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ORGAM D O GRÊMIO N O R M A L I S T A
No anno de JJS27, que se tornou cele- A Imprensa Real foi por elle- dirigida nas
bre pelas preoccupações reveladas em bem primeiras phases de isua existencia.
da cultura nacional, uma lei de 15 de Ou- 2 . ° - B e r n a r d o Pereira de Yasconceilos, ( 1 7 9 5 -
tubro,estabelecia que em "íõdas as cidades,
villas e Iogares mais populosos do Império, 1850). Estadista illustre do Regencia, foi
houvesse tantas escolas de primeiras letras um dos ministros do Império que mais
quantas fossem necessárias. •r se empenharam pela diffusão do ensino. Foi
O jjrofessorado seria escòlhido median- inspector geral do ensino da Corte ç mais
te_exame^puhLico e provido victaliciarnente. tarde, ministro do Império e Presidente do
O ensino constaria de leitura, escripta, Conselho, tendo sempre muito carinho para
as quatro operações arithmeticas, pratica de com os interesses da instrucção. Era um
quebrados,- decimaes e proporções, noções cultor apaixonado do ensino mutuo pelo
geraes de geometria, grammatica da lingua systherna de Beli-Lancaster.
nacional e princípios de moral christã e dou- 3.° - Euzeüio de Queiroz Caminho Malloso da
trina catholica. Camara, (1812-18Ô8). Grande estadista do Im-
pério, distinguia-se por seu acendrado amor
O modo mutuo seria applicado, onde fos-
á causa da educação, que lhe, havia de
jse possível. inspirar tantos cuidados nas pastas ministe-
Para as leituras seriam preferidas a riaes que mais tarde teve de occupar no 2.°
Constituição do Império e a Historia do Império.
Brasil.
A's meninas, porém, ensinar-.se-iam ape- 4.°—Luiz Pedreira do Como Ferraz, ( í s i s -
nas as noções de economia e as outras ma- 1886) que, como ministro, baixou o de-
térias, menos a geometria e os quebrados, creto de 28 de AbriL de Í854, dando novos
decimaes e proporções, em arithmetica. estatutos ás Faculdades de Direito e Medi-
Infelizmente, essa 1 bella reforma, tãa cina. O ensino primário e o secundário foram
completa quanto "salutar que, si tora pratica- objecto de seus desvélos: deu-lhes um ins-
da regularmente, haveriajransformado cotri- pector geral e sub:netteu-os á fiscalização
j51etamente a cultura geral do nosso povo, do governo centrai.
nãQ_produziu "seaãQ_Jiiix£acL;)s fructos e logo O primário foi dividido por ell-e em
_foj_ abandonada e revogada. escolas de primeiro e segundo gráus.
" Além dfTãlgutuas dezenas de aulas mas- O distincto homem público, mais tardé,
culinas, a reforma de 1827 deu ensejo em Visconde de Bom Retiro impulsionou todos
todo o Império a 16 escolas femininas, sen- os departamentos do ensino, introduzindo
do duas dellas no Rio Grande do Norte. novas cadeiras de línguas e sciencias nos
Mas,alei de 12 de agosto de 1834, co- institutos secundários, a ponto' de,, no Rela-
nhecida pelo nome de Acto addiccioml, conce- torio de 1856, declarar que era bepi lison-
deu ás Assembléas provinciaes o direito de geira a situação do ensino em todas as pro-
legislar sobre ensino primário e aos gover- víncias.
nos respectivos a prerogativa de prover o 5.°—Doníor flbilio Cezar Borges, ( i 8 3 4 - i 8 9 i ) .
magistério. Foi exceptuado só o Município Natural da Bahia, foi um emerito educador
Neutro. nacional.
Data dahi a extranheza do governo Fundou no Rio o Collegio Abílio, es-
geral para com o ensino popular, a qual se tabelecimento que gosou de nomeada e teve
prolongou por todo o período monarchico muita prosperidade.
encerrado em 1889. Cultor apaixonado da Pedagogia, o Ba-
»*« As figuras que no Brasil mais se rão de Macahubas publicou vários livros di-
teem notabilizado por seus esforços em pról dacticos especialmente primários, sendo de
do ensino publico ou particular e pelo aper- sua lavra a primeira serie regular de livros
feiçoamento das letras, são:—' de leitura apparecidos no Brasil.
1-° — JOSÉ da Silva LISDÔa, Visconde de Organizou diversos ..trabalhos pedagó-
Cayrú (1756-1833). Tendo vindo com a fa- gicos, creou um processo de arithmetica (o ,
mília real portuguezà, tomou parte activa fracciometro) }e foi representante official do
no movimento educativo dessa epocha'. Logo nosso Goverrío em Congressos internacio-
em 1808, foi-lhe confiada a cadeira de Eco- naes e exposições de ensino, onde sempre se
nomia Política da Academia Militar do Rio. impunha como figura de valor ria Pedagogia.
6 . ° - senador Manoel Francisco Corrêa, (i 8 3 1 - do valor: «Serões grammaticaes» e a «Cri-
1898). Foi o benemento fundador da Socie- tica» ao «Parecer» de Ruy Barbosa sobre o
dade Propagadora da Instrucção da Corte Codigo Civil.
Foi o fundador da Escola Normal do Rio de 8.°-João Küpke (1862), distincto pedago-
Janeiro. g o fluminense, foi o iniciador no Brasil dos
Elle iniciou, levou por deanle e esti- methodos analyticos do ensino primário.
mulou fortemente uma das maiores campa- Fez luminosas conferências em São Pau-
nhas de educação no paiz, realizando e fa- lo, fundou e dirigiu o «Collegio Kòpke» e
zendo realizar, num período de 15 annos escreveu a serie magistral de livros de lei-
(1873-1888), centenas e centenas de conferên- tura «Rangel Pestana».
cias publicas sobre educação e ensino sob Hoje, vive afastado da actividade pe-
todos os seus aspectos. dagógica, desempenhando o officio de ta-
7.°—confor Josd Joaquim í e Menezes Vieira, bellião na Capital Federal.
(1848-1897). Pôde ser considerado como o 9 . ° - B o u l o r flníonio Caetano de Campos ( 1 8 4 5 -
apostol.) mais abnegado do ensino e da edu- 1 S 9 1 ) . Medico e pliilosopho, professor e cul-
cação no Brasil. Nascido no Maranhão a 10 tor cio ensino educativo, foi o eminente di-
de Dezembro de 1848, falleceu no Rio a 13 rector da Escola Normal de São Paulo, após
de agosto de 1897. a reforma integral da Instrucção ali effec-
Formado em Medicina, logo aos 23 an- tuada no governo do dr. Prudente de Mo-
nos, dedicou-se á educação dos surdo-mudcs raes e inspirada pelo dr. Rangel Pestana.
para cujo Instituto entrou corno professor. Rapida, porém, brilhantíssima e de ines-
' F u n d o u a «Escola do Domingo» para quecíveis proveitos foi sua passagem pelo
os operários e mais tarde, o Collegio «Me- ensino paulista, a que imprimiu um largo
nezes Vieira», que durante 13 annos foi a cunho de progresso e perfeição, de março
sua constante preoccupação, o objecto de de 1 8 9 0 a 1 1 de setembro de 1 8 9 1 , quando
seus desvélos e que mereceu dos entendi- falleceu.
dos os mais rasgados elogios. ; „ % N a extensa galeria dos vultos mais
O proprio D. Pedro II era uni seu notáveis nas letras pedagógicas brasileiras,
bemfeitor e admirador. devemos ainda incluir trez nomes respeitá-
Obrigado a fechar o Collegio por dif- veis a saber :
i c u l d a d e s financeiras, Menezes Vieira con- 10.°—coHselüGiro josé Liiieralo Barroso, ( 1 8 3 0 -
sagrou-se á instrucção particular, a domici- 1 8 8 5 ) parlamentar e estadista cearense, ela-
lio, tendo recusado mais de uma vez col- borou e defendeu com muito brilho, a re-
locações que lhe eram offerecidas no ensino forma dos estatutos jurídicos, em 1 8 6 5 , tendo
publico.
publicado uni livro sobre Instrucção Publica
Mas, com o advento da Republica,el!e uo Brasil Era um espirito de muito mere-
acceitou o direcção do Prdagor/iimi, creado cimento e apaixonado pela educação nacional.
por Benjamin Constant, que para isso o con- 11 0 —Conselheiro Leoucio de Carvalho, ( 1 8 4 7 -
vidou instantemente, dedicando-se-lhe de cor- ), foi o auetor do decreto de 16 de abril
po e alma e promovendo-lhe a prosperi- de 1 8 7 9 , relativo aos cursos jurídicos.
dade e o engrandecimento, até o começo do No trato dos assumptos da instrucção,
anno de sua morte, quando teve de deixar muito se distinguiu elle pela sua «rara com-
a direcção do estabelecimento, porque este petência e largo liberalismo das suas idéas
•fôra transferido para a Prefeitura do Dis- encorporadas ás reformas que emprehendeu
tricto Federal, sob a condição de ser dali nesse ramo de serviço a cargo do ministério,
afastado o seu emerito director. que então chefiava».
A vida de Menezes Vieira no magisté- 1 2 . ° - R u y Barbosa, ( 1 8 4 9 ) , o glorioso bra-
rio é uma serie contínua de triumphos e sileiro que mais que nenhum outro alcandóra
uma epopéa dos mais amargos dissabores. o nome do Brasil á face do mundo, deve ser
7.°—Doutor Ernesto carneiro Ribeiro. ( i 8 4 8 ) , citado entre os maiores propúgnadores da
illustre vernaculista e professor bahiano. E' nossa educação publica.
justamente reputado uma das figuras de Duas obras monumentaes o sagram nes-
grande relevo entre os educadores brasilei- se particular: o celebre parecer justificativo
ros. Já comjjletou o jubiieu profissional (50 do projecto de lei apresentado á Camara
annos) e tem publicado obras de reconheci- Monarchica em 1 2 de Setembro de 1 8 8 2 , na
/V Educação
Nestor Lima. J. G.
N. L. C. D.
T. C. E . L.
Quer elogios teça a quem merece, O «trabalho manual» o alumno sente
Quer passe alguma forte reprehensão, Justo prazer ao aprender agora,
O seu semblante nada transparece, Tendo a enúnal-o, m d g a e intelligcnte,
Não muda de expressão. Tão bôa professora.
T. B. B . C.
Do seu esforço os frUctos tem colhido, Desenho ensina. E, como vigilante
No ensino de sua arte sem egiial. Inspectora, da alumna segue a pista.
E os cantos têm a graça constituído Mas, cegava a inspectora a todo o instante
Das festas da Normal. Quando era normalista.
Violar.le.
A. L.
0B3* .
£
A Escola Normal O dia de hoje é para nós, que vivemos diaria-
mente nesta elevada fonte de luz, onde diariamente
vimos beber os conhecimentos que nos illuminam
a intelligencia, mais um .clarão de aurora que bri-
Ha 13 annos passados, o Rio O. do Norte, sen- lha no horisonte, espancando a treva da noite pela
tindo vibrar em seu coração o grande amôr e o approximaçâo de um astro luminoso através do
enthusiasmo pelas nobres idéas, representado num infinito de sabedoria humana.
dos seus illustres fijlios, realizou uma das suas mais
Ha 13 annos que essa officina de saber, que
legitimas aspirações educativas.
essa arvore frondosa alimentada por uma seiva
E' que já se fizera sentir a necessidade de liber-
pura vem produzindo fructos sazonados que de
tar o povo d a s g a r r a s d a ignorancia, que j i i a a ia
modo tão digno vêm prestando os mais relevantes
ruais se propagava por todo o territorio do Estado.
serviços ao Rio O. do Norte.
O j n a g e s t o s o exemplo de. 13 de Maio.de 1888. J^paxa que essa data se. intensifique e se per-
foi bastante_pari incutir .no coração dos brasilei- petue em nossos corações, é que o Dr. Nestór
ros . a .necessidade de serem livres e. seiihores de Lima; digníssimo director desta Escola, procurando
si; mas, para que.isto se realizasse era mistér que. solennizal-a d e j ^ n e i j a J ^ i l h a n ^ ^ ^ i m d o u a "As--,
se cuidasse da utilidade do ensino e dó dever de sociação.de.jjrpfessores'' e o "Oremio Nornialista"
Mn^batera ignorancia que acorrentava fortemente para, em conjunctp, da^rem j n a i o r realce á s o l e n - ,
o povo. mdade de hoje.
Foi, então, que seguindo o^exemplo de S., Paulo, Em nome do "Grêmio Normaliâta" de que
na grande obra de extermínio, do. analphabetismo somos orgão, agradecemos, .áquelle emerito edu-
já repercutindo de sul a norte, o nosso, então, Go- cador o seu convite, fazendo-lhe chegar o nosso
vernador, Pr. Alberto Maranhão, interpretando o protesto de elevado reconhecimento, : e , . apresen-
sentir do povo, d e u inicio.á grande. o b r a , _ g u e . p o - tando-lhe ao mesmo tempo, bem c o m o aos demais
de rnos considerar o inicio de uma nova phase de illustres m e m b r o s d a congregação da Escola Nor-
verdadeiro progresso em nosso Estado. mal, os nossos sinceros parabéns pela data alvi-
Illumitiado peías idéas dos clássicos da educa- çareira que hoje transcorre.
ção, o governador compiehendeu logo, que seria
impossível ter um bom . ensino, com professores
; desprovidos de conhecimentos para o exercício
xxxxxx
dessa missão; dahi, surgiu-lhe a idéa de crêar, por
decreto de 29 de Abril de 1908, uma escola que T B I Z E B E M & m
servisse de base e de_cupola a todo o ensino offi-
cial. E foi a Escola Normal.
Tratando-se, porém, de tão momentoso proble- A data que lioje a Patria cele*-
ma, era preciso que, para a installação dessa .e.Sr bra é uma das mais fulgentes da
cola, se escolhesse uma data cujas tradições glo- nossa Historia.
riosas estivessem radicadas no coração do povo, Todos os brazileiros, verdadeira-
visto como se tratava de libertar os espíritos do-
minados pela ignorancia. Somente 13 de maio
mente amantes do encanto e progresso
poderia servir para tão justo fim.. da sua Patria, deixam expandir, no
~^EÍsTque, neste dia, o Rio O. do Norte se elevou glorioso treze de maio o mais vivo
a grandes alturas para receber das. mãos de um enthusiasmo, rememorando a lei que
dos seus .maiores servidores, o maior bem que esse o fez ruir. por terra o ignominioso
mesmo filho, lhe podia prestar..
principio da desegualdade entre as
Em . face disto, não podemos deixar passar
desapercebida esta data, sem manifestarmos o pra-
creaturas humanas, afastando do con-
zer que sentimos palpitar em nosso coração. vívio social todo aquelle que comme-
A l^liu-n^ão
Pedagogia
duvidas acerca de um fácto ou de um
principio, não o devemos proclamar ou
enunciar, sem que elle fique s e g u r a m e n t e
demonstrado a nós mesmos e, portanto,
Melhodos jeiaes de ensino, seu capaz de ser íransmitíido.
2 a a regra da analvse. que r e c o m m e n d a
valor,, fegras, requisitos e divisões devemos dividir a difficuldade, que se n o s
depara, em tantas partes q u a n t a s forem
Ha varias apreciações sobre o me- possíveis. Quem estuda ou ensina topa, n ã o
thodo. raro, como serias difficuldades no conhe-
A linguagem corrimum dá certo sentido cimento. Cóníoínal-as ou fugir dellas ; é
á palavra methodo.; nas sciencias, m e t h o d o um grave defeito; buscar vencel-a em con-
tem outra significação e na P e d a g o g i a , juncto é um erro è u m a impossibilidade.
então, o methodo se nos apresenta c o m o E' por isto que a Lógica e, pois, a Pe-v
' a ordem, a marcha, o caminho a seguir dagogia determinam que se dividam as
na transmissão a o saner. difficuldades em partes e cada uma des-
b ' o m e t h o d o a «alma» do e n s i n o ; sem sas partes seja examinada de per si. . Ven-
^ elle, o esforço do mestre se desperdiçaria cidas uma por uma, estará ioda a difficul-
) e restaria inútil.. dade resolvida.
Praticar um methodo qualquer é signal 3 a a regra da synthese, pela qual deve-
de obter proveito; não ter nenhum metho- mos conduzir, em ordem, os nossos pen-
do é_inicio de esforço perdido. samentos, c o m e ç a n d o pelos objectos, fac-
Outròra, considerava-se o methodo c o m o tos ou idéas mais simples e mais fáceis
o c a m i n h o que se percorre {meta odos), de conhecer, para depois s u b i r m o s gra-
hoje, n ã o é mui diversa a c o m p r e h e n s ã o dualmente ao conhecirilento mais c o m p o s -
deste termo. to e difficil. Depois de examinarmos qual-
quer assumptò em suas particularidades, é *** H a uma g r a n d e c o n f u s ã o n o departa-
de bôa lógica que os nossos pensamentos mento da. P e d a g o g i a referente á divisão
se vão c o o r d e n a n d o desde os mais sim- do methodo. Si formos buscar na lição
ples e fáceis até os mais compostos e dos pedagogistas a solução a d e q u a d a para
difficeis, e bem assim que, após o estudo esse problema, talvez não a e n c o n t r e m o s ,
p o r m e n o r i z a d o dos f a d o s , devemos for- p o r q u e não ,exisíe unidades de vistas nos
mular ou inferir uma regra geral derivada auctores.
desses í a d o s , isto é, unia impressão de À c o n f u s ã o chega ao, p o n t o de. Braun
c o n j u n c t o sobre todos elles. apresentar 11 m e t h o d o s ; Daguet 9 ; Copi-
4 a a regra da enumeração, que estabe- payré e Smith 4;. Cesca. e outros 3 ; outros
lece a neccessidade de proceder as enu- 2 e Alcantara 1 só.
merações completas e revistas geraes para S e g u n d o a Lógica, trez são os m e t h o d o s '
nos assegurarmos de não ter commettido geraes: o deductivo. o indiíctivo e o logico.
qualquer omissão ou esquecimento. C o m o
um complemento de iodas as outras regras, - A — - Q u a n d o adquirimos o s a b e r directa_
a da enumeração resume e fixa o s a b e r ; mente na natureza ou elle nos é transmiíti
a revisão c o m o que reaviva e simplifica do, pelo exame particular dos factos, .das ,
os conhecimentos, para que elles possam qualidades ou características peculiares e .
entrar na massa da intelligencia, isto é, dahi extrahimos um preceito comrnum a
sejam assimilados. t o d o s os factos observados, p o r q u e ; . d . e r ' v a
Além das regras do methodo, ha lam- dos mesmos, dá-se a inducção: e o metho- ,
bem f o r m u l a d o s por Descartes, os requi- d o que a regula ê o i.nductwo, preconiza-
sitas de um bom methodo, que s ã o : d o por Bacon, Lõcke e outros. S ã o pro-
cessos deste m e t h o d o : a observação, a ex-
(T^ Reproduzir o processo intellectual periencia, a comparação, a generalização.
da acquísição dos conhecimentos em todas uoservar e apreciar os phenomenos. por
as suas phases^porque, nós adquirimos na meio dos sentidos, quer d e s a r m a d o s , quer
natureza os- conhecimentos e as leis que por meio de instrumentos e. a p p a r e l h o s
os regem. Assim sendo, o que primeiro q u e augmentam o poder dos sentidos. Ex-,
se dá é a impressão dos sentidos; em s e - perimentar consiste' em produzir, repro-
guida, a impressão transforma-se em per- duzir ou provocar um facto natural, ou
cepção, esta, p o r , sua vez, na idéa ou ima- possível, á nossa vontade, para bem apre-
gem. N a intelligencia, a idéa liga-se, corm cial-o ou completar as nossas ínferencias
para-se com outras e dão-se o juizo e o'ra- a seu respeito. Comparar é examinar o
ciocínio. O ensino deve seguir esta mesma que ha de constante, geral e ç ò m m u r n en-
ordem. tre p h e n o m e n o s vários. Generalizar é süb-
(2a) Estar em accordo com a natureza da metter a uma, lei, já inferida d a experiencia,
mate ria. * uína série de factos idênticos ou approxN
ET" muito razoável que nas diversas ma- m a d o s daquelles já conhecidos-
térias d o ensino sejam differentes os meios
de as trasmiííir; umas são, por indole, the- B —A deducção. porém, é o inverso,
oricas, absíracías ; outras jDraticas e intuiti- pois, assenta nos princípios ou regras iá
vas : logo, cada matéria deve ter o seu rij&- reconhfeçidos n o m ò verdades evidentes ou
Ihorio peculiar. " ~ axiomas, para o s applicar aos factos parti;
(y\Ser educativo e não apenas insíructivo„ culares por meio de exemplos e demons-
E' preciso que o methodo não dê somente trações. ~ •
o saber, mas ; p o n h a em jogo e exercite as A d e d u c ç ã o se resume n o syllogísmo
faculdades mefllãês d o julgamento, da me- perfeito ou no imperfeito.
moria, da aííenção, etc. Ha, rio syllogismo, uma verdade geral,
(4^)Ser completo, p o r q u e tudo aquilo que uma verdade particular e uma conclusão
não e d a d o em conjuncto ou que se trans- que decorre forçosamente d o c o n f r o n t o
m i t t e j j o r fragmentos não pode produzir oa das duas verdades. Ex: «todo h o m e m é
mesrhos~êffeitos do que é dado c o m p l e t a ^ . mortal; Antônio é homem, logo, é mortal
un^gTaiiaente. Applica-se constantemente a d e d u c ç ã o .
Melle. Síephens provou o valor do me- S e m p r e que conhecermos um objecto e
t h o d o global 11a memorização. i n d a g a r m o s logo dos seus effeiíos, todas
E llIlOJI H o
as vfezes qiie percebermos um facto e pes- ser e são methodos particulares de algumas
quizarmos-lhe as causas, conseqüências ou disciplinas.
applicações, fazemos cleducção, portanto, me- Em Lógica, ellás são processos da phase
thodo deductivo. particular de qualquer dos methodos ge-
N o ensino é a mathematica em que tem raes *Iê~inducçao e deducção; asim t a m b é m
mais applicação esíe methodo, si bem que, acontece na Pedagogia.
na phase da iniciação, a arithmetica prima- Smith, pedagogista norte-americano, es-
ria use principalmente os processos intui- tabelece que são quatro os metliodos geraes
tivos e de inducção para o calculo. e determina que elle se approximam, cor-
Os processos da deducção consistem na respondem ou se confundem, dois a dois.
definição, divisão, hypothese, analyse ou Elle nos offerece a idéa de que a analy-
synthese, demonstração, etc. se corresponde á deducção e a synthese á
O methodo loçrjco è a justa combinação inducção nos seguintes q u a d r o s :
dos~procedentes; "
O espirito não está restrictamente sujeito Regras Objecto Todo
ás regras da inducção e da deducção, em Leis Classes
separado. Ao contrario, elle trabalha tão
rapidamente^ passa tão depressa de uma o
icd
idèa particular a uma geral e vice-versa, as O-
O
operações mentaes são tão livres e expon-. 3
taneas, que ; em verdade, só existe um "O
a.
methodo unicõ, e, pois, rigorosamente, o
logico. (Cesca).
Fáctos objèctos
este o verdadeiro jTiethodó. si enca-. Casos particulares Partesi
rarmos o assumpto sob um aspecto geral
è amplo, a elle ficam subordinadôs~TÕdÕs Juxtapondo-se os dois quadros, resultará
os processos particulares da inducção j^jis^ a identidade lógica dos methodos .expos-
princjpios fundamèntaes da deducção. tos.
Entretanto, não é râzoavel ; a correspon-
„% Vários auctores da Pedagogia insis- dência methodólogica dè S m i t h :
tem continuadamente no referir dois outros
methodos geraes de ensino; o analytico e a) porque methodo é unicamente a mar-
o synthetico. cha ou a direcçãò dô espirito n o adquirir
Por analyse se tém a operação mental ou transmittir, é a passagem mental de
que toma um objecto, um facto ou um sêr idéa á idéa, e èsta só p o d e ser induetiva
em seu todo, o examina, conhece e em se- ou deduetiva;
guida passa a desdobral-o nos seus ele-
b) porque a analyse e .a synthese n ã o são
mentos ou partes constitutivas atè chegar
mais que processos da phase particutar de
ás suas; mais intimas particularidades. qualquer dos methodos de inducção e de»
A synthese, ao contrario, é o exame de- d u c ç ã o ;
tido de objectos, partes ou parcellas de um
todo, para, depois, reunil-as e co.ngregal-as, c) porque, a se corresponderem, desne-
formando uma unidade material ou ideal, cessárias, seriam esta nomenclatura e fun-
como resultado do trabalho já realizado. cção, pois que qualquer um delles compre-
Sempre que, de elementos ou de partículas, henderia a operação mental que c a d a qua'
pretendermos constituir um só todo, haverá elles designa.
synthese e esta é uma operação também
do espirito, uma reconstituição, uma ver- A deducção e a inducção referem-se á
dadeira reconsírucção. E' verdade que a aeguisição e á transmissão~dãs~ verdades
analyse e a si,/ithese teem constante empre- geraesj__aa/ta/>/5g~~e a syjitfzese são meios.
g o nas classes escolares. dê~prõva7 elementos d ^ j d e m p H ^ t r a ç a o r i e
que o espirito se serve, a s s i r n e o m o lança
Não concordo com isso. mão d o s - o u t r o s p r o c e s s o s quer de : uma,
A anahise e a synthese r â o -pórfem sex- quer da outra.
rnetfiodos geraes - T i t r ensino, masj devem Nestor Liirwa
>V E d u c a ^ i i o ,
O s que trabalham *
nesta casa foram pro- N o lar e na escola a sua acção foi sem-
f u n d a m e n t e feridos com a morte prematura pre salutar e benefica.. C u m p r i d o r a de seus
d a illustre e d u c a d o r a que, em vida, se cha. deveres, criteriosa, energica e ao m e s m o
mou Ecila Cortez dos Santos Lima. t e m p o amoravel, a sua classe era um exem-
Quem de perto recebeu os- influxos de plo de disciplina e aproveitamento. Nin-
seu talento perigrino, quem a conheceu, guém m e l h o r do que- aquella creatura que
não podia deixar de sentir o golpe que a a morte r o u b o u ao esposo, aos filhos^ amN
fatalidade desferiu sobre o seu lar, porém, gos e discípulos, ao despontar da vida, sa-
que não alcançou somente o coração aman- bia trans.mittir á classe os seus enlucimen-,
»
tissimo de seu esposo, Professor Luiz An- tos, pois, o seu talento e a sua cultura pe-
tonio, e de seus pequeninos e adorados d a g ó g i c a alliviavam-se em benefícios da-
filhos, pois, o sentiu a familia natalense, as quelles que recebiam os seus ensinamen-
suas amigas, os seus discípulos, o Rio tos.
G r a n d e d o Norte, emfim, porque a vida E, a 30 de Janeiro ficámos sem a profes-
d?, inditosa preceptora era um acervo de sora disíincta. O que era D. Eciia Cortez
bens postos ao serviço da c a m p a n h a edu- no seio do c o r p o docente e discente da
cacional, que agita o norte e sul do Brasil Escola. Norma', disse-o eloqüentemente, a
que nos a circumscrevemos dentro do. solennidade fúnebre do seu ehterramento,
território do nosso estremecido berço po- na qual não houve ninguém que se furtas-
tyguar. se a lhe prestar a ultima, h o m e n a g e m .
Diplomada em 1910, D. Ecila Cortez O «Grêmio Normalista», pois, que é o
collocou-se na vanguarda dos que traba porta-vóz do c o r p o discente da Escola Nor-
lham pelo engrandecimento das leitras in" mal, derrama sobre o tumulo o n d e des-
digenas no nosso pequenino Estado. E' as. cansam os restos mortaes de D . Ecila Cor-
sim que nomeada, írofessora effecfiva do tez dos Santos Lima, a sua lagrima sentida
G r u p o Modelo «Augusto Severo», entrou e sobre elle egualmente desfolha a sua
*ambem a reger, interinamente, a cadeira eterna s a u d a d e de par com os votos d e
de Dezenho e Economia Domestica da es" condolências que íaz chegar ao seu incon-
cola Norma!, cadeira esta cuja effectividade solavel esposo, professor Luiz Antonio Fer-
adqueriu por concurso realizado em 1914. reira Soutos dos Santos Lima.
Escola Normal—Outubro 1 9 2 0
N/YI7YL —RIO G. DO NORTE
o LIGAM: D O G R Ê M I O N O R M A L I S T A
melhor disciplina a applicar na escola tem agente, deixa de ser arbitrarão para tornar-
sido objecto de serias e profundas cogita- se puramente natural e não provoca odios
ções e divergências. :ontra o educador.
l ia partidarios d t prêmio, que se mos- Entretanto, é fora de duvida que a
tram inimigos acerrimos do castigo, qualquer reacção natural é sempre excessiva, isto é,
que elle seja; outros, que defendendo o cas- ultrapassa em regra a ne essidade do cas ;
tigo, condemnam o prêmio como causa direc- tigo ; não é proporcional ao acto realizado,
ta dos baixos sentimentos na creança e da nem á sua extensão e importancia.
degeneração dos bons princípios da moral. Si bem que acceitavel, em principio,
Estudemos de relance as theorias re- a disciplina das reacções naturacs torna-se
lativas aos castigos e aos prêmios. perigosa e, mesmo, impossível de ser pra-
* „, A mlmskãj.lif'i>r'r> sobre o castigo, ticada, tanto porque a natureza pune seye-
a m a i s erradicada nos costumes das famílias nunente os que transgridem suas leis em
e nas leis penaes e a da punição corporal nu. proporções, ás vezes, incríveis e incalculá-
das pnnhj nin/sio/iir/icu*. veis, como também [porque pojienlo_ser
E7"" muito couliècida como a theoria castigados aquelles_que nada teêírTcoin a
romana; e <mjcla_Jioje em dia, elIa persiste falta commeltida_.
nos systhemas escolares da Allemanha e da Demais a mais, nem sempre existem
Inglaterra e é defendida cabalmente poT conseqüências apreciaveis das acções sobre
Ziniinermann, |-lerbart e outros. a pessoa de quem a faz : só alguns ou pon-
"" Consiste principalmente na applicação tos actos humanos, dentre os muitos malé-
de açoites sobre o corpo, nas restricções da ficos que é possível praticar, originam as
liberdade e na privação de alimentos. Pal- ieacções naturacs-. Neste caso, será sempre
matória, vergasta, chicote, cellula e caftia necessaria a interveiição de uma auctorida-
são os instrumentos dessa disciplina orbilia- 73F~que faça decorrêreni~cle certos a tos re-
na. provados, mas, sem re.-sultado natural iinnie-
Nos meios e para educadores atraza- cTTato, as conseqüências que só indirecta e
dos, ella é discrecioiiaria, isto é. appl içada mediataniente podem acarretar.
segundo a livre vontade 011 o . r a p r i c h o da. Todavia, a theoria das reac(ões natu-
auctoridade. Outrora, nas escolas publicas, racs pode ser praticada sempre que, ao cri-
tal como ainda hoje em algumas particula- tério do educador, se -manifestem rasoaveis
res e 110 seio das famílias, o castigo corpo- e proporcionaes as consaquencias dos actos
ral é inflingido arbitrariamente, sem a mais ou desvios dos seus almnnos.
leve aüenção para o seu fim educativo : vi- A terceira theoria dos castigos é
sa somente aterrorizar. a da rniréãifio njorat que se limita a impor
A mais diminuta falta ao dever acar- sancções puramente moraes, que, em vez de
reta sevéra reprimenda. Quanto mais temí- affectarem o corpo, actuarn sobre o espiri-
vel e impiedoso era ou é o applicador, mais to, visando causar-lhe o desgosto, o arre-
vasto o circulo dos seus admiradores.
Mas, isso era e é _ j _ j i e g j i j ^ i _ j i a _ J ^ maÇ ísjo, é, a eliminação do factor da desor-
doutrina. era e é unia offensa ás lejjt-jda. dem ou da maldade.
pfíysíologia e da psyehologia^ ~ E' a disciplina que reprime por adver-
NaqtíeTles pai7.es, "cujasleis ainda per- tências, admoestações, reprehensões, priva-
mittein a disciplina corporal, ella é regula- ções de gosos (recreio, p g o s e prêmios),
da meticulosamente e sempre restricta aos suspensão e expulsão.
caSos muito graves de reincidência ou de- ^ *, A disciplina e.cç.itadora ou das re-
sídia. O mestre, que se exceder nos castigos, compensas procura o cumprimento do de-
deve soffrer processo e ser responsabilizado. ver e a pratica da virtude por meio. do prê-
* % A segunda—theoria_é_a das reac- mio qualquer que elle seja.
<;òc.\ iiuturacN, preconizada por Herbert Spen- O prêmio tem adversarios e apologis-
cer, e que consiste em só admjttir como tas. Entre aquelles se destaca O. Cesca, pa-
punição aquellas consequenrias direrlns e ra quem o prêmio é apenas um~exciifldor
inevitáveis das acções dfo educando. do_qi^u[ho_ e da vaedade, porque torna.
Segundo esta theoria, n castiga se tor- T[~dever depèncfente do interesse material e
na impessoal, deriva da própria maldade do reforça o egoísmo. Ora, si todo o fito das
/V E d u c a ç ã o
acções voluntarias é a moralidade, ò dever, vez que não assignala méritos. A vaedadc
com a saneção de haver praticado o bem, infantil porfiará, então, «a precedencia, na
o prêmio não deve existir, nem pode ser quantidade e na qualidade dos prêmios e
conferido áquelles que somente cumpriram dahi resultarão sempre as rivalidades e as
a obrigação. Os prêmios, quando existirem, indisposições.»
devem ficar reservados aos casos raros de No segundo caso, o prêmio desjgna
sacrifício, de heroísmo pessoal, ou para a- os merecedores da distineção, o que causa
quellas acções a que nos não achavamos a- desgostos e atrophia os estímulos, dos edu-
dstrictos moralmente. candos que o não obtiveram.
Entre os apologistas do premi» nota- Devemos, comtudo. premiar o maior
mos Çompayré, Faria e Vasconcellos e ou- numero de alunuios. classificando-os pelo
tros : para estes o yrcmtu e ~ verdadeiro merecimento proprio, pelo seu maior esfor-
estimuTador das acções infantis, porque li- ço pessoal e sob o mais escrupuloso crite-
ma creança não é ainda capaz de compre- J n o de justiça.
hender os deveres. nem a este-, poderá sub- A tliscipliiia escolar official, esta-
inetter a sua condu ta moral, porque suas belecida em nossas leis, visa lazer. Tia con-
acções resultam mais dos instinetos e das ducta do alumno. reinarem a amizade e a
jjecessidades do sen crescimento ou dos confiança reciproca e para com seus mes-
iTítos profundos da natureza. tres.
" O prêmio, dizem elles^é a saneção do Ein torno deste principio cardeal gy-
desejo ardente de querer ; sem elle, o ho- ra toda a actividade moral da escola, reali-
mem, tal como a creança, não quer. Para za-se o trabalho educativo. E' digno de no-
ter vontade, a creança deve desejar arden- ta o que se tem conseguido neste particu-
temente alguma coisa.» lar, com estabelecer-se urna forte corrente
Os premi-os deverão ser materiae-•>• e d ; affectos entre professores e discípulos,
não_jmiplesmente_Lnorães. A creança é ujjjj~" de que derivam manifestos proveitos não
tarja ; só na edade adulta, é que ella perce- só para a realidade do ensino, corno pára
bgnTjtTldéas abstractas do d e v e r ; por con- a possibilidade dã~educacao escolan '
seqüência, o prêmio, segundo este modo de lia, porém, limitações a este~j5rincipio
vêr, possue notável funeção educativa so- geral.
bre a vontade e os sentimentos, sobre o ca- O merecimento, a distineção e o valor
racter, enifim. pessoal do alumno conduzem ás recompen-
A theoria de Cesca tem por fito a sas que o Regulamento creou, ao passo
i virtude na conducta escolar do alumno ; que as limitações da conducta acarretam as
mas, esquece que a creança é amoral,"por- penalidades estabelecidas.
que nao sabe o que e o bem nem n mal, No premiar, carere haver equidade ;
mas, visa apenas desenvolver-se. seja á cus- no castigar, porém, é imprescindível a jus-
ta de quem fôr. (Kant.) tiça, uma vez que a auetoridade tem que
A theoria de Coinpayré faz a crean- restringir-se ás penas estatuídas na lei, sob
ça interèsseira, visando sempre uma recom- responsabilidade de funcçã"ã
pensa com .o bom comportamento e ^ h i l j í Os meios accessorios ou limitações do
apjjlicação no estudo : ainda mais pode irqlax- princifjio disciplinar, entre nós, são os rê^
a s j ^ u e os não conquistam, ypp<smr> mm jns- giiintes : a) notas de distineção ; b) elogio
TiçaTjltp é o quj_s£ntinios todos os dias. em classe ; c) inclusão no quadro de hon-
* '• Entretanto," é a recompensa muito ra- ra : d) prêmio no fim do anno. Além des-
soavej para a infancia. tes, é"~facultado ao director e aos professo-
Ha curiosas precauções no premiar : res das^jQiçõjas Q, assim aos particulares,
I o dar prêmios a todos os alumnos, instituírem outras recompensas que podem
qualquer que tenha sido o seu mérito : é constar de livros, medalhas ou outros ob-
um estimulo ; jectos úteis.
2 o premiar só os mais distinetos como Ha dois critérios de premiação : o do
apreciação e louvor ao seu esfarço pesso- mérito absoluto e o do mérito relatiro.
al : é uma compensação. Pelo mérito absoluto, o prêmio é con-
No primeiro caso, a recompensa rela- jerido ao alumno que maior proveito e es-
xa-se e perde o seu valor educativo, uma forço revelou n ° <nmo. comparado o seXi
/V E d u c a ç ã o
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AN NO IV NUM. 2
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• sujajttj^io
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. C o m m U a A o <1© U e d a c ç à o
Dr. Nésior Santos Lima Redacçâb
Pedagogia...... ;/ Nestor Lima
Educação" Popular, . . . . . . . . . . Tobias dos Santos fobias dos Santos
A Caridade.'*?. Sebastiana Damasceno
Professorjvo . . . . . . . • . ' . , . ' . . « . Redacção Domililla Jforônha
O divorciô Oscar Wanderley
-Üma lagrima Cecilia Rios
O ensino no Rib O Norte Tobias dos Santos José Saturnino 'V;
Alma ferMa . . . . . . José Fabricio
A' Ma . de Moura . . . . . Eulalia D. Henriques Elza Cabral v .
DiscuK ........ . . . . " . . . ; . . . Miguel Monteiro
Prof. Theodulç Camara j . . . . . . . . . . . . . . Redacção
Noticiário . . . . ! . . . . . . . . , . . Redacção
ANNO IV—NATAL — R I O G. D O NORTE — ESCOLA NORMAL I o AGOSTO DE 1921— NUM. 2
A E U U C A Ç Ã
O r g a m i d o (ÍITIMÍO rVormalisi»
HOMENAGEM
do Grêmio Normalista
ao seu emerito Director
Educarão
duas horas, para ensinar-lhes somente leitu- madas sobre bases sólidas, que o ensino
ra soletrada e escripta. poude sahir da rotina em que jazia, e que
De sorte que, durante muito tempo, o a classe proletaria poude gosar uma vida
ensino viveu na mais completa estagnação mais propicia ao seu desenvolvimento.
sendo ministrado pelos desprotegidos da Curvemo-nos, pois, deaníe da memó-
sorte, que, alugavam os seus serviços, com- ria desse fervoroso educador e procuremos
tar.to que encontrassem pousada nos .casas imital-o, tanto na sua modéstia, como no
onde serviam. Também ninguém, que seu grande amor pela nobre e elevada mis-
possuísse recurso se sujeitaria a tamanha são de ensinar.
indignidade, tanto horror inspirava o traba-
lho da instrucção. Tobias dos Santos-
Comenius, no século XVII, presen- ( 4 o anno )
tindo a inéfficacia dos meíhodos e proces-
sos então applicados, que difficilmente le-
vavam os alumnos á comprehensão das li-
ções ministradas, crêou o methodo inducti-
vo, pelo qual o ensino era dado, partindo
A CARIDADE
do determinado para o indeterminado, do
concreto para o abstracto, isto é, ensinava Jamais poderei falar de tao subli-
os factos reaes para depois ensinar ás idé- me e elevada virtude. As minhas pal-
as abstractas ou imaginarias. lidas phrases, orphãs de poesia, pobres
Mas, este metíiodo não produziu o ef- de estylo, são borrões arrancados de
feito desejado, porque o est ido dos factos
era feito empiricamente, ficando completa- um pincel que só teve o impulso do
mente vedada á creança a parte essencial, sentimento de uma creatura despida
que era o conhecimento da causa e dos de talentos ! Lastimo não terem as
effeitos dos phenomenos, os quaes só seri- minhas phrases o colorido necessário
am comprehendidos quando a creança che- para bem esboçar este quadro tao
gasse á edade de receber conhecimentos
de humanidades. nobre e admiravel!"
Rousseau e Básedow, c o m o pedago- Direi, portanto, impellida pela força
gos desse mesmo século, quase nada fize- de vontade que me agita, alguma
ram pela educação propriamente dita, pois, coisa sobre esta virtude tão apreciá-
tiveram sempre em vista, educar os remedi- vel !
ados da fortuna, tanto assim que para este
ultimo, a creança pobre não divia ser edu- Este nome, que se tornou vul-
cada, chegando mesmo a dizer: « q u e ja- garissimo em muitos povos christaos,
mais se occuparia com as creanças doentes e è a manifestação do sentimento da
miseráveis, inda mesmo que elías tivessem alma, dentro dos moldes da virtude,
de viver 80 annos ».
formada nas altas regiões bemdictas
Em face disto, chegamos á conclusão
de que é a Pestalozzi que a humanidade do céo.
inteira deve a instituição da educação po- A caridade attinge as profunde-
pular, porque foi elle, que r o m p e n d o a ig- zas de noss'alma! Devemos empre-
norância do seu tempo, luctando tenazmen- gar nossos esforços em acções meri-
te contra todas as perseguições, e sem co- torias; devemos saciar a fome ao fa-
gitar de distincção de classe nem de naci-
onalidades, preconizou-a, legando deste mo- minto, a sede ao sequioso, pousada
do, ao mundo o maior exemplo de abne- ao peregrino, e ao naufrago a taboa
gação. de salvação, afim de enchermos de
Foi devido a esse espirito, ardente regosijo o vácuo do nosso coração.
pelas nobres idéas, que a Suissa, tão pe- Subtil como a sombra, ella se
quena, se tornou grande aos olhos do
mundo civilizado. introduz na alma abrasada pelo de-
Foi por meio de suas idèas bem fir- sanimo e a suaviza como o rocio em-
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ANNO
Numero 1
V
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1 de A g o s t o 1922
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