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Universidade do Sul de Santa Catarina

Arquitetura e Urbanismo
Gabriella Rossini da Silva

Hotel & Spa em Florianópolis/SC:


conexão cidade-natureza através de estratégias sustentáveis

Florianópolis

2018/1
Gabriella Rossini da Silva

Hotel & Spa em Florianópolis/SC:


conexão cidade-natureza através de estratégias sustentáveis

Trabalho de Conclusão de Curso I apresentado ao Curso


de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de
Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do tí-
tulo de Arquiteta e Urbanista.

Orientadora: Veridiana Atanasio Scalco

Florianópolis

2018/1
“Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo. Mas é
necessário ter pessoas para transformar seu sonho em realidade.” - Walt Disney
AGRADECIMENTOS

Gostaria de começar agradecendo ao Ao meu namorado Willian, que me


meu avô Antônio Rossini, que sempre foi um incentiva a sempre sonhar alto, ter am-
pai para mim, e faleceu no início deste ano. Por bição por um futuro de sucesso e que
sempre fornecer a mim, tudo o que eu preci- me faz acreditar no meu potencial. Sem-
sei e até o que eu não precisei e sempre acre- pre foi muito companheiro e compreen-
ditar que eu poderia alcançar qualquer coisa. sivo com minhas obrigações como aluna.
Agradeço aos meus pais Mônica e A todos os meus amigos que participa-
Luciano, que sempre me apoiaram em mi- ram desta longa jornada, e fizeram dela mui-
nhas decisões, preocuparam-se em sempre to especial. Como duplas de projeto, virando
saber o que eu estava aprendendo no curso noites, estudando, ajudando-se e, também,
e me ajudaram nos momentos difíceis, dan- vivendo muitos momentos maravilhosos que
do-me carona até o curso para levar uma irão ficar na memória. Tenho certeza de que
maquete ou tentando ficar acordada co- muitas amizades levarei comigo por toda a vida.
migo quando eu tinha que virar uma noite. Aos professores da UNISUL, que com-
A minha vó Maria de Lourdes, por sempre partilharam seu conhecimento e me ajuda-
me incentivar a ir em frente, passar seus conhe- ram nesta trajetória de 5 anos. Especialmente
cimentos, e por me mostrar que com determi- a minha orientadora Veridiana, que conse-
nação conseguimos alcançar nossos objetivos. guiu me transmitir muita calma durante este
A minha irmã Rafaella, por sem- momento e me guiou com muita dedicação
pre estar ao meu lado, e ser uma ver- nesta primeira parte do trabalho.
dadeira companheira. E por ser um E ao Hotel Ponta dos Ganchos por me
exemplo de dedicação aos estudos. receber, sanar todas as minhas duvidas e dis-
ponibilizar materiais para o Estudo de Caso.
RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Cur-


so I (TCC) combina estudos para emba-
samento e desenvolvimento do parti-
do geral de um Hotel & Spa, na cidade de
Florianópolis, Santa Catarina. O projeto lo-
calizado na Praia dos Ingleses une a arqui-
tetura, com a natureza e a sustentabilidade.
Para a elaboração deste partido foram reali-
zadas pesquisas teóricas ligadas ao turismo
e hotelaria, turismo em Florianópolis, hotéis
& spas e as normas relacionadas ao assun-
to. E foram analisados referências projetuais,
e também desenvolvido um diagnostico da
área em questão.

Palavras chaves: Arquitetura. Hotel. Spa. Sus-


tentabilidade. Praia dos Ingleses.
ABSTRACT

This Final Paper (part I) unite studies for the


foundation and development of the Hotel &
Spa, in the city of Florianópolis, Santa Cata-
rina. The project located in Praia dos Ingleses
links architecture, nature and sustainability.
For the preparation of this project were re-
alized theoretical research related to tourism
and hospitality, tourism in Florianopolis, ho-
tels & spas and regulations related to the sub-
ject. And project references were analyzed, as
well as a diagnosis of the area in study.

Keywords: Architecture. Hotel. Spa. Sustain-


ability. Ingleses Beach.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 16
1.1. Apresentação do Tema e do Recorte 16
1.2. Problematização e Justificativa 18
1.3. Objetivos 21
1.3.1. Objetivo Geral 21
1.3.2. Objetivos Específicos 21
1.4. Metodologia 22
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 26
2.1. Turismo e Hospedagem 27
2.1.1. Turismo e Hospedagem em Florianópolis 29
2.2. Hotel & Spa 32
2.2.1. Normas e Certificações 35
2.2.1.1. Sistema brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem 35
2.2.1.2. ABNT NBR 15401 42
2.2.1.3. Certificação WELL 48
2.3. Considerações Finais 51
3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS 54
3.1. Sozawe 54
3.2. 1 Hotel 56
3.3. Aigai Spa 58
4. ESTUDO DE CASO 62
4.1. Ponta dos Ganchos 62
4.1.1. Disposição dos Ambientes 65
4.1.2. Áreas Comuns 66
4.1.3. Áreas de Serviço 70
4.1.4. Bangalô 72
4.1.5. Análise dos Elementos Arquitetônicos 76
5. DIAGNÓSTICO DA ÁREA 80
5.1. Leitura da área 80
5.1.1. A Praia dos Ingleses 81
5.1.2. O Terreno 82
5.2. Condicionantes Legais 84
5.3. Aspectos Climáticos 86
5.4. Infraestrutura 88
5.5. Cheios e Vazios 88
5.6. Uso do Solo 90
5.7. Gabaritos 92
5.8. Sistema Viário 94
6. PARTIDO GERAL 98
6.1. Descrição do Projeto 98
6.1.1. Diretrizes 98
6.1.2. Conceito 99
6.2. Programa de Necessidades e Pré Dimensionamento 100
6.3. Fluxograma e Zoneamento 102
6.4. Implantação Esquemática 104
6.5. Plantas 106
6.6. Cortes e Fachadas 112
6.7. Volumetria 114
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 120
8. REFERÊNCIAS 121
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Localização do Terreno na Praia dos Ingleses 16
Figura 2. Recorte da Área 17
Figura 3. Morro da Cachoeira na Praia dos Ingleses 26
Figura 4. Votu Hotel - GCP Arquitetura & Urbanismo - Maraú, Bahia 28
Figura 5. Spa Destino - Instalações de um Spa x necessidade do hóspede 33
Figura 6. Mirvac HQ - New South Wales, Australia - Certificação Well Gold 48
Figura 7, 8 e 9. SOZAWE - NL Architects – Groninge 55
Figura 10, 11 e 12. 1 HOTEL - South Beach Miami, Arq. Meyer Davis 57
Figura 13, 14, 15 e 16. AIGAI SPA - figueroa.arq 59
Figura 17. Vista para a Ilha 62
Figura 18. Vista Aérea da Ponta dos Ganchos 64
Figura 19. Implantação do Hotel 65
Figura 20. Recepção 66
Figura 21. Estacionamento 66
Figura 22. Entrada do Hotel 66
Figura 23. Piscina Térmica 67
Figura 24. Salas para espera 67
Figura 25. Espaço das Bateiras 67
Figura 26. Caminho ao Restaurante 68
Figura 27. Praia 68
Figura 28. Restarante frente a praia 68
Figura 29. Vista da Ilha 69
Figura 30. Cantinho da Veleza 69
Figura 30. Câmara Fria 70
Figura 31. Dispensa 70
Figura 32. Lavanderia 70
Figura 33. Caixas D’água 71
Figura 34. Depósito de Lixo 71
Figura 35 e 36. Bangalô Arvoredo 73
Figura 37. Planta Baixa Bangalô Arvoredo 73
Figura 38 e 39. Bangalô Especial da Vila 74
Figura 40. Planta Baixa Bangalô Especial Da Vila 74
Figura 41 e 42. Bangalô Especial Esmeralda 75
Figura 43. Planta Baixa Bangalô Especial Esmeralda 75
Figura 44. Divisão do Bairro e Leitura da área 80
Figura 45. Mapa Mental da Praia dos Ingleses 81
Figura 46, 47 e 48. Visuais para o Terreno 82
Figura 49, 50 e 51. Visuais do Terreno 82
Figura 52. O terreno e seu entorno imediato 83
Figura 53. Zoneamento do Plano Diretor 84
Figura 54. Seção Transversal das Ruas das Gaivotas e Canto das Sereias 85
Figura 55. Mapa Mental de Aspectos Climáticos 87
Figura 56. Distâncias do Terreno 88
Figura 57. Mapa de Cheios e Vazios 88
Figura 58. Espaços Vazios e Edifícios Residenciais 90
Figura 59. Mapa de Uso do Solo 91
Figura 60 e 61. Gabarito e Linhas de Morro 92
Figura 62. Mapa de Gabaritos 93
Figura 63. Rua das Gaivotas sem Calçada para o Pedestre 94
Figura 64. Mapa de Hierarquia Viária 95
Figura 65. Linhas de Morro em Evidencia 99
Figura 66, 67, 68 e 69. Zoneamento/ Fluxograma 103
Figura 70. Implantação aérea 104
Figura 71. Implantação 105
Figura 72. Marquise demarca entrada principal 106
Figura 73. Planta Baixa Pavimento Térreo 107
Figura 74. Plantas Tipologias 108
Figura 75. Planta Baixa Primeiro Pavimento 109
Figura 76. Planta Baixa Primeiro Pavimento 110
Figura 77. Planta Baixa Terceiro Pavimento 111
Figura 78. Fachada Oeste - Escala: 1:500 112
Figura 79. Fachada Leste 112
Figura 80. Corte BB’ 112
Figura 81. Corte AA’ 112
Figura 82. Fachada Sul 113
Figura 83. Fachada Norte 113
Figura 84. Corte DD’ 113
Figura 85. Corte CC’ 113
Figura 86. Cobertura que une o espaço de eventos e o Rooftop Bar 114
Figura 87. União dos tres blocos. 115
Figura 88. Linhas de morro sempre em evidencia. 116
Figura 89. Arquitetura possui uma altura que cresce a medida do olhar. 117
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Cinco principais Mercados de Spa na América Latina e Caribe. 32


Tabela 2. Cinco principais Mercados de Bem Estar na América Latina e Caribe. 34
Tabela 3. Infraestrutura de um Hotel 4 estrelas de Acordo com Sistema brasileiro de Classifi-
cação de Meios de Hospedagem 41
Tabela 4. Diferenças entre Bangalôs 72
Tabela 5. Tabela de Análise dos Elementos Arquitetonicos 77
Tabela 6. Tabela de Limites de Ocupação 85
Tabela 7. Programa de Necessidades 101
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Indice de Obesidade no Brasil 19


Gráfico 2. Índices gerais de competitividade: Brasil x Capitais x Florianópolis 31
por Desirée Feldmann
INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO

1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA E DO RECORTE

A proposta consiste na elaboração de um projeto arquitetônico de um Hotel & Spa,


no bairro Ingleses, (Norte da Ilha Figura 1). O terreno possui duas esquinas, situando-se en-
tre a Rua das Gaivotas, Rua Canto das Sereias e a Rua Lázaro de Oliveira Souza (Figura 2).
O projeto possui como um dos objetivos, atrair as pessoas para este bairro e assim be-
neficiar o turismo de Florianópolis, que possui como grande atrativo suas praias. Além disso,
a Praia dos Ingleses foi escolhida neste caso, pois, muitas pessoas moram lá, deixando de
ser um bairro de praia apenas sazonal. O que o diferencia dos outros é que ele possui todos
os equipamentos necessários para o dia a dia próximo, para que as pessoas não necessitem
fazer grandes deslocamentos, como é o caso em muitas praias.

Brasil Santa Catarina Florianópolis


Figura 1. Localização do Terreno na Praia dos Ingleses
Fonte: Elaborado pela autora.

16
Rua
das
Gai
tasvo

Figura 2. Recorte da Área


Fonte: Adaptado de Google Maps

Distância do Terreno até:


Aeroporto Rodoviária Centro Praia
39,9km 33,4km 32,2km 10 m

17
1.2. Problemática e Justificativa

Considerando que o pico de turistas em Florianópolis concentra-se no período do ve-


rão, e que o bairro possui muitos moradores, este hotel não será projetado apenas para os
hóspedes, mas também contará com outros equipamentos, como centro de eventos, restau-
rantes, academia, etc., que atraem não só turistas, mas também a população local, durante
o ano inteiro. Segundo o Ministério do Turismo (2017):

“A indústria hoteleira é um dos agentes do ciclo virtuoso do turismo sendo respon-


sável por 350 mil empregos formais e 1,5 milhão de ocupações indiretas em todo o
Brasil. Além dos empregos, o segmento gera possibilidades de negócios para vários
outros segmentos da economia. Um único empreendimento tem a capacidade de criar
uma ampla rede onde todos os envolvidos saem ganhando MINISTÉRIO DO TURISMO
2017.”

Para que aconteça uma nova centralidade, levando em conta que comparada a re-
gião Sul dos Ingleses, a parte Norte, onde encontra-se o terreno, é mais residencial e não
possui tantos equipamentos que una os habitantes da região. Segundo Portal da Ilha (2018),
em 2018 Florianópolis foi o segundo destino mais procurado no Brasil durante o Carna-
val, depois de ter sido o mais procurado no Réveillon. A ilha recebeu um aumento de 60%
de turistas em relação ao ano passado. As cinco cidades com maior número de hóspedes
no carnaval foram o Rio de Janeiro, Florianópolis, São Paulo, Guarujá e São Sebastião.
A escolha mostra que os destinos praianos seguem em alta na preferência dos viajantes.
Este Hotel terá a finalidade de conectar os hóspedes e as pessoas, que fizerem uso
dele, com a natureza, oferecendo a eles uma melhor qualidade de vida, pois assim, nós nos
desconectamos do mundo caótico e urbano que traz muito estresse. Segundo o site Clínica
da Hipnose, “(...) o estresse pode desencadear outras patologias ainda mais nocivas como a

18
ansiedade e a depressão.” O Hotel & Spa terá o objetivo de tornar as pessoas mais cientes
da importância de um espírito, uma mente e um corpo saudável, para que elas possam obter
diversos benefícios como equilíbrio mental, prevenção de doenças até um aumento da sua
perspectiva de vida. Segundo Roaf (2014):

“Pense cuidadosamente em como projetar, não apenas em relação aos aspectos de saú-
de mais óbvios, mas também para ter paz de espírito, tranquilidade e alegria em suas
edificações. A mente e o corpo estão intimamente vinculados; uma pessoa relaxada,
confortável e tranquila em uma casa provavelmente será mais saudável Roaf (2014)”.

Dessa forma pode-se observar como dedicar alguns momentos a procurar hábitos mais
saudáveis, às vezes é visto como uma perda de tempo, mas na verdade estará acrescentando
qualidade de vida para as pessoas e que assim elas possam realizar todas as tarefas do dia a
dia com maior facilidade. Teles (2017):

“Há uma série de doenças que podem ser evitadas através de uma alimentação saudá-
vel” (...) “Uma alimentação inadequada pode comprometer o desempenho no trabalho
e em todas as outras atividades, pois pode causar além das patologias citadas acima
o mau humor, cansaço e falta de energia, distúrbios de sono, dificuldades de concen-
tração e problemas de memória. Em crianças atrapalha no desenvolvimento de seu
organismo e aprendizado escolar.” Teles (2017)

Gráfico 1. Indice de Obesidade no Brasil


Fonte: Ministério da Saúde 2014.

19
Pode-se ver que a saúde não é uma prioridade para a maior parte da população atra-
vés do Gráfico 1. Como este Hotel & Spa é um espaço para conscientizar as pessoas acerca
de melhorar suas qualidade de vida, leva-se em consideração que segundo Heywood (2012):

“Grande parte da energia que usamos deriva de combustíveis fósseis (petróleo, carvão
mineral, gás), que são recursos globais mas finitos. Ou seja: um dia eles acabarão.
(...) A maneira como convertemos os combustíveis fósseis na energia que usamos para
calefação, refrigeração, iluminação, e outros sistemas elétricos resulta na liberação de
dióxido de carbono (CO2), um dos gases de efeito estufa. (...) Assim, já está estabele-
cida a relação entre as edificações, o aquecimento global e as mudanças climáticas.”

Sendo assim, este projeto terá o propósito de gerar menos impactos ao meio ambiente,
por meio do uso de estratégias sustentáveis. Para que desta forma, exista uma sinergia entre,
o conceito do projeto, seu funcionamento, e as pessoas que o utilizarem, ou seja, para que
esses propósitos e ideias conversem e façam sentido ao coexistir. Segundo o Relatório Brun-
dtland (1987), o desenvolvimento sustentável é concebido como, “O desenvolvimento que
satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
suprir suas próprias necessidades.” Segundo Roaf (2014), “nós privilegiados, devemos agir
com altruísmo para reduzir nossas emissões e salvar o planeta”.
Um Hotel & Spa de frente para a praia, dará aos turistas todos os atrativos que elas
buscam em Florianópolis em um só lugar, como belas paisagens, opções de lazer em meio
a natureza, descanso e qualidade de vida. Além de que trará muito mais movimento para a
região Norte dos Ingleses, criando uma nova centralidade e trazendo benefícios, não somen-
te aos turistas, mas também aos moradores do bairro, pois o projeto faz com que estes dois
polos compartilhem de um mesmo espaço.

20
1.3. Objetivos

1.3.1. Objetivo Geral

Desenvolver um projeto de um Hotel & Spa, na Praia dos Ingleses Norte, em Florianó-
polis - SC, visando proporcionar qualidade de vida por meio de estratégias sustentáveis na
proposta e intervenções no cotidiano das pessoas.

1.3.2. Objetivos Específicos

- Elaborar um embasamento teórico sobre o turismo em Florianópolis e a Praia dos In-


gleses.
- Conhecer estratégias sustentáveis utilizadas em hotéis e edificações de baixo impacto.
- Realizar um estudo de caso com hotel que possua uma maior conexão com a natureza,
em Santa Catarina.
- Desenvolver o diagnóstico da área de estudo que se localiza no Norte da Praia dos
Ingleses.
- Elaborar o projeto de um Hotel & Spa de acordo com as normas vigentes aplicadas.
- Traçar diretrizes sustentáveis para consolidação da proposta do projeto arquitetônico
para o Hotel & Spa.
- Desenvolver um anteprojeto de um Hotel & Spa que faça uso de estratégias sustentá-
veis.

21
1.4. Metodologia

- Através de consulta em livros e acervos digitais, referencias teóricas e projetuais sobre


Hoteis, Spas e edificações de interesse sustentável, será proposto um projeto para Ho-
tel Spa. Assim como, dados sobre o turismo de Florianópolis e o que as pessoas que
visitam a cidade procuram.
- Será feita visita a um hotel, que se enquadre nos objetivos do projeto a ser elaborado,
e entender seu funcionamento, para realizar um estudo de caso.
- Serão realizadas visitas ao terreno, pesquisar no cadastral, levantar e analisar dados
da área Norte da Praia dos Ingleses.
- Serão pesquisadas as normas ABNT NBR 9050, ABNT NBR 15401 (Meios de hospeda-
gem - sistema de gestão da sustentabilidade - Requisitos) para desenvolver um projeto
de um Hotel & Spa.
- Será proposto um programa de necessidades para traçar as diretrizes do projeto de um
Hotel & Spa.
- A partir dos levantamentos e estudos será proposto um partido geral de um Hotel &
Spa, por meio de elaboração de organogramas, croquis, zoneamento, estudo de volu-
metria, implantação, etc., e posteriormente dando continuidade e aprofundamento, se
chegar a um anteprojeto (TCC II).

22
23
por Desirée Feldmann
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Esta fundamentação teórica foi feita com o objetivo de criar um embasamento para
o projeto de um Hotel & Spa na Praia dos Ingleses-SC (Figura 3), que faz uso de estratégias
sustentáveis. O projeto se enquadra na categoria Hotel, pois não chega a ter todas as facili-
dades que um Resort oferece, e será classificado como 4 estrelas, de acordo com o Sistema
brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBClass), desenvolvido pelo o Ministério
do Turismo (MTur).
O Hotel levará em conta a Norma 15401 (ABNT, 2006), sobre meios de hospedagem
e sistema de gestão da sustentabilidade abordado acima e também usará alguns princípios
abordados na certificação WELL (IWBI, 2013), que possui objetivos similares aos que o Hotel
& Spa quer trazer. Porém, não há o propósito de adquirir a certificação ou de se enquadrar
completamente a norma, somente servirão como base para a elaboração de um bom projeto
arquitetônico.

Figura 3. Morro da Cachoeira na Praia dos Ingleses


Fonte: Fotografia disponibilizada pela autora, 2018.

26
2.1. Turismo e Hospedagem

O turismo e a hospedagem são dois pólos diretamente conectados, pois quanto maior
a quantidade de turistas em uma cidade, mais seus hotéis entram em evidência. Além disso,
o turismo faz com que a economia gire mais, pela alimentação, eventos, agências, comércio,
entretenimento, etc. E quanto mais uma cidade ganha visibilidade, mais investimentos para
infraestrutura ela receberá, sendo bom tanto para os turistas, quanto para seus habitantes.
Segundo Andrade (2001):

“A expansão da economia incorporou novos e significativos contingentes a sociedade de con-


sumo, na qual o turismo se insere como um segmento importante e em contínuo crescimento.
As viagens passaram a fazer parte da cultura e das aspirações das populações, fazendo com
que a demanda turística passasse a ser crescente. A oferta hoteleira evoluiu em função dessa
demanda.”

De acordo com o Ministério do Turismo, a hotelaria se divide em categorias, que são


determinadas principalmente de acordo com o local e segmento de mercado. Dentre elas
existem, Hotel, Hotel Fazenda, Hotel Executivo, Apart Hotel, Cama & Café, Hotel Histórico,
Pousada e Resort. Segundo Andrade (2001), cada tipologia de hotel possui seu público alvo:

“O público que procura descanso e fortalecimento físico e mental em ambientes isolados, com
paisagens ricas e características. Essa demanda é o contraponto a vida urbana moderna, que
provoca tensão e estresse. Gerou o aparecimento de resorts e, como seu desdobramento, os
spas, mais voltados para condicionamento físico.”

Dentro destas categorias, os hotéis ainda são classificados por estrelas, definidas pela
Organização Mundial do Turismo (OMT), que são requisitos aos qual o hotel precisa atender
para atingir cada categoria. Algumas das categorias listadas acima possuem um número mí-

27
nimo ou máximo de estrelas, por exemplo, os resorts devem possuir um mínimo de 4 estrelas,
já o Cama & Café o máximo de 4 estrelas. Segundo Andrade (2017):

“Há evidências de que o mercado do turismo no Brasil vem mantendo sua tendência de ex-
pansão nos últimos anos, com uma crescente taxa de ocupação dos hotéis. De 2003 a 2009,
a taxa de ocupação dos hotéis no país aumentou de 52% para 62%. (...) O crescimento das
taxas de ocupação nos principais destinos turísticos do país está estimado em 1,7% ao ano,
havendo expectativa de que essas taxas possam ser superiores a 2% ao ano.”

Devido à crise financeira que vêm acontecendo nos últimos anos, muitos brasileiros
deixaram de realizar viagens para o exterior e começaram a optar por viagens nacionais, es-
timulando a economia hoteleira no país.

Figura 4. Votu Hotel - GCP Arquitetura & Urbanismo - Maraú, Bahia


Fonte: ArchDaily, disponível em:https://www.archdaily.com.br/br/887431/aprendendo-com-a-natureza-conheca-o-projeto-do-votu-hotel

28
2.1.1. Turismo e Hospedagem em Florianópolis

O Brasil recebe anualmente diversos turistas do mundo todo, em sua maioria buscando
por suas paisagens únicas. Porém os brasileiros também realizam muitas viagens pelo próprio
país, pois cada estado possui atrativos distintos dos outros o que faz com que as viagens na-
cionais possuam um grande fluxo.
Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas sediadas no Brasil, à economia hoteleira teve
um grande aumento e aconteceu à construção de novos hotéis, o Brasil recebeu pessoas do
mundo inteiro e assim, fez com que diversos turistas tivessem a oportunidade de conhecer o
país, pois talvez não teriam vindo se não fosse por um evento deste porte.
Florianópolis é conhecida por sua beleza natural, vegetação, praias, trilhas, cachoeiras,
dunas, etc. A “Ilha da Magia” atrai anualmente diversos turistas, principalmente durante a
temporada de verão, devido às mais de 100 praias que a capital oferece, hoje é considerada
um dos principais destinos no Brasil procurados, por estrangeiros e principalmente brasileiros.
Segundo Andrade (2017):

“No ano de 2012, o Brasil recebeu 5,67 milhões de estrangeiros, 4,5% mais do que em 2011,
dos quais 1,2 milhão vieram da Argentina. Com poucas variações, o número de 5 milhões de
turistas estrangeiros vem se mantendo desde 1998. (...) Apesar da importância dos turistas
estrangeiros, principalmente no que se refere a entrada de divisas, a demanda interna é que
comanda o turismo no Brasil. Segundo a Infraero, no ano de 2000, enquanto o desembarque
de passageiros nos aeroportos brasileiros significou 5,4 milhões em voos internacionais, e 29
milhões em voos domésticos. No ano de 2010, esses números significaram, respectivamente,
7,2 milhões e 61,2 milhões.”

Florianópolis possui, no verão, a maior concentração de turistas Argentinos, principal-


mente no Norte da Ilha. A cidade recebe milhões em todos os verões e muitos se concentram
na Praia dos Ingleses, por possuir uma praia extensa e muitas opções de lazer como restau-

29
rantes, bares, passeios e ser um bairro que não possui um valor tão alto para se hospedar ou
alugar um apartamento.
O Ministério do Turismo possui um Mapa do Turismo Brasileiro, onde as cidades são
categorizadas de A até E, e elas podem subir na categoria por terem aumentado o número
de empregos através do turismo, ampliado os estabelecimentos formais de hospedagem ou
o fluxo de turistas domésticos e internacionais. Atualmente, 3 cidades são classificadas como
categoria A em Santa Catarina, sendo uma delas, Florianópolis, que é dividida em 5 regiões,
Centro, Leste, Norte, Sul e Região Continental. A parte Central e Continental são as que pos-
suem o maior número de moradores, já as outras 3 concentram as praias e assim, onde as
atividades turísticas se encontram. A cidade é considerada o melhor lugar para se viver em
Santa Catarina, com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU de 0,847.
O turismo de eventos no Brasil vem crescendo e Florianópolis está em sexto lugar entre
dez capitais que mais atraem este setor de mercado, de acordo com a Associação Internacio-
nal de Congressos e Convenções (ICCA), sendo uma vantagem pois atrai turistas fora da alta
temporada, quando já tem muitas pessoas visitando a Ilha. De acordo com o Ministério do
Turismo (2017):

“Entre 2011 e 2016, Florianópolis (SC), aumentou em 22,4% a sua rede hoteleira, passando
de 254 para 311 hotéis, pousadas, pensões, apart-hotéis, albergues e motéis. (...) Os dados
indicam que houve um crescimento expressivo na oferta dos meios de hospedagem no Brasil
com o ciclo de megaeventos1. Além da abertura de novos hotéis, registram-se a reforma e
ampliação de estabelecimentos que já estavam em funcionamento. (...) Esse é um legado que
temos de trabalhar para movimentar a economia do país. Os hotéis e similares são tipos de
estabelecimentos imprescindíveis para o desenvolvimento do turismo.”

1 Acontecimento, principalmente na área do entretenimento, que envolve grandes meios de produção e suposta-
mente interessa a uma grande quantidade de pessoas
“Definição ou significado de megaevento no Dicionário Infopédia da ....” https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-por-
tuguesa/megaevento. Acessado em 1 mai. 2018.

30
Em termos de infraestrutura o aeroporto de Florianópolis atualmente deixa muito a
desejar, com acesso limitado, possui um tamanho pequeno para a cidade. Porém, a cidade
atualmente está recebendo um investimento em sua infraestrutura, com a reforma do ae-
roporto, pela empresa Zurich Airports, que vai administrá-lo por 30 anos. De acordo com o
presidente da FCDL/SC (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas), Ivan Tauffer (2017),
“A obra traz benefícios como a injeção de dinheiro, mais empregos, novas operações no local
e até a possibilidade de atrair empreendimentos com a possível ampliação das rotas.” Isto
acarretará em um fluxo maior de voos para Florianópolis resultando em um número maior
de turistas por ano, pois uma cidade com um aeroporto de boa estrutura pode atrair até mais
eventos, palestrantes e atrativos para a cidade.
De acordo com a pesquisa sobre o Turismo de Verão em Santa Catarina da Fecomércio
(2013), “87% dos visitantes da cidade foram atraídos pelas praias, dunas e recantos escon-
didos da capital catarinense, eles permanecem em média 10 dias e gastam R$ 3.161,39.”
Está claro que a Ilha de Santa Catarina atrai turistas de várias regiões do Brasil e do mundo
que vem principalmente em busca de belas paisagens, opções de lazer em meio a natureza,
descanso e qualidade de vida.

Gráfico 2. Índices gerais de competitividade: Brasil x Capitais x Florianópolis


Fonte: FGV/MTUR/SEBRAE, 2015

31
2.2. Hotel & Spa

O modo de vida atual gera uma grande demanda sobre a sociedade, em relação ao
trabalho, aparência, relações pessoais, a busca pela “perfeição”, tem se tornado algo cons-
tante na vida das pessoas. E com essa pressão causada pela sociedade alguns problemas e
doenças tornaram-se mais evidentes, como estresse, ansiedade, síndrome de pânico, depres-
são, etc. Dessa forma, os Hotéis Spas começaram a ganhar um maior destaque, procurados
por serem lugares vistos como um modo de “escape” dos problemas cotidianos, onde os
hóspedes conseguem relaxar, e alcançar uma melhor qualidade de vida e saúde mental, por
meio de cuidados com a mente, corpo e espírito.
De acordo com a Ispa - International Spa Association, existem diversos tipos de spa,
são eles: Day Spa, Spa Destino, Spa Clube, Spa Cruzeiro, Spa Médico, Spa Termal e Spa Re-
sort/ Hotel. Segundo Machado (2008), um Hotel Spa:

“Possui hospedagem e uma infra-estrutura destinada ao lazer, além dos tratamentos e ativi-
dades físicas, com dieta balanceada e uso de terapias de relaxamento. (...) Os acompanhan-
tes podem se ocupar de outras atividades, enquanto o usuário do SPA faz tratamento para
emagrecer ou relaxar.”

Tabela 1. Cinco principais Mercados de Spa na América Latina e Caribe.


Fonte: O raio-x do Turismo de bem-estar no Brasil, 2015. Disponível em: https://www.panrotas.com.br/noticia-turismo/pesquisas-e-estatis-
ticas/2017/02/o-raio-x-do-turismo-de-bem-estar-no-brasil-veja-numeros_144242.html

32
Um spa consiste em um estabelecimento comercial que proporciona a pessoas trata-
mentos estéticos, de saúde e de bem estar. Ele tem o objetivo de trazer equilíbrio entre os
aspectos alimentares, estéticos e emocionais, com a premissa de “mente sã, corpo são”. Na
figura 5 pode-se ver as instalações necessárias em um Spa Destino. De acordo com Machado
(2008):
“Todo SPA, independente de sua filosofia, tem como proposta universal promover a saúde e
relaxamento dos seus visitantes, existindo inicialmente dois conceitos que o classificam em:
Day SPA e o SPA Destino. (...) O Day SPA é um local onde o cliente permanece algumas horas
do dia, sendo destinado a realizar tratamentos faciais e corporais com programas de Half day
ou Full day. (...) O SPA Destino é um local onde o cliente permanece por alguns dias, tendo
como objetivo fazer tratamentos de saúde, desintoxicação e estéticos.”

Figura 5. Spa Destino - Instalações de um Spa x necessidade do hóspede


Fonte: Análise da Usabilidade nos Espaços de Bem Estar nos Sanus per Aquan, 2008.

33
O turismo de bem estar, tem como foco a melhoria e manutenção da saúde, cura e
prevenção de doenças e também é movido pela busca por estética, e o público alvo que tem
estes objetivos tende a procurar pelos Hotéis & Spas. O termo Bem-estar pode ser relacionado
com, qualidade de vida, saúde, lazer, relaxamento, paz de espírito. As pessoas que praticam
o turismo de Bem-estar buscam por locais que façam uso de recursos naturais e/ou artificiais
como, por exemplo, o mar, conchas, sal, areia, lama, lodo, água, flores. (Tabela 2).
De acordo com um estudo da Stanford Research International, o Brasil possuía em 2007,
643 spas, entre hotéis/spas e spas urbanos, cujo público alvo era composto principalmente
pela classe A, seguido pela classe B que, cada vez mais, vinha introduzindo esse estilo de
turismo ao seu padrão de consumo. Santa Catarina possui tradição em relação à Spas Des-
tinos, como hotéis spas, pessoas de todas as partes do Brasil se deslocam até o estado por
possuir desde a beleza das praias até das montanhas na serra. Segundo Santiago (2017), “O
Brasil ainda aparece em 20º maior mercado para Turismo de bem-estar, cuja liderança é dos
Estados Unidos.”

Tabela 2. Cinco principais Mercados de Bem Estar na América Latina e Caribe.


Fonte: O raio-x do Turismo de bem-estar no Brasil, 2015. Disponível em: https://www.panrotas.com.br/noticia-turismo/pesquisas-e-estatis-
ticas/2017/02/o-raio-x-do-turismo-de-bem-estar-no-brasil-veja-numeros_144242.html

34
2.2.1. Normas e Certificações

2.2.1.1. Sistema brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem

Para aumentar a competitividade do setor hoteleiro, o Ministério do Turismo (MTur)


desenvolveu um sistema de classificação de meios de hospedagem. O Sistema brasileiro de
Classificação de Meios de Hospedagem (Ministérios do Turismo, 2018), ou SBClass, foi ela-
borado por meio de uma parceria entre o Ministério do Turismo, o Inmetro, a Sociedade Bra-
sileira de Metrologia - SBM e a sociedade civil, foi adotado pelo país para atrair ainda mais
turistas, aumentando a competitividade do mercado. Para solicitar esta classificação o meio
de hospedagem necessita estar cadastrado no sistema Cadastur.
Esta classificação é um modo de divulgação de informações sobre os meios de hospe-
dagem, sendo um mecanismo de extrema importância para uma melhor comunicação com
o mercado. Possibilita uma concorrência mais justa entre os meios de hospedagem do país
e também auxilia qualquer turista, brasileiro ou estrangeiro na sua escolha, para saber que
expectativa criar sobre cada estadia. Segundo o artigo 23 da Lei nº 11.771/2008, entende-se
por meio de hospedagem:

“Os empreendimentos ou estabelecimentos, independentemente de sua forma de constitui-


ção, destinados a prestar serviços de alojamento temporário, ofertados em unidades de fre-
quência individual e de uso exclusivo do hóspede, bem como outros serviços necessários aos
usuários, denominados de serviços de hospedagem, mediante adoção de instrumento contra-
tual, tácito ou expresso, e cobrança de diária.”

Neste trabalho será desenvolvido um projeto de um Hotel 4 estrelas. Então serão apro-
fundados os requisitos necessários apenas para esta classificação. Para o tipo Hotel, o SBClass
estabelece as categorias de uma estrela no mínimo a cinco estrelas no máximo. O Hotel

35
classificado com uma estrela deve atender os requisitos mínimos de infraestrutura, serviços e
sustentabilidades. A cada estrela adicionada, o Hotel deve atender a alguns requisitos adicio-
nais que diferem as categorias entre si. Por meio de comparação entre a infraestrutura e os
serviços que são disponibilizados, assim como das estratégias sustentáveis executadas pelo
meio de hospedagem, o consumidor poderá escolher de uma melhor forma.

Infraestrutura - Hotel 4 estrelas

Função Áreas Comuns

Aspecto externo compatível com a categoria. A fachada, acessos e


calçamento devem estar cuidados e ser compatíveis
arquitetonicamente com a categoria.
Compatibilidade
com a Categoria Decoração e ambientação compatível com a categoria. A decoração e
ambientação devem ser coerentes e atender às expectativas
correspondentes à categoria. Simplicadamente e em caráter
ilustrativo, espera-se que um hotel de 2 estrelas seja simples e um hotel
de 5 estrelas seja sosticado e luxuoso.

Entrada de serviço independente.


Circulações
Elevadores. 4 estrelas: elevador obrigatório para construções a partir de
2 andares.

Área de estacionamento. O estacionamento pode ser nas próprias


dependências do hotel ou em outro local.

Facilidades Área ou local especíco para o serviço de recepção.

Local para guarda de bagagens.

Banheiros sociais, masculino e feminino, separados entre si, com


ventilação natural ou forçada.

36
37
nimo ou máximo de estrelas, por exemplo, os resorts devem possuir um mínimo de 4
estrelas, já o Cama & Café o máximo de 4 estrelas. Segundo Andrade (2017):

“Há evidências de que o mercado do turismo no Brasil vem mantendo sua tendência de ex-
pansão nos últimos anos, com uma crescente taxa de ocupação dos hotéis. De 2003 a 2009,
a taxa de ocupação dos hotéis no país aumentou de 52% para 62%. (...) O crescimento das ta-
xas de ocupação nos principais destinos turísticos do país está estimado em 1,7% ao ano, ha-
vendo expectativa de que essas taxas possam ser superiores a 2% ao ano (ANDRADE, 2017)”

Devido a crise financeira que vem acontecendo nos últimos anos, muitos brasileiros
deixaram de realizar viagens para o exterior e começaram a optar por viagens nacionais, es-
timulando a economia hoteleira no país.

38
1.1.1. Turismo e Hospedagem em Florianópolis

O Brasil recebe anualmente diversos turistas do mundo todo, em sua maioria buscando
por suas paisagens únicas. Porém os brasileiros também realizam muitas viagens pelo próprio
país, pois cada estado possui atrativos distintos dos outros o que faz com que as viagens na-
cionais possuam um grande fluxo.
Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas residindo no Brasil, a economia hoteleira teve
um grande aumento, e aconteceu a construção de novos hotéis, o Brasil recebeu pessoas do
mundo inteiro, e assim fez com que diversos turistas tivessem a oportunidade de conhecer o
país, pois não teriam vindo se não fosse por um evento deste porte.
Florianópolis é conhecida por sua beleza natural, vegetação, praias, trilhas, cachoeiras,
dunas, etc. A “Ilha da Magia” atrai anualmente diversos turistas, principalmente durante a
temporada de verão, devido às mais de 100 praias que a capital oferece, hoje é considerada
um dos principais destinos no Brasil procurados, por estrangeiros e principalmente brasileiros.
Segundo Andrade (2017):

“No ano de 2012, o Brasil recebeu 5,67 milhões de estrangeiros, 4,5% mais do que em 2011,
dos quais 1,2 milhão vieram da Argentina. Com poucas variações, o número de 5 milhões de
turistas estrangeiros vem se mantendo desde 1998. (...) Apesar da importância dos turistas
estrangeiros, principalmente no que se refere a entrada de divisas, a demanda interna é que
comanda o turismo no Brasil. Segundo a Infraero, no ano de 2000, enquanto o desembarque
de passageiros nos aeroportos brasileiros significou 5,4 milhões em voos internacionais, e 29
milhões em voos domésticos. No ano de 2010, esses números significaram, respectivamente,
7,2 milhões e 61,2 milhões. (ANDRADE, 2017)”

Florianópolis possui, no verão, a maior concentração de turistas Argentinos, principal-


mente no Norte da Ilha. A cidade recebe milhões a cada verão, e muitos se concentram na
Praia dos Ingleses, por possuir uma praia extensa, e muitas opções de lazer como restauran

39
40
Tabela 3. Infraestrutura de um Hotel 4 estrelas de Acordo com Sistema brasileiro de Classificação de Meios de
Hospedagem
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

41
2.2.1.2. ABNT NBR 15401

A Norma ABNT 15401: Meios de hospedagem - Sistema de gestão da sustentabilidade


- Requisitos (ABNT, 2006), possui uma perspectiva que constitui referência básica o ciclo PDCA
(de Plan - Do - Check - Act), descrito pelas etapas:
- Plan (Planejar): estabelecer os objetivos e processos necessários para fornecer os re-
sultados de acordo com a política do empreendimento (neste caso, política de susten-
tabilidade).
- Do (Implementar): implementar os processos.
- Check (Verificar): monitorar e medir o resultado dos processos em relação à política,
objetivos e metas e reportar os resultados.
- Act (Agir): tomar ações para melhorar continuamente a performance do sistema de
gestão.
Segundo a Norma ABNT 15401 (2006), o turismo, que é um dos maiores segmentos
econômicos do mundo, vem cada vez mais sendo objeto de atenção em relação a sua poten-
cial contribuição para o desenvolvimento sustentável e ao mesmo tempo quanto aos impactos
que pode provocar nos campos ambiental, sociocultural e econômico. Organizações de todos
os tipos no setor de turismo estão cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar um de-
sempenho correto em relação a sustentabilidade, gerindo o impacto de suas atividades, pro-
dutos ou serviços, levando em consideração sua política e seus objetivos de sustentabilidade.
São exemplos de aspectos da sustentabilidade: consumo de energia elétrica, geração
de resíduos sólidos, embalagens recicláveis, consumo de água, etc. E tem-se por política de
sustentabilidade, intenções e diretrizes globais de um empreendimento, relativas a sustenta-
bilidade, formalmente expressas pela Direção.
O empreendimento deve estabelecer e manter objetivos e metas de sustentabilidade, e
em relação ao projeto da edificação devem incluir, entre outros (ABNT 15401, 2006):

42
- Emissões, efluentes e resíduos sólidos;
- Conservação e gestão do uso da água;
- Eficiência energética;
- Seleção e uso de insumos;
- Saúde e segurança dos clientes e dos trabalhadores;
- Qualidade e satisfação do cliente;
- Comunidades locais;
- Aspectos culturais;
- Áreas naturais, flora e fauna;
Segundo a Norma ABNT 15401 (2006), o empreendimento deve estabelecer e man-
ter procedimentos para identificar o potencial de risco, para prevenir a ocorrência e atender
acidentes e situações de emergência na área do empreendimento ou por eles causados, bem
como para mitigar os impactos ambientais deles decorrentes. O empreendimento deve tam-
bém testar periodicamente tais procedimentos.
Em relação às áreas naturais, flora e fauna, o empreendimento deve cumprir a legis-
lação para a implementação de atividades turísticas em áreas naturais. Como parte do com-
prometimento do empreendimento com a conservação de áreas naturais, o empreendimento
deve, conservar área natural própria, empregando as boas práticas de proteção e manejo e
conforme o previsto na legislação; e quando não possuir uma área natural própria, apoiar a
proteção e manejo de áreas naturais de terceiros na região.
Em relação à arquitetura e impactos da construção no local, a arquitetura do empreen-
dimento deve ser integrada a paisagem, minimizando os impactos da implantação durante
a construção, a operação e quando houver obras de reparo ampliações ou outros tipos de
alterações, adequados a legislação. E devem ser tomadas medidas para (ABNT 15401, 2006):
- Minimizar alterações significativas na paisagem local, provocadas pelo projeto da edi-
ficação e pelos movimentos de terra;

43
- Minimizar a impermeabilização do solo;
- Minimizar a remoção de vegetação nativa;
- Implementar um programa para proteger a vegetação nativa, conservar os ecossiste-
mas, nascentes e cursos de água, a paisagem natural e a conservação dos solos;
- Não utilizar materiais derivados de espécies ameaçadas na construção, acabamento
ou decoração;
- Monitorar e mitigar a erosão;
- Assegurar uma destinação final adequada para os resíduos não aproveitados na cons-
trução.
Quando existirem áreas degradadas sem uso específico pelo empreendimento, devem
ser tomadas medidas para a sua recomposição. Convém que se utilizem materiais de cons-
trução disponíveis na região, originados de fontes sustentáveis, que se considere o uso das
técnicas tradicionais, que se evite usar materiais de construção com grande impacto ambien-
tal e que se procure tomar medidas de compensação ambiental para os materiais usados no
empreendimento. A arquitetura das construções deve ser compatível com o entorno físico e
cultural. Para tanto, aplicam-se os seguintes requisitos (ABNT 15401, 2006):
- A volumetria deve ser harmônica com o entorno e não deve descaracterizar os ambien-
tes natural e cultural;
- Devem-se manter as características do relevo local;
- Devem-se tomar medidas para diminuir o impacto visual da infra-estrutura de suporte
(por exemplo, recorrendo ao uso de vegetação natural ou à topografia).
No caso de construções urbanas em locais de interesse arquitetônico, a sua arquitetura
deve manter harmonia com o ambiente existente. Convém que em novos empreendimentos
seja feita uma consulta prévia à comunidade.
O planejamento e a operação do paisagismo do empreendimento devem ser efetua-
dos minimizando os impactos ambientais. Para tanto, cuidados devem ser tomados para que
(ABNT 15401, 2006):

44
- O paisagismo reflita o ambiente natural do entorno, inclusive com o uso de espécies
nativas, desde que não sejam provenientes de extração ilegal;
- Não haja propagação de plantas ornamentais exóticas pelo entorno;
- Se maximize o aproveitamento da vegetação nativa.
Em relação aos resíduos sólidos, o estabelecimento deve dispor de um local específico
e vedado para resíduos sólidos contaminantes de acordo com a legislação vigente. A gestão
dos resíduos deve ser efetuada de acordo com a boa técnica, inclusive os resíduos gerados
pelos clientes quando em campo, com a utilização de práticas como (ABNT 15401, 2006):
- Prevenção do uso de embalagens descartáveis;
- Utilização de recipientes adequados para a coleta;
- Separação e coleta seletiva quando não existente no município;
- Reutilização dos resíduos orgânicos, inclusive como insumo de produção para as co-
munidades locais.
O empreendimento deve planejar e implementar medidas para minimizar os impactos
provocados pelos efluentes líquidos ao meio ambiente e à saúde pública. As medidas devem
incluir o tratamento das águas residuais (seja mediante a conexão ao sistema público de
coleta e tratamento, se ele existir, seja mediante a existência de instalações de tratamento
próprias). Devem existir planos de contingência para prevenir e mitigar falhas dos sistemas de
tratamento e coleta utilizados e medidas para prevenir a contaminação das águas residuais
por produtos tóxicos ou perigosos. O empreendimento deve dar destinação adequada aos
resíduos líquidos de motores à explosão.
O empreendimento deve planejar e implementar medidas para minimizar a emissão de
ruídos das instalações, maquinaria e equipamentos, das atividades de lazer e entretenimento,
de modo a não perturbarem o ambiente natural, o conforto dos hóspedes e das comunidades
locais. O empreendimento deve planejar e implementar medidas para minimizar a emissão
de gases e odores provenientes de veículos, instalações e equipamentos. As medidas devem
incluir (ABNT 15401, 2006):

45
- Medidas para eliminação de odores provenientes da preparação de alimentos ou ou-
tras operações do empreendimento;
- Utilização de combustíveis com menores impactos ambientais, como gás natural, GLP
ou outros, quando possível;
- Programas de manutenção para os veículos e equipamentos com motores à explosão;
- Evitar a utilização de motores de dois tempos. Os empreendimentos devem estabelecer
planos para substituição dos motores de dois tempos por alternativas menos poluentes;
- Prevenção das emissões de clorofluorcarbonetos (CFC).
Segundo a norma (2006), é recomendável que o empreendimento faça uso de fontes
de energia renováveis, na extensão e de acordo com as suas especificidades e tecnologias
disponíveis, levando em conta os aspectos de viabilidade econômica e ambiental. Dentre es-
tas convém considerar o uso de tecnologia solar ou outras de menor impacto ambiental. O
estabelecimento deve ter implementado um procedimento para assegurar que a iluminação
e equipamentos elétricos permaneçam ligados apenas quando necessário. Os procedimentos
de aquisição de equipamentos e insumos que consomem energia (como lampadas, equipa-
mentos de refrigeração, geladeiras e frigoríficos, fogões, aquecedores, lavadoras de roupa,
etc.) devem incluir como critério sua eficiência energética e a possibilidade do uso de fontes
de energia alternativas. O empreendimento deve planejar e implementar medidas para re-
duzir o consumo de energia dos meios de transporte próprios e utilizados nas suas atividades.
A arquitetura das construções deve utilizar as técnicas para maximizar a eficiência energética,
tais como, por exemplo (ABNT 15401, 2006):
- Isolamento térmico de paredes e forros;
- Ventilação natural;
- Otimização do uso da sombra e insolejamento2;
- Otimização do uso da iluminação natural;
2 Incidência do sol dentro de algum lugar, de modo que é algo estudado por arquitetos para ser adequado para
o conforto térmico (associado a ventilação). “A palavra “ insolejamento “ e o significado - 81498 palavras e ....” http://www.
achando.info/significado/81498/insolejamento.html. Acessado em 8 mai. 2018.

46
- Minimização das fugas e perdas de calor nas instalações hidráulicas, de aquecimento
e de refrigeração;
- Utilização de equipamentos e dispositivos de aquecimento ou refrigeração com eficiên-
cia energética maximizada.
Segundo a norma ABNT 15401 (2006), o empreendimento deve planejar e implemen-
tar medidas para minimizar o consumo de água, controlar e registrar o consumo de fontes
externas e de fontes próprias. Deve também planejar e programar medidas que asseguram
que a captação e o consumo de água não comprometam a sua disponibilidade para as comu-
nidades locais, flora e fauna, a vazão dos corpos d’água e o nível e proteção dos mananciais,
preservando o equilíbrio dos ecossistemas. Relacionadas à arquitetura, as medidas devem
incluir ações tais como (ABNT 15401, 2006):
- Utilização de dispositivos para economia de água (como, por exemplo, torneiras e vál-
vulas redutoras de consumo em banheiros, lavabos, chuveiros e descargas);
- Programas de inspeção periódica nas canalizações e sua manutenção, com vistas a
minimização das fugas de água. Devem ser mantidos registros dessas inspeções e re-
paros;
- Captação e armazenamento de águas pluviais;
- Preservação e revitalização dos mananciais de água.
O empreendimento deve promover, quando aplicável, o uso de águas residuais tra-
tadas para atividades como rega lavagem de veículos e outras aplicações. Deve também
estabelecer procedimentos que minimizem o consumo de água em piscinas. Esta água deve
ter a sua qualidade monitorada periodicamente. E o empreendimento deve estabelecer áreas
devidamente sinalizadas para fumantes.

47
2.2.1.3. Certificação WELL

As normas englobam os objetivos arquitetônicos que o projeto possui, relacionados


às estratégias sustentáveis e hotelaria, já a certificação WELL foi escolhida, porque traz os
objetivos que o Hotel & Spa possuem, para as pessoas que fizerem uso deste espaço, o que
a arquitetura e as atividades realizadas irão trazer como benefício aos hóspedes. Segundo
a International WELL Building Institute (IWBI), fundada em 2013, O IWBI é uma empresa de
utilidade pública cuja missão é melhorar a saúde humana e o bem-estar em edifícios e comu-
nidades em todo o mundo através do WELL Building Standard (WELL).
A certificação WELL pode ser classificada por interior, casca ou pela edificação como
um todo. Ela é fundamentada por 7 princípios são eles: Ar; Água; Nutrição; Iluminação; Fit-
ness; Conforto e Mente. Cada um destes requisitos possuem diversos aspectos que devem ser
seguidos, totalizando 100 características que uma edificação com uma certificação Well deve
possuir, todas são relacionados a estes 7 princípios ligados a qualidade de vida dos usuários
do espaço. Para apresentar à importância destes requisitos a certificação demonstra como
cada um destes princípios possui sua problemática no mundo, um modo de intervenção que
pode ser feito e um impacto que esta intervenção causaria.

Figura 6. Mirvac HQ - New South Wales, Australia - Certificação Well Gold


Fonte: Wellcertified, disponível em: https://www.wellcertified.com/en?_
ga=2.936049.1106604740.1527639405-187241217.1526343049

48
Em relação ao Ar, sua problemática é de que a concentra-
ção de poluição em ambientes internos pode ser de 2 a 5 vezes
maior do que externamente, e a poluição de ar é a principal cau-
sa de mortalidade mundialmente. Uma intervenção possível seria
requerer nos ambientes, que promovam entradas de ar limpo e
redução ou minimização da poluição internamente. E teria um
impacto de uma redução estimada de 12,7% na mortalidade.
Sobre a água, sua problemática é de que apenas 2% de de-
sidratação pode ter um impacto significativo no desempenho do
ser humano. A intervenção que poderia ser criada é de promover
água limpa e segura através da implementação de filtros de água
apropriados e testes regulares. O impacto que isto causaria é de
desempenho e reações mais rápidas.
A respeito da nutrição, uma problemática existente é de
que mais da metade da população mundial enfrenta o sobrepeso
ou obesidade. Uma intervenção possível é requerer comidas or-
gânicas e limitar ingredientes altamente processados. Com isso,
o impacto causado seria da promoção de uma alimentação limpa
com o aumento do conhecimento nutricional e aumento do de-
sempenho e produtividade.
Quanto a iluminação, sua problemática seria que uma ilu-
minação insuficiente ou imprópria pode diminuir o funcionamento
do sistema circadiano. E uma intervenção possível seria a redução
da interrupção do sistema circadiano do corpo com a utilização de
linhas de iluminação. Tendo como impacto o aumento de produti-
vidade e suporte para um sono de qualidade.

49
Em relação às atividades físicas, ou fitness, como é colocada
na certificação, a problemática atual é o fato de que a inatividade
física ainda prevalece mundialmente, e com isso, um aumento do
risco de mortalidade. A intervenção que poderia ser criada seria
uma integração com atividades físicas, fornecendo oportunidades
de ter um estilo de vida saudável. E o impacto que isto causaria é
uma redução da inatividade física de 10 a 25% e assim até 1 milhão
de mortes poderiam ser prevenidas por ano.
No que se refere a conforto, um problemática existente é
de que desconfortos acarretam em problemas de saúde e perda
de produtividade. Como intervenção pode-se ter o fornecimento de
confortos térmico, ergonômico, acústico e olfativo. O impacto que
se tem é a prevenção de estresse físico e o aumento da produtivida-
de e redução de erros.
E sobre a mente, uma problemática encontrada é de que im-
pactos mentais podem ser causados por barulhos, iluminação ex-
cessiva, entre outros. Uma intervenção possível seria a otimização
da saúde emocional através do design, tecnologia e estratégias de
tratamento. E como impacto possível, existiria um aumento do rela-
cionamento da pessoa com a empresa em que trabalha.
De acordo com a International WELL Building Institute (IWBI),
a certificação WELL pode classificar uma edificação como, Silver
(Prata), Gold (Ouro) (projeto com essa certificação na figura 6) ou
Platinum. Para cada classificação a edificação precisa de uma pon-
tuação mínima de respectivamente, 50, 60 e 80 pontos. O processo
de certificação conta com, primeiramente o registro do projeto; de-
pois, a verificação da documentação e revisão do design; logo após,
a verificação do desempenho e certificação; E recertificação.

50
2.3. Considerações Finais

Com esta fundamentação teórica pode-se ver que o turismo está diretamente ligado
à hotelaria, e que a cidade de Florianópolis possui muitos atrativos conectados a natureza,
porém também está crescendo no setor de turismo de eventos e negócios. Sendo um benefí-
cio à cidade, pois os Hotéis durante o verão encontram-se lotados, porém, no inverno, prin-
cipalmente nas Praias, eles acabam sofrendo um déficit de hóspedes. A Ilha é também muito
visada pelo turismo de bem estar, que vem crescendo no país, com a grande diversificação de
spas, a sociedade vem cada vez mais buscando por uma maior qualidade de vida, em virtu-
de do grande estresse que pode acarretar em doenças, que vem atingindo grande parte das
pessoas.
Em relação aos requerimentos para a classificação de meios de hospedagem, notou-
-se o fato de que a sustentabilidade vem sendo cada vez mais difundido entre a sociedade
e se tornando mandatório para que um hotel obtenha a classificação. Hoje em dia muitas
edificações já possuem pelo menos alguma estratégia sustentável, pois cada vez mais está
se criando uma consciência maior a respeito dos problemas que o planeta está enfrentando,
entre arquitetos, engenheiros e até os próprios usuários dos espaços.
Porém muitos requisitos da norma, a respeito da infraestrutura, são de certo modo sub-
jetivos, como por exemplo, “Aspecto externo compatível com a categoria. A fachada, acessos
e calçamento devem estar cuidados e ser compatíveis arquitetonicamente com a categoria.”
Este item pode conter diferentes pontos de vista sobre se um projeto arquitetônico está com-
patível com tal categoria ou não. Já a norma ABNT 15401 é mais objetiva ao falar sobre os
requisitos necessários para que um hotel seja considerado realmente sustentável.

51
por Desirée Feldmann
REFERÊNCIAS
PROJETUAIS
3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

3.1. SOZAWE

A NL Architects projetou um volume escalonado para o escritório da SOZAWE (Depar-


tamento de Bem-Estar e Agência de Trabalho) na cidade de Groningen. Composto por escri-
tórios, um grande espaço público interior e 215 lugares de estacionamento.

Segundo o escritório, o design suporta as intenções dos arquitetos de criar um “lugar


aberto, convidativo e sustentável”. Uma parte crucial do programa era o “mercado” ou “qua-
drado” para permitir a interação entre o departamento e seus clientes.

54
De acordo com o site Arch Daily, (2009), esta praça pública permite a interação entre
o departamento e seus clientes, e a condição de terraços do prédio criam relações cruzadas
entre os andares. Cada um dos nove andares do escritório se abre para um terraço individual,
permitindo que os funcionários aproveitem o ar fresco, as árvores e apreciem a vista da cidade.

Figura 7, 8 e 9. SOZAWE - NL Architects - Groninge


Fonte: ArchDaily, disponível em: https://www.archdaily.com/41538/sozawe-nl-architects

55
3.2. 1 HOTEL

O hotel de 426 quartos abriu em Março de 2015, e foi uma parceria realizada com o
estúdio de design Meyer Davis e a arquiteta brasileira Débora Aguiar. Restaurando um edi-
fício de 1920 na área turística de South Beach. Uma escolha de design “respeitando o meio
ambiente e a paisagem dos arredores em um contraste agradável com os edifícios art deco
da região”, segundo o designer Davis.

Os quartos, feitos em madeira recuperada e com móveis feitos sob medida, são muito
espaçosos. Tudo é criado para minimizar o impacto ambiental, as chaves dos quartos são
feitas de madeira reciclada, os colchões e os conjuntos de banho são orgânicos, utilizam um
sistema de purificação de água com economia de energia, os papéis são substituídos por
quadrinhos para escrever, e os copos são feitos de vidro reciclável.

56
A atmosfera do lugar é bem aconchegante e relaxante, por exemplo, as áreas de des-
canso são caracterizadas por tons mais naturais. O hotel possui quatro piscinas, muitas caba-
nas, um spa e três restaurantes «farm to table” (da fazenda à mesa).

Figura 10, 11 e 12. 1 HOTEL - South Beach Miami, Arq. Meyer Davis
Fonte: 1 Hotel, disponível em: https://www.1hotels.com/south-beach

57
3.3. AIGAI SPA

Segundo o escritório de arquitetura figueroa.arq, este Spa foi projetado para ser um
oásis urbano, um lugar de recolhimento, tranquilidade e relaxamento. A fachada de concreto
aparente finamente ripado se organiza como pele mediadora e emoldura o grande painel
cerâmico, assim como o extenso jardim vertical. Essa longa parede verde contorna a esquina,
onde se torna curva e se prolonga até a extremidade oposta do terreno. A área total cons-
truída, de 1 200 m², se distribui pelo pavimento térreo, um volume superior, e um pavimento
semi enterrado utilizado para garagem e serviços.

De acordo com o site Arch Daily, (2015), o acesso ao Spa é feito por uma passarela,
que parte do jardim de uso público de acolhimento, passa ao longo de um espelho de água,
e sobe até a plataforma desenvolvida junto ao grande painel de cerâmica. Na extremidade,
uma porta de vidro leva à ampla sala de recepção, onde um pequeno pátio descoberto, total-
mente em espelho de água, introduz a luz necessária ao ambiente.

58
No pavimento principal, após passar pela área de vestiário de clientes, chega-se aos
pátios internos, confortáveis áreas de espera e relaxamento, com jardins e espelhos de água.
O maior desses pátios é ocupado por uma longa piscina, um amplo espaço de relaxamento,
protegido e sombreado. Ao todo, são sete salas de tratamento, sendo seis no térreo e uma
no piso superior (com entrada independente), onde são oferecidos massagens e banhos es-
peciais. Também importante para os tratamentos, a relação com o exterior e com a natureza,
foi possível no Aigai graças aos 12 pátios projetados, com espelhos d´água e vegetação, ne-
nhum pátio é igual ao outro.

Figura 13, 14, 15 e 16. AIGAI SPA - figueroa.arq


Fonte: Arch Daily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/774508/aigai-spa-figuerorq

59
60

por Desirée Feldmann


61

ESTUDO DE CASO
4. ESTUDO DE CASO

4.1. Ponta dos Ganchos

O estudo de caso foi realizado no Hotel Ponta dos Ganchos - Exclusive Resort, loca-
lizado em Governador Celso Ramos – SC (Figura 17), onde foi analisada a disposição dos
ambientes, assim como suas áreas comuns, áreas de serviço, bangalôs e elementos arquite-
tônicos.

Figura 17. Vista para a Ilha


Fonte: Fotografia disponibilizada pela autora, 2018.

62
O Hotel Ponta dos Ganchos, foi escolhido para este estudo pois possui objetivos simi-
lares aos do Hotel & Spa, com a natureza sempre bem presente. O complexo tem o propósito
de trazer ao hóspede uma experiência de bem estar, tranquilidade, sempre focando na qua-
lidade de vida e exclusividade nos serviços oferecidos.
A Ponta dos Ganchos fica na extremidade de Governador Celso Ramos (Figura 18),
localizado a 3,7 km da Praia de Palmas, sendo uma área extremamente arborizada e cercada
por água e vegetação. O complexo possui 84.000 m2, e as instalações não são todas conec-
tadas entre si, ele é composto por pequenos blocos, onde cada um possui uma função.
O complexo começou com apenas a parte da esquerda, com 15 bangalôs da categoria
Anhatomirim e Arvoredo. Depois foi adquirido o lado direito, com uma quadra, um heliponto
e uma horta orgânica, além de que vieram outros bangalôs que trazem algumas estratégias
sustentáveis, como o telhado verde, que são da categoria Da Vila e Esmeralda.
Outras estratégias sustentáveis que o hotel traz são: utiliza energia solar, separação do
lixo; todos os resíduos orgânicos são destinados para a Horta retornando ao jardim em forma
de compostagem; o esgoto da lavanderia é tratado; e a água é reutilizada para a irrigação do
hotel; 80% da mão de obra é local e praticamente todo o fornecimento para o hotel também
é local.
O hotel possui 18 anos e funciona durante o ano inteiro, no decorrer do verão nor-
malmente todos os bangalôs ficam ocupados, sendo eles 25, tem-se a capacidade máxima
de 52 hóspedes, pois todos os quartos são para apenas 2 pessoas, com exceção de um que
comporta 4.
A média de ocupação anual do hotel é de 50%, contando que durante o verão 60%
dos hóspedes são estrangeiros e, na média e baixa temporada, este dado se inverte, tendo
apenas 30% de pessoas que residem fora do Brasil, hospedando-se lá. Em relação aos fun-
cionários, no verão existe uma média de 100 funcionários, já na baixa temporada, o hotel
foi visitado em Abril, o espaço estava contando com 84 funcionários. Durante o inverno, são
realizadas todas as manutenções necessárias e, a cada 2 anos, é feita uma reforma.

63
Figura 18. Vista Aérea da Ponta dos Ganchos
Fonte: Google Maps, 2018.

São apenas permitidos maiores de 18 anos, existindo uma exceção no Dia das Mães,
Dia dos Pais e Natal, onde maiores de 12 anos também podem vir. E também não são permi-
tidos animais. O público que se hospeda lá, geralmente possui mais de 30 anos. O Resort faz
parte da rede Leaders Club - The Leading Hotels of the World, na qual os associados pagam
uma anuidade e ganham algumas regalias em todos os hotéis que fazem parte deste pro-
grama. O que faz com que muitas celebridades se hospedem lá, pela alta exclusividade que
o espaço traz ao hóspede.

64
4.1.1. Disposição dos Ambientes

Foram pedidas as plantas baixas de todos os ambientes, porém o hotel só pode dispo-
nibilizar as plantas de três bangalôs e uma implantação (Figura 19), para um entendimento
da disposição dos ambientes no espaço.

Figura 19. Implantação do Hotel


Fonte: Disponibilizado pela arquiteta.

65
4.1.2. Áreas Comuns

Um hotel que tem como foco que os hóspedes fiquem mais tempo dentro dele, des-
frutando de suas instalações, faz com que suas áreas comuns tenham um grande peso na
estadia destas pessoas.
Ao entrar no complexo (Figura 22) o hóspede, se estiver de carro, dirige-se ao estacio-
namento (Figura 21) e direciona-se para recepção (Figura 20) ao lado, que conta com uma
boutique de roupas, o hotel também disponibiliza o serviço de transfer. O deslocamento pelo
hotel pode-se dar a pé ou por carros elétricos que são disponibilizados às pessoas. Logo após
pode-se encontrar o Espaço das Bateiras, onde é realizado o café da manhã e o chá da tarde
(Figura 25), o resort não possui horário de café da manhã, cada hóspede faz suas refeições
na hora que desejar, porém não tem Buffet em nenhuma refeição apenas a “la carte”. Neste
espaço também está localizada a sala de jogos, com sinuca, e a sala multiuso que pode ser
cinema ou sala de convenções. Boa, para reuniões que utilizem equipamentos audiovisuais,
possui tela de 150 polegadas, data show, DVD, wi-fi, etc. O hotel trabalha com eventos, para
empresas ou casamentos. Como possuem apenas 25 bangalôs, eles fecham o hotel inteiro
apenas para determinado evento.

Figura 20. Recepção Figura 21. Estacionamento Figura 22. Entrada do Hotel
Fonte: Disponibilizado pela autora. Fonte: Disponibilizado pela autora. Fonte: Disponibilizado pela autora.

66
Ao lado do Espaço das Bateiras pode-se ver o Fitness Center, que acomoda cerca de 10
hóspedes, no qual é disponibilizado o serviço de personal trainer. E a piscina interna aqueci-
da (Figura 23), que é a única piscina localizada nas áreas comuns. Neste bloco também são
oferecidas salas (Figura 24), com sofá, televisão e chuveiro, para o caso de algum hóspede
chegar antes do seu horário de check-in, ele possua um espaço para descansar e se acomo-
dar, até seu bangalô ficar pronto para uso. O hotel possui alguns móveis feitos de material
resgatado morto, por exemplo, um pedaço de uma árvore, e transformado em peças únicas,
unindo o design e a sustentabilidade.

Figura 23. Piscina Térmica Figura 24. Salas para espera Figura 25. Espaço das Bateiras
Fonte: Disponibilizado pela autora. Fonte: Disponibilizado pela autora. Fonte: Disponibilizado pela autora.
Ao se aproximar do litoral, pode-se encontrar o spa, ou como é chamado lá, o centro
de bem estar. São 3 tendas, localizadas no extremo da península do Hotel, cada uma possui
uma vista diferente. Os serviços disponibilizados são: Purificante Facial, Hidratação Facial,
Massagem Desintoxicante, Massagem Relaxante, Massagem com Pedras Quentes, Massagem
Oriental e Massagem Profunda. Também é oferecida a possibilidade de fazer a massagem no
próprio bangalô, onde se pode contratar o serviço para o casal, como Hidratação Corporal e
Cuidados para as pernas.

67
A direita do spa chega-se a praia (Figura 27), com um restaurante em frente (Figura
28), onde são realizados os almoços e jantares. Lá, qualquer hóspede que possuir alguma
restrição alimentar sendo avisada com antecedência é disponibilizado menus que tem op-
ções, vegetarianas, intolerância a glúten e lactose, etc. Caso seja necessária uma sala de
jantar privada, o restaurante possui dois andares e então, eles reservam o andar de cima.

Figura 26. Caminho ao Restaurante Figura 27. Praia Figura 28. Restarante frente a praia
Fonte: Disponibilizado pela autora. Fonte: Disponibilizado pela autora. Fonte: Disponibilizado pela autora.
Logo após, está o Cantinho da Veleza (Figura 30), um espaço ao ar livre, onde são
realizados happy hours e confraternizações, com capacidade para 20 pessoas sentadas, conta
com um bar de apoio e também com uma área coberta com mesas e cadeiras para mais 16
pessoas. E por fim, em frente a praia pode-se ver uma Ilha (Figura 29), onde são realizados
eventos, como happy hours, coquetéis, casamentos ou até mesmo jantares exclusivos para
um casal.

68
Na Ponta dos Ganchos são oferecidas atividades que conectem os hóspedes com a na-
tureza, como; Curso de culinária com o chef, onde são colhidos temperos na horta orgânica
do hotel, e depois na ilha é ensinado como escolher frutos do mar; Jantar na praia, feito para
até três casais, onde a praia fica reservada para eles; Trilha dentro e fora do resort acompa-
nhadas de guia; Quadra de tênis de saibro, onde é possível também contratar um professor;
Passeio de Helicóptero, ele sai do heliponto existente no Hotel; Passeio em Barco de Pescador;
O hotel também disponibiliza canoas, SUP (Stand Up Paddle), Snorkeling e pesca; Passeio de
Lancha pela Baía dos Golfinhos; Além de outros passeios fora da região do hotel, como Mer-
gulho na Ilha do Arvoredo.

Figura 29. Vista da Ilha Figura 30. Cantinho da Veleza


Fonte: Disponibilizado pela autora. Fonte: Disponibilizado pela autora.

69
4.1.3. Áreas de Serviço

Os blocos das instalações de serviço localizam-se próximo a entrada, pois existem os


ruídos vindos da rua, priorizando os bangalôs, que ficam mais afastados, em meio à vegeta-
ção.

Figura 30. Câmara Fria Figura 31. Dispensa Figura 32. Lavanderia
Fonte: Disponibilizado pela autora. Fonte: Disponibilizado pela autora. Fonte: Disponibilizado pela autora.
O hotel conta com uma lavanderia (Figura 32); Uma dispensa (Figura 31), que fica
no mesmo bloco da câmara fria (Figura 30) e do preparo de alimentos, onde é feito um pré
preparo dos alimentos antes de ir para as cozinhas dos restaurantes; O espaço de carga e
descarga se dá direto em frente à dispensa, porém eles só conseguem receber caminhões de
pequeno porte, em função da topografia que é bem acentuada e do espaço para o carro que

70
é estreito; Um refeitório e uma cozinha para os funcionários, onde eles podem realizar todas
as refeições do dia, porém nenhum funcionário passa a noite no complexo; Os funcionários
também contam com banheiros e vestiários; O gás e o depósito de lixo (Figura 34) ficam pró-
ximos e também as caixas d’água (Figura 33) e a estação de tratamento de esgoto; E por fim,
no bloco da recepção situam-se a administração e o RH.
Como o resort possui muitos hóspedes estrangeiros. Sempre foi uma preocupação de
que as pessoas que estivessem oferecendo serviços conseguissem se comunicar, pois 80% do
corpo de funcionários são do local, então muitos não falavam outra língua.
Não foram registradas muitas imagens da área de serviço pois o Hotel não se sentiu
confortável em divulgá-las.

Figura 33. Caixas D’água Figura 34. Depósito de Lixo


Fonte: Disponibilizado pela autora. Fonte: Disponibilizado pela autora.

71
4.1.4. Bangalô

A Ponta dos Ganchos conta com 25 bangalôs, e existem 6 tipologias deles, diferencia-
das por área e serviços oferecidos. São 2 da categoria Anhatomirim, 13 Arvoredo, 3 Da Vila,
2 Especial da Vila, 4 Esmeralda e 1 Especial Esmeralda.
Todos os 25 bangalôs dispõem de, vista para o mar, rede na sacada, ar condicionado
split, ventiladores de teto, TV de LCD, DVD Player, cama King Size, internet Wi-Fi, telefone com
discagem direta, secador de cabelo, closet, cofre digital, serviço noturno de abertura de leito,
frigobar, lareira, adega de vinhos, cafeteira Nespresso.

Tabela 4. Diferenças entre Bangalôs


Fonte: Disponibilizado pela autora.

O hotel pôde disponibilizar apenas três tipologias de plantas baixas, onde se pode ob-
servar melhor o que cada bangalô oferece. Primeiro o bangalô Arvoredo, o mais procurado
pela maioria dos turistas, por seu custo benefício. A segunda planta baixa é do Bangalô Espe-
cial da Vila e por último, o melhor Bangalô oferecido, Especial Esmeralda.

72
Figura 35 e 36. Bangalô Arvoredo
Fonte: Disponibilizado pela autora.

Figura 37. Planta Baixa Bangalô Arvoredo


Fonte: Disponibilizado pela arquiteta.

73
Figura 38 e 39. Bangalô Especial da Vila
Fonte: Ponta dos Ganchos, disponível em: http://www.pontadosganchos.com.br/bangalos/especial-da-vi-

Figura 40. Planta Baixa Bangalô


Especial Da Vila
Fonte: Disponibilizado pela arquiteta.

74
Figura 41 e 42. Bangalô Especial Esmeralda
Fonte: Disponibilizado pela autora.

Figura 43. Planta Baixa Bangalô Especial


Esmeralda
Fonte: Disponibilizado pela arquiteta.

75
4.1.5. Análise dos Elementos Arquitetônicos

Aspectos Aspectos
Foto Arquitetônicos Arquitetônicos
Positivos Negativos
Cria um contato Acesso apenas para
imediato do hóspede carro, caso o
Acessos com a natureza hóspede queira
entrar a pé, a subida
é muito íngreme

O hotel disponibiliza Devido a topograa


Deslocamento um carrinho elétrico acentuada, as ruas
para quem quiser se são bem íngremes.
pelo Hotel
deslocar com maior Não possui
facilidade acessibilidade

Ambiente com Não possui


Recepção bastante iluminação acessibilidade
natural

Aconchegante

Boa iluminação
Academia natural e ventilação

Bom tamanho para


capacidade do hotel

Piscina Boa iluminação Porque os bangalôs


Térmica possuem uma
piscina privativa,
esta área não é
muito usada

76
Aspectos Aspectos
Foto Arquitetônicos Arquitetônicos
Positivos Negativos
Opção de lazer em
Salão de espaço coberto
Jogos

Boa iluminação
Espaço das natural e ventilação
Integração entre
Bateiras
hóspedes
Espaçoso

Pode ser usado como


Sala Multiuso cinema ou para
reuniões e eventos

De frente para a Poderia ter um


Restaurante praia pouco mais de
Boa ventilação iluminação natural
Integração entre Não tem
hóspedes acessibilidade

Ao ar livre, dando Sem acessibilidade


Cantinho da grande conexão com
a natureza
Veleza
Uma parte do espaço
que é coberta
Tabela 5. Tabela de Análise dos Elementos Arquitetonicos
Fonte: Elaborado pela autora.

77
78

por Desirée Feldmann


79

DIAGNÓSTICO
DA ÁREA
5. DIAGNÓSTICO DA ÁREA

5.1. Leitura da área

Morro da Cachoeira

Ingleses Norte

Oceano Atlântico Sul


Ingleses Centro

Centro
elho

Ingleses Sul
erm
Rio V

Santinho

Figura 44. Divisão do Bairro e Leitura da área


Fonte: Adaptado de Google Maps

Localização do terreno

80
5.1.1. A Praia dos Ingleses

A Praia dos Ingleses se localiza em Florianópolis, capital de Santa Catarina, no norte


da Ilha (Figura 44). A história sobre a colonização da Praia dos Ingleses é incerta, pois possui
diversas versões. Sabe-se que o nome da praia deu-se por conta de um naufrágio de uma
embarcação inglesa na área. Segundo Guia Floripa, “Algumas ossadas foram desenterradas.
(...) Os sobreviventes se estabeleceram na região da Praia dos Ingleses, onde praticavam a
agricultura.”
Após isso, a região teve um alto crescimento e se transformou em um grande centro
turístico, com ampla infraestrutura, sendo também a região de praia em Florianópolis mais
residencial, com a maior concentração de moradores no norte da ilha, com mais de 15 mil
habitantes. Considerada hoje, por muitos, mais que um bairro, uma cidade.

MAPA MENTAL PRAIA DOS INGLESES


TRILHA DA FEITICEIRA TERRENO

MORRO DA CACHOEIRA PRAIA

SORVETERIA

PRAÇA
MAR
RU
AD
AS
GA
IVO

OCEANIA CENTRO
TA

DE CONVENÇÕES
S

BOLICHE

CENTRINHO DOS
INGLESES
03

06

PARQUE AQUÁTICO TRILHA CAMINHO DA GROTA


-4

DUNAS
4

ÁGUA SHOW
SC

SC -

Figura 45. Mapa Mental da Praia dos Ingleses


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

81
5.1.2. O Terreno

O terreno escolhido para o projeto do Hotel & Spa, é um grande vazio com lado para
três ruas, sendo a principal delas a Rua das Gaivotas. Ele foi escolhido por ser o terreno vazio
mais próximo da costa Norte da Praia dos Ingleses, pois um dos objetivos do projeto é a co-
nexão com a natureza. E neste local o hóspede possui o mar com a restinga a apenas alguns
metros de distância e o Morro da Cachoeira logo ao lado. Nas figuras 49, 50 e 51, podem-se
ver os potenciais visuais que o terreno oferece, e como o acesso a praia é bem em frente à
esquina. Nas figuras 46, 47 e 48, pode-se ver a grande dimensão que o espaço possui, como
as linhas de morro possuem uma grande evidência e, também, observa-se um muro em uma
parte do terreno, pois ele é de propriedade privada.

Figura 46, 47 e 48. Visuais para o Terreno


Fonte: Disponibilizado pela autora, 2018.

Figura 49, 50 e 51. Visuais do Terreno


Fonte: Disponibilizado pela autora, 2018.

82
Morro da Cachoeira

Oceano
Atlântico Sul

226,76 m Figura 52. O terreno e


seu entorno imediato
Fonte: Adaptado de
99,6

Google Maps
99,2

Área≅ 21.000 m² Legenda:


8m

4m

Vistas para e do terreno


Terreno em análise
232,26 m Acesso a praia
Acesso ao bairro

83
5.2. Condicionantes Legais

O Plano Diretor que está em vigor na cidade de Florianópolis, é a Lei Complementar


482/2014 (Figura 53). O terreno, na Praia dos Ingleses, é classificado como ATR 4.5 (Área
Turística Residencial), porém possui uma pequena parte classificada como AVL (Área Verde
de Lazer). O entorno edificado que não se encontra de frente para o mar possui uma clas-
sificação ARM (Área Residencial Mista). Por ser uma área que ainda possuirá um grande
crescimento urbano, existem áreas com classificações ACI (Área Comunitária/ Institucional) e
AMC (Área Mista Central), que hoje se encontram no meio da mata, misturando-se com áreas
classificadas como APP (Área de Preservação Permanente), APL-E (Área de Preservação com
Uso Limitado de Encosta) e APL-P (Área de Preservação com Uso Limitado de Planície).

Figura 53. Zoneamento do Plano Diretor


Fonte: Plano diretor de Florianópolis. Lei complementar 482 de 2014. Com modicações da autora, 2018.

Legenda: ACI - Área Comunitária/Institucional


APP - Área de Preservação Permanente ARM - Área Residencial Mista
APL-E - Área de Preservação com Uso Limitado (Encosta) ATR - Área Turística de Lazer
APL-P - Área de Preservação com Uso Limitado (Planície) AMC - Área Mista Central
AVL - Áreas Verdes de Lazer ALA-1- Área de Limit. Amb.- BANHADO

84
De acordo com o artigo 67 da Lei Complementar nº 283, “Os subsolos serão admis-
síveis desde que comprovado, através de estudo específico, que não haja comprometimento
do lençol freático e dos aquíferos existentes no Município.” Pelo fato do terreno possuir uma
grande dimensão e ter uma taxa de ocupação de 50%, não foi necessário construir um sub-
solo tendo em vista que existe espaço suficiente no terreno.
O terreno escolhido para a proposta possui aproximadamente 21.000m² e a legislação
define os seguintes dados:

Tabela 6. Tabela de Limites de Ocupação


Fonte: Prefeitura de Florianópolis, disponível em: http://www.pmf.sc.gov.br/arqui-
vos/arquivos/pdf/18_07_2014_10.02.53.9bc76f3acfe3be22bc5373423ae3f59b.pdf.
O terreno é circundado por três ruas, a Rua das Gaivotas, a Rua Canto das Sereias e a
Rua Lazaro de Oliveira Souza. Na tabela da Prefeitura de Florianópolis sobre Sistema Viário
Detalhamento e Seções Transversais, não existe informação sobre a seção transversal da Rua
Lazaro de Oliveira Souza, então ela foi considerada com as mesmas características que as
outras duas ruas.

Figura 54. Seção Transversal das


Ruas das Gaivotas e Canto das
Sereias
Fonte: Prefeitura de Florianópo-
lis, disponível em: http://www.
pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/
pdf/04_02_2014_12.19.16.e84e-
bb09895acceb7f03f92bbb2c1fc3.pdf

85
5.3. Aspectos Climáticos

O terreno localiza-se em frente ao Morro da Cachoeira, que é recoberto por uma den-
sa vegetação, logo após o morro existe a Ponta da Feiticeira, que faz a fronteira entre a Praia
dos Ingleses e a Praia Brava. Esta região conta com trilhas que permitem fazer o acesso a pé
às duas praias. E na parte Sul, o Morro dos Ingleses faz a divisão com a Praia do Santinho.
Outra vegetação presente no entorno é a Restinga, protegida por um tombamento municipal,
é encontrada na linha da praia, e segundo o Guia Floripa (2018), “A restinga é responsável
pela fixação do solo e é graças a esse tipo de vegetação que Florianópolis tem o formato
atual”.
A praia é aberta, voltada para o oceano a nordeste, de grande extensão com quase 5
km ao todo. Na parte Norte o mar possui ondas fortes e longas, sendo ideal para o surf, e a
praia não tão cheia quanto ao Sul, onde as ondas são mais calmas, porém encontra-se mais
tumultuada durante o verão. É um mar muito agradável para os banhistas, porém como as
ondas muitas vezes são fortes para pessoas que não estão habituadas, a praia é monitorada
diariamente por salva vidas, que sempre sinalizam se o mar esta ou não próprio para banho,
mantendo assim a segurança das pessoas. A areia é muito fina e branca, e há nesta região
uma grande formação de dunas.
De acordo com a Classificação climática de Köppen-Geiger (1936), Florianópolis é
classificada como Cfa - clima subtropical húmido. A média da temperatura anual é de 21ºC,
a umidade relativa do ar é de 82% na média anual e o índice pluviométrico no norte da ilha
é em torno de 1.600mm. As estações são bem definidas, porém por ser uma ilha ocorrem
mudanças repentinas de temperatura e de condições climáticas. Os ventos predominantes
são o Norte e Nordeste, porém o vento sul é uma característica marcante da cidade, pois são
ventos mais fortes que antecedem frentes frias. O terreno possui uma boa insolação, pois os
gabaritos são baixos e o entorno possui muitos vazios.

86
Figura 55. Mapa Mental de Aspectos Climáticos
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

87
5.4. Infraestrutura

O sistema de energia elétrica que atende a Praia dos Ingleses é a CELESC. O abasteci-
mento de água é feito pela CASAN, e o lixo é recolhido pela COMCAP nas quartas e quintas
feiras pela manhã.
Em questão de infraestrutura ligada ao turismo a Praia possui uma ampla variedade de
opções de lazer e gastronomia. Para um melhor entendimento pode-se ver na figura 56 as
distâncias que devem ser percorridas a pé, para as necessidades, que um turista poderia ter,
mais próximas do terreno em estudo.

Figura 56. Distâncias do Terreno


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.
5.5. Cheios de Vazios

O bairro da Praia dos Ingleses ainda está em crescimento, com seu espaço cada vez
mais preenchido com residências e comércios, porém, a parte Norte onde se encontra o ter-
reno em estudo é uma área que ainda não foi muito desenvolvida e, dessa forma, pode-se
observar a grande presença de vazios no seu entorno. As ruas são ortogonais e ainda irão se
estender nos próximos anos. A parte norte ainda se tornará mais densa com o crescimento
da população, e a praia está apta para receber estas pessoas devido a grande quantidade de
terrenos que ainda se encontram como vazios. Como pode-se ver na Figura 57.

88
50
40
30 40
20 30 0
2
10 1 0

10

Figura 57. Mapa de


Cheios e Vazios
Fonte: Elaborado pela autora,
2018.

Legenda:
1/1.000

Cheio
Vazio

89
5.6. Uso do Solo

O bairro em toda sua extensão possui diversos usos, residencial, comercial, misto, etc.
algo muito importante, pois faz com que a Praia não se torne apenas sazonal e possua mo-
radores que realmente passam o ano inteiro lá, e não apenas a estação do verão. Porém o
entorno imediato do terreno em análise, é exclusivamente residencial. No entanto, por ser
uma área que ainda apresentará um crescimento maior, pelo fato de possuir muitos vazios,
imagina-se que essa característica totalmente residencial pode ser um pouco modificada.
O projeto de um Hotel para esta área será algo positivo para os habitantes, pois ele
trará além dos recursos para os hóspedes, alguns usos comerciais e de serviços, que pelo
Mapa 59 pode-se perceber que está em falta na área norte do bairro. Como pode-se ver na
Figura 58.

Figura 58. Espaços Vazios e Edifícios Residenciais


Fonte: Google Street View, 2017.

90
50
40
30 40
20 30 0
2
10 1 0

10

Figura 59. Mapa de Uso


do Solo
Fonte: Elaborado pela autora,
2018.
Legenda:
Residencial 1/1.000
Área Pública
Área Privada
Área Estudo

91
5.7. Gabaritos

O entorno imediato do terreno em estudo possui um gabarito baixo e homogêneo,


entre 3 a 4 pavimentos. A paisagem faz com que as linhas de morro ganhem um grande des-
taque sendo possível vê-las por todo o perímetro. Tornando-se um aspecto muito importante
para o projeto, tendo em vista do grande objetivo de conectar a natureza com as pessoas a
vegetação se tornará bem presente nos visuais deste projeto e não só o mar. Como pode-se
observar na Figura 60, 61 e 62.

Figura 60 e 61. Gabarito e Linhas de Morro


Fonte: Disponibilizado pela autora, 2018.

92
50
40
30 40
20 30 0
2
10 1 0

10

Figura 62. Mapa de


Gabaritos
Fonte: Elaborado pela autora,
2018.
Legenda:
1/1.000
4 Pavimentos
3 Pavimentos
Área Estudo

93
5.8. Sistema Viário

A região em estudo é conectada ao resto da cidade por duas importantes vias, a SC-
403 e a SC-406, rodovias que possuem alto tráfego principalmente durante o verão com a
chegada de turistas na cidade. Todas as ruas se conectam com a principal, que acessa a praia,
a Rua das Gaivotas. Ela atravessa praticamente o bairro todo, conectando a parte sul com a
norte, onde se encontra o maior fluxo de automóveis. Algumas ruas ainda não são asfaltadas,
possuem paralelepípedo, forçando uma baixa velocidade dos carros.
Já no entorno do terreno em análise, não existem faixas de segurança ou semáforos.
Também não ha ciclovias ou ciclofaixas, sendo os acostamentos das ruas que circundam o
terreno, destinado para estacionamento dos carros, na alta temporada. Não se encontram
pontos de ônibus, porém existem locais onde eles param para embarque e desembarque de
passageiros. Pode-se observar pela Figura 63 e 64.

Figura 63. Rua das Gaivotas sem Calçada para o Pedestre


Fonte: Disponibilizado pela autora, 2018.

94
10

Rua Canto da
s Sereias

Rua
das
Gai
vota
s
Rua Morro da
s Feiticeiras

Rua Ilha das G


ales
R. L
az.
de
Oliv
eira

Rua Abel Alva


res Cabral Juni
or
Sou
za

Rua Mário
Giocondo
Crocetta

Figura 64. Mapa de


Hierarquia Viária Rua Recan
to do Sol
Fonte: Elaborado pela autora,
2018.
Legenda:
Transporte Público Rua Brisam
ar
Principal
1/1.500
Coletora
Local
Área Estudo

95
96
por Desirée Feldmann
PARTIDO GERAL

97
6. PARTIDO GERAL

6.1. Descrição do Projeto

6.1.1. Diretrizes

O Hotel & Spa une o Hotel, na praia dos Ingleses destinado ao lazer, ao spa destino.
O projeto tem o intuito de unir o público de turismo pelas belezas naturais, com o turismo de
bem-estar, que tem os spas como destino principal. A união destes dois usos é o que fará com
que os hospedes garantam uma melhor qualidade de vida, através da criação de hábitos mais
saudáveis e que não agridem ao meio ambiente. O Hotel será classificado como 4 estrelas,
pois deseja-se um hotel com categoria superior porém não tão luxuoso e custoso quanto um
hotel 5 estrelas.
Serão lançadas diretrizes conforme o diagnóstico da área e os estudos bibliográficos
realizados, para o projeto de um Hotel & Spa, configurado também como uma nova centrali-
dade para a região Norte da Praia dos Ingleses. Sendo assim, são definidas diretrizes proje-
tuais para a elaboração deste projeto.
- Projetar uma edificação que atenda as necessidades dos hospedes, além de possuir
um diferencial em quesitos de bem-estar e conexão das pessoas com seu corpo e mente;
- Projetar áreas de vivência;
- Projetar espaços que se tornem para o hóspede um refúgio;
- Projetar espaços amplos e iluminados;
- Projetar uma edificação com materiais que não agridam muito ao meio ambiente;
- Apresentar estratégias sustentáveis no projeto;
- Fazer uso das linhas de morros muito presentes na área;

98
- Oferecer atrativos de uso comum para que o hotel possua movimento durante o ano
todo;
- Dar ênfase a esquina que faz contato direto com a praia;
- Traçar fluxos que permeiem o terreno e façam com que o pedestre ande com fluidez;

6.1.2. Conceito

O grande objetivo que este projeto possui é dar às pessoas a oportunidade de cuida-
rem de sua saúde, mental e física, afastando-os do caos urbano. Aproximar o hospede da
natureza, bem presente na área, pela praia e pelo morro. Por conta do baixo gabarito dos
edifícios da área, as linhas de morro são evidentes de qualquer ponto dos Ingleses Norte.
Dessa forma o entorno refletiu no projeto de arquitetura, com o primeiro bloco com
um pavimento, o segundo com dois e o ultimo com quatro. Trazendo para o complexo esta
ascendência dos morros, respeitando a escala do pedestre. Esta linguagem também reflete
na forma do hotel, escalonado, tendo seu pavimento térreo com maior área e o de cobertura
com menor.

Figura 65. Linhas de Morro em Evidencia


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

99
6.2. Programa de Necessidades e Pré Dimensionamento

O programa de necessidades, (Tabela 7), foi elaborado para atender as necessidades


que um hotel 4 estrelas necessita. Sua elaboração foi baseada em pesquisas bibliográficas e
no estudo de caso feito no Hotel Ponta dos Ganchos.
AMBIENTE ATIVIDADE QUANTIDADE ÁREA ESTIMADA

Academia Exercícios Físicos 1 800,00 m²

Salão de Beleza Serviços de Estética 1 200,00 m²

Café Alimentação 2 100,00 m²

PÚBLICO Restaurante Alimentação 2 300,00 m²

Lojas Venda de Produtos 5 150,00 m²

Espaço para Eventos Espaço p/ pequenos eventos 1 1.200,00 m²

Rooftop Bar Alimentação e Bebidas 1 675,00 m²

Lobby Entrada 1 700,00 m²

BWC Mínimo + PNE 2 200,00 m²

Estar Convivência 5 500,00 m²

Bar Pequenas Refeições e Bebidas 2 200,00 m²

Biblioteca/ Business Espaço p/ leitura e trabalho 1 200,00m²

Spa Tratamentos 1 1.000m²


HÓSPEDES
Quartos Descanso 98 36,00 m²

Solarium Área para Descanso 2 200,00 m²

Área para Sol Área com espreguiçadeiras 1 200,00 m²

Piscina Térmica e Externa 2 200,00 m²

Cinema Espaço para ver Filmes 1 55,00 m²

Sala de Jogos Espaço para lazer 1 68,00 m²

Gerência Crédito/ Secretaria

100
Gerente Recepção/ Vendas
Cinema Espaço para ver Filmes 1 55,00 m²

Sala de Jogos Espaço para lazer 1 68,00 m²

Gerência Crédito/ Secretaria

Gerente Recepção/ Vendas

Administração Serviço mensageiro 1 220,00 m²

Controller/ Depósito malas

Gerente de Hospedagem

Preparo de Alimentos Preparo antes da cozinha 1 280,00 m²

Contabilidade/ Compras

Área Administrativa CPD e Segurança/ RH 1 150,00 m²

Posto Bancário

Pré preparo/ Controle

Triagem/ Balança
Recebimento/Armazenamen 1 220,00 m²
SERVIÇOS Docas/ Câmaras Frigoríficas

Almoxarifado/ Adega

Relógio de Ponto/ Refeitório

Área para Funcionários Estar e Café/Uniforme 1 170,00 m²

Controle e Revista/ Vestiário

Produtos Químicos/Despacho

Roupa dos Hóspedes/Costura


Lavanderia 1 220,00 m²
Depósito material limpeza

Depósito de Roupa Limpa

Governaça Junto com a Rouparia 2 90,00 m²

Engenharia e Manutenção Manutenção do Edifício 1 220,00 m²

Cozinha Principal e Terminal 1 300,00 m²

Tabela 7. Programa de Necessidades


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

101
6.3. Fluxograma e Zoneamento

Para melhor entendimento dos diferentes fluxos envolvidos, foi elaborado o fluxogra-
ma e zoneamento para uma maior compreensão dos usos de serviço, dos hóspedes e uso
comum. (Figura 66, 67, 68 e 69).

102
Figura 66, 67, 68 e 69. Zoneamento/ Fluxograma
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

103
6.4. Implantação Esquemática

A primeira observação sobre o terreno foi a importante esquina da Rua das Gaivotas
com a Rua Canto das Sereias, ela faz uma conexão direta com a praia e a partir dela os fluxos
principais do terreno foram criados. O fluxo principal o qual foi determinante na criação da
volumetria, une a esquina com a faixa livre a sul, classificada como uma AVL. As zonas foram
definidas de acordo com as ruas: na principal o acesso para uso comum; na Canto das Sereias
o acesso para os hospedes; e na Rua Lazaro de Oliveira Souza o acesso de serviços. O térreo
é bem permeável para os pedestres.

Figura 70. Implantação aérea


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

104
Rua Canto da
s Sereias

Acesso Princip
al
Vaga
Ônibus

Estacionament
o Embarque/
159 vagas
A=3.723m² Desembarque
Administração
A=493m²
R. L
Recepção
A=26m²
Loja
Loja
A=42m² Academia
A=42m²
az.

Concierge
A=891m²
Lobby

Acesso Funcio

Rua
A=748m²
BWC
nários A=235m² Café
d

A=136m²
eO

das
Área para fun Soc. Soc.
cionários Ser. Ser. Dep.
A=189m²
Engenharia/ Salão de bel
eza
live

Manutenção Área A=241m²


A=225m² Administrativa Restaurante

Gai
A=164m² A=291m²
Estar
ira S

A=318m² Bar
A=207m² Estar
Lavanderia A=318m²

vota
A=240m²
Soc.
ouz

Biblioteca/
business Soc.
A=263m²
Jardim de Inv
Carga e Desca erno

s
rga A= 115 m²

Acesso Secun
Recebimento
a

e Armazenam
A=232m² ento
Carga e Des
carga
dário
Lixo Estar
úmido/seco/ A=804m²
recicláveis Preparo de Alim
entos Espaço para
A=123m² A=247m² eventos
Cozinha A=941m²
Principal Cozinha Lojas
A= 247m² Terminal A=291m²
A= 109m² Restaurante
A= 375m²

Lojas
A=104m² Café

Fluxo Principa A=60m² Lojas

l A=105m²
Carga e Des
carga

Figura 71. Implantação


Escala: 1:750
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

105
6.5. Plantas

As áreas para uso comum encontram-se no térreo (Figura 73), pelo fato do hotel con-
seguir ter um melhor controle sobre as alas que são apenas para hospedes. A academia e o
salão são destinados principalmente aos moradores locais, o espaço para eventos foi criado
com o intuito de atrair hóspedes fora da temporada de verão, assim como o restaurante, o
rooftop bar, e as lojas, locadas ali para dar movimentação de pessoas ao espaço, tornarem-
-no mais ativo. No térreo também se encontram, praticamente, todas as áreas destinadas a
serviços, devido ao fácil acesso com a rua de serviços. Um jardim de inverno, junto com o
átrio central, traz iluminação natural ao lobby. O embarque/desembarque se da embaixo de
uma marquise. O restaurante locado dentro do hotel pode ser usado pelos hospedes e pelo
uso público. O projeto conta com quatro elevadores sociais e dois de serviço, os dois princi-
pais ficam bem em frente a entrada, e eles apenas se deslocam até o Segundo Pavimento. Os
outros dois ficam em frente a entrada secundária e eles se deslocam até a cobertura, além
de que no primeiro andar existe um outro elevador que faz o deslocamento vertical dentro do
spa. Além dos elevadores o hotel possui três escadas protegidas.

Figura 72. Marquise demarca entrada principal


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

106
A B

Vaga Embarque/
Ônibus Desembarque

Administração
Estacionamento A=493m²
Academia
159 vagas Loja Loja
A=891m²
A=3.723m² Recepção A=42m² A=42m²
A=26m²
Café
A=136m²
Concierge Lobby
A=748m²

BWC
A=235m² Restaurante
+0,15 Salão de beleza A=291m²
A=241m²
C’ Soc. Soc. Ser. Ser. Dep. C

Área para funcionários Área


Engenharia/ Administrativa
A=189m² Manutenção Estar Bar Estar
A=164m²
A=225m² A=318m² A=207m² A=318m²

Lavanderia Soc.
A=240m² Jardim de Inverno
D’ Biblioteca/ D
Soc. A= 115 m²
business
A=263m²

Lojas
Espaço para eventos
A=291m²
Recebimento e Armazenamento Estar A=941m²
Carga e Descarga
A=232m² A=804m²

Carga e Descarga

Lixo
Preparo de Alimentos Cozinha Cozinha
úmido/seco/ Restaurante
A=247m² Principal Terminal
recicláveis A= 375m²
A= 247m² A= 109m² Carga e Descarga
A=123m² Café
Lojas Lojas
A=104m² A=60m² A=105m²

A’ B’
Figura 73. Planta Baixa Pavimento Térreo
Escala: 1:500
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

107
No segundo e no terceiro pavimento
(Figura 75 e 76), concentram-se os quartos,
o spa e as rouparias. Existem 7 diferentes ti-
pologias de apartamentos, Quarto com duas
camas Queen Size, com duas camas Twin
Size, com uma cama King Size e mais um
sofá cama, com uma cama King Size, Apart
Hotel (tendo em vista que é uma área mui-
to residencial os apart hotéis mantém o hotel
durante o ano todo). Com 10% dos aparta-
mentos destinados a PNE, mais uma suíte pre-
sidencial, o hotel conta com 98 quartos. No
ultimo pavimento (Figura 77), concentram-se
as atividades de lazer, sala de jogos, cinema,
piscina externa e interna, sauna, solarium e
conta, também, com um segundo bar.

Figura 74. Plantas Tipologias


Escala: 1:200
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

108
A B

Painéis Solares Fotovoltaicos Painéis Solares Fotovoltaicos


A=243m² A=243m²

Terraço
A=538m²

+3,70

Rouparia/
C’ Soc. Soc. Ser. Ser. Dep. governança C
A=65m²

Spa
A= 696 m² Rooftop Bar
A=675m²

Spa

Soc.
Estar Atrio Jardim de Inverno
D’ D
A= 185 m² Soc. A= 115 m² A= 115 m²
Telhado Verde
A= 322 m²

Espaço para eventos


A= 1.211 m²

A’ B’

Figura 75. Planta Baixa Primeiro Pavimento


Escala: 1:500
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

109
A B

Painéis Solares Fotovoltaicos


A=1.210m²

Rouparia/governança
A=91m²

C’ Ser. Ser. Soc. Soc. C

+7,20
Área Técnica
A= 21m²

Spa
A= 548 m²

Spa

Soc.
Atrio Jardim de Inverno
D’ D
Soc. A= 115 m² A= 115 m²
Telhado Verde
A= 644 m²

A’ B’

Figura 76. Planta Baixa Primeiro Pavimento


Escala: 1:500
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

110
A B

Solarium Piscina
Área de sol
A= 159m² A= 309m²
A= 236m² +12,20
C’ C

+10,70
Reservat.
Reservat. p/ captação
34.320 L de água da
chuva

Bar
A= 133m²

Soc.
D’ Jardim de Inverno D

Área Técnica
Soc. A= 115 m²
Telhado Verde
A= 322 m²

Depósito
A= 32m²

Piscina Térmica/
Cinema Sala de Sauna Bwc Solarium
A=55m² jogos A= 189m² A= 72m² A= 232m²
A= 68m²

A’ B’

Figura 77. Planta Baixa Terceiro Pavimento


Escala: 1:500
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

111
6.6. Cortes e Fachadas

Figura 78. Fachada Oeste - Escala: 1:500


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Figura 79. Fachada Leste - Escala: 1:500


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Figura 80. Corte BB’ - Escala: 1:500


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Figura 81. Corte AA’ - Escala: 1:500


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

112
As fachadas foram trabalhadas com varandas, jardins verticais, paredes de alvenaria revestidas com postas placas solares fotovoltaicas devido a melhor insolação. Já na fachada oeste foi feito o uso de terraços
tinta branca e ripas verticais de madeira para dar uma sensação de alongamento tendo em vista que é uma jardim pois é a fachada que mais recebe calor durante o dia. A piscina externa foi locada na fachada norte
edificação bem horizontal. A fachada norte conta com uma marquise marcando a entrada que se repete com a leste para aproveitar a insolação mas também o visual para a praia. As fachadas são bem dinâmicas
como elemento na cobertura que vai do espaço para eventos até o rooftop bar. E nela também foram dis- em função da arquitetura escalonada.

Figura 82. Fachada Sul - Escala: 1:500


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Figura 83. Fachada Norte - Escala: 1:500


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Figura 84. Corte DD’ - Escala: 1:500


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Figura 85. Corte CC’ - Escala: 1:500


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

113
6.7. Volumetria

Figura 86. Cobertura que une o espaço de eventos e o Rooftop Bar


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

114
Figura 87. União dos tres blocos.
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

115
Figura 88. Linhas de morro sempre em evidencia.
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

116
Figura 89. Arquitetura possui uma altura que cresce a medida do olhar.
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

117
por Desirée Feldmann
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nas pesquisas teóricas apresentadas neste trabalho, percebe-se que a socieda-
de cada vez mais prioriza as obrigações como trabalho e estudo, deixando de lado os cuida-
dos com a saúde, tanto mental quanto física. O mesmo acontece com o meio ambiente, uma
cultura estabelecida que, cada vez mais, utiliza dos recursos limitados e constroem sem dar
importância ao fato de que o planeta é prejudicado. Estes danos podem voltar à sociedade
através de desastres naturais, “aquecimento global”, entre muitos outros problemas que um
mundo não sustentável cria.
Observou-se também que Florianópolis, mesmo com um polo de turismo de eventos, ain-
da tem como principal atrativo suas belezas naturais, principalmente por suas praias, sendo
os Ingleses uma das mais populosas na cidade. A partir do diagnóstico da área, constatou-se
que a região norte dos Ingleses ainda irá desenvolver muito em infraestrutura, contando com
diversos vazios é um espaço que ainda terá um desenvolvimento urbano grande.
O desenvolvimento deste partido arquitetônico aliou as necessidades desta parte do bair-
ro, que ainda esta se desenvolvendo, com as necessidades dos hóspedes que farão uso do
hotel, com o principal objetivo de um aumento em sua qualidade de vida. O espaço une
diversos usos e cria um atrativo para todas as pessoas que ali habitam. Com a elaboração
desta proposta, através de imagens, plantas, cortes, fachadas, esquemas e textos explicativos,
conclui-se a primeira etapa que precede o Trabalho de Conclusão de Curso II.

120
8. REFERÊNCIAS

- Livros

ANDRADE, Nelson. Hotel: planejamento e projeto. 3º Edição. Editora SENAC São Paulo, 2001.

ANDRADE, Nelson. Hotel: planejamento e projeto. 11º Edição. Editora SENAC São Paulo, 2017.

CMMA. Nosso Futuro Comum (Relatório Brundtland). Comissão Mundial sobre o Meio Am-
biente e Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1987.

HEYWOOD, Huw. 101 Regras Básicas Para Uma Arquitetura De Baixo Consumo Energético.
RIBA Publishing, 2012.

MACHADO, Cristiane Salvanetal: Trabalhos Academicos na Unisul. Palhoça: Ed. Unisul, 2013
(disponível em PDF na Biblioteca).

ROAF, Sue. Ecohouse: a casa ambientalmente sustentável. 4º Edição. Bookman Editora Ltda.,
2014.

- Sites

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CLÍNICA DA HIPNOSE. Entenda a importância de levar uma vida saudável para melhorar a
sua saúde emocional. Disponível em: <http://clinicadahipnose.com.br/entenda-a-importan-
cia-de-levar-uma-vida-saudavel-para-melhorar-a-sua-saude-emocional/>. Acesso em: 19
março 2018.

FLORIANÓPOLIS, Prefeitura Municipal. Lei Complementar N. 482: Plano Diretor de Flo-


rianópolis. Florianópolis, 2014. Disponível em: <http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/ar-
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FLORIANÓPOLIS. Guia Floripa. A Cidade – Geografia. Disponível em: <http://www.guiaflori-


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2018.

INTERNATIONAL WELL BUILDING INSTITUTE. 2018. Disponível em: <https://www.wellcerti-


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MINISTÉRIO DO TURISMO. Em 5 anos, rede de hospedagem de Florianópolis cresce 22,4%.


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MINISTÉRIO DO TURISMO. Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem.


2018. Disponível em: <http://www.classificacao.turismo.gov.br/MTUR-classificacao/mtur-si-
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MACHADO, S; QUALHARINI, E. Análise da Usabilidade nos Espaços de Bem Estar nos Sanus
per Aquan. Anais...XII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído ENTAC. Dis-
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10 maio 2018.

FLORIANÓPOLIS. Portal da Ilha. Florianópolis é o segundo destino mais procurado com re-
servas no Carnaval pelo Airbnb. 2018. Disponível em: <http://www.portaldailha.com.br/no-
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cas/2017/02/o-raio-x-do-turismo-de-bem-estar-no-brasil-veja-numeros_144242.html>.
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TELES, Amanda. A importância da alimentação saudável ao longo da vida refletindo na


saúde. Estadão. 2017. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/relea-
ses-ae,a-importancia-da-alimentacao-saudavel-ao-longo-da-vida-refletindo-na-sau-
de,70001698946>. Acesso em: 19 março 2018.

- Normas

ABNT - NBR 14724 - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 9050 Acessibilida-
de a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 15401 Meios de hospedagem
— Sistema de gestão da sustentabilidade — Requisitos. Rio de Janeiro, 2006.

123

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