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br - Ano I - Edição 20
Foto: Emilio Campi
Pontal da Lagoinha
Sob o sol, maravilhosa...
Sob a lua, romântica e bela...
Página 2 Jornal MARANDUBA News 23 Dezembro 2010
Responsabilidade Editorial:
Emilio Campi
Colaboradores:
Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues,
Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira
A noite o lugar fica ainda sossego toma conta do lugar. alguns caranguejos e aves po- var seu próprio lixo, não fazer Com o mar não se brinca, cer-
mais bonito, principalmente Literalmente uma imagem dem até ser vistos passeando. churrasco na praia, nada de tifique-se sobre alguns itens de
sob a luz da lua, digamos ro- vale mais do que mil palavras O local de tão belo parece animal doméstico nas areias segurança, a noite atenção re-
mântico. É possível avistar o para descrever a visita notur- uma pintura em movimento, podem, detalhes que podem dobrada, principalmente quan-
reflexo das luzes que vem de na a este lugar. A vida passa basta agora preservar esta be- facilitar a vida da natureza, do o visitante está com crianças
todos os lados na areia próxi- mais devagar, a água fica mais leza para apreciarmos sempre que com certeza facilitara que vão adorar o lugar. Com sol
mo a água. O ar de calma e quente, na temperatura ideal, e medidas simples como le- também a nossa. ou com lua bom devertimento.
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Caiçara... o que é?
para o artesanato. Esta po- o devido respeito e virou as
pulação adquiriu um vasto costas para a uma fase im-
conhecimento de plantas na- portante da Memória Nacional
tivas da Mata Atlântica e suas Brasileira. Lembre-se de que
utilidades, onde muitas delas o caiçara tem uso cerimonial,
são usadas como remédios quase que religioso dos recur-
eficientes. Toda esta sabedo- sos naturais a sua volta, não é
ria, esse conhecimento adqui- ele que faz áreas de invasão,
rido em séculos de existência de risco, condomínios, fabri-
é traduzido cientificamente cas, hotéis, prédios, pavimen-
como etnoconhecimento. Isto tação da praia. Pois se existe o
é, simplificando tudo, trata-se verde hoje, ele foi o responsá-
de sabedoria popular. Tudo vel por esta abundância, que
através da tradição oral e con- atualmente querem o classifi-
duzida pelo ritmo da nature- car como “inimigos do verde”
za, o ciclo de reprodução, da e expulsar quem cuidou com
coleta, da captura de animais, tanto carinho e amor dos re-
das plantações, dos ventos, cursos que tanto necessita
dos mares, do deslocamento para viver.
das aves, e principalmente no Mas isto pode mudar, tem
que se refere ao manejo cor- que mudar, esta classe sofre-
reto, único, típico e exclusivo dora e silenciosa pode ser re-
de espécies de nossa fauna conhecida, isto é, poderá ofi-
e flora para uso, habitação e cialmente ser “gente” que tem
alimentação. Para que fique seu valor, reconhecido pela
mais claro do que se trata, ele história. Infelizmente os go-
é um ser nativo, como uma vernos ainda só reconhecem
árvore, faz parte deste meio, a paternidade de seus filhos,
deste habitat. Trata-se, pois, mas ainda não pagam pensão.
não de uma espécie exótica Não que eles queiram só di-
e muito menos de uma espé- nheiro, querem trabalhar sem
cie invasora que quer mudar destruir. Mas o que acontece
a paisagem de acordo com mesmo com quem não paga
outros métodos não originais. pensão? Felizmente as coisas
Método certo é aquele que faz estão mudando e esperamos
parte de sua cultura e tradi- que seja para melhor.
ção, o método natural.
EZEQUIEL DOS SANTOS e conhecimentos iniciados pe- Infelizmente tudo isto está
Benedito Prézia, antropó- los índios, um dos povos mais entrando em fase de extinção,
logo e mestre em toponímia representativos dos processos quando se tira um morador
(nominação de lugar) pela de interação pacífica entre ho- tradicional da lida, do contato
Universidade de São Paulo mem e natureza, otimizando o tradicional com a terra e com
(USP), respeitado autor de aproveitamento dos recursos o mar, joga-se a cada dia um
livros sobre a questão indí- naturais da Mata Atlântica, pouco deste conhecimento
gena e que trabalha junto às portador de um desenvolvi- no lixo. O sistema em moldes
comunidades indígenas do Es- mento ímpar através de um capitalistas, a especulação
tado de São Paulo, explica-nos complexo sistema de ativida- imobiliária, a biopirataria e a
que, ao pé da letra, por assim des que se complementam, criação Leis restritivas a cultu-
dizer, o nome origina-se da com destaques para as ati- ra, história e tradição de um
palavra tupi kaaysa, que sig- vidades de origem indígena povo, as Unidades de Con-
nifica cerca de galho, usada como o sistema agroflorestal servação em moldes ameri-
para pegar peixe ou fortifica- de manejo, a agricultura de canos, patrocinado por outros
ção construída para defender coivara (pousio), a pesca, a interesses, como é o caso do
a aldeia. Caiçara passou a ser captura de animais, a cole- Parque da Serra do Mar, as
então o homem que vive des- ta de moluscos e crustáceos tratativas das “Companhias de
se tipo de pesca, capturando e confecção de grande parte Embaçamento” que também
peixes nessa armadilha rudi- de utensílios de uso e traba- exclui o morador tradicional
mentar, feita com galhos de lhos diários. Cada família pos- do contato com o meio am-
árvore do manguezal. sui uma área de plantio e uso biente. Dá-se destino a morte
Mas também é traduzida dentro de uma área maior, de um povo, sua cultura, seu
por outros mestres, doutores que possibilitam o descanso conhecimento, sua vida, pois
e especialistas como grupo da terra onde a vegetação se se realizou óbitos através de
de pessoas que criou uma mantém e onde em determi- meios legais, porém imorais,
independência econômica e nados momentos se realiza o que nestes últimos 30 anos,
cultural, mesclando técnicas extrativismo, principalmente isto é 10.800 dias faltou com Ilustrações: Antonio Coutinho
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Adelina Campi
Modo de Fazer:
Misture o amor, o perdão e os sorrisos espontâneos, no caldei-
rão que se encontra no fundinho do seu coração.
1967
Passe os outros ingredientes por uma peneira bem grossa e adi- Dava um trabalhão pra tirar a foto
cione-os aos do caldeirão.
Leve o caldeirão ao fogo alto da sua bondade, mexendo sempre,
até alcançar o ponto de pasta cremosa. Deixe a pasta esfriar, 1967
até ficar morninha. Quando crianças, tão quietinhas...
Abra a folha de papel de carinho e besunte-a com a pasta.
Deite-se sobre a folha de papel de carinho e enrole-se nela.
Suspire bastante, profundamente.
Relaxe. Pense em momentos alegres que fizeram com que você
risse sonoramente.
Pense naqueles outros que fizeram com que você se derretesse
de ternura.
Sinta o gosto de mel de abelhas simpáticas.
Sinta o perfume das flores que você acha bem bonitas. 1976 1978
Sinta a temperatura de uma noite de verão estrelada. E queriam trazer o cavalinho pra casa Faz tempo que trabalha nos Correios
Ouça a música alegre do rouxinol encantado.
Mantenha o seu coração pleno de emoções boas.
Aguarde mais ou menos meia-hora, até que a pasta cremosa e
a folha de papel de carinho tenham sido completamente absor-
vidas.
Resultado:
Depois de mais ou menos meia hora você perceberá que todas
aquelas manchinhas que o(a) aborreciam em relação ao próxi-
mo, ao bem-conviver no Planeta, terão desaparecido.
Caso uma ou outra persista, repita a receita e elas cederão, de-
saparecendo por completo.
Sorria !!! 1975
Queria ser John Wayne mas acabou
virando Jacques Costeau...
1971
Família grande, só de Rural dava para visitar Aparecida. Fusca, nem pensar.