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Brasília – DF
2019
WAGNER RIBEIRO DA SILVA FILHO
Brasília – DF
2019
II
WAGNER RIBEIRO DA SILVA FILHO
III
AGRADECIMENTOS
IV
O EXÉRCITO BRASILEIRO é uma instituição em
constante evolução; preserva os mais fortes sentimentos
de orgulho por seu País e de amor por sua gente; e existe
para defender a Pátria!
Autor desconhecido.
V
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo geral analisar o uso do Método de Análise Multicritério
de Apoio à Decisão - Construtivista (MCDA-C) como suporte na tomada de decisão na Gestão
do Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar. Desta forma o trabalho foi
conduzido por meio da metodologia MCDA-C, com reuniões de brainstorming, do grupo focal,
definições de pontos de vista fundamentais e seus critérios. Com esses dados foi possível
realizar uma pesquisa de campo, com aplicação de um questionário, identificando os critérios
mais adequados. Após tabulado, os dados obtidos foram aplicados no software MyMCDA-C,
sendo seus resultados analisados e identificados. Os critérios apresentados obtiveram avaliação
entre os níveis bom, muito bom e excelente, demonstrando as suas pertinências na aplicação de
um processo decisório, permitindo assim concluir sobre a utilização da metodologia
multicritério como suporte nas decisões do ciclo de vida.
VI
ABSTRACT
The following article seeks to analyze the use of the Multicriteria Decision Aid Constructivist
Methodology (MCDA-C) as a support mechanism for decision making in the Life-Cycle
Management of Military Employment Systems and Materials. In this sense, the research was
conducted by the MCDA-C methodology, with brainstorming conferences, the focus group,
definitions of fundamental points of views and their criteria. With this data it was then possible
to carry out a field research, with the assistance of a questionnaire, identifying the most
adequate criteria. After tabulated, the obtained data was transferred to the MyMCDA-C
software and the results were then analyzed and identified. The presented criteria were divided
into groups ranging from good, very good and excellent. This demonstrated their relevance in
the application of the decision-making process. This then led to a conclusion regarding the use
of this methodology criteria as a support mechanism in the life-cycle decision process.
VII
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 Contextualização 2
1.2 Formulação do problema 2
1.3 Objetivo Geral 3
1.4 Objetivos Específicos 3
1.5 Justificativa 4
2 REFERENCIAL TEÓRICO 5
2.1 O Exército Brasileiro 5
2.2 Escritório de Projetos do Exército 7
2.3 Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar 10
2.3.1 Fase da Formulação Conceitual 12
2.4 Capacidades Militares Terrestres e Operativas 13
3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA 16
3.1 Tipologia e descrição geral dos métodos de pesquisa 17
3.2 População e amostra 18
3.3 Método de Pesquisa: MCDA-C 19
3.3.1 Arcabouço Teórico do Método MCDA-C 20
3.3.1.1 Teoria Construtivista 20
3.3.1.2 Benchmarking 20
3.3.1.3 Brainstorming 21
3.3.1.4 Grupo Focal 21
3.3.2 Estruturação do Método de Pesquisa 21
3.3.2.1 Rótulo da Pesquisa e Atores da Pesquisa 22
3.3.2.2 Brainstorming e Identificações Preliminares 23
3.3.2.3 Pontos de Vista Elementares (PVE) 23
3.3.3 Identificação dos componentes do Grupo Focal 25
3.3.4 Atuação do Grupo Focal 25
3.3.4.1 Conversão dos Pontos de Vista Elementares (PVE) em Pontos de Vista
Fundamentais (PVF) 26
3.3.4.2 Taxas de Contribuição dos PVF 27
3.3.4.3 Construção dos Descritores 28
3.3.5 Aplicação do Instrumento de Coleta de Dados 29
3.3.6 Tabulação dos Dados Coletados e Identificação da Mediana 29
3.3.7 Modelagem dos dados 29
4 ANÁLISE DOS RESULTADO E DISCUSSÃO 31
VIII
4.1 Análise dos dados profissionais dos entrevistados 31
4.2 Mobilidade Estratégica 32
4.3 Prontidão 34
4.4 Apoio de Fogo 35
4.5 Gestão e Coordenação Logística 36
4.6 Análise Macro da Pertinência dos Requisitos Operacionais 37
4.6 Atingimento dos Objetivos da Pesquisa 40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 41
5.1 LIMITAÇÕES 42
5.2 RECOMENDAÇÕES 43
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS 44
APÊNDICES 50
Apêndice A – Capacidades Militares Terrestres e Operativas 50
Apêndice B – Esforço Ponto de Vista Fundamental e Subponto de Vista Fundamental 59
Apêndice C – Questionário 62
Apêndice D – Tabulação dos resultados dos questionários 64
IX
1
1 INTRODUÇÃO
A gestão do ciclo de vida dos sistemas e materiais de emprego militar, base desse
trabalho, é regulada por um documento publicado pelo Estado-Maior do Exército, denominado
de Gestão do Ciclo de Vida dos Sistemas e Materiais de Emprego Militar.
1.1 Contextualização
Com uma proposta lógica e sistêmica, com uso de equações matemáticas, das mais
simples às mais complexas, buscando selecionar a melhor alternativa e utilizando-se de
comparações que determinam os índices numéricos da avaliação, é a base do método
multicritério. Podendo os decisores escolherem suas alternativas de forma a balancear entre o
3
O método escolhido para auxiliar o processo seletivo é difícil, cabendo ao órgão que
organiza a formulação conceitual um esforço na integração dos diversos sistemas e recursos
envolvidos no projeto. Stoner e Freeman (1999) apontam a resistência por parte dos decisores
em relação ao método multicritério por não dominarem a sua aplicação com profundidade,
principalmente em organizações centralizadas.
Isso posto, a pergunta síntese deste estudo será: Como a aplicação de um método de
análise multicritério poderá contribuir de forma eficaz no assessoramento das decisões
previstas na gestão do ciclo de vida de sistemas e materiais de emprego militar, em
particular, na fase da formulação conceitual?
1.5 Justificativa
Desta forma, o emprego dessa metodologia nas próximas obtenções poderá auxiliar na
validação das decisões tomadas, especialmente na sua transparência. A Controladoria-Geral da
União considera que a transparência permite à sociedade ver se os recursos públicos estão sendo
usados da melhor forma possível.
Além de possibilitar cumprir de forma mais adequada a Lei Nº 8.666, que regula as
licitações e contratos na administração pública, determina que o fornecimento de bens e
serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade
tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela
autoridade máxima do órgão (BRASIL, 1993).
Atualmente o Exército Brasileiro vem realizando estudos para a adoção de uma solução
para Carro de Combate, mas também blindados de Infantaria, Engenharia, Artilharia e de
suporte. A DEFESANET, site especializado em assuntos de defesa, publicou um artigo tratando
desse assunto. Um dos pontos levantados pelos autores foi o modelo de obtenção, quando eles
observam a possibilidade de utilizar um modelo decisório baseado em múltiplos critérios
(CARVALHO et. CARVALHO, 2019).
5
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Outra característica dessa fase é que ela é considerada como um projeto, passando a
trabalhar com os diversos documentos previstos nas NEGAPEB, dentre os principais, a diretriz
de implantação, os relatórios de situação de projetos e os termos de encerramento.
Por ser um projeto e estar no portfólio, o Estado-Maior do Exército controla as
atividades de obtenção. Sendo a autoridade patrocinadora, ele poderá a qualquer momento, por
intermédio de uma reunião decisória especial, deliberar pela continuidade ou não do projeto.
Ao término da fase de obtenção será realizada a segunda reunião decisória, determinado
que o sistema ou material de emprego militar atende à formulação conceitual do início do
processo e está em condições de seguir para o próximo passo do ciclo de vida, este ponto marca
o fim do projeto, a entrega do produto.
A terceira fase do ciclo de vida corresponde a produção, utilização e manutenção do
sistema ou material adotado. Essa etapa é logística e operacional, onde é desenvolvida a
obtenção em quantidade e qualidade adequada, a seleção e formação dos recursos humanos para
utilização e manutenção do material, o recebimento e distribuição, emprego, manutenção e
avaliação do desempenho.
Ao fim da vida útil do sistema ou material, que pode ser motivada por diversas áreas,
entre elas, a logística, a doutrinária, a técnica, ou mesmo uma combinação delas, ele deixa de
servir adequadamente as suas funções estabelecidas é realizada a terceira reunião decisória.
Essa reunião tem diversas possibilidades que serão estudadas, dentre elas, a
revitalização, a repotencialização, a modernização e, caso não seja economicamente e
tecnicamente viável, a sua desativação e, se necessário, a obtenção de um novo produto.
A revitalização compreende trabalho executado em um material ou sistema, com a
finalidade de restaurar a capacidade operacional ou prolongar a vida útil. Por sua vez, a
repotencialização abrange a substituição de partes ou componentes de um material de emprego
militar com o objetivo de melhorar-lhe o desempenho. Por fim, a modernização consiste na
modificação introduzida no material ou sistema, ou sua total substituição, com a
finalidade de atualizá-lo ou readequá-lo às necessidades operacionais (BRASIL, 2016)
Para todas as situações descritas anteriormente será iniciado um projeto, seja ele para
revitalizar, repotencializar ou modernizar e, em alguns casos, para a sua desativação também,
dependendo do grau de complexidade do sistema ou material de emprego militar.
No caso da desativação, será feito um planejamento, o qual regulará o seu recolhimento,
desfazimento, que poderá ser sua venda, doação ou destruição, a logística reversa e o final do
ciclo de vida.
12
Do estudado, pode-se depreender que o ciclo de vida, principalmente nas suas duas
primeiras fases, são um projeto na sua essência, onde é determinado um problema ou uma
necessidade e realizado um planejamento para entrega de um produto que supra essa lacuna.
Foi observar a existência de reuniões decisórias ao fim de cada fase, objetivando ou o
prosseguimento ou o encerramento, o que caracteriza o estudo continuado no negócio.
Na área civil ou mercadológica tradicional, de acordo com o Portal dos Administradores
(2014), o ciclo de vida de um produto pode ser entendido como a história completa do produto
através de suas fases de interação junto ao mercado: introdução, crescimento, maturidade e
declínio. Estabelecendo o conceito de obsolescência planejada, ou seja, os produtos já nascem
com data prevista para serem retirados do mercado. As referidas fases são tratadas após a fase
de gestão projeto e durante a fase seguinte de gestão de processo produtivo, que corresponde
ao processo de produção continuada e com o produto ofertado para comercialização.
A seguir será detalhado e estudado com mais profundidade a primeira fase do ciclo de
vida, a formulação conceitual, da qual vai derivar a reunião decisória mais importante.
- Apoio de Fogo, ser capaz de apoiar as operações das forças amigas com fogos potentes,
profundos e precisos, buscando a destruição, neutralização ou supressão de objetivos e das
forças inimigas; e
- Gestão e Coordenação Logística, ser capaz de planejar, monitorar e controlar o apoio
logístico direta ou indiretamente relacionado com a sustentação da força desdobrada,
permitindo a identificação antecipada e solução das suas necessidades logísticas (BRASIL,
2015).
No Apêndice A são apresentadas as demais capacidades militares e operativas, com as
suas definições.
16
CLASSIFICAÇÕES DA PESQUISA
PROCEDIMENTOS
BASE DE DADOS NATUREZA ABORDAGEM OBJETIVOS TEMPORALIDADE
TÉCNICOS
PESQUISA DE
PRIMÁRIOS APLICADA QUALITATIVA DESCRITIVA TRANSVERSAL
CAMPO
PESQUISA
SECUNDÁRIOS BÁSICA QUANTITATIVA EXPLORATÓRIA LONGETUDINAL
DOCUMENTAL
Além de outros documentos que possam ser processados para extrair novas informações.
Exemplo: Relatórios empresariais, livros, periódicos científicos e tabelas.
A pesquisa documental também se caracteriza como secundária, conforme proposta,
examinará as principais documentações oficiais disponíveis, que serão analisadas, de forma a
identificar possíveis critérios que embasam a aplicação da ferramenta.
Quanto a natureza: É uma pesquisa aplicada
É uma aplicada por buscar orientação prática para solução imediata de problemas
concretos do ciclo de vida.
Neste contexto, é uma pesquisa aplicada, por investigar uma solução para o desafio do
decisor ao fim da fase da formulação conceitual.
População e amostra
De acordo com Hair Jr. (2005) a população alvo da pesquisa é definida como um grupo
de elementos relevantes para o projeto de pesquisa e que compartilhem algum conjunto comum
de características. No caso específico dessa pesquisa, a população é constituída por 10 militares
do Estado-Maior do Exército, 30 militares do Escritório de Projetos do Exército e de 30 alunos
do Curso de MBA em Gestão de Projetos, desenvolvido pela Universidade de Brasília,
totalizando 70 militares.
A pesquisa foi aplicada em 39 militares, o que corresponde a uma amostra de 56% da
população.
Quanto à abordagem: Qualitativa e quantitativa
Considera-se qualitativa a pesquisa que explora e busca os aspectos próprios dos
acontecimentos e suas motivações, demandando a compreensão da subjetividade, onde
prevalece a visão do sujeito (LANDRY, 1995).
A pesquisa passa a ser quantitativa ao determinar índices numéricos aplicados pela
avaliação criterial, utilizando-se de indicadores de expectativas (ENSSLIN, 2001).
Caracteriza-se pelo emprego da quantificação, tanto na modalidade de coleta de
informação, quanto no tratamento delas. O que significa em números opiniões e informações
para classificar e analisá-las, necessitando do uso de recursos e técnicas estatísticas.
Estas duas formas se completam por um processo de “triangulação”, numa espécie de
combinação entre elas, fornecendo um quadro mais geral da questão em estudo, auxiliando na
análise dos aspectos estruturais e processuais com o uso de abordagem multicritérios
(PRODANOV; FREITAS, 2013).
Quanto aos objetivos da pesquisa: Exploratórios e Descritivos
19
A Multicriteria Decision Aid Constructivist, termo em inglês para MCDA-C, tem a sua
origem na Pesquisa Operacional, que tem como proposta a obtenção de soluções precisas,
partindo de elementos bem definidos, de acordo com Roy e Vanderpooten (1996).
O MCDA-C por sua vez é indicada para situações complexas, considerando indicadores
quantitativos e qualitativos, podendo ser fatores ambientais, sociais, organizacionais, custos,
variáveis físicas, dentre outras, de acordo com Ensslin et. Al (2001).
A seguir serão apresentados os conceitos necessários para o entendimento dessa
metodologia.
3.2.1.2 Benchmarking
O benchmarking é considerado um pressuposto para o método MCDA-C, por ser um
processo de comparação das melhores práticas e processos da própria instituição ou empresa
envolvida na decisão, como de outras que representam o que melhor existe (LEIBFRIED,
1994).
O benchmarking pode ser interno, quando compara os diversos órgãos internos da
instituição ou empresa, e externo quando a comparação é com elementos de fora. De qualquer
forma, ele é mais eficaz quando realizado de forma contínua e estruturada, e de longo prazo.
21
3.2.1.3 Brainstorming
A “tempestade de ideias”, tradução livre para brainstorming, é uma atividade bastante
difundida, consistindo em coletar um conjunto de ideias de um grupo de pessoas, e procurar um
consenso de propostas para a solução de um problema específico.
No caso de estudo do ciclo de vida de sistemas e materiais de emprego militar, o grupo
de trabalho envolvido no problema será de representantes dos diversos órgãos envolvidos no
estudo da solução que irá atender à necessidade específica. O grupo será formados por
especialistas, nas principais áreas envolvidas - em operações militares, logística, pessoal,
ciência e tecnologia, dentre outras. Podendo ter representantes de empresas da base industrial
de defesa.
Todas as informações coletadas serão apresentadas ao grupo focal.
No caso dessa pesquisa foram realizadas duas reuniões de brainstorming.
O método MCDA-C sempre deverá possuir uma estrutura que servirá de base para os
trabalhos a serem realizados, como será apresentada a seguir.
A escolha do Método de Análise Multicritério de Apoio à Decisão – Construtivista
(MCDA-C) foi pautada no fato de que este instrumento é construído com a intensa
participação de pessoas que participam dos processos analisados, conforme relata
Rodrigues (2014), e por se tratar de uma ferramenta de apoio a decisão, cuja participação
de gestores e personagens atuantes nos processos é fundamental, de modo a produzir
conhecimento de modo metodológico, conforme ressaltam Roy (1993) e Landry (1995).
22
Por tratar-se de uma ferramenta complexa, e para a melhor compreensão das atividades
executadas, serão apresentadas com maiores detalhes cada etapa realizada, na sequência
deste capítulo.
Diretorias Estratégicas:
Alto Comando do Exército
Estado-Maior do Exército
Representantes: D Agidos:
P
Diretos: Militares pertencentes: E Executores
R
ODG, ODOp e ODS C de
O
Indiretos: Especialistas I Projetos
C
S
E
Ó
S
R
Moderador: S Moderador:
I
Pesquisador O Pesquisador
O
Evento a Avaliar:
Requisitos Operacionais do Obus 105mm Auto Rebocado da Linha de Fogo das Brigadas Leve,
Paraquedista, Selva e Motorizada.
PVE DEFINIÇÃO
CMT 1 - PRONTA RESPOSTA Ser capaz de projetar força para atuar em operações no amplo
ESTRATÉGICA espectro dos conflitos, em qualquer parte do território
nacional, do entorno estratégico ou da área de interesse, em
prazo oportuno, chegando pronto para cumprir a missão
atribuída.
CMT 02 - SUPERIORIDADE NO Ser capaz de garantir o cumprimento bem sucedido das missões
ENFRENTAMENTO atribuídas, empregando uma ampla gama de opções, em função
da diversidade de cenários possíveis, buscando uma posição
vantajosa em relação à ameaça que o oponente representa,
para derrotá-lo e impor a vontade da força.
CMT 03 - APOIO A ÓRGÃOS Ser capaz de contribuir para a garantia da Soberania Nacional,
GOVERNAMENTAIS dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. Para isso, deve
fornecer apoio em atividades relacionadas à proteção de
estruturas estratégicas, à segurança da sociedade, à cooperação
para o desenvolvimento nacional e o bem-estar social e ao apoio
ao desenvolvimento econômico e de infraestrutura.
CMT 05 - SUSTENTAÇÃO Ser capaz de dar suporte adequado à força que venha a ser
LOGÍSTICA empregada, no tempo necessário e em qualquer ambiente
operacional. Inclui a interoperabilidade no apoio logístico entre
as Forças Armadas e a complementaridade nas atividades
interagências, bem como a organização e execução do
transporte estratégico.
CMT 06 - INTEROPERABILIDADE Ser capaz de operar com uma força constituída de maneira
integrada, coordenada, harmônica e complementar com as demais
25
PVE DEFINIÇÃO
Quadro Nº 1 - PVE
Nas atividades de brainstormings foi possível observar os possíveis militares que irão
compor o Grupo Focal, considerando que os decisores pelos seus altos cargos não poderão
participar das reuniões, foram indicados os seus representantes.
O grupo focal foi constituído por militares da área de operações, logística e ciência e
tecnologia do Estado-Maior do Exército. Os encontros foram realizados sob a orientação do
moderador, contando com a presença de sete integrantes.
CMT 06 -
INTEROPERABILIDADE
CMT 07 - PROTEÇÃO
A tabulação dos dados foi realizada logo após a coleta das respostas e para cada um dos
descritores foi atribuída uma mediana, que representa, na pesquisa, qual o nível de impacto de
cada um desses nos correspondentes, elas são necessárias para o correto estudo e análise das
respostas.
deles. Após a tabulação as medianas são lançadas e geram gráficos, que permitem a análise dos
resultados, comparando os níveis máximo e mínimo com o real.
31
brainstormings e do grupo focal definiram como requisitos operacionais, dentro desse critério,
o armamento ser transportado em meios das Forças Armadas, movimentação rápida e contínua,
lançamento de paraquedas e capacidade de ser rebocado e atravessar cursos d’água (BRASIL,
2015) .
4.3 Prontidão
2.1 Guarnição 2.2 Estabilidade 2.3 Movimentar- 2.4 Bloqueio de 2.5 Ser tracionado
até 8 militares durante o tiro se em 3 minutos, engrenagens em qualquer Total
após o disparo terreno
Quali Max 120 135 175 130 125 143
Quali 110 135 175 130 125 142
Quali Min -20 -35 -75 -30 -25 -43
Percent (%) 10 30 30 10 20 100
Gráfico Nº 2 - Prontidão
O Gráfico Nº 2 apresenta, novamente, que os itens foram muito bem avaliados, sendo que
apenas um item, o de número 2.1, não atingiu o máximo. Desta forma, pode-se considerar que
os requisitos operacionais apresentados para a capacidade prontidão são válidos como critérios
para a seleção de um obus para tropas de infantaria.
O subcritério considerado mais importante foi o item 2.3, analisando que sair da posição
de tiro após o disparo é nos dias de hoje um requisito operacional dos mais importantes, tendo
35
3.1 Tubo padrão 3.2 Alcance ≥ 11 3.3 Receber radar 3.4 Pontaria 3.5 Cadência de
OTAN ≥ 30 km manual tiro Total
calibres
Quali Max 160 170 180 155 165 166
Quali 130 135 140 155 133 136
Quali Min -60 -70 -80 -55 -65 -66
Percent (%) 25 25 15 10 25 100
Como pode ser observado no Gráfico Nº 4, o item 4.1 Manutenção na OAC, o obus deve
operar e ser manutenido na Área Operacional do Continente (AOC), de dia e de noite, possui o
grau de esforço mais alto, 190 pontos, e foi o mais bem pontuado de toda a pesquisa, o que
demonstra a sua importância.
O item 4.2 Munição padrão OTAN, possuir capacidade de utilizar munição padrão
OTAN, que proporcionem maior alcance e seja de mais fácil aquisição, foi pontuada no
máximo, com 150 pontos.
Os itens seguintes, item 4.3, possuir vida útil do tubo de, no mínimo, 2.000 (dois mil)
tiros em carga máxima, e o item 4.4, ser pintado nas cores e padrões adotados pelo Exército
Brasileiro, não obtiveram pontuação máxima como os outros, ficando entre o nível bom e
excelente.
Pelo exposto, pode-se entender que os pesquisados aprovaram os itens da gestão e
coordenação logística, estando aptos para servirem como critérios para seleção do armamento
em questão.
foram levantados nas etapas anteriores do método multicritério, passando pela fase qualitativa
e quantitativa.
Por fim, o item 4. Gestão e Coordenação Logística, definido por ser capaz de planejar,
monitorar e controlar o apoio logístico direta ou indiretamente relacionado com a sustentação
da força desdobrada, permitindo a identificação antecipada e solução das suas necessidades
logísticas, obteve 160 pontos, de um máximo de 165, ficando no excelente. Esse item foi
determinante para a obtenção de uma média ponderada alta, demonstrando a sua importância.
O planejamento baseado em capacidades leva a necessidade de ter um conjunto de
capacidades adequadas e flexíveis para conseguir a resposta desejada, independentemente do
cenário que serão empregados (SACCHETTI et CAJARABILLE, 2002).
No gráfico de barras abaixo, que compara os Pontos de Vista Fundamentais, pode-se
notar que todos ficaram acima dos 85% e que atendem perfeitamente para a seleção do obus
em questão.
Gráfico Nº 6 - Geral
O gráfico acima mostra o desempenho individual de cada critério. Pode-se observar que
o item 3. Apoio de Fogo foi o critério que na reunião do grupo focal ficou com o maior esforço
para ser alcançado, o que foi possível ver, também, na pesquisa de campo.
40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível inferir durante a aplicação do método multicritério, que muitas das fases
que compõe o processo já são executadas pelo Estado-Maior do Exército, Órgão de Direção
Geral do Exército, e pelos órgãos participantes no assessoramento e na montagem das linhas de
ação da possível solução, como a identificação dos pontos de vista fundamentais e os critérios
que o formam.
O Exército possui muito bem definidos os pontos de vista fundamentais que vão
compor o quadro de critérios, denominado de requisitos operacionais, que vem a compor a parte
qualitativa do método multicritério. A parte da quantificação e da hierarquização não é realizada
de forma sistematizada.
O ponto forte do estudo é que tanto os participantes dos brainstormings, do grupo focal
e os militares que responderam à pesquisa possuem conhecimento e experiência no tipo de
material analisado, demonstrando dessa forma sintonia entre todos os atores da pesquisa.
Ao fim do processo, pode-se concluir que o objetivo geral desse trabalho, que é validar
a importância da utilização do método multicritério no apoio à decisão para obtenção de um
determinado sistema ou material de emprego militar, foi atingido.
42
Pode-se concluir, também, que a pergunta síntese deste estudo – “Como a aplicação
de um método de análise multicritério poderá contribuir de forma eficaz no
assessoramento das decisões previstas na gestão do ciclo de vida de sistemas e materiais
de emprego militar, em particular, na fase da formulação conceitual?” pode ser respondida
pelas observações abaixo.
5.1 LIMITAÇÕES
5.2 RECOMENDAÇÕES
No futuro, deve ser aplicado no apoio à decisão de uma obtenção completa, devendo
passar por todas as etapas, até a escolha do equipamento militar.
Rever os critérios que obtiveram pontuação abaixo de muito bom, com a finalidade
aperfeiçoar a aplicação do método multicritério.
44
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
____. Exército Brasileiro. Instruções Gerais para a Gestão do Ciclo de Vida dos
Sistemas e Materiais de Emprego Militar (EB10-IG-01.018). Aprovada pela Portaria Nº 233
de 15 de março de 2016. 1ª Ed. 2016.
FRAME, J.D. Project management competence: building key skills for individuals,
teams, and organizations. San Francisco: Jossey-Bass, 1999.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. [S.l.]: Atlas, 2008.
47
SEVERINO, A.J. Metodologia do Trabalho Científico. 24. ed. [S.l.]: Cortez, 2016.
STONER, James A. F..; FREEMAN, R. Edward. Administração. In. [S.l.: s.n.], p. 231,
1999
TARTUCE, T. J. A. Métodos de pesquisa. Fortaleza: UNICE – Ensino Superior, 2006
KOU, G.; SHI, Y.; WANG, S. Multiple criteria decision making and decision
support systems – Guest editor’s introduction. [S. l.]: Elsevier, 2010.
50
APÊNDICES
ESFORÇO
MAIOR
SubPVF 1 MAIOR
PVF ESFORÇO
SUB- DESCRIÇÃO ESFORÇO GERAL
REQUISITOS ENTRE OS
REQUISITOS PVF
SubPVF 1
Ter condições de ser
transportado por
1.1 Transportado meio fluvial, marítimo,
4 18
em meios das FA aéreo e ferroviário
por meio orgânico das
Forças Armadas
Possuir mecanismo de
acionamento em direção
e elevação que
1.2 Movimentação possibilitem a
3 17
rápida e contínua movimentação
rápida e de forma contínua
e sem solavanco
do tubo
Ter condições, caso
empregado por tropa
1. Mobilidade paraquedista, de ser 4
Estratégica adaptado para o
lançamento de
1.3 Lançamento de
paraquedas sem que 1 2
paraquedas
ocorram
danos que impeçam o
correto funcionamento
após o término do
lançamento
Possuir capacidade de ser
rebocado a uma
velocidade de,
1.4 Capacidade de
pelo menos, 60 km/h, em
ser rebocado e
estrada pavimentada e 2 16
atravessar
capacidade de atravessar
cursos d´água
cursos d’agua com
profundidade
de pelo menos 0,50 m
Ser operado por guarnição
de, no máximo,
2.1 Guarnição até
8 (oito) militares - Chefe da 5 15
8 militares
Peça (CP),
motorista e serventes
2. Prontidão Ser dotado de sistema de 3
apoio que proporcione
2.2 Estabilidade estabilidade ao material
2 12
durante o tiro durante o tiro, em
qualquer posição admitida
pelo tubo
60
ESFORÇO
MAIOR
SubPVF 1 MAIOR
PVF ESFORÇO
SUB- DESCRIÇÃO ESFORÇO GERAL
REQUISITOS ENTRE OS
REQUISITOS PVF
SubPVF 1
2.3 Movimentar-se Movimentar-se (sair de
em 3 minutos, posição), após o disparo, 1 4
após o disparo em menos de 3 minutos
Possuir mecanismo de
bloqueio das engrenagens
de direção e elevação que
2.4 Bloqueio de
impeçam a transmissão 3 13
Engrenagens
de forças oriundas do
disparo aos volantes de
pontaria
Possuir peso e dimensões
que possibilitem ser
2.5 Ser tracionado
tracionado, em qualquer
em qualquer 4 14
terreno, por viatura
terreno
operacional, dos grupos 2
ou 3
Possuir como armamento
principal obus de
3.1Tubo padrão
calibre 105 mm padrão
OTAN ≥ 30 4 7
OTAN, com tubo de
calibres
comprimento igual ou
superior a 30 calibres
Possuir o armamento a
capacidade de atingir com
3.2 Alcance ≥ 11 “precisão de área” alvos no
2 5
km alcance igual ou superior a
11 (onze) km, utilizando
munição convencional
Ter condições de receber
radar de medição
3. Apoio de 3.3 Receber radar 1 3
instantânea de velocidade 1
Fogo
inicial
Possuir sistema de
pontaria manual em
direção e alcance, com as
seguintes possibilidades:
3.4 Pontaria
a) de ser utilizado tanto 5 8
manual
para o tiro direto como
para o tiro indireto; e
b) de realizar tiros diretos à
noite
Possuir, no mínimo,
3.5 Cadência de cadência de tiro normal de
3 6
Tiro 3 TPM e cadência máxima
de 6 TPM
Operar e ser manutenido
4. Gestão e
4.1 Manutenção na na Área Operacional
Coordenação 1 2 1
AOC do Continente (AOC), de
Logística
dia e de noite
61
ESFORÇO
MAIOR
SubPVF 1 MAIOR
PVF ESFORÇO
SUB- DESCRIÇÃO ESFORÇO GERAL
REQUISITOS ENTRE OS
REQUISITOS PVF
SubPVF 1
Possuir capacidade de
utilizar munição padrão
4.2 Munição
OTAN, que 2 9
padrão OTAN
proporcionem maior
alcance
Possuir vida útil do tubo de,
4.3 Vida útil do no mínimo, 2.000
3 10
tubo (dois mil) tiros em carga
máxima
Ser pintado nas cores e
4.4 Pintura da padrões adotados pelo
4 11
arma Exército
Brasileiro
62
Apêndice C – Questionário
Questionário sobre a obtenção hipotética de um Obus 105mm Autorrebocado, do Subsistema Linha de Fogo das
Brigadas de Infantaria Leve, Paraquedista, de Selva e Motorizada.
Este questionário possui fins acadêmicos sobre a pertinência de requisitos operacionais.
Agradecemos a sua participação.
Instruções: Marque com “X” em todos os itens abaixo correspondentes:
DADOS PROFISSIONAIS
Posto/Graduação: Área atuação: Tempo de trabalho Onde serve:
( ) Of Gen ( ) Arma Base em projeto: ( ) ODG
( ) Of Sp ( ) Art ( ) 0 a 2 anos ( ) ODS
( ) Of Intrm ( ) Ap Cmb ( ) 2 a 5 anos ( ) ODOP
( ) ST/Sgt ( ) mais de 5 anos ( ) OM
INDIFERENTE
A OBTENÇÃO
NECESSÁRIO
INVIABILIZA
DESEJÁVEL
DESEJÁVEL
Com relação ao obus, como o POUCO
ITEM Senhor percebe a pertinência dos
seguintes requisitos operacionais.