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AMPARO A PESSOAS
EM SITUAÇÃO DE RUA:
NOVA SEDE DA CASA DE PASSAGEM
DE JARAGUÁ DO SUL/SC
GUARAMIRIM
2020
JORGE LUIZ RODRIGUES DA LUZ
GUARAMIRIM
2020
AGRADECIMENTO
O presente trabalho tem como objetivo desenvolver uma nova sede para a Casa de Passagem
que consiga atender a população de rua de forma eficaz na região de Jaraguá do Sul, baseado
em uma revisão bibliográfica integrativa, uma visita técnica e dois estudos de caso, o projeto
pretende entender as necessidades projetuais dessa parcela da população, que faz da rua sua
morada, contribuindo teórica e tecnicamente nas discussões entre arquitetura e ambientes
voltados a recuperação social. Para tanto, serão levantados dados sobre a cultura, políticas
públicas e intervenções destinadadas a população de rua na cidade de Jaraguá do Sul com a
finalidade de desenvolver um projeto que abarque todas as necessidades da instituição estudada.
A partir do estudo pôde-se entender as reais necessidades da população de rua, as atuais
politícas públicas e o que precisa ser aprimorado e implantado na nova sede da Casa de
Passagem, contudo, faz-se necessário salientar a escassa produção de conhecimento na área de
arquitetura e urbanismo sobre o tema proposto.
Palavras-chave: Albergue, Casa de Passagem, População de rua, Arquitetura e Urbanismo.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 9
1.1 METODOLOGIA .............................................................................................................. 10
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 21
O cenário econômico e social brasileiro há anos vem sendo desgastado por um declínio
de políticas públicas, de emprego, de saúde e de moradia, sendo a falta de emprego o maior
contribuinte para o aumento da população de rua. Assim, o número que muitos já achavam
alarmante segui crescendo diante do contexto da pandemia do COVID-19, um vírus extremante
perigoso e contagioso, sendo em alguns casos letal. Desta forma, diante dos impactos sociais
da doença, tornando o desemprego e a falta de renda as grandes sequelas dessa pandemia,
acreditasse que a vulnerabilidade familiar e social gerada por esta doença contribua para o
aumento no número de pessoas em situação de rua, que muitas vezes sem escolha, fazem da rua
sua casa.
Com isso, Sasse e Oliveira (2019), reafirmam que crises econômicas críticas e
duradouras tendem aumentar a popular a rua, visto que diante da escassez de políticas de
assistências e do aumento do número de pessoas encontradas em uma situação vulnerável
economicamente, pode-se perceber o êxodo da casa para a rua. Entretanto, embora Jaraguá do
Sul seja a quarta cidade mais segura do país e com um nível de infraestrutura alta (BRASIL,
2019), esta também sofrerá as consequências de um cenário brasileiro desestabilizado, desta
forma os mesmo desarranjos que acontecem em plano nacional se reproduzem em menor escala
na principal cidade do vale do Itapocú.
Assim, este Trabalho de Graduação 1 - TG1 tem como objetivo geral desenvolver uma
nova sede para a Casa de Passagem que consiga atender a população de rua de forma eficaz na
região de Jaraguá do Sul, para desenvolver a proposta, os objetivos específicos são: procurar
os programas já existentes na cidade e região e a legislação vigente sobre o tema; compreender
a metodologia de pesquisa e entendimento da cidade da autora Maria Elaine Kohlsdorf;
identificar as necessidades das pessoas em situação de rua, conversando com os profissionais
da área e revisando bibliografias afins; buscar um terreno, que através de sua localização
geográfica e seu tamanho, seja ideal para projetar o equipamento público que irá atender a
população de rua; criar um partido arquitetônico capaz de atender todas as necessidades dessa
população, sendo elas de sobrevivência e/ou autonomia.
Diante disso, o presente trabalho tenta solucionar a problemática da atual Casa de
Passagem com relação a falta de espaço, funcionalidade e localização, uma vez que a mesma
se encontra em um bairro distante e se estrutura em uma residência unifamiliar reajustada para
atender as demandas da população de rua.
Problema de pesquisa: Como desenvolver uma nova sede para a casa de passagem que
consiga atender a população de rua de forma eficaz na região de Jaraguá do Sul?
1.1 METODOLOGIA
A população de rua engloba tanto as pessoas que estão de forma permanente morando
nas ruas, como quanto as pessoas que estão em situação de rua. As definições sobre o tema
refletem como o indivíduo vê a sua realidade, desta forma, os moradores de rua pensam a rua
como sua casa, já as pessoas em situação de rua, enxergam o momento como passageiro e veem
um caminho para sair das ruas (LIMA, 2015).
Assim, a população intitulada de rua se constitui como:
Contudo, a sociedade em geral enxerga a população de rua como um único grupo, sendo
este muitas vezes menosprezados e visto como preguiçosos, que não demostram interesse em
adquirem fonte de renda, desta forma esta parcela da populção é marginalizada e atua como
coadjuvante de uma comunidade elitista.
É sabido que são vários os motivos que levam uma pessoa a morar na rua e que essa
situação pode ser temporária ou até permanente, é nesse contexto que as estratégias
governamentais são importantes, visto que estas tem a missão de resgatar essas pessoas em
vulnerabilidade social. No Brasil as políticas públicas para a população de rua são escassas e
tem muito no que evoluir, uma vez que são baseadas e marcadas por opiniões contraditórias,
que ora visa medidas protetivas visualizando o sujeito em uma posição de vulnerabilidade, ora
o vê a partir do preconceito e indiferença (COSTA, 2005).
As cidades que incluíram a população de rua em suas políticas públicas, obtiveram
resultados positivo, em Joinville/SC por exemplo, foi implantado o Centro de Referência
Especializado para População em Situação de Rua Centro POP, onde os usuários do serviço
tomam banho, lavam suas roupas, podem tomar café da manhã, e são orientados por psicólogos
e assistentes sociais, além de serem encaminhados para fazer documentos, cadastros nos
programas do governo e para defensoria pública. Assim, conforme dados da Prefeitura de
Joinville/SC o número de moradores de rua tem decaído nos últimos tempos, devendo esse feito
a uma política de trabalho conjunto entre o Centro POP, Secretária de Saúde e as abordagens
educativas e preventivas dos guardas municipais (JOINVILLE, 2015).
Contudo, para Rolnik e Marino (2019) desde 2009 quando foi implantada a Política
Nacional para a População em Situação de Rua PNPR, pelo Decreto nº 7.053, pouco se
evoluiu, e os moradores de rua não estão nas pautas das prefeituras, o dinheiro investido nessa
população está cada vez menor, sendo que para os autores acima conforme a figura 1
verifica-se que pelo menos nos últimos seis anos os recursos voltados para as políticas
de assistência social, e em especial aos programas dirigidos à população em situação
de rua, permanecem estáveis mesmo que o orçamento geral da cidade tenha
aumentado um pouco. (ROLNIK, MARINO, 2019, p. 1)
Elaboração: Aluízio Marino (fonte: Secretaria da Fazenda Municipal Quadro Detalhado da Despesa;
dados atualizados em 02.set.2019)
Com isso, é possível perceber que o tema população de rua, precisa de atenção do estado,
e de investimentos do poder público, uma vez que esta parcela da população não é prioridade
para nossos governantes, sendo negligenciado e marginalizada.
O que faz com que um indivíduo opte por deixar o conforto de uma casa, de um ambiente
que no pior dos contextos lhe proporcione um mínimo de segurança, conforto e estabilidade,
quais os motivos que levam diversas pessoas a escolherem perder sua identidade e deixarem
suas referências para trás a favor de algo desconhecido, de uma realidade totalmente diferente
daquela conhecida até então?
De acordo com Veras et al. (2014), a população que decide fazer da rua seu lar, opta
pelo êxodo de sua casa por fatores estruturais e biológicos, que vão desde escassa oferta de
emprego e despejo até uso de entorpecentes, transtornos mentais, quebra do vínculo familiar,
entre outros. Assim em concordância com Veras et al. (2014), Lima (2015) reafirma que não
somente a falta de emprego ou oportunidades de renda levam os sujeitos para a rua, mas estes
também se colocam neste contexto por: brigas familiares, alcoolismo, vícios em drogas ilícitas
e outros desarranjos.
Desta forma, tentar mapear e interligar os motivos que levam a população de rua a
fazerem esta escolha se torna uma ação e um estudo de grande proporção, visto que estes são
diversos e não somente dependem do indivíduo, mas também, podem ser motivados por eventos
externos e inesperados. Contudo, também não podemos concluir que somente um motivo leve
uma pessoa a escolher a rua, mas em sua maioria inúmeros fatores.
3. PANDEMIA COVID-19 E A POPULAÇÃO DE RUA
Embora Jaraguá do Sul seja considerada uma das cidades mais seguras do Brasil, com
índices altos de IDH, saúde, educação e ótima infraestrutura, sua população também sofre com
as consequências devastadoras da desigualdade social, sendo uma delas o êxodo de sua casa
para a rua, formando nestes casos o que chamamos de população de rua. Contudo, apesar de a
cidade vir auxiliando e oferecendo oportunidades para as pessoas se reestabelecerem e
recuperarem sua autonomia, esta parcelada da população vem crescendo cada vez mais, seja
por um aumento do número de desempregados ou por imigrantes, que muitas vezes acreditam
em um contexto sem problemas sociais e desemprego.
Para a proteção, prevenção e promoção do bem-estar destas pessoas a cidade atua com
duas frentes, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS e a Casa de
Passagem. Sendo o primeiro responsável pelo acompanhamento e registro desta população,
localização de suas famílias e oferta de serviços e caminhos que busquem retirá-los da rua e
promovam sua autonomia através de programas e benefícios assistenciais (PMJS, 2019). Desta
forma, a instituição atua com profissionais capacitados que realizam buscas por pessoa que
tiveram seu direito à moradia violado, conforme o Art. 6º da Contituição Brasileira (BRASIL,
2000), em pontes, praças, lugares abandonados e nas vias públicas, conforme a figura 2.
(PATRICIA, 2020). Desta forma, os serviços têm como objetivo incentivar seus usuários a
terem autonomia e reconstruírem suas vidas a partir de oportunidades profissionais e
atendimento pontuais.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
ARCHDAILY. The Bridge Homeless Assistance Center: overland partners. Overland Partners. 2011.
Disponível em: https://www.archdaily.com/115040/the-bridge-homeless-assistance-center-overland-partners.
Acesso em: 23 fev. 2020.
AVELAR, Marina. Prefeitura de BH instala pias em praças para combater coronavírus. 2020. Disponível
em: https://noticias.r7.com/minas-gerais/prefeitura-de-bh-instala-pias-em-pracas-para-combater-coronavirus-
16042020. Acesso em: 20 maio 2020.
BORTOLOTI JUNIOR, Pedro. Assistência Social flexibiliza regras para uso da Casa de Passagem. 2020.
Disponível em: https://www.jaraguadosul.sc.gov.br/news/assist-ncia-social-flexibiliza-regras-para-uso-da-casa-
de-passagem. Acesso em: 14 maio 2020.
BRASIL. Congresso. Câmara dos Deputados. Constituição (2009). Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de
2009. Decreto Nº 7.053, de 23 de Dezembro de 2009. Brasília, DF.
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BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ministério da Economia. Jaraguá do Sul: Panorama.
2010. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/jaragua-do-sul/panorama. Acesso em: 27 maio 2020.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ministério da Economia. Jaraguá do Sul: Panorama.
2018. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/jaragua-do-sul/panorama. Acesso em: 27 maio 2020.
BRASIL. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Ipea. Ministério da Economia. Atlas da Violência: retratos
dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro, 2019. 52 p. Disponível em:
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Acesso em: 20 maio 2020.
CASTRO, Gabriel. Jaraguá do Sul: polo industrial e exportador de sc. polo industrial e exportador de SC. 2014.
Disponível em: https://veja.abril.com.br/brasil/jaragua-do-sul-polo-industrial-e-exportador-de-sc/. Acesso em: 7
mar. 2020.
COSTA, Ana Paula Motta. População em situação de rua: contextualização e caracterização. Revista Virtual
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DANTAS, Dimitrius. Coronavírus: prefeitura de sp instala pias para moradores de rua lavarem as mãos.
Prefeitura de SP instala pias para moradores de rua lavarem as mãos. 2020. Disponível em:
https://oglobo.globo.com/sociedade/coronavirus-servico/coronavirus-prefeitura-de-sp-instala-pias-para-
moradores-de-rua-lavarem-as-maos-24332914. Acesso em: 20 maio 2020.
GLOBO, G1. São José dos Campos vai fazer testes de coronavírus em moradores de rua. 2020. Disponível
em: https://g1.globo.com/google/amp/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2020/05/21/sao-jose-dos-campos-vai-
fazer-testes-de-coronavirus-em-moradores-de-rua.ghtml. Acesso em: 27 maio 2020.
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Joinville é inaugurada. 2017. Disponível em: https://www.joinville.sc.gov.br/noticias/nova-sede-do-centro-
pop-de-joinville-e-inaugurada/. Acesso em: 3 mar. 2020.
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novo coronavírus. 2020. Disponível em: http://jornalatos.net/destaques/para-atender-moradores-em-situacao-
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LARRAZ, Javier. CENTRO DE ACOGIDA PARA PERSONAS SIN HOGAR. 2010. Disponível em:
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https://www.diariodajaragua.com.br/geral/aumenta-atendimento-a-pessoas-em-situacao-de-rua-no-
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politicas-publicas/. Acesso em: 14 nov. 2019
SABÓIA, Gabriel. Rio instalará pias e acolherá morador de rua no complexo do sambódromo... - Veja
mais em https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/03/21/rio-instalara-pias-e-
acolhera-morador-de-rua-no-complexo-do-sambodromo.htm?cmpid=copiaecola. 2020. Disponível em:
https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/03/21/rio-instalara-pias-e-acolhera-morador-de-
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VERAS, Renata Meira et al. As condições de vida e de trabalho da população em situação de rua do centro
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out. 2019.
APÊNDICE A - REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Justificativa da escolha
A escolha pelo monumento se deu por este ser um dos mais modernos modelos
Dados Técnicos
O edifício localizado na cidade de Dallas, Texas nos Estados Unidos (figura 4), possui
desenvolvido pelo escritório Overland Partners foi planejado para reduzir o impacto
ambiental, visto que foram utilizados telhados verdes, sistema de reaproveitamento da água
da chuva e pele de vidro, para maximizar a entrada de luz natural, evitando o consumo
desnecessário de energia. Por todas estas tecnologias implantadas em seu projeto recebeu o
qualidade de vida das pessoas que moram ou estão em situação de rua, a construção da
Dito isso, o projeto tem muitos méritos por esse prêmio, pois conseguiu atingir grande
parte dos objetivos propostos, como: reduzir em 20% a criminalidade da região, distribuir
mais de 2,5 milhões de refeições, conseguir casas permanentes para mais de 750 pessoas
Os cinco edifícios que compõem o “The Bridge” não apresentam um grande destaque em
relação aos prédios vizinhos, sendo construído com materiais parecidos e mantendo a altura
somente ganha destaque pelo telhado e sua dimensão, porém, as construções internas do
complexo têm sua altura reduzida a dois pavimentos, sendo o terreno plano e o
ao edifício tem igrejas, verdureira, escola, centro de eventos e a prefeitura da cidade, o que
mostra que é possível colocar empreendimentos que trabalhem com as classes mais excluídas
em áreas centrais.
Organização Espacial
O edifício "The Brigde" está situado próximo à uma rodovia bastante movimentada porém
seu entorno imediato é calmo, o complexo de prédios ocupa uma grande área do bairro e tem
como proposta ser "a ponte" entre a comunidade e os usuários. Assim, conforme a figura 6,
visualiza-se no pátio interno uma extensa metragem destinada para ser um espaço de
A entrada ao complexo se dá pela rua: Park Awe, porém a fachada principal do prédio
Figura 7 – Fachada The Bridge. Fonte: Archdaily, 2011
fica na rua Corsicana, onde os arquitetos trabalharam com o telhado inclinado e pele de
vidro, sendo esta a parte da edificação com mais apelo arquitetônico, conforme figura 7.
Desta forma, a transição dos tijolas à vista com painéis metálicos e grandes janelas de vidro,
Figura 6 – Pátio Interno The Bridge. Fonte: Archdaily, 2019 Figura 8 - Implantação e Setorização. Fonte: Adaptado do Archdaily, 2011.
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Figura 9 - Implantação. S/ Escala. Fonte: ArchDaily, 2011. Figura 10 - Planta 1º Pavimento. S/ Escala. Fonte: ArchDayli, 2011. Figura 11 - Planta 2º Pavimento. S/ Escala. Fonte: ArchDayli, 2011.
As figuras 8 e 9 fazem referência as plantas de setorização e implantação do projeto, enquanto a figura 9 mostra o primeiro pavimento, este
conta com uma área para recepção e para a realização dos primeiros atendimentos, sendo ainda um local adequado aos cuidados e serviços para as
mulheres. O segundo prédio possui uma ala médica para cuidados psicológicos, fisioterápicos e oficinas diversas, já no prédio próximo ao
estacionamento se localizam a cozinha e o refeitório, sendo a última construção o dormitório para o grande público, onde antes existia um galpão.
No segundo pavimento (figura 11), só existe atividade no prédio da rua Corsicana, onde ficam os dormitórios masculinos e femininos, e no terceiro
O escritório de arquitetura do complexo dos edifícios se preocupou em criar uma volumetria similar a vizinhança, onde embora seja possível
perceber sua identidade esta também possui fluidez com seu entorno. As alturas não ultrapassam os três pavimentos, e as edificações ocupam o
terreno de forma inteligente, com um pátio central interessante para um bom espaço de convivência.
Considerações Finais
O centro de acolhimento “The Bridge” atende de forma plena suas funções, sendo um espaço destinado a acolhida de pessoas em
Justificativa da escolha
de terreno ser pequeno o arquiteto conseguiu aproveitar o espaço muito bem, construindo um
prédio de dois pavimentos que atende de forma satisfatória o programa de necessidades local,
2010 e no ano seguinte finalista do prêmio Word Architecture News (WAN) Awards
(LARRAZ,2010).
Dados Técnicos
tem 995 m², construída em 2010, demorou apenas 6 meses para ficar pronta, o projeto que é
de autoria do arquiteto Javier Larraz se destaque pela arquitetura impar, contrastando com
seu entorno. O prédio fica às margens de uma rodovia com bastante movimento, sendo uma
ligação da parte urbana com a região industrial de Pamplona. Abaixo figura 13 que
Figura 14 – Localização do Terreno da sede Shelter home for the homeless. Fonte: Adaptado do Google Maps 2020.
representa a perspectiva computadorizada do projeto (LARRAZ,2010).
Apresentação da Edificação
O projeto foi desenvolvido para funcionar como albergue com estadias de curto/médio e longo prazo, e entradas e
saídas independentes que viabilizassem o trânsito separadamente de homens e mulheres. A construção ainda oferece
ambientes planejados com dormitórios, oficinas, lugar adequado para alimentação e privacidade aos usuários por meio
dos brises (figura 15), que tanto dão discrição para quem frequenta o equipamento de acolhida, quanto proteção solar,
Organização Espacial
Relação com o Entorno
Conforme a figura 18, a edificação toma bastante espaço do terreno, sobrando apenas o recuo frontal sem
O edifício projetado por Javier Larraz tem como seus vizinhos um posto de gasolina e
construção. O terreno tem frente única para a Avenida Gipuzkoa, sendo pela mesma o acesso de veículos e
um estacionamento de motorhome, e aos fundos uma estação do corpo de bombeiros,
pedestres.
apesar dos poucos prédios vizinhos, é possível dizer que o desenho arquitetônico do abrigo
tem contraste na região, sendo um edifício atemporal, com formas que destoam do que é
Legenda do 1º Pavimento
Na figura 17 é possível visualizar o edifício ao centro, com vegetação em suas duas 3 – Elevador 10 - Sala de estar/refeitório 17 - Banheiros Masculinos
divisas e uma mata ao fundo da imagem. Nas proximidades do abrigo também se observa 4 - Controle 11 - Dormitório mulheres 18 - Depósito
um quartel da polícia municipal que ajuda na segurança local, além de escolas, lar de 5 - Guarda- volume 12 -Oficina destinadas às mulheres 19 – Avenida
idosos e duas grandes praças que servem como um ótimo lugar de lazer (LARRAZ,2010). 6 - Salas de atendimento 13 - Cozinha 20 - Jardim
Após análise da planta baixa do primeiro pavimento é possível observar que os acessos acontecem pelas
laterais, sendo o nº1 para os homens e o nº14 para as mulheres. A construção possui oficinas ocupacionais
separados por sexo, além de quartos, banheiros e refeitórios separados, porém como essas unidades
geralmente recebem mais homens, são oito quartos duplos para eles, enquanto para elas são apenas três.
Completando o primeiro piso, temos três salas de depósito, dois salas de atendimento, um vestiário grande,
sala de estar, uma cozinha compartilhada, uma sala de controle e o acesso ao segundo piso por meio das
Legenda do 2 º Pavimento
4 - Banheiro 8 - Depósito
O acesso para o segundo piso ocorre pelas escadas ou pelo elevador, e o pavimento não se sobrepõe ao
de baixo perfeitamente, dando forma ao prédio e permitindo a circulação de correntes de ar. Ainda sobre o
último andar, este possui quinze quartos com beliches destinados aos homens, visto que o gênero compõe a
maior parcela da população de rua, uma grande oficina de alfaiataria, refeitório, salas de atendimento e
depósito, conquanto o pavimento possui dois grandes corredores centrais sendo estes divididos pelos
banheiros.
Em relação aos aspectos formais e construtivos pode-se dizer que a forma do edifício se sobrepõe ao seu
entorno, sua identidade é marcada por dois volumes retangulares, um acima do outro, com algumas
subtrações importantes em cada um deles de forma a lembrar containers, no recuo frontal é possível ver um Figura 21 - Avenida Gipuzkoa Etorbidea. Fonte: Adaptado Google StreetView, 2010.
jardim que contribui com a estética do edifício, mas, sem uso prático. Outro ponto interessante ao analisar a
construção é a posição do quartos em relação a edificação, todos eles tem iluminação e ventilação natural, e
Na figura 21 temos uma foto de 2012, nesta pode-se perceber que a construção se localiza
os brises ajudam a adequar a quantidade de ar e calor que entra em cada parte do prédio além de contribuírem
entre dois terrenos baldios, porém atualmente os mesmos são ocupados com um posto de
para a estética geral, conforme figura 20.
gasolina e um estacionamento.
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Ainda sob a edificação, conforme a figura 22, o espaço interno é considerado minimalista, composto por
paredes brancas, mobiliário simples, teto com foro de gesso e luminárias fluorescentes.
Considerações finais
Pensando na função final do projeto baseado em sua finalidade de atender pessoas vulneráveis, dando
apoio e amparo em um dos momentos que podem ser um dos mais difíceis de sua vida, a edificação atende
de forma eficaz essa necessidade. Desta forma, a solução apresentada na planta baixa dos dois pavimentos
se mostra eficiente, otimizando o pouco espaço do terreno com um amplo programa de necessidades, porém
pode-se dizer que a parte externa da edificação não conversa com a interna, uma vez que este não exibe
De qualquer modo, a edificação cumpri com seus objetivos e foi premiada pela Câmara Municipal da
cidade por atender de forma satisfatória seus usuários, os dando privacidade com relação a separação de
gênero (feminino/masculino). Assim, baseado no que foi apresentado é possível dizer que o projeto atende
III CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA - CENTRO POP JOINVILLE/SC
Justificativa da escolha
Apresentação da Edificação
O Centro Pop é um lugar único, que tem como objetivo o amparo à população de rua, fornecendo apoio
Na figura 23, podemos visualizar a planta baixa inicial, sendo a construção planejada
psicológico, jurídico, entre outros. A instituição, em sua nova sede, foi inaugura no ano de 2017, e seu projeto
para possuir cinco banheiros completos, dois lavados para funcionários e dois lavados
arquitetônico se adéqua tanto as exigências legais, quanto ao bom funcionamento de suas atividades, além de
para os usuários do serviço, além de uma sala administrativa, duas salas de atendimento,
Jaraguá do Sul, e tem como base a proteção e a promoção dos direitos humanos às pessoas em situação ou
chuveiros foi fechada sendo aberta atualmente somente através de chave, a alteração foi
moradores de rua, desta forma e diante da problemática de não ter obtido a autorização para o registro
realizada para dar mais privacidade aos funcionários, impedindo o trânsito dos usuários
fotográfico e entrevista com os usuários do serviço de Jaraguá do Sul, se fez de suma importância à visita ao
a locais privativos. Após a mudança, a entrada para os chuveiros agora se faz através da
campo do Centro Pop localizado na cidade de Joinville/SC, uma vez que as informações e documentos
lavanderia.
Contudo, vale ressaltar que há diferenças demográficas e geográficas entre as cidades, sendo Joinville mais
usuários do serviço para fumar e se abrigar da chuva, também compõe o terreno algumas
populosa e detentora de grandes de centros comerciais e industriais, e Jaraguá do Sul por sua vez, de menor
árvores e vegetações menores. A instituição conta com seis vagas de estacionamento
porte e estrutura industrial correspondente, assim o estudo de caso foi realizado a fim de coletar uma amostra
destinadas aos funcionários e empresas que prestam serviço ao local, além de possuir
Dados Técnicos
banheiros adequados e corredores largos, porém falha quando pensamos na área externa,
visto que não conta com piso ou entrada adequada, sendo um terreno irregular.
O Centro Pop foi instalado inicialmente na rua Urussanga, nº 1180, no bairro Bucarein, localizado em
Joinville/SC, mas para melhor atender a população de rua, foi feito uma nova sede, próximo ao terminal
rodoviário da cidade, na rua Paraíba, bairro Anita Garibaldi, que está em funcionamento desde 2017. O terreno
da nova sede é de aproximadamente 1030m², com 340m² de área construída (JOINVILLE, 2017).
III CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA - CENTRO POP JOINVILLE/SC
Na figura 24, é possível observar que o restaurante popular, onde a população de rua pode alimentar-se de forma gratuita, se localiza à
2,2km da atual sede do Centro Pop, uma caminhada de 28 minutos. Outro ponto importante em sua localização, é o terminal rodoviário que
permite aos usuários do serviço transitar entre municípios vizinhos, também próximo ao Centro Pop há pontos de ônibus que possibilitam a
circulação dentro da cidade. Na rua da sede o fluxo de veículos é moderado, porém na principal rua Ottokar Doerffel que fica a 70 metros a
Figura 25 - Fachada principal da nova sede, rua Paraiba. Fonte: O Autor, 2019.
Organização Espacial
A edificação do Centro Pop se localiza no começo da rua Paraíba, sendo na mesma o acesso para veículos, pedestres e serviços. Logo a
atrás da sede, existe a passagem de um riacho, este com mata ciliar escassa e com a presença de lixo. A organização dentro do terreno é
composta por uma grande edificação, um pequeno canil e uma área coberta improvisada utilizada para eventos externos.
O Centro Pop advêm de um projeto federal que sofreu pouco ou nenhuma alteração para adequar-se a esta cidade do Sul do Brasil,
portanto sem apelos arquitetônicos ou qualquer outra característica que possa oferecer destaque em relação às construções do seu entorno
Figura 25 - A fachada do edifício não tem apelo arquitetônico, sendo simples e seguindo o padrão de outras entidades governamentais
Figura 26 - Na rampa de acesso é possível perceber um lixo preso aos corrimões, lixo este destinado as “bitucas” de cigarro.
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III CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA - CENTRO POP JOINVILLE/SC
A figura 27 é uma montagem com várias fotos tiradas pelo autor de diferentes O estacionamento de carros possui uma vaga para pessoas com deficiência e mais cinco espaços para funcionários e serviços, o
ângulos do lado externo da edificação, nela é possível ver sua fachada principal, com local também possui um bicicletário precário que oferece pouco segurança aos usuários, visto que não há espaço para cadear as
estacionamento, rampa de acesso, uma varanda e um pátio. O pátio interno mede bicicletas. Com relação a rampa e varanda, nas duas há uma grande circulação de pessoas, sendo a rampa utilizada no começo do dia
aproximadamente 80m², sendo um ótimo espaço de convivência onde é realizado para organizar a fila de usuários, uma vez que o atendimento à cadeirantes é baixo. O portão para carros que dá acesso ao pátio é
diversas atividades ao ar livre, os usuários também utilizam este espaço para secar feito em estrutura metálica branca, e no dia da visita o acesso por meio deste estava bloqueado, pois o sistema de esgoto do prédio
roupas e guardar objetos pessoais. As janelas são do tipo maxi-ar com perfil em estava em manutenção, sendo sinalizados com cones e tapumes de madeiras.
alumínio preto sendo discretas e funcionais, já as portas possuem dois designes, na A fachada da edificação é da cor verde e sua pintura está bastante desgastada com marcas de chuva nas marquises e sua placa de
entrada, são de perfil de alumínio preto de correr e na saída da lavanderia e cozinha há identificação um pouco apagada, na calçada existem algumas árvores e um muro rente a mesma, que oferece privacidade ao pátio
portas de madeira maciça, sendo a última com proteção metálica com abertura interno. O grande destaque da fachada é a rampa que dá acesso ao serviço pois ocupa uma grande área, já o estilo arquitetônico do
sanfonada no lado externo, vale ressaltar que todas as portas e janelas possuem grade prédio é simples e segue um padrão institucional.
III CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA - CENTRO POP JOINVILLE/SC
Figura 29 – Sala de recepção. Fonte: O Autor, 2019. Figura 30 – Administração e almoxarifado. Fonte: O Autor, 2019. Figura 31 – Sanitários. Fonte: O Autor, 2019. Figura 32 – Sala da equipe técnica. Fonte: O Autor, 2019.
Figura 33 – Banheiros funcionários. Fonte: O Autor, 2019. Figura 34 – Corredor com bloqueio. Fonte: O Autor, 2019. Figura 35 – Sala de atendimento individual. Fonte: O Autor, 2019.
Legenda Imagens
Figura 29 – No espaço é possível observar uma sala de recepção ampla que dá acesso aos banheiros, administração e ao corredor principal, contudo, embora a recepção seja um ambiente amplo e planejado para conter
cadeiras de espera, estas não são utilizadas atualmente, pois impedem a privacidade dos atendimentos.
Figura 30 – O ambiente é ocupado por três funções/funcionário: diretor da unidade, agente externo e a coordenação, sendo ainda passagem para a sala do almoxarifado, onde ficam os documentos em papel.
Figura 31 - Os sanitários da recepção são destinados aos usuários do serviço e adaptados às necessidades das pessoas com deficiência (PcD), conforme é possível observar na imagem.
Figura 32 - Sala da equipe técnica, destinado aos profissionais de apoio interno para a produção dos relatórios de atendimento.
Figura 34 – Um quadro organiza a rotina dos funcionários e bloqueia o corredor de um lado impedindo a passagem dos usuários à áreas restritas, enquanto do outro lado, um armário é utilizado para essa finalidade.
Figura 35 - Sala de atendimento individual destinada aos profissionais da assistência social e/ou psicólogos. A planta possui duas salas dessas, que não atendem de forma satisfatória a alta demanda.
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III CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA - CENTRO POP JOINVILLE/SC
Figura 36 – Portas das salas multiuso. Fonte: O Autor, 2019. Figura 37 – Sala transformada em depósito. Fonte: O Autor, 2019 Figura 38 – Copa dos funcionários. Fonte: O Autor, 2019. Figura 39 – Cozinha. Fonte: O Autor, 2019.
Figura 40 - Corredor dos banheiros com chuveiros. Fonte: O Autor 2019. Figura 41 – Banheiros com acessibilidade. Fonte: O Autor, 2019. Figura 42 – Lavanderia. Fonte: O Autor, 2019.
Figura 36 – As salas de multiuso são utilizadas atualmente para depósito e para reuniões e confraternizações, a divisão Prédio institucional em único pavimento, com estrutura de concreto armado formado
entre elas acontece por paredes de MDF. Na sua característica original essas salas eram utilizadas para servir o café da por vigas e colunas e fechamentos em alvenaria na cor verde, a área externa possui uma
manhã, mas atualmente o centro POP de Joinville/SC não disponibiliza mais esse serviço, que foi transferido para o cobertura em estrutura metálica.
restaurante Popular.
Figura 37 - Sala multiuso transformada em depósito, onde se encontra todo o material de limpeza e higiene, além de Considerações Sobre a Edificação
doações de sofás, máquinas de lavar, fogões entre outros. O local também é utilizado para secar as toalhas em dias de
chuva. O Centro Pop tem como finalidade amparar a população de rua, conseguindo atingir
Figura 38 - Área destinada as refeições e espaço de convivência dos funcionários. seus objetivos a instituição conta com profissionais de áreas estratégicas e fornece ampla
Figura 39 - A cozinha possui uma porta que dá acesso ao quintal. assistência a esta parcela da população. Contudo, embora o projeto arquitetônico original
Figura 40 - Corredor que dá acesso aos banheiros e os armários da população atendida. tivesse como finalidade atender as necessidades do serviço este precisou ser modificado e
Figura 41 - Banheiro acessível, com barras de apoio, espaço para o giro de cadeira de rodas, e um acento preso à parede. adequado a realidade de Joinville/SC. Neste sentido, faz-se necessário a análise das
Figura 42 - Lavanderia que possui alguns tanques, e duas máquinas de lavar roupas. demandas de um serviço para poder melhor adequá-las a um projeto arquitetônico.
APÊNDICE B - CONTEXTO DA ÁREA
A cidade de Jaraguá do Sul está localizada no norte de Santa Catarina, sua extensão
territorial abrange 530,894 km², e tem atualmente aproximadamente 177.697 habitantes
(BRASIL, 2019), com certa de 70.000 pessoas empregadas, sendo a média salarial destes 3,2
salários mínimos (BRASIL, 2018). Já quando o assunto é educação temos 98,3% das crianças
entre 6 à 14 anos matriculadas nas escolas, além do índice de desenvolvimento humano (IDH)
0,803 considerado muito alto, outra prova da comprometimento da cidade com a população é
que o tratamento de esgoto chega a 87,6% da população, o maior nível de Santa Catarina
(BRASIL, 2010).
Jaraguá do Sul é conhecida por ser o principal centro comercial do vale do Itapocú e por
receber trabalhadores das cidades próximas, sendo considera polo industrial e a quinta maior
economia do estado, responsável por 9% das exportações (CASTRO, 2014). Assim, se destaca
por abrigar empresas com seus respectivos setores, WEG (setor metal-mecânico), Malwee
(setor têxtil) e Duas Rodas (setor alimentício), sendo ainda referência no setor metal mecânico
e malharia.
O município que faz divisa com a cidades de Schroeder, Guaramirim, Massaranduba,
Blumenau, Corupá, São Bento do Sul, Joinville, Campo Alegre, Pomerode e Rio dos Cedros é
dividido em 37 bairros, sendo o Centro, o bairro escolhido para a construção da nova sede da
Casa de Passagem, visto que neste se encontram a maioria do equipamentos públicos,
comércios e serviços. Com relação a sua localização, este é rodeado pelos bairros: Czerniewicz,
Baependi, Vila Lalau, Ilha da Figueira, Vila Nova, Jaraguá Esquerdo, Nova Brasilia, Vila Lenzi
e Chico de Paula, sendo os três primeiros bastante comercias e os demais voltados para
residências. Ademais, os principais eixos de circulação são a BR-280 para o trânsito de veículos
e o trilho do trem para carga, além disso o bairro é dividido por duas ruas, a Avenida Getúlio
Vargas e Avenida Epitácio Pessoa.
Sobre o terreno escolhido, este que tem metragem de 1889,54m² é composto por uma
edificação sem valor histórico ou social, sendo usado atualmente somente como depósito e
estacionamento, assim o lugar antes esquecido será substituído por uma construção de destaque
que além de tornar a área valorizada dará a cidade um equipamento social que trará benefícios
aos moradores de rua.
terreno que se encontra na Avenida Getúlio Vargas, foi escolhido por sua proximidade
com instituições importantes da cidade, desta forma o órgão governamental que está localizado
atualmente no bairro residencial Jaraguá Esquerdo, tem como proposta a alteração de seu lugar,
com o objetivo de estar mais próximo dos seguintes equipamentos urbanos: Instituto Federal
de Santa Catarina (IFSC), Câmara de Vereadores, Biblioteca Pública Municipal e o terminal
urbano, desta maneira estes que a princípio podem parecer somente meros vizinhos são
considerados aqui como instituições parceiras, uma vez que poderão fornecer serviços que
auxiliarão as atividades exercidas pela Casa de Passagem.
Assim, o polo de aprendizagem IFSC poderá contribuir com seus diversos cursos
gratuitos e seus computadores com acesso à internet, a Câmara de Vereadores, um espaço
legislativo onde leis e sugestões de ações práticas são enviadas ao executivo contribuirá no
desenvolvimento de políticas que possam produzir mecanismos de ajuda a essa parcela da
população, a Biblioteca Municipal sendo um espaço de aprendizagem e de estudo, conseguirá
fornecer aporte teórico através de seus empréstimos de livros e conteúdos gratuitos, e por fim,
o terminal urbano que auxiliará tanto o transporte dentro da cidade como para munícipios
vizinhos.
Ainda sobre entorno, conforme figura 43, podemos observar: ponto A- reservatório de
água; B- galpões da indústria WEG, C- Supermercado Angeloni; D- terreno sem uso (vazio
urbano); E- terreno do projeto; F- IFSC; G- ginásio de esporte Arthur Müller; H- Câmara de
Vereadores, I- Mercado Municipal; J- terminal urbano; K- escola de ensino médio Abdon
Batista; M- Jaraguá do Sul Park Shopping; L- Biblioteca Pública Municipal. Também são
indicadas no mapa as avenidas Getúlio Vargas e Epitácio Pessoa, sendo estas demarcadas pelas
linhas em azul, e as ruas de ligação em amarelo.
Figura 43 - Localização do terreno e edificações de destaque.
Baseada na visita in loco à atual casa de passagem de Jaraguá do Sul e uma entrevista com
os funcionários da instituição, pôde-se perceber alguns pontos que dificultam os atendimentos,
estes são: não há local adequado para realização dos serviços prestados, uma vez que a sede é
alugada e não foi projetada para esta finalidade, sendo uma casa alterada provisoriamente com
divisórias de fórmica; se encontra distante de serviços necessários para o bem-estar social,
como postos de sáude, redes parceiras, delegacias de polícia e instituição profissionalizantes e
bancárias; o local é limitado para atender a demanda, principalmente em dias mais frios em que
a procura é maior. Desta forma, o presente trabalho tem relavância social, visto que traz
soluções para as problématicas citadas acima.
41
Fonte: Google Maps. Adaptador pelo autor (2020) Fonte: O autor (2020) Fonte: O autor (2020)
b) Sequências visuais
As sequências visuais são fotos tiradas de todos os lados (direita, frente e esquerda) com
um padrão de distância percorrida, estas segundo Kohsdorf (1996) representam diferenças
morfológicas do espaço observado, uma vez que dependem diretamente do grau de
conhecimento que o indivíduo tem sobre o tema, para tanto os procedimentos adotados devem
ser padronizados a fim de se obter um mesmo resultado.
Ademais, independentemente dos resultados obtidos pelas fotos estes servem de
registros para entender as formas arquitetônica de um espaço e seu entorno, assim as sequências
de fotos a seguir representam o trajeto (quadra do terreno), e foram tiradas com intervalos de
250 metros, sendo possíveis variações dessa distância. Esse método foi escolhido por
compreender o entorno do terreno como de fato se apresenta, sem selecionar prédios com maior
importância no contexto da cidade.
c) Imagem mental
A atual casa de passagem tem aproximadamente 500 m², porém atualmente não
consegue abarcar plenamente sua demanda, faltando espaços para ambientes
profissionalizantes, de ensino, lazer, esporte, além de não possuir áreas adequadas para os
atendimentos assistenciais e psicológicos. Para a construção da nova sede pensa-se em uma
arquitetura acolhedora, que abranja uma ampla área de convivência, onde cada ambiente possa
dar mais conforto ao usuário e atender suas necessidades. Partindo deste princípio, o projeto
arquitetônico possuí mais de 1000 m² dedicados ao setor de convívio social, com salas de jogos
e televisão, quadra poliesportiva, pátio central, refeitório amplo, auditório e salão multiuso.
Além disso, busca-se para a construção uma expansão nas áreas destinadas aos
dormitórios, vestuários e banheiros, sobretudo vale ressaltar que a nova obra teve sua
capacidade de atendimento aumentada, agora com espaço para 36 moradores fixos, e atendendo
também a população que precisa de cuidados, mas, não deseja pernoitar. Nestas situações, os
serviços ofertados pela instituição serão atendimentos com demandas mais pontuais como,
retirado de documento, alimentação, cuidados com a higiene e saúde, entre outros. Ademais a
ampla área de construção se justifica tanto por oferecer aos usuários ambientes mais bem
preparados e confortáveis quanto pela ampliação de serviços.
II - SETORIZAÇÃO E FLUXOGRAMA 53
Acesso ao 2º
Coordenação Sanitários
PVTO
Atendiemento em Grupo
Legendas
Enfermaria Salas de Aula Refeitório
Administração
Atendimento Individual Triagem
Sanitários Sanitários
Acesso Pedreste Pátio Central
Guarita
Domitórios
Hall (1ºPVTO) D.M.L
Femininos
Carga/Descarga
Quadra Admintração Vestiários
Poliesportiva Especial da Femininos
Moradia
Acesso Funcionários
Rouparia
Sanitários
Femininos
Acesso ao 3º
Cozinha Depósito D.M.L
Pavimento
Vestiários Dormitórios
Despensa de Alimentos Câmera Fria
Masculinos Masculinos
Estendal
Administração
Especial da
Moradia
APÊNDICE D - DEFINIÇÃO DO PARTIDO
O projeto da nova sede para a Casa de Passagem é, sobretudo uma nova perspectiva,
olhar pessoas como pessoas, ir além das aparências, explorar tudo que o ser humano tem de
melhor e encorajar as habilidades de cada sujeito. A palavra que inspirou esse projeto é empatia,
uma vez que os motivos que levam as pessoas a essa situação são diversos e a dificuldade para
se reerguerem é enorme, desta forma dar destaque para uma instituição social é dar visibilidade
para a população de rua.
Partindo desta premissa, a instituição governamental foi projetada para dar um novo
sentido à vida destas pessoas, assim a pele de vidro transparente incorporada a construção
significa um olhar da comunidade sem barreiras, sem máscaras, a partir do ponto de vista
daqueles que acordam todos os dias sem oportunidades. Desta forma, a instituição vem para
construir uma ponte entre condições de vidas diferentes que habitam o mesmo mundo.
Para isso, a proposta de intervenção possuirá quartos femininos e masculinos, cursos
profissionalizantes e salas de aulas preparadas para desenvolvimento pessoal. Além disso, a
estrutura contará com áreas de lazer, sendo elas: área convivência, sala de televisão, sala de
jogos, pátio central aberto e quadro poliesportiva. Com relação aos profissionalizantes, o
projeto possuirá espaços para atêlies de costura e de marcenaria, laboratórios de elétrica, de
hidráulica e curso de finanças.
Diante do exposto, acredita-se que os usuários tenham condições para dar um novo
significado a suas vidas e reconquistarem sua independência e seu lugar, uma vez que a Casa
de Passagem é um lar temporário e encoraja seus usuários a se autossustentarem e a planejarem
seu futuro.
II CROQUI DA IMPLANTAÇÃO 55
O ESTUDO DA FORMA