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Moysés Kuhlmann Jr.
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© by Moysés Kuhlmann .Ir., 1999
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CDU: 373.2(81)
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~I Mediação
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no Brasil
Printed in Brazil/Impresso
I
Infância, história
e educação
15 Editora Mediação
. e Edocaç"v '"'""
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}vendo a demografia infantil Moysés Kuhlmann Jr. / ]
. is envo .. , o tr b
s fatos soc1a ~' mações fa1111h~res, novas representa ~ a alho
out~o . o as transtorU a Sociologia centrada sobre a Çoes soe·1
~ 1ifU11 ' • te m esc 1 -
~11 ia i11fânC1a, e . - poderia ser separada nem de un-, o a das Desde a década de 1960, vêm sendo publicados vários traba-
ais t enas nao ,., . d . ••ia So . lhos na historiografia inglesa, francesa, norte-americana e italia-
danças pequ d equena infancia, nem as aquisições d cioto,
e_ mais global . ª P como as Sociologias da família e d e 0 utros na, que representam um impulso significativo à história da infân-
ma . lógicos, . S . o trab U cia4 . Mas a ideia de que a preocupação com esse tema seja deriva-
ºampos soc10 . cri·a urbana. Ou seJa, a oc10logia da e a 10
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O 11 1es1110 ª ºº
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d no campo
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mais amp 1o de uma Soe·
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111a,
da da obra de Aries ou, mais genericamente, de que tenha surgido
apenas naquela década, precisa ser problematizada. Como vere-
·a situa a . . 101og·1
ternal estar~,., . ue tem por obJeto analisar as condiçõ ª da mos mais adiante, há histórias da infância desde o século XIX, ao
a wanc1a, q d ~ 'f. es soci .
pequen d delimitação e açoes espec1 1cas orient d ais menos, e é necessário uma certa cautela para se caracterizar os
propicia?or~s a 2 a as em pioneirismos no estudo da criança e no uso de fontes ou enfoques
. ão a cnança .
dITeÇ . f ·1 t b, inovadores.
. , . da educação m anti am em sugere esse t·
A Iustona - d . ipo d Cambie Ulivieri consideram que há dois grandes setores da
_ As instituições de educaçao a criança peque e
ideracao. - d' na estã0 história da infância, compostos pela história social da infância -
cons ·t' elação com as questoes que izem respeito à histo' .
e111 estre1 a r _ d b . _ na da que estuda as suas condições de vida, as instituições, as práticas de
. d família da popu1açao, a ur amzaçao, do trab Ih controle, a família, a escola, a alimentação, os jogos, a vida materi-
infânCia, a ' ~ , 1 . , . a oe
- de produçao, etc. - e, e caro, com a historia das de . al e social -, e o segundo, envolvendo os aspectos mais diretamente
das re laçoe5 . _ mais
. ·tu1·cões educacionais. Nao se trata apenas da educação infantil• ligados ao imaginário, que trata de colher as mutações que inter-
msn , 1 · 1 . vêm na história das mentalidades em relação ao fenômeno infân-
a história da educação e?1 gera p~ecisa evar e_~ conta todo o perí-
odo da infância, identificada aqm como condiçao da criança, com cia, as diversas atitudes que se externam nos documentos como as
limites etários amplos, subdivi~ido~ em fas~~ de idade, para as quais obras de arte, as reflexões filosóficas e pedagógicas, etc. Defendem
se criaram instituições educae1onais específicas. que esses dois aspectos não podem mais ser trabalhados isolada-
mente . Toma-se necessário caminhar em direção a um entrelaça-
Nos dicionários da língua portuguesa, infância é considera-
mento da história social com a do imaginário5 •
da como o período de crescimento, no ser humano, que vai do nas- A história da assistência, ao lado da história da família e da
cimento à puberdade. Para o Estatuto da Criança e do Adolescen- educação, constituem as principais vertentes que têm contribuído
te (Lei nº 8.069, de 13/7/90) criança é a pessoa até os 12 anos de com inúmeros estudos para a história da infância, a partir de várias
idade incompletos e adolescente aquela entre os 12 e os 18 anos. abordagens, enfoques e métodos . Por intermédio dos resumos da
Etimologicamente, a palavra infância refere-se a limites mais es- produção dos programas de pós-graduação brasileiros em História,
treitos: oriunda do latim, significa a incapacidade de falar. Essa entre 1985 e 1994, localizamos seis teses de doutorado e 36 disserta-
incapacidade, atribuída em geral ao período que se chama de pri- ções de mestrado que tinham, corno tema central ou relacionado, a
infância6: 13 delas dizem respeito à assistência em geral ou, na mai-
meira infância, às vezes era vista como se estendendo até os sete
or parte dos casos, especificamente à infância pobre ou abandona-
ano~, que representariam a passagem para a idade da razão . Co~si~i da7; duas enfocam a saúde ou mortalidade infantil, também relacio-
analisa que a idade cronológica, como fato biológico, permite rnu- nadas com a questão assistencial8; 10 tratam da família, envolvendo
meras ~elimitações para os períodos da vida, sem ser eleme~to o casamento, as relações conjugais e as econômicas, em que a crian-
d~~ermmante suficiente para a sua definição . Infância tem ums~~- ça aparece subsidiariarnente9; urna eshtda a condição feminina e a
mficado , · ·gnifi- maternidade 10; três relacionam-se à escravidão 11 ; três estudam pu-
, genenco e, como qualquer outra fase da vida, esse si
cado e funçã 0 d . d d t m seus blicações para a infância 12; dez, a educação, envolvendo a política,
. as transformações sociais: toda soCie a e e
sistemas de 1 . , • do urn o ensino primário, o livro didático ou o Parque Infanti.1 13 .
· c asses de idade e a cada uma delas e associa
sistema d
e status e de papeP.
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. e fduc0í0 0
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Moysés Kuhlmann Jr. / 9
. d educação, além da história d .
· tóna a as
o ca111Pº da ~11s história do discurso pedagógico, a 1r1~-
_N ducacioJ1aJS, ª Comenius, Rousseau, Pest Partir entre pais e filhos . Esse sentimento teria se desenvolvido inicial-
·t içoes e
tJ u . io de au o
t i·es com 0
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importante contri uição à h· <-1 ,
a 1oz..,. ·
d e.:;tuc traz un1 . lStó · mente nas camadas superiores da sociedade: o sentimento da in-
o ·~- 1 entre outros, o· a é analisada por Mariano Naroct ria fância iria do nobre para o pobre 19 •
froe[Jt:1, ·spec " • 0 wsk·
:- fânÓª · Essa pei . _r.~ ia e a pedagogia moderna 14 _ 1, Outra perspectiva de abordagem, ainda no campo das men-
da uu bre a uuanc .A • , •
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20 lnfància e Educação Infantil
Moysés Kuh/mann Jr.
21
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• Infantil
EducoǪº Moysés Kuhlmann Jr. 25
2~ /nfôno<' e
, Mas o autor alerta para ,
. .1 , move1· . d . e na 0
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cess1 V< e d 1101-e pelo envio e cnanças a s~
Ç ao :,t li10 s e ' e ªn1
A grande quantidade de trabalhos sobre a história da assis-
Je coabita ._ ~111 os o . de morte das crianças, chama éls
L " n ,11~ ct - io risco
"tilgílf º·.r :orizaçao e _ d·t ·ença como certos 11stonadores31
l. . 11do
c1
tência à criança pobre, atualmente, evidencia tanto uma f r:oc~-
J l inteil . 111 11e1 , . ~ • . pação com o tema, sinal da sua historicidade, quanto a ex1stenc1a
01 1 pe ª , -.rê11 oa ou aristocratica sao muito mais e
Je 11e~ 1i,., t -guesa e - 011 he de um volume significativo de fontes capazes de alimentar essas
isso e .• fâncic1S ,ut d . . 1a e de educaçao, a correspond ' . ·
As 1n d 111e ICil encia pesquisas . Além dos tratados, da legislação, dos relatórios, en-
·atados e f 'li·a deixaram numerosos traços . e
. os ti de am1 ' - inct·1 contram-se também históricos como o da roda dos expostos da
CJL1ª ·
. J
5 retratos ·dados, da educaçao e dos senr •
ivada, 05 . d 5I dos cUI . litlen. Santa Casa de Misericórdia de Salvador, escrito em 1862 . A
que a infancia pnv11eg1ada rec b
A • • •
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• Infantil
. f_ducaçoo
28 lnfónºº e
. bandonada, quando a crianç Moysés Kuhlmann Jr. 29
. , da infância.ª o de rua, que, por sua vez, torna~/º?re é
fâJ1c1a_ ªda corno rnentn enor infrator, reproduzindo a e Stnori
ti.fica ._1 a ou m ~ con 1
• diários, testamentos, anotações em almanaques, romances, álbuns
ideJ1 ornbaduu1 ' oldes das concepçoes assistenc· . Cepçõ
mo de tr foIJ·ada nos m ia1s do i ? de retratos e receitas, etc. Consultou também material de arquivos
obreza ri1. particulares de várias famílias, objetos da época, cadernos escola-
de. Pd o s,-,10.
ecl,LJ tiva d e dar voz ao segmento social dos rnen· res, anúncios de jornais, notícias de falecimentos, aniversários e
00 1
Na perspec nstituem uma parcela das classes 1'los e casamentos, notícias políticas, revistas ilustradas e para crianças e
q ue co . al , PoptiJ
~;nas de rva, . da história or e um recurso qu ares caricaturas, em uma coleta feita ao longo de quase 20 anos . No
Jlle1"' · _ d técnicas . .~ e te ,
tiJizaǪº as histórias de vida e as expenencias d 111 Per. livro, encontram-se interessantes passagens que tratam dos brin-
au entar as d esse quedos da infância, e também das escolas, das matérias estudadas,
.,,,;tido docUJll d a captar as formas e ver, sentir e a . gri,.
11 " • d de rno O . . E gir de dos métodos de ensino52 .
osilenc1a o, t s no seu cotidiano. sses estudos reveJ ssas
P dolescen e · a111 Em virtude do uso de fontes não convencionais, tanto escri-
criaJ1ças e a L~;va etária dos zero aos 18 anos, muitas 9Ue,
I bar urna l<U/' • • .d d d .d d vezes tas como materiais, Freyre considerava estar utilizando um méto-
Por.eng opreconce1·to da cnnunali a e,. as~ 1 a es mais altas pa se do, de algum modo, original ou novo, pois não haveria livro do
Pro1eta• obaixas; ou, então' nivelam-se s1tuaçoes sociais difere nc1act . ra
gênero deste, em qualquer língua. Trata-se, segundo ele, de uma
as mais .,,.,., nas ruas e os que as frequentam para tr 6 as tentativa de interpretação sociológica, além de antropológica ou
ue mor=" a alh
entr~ 0 ~_q50 Se , possível identificar problemas metodológico ar psicológica, de uma época, seguindo-se mais as atividades, os sím-
b mcar • e . · s para
e r squisa desse tipo, ta.1s como as fantasias das . bolos, os valores em vigor entre os que a viveram, que o conjunto
alizar uma pe . . ~ cnan.
re outra modalidade de mvestigaçao terá questões de fatos um tanto convencionalmente levantados pelos puros his-
ças qua Iquer . , a se-
, nfr tadas _ e a históna oral e um recurso que amplia as toriadores como expressão completa dessa época53 . No prefácio à
rem e en . , . d inf~ . A pos- segunda edição, de 1962, o autor cita de passagem o historiador
sibilidades de aborda~em da histona a ,anc1a. o co,n~ar sua his-
Marc Bloch e justifica a utilização das memórias da infância refe-
, . de vi·da, uma cnança .de
tona . 10 anos tera uma_ memona mais re- rindo-se a Eric Erikson, em Childhood and Society54 . No livro de
cente de sua infância, permitindo a documentaçao de um olhar ain-
51 Erikson, lemos que os artífices e intérpretes da história ignoram a
da marcado por um ponto de vista -~antil • _ função decisiva da infância na contextura da sociedade, e que por
A história da vida sexual, faffilhar e afetiva, e o envolvimento ter sido criança, um dia, o adulto carrega este sentimento de pe-
em relação às manifestações políticas, intelectuais e artísticas na quenez como um substrato inerradicável em sua mente5 5 •
época de transição do Império para a República, foram objeto do Ainda na década de 1940, Florestan Fernandes também se
estudo de Gilberto Freyre que, na década de 1950, escreveu o en- dedicou ao estudo da infância e de aspectos importantes da sua
saio Ordem e Progresso, a partir de quase 300 autobiografias educação e socialização em situações que não propriamente a es-
provocadas escritas em resposta ao questionário enviado pelo au- colar. Por meio de pesquisas que recuperam o folclore paulistano,
tor. Freyre recebeu a colaboração de barões do Império, senhores Florestan Fernandes analisou sociologicamente as cantigas de ni-
de engenho, fazendeiros do café, cônegos, vigários, médicos, ad- nar e também as crianças, nos grupos infantis, como participantes
vogados, engenheiros, militares, comerciantes, caixeiros, operári- ativos da vida social. Esse tipo de estudo traz à luz a dimensão da
0s, _industriais, funcionários públicos, parlamentares, políticos, jor- importância do direito da criança a frequentar a rua . Ora, lugar de
criança não é só na família e na escola, também é na rua, que deve-
nalistªs, babalorixás, homens do mundo, mulheres das chamadas
ria ser um lugar de livre circulação das pessoas56 •
alegres e antigos escravos. O autor relata que os ouviu, visitou suas As pesquisas e publicações recentes sobre a história da infân-
casas
d antigas' escutou o som fanhoso dos seus pianos de cau da'
cia têm trazido um grande espectro de temas e períodos, muitos
os seus bandol · d b · ue·
d d . ms, as suas flautas viu suas bonecas e nnq deles sequer mencionados neste trabalho . Para Cambi e Ulivieri,
os e menmi 1 ' h de
ce, eu suas cartas e cartões-postais, rascun 5 °
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• Jn(onui
. e Educoço 0
1100
Jnfó
JO
. a expressão da inexistênc· Moysés Kuh/mann Jr. 31
·d de se rl 1a d
inplex1 ª, . 57 Mas não se trata de ver ap e lltn. t
ssa eO l · tona · en.a e1n
e itáriº na ,1s ltiplicidade de tem.pos em coexiste" s_lltn.a f ~a
un üaçao. _ . a 111 du perspechvas . com que os fenon-.e " n.c 1a re,. tag. ocia o não ter infância a uma característica das cri_anças pobrbes .
.mel ·d de e ~Ll nos ve] s .. . f~ . t ma imediatamente a s-
ultiplic1 a t ..,,., como pressuposto a coexiste" . Poc\e a a Mas ' com isso ' o significad. o de m ancia se o _ cuJ
111
. terpreta
d O s e eu.,
' .
.
ei·ia uma maneira e contar d
d nc1a l))
no 1n ~t trato e essas pessoas, excluídas de direitos b,asicos,
· · · r eceberao a
f .
-
in história s · ' e n.ar •ttesll\ a d~ não terem sido as crianças que foram, da forma como 01
p~s-
ternPº· A de ligar tempos diversos a um tem rar a . a P 'd - t ~ , o que a soe1e-
cação de temptro:ir sentidos, de modo a configurar ppo da hu~l\ih. sível, irreversivelmente. O que os exclru os nao em e , al
de cons b roces ªn1. dade lhes sonega. A vida, sofrida, enquanto dura, ao menos, e go
da d e, ·d com Thompson, em ora os histor· d sos hi .
De aco1 o h. , . ia or stll- que lhes pertence. . . . _ , _
ricos. f ntes e escrevam uma istona de aspe t es Sele . Pensar a criança na história s1gru.fica considera-la como su
suas o c os · c1il-
nern as h ano não é um agregado de histórias s iso\ados jeito histórico, e isso requer compreender o que se entende p_o r su-
passado um itária do comportamento humanü5s epa radas, ~o jeito histórico . Para tanto, é importante perceber que as c_n anças
ma soma un ·b ·1· d d . Qs
concretas, na sua materialidade, no seu nascer, no seu viver ou
u
o pan orama das possi i. i a es .
de pesqu ·
. isa rno morrer, expressam a inevitabilidade da história e nela se f~zem
. tidades de uma perspectiva de 111.vestigação q b stra as
Potenaa
.
d . d
ximação ao ponto e vista a crianças9 N- _ ca \lJna
ue us presentes, nos seus mais diferentes momentos . A compree1:5a? _da
maior apro _ A • ao sa0•
criança como sujeito histórico exige entender o processo histonco
opulares que nao tem registros diretos das . ªPenas
as e1ass es P . _ crian a como muito mais complexo do que uma equação do prinleiro grau,
em sua quase totalidade, sao produzidas por adul ç s. As em que duas variáveis de estrutura explicariam tudo o mais 61 .
f ontes, , . h. , . A h. tos A .
na- 0 escreve sua propna istona. istória da cri· · cn. As crianças filhas dos sem-terra, no ano de 1996, deram um
ança ança é
história sobre a criança . Ao procurar levar em conta es f llnia
lid d d. . sa ase d
exemplo dessa presença como sujeitos na vida social. Durante a
vida, caracterizando-a como rea. a e istmta do adulto , naopl} _ a semana da criança, o Movimento dos Sem Terra (MST) promoveu
demos nos esquecer de que continuamos adultos pesquisand o I Congresso Infanto-Juvenil, que reuniu centenas de sem-terrinhas
A • , oees- em cinco Estados brasileiros: Rio Grande do Norte, Maranhão, São
crevendo sobre elas. P or um 1a d o , a infancia e um outro mund d
. , . 60 p o, o Paulo, Pernambuco e Bahia. Essas crianças, dos sete aos 14 anos,
qual nós produzimos uma rmagem rmtica . or outro lado, não há
saíram do campo e foram às cidades, onde viveram experiências
outro mundo, a interação é o terreno em que a criança se desenvol•
que repercutirão na história das suas vidas: realizaram atividades
ve. As crianças participam das relações sociais, e este não é exclusi- culturais, recreativas e educativas, encontraram colegas de outras
vamente um processo psicológico, mas social, cultural, histórico. As cidades, conheceram o mar ou a piscina, reafirmaram a luta de
crianças buscam essa participação, apropriam-se de valores e com· suas famílias, debateram sobre seus direitos, definiram reivindica-
portamentos próprios de seu tempo e lugar, porque as relações soei· ções aos governos dos Estados, relacionadas à sua saúde, educa-
ais são parte integrante de suas vidas, de seu desenvolvimento. ção e lazer. As passeatas das crianças, como ocorreu no centro de
É preciso considerar a infância como uma condição da crian· São Paulo, no dia 14 de outubro, chamaram a atenção da popula-
ça. O conjunto das experiências vividas por elas em diferentes luga· ção, sensibilizando-a de forma diferente do que se fossem adultos
realizando o protesto62 •
res históricos, geográficos e sociais é muito mais do que uma repre-
As edições da imprensa brasileira, na década de 1990, são unia
sentação dos adultos sobre esta fase da vida . É preciso conhecer as
evidência histórica concreta de que a reforma agrária é um proble-
representações de infância e considerar as crianças concretas,
~a de 1:osso tempo e de que o MST re(me sujeitos históricos que têm
localizá-las nas relações sociais, etc ., reconhecê-las como produtoras mter!er~do no curso desse processo. Isso apesar d.e o presidente da
d h'18t, . . f' que unia
ª
d e t ermma
ona. Desse ponto de vista, torna-se difícil a irmar
· d a cnança· elhor per
. Republica
.
naquela ocasião, em entrevista a um óro-ão b
dessa mesma
teve ou não teve infanc1a . Sena m A • •
• imprensa em 1996, considerar que os sem-terra são exdtúdos histó-
gunt ar como e, , 1mente se ª5
ou como foi, sua infância. Porque gera
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J2 1nf1inc10 e
onto de vista estrutural. A . Moysés Kuhlmann jr. 33
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-0 têJ11 -terra pertenceriam as catego . colh
. t1e 11a s sem . .1 /d
ncos, qos escravos, 0- da J1i·sto'na: os exciw os, nao são nec 8oc1,.ls
~ rias .'"º
4
5
foraJll 1w11 desvªºc.,k,1'.0 como pensa a esquerda VuJ esséltiil CAMBI, F., ULMERI, S. Storia dell'iníanzia nell'ltalia liberale. Firenze: La Nuova ltalia, 1988. p5-6.
6
setoi do1"'= ' , . /1• ga.1"3 - Produção histórica no Brasil, 1985-1994: catálogo de dissertações e teses dos programas e cursos de
que ortadores . , ia• 0 dicionario Aure 10 nos inforll'l. · pós-graduação em História. Coordenação de Maria Helena Rolim Capela to. São Paulo: Xamã, 1995,
J1le11teD~svão da J11stor . ao espaço entre o telhado e fa que a 3 v. Não foi possível, para a realização deste trabalho, fazer o levantamento de resumos das teses
" fere-se O or relacionadas à história da infância nos programas de pós-graduação em educação, de psicologia,
desvão re , margem das estruturas que a s ro de ciências sociais, serviço social e outros.
PaJavra espaço a . - d Ustent 7
VENANCIO, Renato Pinto. Infância sem destino: o abandono de crianças no Rio de Janeiro do
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oustiana. . a.na, d
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,_1;,.,;tos esva , . . d h' , . mo V1e
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te, pro
avivando em nós Odesejo do voo 1vre as an or as .
1· d d inh 65 ' 8
MARQUES, Maria Cristina da Costa. A mortalidade infantil na colonização do Norte N ovo do
Paraná: o caso de Maringá. São Paulo, 1994. Diss. (Mestr.) USP-FFLCH. FONSECA, Cristina Maria
Oliveira. Modelando a "cera virgem ": a saúde da criança na política soàal de Vargas. Rio de
Emb O trabalho seia de minha responsabilidade, quero agradecer as generosas sugestões e Janeiro, 1991. Diss. (Mestr.) UFF.
1
ora ' liz - b'd d An L , . 9
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i: ROS..i..,ZiW 1_,;;11aa, tra . F mando de ArauJO. s per,e1tos tecnicos d o, 1992
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Séculos da Histórui Social da Infância no Brasil" coordenado por Maria Luiza Marcílio, sobre ª infância no seu índice remissivo. Sobre a infância em períodos anteriores ao século XVU, veja-se
aiança abandonada na história do Brasil reunind~ 25 pesquisadores que resultou na elaboração de também de Ma use, op. cit.; SOMMERVlLLE, John. The rise and Fall of childhood. Beverly Hills:
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1/Jh•<I • tJJ''" ' fe d·Jasse suasimpertmenaasnaosaoapreciadas E , //J/e/igenç·
~li• ' n.i•' ft'nl ~ ~ {ic,1JJI o 11. i Í'berdade com empregadas que não pode. ni co11seqi :i,1 e
· as
" LaUemand, op. cit., p.Vl. A primeira parte é dividida em cinco livros, subdivididos em capítulos,
,u1:~~1d,-~1~i h~~~as têm n11~tadi~íceis e desobedientes quando ficarem mad~1~ castig<i-Ja;enç? seguido de um resumo histórico. As conclusões formam o livro 6, e representam ª ,segunda parte,
1::....-,,.1ft>lt', ;1, C:,·,criançasserao ud PINCHBECK, Ivy; HEWIIT, Margaret Aas. Gen11en•1nao completada por dois projetos de lei. Os dois primeiros livros, com uma centena de paginas, enfocam
,1,.- q11eio, 556 ap M · d · cr°1 an·
.-.,dt!f,llll . 11 1732, P· ' LEITE Dante oreira . 0 esenvolvime t anç<1 n s a Antiguidade - com os povos do Oriente, os egípcios, os caldeus, os ass~os'. os c~rtagmeses, o pov,'.'
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,\ (JcaZine, · itidança, P·
39-40 ln: ' , . ·
· . da dos voluntanos precisa desdobrar toda ,
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cria11 ç1 s-ª judeu, o grego, os romanos e os bárbaros ocidentais até o século ill; e os pr:imeiros ~os da era cnsta~
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e. t J9i2-P.3, . . -equeefadevere15=araa1ll11entaçãodest
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. o111ade t no Oriente e no Ocidente, do século m ao X. O livro 3 dedica-se exclusivamente a França, com 285
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r.~u1t,: Na. ·ipara denwns d pequeJJO dos conselhos do vendedor de erva d l1ça donin,,'
'ª ena , 0d páginas e 17 capítulos, e trata dos abandonados e órfãos no século X aos hospitais gerais,~ história da
-,1,,no, mtos o ' 1 • s, as r J ""º Maison de Ia Couche, em Paris, os diversos serviços de assistência no século XVIII, o penodo revolu-
a,uJ f'J =n anl'S<lrdos.,, pousoperturbado pe os vagidos do inquiet b ec a,n,içõ,,,.
·ri•,on~"' r - e têm ore , ., , . o ebê R "'' cionário, a legislação e a orgarúzação dos serviços no século XIX, até o ano de 1885. O livro qu_atro, com
n,ai> ~ d . dzinfws qu , uma coisa ternvel para a oasse operana , Goss 1. · eguJi 1
°" .
n,1ie dpeitoe
,1or- -oda CJlança e . d puériculture, Rev. Pfol., t.32, 13-4-1913 p 719
. · em(Dr)
· -Conipt
' a 206 páginas, reúne as nações pertencentes à civilização cristã, e os capítulos tratam dos pai.ses euro-
.,· entaç,, di nsaire e • ' · , ªPud R e peus do mesmo grupo linguístico ou região geográfica e suas colônias ou ex-co~ônias, como por
.,,wi d ]'atidté du spe . . ue a J'éo-ard de la pehte enfance sous la lJJe R . ÜLLEl exemplo o grupo espanhol (sic) - com um capítulo para os países da Europa, reurundo a Espanha e
rendu e . LapO110q o V . . . epubI,q
u,, n:Q Cathe~e. , graphiques / Presses ruvers1tarres de France 1990 ue. Pnris· Portugal, e outro para a América do Sul, incluindo o Br~sil. O livro 5, com 41 páginas, traz informações
ECrc"l.JJ"'~ d'Etudes I)émo · ' · P 576 M · sobre as nações não pertencentes à civilização cristã, a India, a China, a Indochina e o Japão, o mundo
·tut National . Jência física sobre as cnanças estava presente e"' t d. · ílShá
Ins~ d de que a v10 ,, d "' o asa
tambén1 indica ores Michelle Perrot, apanhar para apren er a ser homem" faz se 1ilSS<>s muçulmano e os povos bárbaros.
,~,;ais. De acordo com . ·a do século XIX, o que por sua vez aumentou O num ' Parte das " HOBSBAWM, Eric J. A era dos impérios: 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p.46
""' d infânoa operan era de cri "La visse: o historiador deve ser um homem que se interessa pela vida do seu tempo e constante-
Jeillbranças a d entes que se revoltavam. O processo de autoconsciên . anças
. ,_ te de a oIesc , . I .. CJa que é mente a compara com a vida dos tempos passados; e Paul de Rousiers: as pesquisas históricas não
eprinopau"en d d consciência do propno corpo, evou os militantes operári , ern
. . 1 ar a toma a e 'di - .d d .• os, sobretud podem ser feitas sem que ao interesse científico do conhecimento dos fatos passados se junte um
pruneiro ug , . tifi' rem raízes do seu o o a auton a e nessa expenencia. PERRo o
outro interesse igual.mente científico, mas de ordem diversa, o de tirar deles ensinamentos para o
• taS a1den ca T M Os
osanarq~ ' . História da vida privada, v,4, 1991, p .89-303. ' · presente. MONCORVO FILHO, Arhur. Historico da protecção á infancia no Brasil:1500-1922. 2.ed.
atores, p.1,9. ln. Rio de Janeiro: Emp. Graphica, 1926. p.4. Moncorvo Filho dividiu sua história em três períodos:
1
f !bid., P: ~· do·ºexpostosda Santa Casa de Misericórdia de Salvador, Histórico dos expo t Antigo (1500-1874), Médio (1874-1899), e Moderno (1899-1922). O marco de 1874 refere-se à funda-
~ Brevehistonco , . J . D S I d s osou
. d alidas oruanizadopor Antoruo oaqwm amazo, ava or: Typ. Camillode 1862 ção da pediatria no Brasil por seu pai, Moncorvo de Figueiredo. O ano de 1899 é o da data de criação
manças esb'd' ban~o de dados sobre a história da infânàa do CEDHAL-USP] . ···, do IPAI-RJ pelo próprio autor. A quantidade de texto dedicada a cada período privilegia o período
[resumo o a ono ,. . b li recente, caracterizado como de efetivação da modernidade: para os primeiros 374 anos, 65 páginas,
:;: TTAMIN' Walter. Macria e técnica, arte e poli/J.ca:ensaios so re teratura e história da cultu
BEN1- ' ,,- . . 'd 235 2 ra. os 25 anos seguintes ocupam 45 páginas, enquanto os 23 restantes foram relatados minuciosamente
São Paulo: Brasiliense, 1987. Livros infan~s antigos e e_squea os, p. - 43; História cultural do
em 256 páginas, enfocando especialmente as atividades desenvolvidas pelo IPAI ou em sua órbita.
brinquedo, p144-B; Brinquedo e brincaderra_, Observaç~s sobre ~a obra monumental, p.249.51
É urna periodização que adotou um critério interno ao tema em estudo, claramente autorreferenciada,
~ooI\ZELOT, Jacques. Apolicia das farru1ias. 2.ed., Rio de Janeiro: Graal, 1986. p.32. Os autores
sem estar subordinada aos marcos políticos - embora estes não deixassem de ser considerados pelo
são J.-F. TermeeJ.-B. Maufalcon. autor. Ibid., p .17, 82, 127.
NDeMause, op.át., na nota 8, p.55, Jessie Bedford (pseud. Elisabeth Godfrey). English chíldren in .J-J KUHLMANN JR., M. Raízes da historiografia educacional brasileira (1881 -1922). Cadernos de
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" Como será analisado nos próximos capítulos.
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ATAIDE, Yara Dulce Bandeira de. Decifra-me ou devoro-te ... : história oral de vida dos meninos
i:.,rle 7i · o- . ' ' C
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Remondino MD His • .. ' ' ' • · 1891
, LALLEMA,N. · tory ofcucumas10n from the earliest times to thepresent. Philadelphia, · vivu: histórias dos meninos de rua. 2. ed. Goiânia: Cegraf/UFG, 1991; e MONTENEGRO, A.T.,
1D Léo u: · , t· de
l'tnfan . ' n. '"5101 re des eníants abandonnés et delaissés. Etudes sur la protec wn BEZERRA, M. J.; FEITOSA, F. C. A.; LIMA, J. 5. Senhores da rua: o imaginário dos meninos e
ceauxd1versesép d 1 • •• . J88"pVI·
l'IL Seistr b Ih , _oques e ª C1v1hsation . Paris: Alphonse Picard / Guillaunun, J, · meninas de (na) rua da cidade de Rio Branco. Rio Branco; UFAC; Recife: UFPE, 1995. ROSEMBERG,
. ª ª os ,oram mscr°t
hIStórica nós se
,
. 1 os ao concurso. Na mtrodução do livro o autor declarava.
•Pelaparte
, Fúlvia. Crianças e adolescentes em situação de rua: do discurso à realidade. ln: REIS, E.; ALMEIDA,
mpre qmsem , ._, ões mais M. H. T.; FRY, P. Pluralismo, espaço social e pesquisa. São Paulo: ANPOCS/ Hucitec, p23044, 1995.
precisascomaaí d d os nos abastecer nas fontes inteirando-nos das 11"orniaç ,as
. ,u ª edocument · 'd' . ' · sedeno Sobre a história oral, veja-se MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de história oral. São Paulo:
manuscntasfomecic/iJS osme 1tosrehradosdearqllivos,deobrasestrangeJJa . - de
seu país.NosSà rear com extrema cortesia porpessoasperfeitamente conhecedoras da s,tuaçao ..;. Loyola, 1996. O curta-metragem 15 Filhos, de Maria de Oliveira Soares e Marta Nehring, premiado
e b. o•a constantefi0 1· 'de1aspr, no Festival de Cinema do Rio de Janeiro, em 1996, que retme depoimentos de filhos de militantes
once idas, em busca da d proceder a uma verdadeira enquete, e marchar, sem 1 políticos de esquerda que nasceram ou viveram sua infância no período do regime militar, e a
escoberta da verdade.
Editora Mediação
Editora Med·1açao
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- Infantil
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JS JnfôndO e
. ,essoas, são um outro exemplo d
sdealgun1<as deSSil" F
ossobrea inf'anoa · . SPINA,Rose. Filh as Potenc1a1·
• i en~'·'. sta; rida nos estud ,/dez 1996 - jan/1997. os da res, '?ªeles
ncrn ' nas ne 15 no, , . B, . ste 11
ll'f,orta~ei_ ;~shisll' · 11 .33, p. 27·- .' ·as da Croacta e osma foi objet eia
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i 11 ,tthzaiªº,.\~ s.w rau r~ ]-,ara as crian_<,' . Croatia 1991-4. Childhood Londº de estud
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1 gt1er , ui nano 0· ' res o p
rç0n,1' - ·noª 'a Jd~n war a1 , v 4 n l or
" A e1,~~~vrc ~ 1 Clll R'10 de Janeiro: José Olympio, 1959 2 to ' ' p 81.
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e cnança no mdice b'
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Assistência e pan-americanismo:
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~ n,id- p.~-xx- 1·
.. d Rio de Janeiro: José 01YTI:1pi~, : 962, v.1 , p.vi-vii ( .
,gre,;-'°· 2. e · _ d da infância, o questiona no trazia pergun no hvr0 o Dia da Criança e a comemoração
p;
: Jde~, Ordem~ relação ao peno ono tempo de meninice; a escola que frequ tas corno: Ít~stá
da descoberta da América
. ra,iado BJccJ:). ~esaição de cornoedra 1·ogos trotes, livros escolares, estudo dentou (lllétollr
g :-eu con1 . brinque os, ' b . d e gtan, ·ti os
ondena."i. ' Jeuas,cast1gos,, . te)· fora da escola, os nnque os, amizades . a ca,ca1 -'
fesSOre5, cD º . iestas avicas, e , ' Jogos e 1 1. ,.
pro - temática,ª" ara seu futuro. e turas
.rrafiaenia hero'is 0 ssonh05 Pd 2 d Rio de Janeiro: Zahar, 1976. p .372
" · o, os ' . ·eda e. .e · . . _ ·
de meJ11l1 NT E Jn.iáJlaa e soei udança sooal na cidade de Sao Paulo. São p
~ERJKSO- , · fo/doreem . d . 1
auo:t.-,
: ,AJi\1Df5,Flo~tan- . blicados antenormente, os quais se dedicam , . · ~U1en,bi
~ fER-N , . s artl"'ºs pu d . 1• a tnfan . ,
. OUrro reúne ,·an_o .253-58) .Contribuição para o estu o socio ogico das cantj Cia: As
:,~~ ai ' do Bom Retlf~~~antis (~.377-386); Educação e cultura infantil (p.386_39 7)~:~~e nin~r
?i9-78); Folclore egrup Ucaçao O Dia da Criança parece existir em virtude de interesses co-
(p_- 462-65). . merciais, especialmente das indústrias de brinquedos. Entretanto,
eto!dore (p.rr nrrr1n 1988, op. at., p.1 . . · .
=: (A.\1Bl; Uu v JJ.,< U , • , • da teoria. Rio de Janerro. Zahar, 1981 .
embora atualmente esses interesses possam ser considerados como
~ THOMPSON, E. P. Ad nuse;:ive-se na Universidade de Linkõping, na Suécia, 0 pro· t ,,
n,,rsnA'i1va, esen retende avaliar
~ Nesta .r--r-·· . ,,
. cn'tiºcamen t e as me d 1'das ,, em nome d Je o. Th e um dos principais sustentáculos e fatores de impulso à comemora-
Century of the Chi]d ' ~~~f,,m estudando peóodos históricos anteriores. SANDIN 8ª cnança" ção, o estudo de sua história mostra que há muitas outras questões
durante o~~~~ O
. ',, th -· changm · g meaning of childhood . . the twentieth century
m - ~~( · e relacionadas a esse dia, envolvendo importantes aspectos de algu-
- f the child : on e . b - PINT research
centur) o Linkõ in!<S Universitet, s.d., mime?. Veia-se tam e~ . O, Manuel; SARMENTO mas das nossas raízes e trajetórias.
prograrrune). d) ~, \nças: contextos e identidades. Braga: Uruvers1dade do Minho / Centr d '
ManuelJ.(Coor . .,.,,, cn o e Poderia parecer exagero ou impropriedade querer associar a
Êstudos àa Criança, 199í · CHOM data à comemoração da descoberta da América e às relações inter-
.
oi Sobre a unagern II1l
-b·ca da infância na literatura e no cinema, .
BART DE LA lJWE , Mane- .
. U .,.o mundo: a infância. São Paulo: Perspectiva/Edusp, 1991 . Embora não tratando da
Jose.- .mOUw . - . d o ºd . ,.
nacionais no continente americano, o que, surpreendentemente,
. es"'\'ª a análise de WILLIAMS, Raymon . campo e a c1 ade-: na h1stona e na foi a motivação explícita para a sua definição. A definição do dia
infanaa, e sug u
literatura. São Paulo: Cia. das Letras, 1989.
" ENGELS, F. Carta a Joseph Bloch, 1890. In: MARX. K.; ENGELS, F. Ludwig Feuerbach e o fim da
12 de outubro como o Dia da Criança ocorreu em 1922, no encer-
filosofia clássica alemã e outros textos filosóficos . Lisboa: Estampa, 1975. p .186. ramento do 3° Congresso Americano da Criança, realizado em
" Jornal dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, São Paulo, ano xv, n .163, p.6-7, out./nov. 1996. conjunto com o 1º Congresso Brasileiro de Proteção à Infância, no
03 CAR!X)5(), Fernando Henrique. Entrevista à Folha de São Paulo, São Paulo, cad . 5, p.4, 13 oul.
Rio de Janeiro. Naquela reunião, Almir Madeira, que pertencia ao
1996.
"FERREIRA,Aurélio B. de H. Novo dicionário da língua portuguesa . 2. ed ., 1986, p.579 . Instituto de Proteção à Infância de Niterói, apresentou o seguinte
" BE!\1AMJN, W. Sobre o conceito de história . ln: __ .op . cit., 1987, p .222-232. encaminhamento:
Considerando que:
a) a instituição de um dia consagrado à criança se vai generalizando
por todo o mundo civilizado, que, hoje como ontem e cada vez mais,
deve cuidar-se carinhosamente, religiosamente, num verdadeiro e sa-
dio culto, da semente humana; mas,
b) sendo variável a data dessa celebração, quer de um país para o
outro, quer de uma para outra cidade, e particularmente,