASIL, 1988).
Com base na sua missão constitucional, a qual serve de farol para toda a sua concepção
estratégica, o Exército Brasileiro procura de todas as formas manter os seus recursos humanos
e materiais em condições de serem empregados a qualquer momento, mantendo a Força
Terrestre em permanente estado de prontidão. (BRASIL,1999 e END, 2012)
A Força Terrestre é o instrumento de ação do Exército Brasileiro, a qual inclui todos os
elementos da instituição com capacidade para atuar nos diversos ambientes operacionais
previstos na concepção estratégica. (BRASIL, 2014)
O propósito deste trabalho de conclusão de curso é apresentar o ciclo de vida dos
recursos materiais que compõem a Força Terrestre, as quais são denominadas de Sistema e
Material de Emprego Militar - SMEM.
6

O Exército Brasileiro, para o cumprimento da sua missão constitucional, possui uma


estrutura hierarquizada e complexa, que é denominada de Organização Básica do Exército
(BRASIL, 2014).
Para o nosso estudo vamos focar no Estado-Maior do Exército, Órgão de Direção Geral,
o Comando de Operações Terrestres, Órgão de Direção Operacional, e o Comando Logístico e
o Departamento de Ciência e Tecnologia, Órgãos de Direção Setorial, os principais atores
envolvidos no tema de Sistema e Material de Emprego Militar.
O Estado-Maior do Exército - EME, como Órgão de Direção Geral do Exército, tem
como responsabilidade o planejamento estratégico e a emissão de diretrizes estratégicas que
orientam o preparo e o emprego da Força Terrestre (BRASIL, 2014).
O EME na sua estrutura organizacional possui o Escritório de Projetos do Exército, que
será estudado posteriormente, é o coordenador dos Programas Estratégicos do Exército e os
programas são os principais vetores de obtenção de Sistemas e Materiais de Emprego Militar.
(BRASIL, 2014)
Deve ser levado em consideração que o EME é a principal autoridade patrocinadora dos
programas e projetos do Exército, sendo, dessa forma, o principal órgão envolvido na gestão
do ciclo de vida de Sistemas e Materiais de Emprego Militar (BRASIL, 2016).
O Comando de Operações Terrestres, como Órgão de Direção Operacional do Exército,
tem por missão principal a orientação e a coordenação do preparo e do emprega da Força
Terrestre, bem como elaborar e manter atualizada, no nível tático, a Doutrina Militar Terrestre
(BRASIL, 2018).
O preparo e o emprego da Força Terrestre é o principal vetor na determinação da
necessidade de Sistemas e Materiais de Emprego Militar, fruto da imposição de capacidades
militares terrestres para o cumprimento das missões constitucionais.
Um grupo de capacidades operacionais com ligações funcionais, reunidas para que seus
desenvolvimentos potencializem as aptidões da Força Terrestre para cumprir uma determinada
tarefa dentro de uma missão constituem uma capacidade militar terrestre (BRASIL, 2015).
O Departamento de Ciência e Tecnologia, um dos Órgãos de Direção Setorial, tem como
missão principal a condução das atividades científicas, tecnológicas e de inovação no âmbito
do Exército, desenvolvendo atividades de pesquisa, desenvolvimento, avaliação e prospecção
tecnológica relacionadas a SMEM (BRASIL, 2005).
O departamento, fruto da sua missão, possui forte ligação com Base Industrial de Defesa
e o meio acadêmico, permitindo a abordagem da Hélice Tríplice, a qual é baseada na relação
7

entre empresas, universidades e o governo, visando a produção de novos conhecimentos,


inovação tecnológica e desenvolvimento econômico (ETZKOWITZ, 1995).
O Comando Logístico, como Órgão de Direção Setorial, tem como principal missão a
orientação e coordenação do apoio logístico ao preparo e emprego da Força Terrestre, atuando
diretamente com o Comando de Operações Terrestres.
É o principal órgão comprador do Exército de Sistemas e Materiais de Emprego Militar,
tem na sua estrutura diretorias voltadas para todas as classes de material, destacando a Diretoria
de Material direcionada para viaturas sobre rodas e sobre lagartas, armamentos leves e pesados,
a Diretoria de Abastecimento, responsável pela área de munição, equipamentos individuais e
de campanha, e a Diretoria de Material de Aviação.
Pode-se depreender da estrutura apresentada, no que toca a obtenção de Sistema e
Material de Emprego Militar, que o Estado-Maior do Exército orienta, coordena e provê
recursos, o Comando de Operações Terrestres determina a necessidade, o Departamento de
Ciência e Tecnologia desenvolve, quando não for possível a aquisição, e o Comando Logístico
realiza a compra, quando disponível no mercado.
Após o estudo dos órgãos decisores do processo de obtenção, passaremos a estudar o
Escritório de Projetos do Exército, o qual tem participação importante na aquisição dos nossos
meios, considerando que a compra de um sistema ou material de emprego militar é uma
atividade complexa.

2.2 Escritório de Projetos do Exército

A Estratégia de Defesa Nacional, elaborada pelo Ministério da Defesa e aprovada pelo


Governo Federal, em 2008, orientou o Exército Brasileiro a preparar um planejamento,
conduzido pelo Estado-Maior de Defesa, seu Órgão de Direção Geral, com o propósito de
atender as demandas dessa nova estratégia, contendo projetos voltados para articulação e
equipamentos (BRASIL, 2012).
Ao final desse planejamento, denominado de Estratégia Braço Forte, o Estado-Maior
do Exército observou a necessidade de uma nova estrutura voltada para condução dos projetos
do Exército. Em 2010 surge a Assessoria Especial de Gestão e Projetos, a qual deu origem em
2012, ao Escritório de Projetos do Exército, criado pela Portaria nº 134, do Estado-Maior do
Exército, de 10 de setembro de 2012.
8

A importância da maturidade em gerenciamento de projetos nas organizações tem sido


tratada por vários autores (FRAME, 1999; RABECHINI JR., 2003) ao sugerirem três tipos de
competências associadas ao tema: as individuais, as de equipe e as da organização. Esses tipos
podem ser vistos como se fossem três vetores conceituais.
O primeiro refere-se às aptidões e habilidades dos indivíduos na solução de problemas.
As competências da equipe, segundo vetor, relacionam-se com a capacidade de resolução de
problemas complexos em contexto multidisciplinar. As competências da empresa formam o
terceiro vetor, que lida com a capacidade de criação de um ambiente que possibilite o
envolvimento tanto do indivíduo quanto das equipes para que possam tocar seus projetos de
forma eficaz.
A gestão de projetos permite desdobrar a estratégia para toda a organização, é por
meio dos Escritórios de Projetos, como unidades ou estruturas centralizadoras desta
competência, que se dá o alinhamento e a sustentação ativa com o planejamento estratégico da
organização (KEZNER, 2002; KING, 1993).
A adoção e o desenvolvimento da metodologia de gerenciamento de projetos
demandam transformações profundas na cultura organizacional (RABECHINI JR, 2003;
DINSMORE, 2003).
O próprio entendimento do Escritório de Projetos como elemento importante na geração
de resultados desejados aos negócios da organização, seja pelo melhor desempenho dos
projetos, seja por sua função de suporte ao planejamento estratégico das organizações,
influencia o próprio processo de sua criação e implementação (DINSMORE, 2003).
Naquele momento, o Escritório de Projetos passou a coordenar os Projetos Estratégicos
do Exército: ASTROS 2020, DEFESA ANTIAÉREA, GUARANI, PROTEGER, SISFRON,
OCOP, DEFESA CIBERNÉTICA e Parceria Público-privada, incluindo, principalmente, a
gestão da aquisição, modernização e desenvolvimento de Sistemas e Materiais de Emprego
Militar.
Com a finalidade de complementar os fundamentos, com o detalhamento dos processos
e documentos que compõem a gestão de projetos, o escritório difunde, em 2013, as Normas
para Elaboração, Gerenciamento e Acompanhamento de Projetos no Exército Brasileiro -
NEGAPEB (BRASIL, 2013).
As normas são alinhadas ao Project Management Body of Knowledge - PMBOK, um
guia de melhores práticas na gestão de projetos, coletadas e editadas pelo Project Management
Institute - PMI, e adaptadas para as peculiaridades do Exército Brasileiro (PMI, 2017).
9

As NEGAPEB, seguindo o PMBOK, define projeto como um esforço temporário para


criar um produto, serviço ou resultado exclusivo, sendo bem definidos o início e o término. O
entendimento de projeto, com relação a sua duração, considera que ele será necessário até que
o escopo proposto seja completo, podendo tornar-se um processo.
As normas preconizam que a pessoa que tem autoridade para iniciar o projeto, baseado
no estudo de viabilidade prévio, é chamada de Autoridade Patrocinadora. No caso dos projetos
estratégicos essa autoridade é o Chefe do Estado-Maior do Exército, que tem entre as suas
diversas missões a de conduzir o orçamento do Exército.
Desta forma, e com uma visão geral da Instituição, o Chefe do Estado-Maior estabelece
prioridades e distribui corretamente os recursos humanos e financeiros necessários à gestão e
atingimento das metas do Exército Brasileiro, dentre eles os projetos estratégicos (BRASIL,
2018).
Com o decorrer do tempo e das experiências colhidas, o EPEx foi ganhando maturidade,
tornando-se referência dentro do Governo Federal pela condução dos seus projetos. Fruto dessa
maturidade o escritório diagnosticou a necessidade de mudanças.
Com base no diagnóstico alcançado e do estudo do referencial teórico existente, foi
possível afirmar que o Exército possui projetos, programas, subportfólios e um portfólio. Assim
sendo, o Estado-Maior do Exército, aprovada pelo Comandante do Exército, publicou em 2017,
as Normas para Elaboração, Gerenciamento e Acompanhamento do Portfólio e dos Programas
Estratégicos do Exército Brasileiro - NEGAPORT-EB (BRASIL, 2017).
As novas normas não substituem as NEGAPEB, que continua em vigor. Fica
determinado que o Comandante do Exército é a Autoridade Patrocinadora do Portfólio
Estratégico do Exército e que o Chefe do Estado-Maior é o seu Gerente, tendo como órgão de
coordenação executiva o EPEx (BRASIL, 2017).
Desta forma, fica o entendimento que os grandes compradores de Sistemas e
Equipamentos de Emprego Militar para a Força Terrestre são os programas estratégicos, por
intermédio dos seus projetos.
Os programas seguem as normas de gestão de programas e projetos do Exército para a
sua concepção e desenvolvimento. No tocante a obtenção, deverá ser seguida, também, as
Instruções Gerais para a Gestão do Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar,
a qual será vista a seguir (BRASIL, 2016).
10

2.3 Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar

A Diretriz do Comando do Exército - 2019, dentro das orientações gerais, determina


considerar o ciclo completo de vida na adoção, padronização, desativação, transformação e
modernização dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar (BRASIL, 2019).
Entendendo a complexidade das missões constitucionais do Exército Brasileiro e a
amplitude da sua área de atuação pode-se depreender a quantidade de meios existentes no
Exército.
Com a finalidade de normatizar a gestão de todo esses meios utilizados pela Força
Terrestre em operações militares de guerra e não guerra, desde a década de 80 do século
passado, o Exército Brasileiro possui uma publicação com a finalidade de ordenar e descrever
os principais processos, atividades e eventos, além de fixar a ordem e os órgãos responsáveis
pela gestão do ciclo de vida do seu material (BRASIL, 2016).
A Portaria Nº 233, de 15 de março de 2016, do Comandante do Exército, aprova as
Instruções Gerais para a Gestão do Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar
- EB10-IG-01.018, em substituição a anterior de 1994.
O objeto das instruções gerais são de estabelecer uma sistemática e atribuir
responsabilidades aos diversos órgãos envolvidos para as atividades e os eventos que ocorrem
durante o ciclo de vida.
A instrução geral divide a gestão do ciclo de vida em quatro fases: 1ª - formulação
conceitual, 2ª - obtenção, 3ª - produção, utilização e manutenção, e 4ª - desativação.
A fase da formulação conceitual, o início do processo do ciclo de vida, contém as
informações necessárias para orientar a concepção integrada do sistema e material, tais como a
missão e o ambiente operacional que será empregado, tipo de operação, funcionalidades a serem
executadas e o desempenho esperado.
A formulação conceitual será utilizada na Diretriz de Iniciação do Projeto, que vai
comportar o estudo de viabilidade, considerando que o processo de obtenção será conduzido
por um projeto, atendendo as normas próprias.
Ao final da fase de formulação conceitual será realizada uma reunião decisória, que tem
como finalidade analisar os resultados levantados e determinar, se for o caso, o passo seguinte.
A fase de obtenção segue à formulação conceitual e tem como foco a materialização do
sistema ou material propriamente dito. Esse processo pode ser de duas formas, ou por
desenvolvimento ou por aquisição, ou mesmo, por uma mescla das duas formas.
11

Outra característica dessa fase é que ela é considerada como um projeto, passando a
trabalhar com os diversos documentos previstos nas NEGAPEB, dentre os principais, a diretriz
de implantação, os relatórios de situação de projetos e os termos de encerramento.
Por ser um projeto e estar no portfólio, o Estado-Maior do Exército controla as
atividades de obtenção. Sendo a autoridade patrocinadora, ele poderá a qualquer momento, por
intermédio de uma reunião decisória especial, deliberar pela continuidade ou não do projeto.
Ao término da fase de obtenção será realizada a segunda reunião decisória, determinado
que o sistema ou material de emprego militar atende à formulação conceitual do início do
processo e está em condições de seguir para o próximo passo do ciclo de vida, este ponto marca
o fim do projeto, a entrega do produto.
A terceira fase do ciclo de vida corresponde a produção, utilização e manutenção do
sistema ou material adotado. Essa etapa é logística e operacional, onde é desenvolvida a
obtenção em quantidade e qualidade adequada, a seleção e formação dos recursos humanos para
utilização e manutenção do material, o recebimento e distribuição, emprego, manutenção e
avaliação do desempenho.
Ao fim da vida útil do sistema ou material, que pode ser motivada por diversas áreas,
entre elas, a logística, a doutrinária, a técnica, ou mesmo uma combinação delas, ele deixa de
servir adequadamente as suas funções estabelecidas é realizada a terceira reunião decisória.
Essa reunião tem diversas possibilidades que serão estudadas, dentre elas, a
revitalização, a repotencialização, a modernização e, caso não seja economicamente e
tecnicamente viável, a sua desativação e, se necessário, a obtenção de um novo produto.
A revitalização compreende trabalho executado em um material ou sistema, com a
finalidade de restaurar a capacidade operacional ou prolongar a vida útil. Por sua vez, a
repotencialização abrange a substituição de partes ou componentes de um material de emprego
militar com o objetivo de melhorar-lhe o desempenho. Por fim, a modernização consiste na
modificação introduzida no material ou sistema, ou sua total substituição, com a
finalidade de atualizá-lo ou readequá-lo às necessidades operacionais (BRASIL, 2016)
Para todas as situações descritas anteriormente será iniciado um projeto, seja ele para
revitalizar, repotencializar ou modernizar e, em alguns casos, para a sua desativação também,
dependendo do grau de complexidade do sistema ou material de emprego militar.
No caso da desativação, será feito um planejamento, o qual regulará o seu recolhimento,
desfazimento, que poderá ser sua venda, doação ou destruição, a logística reversa e o final do
ciclo de vida.
12

Do estudado, pode-se depreender que o ciclo de vida, principalmente nas suas duas
primeiras fases, são um projeto na sua essência, onde é determinado um problema ou uma
necessidade e realizado um planejamento para entrega de um produto que supra essa lacuna.
Foi observar a existência de reuniões decisórias ao fim de cada fase, objetivando ou o
prosseguimento ou o encerramento, o que caracteriza o estudo continuado no negócio.
Na área civil ou mercadológica tradicional, de acordo com o Portal dos Administradores
(2014), o ciclo de vida de um produto pode ser entendido como a história completa do produto
através de suas fases de interação junto ao mercado: introdução, crescimento, maturidade e
declínio. Estabelecendo o conceito de obsolescência planejada, ou seja, os produtos já nascem
com data prevista para serem retirados do mercado. As referidas fases são tratadas após a fase
de gestão projeto e durante a fase seguinte de gestão de processo produtivo, que corresponde
ao processo de produção continuada e com o produto ofertado para comercialização.
A seguir será detalhado e estudado com mais profundidade a primeira fase do ciclo de
vida, a formulação conceitual, da qual vai derivar a reunião decisória mais importante.

2.3.1 Fase da Formulação Conceitual

O ciclo de vida de sistemas e materiais de emprego militar é dividida, como vimos


anteriormente, em quatro fases. Essas fases, por sua vez, são divididas em blocos, sendo feito
de forma a facilitar o entendimento do assunto e, também, permitindo a localização rápida do
ponto em que se encontra o ciclo de vida.
No caso da formulação conceitual ela é dividida em sete blocos, sendo conduzida pelo
Órgão de Direção Geral, o Estado-Maior do Exército, que determina a realização de estudos
para avaliar a possibilidade de preenchimento de lacuna e/ou manutenção de capacidade
operativa (BRASIL, 2015).
Com a finalidade de orientar a concepção integrada do sistema ou material de emprego
militar, o ODG elabora a Compreensão das Operações - COMOP, reunindo informações
suficientes para o início da formulação conceitual. Tais como: missão, ambiente operacional,
tipos de operações, funcionalidades a serem executadas e as intenções.
Com esses dados básicos e observando as normas de gerenciamento de projetos, o ODG
emite a diretriz de iniciação de projeto, o qual poderá contar com a participação dos diversos
13

órgãos setoriais e operacional, necessários para conduzir a concepção do sistema ou material


de emprego militar desejado (BRASIL, 2013).
Esta concepção deverá gerar as Condicionantes Doutrinários e Operacionais -
CONDOP, definindo o emprego e o desempenho esperado, os Requisitos Operacionais - RO,
apresentando as características restritas aos aspectos operacionais, os Requisitos Técnicos,
Logísticos e Industriais - RTLI, fixando os conceitos que o sistema ou material deverá ter para
cumprir os RO, o Mapa de Tecnologias - MAPATEC, indicando as tecnologias necessárias e o
projeto conceitual, um esboço do sistema delineado.
Por fim, será elaborado um modelo de obtenção, que nada mais é do que o estudo de
viabilidade, conforme as normas de gerenciamento de projetos, com a finalidade de investigar
a possibilidade de êxito do projeto (BRASIL, 2013).
De posse de todos os documentos descritos acima, será realizada a primeira reunião
decisória, sob coordenação do ODS e com a participação de todos os órgãos setoriais e
operacional envolvidos.
O tema dessa reunião de alto nível será decidir sobre o prosseguimento ou não do projeto
e a forma de obtenção, que poderá ser por aquisição direta no mercado nacional ou
internacional, pelo desenvolvimento por PD&I ou uma mescla de aquisição e desenvolvimento.
Fica entendido que pelo alto nível dos decisores, pelos valores envolvidos, pela
capacidade que será gerada, dentre os principais aspectos, configura uma decisão é complexa.
O Chefe do Estado-Maior do Exército, como autoridade patrocinadora do projeto, caso
ele seja estratégico, deverá confirmar o seu alinhamento, a relação custo/benefício para o
Exército e a análise de riscos, emitindo a Diretriz de Implantação, o que caracteriza a abertura
do projeto (BRASIL, 2013).
Toda seleção é sempre baseada em critérios, que podem ser, principalmente,
operacionais, técnicos, logísticos e financeiros, o Exército considerando a sua Força Terrestre
seu braço forte para cumprimento das suas obrigações constitucionais, orienta todo o seu
preparo baseado em capacidades, que a seguir serão estudadas.

2.4 Capacidades Militares Terrestres e Operativas

O Exército Brasileiro, em 2013, considerando as suas áreas estratégicas do território


nacional, o entorno estratégico e outras áreas de interesse, mapeou as capacidades militares
14

terrestres e operativas necessárias para o cumprimento das suas missões constitucionais


(BRASIL, 1988).
De acordo com Rodrigues (2013), o conceito de capacidade como forma de
planejamento militar nasceu, por iniciativa dos pesquisadores do Exército dos EUA, no final da
década de oitenta, com o fim da Guerra Fria. O objetivo era responder ao imperativo de
substituir o planejamento baseado numa ameaça, que era então muito específica, por um
planejamento pensado para enfrentar o imprevisto e o desconhecido, portanto, baseado na
definição de um dispositivo que deveria estar disponível para um conjunto diversificado de
situações.
O conceito de planejamento baseado em capacidades vem ao encontro do Livro Branco
de Defesa, 2013, a Doutrina Militar de Defesa, 2007, a Estratégia Militar de Defesa, 2006 e a
Doutrina Militar Terrestre, 2014, com vistas a se contrapor às ameaças dentro das áreas
estratégicas, atuando no amplo espectro dos conflitos (BRASIL, 2007; BRASIL, 2006).
O que leva a necessidade de ter um conjunto de capacidades adequadas e flexíveis para
conseguir a resposta desejada, independentemente do cenário que serão empregados
(SACCHETTI et CAJARABILLE, 2002).
As capacidades mapeadas permitem ao Exército manter a sua Força Terrestre
permanente apta a atuar em conjunto com as demais forças ou de forma isolada, tendo como
farol a missão constitucional.
O conceito de capacidades permite uma melhor gestão do ciclo de vida das partes
componentes da Força Terrestre, recursos humanos, sistemas e materiais, orientando,
principalmente, os requisitos técnicos.
Desta forma, foi publicado em 2015 o Catálogo de Capacidades do Exército, pelo
Estado-Maior do Exército, determinando as capacidades necessárias para a Força Terrestre.
Para o estudo em questão foram eleitas as capacidades abaixo, como as mais
importantes:
- Mobilidade Estratégica, ser capaz de transportar uma força em grandes distâncias,
proporcionando velocidade de intervenção e flexibilidade de emprego, entre áreas estratégicas
diferentes do território nacional, do entorno estratégico e em área de interesse;
- Prontidão, ser capaz de, no prazo adequado, estar em condições de empregar uma força
no cumprimento de missões, valendo-se de seus próprios recursos orgânicos e meios
adjudicados;
15

- Apoio de Fogo, ser capaz de apoiar as operações das forças amigas com fogos potentes,
profundos e precisos, buscando a destruição, neutralização ou supressão de objetivos e das
forças inimigas; e
- Gestão e Coordenação Logística, ser capaz de planejar, monitorar e controlar o apoio
logístico direta ou indiretamente relacionado com a sustentação da força desdobrada,
permitindo a identificação antecipada e solução das suas necessidades logísticas (BRASIL,
2015).
No Apêndice A são apresentadas as demais capacidades militares e operativas, com as
suas definições.
16

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA

A proposta dessa pesquisa é apresentar um modelo de análise multicritério, visando


dar suporte nas decisões relativas ao ciclo de vida de materiais e sistemas de emprego militar.

Os principais participantes da pesquisa estão distribuídos da seguinte forma: o lócus


da pesquisa é o Alto Comando do Exército, que é gerido pelos dirigentes máximos da instituição
“Exército Brasileiro”; o objeto da pesquisa é a decisão a ser tomada para a obtenção de
equipamento militar; e, os sujeitos ou atores da pesquisa, que são compostos pelos decisores
(gestores, seus assessores representantes e especialistas ou pesquisadores da área), agidos ou
usuários do sistema (pessoas que usam o sistema e com relativa atribuição de decidir) e pelo
moderador/relator responsável pela condução da presente pesquisa.

Ensslin et al. (2001) apresentam duas classificações de atores: intervenientes e agidos.


A separação entre intervenientes e agidos se dá a partir de sua ação passiva ou ativa no processo.
Neste estudo, os agidos são os militares que trabalham nos projetos do Exército e que irão
responder aos questionários. Já os intervenientes são aqueles que possuem algum poder de
decisão no processo e influenciam de acordo com valores pessoais, nesse caso os representes
dos órgãos envolvidos. Estes atores estão apresentados na Figura Nº 2 – Atores da pesquisa.

O método científico compreende basicamente um conjunto de dados iniciais e um


sistema de operações ordenadas, com o intuito de organizar a formulação de conclusões, de
acordo com os objetivos predeterminados (TARTUCE, 2006).

A pesquisa foi baseada na formulação conceitual da documentação que regula o ciclo


de vida de sistemas e materiais de emprego militar no Exército Brasileiro.

Esta formulação conceitual é concebida por um grupo de trabalho, na maioria das


vezes estabelecido pelo Estado-Maior do Exército e composto por representantes dos órgãos
envolvidos, especialistas no assunto dentro das suas áreas. Na maioria das vezes da área
operacional, científica e tecnológica e logística, podendo contar com a base industrial de defesa
(BRASIL, 2016).
17

3.1 Tipologia e descrição geral dos métodos de pesquisa

CLASSIFICAÇÕES DA PESQUISA

PROCEDIMENTOS
BASE DE DADOS NATUREZA ABORDAGEM OBJETIVOS TEMPORALIDADE
TÉCNICOS

PESQUISA DE
PRIMÁRIOS APLICADA QUALITATIVA DESCRITIVA TRANSVERSAL
CAMPO

PESQUISA
SECUNDÁRIOS BÁSICA QUANTITATIVA EXPLORATÓRIA LONGETUDINAL
DOCUMENTAL

Figura Nº 1 - Resumo da classificação da pesquisa

Quanto à base de dados: Primária e secundária


A técnica de brainstorming é uma base ou fonte primária que se estrutura com a
formação de um grupo criterioso de conhecedores do assunto parta gerar ideias ou fazer a
Chamada “tempestade de ideias”.
A técnica de Grupo Focal é uma base primária que se desenvolve com a montagem de
uma equipe multidisciplinar, que em reuniões e debates, com as áreas da instituição envolvidas
com a decisão, segundo Duarte e Furtado (2014). O grupo tem como objetivo avaliar, discutir
e validar os critérios, subcritérios, importância e determinar o seu sistema de medida, através
do sistema de pesos, tudo de forma participativa, em conformidade com o método proposto por
Borda (1871) onde se prioriza a avaliação das alternativas de acordo com as preferências do
grupo envolvido na decisão (SILVA, 2015).
A aplicação de formulário de coleta de dados junto aos agidos também constitui uma
base de dados primárias, por buscar na fonte direta as realidades identificadas pelas pessoas.
Para Severino (2016) a coleta de dados utiliza documentos em sentido amplo, e se
diferencia da pesquisa bibliográfica pela natureza da fonte secundária. A pesquisa em si se
sustenta a partir de documentos que ainda não foram analisados, ou que possa ser reelaborado.
18

Além de outros documentos que possam ser processados para extrair novas informações.
Exemplo: Relatórios empresariais, livros, periódicos científicos e tabelas.
A pesquisa documental também se caracteriza como secundária, conforme proposta,
examinará as principais documentações oficiais disponíveis, que serão analisadas, de forma a
identificar possíveis critérios que embasam a aplicação da ferramenta.
Quanto a natureza: É uma pesquisa aplicada
É uma aplicada por buscar orientação prática para solução imediata de problemas
concretos do ciclo de vida.
Neste contexto, é uma pesquisa aplicada, por investigar uma solução para o desafio do
decisor ao fim da fase da formulação conceitual.
População e amostra
De acordo com Hair Jr. (2005) a população alvo da pesquisa é definida como um grupo
de elementos relevantes para o projeto de pesquisa e que compartilhem algum conjunto comum
de características. No caso específico dessa pesquisa, a população é constituída por 10 militares
do Estado-Maior do Exército, 30 militares do Escritório de Projetos do Exército e de 30 alunos
do Curso de MBA em Gestão de Projetos, desenvolvido pela Universidade de Brasília,
totalizando 70 militares.
A pesquisa foi aplicada em 39 militares, o que corresponde a uma amostra de 56% da
população.
Quanto à abordagem: Qualitativa e quantitativa
Considera-se qualitativa a pesquisa que explora e busca os aspectos próprios dos
acontecimentos e suas motivações, demandando a compreensão da subjetividade, onde
prevalece a visão do sujeito (LANDRY, 1995).
A pesquisa passa a ser quantitativa ao determinar índices numéricos aplicados pela
avaliação criterial, utilizando-se de indicadores de expectativas (ENSSLIN, 2001).
Caracteriza-se pelo emprego da quantificação, tanto na modalidade de coleta de
informação, quanto no tratamento delas. O que significa em números opiniões e informações
para classificar e analisá-las, necessitando do uso de recursos e técnicas estatísticas.
Estas duas formas se completam por um processo de “triangulação”, numa espécie de
combinação entre elas, fornecendo um quadro mais geral da questão em estudo, auxiliando na
análise dos aspectos estruturais e processuais com o uso de abordagem multicritérios
(PRODANOV; FREITAS, 2013).
Quanto aos objetivos da pesquisa: Exploratórios e Descritivos
19

A pesquisa é exploratória e descritiva, levando a ter mais proximidade com o problema.


Antecede outra pesquisa com planejamentos e estruturas mais sistematizadas.
É exploratória por ser baseada, principalmente, em entrevistas com pessoas experientes
no problema pesquisado, participação em reuniões e apoio na literatura existente.
Destaca-se, também, como descritiva por procurar conhecer a natureza, as
características, a composição e os processos que delimitam o problema. Os resultados
apresentados podem ou não serem utilizados pelo decisor, isso não depende do pesquisador.
Quanto aos procedimentos técnicos: Pesquisa de campo
A pesquisa de campo tem por aspecto principal realizar uma ação de forma participativa,
desde a nomeação do problema até a resolução e encaminhamento. É de caráter técnico.
A pesquisa de campo propõe a resolução de um problema coletivo e no qual os
pesquisadores e participantes estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo na solução
dos problemas que se apresentam para serem solucionados (GIL, 2008).
Considerando os aspectos acima, será uma pesquisa de campo, pois, o autor participa
da pesquisa como facilitador, de forma a propor uma solução para o desafio de quantificar a
qualidade das capacidades militares terrestres.

3.2 Método de Pesquisa: MCDA-C

O Método de Análise Multicritério de Apoio à Decisão - Construtivista - MCDA-C, é


indicado para decisões de problemas complexos, que levam em conta tanto os fatores
quantitativos, quanto os fatores qualitativos, que consideram indispensáveis a incorporação dos
aspectos subjetivos, para que esses aspectos sejam explicitados e quantificados, conforme
ressaltam Ensslin et. Al (2001).
De acordo com os mesmos autores, Ensslin et. Al (2001), esse método parte do princípio
que os envolvidos na decisão participam da construção do modelo de avaliação de alternativas,
por procedimentos formais. Entendendo que não será encontrada a solução ótima, mas
compreendendo o cenário decisório.
20

3.2.1 Arcabouço Teórico do Método MCDA-C

A Multicriteria Decision Aid Constructivist, termo em inglês para MCDA-C, tem a sua
origem na Pesquisa Operacional, que tem como proposta a obtenção de soluções precisas,
partindo de elementos bem definidos, de acordo com Roy e Vanderpooten (1996).
O MCDA-C por sua vez é indicada para situações complexas, considerando indicadores
quantitativos e qualitativos, podendo ser fatores ambientais, sociais, organizacionais, custos,
variáveis físicas, dentre outras, de acordo com Ensslin et. Al (2001).
A seguir serão apresentados os conceitos necessários para o entendimento dessa
metodologia.

3.2.1.1 Teoria Construtivista


A metodologia MCDA-C, como já foi possível depreender, é fundamentada no
paradigma construtivista, seguindo o modelo de Jean Piaget, que constrói o conhecimento da
interação entre o sujeito e o objeto estudado.
Para Silveira Jr. (2018) e Gomes (2007), essa metodologia tem como base o fato de
reconhecer a importância da subjetividade de todos os envolvidos no processo decisório, onde
suas interações dos valores, objetivos, critérios, aspirações, cultura, intuição, preferências, entre
outros, permitirá a construção da base de apoio à decisão.

3.2.1.2 Benchmarking
O benchmarking é considerado um pressuposto para o método MCDA-C, por ser um
processo de comparação das melhores práticas e processos da própria instituição ou empresa
envolvida na decisão, como de outras que representam o que melhor existe (LEIBFRIED,
1994).
O benchmarking pode ser interno, quando compara os diversos órgãos internos da
instituição ou empresa, e externo quando a comparação é com elementos de fora. De qualquer
forma, ele é mais eficaz quando realizado de forma contínua e estruturada, e de longo prazo.
21

3.2.1.3 Brainstorming
A “tempestade de ideias”, tradução livre para brainstorming, é uma atividade bastante
difundida, consistindo em coletar um conjunto de ideias de um grupo de pessoas, e procurar um
consenso de propostas para a solução de um problema específico.
No caso de estudo do ciclo de vida de sistemas e materiais de emprego militar, o grupo
de trabalho envolvido no problema será de representantes dos diversos órgãos envolvidos no
estudo da solução que irá atender à necessidade específica. O grupo será formados por
especialistas, nas principais áreas envolvidas - em operações militares, logística, pessoal,
ciência e tecnologia, dentre outras. Podendo ter representantes de empresas da base industrial
de defesa.
Todas as informações coletadas serão apresentadas ao grupo focal.
No caso dessa pesquisa foram realizadas duas reuniões de brainstorming.

3.2.1.4 Grupo Focal


O Grupo Focal é a reunião de pessoas com conhecimentos mais específicos e ligados ao
sistema ou material que está sendo estudado. É normalmente formado entre seis a dez
componentes (BAUER; GASKELL, 2002).
O grupo parte das ideias levantadas no brainstorming e têm como proposta a validação
e qualificação das informações levantadas. Normalmente, o mediador da atividade é
pesquisador.
No caso desta pesquisa o grupo foi formado por sete especialistas no assunto.

3.2.2 Estruturação do Método de Pesquisa

O método MCDA-C sempre deverá possuir uma estrutura que servirá de base para os
trabalhos a serem realizados, como será apresentada a seguir.
A escolha do Método de Análise Multicritério de Apoio à Decisão – Construtivista
(MCDA-C) foi pautada no fato de que este instrumento é construído com a intensa
participação de pessoas que participam dos processos analisados, conforme relata
Rodrigues (2014), e por se tratar de uma ferramenta de apoio a decisão, cuja participação
de gestores e personagens atuantes nos processos é fundamental, de modo a produzir
conhecimento de modo metodológico, conforme ressaltam Roy (1993) e Landry (1995).
22

Por tratar-se de uma ferramenta complexa, e para a melhor compreensão das atividades
executadas, serão apresentadas com maiores detalhes cada etapa realizada, na sequência
deste capítulo.

3.2.2.1 Rótulo da Pesquisa e Atores da Pesquisa


Para Ensslin et. Al (2001), o rótulo da pesquisa é a primeira etapa, é o enunciado do
problema, ele deve ser objetivo e claro, delimitando o escopo decisório e facilitando alcançar a
solução. Para essa pesquisa, o rótulo determinado foi: ‘Requisitos Operacionais do Obus
105mm Auto Rebocado da Linha de Fogo das Brigadas Leve, Paraquedista, Selva e
Motorizada’.
No que toca aos atores da pesquisa, Ensslin et. Al (2001) atribuem um papel de destaque,
apresentando como fundamentais ao modelo, considerando o modelo construtivista. A maior
parte desses atores são estão presentes no grupo focal e fazem parte da instituição.
Ensslin et. Al (2001) apresentam duas classificações de atores: os intervenientes e os
agidos, essa separação se mostra pela ação de cada um, podendo ser ativa ou passiva no
processo.
23

Diretorias Estratégicas:
Alto Comando do Exército
Estado-Maior do Exército

Representantes: D Agidos:
P
Diretos: Militares pertencentes: E Executores
R
ODG, ODOp e ODS C de
O
Indiretos: Especialistas I Projetos
C
S
E
Ó
S
R
Moderador: S Moderador:
I
Pesquisador O Pesquisador
O

Evento a Avaliar:
Requisitos Operacionais do Obus 105mm Auto Rebocado da Linha de Fogo das Brigadas Leve,
Paraquedista, Selva e Motorizada.

Figura Nº 2 - Atores da pesquisa

3.2.2.2 Brainstorming e Identificações Preliminares


Definido o rótulo da pesquisa e seus atores foi possível realizar o brainstorming, onde
foram levantadas as ideias. Em seguida foram identificados os pontos de vista elementares
(PVE) da pesquisa.

3.2.2.3 Pontos de Vista Elementares (PVE)


Segundo Ensslin et. Al (2001), os Pontos de Vista Elementares são objetos, valores,
metas e ações considerados pelos decisores como pontos pertinentes para o objeto da pesquisa.
No caso desta pesquisa serão utilizados, como referencial para definição dos pontos de
vista elementares, as capacidades operativas apresentadas anteriormente.
24

Os Pontos de Vista Elementares definidos foram:

PVE DEFINIÇÃO

CMT 1 - PRONTA RESPOSTA Ser capaz de projetar força para atuar em operações no amplo
ESTRATÉGICA espectro dos conflitos, em qualquer parte do território
nacional, do entorno estratégico ou da área de interesse, em
prazo oportuno, chegando pronto para cumprir a missão
atribuída.

CMT 02 - SUPERIORIDADE NO Ser capaz de garantir o cumprimento bem sucedido das missões
ENFRENTAMENTO atribuídas, empregando uma ampla gama de opções, em função
da diversidade de cenários possíveis, buscando uma posição
vantajosa em relação à ameaça que o oponente representa,
para derrotá-lo e impor a vontade da força.

CMT 03 - APOIO A ÓRGÃOS Ser capaz de contribuir para a garantia da Soberania Nacional,
GOVERNAMENTAIS dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. Para isso, deve
fornecer apoio em atividades relacionadas à proteção de
estruturas estratégicas, à segurança da sociedade, à cooperação
para o desenvolvimento nacional e o bem-estar social e ao apoio
ao desenvolvimento econômico e de infraestrutura.

CMT 04 - COMANDO E CONTROLE Ser capaz de proporcionar ao Comandante, em todos os níveis de


decisão, o exercício do Comando e do Controle por meio da
avaliação da situação e da tomada de decisões baseada em um
processo eficaz de planejamento, de preparação, de execução
e de avaliação das operações. Para isso, são necessários, nos
níveis estratégico, operacional e tático, sistemas de informação e
comunicações integrados que permitam obter e manter a
superioridade de informações com relação a eventuais
oponentes.

CMT 05 - SUSTENTAÇÃO Ser capaz de dar suporte adequado à força que venha a ser
LOGÍSTICA empregada, no tempo necessário e em qualquer ambiente
operacional. Inclui a interoperabilidade no apoio logístico entre
as Forças Armadas e a complementaridade nas atividades
interagências, bem como a organização e execução do
transporte estratégico.

CMT 06 - INTEROPERABILIDADE Ser capaz de operar com uma força constituída de maneira
integrada, coordenada, harmônica e complementar com as demais
25

PVE DEFINIÇÃO

Forças Armadas envolvidas, em ambiente interagências, em


operações conjuntas ou em operações multinacionais, para o
cumprimento das missões estabelecidas.

CMT 07 - PROTEÇÃO Ser capaz de proteger o pessoal (combatente ou não), o material,


as estruturas físicas e as informações contra os efeitos das ações
próprias, inimigas e naturais. São ações que preservam o poder
do combate.

Quadro Nº 1 - PVE

3.2.3 Identificação dos componentes do Grupo Focal

Nas atividades de brainstormings foi possível observar os possíveis militares que irão
compor o Grupo Focal, considerando que os decisores pelos seus altos cargos não poderão
participar das reuniões, foram indicados os seus representantes.
O grupo focal foi constituído por militares da área de operações, logística e ciência e
tecnologia do Estado-Maior do Exército. Os encontros foram realizados sob a orientação do
moderador, contando com a presença de sete integrantes.

3.2.4 Atuação do Grupo Focal

Identificados os integrantes do Grupo Focal foram realizadas reuniões, com o propósito


de ratificar ou retificar as informações coletadas nas reuniões de brainstormings.
A seguir serão apresentadas as etapas seguidas pelo Grupo Focal.
26

3.2.4.1 Conversão dos Pontos de Vista Elementares (PVE) em Pontos de Vista


Fundamentais (PVF)
Essa conversão é um dos objetivos do Grupo Focal. Nesse momento é feita a avaliação
de cada PVE, comparado com o rótulo da pesquisa e separados aqueles que mais importam para
a formulação da pesquisa.

Pontos de Vista Elementares Rótulo Pontos de Vista Fundamentais

CMT 1 - PRONTA RESPOSTA Requisitos 1. MOBILIDADE


ESTRATÉGICA Operacionais do Obus ESTRATÉGICA
105mm Auto Rebocado
CMT 02 - SUPERIORIDADE 2. PRONTIDÃO
da Linha de Fogo das
NO ENFRENTAMENTO
Brigadas Leve,

CMT 03 - APOIO A ÓRGÃOS Paraquedista, Selva e 3. APOIO DE FOGO


GOVERNAMENTAIS Motorizada.

CMT 04 - COMANDO E 4. GESTÃO E COORDENAÇÃO


CONTROLE LOGÍSTICA

CMT 05 - SUSTENTAÇÃO “filtragem”


LOGÍSTICA Para aferição do usuário

CMT 06 -
INTEROPERABILIDADE

CMT 07 - PROTEÇÃO

Figura Nº 3 - Definição dos PVF


27

3.2.4.2 Taxas de Contribuição dos PVF


No quadro abaixo pode-se observar os pontos de vista e seus percentuais.

Relação dos requisitos observados, com as variáveis enumeradas

PVF % SubPVF DESCRIÇÃO %


Ter condições de ser transportado por
1.1 Transportado em meios das meio fluvial, marítimo, aéreo e
30
FA ferroviário por meio orgânico das Forças
Armadas
Possuir mecanismo de acionamento em
1.2 Movimentação rápida e direção e elevação que possibilitem a
20
contínua movimentação rápida e de forma contínua
e sem solavanco do tubo
1. Mobilidade Ter condições, caso empregado por tropa
20 paraquedista, de ser adaptado para o
Estratégica
lançamento de paraquedas sem que
1.3 Lançamento de paraquedas 20
ocorram danos que impeçam o correto
funcionamento após o término do
lançamento
Possuir capacidade de ser rebocado a uma
1.4 Capacidade de ser velocidade de, pelo menos, 60 km/h, em
rebocado e atravessar estrada pavimentada e 30
cursos d´água capacidade de atravessar cursos d’agua
com profundidade de pelo menos 0,50 m
Ser operado por guarnição de, no
2.1 Guarnição até 8 militares máximo, 8 (oito) militares - Chefe da 10
Peça (CP), motorista e serventes
Ser dotado de sistema de apoio que
proporcione estabilidade ao material
2.2 Estabilidade durante o tiro 30
durante o tiro, em qualquer posição
admitida pelo tubo
2.3 Movimentar-se em 3 Movimentar-se (sair de posição), após o
30
minutos, após o disparo disparo, em menos de 3 minutos
2. Prontidão 25
Possuir mecanismo de bloqueio das
engrenagens de direção e elevação que
2.4 Bloqueio de Engrenagens impeçam a transmissão de forças 10
oriundas do disparo aos volantes de
pontaria
Possuir peso e dimensões que
2.5 Ser tracionado em qualquer possibilitem ser tracionado, em qualquer
20
terreno terreno, por viatura operacional, dos
grupos 2 ou 3
Possuir como armamento principal obus
3.1Tubo padrão OTAN >= 30 de calibre 105 mm padrão OTAN, com
25
calibres tubo de comprimento igual ou superior a
30 calibres
Possuir o armamento a capacidade de
3. Apoio de Fogo 30
atingir com “precisão de área” alvos no
3.2 Alcance >= 11 km 25
alcance igual ou superior a 11 (onze) km,
utilizando munição convencional
Ter condições de receber radar de
3.3 Receber radar 15
medição instantânea de velocidade inicial
28

Relação dos requisitos observados, com as variáveis enumeradas

PVF % SubPVF DESCRIÇÃO %


Possuir sistema de pontaria manual em
direção e alcance, com as seguintes
possibilidades:
3.4 Pontaria manual 10
a) de ser utilizado tanto para o tiro direto
como para o tiro indireto; e
b) de realizar tiros diretos à noite
Possuir, no mínimo, cadência de tiro
3.5 Cadência de Tiro normal de 3 TPM e cadência máxima de 25
6 TPM
Operar e ser manutenido na Área
4.1 Manutenção na AOC Operacional do Continente (AOC), de dia 40
e de noite
Possuir capacidade de utilizar munição
4. Gestão e 4.2 Munição padrão OTAN padrão OTAN, que proporcionem maior 40
25 alcance
Coordenação Logística
Possuir vida útil do tubo de, no mínimo,
4.3 Vida útil do tubo 10
2.000 (dois mil) tiros em carga máxima
Ser pintado nas cores e padrões adotados
4.4 Pintura da arma 10
pelo Exército Brasileiro
Quadro Nº 2 - PVF

3.2.4.3 Construção dos Descritores


Definido os percentuais de contribuição e a validação das informações dos pontos de
vista, passamos a fase de construção dos descritores, ou seja, transformar os pontos de vista em
perguntas pertinentes ao rótulo da pesquisa.
A pergunta chave - Com relação ao obus, como o Senhor percebe a pertinência dos
seguintes requisitos operacionais.
Considerando os pontos de vista do Quadro Nº 1, elaborado o questionário contendo
cinco escalas para avaliação da qualidade dos requisitos operacionais por parte dos militares
que responderam à pesquisa. Essas escalas foram:
N5) NECESSÁRIO PONTOS ÓTIMOS OU
N4) DESEJÁVEL DESEJÁVEIS
N3) POUCO DESEJÁVEL
-------------------------------------------- -------------------------------
N2) INDIFERENTE PONTO NEUTRO
-------------------------------------------- -------------------------------
N1) INVIABILIZA A OBTENÇÃO PONTO NEGATIVO
29

A pesquisa foi aplicada na segunda semana de julho, no Quartel General do Exército e


nos alunos do MBA de Gerenciamento de Projetos, realizado na Universidade de Brasília,
utilizando questionários impressos, posteriormente sendo tabulados.

3.2.5 Aplicação do Instrumento de Coleta de Dados

Percorrida as etapas anteriores, o questionário de coleta de dados foi aplicado, como


mostra o Apêndice C, composto por dezoito perguntas.
O questionário foi concebido junto ao Grupo Focal, com base no PVF, SubPVF, as
questões propriamente ditas e juntamente com os descritores irão estruturar o formulário de
coleta de dados.

3.2.6 Tabulação dos Dados Coletados e Identificação da Mediana

A tabulação dos dados foi realizada logo após a coleta das respostas e para cada um dos
descritores foi atribuída uma mediana, que representa, na pesquisa, qual o nível de impacto de
cada um desses nos correspondentes, elas são necessárias para o correto estudo e análise das
respostas.

3.2.7 Modelagem dos dados

O instrumento utilizado para manipulação dos dados foi o software MyMCDA-C,


disponível na internet no site http://mymcdac.herokuapp.com/. O software é alimentado com
as medianas obtida pela pesquisa de cada Ponto de Vista Fundamental e pondera as taxas de
contribuição e níveis de esforças de cada critério e subcritério.
O software MyMCDA-C permite transformar os dados qualitativos em quantitativos, a
ferramenta é baseada no software M-Macbeth e no Sistema Evil. Produz os valores máximo e
mínimo de todos os critérios e o valor de referência encontrado aplicando o peso de cada um
30

deles. Após a tabulação as medianas são lançadas e geram gráficos, que permitem a análise dos
resultados, comparando os níveis máximo e mínimo com o real.
31

4 ANÁLISE DOS RESULTADO E DISCUSSÃO

Neste capítulo passaremos a analisar e discutir os resultados obtidos pela pesquisa e


aplicados no MCDA-C, por meio da transformação de dados qualitativos, aplicados no processo
de modelagem do software e da avaliação dos agidos, em dados qualitativos.
A pesquisa aplicada solicitava a apreciação sobre a pertinência dos requisitos
operacionais para a aquisição de um determinado armamento, de acordo com cinco escalas de
níveis de impacto – necessário, desejável, pouco desejável, indiferente e inviabiliza a obtenção.
A seguir serão analisados os dados profissionais dos entrevistados e, em seguida,
identificado as pertinências dos SubPVF, denominados de subcritérios ou requisitos
operacionais, e os PVF, denominados de critérios ou capacidade operativa.

4.1 Análise dos dados profissionais dos entrevistados

A pesquisa foi aplicada em militares do Estado-Maior do Exército, que trabalham na área


de logística, em militares do Escritório de Projetos do Exército e nos alunos do curso de MBA
em Gestão de Projetos, desenvolvido pela Universidade de Brasília. A Tabela Nº 1 apresenta
o posto ou graduação dos militares que responderam à pesquisa. A grande maioria,
representando 77% dos entrevistados, é composto por oficiais generais e superiores, com larga
experiência na área militar. Os oficiais intermediários, no posto de capitão, com 10%, são
militares no meio da carreira. Os subtenente e sargentos, com 12%, militares que contam com
experiência e prática.

Posto/Graduação Of General Of Superior Of Intermediário ST/Sgt Total


Respondente 2 28 4 5 39
Total (%) 5% 72% 10% 13% 100%
Tabela Nº 1 - Posto/Graduação

A Tabela Nº 2 representa a área de atuação dos participantes da pesquisa, onde pode-se


ver que 23% dos militares são de armas base, infantaria e cavalaria, 33% são da arma de
artilharia, diretamente ligada ao armamento a ser obtido, e 44% de militares ligados ao apoio
ao combate, podendo ser de comunicações, material bélico, engenharia e intendência.
32

Área de atuação Arma base Artilharia Apoio ao combate Total


Respondente 9 13 17 39
Total (%) 23% 33% 44% 100%
Tabela Nº 2 - Área de atuação

Em relação ao tempo de trabalho em projetos, de acordo com a Tabela Nº 3, temos que


62% conta com até dois anos, 18% entre dois e cinco anos e 20% com mais de cinco anos.

Tempo de trabalho 0 a 2 anos 2 a 5 anos mais de 5 anos Total


em projetos
Respondente 24 7 8 39
Total (%) 62% 18% 20% 100%
Tabela Nº 3 - Tempo de trabalho em projetos
A última informação dos dados profissionais, Tabela Nº 4, corresponde ao local de
trabalho dos militares que responderam à pesquisa, que foram divididos em Órgão de Direção
Geral – ODS, o que corresponde ao nível estratégico, em Órgão de Direção Setorial – ODS,
nível estratégico-operacional, Órgão de Direção Operacional, nível operacional-tático, e
Organização Militar, nível tático.

Onde serve ODG ODS ODOp OM Total


Respondente 21 11 4 3 39
Total (%) 54% 28% 10% 8% 100%
Tabela Nº 4 - Onde serve

Pode-se inferir que o universo pesquisado é composto por militares experientes e


conhecedores das mais diversas áreas de atuação do Exército, sendo o resultado válido do ponto
de vista do conhecimento teórico e prático sobre o armamento a ser obtido.

4.2 Mobilidade Estratégica

A capacidade operativa mobilidade estratégica, define que o sistema e material de


emprego militar seja capaz de ser transportado em grandes distâncias, proporcionando
velocidade e flexibilidade de emprego nas mais diversas áreas de interesse. As reuniões de
33

brainstormings e do grupo focal definiram como requisitos operacionais, dentro desse critério,
o armamento ser transportado em meios das Forças Armadas, movimentação rápida e contínua,
lançamento de paraquedas e capacidade de ser rebocado e atravessar cursos d’água (BRASIL,
2015) .

1.1 Transportado 1.2 Movimentação 1.3 Lançamento de 1.4 Capacidade de


em meios das FA rápida e contínua para quedas ser rebocado e
Total
atravessar cursos
d’água
Quali Max 105 110 185 115 125
Quali 105 110 185 115 125
Quali Min -5 -10 -85 -15 -25
Percent (%) 30 20 20 30 100

Gráfico Nº 1 - Mobilidade Estratégica

Observando o Gráfico Nº 1, os quatros subcritérios foram muito bem avaliados,


alcançando o nível máximo. Isso vem demonstrar que os pesquisados entendem que todos os
requisitos operacionais para a capacidade operativa mobilidade estratégica são pertinentes a
obtenção do armamento em questão, podendo ser aplicado na seleção.
Pode-se observar que a capacidade de ser lançado de paraquedas, item 1.3, é crítico e que
deve ser considerado fundamental para a escolha de um novo armamento para as tropas em
questão, sendo também o que requer maior esforço.
O item 1.4, capacidade de ser rebocado a uma velocidade de, pelo menos 60 km/h, em
estrada pavimentada e capacidade de atravessar curso d’água com profundidade de pelo menos
0,50 m, ficando à frente dos requisitos movimentação rápida e contínua e transportado em meios
das Forças Armadas, item 1.2 e 1.1 respectivamente.
34

4.3 Prontidão

A segunda capacidade operacional selecionada é a prontidão, onde o armamento tem de


ter a capacidade de estar preparado para ser empregado por uma força no cumprimento de suas
missões (BRASIL, 2015).
Os cinco subcritérios elencados foram: ser operado por guarnição de, no máximo, 8
(oito) militares - Chefe da Peça (CP), motorista e serventes, ser dotado de sistema de apoio que
proporcione estabilidade ao material durante o tiro, em qualquer posição admitida pelo tubo,
movimentar-se (sair de posição), após o disparo, em menos de 3 minutos, possuir mecanismo
de bloqueio das engrenagens de direção e elevação que impeçam a transmissão de forças
oriundas do disparo aos volantes de pontaria e possuir peso e dimensões que possibilitem ser
tracionado, em qualquer terreno, por viatura operacional, dos grupos 2 ou 3.

2.1 Guarnição 2.2 Estabilidade 2.3 Movimentar- 2.4 Bloqueio de 2.5 Ser tracionado
até 8 militares durante o tiro se em 3 minutos, engrenagens em qualquer Total
após o disparo terreno
Quali Max 120 135 175 130 125 143
Quali 110 135 175 130 125 142
Quali Min -20 -35 -75 -30 -25 -43
Percent (%) 10 30 30 10 20 100

Gráfico Nº 2 - Prontidão

O Gráfico Nº 2 apresenta, novamente, que os itens foram muito bem avaliados, sendo que
apenas um item, o de número 2.1, não atingiu o máximo. Desta forma, pode-se considerar que
os requisitos operacionais apresentados para a capacidade prontidão são válidos como critérios
para a seleção de um obus para tropas de infantaria.
O subcritério considerado mais importante foi o item 2.3, analisando que sair da posição
de tiro após o disparo é nos dias de hoje um requisito operacional dos mais importantes, tendo
35

em vista a capacidade de detecção do local de origem do tiro e a pronta resposta de um tiro de


contrabateria, ou seja, o inimigo descobre rapidamente o local de onde saiu o disparo e ataca de
imediato a posição.
Os itens 2.2, estabilidade durante o tiro, 2.4, bloqueio de engrenagens, e o 2.5, ser
tracionado em qualquer terreno, obtiveram a pontuação máxima o que mostra a necessidade
desses critérios na avaliação do armamento em questão.
O único item a não obter a pontuação máxima, 2.1 Guarnição até 8 militares, aponta para
a necessidade de um novo estudo sobre esse critério. Uma possível dedução é que os
pesquisados entendem que atualmente, onde a tecnologia digital para preparação do tiro e
mecanismos automáticos de carregamento e disparo, permitem uma guarnição com menos
militares.

4.4 Apoio de Fogo

A capacidade operacional apoio de fogo caracteriza-se pela capacidade de apoiar as


operações com fogos potentes, profundos e precisos. Os cinco itens que compões esse ponto de
vista fundamental são: tubo padrão da Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN
maior ou igual a 30 calibres, alcance maior ou igual a 11 km, capacidade de receber radar de
velocidade inicial, permitir a pontaria manual e cadência de tiro superior a 3 tiros por minuto.

3.1 Tubo padrão 3.2 Alcance ≥ 11 3.3 Receber radar 3.4 Pontaria 3.5 Cadência de
OTAN ≥ 30 km manual tiro Total
calibres
Quali Max 160 170 180 155 165 166
Quali 130 135 140 155 133 136
Quali Min -60 -70 -80 -55 -65 -66
Percent (%) 25 25 15 10 25 100

Gráfico Nº 3 - Apoio de Fogo


36

Desta vez, o gráfico apresentado, Gráfico Nº 3, oferece somente um item na pontuação


máxima, o item 3.4 Pontaria manual. Os demais itens obtiveram uma pontuação expressiva,
mostrando-se pertinentes como critérios para seleção da arma em questão.
O item 3.1, possuir como armamento principal obus de calibre 105 mm padrão OTAN,
com tubo de comprimento igual ou superior a 30 calibres, ficou situado entre os níveis bom e
excelente, que comparado com o item 3.2, possuir o armamento a capacidade de atingir com
“precisão de área” alvos no alcance igual ou superior a 11 (onze) km, utilizando munição
convencional, que ficou entre os níveis muito bom e excelente, porém com necessitando de um
grau de esforço maior para chegar a posição excelente.
Por sua vez, o item 3.3, ter condições de receber radar de medição instantânea de
velocidade inicial, ficou entre os níveis muito bom e excelente, mais obteve a maior distância
para o excelente, que foi de 40 pontos, demonstrando a necessidade de maior esforço para
chegar ao nível máximo.
O último ponto avaliado, item 3.5, possuir, no mínimo, cadência de tiro normal de 3 TPM
e cadência máxima de 6 TPM, ficou entre os níveis muito bom e excelente, a 32 pontos do
máximo.
Pelo exposto, na capacidade operacional apoio de fogo, mesmo não tendo os mesmos
índices das capacidades anteriores, todos os seus itens foram considerados pertinentes. A
avaliação foi positiva, podendo ser melhorada, principalmente com relação a receber radar.

4.5 Gestão e Coordenação Logística

Nessa capacidade operacional, entendida por ser capaz de planejar, monitorar e


controlar o apoio logístico direta ou indiretamente relacionado com a sustentação da força
desdobrada, permitindo a identificação antecipada e solução das suas necessidades logísticas,
foram determinadas as seguintes capacidades para a sua avaliação: manutenção na Área
Operacional do Continente (AOC), munição padrão OTAN, vida útil do tubo e pintura da arma.
37

4.1 Manutenção 4.2 Munição 4.3 Vida útil 4.4 Pintura


Total
na AOC padrão OTAN do tubo da arma
Quali Max 190 150 145 140 165
Quali 190 150 123 120 160
Quali Min -90 -50 -45 -40 -64
Percent (%) 40 40 10 10 100

Gráfico Nº 4 - Gestão e Coordenação Logística

Como pode ser observado no Gráfico Nº 4, o item 4.1 Manutenção na OAC, o obus deve
operar e ser manutenido na Área Operacional do Continente (AOC), de dia e de noite, possui o
grau de esforço mais alto, 190 pontos, e foi o mais bem pontuado de toda a pesquisa, o que
demonstra a sua importância.
O item 4.2 Munição padrão OTAN, possuir capacidade de utilizar munição padrão
OTAN, que proporcionem maior alcance e seja de mais fácil aquisição, foi pontuada no
máximo, com 150 pontos.
Os itens seguintes, item 4.3, possuir vida útil do tubo de, no mínimo, 2.000 (dois mil)
tiros em carga máxima, e o item 4.4, ser pintado nas cores e padrões adotados pelo Exército
Brasileiro, não obtiveram pontuação máxima como os outros, ficando entre o nível bom e
excelente.
Pelo exposto, pode-se entender que os pesquisados aprovaram os itens da gestão e
coordenação logística, estando aptos para servirem como critérios para seleção do armamento
em questão.

4.6 Análise Macro da Pertinência dos Requisitos Operacionais

Como última análise comparativa, veremos os Pontos de Vista Fundamentais, a


Mobilidade Estratégica, a Prontidão, o Apoio de Fogo e a Gestão e Coordenação Logística, que
38

foram levantados nas etapas anteriores do método multicritério, passando pela fase qualitativa
e quantitativa.

1. Mobilidade 2. Prontidão 3. Apoio de 4. Gestão e


Estratégica Fogo Coordenação Total
Logística
Quali Max 125 143 166 165 152
Quali 125 142 136 160 141
Quali Min -25 -43 -66 -64 -52
Percent (%) 20 25 30 25 100

Gráfico Nº 5 - Desempenho Geral dos Critérios

O Gráfico do Desempenho Geral dos Critérios aponta que o item 1. Mobilidade


Estratégica, entendido como ser capaz de transportar uma força em grandes distâncias,
proporcionando velocidade de intervenção e flexibilidade de emprego, entre áreas estratégicas
diferentes do território nacional, do entorno estratégico e em área de interesse, ficou muito
próximo do nível muito bom e que todas as suas capacidades operacionais foram muito bem
pontuadas. O item em questão obteve a pontuação máxima dentro da sua mensuração, 125
pontos, mesmo assim ficou abaixo da média ponderada, 141 pontos, o que determina que a sua
importância está abaixo dos outros itens.
O item 2. Prontidão, que significa ser capaz de, no prazo adequado, estar em condições
de empregar uma força no cumprimento de missões, valendo-se de seus próprios recursos
orgânicos e meios adjudicados, permaneceu entre os níveis muito bom e excelente, ficando a 1
ponto do máximo. Mesmo assim ficou 1 ponto acima da média ponderada.
Por sua vez, o item 3. Apoio de Fogo, ser capaz de apoiar as operações das forças amigas
com fogos potentes, profundos e precisos, buscando a destruição, neutralização ou supressão
de alvos militares e das forças inimigas, é o possui o nível máximo maior, 166 pontos, e ficou
entre o muito bom e excelente. Esse item foi o considerado que necessitava de maior esforço,
desta forma o mais importante. Ficou 5 pontos abaixo da média.
39

Por fim, o item 4. Gestão e Coordenação Logística, definido por ser capaz de planejar,
monitorar e controlar o apoio logístico direta ou indiretamente relacionado com a sustentação
da força desdobrada, permitindo a identificação antecipada e solução das suas necessidades
logísticas, obteve 160 pontos, de um máximo de 165, ficando no excelente. Esse item foi
determinante para a obtenção de uma média ponderada alta, demonstrando a sua importância.
O planejamento baseado em capacidades leva a necessidade de ter um conjunto de
capacidades adequadas e flexíveis para conseguir a resposta desejada, independentemente do
cenário que serão empregados (SACCHETTI et CAJARABILLE, 2002).
No gráfico de barras abaixo, que compara os Pontos de Vista Fundamentais, pode-se
notar que todos ficaram acima dos 85% e que atendem perfeitamente para a seleção do obus
em questão.

1. Mobilidade 2. Prontidão 3. Apoio de 4. Gestão e


Estratégica Fogo Coordenação Total
Logística

Gráfico Nº 6 - Geral

O gráfico acima mostra o desempenho individual de cada critério. Pode-se observar que
o item 3. Apoio de Fogo foi o critério que na reunião do grupo focal ficou com o maior esforço
para ser alcançado, o que foi possível ver, também, na pesquisa de campo.
40

4.6 Atingimento dos Objetivos da Pesquisa

Após todas as análises feitas e todas as informações propostas coletadas, pode-se,


finalmente, fazer uma comparação com os objetivos iniciais constantes no item 1.4 deste
trabalho, como pode ser visto no Quadro Nº 3.

OBJETIVO ESPECÍFICO RESULTADO LOCALIZAÇÃO


A partir de
brainstormings e reunião
Definir os critérios do com grupo focal, foram
Itens 3.2.3 e 3.2.4.
processo enumerados os critérios
mais relevantes para
a realização da pesquisa.

Atribuir a hierarquia e valores


Reunião do grupo focal. Item 3.2.4.
aos critérios avaliados

Foi aplicada uma


Demonstrar a validade do
pesquisa de campo, em
modelo de análise Item 3.2.5.
militares envolvidos em
multicritério
projetos.

Apresentar a melhor Tabulação dos resultados


alternativa de critérios aos da pesquisa e modelagem Itens 3.2.6 e 3.2.7.
decisores dos dados.
Quadro Nº 3 - Objetivos e Resultados
41

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após realizar a análise do uso da metodologia MCDA-C como suporte na tomada de


decisão na gestão do ciclo de vida dos sistemas e materiais de emprego militar, com ênfase na
primeira reunião decisória, pode-se chegar a importantes constatações.

De acordo com Ensslin et. Al (2001), a metodologia multicritério é voltada àqueles


que lidam com problemas importantes e estratégicos, envolvendo grande número de pessoas,
elevado número de recursos, alto grau de responsabilidade e cujas decisões influenciam o futuro
da instituição, o que descreve perfeitamente a tomada de decisão do ciclo de vida.

Foi possível inferir durante a aplicação do método multicritério, que muitas das fases
que compõe o processo já são executadas pelo Estado-Maior do Exército, Órgão de Direção
Geral do Exército, e pelos órgãos participantes no assessoramento e na montagem das linhas de
ação da possível solução, como a identificação dos pontos de vista fundamentais e os critérios
que o formam.

O Exército possui muito bem definidos os pontos de vista fundamentais que vão
compor o quadro de critérios, denominado de requisitos operacionais, que vem a compor a parte
qualitativa do método multicritério. A parte da quantificação e da hierarquização não é realizada
de forma sistematizada.

As reuniões do grupo focal para definição desses parâmetros foram bastante


facilitadas, por haver disponível no Exército todos os elementos necessários para isso, com
conhecimento nas áreas de operações militares, sustentabilidade logística e técnica, dentro dos
níveis estratégico, tático e operacional.

Analisando os resultados da pesquisa, de forma geral, pode-se notar que todos os


critérios, denominados requisitos operacionais, foram muito bem avaliados e mostraram-se
pertinentes para compor a definição de uma arma a ser obtida.

O ponto forte do estudo é que tanto os participantes dos brainstormings, do grupo focal
e os militares que responderam à pesquisa possuem conhecimento e experiência no tipo de
material analisado, demonstrando dessa forma sintonia entre todos os atores da pesquisa.

Ao fim do processo, pode-se concluir que o objetivo geral desse trabalho, que é validar
a importância da utilização do método multicritério no apoio à decisão para obtenção de um
determinado sistema ou material de emprego militar, foi atingido.
42

Pode-se concluir, também, que a pergunta síntese deste estudo – “Como a aplicação
de um método de análise multicritério poderá contribuir de forma eficaz no
assessoramento das decisões previstas na gestão do ciclo de vida de sistemas e materiais
de emprego militar, em particular, na fase da formulação conceitual?” pode ser respondida
pelas observações abaixo.

Por atender demandas do controle externo e interno com relação a transparência na


utilização dos recursos, permitindo à sociedade ver se o orçamento público está sendo usado da
melhor forma possível.

Possibilitar o cumprimento de forma mais adequada da Lei 8.666, que regula as


licitações e contratos na administração pública, onde determina que o fornecimento de bens e
serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade
tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela
autoridade máxima do órgão, a qual poderá utilizar a ferramenta multicritério para apoiar a
decisão tomada (BRASIL, 1993).

Atender ao anseio da sociedade, que por meio de um artigo em site especializado em


assunto de defesa, levantou a possibilidade de utilizar um modelo decisório baseado em
múltiplos critérios para obtenção de sistema ou materiais de emprego militar (CARVALHO et.
CARVALHO, 2019).

Pelo conjunto de afirmações científicas que foi explanado anteriormente, pode-se


validar a utilização de metodologia multicritério na obtenção de meios decisórios para o
Exército Brasileiro.

5.1 LIMITAÇÕES

O presente trabalho buscou demonstrar a possibilidade de utilização do método


multicritério, ficando limitado somente a validação dos critérios.

Uma grande limitação encontrada foi a falta de autores sobre a utilização da


metodologia multicritério em atividades militares e mesmo em obtenções no âmbito do
Governo Federal.
43

5.2 RECOMENDAÇÕES

O emprego da metodologia MCDA-C é recomendado por agregar valor na decisão a


ser tomada, principalmente, no tema transparência, permitindo apresentar uma formulação
científica no processo decisório, apresentando todos os passos percorridos até a decisão final.

A utilização do método multicritério atende a recomendação da Lei Nº 8.666, no que


toca a licitações e contratos de alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante
parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão (Brasil, 1993).

No futuro, deve ser aplicado no apoio à decisão de uma obtenção completa, devendo
passar por todas as etapas, até a escolha do equipamento militar.

Os órgãos responsáveis pelo assessoramento da decisão a ser tomada deverão preparar


seus quadros para a utilização da metodologia multicritério, com a realização de cursos e
palestras. No futuro poderá, inclusive, ser desenvolvido uma metodologia própria, feita sob
medida para as obtenções na área de defesa.

Rever os critérios que obtiveram pontuação abaixo de muito bom, com a finalidade
aperfeiçoar a aplicação do método multicritério.
44

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Informação e documentação –


referências-elaboração (ABNT NBR 6023:2002). Rio de Janeiro: ABNT, 24 p, 2002a.

____. Informação e documentação - citações em documentos - apresentação (ABNT


NBR 10520:2002). Rio de Janeiro: ABNT, 7 p, 2002b.

____. Informação e documentação - trabalhos acadêmicos - apresentação (ABNT


NBR 14724:2011). Rio de Janeiro: ABNT, 11 p, 2011.

ALMEIDA, A. T. O conhecimento e o uso de métodos multicritério de apoio à


decisão. Pernambuco: Ed universitária da UFPE, 2011.

ALMEIDA, A. T. Processo de Decisão nas Organizações: Construindo Modelos de


Decisão Multicritério. São Paulo: Atlas, 2013.

BAUER, Martin W; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e


som: um manual prático. Tradução de GUARESKI, Pedrinho. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988.


Disponível em: <http://www.planalto.gov.br.htm>. Acesso em: 6 mai. 2019.

BRASIL. LEI Nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Institui as normas para licitações e


contratos da Administração Pública. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br.htm>.
Acesso em: 08 mai. 2019.

BRASIL. LEI Nº 12.598, de 21 de março de 2012. Estabelece normas especiais para


as compras, as contratações e o desenvolvimento de produtos e de sistemas de defesa;
dispõe sobre regras de incentivo à área estratégica de defesa. Disponível em: <
45

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12598.htm>. Acesso em: 08


mai. 2019.

BRASIL. Lei Complementar Nº 97, de 9 de junho de 1999. Dispõe sobre as normas


gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas. Disponível em:
<www.defesa.gov.br/legislacao>. Acesso em: 16 abr. 2019.

BRASIL. Decreto Nº 6.703 - Estratégia Nacional de Defesa – END. 2ª Ed. Brasília,


2012.

BRASIL. Exército Brasileiro. O Exército Brasileiro (EB20-MF-10.101). 1ª Ed.


Brasília, 2014.

____. Exército Brasileiro. Instruções Gerais para a Gestão do Ciclo de Vida dos
Sistemas e Materiais de Emprego Militar (EB10-IG-01.018). Aprovada pela Portaria Nº 233
de 15 de março de 2016. 1ª Ed. 2016.

____. Exército Brasileiro. Catálogo de Capacidades do Exército 2015 – 2035.


Brasília, 2015.

____. Exército Brasileiro. Regulamento do Estado-Maior do Exército. Aprovado pela


Portaria Nº 1.053, de 11 de julho de 2018.

____. Exército Brasileiro. Regulamento do Comando de Operações Terrestres


(EB10-R-06.001). Aprovado pela Portaria Nº 242, de 28 de fevereiro de 2018. Brasília, 2018.

____. Exército Brasileiro. Regulamento do Departamento de Ciência e Tecnologia


(R-55). Aprovado pela Portaria Nº 370, de 30 de maio de 2005. Brasília, 2005.

____. Exército Brasileiro. Normas para Elaboração, Gerenciamento e


Acompanhamento de Projetos no Exército Brasileiro (NEGAPEB). 2ª Ed. Brasília, 2013.
46

____. Exército Brasileiro. Normas Para Elaboração, Gerenciamento e


Acompanhamento do Portfólio e dos Programas Estratégicos do Exército Brasileiro
(NEGAPORT-EB) – (EB10-N-01.004). 1ª Ed. Brasília, 2017

____. Exército Brasileiro. Diretriz do Comandante do Exército 2019. Brasília, 2019.

CARVALHO, R.A.; CARVALHO, E.A. Propostas para o Futuro dos Carros de


Combate no Exército Brasileiro. (Agosto 1, 2019). Disponível em:
<http://www.defesanet.com.br/nc/noticia/33731/Nova-Couraca--Propostas-para-o-Futuro-dos-
Carros-de-Combate-no-Exercito-Brasileiro/>

CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto.


3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2010

DINSMORE, P.C. Transformando estratégias empresariais em resultados


através da gerência por projetos. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 2003.

DUARTE, Simone Viana.; FURTADO, Maria Sueli Viana. Trabalho de conclusão de


curso (TCC) em ciências sociais aplicadas. Pinheiros: Saraiva, 2014.

ENSSLIN, L.; NETO, G. M.; NORONHA, S. M. Apoio à Decisão: Metodologias para


Estruturação de Problemas e Avaliação Multicritério de Alternativas. Florianópolis:
Insular, 2001.

ETZKOWITZ, Henry and Leydesdorff, Loet, The Triple Helix -- University-


Industry-Government Relations: A Laboratory for Knowledge Based Economic
Development (January 1, 1995). EASST Review, Vol. 14, No. 1, pp. 14-19, 1995. Disponível
em: <https://ssrn.com/abstract=2480085>

FRAME, J.D. Project management competence: building key skills for individuals,
teams, and organizations. San Francisco: Jossey-Bass, 1999.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. [S.l.]: Atlas, 2008.
47

GOMES, L.F.A.M. Teoria da decisão. São Paulo: Thomson Laerning, 2007.

HAIR JUNIOR, J. F. et al. Análise multivariada de dados. 5. ed. Porto Alegre:


Bookman, 2005.

LANDRY, M. A. Note on the Concept of “Problem”. Organization Studies, 16/2 p.


315-343 – EGOS 0170-8406/95 – 0016-0012, 1995.

LEIBFRIED, H. J. KATHLEEN, P.A. Benchmarking – Uma ferramenta para a


melhoria contínua. 1ª Ed. São Paulo: Editora Campus, 1994.

PMI. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos – Guia PMBOK


(Guia Project Management Body of Knowledge). 6ª Ed. EUA: Project Management Institute,
2017.

PRODANOV, C.C.; FREITAS, E.C. Metodologia do Trabalho científico: Métodos e


Técnicas Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2. ed. [S.l.]: Novo Hamburgo, 2013

RABECHINI JR., Roque. Competências e maturidade em gestão de projetos: uma


perspectiva estruturada. Tese (Doutorado) — Departamento de Engenharia de Produção da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.

RODRIGUES, E. C. C. Metodologia para Investigação da Percepção das


Inovações na Usabilidade do Sistema Metroviário: Uma Abordagem
Antropotecnológica. Tese (Doutorado em Transportes), Programa de PósGraduação
em Transportes. Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

RODRIGUES, Alexandre Reis. O conceito de capacidades militares. Uma nova


forma de planeamento de Defesa. Jornal de defesa e relações internacionais. Portugal.
Disponível em <http://database.jornaldefesa.pt/politicas_de_defesa/portugal/JDRI%20166%2
0231115%20capacidades.pdf>. Acesso em: 07 ago. 2019.
48

ROY, B.; VANDERPOOTEN, D. The European school of MCDA: emergence, basic


features and current works. Journal of multicriteria decision analysis, v. 5, n. 16, p. 22 - 38,
maio 1996

ROY, B. Decision science or decision-aid science. European Journal of


Operational Research, v. 66, p. 184-203, 1993.

SACCHETTI, António Emílio Ferraz, Vice-Almirante et CAJARABILLE, Victor


Manuel Lopo, Contra-Almirante. Conceito estratégico de defesa nacional: estudos. Cadernos
Navais, n.º 3, Grupo de Estudos e Reflexão de Estratégia, Lisboa: Edições Culturais de Marinha,
2002. Disponível em <https://www.marinha.pt/pt/a-marinha/estudos-e-reflexoes/cadernos-
navais/Documents/cadernos_navais_n3_outubro_dezembro_2002.pdf>. Acesso em: 07 ago.
2019.

SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho Científico. 24. ed. [S.l.]: Cortez, 2016.

SILVA, Eduardo Jose Carvalho. Aplicação do método de borda para avaliar as


decisões coletivas: um estudo sobre a avaliação de processos críticos afetados pela
estratégia de uma empresa do setor elétrico. In: ENEGEP – XXXV Encontro Nacional de
Engenharia de Produção, 2015, Fortaleza. Fortaleza, 2015

SILVEIRA JR, Aldery. Cabotagem brasileira: uma abordagem multicritério. 1ª Ed.


Curitiba: Appris, 2018.

STONER, James A. F..; FREEMAN, R. Edward. Administração. In. [S.l.: s.n.], p. 231,
1999
TARTUCE, T. J. A. Métodos de pesquisa. Fortaleza: UNICE – Ensino Superior, 2006

KERZNER, H. Gestão de Projetos: as melhores práticas. Trad. Marco Antônio Viana


Borges, Marcelo Klippel e Gustavo Severo de Borba. Porto Alegre: Bookman, 2002.
49

KING, W. R. The role of projects in the implementation of business strategy.


In.: Cleland, D.I.; King, W.R. Project management handbook. New York, NY: Van Nostrand
Reinhold, 1993.

KOU, G.; SHI, Y.; WANG, S. Multiple criteria decision making and decision
support systems – Guest editor’s introduction. [S. l.]: Elsevier, 2010.
50

APÊNDICES

Apêndice A – Capacidades Militares Terrestres e Operativas

CAPACIDADE MILITAR CAPACIDADE


DEFINIÇÃO
TERRESTRE - CMT OPERATIVA - CO

Ser capaz de transportar uma força em


grandes distâncias, proporcionando
velocidade de intervenção e
CO 01 - MOBILIDADE
flexibilidade de emprego, entre áreas
ESTRATÉGICA
estratégicas diferentes do território
nacional, do entorno estratégico e em
área de interesse.
CMT 1 - PRONTA RESPOSTA
ESTRATÉGICA Ser capaz de planejar, gerir e executar
(Ser capaz de projetar força para atuar eficazmente o movimento, o
em operações no amplo espectro dos transporte e a distribuição de recursos
conflitos, em qualquer parte do a partir de suas bases até o seu destino.
CO 02 - SUPORTE À
território nacional, do entorno Inclui todas as atividades relacionadas
PROJEÇÃO DE FORÇA
estratégico ou da área de interesse, em ao movimento, desde bases em
prazo oportuno, chegando pronto para território nacional até pontos de
cumprir a missão atribuída.) embarque e destes até a região onde a
força irá cumprir sua missão.

Ser capaz de, no prazo adequado, estar


em condições de empregar uma força
CO 03 - PRONTIDÃO no cumprimento de missões, valendo-
se de seus próprios recursos orgânicos
e meios adjudicados.

CMT 02 - SUPERIORIDADE NO Ser capaz de permitir ao combatente

ENFRENTAMENTO terrestre sobrepujar o oponente,


CO 04 - COMBATE
(Ser capaz de garantir o cumprimento sobreviver, deslocar-se e combater em
INDIVIDUAL
bem sucedido das missões atribuídas, todos os ambientes operacionais e sob

empregando uma ampla gama de quaisquer condições climáticas.

opções, em função da diversidade de Ser capaz de realizar operações que,


cenários possíveis, buscando uma CO 05 - OPERAÇÕES
por sua natureza, técnicas ou
posição vantajosa em relação à ameaça ESPECIAIS características, devam ser realizadas
51

CAPACIDADE MILITAR CAPACIDADE


DEFINIÇÃO
TERRESTRE - CMT OPERATIVA - CO

que o oponente representa, para por tropas especiais.


derrotá-lo e impor a vontade da força.)

Ser capaz de executar atividades e


tarefas com o objetivo de dissuadir,
CO 06 - AÇÃO TERRESTRE prevenir ou enfrentar uma ameaça
potencial ou real, impondo a vontade
da força.

Ser capaz de empregar forças no


espaço de batalha por intermédio do
movimento tático e fogos, incluindo
plataformas aeromóveis, buscando
CO 07 - MANOBRA TÁTICA
alcançar uma posição de vantagem
sobre as forças terrestres oponentes,
enfrentando e derrotando-as,
cumprindo a missão.

Ser capaz de apoiar as operações das


forças amigas com fogos potentes,
CO 08 - APOIO DE FOGO profundos e precisos, buscando a
destruição, neutralização ou supressão
de objetivos e das forças inimigas.

Ser capaz de modificar o terreno,


manipulando obstáculos naturais e
CO 09 - MOBILIDADE E
artificiais, para facilitar o movimento
CONTRAMOBILIDADE
das forças amigas e dificultar o
movimento do oponente.

CMT 03 - APOIO A ÓRGÃOS Ser capaz de proteger a sociedade,


GOVERNAMENTAIS realizando a garantia
(Ser capaz de contribuir para a dos Poderes Constitucionais, a
garantia da Soberania Nacional, dos CO 10 - PROTEÇÃO Garantia da Lei e da Ordem, a proteção
poderes constitucionais, da lei e da INTEGRADA de Estruturas Estratégicas, a
ordem. Para isso, deve fornecer apoio prevenção e o combate às ações
em atividades relacionadas à proteção terroristas e a participação da Força
de estruturas estratégicas, à segurança Terrestre em ações na Faixa de
52

CAPACIDADE MILITAR CAPACIDADE


DEFINIÇÃO
TERRESTRE - CMT OPERATIVA - CO

da sociedade, à cooperação para o Fronteira, com ampla colaboração do


desenvolvimento nacional e o bem- setor de segurança pública
estar social e ao apoio ao
desenvolvimento econômico e de
infraestrutura.)
Ser capaz de cooperar para o
desenvolvimento nacional e o bem-
CO 11 - ATRIBUIÇÕES
estar social e para o apoio ao
SUBSIDIÁRIAS
desenvolvimento econômico e de
infraestrutura.

Ser capaz de empregar a Força de


forma controlada, restrito ao nível
CO 12 - EMPREGO EM aquém da violência, concentrando
APOIO À POLÍTICA meios, realizando exercícios de
EXTERNA EM TEMPO DE adestramento nas fronteiras com
PAZ países lindeiros, dentre outras ações,
garantindo os interesses nacionais em
sintonia com a política externa.

Ser capaz de empregar força em defesa


CO 13 - AÇÕES SOB A dos interesses nacionais, operando e
ÉGIDE DE ORGANISMOS cumprindo missão de acordo com os
INTERNACIONAIS mandatos dos organismos
internacionais.

CMT 04 - COMANDO E Ser capaz de realizar planejamento,

CONTROLE preparação, execução e avaliação

(Ser capaz de proporcionar ao contínua de Operações no Amplo

Comandante, em todos os níveis de CO 14 - PLANEJAMENTO E Espectro dos Conflitos, empregando

decisão, o exercício do Comando e do CONDUÇÃO meios e armamentos modernos,

Controle por meio da avaliação da baseados em Tecnologias de

situação e da tomada de decisões Informações e Comunicações, com

baseada em um processo eficaz de adequada proteção.

planejamento, de preparação, de Ser capaz de estabelecer e operar


execução e de avaliação das CO 15 - SISTEMA DE estruturas de comunicações para
operações. Para isso, são necessários, COMUNICAÇÕES suportar toda necessidade de
nos níveis estratégico, operacional e transmissão para a condução dos
53

CAPACIDADE MILITAR CAPACIDADE


DEFINIÇÃO
TERRESTRE - CMT OPERATIVA - CO

tático, sistemas de informação e processos de apoio decisão, as


comunicações integrados que informações para a consciência
permitam obter e manter a situacional do
superioridade de informações com comandante nos diversos níveis e as
relação a eventuais oponentes.) ações para a busca da superioridade de
informações.

Ser capaz de proporcionar em todos os


níveis de decisão, em tempo real, a
compreensão, a interação do ambiente
operacional e a percepção sobre a
situação das tropas amigas e dos
CO 16 - CONSCIÊNCIA oponentes. É propiciada pela
SITUACIONAL integração dos conhecimentos
provenientes dos sistemas de
informação, sistemas de armas e
satélites, apoiados em infraestrutura de
comunicações com o nível adequado
de proteção.

Ser capaz de gerir e compartilhar o


fluxo de conhecimentos coletados ou
produzidos por instituições militares e
CO 17 - GESTÃO DO civis, nacionais ou internacionais, em
CONHECIMENTO E DAS uma infraestrutura adequada, visando
INFORMAÇÕES dar suporte aos Comandantes, em
todos os níveis de decisão, para o
emprego dos meios e das forças
militares terrestres.

Ser capaz de apresentar a


representação digital de aspectos
do espaço de batalha obtida pela
CO 18 - GIGITALIZAÇÃO
integração entre sensores, vetores e
DO ESPAÇO DE
radares, apoiada em uma infraestrutura
BATALHA
de informação e comunicações (IIC),
permitindo
disponibilizar informações aos
54

CAPACIDADE MILITAR CAPACIDADE


DEFINIÇÃO
TERRESTRE - CMT OPERATIVA - CO

diferentes níveis de decisão,


independente do lugar em que se
encontram, com nível de proteção
adequada.

Ser capaz de realizar a modelagem, a


imitação e/ou a representação de
procedimentos de combate e de
operações de nossas forças e das forças
CO 19 - MODELAGEM,
adversárias, facilitando a percepção
SIMULAÇÃO E
dos ambientes operacionais por parte
PREVENÇÃO
dos comandantes nos diversos níveis
de decisão. Utiliza recursos humanos,
instalações e meios de tecnologia da
informação.

Ser capaz de sustentar as forças


CO 20 - APOIO LOGÍSTICO desdobradas, com os recursos
PARA FORÇAS necessários para manter seu poder de
DESDOBRADAS combate, contribuindo para o seu
CMT 05 - SUSTENTAÇÃO sucesso.
LOGÍSTICA
(Ser capaz de dar suporte adequado à CO 21 - INFRAESTRUTURA Ser capaz de construir, adaptar ou

força que venha a ser empregada, no DA ÁREA DE reabilitar infraestruturas essenciais

tempo necessário e em qualquer OPERAÇÕES para a força desdobrada.

ambiente operacional. Inclui a


Ser capaz de planejar, monitorar e
interoperabilidade no apoio logístico
controlar o apoio logístico direta ou
entre as Forças Armadas e a
CO 22 - GESTÃO E indiretamente relacionado com a
complementaridade nas atividades
COORDENAÇÃO sustentação da força desdobrada,
interagências, bem como a
LOGÍSTICA permitindo a identificação antecipada
organização e execução do transporte
e solução das suas necessidades
estratégico.)
logísticas.

CO 23 - SAÚDE NAS Ser capaz de realizar assistência


OPERAÇÕES sanitária adequada e oportuna. Inclui
55

CAPACIDADE MILITAR CAPACIDADE


DEFINIÇÃO
TERRESTRE - CMT OPERATIVA - CO

triagem, estabilização de pacientes,


evacuação, diagnóstico, tratamento,
hospitalização em campanha e
medicina preventiva.

Ser capaz de executar a gestão dos


CO 24 - GESTÃO DE
recursos financeiros da força
RECURSOS FINANCEIROS
empregada.

Ser capaz de operar com uma força


constituída de maneira integrada,
CO25 -
coordenada, harmônica e
INTEROPERABILIDADE
complementar com as demais Forças
CONJUNTA
Armadas envolvidas em operações
CMT 06 –
conjuntas.
INTEROPERABILIDADE
(Ser capaz de operar com uma força Ser capaz de operar com uma força
constituída de maneira integrada, constituída de maneira integrada,
coordenada, harmônica e CO 26 - coordenada, harmônica e
complementar com as demais Forças INTEROPERABILIDADE complementar com as demais Forças
Armadas envolvidas, em ambiente COMBINADA Armadas envolvidas e Forças de
interagências, em operações conjuntas outras Nações, sob a égide de
ou em operações multinacionais, para organismo internacional.
o cumprimento das missões
Ser capaz de atuar com força
estabelecidas.)
constituída de maneira integrada,
CO 27 -
coordenada, harmônica e
INTEROPERABILIDADE
complementar, em ambiente
INTERAGÊNCIA
interagências, para o cumprimento das
missões estabelecidas.

CMT 07 – PROTEÇÃO Ser capaz de proteger o pessoal


CO 28 - PROTEÇÃO AO
(Ser capaz de proteger o pessoal (militar e civil) contra os efeitos das
PESSOAL
(combatente ou não), o material, as ações próprias, inimigas e naturais.
estruturas físicas e as informações Ser capaz de proteger o material, as
contra os efeitos das ações próprias, CO 29 - PROTEÇÃO FÍSICA instalações e o território de qualquer
inimigas e naturais. São ações que ameaça à sua integridade em áreas
56

CAPACIDADE MILITAR CAPACIDADE


DEFINIÇÃO
TERRESTRE - CMT OPERATIVA - CO

preservam o poder do combate.) definidas.

Ser capaz de fornecer proteção


adequada, mantendo a integridade e a
disponibilidade dos sistemas e das
informações armazenadas,
CO 30 - SEGURANÇA DAS
processadas ou transmitidas, por meio
INFORMAÇÕES
da implementação de medidas
CMT 08 SUPERIORIDADE DE E COMUNICAÇÕES
adequadas para viabilizar e assegurar a
INFORMAÇÕES
disponibilidade, a integridade, a
(A superioridade de informações é
confidencialidade e a autenticidade de
traduzida por uma vantagem operativa
dados e informações.
derivada da habilidade de coletar,
processar, disseminar, explorar e Ser capaz de desempenhar atividades
proteger um fluxo ininterrupto de que visam a desenvolver e a assegurar
informações aos comandantes em o emprego eficiente das emissões
todos os níveis, ao mesmo em que se eletromagnéticas próprias, ao mesmo
CO 31 - GUERRA
busca tirar proveito das informações tempo em que buscam impedir,
ELETRÔNICA
do oponente e/ou negar-lhe essas dificultar ou tirar proveito das
habilidades. É possuir mais e melhores emissões inimigas, proporcionando a
informações do que o adversário sobre segurança, liberdade de ação e o êxito
o ambiente operacional. Permite o no espaço de batalha
controle da dimensão informacional
Ser capaz de apoiar ou desenvolver
(espectros eletromagnético, cibernético
processos e ações, em tempo de paz,
e outros) por determinado tempo e
crise ou conflito, para influenciar os
lugar.)
diversos públicos existentes (hostil,
CO 32 - OPERAÇÕES DE
amigo ou neutro), a fim de obter uma
APOIO À INFORMAÇÃO
atitude positiva de nossas ações e
inibir as percepções contrárias à nossa
atuação, contribuindo para o sucesso
nas operações.
57

CAPACIDADE MILITAR CAPACIDADE


DEFINIÇÃO
TERRESTRE - CMT OPERATIVA - CO

Ser capaz de proporcionar ao


Comandante, em todos os níveis de
decisão, melhores condições de
interatividade com as autoridades, a
CO 33 - COMUNICAÇÃO
sociedade, imprensa e o público
SOCIAL
interno para informar e obter liberdade
de ação no emprego dos seus meios,
enquanto atrai, motiva e mantém
capital humano para a Força Terrestre.

Ser capaz de proporcionar os


conhecimentos necessários para apoiar
CO 34 - INTELIGÊNCIA
os processos decisórios e para a
proteção dos ativos da Força.

Ser capaz de conduzir ações de busca

CMT 09 CIBERNÉTICA ou coleta, nos Sistemas de Tecnologia

(Ser capaz de realizar ações que da Informação de interesse, a fim de

envolvem as ferramentas de CO 35 - EXPLORAÇÃO obter dados. Essas ações devem

Tecnologia da Informação e CIBERNÉTICA preferencialmente evitar o

Comunicações (TIC) para superar os rastreamento e servir para a produção

Sistemas de Tecnologia da Informação de conhecimento ou identificar as

e Comunicações e Comando e vulnerabilidades desses sistemas.

Controle (STIC3) do oponente e Ser capaz de conduzir ações para


defender os próprios. Abrange, garantir o funcionamento dos nossos
essencialmente, as ações de ataque, dispositivos computacionais, redes de
exploração e proteção cibernética. computadores e de comunicações,
Essa capacidade mantém estreita CO 36 - PROTEÇÃO
incrementando as ações de Segurança,
ligação com a CO31 Segurança das CIBERNÉTICA
Defesa e Guerra Cibernética para
Informações e Comunicações e com a neutralizar ataques e exploração
CMT 08 Operações de Informação.) cibernética em nossos meios. É uma
atividade de caráter permanente.
58

CAPACIDADE MILITAR CAPACIDADE


DEFINIÇÃO
TERRESTRE - CMT OPERATIVA - CO

Ser capaz de conduzir ações para


interromper, negar, degradar,
corromper ou destruir informações ou
CO 37 - ATAQUE sistemas computacionais armazenados
CIBERNÉTICO em dispositivos e redes de
computadores e de comunicações do
oponente, contribuindo para o sucesso
das operações.
59

Apêndice B – Esforço Ponto de Vista Fundamental e Subponto de Vista Fundamental

ESFORÇO

MAIOR
SubPVF 1 MAIOR
PVF ESFORÇO
SUB- DESCRIÇÃO ESFORÇO GERAL
REQUISITOS ENTRE OS
REQUISITOS PVF
SubPVF 1
Ter condições de ser
transportado por
1.1 Transportado meio fluvial, marítimo,
4 18
em meios das FA aéreo e ferroviário
por meio orgânico das
Forças Armadas
Possuir mecanismo de
acionamento em direção
e elevação que
1.2 Movimentação possibilitem a
3 17
rápida e contínua movimentação
rápida e de forma contínua
e sem solavanco
do tubo
Ter condições, caso
empregado por tropa
1. Mobilidade paraquedista, de ser 4
Estratégica adaptado para o
lançamento de
1.3 Lançamento de
paraquedas sem que 1 2
paraquedas
ocorram
danos que impeçam o
correto funcionamento
após o término do
lançamento
Possuir capacidade de ser
rebocado a uma
velocidade de,
1.4 Capacidade de
pelo menos, 60 km/h, em
ser rebocado e
estrada pavimentada e 2 16
atravessar
capacidade de atravessar
cursos d´água
cursos d’agua com
profundidade
de pelo menos 0,50 m
Ser operado por guarnição
de, no máximo,
2.1 Guarnição até
8 (oito) militares - Chefe da 5 15
8 militares
Peça (CP),
motorista e serventes
2. Prontidão Ser dotado de sistema de 3
apoio que proporcione
2.2 Estabilidade estabilidade ao material
2 12
durante o tiro durante o tiro, em
qualquer posição admitida
pelo tubo
60

ESFORÇO

MAIOR
SubPVF 1 MAIOR
PVF ESFORÇO
SUB- DESCRIÇÃO ESFORÇO GERAL
REQUISITOS ENTRE OS
REQUISITOS PVF
SubPVF 1
2.3 Movimentar-se Movimentar-se (sair de
em 3 minutos, posição), após o disparo, 1 4
após o disparo em menos de 3 minutos
Possuir mecanismo de
bloqueio das engrenagens
de direção e elevação que
2.4 Bloqueio de
impeçam a transmissão 3 13
Engrenagens
de forças oriundas do
disparo aos volantes de
pontaria
Possuir peso e dimensões
que possibilitem ser
2.5 Ser tracionado
tracionado, em qualquer
em qualquer 4 14
terreno, por viatura
terreno
operacional, dos grupos 2
ou 3
Possuir como armamento
principal obus de
3.1Tubo padrão
calibre 105 mm padrão
OTAN ≥ 30 4 7
OTAN, com tubo de
calibres
comprimento igual ou
superior a 30 calibres
Possuir o armamento a
capacidade de atingir com
3.2 Alcance ≥ 11 “precisão de área” alvos no
2 5
km alcance igual ou superior a
11 (onze) km, utilizando
munição convencional
Ter condições de receber
radar de medição
3. Apoio de 3.3 Receber radar 1 3
instantânea de velocidade 1
Fogo
inicial
Possuir sistema de
pontaria manual em
direção e alcance, com as
seguintes possibilidades:
3.4 Pontaria
a) de ser utilizado tanto 5 8
manual
para o tiro direto como
para o tiro indireto; e
b) de realizar tiros diretos à
noite
Possuir, no mínimo,
3.5 Cadência de cadência de tiro normal de
3 6
Tiro 3 TPM e cadência máxima
de 6 TPM
Operar e ser manutenido
4. Gestão e
4.1 Manutenção na na Área Operacional
Coordenação 1 2 1
AOC do Continente (AOC), de
Logística
dia e de noite
61

ESFORÇO

MAIOR
SubPVF 1 MAIOR
PVF ESFORÇO
SUB- DESCRIÇÃO ESFORÇO GERAL
REQUISITOS ENTRE OS
REQUISITOS PVF
SubPVF 1
Possuir capacidade de
utilizar munição padrão
4.2 Munição
OTAN, que 2 9
padrão OTAN
proporcionem maior
alcance
Possuir vida útil do tubo de,
4.3 Vida útil do no mínimo, 2.000
3 10
tubo (dois mil) tiros em carga
máxima
Ser pintado nas cores e
4.4 Pintura da padrões adotados pelo
4 11
arma Exército
Brasileiro
62

Apêndice C – Questionário

Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas


Departamento de Administração

Questionário sobre a obtenção hipotética de um Obus 105mm Autorrebocado, do Subsistema Linha de Fogo das
Brigadas de Infantaria Leve, Paraquedista, de Selva e Motorizada.
Este questionário possui fins acadêmicos sobre a pertinência de requisitos operacionais.
Agradecemos a sua participação.
Instruções: Marque com “X” em todos os itens abaixo correspondentes:
DADOS PROFISSIONAIS
Posto/Graduação: Área atuação: Tempo de trabalho Onde serve:
( ) Of Gen ( ) Arma Base em projeto: ( ) ODG
( ) Of Sp ( ) Art ( ) 0 a 2 anos ( ) ODS
( ) Of Intrm ( ) Ap Cmb ( ) 2 a 5 anos ( ) ODOP
( ) ST/Sgt ( ) mais de 5 anos ( ) OM

INDIFERENTE

A OBTENÇÃO
NECESSÁRIO

INVIABILIZA
DESEJÁVEL

DESEJÁVEL
Com relação ao obus, como o POUCO
ITEM Senhor percebe a pertinência dos
seguintes requisitos operacionais.

Ter condições de ser transportado


por meio fluvial, marítimo, aéreo e
ferroviário por meio orgânico das
Forças Armadas
Possuir mecanismo de acionamento
em direção e elevação que
possibilitem a movimentação rápida
e de forma contínua e sem
solavanco do tubo
Ter condições, caso empregado por
Mobilidade Estratégica tropa paraquedista, de ser
adaptado para o lançamento de
paraquedas sem que ocorram
danos que impeçam o correto
funcionamento após o término do
lançamento
Possuir capacidade de ser rebocado
a uma velocidade de,
pelo menos, 60 km/h, em estrada
pavimentada e capacidade de
atravessar cursos d’agua com
profundidade de pelo menos 0,50 m
Ser operado por guarnição de, no
Prontidão máximo, 8 (oito) militares - Chefe
da Peça (CP), motorista e serventes
63

Ser dotado de sistema de apoio que


proporcione estabilidade ao
material durante o tiro, em qualquer
posição admitida pelo tubo
Movimentar-se (sair de posição),
após o disparo, em menos de
3 minutos
Possuir mecanismo de bloqueio das
engrenagens de direção e
elevação que impeçam a
transmissão de forças oriundas do
disparo
aos volantes de pontaria
Possuir peso e dimensões que
possibilitem ser tracionado, em
qualquer terreno, por viatura
operacional, dos grupos 2 ou 3
Possuir como armamento principal
obus de calibre 105 mm
padrão OTAN, com tubo de
comprimento igual ou superior a 30
calibres
Possuir o armamento a capacidade
de atingir com “precisão de
área” alvos no alcance igual ou
superior a 11 (onze) km, utilizando
munição convencional
Ter condições de receber radar de
Apoio de Fogo
medição instantânea
de velocidade inicial
Possuir sistema de pontaria manual
em direção e alcance, com as
seguintes possibilidades:
a) de ser utilizado tanto para o tiro
direto como para o tiro indireto; e
b) de realizar tiros diretos à noite
Possuir, no mínimo, cadência de tiro
normal de 3 TPM e cadência
máxima de 6 TPM
Operar e ser manutenido na Área
Operacional do Continente (AOC),
de dia e de noite
Possuir capacidade de utilizar
munição padrão OTAN, que
Gestão e Coordenação proporcionem maior alcance
Logística
Possuir vida útil do tubo de, no
mínimo, 2.000 (dois mil) tiros em
carga máxima
Ser pintado nas cores e padrões
adotados pelo Exército Brasileiro
64

Apêndice D – Tabulação dos resultados dos questionários

TABULAÇÃO DOS RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS


QUESTÕES N5 N4 N3 N2 N1 MEDIANA POSIÇÃO
1.1 Transportado em meios das FA 31 7 1 0 0 31 N5
1.2 Movimentação rápida e contínua 23 17 0 0 0 23 N5
1.3 Lançamento de paraquedas 25 13 1 0 0 25 N5
1.4 Capacidade de ser rebocado e atravessar
20 18 1 0 0 20 N5
cursos d´água
2.1 Guarnição até 8 militares 16 20 2 1 0 20 N4
2.2 Estabilidade durante o tiro 22 17 0 0 0 22 N5
2.3 Movimentar-se em 3 minutos, após o
25 14 0 0 0 25 N5
disparo
2.4 Bloqueio de Engrenagens 24 13 2 0 0 24 N5
2.5 Ser tracionado em qualquer terreno 21 17 1 0 0 21 N5
3.1Tubo padrão OTAN >= 30 calibres 16 17 1 4 1 17 N4
3.2 Alcance >= 11 km 18 19 1 1 0 19 N4
3.3 Receber radar 9 21 3 6 0 21 N4
3.4 Pontaria manual 21 16 2 0 0 21 N5
3.5 Cadência de Tiro 12 26 1 0 0 26 N4
4.1 Manutenção na AOC 21 14 2 2 0 21 N5
4.2 Munição padrão OTAN 19 12 4 4 0 19 N5
4.3 Vida útil do tubo 16 21 1 1 0 21 N4
4.4 Pintura da arma 14 16 3 6 0 16 N4

Você também pode gostar