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Curso de Arquitetura e Engenharia 1

nas Atividades Hospitalares


SOBES/2004

ENGENHARIA HOSPITALAR

André Luiz E. Lopes


Engenheiro Civil – Consultor de Engenharia

Maio de 2004
Curso de Arquitetura e Engenharia 2
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Apresentação

Classicamente, o engenheiro é visto como um técnico especializado na solução de


problemas específicos e limitados a determinadas atividades ou campos de interesse.
Hoje é preciso que este profissional seja apto a contribuir para a solução de uma
grande diversidade de problemas humanos, trabalhando em equipe e em temas
interdiciplinares.

Valoriza-se mais a retórica, a repetição acrítica das informações e menos o


desenvolvimento de habilidades que capacite-o a pensar sobre a resolução de
problemas reais. O ensino teórico não tem sido desenvolvido como base de dialogo com
a realidade. Por outro lado a pratica profissional e a experimentação não tem sido
aproveitadas para consolida-lo.

Nesta perspectiva e considerando o amplo alcance social de um Estabelecimento de


Assistência à Saúde e sendo responsabilidade do arquiteto e do engenheiro estarem
atentos as necessidades sociais apresentamos a seguir um caminho, que consideramos
o mais adequado, para viabilizar um tratamento interdisciplinar e dialético do
conhecimento sobre Engenharia Hospitalar.

Para tanto preparamos essa apostila mostrando como se organiza um Estabelecimento


de Assistência a Saúde, as dificuldades de se implantar uma Engenharia Hospitalar
com uma visão diferenciada do que se faz atualmente, e em seguida abordamos os
problemas e dificuldades do gerenciamento de um Estabelecimento de Assistência à
Saúde. O que é Acreditação e quais as possibilidades que vieram com a definições de
padrões de referência e finalmente mostramos as responsabilidades e o novo olhar
que os profissionais de Arquitetura e Engenharia devem ter.
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Sumário

1. Introdução

2. Organização de um Estabelecimento de Assistência a Saúde

3. Organização da "Engenharia Hospitalar"

4. Dificuldades da Implantação da Engenharia Hospitalar

5. Gerenciamento/Manutenção de um Estabelecimento de Assistência a Saúde

6. Acreditação e Definição de Padrões

7. Responsabilidades do Arquiteto e do Engenheiro


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ENGENHARIA HOSPITALAR

1. INTRODUÇÃO

As organizações do “mundo do trabalho” com o acelerado desenvolvimento das


técnicas se deparam com desafios, cada vez mais complexos.

O controle deste desenvolvimento tecnológico pelo homem, na verdade o grande


agente deste processo, requer aprimoramentos técnicos e especializações na
tentativa de minimizar os riscos a que se encontram sujeitos os usuários dessas
tecnologias.

Na área do conhecimento onde a atividade dos arquitetos e engenheiros se faz


presente, quer seja vencendo grandes vãos na Engenharia Civil e Arquitetura, nas
máquinas na Engenharia Mecânica, nos equipamentos na Engenharia Eletrônica, no
transporte de energia na Engenharia Elétrica e em outros campos de atividade, a
teoria de riscos está latente, mas sempre com dois grandes agentes o homem e o
produto.

Quando os Arquitetos e Engenheiros abraçam estas profissões, fazem normalmente


impulsionados pelo desafio de criar, inventar, avançar, obviamente com isto
acarretando aumento na probabilidade de ocorrência de eventos que causam danos aos
trabalhadores e ao público em geral.

Portanto, se estes profissionais pela necessidade de suas profissões são, talvez, os


responsáveis maior pelo aumento desta probabilidade, são eles também que devem se
preocupar em tentar minimizá-las.

Para isto, foi criada a Engenharia de Segurança do Trabalho, através da lei 7410/85,
regulamentada pelo Decreto92530/86 e com suas atribuições definidas pela
Resolução 359/88 do CONFEA, atividade que aborda os riscos no ambiente de
trabalho para proteção do trabalhador no processo laboral.

No entanto, um cenário diferente se apresenta para estes profissionais nos E.A,S,


onde ao lado do trabalhador e do produto se incluem dois novos agentes de risco; o
paciente e o acompanhante.
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A existência dos E.A.S não é nova, pois Hospitais e as Casas de Misericórdias já


existem a várias décadas, o que é novo para os profissionais de Arquitetura e
Engenharia é como se incorporar a este “novo” processo em conjunto com outros
profissionais, não como um prestador de serviços aos profissionais de saúde, mas sim,
sendo um profissional de saúde, onde o seu trabalho é analisado e avaliado no processo
de qualidade do atendimento aos pacientes e seus acompanhantes.

Os profissionais de Engenharia e Arquitetura, portanto se deparam com um novo


“habitat”, onde as variáveis não são um produto palpável (máquinas, prédios,
equipamentos, etc.), mas sim no seu processo estão seres humanos, algumas vezes
doentes, mas certamente todos pelo menos nervosos e estressados, então não basta
fazer um “lindo projeto”, uma “linda instalação” e equipar com “lindos equipamentos”,
mas sim acompanhar, medir, averiguar quais são as verdadeiras interferências e
conseqüências da Engenharia Hospitalar a que estão sujeitos, não só os profissionais
de segurança e saúde (incluindo o Arquiteto e o Engenheiro) como principalmente os
pacientes e acompanhantes, que formam uma população dentro de um E.A.S que não
são passíveis de treinamento.

Portanto um novo profissional se faz necessário, profissional este que deve coordenar
e aglutinar todas as áreas de Engenharia necessárias em um E.A.S para atender a
tarefa mais importante deste estabelecimento, que é prestar assistência a saúde do
paciente.
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2. Organização de um E.A.S

Todo o estabelecimento de assistência a saúde (E.A.S) deve ter um projeto, que


denominaremos de “projeto médico”.1

Com esta perspectiva, este estabelecimento possui portanto 3 (três) grandes


alicerces (Fig.1) que são:

 Assistência
 Desenvolvimento Tecnológico
 Organização

Figura 1

PROJETO
MÉDICO

Desenvolvimento
Assistência Tecnológico Organização

1
Conceituamos "Projeto Médico" como o tipo de atendimento que será prestado ao
paciente e em quais especialidades.
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3. Organização da "Engenharia Hospitalar”

O “Engenheiro Hospitalar” deve estar fundamentalmente inserido no Desenvolvimento


Tecnológico, mas a sua capacidade deve ser avaliada conforme ele possua
conhecimento suficiente para interferir na área da Organização e na área da
Assistência.

A principal obrigação da “Engenharia Hospitalar” é coordenar e aglutinar todos os


profissionais necessários para desempenhar a função de atender as demandas
oriundas de um E.A.S na área de Engenharia e Arquitetura, entendendo os “processos”
de outros profissionais igualmente importantes neste tipo de estabelecimento.

A melhor organização desta “Engenharia Hospitalar” ocorre através de processos,


conforme mostra a figura 2.

Figura 2

Engenharia
ENGENHARIA Segurança do
Obras e HOSPITALAR Trabalho
Projetos

Gerenciamento Gerenciamento de Gerenciamento de


Predial equipamentos de equipamentos
infra-estrutura biomédicos
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O “Engenheiro Hospitalar” é o profissional que organizará e coordenará as atividades


de Arquitetura e Engenharia com os profissionais de outras áreas do conhecimento de
um E.A.S. Desta forma faz-se necessário que este profissional conheça as atividades
de todo o estabelecimento e fundamentalmente as necessidades do público alvo
(pacientes e o acompanhantes), pois isto indicará a efetiva participação do
Arquiteto/Engenheiro nas atividades hospitalares.

Na área de obras e projetos estão todos os investimentos (reformas e obras) que


serão executados pelos profissionais qualificados e capacitados pelo Sistema
CONFEA/CREA, sob a coordenação da “Engenharia Hospitalar”.

Na área de segurança do Trabalho estarão todos os profissionais necessários


conforme legislação do Ministério do Trabalho NR-4 da Portaria 3214/78 ,
qualificados e capacitados.

E finalmente, nas áreas de gerenciamentos (manutenções) estarão os profissionais


necessários para manter a organização conforme as normas da ABTN; leis, portarias e
resoluções dos órgãos pertinentes de alçada federal, estadual e municipal, atuando
sempre, que possível, de forma programada e preventiva.
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4. Dificuldades de Implantação da Engenharia Hospitalar

Existe, certamente várias dificuldades para implantação da Engenharia Hospitalar,


dentre elas podemos citar as:

 Políticas de saúde
 Econômico/financeira
 Crise dos Planos de Saúde
 Crise dos Hospitais

Mas, gostaríamos de nos fixar nas atividades do Engenheiro e do Arquiteto nos E.A.S.

A maior das dificuldades já foi apontada em toda introdução, isto é como estes
profissionais (sem a formação necessária) se incorporam a “equipe de saúde”, no
entanto, outras decorrentes da própria formação do Engenheiro e do Arquiteto tem
um papel fundamental nos problemas de incorporação destes técnicos na área de
saúde, tais como:

 Os Arquitetos e Engenheiros não são preparados, normalmente, para as atividades


rotineiras de gerenciamento (manutenção) preferindo as atividades de projetos e
execução, por serem mais gratificantes do ponto de vista profissional.

 Esta aptidão leva aos E.AS. trabalharem com um profissional menos capacitado (o
famoso “faz tudo”) o que faz com que as obrigações dos gerenciamentos se
transformem em manutenção corretiva e na maioria das vezes somente em
consertos.

 Separação da área de investimentos (projetos e obras) das áreas de


gerenciamento (manutenção) acarretando profunda interferência no processo do
estabelecimento.

 Divisão dos gerenciamentos, com a contratação em separado, de Empresa para, por


exemplo Engenharia Clínica ou execução de projetos, sem uma coordenação de
todas as atividades efetuada pela Engenharia Hospitalar, acarretando processos
estanques, sem uma sincronização necessária para uma organização, em que as
intervenções precisam ser sincronizadas e ágeis.
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5. Gerenciamento / Manutenção de um E.A.S

O mundo moderno não discute mais manutenção de forma simplista, A discussão atual
é como gerencia-la. Assim, o termo gerenciamento passa a ser muito mais abrangente
já que pode propiciar otimização no processo e consequentemente redução de custos.

Como subproduto desse gerenciamento, é importante que na manutenção exista a


preocupação constante de se descobrir a causa que ocasionou o defeito, pois
conhecendo as causas as providencias podem ser adotadas com mais presteza,

Apontamos como causas mais freqüentes, as de origens:

 físicas
 de procedimentos
 por falta de treinamento

Os gerenciamentos, quer seja predial, de equipamentos de infra-estrutura, de


equipamentos bio-médicos necessitam de uma política de manutenção. Esta é uma
atividade fundamental, e muito carente na maioria dos E.A.S.

Desta forma, descrevemos a seguir os tipos de manutenção que temos:

A) Manutenção Emergencial:
É a manutenção necessária, em que o usuário, mesmo não sendo técnico, sabe que
precisa ser executado:
Exemplo: vazamentos, entupimentos, curto-circuito, lâmpada queimada.

B) Manutenção Corretiva:
É a mesma da manutenção emergencial, com a diferença de que só o técnico da área é
que consegue avaliar o problema.

C) Manutenção Preventiva:
É a que possui uma rotina previamente estipulada para sua execução, difundida por
todo E.A.S.
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D) Manutenção Preditiva:
É a mesma da preventiva, com a diferença de que a meia-vida do material/equipamento
é determinante.

No Brasil, infelizmente, não temos regulamentação sobre o prazo de validade dos


materiais/equipamentos, portanto a manutenção preditiva fica bastante prejudicada e
na maioria dos casos até mesmo impossibilitada. Este problema precisa ser enfrentado
para que possamos implementar um melhor tipo de gerenciamento, que é o
gerenciamento preditivo.

Visto isto constata-se que é possível, atuar no gerenciamento preventivo, eliminar o


gerenciamento emergencial e sobretudo minimizar o gerenciamento corretivo.

As autoridades e os gestores do E.A.S precisam entender que o gerenciamento


(manutenção) baseado no conserto possui um custo elevado e ocasiona um enorme
aumento de probabilidade de ocorrência de acidentes, além de paralisações no sistema
com conseqüências incalculáveis.
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6. Acreditação e definição de Padrões

Acreditação: conceito, história, metodologia e o


impacto na gestão hospitalar2

 Conceito
A Acreditação é um processo no qual uma entidade, em geral não governamental,
separada e distinta das instituições de saúde, avalia instituições de saúde para
determinar se as mesmas atendem um conjunto de requisitos concebidos para
melhorar a qualidade do cuidado(12).

 Breve Histórico
A Acreditação surge da iniciativa do Dr. Ernest Codman, um cirurgião americano.
Propôs em 1910 um “Sistema de Resultados Finais” visando avaliar o cuidado cirúrgico
realizado nos EUA. Sendo um dos fundadores do Colégio Americano de Cirurgiões
lidera a criação, pelo Colégio de um programa de Padronização de Hospitais em 1918,
adotando requisitos básicos que incluíam a recomendação para uma equipe médica
organizada e qualificada; o gerenciamento das informações (prontuários) e a
realização de avaliações periódicas dos profissionais para promover seu
aperfeiçoamento(13).

Em 1951 surge Joint Commission para Acreditação de Hospitais formada pelo Colégio
Americano de Cirurgiões, Colégio Americano de Clínicos, Associação Médica
Americana, Associação Americana de Hospitais e a Associação Médica Canadense, que
se separa da Joint em 1958. Na época de sua criação a Joint Commission somente
realiza Acreditação em hospitais, com a evolução dos cuidados em saúde e a
introdução de diversas modalidades de assistência a Joint foi ampliando sua ação e
hoje apresenta padrões para todos os tipos de instituições de saúde como o cuidado
domiciliar, a assistência ambulatória e hospitais psiquiátricos. Tem uma história
marcada pela busca de sua missão de aperfeiçoar a qualidade do cuidado em saúde
realizando mudanças sucessivas no seu enfoque de análise das instituições de saúde.

Parte de padrões centrados na descrição e prioridade na estrutura do cuidado e hoje


foca os processos e a ênfase em como garantir a segurança e a qualidade para os
pacientes(13).

2
*Cynthia Magluta - Médica, sanitarista, mestre em Saúde Pública pela
ENSP/FIOCRUZ, 1992.
Vice Diretora de Assistência do I.F.F./FIOCRUZ, 2002.
Técnica em acreditação do CBA, 1998.
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No Brasil a Acreditação começa a ser discutida em 1986 no Colégio Brasileiro de


Cirurgiões, sendo seus conceitos disseminados pela Comissão Especial Permanente de
Qualificação de Hospitais(3). Em 1990 a Organização Panamericana de Saúde (OPAS)
e a Federação Latino-americana de Hospitais celebram um acordo de cooperação para
o desenvolvimento de ações para a melhoria do cuidado, resultando na elaboração de
um manual da OPAS que foi utilizado pelo instituto de Administração Hospitalar e
Ciência da Saúde do Rio Grande do Sul(15).

Em 1994, o CBC organizou, juntamente com a Academia Nacional de Medicina e o


Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro –
IMS/UERJ, o Seminário de Acreditação de Hospitais e Melhoria da Qualidade, que
contou com a participação de especialistas internacionais. Como fruto deste
Seminário, foi criado pelas instituições organizadoras o Programa de Avaliação e
Certificação de Qualidade em Saúde – PACQS, com o objetivo de aprofundar a análise
e a implementação de procedimentos, técnicas e instrumentos voltados para
Acreditação de hospitais e prestar cooperação técnica às instituições de saúde
comprometidas com o processo de melhoria contínua da qualidade(16).

Em julho de 1997, a Fundação Cesgranrio promoveu no CBC, em conjunto com as


instituições organizadoras do PACQS, a oficina de trabalho "A Acreditação Hospitalar
no Contexto da Qualidade em Saúde", com representantes da Joint Commission on
Accreditation of Healthcare Organizations – JCAHO – a mais importante organização
acreditadora do mundo – e convidados internacionais, para discutir e propor
metodologias de avaliação de hospitais com base na experiência internacional de
Acreditação.(16)

Como desdobramento daquele evento, em 1998, foi constituído o Consórcio Brasileiro


de Acreditação de Sistemas e Serviços de Saúde – por Protocolo de Cooperação,
firmado a 8 de junho - que associa a experiência acadêmica, científica e de formação
de recursos humanos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, à tradição
e à capacidade técnica do CBC e da ANM e à experiência de avaliação de sistemas
sociais da Fundação Cesgranrio. O CBA surge, assim, como resultado tanto do conjunto
de experiências realizadas no campo da Acreditação no Brasil, quanto das crescentes
preocupações em nosso país com os aspectos referentes à garantia da qualidade dos
serviços prestados à população. O CBA é credenciado pela JCI para realizar
acreditações conjuntas e também é credenciado pelo Organismo Nacional de
Acreditação (ONA) (16).
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O MS através da Secretaria de Políticas ainda no governo Fernando Henrique


estabeleceu seu programa de Acreditação desenvolvendo duas ferramentas: o Manual
Brasileiro de Acreditação Hospitalar e a Organização Nacional de Acreditação (ONA).
O Manual Brasileiro é o fruto do trabalho de um grupo técnico que adaptou o Manual
da Organização Pan-Americana de Saúde e realizou testes em 17 hospitais
brasileiros(17).

Este manual apresenta padrões por serviços em 3 níveis. O primeiro nível dá ênfase a
estrutura e tem como princípios orientadores: a habilitação do corpo funcional, o
atendimento aos requisitos fundamentais de segurança para o cliente nas ações
assistenciais e procedimentos médico-sanitários e a estrutura básica (recursos) capaz
de garantir assistência orientada para a execução coerente de suas tarefas. O
segundo nível aborda evidências que o hospital adotou um sistema de planejamento
referente à documentação, a força de trabalho, treinamento, controle, informação
para a decisão clínica e gerencial e práticas de auditoria interna. O terceiro nível
contém padrões referentes à implantação de políticas de melhoria contínua, uso de
tecnologia da informação e adoção de rotinas e protocolos clínicos. (17)

A ONA visa ordenar o processo de Acreditação agindo como uma agência reguladora
deste trabalho no Brasil, ao mesmo tempo, que credencia agências acreditadoras para
utilização do Manual Brasileiro.

 Padrões da Acreditação e Metodologia


A Acreditação tem como principal característica oferecer as instituições de saúde
uma avaliação independente de seu desempenho comparado aos padrões de
Acreditação. Este processo é voluntário e os padrões refletem as melhores práticas
do cuidado e gestão de serviços e sistemas de saúde. Estes padrões são elaborados,
sob a coordenação da JCAHO por grupos de especialistas e são submetidos a diversos
fóruns de discussão para serem validados, estas discussões envolvem representantes
de profissionais de saúde, de gestores hospitalares, de professores universitários,
dos profissionais dos hospitais acreditados, dos avaliadores da JCAHO e finalmente
da equipe técnica da JCAHO. Para o desenvolvimento dos padrões internacionais foi
constituída uma força tarefa composta por representantes dos diversos países que
utilizaram todo o conhecimento e a experiência empregados no desenvolvimento dos
padrões americanos(12).
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A busca da conformidade aos padrões desejáveis de qualidade implicada num processo


contínuo de melhoria de qualidade e, portanto, um processo contínuo de educação de
todos os profissionais dos serviços de saúde. A Acreditação tem como pontos fortes o
fato de ter sido desenvolvida por profissionais de saúde, o foco no paciente, a ênfase
na melhoria contínua da qualidade e na educação permanente.
Segundo Donahue & O’Leaary os padrões de desempenho são definições de
expectativas. Eles orientam as instituições quanto à otimização do seu desempenho,
dão a base para o bom desempenho profissional. São objetivos e mensuráveis, são
alcançáveis com os recursos existentes no momento, são adaptáveis a diferentes
instituições e permitem autonomia, flexibilidade e criatividade. (13)

Os padrões da Acreditação na metodologia JCI/CBA são organizados em funções


importantes e comuns a todas as instituições de saúde. Entende-se por função um
conjunto interrelacionados de processos e atividades direcionado ao mesmo objetivo,
como por exemplo, o cuidado do paciente ou o gerenciamento dos equipamentos
biomédicos.

A organização dos padrões de Acreditação JCI/CBA em funções e não em estruturas


ligada a departamentos/serviços tem como principais vantagens: a visão integral da
instituição e a busca de um mesmo e alto padrão de qualidade em toda a organização.

Todos, em todos os setores tem responsabilidade com a performance institucional.

As funções do Manual Internacional de Padrões de Acreditação Hospitalar – JCI/CBA


está organizado em 11 funções sendo cinco relacionadas com o cuidado aos pacientes e
seis relativas à garantia de uma organização segura, eficaz e bem gerenciada. No
quadro 1 apresentamos as principais questões abordadas nestas funções(12).
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Quadro 1
Manual Internacional de Padrões de Acreditação Hospitalar e seus principais
processos

Funções Processos
VOLTADAS AO PACIENTE
Acesso e Continuidade  Encontrar a correspondência adequada entre a
do Cuidado assistência necessária e os serviços disponíveis no
hospital.
 Integrar e coordenar os serviços
 Planejar a alta e o acompanhamento.
Direitos do Paciente e  Definir, divulgar e proteger os direitos do paciente;
Familiares  Informar o paciente de seus direitos;
 Incluir a família do paciente, quando apropriado, nas
decisões sobre seu cuidado;
 Obter o consentimento informado;
 Educar os profissionais quanto aos direitos do paciente; e
 Estabelecer as normas éticas da instituição.

Avaliação do Paciente  Coleta de informações e dados sobre as condições


clínicas, psicológicas, sociais do paciente, e histórico
médico;
 Analise dos dados e informações para identificar a
necessidade de cuidado do paciente; e
 Desenvolver um plano de cuidado que atenda as
necessidades identificadas.

Cuidado ao Paciente  Oferecer o cuidado mais adequado em um ambiente que


apoia e responde às necessidades específicas de cada
paciente.
 Obter este cuidado através do planejamento e
coordenação.
Educação de Pacientes  Promoção de hábitos de vida saudáveis.
 Apoiar o paciente e sua família para participar no
e Familiares
processo de cuidado
 Prover educação efetiva
 Usar de forma eficiente os recursos educacionais
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Funções Processos
VOLTADAS À ORGANIZAÇÃO
Melhoria da qualidade  Projetar bem novos processos clínicos e administrativos;
e Segurança do  Monitorar como os processos funcionam através da
Paciente coleta de dados e indicadores;
 Analisar os dados, e
 Implementar e manter as mudanças que promovam as
melhorias.
Prevenção e Controle  Compreensão dos riscos de infeção em toda a instituição
da Infeção  Planejamento, vigilância e estabelecimento de
estratégias de prevenção
 Integração com o programa de qualidade
Governo, Liderança e  Identificar a estrutura de responsabilidade da
Direção organização
 Prover um processo de liderança colaborativo
 Prover um processo de responsabilidade para
departamentos e Serviços
 Conhecimento de Leis e Regulamentos
Gerenciamento do  Prover um ambiente seguro, funcional e operacional para
Ambiente Hospitalar e pacientes, familiares, funcionários e visitantes visando:
Segurança  Reduzir e controlar riscos e perigos
 Prevenir acidentes e danos
 Manter as condições de segurança e de conforto
 Entender os riscos das instalações e planejar sua redução
 Inspecionar, testar, e manter equipamentos médicos
 Inspecionar, testar, e manter sistemas de infra-
estrutura
 Profissionais são treinados para participar na redução
dos riscos
Educação e  Planejar o número e tipos de profissionais
Qualificação dos  Orientar e educar todos em suas responsabilidades
Profissionais  Obter, verificar, avaliar, e usar as credenciais médicas
 Obter, verificar, avaliar, e usar as credenciais da
enfermagem
 Obter, verificar, avaliar, e usar as credenciais dos outros
profissionais
Gerenciamento da  Identificar as necessidades de informação
Informação  Planejar um sistema para atender estas necessidades
 Criar e usar um prontuário adequado
 Agregar e comparar dados e informações
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O processo de Acreditação busca dados em diversas fontes e está sempre validando


uma fonte contra a outra. A avaliação é realizada por uma equipe composta por um
médico, um enfermeiro e um administrador hospitalar. O período de avaliação dura
entre 3 e 5 dias dependendo do porte do hospital. Os avaliadores buscam informações
em diversas fontes tais como: observação, entrevistas com profissionais e pacientes,
análise de documentos e reuniões com a Direção e diversos grupos profissionais.

 A Acreditação e a Arquitetura e Engenharia Hospitalar


Os padrões da Acreditação atuais valorizam os processos de garantia da segurança e
qualidade. Entende ainda que o cumprimento da legislação além de uma obrigação é
uma das ferramentas para garantir a segurança. Portanto diversos padrões exigem o
conhecimento e aplicação das leis e regulamentos pertinentes às diversas áreas de
atuação da gestão hospitalar. Reconhece ainda que o sistema legal pode não
contemplar todos os requisitos de qualidade e propõe, portanto o acompanhamento do
conhecimento para que sejam implementados, superando os requisitos legais quando
estes não estão de acordo com esta evolução.

Duas atividades da avaliação são focadas na questão da segurança, estrutura física


dos prédios, análise do gerenciamento de equipamentos e sistemas de infra-estrutura.
O administrador realiza uma visita predial que percorre desde o teto até o subsolo
onde observa e interage com os responsáveis do gerenciamento do ambiente
hospitalar. Realiza ainda uma reunião com estes responsáveis verificando o seu
conhecimento e aplicação das boas técnicas de gestão do ambiente, enfoca o esforço
de treinamento para os profissionais visando a correta utilização de todos os sistemas
do hospital. É importante ressaltar a ênfase dada aos sistemas de prevenção e
combate aos incêndios e a análise de cada acidente ocorrido no hospital visando a
adoção de medidas corretivas e implantação de processos que minimizem os riscos e
previnam outros acidentes.
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7. Responsabilidades do Arquiteto e do Engenheiro

As responsabilidades do Arquiteto e do Engenheiro são inúmeras dentro de um E.A.S,


tanto na melhoria do atendimento aos pacientes e acompanhantes, quanto na
organização do Estabelecimento, no entanto citaremos apenas as responsabilidades
legais; quais sejam:

1- Projetos
2- Execução da obra
3- Eletricidade
4- Aterramento
5- Hidráulica
6- Esgoto e rejeitos
7- Incêndio
8- G.L.P.
9- Ar condicionado
10- Elevadores
11- Caldeiras e boiler
12- Geradores
13- Subestação
14- Oxigênio
15- Ar comprimido
16- Vácuo
17- Oxido nitroso
18- Gases especiais
19- Estação de saneamento de esgoto (E.T.E)
20- Telefonia
21- Rede de dados
22- Interfonia/Chamada
23- Cobertura/impermeabilização
24- Interação infra-estrutura/equipamentos
25- Engenharia clínica
26- Engenharia de segurança do trabalho
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Com o objetivo de dar um enfoque específico no olhar da Engenharia Hospitalar em um


E.A.S, faremos a seguir considerações sobre cada tópico das "Responsabilidades do
Arquiteto e do Engenheiro” neste tipo de instituição :

1. Projetos:
Devem satisfazer:
 RDC N.º 50 de 21/02/2002 – ANVISA
 Normas ABNT
 Leis, Portarias e recomendações dos órgãos municipais, estaduais e federais.

Medidas a serem adotadas :


 Facilidade para executar a manutenção.
 Padronização sempre que possível.
 “Estanqueidade” por andar e “Unidades Fechadas”.
 Sistemas duplos nas Instalações das “Unidades Fechadas”.
 Circulações largas e com pé direito alto.

2. Execução da Obra:
 Respeito aos projetos.
 Execução de “As Built” durante e após a execução.
 Treinamento dos usuários.
 Execução dos planos de gerenciamentos.
 Implantação da filosofia de “Engenharia Hospitalar”.

3. Eletricidade
a) Legislação:
NBR-5410-Instalações elétricas de baixa tensão
NBR-13534-instalações elétricas em E.A.S.
NBR-5413- Iluminância de Interiores

b) Medidas Necessárias:
 As instalações elétricas devem, sempre que possível passar por shaft (vertical)
com fácil acesso, e pelas circulações (horizontal), por estas permitirem forro
removível.
 Solicitar entrada dupla de alimentação.
 Uso de no mínimo 2 (dois) transformadores interligados por disjuntor “tie” de
preferência isento de óleo.
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 Cada transformador deve ter capacidade de assumir toda a carga do Hospital.
 "Estanqueidade" por andar.
 "Estanqueidade" por “Unidade Fechada”.
 Quantidade de tomadas adequadas
 Tomadas com pelo menos 2 (duas) fases em cada leito.
 Tomadas com fases intercaladas em cada leito.
 Possuir programa de manutenção com “check list” , responsável e autor.
 Possuir nas “Unidades Fechadas” sistema “IT Médico” com dispositivos de
supervisão.
 Os disjuntores principais do quadro geral de baixa tensão de preferência do tipo
“extraíveis”

 Possibilitar que nas “Unidades Fechadas” tenha sistema de “by pass” com algum
outro sistema.
 As “Unidades Fechadas” devem ser supridas de dispositivos de supervisão.
 Não colocar tomada de 227V nos leitos.
 No Centro Cirúrgico as tomadas devem estar a 1,50 metros do piso.
 Os compartimentos são classificados em 3(três) grupos:
 Grupo 0, classe>15 Seg.
 Grupo 1, classe 15 Seg.
 Grupo 2, classe 0.5 Seg.

4. Aterramento
a) Legislação:
NBR- 5419

b) Medidas necessárias:
 Todo o sistema de aterramento deve levar em conta a equipotencialidade das
massas metálicas expostas em uma instalação.
 Cuidado com os gases anestésicos.
 Possuir malha única de aterramento.
 Interligado nesta malha :
* Descargas atmosféricas
* Aterramento elétrico
* Aterramento eletrônico
* Sistema “I.T. Médico”
 Monitorar sistematicamente este sistema
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5. Hidráulica
a) Legislação:
ABNT, NB -92 - Instalações Prediais de Água Fria
Portaria 82 de 03/02/2000 do M.S. -Regulamento Técnico para funcionamento
dos Serviços de Diálise
ABNT, NBR- 7198 - Instalações Prediais de ág

b) Medidas necessárias
 Estanqueidade por andar.
 Estanqueidade por “Unidade Fechada”.
 Colocar registros em locais e quantidades adequados.
 Nas “Unidades Fechadas” possuir sistemas alternativos de “by pass”.
 Possuir programa de manutenção com “check list”, responsável e autor.
 reservatório deve ter autonomia mínima de dois dias ou mais e deve possuir no
mínimo dois compartimentos.
 Consumo estimado: Paciente internado - 120 L./ dia
Público - 10L. / dia
Funcionários - 50 L./dia
 Locais de consumo especiais: Piscinas
Diálise
Laboratórios
Cozinha
Lactário e Nutrição Enteral
Central de material esterilizado
Limpeza e zeladoria

6. Esgoto e Rejeitos
a) Legislação:
ABNT, NBR - 8160 - Sistemas prediais de esgoto sanitário
ABNT, NBR - 7229 - Instalação de fossas sépticas
CNEN NE - 6.05 - Gerência de rejeitos radioativos
CNEN NE - 3.05 - Segurança para serviços de medicina nuclear
ANVISA RDC 33 -25/02/2003 - Gerenciamento de resíduos de serviços de
saúde.
Tipos de Resíduos: Orgânico
Radioativo
Biológico
Químico
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b) Medidas necessárias:
 Estanqueidade por andar.
 Possuir caixas de separação para :
* Laboratório de bioquímica.
* Unidade de Medicina Nuclear.
* Unidade de Nutrição e Dietética , Lactário e Nutrição Enteral
* Lavanderia.
* Sala de gesso.
* Revelação de filmes e chapas.
* Oficina de manutenção.
* Efluentes de lavadores de gás de chaminés de caldeiras.
 Os efluentes líquidos podem ser lançados na rede de esgoto sempre que houver
Estação de Tratamento de Esgoto ( E.T.E.) atendendo a área onde estiver
localizado o serviço - NBR8160 (1999) - RDC-50 (ANVISA) e RDC -33 (ANVISA).
 Programa de manutenção com “check list”, responsável e autor.

7. Incêndio
a) Legislação:
NR- 23 - Proteção contra incêndios.

b) Medidas necessárias:
 Possuir rede pressurizada de hidrantes.
 Manter extintores carregados.
 Manter treinamento dos usuários do E.A.S
 Operar o sistema mensalmente com data e horário previamente estipulado
 Treinar e conscientizar ao profissional de saúde que o incêndio deve ser evitado
pelo usuário.

8. Gás liqüefeito de petróleo (G.L.P.)


a) Legislação:
ABNT, NBR 13932 - Instalações internas de GLP
ABNT, NBR 13933 - Instalações de gás natural (GN)
Tipos: Encanado
Em recipiente - acima de 30kg./h (cilindros estacionários)
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b) Medidas necessárias:
 Possuir sistema com estanqueidade por andar.
 Possuir registros em número e locais adequados.
 Possuir plano de manutenção com “check list”, responsável e autor.

9. Ar Condicionado
a) Legislação:
ABNT, NBR-6401-Instalações centrais de ar condicionado para conforto.
ABNT, NBR - 7256 - Tratamento de ar em unidades médicos-assistenciais.
ABNT, NBR -14518 - Sistemas de ventilação para cozinhas profissionais.
Portaria do M.S. - 3532 de 28/08/98 - Plano de Manutenção Operação e
Controle (P.M.O.C.)
Consulta Pública 109 de 11/12/03 - ANVISA
Recomendação normativa 004-1995 da SBCC - Classificação de filtros de ar
para ambientes climatizados.
Tipos: Expansão direta
Água Gelada.
Equipamentos: - Superfície de transferencia de calor para aquecimento ou
resfriamento.
- Ventilador.
- Meios de Limpeza do ar
- Motor
- Transmissão
- Gabinete.

b) Medidas necessárias :
 Estudar qual o tipo do ambiente.
 Estudar a necessidade de classificação do ambiente
 Locais com necessidade de filtro HEPA (absoluto)
 Locais classificados: Nutrição Parenteral , quimioterápicos,
 Possuir plano de manutenção baseado no "P.M.O C."
C) Levar em conta

. Incidencia solar
. Número de pessoas
. Vazão das capelas, coifas, etc.
. Sistemas de exaustão
. Dissipação de equipamentos (estufa, chapas, etc.)
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d) Projetos

. Evitar contaminações entre áreas pelo retorno.


. Ver nível requerido para salas classificadas.
. O projeto de Arquitetura pode agravar ou contribuir com o custo de instalação e
manutenção.
e) Áreas controladas

- C.T.I.
- Unidades fechadas em geral.
- Centro cirúrgico.
- Central de Esterilização.
- Laboratórios.
- Farmácias.
- Banco de Sangue.
- Estoques de Medicamentos/Vacinas.

10.Elevadores
a) Legislação:
Lei municipal 2743- 7/01/99- Instalação e conservação de aparelhos de
transporte
ABNT, NBR - 207 - Elevadores elétricos de passageiros
ABNT, NBR - 14712 - Elevadores elétricos de cargas e macas
ABNT, NBR - 267 - Elevadores elétricos de passageiros

b) Medidas necessárias:
 Possuir responsável pelo acompanhamento da Empresa de manutenção com
sistemático controle técnico e financeiro.
 Acompanhar todos os testes de confiabilidade dos elevadores.

11. Caldeira e Boiler”


a) Legislação:
NR -13 - Ministério do Trabalho (M.T.E.) - Caldeiras e vasos de pressão

b) Medidas necessárias:
 Só possuir caldeiras se possuir lavanderia.
 Possuir plano de manutenção com “check list”, responsável e autor.
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12.Geradores
a) Legislação:
ABNT, NBR -5117 - Máquinas síncronicas

b) Medidas necessárias:
 Possuir no mínimo 2 (dois) geradores que entrem em “cascata” e atendam as
Unidades Fechadas , iluminação e outras Unidades à critério do Hospital.
 Possuir plano de manutenção com “check list”, responsável e autor.
 Sempre que possível utilizar gerador a gás.

13. SUBESTAÇÃO
a) Legislação:
ABNT, NBR - 9523 - Subestação de distribuição.
ABNT, NBR - 11191 - Diagramas unifilares e arranjos de subestações.

b) Medidas necessárias:
 Controle dos óleos dos disjuntores de proteção.
 Controle dos óleos dos transformadores .
 Possuir subestação ampla , limpa e ventilada.
 Possuir plano de manutenção com “check list”, responsável e autor.

14 a 18 - GASES
a) Legislação:
ABNT, NBR - 12188 - Sistemas centralizados de gases para E.AS.
ABNT. NBR - 13587 - Instabilidade de O2 (Pureza)

b) Medidas necessárias:
 Possuir rede de gases com registros em quantidades e posições adequadas.
 Estudar sempre a viabilidade técnica e econômica do uso do “ar comprimido
sintético”.
 Possuir sempre no mínimo dois conjuntos de compressores e bombas de vácuo que
entrem em funcionamento em “cascata”.
 Possuir bom sistema de filtros e secadores para sistema de ar comprimido.
 Não possuir sistema de cilindro dentro do Hospital.
 Ter o sistema de gases bem dimensionado conforme demanda.
 Estudar com cuidado os locais de colocação das centrais de O2, Vácuo e ar
comprimido ( ar comprimido colocar longe do vácuo).
 Possuir plano de manutenção com “check list” , responsável e autor.
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19. E.T.E.
a) Legislação:
ABNT, NBR - 8160 - Instalações prediais de esgoto sanitário
ABNT, NBR - 7229 - Construção e Instalação de fossas sépticas.

b) Medidas necessárias:
 Só é necessário construção de E.T.E. em um E.A.S quando não existir E.T.E.
recebendo o esgoto através de rede pública.
 Verificar a necessidade conforme critério, padrões e diretrizes dos órgãos
públicos.
 Fazer ensaios nos efluentes sistematicamente.

20 à 22. Sistemas de Informações :


 Colocar sistema de chamada com voz nas enfermarias e quartos.
 Possuir estanqueidade por andar.
 Quanto à rede de dados, sempre afastada da rede elétrica e com cabos blindados.

23. Cobertura/Impermeabilização
 Possuir programa de controle dos telhados , lajes de cobertura e casas de
máquinas dos elevadores.
 Possuir programa de manutenção e limpeza dos telhados com “check list”,
responsável e autor.

24. Interação Infra-estrutura/Equipamentos


 Possuir tomadas elétricas em número, voltagem e corrente adequadas.
 Possuir sistema permanente de treinamento para que os equipamentos sejam
sempre abastecidos (energia, água, esgoto, etc.) em locais previamente preparados
para recebe-los.
 Cuidado fundamental com o sistema de aterramento necessário para cada
equipamento.
 Em caso de falha , identificar se a causa é da infra-estrutura.

25. Engenharia Clinica


 Quando adquirir equipamentos exigir:
Manual de operação.
Manual de serviços.
Treinamento
Empresas credenciadas.
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 Possuir sistema de gerenciamentos de equipamentos.
 Possuir sistema de controle de calibração.
 Quando houver falhas identificar as causas se são de:
. Infra-estrutura
. Falta de treinamento
. Idade do equipamento
. Falta de manutenção
. "Sabotagem"

27. Engenharia De Segurança Do Trabalho


a) Legislação:
NR-9 - M.T.E.- Programa de riscos ambientais
NR-32 - M.T.E. - Segurança e saúde no trabalho no E.A.S (Em consulta pública)

b) Medidas necessárias:
 Reconhecer os riscos.
 Avaliar os riscos.
 Permitir a "tomada de decisão"
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Bibliografia Básica:

1. Resolução – RDC N° 50, de 21 de janeiro de 2000 – ANVISA , Planejamento,


Elaboração e Avaliação de Projetos Físicos de EAS
2. Resolução – RDC N° 33, de 25 de fevereiro de 2003 – ANVISA, Gerenciamento de
resíduos
3. Portaria N° 82, de 02 de janeiro de 2000 – Serviços de Diálise
4. Resolução – RE N° 176, de 24 de outubro de 2000 – ANVISA, Saúde, Segurança,
bem Estar e conforto em Ambientes Climatizados
5. Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT
6. Resolução RDC N° 134, de 13 de julho de 2001 – ANVISA, Regulamento Técnico
das Boas práticas para a Fabricação de Medicamentos
7. Aspectos da Segurança no Ambiente Hospitalar – ANVISA/Correlatos
8. Engenharia do Saneamento Ambiental – Francisco Paes Leme – livros técnicos e
científicos editora Ltda.
9. Guia Prático de Controle de Infeção Hospitalar – Coordenação Estadual de
Infecção Hospitalar -RJ
10. Portaria N° 272, de 08 de abril de 1998 – ANVISA, Regulamento Técnico para
fixar os requisitos mínimos exigidos para a terapia de nutrição parenteral
11. Construção, Instalação e reforma de Laboratório – novembro/2000 –
Expolabor/SENAI
12. Joint Commission International, Manual de padrões de Acreditação Hospitalar, 2ª
edição , versão em português realizada pelo Consorcio Brasileiro de Acreditação
de Sistemas e Serviços de saúde, Rio de Janeiro, 2003-05-03
13. Donahue, K. Tina & O’ Leary Dennis S., Evolução dos Sistemas de Acreditação de
Instituições de Saúde, Ensaio: Avaliação, Políticas Públicas e Educação, Volume 9,
número especial, junho de 2000
14. Temporão, José Gomes; Garcia Rosa, Maria Luiza: Magluta, Cynthia & Berenger,
Mercedes, O consórcio Brasileiro de Acreditação de Sistemas e Serviços de
Saúde(CBA): Origens e Experiência Atual, ensaio: Avaliação, Políticas Públicas e
Educação, Volume 9, número especial, junho de 2000
15. Quinto Neto, Antônio & Gastal, Fábio Leite, Acreditação Hospitalar: proteção aos
usuários, dos profissionais e das instituições de saúde, editora Dacasa, Porto
Alegre, 1997
16. Brasil, Manual Brasileiro de Acreditação hospitalar, coordenação Dr. Humberto
Novaes, Brasília, 2ª edição,1999

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