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UNIVERSIDADE DE

BRASÍLIA
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
DEPARTAMENTO DE PROJETO, EXPRESSÃO E REPRESENTAÇÃO EM
ARQUITETURA E URBANISMO

PROF. FREDERICO FLÓSCULO PINHEIRO BARRETO


MARÇO DE 2009
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE ARQ. & URB.
DEPARTAMENTO DE PROJETO

PROF. FREDERICO FLÓSCULO PINHEIRO BARRETO


MARÇO DE 2009

PLANEJAMENTO
FÍSICO HOSPITALAR
Prof. Frederico Flósculo Pinheiro Barreto

1. INTRODUÇÃO
As presentes Notas de Aula foram especialmente redigidas para o Curso de Pós -
Graduação em Administração Hospitalar e Saúde Pública. Nesta primeira versão foram
consideradas as necessidades do administrador hospitalar em dois sentidos:

a) Como gestor de hospitais, quando deve conhecer os elementos da


manutenção predial, em termos preventivos e corretivos, assim como os
elementos da organização físico - funcional de estabelecimentos assistenciais de
saúde, de forma a prevenir e corrigir problemas originados das freqüentes
reformas e modificações dos espaços físicos;
b) Como eventual membro de equipes de planejamento físico de sistemas
locais de saúde, de natureza pública ou privada.

Ressalta - se a importância, na formação do administrador, dos conhecimentos


de gestão física dos espaços, de forma associada à presença de arquitetos e engenheiros
especializados em arquitetura e projetos complementares de estabelecimentos
assistenciais de saúde. A premissa dessa atuação conjunta é o fortalecimento das
equipes multiprofissionais que devem assessorar continuadamente as instituições de
saúde que almejem níveis elevados de desempenho dos seus serviços. A educação
continuada e a atualização profissional por toda a sua participação no sistema de saúde
são indispensáveis, e o presente módulo do Curso almeja introduzir o administrador
nesse universo, com ênfase nos aspectos de organização físico - funcional.

2. APRESENTAÇÃO DA ARQUITETURA HOSPITALAR


A arquitetura é uma arte que trabalha com conhecimentos tecnológicos e
científicos, em especial com o conhecimento da construção de edificações, de suas
estruturas e instalações, e ainda com o conhecimento das relações sociais, dos
condicionantes psicológicos e culturais, assim como dos aspectos legais e
administrativos que devem conduzir as obras projetadas à sua realização - exatamente
como os usuários esperam e necessitam.
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Os arquitetos são treinados e para o desenvolvimento de projetos de qualquer


tipo de edificação. Não há, entre os arquitetos, como na medicina ou na engenharia,
áreas de especialização bem delimitadas, que exigem treinamento padronizado e
diferenciado em profundidade, gerando responsabilidades profissionais e éticas
específicas. Embora o médico sempre se forme como um generalista, para que se torne
um pediatra ou um cirurgião, um ginecologista ou um oncologista, ele deve fazer
estágios especializados, residência médica especializada, e submeter - se a testes ou
concursos públicos para iniciar sua prática de especialista. Isso ocorre até mesmo com a
grande área da Clínica Médica. Os engenheiros, por sua vez, tiveram suas áreas
profissionais profundamente transformadas pelos avanços tecnológicos dos séculos 19 e
20, que foram gerados pela própria pesquisa e prática da engenharia. Uma enorme
variedade de tarefas práticas, relacionadas ao avanço do industrialismo, as premências
das guerras européias e de colonização, o controle de imensos territórios e de economias
dispersas pelos impérios coloniais criaram boa parte das demandas sobre as
engenharias. A própria palavra engenharia é derivada do conhecimento para projetar,
fabricar e utilizar máquinas e sistemas mecânicos, ou engenhos. Uma grande “árvore”
de engenharias se formou ao longo dos anos, com dezenas de ramificações. Os
engenheiros organizam sua formação com diferenciações desde os seus fundamentos,
embora o instrumental básico da pesquisa em ciência e tecnologia seja essencialmente
compartilhada: matemática, física, estatística. Daí surgem as formações dos "civis",
mecânicos, eletricistas, aeronáuticos, mecatrônicos, agrimensores, topógrafos,
agrônomos, etc. Provavelmente, a formação em engenharia civil é a mais genérica e
ampla de todas as "engenharias", pois o engenheiros civis compartilham conhecimentos
atividades com um grande número de outras engenharias (mecânica, elétrica,
topográfica, agrimensura, agronomia, etc.). Com uma profissão muito mais antiga,
remontando ao início das civilizações urbanas, os arquitetos, contudo, não se
diferenciaram dessa forma. Isso porque a arquitetura não é uma tecnologia, mas uma
arte, que usa intensamente os novos conhecimentos científicos e tecnológicos para o
mesmo, primordial objetivo: criar obras de beleza e inteligência.

A arquitetura hospitalar se apresenta mais como uma área temática dentre o


grande número de áreas de estudo da arquitetura, cuja prática profissional efetivamente
exige a familiaridade do arquiteto com um grande número de aspectos da prática da
medicina, da enfermagem, da farmacologia, da nutrição, da fisioterapia, da
administração hospitalar, entre outras práticas das equipes dos sistemas de saúde
brasileiros. Mas a mesma familiaridade é requerida em todos os outros projetos de
edificações: aeroportos, centros de compra, centros administrativos, laboratórios
universitários, residências. A complexidade das funções e atividades hospitalares,
contudo, atraem muitos arquitetos, na suposição de que se se sabe projetar um hospital,
sabe - se projetar qualquer outra edificação complexa, o que não é uma conclusão
razoável. Entre os próprios arquitetos especializados no projeto de hospitais, as
diferenças de abordagem na solução espacial, nas escolhas quanto às inter - relações
mais relevantes, na relação da edificação com o sítio físico, que poderíamos julgar que
se trata de profissionais com formações totalmente diferentes.
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Do ponto de vista do arquiteto, toda a sua formação como um generalista do


projeto de edificações é colocada a serviço da organização do sistema de saúde, o que
implica que vários outros conhecimentos que não estão presentes nas práticas de
administração do sistema de saúde são trazidos para o projeto de arquitetura. Dentre
esses campos de conhecimento, é fundamental salientar os conhecimentos relacionados
(a) ao conforto ambiental, ao ajuste do ambiente físico as necessidades dos usuários e de
suas atividades. Um outro campo de conhecimento que é trazido para a arquitetura
hospitalar é (b) a programação arquitetônica, o conjunto de métodos e técnicas
dedicados a organizar toda a informação necessária sobre as atividades hospitalares e
dos demais estabelecimentos assistenciais, subsidiando as decisões do projeto
arquitetônico. Ainda salientamos (c) o campo de estudos das linguagens de padrões
arquitetônicos, em que uma grande variedade de influências se manifesta seletivamente
nas decisões de cada projetista. Talvez seja esse o campo em que arquitetura hospitalar
mais demande pesquisas e renovação.

A arquitetura hospitalar brasileira tem a marcante característica da


normatividade, isto é, tem sido regida por padrões legais estabelecidos pelo Estado, e
fortemente influenciada pelas políticas públicas praticadas por países do ocidente
europeu e pelos EUA. Isso faz com que, desde o pós - guerra (1945), a arquitetura
hospitalar brasileira tenha sido orientada por decretos do ministério da saúde e seus
órgãos. Um fato marcante para a evolução dessa coerente política normativa foi a
constituição do Sistema Nacional De Saúde, em 1977. Essa organização permitiu a
unificação das políticas estaduais e municipais sob a matriz política do governo federal.

A constituição de 1988 consagra o Sistema Único de Saúde, e torna irreversível


a coordenação federal das políticas públicas de saúde. Essa coordenação tem aspectos
positivos e negativos: entre os aspectos positivos devemos salientar a padronização
nacional de procedimentos e níveis de desempenho do sistema de saúde, assim como a
maior agilidade na resposta coordenada dos vários níveis de governo a epidemias e à
articulação de uma vigilância epidemiológica notavelmente eficiente.

Entre os aspectos negativos, estão os arquitetônicos: há a tendência à formulação


de programas nacionais de construção com forte padronização dos espaços destinados a
estabelecimentos assistenciais de saúde, o que gera sérios problemas de respeito às
diferenças climáticas, culturais, de disponibilidade de materiais e tecnologias
apropriadas. Essa é uma tendência cíclica, que se repete a cada governo, a cada nova
equipe, um erro que parece intrínseco ao centralismo do governo federal. Ainda pior, os
dirigentes dos sistemas de saúde estaduais e municipais não apresentam a menor
resistência à incorporação das tecnologias de condicionamento ambiental
(especialmente o ar - condicionado) e de construção (especialmente o gesso
acartonado). Essas tecnologias, como outras de condicionamento e construção, foram
geradas em climas muito diferente do brasileiro – que possui zonas de clima de grande
diversidade e, dentro de cada zona, situações de contraste ecológico e climático. O
conjunto de tecnologias da construção que são a febre dos estabelecimentos
assistenciais mais sofisticados é imposto por políticas comerciais agressivas, que
impressionam alguns de nossos inseguros e transitórios dirigentes públicos e privados.
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Essa é uma primeira lição sobre as fragilidades do nosso país em fase das pressões
comerciais de um mundo francamente globalizado.

3. A PLANTA FÍSICA: aspectos da organização físico -


funcional de E.A.S.
De modo singelo, as pessoas designam por Planta Física uma série bem
diferenciada de aspectos relacionados à organização físico - funcional das edificações,
de modo geral. Há, contudo, uma certa sabedoria nessa expressão – Planta Física – pois
os arquitetos desenvolvem os principais esquemas de circulação e organização dos
espaços através das representações “em planta”, mas as edificações são
TRIDIMENSIONAIS, e devem ser compreendidas de uma forma mais completa,
incluindo suas alturas, visuais internas e externas, padrões de insolação (ou o modo
como o Sol contribui para a higiene dos ambientes), de ventilação natural (sobretudo a
ventilação cruzada, que permite uma eficiente e higiênica troca do ar contido pela
edificação), e de conforto térmico e psicológico (por exemplo, evitando a sensação de
clausura ou de perda de orientação).

A organização física de hospitais obedece a uma rigorosa lógica de


encadeamento das atividades de atendimento aos pacientes. Esta lógica é central para
que compreendamos o funcionamento de um hospital, pois o conjunto de setores
administrativos e de serviços de apoio é concebido a partir das premissas de
atendimento à população. No caso de hospitais privados, a seletividade o que ocorre
com relação à população atendida (pessoas associadas a convênios feitos com a
organização hospitalar, ou pessoas que podem pagar diretamente pelos serviços, sem
intermediação de convênios), coloca a administração hospitalar num papel especial, de
controle e a atenção ao usuário sem paralelo no setor público. Essa diferença deve ser
compreendida a partir das condições reais de gerenciamento de cada tipo de instituição,
pública ou privada, e pode ser um ponto de partida para melhorias tanto num tipo de
sistema (público) quanto no outro (privado). Na verdade, são partes de um mesmo
sistema, o que é uma constatação feita a partir das evidências de seu funcionamento
complementar, e não apenas da retórica legal do sistema único de saúde. É comum que
pessoas conveniadas aos hospitais privados sejam atendidas por hospitais públicos
dentro do mesmo procedimento de atendimento declaradamente "privado": os hospitais
privados eventualmente transportam seus clientes conveniados ao hospitais públicos
para que sejam atendidos em especialidades que não dão cobertura, assim como para
eventos de emergência. Esse tipo de clientelismo é amplamente praticado e, em tese, é
absorvido pelo atendimento universalizado do setor público de saúde. O "intercâmbio"
público - privado apenas demonstra a complexidade do planejamento e gestão do setor
público, que, no caso brasileiro, efetivamente complementa o setor privado em uma
vasta gama de serviços não - lucrativos, ou tão - lucrativos quanto os empresários dos
serviços assistenciais saúde desejariam. A contrapartida do setor público é da maior
seriedade: na medida em que o setor público complementa o setor privado, é
responsabilidade do governo comunicar aos conveniados do setor privado o quanto seus
hospitais particulares renunciam ao atendimento e, portanto, deveriam ter planos
adequados e custos proporcionais.
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Podemos, grosso modo, dividir a organização hospitalar em três grandes


segmentos: ( a) o atendimento direto à pacientes externos, em ambulatório, em regime
de emergência, e a exames clícos que não exigem internação, (b) o atendimento em
regime de internação, em que os pacientes passam a ser hospitalizados e ficam sob a
responsabilidade do hospital e, (c) o serviços de apoio a todos os níveis de atendimento

ao paciente e ao suporte do funcionamento e manutenção do hospital.

Uma importante característica da planta física hospitalar é sua modulação. Na


ilustração acima, expomos uma série de módulos ou geometrias associadas a medidas
padronizadas, que usamos no projeto de espaços hospitalares (e também em muitos
outros temas de projeto arquitetônico). A modulação é uma forma de ordenamento
físico que impõe uma rigorosa ordem geométrica ao posicionamento de pilares, vigas e
lajes, mas também de esquadrias e painéis divisórios, paredes e tubulações, entre outros
importantes componentes da edificação, em distâncias bem definidas.

A modulação física de hospitais é uma abordagem do projeto arquitetônico que


confere forte racionalidade e economicidade à construção e à gestão. Não somente os
materiais e elementos da edificação são padronizados, mas os tempos e movimentos de
todos os funcionários e usuários passam a ser altamente previsíveis. No caso dos
hospitais, a sua padronização tem o reforço de níveis surpreendentemente abstratos de
organização, que se inicia com as próprias atividades padronizadas de cada membro da
equipe de saúde – o que inclui o administrador hospitalar. Assim como as atribuições
profissionais, as ações previstas para o sistema de saúde podem ser altamente
padronizadas, e mesmo a região de cobertura assistencial é origem de módulos
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essenciais para o planejamento. Falaremos agora desses três níveis, como “malhas
lógicas”, que podem fortalecer e orientar indiretamente a própria modulação física dos
estabelecimentos assistenciais de saúde.

A figura acima é um estudo de modulação em planta, de uma unidade


ambulatorial. É uma solução que se revelou, a posteriori, promissoramente confortável
em termos ambientais – nas simulações computadorizadas do projeto completo, pois
não foi construído. Mas podemos perceber o significado da coordenação modular
presente nesse estudo. É um espaço planejado do trabalho de atendimento a pessoas
com agravos de saúde, e seu planejamento deve permitir o reconhecimento de
qualidades ambientais que criem o máximo de conforto dentro de um custo de
construção e administração aceitável.

Quando apresentamos as malhas lógicas a seguir, queremos nos referir a uma


espécie de meta - modulação, que é subjacente ao sistema de saúde, e que passa
desapercebida para a maioria dos manuais de planejamento em saúde, e mesmo dos
livros em administração hospitalar (Borba, 2006; Goes, 2004; Lee, 2009). As malhas
lógicas são provocativas e, ao serem “iniciadas” pela apresentação das atribuições
profissionais, possibilitam ao administrador a compreensão básica do recursos humanos
a partir dos quais os sistemas de saúde são estruturados.

3.1 A PRIMEIRA MALHA LÓGICA: ATRIBUIÇÕES


PROFISSIONAIS
O trabalho da equipe de saúde é severamente normatizado, por razões
científicas, éticas, trabalhistas e profissionais. As razões científicas se devem ao próprio
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caráter da atenção à saúde, que deve ser fundamentado em conhecimentos científicos,


não se admitindo práticas de atendimento que não sejam sancionados pelos colégios
acadêmicos e de prática profissional. O cânone científico exige respeito às condições
estritas de diagnóstico e tratamento, de uso de medicamentos, de instrumentos de
exame, da coleta de materiais, etc. A equipe de saúde é totalmente treinada dentro do
cânone científico, e seu ambiente de trabalho deve dar total suporte às condições
exigidas para que se tenha um mínimo de qualidade em todo e qualquer procedimento
de atenção saúde. As razões éticas dizem respeito ao fato de a equipe de saúde ter
acesso ao corpo das pessoas, e a dados acerca de suas vidas e incidentes pessoais, a
fatos de sua intimidade e a dados pessoais que até mesmo os pacientes desconheciam, e
que não podem ser tratados de forma vulgar ou indiscreta, fora dos rígidos protocolos de
sigilo profissional. As razões trabalhistas e profissionais são interligadas estão
relacionadas às atribuições e responsabilidades profissionais, dentro de uma
determinada organização pública ou privada. Cada profissão elencada na equipe saúde (
médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos,
técnicos em diversas especialidades) possui atribuições profissionais bem definidas, que
exigem espaços, instrumentos, tecnologias, condições de trabalho exigentes, que devem
ser respeitadas. A matriz de atribuições profissionais e de atividades regulamentadas
para a equipe de saúde é, no caso brasileiro, indubitavelmente e eficaz, e se consegue
montar organizações capaz de enfrentar qualquer tipo de agravos de saúde e
identificados por nossa ciência. O grande desafio das equipes é conseguir o respeito
devido às suas condições de trabalho, assim como o grande desafio dos administradores
é conseguir dessas equipes o máximo de qualidade em seu desempenho, uma vez dadas
as condições adequadas, ambientais e o organizacionais.

3.2 UMA SEGUNDA MALHA LÓGICA: OS OBJETIVOS


DO PLANO DE SAÚDE (E A ESTRATÉGIA DA
INSTITUIÇÃO)
Há, assim uma primeira "malha lógica" estabelecida a partir das atribuições
profissionais presentes na equipe de saúde. De forma assemelhada, o sistema de saúde
estabelece normas de ação baseadas em bem atribuições derivadas do das práticas
profissionais, mas dirigidas a objetivos organizacionais e assistenciais. Essa pode ser
considerada uma segunda malha lógica. Os objetivos organizacionais fazem com que as
atribuições se tornem " funcionais " e possam se transformar em estruturas organizadas
de trabalho voltado para o atendimento das pessoas com agravo de saúde. Os objetivos
assistenciais orientam as políticas públicas de saúde, estabelecendo prioridades de
atendimento, distribuindo recursos, construindo estabelecimentos assistenciais,
adquirindo equipamentos, designando pessoas para o trabalho de controle das equipes
profissionais que constituem verdadeiramente o sistema de saúde.

Há, assim uma segunda malha lógica estabelecida a partir de objetivos


organizacionais e assistenciais do sistema de saúde. Também devemos considerar que a
população também tem sua "lógica", na medida em que podemos explicar os vários
padrões epidemiológicos a partir das condições de trabalho, alimentação, acesso à
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informação, moradia, lazer, convívio comunitário entre outros aspectos de sua vida.
Assim, cada estabelecimento assistencial de saúde participa de um ambiente de bairro, a
um ambiente urbano, a um ambiente regional, de uma rede de cidades - e de
estabelecimentos assistenciais. Não podemos abstrair as políticas públicas da realidade
social e econômica, da organização urbana e da qualidade ambiental do território que
estamos a analisar.

3.3 UMA TERCEIRA MALHA LÓGICA: a ecologia dos


agravos (ou, num senso estrito, a epidemiologia)
Necessariamente, o projeto arquitetônico relaciona esses três níveis lógicos: o
das atribuições profissionais, o das políticas públicas de saúde, e por da epidemiologia (
que envolve mais fatores comportamentais e culturais do que é compreendido pela
epidemiologia como área de conhecimento).

Atribuições Malha de Atribuições


compartilhadas
Profissionais e
Atribuições Organização do
exclusivas
Trabalho

Cores “quentes”:
áreas de risco
Malha de Ações
Preventivas e
Cores “frias”:
áreas controladas Curativas
Fronteiras magenta:
cobertura insuficiente Malha Ecológica
Fronteiras bege:
cobertura regular (População e sua
Fronteiras bege: Epidemiologia)
cobertura controlada

A figura acima mostra a superposição das malhas, diagramando uma forma de


discussão de um outro conjunto de atribuições: do próprio sistema de saúde. Sem
compreender seus antecedentes, dificilmente as normas de planejamento brasileiras
serão usadas de forma contextualizada e compreensiva. Um sistema de saúde pode ser
visto de forma estruturada, e a relação entre (a) seu modelo de organização e (b) seu
ambiente de atuação é crucial para o planejamento e gestão de sistemas de serviço
público dessa natureza.
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Essas interligações podem ser apresentadas de uma forma simplista e por um


núcleo organizativo de lógica interna e um ambiente de lógica externa. Em termos de
lógica interna, a organização física dos hospitais é relativamente simples e objetiva. As
forças ambientais que modelam o hospital (as políticas públicas e as demandas que
surgem devido a agravos de saúde, descritos pela ciência da epidemiologia, e que
devem ser compreendidos no contexto da vida urbana e regional) também podem ser
descritas por sistemas de forças relativamente simples. É na conjugação desses dois
elementos de lógica interna e externa que nasce a específica complexidade de cada
estabelecimento assistencial.

4. ASPECTOS FUNCIONAIS: atribuições e atividades dos


E.A.S.
Um respeitável volume de conhecimentos respalda a organização dos sistemas
de saúde. Esses conhecimentos podem ser espantosamente ignorados no plano da gestão
dos sistemas de saúde, pois a esmagadora maioria de seus gestores não tem treinamento
na administração de sistemas de serviços públicos. Há uma enorme diferença entre ser
um MÉDICO competente, com excelente formação técnica e científica, e ser um
administrador competente, com capacidade de efetivamente desenvolver o sistema de
saúde em todo o seu potencial. Enfatizo os médicos, pois trata - se de categoria
profissional que tem liderado de forma quase hegemônica os sistemas de saúde, tanto na
esfera pública, quanto na esfera privada. Raramente testemunhei um bom trabalho feito
por médicos no âmbito da administração hospitalar. E quando testemunhei, os méritos
de seu desempenho eram totalmente pessoais: homens e mulheres inteligentes, e
capazes de discernir os aspectos de maior importância, na perspectiva e ação temporal
mais adequada às suas gestões. Imagino se esses poucos médicos e médicas tivessem o
treinamento adequado na administração de sistemas de saúde: suas gestões teriam sido
extraordinárias.

A supremacia médica na administração dos sistemas de saúde se traduz na


supremacia da mediocridade em face dos resultados. Sem treinamento na administração
do sistema de saúde, sem uma formação consistente como administradores, o nível
administrativo de todo o sistema de saúde quando administrado por profissionais da
Medicina sem treinamento acaba por ser acentuadamente ineficiente. Prevalece o
improviso, a tomada de decisões insipientes. O episódio da internação e morte de
Tancredo Neves, Presidente Eleito do Brasil (1985), que testemunhei bem de perto, é
um exemplo dessa perigosa falta de preparo dos dirigentes sem treinamento
administrativo. Não há a menor necessidade de se ter corrupção para se ter ineficiência.
É bastante que haja um ordenamento político e social que coloque a classe médica como
uma espécie de “casta” administrativa totalmente despreparada, para que o sistema de
saúde, especialmente o sistema público, seja cronicamente ineficiente. A corrupção
surge, então, como uma doença oportunista, dado que o controle de gastos, o controle
de pagamentos e contratações, a prestação de contas, a fiscalização dos serviços, entre
outros aspectos fundamentais da gestão, são precariamente feitos, quando são feitos.
Então, trata - se preliminarmente de compreender que as funções administrativas não
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estão incluídas entre as habilidades técnicas das equipes de saúde. Por outro lado, o
administrador (que pode ter uma formação “básica” como médico, enfermeiro, mas que
desenvolveu uma educação própria e formal como administrador, e almeja uma
experiência prática profissional na administração do sistema de saúde, e não confunde
seu papel de administrador com qualquer outro, especialmente com o de profissional da
saúde que também atua “na linha de frente”) deve conhecer bem o conjunto de
atividades desenvolvida em estabelecimentos assistenciais de saúde, em todos os seus
aspectos.

As atuais normas de planejamento e projeto físico expõem claramente esse


conjunto de atividades. A seguir propomos um primeiro exercício com o conteúdo da
Resolução da Direção Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
ANVISA - de 21 de fevereiro de 2002 (RDC - 050), que estabelece didaticamente as
atribuições dos estabelecimentos assistenciais de saúde.

A figura acima é reprodução da primeira versão do diagrama de atribuições dos


estabelecimentos assistenciais de saúde. A figura abaixo é uma “reinterpretação” do
mesmo diagrama, para a explicação dirigida a arquitetos.
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Pessoalmente, orgulho - me ter feito a proposta metodológica de programação


arquitetônica contida na RDC - 050. A explicação dessa estrutura programática de
“ATRIBUTOS” versus “ATIVIDADES” é dada no seguinte trecho da norma vigente:

A programação físico - funcional dos estabelecimentos assistenciais de saúde,


baseia - se em um Plano de Atenção à Saúde já elaborado, onde estão determinadas as
ações a serem desenvolvidas e as metas a serem alcançadas, assim como estão
definidas as distintas tecnologias de operação e a conformação das redes físicas de
atenção à saúde, delimitando no seu conjunto a listagem de atribuições de cada
estabelecimento de saúde do sistema. Essas atribuições, tanto na área pública quanto
na área privada, são conjuntos de atividades e sub - atividades específicas, que
correspondem a uma descrição sinóptica da organização técnica do trabalho na
assistência à saúde. Os conjuntos de atribuições admitem diversas composições
(teóricas) que são as tipologias (modelos funcionais) de estabelecimentos assistenciais
de saúde. Portanto, cada composição de atribuições proposta definirá a tipologia
própria a ser implantada. Dessa forma adota - se nesse regulamento técnico uma
abordagem onde não se utilizam programas e projetos pré - elaborados, que
freqüentemente são desvinculados das realidades loco - regionais, mas apresentam - se
as diversas atribuições de um estabelecimento assistencial de saúde que acrescidas das
características e especificidades locais, definirão o programa físico - funcional do
estabelecimento. A metodologia utilizada para a composição dos programas funcionais
é a apresentação da listagem, a mais extensa possível, do conjunto das atribuições e
atividades do EAS, aqui tratado genericamente, sem compromisso com soluções
padronizadas, embora seja reconhecida uma família de tipologias tradicionais. O
objetivo é apresentar aos projetistas e avaliadores de EAS um leque das diversas
atividades e os ambientes respectivos em que elas ocorrem. A listagem contém as
atribuições e atividades, com a qual se pode montar o estabelecimento desejado, ou
seja, reunindo - se determinado grupo de atribuições - fim, associadas às atribuições de
apoio necessárias ao pleno desenvolvimento das primeiras, define - se um
estabelecimento específico.

As ATRIBUIÇÕES de um E.A.S. (Estabelecimento Assistencial de Saúde) são


as seguintes:

1 - Prestação de atendimento eletivo de promoção e assistência à saúde em


regime ambulatorial e de hospital - dia - atenção à saúde incluindo atividades de
promoção, prevenção, vigilância à saúde da comunidade e atendimento a pacientes
externos de forma programada e continuada;
2 - Prestação de atendimento imediato de assistência à saúde - atendimento a
pacientes externos em situações de sofrimento, sem risco de vida (urgência) ou com
risco de vida (emergência);
3 - Prestação de atendimento de assistência à saúde em regime de internação -
atendimento a pacientes que necessitam de assistência direta programada por período
superior a 24 horas (pacientes internos);
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4 - Prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia - atendimento a


pacientes internos e externos em ações de apoio direto ao reconhecimento e recuperação
do estado da saúde (contato direto);
5 - Prestação de serviços de apoio técnico - atendimento direto a assistência à
saúde em funções de apoio (contato indireto);
6 - Formação e desenvolvimento de recursos humanos e de pesquisa -
atendimento direta ou indiretamente relacionado à atenção e assistência à saúde em
funções de ensino e pesquisa;
7 - Prestação de serviços de apoio à gestão e execução administrativa -
atendimento ao estabelecimento em funções administrativas;
8 - Prestação de serviços de apoio logístico - atendimento ao estabelecimento
em funções de suporte operacional.

A seguinte tabela, de minha autoria, oferece uma primeira discussão dos


aspectos físicos das ATRIBUIÇÕES. Essa “tradução” pode ser especialmente útil em
procedimentos de planejamento físico, pois expõe pressupostos fundamentais para o
projeto de arquitetura. Com certeza, muitos arquitetos apresentarão divergências com
relação a essa discussão, o que é perfeitamente compreensível. Mesmo que as
atribuições sejam “universais”, do ponto de vista das políticas públicas de saúde, há
muitas formas de proceder à sua interpretação. Qualquer que seja a inovação em termos
do modelo organizativo, o ponto essencial, imutável, é: terá que explicar - se, que expor
seus pressupostos e vantagens, com clareza.

ASPECTOS RELEVANTES PARA O PROJETO FÍSICO DO


ATRIBUIÇÕES SISTEMA
DOS E.A.S. (OU UMA PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DA “ESPACIALIZAÇÃO” DAS ATRIBUIÇÕES)

• SUA NECESSIDADE DE ESPAÇOS ESPECÍFICOS É, NO MARCO ATUAL DE AÇÕES E


SERVIÇOS, RESTRITA; VÁRIAS MODALIDADES DE ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS COMU-
NITÁRIOS PODEM SEDIAR NÚCLEOS DE AÇÕES BÁSICAS;

™
QUALQUER TIPOLOGIA DE E.A.S.’s PODE ABSORVER ESSA ATRIBUIÇÃO; OS RECURSOS
REALIZAÇÃO DE
ASSISTENCIAIS PODEM SER DE GRANDE SIMPLICIDADE / FLEXIBILIDADE., COMO O
AÇÕES BÁSICAS
PRÓPRIO PADRÃO DE AÇÕES;
DE SAÚDE;
• SUGERE - SE QUE OS ESPAÇOS QUE CONTENHAM AS ATIVIDADES CORRESPONDENTES A
ESSA ATRIBUIÇÃO SEJAM CARACTERIZADOS POR SUA ACESSIBILIDADE AO PÚBLICO;
• A SUA ACESSIBILIDADE É AMPLIADA AO LOCALIZAR - SE ESPECIALMENTE NAS
TIPOLOGIAS DE E.A.S.’s DE MENOR COMPLEXIDADE E MAIS DISTRIBUIDAS NAS ÁREAS
URBANAS, PERI - URBANAS E RURAIS.

• O “AMBULATÓRIO” ATENDE AOS QUE “AMBULAM”, ANDAM, PODEM ACESSAR O LUGAR


ONDE SE DÁ O ATENDIMENTO COM SEUS PRÓPRIOS MEIOS; ISSO SUPÕE O ATENDIMENTO
AOS CASOS DOS PEQUENOS AGRAVOS, NÃO - AGUDOS, AOS ATENDIMENTOS INICIAIS, À
™
PREVENÇÃO, À RECUPERAÇÃO DA SAÚDE - E MESMO AO ABRIGO “DIURNO” DE
PRESTAÇÃO DE DETERMINADOS PACIENTES; PEQUENAS INTERVENÇÕES E TERAPIAS LEVES TAMBÉM
ATENDIMENTO PODEM OCORRER ASSOCIADAMENTE;
ELETIVO DE AS-
• OS ESPAÇOS ESPECÍFICOS SE DIFERENCIAM EM FUNÇÃO DAS NECESSIDADES DA
SISTÊNCIA À
CONSULTA INDIVIDUAL - OU MESMO COLETIVA, APESAR DE POUCO PRATICADA - ,
SAÚDE EM REGIME
EXIGINDO APOIO TÉCNICO, ADMINISTRATIVO E LOGÍSTICO NA MEDIDA DE SUA
AMBULATRIAL;
COMPLEXIDADE;
• O AMBULATÓRIO (NUM SENTIDO AMPLO) PODE DESENVOLVER REDE DE REFERÊNCIA /
CONTRA - REFERÊNCIA À MEDIDA EM QUE A GAMA DE ESPECIALIDADES AUMENTA E OS
RECURSOS ESCASSOS SÃO HIERARQUIZADOS;
• A MAIOR PARTE DOS AGRAVOS (CONSIDERANDO AS ESTATISTICAS ABSOLUTAS DE
TENDIMENTO) SÃO SOLUCIONADAS AO NÍVEL AMBULATORIAL: SUAS ATIVIDADES SÃO
AS MAIS “PRODUTIVAS” DO PONTO DE VISTA ASSISTENCIAL, PODENDO SER VANTA-
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JOSAMENTE COLIGADAS ÀS AÇÕES BÁSICAS;



™
O AMBULATÓRIO (NUM SENTIDO AMPLO) ACABA POR REALIZAR A TRIAGEM DAS
PRESTAÇÃO DE DOENÇAS OCULTAS, OU DAS QUE INICIAM SEUS CICLO; A PARTIR DO QUE SE CONSTATA
ATENDIMENTO NA CONSULTA AMBULATORIAL, PROCEDIMENTOS DE MAIOR IMPORTÂNCIA (E DE
ELETIVO DE AS- MAIORES CUSTOS E IMPACTO PESSOAL) EM TERMOS DE DIAGNOSTICO E TERAPIA PODEM
SISTÊNCIA À SE DESDOBRAR;
SAÚDE EM REGIME
• SEUS ESPAÇOS ESOECÍFICOS PODEM SER PREVISTOS EM QUASE TODAS AS TIPOLOGIAS
AMBULATORIAL;
POSSÍVEIS DE E.A.S.’s; SUA LOCALIZAÇÃO (NO ESPAÇO TERRITORIAL) E
POSICIONAMENTO (NOS EDIFÍCIOS) REQUEREM AMPLA ACESSIBILIDADE PELO USUÁRIO.

• O ATENDIMENTO IMEDIATO À SAÚDE SE DIRIGE AOS CASOS AGUDOS, AOS AGRAVOS


REPENTINOS, QUE INTERROMPEM A NORMALIDADE DO COTIDIANO DAS PESSOAS; PODE
™
HAVER OU NÃO RISCO DE VIDA - SENDO QUE A ÏNEXISTÊNCIA DE RISCO DE VIDA
PRESTAÇÃO DE APROXIMA ESSA ATRIBUIÇÃO DE FORMAS DE ATENDIMENTO AMBULATORIAL NÃO -
ATENDIMENTO ELETIVO;
IMEDIATO DE AS-
• DISPONDO - SE A ATENDER IMEDIATAMENTE, OS E.A.S.’s QUE TÊM ESSA ATRIBUIÇÃO SE
SISTÊNCIA À
EXPÕEM DIRETAMENTE À VIOLÊNCIA URBANA: DESGASTAM - SE ENORMEMENTE, SUA
SAÚDE;
EQUIPE DE SAÚDE DEVE TER CONDIÇÕES DE AGIR RÁPIDO E DE FORMA EXATA; AS
PESSOAS ATENDIDAS DEVEM SER TRANQÜILIZADAS - O AMBIENTE FÍSICO
CIRCUNSTANCIA O PROCESSO DE “RETORNO AO EQUILÍBRIO PESSOAL” - E “AJUDAR - SE”
NESSES MOMENTOS DE CRISE PESSOAL REAL, DE PERIGO;
• AO MESMO TEMPO, O ATENDIMENTO IMEDIATO REPRESENTA UMA FORMA “RÁPIDA” DE
CONSULTA; DEVE HAVER A TRIAGEM DOS CASOS QUE SE APRESENTAM - OU AS PES-
SOAS QUE EFETIVAMENTE NECESSITAM DO ATENDIMENTO IMEDIATO SERÃO PREJUDI-
CADAS;
• ESSA ATRIBUÇÃO PODE SER ASSOCIADA A AMPLA GAMA DE ATIVIDADES, ARTICU-
LANDO - SE EM REDE DE REFERÊNCIA E CONTRA - REFERÊNCIA (E DESDE OS AGRAVOS
SEM RISCO ATÉ OS AGRAVOS COM RISCO DE VIDA) EM SISTEMAS DE SAÚDE MAIS
COMPLEXOS;
• O NÚMERO DE CASOS QUE EXIGEM PROCEDIMENTOS DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
DE MAIOR IMPORTÂNCIA (E DE MAIORES CUSTOS E IMPACTO PESSOAL) É SIGNIFI-
CATIVAMENTE SUPERIOR À MODALIDADE DE ATENDIMENTO AMBULATORIAL;
• SEUS ESPAÇOS ESPECÍFICOS DEVEM SER PREVISTOS CUIDADOSAMENTE EM TERMOS DE
LOCALIZAÇÃO (NO ESPAÇO TERRITORIAL) E POSICIONAMENTO (NOS EDIFÍCIOS): OS
ACIDENTES DE TRÂNSITO, ACIDENTES NO TRABALHO, A VIOLÊNCIA URBANA E AS
CONCENTRAÇÕES DE POPULAÇÃO SÃO DADOS NECESSÁRIOS A SEREM CONSIDERADOS
NAS ALTERNATIVAS LOCACIONAIS;
• AS SITUAÇÕES ENVOLVIDAS NO ATENDIMENTO IMEDIATO EXPÕEM EXTRAORDINARIA-
MENTE AS PESSOAS: SEUS ESPAÇOS ESPECÍFICOS DEVEM ASSEGURAR O MÍNIMO DE
DEFESA DE SUA PRIVACIDADE; DEVE - SE PENSAR NAS DIFERENÇAS DOS REQUISITOS DE
PRIVACIDADE DAS MULHERES, CRIANÇAS E IDOSOS;
• AS SITUAÇÕES ENVOLVIDAS NO ATENDIMENTO IMEDIATO EXIGEM CONDIÇÕES PRÁTI-
CAS E EFETIVAS PARA A HIGIENIZAÇÃO DO CORPO: SEUS ESPAÇOS ESPECÍFICOS DEVEM
POSSIBILITAR O COMBATE CONTINUADO À CONTAMINAÇÃO E/OU INFECÇÃO;
• A EXISTÊNCIA DESSA ATRIBUIÇÃO PODE ACARRETAR (SOBRETUDO QUANDO HÁ O RISCO
DE VIDA) A INCORPORAÇÃO DE MEIOS DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO E
INTERNAÇÃO, BEM COMO DE APOIO TÉCNICO, LOGÍSTICO E ADMINISTRATIVO;
• AS E.A.S. QUE DETÊM ESSA ATRIBUIÇÃO OCUPAM LUGARES “CENTRAIS” NA ESTRUTURA
REGIONALIZADA E HIERARQUIZADA DO SISTEMA LOCAL DE SAÚDE;
• SUA LOCALIZAÇÃO (NO ESPAÇO TERRITORIAL) E POSICIONAMENTO (NOS EDIFÍCIOS)
REQUEREM AMPLA ACESSIBILIDADE PELO USUÁRIO - SOBRETUDO ATRAVÉS DE
VEÍCULOS DE TRANSPORTE.

• A INTERNAÇÃO DE PACIENTES SIGNIFICA, PESSOALMENTE, A SUA SEPARAÇÃO DA VIDA


COTIDIANA PARA QUE, TECNICAMENTE, A EQUIPE DE SAÚDE POSSA INTERVIR DE FORMA
™ PRESTAÇÃO DE PLENA, BEM COMO CONTROLAR TANTO QUANTO POSSÍVEL A EVOLUÇÃO DO QUADRO
ATENDIMENTO DE DE CURA (QUE SE INICIA COM A IDENTIFICAÇÃO DO AGRAVO) ATÉ A MAIS COMPLETA
ASSISTÊNCIA À RECUPERAÇÃO - OU A REDUÇÃO DOS DANOS À SAÚDE;
SAÚDE EM REGIME
DE INTERNAÇÃO;
• A INTERNAÇÃO DE UMA PESSOA SIGNIFICA MANTÊ - LA: ALIMENTÁ - LA, HIGIENIZÁ - LA,
VESTÍ - LA, MEDICÁ - LA, DAR - LHE ASSISTÊNCIA FÍSICA E PSICOLÓGICA E AINDA
AMPARÁ - LA SOCIALMENTE (OCORRE DE A FAMÍLIA E AMIGOS DESLOCAREM - SE ENTRE
CIDADES OU DESDE O CAMPO PARA ACOMPANHAR O SEU TRATAMENTO OU, POR OUTRO
LADO, A SUA FAMÍLIA PODE FICAR DESAMPARADA OU SEM CONTACTO CONSIGO,
DESDOBRANDO - SE TODO UM SERVIÇO SOCIAL DE APOIO NESSE SENTIDO);
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• A MANUTENÇÃO DA PESSOA INTERNADA IMPLICA NA EXISTÊNCIA DE APOIO TÉCNICO,


ADMINISTRATIVO E LOGÍSTICO NO E.A.S.: ALIMENTO, VESTUÁRIO, MEDICAMENTOS,
TRANSPORTE, SEGURANÇA, HIGIENE, ENTRE OUTROS, DEVEM SER GARANTIDOS;
• A INTERNAÇÃO DE UMA PESSOA POSSIBILITA QUE TODO UM CONJUNTO DE PROCEDI-
MENTOS - SOBRETUDO DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO - SE DESENVOLVA, VISANDO
A SUA RECUPERAÇÃO INTEGRAL; A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INTERNAÇÃO IMPLICA
NECESSARIAMENTE QUE O E.A.S. PORTE ESSA ATRIBUIÇÃO (DE PRESTAÇÃO DE APOIO AO
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO); NA REALIDADE A INTERNAÇÃO É CONCEBIDA COMO
ATRIBUIÇÃO DE APOIO AO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO: O PACIENTE É INTERNADO
PARA QUE SE O DIAGNOSTIQUE E SE O TRATE; PARTE DOS PROCEDIMENTOS DE
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO OCORRE NOS ESPAÇOS FÍSICOS DE INTERNAÇÃO;
• A EVOLUÇÃO DE DETERMINADOS QUADROS DE TRATAMENTO PERMITE QUALIFICAR
“ESTÁGIOS”, DESDE AQUELES EM QUE A INTERNAÇÃO EXIGE A UTILIZAÇÃO INTENSIVA
DE RECURSOS ASSISTENCIAIS, ATÉ ESTÁGIOS EM QUE O PROCESSO DE CURA NÃO MAIS
EXIGE A NECESSÁRIA SEPARAÇÃO DO PACIENTE DE SUA VIDA COTIDIANA: DE UM MODO
GERAL A DECISÃO DE INTERNAÇÃO OU DE ALTA É TOMADA A PARTIR DA ESTRITA
™ PRESTAÇÃO DE NECESSIDADE DE INTENSIFICAR A ATENÇÃO EM TORNO DA PESSOA, MOBILIZANDO
ATENDIMENTO DE RECURSOS ASSISTENCIAIS ESCASSOS;
ASSISTÊNCIA À
SAÚDE EM REGIME • A ORGANIZAÇÃO DOS SEUS ESPAÇOS ESPECÍFICOS CONSIDERA DIRETAMENTE TAIS
DE INTERNAÇÃO; QUADROS E O PACIENTE ENVOLVIDO: A GESTANTE / O RECÉM - NSCIDO; A CRIANÇA / O
ADOLESCENTE; O CIRURGIADO; O SUBMETIDO A TERAPIAS NÃO - INVASIVAS / O QUE SE
REABILITA (ENTRE OUTRAS CATEGORIAS QUE ACARRETAM CONDICIONAMENTOS
DEFINIDOS SOBRE A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E DOS ESPAÇOS FÍSICOS);
• A INTERNAÇÃO, COMO ATRIBUIÇÃO, PODE OCORRER INDEPENDENTEMENTE DA
PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO IMEDIATO E DO AMBULATÓRIO - MAS A SUA ASSOCIA-
ÇÃO AO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO, EM HOSPITAIS, É COMUM, O PRONTO
ATENDIMENTO E O AMBULATÓRIO SÃO AS “PORTAS DE ENTRADA” DO SISTEMA DE
SAÚDE, E SUA ASSOCIAÇÃO RACIONALIZA A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS EMPREGADOS;
PODE - SE AFIRMAR QUE ESSAS ATRIBUIÇÕES SÃO FORTEMENTE ARTICULADAS E
INTERDEPENDENTES: EXISTINDO INTERNAÇÃO EM UMA TIPOLOGIA DE E.A.S., EXISTE
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO E AS DEMAIS ATRIBUIÇÕES DE APOIO TÉCNICO,
ADMINISTRATIVO E LOGÍSTICO, E ESSE CONJUNTO PODE SER COORDENADO AO
ATENDIMENTO IMEDIATO E AO AMBULATÓRIO;
• ESSA ASSOCIAÇÃO “LÓGICA” IMPLICA EM UMA IMPORTANTE CONTRADIÇÃO: OS FA-
TORES DE LOCALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO IMEDIATO E DO AMBULATÓRIO PODEM SER
ANTAGÔNICOS AOS REQUISITOS DE EFETIVA SEPARAÇÃO DO PACIENTE DESDE O AM-
BIENTE URBANO, ESTRESSANTE; AS LOCALIZAÇÕES QUE OTIMIZARIAM A SEPARAÇÃO
DO PACIENTE DO AMBIENTE URBANO, IMPLICANDO EM MENOR ESTRESSE, PODEM
ACARRETAR MENOR ACESSIBILIDADE AO ATENDIMENTO IMEDIATO E AO AMBU-
LATÓRIO; IMPORTA AINDA COLOCAR QUE ESSA “CONTRADIÇÃO” PODE SER MINIMIZADA
ATRAVÉS DE SOLUÇÒES FÍSICAS, DE IMPLANTAÇÃO E DE LOCALIZAÇÃO DOS ESPAÇOS
ESPECÍFICOS DE INTERNAÇÃO, AO NÍVEL DO EDIFÍCIO;
• ESSA ASSOCIAÇÃO “LÓGICA” IMPLICA NUMA DEFINIÇÃO TIPOLÓGICA RELATIVAMENTE
ESTÁVEL: O HOSPITAL DE ESPECIALIDADES (OU, EM OUTRAS ESTRUTURAS DE
ATRIBUIÇÕES E ATIVIDADES, NO HOSPITAL ESPECIALIZADO);
• OUTRAS DEFINIÇõES TIPOLÓGICAS SÃO VIÁVEIS, ASSOCIANDO - SE A INTERNAÇÃO AO
ATENDIMENTO IMEDIATO DE DETERMINADOS GRUPOS DE RISCO (AS PARTURIENTES,
NAS TIPOLOGIAS DAS CASAS DE PARTO, P.EX.), OU AINDA ASSOCIANDO - SE A
INTERNAÇÃO AO ATENDIMENTO AMBULATORIAL (EM E.A.S.’s DE MENOR PORTE,
CONFORMANDO O QUE SE CHAMA “UNIDADE MISTA”, P.EX.);
• O CRESCIMENTO DA CAPACIDADE DE ATENDIMENTO DOS E.A.S. QUE COMPORTAM A
INTERNAÇÃO (E ASSOCIANDO - SE AINDA A OUTRAS ATRIBUIÇÕES, EM AMPLIADA CA-
PACIDADE DE ATENDIMENTO, POR MODALIDADE) FAZ COM QUE ESSES ESTABELECI-
MENTOS SEJAM REFERÊNCIA NECESSÁRIA A TODOS OS DEMAIS, DE MENOR COM-
PLEXIDADE; SUA LOCALIZAÇÃO E PADRÃO DE ATENDIMENTO PASSAM A SER FATORES
CENTRAIS DE UM “PROBLEMA” DE EXTREMA IMPORTÂNCIA PARA A ESTRUTURA FÍSICA
DA REDE DO SISTEMA DE SAÚDE LOCAL / REGIONAL;
• O “PROBLEMA” DO DIMENSIONAMENTO DA INTERNAÇÃO DEVE SER COLOCADO A PAR-
TIR TANTO DE CONSIDERAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS (O NÚMERO DE LEITOS É FUNÇÃO DA
OCORRÊNCIA DE AGRAVOS QUE EXIGEM A INTERNAÇÃO), COMO DE CONSIDERAÇÕES DE
ORDEM FÍSICO - FUNCIONAL (O NÚMERO DE LEITOS CONDICIONA O DIMENSIONAMENTO
DOS SETORES DE APOIO AO PACIENTE E, NESSE ASPECTO, HÁ PATAMARES DE CUSTOS
EM TERMOS DO EMPREGO DE RECURSOS ASSISTENCIAIS A SEREM CONSIDERADOS);
• A MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS PARA VIABILIZAR A ATRIBUIÇÃO DE INTERNAÇÃO É
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PERMANENTE E OCUPA FRAÇÃO SIGNIFICATIVA DE SUA DISPONIBILIDADE PARA O


CONJUNTO DO SISTEMA DE SAÚDE; O USO INTENSIVO DE RECURSOS IMPLICA EM SUA
“ADMINISTRAÇÃO INTENSIVA”, RIGOROSAMENTE CONTROLADA; A RACIONALIDADE DA
ADMINISTRAÇÃO DESSES RECURSOS ENVOLVE A POSSIBILIDADE DE EXPANDIR /
DIMINUIR / INTERCAMBIAR / ADAPTAR A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E DOS ESPAÇOS
FÍSICOS;
• A FLEXIBILIDADE E ADAPTABILIDADE DA ORGANIZAÇÃO FÍSICO - FUNCIONAL DAS
TIPOLOGIAS DE E.A.S.’s QUE INCORPORAM A ATRIBUIÇÃO DE INTERNAÇÃO SÃO
REQUISITOS QUE SE CONFRONTAM COM O NÍVEL DE CONTROLE DAS ATIVIDADES E OS
REQUISITOS PROGRAMÁTICOS DE SEUS ESPAÇOS; O PROJETO ARQUITETÔNICO PODE
TORNAR POSSÍVEL A DEFINIÇÃO DE POTENCIAIS DE FLEXIBILIDADE E ADAPTABILIDADE
INTERMEDIÁRIOS (CONCILIANDO OS REQUISITOS ANTAGÔNICOS).

• ESSA ATRIBUIÇÃO É COMUM A TODAS AS TIPOLOGIAS DE E.A.S., NUM SENTIDO AMPLO,


ASOCIANDO - SE ÀS ATIVIDADES DO ATENDIMENTO PREVENTIVO / AMBULATORIAL /
IMEDIATO, E DESDE OS PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS E TERPÊUTICOS MAIS SIMPLES
™ PRESTAÇÃO DE AO MAIS COMPLEXOS E DEPENDENTES DA TECNOLOGIA BIO - MÉDICA / BIO -
ATENDIMENTO DE ENGENHARIA;
APOIO AO
DIAGNÓSTICO E
• É ATRIBUIÇÃO DIRETAMENTE IMPACTADA PELOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS E
PROMOTORA DE REESTRUTURAÇÕES IMPRESSIONANTES NOS SERVIÇOS: AS NOVAS
TERAPIA; TECNOLOGIAS DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PERMITEM QUE EQUIPAMENTOS
COMPACTOS SUBSTITUAM EXTENSAS “LINHAS DE TRABALHO” PRÉ - EXISTENTES, QUE
CONSUMIAM SIGNIFICATIVAS QUANTIDADES DE RECURSOS HUMANOS, MATERIAIS,
FINANCEIROS E ESPAÇOS FÍSICOS; PERMITEM QUE OFERTAS DE SERVIÇOS PARCIAL OU
INTEIRAMENTE NOVAS SEJAM OFERECIDAS - CHEGANDO A ALTERAR O “LIMIAR DE
SANIDADE”; O BARATEAMENTO DAS TECNOLOGIAS PERMITE QUE MEIOS
RELATIVAMENTE AVANÇADOS DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO “ENCURTEM A
DISTÂNCIA” ENTRE OS NÍVEIS HIERARQUIZADOS DE TIPOLOGIAS ASSISTENCIAIS;
• A DIRETRIZ CONSTITUCIONAL DE HIERARQUIZAÇÃO, QUE VISA A RACIONALIZAÇÃO DOS
RECURSOS ESCASSOS DO SISTEMA DE SAÚDE (PONDO NO “ALTO” OS RECURSOS MAIS
SOFISTICADOS E CAROS, E “ABAIXO” OS DE MAIOR SIMPLICIDADE E DE MENOR CUSTO)
APRESENTA POSSIBILIDADES DE INTERPRETAÇÃO DE CRESCENTE VARIEDADE, À
MEDIDA EM QUE OS RECURSOS “SOFISTICADOS” - CONSIDERADO UM CERTO ESTÁGIO
DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA - SE TORNEM “VULGARES”, ACESSÍVEIS, A SEGUIR;
• OS PROBLEMAS QUE SURGEM PARA O PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE SAÚDE SÃO: A) O
FATO DE A ABSORÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS ENVOLVER CUSTOS INICIAIS ELEVADOS
E O RISCO DE SUA RÁPIDA OBSOLESCÊNCIA; B) A NECESSIDADE DE HAVER, EM MEIO AO
APOIO TÉCNICO / ADMINISTRATIVO / LOGÍSTICO, INSTÂNCIA CAPAZ DE GERAR OU,
PELOS MENOS, AVALIAR O EMPREGO DAS TECNOLOGIAS CORRENTES / EMERGENTES,
PARA QUE O PROCESSO DE ABSORÇÃO TECNOÓGICA SEJA CRITERIOSAMENTE SELETIVO
E AUTO - SUSTENTADO; C) A NECESSIDADE DE FLEXIBILIDADE NO GERENCIAMENTO DE
RECURSOS HUMANOS (SUA RECICLAGEM E APERFEIÇOAMENTO) E FÍSICOS (ADAPTAÇÃO
DE ESPAÇOS E INSTALAÇÕES PARA AS MODIFICAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO DO
TRABALHO);
• DE UM MODO SIMPLISTA, PODEMOS AFIRMAR QUE EXISTE UMA MODALIDADE
“ELETIVA” E OUTRA “NÃO - ELETIVA” (E MESMO A USUAL COMBINAÇÃO DE AMBAS NOS
HOSPITAIS REGIONAIS) DE FUNCIONAMENTO DAS UNIDADES DE APOIO AO DIAGNÓSTICO
E TRATAMENTO; A PRIMEIRA PODE ABRIGAR ATIVIDADES (QUE CONFORMAM OS
“LABORATÓRIOS” ISOLADOS, OS HEMOCENTROS, ENTRE OUTROS, P.EX.) QUE PODEM
FUNCIONAR INDEPENDENTEMENTE DE ATENDIMENTO AMBULATORIAL OU
ATENDIMENTO IMEDIATO;
• A MODALIDADE “NÃO - ELETIVA” ESTÁ DIRETAMENTE ASSOCIADA ÀS NECESSIDADES
DO ATENDIMENTO IMEDIATO E AMBULATORIAL, SUAS ATIVIDADES DESDOBRAM - SE A
PARTIR DAS DECISÕES TOMADAS NAS UNIDADES DE URGÊNCIA / EMERGÊNCIA E DE
AMBULATÓRIO; ESSE DESDOBRAMENTO VAI IMPLICAR, EM PARTE, NA INTERNAÇÃO DO
PACIENTE, EM REGIME DE ATENÇÃO INTENSIVA OU NÃO; A EVOLUÇÃO DO QUADRO DE
CURA / RECUPERAÇÃO / REABILITAÇÃO / LIMITAÇÃO DO DANO TAMBÉM PODE
ACARRETAR RECURSIVAS AÇÕES RELACIONADAS AO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO;
• A INCORPORAÇÃO DE ATIVIDADES DE REALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS E
ENDOSCÓPICOS, BEM COMO DE PARTO NORMAIS E CIRÚRGICOS, É FORTEMENTE
“ESTRUTURADORA” DO PROGRAMA DE NECESSIDADES - ASSOCIANDO - SE ÀS
ATIVIDADES LIGADAS À PATOLOGIA CLÍNICA / MÉTODOS GRÁFICOS / ANATOMIA
PATOLÓGICA, NO MÍNIMO; É CONSIDERÁVEL A GAMA DE POSSIBILIDADES DE
COMBINAÇÃO ENTRE AS ATIVIDADES, E AS “LINHAS DE TRABALHO” ENTRE AS
UNIDADES DO E.A.S. QUE AS ABRIGUEM DEVEM SER INTERRELACIONADAS (OU SEJA,
DIMENSIONADAS DE MODO CONJUNTO, FUNDAMENTADO EM FATORES DE PRODUÇÃO
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DE SERVIÇOS);
• A OCORRÊNCIA DE EXAMES E DEMAIS ATOS RELACIONADOS AO DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO NAS MODALIDADES “ELETIVA” E “NÃO - ELETIVA”, EM UM MESMO E.A.S.
IMPLICA EM UM IMPORTANTE CONFRONTO DE CRITÉRIOS DE ACESSIBILIDADE: OS
EXAMES ELETIVOS EXIGEM AMPLA ACESSIBILIDADE ÀS UNIDADES PELOS PACIENTES;
OS NÃO - ELETIVOS EXIGEM RESTRIÇÃO DE ACESSO;
• OS HOSPITAIS “GERAIS”, DE ESPECIALIDADES, SÃO TIPOLOGIAS QUE - NO ATUAL
MARCO DE ORGANIZAÇÃO DAS TIPOLOGIAS DE E.A.S.’s - ABRIGAM AS COMPOSIÇÕES
MAIS “ESTÁVEIS” DESSAS ATIVIDADES, SOBRETUDO EM DETERMINADOS PATAMARES DE
COMPLEXIDADE ASSOCIADOS À EXISTÊNCIA DE CENTROS CIRÚRGICO / OBSTÉTRICO E
DE INTERNAÇÕES ESPECIALIZADAS;
• CONTUDO, ADVERTE - SE PARA O FATO DE QUE QUALQUER COMBINAÇÃO DEVE SER
SUBMETIDA AO EXAME DO PAPEL DESEMPENHADO PELO E.A.S. NA REDE
HIERARQUIZADA E REGIONALIZADA: AS “LINHAS DE TRABALHO” DEVEM SER
RELACIONADAS AOS FLUXOS DE REFERÊNCIA, AO ADVENTO DE PACIENTES
ENCAMINHADOS DESDE OS E.A.S.’s; NAS UNIDADES DE DIAGNOSTICO E TRATAMENTO
ESTÁ “SEDIADA” A RESOLUTIVIDADE DOS CASOS MAIS GRAVES / DE MAIOR RISCO QUE
ACESSAM O SISTEMA DE SAÚDE - NESSE SENTIDO O SEU DIMENSIONAMENTO DEVE
CONSIDERAR OS FATORES DE RISCO À SAÚDE EXISTENTES NA REALIDADE REGIONAL.

• A ATRIBUIÇÃO DE APOIO TÉCNICO (QUE INCLUI AS ATIVIDADES DE ALIMENTAÇÃO E


NUTRIÇÃO, ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS) VISA CRIAR
™ PRESTAÇÃO DE ALGUMAS DAS CONDIÇÕES PARA QUE O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO, A INTERNAÇÃO
SERVIÇOS DE DE PACIENTES, BEM COMO OS ATENDIMENTOS AMBULATORIAIS / IMEDIATOS E AS
APOIO TÉCNICO; AÇÕES BÁSICAS SEJAM DESENVOLVIDOS;
• A ALIMENTAÇÃO DE PACIENTES É NECESSÁRIA NAS SITUAÇÕES DE INTERNAÇÃO OU DE
ATENDIMENTO PROLONGADO - O QUE SE ESTENDE ÀS PESSOAS QUE ACOMPANHEM
ESSES PACIENTES; A ALIMENTAÇÃO DOS PACIENTES NESSAS SITUAÇÕES É PARTE
SOLIDÁRIA AOS PROCEDIMENTOS TERAPÊUTICOS; A ALIMENTAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS É
NECESSÁRIA POR FORÇA DO REGIME DE TURNOS DE TRABALHO QUE SEJA
DETERMINADO;
• É POSSÍVEL QUE A REDE FÍSICA POSSUA UNIDADE PRODUTORA DE ALIMENTOS
CENTRALIZADA, NÃO INCORPORADA AO E.A.S.; A EXISTÊNCIA DA UNIDADE DE
NUTRIÇÃO E DIETÉTICA / COZINHA HOSPITALAR NO E.A.S. TEM AS VANTAGENS DO
CONTROLE DIRETO, ELIMINANDO FALHAS DE TRANSPORTE INTRA - URBANO E DE
COMUNICAÇÃO; UM E.A.S. DE MAIOR PORTE (P.EX. O HOSPITAL REGIONAL) PODE
FORNECER ALIMENTOS A E.A.S.’s DE MENOR PORTE (CENTROS E POSTOS DE SAÚDE)
QUANDO NECESSÁRIO;
• A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA TAMBÉM PODE SER CENTRALIZADA, DIFERENCIANDO -
SE SETORES PRODUTORES DE MATERIAIS EM LARGA ESCALA DA PRODUÇÃO LOCAL DE
MEDICAMENTOS / FÁRMACOS E OUTROS SUB - PRODUTOS; A PROGRAMAÇÃO DE
PRODUÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, ARMAZENAMENTO E CONTROLE DEVE SER REGIONALIZADA;
• A ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS E ROUPAS É EXIGÊNCIA DE TODAS UNIDADES DE
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO, DE ATENDIMENTO AMBULATORIAL / IMEDIATO E DE
INTERNAÇÃO - INCLUINDO - SE AINDA A PRODUÇÃO FARMACÊUTICA;
• OS SETORES “PRODUTIVOS” NÃO SÃO ACESÍVEIS AO PÚBLICO, E O ACESSO AOS
PRODUTOS DO APOIO TÉCNICO É INTERMEDIADO POR FORMAS DE SERVIÇO AUXILIAR
ESPECÍFICOS (REFEITÓRIOS / DISPENSAÇÕES).

• EM TODAS AS UNIDADES DOS E.A.S.’s PODE OCORRER O TREINAMENTO DE TRABA -


LHADORES PARA A ÁREA DE SAÚDE, BEM COMO - DE FORMA MAIS DIRIGIDA E
™ FORMAÇÃO E RESTRITA - DE VOLUNTÁRIOS E - DENTRO DE CURSOS TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO E DE
DESENVOLVIMEN - CURSOS DE NÍVEL SUPERIOR - DE GRADUANDOS E PÓS - GRADUANDOS (ESPECIALISTAS,
- TO DE RECURSOS RESIDENTES, VISITANTES,PESQUISADORES ETC);
HUMANOS E DE
PESQUISA;
• OS E.A.S.’s QUE TÊM COMO UM DE SEUS FINS A FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
QUALIFICADOS (AS UNIDADES - MODELO, OS HOSPITAIS - ESCOLA / HOSPITAIS
UNIVERSITÁRIOS) E A PESQUISA CIENTÍFICA NA ÁREA DE SAÚDE PODEM APRESENTAR
CONDICIONAMENTOS EXTRAORDINÁRIOS EM SEU DIMENSIONAMENTO E ORGANIZAÇÃO
FÍSICO - FUNCIONAL;
• OS FATORES LIMITANTES DE CUSTOS DE MANUTENÇÃO SÃO, TODAVIA, SEVEROS,
IMPONDO RESTRIÇÕES QUE DEVEM LEVAR À RIGOROSA PRIORIZAÇÃO DE ÁREAS
ESPECIALMENTE DIMENSIONADAS E LOCALIZADAS, RELACIONADAS AO ENSINO E
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PESQUISA; DE UM MODO GERAL, DEVE PREVALECER A REGRA DE QUE ESSA ATRIBUIÇÃO


NÃO DEVE CONFLITAR OU SOBREPÔR - SE AO DESEMPENHO DO ATENDIMENTO À
POPULAÇÃO;
• AS NECESSIDADES DE ESPAÇOS FÍSICOS (ESP. AS ÁREAS DE DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO, DE INTERNAÇÃO, DE ATENDIMENTO AMBULATORIAL / IMEDIATO)
INTRODUZEM PARÂMETROS DIMENSIONADORES ESPECÍFICOS, DESTINADOS A PREVER A
RECEPÇÃO DOS GRUPOS DE ESTUDOS, BEM COMO AS NECESSIDADES DAS CONTINUADAS
DEMONSTRAÇÕES DOS PROCEDIMENTOS AO RESTRITO PÚBLICO DE ESTUDANTES;
• O CONTROLE DE QUALIDADE DOS PROCEDIMENTOS DOS APRENDIZES TAMBÉM IMPACTA
A ORGANIZAÇÃO FÍSICA (DESDE O AUMENTO DOS PROCEDIMENTOS DE CHECAGEM DOS
ATOS PRATICADOS ATÉ O CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR); NECESSIDADES
ESPACIAIS ESPECÍFICAS RELACIONADAS À REUNIÃO DOS GRUPOS DE ESTUDOS / AULAS /
BIBLIOTECAS / A LABORATÓRIOS EXPERIMENTAIS ETC, DEVEM SER CONSIDERAODS;
• EM ESPECIAL, OS E.A.S.’s DE MAIOR COMPLEXIDADE, ONDE SE REALIZAM AS PESQUISAS
“DE PONTA”, FORMANDO RECURSOS HUMANOS DE EXCELÊNCIA, SÃO VERDADEIROS
LABORATÓRIOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS APLICADAS À SAÚDE, GERANDO E
TESTANDO OS AVANÇOS TÉCNICOS; ESSE ASPECTO LEVANTA A NECESSIDADE DA
FLEXIBILIDADE E SEGURANÇA DAS INSTALAÇÕES E DO SISTEMA CONSTRUTIVO;
• OS CRITÉRIOS DE LOCALIZAÇÃO DE E.A.S.’s VOLTADAS PARA A FORMAÇÃO DE
RECURSOS HUMANOS E PARA PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE SÃO, EM TESE, OS
™ FORMAÇÃO E MESMOS QUE SE APLICARIAM A QUALQUER ESTABELECIMENTO DA MESMA
DESENVOLVIMEN - CAPACIDADE DE ATENDIMENTO.
- TO DE RECURSOS
HUMANOS E DE
PESQUISA;

• A GESTÃO E EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA DE E.A.S.’s SÃO AS INSTÂNCIAS QUE


COORDENAM POLÍTICA E OPERACIONALMENTE AS AÇÕES DEFINIDAS DESDE O MODELO
™ PRESTAÇÃO DE ASSISTENCIAL ATÉ OS INSTRUMENTOS E OBJETIVOS DE AÇÃO TRAÇADOS NO PLANO DE
SERVIÇOS DE SAÚDE;
APOIO DE GESTÃO
E EXECUÇÃO
• ALGUNS ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA GESTÃO E EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA: A) O
CONTROLE DE QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS; B) O CONTROLE E AUDITORIA
ADMINISTRATIVA; PRELIMINAR DO EMPREGO DOS RECURSOS ASSISTENCIAIS DISPONÍVEIS EM SEU ÂMBITO
DE ATUAÇÃO; C) MANUTENÇÃO E GERENCIAMENTO DE PLANO DE AÇÃO DENTRO DOS
LIMITES DE AUTONOMIA PRECONIZADOS PELO MODELO ASSISTENCIAL; D) PROMOÇÃO E
VALORIZAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA E DOS TRABALHADORES DA SAÚDE NO
PROCESSO DE FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS DE AÇÕES E SERVIÇOS; E)
COMUNICAÇÃO SOCIAL, PUBLICIZANDO AS INFORMAÇÕES DE INTERESSE PÚBLICO E
RECEBENDO TANTO AS CONTRIBUIÇÕES CRÍTICAS QUANTO OS QUESTIONAMENTOS
ACERCA DE ATOS PRATICADOS, ESCLARECENDO - OS;
• A EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA DEVE POSSUIR FORMAS DE CONTROLE “EXTERNO” E
“INTERNO”, NUMA PRIMEIRA DEFINIÇÃO; O CONTROLE EXTERNO, GROSSO MODO, É
EXERCIDO SOBRE O INGRESSO / SAÍDA DE MATERIAIS E PESSOAS (E DE INFORMAÇÕES)
DO E.A.S., SOBRE O DISCIPLINAMENTO DA “INTERFACE” ENTRE O ESTABELECIMENTO E O
EXTERIOR - EM ESPECIAL COM AS DEMAIS INSTITUIÇÕES DIRETAMENTE
PARTICIPANTES DO SISTEMA DE SAÚDE;
• O CONTROLE INTERNO SE DESDOBRA EM VÁRIAS DIREÇÕES: RECURSOS ASSISTENCIAIS,
CONDIÇÒES DE TRABALHO / ATENDIMENTO, DESEMPENHO DAS EQUIPES, INFECÇÃO
HOSPITALAR, SEGURANÇA, LIMPEZA, MANUTENÇÃO PREDIAL E DE EQUIPAMENTOS -
PELA COORDENAÇÃO E AUDITORIA DE TODAS AS DEMAIS ATRIBUIÇÕES DO
ESTABELECIMENTO, INCLUSIVE DA PRÓPRIA GESTÃO E EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA,
EM PRIMEIRA INSTÂNCIA;
• DO PONTO DE VISTA FÍSICO, A COORDENAÇÃO DE EQUIPES DE TRABALHO EM E.A.S.’s DE
MAIOR COMPLEXIDADE EXIGE A CLARA DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS DE TRABALHO; DEVE
- SE TORNAR “FÍSICA” A DESCENTRALIZAÇÃO DE RESPONSABILIDADES E DE ÁREAS DE
ATRIBUIÇÃO - O QUE NEM SEMPRE É POSSÍVEL: ALGUMAS ATIVIDADES SE SOBREPÕEM,
HÁ ÁREAS FÍSICAS COMUNS ENTRE AS ÁREAS DEFINIDAS “POR ATRIBUIÇÃO” (P.EX.:
ATIVIDADES DE AMBULATÓRIO E ATIVIDADES DE AÇÕES BÁSICAS; DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO E SETORES DE INTERNAÇÃO; UMA CERTA “FUNÇÃO LOGÍSTICA” DAS
UNIDADES DE ANATOMIA PATOLÓGICA ETC);
• É CRITICÁVEL A MULTIPLICAÇÃO DE SETORES ADMINISTRATIVOS ATRAVÉS DAS
UNIDADES COMPONENTES DOS E.A.S.’s DE MAIOR COMPLEXIDADE; A INFORMATIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA É FATO IRREVERSÍVEL, E IMPLICA NA ELIMINAÇÃO DE FORMAS DE
CONTROLE DIRETO (E “ARCAICO”) DE RECURSOS ASSISTENCIAIS, BEM COMO AS
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RELACIONADAS AO ARMAZENAMENTO E PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕES - QUE


PODEM CONSUMIR ÁREAS FÍSICAS EM PROPORÇÃO SIGNIFICATIVA;
• AS FORMAS DE CONTROLE DEVEM TER “INTERFACE AMIGÁVEL”, FACILMENTE
ACESSÍVEIS E COM DISPOSIÇÃO DE ACESSO FÍSICO AO EXTERIOR E ÀS ÁREAS INTERNAS
DE TRABALHO DO E.A.S.; EM ESPECIAL, A VAORIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL, DA
RECEPÇÃO AO PACIENTE / VISITANTE TEM SIDO TEMA DE PROJETOS FÍSICOS QUE SE
CONCEITUA COMO “HUMANIZADORES” DA IMAGEM INSTITUCIONAL;
• NO NÍVEL DA REDE FÍSICA DO SISTEMA COMO UM TODO, A ESTRUTURA DE GESTÃO E
EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA ENCARREGADA DA COORDENAÇÃO DE TODOS OS SEUS
COMPONENTES PODE DESENVOLVER ORGANIZAÇÃO FÍSICO - FUNCIONAL QUE ABRIGUE
AS INSTÂNCIAS DE PLANEJAMENTO,DE AUDITORIA E DE CONTROLE DAS AÇÕES E
SERVIÇOS DE FORMA DISTINTA DE QUALQUER E.A.S. ESPECÍFICO.

• A “LOGÍSTICA” DO SISTEMA DE SAÚDE PODE SER IDENTIFICADA COM SUA


INFRAESTRUTURA INDUSTRIAL (DIZ - SE QUE O HOSPITAL É UM “MISTO DE HOTEL /
™ PRESTAÇÃO DE EMPRESA / LABORATÓRIO / ESCOLA / CENTRO DE EVENTOS / TEMPLO / CARTÓRIO /
SERVIÇOS DE DELEGACIA / ARMAZÉM / C.P.D. / CRECHE / FARMÁCIA / BANCO / PRAÇA PÚBLICA /
APOIO LOGÍSTICO BIBLIOTECA / INDÚSTRIA ETC” E ATÉ PRESTA SERVIÇOS DE SAÚDE);
• EFETIVAMENTE, OS E.A.S.’s DE MAIOR COMPLEXIDADE RECEBEM E PROCESSAM
INSUMOS EM ESCALA COMPARÁVEL A PEQUENAS INDÚSTRIAS: GASES, COMBUSTÍVEIS,
ENERGIA ELÉTRICA, VAPOR, ÁGUA, SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS ETC SÃO EFETIVAMENTE
UTILIZADOS EM QUANTIDADES SIGNIFICATIVAS, COMO MEIOS PARA A OBTENÇÃO DE
DETERMINADAS CONDIÇÕES DE TRABALHO; AS INSTALAÇÕES HOSPITALARES UTILIZAM
COMPRESSORES, BOMBAS, CALDEIRAS, ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E DE
PRESTAÇÃO DE ESGOTO, CENTRAL DE PROCESSAMENTO DE LIXO ETC; DE UM CERTO PONTO DE VISTA,
SERVIÇOS DE APOIO SÃO UMA INDÚSTRIA - OU UM CONJUNTO DELAS;
LOGÍSTICO
• AS FUNÇÕES DE APOIO TÉCNICO E LOGÍSTICO APRESENTAM EM COMUM O INTENSIVO
USO DE MATERIAIS E INSTALAÇÕES DE PROCESSAMENTO DESSES MATERIAIS EM
ESCALA “INDUSTRIAL”, PORTANDO INTERDEPENDÊNCIA EM VÁRIAS DE SUAS
ATIVIDADES;
• CONSIDERÁVEL VOLUME DE RESÍDUOS POLUENTES É PRODUZIDO POR ESSAS ÁREAS
“TÉCNICA” E “LOGÍSTICA” E SEU PRÓPRIO FUNCIONAMENTO E INSTALAÇÕES GERA A
NECESSIDADE E UMA “SEGUNDA LINHA” DE INSTALAÇÕES, DESTINADA A MINORAR O
IMPACTO DE SEU FUNCIONAMENTO;
• A VARIEDADE E O VOLUME DA DEMANDA SOBRE AS INSTALAÇÕES PREDIAIS
ORDINÁRIAS E ESPECIAIS DE DETERMNADOS E.A.S.’s - ASSOCIADAMENTE A REQUISITOS
RIGOROSOS DE SEGURANÇA E MANUTENÇÃO, DE FLEXIBILIDADE DE SUA DISPOSIÇÃO E
REMANEJAMENTO - EXIGEM QUE SEU SISTEMA CONSTRUTIVO E ORGANIZAÇÃO DE
ESPAÇOS SEJAM RIGOROSAMENTE ESPECIFICADOS E COORDENADOS; CADA SUB -
SISTEMA DE INSTALAÇÕES TEM SUA PRÓPRIA “LOGÍSTICA” E REQUISITOS DE PROJETO;
• DEVE - SE CONSIDERAR QUE A AMPLA GAMA DE MATERIAIS NECESSÁRIOS COMO
INSUMOS AOS PROCEDIMENTOS ASSISTENCIAIS DEVEM SER ADEQUADAMENTE
ARMAZENADOS E DISTRIBUIDOS - SENDO QUE ALGUNS SÃO PARCIAL OU TOTALMENTE
TRANSFORMADOS EM LABORATÓRIOS E OFICINAS, GERANDO PRODUTOS NOVOS;
• DEVE - SE CONSIDERAR QUE A MANUTENÇÃO DE CONDIÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA
(ESTRUTURAL / DE DEFESA CONTRA SINISTROS / DO PATRIMÔNIO E DAS PESSOAS) E
HIGIENE (DAS PESSOAS / DOS MATERIAIS / DOS ESPAÇOS DO EDIFÍCIO E SEUS
COMPONENTES), E DE INTEGRIDADE DOS ELEMENTOS CONSTRUTIVOS EXIGE
PROGRAMAÇÃO PRÓPRIA;
• DEVE - SE CONSIDERAR QUE ALGUMAS DAS FUNCÕES “DE LOGÍSTICA” TÊM SIDO
TERCEIRIZADAS - COMO SEGURANÇA, LIMPEZA PREDIAL, MANUTENÇÃO PREDIAL E DE
EQUIPAMENTOS, PARTE DOS MEIOS DE TRANSPORTE DE CARGAS, E MESMO PARTE DA
NUTRIÇÃO E DIETÉTICA (COMO ATRIBUIÇÃO TÉCNICA) E LAVAGEM DE ROUPAS
HOSPITALARES. A TERCEIRIZAÇÃO EXIGE, PARA FALAR O MÍNIMO, RÍGIDO CONTROLE
DE QUALIDADE E AMBIENTES ESPECÍFICOS PARA SEUS TRABALHADORES;
• ILUSTRA A VARIEDADE DE SITUAÇÕES NECESSARIAMENTE DESEMPENHADAS POR
HOSPITAIS A QUESTÃO DA GUARDA, CONSERVAÇÃO, VELÓRIO E ENTREGA DE
CADÁVERES - QUE NADA TEM A VER COM A ÁREA INDUSTRIAL DO HOSPITAL OU COM
SUA SAIDA DE LIXO (!); ESSA ATIVIDADE TEM SIDO ASSOCIADA, EM MUITOS CASOS, À
ANATOMIA PATOLÓGICA POR ESTA UNIDADE REUNIR CONDIÇÕES PARA A REALIZAÇÃO
DE AUTÓ - PSIA E PARA A GUARDA DE CADÁVERES; É ATIVIDADE ADMINISTRATIVA
ESPECIAL QUE REPRESENTA UM PROBLEMA DELICADO NO CONJUNTO DA ORGANIZAÇÃO
FÍSICO - FUNCIONAL DO HOSPITAL;
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• AO NÍVEL DO SISTEMA DE SAÚDE, A LOGÍSTICA PODE SER CONSIDERADA UMA DAS


ATRIBUIÇÕES DE MAIS FORTE SIGNIFICADO “SISTÊMICO”, INTEGRADOR - E O DE
POSSIBILIDADES MENOS EXPLORADAS: TEM A VOCAÇÃO DE ESTRUTURA OPERACIONAL
DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO AUTO - SUSTENTADO, MATERIALIZANDO UMA
IMPORTANTE DIRETRIZ POLÍTICA DE AUTONOMIA DO SISTEMA REGIONAL DE SAÚDE; AO
INCLUIR A REDE DE TRANSPORTES E DE TELECOMUNICAÇÕES CONVERTE - SE NOS
“MÚSCULOS E NERVOS” DO SISTEMA REGIONAL DE SAÚDE.

Essa tabela servirá como referência para a discussão de organizações físicas de


hospitais, em sala de aula (e no exercício proposto a seguir). No entanto, não pode
passar sem estudo imediato, pelo estudante da administração hospitalar: é essencial a
sua leitura e debate, para que dúvidas e alternativas (quanto à interpretação, às ênfases,
à lógica, à completude) sejam discutidas. É fundamental compreender a natureza dessas
ATRIBUIÇÕES: elas são simultaneamente organizacionais (envolvendo funções do
E.A.S. que vão interessas diretamente ao administrador) e físicas (circunstanciando
atividades que devem ser abrigadas e articuladas através de ambientes construídos
adequados).

4.1 PADRÕES DE ATIVIDADES: elaboração de diagramas


explicativos
Segundo a RDC 050, de 2002, cada uma das Atribuições compreende um
conjunto mínimo de atividades a serem observadas pelo Estabelecimento Assistencial.
O sentido de “mínimo” se aplica à própria RDC 050: ela não é exaustiva, e não propõe
todas as atividades possíveis, que poderiam ser relacionadas às Atribuições. As
Atividades formam um conjunto mínimo a ser considerado pelos planejadores locais,
que criam composições específicas de Atividades. Essa flexibilização do planejamento
permite que cada Unidade da Federação possa desenvolver tipologias assistenciais
próprias. Antes da RDC 050 (cuja primeira versão é a Portaria Ministerial 1.884, de
1994), as Unidades da Federação eram obrigadas a seguir um modelo único,
centralmente proposto, de tipologia de estabelecimentos assistenciais de saúde.A seguir,
vamos estudar cada Atribuição através de DIAGRAMAS, como o que é exposto a
seguir. Este diagrama é resultado de uma discussão de algumas das atividades propostas
para a Atribuição 1 (“prestação de atendimento eletivo de promoção e assistência à
saúde em regime ambulatorial e de hospital - dia”).

A elaboração de diagramas é algo que deve ser desenvolvido de forma simples,


como uma explicação que deve ser compreendida por toda a equipe de saúde, por
gestores e trabalhadores, por prestadores de serviços, por usuários, por órgãos de defesa
do consumidor de serviços, por políticos, por financiadores, por todos os que têm
interesse em conhecer exatamente como o seu Estabelecimento Assistencial de Saúde
funciona.
Passos na elaboração de um diagrama elementar:
a) escolha PALAVRAS - CHAVE que cubram os principais aspectos da
atribuição (categorias de pessoas, de recursos, de ordens, de serviços,
de eventos);
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b) relacione as PALAVRAS - CHAVE entre si, através de setas ou


linhas. Essas relações podem ser de ordem de ocorrência temporal
(isto sempre ocorre antes daquilo); ordem de autorização (isto
somente pode ocorrer se aquilo autorizar) ou ordem de controle (isto
controla aquilo); associação (isto está associado àquilo, é um recurso
“irmanado”); produção (isto produz aquilo); apoio (isto auxilia

CONTROLE
DE MEDI-
CAMENTOS CONTROLE DE
ATENDIMENTO
(PACIENTES)

DIREÇÃO CONTROLE
(ADMINISTRATIVA) DE PESSOAL

REALIZAÇÃO INFORMAÇÕES
CHEFIA DE PRIMEIRA
MÉDICA MÉDICAS E
CONSULTA ESTATÍSTICAS
MÉDICA

ASSISTÊNCIA
À CONSULTA REGISTRO DE INGRESSO DE
CHEFIA
MÉDICA PACIENTES PACIENTES
DE ENFERMAGEM

REALIZAÇÃO
DE CONSULTA TRIAGEM DE
DE ENFERMAGEM PACIENTES

INTERNAÇÃO
DE PACIENTES
REALIZAÇÃO
EXAME DE CONSULTA
CLÍNICO DE MÉDICA (ACOM-
PACIENTES PANHAMENTO)

EXEMPLO DE DIAGRAMA EXPONDO RELAÇÕES


ENTRE AS ATIVIDADES DA “ATRIBUIÇÃO 1”
aquilo);
c) as PALAVRAS - CHAVE podem ser contornadas, como num
diagrama de Venn (usado na teoria dos conjuntos, em matemática),
de forma a mostraram - se sub - agrupadas; isso facilita a
compreensão de suas relações;
d) as setas podem ser unidirecionais ou bidirecionais; podemos ter
diferentes convenções (setas de cores diferentes indicando relações
diferentes); as setas podem ainda ser não - direcionais (linhas de
ligação); os diagramas podem ser enriquecidos com muitas outras
convenções: tudo deve ser elaborado em benefício da explicação mais
completa e compreensível que possa propor.

O melhor da atividade está justamente na discussão acerca da execução de um


diagrama. Essa atividade exige discussão e implica em troca e aquisição de
conhecimento. Observe que uma mesma Atribuição pode gerar muitos diagramas
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diferentes, mesmo que façamos uso das mesmas Atividades, ou que usemos as mesmas
palavras - chave. Lembre - se que podemos explicar um mesmo fenômeno com
diferentes palavras. Também deve ser observado que é possível fazer diagramas
envolvendo Atividades de diferentes Atribuições (como, por exemplo, entre a
Atribuição 3, prestação de atendimento de assistência à saúde em regime de internação
- atendimento a pacientes que necessitam de assistência direta programada por
período superior a 24 horas [pacientes internos] e a Atribuição 6, formação e
desenvolvimento de recursos humanos e de pesquisa - atendimento direta ou
indiretamente relacionado à atenção e assistência à saúde em funções de ensino e
ATRIBUIÇÃO 1 ATRIBUIÇÃO(...) ATRIBUIÇÃO 8
a1 a1 a1

a2 a2 a2 A RDC-050, Norma para o planejamento físico de


a3 a3 a3
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, relaciona
Atribuições e Atividades de modo unívoco, sem
a4 a4 a4 inter-relacioná-las. Isso reduz drasticamente o seu
potencial explicativo e normativo.
a5 a5 a5

(...) (...) (...)

aN aN aN

ATRIBUIÇÃO 1 ATRIBUIÇÃO(...) ATRIBUIÇÃO 8


a1 a1 a1 a1 a1 a1

a2 a2 a2 a2 a2 a2 Quando exercitamos as inter-relações entre as Atividades


a3 a3 a3 a3 a3 a3 que definem (e são definidas) pelas Atribuições, aprofun-
damos a explicação, e nos comprometemos com aspectos
a4 a4 a4 a4 a4 a4 de organização “local” do E.A.S., pois as Atribuições
estão relacionadas de forma físico-funcional.
a5 a5 a5 a5 a5 a5

(...) (...) (...) (...) (...) (...)

aN aN aN aN aN aN

ATRIBUIÇÃO 1 ATRIBUIÇÃO(...) ATRIBUIÇÃO 8


a1 a1 a1 a1 a1 a1

a2 a2 a2 a2 a2 a2 O exercício pode ocorrer com o estudo das inter-relações


a3 a3 a3 a3 a3 a3
ENTRE Atribuições, o que coloca em evidência as impor-
tantes funções de controle e administração do E.A.S.;
a4 a4 a4 a4 a4 a4 Um terceiro nível de estudos deve ocorrer ENTRE
diferentes E.A.S., no nível da rede local de saúde.
a5 a5 a5 a5 a5 a5

(...) (...) (...) (...) (...) (...)

aN aN aN aN aN aN

pesquisa). Na verdade, TODAS as Atribuições relacionam - se entre si num grande


E.A.S., como um Hospital Universitário, talvez o mais complexo de todos.
A discussão pormenorizada e contextualizada de cada atividade permite a
aquisição de um primeiro, fundamental, conjunto de conhecimentos acerca do
funcionamento de E.A.S.; contudo, há pelo menos um “segundo conjunto” de
conhecimentos a ser adquirida, e que as normas não explicitam – e falham ao não
explicitar: as inter - relações entre as atividades (a) no âmbito da respectiva Atribuição,
e (b) entre diferentes Atribuições. Nesse último aspecto estão importantes atividades de
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administração e controle (de pessoal, de materiais e equipamentos, de pacientes, de


informações, de energia, entre outros insumos e resultados).

A seguir, expomos a lista de Atribuições e Atividades da RDC 050, de 2002,


para apoiar esse exercício de compreensão do funcionamento de partes de um
Estabelecimento Assistencial de Saúde.

ATRIBUIÇÃO 1: PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO ELETIVO DE PROMOÇÃO E


ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM REGIME AMBULATORIAL E DE HOSPITAL - DIA

ATIVIDADES:
1.1 - Realizar ações individuais ou coletivas de prevenção à saúde tais como:
imunizações, primeiro atendimento, controle de doenças, visita domiciliar, coleta de
material para exame, etc.;
1.2 - Realizar vigilância epidemiológica através de coleta e análise sistemática
de dados, investigação epidemiológica, informação sobre doenças, etc.;
1.3 - Promover ações de educação para a saúde, através de palestras,
demonstrações e treinamento “in loco”, campanha, etc.;
1.4 - Orientar as ações em saneamento básico através da instalação e
manutenção de melhorias sanitárias domiciliares relacionadas com água, esgoto e
resíduos sólidos;
1.5 - Realizar vigilância nutricional através das atividades continuadas e
rotineiras de observação, coleta e análise de dados e disseminação da informação
referente ao estado nutricional, desde a ingestão de alimentos à sua utilização biológica;
1.6 - Recepcionar, registrar e fazer marcação de consultas;
1.7 - Proceder à consulta médica, odontológica, psicológica, de assistência
social, de nutrição, de farmácia, de fisioterapia, de terapia ocupacional, de
fonoaudiologia e de enfermagem;
1.8 - Realizar procedimentos médicos e odontológicos de pequeno porte, sob
anestesia local (punções, biópsia, etc.);
1.9 - Realizar procedimentos diagnósticos que requeiram preparação e/ou
observação médica posterior, por período de até 24 horas *;
1.10 - Realizar procedimentos terapêuticos, que requeiram preparação e/ou
observação médica posterior, por período de até 24 horas *;
1.11 - executar e registrar a assistência médica e de enfermagem por período de
até 24 horas; e
1.12 - Realizar treinamento especializado para aplicação de procedimento
terapêutico e/ou manutenção ou uso de equipamentos especiais.

ATRIBUIÇÃO 2: PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO IMEDIATO DE


ASSISTÊNCIA À SAÚDE
ATIVIDADES:
2.1 - Nos casos sem risco de vida (urgência de baixa e média complexidade):
2.1.1 - fazer triagem para os atendimentos;
2.1.2 - prestar atendimento social ao paciente e/ou acompanhante;
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2.1.3 - fazer higienização do paciente;


2.1.4 - realizar procedimentos de enfermagem;
2.1.5 - realizar atendimentos e procedimentos de urgência;
2.1.6 - prestar apoio diagnóstico e terapêutico por 24 hs;
2.1.7 - manter em observação o paciente por período de até 24hs, e;
2.1.8 - fornecer refeição para o paciente.
2.2 - Nos casos com risco de vida (emergência) e nos casos sem risco de vida
(urgências de alta complexidade):
2.2.1 - prestar o primeiro atendimento ao paciente;
2.2.2 - prestar atendimento social ao paciente e/ou acompanhante;
2.2.3 - fazer higienização do paciente;
2.2.4 - realizar procedimentos de enfermagem;
2.2.5 - realizar atendimentos e procedimentos de emergência e urgência
de alta complexidade;
2.2.6 - prestar apoio diagnóstico e terapia por 24 hs;
2.2.7 - manter em observação o paciente por período de até 24 hs; e;
2.2.8 - fornecer refeição para o paciente.
Preleções
Expurgo (Residentes e
Sessões de Higiene Aprendizes)
Manutenção Pessoal
da Unidade
Sessões
Preparo (Geral) de Pesquisa
Higienização
Instâncias de
Administação Preparo Horário
Hospitalar de Medicação
Posto
Prescrição
Prescrição de Enferm.
Médica
Reuniões Visitação
Prescrição Médica
Programação Nutricional
de Trabalho Visitação
de Familiares
Prescrição
Psi. Clínica
Sessões
Clínicas
Visitação
outras Clínicas

EXEMPLO DE DIAGRAMA EXPONDO RELAÇÕES ENTRE ATIVIDADES DA ATRIBUIÇÃO 3

ATRIBUIÇÃO 3: PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO DE ASSISTÊNCIA À


SAÚDE EM REGIME DE INTERNAÇÃO

ATIVIDADES:
3.1 - Internação de pacientes adultos e infantis:
3.1.1 - proporcionar condições de internar pacientes, em ambientes
individuais ou coletivos, conforme faixa etária, patologia, sexo e intensividade
de cuidados;
3.1.2 - executar e registrar a assistência médica diária;
3.1.3 - executar e registrar a assistência de enfermagem, administrando as
diferentes intervenções sobre o paciente;
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3.1.4 - prestar assistência nutricional e distribuir alimentação a pacientes


(em locais específicos ou no leito) e a acompanhantes (quando for o caso);
3.1.5 - prestar assistência psicológica e social;
3.1.6 - realizar atividades de recreação infantil e de terapia ocupacional,
e;
3.1.7 - prestar assistência pedagógica infantil (de 1º grau) quando o
período de internação for superior a 30 dias.
3.2 - Internação de recém - nascidos até 28 dias (neonatologia):
3.2.1 - alojar e manter sob cuidados recém - nascidos sadios;
3.2.2 - proporcionar condições de internar recém - nascidos, patológicos,
prematuros e externos que necessitam de observação;
3.2.3 - proporcionar condições de internar pacientes críticos em regime
intensivo;
3.2.4 - executar e registrar a assistência médica diária;
3.2.5 - executar e registrar a assistência de enfermagem, administrando as
diferentes intervenções sobre o paciente;
3.2.6 - prestar assistência nutricional e dar alimentação aos recém -
nascidos;
3.2.7 - executar o controle de entrada e saída de RN.
3.3 - Internação de pacientes em regime de terapia intensiva:
3.3.1 - proporcionar condições de internar pacientes críticos, em
ambientes individuais ou coletivos, conforme grau de risco, faixa etária (exceto
neonatologia), patologia e requisitos de privacidade;
3.3.2 - executar e registrar a assistência médica intensiva;
3.3.3 - executar e registrar a assistência de enfermagem intensiva;
3.3.4 - prestar apoio diagnóstico laboratorial, de imagens, hemoterápico,
cirúrgico e terapêutico durante 24 horas;
3.3.5 - manter condições de monitoramento e assistência respiratória 24
horas;
3.3.6 - prestar assistência nutricional e distribuir alimentação aos
pacientes;
3.3.7 - manter pacientes com morte cerebral, nas condições de permitir a
retirada de órgãos para transplante, quando consentida, e;
3.3.8 - prestar informações e assistência aos acompanhantes dos
pacientes.
3.4 - Internação de pacientes queimados em regime intensivo:
3.4.1 - recepcionar e transferir pacientes;
3.4.2 - proporcionar condições de internar pacientes com queimaduras
graves, em ambientes individuais ou coletivos, conforme faixa etária, sexo e
grau de queimadura;
3.4.3 - executar e registrar a assistência médica ininterrupta;
3.4.4 - executar e registrar a assistência de enfermagem ininterrupta;
3.4.5 - dar banhos com fins terapêuticos nos pacientes;
3.4.6 - assegurar a execução dos procedimentos pré-anestésicos e
executar
procedimentos anestésicos;
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3.4.7 - prestar apoio terapêutico cirúrgico como rotina de tratamento


(vide item 5.6.);
3.4.8 - prestar apoio diagnóstico laboratorial e de imagens ininterrupto;
3.4.9 - manter condições de monitoramento e assistência respiratória
ininterruptas;
3.4.10 - prestar assistência nutricional de alimentação e hidratação aos
pacientes; e;
3.4.11 - prestar apoio terapêutico de reabilitação fisioterápica aos
pacientes.

ATRIBUIÇÃO 4: PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO DE APOIO AO


DIAGNÓSTICO E TERAPIA

ATIVIDADES:
4.1 - Patologia clínica:
4.1.1 - receber ou proceder a coleta de material (no próprio laboratório
ou descentralizada);
4.1.2 - fazer a triagem do material;
4.1.3 - fazer análise e procedimentos laboratoriais de substâncias ou
materiais biológicos com finalidade diagnóstica e de pesquisa;
4.1.4 - fazer o preparo de reagentes/soluções;
4.1.5 - fazer a desinfecção do material analisado a ser descartado;
4.1.6 - fazer a lavagem e preparo do material utilizado; e;
4.1.7 - emitir laudo das análises realizadas.
4.2 - Imagenologia:
4.2.1 - proceder à consulta e exame clínico de pacientes;
4.2.2 - preparar o paciente;
4.2.3 - assegurar a execução de procedimentos pré-anestésicos e realizar
procedimentos anestésicos;
4.2.4 - proceder a lavagem cirúrgica das mãos;
4.2.5 - realizar exames diagnósticos e intervenções terapêuticas:
a) por meio da radiologia através dos resultados de estudos
fluoroscópicos ou radiográficos;
b) por meio da radiologia cardiovascular, usualmente recorrendo a
catéteres e injeções de contraste. Executam-se também procedimentos
terapêuticos como angioplastia, drenagens e embolizações terapêuticas;
c) por meio da tomografia - através do emprego de radiações ionizantes;
d) por meio da ultra-sonografia - através dos resultados dos estudos
ultrasonográficos;
e) por meio da ressonância magnética - através de técnica que utiliza
campos magnéticos;
f) por meio de endoscopia digestiva e respiratória;
g) por outros meios;
4.2.6 - elaborar relatórios médicos e de enfermagem e registro dos
procedimentos realizados;
4.2.7 - proporcionar cuidados pós - anestésicos e pós-procedimentos;
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4.2.8 - assegurar atendimento de emergência;


4.2.9 - realizar o processamento da imagem;
4.2.10 - interpretar as imagens e emitir laudo dos exames realizados;
4.2.11 - guardar e preparar chapas, filmes e contrastes;
4.2.12 - zelar pela proteção e segurança de pacientes e operadores; e
4.2.13 - assegurar o processamento do material biológico coletado nas
endoscopias.
4.3 - Métodos gráficos:
4.3.1 - preparar o paciente;
4.3.2 - realizar os exames que são representados por traçados gráficos
aplicados em papel ou em filmes especiais, tais como: eletrocardiograma,
ecocardiograma, ergometria, fonocardiograma, vetocardiograma,
eletroencefalograma, potenciais evocados, etc.; e;
4.3.3 - emitir laudo dos exames realizados.
4.4 - Anatomia patológica e citopatologia:
4.4.1 - receber e registrar o material para análise ( peças, esfregaços,
líquidos, secreções e cadáveres);
4.4.2 - fazer a triagem do material recebido;
4.4.3 - preparo e guarda dos reagentes;
4.4.4 - fazer exames macroscópicos e/ou processamento técnico
(clivagem, descrição, capsulamento, fixação e armazenagem temporária e peças)
do material a ser examinado;
4.4.5 - realizar exames microscópicos de materiais teciduais ou
citológicos, obtidos por coleta a partir de esfregaços, aspirados, biópsias ou
necrópsias;
4.4.6 - realizar necrópsias;
4.4.7 - emitir laudo dos exames realizados;
4.4.8 - fazer a codificação dos exames realizados;
4.4.9 - manter documentação fotográfica científica, arquivo de lâminas e
blocos;
4.4.10 - zelar pela proteção dos operadores.
4.5 - Desenvolvimento de atividades de medicina nuclear:
4.5.1 - receber e armazenar os radioisótopos;
4.5.2 - fazer o fracionamento dos radioisótopos;
4.5.3 - receber e proceder a coleta de amostras de líquidos corporais para
ensaios;
4.5.4 - realizar ensaios com as amostras coletadas utilizando
radioisótopos;
4.5.5 - aplicar radioisótopos no paciente pelos meios: injetável, oral ou
inalável;
4.5.6 - manter o paciente em repouso pós - aplicação;
4.5.7 - realizar exames nos pacientes "aplicados";
4.5.8 - realizar o processamento da imagem;
4.5.9 - manter em isolamento paciente pós - terapia com potencial de
emissão radioativa;
4.5.10 - emitir laudo dos atos realizados e manter documentação, e;
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4.5.11 - zelar pela proteção e segurança dos pacientes e operadores.


4.6 - Realização de procedimentos cirúrgicos e endoscópicos:
4.6.1 - recepcionar e transferir pacientes;
4.6.2 - assegurar a execução dos procedimentos pré-anestésicos e
executar procedimentos anestésicos no paciente;
4.6.3 - proceder a lavagem cirúrgica e anti-sepsia das mãos;
4.6.4 - executar cirurgias e endoscopias em regime de rotina ou em
situações de emergência;
4.6.5 - realizar endoscopias que requeiram supervisão de médico
anestesista;
4.6.6 - realizar relatórios médicos e de enfermagem e registro das
cirurgias e endoscopias realizadas;
4.6.7 - proporcionar cuidados pós - anestésicos;
4.6.8 - garantir o apoio diagnóstico necessária, e;
4.6.9 - retirar e manter órgãos para transplante.
4.7.Realização de partos normais, cirúrgicos e intercorrências obstétricas:
4.7.1 - recepcionar e transferir parturientes;
4.7.2 - examinar e higienizar parturiente;
4.7.3 - assistir parturientes em trabalho de parto;
4.7.4 - assegurar a execução dos procedimentos pré-anestésicos e
anestésicos;
4.7.5 - proceder a lavagem e anti-sepsia cirúrgica das mãos, nos casos de
partos cirúrgicos;
4.7.6 - assistir partos normais;
4.7.7 - realizar partos cirúrgicos;
4.7.8 - assegurar condições para que acompanhantes das parturientes
possam assistir ao pré-parto, parto e pós - parto, a critério médico;
4.7.9 - realizar curetagens com anestesia geral;
4.7.10 - realizar aspiração manual intra-uterina - AMIU;
4.7.11 - prestar assistência médica e de enfermagem ao RN, envolvendo
avaliação de vitalidade, identificação, reanimação (quando necessário) e
higienização;
4.7.12 - realizar relatórios médicos e de enfermagem e registro de parto;
4.7.13 - proporcionar cuidados pós-anestésicos e pós-parto, e;
4.7.14 - garantir o apoio diagnóstico necessário.
4.8 - Desenvolvimento de atividades de reabilitação em pacientes externos e
internos:
4.8.1 - preparar o paciente;
4.8.2 - realizar procedimentos:
a) por meio da fisioterapia - através de meios físicos:
Termoterapia (tratamento através de calor) - forno de Bier,
infravermelho, Ultravioleta, ondas curtas, ultra - som e parafina;
Eletroterapia (tratamento através de corrente elétrica) - corrente
galvânica e corrente farádica;
Cinesioterapia (tratamento através de movimento) - exercício ativo,
exercício passivo e exercício assistido (com ajuda de aparelhos);
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Mecanoterapia (tratamento através de aparelhos) - tração cervical, tração


lombar, bicicleta fixa, bota de Delorene, mesa de Kanavel, espelho de postura, barra de
Ling, escada e rampa, roda de ombro, paralela, tatame e quadro balcânico;
Hidroterapia (tratamento por meio de água) - turbilhão, tanque de
Hubbad e piscina;

b) por meio da terapia ocupacional, e;


c) por meio da fonoaudiologia.
4.8.3 - emitir relatório das terapias realizadas.
4.9 - Desenvolvimento de atividades hemoterápicas e hematológicas:
4.9.1 - recepcionar e registrar doadores;
4.9.2 - manter arquivo de doadores;
4.9.3 - fazer triagem hematológica e clínica de doadores;
4.9.4 - coletar sangue ou hemocomponentes;
4.9.5 - prestar assistência nutricional aos doadores;
4.9.6 - proporcionar cuidados médicos aos doadores;
4.9.7 - processar sangue em componentes;
4.9.8 - analisar as amostras coletadas de doadores;
4.9.9 - emitir laudo da análise realizada;
4.9.10 - fazer a liberação e rotulagem dos produtos após o resultado das
análises laboratoriais;
4.9.11 - estocar sangue e hemocomponentes;
4.9.12 - testar os hemocomponentes produzidos;
4.9.13 - promover teste de compatibilidade entre a amostra de sangue de
pacientes e hemocomponentes ou sangue de doadores;
4.9.14 - distribuir sangue e hemocomponentes;
4.9.15 - coletar amostra de sangue de pacientes;
4.9.16 - promover terapêutica transfusional em paciente;
4.9.17 - promover a aféreses terapêutica em paciente, e;
4.9.18 - realizar procedimentos de enfermagem.
4.10 - Desenvolvimento de atividades de radioterapia:
4.10.1 - proceder a consulta médica para o planejamento e programação
da terapia;
4.10.2 - preparar paciente;
4.10.3 - realizar procedimentos de enfermagem;
4.10.4 - realizar o planejamento e programação de procedimentos
radioterápicos (cálculos, moldes, máscaras, simulação, etc.);
4.10.5 - fazer o preparo dos radioisótopos;
4.10.6 - realizar o processamento da imagem;
4.10.7 - aplicar radiações ionizantes (Raios X, gama, etc.) para fins
terapêuticos através equipamentos apropriados;
4.10.8 - manter em isolamento paciente em terapia com potencial de
emissão radioativa, e;
4.10.9 - zelar pela proteção e segurança dos pacientes, operadores e
ambientes.
4.11 - Desenvolvimento de atividades de quimioterapia:
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4.11.1 - realizar o planejamento e programação das ações de


quimioterapia;
4.11.2 - preparar paciente;
4.11.3 - realizar procedimentos de enfermagem;
4.11.4 - administrar/infundir soluções quimioterápicas para fins
terapêuticos;
4.11.5 - manter em observação paciente pós - terapia;
4.11.6 - emitir laudo e registrar os atos realizados, e;
4.11.7 - zelar pela proteção e segurança dos pacientes, operadores e
ambiente.
4.12 - Desenvolvimento de atividades de diálise:
4.12.1 - proceder a consulta médica para elaboração de plano de diálise;
4.12.2 - proporcionar cuidados médicos imediatos aos pacientes com
intercorrências advindas da diálise;
4.12.3 - proporcionar condições para o tratamento (deionização, osmose
reversa ou outro) da água a ser utilizada nas terapias;
4.12.4 - realizar diálises (peritoniais e/ou hemodiálise);
4.12.5 - realizar procedimentos de enfermagem;
4.12.6 - realizar o processamento de limpeza e desinfecção dos capilares
para reuso nas diálises, e;
4.12.7 - proceder ao treinamento de DPAC (Diálise Peritonial
Ambulatorial Contínua) para os pacientes;
4.12.8 - prestar assistência nutricional aos pacientes.
4.13 - Desenvolvimento de atividades relacionadas ao leite humano:
4.13.1 - recepcionar, registrar e fazer a triagem das doadoras;
4.13.2 - preparar a doadora;
4.13.3 - coletar leite humano (colostro, leite de transição e leite maduro),
intra ou extra estabelecimento;
4.13.4 - fazer o processamento do leite coletado, compreendendo as
etapas de seleção, classificação, tratamento e acondicionamento;
4.13.5 - fazer a estocagem do leite processado;
4.13.6 - fazer o controle de qualidade do leite coletado e processado;
4.13.7 - distribuir leite humano;
4.13.8 - promover ações de educação no âmbito do aleitamento materno,
através de palestras, demonstrações e treinamento “in loco”; e
4.13.9 - proporcionar condições de conforto aos lactentes acompanhantes
da doadora.
4.14 - Desenvolvimento de atividades de oxigenoterapia hiperbárica (OHB):
4.14.1 - proceder a consulta médica para o planejamento e programação
da terapia;
4.14.2 - emitir relatório das terapias realizadas;
4.14.3 - realizar o tratamento médico através de câmara hiperbárica
individual ou coletiva;
4.14.4 - Proporcionar acompanhamento médico aos pacientes durante as
seções de tratamento;
4.14.5 - proporcionar cuidados médicos imediatos aos pacientes com
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intercorrências advindas do tratamento;


4.14.6 - realizar procedimentos de enfermagem;
4.14.7 - zelar pela proteção e segurança dos pacientes, operadores e
ambiente.

ATRIBUIÇÃO 5: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE APOIO TÉCNICO

ATIVIDADES:
5.1 - Proporcionar condições de assistência alimentar a indivíduos enfermos e
sadios:
5.1.1 - receber, selecionar e controlar alimentos, fórmulas, preparações e
utensílios;
5.1.2 - armazenar alimentos, fórmulas, preparações e utensílios;
5.1.3 - distribuir alimentos e utensílios para preparo;
5.1.4 - fazer o preparo dos alimentos e fórmulas;
5.1.5 - fazer a cocção das dietas normais, desjejuns e lanches;
5.1.6 - fazer a cocção das dietas especiais;
5.1.7 - fazer o preparo de fórmulas lácteas e não lácteas;
5.1.8 - fazer a manipulação das nutrições enterais;
5.1.9 - fazer o porcionamento das dietas normais;
5.1.10 - fazer o porcionamento das dietas especiais;
5.1.11 - fazer o envase, rotulagem e esterilização das fórmulas lácteas e
não lácteas;
5.1.12 - fazer o envase e rotulagem das nutrições enterais;
5.1.13 - distribuir as dietas normais e especiais;
5.1.14 - distribuir as fórmulas lácteas e não lácteas;
5.1.15 - distribuir as nutrições enterais;
5.1.16 - distribuir alimentação e oferecer condições de refeição aos
pacientes, funcionários, alunos e público;
5.1.17 - distribuir alimentação específica e individualizada aos pacientes;
5.1.18 - higienizar e guardar os utensílios da área de preparo;
5.1.19 - receber, higienizar e guardar utensílios dos pacientes além de
descontaminar e esterilizar os utensílios provenientes de quartos de isolamento;
5.1.20 - receber, higienizar e guardar as louças, bandeja e talheres dos
funcionários, alunos e público;
5.1.21 - receber, higienizar e guardar os carrinhos;
5.1.22 - receber, higienizar e esterilizar mamadeiras e demais utensílios
utilizados, e;
5.1.23 - receber, higienizar e esterilizar os recipientes das nutrições
enterais.

5.2 - Proporcionar assistência farmacêutica:


5.2.1 - receber e inspecionar produtos farmacêuticos;
5.2.2 - armazenar e controlar produtos farmacêuticos;
5.2.3 - distribuir produtos farmacêuticos;
5.2.4 - dispensar medicamentos;
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5.2.5 - manipular, fracionar e reconstituir medicamentos;


5.2.6 - preparar e conservar misturas endovenosas (medicamentos);
5.2.7 - preparar nutrições parenterais;
5.2.8 - diluir quimioterápicos;
5.2.9 - diluir germicidas;
5.2.10 - realizar controle de qualidade, e;
5.2.11 - prestar informações sobre produtos farmacêuticos.
5.3 - Proporcionar condições de esterilização de material médico, de
enfermagem, laboratorial, cirúrgico e roupas:
5.3.1 - receber, desinfetar e separar os materiais;
5.3.2 - lavar os materiais;
5.3.3 - receber as roupas vindas da lavanderia;
5.3.4 - preparar os materiais e roupas (em pacotes);
5.3.5 - esterilizar os materiais e roupas, através dos métodos físicos (calor
úmido, calor seco e ionização) e/ou químico (líquido e gás), proporcionando
condições de aeração dos produtos esterilizados a gás;
5.3.6 - fazer o controle microbiológico e de validade dos produtos
esterilizados;
5.3.7 - armazenar os materiais e roupas esterilizadas;
5.3.8 - distribuir os materiais e roupas esterilizadas, e;
5.3.9 - zelar pela proteção e segurança dos operadores.

ATRIBUIÇÃO 6: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS


HUMANOS E DE PESQUISA

ATIVIDADES:
6.1 - Promover o treinamento em serviço dos funcionários;
6.2 - Promover o ensino técnico, de graduação e de pós - graduação, e;
6.3 - Promover o desenvolvimento de pesquisas na área de saúde.

ATRIBUIÇÃO 7: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE APOIO DE GESTÃO E


EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA

ATIVIDADES:
7.1 - Realizar os serviços administrativos do estabelecimento:
7.1.1 - dirigir os serviços administrativos;
7.1.2 - assessorar a direção do EAS no planejamento das atividades e da
política de investimentos em recursos humanos, físicos, técnicos e tecnológicos;
7.1.3 - executar administração de pessoal;
7.1.4 - fazer compra de materiais e equipamentos;
7.1.5 - executar administração orçamentária, financeira, contábil e
faturamento;
7.1.6 - organizar, processar e arquivar os dados de expediente;
7.1.7 - prestar informações administrativas aos usuários e funcionários, e;
7.1.8 - apurar custos da prestação de assistência e outros.
7.2 - Realizar os serviços de planejamento clínico, de enfermagem e técnico:
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7.2.1 - dirigir os serviços clínicos, de enfermagem e técnico do


estabelecimento;
7.2.2 - executar o planejamento e supervisão da assistência; e,
7.2.3 - prestar informações clínicas e de enfermagem ao paciente.
7.3 - Realizar serviços de documentação e informação em saúde:
7.3.1 - registrar a movimentação dos pacientes e serviços clínicos do
estabelecimento;
7.3.2 - proceder a marcação de consultas e exames;
7.3.3 - fazer as notificações médicas e as movimentações dos pacientes
do
atendimento imediato;
7.3.4 - receber, conferir, ordenar, analisar e arquivar os prontuários dos
pacientes;
7.3.5 - elaborar e divulgar estatísticas de produção e dados nosológicos
do
estabelecimento; e.
7.3.6 - fazer notificação policial dos casos de acidente e violência.

ATRIBUIÇÃO 8: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE APOIO LOGÍSTICO

ATIVIDADES:
8.1 - Proporcionar condições de lavagem das roupas usadas
8.1.1 - coletar e acondicionar roupa suja a ser encaminhada para a
lavanderia (externa ao EAS ou não);
8.1.2 - receber, pesar a roupa e classificar conforme norma;
8.1.3 - lavar e centrifugar a roupa;
8.1.4 - secar a roupa;
8.1.5 - costurar e/ou confeccionar, quando necessário, a roupa;
8.1.6 - passar a roupa através de calandra, prensa ou ferro;
8.1.7 - separar e preparar (dobragem, etc.) a roupa lavada ;
8.1.8 - armazenar as roupas lavadas;
8.1.9 - separar e preparar os pacotes da roupa a ser esterilizada;
8.1.10 - distribuir a roupa lavada;
8.1.11 - zelar pela segurança dos operadores, e;
8.1.12 - limpar e desinfectar o ambiente e os equipamentos.
8.2 - Executar serviços de armazenagem de materiais e equipamentos:
8.2.1 - receber, inspecionar e registrar os materiais e equipamentos;
8.2.2 - armazenar os materiais e equipamentos por categoria e tipo, e;
8.2.3 - distribuir os materiais e equipamentos.
8.3 - Proporcionar condições técnicas para revelação, impressão e guarda de
chapas e filmes;
8.4 - Executar a manutenção do estabelecimento:
8.4.1 - receber e inspecionar equipamentos, mobiliário e utensílios;
8.4.2 - executar a manutenção predial (obras civis e serviços de alvenaria,
hidráulica, mecânica, elétrica, carpintaria, marcenaria, serralharia, jardinagem,
serviços de chaveiro);
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8.4.3 - executar a manutenção dos equipamentos de saúde: assistenciais,


de apoio, de infra-estrutura e gerais, mobiliário e utensílios (serviços de
mecânica, eletrônica, eletromecânica, ótica, gasotécnica, usinagem, refrigeração,
serralharia, pintura, marcenaria e estofaria);
8.4.4 - guardar e distribuir os equipamentos, mobiliário e utensílios, e;
8.4.5 - alienar bens inservíveis.
8.5 - Proporcionar condições de guarda, conservação, velório e retirada de
cadáveres.
8.6 - Proporcionar condições de conforto e higiene aos:
8.6.1 - paciente: recepção, espera, guarda de pertences, recreação, troca
de roupa e higiene pessoal;
8.6.2 - doador: espera, guarda de pertences e higiene pessoal;
8.6.3 - funcionário e aluno: descanso, guarda de pertences, troca de roupa
e higiene pessoal;
8.6.4 - público: espera, guarda de pertences e higiene pessoal.
8.7 - Zelar pela limpeza e higiene do edifício, instalações e áreas externas e
materiais e instrumentais e equipamentos assistenciais, bem como pelo
gerenciamento de resíduos sólidos.
8.8 - Proporcionar condições de segurança e vigilância do edifício, instalações e
áreas externas.
8.9 - Proporcionar condições de infra-estrutura predial:
8.9.1 - de produção:
a) abastecimento de água;
b) alimentação energética;
c) geração de energia;
d) geração de vapor, e;
e) geração de água e ar frio.
8.9.2 - de distribuição ou coleta:
a) efluentes;
b) resíduos sólidos;
c) resíduos radioativos.
8.9.3 - reservação, lançamento ou tratamento:
a) água;
b) gases combustíveis (GLP e outros);
d) óleo combustível;
e) gases medicinais;
f) esgotos;
g) resíduos sólidos.
8.9.4 - guarda de veículos.

4.2 PADRÕES DE ESPAÇOS E ATIVIDADES: elaboração


de diagramas explicativos
Diagramas que expliquem as relações entre espaços e atividades podem deixar
claras as relações a serem consideradas na organização hospitalar. Como vimos
anteriormente, os sistemas de saúde apresentam “modulações” em termos das
atribuições profissionais, das ações de saúde, e dos fenômenos de população no
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território. Quando planejamos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde de maior


complexidade, módulos de serviço (como a Unidade de Emergência ou o Centro
Cirúrgico) surgem, como solução funcional e administrativa. O diagrama na página
seguinte mostra as relações entre Unidades de serviço num hospital idealizado.
PESSOAL PÚBLICO
PÚBLICO PÚBLICO PÚBLICO LIMPEZA URBANA
FORNECEDORES AUTORIDADES PACIENTE AMBULANTE
PACIENTE ELETIVO PACIENTE REFERIDO PACIENTE TRANSPORTADO FUNERÁRIAS
IMPRENSA PACIENTE REFERIDO

C C C C C

Visitantes
Pacientes de Diagnóstico Atendimento
Administração Ambulatório
C internação eletiva & Tratamento Imediato
ATENDIMENTO

Residência
Centro Unidade Anatomia
Médica e Internação e Centro
S.A.M.E. C de Tratamento C
Treinamento Alta Obstétrico Cirúrgico Patológica
Intensivo
em Servço
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Especialidades
Clínica Clínica Clínica Clínica
Convalescença
Médica Pediátrica Obstétrica Cirúrgica
Crônicos
TERAPIAS INTENSIVAS
E INTERNAÇÃO

Ambientes de Apoio e Controle


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Farmácia Lavanderia Central de Central de


Almoxarifado Farmaco- Cozinha Equipamentos
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C Hospitalar Material Lixo Hospitalar C


Patrimônio técnica Hospitalar Hospitalar Manutenção e Infraestrutura
(Dispensamento) Esterilizado
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APOIOS
TEC/LOG
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P1

P2

P3 REALIZAÇÃO DE AÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE;

P1 PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO ELETIVO DE


P4... ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM REGIME AMBULATORIAL
P2
Pn PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO IMEDIATO DE
ASSISTÊNCIA À SAÚDE;
P3
P1 PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO DE ASSISTÊNCIA
P4... À SAÚDE EM REGIME DE INTERNAÇÃO ;

P2 PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO DE APOIO AO


Pn
DIAGNÓSTICO E TERAPIA;
P3

P4...

Pn

4.3 PADRÕES DE ESPAÇOS E ATIVIDADES: roteiro


para Estudo de Casos
4.3.1) DISCRIMINAÇÃO DE PONTOS ESPECÍFICOS PARA O LEVANTAMENTO
DE INFORMAÇÕES, POR UNIDADE HOSPITALAR (SUGESTÃO):

• Unidade de Administração Hospitalar:


- Como funciona ? Quem compõe seu quadro de pessoal ? Quais são as diretorias
existentes e qual é o organograma básico do hospital ? Qual o papel da Administração
no hospital e qual a sua relação com o usuário ? Há exigência de sigilo sobre as
atividades (quais)? Atende a que tipos de público (usuários, fornecedores, jornalistas,
funcionários, etc) ? É facilmente acessível ao público? Como é realizado o controle de
internação e alta de pacientes ? Quem controla os pertences de pacientes ? Há controle
de qualidade do conjunto de serviços e atividades ? Há Comissão Permanente de
Sindicância (o quê faz) ? Há Comissão de Controle de Infecção Hospitalar ( o quê faz )
? Há Serviço de Medicina do Trabalho ( o quê faz ) ? Há Serviço Social (o quê faz ?) De
onde vêm os recursos para manter o hospital (são suficientes)? Como são gastos e qual a
forma de prestação de contas ? Há representante da comunidade na administração do
hospital, em qualquer de suas instâncias ? Quais os principais problemas existentes no
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setor (em especial relacionados aos espaços de trabalho, seu dimensionamento,


conforto, acesso, bem como o número de funcionários) ?

• Unidade de Ambulatório:
- Como funciona ? Qual o período principal de funcionamento - e por quê ? Quais as
clínicas existentes ? Há enfermagem especializada ? Em que casos há medicação do
paciente no ambulatório ? É necessário separar os fluxos de pacientes e de serviço ? O
que é o prontuário do paciente ? De onde vem o prontuário ? O paciente vem “referido”
de onde ? O que é “referência” e “contra-referência” ? Quais os programas comuns
entre o hospital e os Centros de Saúde ? O ambulatório encaminha o paciente para
exames no próprio hospital - que exames são os mais comuns ? Deve-se ter ambientes
distintos para as crianças e mulheres ? Como os pacientes são chamados para os
consultórios ? Quem controla o fluxo de pacientes ? O ambulatório é facilmente
acessível ? Os pacientes e acompanhantes estão bem acomodados nas esperas ? Quais
os principais problemas existentes no setor ?

• Unidade de Banco de Leite:


- Como funciona ? Como é feita a coleta ? Há exames prévios da doadora ? Como é
processado o leite ? Como é armazenado ? Para onde vai ? Há conforto para a doadora ?
Há ambientes restritos por razões de higiene ? Qual é o setor que mais demanda os seus
serviços ? Quais os principais problemas existentes no setor ?

• Serviço de Arquivo Médico e Estatístico:


- Como funciona ? Há atendimento direto ao usuário ? Que tipo de informações são
armazenadas ? Há informatização no setor ? Como a informação é armazenada ? Qual a
rotina do setor ? Quais as principais estatísticas elaboradas ? Há divulgação pública das
estatísticas ? Qualquer pessoa pode saber dos indicadores de produção do hospital ?
Qual é o setor que mais demanda os seus serviços ? Quais os principais problemas
existentes no setor ?

• Agência Transfusional:
- Como funciona ? Qual a sua rotina ? Qual a sua relação com o Hemocentro ? O sangue
armazenado pode ser transportado para outros hospitais ? Como é tratado o doador ?
Qual é o setor que mais demanda os seus serviços ? Quais os principais problemas
existentes no setor ?

• Laboratório de Patologia Clínica:


- Como funciona ? É centralizado ? Quais os exames realizados ? Qual a sua rotina ? É
realizada coleta de material no local - que materiais são coletados ? Há “capela” para
exames laboratoriais ? Há esterilização de materiais no local ? Há plantonista ? Setores
internos ( como o Centro Cirúrgico e a U.T.I. ) demandam seus serviços ? Há
laboratórios descentralizados, no próprio hospital ? Qual é o setor que mais demanda os
seus serviços ? Quais os principais problemas existentes no setor ?

• Unidade de Radiologia Clínica:


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- Como funciona ? Qual a rotina de exame dos pacientes ? Quais os exames realizados ?
Há controle de segurança das radiações ? Há especialista em física na área radiológica
no hospital ? Há pacientes que são transportados desde a emergência para a radiologia ?
E desde as áreas de internação ? Há exames que exigem o preparo de pacientes - qual a
sua rotina ? Qual é o setor que mais demanda os seus serviços ? Quais os principais
problemas existentes no setor ?

• Unidade de Anatomia Patológica:


- Como funciona ? Qual a diferença entre os seus serviços e os da perícia policial, no
Instituto de Medicina Legal ? Quais as suas exigências de higiene ? Como os cadáveres
são transportados até o setor ? Qual a rotina de remoção dos cadáveres ? Qual o tempo
máximo de permanência de cadáveres no setor ? Há condições para a prestação de
serviços religiosos no setor - seria recomendável ? Qual a localização considerada ideal
para o setor - no caso de a equipe considerar insatisfatória ou problemática a atual
localização ? O setor presta serviços laboratoriais para o Centro Cirúrgico ( biópsias ) ?
Quais os setores que demandam os seus serviços ? Em que setor hospitalar é mais
elevada a taxa de óbito ? Quais os principais problemas existentes no setor ?

• Unidade de Emergência:
- Como funciona ? Quais os principais tipos de atendimento prestados ? Como são
admitidos os pacientes graves e politraumatizados ? Como são admitidos os casos de
menor gravidade ? Como é feita a observação do paciente, de modo geral ? Deveria
haver enfermarias para observações mais prolongadas ? Deve haver setor de isolamento
na emergência ? Quanto tempo de observação, de modo geral, é tolerado ? Como é feita
a alimentação do paciente ? Quando se decide pela internação do paciente ? Quais as
diferenças no atendimento de crianças, mulheres e homens ? Há equipes diferenciadas
na emergência? O setor deve estar próximo de que outros setores ? Como o setor se
organizaria no caso de uma demanda que superasse as condições normais de
atendimento (quantitativamente ) ? Como é feita a higienização do paciente ? Como é
feito o controle do tratamento dado a cada paciente, com a mudança das turmas de
trabalho ? Qual a rotina das âmbulâncias e dos padioleiros ? Qual a rotina dos policiais
de plantão no setor ? Admite-se acompanhantes de pacientes em que casos ? Como
acompanhantes não admitidos podem ser informados do estado do paciente ? Quais os
principais problemas existentes no setor ?

• Unidade de Tratamento Intensivo:


- Como funciona ? Quais os níveis de observação existentes ? (DESCREVA A
ROTINA BÁSICA) Quais os setores de observação existentes ? Qual a composição
básica da equipe ? Qual é o tempo de permanência média ? Admite-se visitas ? Como os
visitantes obtém informações ? Quais os setores que demandam os seus serviços ? Quais
os principais problemas existentes no setor?

• Centro Cirúrgico:
- Como funciona ? Como é admitido o paciente ? (ATENÇÃO: TODA A ROTINA DO
PACIENTE DEVE SER DESCRITA) A maca de transporte pode entrar no Centro ?
Qual o papel do posto ( e da equipe ) de enfermagem ? Como é feito o preparo do
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paciente ? Qual a equipe básica presente na sala de cirurgia ? Qual a rotina de


preparação e assepsia do cirurgião ? Qual a rotina de recuperação do paciente (tempo,
responsáveis por sua observação) ? O que é cirurgia “eletiva” ? Quais os setores que
demandam seus serviços ? Quais os principais problemas do setor ?

• Centro Obstétrico:
- Como funciona ? Como é realizada a admissão da paciente ? Qual a rotina de sua
preparação ? (ATENÇÃO: TODA A ROTINA DA PACIENTE DEVE SER
DESCRITA) Por quê o Centro Obstétrico é distinto do Centro Cirúrgico ? Há a
necessidade de separação de Sala de Parto Cirúrgico das demais salas de parto ? Qual a
rotina dos cuidados com o recém-nascido ? Qual a rotina de recuperação da parturiente
? É freqüente que o parto contamine a Sala ? Qual o procedimento de isolamento em
caso de parto contaminado ? Qual o procedimento no caso de a mãe e/ou o filho
apresentarem complicações ? Quais os principais problemas do setor ?

• Central de Material Esterilizado:


- Como funciona ? Quais os tipos de materiais esterilizados ? Qual os tipos de
esterilização utilizados no setor ? O que é autoclave de barreira ? Como as luvas são
esterilizadas ? Como os materiais são estocados e transportados para os centros de
consumo ? Como se evita a contaminação pelo ar, logo após a esterilização ? Quais os
setores que mais demandam os seus serviços ? Quais os principais problemas do setor ?

• Unidade de Farmácia Hospitalar:


- Como funciona ? Há preparo de medicamentos no local (ou funciona apenas como um
almoxarifado de medicamentos ) ? Há preparo de material de higienização no local ?
Qual a sua rotina ? Há preparo de alimentação parenteral no local ? Qual a sua rotina ?
Quais os setores que mais demandam os seus serviços ? Quais os principais problemas
do setor ?

• Unidade de Almoxarifado Hospitalar:


- Como funciona ? Há guarda de que tipos de materiais ? Há materiais combustíveis ?
Há materiais perecíveis ? Quais as medidas de segurança contra roubos, incêndios,
inundações e animais ? Qual a rotina do setor ? Como é feito o contacto com
fornecedores ? Como é feito o acesso de caminhões e veículos de carga ? Como é feito
o controle pelo Almoxarifado Central, da FHDF ? Quais os principais problemas do
setor ?

• Seção de Bens Patrimoniais:


- Como funciona ? (Se não existir com essa denominação, busque informar-se como é
feito o controle e a guarda de materiais e equipamentos adquiridos e em manutenção
fora do hospital, bem como os inservíveis )...problemas do setor;

• Unidade de Lavanderia Hospitalar:


- Como funciona ? Quais os tipos de equipamento do “Salão Limpo” ? Quais os
equipamentos do “Salão Sujo” ? Há cruzamento entre o material sujo que ingressa na
Lavanderia, e o material limpo, que vai aos pontos de consumo ? Como é separado e
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verificado o material que vai ser limpo ? Como é processado o material no lado limpo ?
Quais as condições de assepsia e conforto no conjunto ? Há vestiários para os
funcionários? Como é feito o controle de qualidade do que é limpo ? Por quê há um
setor de costuraria ? Como é armazenado o material limpo ? Como é enviado aos
centros consumidores ? Quais os setores que mais demandam os seus serviços ? Quais
os principais problemas do setor ? OBS: FAÇA CROQUIS DA ORGANIZAÇÃO DA
LAVANDERIA HOSPITALAR, COM O LAY-OUT DE CADA EQUIPAMENTO,
SUA DENOMINAÇÃO E FUNÇÃO.

• Unidade de Cozinha Hospitalar:


- Como funciona ? Como os gêneros são armazenados ? Há geladeiras somente para
carnes ... laticínios...frutas e verduras ? Como os grãos e os enlatados são armazenados ?
Que outros tipos de gêneros são armazenados ? Quais as áreas de preparação na cozinha
? Quais os principais equipamentos para a cocção ? Há setor específico para as dietas -
por quê ? Há preparação de massas em separado ? Como é feito o cardápio e quem o
controla ? Quantas refeições são produzidas, em média, diariamente ? Quais as
condições de assepsia? Como é higienizado o material utilizado - há setores separados
de limpeza, por tipo de material ( panelões, básculas, bandejas, talheres, pratos,
utensílios, etc ) ? Como os materiais são armazenados ? Como é feito o
acondicionamento do alimento que vai para os pacientes, nos diversos setores do
hospital ? Como é servido o alimento para os funcionários no refeitório ? Quantos
lugares há no refeitório ? De modo geral, quais os principais problemas de conforto e
higiene ? Quais são os principais problemas do setor ? OBS: FAÇA CROQUIS DA
ORGANIZAÇÃO DA COZINHA HOSPITALAR, COM O LAY-OUT DE CADA
EQUIPAMENTO, SUA DENOMINAÇÃO E FUNÇÃO.

• Setor de Vestiários:
- Como é feito seu controle e utilização ? Como se localiza em relação aos demais
setores do hospital ? É efetivamente utilizado ? Quais os grupos de funcionários que
mais os utilizam ? Como procedem os funcionários que não os utilizam (inclusive os de
nível superior ) ? Há ambiente específico para o servidor portador de deficiência física ?

• Seção de Ponto e Controle:


- O registro de entrada de pessoal é centralizado ou descentralizado ? Como é feito o
controle da entrada e saída de volumes e pertences pessoais ? Como é feito o controle de
entrada e saída de visitantes e pacientes ? Quais os principais problemas relacionados ao
controle de pessoal, visitantes e segurança ? Pode haver riscos para pacientes ?

• Setores de Serviços Gerais e Manutenção:


- Como é acondicionado, transportado, guardado e retirado o lixo hospitalar ? Quais os
problemas relacionados com o processamento do lixo no hospital ?
- Por quê o hospital possui caldeiras para produzir vapor em alta pressão ? Quais são os
setores que consomem vapor ? Quais as medidas de segurança adotadas na Casa de
Caldeiras e nos depósitos de G.L.P. ( Gás Liqüefeito de Petróleo ) ? As caldeiras
causam poluição do ar - se positivo, quais os setores de pacientes que podem ser
atingidos ?
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- Como é organizado o setor de manutenção de equipamentos e predial ? Quais os


servicos que oferece ? O setor está capacitado para lidar com incêndios ? Quais são os
problemas do setor ?
- Como é organizado o setor de transportes do hospital ? Quais os serviços que oferece ?
Quais são os problemas do setor ?
- Quais os setores servidos pelo sistema de ar condicionado centralizado ? Existe
controle da qualidade do ar (em especial filtros de alta eficiência para a retenção de
partículas ) ? Quais os problemas desses sistema (tal como caracterizados pela
administração do hospital) ?
- Como é organizado o serviço de vigilância do hospital ? A empresa prestadora de
serviços tem ambientes próprios ?
- Como é organizado o serviço de limpeza e higiene do hospital ? A empresa prestadora
de serviços tem ambientes próprios ?
- Quais os tipos e capacidade dos reservatórios de água do hospital ? Há problemas de
manutenção e limpeza ? Qual a sistemática de manutenção e limpeza ?
- O conjunto de instalações prediais do hospital é servido a partir de galerias
(subterrâneas / andares técnicos) ? É fácil a manutenção e acesso ao conjunto de
instalações (ou, de modo geral, para se alterar as instalações se tem que quebrar as
paredes, etc) ?

• Creche:
- O hospital possui creche para os servidores ? O Serviço Social do hospital tem
alternativas para o abrigo de filhos de pacientes ? Se há creche, qual a sua organização ?
Atende, em média a quantas crianças ? Se não há, como os servidores têm solucionado
esse problema (trazem seus filhos para o hospital, em situações normais ou especiais ) ?

• Residência Médica:
- Onde se localiza a residência médica ? A localização é adequada ? Qual a sua
capacidade? Qual o número de estudantes por aposento ? Quais os recursos que
dispôem, oferecidos pelo hospital, para o aprendizado (biblioteca, comissão de tutores,
programa de pesquisas, etc) ? Quais os problemas desse setor ?

• Unidade de Internação da Clínica Pediátrica:


- Qual a capacidade total do setor ? Como está organizada essa capacidade (em função
de faixas etárias e/ou categorias de doenças e/ou categorias de tratamentos ) ? Quais os
principais setores da Clínica Pediátrica ? Qual a sua relação imediata com o Centro
Obstétrico, e com o Berçário, e com o Lactário ? As crianças maiores têm espaços para
brincar ? As mães (e/ou pais) podem acompanhar a internação dos filhos - e em que
condições ? Como é feita a higiene das crianças ( tipo e condições de banheiro, vaso
sanitário, pia para escovações, etc ) ? Como é feito o acompanhamento psicológico,
nutricional e do serviço social ? Quais os principais problemas existentes no setor ?
OBS: PROCURE CARACTERIZAR O “LUGAR”: A CLÍNICA PEDIÁTRICA É O
DOMÍNIO DA SAÚDE DA CRIANÇA, DEVE RESPEITAR A SUA ESCALA, SUA
RELAÇÃO COM O MUNDO, SUA FRAGILIDADE E HIPER-ATIVIDADE ( E
SENSIBILIDADE) !
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• Unidade de Lactário:
- Como funciona ? (CARACTERIZE A ROTINA DE TRABALHO DO LACTÁRIO)
A quem serve ? O que produz (há diferenças entre os seus produtos) ? Como produz ?
Qual a divisão de espaços em seu interior ? Quem realiza o trabalho ? Quais os
principais problemas do setor?

Unidade de Internação da Clínica Obstétrica:


- Qual a capacidade total do setor ? Como está organizada essa capacidade ( grau de
risco ou simplesmente tamanhos diferentes de enfermarias ) ? Quais os principais
setores da Clínica Obstétrica ? O Berçário está sob sua competência ? As mães ficam,
ordinariamente, com os seus filhos recém-nascidos sadios, no quarto - pratica-se o
“rooming-in” ? As mães que têm filhos isolados por diversas razões, como fazem para
amamentá-los ? Há isolamento para mãe e filho, simultâneamente ? Esse setor é grande
consumidor de roupas e materiais de higiene, como absorventes, etc. Pergunta-se: a
rouparia e a guarda de materiais, o posto de enfermagem e a sala de curativos estão
adequadas às suas funções ? Quais são os principais problemas do setor ?
OBS.: PROCURE CARACTERIZAR O “LUGAR”: A CLÍNICA OBSTÉTRICA É O
DOMÍNIO DA SAÚDE DA MÃE, DA MATERNIDADE, LUGAR DE
DESCOBERTAS, DA FAMÍLIA, DA FEMINILIDADE.

• Unidade de Berçário:
- Qual a capacidade total do setor ? (CARACTERIZE A ROTINA DO BERÇÁRIO)
Como está organizada esta capacidade ( grau de risco e/ou tipos de doenças ) ? Como
são acomodados os recém-nascidos ? Como são as bancadas de apoio ao seu cuidado -
se, possível, como deveriam ser ? Sua organização espacial impõe restrições ao acesso
de pessoas estranhas ? A higiene do pessoal é controlada de que forma ? Há o uso
intencional das cores no ambiente ( para estimular, equilibrar estímulos, neutralizar
estímulos do ambiente, nas paredes e tetos, nas roupas, nos objetos e mobiliário ) ?
Quais são os principais problemas do setor ?

• Unidade de Internação da Clínica Cirúrgica:


- Qual a capacidade total do setor ? Como é organizada essa capacidade ? Quais as
medidas adotadas no setor para o controle da infecção hospitalar ( obs.: são, em muitos
casos, os setores campeões das infecções ocorridas em ambiente hospitalar ) ? Os
espaços de isolamento são marcadamente diferenciados dos demais espaços de
enfermarias ( têm antecâmaras, pias próprias, etc ) ? Você pode caracterizar as
instalações “de cabeceira” dessa internação, em croquis ? A unidade tem facilidades
para a visitação, de modo que o visitante não precise entrar na enfermaria (esquadrias
envidraçadas, portas com visores, etc) ? O setor tem desenvolvido algum procedimento
especial para acelerar a recuperação dos pacientes cirurgiados ? Como é o “Dia Típico”
de um paciente internado ? Quais os principais problemas do setor ?

• Unidade de Internação da Clínica Médica:


- Qual a capacidade total do setor ? Como é organizada esta capacidade ? Como é feita a
separação entre os sexos ( ou não é feita, em certos casos ) ? Como se tem tratado a
internação de aidéticos ? Há ambientes específicos para o tratamento de queimados ? Há
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ambientes específicos para outras doenças, como as que são hiper-sensíveis a fatores do
ambiente - como o tétano ? Como é feito o controle de infecções hospitalares ( nestre
setor, que acolhe pacientes adultos de ambos os sexos, com praticamente todo o
repertório de infecções e outros males ) ? Quais os principais problemas do setor ?

4.3.2)DISCRIMINAÇÃO DE PONTOS PARA O LEVANTAMENTO DE


INFORMAÇÕES QUANTO AO CONJUNTO DO HOSPITAL ( SUGESTÃO):
O conjunto de todo o hospital e seu entorno compõem uma unidade espacial
fundamental para a análise requerida. Solicita-se que os alunos levantem os seguintes
aspectos:

4.3.2.1) Tipos de acesso: quantos acessos o hospital tem, e com que finalidade ? Como é
feito o controle desses acessos ? Vendo-se o conjunto, é fácil localizar os principais
acessos de público ( ambulatório, emergência, administração ) ? Há como o paciente ou
visitante ingressar no hospital, desde a calçada mais externa, “mais pública”, até o
acesso disponível, sem cruzar com pista de rolamento ? Há degraus ou desníveis nos
acessos que impeçam o deslocamento de cadeiras de rodas ? ESQUEMATIZE EM
CROQUIS A IMPLANTAÇÃO DO HOSPITAL E COMENTE AS FORMAS DE
ACESSO (POR AUTOMÓVEL, POR ÔNIBUS, PELO PEDESTRE, POR
AMBULÂNCIA;

4.3.2.2)Sistema Viário: o sistema viário interno (dentro do lote do hospital) conecta-se


ao sistema viário externo (urbano ) em quantos pontos ? Realize croquis ! Como é feita
a distribuição de estacionamentos internos ? Cada estacionamento está associado a
acesso distinto ? Quantas vagas há por estacionamento ? Como é o sistema geral de
circulação e saída de automóveis ? Há separação entre a circulação de ambulâncias, a
circulação de caminhões de carga e descarga (e lixo) e a circulação geral ?Realize
croquis ! ESQUEMATIZE O CIRCUITO VIÁRIO, INDICANDO “MÃO E CONTRA-
MÃO”, E A EVENTUAL EXCLUSIVIDADE DA CIRCULAÇÃO DE
AMBULÂNCIAS;

4.3.2.3)Proteção Contra Incêndios: o hospital tem escadas de incêndio ? O hospital tem


esquema de emergência para a retirada de pacientes ? Como seriam retirados, em caso
de incêndio ? Qual é o sistema de detecção e combate a incêndios existente - há
sistemas diferenciados ?

4.3.2.4)Controle de Insolação, Ventilação, Umidade do Ar e Poluição Sonora: o hospital


tem elementos de defesa contra a insolação direta - em especial nas áreas de pacientes ?
O interior do hospital é bem iluminado, de modo natural ? Ou prevalece a iluminação
artificial, durante o dia ? Os ambientes, de modo geral, são bem ventilados (cite
situações de boa e má ventilação observados) ? O hospital oferece recursos para
aumentar a umidade do ar (aspersores em jardins, espelhos d’água, condicionadores
especiais) em época de seca? O entorno do hospital é arborizado - a arborização é
satisfatória ? O hospital é barulhento ( identifique fontes de ruido internas e externas e o
nível de desconforto em áreas observadas ) ? Há elementos de defesa contra a poluição
sonora ? FAÇA CROQUIS (PERSPECTIVADO) MOSTRANDO OS PONTOS
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FRACOS E AS FORMAS DE DEFESA CONTRA AS POLUIÇÕES SONORA E DO


AR, BEM COMO RELATIVAS AO CONTROLE DE INSOLAÇÃO E DE
VENTILAÇÃO;

4.3.2.5)Drenagem Natural: procure informar-se se a água das chuvas empoça nos


estacionamentos (bem como nos pátios internos e áreas entre edifícios, caso existam);
há alguma erosão (voçoroca) no terreno do hospital (ou nos terrenos adjacentes)? Há
afloramento de lençol freático (“nascentes”) no terreno do hospital ? Há
transbordamento de fossas sépticas na época das chuvas ? CASO HAJA ALGUM
DESSES PROBLEMAS, FAÇA CROQUIS LOCALIZANDO A SUA OCORRÊNCIA,
FRENTE À IMPLANTAÇÃO DO HOSPITAL;

4.3.2.6) Expansão Planejada: procure informar-se se o hospital tem projeto (ou


pretensões) de ampliação. FAÇA CROQUIS EXPLICATIVO, SOBRE A
IMPLANTAÇÃO DO HOSPITAL, INDICANDO A ÁREA APROXIMADA DE
AMPLIAÇÃO PLANEJADA / PRETENDIDA; JULGUE A VIABILIDADE DA
PROPOSTA.

4.3.3) RECOMENDAÇÕES AO LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES:

• - Os hospitais estudados possuem um programa atual menor que o proposto pela


disciplina (resultado de seu papel atual na rede saúde do DF e de suas linhas de
organização autônomas, mas dependentes de iniciativas e “vocações” de suas
equipes ); Estudaremos os aspectos básicos das unidades listadas acima, de modo
objetivo e econômico, pois reunirão informações que serão úteis para a turma como
um todo, e diretamente aplicáveis ao nosso objeto de estudos;

• - Todo o respeito e silêncio no ambiente hospitalar é necessário; saibam compreender


quando uma determinado membro de equipe está ou não está disponível para
conversar com vocês; preservem a privacidade de todos os que estão em tratamento
no hospital;

• - Os croquis de alguns lugares podem ser associados entre si: por exemplo, os dos
setores de serviços, o conjunto de laboratórios associados ao ambulatório (quando for
o caso), etc;

• - Simplifiquem o levantamento de informações e se engagem na criativa tarefa de


realizar croquis explicativos; alguns ambientes merecem croquis em separados por
sua especificidade (sala de observação da U.T.I., áreas de preparo e cocção da
cozinha hospitalar, área limpa da lavanderia, salas de cirurgia, laboratório de
patologia clínica, sala de necrópsia, sala de exames radiológicos, enfermarias de
internação, berçários, consultórios médicos nas diferentes modalidades, etc) :

• - De um modo geral, todas os pontos propostos (na listagem de levantamento de


informações unidade-a-unidade) são apenas sugestões. A equipe de pesquisa pode
simplificar o roteiro, ou encontrar novos aspectos que considere importantes;
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• - Algumas das unidades apresentarão dificuldades a uma visita imediata. Sugere-se


que a equipe se divida em várias frentes de trabalho, buscando visitar “setor a setor”,
selecionado em cada área física apenas as unidades e setores que nos interessam;

• - Em setores especialmente “difíceis” - como o Centro Cirúrgico, a U.T.I., a


Emergência, sugere-se a marcação prévia, através do administrador do hospital, de
visita específica - se for preciso tanto. Não deve haver a necessidade de todos
comparecerem a essas visitas. Usem bem o tempo. Registrem tudo com cuidado, para
a maior qualidade do trabalho - que deve ser feito “uma vez só”.

• - Fotografias “comentadas” podem também podem ser utilizadas ( textos


sobrepostos, “balões”, etc.).

4.3.4) CADERNO 2: RELATÓRIOS DE ENTREVISTAS COM USUÁRIOS:

Neste segundo caderno, os alunos reunirão as opiniões levantadas através do contacto


com os membros da equipe de saúde (médicos, enfermeiros, nutricionistas, etc. ), com
funcionários (da administração, da manutenção, prestadores de serviços de limpeza, de
segurança), quando das visitas a cada unidade hospitalar.

A “idéia” do Caderno 2 é ir além das informações técnicas e restritas obtidas no


Caderno 1, e montar um grande painel acerca dos pontos de vista das pessoas quanto:
- às condições de trabalho no hospital;
- às condições do atendimento e sua qualidade;
- o conceito que têm da atual organização física, do ambiente, do conforto, da limpeza,
da sua identificação com esse importante equipamento comunitário, tal como se
apresenta;
- sugestões pessoais ( como resposta a cada crítica que se perceba ) de solução para os
problemas: fez a crítica ? Ofereça a solução, pois está próxima da crítica – endereçando-
se a profissionais com capacidade para a sua solução.

A equipe é convidada a “ensaiar” sobre essa coletânea de pontos de vista: não se trata
somente de transcrever o que foi ouvido - uma tarefa imensa, se levada ao pé-da-letra -
mas de montar, de certo modo, uma sensível crônica do dia-a-dia numa instituição que
depende do trabalho coordenado de tantas pessoas ( e por falar nisso, você já sabe o
número total de pessoas que o hospital em estudo tem como recursos humanos ? E o
número médio de atendimentos realizados diaria, mensal, e anualmente ? E as
estatísticas do controle de infecção hospitalar ?).

Uma sugestão especialmente importante: relatorie sucintamente o conjunto de opiniões,


em especial aquelas que, a seu ver, dizem respeito às “qualidades do espaço” desejadas
ou rejeitadas no hospital pesquisado.
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4.3.5) CADERNO 3: DIAGRAMAS EXPLICATIVOS.

Os diagramas mais importantes são aqueles referentes ao hospital em estudo e ao


programa arquitetônico fornecido pela disciplina.

O diagrama do hospital em estudo busca descrever, de modo global, a sua estrutura


físico-espacial (em especial as posições relativas entre as unidades hospitalares ). Pode
ser feito de dois modos, pelo menos:
- a partir de um modelo em perspectiva (axonométrica) do hospital, indicando setores e
fluxos ( a-de médicos e funcionários; b-de pacientes; c-de serviços, como os caminhos
dos carrinhos de alimentos e/ou de lixo, por exemplo), os principais acessos e suas
funções;
- a partir de um esquema abstrato, não-espacial, que ordena os setores em termos dos
acessos e percursos de atenção aos pacientes, da produção e distribuição de insumos (
comida, roupa limpa, medicamentos ) e da rotina de circulação do pessoal da equipe de
saúde.
Se desejado, vários desenhos “tentativos”, somando explicações podem ser
apresentados. O esforço de explicar o que se compreendeu será premiado, com certeza !

O diagrama do hospital “equivalente” ao programa arquitetônico proposto pela


disciplina pode perfeitamente se apoiar nos diagramas anteriores, buscando melhorá-lo.
O diagrama do hospital existente é descritivo, se atém à sua organização atual,
suficiente ou não. O diagrama do hospital “equivalente” é idealizado, e corrige as falhas
eventualmente detectadas no hospital efetivamente visitado.
Esse diagrama do hospital “equivalente” não deixa de ser uma primeira aproximação à
organização físico-funcional de um hospital possível, alternativo, qualificado sobre o

QUADRO-RESUMO DE ÁREAS
(EM METROS QUADRADOS): - Seção de Ponto e Controle 56
- Setores de Serviços Gerais e Manutenção ABAIXO
- Unidade de Administração Hospitalar 613 Serviço de Manutenção 279
- Unidade de Ambulatório (15 a 25 salas.) 524 Serviço de Transportes 287
- Unidade de Banco de Leite 40 Empresa de Vigilância 65
- Serviço de Arquivo Médico e Estatístico 191 Empresa de Limpeza e Conservação 77
- Agência Transfusional (2 a 3 cadeiras) 132 Câmara de Lixo 156
- Laboratório de Patologia Clínica 352 Casa de Caldeiras 132
- Unidade de Radiologia Clínica: 364 Unidade do Corpo de Bombeiros 28
- Unidade de Anatomia Patológica 239 Áreas Industriais 396
- Unidade de Emergência (50 a 60 boxes) 1297 Áreas de Apoio 4.900(*)
- Unidade de Trat. Intensivo (8 a 12 leitos) 282 - Creche 677
- Centro Cirúrgico (3 a 4 salas) 389 - Residência Médica (12 a 18 estudantes) 252
- Centro Obstétrico (3 a 4 salas) 461 - Unid. de Intern. da Clín. Pediátrica (40 leitos) 652
- Central de Material Esterilizado 209 - Unidade de Lactário 57
- Unidade de Farmácia Hospitalar 271 - Unid. de Intern. da Clín. Obstét. (40 leitos) 554
- Unidade de Almoxarifado Hospitalar 237 - Unidade de Berçário (16 a 24 berços) 198
- Seção de Bens Patrimoniais 149 - Unid. de Intern. da Clín. Cirúrg. (40 leitos) 539
- Unidade de Lavanderia Hospitalar 415 - Unid. de Intern. da Clín. Méd. (40 leitos) 539
- Unidade de Cozinha Hospitalar 529 - Unidade de Ensino Técnico (inc. Bibliot.) 1471
- Setor de Vestiários (inclui sanit. colet.) 320 ÁREA TOTAL 13429
estudo de caso realizado.
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5 O PLANO DIRETOR DE HOSPITAIS


Um importante documento que reúne informações sobre os principais aspectos
do funcionamento do hospital, de suas rotinas de manutenção e gestão, da avaliação de
seu desempenho quanto ao alcance dos objetivos assistenciais definidos em Plano de
Saúde Municipal, ou por decisão de conselhos gestores (em instituições privadas), é o
que denominamos Plano Diretor Hospitalar.

A finalidade primordial de um Plano Diretor Hospitalar é a orientação de seu


crescimento físico, assim como de suas modificações internas – com ou sem expansão
de áreas físicas. Podemos considerar pelo menos três tipos de Planos Diretores
Hospitalares:

a) Plano Diretor associado ao projeto original de arquitetura;


b) Plano Diretor do “primeiro estágio” de modificações coordenadas;
c) Planos Diretores de “estágios avançados” de modificações.

O projeto original de arquitetura deve ter uma “memória”, que é como


denominamos a descrição da edificação em termos físicos, funcionais, construtivos,
organizacionais, tecnológicos, e até mesmo estéticos (como a edificação foi concebida
para transmitir uma certa “mensagem” institucional, de seu papel e simbolismo, assim
como da “assinatura” plástica do arquiteto, sua eventualmente valorizada maneira de
construir). Projetos originais de arquitetura, no caso de edificações complexas como os
hospitais, que envolvem diferentes atividades e poderosas premências profissionais e
administrativas quanto a seus padrões de organização, devem vir acompanhados dessa
documentação. Essa documentação é ORIENTADORA e EXPLICADORA de todo o
funcionamento da edificação, assim como de sua manutenção e eventuais modificações
previsíveis. Inexistir essa documentação atesta (a) má qualidade do projeto, ou seu
caráter incompleto, que pode estar presente em outras instâncias da documentação
técnica; (b) falta de controle da equipe técnica contratante (no caso do serviço público)
sobre o produto final (o projeto completo da edificação e, com grande probabilidade, da
própria construção); (c) falta de controle da administração encarregada da execução do
projeto, que não conservou adequadamente uma documentação importante para o
trabalho das administrações posteriores.

Projetos de arquitetura de qualidade apresentam estudos sobre as possibilidades


de expansão do Estabelecimento Assistencial de Saúde, sempre que essa possibilidade
for factível. Quando o projeto não usa toda a área disponível do lote onde o EAS está
localizado, a possibilidade de expansão está dada. O projeto de arquitetura não apenas
indica a área de máxima expansão, mas também faz recomendações sobre a natureza
dessa expansão (para cada Atribuição do EAS). Essas indicações são parte do que
chamamos “Plano Diretor associado ao projeto original de arquitetura”.
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Essas “memórias” do projeto de arquitetura devem conter toda a documentação


relacionada às ESPECIFICAÇÕES E ENCARGOS finalmente adotados para a
construção. As Especificações descrevem especialmente os materiais e sistemas
construtivos empregados, e os Encargos expõem os procedimentos de execução de toda
a edificação. As licitações públicas feitas para a construção de hospitais devem ter,
obrigatoriamente, essas disposições de Especificações e Encargos, para o controle da
obra pública pela equipe de fiscalização que controlará o trabalho de firma construtora
privada.
Documentação Básica da Edificação

Projetos Completos de Arquitetura


(Plantas, Cortes, Fachadas,Detalhes
Construtivos)
e Memorial do Projeto

Projetos Completos de Engenharia


(cálculo estrutural, instalações
hidráulicas, instalações sanitárias,
instalações elétricas de alta e
baixa voltagem, instalações de ar
condicionado, instalações de gases
hospitalares, instalações de ar
comprimido, instalações de
telefonia, instalações lógicas).

Caderno de Especificações e
Encargos

Manuais Técnicos de Instalações


e Equipamentos

Contratos e Termos de garantia de


todas as instalações e serviços, de
todos os equipamentos.
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É importante observar que RARAMENTE os administradores hospitalares têm


em mãos os Cadernos de Especificações e Encargos das obras de seus hospitais. É
fundamental que tenham! Mesmo que as equipes de engenharia e arquitetura estranhem
o fato de administradores pretenderem ter em mãos esses Cadernos (“Vocês não
entenderão a linguagem técnica”), esses Cadernos podem ser compreendidos por
administradores que tenham diante de si as tarefas de controlar as contratações de
reformas e consertos de seus hospitais. Todo administrador de hospitais deve saber que:

- Muitos aspectos das Especificações e Encargos são mudados ao longo


das obras, algumas vezes de forma prejudicial ao desempenho dos
sistemas construtivos e de instalações; essas mudanças geralmente são
feitas para diminuir os custos ou os tempos de execução da obra, e são
aprovadas pela fiscalização (que representa o proprietário da obra);
- Raramente o administrador é comunicado dos efeitos e conseqüências
dessas mudanças; pior, o administrador pode ser levado,
posteriormente, a alterar as especificações e encargos relacionados ao
edifício sob sua responsabilidade, inadvertidamente, orientado por
pessoas desqualificadas ou mal-intencionadas;
- Raramente o administrador possui cópia (eletrônica ou impressa)
atualizada do acervo de projetos de arquitetura e dos projetos
complementares de engenharia (cálculo estrutural, instalações
hidráulicas, instalações sanitárias, instalações elétricas de alta e baixa
voltagem, instalações de ar condicionado, instalações de gases
hospitalares, instalações de ar comprimido, instalações de telefonia,
instalações lógicas); é importante ter acervo atualizado de todos os
projetos, para a informação dos profissionais que vierem a ser
contratados – e que devem fornecer cópia (eletrônica, que permite
impressões, quando necessárias) de seus trabalhos. A posse de cópias
impressas é sempre útil, pois ainda são raros os administradores da
atualidade (2009) que sabem usar os programas apropriados para a
leitura de projetos técnicos, como o Autocad, por exemplo. Além disso,
o EAS deverá ter pelo menos um computador com esse tipo de
programa legalmente instalado - uma despesa elevada, em um recurso
que pode ser pouco utilizado.

5.1 Plano Diretor do “primeiro estágio” de modificações


coordenadas
Falamos do Plano Diretor do “primeiro estágio” de modificações coordenadas
no caso de administrações hospitalares que operaram uma longa série de pequenas
reformas, que acumularam mudanças sucessivas, até que (a) temos realmente
dificuldades em reconhecer o projeto original, em vários setores; (b) algumas
importantes incompatibilidades são claramente percebidas, em termos de novas
proximidades entre unidades que se expandiram ou, pior, que “mudaram de lugar”,
assim como nos casos de setores que perderam áreas necessárias ao seu adequado
funcionamento (como ocorre com vestiários, copas, depósitos, expurgos e outras áreas
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“sacrificadas” para que funções consideradas mais importantes satisfaçam suas


necessidades), ou (c) quando reformas de considerável impacto na organização física
devem ser planejadas (com o aumento do número de leitos, a incorporação de novos
serviços, a reestruturação de sistemas prediais, etc.)

Hospitais podem ser “edifícios inquietos”, sobretudo no serviço público.


Diferentes culturas envolvem os grupos profissionais da área de saúde pública e
privada, com relação a essas edificações. Pessoalmente, tenho testemunhado tanto a
dedicação quanto a arrogância e imprevidência de gestores hospitalares, sobretudo no
que tange a reformas físicas de seus espaços. Em especial, na área pública as reformas
parecem ser parte integral de formas imaturas e não-profissionais de administração
hospitalar, desempenhadas por pessoas sem o menor treinamento profissional, e “sob o
efeito” de culturas institucionais autoritárias, autocráticas. Nessas culturas, as reformas
físicas passam a ser parte de imaturos “rituais de poder” e, mesmo que necessárias, são
programadas de modo a não se articularem com o funcionamento geral do hospital. Ao
longo do tempo, determinados hospitais (com maior freqüência, hospitais públicos; com
menor freqüência, hospitais privados) acumulam modificações que os levam a
progressivas disfunções: passam a sofrer de “doenças degenerativas” e crônicas, na
forma de alterações físicas descoordenadas. Como edificações não são pessoas,
raramente ocorre o seu “colapso funcional”, quando as alterações se tornam tão
desfuncionais que a organização já não consegue cumprir sua missão. Nos casos de
“desorganização profunda” ocorre baixo desempenho das atividades de assistência à
saúde, descontrole administrativo e insatisfação por parte de todos: usuários,
profissionais da saúde e gestores. Contudo, pode ocorrer seu “colapso físico”, e setores
da edificação que foram modificados de forma imprudente, com sobrecargas estruturais
imprevistas, podem se ver sob a ameaça de desabamento; os sistemas de instalações
prediais, sobretudo o sistema de instalações elétricas, pode se ver sobrecarregado de
“gambiarras”, e ocorrer tanto a alimentação elétrica precária dos equipamentos e
sistemas de iluminação, quando o super-aquecimento nos “picos” de demanda, com o
risco de incêndios.

Hospitais devem ser compreendidos como “edifícios íntegros”, onde o seu


projeto físico original deve ser fundamentado na compreensão ajustada do
funcionamento de suas partes. A partir de um projeto de arquitetura que, eventualmente,
não reflita essa compreensão ajustada do funcionamento do hospital, sempre teremos
problemas sensíveis no desempenho do hospital: na sua circulação, vigilância e
controle, higiene e aparência física, manutenção, assim como nos extremamente
importantes ambientes de trabalho das equipes de saúde – onde ocorrem as atividades
finalísticas da organização. Essa compreensão leva a que as reformas não sejam
IMPROVISADAS. Ao contrário, o seu planejamento deve ser feito com o apoio de
profissionais competentes, com a participação das equipes de saúde, de manutenção
predial e de sistemas, de representantes dos usuários. Autoritarismo somado ao
desconhecimento dos riscos técnicos (como se diz: Ignorância + Arrogância) é uma
combinação inevitavelmente DESASTROSA. Pode-se traçar a partir daí a totalidade das
mazelas das organizações hospitalares, a partir da inauguração dos edifícios, caso
tenham sido corretamente projetados.
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Assim, o Plano Diretor do “primeiro estágio” pode significar tanto o somatório


de modificações incrementais e não-planejadas, que levam à exigência de uma revisão
abrangente a organização hospitalar, quanto o início de uma etapa de reorganização do
hospital. Deve-se dizer que é uma extraordinária oportunidade de “repactuar” os
padrões de atendimento, de modernizar procedimentos, sobretudo na área
administrativa. Na (otimista) hipótese de que esse Plano Diretor do “primeiro estágio”
seja bem sucedido, discutido com a participação de todos os interessados – inclusive os
representantes dos usuários -, aumenta a probabilidade de que Planos Diretores de
“estágios avançados” de modificações sejam igualmente bem qualificados. Uma cultura
de planejamento e gestão atenta, participativa, parece ter se instalado no hospital.

5.2 Plano Diretor e Checkup Administrativo Periódico


É venturoso afirmar que há prazo para a ocorrência do Plano Diretor do
“primeiro estágio”. É prudente propor que esse importante momento de planejamento
ocorra após o período de ESTÁGIO PROBATÓRIO do hospital. Se os administradores
impõem aos trabalhadores até dois anos de Estágio Probatório, para termos a certeza de
que são eficientes, cordatos, corretos, é razoável aplicar isso a toda a organização,
inclusive para a edificação que a abriga. Caso tenhamos um hospital NOVO, devemos
acompanhar a sua ocupação dia-a-dia, e anotar as principais ocorrências relacionadas ao
plano original de uso: sucesso, dúvidas, sugestões, insucessos. Caso tenhamos um
hospital EXISTENTE, é fundamental trata-lo como uma espécie de “paciente”, e
conduzir um procedimento de DIAGNÓSTICO ADMINISTRATIVO – que inclui
necessariamente seu desempenho físico periódico. É o CHECKUP da organização
hospitalar. Recomenda-se o Checkup anual.

O que chamamos de “Checkup Administrativo” é a avaliação continuada da


gestão hospitalar em termos práticos. Envolve, entre outros aspectos:
a) a comparação entre os DESEMPENHOS programados (número de
consultas previstas, por exemplo) e os desempenhos observados
(número de consultas efetivamente realizadas);
b) em especial, no item “Desempenhos”, salienta-se o desempenho da
própria edificação (conforto térmico, luminoso, acústico, ocorrência
de vazamentos, de problemas de eletricidade, etc.) e de seus sistemas
de instalações e equipamentos;
c) o acompanhamento dos CUSTOS DE OPERAÇÃO, tanto de pessoal
e serviços, quando dos custos de materiais, de manutenção predial e
de equipamentos, de limpeza, de segurança, de energia, de formação,
processamento e guarda de informações;
d) a AVALIAÇÃO da (in)SATISFAÇÃO das equipes de saúde, dos
trabalhadores de apoio, dos gestores e, sobretudo, de usuários, com o
desempenho das atividades, com o retorno que recebem e com sua
inserção na organização.
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A prática do Checkup Administrativo vai facilitar enormemente a realização do


primeiro plano diretor hospitalar, e de todos os outros. E mais: introduz uma prática de
“inteligência” da gestão que deve EVITAR inúmeras propostas de reforma física e
funcional, de reestruturações administrativas freqüentemente descabidas, inadequadas,
deletérias da organização hospitalar. É assustadoramente comum a prática da tomada de
decisões, sobretudo na rede pública, de forma abrupta, autoritária, impensada.
Evidentemente não será o Administrador Hospitalar a pessoa que vai “barrar” os
insopitáveis maus dirigentes de hospitais. Mas ele deve ter o registro dos pontos “de
desvio”, onde vários problemas começaram a se acumular. No devido tempo, seu
Checkup Administrativo pode mostrar a necessidade de tomada de decisões de forma
ponderada. EDUCA-SE O DIRIGENTE MAL EDUCADO. Alguém deve fazer esse
papel de “inteligência” da organização, e acredito firmemente na contribuição
extraordinária dos Administradores Hospitalares nessa direção.

5.2 Os Planos Diretores de “estágios avançados” de


modificações
Os Planos Diretores de “estágios avançados” de modificações podem ocorrer de
forma previsível, como as Olimpíadas. Todavia, a denominação que oferecemos aqui é
especialmente dirigida ao modelo de evolução de um determinado hospital marcado por
sucessivas crises de gestão. A cada crise – eventualmente provocada por um sinistro,
como desabamentos, inundações, contaminações, roubos (até de crianças, como ocorre
com assustadora freqüência nos hospitais mal controlados) – surge uma espécie de
instância de planejamento, em que dirigentes incompetentes tentam mostrar que estão
preocupados em “dar respostas”. Na minha experiência de trabalho, breve e limitada,
restrita ao projeto de arquitetura e como auxiliar de gestão de manutenção física de
hospitais, não tive ainda o prazer de ver um só dirigente demonstrar ter aprendido algo
com as crises que engendrou, ou que lhe acometeram. Instituições “caóticas” são assim
porque possuem dirigentes caóticos e administradores caóticos, todos, em geral, isentos
de qualquer responsabilidade pelo caos que geram e “administram”. Pior: se no caminho
de nossos dirigentes caóticos e incompetentes estiver um administrador hospitalar
consciencioso, que advirta o dirigente dos problemas, é certo que será tornado em uma
espécie de adversário da gestão incompetente, e eventualmente culpado pelos problemas
que denuncia. Incompetência e Mau Caráter, na gestão política do sistema de saúde, são
uma combinação lamentavelmente comum. Dirigentes incompetentes são os mais
importantes corruptores do sistema público de saúde, em especial, pois desautorizam as
práticas de correção de rumos, desmotivam os profissionais, destroem os procedimentos
de avaliação e transparência administrativa. Esses ciclos viciosos penalizam a todos os
que estão submetidos a esses dirigentes, mas são prejudiciais, sobretudo, aos usuários
do hospital, a seus pacientes.

O grande desafio que se coloca para a “inteligência” da organização hospitalar é


evitar que jovens dirigentes se iniciem na educação autoritária e improvisada que ocorre
nos sistemas públicos – que podem “falir”, mesmo que sejam perenemente mantidos
com recursos públicos – e em organizações privadas. Neste caso, são conhecidos os
casos do empreendedores privados incompetentes, que são obrigados a fechar seus
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negócios, e entram para o setor público, como DIRIGENTES. Nem sempre é necessário
SAIR do setor privado para se beneficiar pesadamente dos recursos públicos. No
Distrito Federal houve o caso recente do ex-Secretário de Saúde que promoveu
privilegiado convênio entre os cofres públicos e o hospital privado que pertencia,
nominalmente, à sua irmã. Cerca de 25% de todos os recursos distritais para a saúde
pública eram consumidos por esse convênio, que atendia a menos de 4% da população.

Assim, os Planos Diretores de “estágios avançados” de modificações podem


significar: (a) reestruturações exigidas por órgãos de fiscalização externa, especialmente
naqueles casos em que o financiamento público ou privado é orientado por
determinados objetivos de atendimento assistencial; nesse caso os planos são
intervenções modernizadoras, e sua adesão é compulsória, exigindo negociações
cuidadosas com todos os envolvidos; (b) mais raramente, são procedimentos internos
rotineiros, de gestão racional e profissional, visando a modernização sustentada do
EAS; nesse caso, em instituições administradas de forma adequada, profissional, esses
planos podem ser temporalmente modulados em períodos de “legislaturas” (no caso
público, em 8 a 12 anos, observando-se a prática dos checkups administrativos); (c)
eventualmente não passam de eventos de decisão autocrática, centralizada, com escassa
base em estudos de ocupação dos ambientes físicos e do desempenho da organização
hospitalar. Evidentemente, Planos Diretores Hospitalares que se classifiquem nessa
última hipótese não apresentam a necessária “adesão” dos profissionais, e dificilmente
serão obtidos os resultados esperados – a não ser mais obras de construção civil, que
parecem intermináveis. A mensuração dos resultados, deve ser dito, em qualquer caso,
depende de rigor na avaliação do desempenho da organização.

Hospitais devem ser pensados para durar muito. Para serem usados
intensamente. Devemos considerar que os avanços nas tecnologias bio-médicas são
avassaladoras, e todos os hospitais, sem exceção, deveriam ser modernizados
constantemente. O conceito de sistemas “hierarquizados” de EAS – sobretudo hospitais-
, evidentemente, continua a ser aplicável à situação atual, mas seu sentido é cada vez
mais associado à escassez de recursos humanos para a formação das equipes de saúde,
do que à escassez de equipamentos. Nosso país não tem políticas realmente qualificadas
para as equipes de saúde, seja dentro dos grandes sistemas públicos (federal e dos
estados mais ricos), seja nos grandes sistemas privados. Há exceções, como a Rede
Sarah Kubitscheck de Hospitais de Doenças do Aparelho Locomotor, e grandes
hospitais privados no eixo Rio-São Paulo. Enfatizamos aqui, numa apostila que introduz
temas comuns à Arquitetura Hospitalar e à Administração Hospitalar, a importância dos
programas de humanização dos hospitais de forma centrada em dois grupos: no grupo
de usuários (que recebe a atenção geralmente dada, no tema da “humanização”) e no
grupo de profissionais de saúde.

5.3 Estruturas de Planos Diretores Hospitalares


Em meados da década de 1980, tive a oportunidade de trabalhar no programa
brasileiro de hospitais universitários, centrado num interessante órgão (extinto há quase
vinte anos) do Ministério da Educação, cuja sigla era CEDATE, ou Centro de
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Desenvolvimento e Apoio Técnico à Educação. Nesse trabalho, os técnicos do MEC


trabalhavam com as equipes de engenharia e arquitetura dos campi universitários
federais de todo o Brasil. Nosso trabalho consistia em insistentemente diagnosticar as
necessidades dos hospitais universitários, evitando as indicações imediatistas de suas
direções por obras físicas que, em geral, eram caras e de prioridades duvidosas. Ao
longo do trabalho, passamos a estimular as equipes de arquitetura desses campi
universitários a elaborar Planos Diretores Físicos, com o objeto de manter um quadro
diagnóstico geral, de cada hospital, para que as obras fossem planejadas contra o
contexto do hospital universitário como um todo.

Na verdade, poucas universidades fizeram seus Planos Diretores, à época.


Algumas exceções notáveis foram a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do
Sul), UFF (Universidade Federal Fluminense), UFRJ (Universidade Federal do Rio de
Janeiro). Seus planos eram, em geral, compostos dos seguintes elementos:

a) Descrição do funcionamento geral do Hospital, acompanhado por


plantas e cortes sumários, com zonas funcionais coloridas, em escala;
b) Planilhas de “produção”: consultas ambulatoriais, operações cirúrgicas
por modalidade, partos, atendimentos de emergência, etc.;
c) Um plano geral de obras, segundo um cronograma físico-financeiro,
com a indicação, em plantas e cortes, dos locais a serem reformados
ou expandidos.

Esses planos poderiam ser classificados como “Planos Diretores de estágios


avançados de modificações” que expunham “reestruturações exigidas por órgãos de
fiscalização externa”, no caso, o CEDATE / MEC. A parte mais importante era, afinal,
o cronograma físico-financeiro, que gerava efeitos: obras de reforma e de ampliação,
com compra de equipamentos e com implicações na contratação de pessoal.

O que aprendemos dessas experiências, para os dias atuais? Lamentavelmente, o


MEC não investiu na avaliação desses planos diretores de hospitais universitários, e
pouco sabemos de sua efetividade e continuidade. Até os dias de hoje não existe a
exigência de Planos Diretores Físicos Hospitalares, para o caso da rede de hospitais
universitários brasileiros. Mesmo os hospitais privados raramente têm planos diretores
que sejam efetitvos, isto é, que sejam utilizados como instrumentos de gestão do
hospital, de forma associada a outros instrumentos (planos de pesquisa, programas de
saúde, programas de aperfeiçoamento de pessoal, etc.). Mas algumas sugestões ainda
podem ser feitas, de modo a orientar a elaboração de planos diretores para os dias
atuais, considerando-se normas flexíveis como a RDC-050. O quadro abaixo lista
aspectos “funcionais” e aspectos “de gestão” a serem considerados.

ASPECTOS DOS PLANOS DIRETORES HOSPITALARES


Aspectos Físico- Expansão e requalificação de ambientes. Atributos (RDC-
Funcionais 050)
Desempenho. Atividades (RDC-050)
Humanização
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Aspectos de Gestão: Plano de atividades


Integração a programas
Qualificação de pessoal
Usuários e comunidade
Manutenção e energia
Sustentação financeira
Plano de obras físicas

Evidenciamos, nessa tabela de “aspectos”, dois conjuntos de elementos: (a)


Físico-Funcionais, e (b) Gestão. Essa é uma concepção que vai ao encontro da RDC-
050, que é uma norma extremamente flexível, centrada em padrões de ATRIBUIÇÕES
e ATIVIDADES dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde.

Podemos dizer que dois aspectos dos planos “tradicionais” – com referência aos
Planos Diretores dos hospitais universitários das décadas de 1980 e 1990 – continuam a
ser imprescindíveis: (1) a descrição físico-funcional do EAS, feita de forma
“arquitetural”, mostrando “como o hospital funciona” de modo explicitadamente
associado à sua organização física. Esse é um aspecto de importância fundamental, e
não se pode admitir um Plano Diretor que não apresente essa descrição, de forma
“econômica” (sempre que possível, com ilustrações que mostrem o conjunto, mais que
as partes) e “suficiente” (sem esquecer as importantes indicações de instalações e
equipamentos, em seus eixos de passagem e características técnicas gerais); (2) o Plano
de Obras, que resume a programação de trabalho em termos de modernização
continuada dos espaços físicos do hospital. Como veremos, a diferença que se impõe,
quanto a esse ponto, é a de que o Plano de Obras é fortemente vinculado a objetivos de
Gestão hospitalar.

A seguir, expandimos os comentários sobre os “Aspectos dos Planos Diretores


Hospitalares”. Esses comentários são dirigidos a hospitais existentes, embora possam
ser discutidos no caso de projetos novos, orientando seus Memoriais.

5.3.1 Expansão e requalificação de ambientes. Atributos


(RDC-050)
O Plano Diretor Hospitalar de um EAS existente deve ser baseado em
procedimento de Avaliação de Pós-Ocupação, que gera um diagnóstico acerca da
situação de uso, envolvendo vários critérios relevantes (segurança, higiene, manutenção,
operação, controle de pessoal, etc.). Nestas Notas de Aula não aprofundaremos a
discussão dos métodos e técnicas de Avaliação de Pós-Ocupação, mas seu diagnóstico
está associado a PROGNÓSTICO, em que diretrizes de expansão (se possível) e/ou de
requalificação de seus ambientes são explicitadas. A requalificação ambiental significa
a restauração de ambientes desgastados, em más condições, com baixo desempenho,
assim como vários tipos de mudanças de uso. A compra de novos equipamentos, a
modernização de instalações, como no caso do ar condicionado, podem ser tratadas
como “requalificações”.
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Uma outra categoria de mudanças que afetam a própria “denominação” do EAS


(que passa, por exemplo, de hospital de generalidades para hospital especializado)
implica na incorporação ou mudanças de ATRIBUTOS – tal como definidos na RDC-
050. A requalificação de hospitais inteiros deve envolver o planejamento das novas
relações espaciais, das novas exigências ambientais, de segurança, de controle de fluxos
e utilizações.

Os Atributos relatados na RDC-050 devem ser utilizados, preliminarmente,


como uma lista de checagem, para a verificação de cada ponto de mudança. Matrizes de
inter-relação podem ser usadas para uma primeira avaliação das mudanças, assim como
das suas conseqüências para a organização hospitalar. Em especial, os aspectos físicos
da mudanças devem ser claramente expostos, em “camadas” ou temas, caso necessário.
Por “camadas e temas” significamos a discussão pormenorizada dos fluxos de pacientes,
de pessoal, de alimentos, de medicamentos, de materiais coletados, de dejetos, de
informações, de equipamentos, por exemplo.

Para a nossa Minuta, responda, além dos aspectos citados, às perguntas:


- Qual o aspecto físico atual do EAS?
- Há espaço físico disponível, no lote ocupado, para a expansão?
- Há planos de expansão? Quais são?
- Há planos de mudança das atividades, sua expansão, requalificação?
Quais são?
- Quais os principais problemas ambientais físicos do EAS? Como vêm
sendo tratados?
- Quais são os pontos fortes de sua organização física atual?

5.3.2 Desempenho. Atividades (RDC-050)


Como expõe a RDC-050, os atributos envolvem atividades de assistência à
saúde, que articulam, por sua vez, atribuições profissionais precisamente definidas a
partir da legislação profissional (de todas as modalidade presentes nas equipes de saúde
necessárias, assegurando a presença de profissionais habilitados). Normas científicas
também se associam à definição das atividades, que não podem ser objeto de
improvisações e distorções ditadas por interesses inaceitáveis (como a não-realização de
exames essenciais, do interesse de pacientes, por desejo de aumentar a margem de
lucratividade da organização hospitalar, ou a adoção de procedimentos antiquados,
normativamente abolidos, como a curetagem em mulheres sadias e que não manifestam
a intenção da esterilização, por exemplo, visando lucro com o procedimento).

A identificação das atividades do EAS pela RDC-050 é preliminar, e deve ser


estudada e desenvolvida por cada organização hospitalar. A sistemática normatização
pelo próprio EAS, de suas atividades especiais garante o controle técnico e
administrativo de qualidade de serviços. Cada convênio entre o EAS e uma entidade
privada ou pública, para a prestação de serviços assistenciais, deve conter claras
definições das atividades envolvidas, e dos desempenhos esperados.
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Os desempenhos devem ser descritos OPERACIONALMENTE, isto é, devem


colocar claramente a produtividade esperada (“n” consultas diárias... “n” exames...), as
margens de erros tolerados, as condições mínimas de execução da atividade, em
determinados casos. Poucos EAS e sistemas locais de saúde controlam a qualidade de
seus serviços.

Para a nossa Minuta, responda, além dos aspectos citados, às perguntas:


- Quais são as atividades mais comuns no EAS?
- Há algum tipo de avaliação dessas atividades? Como essas atividades
são avaliadas?
- Você identifica algum problema no controle de atividades deste EAS?

5.3.3 Humanização
De modo sucinto, fala-se em “humanização” como uma forma de
embelezamento do edifício hospitalar e, ainda, da realização de atividades “paralelas’
com pacientes, para seu acolhimento. Sem descartar essa abordagem estetizante da
humanização, assim como essa margem de tempo dedicada à atenção personalizada de
determinados pacientes, o sentido de “humanização dos hospitais” deve ser discutido
nos planos das práticas profissionais e políticas da organização hospitalar, e envolver os
estudos de Avaliação de Pós-Ocupação, que permitem colocar importantes problemas
ambientais numa perspectiva bem definida.

Certamente, um dos eixos mais importantes da humanização dos hospitais


consiste na sua avaliação permanente, pelos usuários e profissionais de saúde. Essas
avaliações não são do tipo “preencha este questionário e coloque nesta caixa”. Isso é um
exemplo de não-humanização da própria pesquisa. Devem-se conduzir entrevistas
diretas, com o apoio de pesquisadores independentes. As observações de usuários e
profissionais são de fundamental importância para muitos dos aspectos abordados em
um Plano Diretor Hospitalar.

Podemos associar as ações de humanização a programas permanentes de gestão


da qualidade ambiental, com a participação de psicólogos ambientais e arquitetos.

Para a nossa Minuta, responda, além dos aspectos citados, às perguntas:


- Que aspectos você abordaria para a “humanização” deste EAS?
- O que os profissionais pensam desse assunto?
- O que os usuários pensam desse assunto?
- Quais são as suas sugestões?

5.3.4 Plano de atividades


A seção do plano de atividades expõe os objetivos a serem alcançados pela
organização hospitalar ao longo do tempo. As atividades enumeradas são totalmente
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contidas nas Atribuições do EAS. A linha de tempo é definidora, por sua vez, do prazo
de validade do próprio Plano Diretor Hospitalar.

Para a nossa Minuta, responda, além dos aspectos citados, às perguntas:


- Há um plano de atividades que diga respeito à gestão deste EAS?
- Quais são os objetivos desse plano?
- Caso não haja, o que você teria a sugerir para a elaboração de um plano
de atividades?
- Qual a duração desse plano proposto por você?

5.3.5 Integração a programas


Os programas nacionais (estaduais e municipais, eventualmente) de saúde
devem ser oportunamente considerados no Plano Diretor Hospitalar. Os programas têm
incluído ações assistenciais em todos os níveis de complexidade (de campanhas de
vacinação a exames preventivos de formas de câncer, por exemplo). Cada EAS está, em
diferente medida, comprometido com os programas nacionais de saúde e, no sentido
legal da constituição do sistema, cada EAS privado é uma espécie de “concessionário”
do serviço público de saúde. No entanto, a adesão dos EAS privados a algumas
campanhas (como as vacinações) é voluntária. A adesão dos EAS, de modo geral, aos
programas de assistência à saúde deve ser examinada no âmbito dos Planos Diretores
Hospitalares.

Para a nossa Minuta, responda, além dos aspectos citados, às perguntas:


- Quais são os programas de assistência à saúde que esse EAS aderiu?
- Houve modificações físicas associadas a programas de saúde?
- Há sugestões dos profissionais quanto a integração desse EAS a
programas de saúde pública?

5.3.6 Qualificação de pessoal


Raramente os Planos Diretores Hospitalares fazem menção à administração de
pessoal. Mais raramente ainda, a própria “administração de pessoal” vai muito além do
gerenciamento de contratações, pagamentos, férias e direitos trabalhistas, rescisões e
demissões. A qualificação de pessoal, o treinamento em serviço, a avaliação e a
atualização continuada, que envolve TODAS as categorias profissionais e de
prestadores de serviços, deve ser prevista e incluída no Plano Diretor. No caso de
expansões físicas e/ou ampliação de atividades, certamente será necessária a contratação
de pessoal especializado e a especialização de pessoal. Custos e desempenhos estão
diretamente associados, pois essas operações são “casadas”.

Para a nossa Minuta, responda, além dos aspectos citados, às perguntas:


- Há programa de qualificação de recursos humanos?
- Quais os critérios de contratação de pessoal, por nível e modalidade?
- Que recomendações você tem a fazer?
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5.3.7 Usuários e comunidade


A participação dos usuários é prevista nas leis constitutivas do Sistema Único de
Saúde, e atinge tanto o setor público quanto o setor privado. É fundamental que os
usuários participem de todos os aspectos da avaliação dos serviços assistenciais
prestados, assim como nas discussões que envolvem alterações nos padrões de serviços.

Para a nossa Minuta, responda, além dos aspectos citados, às perguntas:


- Ocorre algum tipo de participação de usuários na gestão desse EAS?
- Como é feita essa participação?
- Em que setores, a seu ver, deste EAS, deveria haver participação do
usuário?
- Como você recomendaria a conduta da administração hospitalar nesse
aspecto?

5.3.8 Manutenção e energia


A Manutenção Predial e Patrimonial são, em geral, de responsabilidade do
administrador hospitalar. A Manutenção de Instalações e Equipamentos, por ser mais
especializada, deve envolver contratos de prestadores de serviços, caso em que a
responsabilidade do administrador é partilhada – mas ao administrador acabe a gestão
desses contratos. De um modo geral, a administração dos insumos que são necessários
ao funcionamento do hospital também deve ser rigorosamente controlada, com
acompanhamento técnico especializado: energia, água potável, telefonia, combustíveis e
outros insumos. Os “exsumos”, como o lixo, e mesmo a qualidade do esgoto hospitalar,
deve estar sob o controle de sua administração.

Para a nossa Minuta, responda, além dos aspectos citados, às perguntas:


- Como a administração hospitalar coordena a manutenção predial?
- Como a administração hospitalar coordena a manutenção patrimonial?
- Como a administração hospitalar coordena a manutenção de instalações
e equipamentos?
- Como a administração hospitalar exerce controle sobre cada tipo de
insumo necessário ao funcionamento do hospital?
- Como a administração hospitalar exerce controle sobre cada tipo de
exsumo produzido pelo funcionamento do hospital?
- Quais as recomendações que você tem a fazer?

5.3.9 Sustentação financeira


A sustentação financeira é preocupação central para a administração, e os
recursos financeiros devem ter origem e destinação lícitas. Ao longo do tempo, as
exigências incidentes sobre a gestão financeira e a prestação de contas variam muito, e a
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capacidade de adaptar-se a essas exigências é crucial para a vida do EAS, assim como
para a sua manutenção e melhorias. O plano de sustentação financeira deve ser
delineado no Plano Diretor.

Para a nossa Minuta, responda, além dos aspectos citados, às perguntas:


- Quais as principais fontes de recursos financeiros do EAS?
- Quais os problemas existentes na gestão de recursos?
- Quais os problemas existentes na prestação de contas, por instância
auditora?
- Como a administração tem se adaptado às mudanças na legislação e às
“crises” de mercado e de governo?
- Quais as recomendações que você tem a fazer?

5.3.10 Plano de obras físicas


Um importante desfecho do Plano Diretor Hospitalar é seu plano de obras
físicas, no período de vigência do Plano. Sobretudo no caso das grandes organizações,
como os hospitais universitários, os planos de obras físicas envolvem Planos Diretores
Físicos que “orquestrem” toda a diversidade de atividades e recursos que compõem o
funcionamento do hospital. A previsão das etapas de estudos e projetos, de licitações e
execução de obras, de início de operações dos novos setores, é aspecto de obrigatória
exposição em Planos Diretores Hospitalares.

Para a nossa Minuta, responda, além dos aspectos citados, às perguntas:


- Como as obras físicas têm sido planejadas, no caso deste EAS?
- Existe um plano de obras físicas?
- De um modo geral, há a previsão de obras físicas (mesmo de pequeno
porte, como reformas, recuperações de telhados, criação de
estacionamentos, etc) para ESTE ANO?
- Mesmo ainda não previstas, há obras físicas necessárias a este EAS?
Quais são?
- Quais as recomendações que você tem a fazer?

6. REFERÊNCIAS
Agência Nacional de Vigilância Sanitária Resolução (2002) RDC nº 50, de 21 de
fevereiro de 2002. Brasília: ANVISA.
Barbieri, J. C., Machline, C. (2006). Logística hospitalar. São Paulo: Saraiva.
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Couto Filho, A. F., Souza, A. P. (2008). Responsabilidade civil, médica e
hospitalar. Rio de Janeiro: Lumen Juris.
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Couto, R. C., Pedrosa, T. M. G. (2007). Hospital: Acreditação e gestão em


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Egry, E. Y., Lacerda, R. A., Jouclas, V. M. G. (1996). A Face iatrogênica do
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Feldman, L. B. (2008). Gestão de risco e segurança hospitalar. São Paulo:
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Goes, R. (2004). Manual prático de arquitetura hospitalar. São Paulo: Edgard
Blucher.
Gonçalves, E. L. (2006). Gestão hospitalar. SãoPaulo: Saraiva.
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