Você está na página 1de 478

I

.X ~
--
·-·
· Nossa Patria
,, J'ada po r mim , po r minha
P atria. tudo. "
Vtsco:<Dt·: o.: AnAG ,..,.....
T

••
N ssa Patria
PEQUE NA ENC YCLOPEOIA NACIONAL

PARA USO DAS E S C O L AS BRAZILEIRAS

POH

Vi rgi Ii o Cardoso de Oliveira


A 11i igo Direclor Geral de 1nslrucçiio Publica
.: ex - D i t·ec l o r do C 11 S i11 o Mu11i c ipal de B elé m
do P ara .

QUARTA EDI ÇAO

DA ANTIGA •• A PATRIA . BRAZILEIRA ••

I NTE IHA ~IEi\'TE HEFU1\'D I DA E A~IPI.IADA

TYPOGRAPHIA AILLAUD ~
F .ARIS - LISBOA

1.91.1.
**
EXPLICANDO ...
Oa tet·ceira ed ição)

E m · o u precio o t rabalho - A E r/ucoçõo S acional - di z,


co m mu ita r·azão, o e m inen te educacio ni. ta pa tr·io Jo é Ve rissimo :
" J 'este l(l var lame n to ge ral q ue é p r·e i o pr·orn over a favor·
da edu caç-~to n acional, uma d a mai- im po r·tan tc · r e fo r· mas é a
d o liv r• d le itura. ' urnprc q u • el le e.ia b ra z il e iro , n 5o só fe ito
po r· b razi le iro , que n ~LO é o mai i mpor· t::~ n t , mas l.ll'az il e ir·o,
p I as um plo , p lo c pirit , pelo. a u · tore lr:J lad::tdos, pelos
poeta · r·epr·od u7.id os, pelo n t11 r1e nto n acio n a l qu e o a nim e " ·
P r·o uran d o d a r· o rpo a :<ta. ,·cr·(hde , c c r· v mo o presente
l in o , ·ob um plnno h o r·ogr·aplr ico q u e otTe r ece s e o pportuno e
pl'ove ito o e n eju pa r·a o I · dob r·a r· de a c onle ·im c ntos de no:ssa
I! i. lo r·ia .
Nii.o é a p r im e ir·a ve z, e ntl'etanto, que e ll e vem :i luz da publi-
c idad e. J ü. o fize mos em 1()03, repr•oduz ido, e m 1905, e m segunda
e di <;ào.
Ti v rn o · e rnpr a g ran d e ati. f'acç ã d e vé l-o bem a ceei to po t'
difTc r·e nte auctorid a d c s no assurnp to , pt·in c ipalm e nte nos Es tados
d o Par·<i(l ), C e ará, c r·gipc, :'vlinas Ge raes e Goyaz, c ujos Co nse -
lho d ln s tr· uc ção Publi cn o m a nd aram adopta r· nas r•e:spec tiva.
escól as. A imp r·e n a bl'azil e ir·n, d e n ot•te a su l, e algun jornae s
e xtran ge iros, n otadam en t e d e Lisb úa, . Pat,is Londt·e s (2),

(1) No Estado do P:~rü, gnimos mc~mo ll<L prim eira edição a honr·a
de vêr nosso traba lho a colhido pelo eminente Intendente Municipa l de
B lêm, que contribuiu para um auxilio pccuniario do respectivo Con-
s lho Municipal, fi cando-nos a obri g:~<;~'io de cnu·cn-ar· quinhentos ex m-
plare para _d istribuiç<io gratuita pela e cólas municipac · de Belém.
(2) Th e South 1\merican Jorll'nrtl, de 24 de Ou tubro de 1903 ; Diario
de Noticia , de 19 de Dczembr·o de 1903.; O S cculo, de 16 de De:r.em br·o
rlc 1903; A Epoca, de 2 1 de Dezembro de 1903; entre outro . Difl'erentcs
trecho <I' esses honro ·os juizos com os da imprensa brazilcira.- e pare-
cere de Conselhos uperiores de In s trucção Publica c ·tfw, em appcnso,
nos nossos livrinhos Mosaico Infa ntil c 11 Tc,.,·a Bl'az ilcira.
r
-VIII-

cumula ra m-n os de bóas pal a vra , le vando um jornal de l.i s bóa


se u juizo, a ter·minar pol' es ta e loq uente pe rg unta. PONJile nrio
. teremos nós um livro assim ? ( I) .
Tudo isso nos enco r·aj ou, te nd o de ter·min a do a lg um a s a rnp lr a-
çõcs na segunda ed ição , qu e j i o. te nta ,·a na ca pa o ul tim o
d es e nho do nosso geni a l P edro Ame r•ico, co mo urn br·indo fe ito,
por· nosso inte r·medio , á moci dad e braz i l c il':~ .
Chegára, pol'ém, o mom e nto da 3• edi <:ão, e rn 1907. EstavHmos
em ple no cor·ação do B1·a~il Moderno, re m odelado, d is-amo s
assi rn.
iVIanter· o livro co mo se achava , c r·a um a o-rave c u lpa pera nte
a mocidade es tudi osa, e um desvi o m e mo da an ima <::io publi ca
rece bida, quan to á van tage m d e tr az e r· o Dr·azil em ac rr a lidad e
ao seio das escóla s. Rea li zar o aug me rr to ncce s:ni o, rúr q u •lle
mesmo for·mato de texto c g ra,·ur·as, sendo p r·e iso du plica r·
estas. e au gmc n ta r· extraordina r ia mc n Lo aq uc lle, :;c ria tor·nn r· o
livro dem asiadamente volum oso . Não med indo esfor·ç os, por•ém,
n em attentando par·a lucro nratcri ae impl es me ntc , q uando s
trata dos inte r·e. ·c da :tvlocidad e c da P atr ia, tomúm o urn a
r e solu ção extr·cma : abando nar· completam nte Lodo o materia l
de gt>avu r·a s e o te xto c. te t>iotypado, das edi çõrs ante r io r·c ·,para
r·ecomeçar tudo.
Em taes condições, e rH'io n o sendo po ·i,·el, d'e:ta v z, corn o
o fiz ér a m os em l !J03, a compan ha r·, de pe rto, e m Br·uxc lla . , a
compos iç rlO e di. tr·ibui çiio de g r·avur•a s , r . olY e mos faze r· a nova
edição e m Paris, confiando-a á r·e putada ca ·a Aill a ud · C" .
Alliava es ta , á gr·an de co n fiança qu e já nos me r·ccia , como
impre sora de n ossos outr·o·· liYros didactico· - M osaico In.fon-
lil, A Te1·ra, A Terra B1·aziteira - , a van tage m da pr·á ti ca de
nossos o ri gi naes , qu e, de mai. , seria m co nfiados á comp c te n c ia e
dedicação do ch e fe d'essa casa, n osso a migo Snr·. J . -i~d on tei ro
Aillaud, portug uez pelo ber c.o, fra ncez pe lo sang ue, mas br·azi-
le ir·o Lambe m, pelo co ração e pelo inte resse q ue lhe desper tam
as coisas b r·azileiras. ,,
Assim planejado o tr·abalho, qu e r·ece ber·ia o mes mo formato
dos ou!J'OS livr·os, ficava-no s a gPande vantage m - pela e li m ina-
ção de ass umptos ele m enor importa ncia co m r e lação ao pla11o
geral e ao s tins do livJ'O, e diminui ção no formato do corpo geral
das gravul'as - rle ganha1· bastante es paço pal'a os gPandes
augmentos pr·etendidos.
E' assim que, agora , o Br·uzil se a p1•esenta. até á. actua lidade,

(I) D1:cu·io de Noticias, de Lisbôa, LO de Oo7.embro de .1 903.


- IX -

e m Jan e iro de 1908, e o livT'O co mpl e ta.n1e nte n ovo, mesmo, sem
1 rejuizo, ab~o lu ta m e n te , do plan o ori g i11al, T'e fun di dos todos os
capitul as, au g 111 n tados mai c in co, e fol'lalecido ainda m a is,
d'esta vez, no;:;:o a mo 1· ;( V!rx:idode rJ, ·(I::;ilei ro pe la co llaboT'a çfLO
de Ma1·ia e;:e Ji, ,a., es po ··a ::;tcemeci da, que n os Yen' acompa-
nh a nd o o:< pa · o - , be mfa z j::~, d esde as pr~ o- inas elo !Vlosaico
lnfa ,zlil, pela mu s ica ( I ).
E o liv 1· qu e a té aq ui "' d e no lll inál 'a - A P a l!·ia Braú-
lr>iNt - , pas:a a te c o ti tu lo - Nossa Patria.
J al'a r ·ta ulti ma J'esol u<;ão, po 1'éll1, não nos an imou um s impl es
<·:<p i1·it o de nov ida de . Apl·ovciwndo o mom en to J e 1·e modela ções,
obed ecemo.- ao pe n amcnto d e já termo s um trabal ho com um
t it1do 1nuit o a ppro ximado- A T en·a JJ,·azil eú ·a.
A des pei to da· prev ide ncia T'e fe ri da:> , ap 1•e,en ta-se o Nossa
P atria, ago ,·a, mais v o lumoso do q ue cnt ? Não pod ia de ixar d e
s .,. as;;im. Em ompe n ·u.,.ão te m o ca1·a cte r nw_ito m a is inte nso
de liv1·o pcop1·iamente de ed ucaç ão n acio nal. E m esmo hoj e a
s ua fun cçiio e ·s n cial , al ém da d e s im ples le itu1'a proveitosa sob
0 11 tr os pon o:; dr vi:<ta.
A ge T'ac;ào q ue se edu ea de Ye u l'gil' p1·e parada pa1·a os desd o-
iJ nl me n to oec ss;l!'io::; da a çiio da qu e c;: tit agindo. Si assim
não l'ôr, jáma i: c hegaremo s a Ulll a p hase ele es ta bil idade pe r-
fei ta c ·olida 1·iedade nae iona l de fini da.
L c inb i·c m o- IT OS de qu e a Sui ss a, esse peq uenin o pedaço de
te r1·a e u rop éa , d esa 1~ mada , n o se io d na çõe s poderosas e milita·
1·i ·ad as, vi ve nd o tr·anquilla na Paz e no Prog 1·esso , g 1·a nd e
po r é m - na oro-a ni zação social, no se n t imen to da Ju s ti ça, no
·ul tiv o do Dit·c iw, n a firm za ela so lidat·ieda de .naci o nal ; a Suissa
po s ue Cantões o nd e o povo e xerc ita pot' s i mes m o ·ua acção
so be ran a , votando le is e m co mi c ios publicas , em plena praça,
aquec id os ao s ol da Libe rdade .
a S ui ssa, po t•é m , a edu cação nac ional é uma ve J•dacle ira Heli-
g ião: não lia ou tro povo mai s' na cionalmente e du cado.
A Escóla cle ve T·ia e r, mesmo, co nside t·ada uma secção prope-
d c utica do meio soc ial. Quando 'as refot·mas, as g randes idéa s ,
j1J'in c ipalm e nte aque ll as q ue a!Tectam de pe1·to ,todas as camadas
soc iaes, ch ega sem a se r disc utidas e votadas no Congresso
Politic o, j~L deve t·iam ter u·ansitado p ela Es cóla, adequadamente,
e m se us principias elementat·e s, c:onfiados a.o mestr e .

(1) Como de outras vezes, rogamos aos illustres patricios em cujos


trabalho. arti ticos colhemos material para. o vasto plano illu ·trado
d'este livro, que nos relevem o acto - deante . da bóa intençáo com que
foi JWaticado e do fim altamente civico que t.ivemos em vista.
l -x-
Se a. Escó la é o mais el eYado d egráu a qu e a. m ocid ade a sce nd e
pai·a.litar a. PatJ·ia, qu e a. cs pe i'a, na c onvive n c ia s oc ial , c omo
não lhe dai· uma educação ap r o pt ia d a? Que pode espe t·ar· a c o l-
lectividad e , de u1n punhado de associad os qu e lh e l1 ega Jn , ig no-
rantes d e sua fot·maçiio, de se u e;;pi i· ito, d e sua ,-ida, d · tw ~
g loi·ias, de s uas ne c ess idad es, d e ~cu:; d estino ·)
PI'e tende-se, por e xe mpl o, uma m e dida q ue d e va. CI'C<u · u 1n
n ovo devei' social ?
Que ··e r:i pi'e fe i·ive l'! Qu e o e - co lar, d e hoje, co mp le t:J. Jil <' tllv
alheio ao assumpto, ~ uum e tta-sc, ma is tard •, r e ·e ios o d e 11111a
pena, de m á. vo ntad e; o u qu e , i n~tr· uido ;1 d c q ua.dam e n tc , C ll l
tempo, pe lo s ntim c tt to p1·eciso da Pat t·ia, o am o 1· qu e H ) llt c
de\' e s ob tod o, os pontos d e vista, ven h a . pouco a pou ·u , ::iL'
habituando a toda SO I't e d e dever es ~oci a e , a toda na lut' za d e
res pon s abilidades, c hegand o po 1' fim a julgai-a · natur·ac r t·a n-
diosas?
Como no r egaço da Fau1 ilia c no c io d a E ~ c · l a, que lh e é
um a con tinuação, - no cc n a t·io da. oci e dad , r e ll x d a n IJa ,
n i'lf) basta r es peitar e obcd ec I'. c. pl'ec is o q ue a ob di c nc.ia c o
1·es pe ito n ão c tejam e m a ntagonis mo c om a · in cf ina çõe , c m
a idéa d e q ue o d ev c t· é a I'es ultante de um p n ·a me n w a lu t:ll' ,
em beneficio di r e cto ou i ndirccto d e ~1u em o CU111p r , o u dom i
a qu e va e pe rte ncer . E xig il-o pe lo te mor, pe lo e xe i' c icio 6 ela
aucto1·id a d e r·i pida c se,·era , é pr epara r ,. ·ttl ta d o. nega ti vo:<,
ou, pe lo m ono· , in co mpl eto ; ·o1 nb i na l- o , poré m , com a büa
di s pos i<,;it o d o c~ pirilo , co m a 11itida co mpi·eh en;:ü o de seu valo t·,
e, Cetlamen te, to t·nal-O valio:O C in esq ue c ív e l.
Não nos illuda m usi Co mo fot·mat•mo - o e ·co la i' , de hoj e , l•r' -
ItiOS fe ito o b r a zil e ir·o, d e ama nhã. : de vo tado á Palt·i a, si fõ rm os
pi·evide ntcs; indiflCI·ente á. causa. publica, s i t'ü t•mos d esc uidados.
J~ prec iso q ue o bt•azilc ii' O saiba e. inta, d e de me ni no, o valor
e a n o b reza d e sua nacionali dad e. E o que visa o Nossa Patria,
modes to mas . in ce r o es forço, im pregnad o de to da a lea ldad e do
nosso pa trioti ~ m o.

Belém do Par á, Janeiro de 1908.


VntG JI.J O C AH onso DE Ü I.JV E JH .~ .
...

1908
A meus queridos filhos Virgil i na, Maria-Angelina, Rodolpho c. Oswaldo :
Amac. vossa Patria, ainda
mais do que. cu vos amo.
Virgilio Cardoso.
·'
Capitulo !
Patria, Familia e Esc óla .

.\ r ;1tria . ll1 'll" I'G I'OS 11W11i t :;, 11 ÚO é SÓI110 ll\e 0 \' <. lO
tr rri lori o ell t qu t'~Y i Yc tn os , o ~ól o l[ ll' c-u l liY n m o~, a Lei- a
qu ' no ,·iu na ('er, ~se l'O nj undo de ittco tnpa raYei bel-
i za,; tiCllur;lus, qu ' c.ltama tnos ru·inho um 'ltl e - Bt·azi l .
:t : . c n\i111 ol-a Lnmbr m tl tn lu do que no desper ta o
aiT ·Lo ou o c t Ll tu iasmo pulo 1 ome brazileir·o, - nas sta-
lua elo. heróes, nas
~ra n lc: datas da hi -
toria, na ~ obras pri-
ma el o a rtistas , nos
mon u111 enlo da li lle-
ra tura .
A P at1·ia é ainda o
qu e que1· que seja in-
vi ·ivel, que vibra den-
lr·o el e nós, percor-
I;en lo como o sangue
pos. as veias; é, por
exemplo , e ·sa commo-
ç;'\o, que nos agita ;
é(UBlH.l o contempl amos, 1·éspeitosos, a ba nd eit·a ami-ve r·cl e,
symbolo agrado ele nossa nacionalidad e, ou ouvirr. os
extasiado · as sono1·o as notas de nosso Hymno.
Ei l-o, a g1·a ndi osa producção musical ele Ft·ancisco Ma-
noel ela Silva, como uma suggcstão, que vos fazemos ,
pm·a que p1·ocureis a pprencler· no valor de cada no ta o
sentimento que elle traduz :
2 NO:::i ·A PATR l A .i
I

o
c:
E
>,
I
PATRIA, ~ AMILIA E .ES ÚLA 's
E como um exempl o in inuanle e inslruclivo do que a
bane! il'a dev rcpr· c11Lar· para nós desde creanças, lêde
nos ·guintcs verso , que vos decli amos, traduzindo uma
n:~ mini sce n ci a de infa ncia, um a b -lla licçc'io de civismo de
u111 1ac xll'emoso ao filho qu eri lo :

A PATRfA

Da e có la um dia e u vo ltava ,
l.i ra um dia e pl ndoro.o!
:'\a ·trada di vi -ava
m Regimento ga rb o:o .

Fal lou- me o pa.pa : - " Meu fi lho,


" Inda bem ... 1 ü.r·a um mom e nto
" Tu nã vê· aq ue lle bril ho
" Do · :abres e m movimento?

" Não vé · aqu e lla band e ir·a,


" Auri- verde , tre mulante ,
oldados e m marc ha inteir·a,
" Te ndo à fr·e n te o commandante '! "

Estaque i, firme, direito :


- " Sim ,, - respondi pressuroso,
Aguar·dando, com respeito,
Sua licção, a.ttencioso.

Elle disse : " A Patria amada,


" Nos.sa. Patria estremecida,
" Pelo e xtr·angeiro pisada,
,, Vae repellir a investida!

" A Patr·ia, sim, meu filhinho,


" Este Br·azil portentoso,
" Desde a flór ao passarinho,
" Do prado ao bosque frondoso, ..
NOSSA PATRIA
" Onde o céu tem vivas cores,
" A brisa é serena, mansa ...
" Tudo transpira esplendores,
" Tudo respira bonança!

" A Patria, que possue bravos,


" Que conta heróes e victol'ias .. .
" E libertou seus escr avos
Entre ovações , entr·e gl or·ias .. .

" A Patria... mas, .s e avizinha ...


" Eis chegado o Regim en to :
" Descobre essa cabecin h a,
" Vê bem, meu filho , eia, attento!

Ei s nosso em blema sagrado,


" A Patr·ia symbolisan do :
" Ergue um oioa, fi lho amado,
" Á Patria , que vae passando!

E o papaesinho apertava
Minha mão, enternecido ...
Dentro em meu peito, pulsava
·o coração, com movido !

Senti meus olhos chorando,


Min hii face esbrazeada...
E embora o sangu e escaldando,
Eu tinha a fronte gelada! ' I

Todo o ro eu corpo tremia !


Quiz fallar•... mas fiqu ei mud·o
Não era medo ... eu sentia ...
Que sei eu? sentia tudo .. .

Mas, um brado, um brado inge nte,


Ao enfrentar·-me a bandeir·a,
Partiu do peito ; es tr idente :
- ,, Viva a Patr·ia Brazileiral "
PATRTA, FAMTLlA ~ESCOLA

E vêde hem, meus ca1·os men in os , no exemplo acima, a


nece siclade i mpresci ncl ivel cl re. peila r mos nossa ba nd eiea,
, desd e a mai tenra edad e. Si assim não succeder, chegado
o momento el e clefendel-n co nlm os ini 1n igos ele nossa Pa-
lri a, cel'lamente o enlim enlo não se rá bastante intenso,
pa ra a veneração clcvicla, capaz ele co nduzir-no.· a netos de
abnegação e heroismo . co rno, d pa. s::1gem , vos damos a
aprecian1m xprc sivo cpisoclio ela gue rra qu e suslenlámos
contra o GoYcrno elo Pn raguay :
- « Pe1·clemos a bandeira >> - i o brado doloroso
que inom pcu nas trcYas ela noi te em qu e o 30° ba talhão
de Volunta rios da l nt1·ia foi, de c.:u rpresa , atacado pelo
inim igo nas !in as avançadas de T uyú- 'ué.
- « .cl morte rle todo , ou a bancleiNt, já! >> - brama o
~ Commanclantc, cl ecl;lraiHJo-sc deshonraclo, e o batalhão,
omo um só hom m, resoluto e incl omavel , parte, ele sa bre
em puniiO , persegue o inimig·o, alcança-o, lucla com este
corpo a co rpo, semeia a mo l'le a cada passo, e volla pouco
cl cpoi ao aca mpamen to, I'eciuziclo á Inctade, mas trazendo
co m ·uas a r·mas c se us fcl'idos o p1·ecioso embl ema.
E o bravo Co mmand ante, não Lendo forças para suppoi'-
Lar a intensidad e do enLhu iasmo pelo heroico feito, qu e o
rehabililava, cáe fulminad o por um ataqu e, ao tempo em\
que a band eira erguida é saudacl a com o hymno nacional.

Não ba ·la , entt·eLanLo, meus pequ enos am igos , que


tenhaes gravado no a mago do coração o sentimento da
Patria, elle qu e nasce com o pt·imeir·o vagido da existencia,
acompa nha o dese nvolvimento dn juventude e só morre
éom o ultimo suspiro ela vida.
Não, não basta : o amor da Patr·ia sem a orientação
necessaria, sem _qu e vossa consciencia possa criteriosa-
mente avaliai-o, podet·á desvairar-se, dege nerando, muitas
vezes, em fan a tismo prejudicial e improficuo .
Para seu cultivo, porém, ha dois grandes e bellos scena-
6 NOSSA PATRIA

•·ios, intim amen te ligados , aos q ua e. deveis o ma iol' ncn In-


menta : - a Família e a Escóla.
Si ao d eixa r o seio ca rinhoso do la r, onde a alma cl esn-
b•~ocha, não vie1·cl es devidamente encaminhad os , pol'
conselhos e exemplos valiosos, pa •·a a sociedad e civil, esln
l'eceberá um elemento nega tivo para seu progres o, se rn
que possa se•· bastante efti caz a acção civilisadora ela escóla .
Sim, meus ca ros me ninos, não ha de cont inua ção nlt·e
o lar dom estico, que , po •· beij os e ca rí cias, prepal'[l o c, pi-
r·il.o da creança, e o la•· ela escó ln, qu e, po•· li c~~õ ~ t'
co nselhos , lhe desenvolve e avigo ra os bons en tim cn los ,
esclarecendo a intelli gençia.
Quem pretendesse, em verdade , tl'aça•· nmn li nha divi -
saria en t1·e os dois gTand es sce narios em qtr e o menino
desempenha um só' papel - seu p1·epa r-o p<ua a Yirl:l so-
cial - , tel'ia cavado um sulco muito pl'ofundo na es trada
da infancia, onde ella tropeçal'ia certamente ao att.in gir n
. vida real da iniciativa e do trabal ho.
O làr está para a escóla, a edu cação domesti ca está l a •·a
a ·educação civil, como o COJ'ação para a vida, o pulmão
pal'a a existencia.
O seio carinhoso, onde impera essa creação inimitavel,
o desdobramento mais puro e sublime da alma feminina
·_ a Mulhm· Mãe-, é o elemento principal d e nosso a per-
feiçoamen to, para que a soci edade possa, em seguida ,
desempenhar, pot• meio da escóla , que é - Q o pl'Olonga -
mento do berço >> - , sua acção beneflca.
Sem a família, nada faria a escóla, pois si esta illustra
a intelligencia, que ainda está crystallina, pouco poderi a
sobre o caracter entot·pecido, ou mal orientado.
Sem a escóla, egualmente, onde a creança respira o a,.
que lhe ha de r efri gerar a intelligencia, pa 1·a· conhecer,
pela ins trucção, o valor dos nobres sentime ntos moraes e
sociaes, o t1'abalho da fl}milia seria incompleto e defei-
tuoso.
I•, é indispensavel, meus caros meninos, que o futtü·o
PA:rnrA, fo'AMlLIA r. E.'CÚLA í

~i dad ;ío 11 ÜO :· •ja 11111 produdo -xdu:ivo Jn familia ou da


c cóln, 11 1:1 . a rcsrtll a nte do. esforç-os comuina dos el e ambas,
r•m <tc:r:;io har·mo ni ca c ncce>;:o ri<l.
l' rrrn pr·ndrr do do la r, entra ria rra sociedad e pol"lador do
;t!Tcclos, :Prn os cn i na rnc ntos prali cos da Mel m, ela fra ter·-
rr idatiC', da di scip lirra, •l o rslimrtln, d ~n lidnri rdad c, indis-
pr tt>;ttY(•is ir furla leza do nwio social, u que só menl e os
t · n ~i n;urH' t l l lls t' a vorwiYencin da t·>;~..:ú l ;1 pudt•rüo mi nistr·ar.
P rrru pr·odttclo d· t·~ l ; t , ('.-er-ciltu·ian o s io dn soeieclacle me-
dtnll icallll'l ttu sua s fun ~t:.J •s, Ullt a . o !id:t IHl . c d \m or.
qr rtl sú SL: pod <.: l'Ü hl'bur t·unr IH' YOi lo c ,•flkncia no grnnrlC'
cofr(' tl n. a lTeei s, qrl(' t' o S(•i o cal'i nlr o>'ll da L1milia.
I•: ·nlrl' arn!J<t. . t·omo um él nnllll'<1l o in li. pens;wcl,
é preciso qrr c L'xis l:r a Yünlarl e d'lrr rcn ir:n . n hóa di:posi\,:ão
de Sl'U espírito.
l ma gin crnos a fa rnili a l'('rfri latrw tll c ~o n sl ituida pelo
;til ·do ; s rr pponlra mos a p:cúla J evi lame nt e pr·eparacla
para a pr rfcila di lTusúq d · co nlr••cim c nlos ull'i · ; appliqu c-
mos a ac . iio de amba: so br . o tn c rri rro cl csattonto, qu e
não pro ·r rra seguir os ~o n ~ clho s de s 11 pac , e só es tuda
na e ·óla - dl' má yr nl.ad e, tcmerrd o a1 e nas um castigo.
Qrr r . 11 ~ d ·ria·? m futuro cid aclüo , um futuro chefe de
famí lia, onr v rd adcir·a cle:o rganização intell ectual c mo-
T:JI' sobre qu em ó impera ria a vontad e capr-ich osa
desordenada, ru e , necessa r-iamente, . e r·ell ectiria em
consequencias mal efl 0as sob re a sociedade .. · ·
· Preparao, pois , \ Osso espírito na viela elo lnr·, pa r·a que
po saes bem dcselobr·al-o, por· interm eclio ela escóla, na
viela social.
Cultivao os gr·andes sentimentos e tende horror á \g·no-
rancia, que cl epaupera o espir·ilo e co nóe as energias. ,
De cer·to, j á Ler·eis visto o Sol, que nos illumina e avi-
venta) perde r· o brilho ful gurante sombr·eado por espessa
nUY8111.
A luz não se apaga ; o Sol não deixa ele ser o mesmo
8 NO SSA P ATRIA .

centr·o de vida; mas não sur·g-irá radiante, ·cmquanl o "L!


não desfizer o manto negm que o occull a .
Assim succeder·â co mvosco, cmqu anto per·ma rr ccr vof'sO
espir·ito annuviado pela escuri düo dn ignora neia .
Como o astro-r·ei tem luz propria , oi dotados d • in tell i-
gencia. c sentim entos, ma.- e,:;lc c nqrr clla n<-10 ler·;i.o r>
br·ilho nccessa ri o si a cscó la, aux ilincla pela familin, 11Ü1 >
de. bl'ava1· a p1·imcir·n apc r·l'ciçonr os segundo_.
Não v~cl es como o l'e l'l'o, dev id o a de. cuid o, ó nl<.cado
pela l'e rTu gem, que o co nsome lcnla mcntc ·1
P ois a acçüo ela furl'lr g-cm é id cnli <.: a ;i da ignor:drl'Íil
sobr·c nossa organização moral c inlcll cclua l.
Si es ta nü o l'à r b m cuid ada , cmqua nlo a in iC'Iligl' IH·ra
br·uxolcante c o co ra \<;'io inn occ nlc c ·leio nplos a n'('( 'IWr
com p1·ovcilo as primeiras impr · õcs el a inslru ·r:;lo, ,:;t• ri' Ís
mais lar·cl e imper-feit o para os ll11s so<.:iacs .
Como chega i·cis n ·onh ecc1· a superi orid ade el o homl' lll
pela razão , alim d • ma r·cha rd cs pa rn o b •m c pa ra o aper-
feiçoamento? Como pcn ·l,·areis na multicl t'io dos co lllJc-
cimenlos humanqs ? Como poderei: er· ul c.is a vosso. pn C's
.t e a vós mesmos, si a aclivid ade núo l'ó r a uxil in da c bem
diri gid a pela intclli gencia e pelo c;n aclcr, !orn a nd o o tra-
balho I)I'Od ucli vo c b nefl co ?
Podcr·cis; por·venlura, scr·vit· bem á Pa tri a, ignor<t ndo
os cl cvcJ·es qu e ell a impõe, cl esco nh cccndo suas grand ezas
phy ica · e mor·aes ? ·
Assiin, a Escóla é o g1·ancle Templ o el o trabalh o, do
.;;aber· c do civismo ond e o mestre, vcr·da deii'O sacei·dolc,
p1·epara na mocidade estudiosa o fulur·o el a P a lria.
Amac a escóla, mclis caros menin os , c procurao. po1·
lodo: os meio. , n'esse regaço bona nçoso, comp nclr'a l·-vo
de que a Patr·ia que1·ida de vosso · pacs, vossa P alria
eslr·emccida. e, amanhã, lambem a P atl'i a i lola ll'ad a de
vossos 111hos, não el e' c sómenle assegul'ar a !'o r·l.alcza de
seus bl'ios no valo!' el e seus del'e n ·o1·es al'm ados.
Ella pt·ecisa, demais, par·a a ga1·antia el e sua t·espeilabi-
PATH IA , FAi\I ILI ,\ E 1-::-iCUJ.A

liclad m face ela ouL1·a nn ·iona li l ades, e de seu de en-


vol i1n •nlo e bem es lar inl rn o, ti l I'O" I'esso pel a Or dem,
ela Ord m pela I nz, onsl ruid o. ~o iJ re o spirilo escl ai·e-
·id o e b ' 111 ori entado de filho., - pel a ln ll'UC(:'ão.
I• az ·i , v o sa:, an1 i ~·uinh o~ , a. icl ' a ~ do.
• C"·uinl<'s ve rso , qu am o: :

.\ IN. "i'll ' ' Ç'.i. O

' i o ·oldado, 1·al 1·oso .


Enfre nta . hc 1'0Í ·o , as ba Lalha ·,
E, de pt·cza ndn :~s rn cu·a ll ~<'
Longe d fi lh o · e pae · .. .
'u pen . n na 1 aL ri a a nwda !
T am iJem !n eLa a mocid ade,
'om fen·o r, com lcald a.d ,
P e la Pat ria ... e m plena paz!

É co n t1·a a negra Í"'nonw cia,


(~u e a mocid ade se baLe!
Aque ll c co rvo , JU C abú Le ,
Que co t•róe os corações,
De pt•itnindo as e net·g ias .. .
E nas pelejas travadas,
T m letLras, em vez de c padas,
Tem livt·os ! ... nã.o tem canltôes!

A lu cta só é de luzes :
Nã.o ha manto de fumaça,
Nem sangue, pranto e d es g t·a ça .. .
Mas flores em prol'usftO ~
E, na ardc ncia das r cft•cgas,
h ca m d e lado os brinquedos ...
Deixa ndo os be llus folguedos
Pe los :::a m pos da 1n s Lt·u·~çü o!

E n'cstes - familia e es ·ó la -
Os mes tt·cs c páes amados,
Pol' conselhos dedicados,
P e la constan te licção,
Cheia d e amor e c ivismo,
1.
10 NOSSA P ATJÜA

Inoculam no seu peito,


Da Patt·ia- o beiJo co nceito,
Educa ndo o cot•açiio!
E pode assim set· fa ctot·a
De Ordem e Pt·ogresso, e de Paz~
N'esse trium pho efficaz
Da Vontade e da Razão,
Trocando, pat•a a victot·ia,
O sabre, - pelo Lt·a balho,
A espingat·da- pelo mal !t o,
A polv'ra - pe la ln stru c•; ào.

Predi spos to assim vosso animo, lcdc ago ra inlcrcssntl;t


monte os capítulos eguint c , onde YOS cl c.-crevcrcmos a
Pat1·ia Brazileira, nosso adorado Brazil, sob lodos o.- pon-
to::; ue vista.
\clmirac-o; csluclac-o dcvidamcnlc, mais c mais , pro-
CUI'and o nmplia1· semp1·c os ·o nhecimenlos a re ·peito do
abençoado lOl'l'ãO, O MAl. OELLO E O MAIS l~ I CO Q E EXISTE
l\A TEimA. .
Estudae-o com fei'Yot·, cnthusiasmo c patri oti smo ; c
possaes um dia, cmfim , scntil- o como palpitando ·cl en-
LI'O ela gTancleza ele vossos co 1·aç:ões brazilciros, lal como
o pequeno e innoccnte pal1·iota, deanle da aucloi·idadc
cscola1· que o mqull'la

O PATRIOTA

A sineta ·t·etinira ...


Er·a o Inspector! Com pt·esteza,
O mestre, deixando a mesa,
Ao seu encontro pat·tit•a ...
Emquanto a escóla formada,
Em voz sonora, educada, ,
Bello canto desfet•ira...
PATRIA, F U'IILIA E E SCÚ LA ll

- • Mui to be m! 5entis c re an ças . ..


(Entrando, di:~. ·orl'idenle)
'omo e s se ÓI'O innoce nte
De spe rta meiga· lc miJI'a ll ç.as
" De mi nlra infancia querida !
" Q ua nd o e u so nli a 1·:t na vida,
.• Tud o - or,·indo cs pe ran \ ns ! •

.·cnlou-sc .. . c e lra.In ou Ca r·lito:


" - Ve m t u .. . que cs W p r1uen ino!
" Qu e1·o ou,·i,·- te , I um me n ino,
00 Dá-m e um exemp lo boni to!
oo E seja o t lierna e. co llrido,

•· ~ o- o BI·a zi l, tüo que r·ido !


00 11c~ p o nd e , pois, e xpedito :

" LJ'enli'C o·· I'i os, o pr·im e i r·o?


--" O Ama.:;onas r.a11daloso,
·· Gig a nte ma i'avillio.-o ,
em 1'ival no m un d o inte iro .. .
00 Nasce e m l<J go pc ,·ua n o ,
E COI' la o Brazil, ufa no,
,, N'um perc ui'SO so bra nceiro! ,

-_.,O utro ri o interessan te,


" Nolavel .. . , diz o arg ue n le.
- " O S ãv Ff'aneisco, impone nte,
" Que vem d e i\•l inas, avante,
« E fot·ma a g rand e cachoeira,
" Be lla, famosa, altaneira ...
" Paalo Affonso, deslumb1·ante! ,,

- " Desçamos (\'ess a imponencia,


" Para um rio pe quen ito :
" De algum regato, Ca rlito,
" Tu conheces a. existe nc1a'l "
- •• Ypiranga .. . tão modesto,
" Onde echoou (disse presto)
" O bt·ado da lndepe ndenc ia. "
l~

- " M nis um es f"o •·ço ~L m c m oria .


(Diz o ln s pec LOI' c om alegria,)
" Destaca n a o•·og•·n.pbia
" Um nom e c h e io d e g lo ria ... .,
- « 1\1onte Pasclwat, (p•·omp Lam c nte ,
,, Re~ ponde .. . ) o ph;u·o l inge n te
" Que t•·o uxe o B•·azi l á hi s to •·ia ! ·•

E, d e pé, o vi:; itan te,


B t! ijando a f•·o nle inn oc nte
Do peque no •·e · pond• ~ nt e,
Falia m e igo c •·adia n te :
- " Dá.-mt:: o te u mappa , m e u fil h o :
" Q ueJ'O uma nota, d e b•·ilho ,
Lança•· ahi ... ue m f1· i an te I "

- " O mappa ? " (e m viv a efl'u üo,


O m e nino commovido,
Fitando o m esu·e qu e rido,
Leva a o p e ito a t l'e mula m ãu ... \
.. Do m e u B•·azil a do •·ado,
u O mappa j;i ':;tá g l'avado ,
.. Bem aqui .. . n o c ol'ação! .. . "

Esludae, pois, ~o m amot· e cnlhusiasmo, pol'qu e a


lnslt·u cção é o mais nobl'e, efllcaz e edificanl meio de
bem conhecet·des e bem senlil'd c ·a Palria.
Capitulo 11
Territorio e população.

l·: nga. ta lo, co mo uma


pr cio-.: a pcrola, na .\ me-
rica do ' ui, no · ~o que-
ri do l::ll'azil abrnng·c U ll t
\'t t Li ssi111 0 L l'l'ilorio, mu i:
•111 menos quiYa lcnl ó.
de ·in1a qu inla pal'le de
toda a A1 11 r ica , cpl 11-
triona l c 1n ri diona l ,
t·ept·e cnl;_lndo qua ·i u >

metad e d' La.


E i. a ,. Iação em q u
e acha co m o demai s
"l
j)aize · amct·i ·a no , x-
ccpluand o o Ca nadá c a
Un ião Nol'l -Am eri ca na :
c
..
1"1 1\ I"PA

AM[RICA 00

' upel'ficie

Brazil 8 .525.055 kil om ctt·o · q uii ck ados


Argen.tina 2. 835.970 ·
~11e:-.:ico . '1.945.000
BoLivia . t.2!l7 .000
1 ene.:uela ·J :137-665
P e1·ü. ·J .060.46U
CoLombia. 830.700
Equ.ado r. G5o.oas J)
i'\ O. 'S A PATR IA

Ch ile . 660.000 kilomelt·og q uatl rad o~ .


G uyanas. 460.000
P ai'Ct[) uay 278.!)20
· Ul'uguay. ·186.920 ))
J.Vic:al'ag tw ·[3;3.800
Antilhas . [ ~)0.000 ))

G uate m.ala ·[2:1.'J.1 o


H onduras . ·t20.!J.00 ))

Cuba . ·I':W.OOO
Co. ta Rica 5 1.160
S . Salvado!' . ·18.720 ))

De nor·le a su t", mede o Bt'azi l IL3·I!) ki lomC'I ms : d c


lés le tl oé ·te, 4.3 10 kilom lt'o-.
Sllpet·iot'CS ao Brazil em xl ensuo Let'l'ilorial, co nl<llll-se
npenas - n Sibel'ia, na A ·ia , co m uma ·uperl iciC' de
·16.000.000 de l\i ls. qs., perl ence nlc á R ussia; a 'hina,
com '1 2.000.000 Lambem nn Asia; o Canadá , medi ndo
9.000.000 , co lonia ela Ingla lerm, na Am erica do Nort e.
Um li gcit·o co nft·onlo cnl.t'e o Bt·azil e dif'fer·enl.es paiz ~
da Et11·opa, a pn t·Le do mund o onde o pL'Og"l'esso c n civi li-
saçt'lo Lêm lido maiot: dese twolYimenlo, dat·-Yo ·-ü 11111a
icléa approximacln do qu e poderá Yit· a se t' ainda nossa
querida 'Palt·ia, quand o co nla t· uma população pt·opor-
cional á Yasliduo de seu Lel'l'ilot·io, ao qual a nalur zn
confiou as mais pt'Odi giosas t'iquezas.
Su pcrfl cic
P aizes (sem• incluir as co lonia ·) : em kil. q. Popula çüo

Russia 5.800.000 '1'1 5.000.000


Auslria- Hun.g t·ia 680.000 44..000.00Q..
F t'<ll1 ÇH . 528.800 38.000.000
Allema nha 540.000 52.000.000
l ng-laleera 315.000 40.000.000
Ilalia . 287.000 3·1.000.000
Po t·Lugal 92.'100 5.000.000
PATHIA . FAi\JILIA E l·:::;C6LA lá

Supo.;r fi ci e
l' ai ze~ ( ~<:In inclui1· :t. colonia ) : Crt l k il. qu ad . P opu l~~·ão

: UI.._' ,:;t. 4'1.400 3.000.000 .


Scrvi:t. tS.OOO 2.000.000
Holla nd n . 33 .000 5.000.000
B J ~·i c a 20.'tGO G.OOO.OOO
.;~0 'L iliü :J!l l .000.000
O Hr:tzil c·, poi. , pouC'o tt lCIJOl' du qu e lodn a Eu t·opa,
que, l'O Jn us dell1ni s paizcs n:io eilados " ·i ma , co nta a penas
Ç) .9':28. 81'i:) kil s. q. . de supcrficie.
Da c:o m1 <11'<1(/lO J'c ila . ob ..en ·a-:-.. , porlanlo , l[U a á t•ea
<IC ·upad a pelo Brazil pocl ' I'Ía t:Oillporln r, ma is ou menos ,
a xl<'m·<io lcni lo ria l do · paizc•,· r ·l'crido: , ou, t·cla livn-
llt nit' :1 cada um d'cllc · : -- mai b el e un1a vez n R u ·sia ,
cl oz v •z •s , a \ u. tria-ll un gri a ; tjl!Í itzc, n Ft·nn ça ;
CjiJÍ nz , n Ali mnn hn ; vin lc c seis, a l ngl:il J'l'a; vinte
oilo, a ltalia; oite nta c nove, Portuga l ; ce nt o c sesse nta
c novt', n Sc1·via ; cl uz 11las c c· in co nt a e Jllll i1, a Hollancl a;
d uzcJ!las c oilc111 a c uma , a Bclgica.
\nl a · ob ·cr·va çõl!s fcila ·, poi ·, o Bt·nzil, que conln
a pená · 26 milhõe. de hnbilnnlc , pod t·i a co mpol'la t· uma
' populaçüo co tT s1onclonlc ao tola I ela d Lodo· os paizes
cita do_., equivalente a Lt·ezenlos c quarenta e um milhões
de habi t·:111Le .
Ma ior populaçúo. pod ct'Ía a i nela se1· a pul'i1cla , faz endo-se
·O cal culo companüivo de ha bitantes pot· exlensúo kil ome-
lt·i ca co m P ol'lugal, pot· exernplo, onde ha cincoenla hab i-
tante par·a cada kil omett·o qunclead o, obtendo-se assim
r pat·a o Bt·azi l o elevado lota i de qunlroeentos e quinze
milh ões, Lrezenlos e sessenta e um mi l habita ntes !
Num t'O ni ncla ' mais elevat.l o a hnl'-se-ia, sommando-se
lan la · vezes a populaç<io do lmpct·io Allemão étuantas o
Bt·azi l o compo rl ~ · em exlcnsüo letTiloria l ..,-- guinze
vezes -, o qu e dana um t'esultad o ele selécent.os e oitenta
. milhõc. el e habilan les !
16 ~ (). ' :SA PATHI.\

:::;i fizct·m os co m o Heino da Hclr-;·it;a, rclntiv;ltll cnl · ~~


paiz mais povoado na I~ uropn, o me. mo ca l ·ulo rom pa-
t•atiYO qu e co m o Hcin o de Pot·lug·al. Yc t·cnto qlt(',
havendo n'aquell c duzentos c qui nze haiJ ilnntc p;1t'u en fia
kilomett·o quatlt·nd o, poderi a a popu laçii o do 8razil <'1 (•-
Ya r-se a um bilh ão cteco nlos 1' oit cnt n r ;;('i. tnil ltêw>:
·incoenla c um mi l oitocentos c ;; ' il' nla hnl itan t •;; , i'-'Lo (·.
mni s do que a população ca l ' uln la pa ra todo o ntutulo.
Não é, pot·ém, pos ·ivcl ch gnt· a tal xlremo, ttcm d .,. ,_
mos me mo desejae para o Brazil um a popul<l(:<tO ('gun l
ü do calcul o co mpat·ntivo co m Portu gal , poi s <I luctêt 1)('h
"i da c lo1'11 a ria mui lo di rtici I.
Demais, o progrcs o c o ngrand ciment o do" pniZl'"
não estão na t·azão di t·ec la do num ero de habilant s, ttt;l:
na. condições clima lcri cas c soGia c , l'crtili dacl c do olo, <'IL'.
O lmpe r·i o,Chincz, por· xemplo, com uma ;, upcd i ·ic tiL·
doze milhões de kilometros qu ncl racl o ·c. uma popula(:ÜO d
quatrocentos milhões el e habitantes, é, relntiYêlln nt , um
paiz ainda muito alrazacl o ; ao pn. ·o qu e a Hcpub lic;t
Suis. a , com quarcnta .e um mil e quatrocent os kil omctrn>:
quadt·ados el e supel'ficie, poYoad o. ·por lrcs milh õ '-' d(•
habi tantes, podencl.o se t· co mportnda pot· aq ucllc I m per i
- clu::;entas e oitenta e llOVe oe::;es - r Yi\'C tra nquiJI;1, I' -
liz, progredindo incessan tement e .
.. \ o Bt·azil, palz noYO c riqui im o, aind a nüo CO I1\'C-
nientemente explorncl o em qu alqu er elos ramos ela actiYi-
clacle humana, basta ria la IYcz um a população laborio>:n.
egual á dos Estado -Unido. da :-\ mcri ca do :'-l o rl
oitenta milhões de habitan te>:.
,.

Capitulo íH

Limite s e froutei ·as.

Dr·11 zil c. lá siluarlo ,,a pa l'l c cnn is oricnln l dn Ame -


r:ca do Sul , lcnrl por limites : no ;w ·Lu, ~1 s ;u yn nns
F'r:111 · zn, 1-I oll;tnd cza c Jnf.\1 ·z:r ' (l f; 1'\.cpu!Jii c;L ele V n c-
zu eln c , lnmbin; no oc;~le c surloéslc , as H publica elo
P •r·ú , do 1-.qtt:Hlo i', dn BoliYia, dil J.:Ja rag ua~· .\r·g-e n lina :
ao ·nl , a Ht'p uhlicn dc1 UI'U gtrê y ; <lO suclésL , lés lc c 1101'-
ck,tc . n Occan llnnlic.:o .
s !'rontci t·as do Brn zil c.:Otll o:· prtiz . qu o cei'C::un jri
c lEio qua: i lorl,ls fh:<lda., c a pr·opo~-:to rcl'cti J'- 110 - mo:
a r >conl cs <tl' 11tc ·im n los .
A:signa do em G d Novem! J'O de ·190 1 um LJ'ataelo el e
arbitram nlo co m a Iw··lul rra, pa 1·n a solu ção dn dú\ i-
elas exi stentes com ,. ln çào ao. limi tes do B1·azil com a
Gu ;·{a nn lnglczn, foi sco lh ido Arbitro o Rei ela 'Jtalia .
Advogado 11 0 o direito p ranLc csL pelo De. J oaquim
Nnbu co, qr1 q ü no su cn usa dedi cou Lodo o vigoe ele seu
Lalcnl o c pal.ri oli, nr o, esc1·cv nel o a pt·oposilo gt·ande
num ero el e volume , docum cnlaclos, resolveu, com ludo, o
\I'IJilm dividir enLI'C o· dois pnizcs o lenilorio cl ispuLado.
dcle t·min a nd o a. im o· limites : ·
A fr·onteir·a entre a Guyana· Ingl eza e o Br·azil fica fixada pela
linha que par·te do monte Yakontiput, co ntinúa em direcçã.o occi-
de n tal ao da bacia à nascente do Yr·eng (Mahú), desce pelo cut'so
d'este rio até á. sua confiuencia com o Takutú, segue o cursó do
Takutú até á sua nascente, onde ella se junta com a linha de
fr'onteir'a estabelecida pela declaraçiio annexada ao tratado de
arbitramento con cluído em Londres pelas altas Potencias con-
tractantes interessadas·, em 6 de Novembro de 1901. Em virtude

18 NOSSA PATRIA

d'essa. declat•açrw, toda essa pat·te da zon a em li tíg io, ja ce nte a


lé stc da linha de fl'onteir·a pe r·tc nce t•à à Gl'ií-Bretanha c toda a
parte qu e es tá a oéste pertencer·á ao Braz i!. A l'r·on te ira ao longo
dos rios Yreng (Mahú) e TaJmtú fi ca fixada pelo thalweg c ·s,;cs
rios sel'iio aber·tos ,á livre- Aavegação dos doi - Es tad o!'i q ue a mar·
géam. Quando os r·iosse divid e m em divc r·sos br·aços, 11 l't•o nl!•it•a
seguirá o thalweg elo br·aço mais occid c n ta l.
Esta. deci. tio lcm a dala de 6 ele Junho de HlU't.
Quanto á Boli via, Ve1·.:ava a qu estão ..:o bl'l: o ,·;t.'- lo c
1·iquissimo tcrritorio do Acre, hRbitado por lmlzil t·iro", c
onde, depois de diver os in cidente , rcb nl ou pmh- t·o;:;t
rcvolu cão co nli'a o . Governo 13nli\' iano, qtte para ;:] li
cnviá1·a uma expedição milit a r. ·
\ revolução, challatla por Placido de CR. tro, l.I·i uittplt ou,
I·epcllindo uquella forças .
Sobre o assurnplo , enlnhnla ra1t1-se
negociaçõe cliplorn a ti cas enlrr' os Go-
veJ·no B1·azileiro e Boli\'iano, as qnae ,
em breve, fôram embai·u ç:adn s pel<1
I'esolução elo President da Boli vi a,
General P a nd o, el e clir·i gir-.-e pa ra o
tenitorio disputad o ci i'I·entc de umn
egunda expedi(;'ão.
Placido de Castro.
I<:ntão, o Minist1·o do Exterior, BMàO
rio Rio Branco, em nome do Govem o Brazileiro, end c-
t·eço u ao Boliviano, pelo telegTapho, por· in.te1·medio de
nosso rcpre entante diplomatico em La-Paz, em 3 de
Fevet·eii·o ele '190J, uma nota diplomati ca , garan tind o- a
com movimento de força, lambem.
Os pa1·tidarios de Placiclq de Cas tt·o, e ntt·etanto, já
haviam infligido, em 24 el e .Janeiro, nova del'l·ota ri
segunrla expedição boliviana. .
Guamecida a fronteira b1·azileim em Malto-Gr·osso,
l'ecebell, então, o :Ministro bt·azileiro em L a-Pa::; aucto-
t'i7.açào pal'a firmai' com o Govemo ela Bolivia , no dia
2'1 de Março de '1903, um accôrdo provisot·io , elo qual
t·esul tou a occupa çào militar do Bt·azil no Lel'l'itot·io e o
LIMITE ' E FRONTEIRA .' ' 19

cnl a l ola mcnto ele n cgoc i a ~~õ •s clipl o nwti c::~ ~, para a solução
nmi ga vcl da p nd ncia.
8s a occupa ção foi cff clun lo no dia.3 de Abeil do
mes ll10 anno pelo c··cn •ra l Olyrnpio ufl Si l eira, qu e assumiu
na me mtt daltl a admini stt·aç~tO pt·oyi soriu elo lenitorio.
A. nec.·ocia çõ : d ipl o ma l i c a ~ deram 0111 J·esttllado o lea-
tado , chamado de P f' tropoli , tt~signad o em ·17 dq No-
vembro de '19m3 p •los i\ l i ni ~ lt·o.- Brnzil ciro s ~tll'fio I? Rio
IJ rttlt co e Dr. Assis J:: razil c pelo. BoliYi ' no r ;ua ha la ·
Pi n iIla, . m vi l'lucl C' cl o [ U:\ l I'Mn 111 ll cf1n iLiY<'l mcn Ic f1 xncl os
ns litni lr:~ do Dt•azil com a l oliviu.
I ot· esse I ral ado, a UoliYia ruconhccuu n . ou I'<'l nia
})l'nzil ' ira ~ohrc I) lC'ITi lo 1·io f' Onlcs tad , '142.900 kil omc-
LI'OS q u ackt do~ , ccrl cu ao J n tzil 11ma Ltt·ga riquíssima
l'aixa ti • L<• t•t·a boliYia tw , de 48 :100 l'il m tt·o. quadrados ,
mccl canle a l;:;·m1 ta. p qu cnt1 S con e ssõcs lcrriloria cs e uma
(jomp nsa(;üo pcCLtnia ria, cêrc:a de Yintc c ci nco mil .
conto el e rúi , lcslin;lcl os ü con ~ trucç5o ele estradas de
fet'l'O c outr . melh ornmcnto. qu e in lirect.am ente nos
se r·iam aind a va ntaj osos, augmcnta nd o o Lt·áfcgo de nossa
pt·ojectacla e. trada el e fe iTO Nladeira-Ma moNJ.
Assim, o Br·ozil inco rpot·ou ao seu vastí ssimo patrimonio
um terrilot·io mais extenso qu e o ele qualquer el os Estados
do .catá, 1\i o G1·ancl elo Norte, Paro.hyba, P ernambu co ,
Aln g-ôas, t·gipe. E pit·ito anlo, Hi o ele Janeit·o e Sa nta
Catharina, tetrilOl' io qu e pl'ocluz I'Cnda a rmual superiot· n
de 'mais de metade elo vinte Estados. da Uniáo.

>i<
**
Healizaclo o tratado ele . P ett·opotis, a Hepublica do
·P erú iniciou actos. ele hos tilidade co ntra o Brazil, preten-
dendo ga t·antir direitos que julgava feridos.
Assim, fot·ças pei'Uanas causar·am no Pw' ús pt·ejuizos a
negociantes brazileit·os, e, em Abril de '190!.~-, na fóz do
t·io Amonea e suas vizinhan<.,:as, ·130 homens apoderaram-
se de alguns set·ingaes· de nossos palricibs.


20 NOSSA PATRIA

Em 22 de Junho, nova fo,·çn desembar·cnva nn fóz elo


1·io Chandless, a rvo rando al li o pavilhão p ruan .
A população bn1zilei ra lcYa n lou- e n tão, c, ·hcfi nda
po1· Jo é Fc1'l'eira ele \1·aujo J o · Cardoso Ho ·: a,
repelliu o inva ore. , Ji cnnd o pri ionci-ro o co mmi:-. <:ll'io
penwno J o1·ge Bai'I'ello c mais de 50 hom n::;. .
O GoYcrno B1·azi leiro .. ·arnnliu u, s front ei ras, c' , re ..la-
belccida a ord em , fÕI'am inicia la s p1·o mptnm rlllr ne~·o ­
ciações · cliplomal i cn , que tiveram ~c u le rmo c m l ~)09,
hom·osa menl e para ambo~ o pa i z - ~. r ulla nd o d'nh i a
fixa ção cl efinili,·a ele fronteira s cnlr n 8 1·azil e o l'PI' i'L
Ao mesmo tempo, o Co ng·1·c . o Brnilcii 'O apjli'O\"IYH u1n
Iralado f11·macl o enlrc o B1·nzi l e a R publi ca do l'ug·uay,
l'ecl.ificanclo o re: peclivos limites, o que co n lilniu pn1·a
nós um'vel·clacleiro I ad r·ão de s·lori a interna ·iOIIõll. rir qu
e nconl 1 'a1·ei ~ cl cl<·tlhnd n n.oli ·ia no cap itulo XIX .

*
* *
Duns br·ilhanles vi clorins losTou ninda nosso amn do
Brazil, r esolvendo, 1or· meio el e arbilram c11LO, p nd ncias
. ccula r·c - col11 a Hepublica Arge ntina, , ob re o' ICI'I'i-
lorio denominado Jl!fissões ; - com a Fra nça , a rc. peilo
do ler1·itori o el o Antapá .
F ôr'am Arbitro - na p1·im irn, o
Presid ente do E: lndos - Unid o ela
Am rica do No1·te, C rOYCI' CleY !anel,
qu e a I'C oh·cu em 5 ele F cvcrciro de
·1895;- na s -guncla , o Con olho Fe-
deral Suisso , cuja el ' i:ào L m a d ala
rl 'lo el e Dezcmbt·o ele '1900.
Em amba as ca u as , a clcmon tr·a -
lla nlo do llio llrnnco. ção elo clir ilos brazil ir·o. ficou a
cargo da compcle ncia e do pa ll'iotismo
· do Dt·. José Mat·ia da Siha I at·anho , Bat·ão do Rio
Branco.
Ministro Plenipulenciario pet·anle os A rbitt·os 1:etét·ido~ ·
'
LIMITE · E FR ONTE IRA 21 ·

em mi ssão . peci<ll, o b ncmcriLo brazil cii'O não poupou


de v los, co n egui n lo re tiluir á e: Lr mcciclu P a Lria dois
grandes ri c;o L r i·it ori os ( 1) .
Não p I'cl I' mo. ens j de ,·o, r •!alar factos , que e
pr nd m n c . e. a ·onlccimcnlos g! ri osos.
F oi um nf'Lo i1nponenL a cnLJ·rga do lau d do Prcsi-
dcnlc Clcvr lan cl , ac· , c:t do lití gio dns "1Jissür>s .
A · rcmonia rea lizou-se em \ : a. hing tnn . nc pn la cio do
p ,, si lente dos E lados- 1 idos. 1-'or f.<ll'ic cl'csle, ncha -
Yam-sr prt' entes :1!. Grc: hD.ui, cncta ri d' Es l:tclo, e
. I. hl, su l -, CCI'C' lario .
I1epubli ca ,\ rgcnliua es ta ·a ! ' prescnlacl a por ·eu
En vi lo F::draorclina rio c l.\Ii nisti'O P l nipolenciario, IH'.
Zcbalos , e o ec!'Cla1·io cl 'c. Lo, ni' . . L\Ydle.
Brazil cslaYa prcsenl nas pessoas do !\lini::;lro Ba rão
do !tio B1'anco e dos ni'S . G ncra l Dionizi Ce rqueira ,
Alm irade C uilhobel, !>omicio da G11111 ~ , Domi ngos OlJ;m-
pio, lynlho de ?\J agalha s n au! Pa i'::lflhos e Raul
\maral.
· O nr. GI'esha m annun ciou qu e o I residente Clevelancl
pi'onun ciá i'a eu laud o, pei'gunla nclo, ém s guida, aos
Envi ados da: dua · açõe se deseja vam ouvi!' a leitura
do mesmo .
O Mini LI'O bn1 zil eiro declarou qu e era d ispensavel,
accrescenla ndo o DI'gentino ba La r que fôsse dilo a favor·
ele qu em fõra o pleito r·esolviclo. .
O Snr . Uh!, enlào , por ord em elo nr. Gresh·a m, decla-
I'O U solemn mente: «.Senhores membt•os das CommissiJes
At·gentina e Bl'aziLeira , - O P residente dos E stados- .
Unidos da rlmerica do Norte . tomando conhe,cimento

(1) O Ua1'i10 do Rio lJ1·anco, a lóm de ter firmad o, como advogado do


Bra zil, os direito d'este na ques tões ~o m a França, a Repub lica A l·-
gent ina c a Bolívia, promoveu a inda, j á l\lli nis tro <;lo Exteri01·, que
ainda é, a fixaçáo de limlles do Brazil com a Guyana Hollandeza
(tratado de 9 de Maio de 1!)01)) ; com o Equador (tJ·atad o de (j de
Maio de 190,J); com a Colombia (tratado de 21 de Abril de 1907).
22 NOSSA PATRIA

do titigio entr·e vo. sos Naçoes decidia no sentido da


pretençdo do Bra::;il. .,
O Ministro ~u·genLino, adeanlanclo-se, offe1·ecc u u mão
ao brazileii·o e pl'onunciou as seguinte palavras : « Nlil
felicitaçoes, Sw·. Nfinist1 ;9 B arão do Rio Bl'anco. ,,
EsLe , agl'adecendo a genti leza. di e que considc r:wa a.
solução do melhol' auspicio para a manut e n ~ão la paz e
b9a amizade ent!'e as duas Nações.
* * ~:
Fallemos ago1·a do antigo Co ntes tado do .1lnw prt.
Para isso, reproduziremos aqui, nos Lr cho;; rna1s
expressivos , a minuciosa noticia enviad a el a nissa , no
riwmenlo em que e decidi a a questão ('I) :
"Berna.- 1.• de Dezembro . - 10 ltot·a.s da manh;i . - A esta
hot·a. o Barão do Rio Bt·anco aclta- e no salão da. ca ·a C>n de te m
séde a Missão Especial do Bt•azil. S. Ex'. está cercado do ex-Mi-
nistro das Relações Exteriot·es, Dr. Carlos Aug usto de ·arvalho;
Encarregado de Negocios do Bmzil, na Sui sa, Dt·. J . 1VL Car·doso
de Oliveira; Secretario da Légaçiío bra.zileira. DI'. Dat·io Gal vão:
Secretario da Legação em Paris, Dr. Hyppolilo de Araujo, que
foi Secretario da Missão Rio Bt·an co; ex-Secretario da Mi ssão
Especial, actual Sect•etario da Missão e m Londt·es, Snl'. Domicio
da Gama; seu filho e Secratario, Raul P ara nhos do Ri o Bt·anco;
Luiz Cavalcante , auxiliar da Missão; engenh eiro Gonçalves To-
ca.n tins, do P ará; e. correspondente especial do Jornal do Co m-
mercio, Snr. Robet•to de Mesquita. .
Es tá arwunciado que as 11 1/2 horas os r epresentantes da
Ft•ança e do Brazil sel'ão intimados da decisão arbitral. Re ina
entre todos os pt•esentes \·crdadcira ancieda.de : os minutos
são contados ~orno hot·as.
Faltam ainda uma. hora e tt·inta. minu tos pa.m que cheg ue o
Dr. Gustavo Graffina, Secretario do D ~ partamento Político F e-
deral, portador 'do laudo ; e ntreta n to, de momen to a momento,
todos se voltam instin ctivamente para a pot•ta que dá entrada. no
salão, como si já. fósse possível a pt•esença do emin ente me nsa-
geiro.
Ninguem pode imaginar como está nervoso o Barão do Hio

(I) .Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, telegrammas transmitti -


dos pelo t•espcctivo ,cot'l'espondente. ~ Edição de 2 de DP.zembro de 1900.
:\ FRONTEIRA 23

Br·an co : S. Ex". está a lh e io a tu do que o cerca, absorto e m um


mund o d e pe n same n tos r e lati vos :'L questã o, c uj o de!"fec ho se os-
I e r'a..
Em um do.· ca ntos, ao fu nd o <.lo ~alã.o , de,.;tacu.-se um busto de
lwonze do fi n ado Visco nde do Hi o I' r' anco, c uja e .·p r·e ssão d ôce
e tr·anq uill a pa r CC' animar' a c ·pecta ti1·a ancio a, ma: co nfiante ,
de seu g lorio!>o filho ... ,,
,, Berna. 1• d e Dezcm br·o . - 'li lror·a-; c 55 mi nu tos da
m a nh ã . - Preci a me n tc <i. hora. ma rcada , 11 !ror'as e m e ia d a
ma nh ã , o I r'. Gus tavo Graffim:. in tim ou ao Bar·ão do H ió Bra nco
a .:o n ten~a a r·biL r'al. Os co nsideraarlos foewam um pequ e no vo-
lum e i m p r·csso, cscr•ipto e m a ll e mão e fr;rnr c;~.. ó hoje teve logar·
a 1·o taçiio d que r'cs ultou a c n te n (,'a. :·cn do o lau do a ssig nado
pel os nr·,.; _ \\' a lte r· H au .;;cr·, P r'esidc nte , e · . ~{ in gio r', C h a n cc lle r
d a Conf dc r'arão .
V é- C', do' te r·rn o · d'e ·ta de ci:Oão, que do -lfJO .UOO kilo mctros
quadrados r'eclam ados pe la F ran ça em 1809. ou 2CO.OOO na r é pl ica
d e :;cu r· I"'c. cntanle, em J ulho de l UOO, a1 cn ns e lla co nseg ue
cé r·ca d" 0.000. Ne m i, to me m o, pod e-se d izer·, a l"r·a nça con quista
pr'O pr·iam l' ll te, porc1uan to a lin ha de dois g r·àu '· e v inte e quatro
mi nutos da c lli'Cnção de 28 d e Ago_to de 1817 fo i semp r e con si-
de r'ada pr'o v·iso r' ia. Até Cae tano da S ilva, e m se u monum e n ta l
~rab :r.lho sobe · o Oyapoc, decla ra qu e ::;e r' ia C' XOr' b itanciao B1'azil
pre te nd e i-a.
O Dr. Geaffina c hegou ;i ca sa do Ba1'~r o do Rio Br·anco acom-
pa nhad o do Escudeiro fede r·al. A ceremonia, que se seguiu, teve
a maior sole mnidade : dir·igi11do-se ao Ba1'ii.o, o r e pt'esentante do
"i overn o F edc r'al e nteegou-lh c a nota, conte ndo a se n tença ai·bi-
tr·al, e os docum e n tos qu e a a co mpa nham. ·
O Dr' . G1' affina, muito commovido, fe licitou vivame11tc o Bar' ã o
do Hi o Br' anco, qu e, tambem mui to sen s ibilisado, agr' adeceu as
e xpressões qu e lhe e ram dir'igidas , de claran do que o Braz i! sem pre
confiou ll<t justiça e imparcialidade elo Gove rno F ederal Suisso .
Ap e nas tc l'lninou a troca cl'esses cu mprimentos, o grande pho-
nog r'apho do B a rão do Rio Branco 1'epe tiu o H y mno Brazile ir·o,
:r.panhado da celebr'e banda da Guard a. R e pL\blicana de Paris.
Todos os beazileiros peesentes abraçat'am vivamente o be ll e-
m e i'ilo compatriota, exprimindo-lh e , e m phrases r epassadas ele
commoção, o grande e nthusias mo qu e s ua vi c toria, qu e é a da
Pati'ia, despe rta em todos os corações brazileit•o ·.
Apenas foi conhecida a decisão arbitral, todos os .Ministros c x-
tJ·angeit·os a creditados e m B e rna , bem · como geande numero de
l'unccionarios suissos, fôram pessoalmente feli citar o Baeão do
Rio Br'anco. "
U ~OS A PATRlA

O Laudo Suisso, J'econhccenclo a soberania hra zilciJ·a


sob1·e e se vasto lerri lorio <[ue pocl -
ria comportar em ua upcrficie
quasi toda a F1·ança, ou o reinos da
l.lali a c ele Pol'lu n·al J'eun idos , inte-
ressava parti ulnrm en tc GP J<:s.lacl o
do Pará, vcrcl ncl ciro prolonga nw nto
cl'este. E, tcn lo ido po•· nwli \'O
iclentico ao l ~ s laclo el e Sn1 tla (:a ha-
J'i na in corporad o o T rri ~nrio d<lS
Paes de Can·alho. \}ÍSSÕe 1 aO dO ):J[l r;i !'oi ofii •ja)-
mentC nlregtl e O el o rl nw pá, po r
acto do Gov m o Fedel'a l. Era, ao tempo, Go" rfl:tdor el o
Estado o Dr. Jo é Paes el e Ca rvalho,
que lhe deu, pr·ovi Ol'iam cn te, a pri-
meira o,·o·anizaçào acl mini. tra liva bl'a -
zileil'a, em 2'1 el e Janeiro el e 190 1, so b Li
denominação A rico ry.
A primeira escóla brazi lcira foi a lli
Cl'eada pelo D1·. Augus to M nl n °'1'0,
qu e uccedéra áquelle no Govc m o m
1." de Fev c l'~ir o do mesmo anno , ca-
bendo-lhe. ainda a organizaç{ío n c s- :\ ur;u:::, Lo Mont negro.
·aria ao inicio da vida muni cipa l ( 1) .
Esta foi clefinilivnmenle cs label cicia po1· lei d 22 de
Ou tubi'O (2).

(I) Como Secretario Geral do Es tado, a c se tempo, tiv m os a honra


de s ubscrever esse decr e to de 2.5 de iVIai o de 1901 , cabe ndo-no ainda , na
s upcrinlcndencia do serviços da In l \'UCÇ~O Publica, prov id 1\CÍUI' para
a installac;úo c o funccionamento da vida csco l::Lr ah i.
(2) A lei de 22 de Outubro creou doi · municípi os : A ma pá c M onte-
rte!JI'O, attcndendo para denominaçúo d'cste á rc presentaçfto feita ao n-
g,·e~so por muitos habitantes dei antigo Conte tadn. Em 190:G, por nova
lei, fOram esses municípios reunidos com a denominação geral de Hon-
tenegro, que se mantém ainda.
Capitulo IV
N aci on alid ade braúl eira .

<:olou in df' P orl tgal pt'lo cle:--coiJrinrell l , d sele '1500 ,


d r llt"< do duran te mui los < n no.~. pei n ipalmenl porqu e
a vi las do GoY r1 10 P MLuguez sl, Yam 1i1·m m n te cl it·i-
f;'Íd a pa rn o ·omn JC !' io as ;·iquezas dfl Inclia, ficou o
13razi l nlrcgu :i pi lhng mele 11 , ,·ios x LJ'a n o·eiro · alLea hi-
lo p la ai unda ncia de - pó..t'-bl'et:::il macl irfl muit o
apt'CCiflda r d gt·flndr co1nrn er•·i .
1'<: 11 J:-01, com, nclró ('";onç;l-lhcs, c em '1003 com GOI I-
çal o :o Ih . vieram ao Br<t:~.i l ])('qu e nu~ :pcdi ções p rlu-
gu za , em r ' sul lado.· pt·ali co ~ pa t'a a coloni ·ação.
A p rim · i 1·a co loni a r •guiar . · foi es ta bel cicia em '1532
por l\ lar·tim Affonso d ouza. no ponto· hoj e occupaclo
p la pt·o pera idade cl . ·anta. , E Lado I S. Pa ulo, um
do podo ma t importantes · el e mai ot· comm ercio do
Brazi I.
O Yer·dad it·o plano ti coloni saçiío, porém, foi iniciado
em ·t5o4 por· D. João U I, succ OI' de D. Manoel, divi-
dind o o lilLoea i; então co nhecido, em doze .a pil.anias heJ·e-
d iLa t·ias.
X.os ee pecLiYO clonn La rio. fôram outoegaclo vastos
poderes e regalias, com n cond ição de colonisarem o paiz
manteeein o com meecio com Portugal.
I!Õl'am es.Las as Capitanias, assim doadas :
'I : S. Vicente, com 100 leguas , compeehendelldo ter-
t·as elo acl.uaes E Lados do Pat·aná e Rio ele Jan ~iro , a
Mar·Lim Affonso de Souza; ·
2.a Santo Amaro , com 80 leguas , que abrangia terras
2
26

o,
do. a ·Luac·· Eslad os el o PaJ·aná, nnla C:n lh;lriJI<~ , ~- I ':~t ll
[ ernam bu co e l arahy ba, a P cro Lo pf'~ df' Sn11Za :
:l.' Perna mbuc o, co m GO lrg-uas , ~ ilt i ; l(la (' l ll p;11·1r· dn
· nct.u<l l I ~ lad o do P crnam bm:o c 110 de .\l n g<i;1 ~, ;1 IJJJai·Lc
Coelh o P orei ru;

C:d ixt o (S. Pa ulo)


Fnn<lat;ftn rio S. V icent e. Qu ad ro (!(· Br·nc:d i ln

<l ~i
;, _a Espir ito Santo , cu m 50 l cs· uu~, occupand o C(ll
lodo o aclua l Estado do E. pirilo Santo , n Va. co l•'cm andcs
Coutinho ; '
G! Porto Segur o , ·om 50 lcgu'a . , c·m I ' IT<I S a o~ ~~~ el
o
aclunl Estudo da Bahia , a Pero d Campo ~ Touri1 1h o ·
G.' Ilheu s, com 50 I C'gua ~, em lCITiLo rio elo aclua l Es-
tudo ela Bahi a, a J OI'gc de .Piguc ir el o Col'l'ó a;
1.", 8." e 9! Mara nhão , co1n 115 leg·ua. , m lrcs por-
çóes, a J oão d Bano ~. Pe1'1iàn ,\h·are~ ri o ,\ nclracl o ('
Ay1·es clu Cunha ;
t O.' Ceará , co111 !tO I guas , a .\ n Lon io Cnrcl o.-o el e Ba n os :
'l 'l ." Parah yba do Sul, co m 30 lcgua s, exlend en lo-.
c
em pa rte dos aclu ucs Estado s do Hio de J<1nci! 'O o E. pi1·it.o
Sa nt.o, a P oro Gomes da Sih·ei1 ·a:
'12.' Bahia de Todo s os ·Sant os, co m ;)o leguas , coll1-
:\A 1 ()~ .\I . ID ADI ·: BRAZILI•: II tA

P''ch ·11dendo parto do aclu al !.!:.stado da BÚ hi a c o acLual


K !:=~d o dL' :-;L: rgip ' , a 1•' ,·;.1!1 ci:-;c·.o P ·rc•ira Co uLÍ11hO.
!\!;io prodiiZilldOo s ~rs t ma co! ni. aclor o exil o d ·. ojado,
lan lo ma i · qu<.ll lLO, li::;'Lanciad o ·da m •tt·opol ' , aln·uns dona-
l<.ll'ÍO· anin hav;tlll icl éns r1 in . uiJIIJ Í:-;.-;;lo e t: dYez de ind e-
pcndcncia, ré ·o!v ' U i) . .Joúo lll, ' 111 !31\), C tabelccer Ulll
Covc rno ( ; : ral, diJ'oc lat ~lCn Lc SII ÍIMd in aclo a l or Lug;11. Eea
seu inlc nL nwnil'esL11 a "n,;L•ntrai:úo el a atH' Ioridaçle.
l•' i Tlwm ·. de :-; uza o priinei ro ;o,·et·n;tdo r nomeado,
c, pol'La nlo, o j i'Í lll •iJ'I' llLII:h!Ill <i ''' cli ,·igi u d ircclam ·nl c
o. de. Li nos cl u I 'rnzil.
p ,. •lcndc ndo-: ·mui:; Lanl c dnt· lllaio;- d s '' " lYim enl o á
colonia e lOJ'l1H l' a acr:ão aclmin islJ·a liYa mais prompla e
' l'fi c;lz nr, va slo lcr ri lorio, l'oi o i lrazi l d i vi d i ~l o ' 111 doi
Goverllos Gcrn s - no rle c sul - , c L · om séde no H.i o
cl • j a n iro, GidadL: l'nnclada por :'1 em de á, con erYando-
e a cl 'aqu L: ll nn I :alt ia , l'u11 tlada 1o r Th o m ~ el o So uzn.
DiYcrgc ncin. · e aLLriLo.· ad111ini ·traLiYO f' l1i i' C o doi ·
GoYcmad ot·c: , <.l elcnnillaram , por · m, em 'HiT7, a 1·euniao
çlos doi Governos ep1 um . ó, scn lo nOJncacl o Lomenço .
da \ ciga para o novo r o Lo.
Trcs annos mai · La rcl e, poi· morl e d D. eba ·Li<'io, na
Afr·ica, acclamnd o P hili pp LI, da !Iespan ha, Hei de Pol'-
Lu gal, com esLc pas:ou o Beazil par·a o domínio hespanhoL
O primeiro GovernadO!' Geral nomeado pela H e panha
l'oi Manoel Tell e BarTcLto, quq Lomou posse do ca1'go em
Maio ele '1 5 3 .
. Durante a dominação he ·panhola , os holland eze apo-
deraram- e de cliffercnLes pontos do Beazil , con e1·vando
a posso ele Pemambuco, Par·ahyba e Rio G1·ande elo Norl c
por mu itos annos.
Hesolvcu m '1(!06 o Governo Hespanhol 1'estabclece r
os dois .ovcmos Geracs, cabend o a. D. Diogo de Siqueil'a
Menezes a adm ini t1·açtio das Capitanias elo Nor·l.e, e as do
ui a D. f<1·anci ·co de Sou za.
Permaneceu as[-;im o B1·nzil· alé ·11140, quando do novo
28 :-.10 • A PATRL-\

voltou ao dominio ele PorLuo·al, qu co n cguiu li berta i'- . e


da He. panha, acciamando Rei o 1 uqu de Rr;lg-a ll(,:a, ob
o nome ele D. J oão 1\, em '1. de Dczcml1·o.
0

Govern aYa a esse Lempu o Brazil D. Jor ..·e dC' ~ l a ·ca-


renhas, que foi então depo lo, fo1'mando-, um;t I'C 0 cncia
composta do Bi po D. P edro el a . ilva, do Mcs lrc de Ca mpo
Luiz Barbalho e el o Pro" dor-mó i· I our n ; o d<' Hril o
Con êa .
Esta Hegencia foi substiluida, Cllt .\ go, Lo de I G'i2, 1 elo
novo Governado!' nomeado, \nloni o Tell es d a ,;il ·a .
Só em ·165!1- term inqu em pai'tc do Rr-nzil o d0111i nio
holland ez, flrm aJlcl o Poi' tu ga l com a Holl ancla U l ll lrtJ laclo
ele paz. em '1661, m vir·Lud el o qual d veria l' . lfl J'Prc h r
qualt'o milhões cl cruzado .
Não podemos deixar ele faúw aqui um a. J'C i'() re n ci::~ espe -
cial a c . c cl omini que I'epi'es .nl a .:~0 ann o de conl inu a-
da s luclas, dUI'a nlc as qua s se mu 1llc\·c "· mpr<:> m
evidencia o lendaJ'i O w1a lhia ele Al buquCI'C[U C.
Dividem no ·so hi sloJ·iaclorc. cs ·c la rgo p ri ocl o ·m
cinco epochas: -primeira, pt·im ira invasão holl an til'za .
pe1·da e reslauJ'açào ela cidade de S. ·al.vad or - 1624
a ·1625; . egunda, segunda inva ào holl and cza, penla de
Olinda e do Recife até á l'CLirada de rvra thia de \l bu-
LlUei'C[UC - '1630 a •!635; Lel'ceira, de el e •. La retirada
nlé á acclamaçào de D. João IV no Brazil- ·1635 a ·lG!d;
qu:uta, desde a reslau 1·aç~o el e Porlug·al com D. J oão lV
até á insui'rcição pem ambucana- ·l6!tl a '164 ; quinta,
desde a referida insutTei çüo a lé á capilulaçito dos hol-
lnnde7.es na ca mpina do Tab01~da - '1645 a '1654..
De alguns fa ctos cl' es~a . g1·a ndc lu cla faremos refc-
rencia em di!Tei'enl s pontos cl'esle Iiv1·o .
Sentiram-se no começo os holla ncleze receioso. , não
podendo bem firmar sua ·a ucloeidacl c ; e poi' gra11de
nu mero de conlrar·ieélacl cs e prej uií':o: chega ra 111 qu âsi a
desanimar, qt~anclo um aconlecim enlo in peracl o lhes
veiu propol'cionae grandes, vanlagen
:\ A tONA LI DADE BRA ZIL E irl i\ 29

Do rningo,· Fernund ' Calabn r, rnuilo lr nbi l e con h~ce­


dor do pai z. pu~.- tr- , em Abril de •J 6. 2, pa ra as fil eii'U.
holland ezas l' co ncluziu-<rs a reileracl n \' i ·Lo ri u
Forla l C' icl o lir ür·u onlii O o auitno elos lr olla nd ezcs , qu e
j;i dorninavn lll e nt d iffe ren l ponlos do
l;razil, . nlt ;r ;rdr nirr is lraçúo e. cla rccicl:-r
lo C:o11dr· ,\ la rll'icio I ' ~~a s au, a quenr
a lomir~<q;ao holland cza deve u inco n ~
lr ·~ lnY c lrn urrle s u Jil <\Í Or prestigio.
IJe gostoso , porém , por· , iY' rso in-
l'icl >nles, Xassau parliu pura a Eur·opa,
m l\l nio til' !üld . começando de: de
r·rrl:iu a r• rr lpallicicocc· r· rro i-3riizil a t'.-
I relia elos I!a la \'us .
F oi a l'~:-c lt·mpo qu •, r·ongr •ga ndn
r·lvn tt:t du,.,, sur·~iu , lr· rrt ru:,a, a in ~ IIJ'I'Cir: ao 1 r•rna111hucan:-r .
sa licn la rrdo-s •. cr rlrü vulros, .\ndr·(· Yidn l de .\ egTeiro: ,
J oão l•'r•r·n andes \ ir ir·a, Ph ilippc Can ra1·ao ' 11 •neiqu
])i;l S. .
. 'o l'fr nd o o h ll a nd ·zes co n ·lanlc. rC\' . z • , ·apilula-
r<~n r , fin alm nle, •m 26 I Ja neiro lc 16 4, <1s. igna ndo o
rc peclivo Gene ra l, Scg-i. rn undo von
Scopp, a a la na Campina do Tabot·la,
em fr· 11 l ao l'orl · dns inca Ponto ,
q11e l'ór'a a la ca do por ida ! de N gr·ciro. .
Li b rlaclo do holl ancl ze , leve Por-
tugal 110\' ::t: lucla no ui do B r·nzil
com o he pa nhóe , em '1680, a pt·opo-
silo da fun da ção da Colonia do Sacl'a-
mento, lu cla qu e, period icame nle, . 6
pt•o]ongou d U I' a n lO TTl..UÍ lOS an nOS. Fernando~ Vicir·a.
Os fr·ancezes, [U · muilas investida:
j á havia m feito em diffcl'enLes ponlos, la mbe m procura-
t·am apodei'il J'-se do Hi o ele J a neil'o.
P ara i . o D uclerc a lli de emba rcou <1 fr nle de '1000
homens , vendo- e obl'i gaclo , porém, dcpoi de algumas
2.
:\ l) . ·. '.\ P .\ TI'l l.\

pet·ipecias, a · n tre()'a r- ·e pt·isioneir o com 'mni (jl)O t·nm-


panhei t·os.
Inten tou então o Almira nte l'rancez 1: ·nnlc> I lt t(-;' un ~' ­
Troui n Yin ga r a derrota de seu ·omp<Jl riota.
Veiu ao Hi o de Janei ro, em ~ lembro d e l/ li , cum
· uma esquadra ele ·J I naYio , desembar ca ndo .K00 lw nH' It ,
0

que se apocleearam da cidade. T · mend o, pot'('ltt , a ,. <H;-


\<fÍO, que se prepat·ava , bu cou tira r da mprcza <tp nas
· luct·o materiae , conseguin d o qu e , dent ro el e pouco. dia ,
lhe pagassem GIO.OOO cr uzad o ·, 100 caixa cl :>s,.,uc:lt',
200 bois, e retirou-se em . guicla p<11'a n Fra n ~::t.
Sob o rein ado ele D. José I, eu podc ros ,\ l in islro ::1c-
b<1s ldto José de· Ca rvalho e i\ lell u, .\Lt r 111 z d(' Pombal,
gt·andes ·e,·viço pt·e tou ao Brnzi l. leva ndo-o li H'.· tno m
·J763 á ca le<··ori a de \ ice-Heino. Data cl'alti a lransl'eren ci:t
definitiva da Ca pitnl do I t'tll.il para o Ri o ele J atwirn.
O primeiro \ ice-Rei l'o i D. Anto nio .\IYilre da !:unlta,
Conde da Cun hu. ·
lcléas ele ind epenclencin iam j ú por se l mpo 111inanclo
n alma bntzi lei t·a, e em 1789, no rein:tcl o d D . .\l aria I ,
roi sufTocacla a planejnd:-t rev o lu ~::1o C l ll Mina Ge raes ,
conhecida na h i lo ri a por - Jw·onjlrl/> 111·io Nli11ei, ·r, - .
que se cles tinaY:t á p roc l anw ~ :'l o ela Hep uhli c;L
C:ondemn ados ú tno rlc os co nspiracl o-
·res. denu n ·iaclo 10 1· Ut tt ·uppo lo am igo,
o Cot·onel Joaquim Sil vet·io dos I ~ is.
l'o i a pena ·ommt tlacla para degredo na
·u la da Al't·ica, á ex ep ~ üo ela de Joa-
qui m Jo é da Si lva Xav ier, cognominacl o
- TitYtdentes -, qu ubiu á roecu, no
Plio ele Ja neiro, em 2·1 de Abr·il de ·17l::i9,
pot· et' co nside ra lo o ·hefe da co ns pi-
Ti•·'"' •Hc'. 1·ação.
Excepluad o Clallclio 1\'Ia uoel da Costa.
que su su icidou na pt·isõ.0, os dema is , enlt·e o qur1 es o
Desem bal'gad ol' Thomaz nlon io Gonzaga, o Cot'O tt el
;\A CI () :\A LI 0 i\ 0 1·: !IH A í'. LI .I·: li tf\ 31

l gna cio Jo é cl é Al.vaJ'CIIg::l Pei xo to e o T enenl e Coronel


F'1·a n i t'o cl l)aul a Frei 1· cl \.11 d r acl e, eguiram ca -
Jllinh o lo de 1 n o , clt.: on d • P'' IICns r g r·o ·;11'<11 11.
\ in ci C' pt' JJd t• ncia do I :raz i l , l' ltlr CL<t ltlv, 11 au-poderi u de-
Jil fl l'll l' mu ilo, <' Ll l ll !'a clo Íll t'S [lCI'il rln i'<·l - <t appi'O:-<imnr-se.
l\a pok i'io I , l nqw radn r d;t F r rt llÇ.n ,
l l1 ill lf Lll', i llY<tdir 1 O i' l ll ~-','itl <'11 180/ ,
rl c l<·l'lllÍ JWJlllo isso q tl e ,, <'J l lào [JJ'in-
·ip<! l t<•g ' Jill', em Jlfl ll l<; dt• U . .\ la ri a l ,
q ue <' JdULH ILil'CeJ·tt , c nw is lar dt• , por
Jll (JJ'I n d 'csL:l , r•m i\ 1<.1 1\ 0 d ' J ,' [(), llei
D. Jnüo \I , c r PI'u gia ·sl' l' O i ll a Cól'le
110 L r aztl , ;1purln ndo a JJahia t• m 2~
d ' Ja11ei rn d';l q ue l lt• Hll llfl .
t l 1i, por i JJih wnci:l de J o é el a . 'i l-
fi . J Oil O 1' 1.
,·a l .ish!la , de poi. \'i scnn dc doCa r ú ,
IJ<t i x nu a c:t l'la r égia rlí' ':.. : de Ja-
l leiro, pel a q ua l l'õr;u n 1'1·anqu <·ado· lodos o~ pol'los do
Braz il :10 co mJli Or r;io x.Lrnn gciro .
E: lc aco nL ' CiJn CJl lo é , com l' uzúo, ger;tlm e11Lc co nsi dc-
r ad o pr illl t3iro pa o rl cc i : i vo para :1 ind ep c·n de11 ·ia do
8 1'<1 Zil. '
'\. J'<'spei Lo , ,·cri ,d e mui lo bem i !lu ·t1·e hi storiad or :
" Te 1·e usla ca r la t·égia urn a lca nce s upc rio1· a qu alquel' pl·ovi -
dc ncin pol iti c<t, a inda da 111 a i... s ubid a irnpo rtan cia, c aos desejos
c in te nçõe.· d se u pl'Op l· ios auc to J·e ~ . Impoi'-
,· lou e rn urn a ve ,·dade iJ'a 1·evolu ção, qu e abalou
lodo o edili c io : ocial da coloni·a . Mudou-lhe
os costum es. al l I'O u-lh c os habi tos, Lrans i'OI' -
mou-lh c a vida, c reou-lh e te ndencias novas c
<.:o m m uni cou-lh e as pir ações as mais ele vadas.
De u o1·ige m a um fu lu1·o imme nso, in o pinado,
de ·conh ecido . A li bcl'dade comm e r cia l, o di-
re ito de J'elacionar-se corn os povos extran-
Vi scondc de r.ayr il . g eiro , a facilidade e g yro do ti"a to, as com-
- municações me rcan tis e pessoaes que se
abJ' iam e ten de riam necessa 1·iam e nte a et•escer, p1·ogPediJ• e des-
e nvol ve i'- se , aca n elal'am consequ en cias políticas e s ociaés, gue
32 NOS. A PATR IA

não p•·evirnm na sua exte nsiio o Reg en te, a Cü•·tc c os co n ~c lheí­


ros do Pr·incipe, e que ne nhum a for ça m a is co nsec.. ui •·ia dcsn a-
turar ou r evogar. Se pa•·avam-se in te res ·cs c ncccs idad s do
Bra zil e de P o•·tugal. Desligava-se in te iram e n te a colonia da
d epe nde ncia e stijeíçào e m qu e se achava pa1·a co111 a rn t•·opole
nos míni mos negocios e nas mai- p eq u e r~as pa•·tic ula••id a d('s . Em
de!>peito de :sua co n díçü o de prov i ·o•· ia, firma\·a-:e a C11 1ancipaçâo
co mm er cía l e seria su a conseque nc ia natural, legitim;l fo r-
çada, a indepe ndenc ia polí tica dos E stados am crican s pe las
raizes yue e ntranhava m n o só lo c nos es pírito · os n oYos inte l'es-
. ses e idéas , que -e torna•·iam in e xpu gnaYei c il1\·en ' Í\·ei , ( 1) . "

Não foi, pois, sem molivo que mn 11ife lanun l'ude 11 ppo-
. içào a esse aclo os a fc1Tado · ;i n1anulençdo da ~ ~o l nni; • .
E julgamo mesmo mai .- a ·rrlado acr<' lilar que
D. J oão VI não o Leri a pra ti cado, :-oi não l'ósso " wnjunGL ut·;t
especia l em que se nco nlr·ü ra , por {U ü, t:O III O bem po li-
dei-a crilet·ioso hi LOJ'iado r, « oc ·upado o t 1Ti loriu pol:Lu-
g-uoz da EurDpa peio. cxercilos l'l'anceze ·e lduqu cados cus
portos pelas esquad ra. da 1ngla lcrra, co mo pod ria o
Brazil co ntinu a r seu omm ercio co m o Rein o privi legia-
d o ~ Por que meio J'e melleri a as producçõe de . ua ag,·i-
cullm·a, para que entrassem nos mercado qu e havia m
acostumado a a nlhcl-os e co n sum il -o :-~ Qu lomenlos
emp.reg-a ria pa t·a im porta r o obj e Lo. d indu Iria e
generos ele man ufaclura, qu e . eus povos xi g·ia m? Onde
cnconlt'a t•üJ. ·rendimentos pa ra o Estado, que ·upprisse111
os que lhe fol'l1 ecia m as Alfa ndega s pela impo rlaçáo o·
expo1·taçào ele m e rcado 1·i as~ Não I'a de mislé1· . u. LenlaJ'
a Côl'Le, o Gove1·no, a Adm inisll'açào, :o Exerci to, a Ma-
rinh a ~ Podia, por i ó, i ola da e som t elaçõo: mercan tis,
,;ubsislir a colonia? »
Pouco tempo se demorou Ú. J oão Vl na Bahia, pa r-
Lindo, em '26 de Fevm·eiro, pnrn o I tio de J aneiro, ond e
apo•·tou em 6 de Março. ·

( L ~ P ereira da S ilva. - Nistoria da Fundação do I mperio B Nt;;ileiro.


\I J\ C I(J NALIDADI': BR.AZ ILEIRA 33

D'all i, d 'Cln1·ou a gue rra aos fra ncczes dir·i giu um


manifr . lo ú Europa, cxplit;ando o acon tccim nlos.
E lnbclct;ida a si111 a ·édc da ~l o na t· ·hia po rlugueza no
I'razi l, Yiu-se o R ·i forçud o ?- cr •nr nova" ÍI !.'L iLuiç:õcs e a
nomea r III (':S IItO 111 11 .\li ni sLe rirJ, qu llw au xiliu · c na
ad m ini ..,Lr u~iil> .
lttcl lllamo- tws tnuiLu a cr~' r qu e lJ . J o;~o \'i, ul s r va t1do
11 deso nvLll 'iiiH'It lo d<t coln nia, ' LW imm n a riq u za c os

:illos Icslino. 1u a ugua rd aY:1m, al'nlen lüra a icléa de


fixa r dcfin il i,·<llll 1 l • 110 Ut·azil a. 'd du .\ lonan.:hi t1, ou
de: pt·epan11' I n1r nLos proprir·s p<tra a po::.sihil idade da
l'u nda çüo de nm n vo l1npcrio, dl'<tlll !' da.· i léa. ele in cJ e..:
[l nd ttcia qu , itllll lanattrln . ·
I nrc:celll-11 ::; prO\'US do qu e U\<l l1~' tllll0:::, . ua r crrnan cn-
l'itt no l{io h> Ja11 eiro, es tando ja 1 ortun·a l libert ado da
rln minaç;Jn 1't·anceza, em 1 ~10, a dvs1, il o cln 111'0me a fot'-
lti::t l, qu , fi zera, de regr' sa r a Europa l o<r 1 qu a paz
fô se ü la l)l•! ·icln; o lccre lo cl I() do Dezemb ro de '18·15,
eleva nd o o l) razi l ü ca l-gwia cl • llcin o Uni do a Portuga l
Alga,rves; l' ainda a d cla ração lo Lecanlal' a vo~ do
eio do novo h npcrio que io .fu11dar, no man ifes to de
ruet' ra di ri gid o ao. fran c zes.
O· ciumos, p ,< m, jü xislenles em Portugal pela pe1'-
1na nencia el o l,ei no Brazil , pt'Od uzit'am alli <~ J'evolução
de '1820, co tn intuit os de adoptar-so uma ConsliLuição.
Esse aco ntecimento echoo u de diversos modos no Rntzil,
com exa llaÇõ s pai'Liclai' ia em a lgu ns pontos, exigin do,
em 26 de Fevet·eiro de ·J 2'1, a Lt·opa portti gueza, reunida
no lal'go do Rocio, que fõsse jurada no Rio de J a neii'O a
Co nsl.il.uiçào 1ue as Côt·tes lusitanas ve lassem.
D. João, Lemcn lo nalut·a lmen le mai séria co mpli-
cações, accedeu .
As CMle de Lisbõa lançaram enlão qm manifesto, que
provocou o enlhu:iasmo do_s porlugueze , a nciosos pelo
t'egt'Csso elo Hei,. Ycndo-se es le fol'çado a assignar o
decreto de 7 de Março, onde fez a €1cclaJ·ação solemne ele
--
••!!
~

volta I' a P o.·Lugn l, d -ixnnclo. ou filho n. P ed 1'0 enca iT gado


da regencin do Rein o elo Bnu~i l'.
Eslava del.ei·min acln po r es. e I mpo a P (' i(:úu para
Dcpulados b•·azil ei•·os ois C 1i l'le~ pn•·l.u guezas, dcw 11do o
l)I'OCesso ser regulad o, em J'nlla de· di:::posiçõ s cs p(' ·iaes,
pela Cons liluiçüo hcsp<1 11holit. Cre. cia, cnlre lnnl ••, ;1 agi-
laçáo enL•·c os adeptos el e dilTcrL' IIIcs ca usas , e rC' IIJidos os
eleilol'es na Praça do Convnerr.:io , dupoi de 1ca liw cl n a
eleição pa •·ochi a l, ouviram a leilll ra do d.::c1·(·(1, que
in vestia D. Ped •·o na l'egen cin do llein o.
Tom ou-se a I'Cuniüo ln mul tu nri a , ma n l<lll lo- ·c i1il inwr
D. J o<'ín \I a nd opln•· ri sele logo n Conslilui (;ao l:c: pa -
nholn. ·
O Rei accedeu mais uma vez é'i nova impo içCw .
, ·P .·oseguia, enlreln nlo, a asscmbléa em sua resn lu ç·ões
reYolucionaria :, qua ndo foi iiiOpi naclnm cnLn <I lacada peln
L•·opa po•· tu guezn, que a di ·per:::ou, vieli111:111do I nu i l;l~
pessoas.
Aproveilou , enl üo, o Rei o LeiTO r prod uzi do 11<1 pop u-
lação, e annulla ndo as medida s que fór'a antes obri y;ado
a admillir, co nfirm ou a reg·encia el e D. Pcd•·o c nr11 neo u
um noYo Minisle•·io.
Em segui da, clii·igiu proclama çõe: ao povo e I'elirou-sc
pa ra bordo ela Il é'ÍO D. Joüo Vi , onde seguiu , no dia
26 de \ bril , para n l~ u •·opa .
Levava , porém, a ce•·Leza de qu e o Brazil pi'oclama rin
sua inclepende ncin .
. üo hisl oricas ns ultim as palnn as dii·igidas ao (ilho :
t< Pecl,·o, o Bra::;il b1·eventente se separw·á ele P ortu-
!Jal : si assim f àr , põe a col'àa sob1·e tua cabeça, antes
fJ ue algum aven üu'CÚ'o la//(.:e müo cl'eLla. >>
Não fnllara m ao Prihcipe d imculcla<.les no mel in cl•·oso
poslo,· pois sendo o pl'incipa l empenho da t•evoluçã.o
de ·1820, em P ortugal, a preemii1encia d'esle, fõ ram ns
. Cô•·Les, po•· medidas reilel'acla: , procu•·ando amesquinhai' a
nu clondaclc dn P•·incipc. Chega ram mesmo n abo li•· as
~A ' I U :\ .\I,IIJ ,\ DG Hll ,\ Z ILI·: JH. ,\ 35

p i'in ~ip<l C. ins liluiçôes c rcarl:1s 11 n 13rnil c <t eh a ma1·


D. P edro n Li. búa, . n b o ft1t il pr trx lo d e apc rfeiçon r a
edu raç.üo , vi:tj alllln pela E ttrop:t .
Evid ncinr! o, c!ld illl , por lod os os
lll eÍO", P {i i'I II C pro p o~i lo tl c (' !' d (' 110 ·o
0 Br zil r•'Ü 1:t.ido :10 d r' priliH' III C 1 HJW!
d r si n pl cs colnnia , :tCl'L' Hi<' ll -. <' , dr• fl-
ll ifivn <' il'l'('\·og:t\'Pinwnf c, n id é~1 l [t:1-
lri oti ro da ind '']JCI HI neia.
;\•[ (l\' j li H' I !lO l i- SO :1 .
Í ll1 iJI'l'II S :t, Í lll ptli-
,' Í(J I1 :1 d:t por ,J naqt i Í II t ] Otl r,nl,·e:,; Lr)do
.' .
_.<-

J ;tl lllcli'Í O da Cu 11ha Dar ho:-::1, <·ll t!·t• iJ . Pedro.


nulros , l'l". nhcnciP-sC C'li\'Íiil' ;u: l.: rin-
cipt' uma r~'prt•<;t' :!laÇ':"t<• 1111 :-•'iltidn dt' n:"H • deixar o Urazil,
dcso i>cl l(•,·l·nd•t :1ssim as Cú:·t ;.; d~· L i.-dJ(l:l.
l ~nl , ·<•..:·o,_l-:: ,Jose ClrcwnlL· P\'I''Í I'H, Jl 1 t di~1 2 de J a neiro
J tl-)22: 1• t'llt 1·c · )nsla pronu nci" u D. 1 ,•dro ns seguinte:
pa IHv r a s h i sio ri cus : " Como é pru·a o úem ele todo e
j'eti ·idade gero / rio r.:ar;ão , rlir;rt rw (l ODO fJ ucji ·o. ))
\ :-;sa r •p 1· .·e nlaçúo, .-eg uiu-se outra de S. Paul o, sob
os nu: picios d J o ·é Bonifacio de An-
dradn c 'ilvn, jue p1· s lou 1·ea es se r-
viço. á cau . a da lndepe nd e ncin j un lo
a O. P d ro, no i\lini::;Ler·io co n ·tiLuid o
c• m ·16 d Jnpe iro de ·1, 22.
!\as Córlc · porluguczêl. , b·eménda
e ra êl r d çüo co nlra o B1·azil, ond e os
nco ntccimcn los hnv iam cn minhacl o com
tanta decisão, que D. P ed1·o, :e m cons-
Jose Oonifacio. lnnle con·espondencia com · -s eu pae,
mn- trancl o-se in clinad o a não e r'd e.:-
lcnl á Co rôa po 1·tug uezn, c:crevia-l hc en1 Agosto de '1822:
« l~u vej o as coisas, de Lodo modo , l'nllando cla 1'0
qu e le1· rcla ç~ões com Vossa Mngesla:cl e so l'ainilia J·es;
ponf11e assim é o espírito publico. no B t·n zil ; nfio para
deix:ti'III O de ser s llbdi.L~' · de \ ós ·n ~I ages lade , que sem-
36

pre 1· conhct.;o mos e reco nh eceremo.· t 'lll1l i l 11 osso Hei,


ma s porque - salus popuLi up l'ema Ü! .1' f' I (1), qu 1·0
dizer que é um impo. sivcl ph;,· ico c tno1·al , i' nrluga l
govemar o Bt·azil, ou o Brnzil ·er go\' em ad o d<' I lorlup;<l l.
Nã o sou 1·ebeld e, como h5o d li z 1· a \'ossa \ IH;:,<·stad e
os inimio·os de \ os a Mng Lad o.. Jo a circumsl:1nci ns . »
\ esse tempo, já h;wia sid o offcrecid o n 11. l'.·dro pelo
povo e pelo nado da Ca ma1·a do Ri o d Ja1wi r'J I) lil ulo
de Defensor P erp etuo da IJ,·o~ il . send o C l ll ~: ,], .Ju nho

Proc l:unuç:Lo da 1ndcpcndl'llCia llo Br.11i l.


Qu~dro de Pedro Amori co(!:1 1",4 0 X ;) 111 1 \ 0) . - No Mon umento <IP Ypi rang:t, , .m , . l'.wl o.

requet·ida e co nvocada unia Àssembl ' a Legi la li"a Con. Li -


tuinle. ·
P or um de 1·eto, fÓI'am d claraclas inimiga us 11·opas
po1·tugu eza s que . e onservassem no paiz . em permi ssão
do Gov m o, end o o Geneml Laba lut mancl <:~clo p:Ha a
Bahia, onde achava m a Lr·opa elo General Mad ei1·n,
qu e Pol'lu gal p<:~ra alli en"i á1·n.
Acalmados o a nimos m Mi na Ge1·a ·s, fó o el e icl éas
federa tivas, pot· D. Pedt·o em pessôa , dir·igiu esle ns

(l) A salva<;ã.o do povo· é a suprema lei,


:\ ,\ '10:\ALI OADE IJRA i"::LEI R A 37

visla · p:Ha . . l)a ulo, oncl o a ha r·moni n Ia mi m não e r·n


co mpl In.
1~ a sso u a lt l' gonci a a ~ u a o. po!>n JJ . Lro poldin a, qu e
cleveri<t p ro ·cd ' r I • accü r lo co nt · :\·l inislr·o , pa r·tiu
pa ra ··. P aul o cn1n Luiz de• -·alclnn ha da Ga llla , so u Cl' ·-
lnl·i o i nle rin .
O nn i1nos a l'rc· f't• 01'<1 11 -s<' co m a ch g-ada ine. pet·ada de
J . P c•d n l. ~ o dia - el o 'elom! ro do 1N~2 , nchaYn-se n
P1·in ·ipC', d p:1 ssc io, nos , rrr cl I'<'S da ida de, quan do, :í
Jna ro· '111 do ) pii'Oilgu, rec •IJL'u , Yinrlos do I ~ io <.\· Jnn im
por tllr l c·:\]H'C ' ·. o, d i,·N sos dc,: p. t:hos Ll O L i;;bóa ' uma
c:a rla el e D. Joi\ o \I . l•:,., ta , ·ujo thco 1· não é onq loln-
JJlcnlt· c(l nhec ido, cl izelll. hi..: lor·iaclorrs , c ns u1·a va acro-
nt lllf' n Jl rin cipe, tHJliC'llrs nnnulla Ya tn · u. ulLimos
<t clo~, n'"J'OIUibil i:nnclo pM e]Jc..., o.· ~1 f ini . lros .
J) . f\•d J'O . C' JJ IÜO, inrl i(::ll it dn, apó a Joilu1·a, I 'CLI 11 ' em
1or11 rr rl e si <1 t·ontili v<t , 11 ' utn l<t nc -' do r snlrtçi\o innbn-
Ja ,·c·l, a rrnuca do clwpéo n laço 1 o rl u~ u ez , la nça- o ao
chüo hracla n rgico - l adependf nc.:ia OLL mor te - ,
no. • ·lr os d:1 . n ·clnnw çõcs elos q uo o ercnvnn1.
P , I'I C' im mediala rnonl p<t ra a ciclnd el e a nlo ·, liri go
11ma Jll'!l ·l a 1 nn ~: ú o nlhu sin sli ca aos pa uli s ta o :;oguo pa ra
o Hi o d<' J:l noii'O, onde chog·a em ·li d ~ S _lembi'O, publ i-
ca ndo Lr s cl ,. lo · : 11111 . obre o II OYO o.. cuclo el e a t· mas do
Hrazil ; oult'O, cr a ndo a ba ndeira naciona l ; o o Let·ceit·o .
·onc dendo a mni lia geral e chama ndo ao novo gl'emi o
ns porlu g ueze · re ·idenles no Bt'azil, devendo os qu o se
nüo co nformas elll com o noYo e lado el e coi a a ba ndona t·
a lorrn brazil eit'a denlt'O el o qualt'O mezes.
No 11io ele J aneit·o, foi D. Pedr'o pt·ocla mado - Impe-
racior Constitucional e Defe nsor P erpe't uo. elo B1·aziL.
\ppl nucliclo com enlhusiasmo o g.l'a ndo aco ntecimento,
a pena · em poucos pontos do Brazil houve a lguma t'esi: -
Lenci::t , que !'oi facilmente suffocada.
\ vercladeit·a lucta, com o g t'osso elas Lt·opas portuguezas ,
l.t·::~v ou-se n_a Bahia, onde se achava q Genet·al Macleit•a.
' I "v
•) . ..)

~ /.{. tã . .c..- .t .
' c. i' . .
I ~
. ' l-
38 NOS A PATRfA

Conlra es te, .como jci di emos, foi el1\·inclo dn I : io de Ju-


n eit·o o Genet·al Lnbalul, que ·ili ou a ci dad e d e ~- Sn iYado t·.
7vlacleit·a, lenlando inulili sa r o as ·e cli o, foi r •prllido
em diffet·ent es pn1 tlt :-:, f'lll1·e
ou I ros PiNtjâ. rtlll'tlfJ e
I topw·ica.
Em Mni o'de l '~:;_ clt<' " ava
tnmbem á l.)n hi <t Ulllil pt•que-
na esquudra IJI':Jzilt•ir fl : ob
o man lo do .\ lm il'llllle i nrrl z
L o1·l Cochran c, a ;:;crYi!:o d o
Brazil. :\;'\o ll1 c se1 1dt> pussi-
vel travar um COinhale geral
co m n e. quncl1·n pt~r!ugur za
mui lo superi o1· C' lll lllli1li' I'O,
ca u ou-Ih em cl il'!'e r •nl<'srs-
cnrnnHJ(; tt · nl g·un :-: d;tlll ltO. .
N o d ia :3 el e Junltu, j;i
sub_tilui d o o General l.LJ'-
balul no comm:1nrl rJ de nos-
: ns l'orçns p l o C:nJ'()nel Jq · ·
Joaquim d e Lim a t· :-;i]vn,
nHtt.· lnrd Vi:cu11d e lc
i\lagé, fó t·am O pnr!II B'Uezcs
aln cnd o. , :em r :-: ul lnclo,
por ' 1n , d efinitivo . P,cco nll c-
ce l·nm-s , nlreln nlu, :CIIl
•l emenl os ·ul'flcien le 1 D. l'<l
: u: Lenln 1· a lucla , embar-
cando em :cu naYi os, 1u
dei:-.:a rnm n ba!t ia d ' Todo
os Santos com de. lino :i
Eu1·opa no dia 2 de Julh o .
1
• 'e le mesmo dia, Limn Si lva enll·n vict ori oso na
citlacle, pet'COl'l'end o-a .ti. ft·en!e dn · fot·ças imp r1 nC: prw
enl1·e acclamaçõcs ·clelit·anl e. elo povo.
t: (,) •;c ' lt.: .{!~:-o ?J 't-t',u.. ;. ,;_,._: Ji ~-~o~
..t ••/ l{L\ .- ~ ~~ J.),
• <.vL.!
..
~A '10 1'\ALIDADE 13RAZ ILE !RA :J\)

lJ Y M í'\ 2 D I~ .J L Tl O
Escrip tv na tdadc da Hal1ia nv tcmp da procl,un::u~;ío da l ndcpcndcncia
do Brazil em l ~ ~:l.

~!"=- .. # "j-,<1_ ....:1=

{.
lt)

-
\..-" '
+
.. -
-
... ...
loo""

- ' ...." .·'


t)

:!\-·= I=!= ::;· :;


~

.
'-.J
-<>
... ~- ..
I
T

. I ' ....
- -·
·- =
" -.: ::. ...
..-•
. ~
-.:...i
.•: •~ .
I -, - ':""'

e::cti~ n~m
·- ~
40 NOSS A PATR IA

r ; = = == = = = = == =----

I-IYMNO 2 DE J UL[[ O

Na ce o ol ao 2 ele Ju lho ,
Brilh a mai que no primei ro:
E' signa l que n 'este dia 1 1 .
Até o oi é lwa zil eiro. l ns.

cóno

'Nun ca mais o ele potis 111


R gera nossa acçõe s;
Com tyran nos não comb ina m
Braz ileiros coraçõe. .

Crest:ei, filhos de minh 'alm u,


Para a Patri a defen der,
O B•·azil já tem jurad o : bis.
Indep ende ncia ou morr er .

Nunc a mais o des potis mo, ek .

Salve , gue n eiras camp inas


De Cabrito e Pú·aj á:
Noss a P a tria , hoje I ibe1·ta , I b .
Dos tyran nos n~to será. I ts.
Nunca inais o despo tismo , etc.
:\,\ 10 :\ ,\LI DADE UR \ZIL EIHA •li

.\ propo: it o du r ' tira da da e ·quad rn portug-uczn , conta-


s um inti I nte b a ~ta nl inter 's ante.
<lhirnm o. na Yio sem a mr nor oppo ·ição , mo::; não
s 111 qu J'(Jsse m p r~e;:;·uicl o · depoi · pcln os JU nclri lh a brn-
zil i r::~ , qu e co11s g-uiu 111e. 1110 ca plu1·a r
al g un ~ d' cll . , lt· Ya nd o o omnlan-
tla nt J oiio T <~y l o r , d::~ f1·ag-;ltn Vith e-
J'O!J , :-c un <~nclacia ao ponto de 1 ,. c-
f-ÇUil- · al ' ;\ en boc<~dura do ri o Tl'jo,
perto d Lisbón .
n g rr: ·ando, loca no. A ÇÔ I'e no
i nlui lo d proYer-se I mo n ti Illen Los,
que jú !li J'all<1 Y<1Ill , e npre: nta-:e u ~
:IUCtOJ'Ítl acJ 'S Jlfl l'lll f;'UCZ<1 S '0111 ,OJll- Viocondc tlú M3gi·.
Jila l dant · de um navi o in•,.l z, h '-
1-(Hn lo mesmo a offe1·eccr a bor lo um ja nta r ao GoYerna-
dor loc:t:l. J lc p<l J·ticln, porélll, erg ue no 1· s pcctiYO mastro
o pnYilhiin br<1zil •i ro, :aúda-o ·om 21 tiro · e volt a ~o brn n­
·ei ro no 13 J·azi l.

*
* *
I erdura ram , entreta nt o, a - clive J·o·encia entr portu- .
guez e bJ·a zil eiros, e eJTOS polilico ele
D. P ed,·o, homem el e ca t·acter impe-
tuo. o, torn a ram cu1·to seu go vem o.
Di solvida vi olentamente a Co nsti-
tuinte B1·azil i1·a, quando se achava em
pleno exercício de : uas funcções; em '12
de Novem bro de ·1~23, fôram pre o · e
deport ado o: ÍI' mãos And t'adn : J osé
Bonifacio, Antoni o Ca t·los eMartim FI·an-
Antonio 1:al'los. cisco; e D. Ped ro outo1·gou uma Co n li-
tuição, que foi jurada em 2;J de Mat·ço
ele ·1 " 2ft. D'ahi por dea nte, dive1'. o acontecimentos, enl.t•e
outro: a pet·cla ela província Cisplatina, que se clechll'OU
42 i'iü. :· A PATI11A

independen te, transformando-se na Hepublica do Uru-


guay, em Agosto de· '1828, fà ram impopula1·i and o n. P c-
d1·o, de modo que, em '183'1, t ndo c! Jnitticl o occil l!n"' l-
mcnle o Minisleri o·, o poYo e a lrnpil
1·eunido no Campo da A r·c/a , wçao
impoze1·am a re inl e g J·a ~üo elo mes111 o.
Juh.:·ando o Im perad or nú o dewr ac<·r·-
cler ri Yontnde popula1·, . gund o: 11 k m-
ma - tudo pal'a o pooo , nurlu p elo
povo - , mn ompreh nd cnclo n gTa ' i-
dad e ela · itua ~ tln, c temend o proYnY cl-
mcnle a victoria d o ~ idé•1 · cl enH' Tati-
M:II·Iim Franci•co. cas, qu e j á ~c ncccntuav:t Jn no paiz,
atle tadn. pcln Jnco,(fldell cia· ~tJineiro
e m '171:19 e pelas 1·evolu çõcs repuhli cn na ~ el e HH 7 1 1)~4
em Pernambu co, julgou mni. nce rl ncl o . ncrifl ·(Jt' . llil
pessàa, pnrn snh·:n a in . tiluiçlío monnrchi ca em . un cle,;-
cenclencia.
Entregou entiio no ~lajor Miguel Frin s, que lh v fôr;1
enviado pelo. rcvoluciona ri os, a~ guinlc el e lnra çúo :
" Usando do dit·eito que a Con sti tui çüo me concede, declai'O
que hei mui volunlat·iam ente abdicado na pe s<>a de meu muito
amado Hlho - o Snr. D. P eclt·o de Al canta1·a . - Bt'>a Vi ~!a,
7 de Ab1·il de 1831. "

Subiu a ._ ~im ao tlu·ono brnzil cii·o o ·eguncl o Im perad or,


ci·ennçoa ainda ele .dez anno de dadc; c D. P dro, como ',_-
testemunh o publico da injusli çn qu e prati c;:ira co ntra Jo. é
Bonif'acio, nomeou-o tut or do l1lhos qu e d ixa vn no Brnzil ,
pa1·tindo no dia •13 parn n l~ ni·opa , a bordo cl<'l fragata
inrrleza Volage.
Acclamou-~e enltio uma I.cgc ncia provi. 01·ia, em 110111
do lmperaclo1· menino, eom pos ta do 13rin·adc ii'O FI'Hncisco
de Lima c 'ilva e dos . cnado1·e · Nicoláo P e1· i1·n de
Campos Vc1·guei1·o c ,J. J. Carnei1·o de Campo·, M:uqucz
de Cnravclla~, que g-oYci·nni·am alé 'l 'i de Junho de '183·1,
~A IO~ALIDADE IHtAZ IL EtnA 43

IJ . l'cJ ro 11.

Li ma c Si h a.

I)IOg'"O Fcijô.

C a rnci ro d Cam po. ......


·iiJ, GENTES
44 NOSSA PATRIA

sendo mais lardc eleitos f,\egcnles pela A ssc m bl é <~ o Uri-


gadeii·o Lima e Silva e o Deputado Jot'io Braul io \l uniz
n José da Cosla Cat·valho, Mat·quez d i\lon l Al rgTe .
Essa Rcgencia go\•el'llou o lmperi o aló ·1835, q u;tlldo. em
üumpt·imenlo de disposição do 1cto Addicionol á Con -
Liluição, votado em ·1833,-foi eleito Regente o Patlr1· Diog·n
Antonio Feijó, que, como Minislt·o da Ju li ça, d ·ra g rande ~
provas de co mpelencia e e nergia.
F eijó govemou pouco mais de doi s a nnos, :-t lra w ..,;::w do
um pet·ioclo úe muita diffl culdnd es, nlre as qu:w-- di l'fc-
t·enles t·evolu ções ao nOl'Lc e ui do p:-t iz.
Cançado , ou cl csgoslo o, pelo mba t·aç·o.· qtl C' s(' Ih
oppunham, resignou o pod er em '19 ti Sclcmbm d1 · Jl\:n
nas mãos elo Senador 1 edt·o el e \t·auj Lima, nwi" Lank
Mat·qu ez de Olinda , i\lini Lro el o lmpcri o, a qu m. 11 a l'l'trm :t
ela Consliluição, compeli a ub. Lilui l-o, c qu e l'ni dcpoi:
eleito cl eflnilivam enlc.
Não foi mais feliz o g-oYet·no do egundo H gc•ttlr , <lO
qual succedeu o de D. Pedro 11 , decl:wado tn ai or co111 ~e u
propr:io consentimento aos '15 a nno el e cclacl , in Yc'slid()
nas funcções maj esla Liça · em 23 de Julh o cl '1810.
Só de -1850 em cleanle logt·ou o Brazil compl Ln pnz.
D. Pedro li gov rnou-o a lé ·1889, om pequ eno,; inler-
vallos; em que as umiu a t' gencia elo Imperio :;ua !ilha
O. lzabel, het·cleira presumpliva elo lltt·ono : - de 25 el e
Maio de 187·1 a 30 el e Ma t·ço ele ·1 72; cl 26 el e \l a rço
ele '1876 a 25 el e Selembt·o el e '1877 ; ele 30 el e Juttlt o cl
·1887 a 2·1 de Ago. Lo de ·1888, per·i oel o esse. de Yinge n ~
do Impet·adot· á Europa e aos E lado. -Unido el a Am cri ca
do Norte.
O Bra_zil, pot·óm, que, co nquistando a incl cpcnd ncia ,
consl.il.uim uma cxcepção nas duas Amet·ica , ond e qu ct·
ns colonias in glezas, qu er as hc panhola , ao c liberl.at·cm
das t:especlivas melt·opole:, adoplaram o sy lema t·cpubli-
cano, eslava l'alalmenle destinado a enlt'at·, mai. cedo ou
m ~Js. lal'Cie, na communhão clcmocralica da Am ct·ica .

--
:\A C IO :\ALIDADE BRAZILJ:: li ,A ·15

D. I' ci!'O 11.

Conclr ci' Eu.

LJ . T il ci'Ct.a Ch ri sti na .

O. Luiz . o. Antonio.

o. 11c6 •·o ti'Aicant ara.

FA M I L I A I M P E 1\ I A L

3.
46 i'\ O. . 'A PATHIA

~======================

r
'

Banclcit'íi lmprnal

Band ei r·a. imper·i ul , substituída (vid. pa gi na I l em I!) d e


Nove m b r·o de 1889, em Yir·tude do seg u inLe d e r·e ·o :
•· O Govem o P r·ovisor·io do s Es ta d os-Unid os do B rat.il,
co ns ide r·ando que a s c6 r·e s da rr ossa an t ig a ban d e ir·a. re-
co rdam as lu c las e as vrc tor·ia s g lo r' ÍO a s do e xe r'r ito c ela
a rmada n a de fesa da Pau·ia.:
Co nsid erando, po is, qu e e. sas có r·es in d e pc n cl c nte m c n te
da fó rma de gover' no, y mbol is am a pc l'petu icla de c i ni c -
g r' iclacle ela Patr' Ía enlr'e a s outras na ções;
Dec r·eta:
AI'L. 1.0 A b a nd e ir'a adoptada p e la He publi ca man tém a
tr'adi ção el a s anti gas có r'es nar. io nae s - verde e ama r e lia - ,
do seguin te modo : um loza ngo amar'e llo e u1 campo ve r d e,
tendo no meio a esphe r·a celeste azul . atraYeS a da por' uma
zona br' a nca, e m se ntido ob líquo e des cendente, da e sq ue rda
par'a a. direita, com a. lege nda Ordem e PI'O[fl'esso, e pon-
t ead a. por· 21 estr'ell as, ent r·e as quaes as da co n:·te ll a ç1io
de C r·u zeir·o , dispos tas na s ua s ituação a s Lt·onomica , qua nto
á di s tanci a e ao tama.nlr o r'e lativos, l'epr·ese ntando os
20 Estados da Hepublica e o Muni cípi o ~ e ut r·o. "

~===================================~r.
Com etleilo, as idéas l'epublica.nas, iniciadas em Per-
nambu co, em 'l'i'lü, com Be1·n a1·do Viei l'il de Mc:llo, desen-
volvidas em Minas Geme co m a Jnconjide,wia, av igo ra-
da pelas J'e"oluções republicanas de '18'17 e '1824., em PeJ·-
nnmbu co, de 1835, na Bahia,. e de '1837 no Rio G1·ancle
do Sul , expandi1·am-se cada vez mais a lé que a Republica
N ACJO:\ .\LIDA DE J3RAZLLE JRA -17

foi proc.l amnda no 1' rnzi l m I.- d "\Tovemb r el e ·1 89 ('!).


1111inwd o o l 1np r ador rln drpos i(;(io la M onai'Chi a pela
re , o l u ~·üo l rittmpha nlr, a .. im r '!:>ponrlcu por c. ·1·ipto :
" A ,·j lU d a I' pre.-e n ta c; iio qu e m e roi e n tJ'egu e h oj e á s Ll' e s
ho1'a da tard e. 1'e ·olvo, ce d e n d ao i 111perio da: ·i r c u m ·ta n c ias,
parti1· co111 to da a Jninl 1a familia pltJ'a a Eu1·op a, a man hã,
d ~ i xa n cl o esta P <ltJ· ia do nó e·t1'emecida, :"t qual me c fo J' Ce i por
dar con . lantc~ te. tcmunho de c n l1'anl mdo a1110 r' e d c di caçüo ,
d u 1·anl e qua 1 m io ;:cculo em qui' d -.empenh ei o ca r g o d e
' l, e f d o 1;:stad . Au se n tanclo- 11 1e, pois, u co1n toda as pe. - 6 a s
d e 111 inha ra milia, co n n •a 1·ci as ma i.- snudo. :1s le mb1' anç as .
fazendo a1·d nt · YOlo · p r· : ua g randcZ<l e pr·o pcrid ad e .
H. io d e J <lll iro , JG d e ~ O \" Cillb r·o d J, 9. "
\. l"amil ia Ílll ]JC'l"Í"ll, ·tm l ele. Iinn á Enropa, r mb::u·cou 11a
IJ Jarlrt J ~·acla clr 17 el e :\o,· mi J'O (2).
\ e ·!amado o :\l arc·cl ~;tl :\l anocl D eodoro ;c1a F onseca
ch cl"c elo >(1\"(' 1'11 0 I ' ro vi ~o ri o . t's olhcu o seguinte · T\li-
ni>;lros : T cncnl!' Co ron I 8 njamin Con lanl Bo l Jho el e
:\lacra JI,üc . . Gu nra ; l )r . llu~· Barbo a, Paz nela; Dr .
]) IIH'Irio l t ibcir o, A gTi ·ultura; Quinlin o l 'oca :~, uva, H e-
h (:."Õ <'S IC:x l ' ri OJ·cs : Ca1 it<"io de !vl ar c Guerra E lu a1' lo
\\.a nd r nlw lk , :\l nrinha; Dr. :\l nn ocl r l'l'é\Z de Ca mpos
:·al ie.·, JJ J s li ~a; Dr. \ ri ~ li cl cs da , ' il vci ra L obo, Interi or .
l·> lt'.', por :m, xon raram- :c em Jancir·o de ·1 9·1, Ol'-
g-anizrtnd o ' nl Jo ]) od r o um noYo i\l ini. lcri o co m ele-
illCnto. qu e l'ôram cnco 1 Lr ar grande oppo i çcio no eio cln
.\ · 1nbléa Con sti tuin te, qu e, a l e peito cl 'islo, j) I'O mul-
gacln n .on Iilui ção m 2!~ d F ev !'Ciro, o lcg u P 1·e i -
dcnlc ela l.cpubli ·; 1.

(1) A hi- wria. da. u·ad içõe dcmocra.tic a no Brazil, da proc lamaçáo
da Hcpub lica. e d ua. orga nização legal, cons titue ju la mente o.objecto
de 110 o liv1•inho : - Leittu·a C1:o,ica, tambem de ·Li nado, com o este,
á ~ c cólas.
(2) Don a !\Jal'ia Clu·i linn fa li ceu poucos mczcs depois de deixa•· o
Bmzil, c Dom P edro, no dia. 5 de Deze mbro de 1891, na França, sendo
seu corpo, eml:>n lsa mado, tran portado para Lisbóa, onde se acha na
Eg rej a. de . \ icent . D pa ssagem n'aq uella capita l, 1 isitei-o no dia
1

30 de O ut.ubro de L903 : o corpo do ex-I mperador conser va-se ainda·


em pet·fcito es tado .
·18 NOSSA PATHIA

Enlt·etanlo, a deshm·monia enlt'e o Chefe el o E ~ tacl o e


os rept·esenlanles da Nação chegou a tal exlrCJJW. t[t le o
GO \'Ell!\0 PROV I 0 111 0

Benjamin Constant. Campos Sallc>.

..~:,::"'..

'
! ~ .

-«,,· .:
~·;

Wandcnkol k. M. Dcodo•·o da Fonseca. QuinlirH' Boca yu ' a

llu y Barbosa. Ari stidcs Lobo. ()cmctri o fl iiJti •·o.

~lm·echnl Deoc\ot·o, em 3 de Novemb t·o do mesmo ann o,


julgou pode1· resolver a crise di ssolvendo o Congt·e ·so.
.,
Vinte dias depois; porém, nova revolução inlimou- o á ·
"'u -
~

::õ
:::>
o.
"'
a:
"'
"O
50 NOSSA PATRIA

~===========================~
LETTRA DO H'(MNO DA PRO C LA~·IA ÇÃO DA HEI' Uil l.I CA
( MEDEIR OS E ALO UQUEHQUE)

Seja u m pall io de lu z desdobrado


Sob n lnrga amplid;io d'c tcs céos,
Este cn nto rcbél que o pa ado.
Vem rem ir• do ma i · tor·pcs labúo~!
Seja um hym no de glor·ia que fallc
De es pemlH:as de um no,·o po r·,·ir· !
Com visões de t.r·iumph o emba le
Quem por· elle lu ctando s ur·gi r·!
Li berdad e! Liberdade!
Abre as azas so bre nós !
Das luc ra s na te mpestade ,
D;\ qu e our;a mos rua voz.
Nós nem cremos que csc r·ayos out r'ora
T enha hnYido. em tüo nobr·e paiz .. .
Hoje o r ubr o lampejo da aurora
Acha irmáos, mio tyrannos hostis.
Sonw rodos cguacs ! Ao futur·u
Sabercmo , unidos, levar·
r\osso a ug us to .c tandarte, que, ju r·o,
Brilha, ovanle, da Patria no alta r· !
Liberdade! Libcr·dade! etc.
i é mis tér que de peitos valentes
Haja sangue no nosso pendão,
S ang ue Yi,·o do heróe Tir·ade nte.>
Bapli ou este audnz pavilháo!
Me ns ageil'Os da paz, paz queremo>,
E' de amor nossa for ça c poder.
Mas da g uerra nos transes supremos
Heis de vêr·nos luctar c vencer·!
Liberdade! Liberdade! etc.
Do. Ypir·lmga é preci so que o brado
Seja um gl'ilo soberbo de fú!
O Br·azil já surgiu liberlado
Sobre as purpur·a.s régias de pé !
Eia, pois, Bra.zileiros, avante!
Verdes louros col hamos, louÇ[ros!
Seja o nosso paiz triumpha.nte,
Line terra de li Hes irmàos!
Liberdade ! Liberdade ! etc.

~=========================~
i\A 10 :\ALlDADE BH.AZILEIRA 51

deixar O pod ei', O que f '1. em rcsisLncia . pa:sando O CXei'-


CÍCÍO cl <1llo cmg·n nn \ ic -Prcsido nl c ~l a r chal Fl o,·ia no

Flur•ittnn l't•I'\(JlO. l' t udl'n te de ~ l or·a~· ... ~l anoc l Vi ctol'ino.

C.unpus SaJic, Hod rig uc:; AI\"C$.

:\ fTIJI\ o Pcnna. i'iilo l' eçanha . Marechal Herm es da Fonseca .

Peixoto, que, no cl ccUI'so ele se u govem o, leve de suffocar


di ffer nles ,·evollas.
52 NOSSA PATHIA

No pr·azo co nstitucional , assum iu o gover·no o pri rneiru


Presidente eleito pelo povo ele conformi dad e co m a Co n ·-
tilui ção, Dr . Pr·udente Jo. é de i\Iora e Ga rTr,.., . L te
govemo.u, desde 1
' 5 de Novembro d ·1 89~, duraniL' todo o
per·i odo presidencia l, co m o int r·Yall o apenn" d1• 'IIIH iro
mezes, '11 de NoYembro de I 96 a 3 Ie :'ll nr~·u dc i 07 ,
em que, por· gr·ave enl'er·midnd r . pn. so u o exrr('il' io do
ca r·go no Vice-.P r·ec:.id enle, Dr. i\lan ocl \'i clo ri no Pn,•i rn.
Ao Dr·. PI'Udenle ele Morae uccede u, em I v de ·o\'CJIII-
br·o de '1898, o Dr. i\Innoel r I'I'UZ de Cnmpo:; ::;o]]P:,, qu'
gove rn ou alé ·15 el e :'\!ovemb ro de 1~)02 , 'XL'L'pln ado. ·
apena s quinze dia , quando, e m r·ct1·ibuiç:io a \ j..,i tn do
Presid ente ela Rcpubli ca Ar·g nl.ina , G ' ncra l ,l,rJi n Ho<.:a ,
foi a Buenos-Ay res, pa · anel o o <•·ovcr·n o no Yit·L•- 1>rL'. i-
dente, Dr·. Franci ·co d .\ si Roza c ' iiY a.
Em '15 de NoYcmbr·o de '1 902 . ubiu no poder o I lr. F ra n-
cisco de Paula H.oclri r··ue .\h·e , g·oycr·nan lo nl<· !.) d
Novembro de ·1906 , qu ando lh e su<.:cccl u o Dr . .\ llf) nc:.o
\ugu slo Moreir·a P enna , eleito para o quatri nn io l !.:JO(i-
·19'10. Fallecend o es te m H el e Junho el e ·1\.)09. n:-::-:umiu
a Presid encia, compl !anelo o qu ntri ' nnio admini -tra liYJ,
o Dr·. Nilo I eçnnha , Vi ce-1 r·esicl ent , a qu em : uc,·eclc ll ,
. em '15 de NoYcmbro de ·1910, o i\lar·cchal H rmcs dn ·
I•on. eca , eleito par·a o novo pcri ocl o pr id cn ·ial. 10 10-
·191 4.

Capitulo V
O Estado e a Federação Brazileira .

Nossa quer·ida Palr·ia é aclualmcnlc, como j <'t YO. d i.. c-


mos, uma Republica , que, ao . cr· proclama la m ·15 de
Novembro de 1889, tomou a fórm a fecler·ativa sob a deno-
mina ção Estados- Unidos elo Brazil.
O 1·: T AD O E A FED ERA ÇÃ O B l A ZILEJ RA õ3

P or c Lc syslcm a, d i yc r ·o. Es lRdos , ·om 1 i: pr opri a c


goYern o p al'l i ula 1· 0 111 tuclo tluc di~ 1· spei L a ·eus inl e-
I'csse. locac;;, I ' .u nem-se m c ommunh~ o pol iLi C<l , f'o rmnnd o
um a ó -la ·ão que, 1 01· . na vez, trn1 l'unc ·io nar i o · lnm-
bem esp ciac. pa r n o neg-o ·io r la li vo. á c:ommu nid acl e.
\ R epuútica.Jederativa, poi., !em por lJR s n cxi sl ncin
el e doi. Gove rn os, inclrpr nd r nl " ' har mon ico. : o esto -
cLoo!, u iri g i nd o O. a..:SlllilJllUS pal'li cuJarc,· il ·ada J.:.. ' lado,
m m bro da U niii o; o .fedr'Ntf , cnca iTCgndo ele g rir os
i nt r · nacio na . , c. 1 c<.:inlm c nl ' .
N ão cabe no plano cl 'csl' l ivr o m aior cl cscnvolYim enLo
so bre o a Lual r cgi m cn J c 11 osso ~o" 1'11 0, a J' C peito do
qual , n t1·clanto, n ·on t ra t· is uma noti cia ci1· um Lanciad a
em nos o l i v r inh o f _fitul'a Cioico , l fl mbr m destin acl o á;:
'· cólas ( I .

(1) :\ fúrma d e go,·crno a c tUal no 13t•a zil, c , e~pccialm en te, a .;xpl ica-
r;á o detalhada de no,sa on titui<;üo, d modo accc si ve l a os men ino s .
são j us ta mente o o bj ecto d te rceiro livt'O de meu « tu·so de Leitura
Cioicn Est:olar •, que, de mais , con té m uma no tic ia, ill us trada , de nos-
os a ntecedente dcmoc r·aticos e da pt'O lama.çfto da 1\e pu blica .
ü e tu do da fó rm a de G vet· no c d a nos a Con s ti tui<;fto nfto é. d e - o -
me no im pol'tanc ia , o u , me lho r, é de necessidade no t•cg ime n d e mo c r:t.·
tico , desde a escóla. 8 <tss im q ue o i ll u tre p u b lic is t:t. e ed u cado r Me-
deiros de Jtlbuquer>qll c, ex-d ir <!ctor da lnst r u cç-rto P u bli ca d o Di tri c to
Fede ral, por c ujo Con<clho uperior o " Lcit u m ivi a " e tá a p pl'O-
vad o , como pe lo d o Pa 1·:l. c o u tros E Lado s , a preciando o me u m ode~ Lo
livrinh o , em s ua Clt r·on ica Litter aria, n' A No·n c tA, d'a qu ella c idade,
e m 17 de Dez mb1·o d e 190 1, e c rc ve u : " Impor·ta, ao lado das outr•o '
clisciplinas, min istr•cu· ás cr eanças w na ctpr·encli;wgcm mctlwclica e
completa da no a fó r ma c mcr:ani mo do gooerno. Não se ·com-
pr•ehende, em uma clernocrctcict, que wn cidadão ignor e a Constituiçâ o.
Na !lme rica do Nor te, em al,gans· Estados da União Amer·ica na, é
indispcnsaoel, pa r·a qur,lquer obter diploma de eleitor , 'que pr·este
am e:uome da Co nstituição . O r.w ctor• do livro aqui not icia do teve,
obretudo, por fi m, d ar esse conhecimcrÍto do nosso tcx to j ltnda-
mental . "
- " Ente nde m os, po i ~ , q ue será um real se 1·v iço á cau a da H epu-
blica no Brazil a ado pçã o d'cs s:t o b r :t pelas a uctoridades publicas a
quem toca a adm inis tt·a ção d o e ns ino n'est e E t.ado . " (Conclus âo do
parecer da Congr egação elo Inst ituto Cioico-Jw·idieo, tt Paes de Ccu·-
oalh o •, em Belém do Pará.)
ão a s uas pag ina ropas adas de tamanho valor m o ral. que
5-1 r\ OSS A PATHIA

I
I
J.

jus10 é co nrcs~am10 s se,. uma grande a cq 11isiçúo que ora :1.caba a mol·i-
dade espcran<:o a do Br·az il , por· meio d'es a ob r·a pequ na no s u ,·o-
lume, c xtraordina ri a , porém , na g rande~.a de cu patr·iotis mo. ; (J OHNAI .
IJO R ECIFE, de ?0 d e /)e:;embi' O de 1/59 /. )
- " E', pois, como se ve, um liVI'o de grande utilidade e que devia
ser :.uloptado pelos govel'llos e introduzido e m todas a · escóla , onde at '·
hoje tem-se descurado de procurar lii'I'OS adaplal'ei ao e nsin , acce si-
vcis :'l intelli genc ir• das c reanças e ca paze.· de incuti 1·· lh e. no espirill•
~sses sentimentos generosos e potente~. de c ujo desenvolvimento e edu -
caçáo depende o magno problema da grandeza da na <:ões. " ( COM~IEH ­
C IO uo E~ PIRI TO SANTO, de 2/ de Ja11ciro de 189'2 .)
o r,::-;TA I O 1·: A FEDEHA .Ã O 13RAZ ILEIHA 55

.\ H l 'IJ''IJii c;J d(Js l ~ s lad ns - ' n icl o: el o B r azil <.;O mpõc- sc


d um J)i. u ·i,·to F<-del'a l, doi-; [el'l'ito rio j ede!'(W c Yi nl c
E teu/o ( 1).
O I lJsTH ICiu F " ll81:.\ L e-- la si tuado H st lrléslc , c ncr aYn clo
no l·>tnd o do l ~ io cl1· J a111 ' iro o llanhndo a lésLc ao .:ui
pelo ( Cl'ól iiO .\ IL tn lil'o . I ~ Hb i <J III ' s0 <trila sil:ta da a cida de
li<• .<.; . .'<e/j(, tirzo elo R io til' Jrlll('iro, i Jll <trg-·•111 occicl nln l

A \·cnid 'l a B cira- ~t. u·. na C 7~. p ital Fc~I C't':\ 1 .

d a lmhia tl u GuanabaNI, 1)1' i1n •i l'il po1·1.o co mm ercinl na


Am c1·j ca do Su l e u m el o pl'i meiros no mundo. Cid ade
b lla , gTan di o;.;a, im ponente , ri vn lisanclo , i j á não ex cede
me. m o, com as ma is acl cnnl acla capi laes ela E u l'opa , ·
orlada d linda ~ cx lcn. a aY ni da,·, co mo a Central ,
po1· exemplo , om doi mil m elros de co mp r·im c nlo c L•·int a
e 11· ~ el e h1rg·ura, communi canclo- com a so be1·ba

{I) De accürdo om o art. '' da Con litui t;áo, o Estados podem in-
corpol':tr· ·e r n1re ~ i, subdivid i1·-se ou desm embrar- se, p a ra se nnnexn r
a ouu·os, medean le acq uieseencia das r c pectivas nsscmbléas legislaliYas
m du a~ scssõc a nnuaes succc Si\·as , e approv:u;ilo do ong resso l'\a-
cion:\1 .
56 NO .. A PA TI1I A

exten ·issima avenid a chamadn B eit·n- \](I r . dolnd :t de


luxuos<1 e 111odema ed ifi cação . D'cntre se u::: im] H•t lL' tllc:
cdi tlcios publi cos , podem se1· cit ad os, ]Wt' exemplo: IJ P a-
laáo do Catete, r ·sidencia do lre:-;icl cnl e d<1 l:i']ilt ldica,
o Palacio da Prefeit ura J.\ifunicip al, o P oLat:io do Jl ini -
leria da l ndastri a e Viação, a Impt·en o O.f] lei"l. (' ta n-
tos, tantos oulros. De suns bella,.:; praça" aj ardi tl:tdas ,

Pt·a.;a Ti radcnt c..; , na Capilal FcdCt':"tl.

dest.aca rcmos, po1· exempl o :a Tiraden fC'S, onde s' o, lenta


a es ta lua eq ue L1·e el e D. P cel 1·o I, a Quin_7e de 1.\ ovembl'o,
com a eslalua, lambem cqucslr c, do ( ;cner::t l O:orio .
A cidade el o Hi o el e J a nei1·o é n séclc el o Gove m n l• ccl
J'al : ahi resid e o P ro. icl cnlc ela Republ ica, rcun e-:c o
Con gTesso acionai c fun cciona o ·LI])I'Cmo Tri bunnl F -
dera!.
De Lorl a,; ns ci rc um sc r ip~·õc", Cln C['' . .·c a ·h a li sLl'ibuicl o
o vnslo l l'l'i lorio l r azil ci l·o, .
· o Di L!·i ·to F edel'at a m e-
nor , lc•nd o apenas l . 9-i kil onwlros qua d rad o: el e supcrli-
·cic, com cê ,·cn de noYccen Los 111i l ltnbi LnnL .- . EnLt· •LanLo,
Jncsmo :'ssim, I'CJH'C'SC!lln ell o duplo ninda elo LcrriLOJ'io
do P ri nci pado de J\1o11oco c cln.<; l kpu bli ras de Andorra c
. J\h l! i!IIIO' 11(1. l~ ll I'OJW.
' 111 ti os leni 1·io. i'Prl<• r: tc~ c n cha 11Jarl n do p lanaLto
1
cr>, ~l! ·rtl. l·'oi a Con: l il ui ç::·to Fedr·ral , le 2 1 de fi' vc 1· iro
de !, !J I ,qu e o e1·e ou, ri <' l<' l'millanrl n:

" Al'l. :~."- F1 ca pel't nccndo ú ' nii'to. no pla n a lto t.:enll·al da
11c pu1Jiiea , U l ll:l zo na de 11.-lOO ki l o m et,·o~ quad,·ados, q ue . e rü
op po l'l un am tlle doma,·cacla, pa1·a n'<;lla 2Etabclcc .,._- e a. futul'a
Capital P'edcl·al.
F>arar;rapho u nico. - EfTe ·tuacl:'t a mudan ça d a 'a pitnl, o
aC'lual Uisu·iclo Fed c t·al pa :> ' il i'Ú a co n s titui 1· um E stado . "

Lht ndo snLi sJ'nc<:<-tu ao ·p ,·ect•illl ·on sli l liCio nn l , em Maio


el e l ~n2, C• (; o\'CI' ll O 1-'e l era ! o,·ganizou
1111 1:1 ;.:'~'and e com 1n i sfto Lccltni ca, h e-
f1acl:1 ]ICil I ,. r~ lliz C r·III S, D ii'CClOl' do
O& t'ootOI'trJ ..--1 Lronomico cl n H.io el e•
Jnn i r o, afim de dc mn r cn r a ,. l'cri cla
zona.
N o Y;di oso ,·ela lo1·io a p1·cs nlad o, j u -
Lifl cn ncl u o L1·abalhos c nd c Lel'minn-
c;;'to do local , d ccl n J·ou o emin ent e
scicnti ·ta :

•· E' evidente, ·diz o O• C 1'uls ,e m s e u t•e lato· Luiz Cru ls.


l'iod e Julho de l894, " rlueporplanaltoceT~ -
trat e d eve e nte nd er a pal'tc do planalto [)l'azil c il'O mais cenl!·a/
e m J' e la ç~w ao ce ntt·o d o tel'l'ilol'io, isto é, mais p1'oximo d'0st e .
Esta é, indu bi tave lmente , a nni ca interpt'etação exacta da
expre:sfLo planalto cen l!·al , qu e fi g um na Co nstituição. Acl-
mit.tid o ·isto, e xaminemos qual a confi g uração que a pr'ese nta 0
planal to brazil c it'O, cujas altitudes, seg u~do os geographos
58 NO ' SA PATHIA

mais auctorizados, variam entre :300 e 1.000 m e t ros o u ·up e-


riot' a mil mett·os . A uni ca parte, pot'é m, d'este planalto , que
nos inlet·essa, é evidente mente à mais e levada ; pot·tanto só
tt·ataremos d'aquella cuja a ltitude é de mil o u a citn a d e mil me -
tros. E s te planalto occupa gt·ande pule d os Estados do l1io ele
Janeit·o e Minas Get·aes, pat·te men o·t· do de Goya z, e e ~le nd e- e ,
sob fót•ma de faixas estt·e itas, uma n a Ba hia, a lé ·Le do r io
S. Ft•ancisco, outt·a a oéste cl'es te· m e smo ri o ató o. li mite s do
Estado de Goyaz com os do Mat•:tnhiio e Piault y, outra final mente
ao longo do littot·al, e m dit·ecção ao s ul a té o Hio G-1 ·1~n d e . Ei s .,,
em tt·aços largos a config ura ção g era I do plana I to h1·ni le i r o,
que nos interessa direc:tam e n te. D'esse plan alto, pot-.::! It l , a unica
parte à qual cabe a den o minação de central é a 'lu c·lt;.'l q ue se
acha nas proximidades dos Pyrineus n o Estad o c\ G yaz , n ão
sómente por set·, na r e alidade, a mais pt·o xim a do ce ntt o do Bt·a -
úl, como tamb em po1· se achat·e m ah i as cai.Jecei i·a:s d alg un s
dos mais caudalosos t•ios elo systema h ydrog l'a phiro i>~·at. ilf' i ro,
isto é, o Tocantins, oS. Francisco e o Pa1·a nü. "

. A capital da Rcpublica, nLt·clanLo, pcrm altl' ('l' n i ntl n,


como já visles, n a cidad e do Rio de Jan iro. f' , qtwndn l'ór
d efln i Livamen Le l ocal isada no Lc t·i·i Lot·io dcm at"Cn d o. cl i ·tani ·
da aclual 970 kil omcLt·o appt·oxim adnm enLo. S1ta 11 ova
área pod eria , cnlü o, co mpot·Lar qu a~i n m lnrl! di) l1ui no
da B clgica .
o·· Ollli'O LerriLOI'Í O federal é po ·Lct·i ot·. á Con::;Lilui (.:;io : o
lerrilot·i o do A cre, como aqucll e, in l. ei I' a monln cen l r al,
siluacl o a oésLe elo Brazil o ao .;ul d o E slacl o el o .\m n zo na ~,
na s ft·onLeira: com a. Repub\it.;n do P er ú o ela B oliYiD.
Comprehencl e uma Üi'Oa ele ·19 1 mil ki lomell'OS quad rados,
su ffi cienle pm·a conlet· a R epuhli ca ela S ui o r' O!.' R in os
1.la Hollcu~da e do PortugaL. -
Os EsTADOS da Uniú o B1·azil eil'n . úo Gla,:;;;iflcmlo: no
quadl'o scguinLo com n~ suas I'O~~eclivas ca pila c~, ;; ttpü1'-
f1 cic popu lnç:uo :
Quadro dos 2 0 Estado s c om s ua sup erficie e popula ção.

C .\l' JT.\hS

k ilm . qtorotl . loab il3 n tc-; ( I }

i\ i a n:"w:s. í . 8· i . 020 288 . 000


c\m(tzo na ·. 782.880
Pa.r·ü. Ue lem. 1.119.7 12
S . Luiz . .J59 . ,, 7-1 2 .000
iV1 a ranh ão. s1o.ooo
Tl 1et•e-,:i rw, ;~o 1 . 797
l iau hy. I . 200 . 000
F o r· lalezn. I Q,J. 250
Cea.1·á.
~~~lal. 57 . 485 ·I s.6<10
l{ io ü candc do . 'o r 1c.
P a 1·a h ybil . 7-!. 731 7 1G.200
Pa,·a l1 yba do 1 O l'LC.
Pern am b uc o. Recife . !~8 . 395 2 . 507.400
i\l ilCC ÍÓ. :>8 . 19 1 937 .920
Al a 0 úas.
-·c,·g ipe . t~ r•acn.jú . 39.0HO ::>40.000
13a l' in . . alvado1 '. -126 .•127 2. 802.000
1': p i1•i to ·a nt o. Vi cto 1·ia. .1 I. 839 241 . 920
Ri o de J anc i1·o . Ni c~ l, er·oy . G . D82 l . 560 . 000 ·
S . P aul o. S. 1 a ulo. 2H0 .876 • 3.024.0 00
Par-uMt. lll·ili ba. 22 1. 3 19 -132 .000
S an ta Ca tba,·i na. F loria n o polis . - -1.156 48G. 960
Rio Grand e do 'ui. l> or ~o -Al egce. 236 .553 1. 620.000
Min a s G e raes . Bcll o H orizont e. ='>7,1. 855 ::.. 132.880
G oyaz. oyaz. 7<17 .3 11 <108.000
M àLto-G ,•o. s o. 'uyabü . l. 379 . (j5 1 188.400
Dis tJ·icto Pe deral. Rio de Jan e i1·o . 1.694 S7ô .OOO
T e r·,·itori o d o A CI' C . 1\)8.337

T otal. . . 1!.535.8 55 2~. 1 ~5 . 200

Co mo v rili t.:a r cis no qu adl'Cl prcccd cnl.c , c no m ap pi,1,


os Eslados el-a · ni ão B razilcira são mui to d es. g·uaes Clll
Lc t·riLori o e popula(;i\o .
E' esla a or d em 111 que ·e at.:ham , quant o ii xLcnsã o
lel't'ilor ial , elo mai ot· para o menot ·: Ama-:;o,ws, JV!a tto-
GI'OS o, Pará , Goya-~, .Nfinas Gel'(tes, ~1aran h clo,
Bahia , Piau.h y, S . J au la, Rio Gl'((nd e cloSu.l . Pa.Nw â,
P ernom buco, Ceaní , Para.hyba, Santa Catlw rina , Rio

(I). ·egundo o calculo do 0 ' Antonio Tolcdo Piz~ .

I ,
60 i\ OSSA P AT HI.\

d e Janeil'o, .rlla,qàas, Rio G!'ond ' rio 1\ 'oJ 'U', E spir ito
Sa nto, S el'gipe .
cln
Q.ual qu cr c!' esses Eslaclos, ai nela rt d1' :-1Prf.;ipt', tt1cclin
9. 090 ki lomêlr ns ] !ladra do~ . é maiot·
apenas umaá r eaclc3
do qne muila · naçõe: em opéas.
c·t~tile t· , por
\ ,~ i m, na· ordem ele lc t·t·it or io, porl ni a11t
n, n
exemp lo : \MA ZONA , a Grii. - Prrlan hn nn _ltt ;,.,lal<·tT

H ua do Con1mcrcio 1 em i\ a tai.

H ollancla, a F1·ant~ a a A l lcma.n hn; \hTTo - G no:so, n


r,·an(' a, a Ilalia e a \ll eman ha ; I_)An.\ , a I• r ança, a Su i ·:a,
a H ollancla e n .\ll cman ha; Gov.\z , a .\ u. lria-lf un;:\'t·ia , a
H ollancla o a Bel gi ca ; MI:-:As GEn.\ E , a H ol lancla o a .\ll c-
manha ; M.\ P. A..,H ÃO, a l ln lin, a Grocia a Sui s a; BAHIA,
ltalia :
o Po i·lug·al , a H oll ancla o a Ilal ia ; PI AUHY , a
;
S. PA uL~-. a Su i. sa, o Pol'lug al, a Ifoll ancla c a Bel gica
c o
H 10 GnANDE oo SuL, a Sui ssa, a H ollnnd a, a Bcl gica
H ol-
P OJ'lu gn l: PAnAi'\;\ , a Sui ssa, o Poi·Lug<tl , a GI·ccin, a
l:
l anda e a Sct·vi a ; PEnNAMnuco, a J-l oll ancla e o P oi·tugn
Belgic n ;
CEAn;\ , o Po i·lu g::ll : PAHAHYnA, n H ol lancla c n
O EST ADO E ,\ Flm ER,\ ÇÃO HRA/. I LEIRA li!

SANTA C.\TII.\n r;-.; A, a Se n·i;~, n J loll :-tnd a r n B ' igi ·a: R in


d o J A:\Errw , a ll o ll a n cl::~ r a Holg ica; .\ u c.;à.\s, n ' erYin , "
ll oll nnda r a Bel gi ca : Pd o G nAL\0 1·: on N orn 8, " ' ui s~n ,
a H ol la!llla I' a UC'lgicn : i~!'.Pi n i T•l S .\:\Tll, H S 11issa r· a
ll oll anda : E I\Gt PE , a Gelgica 011 a H ol lc:t nd<l.
J, l <11iYH ill f' l1[0 Ú j)Opt d :ti.'ÚO. oi. a Ol'cl 111 0 111 <[ LI C' n ·a111
ns di l'l'er onl cs E stado:, elo nwi;; ao mono populoso : Nlitws
Cerars, .S . [ '(lrdo , B (l /ú(l, 1 !'I'IWtnl.mc.o, R io Gr(lll.rLe do

.. ·. . ..
...
':.. .

Pa lacio do G ,.c,·no , em llc llo·llorisontc .

S ul, R io rle Jo neiro, Cecu'â , Pcu·â, ~IJ.aranlulo, A.iagóa ,


1 aPahyba, Set'gipe, Piauhy , R io Grande do Norte,
Santa Cathat•in a , P cu·aná , Goyaz, flma:::onas , Espirito
Santo, . 'Watto-Grosso. '
ao E stad o do
Na enum er·açCto l'oita , com o oiJso r vastcs , é
Nlinas Get'or>s qu e ca be a p1·ior·idade em população afro-
lula, cêrca de cinco milhõe · ele habitantes. Não é , en lrc-
tnn to, o mais povoado relativamente, isto é , não conta o
maio1· num ero el e habi tantes por kil orn etr·o qundl·ado de
4
62 NO SA PATRIA

upcl'flcie. \ p1·ioi·idad em ·populaçúo r !a tiva t·aiJ ao


Estado do Rio de Janei!'o ('1) .
Deve1·ieis Le1· obscrvndo aind a qu e o scg·11n d• • E--I ndo em
ord em de extensão territori al, um do mai , ri,·ns. ;~ li ; is , o
de Jllfatto- Grosso , é o ui Lim o na ordem de pupul;u-;lo . J ü
viste , cnti'elanLo, qu e cll po lcri:1 conter a N epu úlica
da França, o R eino cla l talia c o l mpe,•io ela. illr•nl anlw,
OU seja um tOla] ue CENTO E VI:\TE m1 :>IILII ÕF.i' I t' !Jal>i la n-
tes, compoi·t aclo. por· aqu !la · n a ~·õr:.
Fertilissimo , que é, o ólo bi·azil ciro, p wrli ~i' ' "a rnc n l c··
1·ica a nos a naturez:1, como vcrili careis no Capitulu XI ,
calculae qu e colo. , o poded Yir a s r o Br<~zi l ,. t·ada um
de seus Estados em pa rticu lai·, todo. este · quasi •[IH' m
id enticas concliçõe de cspocie Yoge taes o mi n c rat ·~ (2).
;\ despeito, po1·ém, elas cleseguald acl e · r rn lcrr ilu ri e
população, todos os Estn clos ão eo·ua es Olll rlir itu;; c el o-
veres, so b o ponto de vi ta de 'as:ociaçtio politi ·a.
:t; ce rt o que a dif'ferença el o popu lação d lr rm in a qu •
ell es sejam cliiTci·onteme nlo r·et)I'O·cnLaclo na ·amaNt
F ederal, um dos ram o · do Congresso /\ acional : o E lado_
do Antazonas, po1· xemplo, qu e é o maior·; dá qu atro d -

(1) Si entrar para termo de compat•a<;ão o Di ·t,·icto Vede,·rd, " · r~l :L


este que compele a p1·ioi·idad em popula<;ão rel[L!Í va , p 1 conta ,c -
senta c dois habitante por kil omc tro quad rado.
(2) Si bem que prod iga mente aquinhoados pela natul'et.a. il e te, :I C·
tualmente, o principal com me i'CIO de exportaçüo do E:,tados : Pw·á.
borracha de sering ucii'a , cacáu e castanha; .\Icu·cui i!ào, a uca1· e al go-
dão; P iauhy, gado, algodão c fum o; Cew·ci , nlgodiio , a ~ · u ·a i'. boiTa-
cha de ma ni çoba, carnahuba c café ; Rio Gr ande do No ,. li: , :>a l, a sucar,
algodão, ca i·nahuba; Pa,.ahyba, algodáo, a sucar, cóco,; Per 11ambuco,
algodúo, café, a g uai·dcnle, assuca1· ; 1\lauóos, a lgodáo, ass uca r ; Ser -
gipe, assucar, a lgoMro; Bahio, diamantes, café, cacüu , a ~ uca r·, fumo,
algodfto, piassava, borrach:t dt: man gabeira ; Espi,.ito . ·a11to, ca fé c
madeiras; Ilio de Ja11 ei,.o, café t: as uca r·; ·. P oulo , cafc; Pa r aná,
hcrva-matc, fruc tas, madeira ; Santa a tltat·ilra, madeira . hcrva-m:ltc,
frnctas; Rio G1·ande do Snl, xarq uc, hcrva-malc, fu mo, mad ira ·, \ ·inho .
Minos 0 eraes, café, fumo. assucar, algoclflO, gado, ouro, pedras pre-
ciosas, aguas mincracs; Goyo::., g:1do, fumo; Jlatt o-G ,.os o, gado;
\ma zonos, borrach:1 de serin gueira , cncá u, castanha .
t 1 E:'.T.\ 00 E .\ FJ-:11 1-:1 ,\ (:ÀO Bf':A~ IL E IRA ()3

p11 lad n~. <' 11Hjl l:-tn lo o d e \finas C eroes , qu in to em ortl e111
d xlu 1:-:<'1 n ll'l'l'iiMi nl , c! g {J 'ÚUa e. ei ( J).
Sol• r<'rlo J•o n lo de Yi~la . po 1· ··111, .• a d i YCr:-.i larl c não
d ixn ti<· "l 'l' m esmo d<•l f' rm i nada por um p ri1wi r io de
(· ~·tJ::t ld n dr• : c· n ~ lanrl o a ({mm•a F f'df'J 'Ot ri<' r cp r ':cn-
l :~ nl r;; <In ]ti l':o, prop r iam c nlt•, ~i lodo. os E : ln.clos, con1
popular:<•t''- tl <',...c~nacs, romo .i <i YÍS I<'s, rl é·sscm o m e. m o

P on t ll uarquc ~t a c ~lo , no Rccift•.

num r o d ' D eputado. , os lw bi lan le el e cada um c riam


r pt· n ln.d o m uma ju sla pt·opor ç<'t o. Ex i sle por lan lo,
uma g ualclad c rc laliYa .
E a. i dé<1. qu vo ex penei 111 0" nfío i\o de impl c ·

(I) O povo da difl'c re nl s irc u rn crip çõc lclT iloriae da ' niúu
l.!razil ir a a .sim 1·cpre cnLado na Camara F dera! : Minas Gc-
rae , 36 D pulado ; llahia, 22 ; S. Pa((lo , 22 ; P er· namlmcn, 17; Rio
de .!allcir o, I 7; ·eará, 10 ; Dis trr:cto Feder al, 7; Pará , 7 ; ~lar·o­
nh âo, 7; AlCifJÓCt , 6; Parahyúct, 5. O demais E lados dão '• Dep uta-
do cada u m .
NOS A PATHIA

prcsumpçào , mas de t·eali !nele lcp;al :lod o._O!:; E;; tado: ~ ti o


cr··tléiCS no ·cio da Ul)i úo.
_\ s..:i m, o S enado , o oult·o ram o do Con;)l'e o . racion a l -
' co nsid erad o propriament e a Cama ra do;; l ~slado;;, ·.
·ons lituido pot· Ires rep t·e enl a nl r . de cada tllll (J ) . l<.:n1
eonsequ encia , o immcn o Estado elo Ama~0110 ou o p -
quenito Estado ele S el'gipe, cada um elege Ire" rC'prC'sc n-
tanl es ao. Senado Fedet·a l.
E es:e prin cipio de ep;ualda lc é ti\o ahsoluin. l'un dn -
mental mesmo , qu e a C o n s lilui ~;io leclnra xpri'""''III!'nlc
nclo podet· ser admittido com o objPcto de deti!Jentçcl(J no
Congt·e::;so 't-.lacional P''oj ecto tendente a uúuti,· f '
egualrlade de 1'epresentaçüo do E stados no . ·enorlo.
Tud o isso, pois, i ··ntllca qt1 e a üiYi ;;üo do Brazil m
Yintc Estados aulonomo. , com leis c p;OYC rn o~ ~~"p<'c ia ~ .
regend o seus inlet·e cs loca . , não r·cprescnl a, nilsolu la -
menle , o P oYo Bt·azileiro fraccionado m v in te p(l//'!·o.·
dis fi,l ctas .
.-\ nacionalidad e é uma só - a otÚ ziLEtnA. =-<•1· pa-
raense, p el'Jwmb ucano , bahiano, ele. , i. lo é, o l'a ·to do
nascim ento no Eslacl o elo Pará, no ele P er na m buco, no
da Bah ia, etc., é uma simples rl clermin açi'i o do pont o do
Bl'(t~~il ond e o Bl'a::;ileit'O na ·cu.
Nunca olvideis que vo . a I a lri a de vinte E lad o · u ~~,,
;;ó, desde a se rTa Pa raca im.a, nas l'ronleira: do xl1· mo
no1·1 c, al é á bocca el o Clwy , no extremo sul : desci a
t,;Osln, a léste, até ás l't·ontei1·a: d oés lc.
O Brazil é um só Lcn·i to rio para vossa acti vid a dc lm1Zi-
leira c o desenvolvimento de vo · ·o palrioli mo .
.\mac,· sim, venerae, mes mo, co m um a do ura ma i · cs-

(l ) Dando o Districto Federa l reprcsenlantes de seus habitantes ú


Camara Federal, entend eu o legislador constituinte dever dar-lhe repre-
;,;::ntação tambem no Scn;~do, considerando-o pat·a cs c fi m na categor ia
de um Estado. Assim ha 63 Senadorc ses <:nla dos vinte E tados e Ires
do Districto Federal. ' - ·
O E 'T AD O E A FEDEnA (".\ 0 BH. A~ li .E IHA ·65

pc ial n1ais carinhos<\, o Ir •r·lln do I •1-ril ri o 11<1 ·iona l ,


o nd .. r •m hnl o11 u i H'JTrJ tle Yn;.csa ·x i ,.: l c neia d c>;a hro~;h o u
,·o. r-:o prinu•i r sorri so c cnli iu Ynr-:sa prim eira lag rima .
. \111a -0 , \(' ll(' l'(l\ -0, JHli'L' II1, ,.;('111 f' fjOlS /110, j,.:[O ·., :'C' Iil <1
ini C' ilf"Üo l' o ;.c('nlilliL'Jilo JJJ <Í II tlr • ='<'1 1 prm·<· il o <' xcl u,.:i yo
<li l Hi<.~· f!U C C lll ti <•lrÍ il1Cil l (' Jll'l'j i iÍZO dos i n lt'r <'S,..CS C do.
dir(' i [or-: dO::, Ltli'O, . 0 I'.'JUl. 1110, ll· L,.,Ia (';. pC~Í l' , é 0 ' n li-
111 nlo d <'nOlll i natlo gr· J·;ll ll1l' l tlc - úoit·t·i 't!'W - q11e é um
tl rs Yi r ea l rl o ,·c r tlaclci J·o 1'.\TII IOTJ ")IO .
t>ro 'lll "W •I ,.n 1· , . ,..,:o 1:-slndn, p<'la in l •lli g nc ia p lo
li'õ tila Jh o , par:1 CJII C' OS 011 lros 11 ÍII IÍI!'111 , !'ll1 lJC'IJ C'fi ,. io CO I11 -
I"illlll1 , r' JI1 1 r ói tl 'r':':'t' grand <' lod o - o f:~ nA ZII..
I~ nún Ycj ;u•. , ('arns co ncirl acl itos, 11n=- i rlr·:t,; qu • M JUI
,·o. d •ix·un os, ll l<'J';\s pnl:t\T <l, , a pc•n::-ts s ·nt i m n lns I' ""· ·
sn;ll ., . Clll r(' r! cxo 11:1 r •;l l idncl c· dn: ~;oi :-; as .
I :11':1. !1 m YO=' ~l> lliJWn ·l l'<l J'd <'s tl n,'ju steza d' no:<,a .. pa-
l as r a:, lccl c di ,..po"i!:õt•:s de nossa o nslitui (; úo F' d c r<Jl ,
no. sa L i ~.l <J gn a, pal enl<'allclo qu e n:io I'.' Íst 11a Uniâo
Bl'a:::ilr>it·a ' ' inlc poYos di sl iJJ <.:tos <.:O J'I'<'." j)Oilli en te::; a cada
11 m d o: E . tad1 .- t[li C a ·o mpõc m .
. \nl t' s d qualqu c ,· ass umplo, J c ·!ar a r am os l cg·i l aclo r es,
m 1 l'erunbulo ela C on sli lui ç·;io :
~ ~ ó , o l'f>j)t'E entcmte rlo J iOCO bNt~i!e i!'o, t'ewúdos
em, Congt'(' o Co11 titninte, para Ot ',qani~cu· um t'r?gimen
lio,.e e rlenwct·otico , r>stabelecemos e rlect·etant os a 8('-
,quin te Con tituiçâo do E. tado -Unidos r/o B t·a_,;f. "
Com o YCcl s, ;1 Co nslilui!Jto foi dr ' J'Ciada pel o l QY O
IJ n .\ZI I. E mo.
Léde m a is.

O a1·l. 1. cl 0
cl a ra

(( .4 Naçao BNtzileira culopta comofól'lrw de govuno,


sob o t'egimen. t•epresentativo, a R epublica F eclemlina
proclamada em 15de N ooemb!'OI{e 1889,e c'onstitue"se,
>1 .
66 NO ' A Pr\TRIA

por união p el'}Jetua e inclissoüwel das suas an /ig(f pt·o-


vincias, em E stados - Unidos do Bra::;il. >>
- B em vedes : foi a 1Vação , o P ovo B t>et ~iteit ·o, qu e,
abandonando o antigo r egimen un i lari o da mnnan: liia, ~c
constituiu em Yinl e E Indo!' , unid os pelo In r:n dn ft'drraç-üo,
em alliançn intima el e. ociecl nd e polili ca.
Como no Brazil anle1·iot· a ·JS 9, poi. , no l :!·azi I " il o
r·egimen feder ativo exi ste um pOYO :0 - homo(.('c>llCO, -
umn nacionaliclncl e sómenl e - inrli ü ; iyeJ.
Sois, portanto, brazileiro: em qualqu er ponto do lel'l'ito-
t•io nacional , em que vos en ·onlrard : em 7'{/l,rtlinga.
pot· exemplo, no Estad o do Ama zo nas, fronll:it·a coin a
R epublica do P e1·ú, ou á ma 1·gem da lagón J f i,·im, no H.io
Gmncle cl.o Sul , f1·onteit·n on1 a Hepublicn do r ug11ay,
sem que YO cl eYa occupar a id éa el e YO~ so IIa.'l'iiiH'nlo no
M ai-a nhão ou em Ser gipe, por uxC IIIJIIO.
O E- Ind o -cl ix ae- no. I'f'JH'Ii i· - não
é uma palria cl iffer·enle ela Pa1 1·ia 13ra-
zil ira ; niio confere uma nacionali dad
cli slin la, incl 1encl enle, porqu o E sta-
dos são co n liluid os pelo me;::mo poYo
que onslilu e n U nião F eder al.
, im . :\mae el e Lod o YOs. o co ra ção
a Pat1·ia - INOIVI ~ IV E:L, - e. . ·olo"!'O,
Francisca Clotilde. g1· gn_n L RmCI'I• an o, o )IAJ. m:u .o, o
MAl GI1ANDIOSO, OMAIS 111CO pedaÇO de teiTU qu e exi ·te ·o ]li'C
.a fA ce do Planela , tão brilhante e carinhosa mente cantado,
en L1·e tanlos outros poeta , por FI·a11 cisca Cloti lde, por
exemplo, pt·eceplot·a c poe li. a, a nosso qu cr·icl o Brazil.

O r etrato de Dona Francisca Clotilde é cxLt•ahido do LJjl'iO, intc t'l: -


sante revista lilteraria, que se publica no Recife, onde se lêem s uas
p~oducções a par da de outras lilteratas. Colla bora lambe m na R eo islo
Escolar, do Jnstit1tlo de llumanidocles, da Fortaleza, c no jornalzinho
infontil - A Estrclla, que se edita na cidade de Batnriir!.
0 ES T ADCJ E A FE DERA ÇÃO 13H.AZILEIH.A 61

BH.\ZlL ( I)

uive, P atr·ia. Bt•azil e ir·u, ..


1t ! terra d a. anta. 'r•uz ,
A ua g lo r·ia. a l tane ir a,
om o um a e tt·ella, t•elu z;
T eus ca mpo. ve rdes, for·mo ·o,:,
E ncerram ... I]Ua.ntos pr· rrn ot·es !
E m pt·orusão, lin l:ts ll ür·es
Ot·nam- te os prado· mimo os !

Q ue g ig a nw ca flot·e tas ,
(.,!u a n to mi m o e louça nia!
Dos t•a rno , pot· entr·e ft• sta
A luz do ~o i i t· ~;adi a ...
Na verdejante rolha<>e t
Pa:;sa a bri sa le veme 11t ,
13r· in ca ndo .. . q ue fre ca arage m ,
l e lo a r vo r·edo ll o t·e n te!

:\ agua ·ã.o ma '•e tos a ,


Co t·tand o op u le n tas zo nas,
Por e ntt·e mat·gens fo r·m osas,
V é-se um g igante - o Amazonas !
~ e nltum o e xced e em g r•andeza,
E' o prime it·o pr•oclamado,
Cone soberbo , anojado,
Dos rio tem r eal e za.

( 1) Tenho a honra de po· suir· o orig inal d'essa bell:t poesia, a té aqut
inedita, · d dicada a meus queridos filh inhos, a proposito da adopc:ão
d'este li\'J'O no Ex tcr11 ato que a poeti a dirige na cidade ele ·Batur·ité,
Estado do Ccad.
NOSSA PATRIA

Q ue montan has a lter·osas!


A sena da ,\1anliqueira,
Por entr.e as mais n um e r·osas.
Se .eleva, como a prim eira ;
Ahi se vê , dominando,
Qual vigilante atalaia.·
O pico d e Ita tiaia , .
Aos montes avassalando l

Cidades, r·ar·as bellezas ,


Os tentam-se em cada E ta do
O R io tem taes lind e zn ~,
Que se fi ca ex tasiado l
Vêde Belém , a Bahia ,
A Fortaleza , o lu ze iro
Que teve a g lor·ia, a ousad ia ,
De r·emi r· o capti1·e ir·o .

Tudo ê g ran de no Br·azil,


Tudo r·eve la bclleza,
Desd e o céo, de pur·o anil,
A lê â ll ô r• da dc veza !
As aves tê m tal me ig ui ce ,
~os gorgeios maviosos . ..
Lembr·ando os dia s fo r·mosos
E us br· incos da m e ninice.

Que g o.>lo le nh o e m dize r· :


A' minha t e iTa natal,
~enhum a pode excede r.
~à o te m no mundo r•iva l ;
Ve ndo a au ri-ve rd e bandeir·a ,
S em pr·e bel la , a fi uctuar-,
Apraz-m e , a leg r e , bradar· :
- Viva a Pall'ia B r az il e irn !
Capitulo VI

Rios.

lnnu1 1 J'O.' e 1nng lo"o~ ~ Ct o os ri os q ue bani1 a1n o Lc r-


rit ori o br·azil ciro.
\h i tem a maior parte de seu lei to nHu·n ,·iiho:;o o c.o:··IIO-
minad o - R io Jl/a1 · - , o 11l aio1· do Inundo em vol um e
de agua - o 1-lm a-~o no. - , tüo r xt 'n so. qu e r c · bJ ,
Jm percu1· ·o ri :- .400 li:i iolll( lt'O" , lrr . tlenotni iHl Ç:ões :
Tun gtll'aguo ou ~I]((J'(fll /uêo , <l e: dl' a na~('enl<' , no lago
Lcwricoelw na fo:tcpubli ·a do P Jrli , ai · ;\ : cliY i:-:a · cl' te
ra iz com o no::o, 111 Tabntin.r;o, Olld c IOllltt o nont
olinuJe. - , al : r ·cbe r as agua · elo ri o NPfJI'O, : cu
afllu enle, pou(;os ki l olll Lr o:-: ac.inta ~dc ?lf anüos, ( ' api l<ti d t)
E._lad o d o .\..m azonas, quandn c 'drnomi na prnpr·iam ent e
- Ama ~ana -, até c nLrn 1· 11 0 O(;cann .\tl an ti cn, nlr n-
YCS and o o Estado do I ará .
Cantou-o, Cli Lt·e onlros, em i nspirnd o: ,·cr,os, Gonçal ves
Magalhüc : , Vi :t:oncl c d Arngu a ~' :=t:

Balisa natu t·a l a o no t·te av ulta


O da aguas g igante ca udaloso ,
Qu e pe la te t' J'a al al'ga- se vastíss imo :
Do Oceano ri va l, ou r e i dos J'ios,
i é que o nome d e 1·e i o não abàte ;
Pois mai s q ue o l'ei supe ra em pompa e l>t·illt o,
No so lio ,·L multidão e m tomo cut·va,
Supe1·a o Amazonas na g randeza
A quan tos t•ios ha g t•ande~, no mund o!
O Kian g , o Nilo, o Volga, o Mississipi,
Inda que as aguas suas J'ettn issem,
Com e lle competir não poder iam.
Ao lado seu direito e ao esq'u e t,.do lado,
~.!il fe ud atario s rio s vém pag at•-lh e
Tributo perennal de s uas aguas.
.70 NOSSA PATRIA

Resupino gigante se a.fig um,


Qual outro 81·iareu, mas ve1•dadeiro,
Que ex tende os b1·aços p'1•a. alH·aça r : 1 le 1·r·a
Pujante assim no Atlantico ·e e ntranl ra.
Ante si l'epellindo o a1·genteo salso ,
Como se elle na terra não cou be1·a.
Ou como de inunda i-a 1·ece ioso
· Si mais longo e mais le n to a di ' COJ'ressc !
O Amazonas co' o Oceano fu 1·ioso
LuCta 1·enhida tr·ava inte rminave l,
Para roubar-lhe o leito: e ron ca c e pu ma ,
Qual no lago, enlaçad a a. cauda a u m ti'Onco ,
Feroz sucuruiúba honida J'O n ca
Quando se nte move1·-se á fl or das a g u a~.
Lont1·a ligeira, ou anta desc uidada,
E, in c hando as rau ces, a cabeça e le v::1,
Os queixos escancá1·a, a ling ua solta,
Para de uma. só ve7. tJ·agaJ' o a mphi bio:
Tal no pleito co' o Oceano, o Am azonas
Para so1've l-o a larga fóz me donha
Leguas abre setenta! A in gente língua
Extende de tres veze t1·inta l!lilhas ,
·como uma la1'ga es pada, que se e mbebe
Ao trav és do Atlantico iracnnd ú,
Que gem endo recúa no arrem esso,
E em montes alqueb1·ad o o dot· o e nrug::1:
Armas que joga ao mar são g1·ossos tron cos,
Arrancados na furia, são peflaços
De esboroadas montanhas que e ll e m ina ;
Seus gritos siio trov ões tão hol't'orosos,
Que ali i parece subn'le t·git·- se o m undo :
Quando se incha seu CO I'po des medido ,
Equ01•ea, espessa nuvem se levanta,
Como uma chuva. co nt1·a. o céo ergu ida,
Reflectindo do sol os :ele ra ios:
Tal o conqu istador que co' os despojos
Dos r eis desthronisados· se opulenta,
Ou co'os tributos dos ve nc idos povos,
Em pé fhm e no carr.o do co m bate,
Envolto n'uma nuvem de poeira,
Na frente vae levando debandada,
Ingente alluviiio de 'imigas !tostes;
E ante as portas de bron7.e do ca~tello
Nova victot·ia alterca. pol'fiosa .
lH O . 7·l

*
* *
O p" t'Cu t·so tl 1 rio .\nHií'.onas ·m lcrril ori o bntzil eiro é ele
4.000 kil omci1·os . ·un la rgu ra é 1nu ilo Ya riavcl, m dindo-
c em Tabatinr;a 2.T/5 melros, que .-obcm a 5.000 na
bocca do rio jifa dei ra, a lllucnle, ·lcY<Illdo-sc a 1 .000
ju nto ú hoc ·a do Xi11g ü, outro alll u nle .
Çomo a largura , val'Ía a. p1·of'undidad c ·nlre 20, 30 e
60 melros , sc t1cl o naYegaYcl desci · a fóz alé l\laná os po1·
Yo.po rcs de 4 ..)00 tonelada , c al '• Jquitos , na Hepub lica
uo Pcrú, po1· embarcações ri 2.300.
Quanlo ú vcloc;idacl · da correnle, allirm a-sc qu e na
co ta dr CueiNts , proxim a a an l;:u··m, na n1 <.1Xima Corça
da Yasanl , é de quasi lt·cs milhas pot' hora, rcf rindo um
obse rvador ler noléldo << mai. ele UJI\a Yez ;, aguas ama-
rcllada: Lto A ma-:ona a mais de 200 ki lo m e lt·~s da fóz ,
ainda com força basla nl c p:na, dura nte o sil encio ela
noiLe, se ouYir o rn ido ela. CO ITCnl c amazo11 ica 110 seu
embale ·on1 as aguns do c;ca no » .
O Ama:;onas traz-no.· ú lcml)l'ança o curi osi.. imo phe-
nom eno da - pot'OJ'óca - alterosa onda , que aYança ri o
acima, egui da , iÍ.' YCZ ·, por :cg;nnda t 1·ceira, com
grand e es trepito , I Ya nclo el e Ye lt cicla tu do que cnco nt1·a
na passagem. \lgun s.nttribu cm o phenom eno ü impe luo-
siclade elo encon tro ela agua elo rio com a elo Oceano ;
oult·os o expli cam pot· circum slancias especiae ao leito
elo I'Í O.
Leiamos a respeito uma obsel'vaçüo pessoal elo ·Conego
Fl'ancisco Bernal'elino ele Souza, clescripta em seu livr·o
Valle do Jlm.azonas :
" Vi a por•ot·óca. Eram quasi 11 homs ,da manhã quando · me
pareceu ouvir um rui do su!'do como o do trovão que ech úa mui to
ao longe.
As aguas do Guajará corriam tranquillas, como se não espe·_,
rassem a invasão do inimigo, que se appr.oximava.
A vasante er·a completa, deixando a descober·to, como corôa~,
NOSS A PATHIA

os baixos e espr·aiado O di a es ta va c la r·o . ~a e xtr·emida de do


hor·isonte, vi como forma r- se uma ligeir::r l in ha d" ·pum a, q ue ia
r apidam ente c r·escend·o e eng r·ossando. O n rid o tornúra· e pe r-
feitamente distinc to . 1-loU\·e con to q u e um a u pen iio na · a guns
do rio. Dir..:!;le-ia. qu e tinlt am pre!'entid o o ini mi go e c-o tnpre he n:.
dido o perigo.
A linha d'es puma ia c res ce ndo ..e pantosam e n te c de ..;r·e,·e ndo
c omo um semic irc ulo, e m que pre n dia o r io. E t·a unta trr u r·a lha
d 'espuma, uma vaga giga ntesca, qu e ·e e nn o1·elava ::; lo it·ava
com fra go r· medon h o .
Depois, aque lle semicí r c ulo, por· um a s u bita e :rdmi r·ayc l e vo:.
lução, for·mou uma imm e nsa linh a r e La, de u ma prrfL• ir:~o co m-
ple ta, e avan çou rapida, am eaçado t·::r , fr·em ente, nrgindo, le,·a n-
tando espuma e leva ndo dea n te de s i tudo quan tu e nco utr·ava
no caminho, tro ncos de g r·a nd e: arvo r·es, ""a lhos , etr . l·:m ce r·lo
ponto do r•io, desappa r ece u de ~ u bito , pa r·cce ndo como mer -
gulhat•, , indo s urgir mai - 1·iol enta, m a i - r·uidosa, a lf!"uma b r·aças
adeante.
Não pude ma is ve l-a; fol'ma va ah i o r· io u ma cu n ·a, q ue me
t ir•ava a vista. Di . ser·arn-m e qu e assi m continu ava el la lllé à
juncçào dos r·ios Guamá e Cap im, e n1 uma dista nc i:1 de 9 mil has
pouco mais ou m e no , d i1·idi ndo·se em dua s parte, , int r·na nd o-
. e cada uma d'ellas pe los dois ri os.
Calc ulam e m 18 a 20 rn illras poc lr o r·a a ma r· ·ha da po r·o r·üca.
lmmediata m e nte de pois da pa s::age m do as o m br·o ·o phe no -
meno, tor·nar·am-se ex tremam e nte agitad as as ag ua:, levan tan do
ondas, a que dão o nom e de ban~e il ·os, e qu e se iam qu e bpar'
violentas na praia. O r·io e nc he u s u bitam e nte, de mod o q ue e m
3 ou 4 minu tos a agu a ltavia Tescid o de 4 a 5 pés.
Muito se tem escripto á.có r·ca da por·or·úca, ma a in da ·ni n g ue m
conseguiu explicar· esse assombroso p he no me no.
Diz-se g el'a lmente que o impul o das aguas do rio e a l'ep u L ão
qu e so!Tr·em da!l do ma r moti vam a poro r oca. En t r·e ta n to, mani-
fes ta-s e lam bem e ll a em a lg uns r•ios e em a lgun<; Jogare , onde
é absolutamente nulla a i nflu en cia do ma r·, como no rio Purús,
na distancia de 690 milhas da fóz .
A que e u vi., sur•ge de uma pequen a ilh a ro r·ma da pe lo Gua-
jara, a 80 rnilhas da s ua fóz. Le van ta-se, no m ome nto e m que
começa a enche nte, um a onda qu e c r·esce e col' r'e , caminhando
para a nasce nte do l"io. No mom e nto da va a n te, a s pr·a ias, q u e
cir·cumdam a ilhola, ac ham-se co mpl e tamente descobe r tas, e de
l'epente, do lado qu~ olha par•a ·a na: ce nte do r•io , le vanta -se a
onda, que s e L!·ansl'orma e m poror·óca. "
RIO

Até J,'(jl , era o r.lma ;;onos naYcgad _exclusi Yamente


por cmba rcaç;0cs 11ttciounc , a de peito J pedidos c recla-
mações d • paiz ·s ao. qua s a lin c nav gaçüo pod ri a in le-
I' . sa1 ·, cnlr outros a l n~l nlc rra c os E. lado -Unidos da
\111 eri t:a do 1'\odc.
Ch gou-. 1 11C~ I Il O a faze r u1na s tanta. i11 inua ç:ô , , ao
GoYc 1·no Urazil iro, aY enland o-se, por ·xc1nplo, a icl éa de
qu e a 1:1Y C"''l~· :1 o 110 1t.na;:;ono nüo
1 o l ·ria d penei 1· de Lr:tlndo , po r se r
Ulll di r iLo natural, ~ u a l ao d navc-
"':11' no OC' nn o.
Hcsponcl cu a is ·o dignn m 1llc nos ·o
;ov l'II O, p I' i nl rm cclio elo :\1 inisl ro
\'i sconde dC' AIJacl ·, m l N3:l , r r.n l
va1ld O a IJ0<.t cln ttlriiiG c d IlH)IiSlraiido,
ao ilH' ' IliO lt• tJI] IIl, zC'lo r ene rgia na
cl cl'c a de n ssa ]11' •roga li\·a . v "contl <I Abncté.
« O GoY e i·n o ltnpcri a l »,pond erava o MinisLI'O, na J'C::i
pecliYn nola , « c tú lirm n cnl co nYc n ·ido el e qu não
p cl se r o Ocea no assimilhado a um ri o do qual o 1 I'azil
po ue ambas a ma,·g n na Ya la exLen ão ele 480 len·uas ,
qu e tanta YÜO la boc<.:a do .\mnona a Tabalingn, limite
do lmperi o. \.ind a quand o o Amazonas seja ·em alguns
logar·es ba ·tanl laego, em outros é bastante estreito para
:que uma ro,·Laleza possa iinpedie sua pa sagem.
« O Brnzil pos ue as duas Le1:ças pai'Le de ·ua extensão
nav gavel, te111 ern ua enl.I·acla as l'o rlalezas de i\Iacapri e
Gurupá, rio acima os fo1·te ele Mazag:ào, ela Bal'l·a, de
S. J o é do F\.io l ç~t, Tabalinga, e em ambas as margens,
cidades, villas e poYoações. P gssue, po1·tanlo, o Bt·azil no
A m;:tzonas tudo qu a n lo, segundo os princípios admi tLidos,
sc'i·ve para J)I'OVél. I' sua ~obe nwia obee as aguas cl'este rio.
(\ O Oceano se rve de co mmunicaçào a todas as nações do
mundo, sua n avegaç~o é inclispe'n!;;avel a mui las cl'ellas qu e,
5
NOSSA PATH I A

poderosas e populosas como ào, não pocle ri<llll s ubsi: l.iJ·


sem o extenso comm ercio que pot· cll e l'a:.:cm.
11 Nas mesma · cir um: Lan cias não csl::i o.\ mnz.nnas. Ain-

da que Oseu CXlCnSO Ya !!e COI1\'Cni cnl cmcnl c j)O\·Oado pos-


sa dtu vasto ali ment o ao co mm crcio elas nn r,1'il'. , <:o mLudo
eslando ·esse vn ll c qu asi in leiramcnlc dcse ,·to, n ' 111 a
sua navegaçào é inclispcnsavcl, nem ni nd a por! · C ll l se11
aclual estado ser de iillcre se c Y<JI11<1 f;'C m pnra as llnçõcs
que súo ribeirinhas. »
\ o commct·cio brazi leiro, enlrelanlo, c ;1 0 dc:-;t' nYoh·i-
m.enlo mesmo do pa iz co nYin ha n nberlu ra do .-\ mo:;onas
á na vegação ele Lodas a: bandei ra . ..
O Brazi l, porém, qu c rir~ l'azcl-o pot' si, nn con Gi ' !leia
de seu direit o, e não por insinuaç:õcs 0 11 a mcaca:-; .
o
Foi que ucced u em ·J 6G, por dccrclo d 7 d Dc-
zembt·o:
• Fica1·á abe rta desde o rlia 7 de e te mb1'0 de 18G7 aos n a vios
mercantes de tqdas as na<:ôes a n a vegação do t•io Amazo na ·, até
à fr·ont eira do Brazil; do rio Toca ntins, até Camet.1 ; do Tapajós,
até Sanlaré m; elo Made ira , até Borba; do Neg r·o, at · i\Ia náos .
Na mes ma data ficarú, eg ualm e nte, abe r ta a navega r;i:ío do rio
S. Francisco, até á cidade de Pe n edo.
A navegaçfto dos artlu e nt es el o Am azonas , na par te e rn que só
·um a d as m:u·g e ns pertence ao B razi l, fica de pencl e nle de prévio
ajuste co m os outt·os Estados ribe i r·inbos so b,·e o· r esp ectivos
limites e t•egula me n tos po lic iaes e fis cae .
As prese ntes d isposições e m nada a lte ram a obse t·van c ia do
que pres ct·evem os tr·ata dos vi ge ntes ele n a vegação e co mm e rcio
co m as Re publicas do Perú e Ve nezuela, co n fo rme os re gul a~
mentos já e xp edidos. "

\ t·espccliva solcmn ida cl c renlizou-se cfTecliYamcnle no


dia 7 de SeLembi'O ele 1867, ao noroéslc da ilha CutUubn,
na bahin ele Marajá, acha ndo-se pr·esenles o Vi cc-.\lm i-
I'Unle J oaquim Hnymund o de Lamarc, P t·c iclenlc e Com-
manda nte das Armas d a P I'ovin cia elo Pa rá, acompa nhado
de allas uucloi·idacles civis c mililal'es e el e gTan dc nume1·o
de pessôas f>'I'adas. Finda a lei lma do dect·eLo seo·u iu-se a
v ' "

·'
IU O.· 75

ce1·enionia da IJeii)\o das [lgua s do .rl ma::ono e lo 1 o-


ca n tin pelo Cone~n 'cba liüo J1org·rs !le Cas ti lh o.
Conl' lu irla e<; La l'ni o aclo snudnd o l' O ill oiv(l ·c n.. ·al\' :tS
1

do •s i~· l o 1 SCJ-!,II indo a <·Or\' c la J->w ·âen'ie o nde· s8 <I<;h ava


1

O \ 'i(' c-r\IIll i i'HlllC 1·io lll'illl<l al\ em i'I'ClliU :i i ll l <l l'l •apt-
1

onde r cgl'csso u acolllpan ha rl n p c l ::1. esquad rilh a


l' (/il fJ01 d e
om1'o ln ria l'OI' \'(' l<l ~\'ir· fhl' I 'O.'J r dos "ai OI' s Jne t·cnnl es
B eü: nt Jw.:a Odo ,·ico 11ieude, Jtu ·upense'~ P ol'â.
1 1 1

Marl:i.o · . - Mo nu ul CIHO do A m azo na !'~ .

Pal'a co mmemOI'a l' o fact o, el'gueu-se em Manáos, na


pl'aça S. 'eba Lião , um a pequ ena column a, qu e foi ub -
liLuid a em ._1.900 pelo gl'a11 dio o monumento ele mm·more I
qu e \'Ceies na geavu1·a, em l'renLe elo Lheatro. l
Sómenlc, po1·ém, os navi os mercantes gozam da facul- 1
claclc de ul car· livl'emenl e as agua dos 1·ios refm·idos : os 1

de gue1Ta só poclel'ó.O fazel-o co m permissão especial de


nosso Gover·no.
' I
·76 i'iO. 'S A PATRIA

Da Annacla B1·uzil eira, o nwiot· naYi O que :-- ubiu pelo


Amazonas a lé ·1903 foi o CI'uzadOI' llmiro11fr> Barroso.
N'esse anno, porém, pela primeira " z, !'el-o um a es-
qu adi·ilha composta do co ut·nçado F Lot·iano , lorpecleira
Tupf;. e caça-l.ot·pedeira G uslaoo Sampoio, <'Otn d••stino a
Manáos, no pr·opo il.o de a segu1·a r· n occupa\:üo tni lita r· el o
Brazil no ter·r·itoi·i o do \ cre, cl i ~ put ndo pela 1:3nlivin , co111o
já vos dissemo em capitulo a nt erior.

*
* *
Como Yi Lcs, 110 decr·eto ' ilado, o GoYet·ttO, ap ruYt· ita ndn
o-· ensejo, resolveu Lambe m nhrit· á n aY C f.)'it ~Jo cxl.rangeim
m't o só os mais importa ntes niTluente. el o i ma::;ona, , co mo
aind a os grand es ri os S . Ft ·ruu.:i co e T oco ntin. , q uc b<l-
nham riquissimn l tTas de tin acln a on icl enm.: l co nt-
mer 10. .
Infelizmente, p nn anece ainda qu a :i i n xplot·nclo o To-
cantins , qu e, na opinião do explot·nclo r Jame Ort on, «e um
1·io m.agniflco que rega um a elas regiões de e/imo mais
de licioso do Brazil, córreudo em. wn leito de liamantes ,
ele r ubis, ele saphiNlS, ele topa io , ele
opalas , de oiro, ele p rata e ele p etr oleo. »
<< Ti ve · emo Lido a feli cidade '', diz
co m t·nzào um SCI'ip lO I'; « de ap1·ov iLn1'
· os gra ndes ·erviços i tti ciaclos em ·1864
pelo di s tin cl.o ex- Preside nte ele Goya z c
do Pa rá, o benemeri lo Dr. J osé Vi eira
couto dc Maga! hãc; . Couto de Mn,·nlhães, as condi ções da pro- ·
. di gio. a r·iqu cza, que ·e pr·olonga em um a
con Idet·a.vel extensão do mai s rico terTiLot·i o bl'azileiro,
s~ t·ia.m hoje de ines Limavel pt·oveito pa1·a a juell a. pt·ovin-
Cia .' e, pa1·ticul arm ente, pa l'a 11 el o Pal'á, cuj o me1·cado
es ~u destmauo a se1· o empo1·io cl um commer·cio co nsicle-
I'lW.el dos p1·oductos d'alli oi·iundo . >;
E uma Pealiclad c o qu e nhi fi ca ; e, po1· inler·e ·sanlc e
IUO. ii

in sl.ru cli va , por nos . ob Y OSS s olh o;; umn noli cia sobre o
illuslt'e b1·a zil iro, co mo u m cx0 mplo d in iciativa e pe t'-
everan çn .
E ·crev seu biogTa pho, e 1t c:t1·nn In-o co mo ex plo,·nclo t·:

" Deve-se a cl le a prim e ira exp lo1'aç ã o d o l'io raguay a, fe ita.


po1· p i',Ofi ·~ ional, mi .--· iio que. omo P 1·eside n te d e Goyaz, e m 1863 ,
con fiou ao E n •enheiro Vallée, o qua l a dese m pen hou de modo
a ti facto ,·io , ap i'Csc n ta ndo a pla n ta d' aq uc llc ri o c a elo T ocan tin .
Estab e lece r faci l ·a mi n ho lluvi a l c n ti'C l\ la tto-GI'o so , Go yaz e
P a 1•á ; co mm u ni car a ba c ia el o Prata com a do Am a zonas, l' eali-
za nd o um pe nsa mento d o l:v larqu e z el e P o mb a l, o mpl e ta ndo te.r -
tati va do · j es uita s,- con titu iu peninaz proj ec to de Co uto , que,
após se is anno s ele esfo rço , ve n ce nd o fones resislencias d e tod o
ge n ero , co n cg uiu o e u fim .
F o1'm aria u m vol um e a h is te r ia de talh ada do e mpre h e neli-
m e nt o.
'outo de l\lagal h ães ri,•:'tlisn a l1i o m o mai " a ,·,·ojado !Jan!cee
na tenncidade, decis~LO , ini c iativa , C0 1':1gem , fe rti lid a d e de re-
CUI'.·o .
E m 1 ô6, no P a1·á , ob t eve a c usto d o Go verno ge1·a l cr édito
pa1·a m a nda1' d eso bstrui1· as cac li oe i1'as do Aragua:ya; e n com-
m e nd ou d a I ng late r1'a um navio pr oprio para qu e b1'a 1' r oc:hedo s
aba ix o do nive l d'agua; m a nd ou 1'::t~ ga 1' ca naes; pi'epa i'O U co m
pacie n cia o m a te ri a l n eces a r io pa1·a s upe 1·a r cac ho e iras; in s tr uiu
o pe- ·oal d e ti nado a g uarn ece r a s e mba 1·ca ções e xpl or adora ;
d cc 1'e tou , med ia nte au c lo1·iza ção so lic itada da Ass e mbl éa Pro-
vin c ia l, p1·e m ios para fom e nta r a pe 1uena navegação; discutiu
pr o fi cie nte m e nte a e xequibilidad e de se us plano , OI'a e m me -
moi' iaes a o Parl am e nto , pedindo subve nção, om em o ffi cios á
P raça do Commei' Cio de Belé m, docum e nto (éo n stante o ultimo
do Diario Qfjiciat d e 29 de Outubro d e 1866) em que expõe a
mate ri a de fó r ma nota.vtl l, com p1·eciosa abunda n c ia ele informa-
ções geog,·aph icas, 11n a ncei1·as e commerciaes. ·
Po1· fim , ap1'omptou dois vapo r es consagrados a n avegar o To-
ca n ti ns e o Arag uaya ; e co m o a u·a p1·esença s e 1·ia vantajosa á ''
direcção e a ni maç ã o d os t r a bal hos pr·epar•n to i' ÍOs d a t1' ansposição
d as CO\I'edeiras, a,lcanço u pe1·missão d e e mbarcar no navio ini-
ciado r·. Era um tentamen pe r·igos issimo . O vapor estava a 1•ri sca.do ·
a que brar as m ach ina , abal!·o{u' e m veclras occultas, sossobrar
a cada minuto. Co uto ele Maga lhães tuclq p1•evira, o1·denando que I
'I
só · se ultimasse o pr·ep;:tr'o de um dos navios, afim cle ·que, .em
caso d e ca ta str?p he, 1·estasse o outro. P1·o.v\denciou até par:1; que,
1.
78 NOSSA PATIHA

si as cachoeiJ•as estorvassem inteiramente a pa ·sagem, o barco


fósse desmontado, conduzido assim po1· teJ'I'a e montado de novo
mais acima.
O relatoJ•io da Ag ,·icultuJ'a de 18G7 r e nd e h o1nen agc m its e xt1·a·
ordinarias faculdad es d e acção qu e e ll c e ntiio pa te n teo u. ::\ o o ffi-
cio com que, antes de partir para a e xpl or aç•'io, tran s fe 1·iu a pre-
sidenciaao Vice-Presidente, consignou es ta le ,·anta das pll1'a cs:
" Vou tentai' a passage m d o vap o 1· at ran:z da s caclloeiJ'aS do
Tocantins e Araguaya, si ago1·a esti,·cr e m em p onto que me pa -
reça isto possível. P a1·a o bom exito d'esta cxpc,·i cn •·ia te m-se
·preparado largamente tud o quanto é po s iv c l p repara r co m os
meios de qu e se di s põe ; infe lizm e nte , porem, a prcY id nc ia l1u·
mpna não é s uffi cie nte pa 1·a g a1·antir o s ucee sso d 'essa cau sa e só
Deus, a quem a co nfio , pode fazet' com q ue e ll a seja pro pic ia. "
Não per·mittiu Deus que d'essa vez log ras:-;e rrsultado o co m-
mellimento. Só em 1868, presidind o l\latto-GJ·os so, de u Cou to de-
finitivamente o pt•i m ei i'O e mai s con . id e ravel pa sso pa 1·a uni 1·
pelo inte rio1· a fóz do Amazonas a do F<io da P1·ata.
Teve pat·a isso de arcai' co m obi ces pcio i'CS ~ue os dos s e is
a!1nos antei'io t·es, d esaj ud ado da impre nsa na cio nal, qu e q ua lifl·
cava o projecto d e lou c ura e utopia.
Basta diz e 1' que comprou, mandou desar mar e le vai' po1' te i'J' a
até o Aragua ya um vapo1' que se ac hava no ri o Paraguay .
O transpo1·te e fl'ectuo-u-se em 16 car1'os que conduziam em caixas ,
além do vapor· des mancllaclo, to1' nos , fo1j a ·, to do o ma te J•ial d e
uma offi cina, para armai-o, fazel-o run ccio nan·egulai' In e nte, fe iTa-
m enta adequada a r e pat·al-o , fundir fe J' J'O e bi'Onze elas peças da
machina yue s e cl e te ri o ra~ se m, - obj ecto e nviad os n iio só d e
C uy abit, como el o Par·á e Goyaz, d e cujas admin istrações Co uto
os requisit::it•a . Im agine- se a somma ele t1·aba lh o qu e isto im -
portou!
A viagem dos cart·os foi ele 100 le .. uas at1·avés bt·avio s e 1·tão,
desprovido de tudo. E1·am elles escoltados r or 20 p1·a r; as, co 111
machados e enxadas , a abri1·em pi cada s, constt·uirem pontilhões
á medida que avan ça,·am. Vat·ios ficara m pe lo cam inl1 o pt·ostt·a-
d os de fadiga ou victimas das sezões. Houve des in lel li gen c ia~
entt·e o~ c hefes, malog t·ando:..;;;e qua:;i a expedi çiío. Não ces:avam
o s jornaes de vaticina1· que os re~tos do infeliz vapo r :eriam afi-
nal abandonados e se perderiam no dese t·to intran s itavel.
Couto sobrepujou todas as contt·a,·ieJacles com :el'e nidade e
firme;-;a. Merer.em altenta lei tura, como exemplos d e quanto al-
cança a força rle vontade, os officios, contendo importantes dados
historicos, geographicos e estatísticos, nos quaes elle pat•licipa
ao Ministerio da Marinha e ao da Ag1·icultura o que havia reali-
H l OS í!l

zado. T r·a ze 11t a datn. ele 15 c 2\) d r--Iaio de 18fi8, redigido este
ul timo no pou. o defronte ela fóz elo r·io Ve r·m el lt o , e constam do
Pe lator·io d a ,\ ::;r·ic ultura, be tn c lllO do Jornal do Commercio de
'• 14 d e A!:!,osto d o m es rn o anno.
ln stallou-. e a o rfi cina e m pleno c r· tiio , an1 o u- se o vapo r·, -
cal c ul e-. e co tt l q ue labo r·. Co uw liLfo i e m pc súa inau g ur·at• a n a-
,·egação do :\raguaya. Nos citado ofli c ios, d escr e ve c ll e c om e lo-
qu c n cia o se u c ntltu ia mo c · a ti~racç·ü o ao ve r· a q ue lle pr·imeit•o
a g n te da in du t r·ia e el o comrnc r·cio acorda ndo o g ig ante sco r·io
e a · n1 ag nif·i c a~ reg iõe s vizi nl ro · d o som n o e m que as tt·azia o
d ese r to .
A 28 ele i\llai o, de po is da be n r:iio do navi o, effectuou- se a inau-
g u ra ç ã o so lemne, e m pr·e ·cnc; a d o Presid e nte de Goyaz e o utr·o ·
altos fun ccio na ri os. Co u to mand u g r·a,·ar n'u m r·oc lt e dodagmnde
ca ·ltoe it·a ah i e xiste n te e e m lin g ua tup~· . a fallada pelos canoe i-
I' O . , a eg uin tc in ·c r·ipç ão:
" Sob o· au ~ p i ci o · do r•. O. P c dr·o 11 , passou um vapor· da
bacia d o P r·ata pat•a a do Am a zonas, c ,. iu c hamar :i c i,·ilisaçfro
c ao comm e rc io os c plcndi d o · . r tõe do Arag ua.ya, com m ai.·
d e 20 tr·ib u e h ·age n , n o an no de 186 . ,
P r·co t·t·e u o vap or 35 leg ua · do r·io. T e n cionava Couto ex plo-
l'a t· pot· . i pr·o pr·io Lodo o .\ r·aguaya c seus principaes a rfluente s.
Nüo Jh 'o co ns c rrtir·am os t raba lh os . d a g uer ra paraguaya, a que,
s irnultan eame nle com es te s, se oppli cava. Seu pt•incipal objec-
tiv o, promove ndo então a uavegação d o Arag uaya e do Tocan -
t in , fó ra mandar· vir· do Pará, p or· via fl uvial , as munições que o
inir ni go im pedia s ubi ssem pelo r·io Paraguay . Cogitou até o Go-
ve1'11o e m e nviat· d'e . a ma.n e it•a monitores qu e , desmontados no
tmjecto po r· tê r·t·a, ataca s em inopinadamente as fot·ças de Lopez
pelas cos t a .
É fó r·a de dúv id a q u e a Co uto de !'v Jagal!t ãescompe te a h or~ r·osa
pr·imazia. de le t· ini ciado a navegação a vapor n o plateau cen tra l
da Am e ri ca do Su l (1). , '

Numcl'osi · ·imo c impol'lanles são o nftlu enles elo Am.a-


;;onas.
Deslaca t·cmos cn lt·e c le.·: Nfadeim, com 3.240 kilo-
mell'os ele CU I'SO; Purüs , 3.000; Tapajós, '1.992 ;· Xingü,
1.980; Jaruá, ·1 . 980; Japw·á, '1.848; N egl'o, 1.55'1; Içá,

( L) AFFO NSO Cr.Lso. Recistet do A r•chioo Publico Mineiro. Anno lll,


fascicul o 111.
50 NOSSA PATRIA

'1.452 ; Jutahy, '1.056 ; Te.fl'é, 990; Jaoal'i, G60; Cocu ·i, 594.
Assim , o maiO!' ri o da Eut·opa- o TOlfja , na nu sia,
é um pequeno rio co mpa t'ncl o ao Amazona ,- c o dcca n-
lado - Tam.isa -, que banha Londr , t;O m 11111 cut·so
de 365 kilomett·os, ou o - Seno, qu e cor ta P a ris , pet·-
con end o í/6 'kilomett·os, são peq ueno ,. galos dca nle elos
principaes afllu enles do Rio- ~1o r I
Fallando cl'esles, não podemos ca lar o b ll o c,.;p<'d aculo
que n os propot·ciona a enlr·acla elo rio "f\T ,IJI'O no ~Llma­
~onas.

Al g-uns kilomelt'OS nnlcs ela bocca do rio 'er;J'(), de-


param-se sobre as agua batTcntas do Ama_7QJWS ~ ing u­
lares ma nchas escuras, alé que, ao <Wistar-se a fóz do
pl'imeiro, divisa-se em locla á cxlcn ·ão cl orli nacla no
segundo, uma vcrclaclei ra faixa ncgTa, as igna lc ncl preci-
sámenlc a enlt'ada do maj estoso af!lu enle.
Não conhecemo· um?- explica ção positiva para a côt'
cscut·a cl'cssa agua, qu e, ali ü , apanhada em peque na
porção, se mo li'U cla t·a , lt'an parente.
Não é lambem escuro o leito pot· ond e co tTC esse ri o.
Atlt·ibuem uns a cô t· n egr~ da mas a ela agu a a « be-
tum es que o l'io enconlt·a no. gra ndes c mu llipli cnd os 1'0-
chedos pot· onde passa em qua._i Lodo u cut' o », c
oulros a ( at·vot'Cs qu e elle inupda , por cr Lodo cheio de
ilhas alagadiças. 1)

Vem a p•·opoc:ilo uma bella ])I'Oducção el o mavi oso poeta


Paulino de Brito:

O RI O NEGRO

Na ter1'a em que eu nasci desl isa um rio


ingente, caudaloso,
po1·ém triste e sombt•io;
como noite sem astl'os, teneb1·oso ;
qual negra set·pe, somnolenlo e f1·i o;
pa1'cce nm mar de tinta, escu1·o e feio ;
11I OS 81

nunca um r•ai o de .·o i victorioso


ponetr·ou-llre no se io ;
no e io, e m cuja profu nd eza e nor·m o,
coberta d e neg ro r·.
lr abi tan r mon t r·os le<>onda r io. , do rme
toda a I gião plr a nta sti ca d o lr o r•r•or !

i\J. a .· de u m o de o trt t' lado,


na s ma q:;e n s, co mo o qu<td ro c d ill" r e nte:
oh o docé l d'aq ue lle éo r·id ·n te
dos climas do l•:q u ado r,
Ira tnnta vid a. tn n ta ,
r) c os! e ha ta nto am o r!

De de qu no lr o ri ·o nte o so l 6 nado
a té que e xpira o d ia ,
toda a voz da na t ureza um br-ado
imm e nso d e ol e <-rio:
e Y4ra. aquell e g r an d e us urTar de fes ta.
vi brant d e vent LII 'a,
des de o seio pr·ofundo da flo r estas
nté :is prai a qu e ·egam de bran c ur·a!

Mas o r•io let lral,


co mo es ta g nad o e mo r•to,
:l t' t'a:;ta e n tr·e pomposo fe tiva l
lentam en te o so u manto pe r e nna l
de luto e dos o nfor·to .
Pa. a - o m o qu e m a mor·Le te m no sei o !
Pa a - tão tri s te e e c uro, q ue di se r~is,
ve nd o- o, qu e e lle da ~ lag r· ima e te r·ei-
. de Solan az pr·o,·eio;
o u qu e ficou , do pt•i mirivo dia ,
quando ao - Faça-se! - a luz r a iou no espaço,
esquecido, da tel'ra n o r ega<;o,
um farrapl) do c háos que . e extin g ui a .
.
Par·a acoi'Cla l-o, a onça dá. ru g idos,
q ue os bosq ues ouvem, de tenor tl'ansidos.
Para aJegl'al-o, o passar·o levanta
voz com que a pr·opria penha se quebranta .
Das fl ores o tltur·ibulo sus pe nse
m a nda-lhe effl uvios de per·enne ince n so.
5.
82 ~OSSA PATrtl A

Mas deba lde rugis, brutos ferozes!


Mas deba lde cantaes; formo sa s aves !
Mas debalde in ce nsa e:;, mimosas Hü re_
Nem canti cos suave ,
ne m magicos ol6 r e.· ,
nem te me r o.- a s vozes
o alegra r·ão já mais ! Para a tri steza
a t roz , profun da, imme nsa, qu e o d e vora .
nem tod o o rir· , que al eg ra a na tureza,
ne m toda a luz co m qu se e nfe ita a a ur· r ·~,

Ó me u r·~o na ta I !
quanto ,· o h ! quanto e u pa r·e.,;o-m e com t ig o!
Eu, que no fundo d o me u :se r abrigo
um a no it e es ..: u r i;;s ima e fatal ,
como tu , sob um céo p u1·o e ri ~o nlio ,
entre o ri so, o pr·aze r , o "01.0 a t alma,
pa ~ so e ntregue ao,; ph a ntas ma s do me u ~onl1 0
e ú · t r e va de Jnin!,'alm a.

Dá-se ainda no ri o iVe[J J'O 11111 phcnut1t eno di~· n o de


nota, de que j á l'ómn le Lcmunlw .
Doi ou Lt·es din nntc cl lerm o dt1 cnchenl , ·obr --. e
o céo de cs pes~ n s nuYens, qu · os rni os do sol nüo logram
alrnves nt·, !.!·ozand o-s · m i\l anáo. um d li cinso di nw :
sente-se !'rio pt·o prinmente.
D'uhi a cl cnnminn çào ue - friagem - qu e se dá ao
phenom nu.
No hm elo ter eit·o din, dissipam -s a. nuYen.·, o .- I
resp lnncl ece c o ri o começa immedi ntamenle a baixar.
Dizem que s o b~e rvn id enti co phenom no em outro::;
a rtluenles do flma.;onas .

*
* *
Além dos citados, muit os outro. g rand e::; rios cot·Lnm o
let•ril OI'Í O ))l'azi)eiro.
\"ejnmo. algun s do d · mni or curso:
RIOS 83

Pol'(t ná, 4 ....,90 kil omelr·o ·, banha o Estado de Minas


G ra s, (~ oyaz, S . Paulo c Purnná , sepa rando o Brazil
d n Repu h) icn d P a ragu a y;
. F1 ·wu·i. co, _.Ç)OO kilomeLro~, na see na ·erTa da Ca-
n a INt , lll \l in:1s l; crucs , c f-C pa ra o K Laclo da Bal1 ia
do d ' Jl 1"11<\1111JUCO C O dl! .\ lagoas d el e ero·ipC, en-
ll"<l 11do IHI cr·n no a c61·ca d oi lo le· ··un s da ·idade de 1 r> -
II(Jdo, no ~-- lad o d .\ la s-ôn~ :
Tocontin ·, 2.G'1Ü l\il om l ro~, qu i' niío é proprlumenle
aiTI11 C' 1llC' do t ma:;Oi l(t , CO I1111lUilÍ ·a mlo- . c, cnlrclan lo,
0111 C'S lf', p !'lo ela fúz, p lo c::r nul TaUf;pu r ú, na s ·e m
Go ;;rz l'urmad o p los rio: 'VJoJ·anhüo c }Ja!'(ttlâ, rcc -
llcnd r na ma r~e 111 esque rda, C' nlrc oulros , o \ !'ClfJLWya, r.
]JI" 't"Í pila-sC' no O ·('ano p lo Es l;~d o do Parei , cnlrc a mnr-
~' 1 11 oriental J <1 ilk1 de \la/'(ljú c o p011L0 Tigieio ·a,·
}Jw ·oguCtfJ , 2.01 kilom Lro:, nasc na ·erra Pw·eci
110 E Indo d MaLLo- Gro ·so;
Pomo!Lyúa , l. "in6 kil omelros , v m la serra Tabatinga,
110 E~ L<1 lo d Go~·m~ , . epara o Eslnclo do Marnnhüo do de
l) inu hy , lança nd o-se no Oc ano abu ixo da cidade ela Pa,·-
nahvúo, 11 ullim o;
·,·uguoy, 'l.G50 J,il om Lro., nn~c na serra elo 1Vlcu',
no E lad o do Hi o Granel do ~u i , e ele emboca no rio
} ÇLI '(li/CÍ ,"

'" l gua sü, ·1.320 kilomelros, a llluenl elo ri o Paraná,


(;Om b li a: ·achociras, cnlre as ]ltaC: o f'am oso sa lto da
Se te Quedas,·
Rio da Velhas, ·1.'1 3- kilomelros, a rtluen le elo rio
S .J,,·anci ·o,·
Jequitinhonha, ·1.082 kilomelt'os, na ·ce na erra Pedra
84 NOSSA PATRIA

Redonda, no Estado de Minas 'Gera es, e entra no Ocea no


abaixo ele B elmonte, no Estado ela Bahia:
Gurupi, 800 kil omeLJ·os, . epnra o E tn clo do l a rá do
de Maranhão.
*
* *
Não invejam nossos 1·io a famosn cachoeira dn ~rirt(J W'a,
no · E lad os- U nid M da
r\m e1·ica el o Norl!' .
=
\ pt·eciae , por x •m -
plo, na i111 poncncin dn
a llut·a na I rllczn ;.,:Tnn-
di osa elo lcnr,o l da. agu<l>=,
n d nomi nada 1 'i conde
elo Rio B I 'W1 CO, no t·io
rio P ato , nn Esl;i d elo
Pa rnná.
DescreYe-n o Vi sco nd e
d Tau na v que a vi.: ilou
q unnd o j)'resid e11 le cl a
en Lo:\ o Prov incin :
" DifTicil é, por cet·Lo, en -
con Lrat·- e, a té mes mo n o
B t·a zil, tã o pt odigo de fol'-
Cachocirc• vi -conde d o llio llran o. mo as e va 1·iad is i mas cu -
t•iosidades na.Lut·a ·, coisa
mais bella, mais c heia de g rand eza e ·e lva Lica ma g nifi ce n Gia .
Imagine-se copiosissima e límpida ma sa liquida, atirand o-se de ..
golpe em pt·ecipicio d e 75 a 80 meLros d e altul'a e pula nd o umá
mut·alha cottada a pique , c uja linha da at·esta sup eri ot· , toda c r i-
vada de fundas r e inLt•a ncia s e gt·andes sali e ncias , impt•im e a s
mais pittot·escas e en contt·adas di recçõe: às a g uas , no m om n to
e m que o t•io inteiro, como que prew de fa tal deses pet·o , se jon a
de um imp<;lo no abysmo.
Pot· i;;sc, os enormes e e pumant s cachões, ol'a fot·mam larg a e
bellissima curva toda t·iscada de t' ugas pat·allelas, como ct·espos
de ondeante cabelleira, ora cabem de su bito em blóco, a ntodo
CA 1-I O EIRA ::;

de peso in er·te e cpte só obedece à g r·nvidade, ou c ntào se div idem


em fi os c filetes, mai .· ou m ono. enco rpor·ados, par ecendo, uns,
alví ssim o · fi lões a r i . car·c m de br·an co a peclr·a negra, outros,
um a -- er·ic d :tér eos f-l óco , qu e n~to a tti n gc m o fund o, se desfa -
zem em nevoeiro, . o puh•cri ·am n o- a r·es c de. ven dam nos r·aios
do oi os g r·aciosos e I _,·cs an,·enubio. d o ar·co -ir·i .
Al ém da dispos ição el e toda a r·oclra tnl lr nda a pr·u m o, que i n-
cu te cunh o n ovo e ex tr·aor cli na r·i o a ('" a catadu pa, ha par·a o via-
jan te, qu o a co ntempla d -~ cima pár·u. baix o, como n ós a vim os,
ist o é, i bocca do pr·ccipi ci o, quan cl o o ri o g alga o olos ai obs -
tacu lo, ha 11 111:1 parti cu lar·ida dc q ue c m pr 1a r· alce par·ti c ular· e
nun ca a ·az admi r·acl b a alto Visconde do R io llranco.
É um gr·andc pan co de mu r·alha cstr·at ifi caclo e ali c n lc , qu e,
do Ia el el o l:'t el a Ll J'Va m ar op ttl c n ta em agua s, c adca11ta bem
pa r a fóra c c r·vc assi m el e fun·clo ao c ry ::;ta l l ino jac to, co nse r·-
vando-so c nrpr·e enxu to , poi: a ri n-o r osa co nvex icl aclc da quécl a
e sua rapidez üo taes, q ue n enhum borTifo ou sa l pico d'c ll e se
c\ spr c nd e.
E e~se rn onoli t lr o, ler·m i nad o po 1· um a e pocie el e ag ig antacl a
cornij ::r, ainda m ai s obr·c. alt o, pot·q uan to a ~ c u l ut' no r·esal ta el e
uma ve r·daclcira co t•tina cl 'ag ua fo rm ada pol' um j or t·o. qu e se eles-
r eja el o lado de l t·az, el e maneir·a quo aquoll c co lo. o pc t r·eo Agun1
de mon t r·uosa co l u m na, ce r cada por· todos os l ados de i m m en sos
bul cõc s li quides, se m nun ca. er molhada. .
A admir·arm o;; ludo aqu illo e m ai s a espl end icla v enoetação elas
mn r·gcn s, as parcel es cy clopeas o csl r•ati fi cadas de toda aquclla
scc na. uja nota ai g r e c vi vida er a dada p la f·Jor·escen cia deli-
cada c mull icolor das m elastomacca ·, c hamadas em toda a Pr·o-
vin cia do Pa r·an~·t allel uia , ficámos mai s de um a ho1·a, co n~id e ­
ra n do bem empr·egada a can ce ira a qu e n os h avíamos suj ei-
lado , a t r·ansitar· po r· p icadns impossívei s, a subir· e a ele. ce r
ing r·e m es mo r·t·os e a vencer t rechos, em qu e os cav allo mal
podiam ter - de pé, tal a quantidad e de pe dr·as ::;olt as e seixos
ralados, tud o debaixo de co n tínuos e violentos aguaceir·os .
A li a , já alguns viajantes de nota alli 'haviam c hegado, os
Sr( r·s. Barão de Capanem a, o Dr. \ Vei ss co m o Prín cipe de 1-lohen-
lohe e Bal'ão Sc hoeler·, o Engenh eir·o Olclebrech e val'ios outros,
nrLo muitos, poi s esse salto é ai nda pouco conhe cido e quasi
nun ca visi tad o, tendo havido n ecessid ad e de se abr•it· es treita tri-
lh a par·a let·m os caminl1o.
Ainda ah i tivem os val ente e perdut·avel impressão. Foi quando,
voltando-me para os companheiros de excursão, exclamei com
voz fot·tc : u Esta ca laclupa l er·á o 1wme de Salto Visconde 'dr>
Rio Branco. " Enlüo, uma saudade funda e t•epassada de g l'a-
SG NOSS1\ PATR I A

.tidào pungia o co raçào do s b razil e iros q u e e a t: ha ,•am n'a 1u el las


.-o lidões , e toda s a s gra nd e zas da n atureza in co n s i n le, a q u lias
J'evóltas e c trondean les a g ua , aqu ll a - im 111en a s t•oc has ,
aqut>ll e s sol e mn e.- c al c n tad o:s tnarl e it·o, , tud o ' nba c u c fico u
p e qu e no ant e n estn tura m ora l do c - tadi ·tn, c uj:t t '<'Cordat;~LO e sse
g lorio o n ome e voc ava n o meio d e in vio · e t · 1 ôl' ~ ! ·•

Quereis nprocia r ainda 011ira , ~ o b r ba e dc-d111 11i JJ·n nlo


.no cl sponhn1·- e no ab~'" ll lll ?
E il- n, l'nrmnda pelo 1'10 S. F1 ·nnci co, no E-- l:1d n do

.-

Cachoeira. Paul11 Affonso .

. \l agóa:, p uc nlwixo cln idnrl o do Penêdo, cnhind o el e


~5 melros el o allu 1·a.
Lêd o a h8ll a dcscripçuo d .\ ffonso · l. o :

•• Os amet·icanos d o n o t•le te m i mm e n. o o t·gu lh o d e ua c ala -


r a ct<t do Niagara, q u e Cii:Jtcnub t·iand qua lifi c ou uma co lu m na
-d'ag ua Li o di lu vio.
O B 1·nzil po sue tnara,·ilha eg u a l, e não s up e r io t· - aca h oeit•a
<le Paul o Af1'onso .
En cont1·a-. e n·e,ta tud o quanto 11'aq u cl la c n anta, apa ,·o z·a e
G I1UTA. 87'

mar·avillr a. I~ a. m esma. en or·m e rn a.s a l iquida., a. r·olar' de verti-


g i no· a. all ur'a, em fe r·vi I h an te pr eci pi cio; o m e ·rno es tr·ondo, J·e-
per·cu tind o em prodigiosa di t:1ncia: a rn esma t repida.çüo dos
ar·r·edor·es, como qui' a pr·e nu n c iar· um t r'r·(' nro to; o m esmo a.bys-
mo continuantetrle tr·o,·c.1 an <', i'or·rniga.nclo de e p umas e do qual
,;o el ,.,l! n nuven - de al vo,; ,·apor·cs, ·ur•tado.· de ar·co-i r i - per-
man e n k ~ ; a rn c~ r na im age m tu r billro nan te de clr úos; produ zindo
tudo a mesma i mpres~iio , a pr·incipi o coni'u <=a e :Jlel'l'ador·a, de-
pois extr·no r·di nar·i a, mir·açr rl osa, sub l inr c , par•et:c ndo m en os um
es 1ecta cul do qu e porte n to:;a ,·isi'io.
Paulo rrou~o. Jl OI'C IIl, ofTer·cce mais sf'l vagenr poesia e maior
v ar iedade c! a:;pecto:; do qu e o .\'iagara.
O r io S . Franci co , que a fonna, d ;;fila antes de r. lr ega r· a ell a,
11 0 m eio d urn drda.l o el e illra;;;, illrota:;, r· cifes, pedr·as i :o la-
da. , el e ur·pr' lrend en te efl'eito pif tor ;;;co.
De : ubito , ap er·tada nu ·e ·o lo ·a.c. mu r·a llr a g raní ticas, d i ,·i-
de- e a tor·r·c 11Lr, par·a o al to Lrr m en elo, em t r e- g iga.nte:;co-- br·a-
ços - quatro no te u po da chei a, - . cpar·a.do ·· por' extranlr o ·
g rup o· de r'O hedo. , ernquan to rnu l tiplo · j acto· cop i o ·o e ind e-
perrel nte ·, c n tr·cc lroca m-se no ar', pr·oj ccta n el o, e m toda:; as di -
r•e çõ , fl eclra. i ri sa da· , fl ócos ar·o- 11teo , nevoeir·os diamanti -
n o. , poei r a lrurnida .
Tr·an:po ·to o estr ei to canal, co n tinúa o r·io se u cur:;o, oitenta
metro aba ixo, no fundo da vo r·ag m, co m vio len cia, r·apidez c
imprtuo idade indiziv· is, el e. penhanel o-. e ainda em pequena.
achoeir·as, fum egante, r·e to r·cendo-:c em vascas deses per·adas,
c: pada rra.nd o, puland o, borbu lhan do, co m rufo -, es tour·os, br·a-
do · ur · l o~ . l'or·rni cla,·eis o ini ntenup to - mu o-ido .
O p nlra co em qu e se aclra o oi er·vado r· par·ece agitat•- se,
lrem er, pr·e,.;tes a fu g ir com a cor·r en teza. I~ o venlacl eir·o infer·no
das a<,ua , de que fal ia Byron .
O 1 iagara, cujas quéelas. :io apena dua · , lon " e está de osten-
tar· as ing ular·i daues, o -- co n tr·a te e JH'ol'usão de quadr·os de
Pa ulo AJ/'onso , que dir-se-i a. m oelifi cat·-se e mudar· de posição
todo · os dia::;. ,,

:j:
**
Niio ; só, porón1, nu cuchoeirn b llu e imponente que n
na lu1· za bn1zi lcira ~ c oslenla 'I' ndo 1·a çapri cho-- u, n'es a
combinnÇitO oberbn de ag-un!:i c rocha .
Ouc m::u·avilha ·e de enrolam d an lc de olhos oh. e1·_:
Ynd orc-- nn muita g-J'ula: qu e o B1·nil po. uc !
-ss NOSSA PATHL\

Nola1·emos, enli'e o uLI·~ s, a fa mosa g ru l.a el o l nfr' !'IW,


em Mallo-G1·osso, c ·a ela Jl1angabeiNt, no Brejo Gra nd e,
Estado da Bahia.
Como typo, poré1Ú, d 'es es ob rbos pa Incio,; su illf' JTU-
neos, espccialisai·emos aqui a Cave1'1W elo 1101(/ olinlw ,
na vil la lporanga, Estad o de S. Paulo, ela JUa l ill u" LI'O
obsen •aclol' assim nos falia , em inlcressa n le estJitin ill us-
II'acio com clifferenl es gTaYu ras :
" Desce ndo do mor·ro do Ch umbo, c lrega-se ::to fe r•lil i::;sim o va lle
do ribeirão do Monjolinho. A cavern a d o m es m o n om e · D 1rr::r is
imJJorlanle que n'es ta reg iã o pud e e xplorai·. Sua pos ic;u é na
face norte dos Agudos e a c h:t-se sua e ntra da a 30 m et ros aci llla
do níve l actual do r· ibe irão do Monjolinho . basta n te e n lr rlh a da
de r·uinas do fron lespicio, ap•·es e nl::rn clo a in da u m c la 1·o d e c inco
melr·os d e la r·gur·a por t1'CS de ai tu r a .
Atr·avessando o mur·o da e ntr·ad a , d esce - se a \·a ~ la ~ ::da lu x u- l
I'Íosame nte r·eve stida d e estala c tite. e es ta la g m iles (1). "

Conlinúa, co m enlhu siasmo, a de. crever a vnsl•t gTuta ,


em um ponto ela qua l, c< com nuxi lio de Yinle melros el e
II
cabo, desce- se depois como obre un;a casca. tu congelada '
pal'a o fund o de um a· sala de qua renta me lros de co mpri-
mento ]JOI'· vinte de lnrgura. »
Alli , n'essc immenso salüo, ao .cl eiTedo t· do qu a l c< se
acham alguma s ga!oJ·ias, exlra ordin:wiame nle t•icas e m
cslalacliles » , ma ravi lha -se o observa lot', não lnnln peln
<< fól'm a ·giga ntesca do columnas colos aes, quo produz 111

o bello ofl'eilo » , mn s, pt·incipnlmenle, pela « gt·a.ncli o a

(I) " Estulaetitc , concreçüo calca rea d · volume vari:wcl, formada púla
acc;ão das aguas que, "goucjanrlo lentamente de uma cavidade natural , de
umo. g1·uta , etc., ror·ma m com as materi as cal careas , qu e tmzem em
dissoluçftO, uma especie de colu mna ou py mmidc co ni c~ invenicb , que
fica como suspensa do t c to. - Estnlng mitc , conc rcção da mesma
natureza. que a estalactite, com a differcnç~1. de que s er·guc do sólo,
em co nsequen ci:.~: de sc1· or·iginada pelos pingos de agua que, gotteja ndo
uo tccto, cácm no chüo, de tal fórma que a cada uma corresponde uma
estalactite ? algumas vezes chega a uni r- . c o cone da estalag mitc com o
ela cstalactrtc, formando uma columna pittorcs ca. e exquisita.

,
G RUTAS 8()

Yari ,d,I( IC c mu llipli cirltl lo dc J ó r1 na ,; c fiQ'UI'ns biza l'l'a:- :


cort inas de ttun si um III C' li'O rl C' l ::u ·~·ura e" lrc de altura,
lend o a pc·11<1S c inco a seis ll lillillle tJ'()S c.l ·espessur a , gu:n-
nccem t' C'sco ndem os ]XI n 'clr-lrs rl 8 um dos cantos da ma -
j es tosa sala . •>
Pro~L·g-uindo, drserr'\ r' n. ht'llr'Z<l'-' do ,..C'gun do c te r ·oiro
al õrs de Yin ln mrlros d e' lnrgu m po r tri nt a de co mpri-
m nlo, l'a ll a nd o-1ws C'lll ,;c'gu id n ele- 11 m a onlra sn L1, r·ica -
m nlr or nad;l r1 :nlol'a(' ln: c, lcilicns, a I'CSj ito da qua l
diz , illus ll'ancl o a pa lav 1·a (' Olll xp 1· _-;siYa g r. \·ura :
(( A rl iv I'Si la 1 ur f'ól' lllil. é ln l' que a CC~ da in lanle c
ncrr dila vêr i mil a ~;õcs ele' o hj t•clos 11 snclns 111 n s a Yidil
Le1·1· lr : colu mn8 , ol turcs, nicl1 os co m p1·c ·cpios, ·o n-
sólo , l'l tli'CS, pn ·s:no. , animnc. , in ,., trum nlo. el e mus icn,
y(• lns, te.
No meio da . ;da , por '• m , r xi s lr o Ol'll<ilil nt o mni s p1·-
cio. o d todn a caY r rn a el o \!fo,(jo linlw: · uma c. 18la clile
i. olada , C! ' 'c \·ind o
do a llo da abóhndu,
c uniu com n s la-
la gm ilc CO rrCSj)Oll -
d rn l sem ler mai s
a dh rc n ias. Hoclr-
ado d · o utra s J'n r-
mn çõ : formo. as,
ogua o. ·o 1u m n a s
rnnj s losa · d ' ne -
vo, ·upera toda s,
par ndo OI' I'O-
vcs tid o de nma ea -
macJ a bi·iJhnnl.C el e O gigante do Monjolinho.
crJ'· ta s d c s I u m-
lm.1nlo el e · a lvura ; e na occajii.o ele illuminaç ão forlis-
sima para uma I'Cprodu cção pholopynphica , a sala, com
os o Gigante do Monjolin ho, n0s pa 1·ecin super ior ao
e1·ario das nana çõcs de Nfil r> uma noites.
90 - NOSS A PATH IA

Medindo , achamos o pé da columna ~o m 8'", G uc cir-


-cumfe,·encia, c n'uma en talha de doi melro. ele allur·a
mede ainda 5"''5, em volta.
Cal culamos o peso especifico do C< tkil o cguaJ a 2.'777,
que é n méd in elo r·esullado el e diYe r·sn. cx pc ri<'n ·ias, e
:Sendo seu ç:on lcúel o de 23,75 meLro.- culli cos, le mo. um
peso lolnl pa r·a a colum na de 51-.000 kil o. ( 1). »

* *
D'entr·e os rios brazi leiros, muitos rei tnhrn m acr,ões
hcr·oicas el e que suas m;'l r·gcn. fór·a rn scc na ri o.
O Comawlituba, po r exe mpl o, no norl d 1\ lag-óa:,
v cr·lo de Pol'tO Calvo, onde se de ·dobraram g-rand e:' scc-
nn ..; ela guer·1·a hollnnd eza, foi lh ea lro de in cx.c di Y I hc-
roismo.
Alli , o b1·ayo Camarão, á 1'1· nl de seus com rnn ndad os,
indios como elle, fez- se Yc rdad eiram e nl e nolaveJ, lendo
.ao lad o a in cparaYel c abneo·ada esposa, Cbra Cama r·ão,
que, na phrase de um hi IOJ"iaclo r·, « co mba l 11 co m um
·denodo qu e o seu sexo l'nzi a in cri vcl, affroitl nmlo lodos os
pc1·igos; ca ,.,.cgo u po1· mui In s vezc.- n
rnimigo e penclr·ou no mni: CC rrnd O:-'
bala lhõ s. \ opa soque co rnl alia , xhór-
lnYa os soldado.- n cumpri r m seus ele-
veres, ])I'Ome tle nclo-lhcs victor·i a c dando
assim o e xemplo a outra .- conlc rrnn eas,
que I)I'ÓCuraram imilal-n. »
\lli lambem , o Yal e nle Hen1·ique Dias,
llcnl'iquc Dins.
o prelo que tanto e nobili tou nas luc-
las holland eza ·, fe,·iclo, mai s uma vez,
na mão esquerda, mandou ])I'Omptamenlc nmpu lal-a c
''O~ Lou _a o_ combate com o mesmo :ndo i·, declai·ando que na
ma o clll·cila lhe flcavçtm muitas maos pal'a sei' c i!' a D~us,

(1) As G I!UT AS CALCA R Eo\S DO IPORANGA - Rica/'1lO J(,•one - R evh;ta


-do Museu Pnulista - vol. 111 - 1898.
H J()S IILST O RLCOS
. .
ao R ei f' â P at1·ia, e que para vinganç a d' elles saberia
fa-~e , · df' r·rtda cle'do umajol' le mao.

O l'io J)w 'O!JU{I.'J lnntiJClll cl cspcrln a l embt·an(';n de


g"I'UlldL'" l'ui tos rl t' nossa .\ r·tnaJ<~ na gnen ·a co nLI·a o
GoYcrn o do Jlarn ~· u <ty , q tH', r m ua ca pital - A s umpção
con sid CI'<1Ya iti C:-.:pu"·naY l , lendo p ,. senlin el las .i
<tYa nç:adfl f! s fo t·mid;l,. ' is l'ol'lalezfl · de Cw·u~ít , Cw·u- · I
p oity c 1-l wnoytâ, n cr lcbl'e I-Jumoy tá , geralm ente li'io
ICl llid;l.
uru_7ít cr ::t ufn l'ni'IC r d uelo dc!'cnclicl o po t· pos ante
Jlllll':1lhn cl li' s ill';l'.'" el e a llur<~ , Jli'Olcgid::t em torno por
lllll lal'' '·o l'ósso ri II OYC palm o:; de pt·ofundiclncl c c doze ele
];Jt·g·llrn, gua l'n c<;id o co n1 lrcze pc\:n . el e artilhal'ir t e 11·es
mil pn rn g ua~' O . .
N os a csquacl l'n, sob a clt fi a do Vi ce -r\lmiJ·a nl e Vis-
cone! , c ma i · l<ll'clc i\lal'qucz cl
T am::tncln l'é, bomba l'cl co u- o cl'fl-
cn zmentc , em 3 de . clentbl'n ele
Hloô, <bsegtll'il iHlo o ntn<tu c ea
lolllacl a ela forla loza pel o segund o
Corpo el o E:-.:crcit o.
I< T et·m i no. nclo » , esCI'eYeu o
Vicc- A l mii'Dnl c nn parle offici al
do combnlc,· « nüo po-so d-eixai'
d e rnnnifc tal' o Ol'gulho de que
m e sinto pos ·uicl o pOI' ICI' o. honl'n
d e co mmnncln 1· chefe·, orflcin cs c Mn•·quez de Tamandarc.
gu:un içõ s li'io lmwos e decid id os,
qunn l o ·c tra ta de clesa ff,·onlat· o. honl'a naci onal >> .
Deu- se , pol'ém, n' essa gl o1·iosa lu cla um lamenta vel
d e aslre pat·a a A. I'mada com o desappa l'ecimen lo do
.encoura çn do Rio ele Janeiro, fel'iclo ele morle pol' dois
l ot·pêdo , como vêcles figul'aclo na gl'avul'a .
92 NO 'S A PATHJ..\

O Ll'i sle aconlecimenlo foi· nssim l'ela lnd o C'lll umn cor-
r espondencia de Bue~ws:_Ay ,·es , clnl<lda d 'I 'l de
Setembt'O:

" Dos e ncouraç ados, o q ue s e a c h o u m ai pt•o:-.. imo ;L bate ria


oi o Rio de Janeiro , cujo Cumm anclante , Am ct•ico Sih·ad o, ainda
uma ,-ez d c ,·ia, ant es de tllOI'l'C t' g lorio-
sa me n te , c om provat· "ua conltccicl a i ntre-
pid cz e sang11 c frio . 1\a hocr<' da c ns amàta
do e nc out•a r;a J o batet'at n dua~ bal as ini -
mi gas, calibre 68; acertand o uma na peça,
qu e La m bem c r n. d e (j , e que fico u a.mol-
g ad a e fe ndida . Os es till wr;os, penetra nd o
n a m e ma ca amáta, f ri t·a m C' '·ave m e nte
o 1° T e n e n te Napol ciio J an se l' Muller,
ma taram dua s p1·a r; <1 s c ferira m mais
o ito. Esse brav o to T en e nte j;·, perd e u um
C .rnmandan tc Silvado. braço c d e ce 1·to pc rd c rú ta m bcm uma
pe t•na ...
O encouraçado, co nse t'va ndo- se na f,·cnte da linh n, Li11h:t s id o
desd e a ves pera um dos vasos qu e mai o t'es . e1·vir:o . havi a pres-

II
tado. Infe lizm e nte, em uma da- e voluções ou vol tas que deu, .

llombai'Cicio de Curuzli.

es ~e e ncoui'açado bateu e m um torp ê do, qu e , e xplodindo e m


ba1xo do casco, o partiu faz. e nd o g rnndes rombos. No prim e iro
m~mento, mal se póde verificar o que occoi'I'ia n o en co uraçado,
po1s, além do esLrepito me donho, s ó se o via e nv o lto em unia es-
GUERI{A DO PA R AGUA Y 93

pessa IJ U\'C m d e fu111aça ; l og o, porém, pe 1·ce beu-se que elle


a fundava, o q u e e m pou co · seg un dos te ve l oga.r.
O intJ·c pitl o Cou1man dan te , 111Úu g 1·ado vê1· o navio partido ao
m eio , Oll>;C J'vou toda a »C J'C IJ Jda d o na e x p cdi ç ~Lo da s OI'den s par a
a cudi r ;'t gente que ti n ha fi cado Íll to l urne, de cc u á cama1·a para
alv a,· os d ·u nie n tu,., de bordo , 0 11 ~10 ar J·ed ou d e si 5Cnão quan-
do nnda ma i s li n ha a f'azce. rd as, j;'L era ta.1·de .. . o navi o vi t·ou
so br e o lado d a po1'la 0111 qu e c l lc ·c ac lt ava c u b m eq;iu-o com-
·i g o, cotno !'i quize SCI 'YÍI' de tumul o a u IJJ'::tvo c h e fe. "

.\ lc;tn ele .\ 11 tnico S iiY<Hid, l'(m1tJl YidÍJJtn s do d e. ac; lre o


2" 'l'c• Jl<' JlLC Joaq uim .\ 1Ye5 Coelh o dn Si lva Juni or, o
r;J t;lJ'(I <t - J\ lnrilll W. 1\nymuncl o .\ nlonio da 'i h·a , o E ~C I'Í­
YÜO ,\ ri ~ l i fi cs ,\ J'tl l ll ÍO dt' .\ zc'Y<'f[O (' i\)J Ll(jiiCI'(jlÍC. 62
pl·;t ~; ;t s dn g· u a J·J t i ~· ,·t o . l ·~ nlrf' n · "alvos, ;t clt;!Yn-sc o l mme-
di; tlo do L' ll ·o ~t J ·a ~· ;H i o, I" Tett CIILC Cu slocl io José el e Mello.
i\ r 'sr cilo d<1 o n; ttpn ~·;'io rl<1 f'Mln lczn pelo ex rcil o ao
ma nd o do hc ·,·oico Gc tt ra l
~l nrtpt ' · de ·ouzn , JJurilo, c•
mais lnrcle Vi:co nd c c Cond e
de Porlo-.\ lcg rc, diz slc nn
cxlen a pn r·Le ol'l i ·ia l da lr -
meneia lucla, t·cf'c,·incl o- se no
mo mento deci. iYo el a acção :
<• ••• i r q ur>110 f' I'Cl o e : p oço
q u e 110 dos p al'a-
C'f l OI 'rtc a
guayo : yalgot-o, attcu· o
Jàsso w l sobl'e os out1·os,
escalar as t1·incheii'CtS , com-
bater p eito a peito e venee1·,
f oi obl'a de p oucos m.omen- Conclc de Porto-A icg•·c.
tos. »
Curupaity for mava' um ·cmicircu lo ele qualroce nla::.
braç·a , ma is ou me nos, cujas exlren1iclaclcs e ram . u nidas
pol' um f'õ so el e quinze pa lmo · ele nllum c ouli'OS lanlos
el e la 1'gu ra 1 lendo n vinlc lm1.ç·a · ele cl,is lanqi·a u m paúl pn-
,·allelo ao pr·imeil:.o fosso :c ·a vi nlc bi'aças . cl ' e~se pa úl o
fó sso ela fo i·tificaçüo.,:muilo mais l a,1'go e pr·o fu ncl0 do que o
94 :\OSSA PA'l'FtlA

primeiro, em cuj::t iJorcl a inlel'l1n se l cYnnlaYn 11111 parn puilo


ele lrinla palmos, se i'Yind o el e . upporle a ci ncor n l:l ~Oi !'
peç-a de arlilharia.
Es ·n formi clavcl forl :tlczn foi a lacacla , em ~'i tl r :-:iclem-
bro do ·! 866, po1· acç-ão comb in ada dn OS<[ li<H II ·a l' do r xci'-
cito, sendo, porém , cl csnsll·os:l a inYco:: lirln.
Muila s cii·cums lan cia, co ncn rrern m p:n a j,.;,.;o . núo :::c
podendo , en l rc lnnlo, conl c, la1· qu e os !JI'i o: r o d<'II<Hio do
Exercito l3I·azil eii'O, d , cl r o Yal unlc Ge11 er:d :tlé no n llimo
soldndo, llcal'am inlacloo:: .
Com I'az:'\o as_imo f'ez ;; ' nlii' o braYo !)o rlo-.\ ll'gT 11:1
OI'Clem do dia el e '10 de Oul11bro el e ·J G6 : I

" Soldados! R econhece t· e tomar, si fôsse po. iq; l, a pus içiio t


de Curupail!J foi nosso e mpl' nl1o na jornada. d e 22 dr Sel m bz·o. I.
I

I
ú ccu pa~· úo de Cur11ú1 .

O estandarte brazileit'O não tt·emulou · sobre os muros d' aquel-


le forte, mas ainda assim bem met·ecestes da Patria, qu e , solicita,
vos contempla.
Cincoenta boccas de fogo collocadas e 13.000 homen s de infan-
tar·ia arremessavam-nos abóbadas de balas .
Os insuperaveis fóssos, t•ev estidos com• os accessorios que a
GU EHH.A 00 PARAG U A Y 95.

a1' le ett ·in a, ltwa m a n i m o a o!; e . c1':1v i ~ ados so ld ad os d o tyranno


Lop ez.
S ob1'C c sa pos iç iio, assi m artilltada c d e fe ndida, investistes
co m d e nodo.
A vo --o l ado pclcja rat n o vnlc11tes ::u ·<;c n tin os : e ll e s c vós
c u tnp1·iram c m aclmi r tH' CI i1 l r e picl ez o
s a c ri fi io quo a P a t1·ia e x ige, n ho nra OI' -
d e tt a e a lihcr·da lc espera.
M uito· do no:; "OS co n tc t' l'aneo:· 11 ·o n -
ll'a1'atl1 tnot·tc glot· io a obre a:; ul t i m a ~
baler·in .· i n•• ••igas ! 1-l o n •·a a e:;-cs Ut'tl\'os,
c uja Jll e iTIOI'Ía j üm;tis pe t'CCet·:'L
O vacuo d' \'O~.· a: fi le it·a s ntle la co tn
e loq u nria. tt' r c po ncli \•e l quã mo ,·tif'e ra. ro i
3 p •loja , c vo~so d e nod o co n te ve o inimi go
cn t suas po:;iç-0cs, obs ·t'vtwcl o a dmirad o a.
mai · tm nquilla da · reti t•adns .
Qua ti'O ho t' a Linl ta d u t·::t do o c omlJate'
So ldad o ! ,\ i11 da q u an do o mo vim e nto
el o di a 22 poJ cs:c sei' co n id e rad o - um
r evcz pat·a a a t•tn as a lli a das, - e ll e. r e -
tempe r·o u n ossos anim os se m diminuit· o
b t·ilh o d e no ss a ~ a 1'11 t3 .
O s b r·avos qu e to ma1·am pa 1· te ·n'aqu e ll e
g lo t·ioso com ba te pod e m com arTog an te
al!ivez d iz t' ao mund o : - Em Curupail!J
fi co u i Il esa a ho n •·a. d3 ban d e ira bl'a zil e ira. "

Na c. ([ttarlr·n , a IJOI'cio do cncou-


r<1 ~ n.d oLúna Bw·ros, nl.r ou lro., foi
fcr·iclo o Capi l:'lo de \Ia r c Guen·a El;,'- "statua do c onde de t' o•·to-
·,.. ·o r \ 11 lolll·o do·S S nn Lo , cJU C , · cn- Altadc:;rc,
S icd'J
naCa pital d o Es -
o do llio Grandc do Sul.
lrelanlo, na plwasc elo Almirnnlc Tn-
mnn da t·é, « c?nlinuou n combnl.ct· com o..sangue frio im-
pcrlu t·bavel que o ca r·nclcPi a no peri go . ''
Em Cw·upaity, perd eu glo t·iosnmenlc n Yiela Fl'ancisco
Camct·i no, poeta et· gipnno, ele vinle e Lr·es nnnos cle.cclacle,.
que, sem ser alislnel o no Exer·cilo, seguir·a para o Para-
guay no lado elo 8o batalhão de Volunl nr·ios de Scr·gipe,
~obre cujo ·olclaclos exer·cin vet·eladeir·a fascinação, quan-
96 NOSSA PATRIA

do marchando para t·enhicl os combate.·, incitava -lhes o


pat.t·iotismo, recitando vcr;;os hct·oicos.
J á em Curuzú, dizia cl'csse denodado jovc tl , em pat·le
official de '14 el e Set embro de '1866, o \' i <.:O tlclc de Pot·lo-
Aleo-t·e :
« Tol'na-se digno ele menção o uotunlario Fuu~cisco
0

Cam.el'itw, porque, guiado w úecunentr> po r eu · senti-


mentos p atrioticos, r.;u u~Úf/ ti'll hr> roi<.:a-
mente nas fiteira lo Ú(l(u lh üo 8° de
Votuntorios da l'atrio . _.'(io e ali:s-
wdo, nen-1- recfbe rlos cofre publicas
J'e m nne l'(lÇàO a/[J uma.

Sobre a mo t·te de Ca111 N itw , victimaclo


co m ma is cl czoilo cotnpanh eirns pela ex-
pio ão el e uma granada, no lrn n..: põr,
to.. ran c1sco Carnc riuu. '
num impelo el e nu d acta
· , o prt· mo11·o
· en-
lrin cheit·omcnlo, lemo em uma auclorizada ele cripção
do US. ai lO de CUl'upaify : »

" A honra da band eira brd'l.il e it·a fi co u ill csa, co m o i.Je m disse
o Gene ral. Com e!fe ito, actos de va lo r, d e ab nega iio, d e te me-
ridad e e her oica corage m fM am praticado: por no.-sos orficiaes
e soldados e seria longo e num e rai-os.
Came rin o, Voluntar io da P atr ia, se rgipano, po e ta , no começo
da acçã o é gravem e nte fe rido ; co nd uze m-n o pa t•a o hospital d e
sang ue e ahi os cirurgiões re con hece m a necess idad e d e a mpu-
lat·-lhe os doi s braço .
. Principiam a o pe ração : Ca met·ioo, pe la perda de sangu e , está
'p allido, mas risonho ; não r1uiz c hl oroformio.
A opet·ação caminh a e lambem a m ot·te : Ca me rino so rt•i sem-
.pt·e, r ecitando poesias, mas s ua pallidez cr esce ..
De r e pe nte, fita os olhos sob t·e os montes de pe rnas e bt·aços
humanos que estão pot• alli espa lhados; d epois, o lha para o céo
com a e xpress~LO das es tatuas lu mu la res : está e m un'\ extasis ..•
mas extas is da m orte.
·seus labias abrem-se e o heróe, concen tt·ando n' elles os ul-
timas alentos da Yida, t•ecita a. seguinte estr·ophe do . poe ma
D. Jayme:
C UEHI{A' OU P.\I{ACUA Y

A lé porque, m e u O . .Jay m e ,
A g uCJ' J'a a.m ort allta a . U.O t·e ·
D inex equi,·ci -. amoJ•e:; ;
E ou m o1' t' o lto n1c m na lid a ,
F eliz, cobc J·to til- ~lo t· ia;
Ou ,; u t'<>C o ho tnc m <: 111 ,·i t.la,
:--r o ·t t·a nd o ·m rada l"e t·ida
() 1t~· m11 o d e u tll ll V iclo t·ia !

1·: am ri11o c xpit·a ( I J. "

l ~111rc lllu iiO' Olilru:-; , su 'l:ll ltl bi ratn la tn b ~ m m Cunt-


j)(I Í{!J , lu ·la11d o h ,.r, icatt1l'liiC, os ir mi'ios H~1 ppo lil o ' Affonso
ri a Jco!l:-:l 't'il , L'. I'.\ 1-
l'cr s porla-l1and cim
ri o ~JII " , ôH JII CII l' \l a-
jo r ·r nllil ôt lldan l e
lo :}6" de 1 olunla-
,.io da J'u t,·ia.
H 'ppol ilo, lran ·-
pond uma Lri11 ch i-
ra ini mi,··n, ·áe t110r-
ttyppultto<la Fon-ccu. tal tn c n l f e rid o;
Afl'onso da Fonscc;_t,
.\ l'l'onso ; allingido
por un1 a grana da q11 c I!te art·el enla nos p ·s, de pecla çau-
do-Jh e o braço dircilo ' as duas p 1'11a , 'l'iYn ncl o-o do l'e-
ritl n. .
Conduzid o ao '110. piln l d anguo, mot'l' · ao ser em feilas
a 11· amputações , erguendo vivas ao Brazil.
\ formid nYol fo,·t.a l -za el e Cw·upail!J foi , enLt·el.anlo,
bt·illtan t m nto Lran pos La pot· no sa csquad t•a em '15 de
\.go ·t.o de ·1867, apó cl iffercnlos bombat·deio :o o t•econhe-
cim nLós pela fol'ça do 2o Co l'po do Exot·ciLo acampadn s
em Cun t::;ü.

(I) Coronel José Bernard ino Bot·mann - 1-It: l oria d a Gue r ra do Para-"
ouay. - V imos ainda c e acontecimento seguramente altestado pó''
J . Arthur i\lonlenegro ·- Fl·agmentos histo f'ico Almanak Popular
Bra zi leiro - 190 1. · ,
G
~s 1\ 0SSA PA"TIUA

A ssc tempo j<1·sc ach;l\'a a c ·quadra :-;oiJ 0 lll<tiH io do


·IJr;IYO .\lm i r an l Joaqui m 'José
l g·na cin, \'i , comlc d e l nkÜ11 11a.
· l ~m um dos IJomha n l cio:-; , C' lll 2
de l• cvc r iro de l tlG- , tl m·Ji :-; l'ruc-
lu oso 1 ;11ii'ís 1 Livcmos a l ~ti1 H' i11n r n
pc rd;t do Cap i lüo-TrnC'nlt' \la noc l
.\nlonio \i la i de OliYeir a, ( :om-
man da nl c do Yapo 1· SiLc(lt/o, ol'li -
cial Ya l 11l ' il lu :-;LI·;HI,l , qtl t' 11 0
poslo d c llon1·a, in cc n li vaiJfiuo~ co lll-
lltandad o pelo r x ~ mpl o d e• IJI'<W LJ I'fl,
calti 11 Yê'lrad o pn r ]);1 l.:t ini tnig·;t.
O ommando d 'c:sc IHt\·in, cvo -
l·:tnd o a 1nc moria d e - .\I n c r ico
Si iY;ll lo - 1110r l n, co rn o jlt \ ·o:-; cli: -
. c mos, u bord o do ncnu r[ll.;ad o Rio
de Jan eil'o, qn c lh e !'oi g·l ori oso LLJIJ tul o em C w · u .~ú 1 tlÜO
.Podia deixai' el e 'CI' co nfia do a nulro: br.:t\' .· .
PI·oyou-o, mai s uma YC/. 1 o novo Co m!lland;tnl c, ~:np i­
l;'lo-T enenl.e J uslin o Jos; el e \l acêrlo
Coimbra('!) , fi qtt c m a O!'dem.clo dia :o-
IJ r e a pa. sn0em dc Cu i' upaity « ob um 1

diluvio rle balas » 1 na ph r a c do Vi scon-


de de l11haúma, as. im se refere :

" O Sn 1'. Cap ili'to-Te ne nle ~l a cé d o Coimbt·a ,


Com mandantc do Silvado, tomo u o 1·eboq uc, Yital de Oli\' Cira.
debaixo do mais vivo ca nh one io, deb<tixo
mesmo das ba.tet·ias inimiga ~ , do Tamandcu·é, q ue, te nd o uma
das peças essenciaes da. machina. p:.l l'tid a, eslava e m c il'cum-
stancias de não podet' nav egar. Este be l lo se t·vi ço mili tai' e h uma.·
ni tal'io ho~ea. sob t•eman e ira o dign o Capitão-Tene n te Coimb t· a,
que o prattcou, e pot' e lle lh e dou o. meu s pat·a.be ns e t·e ndo os
devidos elogios e agr<tde cimento ·. ,

(1) Vid o l'Ctt·a.to d'e~sc bra\·o no Cap. X VII I , no quadro d o~ r.on' lll:t n-
. dantes na Batalha de Hia.chuclo.
G E RRA DO PARA GU A Y

É nol<lY I n co in cicl c n ia q ti C se deu a bor·clo el o Ta-


mandat'(: , no ([U a l fi cou ligacln o h roico r ilo elo Com-
ma nd anlc Co i m I> r:~ .
L<:m Jtap it·ú, no dia 2/ ele !\l nr\:o de 'l8GG, uma · bala
pcn .lranclo na casr11n à la do r<'I'C'ridt> ll<1Yi , enl1·c outro
e,;l 1·ngos prn d11zido~ , i't •riu dt• tn nrlC' o lmlYO Co mman-
dtllli r', ·J• T 'll · lliC Anlo11io Carlos :'. l:l-
I'Íz c lJ<ti'I'Os; em Cut·upaity . 01 1lra
bala ricoclt e lancl n 11 n m ,;1na cns;\mti l:l.
HITancO II u1n braço ao brioso Co 1n-
n1 andanl E lysitnio Bar bo ·a, ' JLI C
Sllbsliluir:t aqu cllc.
I ~ rs: n rc !'crcncia nos lcYll n f<llln 1·
ln 111 hem da mo ri o C'sloi ·;~ d M<t riz l'
BtliTO:; outros co mpa nheiro · clC' 111- M:tl'iz c narro .
forlun io, po r oc ·a i;\o do a taqu e ao:;
no. sos IJaYi os pci<l: Lcrri vci. c.: hoto do I iclaclor do Pa1·a-
guay , no 1·io Pw·cuzá.
Trnn ·po1·lad o para o l1 o. pi lal el e sa ngu , rcsolvcJ·am os
, m cl icos, embora sem g r·ancl c proba bi li dade ele exilo, fa-
z r-ll1 ' u amputação ci<l perna acimn do j oelho. Ma1·iz c
Dnrrns , sC111J)I'C ca lmo c l'i_onh o, não co ns nliu qu e · lhe
dé · em o ·ltl orofol'ln io, dizendo qu isso se r·ia bom para
a. mulh eres, c a cr scc nlou : « Dem.- me wn chando ac-
aso, e ·ol'lem » · - c, fumand o lrnnquillamen le . presetl-
ciou locla q op rn<;-üo sem dar um só g-emido.
Mni · la1·dc, . cnlindo que a morte c app r·oximaYa, des-
pediu- c c::1lmnmenle do ami gos, . fez dil'fer·enles recom-
mcndn<;-õc: c cxha lou o ullim o alen to, depois de pt·ofet·i t·
e. la · palav 1·a: : « J11anclem di-~e t' a tneu pae que eu sem-
pre soube resp eitar seu nom e. >>

\ êcl e, enlt·clan to, os cap t·icho da sol'te: Mat·iz e Barl'OS,


clentt·o da casamá ta de um cnco ut·açado, fe t·ido inespet·a-
damenle ; ao passo que, ao mesmo tempo, o joven e va~
100 NO!:;SA P ATRIA

lente -1• Tenenlc Jcronymo Gon çalves, (.,omman I.tnle do


vapo 1· H enrique .Jl1a7'liu , lúcnclo
Lerri vcl caça ás chatas parngunyas,
,, de pé, no pas ncliço el e ,cu y:_q: )o,·
c com a businn na mão clun ~ l 10ra~
cslevc ob um a chuYa do ba l8. c' não
teve UJTia só con tusão! "

* *
Fall cnJo::;, flnalm cnlf' , da ccl bre
.Jc ronymo Gonça h·cs. 1-lumaytá, poclcrosissima l'o l'lalcza,
considerada a chav e do rio Pcu·aguay .
N'ella depositava· o Dictador· Lopez int ira co nliança,
nào só pela excellen te posição eslra Lcgica em q 11 .. ' <H;haY<'l,
como pelo possante
armam ento que nlli
concentrára, mais
ele t.rczen tas peças
de a1·tilharia.
Demais, se tegros-
sa · con·entes, par-
tin do da for·taleza
para a margem op-
posta , inlei·ccpla-
vam a passagem ,
estando além cl'isso
o 1·io semeado de
I Mpêcl OS.
Pois bem : em ·t 0 l'osiçilv " " rvn atcw ct" " " "' "~"'à.

·de Feverei1·o ele '1868, a lercei1·a divisão ela E quadra bra-


zileii·n , sob o .commando Jo Capitão cl Mal' e Gue i'I'a
Delphim Cal'los de Carvalho, que pelo nolavcl !'cito I'ece-
beu o expressi"o titulo de Ba1·ão da Passagem, lranspoz o
temeroso pas:o, pela madl'llgada, protegida pelos fogo s
do gr·osso .da Esquacli'tl , collocada em posição convenien te
e sob a du·ecção do \ isconJc ele lnhaúma.
0GE HI ~A DU I'AltA GU AY 101

Não d e ve is ig nOI'[\ 1\ m e u s ca ros concidadãos, alguns


porm c no re cl' essc g lo ,·ioso !'cito que, pod e mos cl izCI' com
o r'··ulho, rcpcn; uli u 11 0 mund o c ivil i. nclo, eo mo um a ·so m-
bro ·o aLLC'Slé1d o d :t tHlal'in.
Eis a parte fin a l d a con tm tll li ca~ú o di1·igidtt por Dc lphim
el e Ctu·,·all t<l ao \' isco n<l c d e lnh at'1ma :
"··· A o t·d c 111 de mat·c ltn t' t'a a .· c.:; u itt lC : o llaN·o o co m o mo-
n ito t· H. io ( : ranrle na testa da lin ha, o JJalúa co m o ; l lar;6as n o
ccn t t·o, c o Tcu"anr!(l,.é C O II I o Pará, na t'ctagua t·da .
.-\. di,·isüo ac l t:~ va-sc l"un cl c:~ cla no po t·to l·: lis iat' io .

l':ts S;t:;cm de lln may tú. .

r\ m e ia-noi te s us pende u e seguiu a passai' Hum a,ytá, o que s e


d ev ia e fl'e ct ua r pouco dc poi - das 2 hot·as e a ntes de nascer a lu a,
mas o müu gov c !'l1o d' e ·te n ~LO pet•n1i ttiu c hegar a Humay ti
se niio ás 3 11 2 ho1·as. ·
A.s 3 lt Ol'U e 35 minutos, já tod as as bate t·ias inimigas co nver- ·
g ia m os se us fogos sob1·e o nw•t•osó e o Rio Grande. Pm·ecia
qu ~ aque ll es navios iam s e r es magados pe los p l'oj ectis .
As 3 hol'a s e 50 minutos o Bat•t·oso lan ça\-u ao at' um fogu e te,
sig na l de qu e t inha tt·ansposto livPemente as conentes. Já o
6.
I 2 l\0 SA PATR I A

JJahia e o T amanda r e es t:wn111 debaixo do fogo dns balel'i a«;


o Bah ia, por•ém, go vcr·nava ti"l o m al com o eu lem e de co lllbato
e o r eboque do A la.góas, lJlle ó a dcc i - ;-r o fit·mo em <JUC e lava-
mos fa;r.ia-m e avan (;at'.
Conseguimos nJina I tr·an - pti r as co r·r·c rn c ·· e n 'e ,.e mo 111 en to,
debáixp do tr·oar· dos canlrõcs i n i m igos c qunn do ;;c e J ~ ,· av am
vivas estr epitoso· em Lod os o navi os , u rrw co nl l'ar·icdaol Le r'!' i··
vel v eiu jun lar·-se :i crise em lJU C n os ac ilav:1rnos: os ca bo. de
reboq ue do Alagôa.s acabavam de c r· co r·ta dos pel3s \,a Ja· i nimi-
gas, e este monitor desgover·nado ia pel a ag ua :tloai'o endo
impossível buscai-o.
· Con sci o, pol'ém, de que o eu br·avo Co m rn andante poder ia
cóm a sua ma.chin a or·ie;,tar'- e de rn odo a n•·o r·po r·., r·- sc ú
esquadra de pro tecção, ca. o nüo pod cssc ma i:; akan çar'-t lle, r;
segui üvante sem elle.
Poucos minutos depois, .o Tama nda,.rJ, ,·pncc nd o ~'g u al m c nte
todos os ob.-taculos, lançava o tcrce ir·o fo"uetc .
As 4 horas e 50 minuto · a di vi. i"lo :nan çada, E! x cepto o. \ la!Jóas ,
achava-se acim a de Hum ay t:i c fur·a do a\ c;rncc de ~cus ·a t~l rõc .
O Alagóas, por·c m, investia. el e n ovo o passo, c ai rrda ten do
so iTr·iclo um desananjo na ma.(: hina r·ctr·ocedeu segu n da ,·ez, para
de novo investir a sober·ba for·t i fi c:1 çiio . co mo fez co m lr c l'oismo.
- Ordenei ao lJat•roso que co ntinuasse a seguir 3 i oda a for·ça
aguas acim a, e füs e destnrind o o que e n con l ra ~sc do in i rnigo , c
m e conservei com po uca mar·clr a, esper·a nd o a todo o mornen to
o 4lag6as, sob1·e o q ual sen t ia faz er· o inim igo rogo .
As 6 horas já o lJat·r oso l'or·çava a b:\lcria do T imbú, a. es-
tada à mar·gern do r io do l ado do Ch aco. Ás 7 1/ 2 )1or·as c li eguei
a. esta bate1·ia. onrie co ntei 12 bocca . de fogo de gr·o-so cal i bre e
onde alguns navio. so fl'r·cr·arn ain da mais que em H uma):tü;
for·cei-a, e pouco acima cl'ella per·ce bi que o Alagóas a vinl ra.
tr·anspondo . Voltei aguas abaixo arim de pr' L' gel-o, ma j á o
encon tr·ei livJ'ú de pc r·i go c da abordagem qu e o inimigo teve a
louca pr etcn çüo el e dar·-Ih c co m al gumas can üas.
Ao meio-dia ac lr ava- e toda a di vi.-ão que me foi confiada. fun-
deada no por·to el o T agy , onde o 1." Co rpo do Ex er·ci to l mper·ial,
sob o command o elo Exm" . ' nr·. i'vl a ,·ec lr~l de Ca mpo Vic to r·ino,
recebeu-a com as mai · enth usiasti ca· ovaçõe s!
Esta,·a, p o i ~, r calisado o subl im e pl ano concebido po r· V . Ex".;
ma.- tr·es navios achavam- - e inu til i. ados: o T amandat•é, o PaNi
e o Alag&as, os quaes mande i encallra.r imrn cdiatam en te afim de
nu o sossob r·ar•c m .
Os Commandan t es que Lenh o a fortuna de te r· sob minhas
or·dens oxced cmm a todo o elogio que pod es e fazer·-ll rcs. i\lcn -
C:U EHHA DO PAHA GUA Y 103

cionando aqui os ,.;c u::; n om .', r co mm end o a V. E x". e apresento


ao paiz seis bravo d ig n o. do toda a co n::;id era çii.o do Governo
llll pel'ial o da P atl'ia . SrLO el les o ' '". apitüo de Ft'agata
Guilh erm e Jo;;., P c •· ira dos San to s, 'o mmanda n te do lJahia,
.api CLO -T nc1ttc . ,\ ug u to Ccsa t· Pil'e:; de .\I i1·anda , Co mman-
danle do T ((lllandru ·é, ,\ l'lliur i lv il'::t da :\loLta, Com mandante
d o JJw •ro o, l."' T en ntc>' ('w tod•o Josó d l\ l el lo , omma ndante
do P aNi , .\ nto nin .Joaquim, 'o mmand:1nt do Rio Grande, e
Joaquim An lon 1o Co• ·dovil :\l au•·it.v , Con1111an dante do A l ag6as;
e t • ulti •ro ollicia l, ante o"' desa;<ll' •:; fi" li• e . ob1· ,·iel'am, distin-
o- u i u -~c pul' u1na in c,cc dll·el au ducia e ·anguo f1'io .
.\ Ja, o nu 111 0I'O d :; b •·a ,·o::; nüo S' l imita ao num er o do Co(n -
ma nda n tc.· , xt ndc-. La mbem a Lo dos os ofti ciaes e pl'aças que
ti vem m a l'o•·tun::t de to 1na •· 1 al'l om tão gl o•·iosa j o 1·nada. A'
todo. , po i s, on id •·o 1na i · qu e di o-no de elogios e louvot·es que
111 ·l'cce t·am d :; eu - I' spc ·ti vo Co m ma ndan tes n!J · pal'les espe-
ciacs j un ta , (j ue tenho a l• on •-a de t1·an. millit· a V. Ex• . em
o•·igi nal.
l\'ão d ixarei d • p dit· a attc n ç·ão cl . Ex". sobi' C as palav1·a
do om 1n andant do /Jarroso a I' spei to do prati.co qu e clil'igiu
s u na1·io, o 1• T nente F •·nand o E tc ldJ:ll'n c. E te ol'ficial , que
V . E x" . b m ·onli cce, co m c ll'ei to dig itO da g t'atidão do paiz e
d!l ;u,·et' no l nlpc 1·ial , pel a sua br·av u1·a e pel a dcd icaçiio com que
·ct•vc ha longo ann os ::1 no:;sa mat•in h::t . ..

(: nno si tt üo IH1. la. c a uu.. Rdia ela passng m para llObi-


lil;t r :1 hrazil eira •nlrc a e quadra do mund o, o in cidente
do 'apor _Uauu(l Yctu t t·n<tl- a
a inda mai g-lori o ·n .
.\ rc 11 i to, ·GrC'YCu no GoYcrno
o V i GO n I cl I nh ::1. ú mn :

,, O r en zijo •·a i ncle- ct•iptivc l entt·e


a n ossas g ua1·ni ç:õe.-, quando avi ·tú -
m o ·,·indo a"'ua · abai xo o 111 0nito1· Ala-
g6a , o Llu al, fazendo ::1 v !ta i r eta-
guat•da da l i nh a, app t·oxi lltOu-. ao
navi o almir·ante como · pa t·a r•ecel>e r
. uas Ol'd c ns . Or· l nc i ao ommandante
i\latll' ity qu e dês- e fundo em logat· con- C:o•·dod l Mau•·ity.
venien te, c tomas e pa t•te no co mbate.
O uv isse ou n ã.o ::1 minha o t·d e ~n, o J\lao6as . ubi u rio acima c
104 NOSSA PATRIA
;.

im'pavido encaminhava-se de novo a tt·ansp ó t' o pas:so inimigo.


Admirei tanta coragem, tanto brio, tanto heroi mo, e mflm .
Não quiz pt·ivar a i\·!arinha da g loria que sobt·e el la rc vm·tia
por tão brilhante acção; n ão quiz co rtai' o vôos d'esse magní -
fico joven, que em tão sublim e occasião esc re via uma pag ina de
oiro para a histo\ia patt•ia. O que me co n t t·i tava era ve r que
cort•ia elle á mot•te de u m het•óe, mas o céo p rot "C netos ge ne-
rosos e tal et'a o de MaUJ·ity. F oi feli z. Si me fosse pcr mi ttido
lan çar-lhe aos hombt·os n'aquell e momento a dt·n go na-< de o ffi-
cia l supe t•io r, eu~ te ria fei to co m o mai s i ndi ~. i ,·cl p t·a zct·. .
O dia estava aclareat'; o fogo de Hum ayt:i· t·cc t·udes c ia : o lado ~
do Chaco e ra uma chamma imm c n sa. atea da em gra nd e. fo g uei-
t'll.S com o fim de indi carem a pos ição do no . os na,·ios, mas o I
Alagóas estava ainda exposto á furia de nossos in itn ig os !
Pelas 5 horas, pouco mais ou m e no ·, vim os o fog ue te que
annunciava emfim a pa ·age m do bt•avo lidad ot' pat•a dc n l t'O das
r.o t·rentes de H'umaytá. Et•a então co mpl e ta n ossa v icto ri a.
Um outt·o acto ele herois mo e stav:J ainda t'e e !'v nd o ao A lauiJas.
Antes de chegar,a Laut·elles , q uare nt a ltalana s gua t·ne c idas F OI'
pamguayás (nação indígena al liad a do Pa t•ag ua.y) pt'ele nd e ram
abordai-o . De tal fót·ma, pot•é m, manobt·ou Maut·ity q ue m e tteu
umas a pique e afugentou o t' esto, pe rece nd o n'esta occas iã o,
!;egu nd o bons calcu los, mais de ce m elos n ossos ini in igos. "
.. · ..· .
E pm·a qu e seja completa a n o li ~i a so br· túo assigna-
lado feito' naval, aqui vos damos, cg-ualmenlc, a parte
official do Commandanlc Maut·it ' ao chefe da cl ivi ão vi c-
toriosa, no ponto em que se refct·e ü cl cnodada gua rnição
do A. lagóas :
" O comportamento d'esta g uarni ção foi di gno da causa. q ue
d e fende . O meu ' bravo e intelligente immediato, o 2. 0 Tenente
Miguel Ribeit•o Lisbõa, portou-s e com aqu e lla di,nidad e e
cal ma de que mais de uma ve7. tem dado provas n' es ta guer t•a ;
dut•ante as pas sage ns de Humaytú, Ti mbó e Laut•e lles co nse t·vou-
se na torre dit·igindo a a t·tillt a t·ia com vantage m e a certo ; pot'
occasião da abOJ·dage m , saltou no conve z com um a espinga t•da-
revólveto, dirigiu a defesa e matou a dois inimigos; foi leve me nte
ferido nas costas.
O mes tre Mano(::\ Joaquim ele Sant'Anna, ho mem velho, can-
çado e cheio de rnol~stia s , pol'tou- se co m bravut'a , sangue frio, c
desenvolveu muita a ctividade em tod os os co m bates.
O gu~ t·dião Martinho de Me nd o n ça, qu e se achava preso para
U GI·: nll.A 0 0 i 'AnA' ' AY 105

responde r a ·o n - c l llo de g uo,; 1'1'a , foi solto n a vespe1·a .do ataque,


e du1·antc c l le to1' no u- c donodad , dc poi de fe1·ido, sal tou no
convcz pa1·a d fc ndc 1' a abo 1·dagc m cnm uma espingarda, pelo
'l lle o .i•lig•> m ' t' el:c dot· d penl iio .
O 1.0 ma ·hi ni a .l oüo F c 1nandcs on-
çalv ' foi inl:an c;::t\'Ci, C vi u- ·c !;0 1 j)OI' l OI'
sid o I'CI' Hio Jorro no pr in cip io da acçüo
o 2. 0 1na l1i ni ·ta: t 1·abalho n 12 h rn s r oil -
ecuti ,·;ts d haixo da tcm pCI'<tlut·a d :>2"
ce 11tigr a I s , ,. pat·ando pr u mpl a c dedi-
cadanw n tc a avat•ia da m ac: l1 i na 111 tl lll:J
da circum slnn cias mais Cl'i tica o1 n qu e·
m e v i , co m toda n alma c di tin ·çií o.
O 2. 0 1n3chi ni sta ~! an oc l F 1Taz f<>i
ól' a <• mc nl fc t·ido p I' um est i l hac;o d
bala, no co m •;o do c m bn te, e alé nh i ,l l tgu ~ l Lis iJ0a .
conduziu- - e co m ài ·ti ncção .
T odos os im pe r·iac m arinh ei,·o-- de ·ta cadas a bordo siio digno
de lo uvor e to rn am - e sal i nles o · cg uintes: o cabo Andt•é Can-
did o, c hefe de r cça, que co m um 6 tir·o de m etralha m etteu duas
chal anas a pique: illl pe r·ia l ma ,·i nl1eiro de 1.' ela se Lui z José de
1vl oraes, que 1nuilo m e ajudou no g ove 1·no do n av io, e a1·mado
de c:pin garda fez fog0 mo ,·tifc ro . ob,·c as chalana s, sendo o
prim eiro a :al tn1' n o co nvc1. ; o impe1·i::tl m::11·inh eiro Claudi no
A poli nat·i , qu e !'oi fet·id o po r· uma bala de fuzil na ab ot·dagem .
A val en ti a, c! •nodo c bóas ind icação· do p1·atico ::Santiago O r·-
ci r a ão d1gn ~da alte nçii o d Govet' no I mperia l; seu logat· foi
qua i e1nrr· o convez pela i mpo ·si bi l idadc de se dirig it' o navio
pela cl i 1•n,.; da ca: amü ta de "'ovc rno, qu e e tavam tap a~as por
c · tilllaÇ'O ' d p<iu c fer'I'O; fo1 levClll 11Le i'c rirlo na cabeça e na
o ·tas.
A . cir·cum. tancia c r·i ti cas em CJU e m o achei , o m ~t u govcr' no
Jo mon i l o t', causado pe la i n egula l' idncl de traualho das ma c h i-
na , pcl:-t. noite n p1·inci pio, pelos 1'eclom oi nhos , pel as difficulcla-
d c a1·di. q ue o inimigo oppunha c pelo c hoqu e das balas,
obri (Ta r am-mc na s occasiõcs de mais aput·o a cs tabelecc t' o m eu
po lo no convez j un to :i escoti lha da cobc r·ta: foi assi m q ue um
e t i l il aço de madeir·a grande, m as jü. sem·for·ça, att·avessou- se-
me pelas duas pet·nas e ati t•ou-mc ú cobe r'la pot· c ima do pratico,
qu e es tava a meu l ado.
Junto faço chegar· ás mãos de V. S'. a t•ela<;iio dos f'e t·idos. O
matet•ial soiTr eu extt·aot•dinat·iamente : mais de 200 balas choca-
ram o navio em todos os sentidos e dei xat·a m m óssas patentes na
cout·aça acima e abaixo do lum e d'a<>ua e no madeir·a)11en to.
106 NO. " A PATHIA

Quasi todas as de p1·e ·sües da toi'I'e, na s fa ces pla na c na c urv·a


de m e n oi'espe sura, ào d e 2, 2 1/ 2 c 3po l lcgnd a ;n 'e- La u lt ima
uma bala pel'fui'OU n c l1apa proxim o à ai'e, ta u pe1·ioi' e cal' l'egou
com toda a tab ica que a cobria .
O navio faz 1 1/ 2 a 2 pollegaclas d' n ryua po1' lJOI'a, c p1·ec i a de
seria e promptos I'e paros ; poré m, i a · ci J't: u ill~lanc ias. da
g uel'l'a e xi gi J'elll, pócle e nt. I' UI' em fogo n o c·tad o m q ue se
acha . "

* **

J ;i ·agora , Ca r S CO IICÍ<i<Hi ÚO- , ll <iO li l'\"t'lllO. cJ ÍX<ll'


111 Ll
r
ele YO dai' aqu i um a rnpi ela noli ·ia de com o foi o 13I·az.il
aiTnstacl o a e n Lrem nelii ;:;·ti CIT<l , qtiC no~ cw·dou GOO m il
co nlo. de r éi a perd a de oit nla mil ilriizil cim::-:, r f -
I'inclo-vo l am l5cm iilg-un f il o nolaY i de no;;;;o r<:x cr -
cilo .
\ cal en lava o Di claclo i' do Parag uny, Fr a nci~< · o 'olano
L opez., um Yn lo plan o ambi io,·o , prcpar;1n clo - .sc p ouco a
pouco pa1·a i mpôr cu predomín io nil .\ lllc ri ·a elo u i.
Quand o c jul g-o u ])I"OIIlJ lo pn ,·n a
luc ia, ap i'OYei lou alg·uns in ·i dcnles
ela poli ti ·a l rnzil ei r a 110 ri o l a J>rala ,
c, em ])1"\·ia d cla rn çií o cl - g u ITil ,
a"pri, ionoll , •m N oYcmbro el e '1 64 ,,
em As. umpçi'to, "iiJ i la I (I L a i·ag· ua~-.
o vapor br nzi leiro ~1aJ'q ue::; de Olill-
rla o r ·pc li Yo pa agciro , enLr •
o. qun cs o .oronc l I• reci CI'i o Cai'-
n •iro d Cn 1npo· , q ue c dirig ia ri
I

Sol an l.op ' ·


P I'OYincia br azil eira de :\•I atlo-Gro ;;o
no car acle1· de P r c icl cnl e dil me m n, c qu não m ai. l o-
g rou '~o llHI' á I alri a; fall cc ·ndo 11 0 L ara r·· u a~·, após peno-
a_s j)l' Ivações . ó no dia ·1.1 de D ezemb ro levou o Oiclnclor
no c~ nh ecim c nlo de nos ·o ~·ti n i ·Lr o, em \ ssumpçõo , Yi nnna
el e L1m a, a decl ai·açào de gueiTa, i nYaclindo, por ém , l ogo
107

no dia s ·g ui n lc, a Provi11 ·i a d l\l nll o -G )'()~so , co m ma1 ·


d 1.000 hornen . <;o mman d ado. pelos ( :(Jr onei. Durri os e
Ha ·quin , <'~ I por Lur r a, ' "'lu clle r io <1eima: encl o, egu:JI-
m nl ·, P,io Urancl c d Sul i nvadido, 111 Ju11h o d e ·J865,
por Q.OOt l homun: ao lll:t11do
d e E ,..Li g-:t l'l'ibin .
.\ pr in1 ci ra i ll\a::-üo r •p rL'-
s 11la uiii II'HIIS cl'll cl lissi mo
p::II'f\ no.. a am<Hia Pnlria .
lk . 111' w nid o par a a 1· 'i';i:-,-
L 11 ·i a i 1n 111<' I i a I a, l\1 n l lo-(; r os-
;;o núo p'rl <' <t l "il l 'f' l'i i <1ZI1l('l il l'
1.:0 111 i\ !IOI'dil ill\:l SO r n , l!l lt' H:
aporlur ou do rort c· de Coi mb ra ,
em 2!) de I) ·z 'IIlili'O du l c'G'I ,
apó · renhida lu t'ln .
lnli1nad o 110 din 27 a li -
Ir ga r a for lal ·za, d enll'll d e
11tna h o1·a « oh pe11a de e1· Ctt nH.:iro dú Campo ,
tontw!rt â v iva J orça,j l ·ando pl'isionciro de t.opc1. .
ua fJLUII'IIiçao uj eita á Lei
da fJ LWI' I'(t >l , 1· ·spOIIcl in ·onlinenl o \'aloro o T nenle-
( :o ronc l J l t• l'll1CIH'Çi'i lcl o !)orl o C<, ITCI'O, cl clar anclo « que
er;undo o rer;ulom.Pnto qu l'e.r;em o E .:ce,·cito Bro~i­
leú·o, a uao ordem r{p aacto,·ülcuLe superior, só
Pl' f JOI'
pela ol'le e ho11l'a dos cu·mas a entre-
!JCU'á. >>
.\ p •nas I' · bida a alliYa r e po La elo
Co mmanclanle da forta leza, foi a mesma
alacadn p ln ar ti lharia e 3.000 homens
da !'o rça ini mi ga .
Porto Cal'l'óro.
E t·a, po1·ém , impo · i" el a 1 ·esi ~ l e ncià d e
·! 55 homens, com cinco boccas ele fogo
apenas, sem pet1·ech os el e n·uel'l'a ufllcienle pam o caso ,
cl eanle ele uma esquadri lha de oi lo navios com 36 canhões!
:Mas, que g t·andioso e pectaculo! Que luc ia ele gigan-
lOS NOSS A PATHL\

tes tJ·avaram, então, no os he1·oicos pu lri ·io_, u. Lenl n. ndo · r


vivo fogo e mantendo suas posiçõe · du ra11 te !18 ho1·as !
Basta dizer-vos que a ·het·oica espo a elo b1·ayo comman-
dante,' Ludooina Po1·to CarreJ'O, entr ga Ya aos solda-
dos cartuchos p1·eparados com a fazenda de sua 1·oupa e
a de seus lilhos.
Compt·ehendendo, emlitn , Porlo Carrc1·v a i1tul ili dade
da resistencia, exgottadas a munições, e Lendo l ' Ya nlado
já bem allo o het·oi mo do so ldado l11'az il 0i r J, aproYe'it ou
a noile de 28, e, por unfa orlicla es tra ll·;.;·ica, co nseguiu •
embarcar com os poucos compa nh iros t•m 11111 pequeno
vapot· e escapa r á sanha do · i1 tvasores, qu e, 110 di a se-
guint e, investindo o l'o l'lç, o occu p;.u·am .
Seguin do aclea t1Le a expedição pa raguaya,
apoclet·a- se a in da de ~l i ra n da, Çon 11n bá e
Albuqu erque, como u1na Yerdarl eira lurha de
barbaros, devaslando tud o 1
Orga nizada enLüo a resistenGia, p<.trleln de
Lnctovin a Coxim 2 .500 homen ·, . ob as orden el o Coro-
Porto Garrêrc.
nel Galvão, su!Jstilui do mais tarde j) lo Co ro-
nel Cat·l os Camisuó, conseg·uind avança t· alé L aguno ,
de onde, em 8 de ~!aio de ·1S6G, por i1111ume1·as el iffi-
culdades invenciYei , l'eso!Yet·am I ' lroccdcr.
« Essa relit·nda >>, diz um hislor·iador, « feiln por uma
t·egiào elevaslael a, ob o fogo inces.-anle do ini migo que
voltava ao encalço dos expediciona t·ios, c sob o l<1 tego
cruel el o cholera- morb u$, é um el os episocl ios Ú1ais !olo-
rosos da gue1Ta co m o 1 a ragunJ;· »
O \ isconcle de Ta unay , distin cLo cngenh eit·o militar,
descr·eve, como tes temunha ele Yi. Ln , m um commo-
ven te 1iHo, denoini naclo - 11 reti,·oda da L aguno
- esse d o loro~i ssim o, ma hcl'oico , cpi oclio ele nossas
at· tna~.

. 'ó mais tat·d e foi iVla LLo-Grosso libet·Laclo ela vandalica


itwasão pot· esl'ot·r.os inesc1uecivcis ele Couto ele Ma(l'alhães
o) • • ~ b '
...
UU ERRA DO PA11AGU A Y 109

P1·esidenle nomeado para attu ell a Província , de cuj o valoe


e energia tudo con li üra o GoYe rn o.
A ÍIJ Ya Cio do Ri o Gra nde do Sul, como já dissemos,
em Jn nho de 'l 65, tcrmin otl em ·18 de e tembro de ·J866, ·
com a rcnc.l iç:üo de Ut•aguayan a ü forças braz ileiras·,
ent,·ega ncl o-se prisionein1. n cxped içüo pa raguaya que alli
~c eiH.:ontnwa .
Nüo lendo L pcz co nseguid o a acqu ie ~;enc i a elo Go-
Yemo da n puiJ )Í CH .\.Tt•·e ntinn, j)iJI':1 <!lrave Stl r 0 ter'I'ÍtOrÍ O
rcs pcc ti\·o co m o llm el e ntncar o Hio Grand e el o . ui, in-
Yacl iu- a ]JM sua YCZ p lo Indo el e Corr ieute .
\ es I mpo, jri co iila\·a o Brnzil co m a amizade el o
novo GoYerno elo U1·uguaJ'• npó o r-~con t cimentos que
d •tcr1ni na ran , em 20 de F u\·erci ro ele '1 865 , ·ob a acção
cliplomalica elo \'i co nd e lo Ri o Byanco, a r ncli çúo ele
i\lont Yicléo bloq ucncla pela esqu ncl rn brazi lcint.
A inYn. üo el e Col'l'ientes li gü ra, cg·ualmcnt e, ao dn
Rrazil o inlc1·es es do GoYCI·no Argentino ontrn o Dicta-
cl ol' elo P a rag uay.
Nüo cn b aqu i, m n caros ~.;o n cidaclü os, c lu cia I' os lon-
go · pr c ci ente , que, in clircc ta mcnle,
deram pretexto á gu ci·ra, c que j ~i
Yin ham cl sele ·1 51 com <i ca mpan ha
co ntra Hosn , Dicladot· de B uenos-Ay -
7'es , lempo em que fôram relevanlcs .os
ci·Yif:o · cl iplomati cos pre Lado · no Rio
da Pt·ctta po r Hono1·io Hermelo Ca i'-
nei,·o Leão, V i ·co nde e depois Ma1·qucz
llonorio llc•·mcto
do I a1·aná. Cn•·nciro Leão.
E ·Labelecido o accô rclo en tre o B1·azil
c as lua· Republicas co ntra o Govm·no do Pa •·aguay , que
co nsegui1·a levan ta•· um elWI'Ci lo de 80.000 homens, ve•·da-
cleii·amente fana ticos e esc•·~visado s á dma lyrannia de _
Lopez, firmou o Conselheiro F1·ancisco Oclaviano de Al-
meida Hoza, em ·1o de Maio de 1865, em Buenos-Ay res,
7
110 NOSSA P ATniA

como representante elo Bt·azi l, o chamad o tra ta lo ela


Triplice Alliança. - Muilo discutid o foi - c tt·a lado,
applau cliclo por un c ccn urado pot·
outt·os, principalmente po t·qu ' o ma ndo
. upremo el a for\:a. d L t' I'a . nllia.da ,
no tel'l'itori o 1 at•a gu a ~' O fõra ~o nflado
ao Gen t·a l P a rt holomcu :\!itrc, l r -
sicl cnlc ela. H publi ca \ rg;cn tit1a ('1).
Nüo é ntt·ctanlo, a qualiclacl' el e
brazil ico qu e no Jeya a li zc t· que o
ma ior peso el a guerra, o 1rin ci pa s
Fransi sco Oclavi:m feito ci ';Jrm a a clir cçii.o JJtais pro-
de Al meida Roza.
flcua el o pla no cl ' cumpanlia ·ou i -
ram in ~o nles t <w e lm e nt - ao l3 raz il c a ~ cu · glor·io os ' -
neraes : é a co n ciencia da hi ·to1·ia qu e o :1rfirr 11a.
E pa ra nt'io cl eixa t· e. ta a: erçlio em o a poio d um
juizo insu peito, lt•a n plantar rn o. pa ra aqu i pala vra:; elo
va lente Gene r·al Flor·es , pot· xewplo, ch !'c dól . r r·ça d
U ru gua~' , ao nossó bri o o 'cn ral I olydo t·o Jord :1o.

(( Eu lUZO me considei'O aqui enâo como um oldado


ooluntario, um p atriota oriental , am igo do B,·a;:;il;nem,
en, nent ~1it,·e somos verdadeircunente Gene1·ae em,
chef e : General é o senho1· que tem e.caci/o (2) . »

\ind a mais Ja vo ndo feit o lêr- palaHas d Gen ra l


ot·iental, vede an·or·a um a cxprc iYa co n idenlção do Ge-

{l ) Motivo pró e contl'i pode m ser bem apreciados , poc· e xe mpl o , cw ·


obras Marinha ele out1·'or a, do Sn c·. Visconde de O uro Pr -to, c H isto1·ia
da Gue''''CL do ParaycLCty, do Co ronel José 13ornard ino 13o rma nn, r c -
pectil-amcntc.

(2) R cfcrcncia fcila pelo Coronel Jo é Bernardino Bo rmann no vo l.


1•, pag . . 229 de s ua obra -1·/ istoria da GllCrl'a elo Pw·a.IJ!W!J - tc'n ns-
porlando-se à obra de Schncidcr , nnnotada , pag . 11•1.
G E RR A DO PA RA GU A Y 111

110 1'::1 1 111 Ch r I arg·cnlino , Mit rc, em Ordém. do dia a


J ropo i lo ·do mai · mcmot'avel enco ntro no Pa raguay, o
d Tuyut~· , m 2Lt de Ma io de 1,'66, co nsicl raclo ain da hoje
< mai or ba lalil::l C<l lllrf!J lra Yada 11él .\ meriCa dO Ui 0
ganlict bril ha nl mente pPia s força allincla : - « Tod os
en1 excep ção a tyama - B ra:;ileit·o , Argen tilws e Orien-
tcu: , wnpt·it·wn dignamente seLt cl >oel', desde o p r im eir o
GenNat o f é ao Ltllin10 soldado, cabr>n rlo o maiO I ' esjoi'ÇO
ao E J'P I'rito bl'(t ::i!Pil'o . »

Nüo om porla o plnno 'e ·te liHO, ced a mente uma xpo-
·ição dcta lhnd a :ohr lodo o
m Yim nl( ri o Excr ito !nazi-
i iro n'cs. a lr monda guerra
cl inco anno: . I~ ferir-n o:-
cmo ap na · ao pc rio lo qu '
é g r<~ l m c nl co n ·id craclo n1 ais
cl ·i. ivo pa t'tl o I rmo ela cam-
pan ha : - o ... ommando m
Ch •fc do Gen ra l Luiz .\h·e ·
d l_.ima Si h·a. Duque cl
Caxia .
« \rra t<wa- ·e a ca mpa-
nha >) , diz om razúo um ill u -
tr Ct'iJ Lot·, « e imm cn os
ob ·tacuJo. C Oppunha m Ó. ma r- Ou ru e do Ca x ias.

cha do állia lo. , qu e acabavam ·d ba l'l'a t· de cnconlt·o


aos a ba Lize · e ri · ll·incheit·as el e Cul'upaity. Ca xia , cha -
mado ao Cornm a ndo Gct·a l do Exercito b t·azilciro, só OLÍ-
Yiu a YOZ do pa triotismo, c pat·tiu. General ot·ga nizad or e
Laclico, deu noYa feição ri campanha, caut elosamente pre-
pa rou os elemento ele a taque, e., qu ando o teYe reuni-
do. , fez a famo a ma t·cha de flanco, planeo u a pa sagem
pelo Chaco, olt·igou H wn aytá a rcndet·- e, e foi dar em
/ to!'oró. ViUeta e Lom.as 1 aLlentittas, o golpe de mot·te
11 2 NOSSA P A'!' RIA

nas fo1·ças regnla1·es de Sola no Lopez. .\ s g ra ndes ba ta lhas


de Dezemb ro de l G cobr·i,·am-
no de g·lo1·i a immoiT cloi ra . •
E ITecli Yamenle, poncln em
ncçüo eu g rnn lio. 0 pla no,
Cn xius a traYessa com o l~ x e , ·­
cilo o Guio Ch ar.:o, te iTeno
pant a no. o, por uma ad ,ni rn-
Yel es trada r:on,; truiclii ,;o iJ as
Yi. tns cnr rgicn:-; cl1l clr1Wd<td n
Ge11 ra l .\rg·o ll o l•'crr<-tll , Vi ~ ­
·ond p de lt np;u·ien, h<' I'Óe rlc:
m mora\ is feito" il 11r;tnt r.
tod a a c;m tpa n ha .
Gene ra l Argo \ Jq.
Tran spo: Lo o obs lar:ul o CO II l
\·erdad irn p<tsm o rio l)i ctn-
do1· do Pa ru g u a~· , q ue
o con. id enw a intrnn-
ilavel pelas segura n-
ças que a 1·espeito lhe
den1m . eu · enge nh ei-
I'OS milita res, foi Cn-
xia ,·eccbido pela Es·
quad1·a, que o co ndu -
ziu Lri umph a nt e aos
eus des tin os.
E nt<'i o, em Yi ctoria ·
eon:ccu Li v a ·, no cele-
bi·ado mez el e Dezem-
bi·o de '1868, de vic-
loi·i a em vi cLoi·ia -
ltat'Ot'ó, em6, Avahy ,
em ·J'I , Lamas VaL -
lentinas , em 2'1 , An-
gustura, em 30, en-
,, ti·ou em Assurnpção, Esl al ua do Duque de Cax ias
(Rio do Janeiro).

:
GUE HI1A DO P!\11A GL' A Y 113

capital uo Para.,·un v y, no di<t 5 do Jnn iro el e ·1 . 8G9.


Em l toror6, IH\ pa ·sagcm pela Lremc neln ponle, onde o
Exercito deixou milh a re el e ·oldado. , :nxias pcl j ou a
peilo el escoberlo, in ·i!a ncl o CO IJI o exemplo ·cu bravos
com mandad o.· . Enlr - mui los ouli'OS de nodados bi·azi leii'os,
o "'denl ' ~o ro n c l F m a ndo Ma ·lwd o, ao im- ·lil-a com
" rd aelei 1·o hcroi. mo, cahiu mo1·lo n·loi·i osnmen lc no meio
de ·eus ~o l da cl os .
l•'eri dos l'óram , nlrc c nlena el e onli'O., os hra Yo · Co-
rouei lle1·mc: e D oclO I'O cl n l•'onscca, irmüos do Capitão
Hyppo lilo c el o All'ci' s .\ fTons , Yi cli-
mncl o em C urupa ity, como j :i YOS
dis:Cill O." .
Mais um membro cl' . J t fa milia de
her·óes el e ·a ppa reccu em Jto,·o,·ó, -
o ~·l ajoi' Ecluarcl o Emiliano ela F on-
:eca ( l ).
E YCIJt a p1·o po. ilo, em li <•·eirn di-
g-1·essão , refei'ii· aqui uma bel la pagina
el o a mO!' ft·a Lei·nal : ·eu irmão c Ia m- Eduardo da Fonseca.

bom compan hcii'O de campanha , D'. J oão Seve1·iano, visi-


1 11 n sepu llui·a, em I<' vei'eii'O elo ·1869, e, plantando al-
gumas ll ôi'C ·, deixou obre a modo ·La CI'uz uma exlen:-a e
locanl e poe. ia , que ns::irn co nclu o :
Sim , do1·me, dorm e em paz na nobre campa.
Mais fe liz do que Hyppo lito, não foste
P01' selvagem inimigo tntcidad o
No proprio campo, onde at't'ojou-te o brio
E o heroismo ex tt'emo ;
Mais feliz do que Afi'onso- o pobre martyt',
Que e nvolto no pendão sempre adorado,
Os memb1·os teve rótos ;'L metralha,
E pot• sep ul chro - a valia, em c hão i'gnoto.
- Tu te ns, Edua1' do, tumba assignalada,

. (I} Vid. no Cap. XVII uma cloqucnlc referencia· a essa familia de


hcróes a proposilo do paLi'ioti mo da mulher Brazileira.
ll·l NOSSA PATRIA

Sabem os te us u campa onde descançam ,


E onde, um dia, busca1·ão rev're n tes,
Teus I' eslos venerados.
Dorme em paz :i so mb1·a do c ruz eiro,
Da dupl a CI'uz que á cabeceira e rg ui-t e.
Si o céo propicio fõr a mão qu e o. pla nt a,
Hão de brotar jasmins no te u· s e pul c hro,
E rosas nos dos outros.

DoPme, do,·me e m paz! A pou ca te1Ta


Em -que descanças - que te cobt·e o corpo,
Comp1·asle-a com teu sangue ... É lua, dorm e .

En1Itorol'ó foi lambem gt•ayemenlc ferid o o Yf-li cnle


General Hilat·io Maxirpiniano Anlun e · Gu rj ào, tu c Yeiu
a t'allecet', e ele qu em n his lor·ia gua t·cla
mcmora Yei. palavra prot'ericl n no mo-
mento decisiYo da DC!:'ÜO..
Conqui lada a ponte em Ires rel'r ·ga ·.
que a deixa t·am alastrada ele corpos
bt·azileit·os, e pot· oult·as l.anlas reto-
mada pelos paraguayos m po. içõe ·
. uperiores, havia empe nho urr,.cnte em
nitario Gurjão, r econquislal-a def1ni li vamenle: as ne-
cessidades ela guerra exigiam , c os brios do Exer·cito o
t·eclamava m.
Caxias clava os t:naiores exemplos de het·oismo, e os
Genet·a e. á porfia incentivavam seus soldados, que par·e- â.
ciam esm01·ecer, cançados.
Fazia-se mislét· um acto de abnegnção. Gurj ão eecebeu
ordem de im estit· com seus soldad os : convicto da mot·le,
fronte et·guid a, espada em punho, L1·aça ndo o cam inho do
dever e da honra, o brioso Genet·nl avança so bre a ponte,
lranst'ormacla em vasto cemilerio, bradando en thusias-
mado aos soldados, que o venet·avam : - « Vejam como
morl'e wn General braz ileiro. »
GUE RHAtDO PARAGUAY

As tropas fõram nrraslada pcb a ud acia d'aquelle feito:


cenlenas ele corpos nlapeta r'a m de novo o sólo, mas, entre
o tilintn r las bnionc ta. c o
ribomba r el os can hões, a po nle
foi tomada e o.· in imigos em
ru ga podéram divi a r, por en-
tre a espessa J'um a r'acla, o pn-
Yilh üo au r'i- Yerdec rgn ido ond e
momento· a nt es cll c · se j ulga-
Yam in venci Ycis.

*
* *
\ mais importan te batalha
Lravada n' essc tempo, porém,
foi a el e A vahy , que, na phra. e
do prop ri o Cax ias , cc lr'n(:o u,
:em a menor dúvida, um elos
mai. brilhante ma rcos na his-
tori a da guerra , cobr·indo de
glor'ias a a rmas alliaclas. >>
I..êde, pot' Lanlo, a exposição
do combate, diri gida pelo Du-
que el e Caxias ao Govern o :
" Logo qu e o Genei'al Visconde do He rval, á testa do
3° corpo, e formando a vanguarda 'do exe i'Cilo,
se appi'oximou do Ar,..oio A vahy, viu e me
pai' ticipou que o inimigo se achava em linha
de batalha, forte de cinco a seis mil homens
das .ti'es a!'mas, e disposto a travar comnosco
combate.
ÜI'de nei que canegasse, e aquelle distincto
e br·avo Genei'al o .fez, com o é costume seu,
isto é, com a maiol' intrepidez e o mais deci-
Gcneral Osorío, · dido anojo; e, não obstante uma das maioi'es
Marqucz do lle•·val.
lol'mentas de c 1lUva e vento . su 1, que aqm·
temos experimentado, e que nos açoutava pela fi'ente, pôde, com
uma divisão de cavallal'ia, tl'es batalhões do 3° corpo, depois
116 :K OS A PATniA

de ter mett·a lh ado o inimigo e lan çado co n tr a a s uas fi le it•as


g ra nde porção de foguetes a congr·évc , desalojai- o pa ··sar o
arroto .
Como V . ..Ex•_ vê , não eram, por é m, uffi c ien tes c::::< ::t~ forças
nossas para pode rem continu::tr· a mante r-se no po. to co nquis -
tado e responder ao fogo nutrid o e in ce snnte qu e do inim igo
soffriamos.
Dando- me d 'isso parte aquc lle Je ne t·a l,
avance i com as for ça s do 1. 0 2 -" corpo a for-
tifica•· nos o fl an co csqu enlo , t n ela orde nad o
q ue o Brigadeiro João tl la no el ~I cnna B a r·r·eto,
à testa d a divi são de ca,·::t lla •·ra que co m m a nda,
seguisse pat' um a ve reda da d ir·c ita para con -
torn a r em te mp o o inimigo pa t' ahi , em quan t
q ue o bravo Ba r:io d o Tt·i u mpho procura ria o
mesmo fa zer pe la e · que r·da. ' a •·r· g an do d e
GencraiMcnna Barrcto. no,-o, o i. co nd e do He r val foi infeliz me nt e
ferido por· um a bala d e fuz il q u lh e fra ccion o u
o maxillar infe t·i o r, o qu e chegand o ao me u con heci mento , fh
ainda avan çar o •·esta das forças e car·•·ega r· ob re o inimigo e m
tod os os pontos e m que e lle pro curava a brigar·- e, la nc;a ndo
obt·e nossas column as um a quan·
tidade prodigiosa de-bombas e de
metralh a , c fat.endo com u as
infantat·ias fogo nutridiss im o.
Durante 4 horas dut·ou este
co mbate , ou ant e:;; es ta ba ta lho,
na qual e mp e n ha r·am os co mba -
tentes todas as forças de que dis-
punham .
A mais esple ndid a e compl e ta
victoria coroou n os..~as arm as;
o inimigo ce•·cado po•· toda s a s
pal'tes co meçou o se u m ovimento
de retira da , ou para m c lh a t' di zer
de fu ga, e n' essa occasião nossas
cavalla rias nada deixaram a de -
sejar.
O Ge neral Caballet·o, que com- narüo do T•·ium pho.
mandav~ a a cção, cahiu mo t·to, e ndo en co n trad o o se u cada.ve1·
c ~ecolbtd os os papeis que tinh a em se u bolso, t•·azendo- os i
mmha pr~s~n ça o eapucbi nho Fr·ei Sal vador Maria de Na poles,
que o assts hu em seus ultimas momentos. ·
G E RRA D O PARA GUA Y 117

Al ó m de m ui tos o fll c iacs el e todas as pa te ntes, c ujos cadaveres


fi ar·am sob r·e o c::u npo ,
cailir·am e m n o ·· ·o po d er·
pr·i-io ne ir·o. o o r·on o l e r-
r'an0 , q ue co mn1andava
tod a a fo r·ça d o infa n tar·ia,
o Coron 1 Go o r;alv s , r;or n-
man danle de ur na br·igada ,
u m T e ne nt e- oro n c l, do i:;
niaj ore, c a té e ·te m o -
m e n to 700 p r is io nci r·o;;, não
fa tiando em rnais d e 500
par·ag ua yos f rid os que e ,;-
tüo sen do t r·:r ta do· n o~
no,;. os ilosp i tac:; de san-
gu e . Di ze m u n c outr·o;;
que ape no · 200 ho m e n
pou o rnais ou rnenos ~o
pud ra m sa lva r·!
Dezoi to l'ü r·a m ca-
nh õe.· co rn qu e o in irni vo
e ntr·o u e m combate : 1-
d 'cll e s e ·tão er n no s so po-
d e r' já, o cons tn- mo qu e o
que falta está ca h ido e m
11 rna d <:~s bar•r•a nca · do E-rar ua rio Marqucz rio llcn·al
arTOiO 1\va h y . (llio <l c J"nciro).

e is ba nd e i r·as, uma quantidade e xtr·aorclinar·ia de munições


de " ue rTa e d e armamento, a lé m de considerave l num e ro de
r·ezes fó ram os trop héos d'es e dia de jubilo e gloeia pa1'a o
Irnpc r·io e par·a s_uas a lliaclas !
I co di g ios d e valor' se pr·ati cat·am durante o c ombate de 6 e a
batalha elo dia 11 do cone nte mez.
O t·gu lh oso por c om mandal' um e xerc ito d e tantos bravos, eu
levarei ao co nh ecim e nto do G ovel'l)o Impe t' ia l e m te mpo co mpe-
te nte os nomes dos qu e mais se distinguiram e se recommen -
dam , podendo d esde j<'t assegunli' a V. Ex•. que tod os c umpril'am
g alhardam e nte seu d eve i'.
Exige , pot·ém, a justiça qu e e u desde já r ecommende á munifi-
c encia do lmp e t•adot· e à co nsid e ração do Governo Imperial os
Commandantes de corpos de exe t·cito, de divisões, brigadas e
cot·pos, e be m assim todo o pessoal de que se compunha o meu
Estado-Maio1· no combate do dia 6 e na batalha do dia 11, âesde
7.
118 NOS ·f. ' PATRIA

o seu digno c he fe até o ultimo d e se us e mpl'egados, os q uaes,


todos, al é m de me ajudat·em cada um n a pa l'te qu e lh e diz t•es-
peito em tudo quanto d'elles depe nd e u, d el'am a · ma i· a.·si g na-
ladas pt·ovas de s ua dedicação e col'agem, achando-se se mp t•e
em torno de minha pessOa durante todo o fogo e na occa ·ião
dos maiot·es pet·igos. Na ót•dem do d ia 1 ·e~pc ctiva , de clinat·ei
com satisfacç ão seus nom es.
Nossas perdas fó1·am e tn t•elação ús do inimigo m u ito ma is
insign-ificantes em num e t•o; todavia n as d ua · pe lejns tive1110S
fóra de combate 2.000 ho men , e e nt1·e e lles tem o· a d o plol';lr a
mot·te de gue1' t'ei1·os abali sados, e que , c ll e ios d e pat1·i o tismo, se
haviam devotado ú causa nobt·e de vinga 1· as inju1·ia s dn pa t1·ia .
Trato de t•eco mpór as forças so b meu command o, o c·u m pr ido.
os deveres sagrados ·do Ge nera l, após lucta t?i o g 1·a ncle, ma 1·-
cha r ei a dese mbat·açar-nos d e Angu tul'a , e a inda el la te nl:t l'
resistir, e d'ahi seguit·ei r ap idam ente pa1·a As · um pc; ão , da ndo
então pat·te n V. Ex•. e ao Governo l mp e 1·ia l do q ue t i1· I' oc OI'·
rido , e da direcç:10 q ue o Di ctado1· tiv I' eguido .
T et•m ino, dil'i gindo a V. Ex". e no Gov e mo I m pe r ia l m in l1as
cot•deaes fe li citaçõe~ pot• le t· pe l'mi ttido o Deu s do Ex l' I'Cilo ,
que com o inte t·vall o ap e nas d e 5 dias tive sse mo · co mba tido
dua s vezes t•ucl e mente , e ahido em aml a s compl ta 1nen te victo-
riosos, vendo nossas ba ndei1·as cobE::l' tas d e be n çãos p o1· lodo
quantos s e inle t·essam pela t•ege n el'açli o de um povo, que ha
tanto te mpo suppo t·ta. t•esignado a . c t·uelcladc d e u1 n de ·pa ta
I
I
fe1·oz . "

D'enlre muitos msgo. de h t·oi.·mo prnlicados n' e. ~ C me-


moravcl i a, re l'cri r-Y os- emo~ um qu e
nos foi ml!Tad o por urna Lcs lcmunh n, c
de que l'oi pr·otagoni sla, aos dezo ito an -
nos el e ednd e, c já os lenl nnd o obr·c a
f"ace o sul co de um l'e r·imenlo gr·aye, o
Tenenlc em comm is. ão, Fredet·ico Au -
gusto ela Ga na Costa, do 9• I a lalh üo ,
não . ó como aclo de pelula, nle ar·t·ojo,
Gan~a Co ta.
como de ni Lld <1 co mpr·ehcnsão do dever·
mililar.
O batalhão, ata cado hnr ca menle pot· fo r~as inimigas,
forma quadrado e r·epelle a inves tida pat·aguaya .
A melralha, pot·ém, dizima-lhe as fil eir<~ s, eomplelando
GUERHA D O PAHA GUA Y 119

e ntão a cavalla ria a obra ele de · tt·uiç~tO. Offi ciac ·e pt'aças


escapadas ao morti cínio abrigam-se nos capões do mallo,
co nlinuam a fuzi la r o init nig·o .
Divi a culão o T enente Cosia, de onde se acha, á f't·ente
de poucos sold ado , no meio ela fumaeaela, um troço de
ini migo. , conduzind o JWision eieo o Cot·onel Lima e Silva,
Commanclan t do ba talh <lo destroçado, "·t·avemenle ferido.
l mpellido p la audacia do desespero, apon ta aos sol-
lado. o corp ensangucntado do Com manclanle, desafia-
lhes o pateiolismo e a co t·agem, ava n ~·a t·csolulo, apode ra-
·e do pri. ioneit·o, e on cgnc IJ·anspÓI' a difficulcl ades c
chegar co m lle ao acam pa mento.
Por· e se bt·ilha nle feito !'oi Ga ma ·Cosia clecla t·aclo Te-
nente effcctiYo pot· acto. el e br[(Yut·a .

Ma , a batalha de A cah!J nilo reprc ·enla . ómenle pura


11ós um e lu penclo feito d'ar1nas no an rHte-· de nossas glo-
J·ias milila rés ; perlenc , cgualmente, como obt·a prima e
;•rand iosa, aos faslos cl nos a hi slot·ia al'[islica . ·
P edro \ merico , o genial pintor brazileiro, transportou.- .
n para a e, plendicla léla, cuj a t·eprodu cção Yereis em
segui da.
N'cst imponente quad t·o, l [U C mede ·qua i onze melt·os
de com prirncnlo e seis de allma, P cdt·o \.merico, na
phr·a e de illu tre ct·iti co, niio escol·hcu precisa mente << o
fim d'~ la Lee!·ivel batalha, e sim a pt·im cit·a manifes tação
de seu epilo;:;·o, quando, depois de vio lento fogo de al'li-
lha ria ca n·ega m sobre o inimigo a 5' divisão de caval-
laria, e lres batalhões de infantaria do so corpo . Foi
esse momento e colhid o, j á por ser o de maiot· moYi-
menlo, e, pot·Lanlo, agradavel ao lempet·a ment.o nervoso,
itTequielo e phanlasista do pinloq .já por offerecer ensejo
ele apresentai' a ut·eolado peJa mesma glot•ia , O \'Ultos
mais eminentes de nosso exercito .
Pin laclo na llalia, em '1877, esse quaclt·o recebeu os
120 NO SSA PATHIA

applausos enlhusias las do gTand c mund o art islic0 cuJ·opeu,


e de cê1·ca de cem mil pessôac:, no cu rto espaç-o de dezoito
dia s, na exposição em qu e e teve em Florença, iJJnu~·J JJ':t dn
por D. P ec!J·o li ; c é, na phrase de um biogT<1pho, « in-
cont estaYelmenl e a ob ra prima el o me Ire llrazilf'iro, c no
wncei to uniYersa l umn das mais nolaY i" <in arte
mod erna. »

r
Ir--"

Uala lha de Ava hy : Quadro de Ped ro .~ m l'i ·o ( li "' y G"'J - X.t .l cadcmia
el e Be l las A rt c - - Rio de J an ·i1·0.

Imi tando o exemplo da l\[uJJi cipalidade de Fl or nça,


qu e gTaciosamen te lizcm remoYCJ' q ua 1·cn la 1i1i I YOlu mes
do Conven to da Santíssima Annun:::iata, aflm de dar a
Ped 1·o \ me1·ico um salão de tamanh o ndcquad o á pintu rn
do painel, o Governo Italian o mandou colloca r o retra to
do grand e nrtisla lm1zilci ro na ala dos pi n torcs cclebJ·cs
na Galeria degli V./fiz::: i , em . F loJ·cnç-n.

Hetomando, porém, .a tJ·ajecloJ·ia da marcha de Caxias,


bem pode1·eis avaliar dean lc do que lemos expos to quan ta
razão assis tia ao invicto General , para di1·igir·, ao claJ·ea J'
do dia 2'1 de Dezembro de '1868, as seguin tes palavras ao
GUE RII A DO PA RA Gü A Y 121
Exercito, ·omo pr nun ·io da gr ·;_~nd c vi ·Lor·ia de L am as
líaLle11 ti 11 a :

.. O Dens dos Exercito. está comnosco ! E1:a f Marchemos ao


combate, que a victoria é certa, porque o General e amigo que
vo guia ainda al ; hoje náo foi cencido. "

Vi ctoria de Lom<ts V:tl lcnti na-;.

Or·ga nizad o e m. \ ~ umpção, ob os auspicio · do \ i conde


do Rio Bran ·o, ri OS ·o rcpr·c cnta nt c cliplomatico, um novo
Govcl'l1o Paraguayo, c pouco ma is
res tand o n fazer pa ra o completo an-
niqui lamcnto d Lopez, qu e . c intcr-
nár·a no nor·Lc do paiz com os r·cstos
de seu exer·cito, Cax ia , entindo-. c
doente c fa ti gado, pediu dispensa do
Commancl o ge r·a l ela · for·ça · br·azi-
1 iras.
Subs ti tuiu-o o Conde d'Eu , genr·o Vi conde elo ll io Branco.
do Imper·ad or , qu e intentou perseguir·
os restos elo exe1·cilo paraguayo e captura r o Diclador.
122 NOSS A PATRIA

Entre outra batalha , como P el'ljJeúuy, tra,·ou a tl e-


nominada le Campo Gf'ande, cuja r prcscnlaçii.o ap r -
c ia t·eis ad a n Le em outro quadro el e J=>cd ro .\ nwri co, assim
desct·ipto pela fu lg nle pennn el e Lu iz (;n illw t·ac,;, juniot·:
(( Tud o c mOY C no painel : o ron·o a rde· na maccga
batid o pot·um Yent.o impclu o:::o ; o ~ ca nh úl's paraguaJ· os cer-
cados el e L:adaYet·c:-: .c honil'acl o::: c! sn nf.:·ttc. co m a. t·oda

nalalha () C Cnm po Gr:ll ld ~: Quadru dt· Pedro Á li IPI i Ct) {(;"' / ""' )
(.\ cad C'm ia du B ~ l l a"i Ar tc,).

c nlerrndas no lôuo, YO tnit alll as clnrnd cira · an ia: Ja


mett·allw c ela ruin a ·... E. tü crnpenltad a a lttcla sé ria, n.
lu cla giro·anlescn rn lodo os fl a ll cos. O g net·al P eclt·a,
uja cabeça nobr c Yat·onil cmrnold tll'a-sc de fumaça c
{]e Lriumpho, Yára co m a espada o cot·po d um ol'fl cinl
paraguf\J10, que O aggr uiu lt•aiçocir·nmenle d lança em
punho.
O grupo formnd o pelo gcnet·a l Cond e cl 'Eu e os offi-
<.~iaes que o detém no itnp to do g·a lopc fatal é, pot·ven-
lura, d menos acção e moYim enlo qu e os el o · pru·aguayoc; .
Nada mais natural. O impclo c ; vilalidn I exlraot·cli-
· UERRA DO PA H AGUA Y 123

n ~nia da i 11 spi raç;üo le .\ m •r i ·o d rrnma r am-se profu:a-


111 nl ', e om ampl a li h •rd n I , no· epi od io. . em qu e nem
a mni I ,. · n ura Yt'iu enl o1·p ce 1·-lh e. a acção . Vécl
que mn geslu Ir l tOI'I'end" o hclln 0 111 lod o o plano elit·eilo
da téJn . COIII O _ emm aranltam, (' pal'lem e.: a. ·a]) ças
pallicln , (' nn egr cicia - ' fer ozc · ! E. lrond a o cn nhão
pa 1·a~LHI~'O ('O tn u ltimo ti ro, c o I'C I'I ·xo da xpl osào dá á
cô 1· do ~;1n g· 1t r da vr . lr -; dilac •rndas uma li11t 1rn audaz
c a: P1 t11Jrosa !
Os a cr,..:. orio do qu adro, li sl ri bu id o om mã0 cl
me trc, acode m ü. 1nai ~ ub li pnrti ulari clade . . .\. pin -
ga 1·rl a d ' 11 111 ri o no ·sos ·açncl or qu , éiJO lhad , npon la
pa ra o uJ·t ilh ei ro pa r::q. ! ,U <1~· o, v:tl ·por . i ó urn lr·a ~ n d
g·eni o ' um:t ,·icLori a da pintura por x · 11 n in. ] ir-se-ia
qu a al'l na nã JH' I'len · á l .,ln , alli c'. tú uni am ntr por
cap r i ho de quem qu er ngnna r· a pc 11 l raç;üo ela Yi .;;; la
hum:wn. S:"io figu 1·a. di tincLa o 111" . T au11ay, 1\.lm ida
T orro , uja cab . a é I c umn p l'l'ei çào 110Lav 1, o ca pitão
d e fraga la 'a l gaclo no egu11cl o pl ano o m aj I' Mo1·ar - , o
cl a1·im do E . tacl o-\Laiol' li tin g u ind o-- no 11 · v oe i1· In
fum nça rubl'a, e fi na lm n l • o X] ,. ivo e reli gio o gn q n
l'o1·mado pel o capu chi n ho F' r i Fi d l i , em uj o- lwaço
xh ala o u lli mo ai nlo ela v iela o bravo capit[ío .\rou a. n
A gu erra termi nou , emflm , no dia Lo de l\ll arço de Hnü,
om o enco ntro d l quidábon , oncl !'or ç-a brazi l 11'<1 ,
oi o co m mand o el o G nernl Jo:o; ·, .\ 11 1 11i o
Corroa da Ca nHtJ'a , \ i~co 11d e de P elotn,.:,
d ão o cl etTacl ei t·o golp . L pez, di po ndo
já de pouca !'or ça ·, é a li i a i ·ai1Çf'ldo e •Ta-
,·emenl f r·i lo, . LI C('.UI11hil1rJO nJg-umu:;
hor a. d poi .
\ dipo ·içüo pa ra a lu cl a,CfUe põz \'i<condc de I' Jota .
Let·mo ii !remenda O'UetTa, é a j m 1·ela-
lada no . eg uinLe l.t' ch o da piHLe offlcial do Genet•a l Ça-
mara, a qu em foi , por i. so, confet·i clo o titul o ele Vi ~ onde
de 1 el otas :
jl
I
r 124 NOSSA PATRIA

" ··· Or·denei immediat.amente qu e o te n en te-coro n lV[artins e


major Floria no Peixoto avan çassem, aq u e ll e c;om o s c la vineiros
com que assaHára o Taquüra, e este c om o co 1·po de seu co m-
mando. O primeiro, inter-nando-se pe lo ma tto, pro c u,·ar·ia occu-
par a barran cà. do r·io, :i dire ita. do pass o; o seg u nd o, marc hando
fóra da pi cada, iri~..o ccup ar· as r·iban ce i1·as da c qu e 1·da do me smo
ponto. Ambos fariam co nver·g ir os seus fo "OS o bre as boccas
de fog o COm que O inimi go nos ]H'etendi a I' C:; i:;(il', Cal'l'egando
sobre ellas Jogo que vissem abalada s ua g ua1·ni.;ão e a in fantar·ia
que a pr·otegia. Os corpo s 1\l e 2 1, que conq>õe 1n a de n odada
•brigada do co r·o ne l Si lva 1\na r es , fo ,· m acl s · n o c x tJ"t!tflo da
pica da, es pe r·a riam o loque d e avança1·, para cancgare m,'com a
• bizarr·ia 9-~~-lh es é prop1·ia, , ob r·e o passo c a rti lha ria ·'tjue o
~ d e l'endia.'11.o'-cor one l Anto n io da S il va P a,·anhos, que m_a., c hava
a frente da co lumn a de infan tari a, ord enei q ue pa:sasse'14ara a
fr·ente da artilhah a;- e a caso elle embaraça sc.. ~.sua ITI.ili'C I1a
pelos obs tac ulos qu e e n cont,·ass e na pi c ada, e avançasse, a
_, mar·che-mar·ch e, a apoiar· o go lpe q ue ia dar :;o b1· o inim igo , e,
por· ventur·a, se u auxilio fôsse reclamad o. "
..

A p1·oposito do Lerm o d'e a prolongada gueiT<1, <tq ui vos
damos a apreciar um bcllo docum ento c.l'rtqucll e tempo:
- o jac-sinule el e umn ca1·la au logr-aph::t el o cnl{io [mpe-
mdor do Brazil , D. Ped ro li , c. criptn ao Conselhcii'O
Paulino de So uza . Satisfazendo tt'io noiJ,·c eles j o, rt res-
pectiva commissão delibei·ou consLI·ui i' a Escólrt de S.
Sebasti ão, depositand o sob a p1·imcim ped1·a a sentrtcla o
original da 1·efer·id a cm·ta ('I ).

(\) O jac·.~imile aqui 1-eproduzido está inserto, a propo ito, no inte-


ressante 1•olume - u Obras Poe tica.~ e 0 1'atof•ias d e P . A . COI'I'êa
Garção ·» -, organizado, editado lu xuosamente c prefaciado pelo S nr.
Cons•. J . A. de Azevedo Castro, para quem o Imperado1· escreveu
espo~t~ncamentc uma dupli cata. A' bondos a pei·missão d'este illustre
brazJleJro, del'emos a reproducção n'cstc livro.
GU ERRA DO PARAG /\ Y 125

~ 71-- , "'~ ~ "~ ,/T'~J,_ ~r ú--- ~c-or_


ç.-.5'/'l _,, ....., e-/,~ - ~ "'' ....,....... MJ~ . . (;?~ é.-~4~. n-~
/
~ ~ •. - ,.a- ~>7"Z_,._..P ~"' /J?'....,.__;c; ,._-_,..;a.~-

y.._s; ~ tt~l • t'b.. ~ 77~ CA;.r--.../~ , .,...-A- ,;-ú.-Vu4- /U"./I.L


d.-r,R"'""·"f--"- ~, ~..:zc c~' ..?v-o/"-" 7A-c4T~ )'.,..,
t:;;;..A. a

d3r~~ /~, h~'t;f'r"'·-- &?ry'•.J'c. s,... ~ ~


~o./J2-r . . .~--r-' do ?~- /:....-~~ / ..-.-- ~.P-"'~
~ ~ ~ ,..,.__,~ ~_...F t:Úl. ~ /~.... .:<- ~~

~~ ~/~.c.., ~~~-C<:'~~~ ~
~ ?~..;;z-;~~~/...:.._. ~~ -"-<;/ ~~ ~
4f-v-~ .?;~ ~ .,..(, -<:!..-.-f'~ ~u.-« )'\.oc.-v../<% ~

~A J~ a/V'-'7~ =-~~ h_,......,c.-&..!~


~;..,-~~~..e., n-~:.J. A_ ~c-<rl~

~~~~~ ú'~Jl.~~-
~ ~~ ~ ~ ~ ;&.../~ -? .... <:>'6~~­
~ ~ C<..--~-"'7 ~~ .,.h_ e/>..c~_,;~_.R.. ,....,_
JÁ.. ?'Ju. ~'ev~~ ~ '1.- /1~ ~k~
~_,-f---e. o ~Á dl~....k_ ~ ~~~­
~/._ ,_.,.. ;;-n....J'.lL- ~ N>_ ~ ')~l'ka ~~
~- ~ -
~./.,A~~ -r=~ rJ-~ *~ -~~

.G_a~~~~~
/"f dt. ~ ~ 7<5'/.? /
Capitulo VII

Lagos, portos e bahias

Numerosos são la mbem os lagos c lagôas existe ntes no


Bt·azil.
Só a Yasta bacia do Ama-~onas pos ue u 111 num ero con-
sicler<wel , en tt·e os ..
qua es, Camp inas,
urubiú , Urubú-
cuát·a, ri o ' Eslado
elo Pani ; N hamun-
dá , e n Lr e c te e
o el o \ mazonas;
Saracá , J11atary,
Uautás, Anamá,
no elo Amazona s.
No. demais Es-
tad os, notaremos,
por exemplo
• Xw·aes, em Mat-
t o-G r o : s o; Pa-
t'awtgu..á , no P iau-
h~1 ; Ma nguaba,
Jiquiá, em Ala-
;)ôas; Jup aranan,
no Espit·i to Santo;
Araruam a e Ma-
l.ai(Õa dos Patos.
I'Ícà, no Rio de
Janeil'o; Laguna, em Santa Cathat·ina ; Patos, com
200 kilomett·os de extensão e 60 na maio!' largura, e
Nfectrim, com '174. kilomett·os de exte~são e 21~ ele la t;-
gu ra, no Rio Gt·ancle elo Sul.
LA GOS, P O RTO E BAHIA . 127

iVIuitos são, egualmcntc, o. pol'los e j)ahias.


\. co ·ta ma ri lima elo 8 rnz il Lc m qua. i .000 kil omelro
el o cxlen>:ào, co mo be m pondera um e. cri ptor << nenhum
paiz poss11C tão long·a c lào bell a fa ·hncla obt'e o Ocea-
no \.Li anti co . ))
<< ~ o>:. o O· ano ll, sct'eYe compe tente auclor, c é o

Ilh a d e Pa q ue tit, na Ba hia de Guanabiu·a .

verdad eiro Ocea no Pacifico e Tranqu illo. As Lempeslad e:--


e os nauft·ng-ios ão muito t'a t·os ahi : não ha fogs , ne-
voeit·os, nem gelos nu ctuantes . Os pol'los elo Brai:il süo
abel'los e ft·ancos dut·a nte ' o a nno inl.eit·o, sendo qu e a
maior p::u·te, co m qualquet· maré, .a toda hora elo dia e ela
noi te.
<< Sabe lodo o mund o que o pot·lo elo Hio de J aneiro é a

obra pt·ima da natut·eza em pot'los de mar ... Tudo, ab ·o-


lulamente .lucl o, foi fe ilo peJa· na lu reza co m uma magnifi-
cenc'ia , uma mages lacle e uma belleza sem egua es. »
D'entre os pot·los, nota remos : B elem., · no. Pat'á;
S . Lui.; e Alcautam, no Maranhão; P al'l1ahyba, no
Piauhy ; Fortaleza, Amcaty e Granja, no Cea rá ;
Natal, no Hio Gt'ande el o No l'le; Parahyba, na Pat'ê:l-
128 ~0::-'SA PATHIA

hyba; Recife e Taman dal'é, em Perna mbut.;o ; !Vfaceió,


ALag6as e Penêdo, em Alagoas ; A I 'CI C(~j(t , em Set·gipe;
Camam ü ,.lLhéus, Porto - Segar a, na JJnhia; S. Afathe us
e Victor ia , no EspiJ·ilo Santo ; Campos, l1iacalt é, no Rio
de ·Janeit·o; Santos , S. Sebast ião , e m -.. Pa nl o ; Rio
G1·ande , no Hio Grande do ui.
D'enlr e as bahias : -S. J11arcos , no ~,r n ran lt úo ; Toa-
t'os, no Rio Grand e do Not·le ; Traiçã o, na Pa rnh ·bn;
Sepetib a, no Rio de Janeit·o; Ubatub a , nt S. l·\ w lo : Pa-
t'anag uá e A11Lonina, no Parnná ; S. F'I '(II ICi co, em
anta Ca lhat·ina.

Bahia de GnanaiJtu·a.

A · mais bcllas c va: la bahias bt·azileira , pot·ém, são a


ele Guana báNt, no Hio de Janeiro, e a de Todos os San- $
tos, na Bahia , lendo a primeit·a 45 e a :egund a 90 milhas
de circumfet·encia.
A bellissima bahia de Guana bám, « o ponlo do Uni-
v erso onde n mão do Ct·eador parece havet·-se esme1·ado
em reunir o maior num ero ele bclleza s , accumulando n'elle
Ludo quanto possa cncanl <u os olhos e arreba tar o e. pi-
ri lo »,j á foi objeclo de uma obra - A bahia do Rio de
Janeir o, sua histori a e clescrip ção de suas r iquez as-,
LAGOS . P O RT OS E BAHIAS 129

o nd e o nuclo r reco lhe u innume rns opiniõe · d e nacionaes


e el e exlrnn ge it'O:' sobre o mag nífi co pan orama, que se
d e e m ol:t ao olho elo ob e r vado r e nl c Yado.
Em u m a r ap ida c in ·inu Rnle n o ti cia a resp e ilo , esct·e ve
o a uc lor elo a preciave l lino - P orq ue rne t(jcuw do meu
p ai.; :
" El e vam to dos c n l1 us iastic os l1ymn os ú ba l,i a d o Rio de
J a n e i1·o, d e c la t•ando-a uma da.· mat•a,;iJ I,rJ s da na ture za, supe t·iot·
a s m ;:ti · ramos<ls, c o1n o o g ol fo Napoli tano , o Bos ph o t·o , as
mat·gcns do R lteno, o l a go ~ d a ui ssa, a s pt·ai as elo lVIedite r-
t•an eo .
E xc lamam a lg un s qu e vi 1·am n 'c lia a ma is cnca n tado t•a paizage m
d a te t•t·a, a q ue mai s e n c he a alma d e d e licio. as se nsações; co n-
r : ·am-SC OUt l'OS !t npotCII LC::i pat ·a d OSCI'C\'01' O qu e e xp c t•ime n ta-
r am an e as tin ta s d e ·!u mb t·a n te. e a s fe i.,:ões do cs pecta c ulo
pt· e~ nciad o; arfit·m a m o u tt·o ~ lta ,·cr con ·c bid o, 11ào pa mo pe t•a n te
taman ha magn ific cn c ia, c : i111 uma e xal ta çCLO rel ig iosa, um s anto
t·e.-pc ito para c o m a infini ta g t•and c za elo C t·e ado t', compa r ada
ao nad a da c t·eaLut•a. l1um a na ; teste mun ham ou t.t·os qu e a.hi se
t·e un c tn n fó rm m< fe li zc::; do Univc t"O, as poss i1•e i co mbinaçõr.s
d o pittot·esco , tudo quan to a ph a.nt~ s ia elos a t'Lista.s te m sotihado
d e magico e sed uc lo t· ; op in am o utros que marca e poc ha. n'uma
e xi tencia a prim ei t•a. e ntt·ada. n 'essa ba lt ia, qu e n ào pó de se t··
imagin ada p01' quc1n a náo v iu , pa t•ecenclo · ra b ul osa aos mes mos
qu~ a. e tão ac!Jn it·ando.
E na t•c alidadc um pl'oclig io de lindez a , quet· o bservada no ·eu
conj un c to magestoso, que r e m in . ig nific antcs pa t·ticu laridael es.
Do alto do Co ,·covado, um do s mot' I'OS que a dom in a m, desco r-
tin a-se panor·ama. ul'pre lt e nd c n te , uni co . Avistam - se as duas
c idades ft•o ntei t·as, e difi cadas n as marg ens - Rio de J a.n e it•o e
Nicth e t·oy. No ce ntt•o , g racio. a. multidão de ilhas, - es tas i ola da s
e dese rtas, aq ue lla · e m g rupo c povoadas , m e ra s pedras esca.la.-
Hadas aq ui, adeante t•eçum an te::; d e ve rdura..
Entt•e a. illi a.s , ce n tenas de navios ; no fund o, em a.mphith ea.tro ,
circ u m da ndo a. e norm e ba hi a , as co llinas c oberta s d e ma.ttas ;
a lé m as fortale zas, o m a.r a.lto, novas ilhas, situ a das fó ra da
barra. ; horisonte infinito , emfim, a confinar no fit·mamento, que
corôa tudo , quasi sempre g ua.m ecido d e se r e no e purissimo
azul. "
Podemos alleslat· de vista a grandeza d'esse mat·avi-
lhoso especlaculo! Gozámol-o jus lamente do cume do Cor-
130

cooado , I'epresenlaclo na graY ura, qu e YO. ti ' mos, po1·


<H{uella sa liencia ao longe po1· cl c t,·az elo morro •jll domina
a enli·acla ela bahia , o ramo. o P ao de A s uc.: w ·, ele 385
meli'OS ele allm·a, do qual Elizeu Rcclu;; diz qu ' ,, . ómcnle
el o lado el e lésle lemb1·a a l'órma - (J(lo rle o ·suca r - ,
nome por que é co nhecido : parece nd o an t e~ ao su l, com
os cabeços qu e o prolonga m as in lu m c~cl'n L· i a " lo ua
base, um leão ou uma e phyn gc, c.urYU llrlo o dor·. o e
dcse;Jn (;HIHi o as cnor-
It1 CS pa la;; ;i bo rda elo
111 [\ 1'.
l)

O Con ;ocaclo mede


7 I O m c lrns cl e ai Lma
<H.:c :,s iq~ ] pnrum f'e r-
ro-cnrril, que o tor-
neia até ao cume,
adm iraY I obra da en-
... nkni a brnzi leira .
.\. bal 1ia de Gucma-
uá J'a foi :· IH\l'iO, nOS
tcm1o · colo 11 iae , de
di!Tcrcnlc. iiw eslidas
de n:wio.· cxlra ngei-
Ull imo trecho d o COI'C0 \'3do .
ros,riYicl o!' dcsc apos-
!'Mcm el o Brazi l, cujas
. immensn I'iqu czn . iam nllrai ii nclo YCrcl ad cira cobiça .
Em ·1555, ahi e leve um;l exp cli ç;}o fr;Jn ceza, ob o
mando de Nicol:io Du,·nnd \ il len·ai gnon, auxi liado pelo
celebr·c .\! mirante CoLigny, om n inlcnç;lo el e fundai' uma
colonia qu e pod e · e ·crvi1· el e bom ab 1·igo no fl'ancezes
a quem a inlolera ncia re!io·io.' a obri r··a se a deixar a pa tri ri .
Não pn1·ece ndo faYOI'a Ycl o pont o ond e se achn hoje a
fo,·taleza da Lage, dii·igiu rt.· Yis la pai-a uma ilh a mais
exten sa, no centro da bahi a : fortificou-o, d nom inanclo-a
Coligny . D'ahi fõt·am expu! os os f'ran ezes em ·1559 pot·
~r em él e Sá, depoi cl ~ uma gl'ande ]nela.
LAGO S, I O Tt'I'OS E B AIIIAS 131

\. inva ão franceza repe liu-. c, porém , como já dis emos,


em '171 0 '171 ·J , com Duclel'C c D uguay-T1·ouin , sem
re ultacl os coloni. adore. .
Em 1 Ô':.. , foi e la mesmn hn hia cena rio el e uma affronla
·á di gni cla lo br·azilei,·a, po1· navio ele guer· ra ·í ord ens do.
Ministro da l ng l ale ~Ta, no Brnil, \\ illinm .lll·i tio.
DiYcr os incid cnl s j ú haYiam tomado melincl eo as a
r·elaçõ nlre o ;oyc rnos Hr< zil eir·o l nglez.
Em Julho d'aqu lle nnn o, foi cl acatada a nlin lia elo
co rpo ela gtwr· la na T ijuca , no Ptio cl Jan cir·o, poi' offi-
iLc · da marinha in gl zn ó. paiznna, os qua fót·::t m po1·
i.· o delici o .
Exace rba-s o .\l ii1i te ingl z por s ·c faclo, nli ü · na lu-
ralis. im o, c exi ge em Lerm o· n ·pero não só urna incl mni-
. ação por' n go ·io at tin enl s ao naul'ragio da bai'Ca
Prince of Wale , co mo a inda , c nlr outras salis facções ,
a exoneração lo C:om ,nan dunlc ela g·ua rcla, o a li go ela
:cnlin ella e c ' nsura pu lJli ca ao Chefe de l oli iu .
l.ccu a- ·e po ili vam c11 lC no · o Go,·ct· no a tüo ele a rTa-
zoada xigen cia, , em res po la ri: r il racla notas do
~ li ni lro Ingl ez, o nlüo .\l ini tr·o ele Exlra ng iros .\[iguel -
Ca lm n du Pir c Alm eida , .\•la rqu zele \. lran le.. , em lom
encrgico eli;:;·no, ncl t·eça-llrc 1r mH nota, m 'I de
1 ezcmbrode '1 62, na qual, cl -poi · de
hi ·tor-ia r oca · , dcclan1qu o GoYCI·n o
Br·azileir·o rc h·era lra la rcl o a um p lo
dil·cclamcnle co m o Brilannico, por
inlerm edio de no. o ~Iini lro em Lon-
dre .
\. 1·e po la ele \\ illiam r.Jui tie '
um aLtimatwn, i ·lo é, uma impo ição
definiliYa com um prazo falai pam Mnrqu cz ele Alm mtcs.
eu cump1·imcnto.
Com subido palr·ioli mo e elevada co mprehensão el os
br·ios nacionaes, replica o Marquez de Abranles, con-
cluindo assim a nota el e 27 ele Dezembro : ·

·•
132 NOS. A PATrtiA

" 1• Que não póde , ne m deve o Gove rn o de Sua ~'vla gostade o


lmpe1'ador acceder ao p1·in cipio de J'es pon sabilida de qu e se lhe
attribue, e cont1'a o qu al alta e catego1·ica m n te prole ·ta ;
!
2• Que se r·ecusa pe1·e m ptoria me n tc a con se n tÍI ' e a i r1tCJ'VIr
na proposta liquidação das pe1·das ofl'r·ida s pe lo.· dono · da barca•
-naufragada e da indc mnisação qu e se e x ige p los .·uppostos
assassínios;
3• Fin a lm ente, si fúi' obi' ig ad o a ceder á força n·e~ta q uestão
pecuniaria, pagarú, pl'Ote. ta nd o lambem conli'a a ,·i lenci a que
se lhe lizer, a so mma qu e o S n1'. Clll'isti c ou o Go,·e1·n o de
S. rvl. Britanni ca quize i'.
E quanto ;i questão I' ela tiva aos orn iaes da fr·agata FoJ•te,
tenho a declarai' ao Sn 1·. Clri' i- ti e qu e o Gove r no l mpel'ial,
conscio de qu e aucto i·idadc- poli ia es, corno foi dem onst1·ado,
nã o falta1·am :is atten ~õ e . · devidas ~L J\1l a i'i n lra br·i lann ica no pro-
cedim e n to q ue ti,·eram co m t r·e · individ uo · " tido;; ü. pai:w na,
qu e r ecusal'am de clinar · eus no mes c qualidade. , n iio póde ne m
de ve egual m e nte sati .. faze r ~Ls c xi f;e n ·ias do ultimatwn; c po1·
muito q ue d ep loi'C os m a le:s 1u e d'e ta s ua cl e l ib er·aç~r o res ultar·,
julga pi' eferiYo l e ma is ho nro. o so lfi·ê l-o · elo que s ac t•ificai' o
decO ro e a di g nidad e na cio nal. "

Mo,·imcnlam- e, cnl ão, na ba hia o · ,·aso: de gu I'l'a in-


gleze , apre a nel o di Y I'. o~ navi o. brazileiro:, enlre oul1·os
o P arahyba.
lnLeiTOmpem-:e as rclaçõe: enli'C o · doi · UovCI'llO·, e
de fogo accesos, co mo se co. lum n dizer, co n e1·Yam-se
aqualles, affronlnndo a ·im o brio· na ·iOih ..
Eslant immine11le um a Yi olencia inaucl ila . 'ob um di g!1o
e ene1·gico p1·o le ·Lo, o GoYCJ'II O f:'razileiro paga a incl emni-
-~n ção exigida , co nforme dccln r·üra na nota que lr·anscre-
Yemos, conseguind o, porém, . ubm Ller o ass umplo ü al'bi-
lragem do Rei Leopoldo, da Belgica, qu o, m ·J 865,
l'econheceu positiva mente os direitos do Brazil.
Sómenle depois d'es a deci ·ão c po1· med iação espon-
lanea do Govcl'l1 o P oi'Lu guez, fóJ·am l'es tabelecidas as
l'eln ~ões diplomalicas com a ln gla lel'l'a. \ em a J)I'Oposito
fallai·-vos d'esse acontecimento.
A esse tempo, achava-se o lmperado1· no Rio G1·ande
LA GO~, l~ORTO .. E BA lllA . 133

d o ' ui , p, r :t 0 1 d segu i ra C'lll co n. quencin d n invn i'io


1 ura <•· uu~·a, u'uqu li a proYincia .
Etn ' rng ua nna , foi n onlr<ll-o, 'lll, elembro el e 65,
:\lin is lro em 111i. siio csp cial ntnndHcl11 pelo GoY rn o
l ng-lcz, Educml o T hnrnlnn, <tuc, nlém t LL vrc<.lcn i·10:; do
s l~do, Cl'Cl porlarlo1' d Ullla cnrla nu logTapha <In llainhn
d<t Inghtl ' tTn pnm t1 Jmpc rulriz d Cr:tzil .
1 ·ebido pM 1) . P ed ro, c·oJn Loclu a disl incç·ão, pronu n-
ciou o '\l ini. lro as scg-uinlc pnla nns :

" - Se nlt o t• - T e 11h o a ltont•a de el e posila t· na · miios d ·


\ o ·:a :\la..,.es taJ e Im pe rial a ca1'!:1 I' •la qual u a 1\Iage::;tade a
l{ain lia de I n"l alC ITa d ignou-sc a T(•di La 1·-m · o rn o ~c u e m·i ado,
m mis:-iio e"pccial, junto de Vos;.;a fll ll""C"tade lmp ' l' ial , · e
:uppli~.:o a \' o,. a i\Ja!-:'c:;!ade l mp .t·ial se digne acol h e r co m a :> ua
t ·econlic~.: i da bc:ne1·o l ncia a::; scgut·ança· d e ·inccca am izade c a
xp1·e,;:-<i " 'llie m1' ·on fc1·iram 'ua i\lagc: tad a Hain ha e me u
Gov ' 1'11 0.
E:tou c nc::tl'l'ega do de e xpt·imir aV o sa i\I agesta de l mp e t·ial o
:e ntim e n1.o com que 'u a Mages tad e a Ha inh a viu as ci i'Cum s lan-
ia · qu a ompanhaca m a ·u pen ·iio da s t·c laçõ s d e a mizade
e nll'C a. Có rt ::; elo Brazil c lnglatc n·a , o de dec lacar qu e o
Govcl·no de . ' ua Mages tad e nega da manei ra a mais s ole mn e
to da. a intc nç[LO de on·ende t• a dig ni elad d lmpe rio do Brazi l ;
c que . ·ua :\lagcslade acce ita ·omp letamc nte e e m J'C e rva a
dcci ·üo d e ~. i\lage tad c o Roi elo Be lg a - , e erã fe liz e m
n om ea r um J\[in i. l t'O pa1·a o Bt ·azil logo qu e V o ·sa Mage - ta dê
Im pe t· ial e - ti,·c r prompto a t' novat· a:;; 1'e lac;õe di ploma ti eas .
Ct·eio to1· fi olm nte in te l' pt•etado o- se ntim e n tos d e Sua Mages-
tade e do e u Gove m o, e esto u co nve n c ido que V o " a Mages tade
Impe1·ial tei'Ü. a bondade de a cceital-os co m o mesmo espit·ito d e
c onc ili ação que os di cto u. "

O. I ecl1·o 11 respond eu

,, Vejo co m s incet·a s atisfacção !'e novadas as I'ela ções diploma -


ticas entt'e o Govet•no do Bt·azil e a Gt·ã-Bt·e tanha.
A cit•cumstancia de tão fe liz acon tecimento realizal'-se onde o
Brazil e seu s leaes e va.lentes alliados acabam de mostrar que sabem
unit· a mod e1·ação á defesa do direito, augmenta meu praze r, e
prova que a politica do Brazil con tinuará a se t• inspit·ada pelo
s
134 NOSSA PATRIA

espirito de harmonia justa e digna com todas as oul1':lS nações.


Assim, com esta satisfacçfto r e novam-se as r e lações am istosas
do Brazil com a Inglatena, qu e se mosl1'o u ve rdatlci1'amente
grande, reconh ecendo nosso di1·eito {1) . "

*
* *
Foi ainda a bahia el e Guanabára lh [) II'O c! uma nova
investida contt·a a digniclacl e nacional, I'Cpellida, po t·ém,
na altura da audacia.
Et·a em '1903, ao temp o do Governo do ~I a rc · ltn l Flo-
I'iano P eixoto, em epocha muito ano •·nwl da Yirla in ter·na
bt·azi !eira.
Pre tenderam, um dia, os represen tan tes dipiOIIl;üi co de
differe nte na r,õe · cffectua r no Hio de Ja neiro n desem-
ba rque de marinheiro el os respecli Yo va do o·ueiTa,
sul'los, ent ão, n'aquelle porto. All egavam ::I garant ia, em
terra, · do- in leres es de seus co mpaL1·i ota . . F' i scolhido
o Ministro lnglez par·a ·oncl ar a disposiçüo el e animo do
Governo, a r·espei lo.
Lon ultaclo sobre co mo re ·eberi a aqu li a prOYicl encia
extt·a ngeit·a, que co nfiava na coura\:as el e tan ta :·nações
pod e•·o~a ~ , o M<:wechal I• lori ano Peixoto, calmo t•csoluto,
responde, imme lialam nle : A bala .
Não se fallou mai.- no ele emba t'CJ II e, unta Yerd acleira
afft·onta ó. nossa Palria.
*
* *
I• aliemos agora da bahia d T odos os San tos, qm cuja
mat·gem está situad a a cidad e ele ·. Salvado!', capital do
Estado da Bahia, de cobel'la, em '] 50'1, por -Chris lovam
Jacques, que lhe deu aquclla denom inação.

{1) Referia-se o Imperador á rendiçüo do exercito par:oguayo, com man-


dado por Estigarribia, em Ur ugcwyww, fican do o mesmo exercito pi'i-
sioneiro em 18 de Setembro de ISG::i, quatro dias a ntes da solemnidadc
acima na1-rada.
LA GO , PORTO E BAHIA . 135

Já Simão el e Va co nccllos, chroni la ela Companhia de


J e. u , el e~crev nclo-a em pl11'ase enlhu ·ia . lica, dizia que
« a f'or·mo ·a c spaçosa bahia de Todos o Santos é assim
chamad a, ou porque parece 111 11 paraizo, 011de habitam lo-
d o o. santos, ou por 1uc pa r ·c [UC lodos o an los do pa-
r·aizo inllu cm n'olla algu ma pal'le el sua s qua lidades: »
P odemo , ·em oxagg ro, afTirma r qu o não xi~ l no
mun lo oulra qu e o Ih ·ompa ro em Yas lidüo, ou em
num ero s o·ura nça do a ncor·aclo uro. .
\ esquad ras xlran ,.eir'a e a ma rinh a mercanl de
todas as naçõ ·,é licito elizcr-so, po lori a!n a hi fund ear
folgadam ente.
Na ba hin d Todos os anto on or·ou a primeira
e ·quadra hollandeza qu YOiu ao Bra zil co m animo de
apoel er'a r-so da onlüo coloni a hosp, nhola .
. Co 111 punha-. o a xperl içuo 1 Yinle o Lres naYi os e lro
hi a le., a r'mnd o · co m 500 bo as do f go e 1.700 homen
d e dese mbar· [U , qu o conson·uiram , se m gr'a ncle r·csis-
lencia, apossa r'- e ela cid ade, no clia 9 de Maio d ·1625.
N'ella se mantiver·am dun1.11L um anno, sendo finalm ente
repellidos, em conseque ncia das per egui ções e pr·ejuizos
qu e ·lhe cau amm em ter·r·a as chamadas companhias d e
emboscadas , e do reforços navaes en Yiados pela Hes-
panha, constantes de uma esquad ra de 52 navios com mais
d e 12.000 homens.
Foi ainda n'essa bahia que se abateram os ullimos
esforços de P ol'lugal par·a a manutenção elo seu clominio
sobr·e o Brazil.
Como já vos dissemos, em Jogar· oppor·tuno, no dia 2 ele
Julho el e ·1822 Loda a tropa porlugueza existente na
~idade de S. Salvador· embar·cava nos ·respectivos navios
de guerra e fazia-se de véla par·a a Europa, ficando assim
po ilivamente fir·mada a independencia do Brazil.
Lêde, a proposito, a inspir·ada poesia de Castro Alves , ·
cantando o palriolico esforço elos Bahianos
136 NOS. A PATHIA

ODE AO 2 DE J ULHO

Era no dois de Julho. A pu ..·na im rnensa


Travara-se nos ce rras da Bnhi a ...
O anj o da morte palli do cosin
Uma vas ta mor ta lha em P it•njà.
- N'este len ço l tão largo, tão e xten,;o ,
Com o um pedaço r 0 to do infin ito ...
O mundo pe t•gu ntava, m·gue nd o um grito
- Qual dos g i"'antes mor to t•ola rà ?!...

Debru çados do céo ... a no i te c o ~ a!>lt·os


Seguiam da peleja o in~e r lo fado ...
Et·a a to c ha - o l'u zi l averm c lltad o!
Et•a o cit·co de Roma - o vas to c hi:í o !
P o t' palm as - o tt·oa t' da artilharia.
Po t' fé l'as - os canh ões negro.· rugiam!
Por at.l tl tltas- dois povo se batiam!
EilOI' me a m phi tltea tro - e ra a amplidão!

Não ! Nào! e t·am doi -- povos que abalava m


Yaque ll e ins tan te o sólo e nsan gue ntado .. .
Era o porvit' - e m ft•ente do passado,
A libet·dade - em fren te ,·L e:;cravidão.
Em a luc ta da · ag ui as - e do a butr·a ,
A revo lta do pulso - co ntra os fe r l'o. ,
O pug il ato da raz ~LO - co m o.- etTos,
O duello da tré va - e do clarão! ...

No emtanto a lu cta t•ecr escia indomi ta .. .


As bandeit·a s - como ag uia · e ni çada ·,
Se abvsmavam com a · azas desdob rada s
Na selva escu ra ela fu maça alt'oz...
Tonto de e panto, cec•o de metralha,
O a t·chanjo do l!·iumph o vaci llav a ...
E a gloria desgl'e nhada a cale ntava
o cadave t' san rrt•ento dos he t•óes! ...
Mas, quan do a branca estt·ella matutina
Sut·giu do espaço ... e as brizas foras tei ras ,
No verde leque das gen tis palm eiras,
L A . l) · , POH.T .. E 13A J-II AS 137

F o ra m can tar· o· hymn o · do ar· rehó l,


L 'L do cam po deserto da batalha,
Uma Y OZ se el evo u clara c di\·i na:
Er•a;; w - libe rdad e pe r·eg rin a !
E. po;;a do porvir· - noiva do :;o i! ...
Er·a l u qu o co rn o dedo· e n ·opado:
. o ·angue do:; avó mor·to · n a rr ue rra,
l .iv r·e sagr·ava:; a Colurnbia l rr·a,
. 'ngr·avas li vr·e a nova ge r•:tç.ão!
T u qu e er'" u ias, ubida na pyramid e ,
f ormada pelos mo r·los do Caúr i to ,
rn peda ço d e g ladio - no infln ilo ...
rn lr·apo do ban de ir·a - n'amplidüo ! .. ,

Capitulo VIII
Cabos, pontas e ilhas
])' ' nlrc a · divcr.-a pontas e cabos xi ·lentes na vaslo.
co.- la br·azilei1·a, apo nl arcmo : Orange e -,..,orte, no ~s iaclo
do IJar;i; Nlucw·ipe, no Cea r· á; S. R oque , no Ri o
Gr·andc do Nor·L ; Brw1co , no Parah~1 bél ; Santo Agos-
tinho, m P mam buco; . ·. Tlwmé Ft•io, no Ri o de
Janeiro; Santa o/I artlw, m 'a nla Ca thar·ina.
Do cabo w~to 1-l go tinho oc upam-se nosso hisloria-
clot·e. , com J·elação á possibilidade de Ler sido essa lcr-ra a
avistada po1· Vi ·ente Yane,:; Pins ot~, em 26 de Janeit·o
de ·1500, denominando-a Santa Jlllat"ia de la Consola-
t.:ion, anlc · mesmo de ler· ido o ele ·cobt·imenlo elo Brazil
assignalado po r l orlugal.
E Labelecem dúvidas, enlt'e oult·os, o Visconde de Pot·l.o
Segmo, em sua Histot·ia Geml elo Bmzil, pt·ocurando
demonstrar, com :cu ·gumenlos, let· sido a ponla de Nlucu-
ripe, no Cem·á, a ler-ra avislacla pot· Pinson.
Querem oulros ainda que o cabo em questão tivesse sido
o elo Norte, no Eslaclo do Pará. ·
!S.
138 NOSS A PATniA

O barão do Ri o B1·anco, no va lio o 11·aba llto que e c1•e-


veu como advogado de nossos cl i1'eiLo p ra nle o Go\ e1·no
Suisso , na que tão elo lerrilorio el o Amapá, refe1·ind -se á
viagem ele Pinso n ao no1·1e do B1·azil , r ' pellr lambem a
idéa el e Ler sido o el e a nto \ go linh o a letr chamada
Santa Haria de la Consolocion.
Pensa o erudito hi slori ad ot·, j u ·ti fica nd o . ua opinião
que << o ponto avi lad o por 1 in on obt·c a rosta rio Bt·azil
foi a ponta Calcanlwr, pot· 5• 9' ·tO " de lntilude nl e
37• 48' 35" el e longi lu deoé le de f 1ari ·, fo rt 11ando uo noro-
és te do ca bo de S. R oque a exlr mi Jad e orirnla l elo norte
do Brazi.l , e não o cham ado Santo .·\ ;;o linho, como
[ inso n clis era algun anno. depois,. em c;;lar lJ m certo
ela po ição el o cabo, ao qual os porlw··uezcs d uram este
nom e em 2Rcl \·gos lo de 1501 , fe~ l a cl ."an lo i\ go li nh o. J>

.. * ~-

Se1·ia impos. ivel enum -1·a r· loclas as ilha s :c n1 adas na


vasla costa do Brazil , em eu ::;Tan des cursos de agua
dàce, con tDclas po r mi-
l! t<tre. .
C0 111 reiação ó 1-
tu adas no Oceano t-
lanti ~o, ó na bahia de
Guwwbára , no Rio
el e Janeiro, exi tem
mais de oitent a, ·enlre
ns quacs ViLlegai-
gnon, P aquetá, Go-
oe ,·nodo r , Cob1 ·as,
Fiscal, Bom Jesus ,
Ilha Fiscal. Enxadas, ele.
\ ilha FiscaL , pe-
quenina, assim chamada po1· :er uma depend encia da
Alfandega do Rio de Jan eiro, pe1;tence hoj e á histo1·ia
ABO , PONTAS E ILHA. · 139

pelo umpluo ·o bai l qu o GoYcrrr o da Mon:: u·chia alli


!'f I'CCCU, I1l 9 d • . -IIYemiJ ro de J •'9, a offi ciae:; de
diffcrent :-; Ya os da \lar·inkl. de Gue rra Ghi lena em vi ·ita
cl curnpri wcntos ao Lrazil ; ao mc ·rn o te mpo que em
ler;'a, no Ctuú JliÜW I', tinira loo·a r n ccl bre essão ond e
fi co u as cr rtadn a t·eyolução C[U e pt· clarnou a Hepublica,
no dia 15 .
r\ propo ito da illta d B om J es11 , Olld C c a ·Ira o
.\ . • lo dos fnY<tlido: da 1\ltria, o co rTe-n o.-; umn r -mtnt ---

O Ua1l~ na llh;,t Fiscal. - Allc:;oria ú pro lrunaçào da Rcpubli ~\


(Quadr dL' Aurelio d F ig u cir•~tl o) .

encia hi tOI'ica : guai'(J a o \l u cu Milita r existente n'e sa


jlh a, como uma relíqu ia, a fa r'da co m que o Cond do
I orto-Alegt·c p - l ej o u~h e t·o i ca m en te em Tuy uty , ga nhand o
a a ig-nalada Yi to ri a Ie 3 de NoYcmbro de ·1t;61, fa rda
m que e: co ntam muitos fur·os de ba la , qu e t·espeila t·am,
e ntretanto, a._ pt· cio a exislencia do valente Ge neral.·
A 1wopo i to, d'cnlt'e o gra nd e num ero deacçõe · he1·oica ·
l)l'a ticadas .n'es a pelej a, de. taquemos a segui1; le, de um
va lente oldado lo corpo de pontoneiro , l\la i'Linho J osé
Ra mo , narrada por uma le lemun ha de vis ta :
" Quand o a co lum na inimig a cresc ia, in chava, pat·a at-rebe nta r·
140 NO SA PATRIA

sob1·e o r e du cto ; quando tod os nós , pol'f]a vamos e m occupa1 · os


postos mai s ar!'i s cados e mort.ifc 1'0 · : quando a todos parecia que
::;e ia tra\'UJ' o ultimo e desesperado cs foJ'ÇO, qn ando ,·iamos todo
o nosso acampamento devastad o , incendiado : qu a ndo o momento
Linh a ta n to de s ol e mne com o d e impon e n te ... u m ou,.:ado offic ial
pa1·a g uayo , do famoso 40° batalhão, d esLacou-:;e c, <:o m a ba n-
d e ira da s ua pat1·ia des f1·aldada , voando pa rao pa 1·npeito d e nos-
·a.· trin c h e i1·a ·,te ntou fi ncai-a ao g 1·ito d e - Y'ica ta R epublica
clel Pa.t·a.guay ! Das nossa fi le i1' a tamb m desla<:ou->'t' u m so l-
dado, um n egro , po1' ins pil·ac;ão pro p1·ia , com o" olho~ fuzi lan do
J·e lampagos, espumando, - embla n te ini ::;tro e fc t•oz. São r e pe l'-
<:u t ira todo aqu e lle g1·ito, porqu e o s oldado b1·azil it·o, Já em c ima
do pat•apeito, travou com o offi <:ial luc ta qu e pro du ziu fa ·ci nac; ão
da visão e durou o tempo qu e COI' r·e e n tr e o fuzil e o raio . Fulm i-
nado , o parag ua.yo to m bo u e, quand o I'Cs,·ala,·a pa1·a o fusso , nos-
s o bra\'o, at'I'anca n do-lbe da s mão · a bande ira pt'Cit• nrlcu e n-
tregai-a ao · b1·n.vos de ·ua pat1·ia. Ni'í o p de comp letai' ·e u
he1'ois mo. As de ·ca1·gas , co mo que s u:; pe n sa . por· aquell c e pcc-
tac ulo , rompe ram, a lli n g i1·a m-no e, varado, ful mi n ado , cahiu
na mes ma val ia, o nde .i ::tzia o o u t t·o h c róc. A band e ira beij o u a.
terra, e n volvendo na s s uas dob r a s, am ot·lall! a nd o aq ue lles doi s
b1·avos, se pul.tados na me ·ma ,·al ia ( I). "
E a lembr·ança de Tuy uty, a lliada lamb m <Í denomi-
nação da ilha Bom. Jesus, Lraz-n os ainda ô idéa a bl'a-
vu ra do soldado Jesus na ba lalha de 24 de Ma io d ·1866,
dul'anle a qual , Lendo perdid o um dos br·a ços, manteve
com o oulr·o, lambem gravemente !'c rid o, a co m c1::1 com
q~1 e LransmilLia a orcl en do Commnnd o.
Este feito inspit·ou ao primoro. o poe la Jo é Bonifacio a
:eguinle poesi::1 cc O Corneta da lt/orte » , qu e assim
conclue : i
Sile nci o! n i n g ue m I'espo nde, j
' Niio te fize ra'm visco nde, \
Não te n .· titul o ou m eda lha ; -
Mas, ainda ao so m da corn eta; 1\
Danç a á noite a .baioneta,
Pelos campos d e ba ta lh a.
------------------
(I) General Cunha Junior , noücia sob1·e o combate de 3 de Novembro
1
de 18G7, publicada originalmente , ou transcript:t, no Almanak P opular \
Brazileiro,. do Rio Grande do S ul , 190:J.

I
CABOS, P ONTA E ILI-IAS 1-11

Tu a o- lo t·ia ya ga. n o a t·,


É 1ua i um sa g t·ad o m yt ho ;
mn rm o t'e pó lo qu e bt'a t' .
N ~LO dut'a : e ul p t•c o g t•a ni lo :
N a so lid ão s q uccid ,
P o br e , ,;e m tum'lo , pe cdi do,
' e m ped ca, s ir,n a l o u c r uz,
T u s~·mbol i ,-a o po ,·u,
T u é· q u a · i u tn 'ht•is to no 1·o,
T c n. o s u no me - J c!-: us !

Como a bahia de Guanabár a , ·1 d Todos o S anto


co nl ·,,n g l'and c nu 1nCI'O de ilhas, cnii'C as quae Frade,
i\llacl,·e- Deu, , B om Jes,Ls, kfedo, !Vfar :, Santo An-
tonio.
\ maior c mai!:' impo1·lnn lc, por 'll1 , é a de ltaparica,
co m 16 ki lomell'OS de co mpl'im nto c !~d e l:wgura, do-
tada J e a meno clima 1 agua m c cl i c ina c~ .
Tuo gl'and c é o Ynl onl 'essa ilh a, lfto c ·tmlef;ica sua posi-
Ção na cos ta, que, jci no ultimo. I mpos el o cl omini o pot·-
luc··u z no P l'azil , a Jngla lerTa j)I'Opóz recebei-a em paga-
mento omplelo el e toda a gt·ancl e divida el e Portugal, . ·
·onll'ahi cla pot' occa. ião cl:l guetTa cl ccla l'acla ü F1·ança ,
em '1 '05.
J á em lu la co m as icléas el e in clcpcncl cncia no Bt·azil ,
D. João \I , temend o pl'ovavelmenl c excitai-as co m a
acceitação el a pl'oposla, ou cl esco nflanclo elas intenções ela
lngla let'l'3 , l'eCUSO U.
Effeclivame nle, como bem obset·va illuslt'e geogra-
pho, « Leria sid o enlregRt' a chave elo B1·azil aos in-
glezes. »
Essa ilha tem um loga t· honroso em nossa historia nas
luclas ela Inclepenclencia : a tacada no dia 6 ele Janeiro
de '1823 pela t1olilha expedida pelo gener·al pot·tuguez,
Maclei1·a, no intuito de apodet·a ,·-se da for·têileza S. Lo ü-
renço, lmvou-se J'enhid o combate, renove elo nos dias 7 e 8,
142 NOSSA PATR1A

Bahia ele T odos o San to ·.

send o flnalm cnle repellido os pol'lugueze ·, que desani- .


mara m mui lo.
*
* *
· Po1' associação de idéas, Yem a JWOposi!o pôr em ·r elevo
uma pagina de gloria pa1·a a mulhe1· brazilei1'a na bis-
toda da grande. c.onquisla, que, nos fez Nação Sobe1·ana .
'ABO , PONTA . E l LI-IA . 143

Referi mo-no · a D. :\'[a riíl Qui leria de J e u Medeit·o . .


Em x 'U I"UO p lo inleriol' da BahiH, um p t·opaga ncli ·La
ho peel ou-s na resiclcncia elo po rlug u z Gonçalve de
\lm ida, puc da h roin n, c no cio ela fnmi lia expa ndiu-
e ca lorosam nlr sobr n cau a da L11d 'PC IHl ncia .
:.lcu·ia Quil 1·i a srnlc in l1a mmar- · -li Lo o coração de en-
lhu iasmo, c, nüo tendo obtido o consenti mento pale t·no
pa l'a se ali ·tar nas fil ira.· li iJc t·Laclora, , Lra .;'a um plano
ou ado c leva-o a cf'feil <.:Om Yerclnd ira a bn gaçüo .
bt ' m de LI111a ii·In ii a. ada , que I !t o nn im üra o in tento,
alg um :t roupa d ·unh ado, as im c\i. farça cl a pal'lc pa 1·a
a Yi lla de Ca ·ho ira, acom panhando d longe ·cu pac, que
de nn la sus pei l:cl\'a c · di ri <,.ia a n •g·oci ü mes ma yiJ Ja.
S lli a senln pn~a, iniciando seu I10YO stndo em um
bntalh ilo ele artilharia, pa ando-
. , 1nai. ta rde, para o denomi-
nado- Volwdw·io rlo JJrincipe
D. P ,cL,·o.
D scob I'lo o a rdil , ,. cla ma-a
in - tanlcmcn l s u pa , . ó e ntão
,·ein ao conh ccim nlo publico o
Yerdacl iro exo d j " n oldacLo.
;.[<ria Qui L J'Ül a nada nll ncl ,
1111)1' nthusia la
ao cl . tin o qu n ngua t·elan1J IL
« \ ' f11 eirn do ex J''Í lo d<l
[ncl epencl cn ·ia )), liz u11 hi. lo-
riaclo r, « n;lo Li\' ram imple -
menle um cl ren 'OI' ; Dona Mari a
Qu i L 1·ia mo Lt·ou- ·c .,·u tTeira,
cot·aj o a e di tingui u- · po r seu.
feilo · d'a rma . Quando o inimi-
~··o Le nlaram ele n " apo let·ar- e ·11 3 '·ia Quitc•·ia.
de llapa t·ica e outr·os mui Los pontos da cos ln, ell a achou-se
ü ft· nlc de muita: nhol'a · bahi anas e gui ou-a ó. victot·ia . >>
O levolam nto, po rém, d'essa her·oina, el e quem o Co m-
1-14 NOSS A PATHIA

mandanle do exercil o pacificad or di ss r·c c11r docum ento


publico que << em loda a ·nmp::t nlr a ,; clis lin;.;·uiu por in-
diziYel Yalor e inlt· piclez ''• nüo serenou d po i el o
lriumplro.
Eil-a , enlào, uc Yia gcm p::t r·::t o Ftio dt' J'<t ll l' iro, a fim de
lcYat· no Im per·acl or ::t noti cia do emba rqu e das ultima
Lropa po l'lu gueza ·.
E D. Pedro l, deanlc d la nl o Ya lor, pr ga co m ua
pr·opt·ia mãos no pcil o da rtbn cgncln balriana. pro f'c rinclo
homo issimas p::tlaHa ·,a ins ir:;· niu de C.tY<ll kiro da Ord em
Impet·ial do Cruzeiro, qu Ih ga ranlin, no t r l '~" "' o lcmpo,
as honra s e regalia cl All'orcs el o l..:x!'n;ilo :\:rc;iona l.
Ratifica nd o, m s l:J·uidn , e.ssn hnrnenag m, nHUl lou
lav r·ar o ~eg uinl e a lo :
" Que ,·endo concede r a D. Ma ria Qu itCJ·ia de Je:u;, Me dei,·os
um distinc livo, que a . ig nal e o servi ços mil itares, que, co m
de nodo raro e nt1·e a mais de se u sexo , p1·estàra à causa da
lnde pe nde ncia d'es te Im pe rio, 11 :1 porfi o a I'estau ,·açiio da B a hia;
he i por be m pe rmitti,·-l he o u o da ins íg nia de Cavall ir·o da
01·dem Impe rial do CI' U?.e ÍI'O. ••

Mai'ia Qu ileri a é obj cclo de elogiosas r·c lcrencias de


illus lt·es escriplot·es; c <icêrca de Lllna cnlreYi la qu co m
ell a tivera, n'aquell a epocha, a e c;riplora in r]eza ;v[nria
G1·aham, em ua imp r· ssõ ~ de ,·iage m public<da. m
Lond t·e · no ann o de 'I 211, rei' rind o-._e lo11 ;··a e ad mira livn-
menlç á heroín a, cuj o I'Clralo e. ta mpou, n. sim Lcrmina :
" Tmjava o. ~rnifO I'll1 e de um dos batalhões do l mp e l·ador com
a addição de um saiote po1· te - o vis to e m um figurino de sol-
dados escocezes, e po1· lhe par ece1' mes mo mais co nve nie nte a
seu sexo.
Não é in ~ t,· uida, mas te m inte lli ge ncia, comp 1·e hensão 1·a pida
eespirito pe ne t1·ante, e penso que com educação pode1·ia ser• uma
pes:õa notav e l. Nada tem de masc ulino na appa1·on cia, suas .
maneiras :ào g1·aciosas e ag1·adaveis, e nenhum màu habito
adquiriu na co nviven cia dos acampamentos. Sua vil'tude nunca
foi pos ta e m dúvida. "
r\80 5 , 1'0:\'TA . E ILHA.' 1-15

*
"' *
D'e nlrea ilhas ara ladas da o:;la, l"all cmo · pot·exemp lo,
da de F et·twndo de 1\ ol'onha , que mede quinz kilom elms
quad rados d · s up rfi cie dá o nome ao arch ipelago de
qu e f;tz pal"lc.
'i luarla a oo milha ao norLI '•:,lc do cabo de . ·. l oquc ,
110 P,i o ~rnnd e do )l orl , c a nov 1la c s l no nord és lc
Ll o no·ire, Estado d J ( 1"11<llllbll ·o, .· crYÍU duran te muito,.:
ann o: dt' pr •.-idio. C 0 111 a pro brna ~·ão da h publica pa ou
ao dorninio 1 rTilorial de ·t · 1~:-; lad o , por aclo elo Gpverno
IJrovi,.:Mi o, qut>, C'nlrc· n ulr ;l s cnn.·icl rar,õc..; , . nll c;:;·ou

Ilha d Fcl'nanclo df' No1·onha

pa ra i: ·o a: que Yamo rQJ)I'Oluzir, por nvo!Yct·cm p o nlo~


.d no a hi loria olonia l. - Qu o nrchipeJan·o de Fer-
nando de No t·onha recebeu de P el'l1ambuco seu pt·imeiro,
explorad ores no co m ço do ·culo xv tt ; que o Gover·no da
:api tania de 1 Cl'l1ambuco, pot· clua · vezes, em '1630e 'l6M.
expulso u os holla ndeze qu e e hav iam apossado da prin-
cipal das me mas ilha , pt·imilivam enle cha mada S. Joclo,
po r· seu descobridot· Femando ele No t·onha; que a carta
régia de 24 de Selemb t·o de '1700 de lenninou que essa
ilha ficaria per tencendo á Capitania de Pet·nambuco, cuj o
9
146 NOSSA PATRIA

Govemador Henrique Luiz P ereit·a I•rcit' defendeu ' o


mesmo m·chipelago contr·a a itwas5o da comran hia orien-
tal franceza, _que em '1736 . e hnvin apod rad o da ilha, á
qual dera o nome de Iste Delphine , se nd o de. aloj ados os
franceze ·c co n Lt·uidos o fort do. R em rlio. , ardo An-
tonio e Conceição, além de ini · iad os o. trabalho. agri co- 11
las pela exped ição que o dilo ovcrnflcl ot· ntfln clmt em ·I 737,

ILIB FE\lNANUO DE NOI\0 :\IU.

..

sob o commando do Tenente-Coro nel João Lobo de Lacerda .


É fe!'Lilissima a ilha de Fernando de 1Vo1'onha c goza
um clima muito agt·adavel. Visilámol-a em 'l 8 9. ~--
Destacaremos d'enli'e suas vá t·ias producções deliciosas
uvas e saborosis imo melõe .
A agua das fontes é salobra. Durante os dias que alli l
estivemos, utilisámo-no , a exempl.o de muitos dos habi-
tantes, ora da agua de côco, que é abundantissimo em
toda a ilha, OI'a da de chuva, lendo mesmo alo-umas 0
casas depósito proprio para es ta .
ABO ·, t>O:\' T .-\ .. E I LHA. 147

I-Ia n'c a ilha mui las . ing nla ridadc. , di g na ele nola :
entre ou tras, doi g t·a ndc · morros, um m face do outt·o,
perfeilam ent guacs, não só n, <~llura como na confot·-
maç:'io, el e mie lhe" YC' m o notn c le - Doi l!·maos ..
É nola Ycl ain da na ilha a ab undan cia e:--:tt·tw t·dinm·ia
de t•alo ele róla , prin cipa lmenLc ' m dcl rm inada
cpochas.
Qua nto a sla , inform a r·am-n os, occa iõe ha em qu e
c. ,·onç:am por obr o:; ca mpos de pla n t<~ Q:'iO de 81god5o,
milh o, ma ndioca , eLe., forma ndo Y C rd<~d ira nuve m com-
p<~ la , qu e ch ga <1 . omlrc:1 r· ns .pnnlo do ·nmpo po r·
o nel e 1as. a .
. 'o br o · ra l o ~ , pot·ém, é ainrl:t vivn a imp r·essão elo
que vim os : <;O tii O no a nn o anlcri orc , j á circulando em
granel qu antidad e sscs r·o do res pelos ca mpo ~ c s lt·n-
cla , delcrt 11inou o Dir elO!' rlo prc idio a matança, enclo
a cada um do Lr·aba lhnclo rcs marcada uma {(X!'efa pelo
rc pecli vo sa rgento·· cl e lurma .
Poi · bem : ás sei hor·as da La r·cle d'es e dia, na costu-
mada J'ev i la passada pelo Direclor, ap re enlar·am-se o-
referid os s ar~··c ntos, Lt•azcnclo el pcnelut·acla á mão por
um a p qu na co rd a a tarr,fa ele ua turm a .
Con lada. em alta YOZ c clcposilaclas em c! L rminaclo
pon lo, uma a um a, co m des ti no á incinemção, aYe ri guou-
c um lolal de ·1..853 raLo n'essa primeil'a fa clúna!
Enlt·ela nlo, coisa aclmi r·avel : n:'io ha noti cia ela exis-
tencia de uma só co bra na ilha l
Conla-se me mo qu e, por experiencia ou maldade,
leva i·am elo Recife uma, que não pôde alli viYe1· muitos
dias , encl o encontr·ada mo1·ta em urna elas es lr·ada , · em
o mais in ign incante indicio ele vi olencia.
Foi e sa ilha o u!Limo ponto do Lei'l'itorio ·brazileiro
avistad o pela famí lia impe1·ial, quando seguia no vapor
Alagóas, comboiado pelo Riaclw elo, pa1·a a Elll'opa, em
consequencia da pt·oclamação el a Repuplica no Bl'aziL
De bo1·do sollou, então, D. Pedro de Alcan tara um pombo
1·1' NO ·. A PATR IA

que Jeyava pendurad o ao pescoço 11111 pa pel, em que


escl'evei'a - (( Saudades oo B l'aúl. »
O mensageiro, pol'ém, não consc ..·ui u chega r a seu
d e tino , pe1·ecend o afogad o no Ocea no , que recolheu em
:eu seio o derrad eiro pe n am nl o ri o ul tim o Im per·ador
do Brazi l, ao deixai-o pam emprc !
A re peito, COI'rc co mo e cri plo na occa ião, por·
D. Pedro, o seguinlc beiJo e tocant e so neto :

~ l c n snge iro do amor c da. sau dade,


T o ma o te u vôo pe la az ul pla nut' a:
\ ac dize 1' ao Br·azil e m q ue t1·i t u1·a
Tu nos deixa ste, aqu i, na. so ledad e .

Voga m co m1nig o o · me u , na imm c1 ~i dad e ,


Buscando e m te1·ra c xt 1'n n h a sor te c c ur a ;
E e u mai - lon ge inda i1·ei :que n'e la agl'ur·a,
S ei que caminho vo u da E te l'llidad e .

Mas , ali! que Ycjo ? Ap e 113 ~ te l'e mo n ta ,


Entre dois pégos, voejando ü.s to n ta
Rapido tomba · e m I'e vol ta s ag uas .. .

Be m vindo sej as, ó celes te av iso,


Que assim me 1'eve la s te , d e impro vi o,
A morte , ·omo tc i·mo a tanta nHi.guns.

*
* *
. · m a im porla ncia c o va lor da ilha de Fel'nando ç/e
Noronha , po sue nincla o Bntzil, afastadas da cos ta, as
do: Aú7·Õllws, na alt ura lc Ca 1·av Ih , no Estado da
I :a h ia; Martin Vaz c T7'Útclade .
Tem a ilha da Trindade tre milhas el e exten ·ão e seis
· de cÍI·cumfCI'encia, mai ou menos, e acha- e s ituada a
l ' ABO · ,PONTA" E JLI·I:\ .·

L 1·13 kil om lro · da co. la lw:1zil irn, nn nllttt·a do E lado


J o E piril o. at In.
É locla motllnnh o. a e cli lli c;i ltt t nle n ·e .s:-i,·el, em co ns·e-
tju encia el e ~c t· o mor muito ag-ilndo , qu brando-~e d
encónlro ;i ~ gennd es c:-ca r·1arln. t'oc;hn >'.
Enlrf' " tn c:, nn f':\ lrf' mo ,.;nl , hn tttn rof'hrcl o de CÕ t' aYet·-

I lha d a Trindad e.

melhada, lend o cér ·a de 70 melt· de allut·n, no quul n


mat· ab riu um lunn el de mais de HO de exl en ão, po t· ond e
n va ga. o a lraYe. ·am, prod uzind o um "Tancl e e lt·epilo. ·
. i bem que de. hab itada, assegura- e que não é e let·il,
poi. os ingl zes, que a occupa t·am em ·tí82, ao eYa cuu-
rem-na no anno seguinte, pol' impo. ição do Govem o P ot·lu-
guez, dejxnrnm plantações· ele milho, feijão, legumes e
hot'lnliça .
E e a primeira tenta tiva ele e labelecimenlo inglez na
ilha da T1·indacle leva-nos a fallar-vos de uma segunda
OCt;upação em '1895, que deu ensejo a uma fri sante mani-
l'e !ação da di rrnid ade do povo bt'azileit'O, na de fesa de
seu dit·eilo.
Ora, ob o fund amento da primitiva occupação, ora
..

'\
'•
150 NOSSA PATRIA

procurand o apoia r-se na cit·cumslancia el e ser cl habitada,


pt·elenderam os in glezes manter- e na po::; c da ilha, onde
. arvoraram seu pavilhão, em J aneiro el e '1 ' 95, elo que só
leve çonhecimenlo nosso GoYe rn o em J ulh o do mesmo
nnno.
T n1 Lnd o .o assumpl(l el iploma lica-
menle e es l.remeciela s éls rcla\;ões enlre
o doi · paize., não póclc a Ingla lenn
l"urla r- e ;\ ev idcnt;ia ele n o~so s a ro·u-
m nlo ·, brilhan lcmcnlc clesc twolviclos
pelo :\lini lro elo Ex terio r de então,
Dt·. Ca rl os Au gusto de Ca rYalho, que,
el e lrui ncl o a arg-um cnlaf: üo ela In-
c arlos etc Car,·at!lo
g· ] alenn, as_ tm·
C(l nc1utt· t a YJ· J)ran Le
nota de 23 de Julh o:
" Cumpro o dev ei' de nppella 1' para os sentim e nt os de justiça
do GoY e rno de Sua lVlagestade a Rainha da Grã-Bre tanha, no
intuito de afastar das b6as I'elaçõe que mant m co m o da Re pu-
blica dos E stados-U nidos do Brazi l motivo de pe i' tUI" ba ção. Não
lenho dúviclà. quo á verificação do qu e a fli r mo seguir-se-a espon-
la nea desoccupação da ill1a. da T1·indacle, co mo fez em 1782 o
Governo de Sua Magestade Britanni ca.
E porque o Slll'. Phi pps, no fin a l el e s ua no ta, a li ude ü. s uggestão
que m e fez de suspende r-se a. o1·de m de ir á ilha da '1'1•in dade
um navio de g ue r1'a b1·azile iro verificai' o que lü. occoiTia, e
declara qu e , á vis ta do exposto em nome do se u Gove rno, não ha
mais necessida de d e mandai-o pa1·a ve ri ficar-se es tar o Governo
de Sua Mageslade a Rainha exe1·ce nd o acto de sobe1·a n ia. co m a
occupação da ilha, faço o mais vivo protesto conl1'a simil ha nte
asserção, I'esalva nd o todos e quaesq uer direitos da Republicados
Estados-Unidos do BJ•azil , e pedindo licença para faze 1· sentir ao
Snr. Phipps, co nfi1·ma nd o o qu e vet·balmente lhe dec larei hoje,
á s 11 1/ 2 da manhã, qu e , foi'le n o seu d i1·ei to, a Republica dos
E s ta dos-Unido s do B1·azil não o a bandona1·á , co nfi a ndo a ntes, de
tudo nos sentimentos do Gove1•no d e S. M. a Ra inha da lng la -
te•~r a.. 11

Em fa ce el a evidente demonslt·a ção de nossos direitos


sobt·e a ilha disputad a, enliu-se a Inglalel'l'a em uma
CAB OS, P ON TAS E ILHAS 151

posição clifllcil o procu,·ou uma sahida, ·propondo ao


Govem o Brazileiro o t·e~.;ut·.' do arbitramento.
E te r ecuso u-o lermin an temente, decla t·ando que os
direito do 1-'ra zil e1·am IJo palpi lan. tes que a 1ação não
pod eri a convi r m um julga mento exlranho sobre a pt·o-
priedacl e de u1n territo1·io reco nh ecid amen te no so .
I• m la es cil'cums lancin , deanle de nos a alliva e digna
altitud e, a In gla terra, cada Yez em posição mais falsa,
procurava natu ralm ente o meio ele entren·a t' a ilha, sem
qu ebra de u p1·e ti gio. Deu- e então a mediação offlci osa
de P ortu ga l, qu e nos o GoYer·no re oh·eu acceitar, ante-
vendo n' ll::t uma prompla ·olu çüo do incid ente.
Com effeilo, no dia 5 de \ gos to rece biamos do Minis-
tt·o porlu guez no Hi o de Jan eiro a eguinte nola. :
" Te ndo o Gove1·no P o1·tu guez o t1'e r·ecido . us bon offi cios ao
Govern o Bri ta n nico pa ra. uma amigave l so lução do conl'li cto
s uscitad o úcél'ca. da. ill1 a da Tt·indadc , bo ns o ffi cios q ue pelas duas
P ote ncia:; foram a cceilos, e po nd e 1·ado de vidamente o a ssumpto,
expôz o Go ve 1·no I or tugucz o qu e lh e delet·minou a co nvicção
de qu e a os E - La dos-Unidos do Bt·azil a iste o direito ele plena
sobe1·ania ~tquel l a il ha.
Em prese11 ça da t•azão dada , o Gove rno Bt·ita.nnico, n obremen te, .
dec larou já ao Gove t·no P ortug uez, que reco nhece a ~obera.nia
do Br·azil sob1·e a ilha da. Trind a de, o que , com muita satisfacção,
me apresso em communi ca.t·. "

E pot· nota el e 2'1 de Ago lo, infot·mava-nos a seu turno


o Ministro inglez que, de accôrdo com as inslt'UC\:Ões
recebidas ele Londees, o navio Barracouta ieia á ilha da
Trindade« afim el e procedet· ás formalidades concernentes
ü remoção dos signaes de occupação d'aquella ilha. »
Em seguida , resolveu o Govemo Brazileit·o, para evi lat·
futuros incid entes, deixat· ai! i bem assignalada a sobet·ania
nacional.
- D'essa commissão foi incumbido o cruzador Be1~jamtn
Constant, lavi·anclo-se a b01·do uma acla, onde ficou cons~
ta.nclo que no logar det~ominaclo Fot·te da Rainha collo-
\52 NOSSA PATfUA

cou-se « lima haste de br·onze, lend o ele comprimento dois


melros e noven ta cenlimelr·os e el e di nrn clro de zoito milli-
metros, e uma ·chapa de metal de um melro c cincoentn
rhillim elros de allura e um cen ti melr·o de cspc.. m a, dentro
de uma outr·a ele chumbo, lend o de co mprir ncnto ~3 4 mil-
limetr·os, de larglll'a 250 millimctro,: c de <11Lu ra HO,
envolvida em cimento, tend o na pa rte superior uma chapa
com a seguinte inscripçlí o : -- E ·te m;rrc,o !'oi co!locado
pelo cr·uzaclor B en:Jamin Con tant , ob ( J co mn wndo do
Capitão de Fragata Hodr·i gues Torr·cs, rn Yiagr m de
instrucção ela turm a de Gu<.Hda s<\ Iarinhn de 189G -
Janeiro el e 1891 - , em conscquencin cl n:lo se poder·
eri gi r· o marco-padrão qu e lr·ouxc es te IWYÍO pa ra se1·
collocaclo na ret'CI'ida ilha , deYicl o isso ao navi o não
possuit' uma jangada ap ropriada pa1'n o de emba1'que
elas pe<;as do me mo ma r·co-padrão, em num er·o de
doze. »
*
* *
\.pezar elo .qu e \' OS dissemos ricêrca ela dif'ficuldáde de
accesso, a ilha ela Trindad e não tem deixado de despertat'
a CObiç>a de avenlu t·eiros, atlrahid os peJa CUr'ÍOSa hisloria,
que em seguida resumimos, a r·cspcilo de uppostos
th esouros alli existentes :
Viajava para a Ch ina, de '1848 a '1850, fazend o o com-
mercio de opio, um Capitão inglez, qu e a bord o de seu
navio Linha um marinheiro de 01·igem ru ~sa, appellidado
pelos companheii'OS - o pirata - , por causa de uma
grande cica LI'iz no rosto, qu e lhe dava um aspecto sinisiro.
- Era, entretanto, um homem rese1·vado, mais instnrido do
que o commum dos marinheiros , e possuindo grande prá-
tica de navegação, pelo que o Cnpitão o dis tin gu ia com ·
sua estima c confiança.
Erri uma d'essa. viagens, esse m<ll'inheiro muito doente
e sentindo-se morre~ em um hospital de Bombaim, onde
l'ôra recolhido, disse ao Capitão que para l_he pt·ovar sua
('A fi O;.; , I' ON TA::S E JLI-IAS l :i3

immcnsu hTnticl ito pelrJ bom lr·ulum nlo qu e d'elle .-;empre


recebera, queri a co llfiur-l he un 1 sehTedo, capaz de lorn ol-r,
um dos honw ns rn nis ri co da ln glal rro.
E , lon: a nd o pr ec<~ LH;ô . pa ra nii:o se1· oll\·id o pot· rnai:-:
nin;;uem, enlrcgo tl-llie um pedaço d e encer·acl o Yellto, ond e
. c ach8YO. lr<t t~ ml:\ um;t pbril:t da ilh o. da Trindade : r·ev<-'-
land o-lh , fi it Ci;Jtiarnenle, qu e nn po11 Lo n'elb in cl icadn,
islo é , debnixo cln monl8n hn - Pão de A s ucw ·
ex isl.inm hTand<'S lhrsnt ti'Os, accumulad o.· e rn 182·1.

Bahia <lo Thcsotli'O. O Püo d e Ass ucar. (Do li v ro do Stll'. 1\ n i~hl . }

P rovinham es te · em g-rand e p<U'le dos saques nas eg-rejas


elo P er·ú, especi::tlmenle na Ca lhedral de Lima, po1· hes-
p~nhó e fu gitivos ao tempo ela guerl'a da independencia
n'aquelle paiz, e app1·ehencl idos no mat· por pit·a las, que
o escond en1m na cilada ilha, co ns tand o os mes mos de
muita prata, muito oiro e ornamen tos de cullo, enlt·e os
qu aes. e lembnwa de alguns candelabt·os de oit·o massiço.
Dos piratas, et·a o unico sobrevivente, pot·que os demais
l'ót·am pouco depois cap turados e enforcados na ilha el e
Cuba, razüo por que se considemva a unica pessôa sabe-
c! OI'a cl o segt·eel o.
9.
15·1 i\'OSS A PATRIA

Ant es d expira r, deu ainda ao Capitão out m · ind ica-


ções sobre o ponto em que fõram nlen a lo o lhe ouro ,
es tabelecend o um verdadeiro ro teiro, cxh orlanclo-o a que
fô ·c bu ·ca l-os.
Na volta , o Capil úo, doente o IIào co ntand o co m uma
tl'ipulação nun}ero a e ded icad a , passou pela T1·indade
sem tentar desemba rcm'; ma , ch -gand o ;\ lil::Jia t ITa , con-
tou ligeiram ente a hi loria, guardand o, porém, scgTedo
quanto ao c co nde1·ij o los th ouro!'.
Ao me_mo tempo, aYcrigunçõe.· l'c il<t. nv:o a r ·h ivos de
Cuba e em Lima , combinada co m div ' t·sos l'a ·Lo da
guerra da ind epenclencia peru ana e com "ing nl <ll'es cjr-
cums lancias e nolaYei coincid encias el e latas, CO I'I'O bora-
l'am fol'lemenle a na1·ração el o pira ln. ·
Apezar d'islo, ó em '1 O o Capitão conseguiu que o
bergan lim << J ohn », ele viao·em pa ra San to· , abo rda o ú
ilha, afim de que seu filh o, qu par.t i ·Lo mandá 1·a a bord o,
poclesse vet·illcar os pot·menot'e da los pelo l'a llccido mari-
nh cit·o. Assim se fez, e foi tão clif!1 il o cl mba rque, ql.t
o des temido joven foi á teiTa a nad o e ai li pas ·ou uma
noite inteir·a sem t·oupa , nem provisõ .·, send o qu a ·i
devomdo vi vo pelos ca r·anguejo ·, aos quaes por mais de
uma vez leve qu e disp uta r a pt·opri a vida. Nã o ob ta nte,
com admi1·avel anguc fri o, con en·ui u . cu inlenlo, e, ao
volta r· para bordo no dia seguinte egua lmen le a nad o,
affirmou que enconlt'ár-a o ponto marcado na planta , mas .
obstnlido po1' um en01·me de. moi·onamen lo de letTa ver-
melha, que só com muit o Lra.bnlho poderia set· r·emovida.
Accl'esce n lou que era exac lissi ma a Jcscri pção fei la a seu
pae, mas que por preço algum, passaria outt·a noite
n'aquelle loga t', ainda mesm o que todo o theso uro lhe
podesse vit· a pel'lencet', tão aterrado fl cá ,·a !
-.A_ essa simples visita, seguiu-se uma verdadeim expe-
dtç~o, na barca Aut'ea , cuj os l!·ipulantes permaneceram
~a Ilh~ desde 25 de Mal'ço alé ·11 de Abril de '1885, quando,
"'!;antmados pelas moles lias, cleficiencia de agua e de pro-
CAB OS, PON TA E ! LI-IA::;

v r ·oe, nbalid o p lo t:a lor c imp re sionados pela olidão


da ilhn, nbri ram mão ela cmp reza, nbandonando mesmo
os in lrumcnl os ela cxplOI'a úo.
E1n ·1 J J , jú o -·m. E. I•. 1\. ni gltl , 1·ico advogado en1
L ondres, em vingem ele recreio c liY CI'<1 cltll'anle a l g un~
di a· na ilha ela '1'1·incla el , pn a nd o, p rém, laes peri gos c
di ssabores por ca usa el o desembarqu e em lerTa, que,
descl'evc nd o essa viagc1n diz qu « po·,, motivo algum
po1·ia de novo os pés em simiLitcude ilha . l>

Acamparncotu dos t raualhadot·cs. (Do l i \'I'O do Snr. K oig ht.)

P ois be m, lendo conhecimento el a hi sloria elo Lhesouro


por um d os expedicionar·ios ela Aw·ea, fez diversas pes-
quizas pessoaes, e conve nceu-se la nlo da sua veracidade
qu e, apeza r· elo solemn e pr·otes lo feito dez a nnos a lraz,
organ izou em '1889 uma impor·lanl e expedição e voltou
áquella ilha a bordo do yacht « Alel'le ll , para tal fi m
compr·ado. Este emp r·ehenclimenlo foi tão commenlado
pela imprensa e tal enlhusiasmo despertou, que dos L1·eze
compa nheil'os do Snr. Knigh l, tripulan tes do « ·Ale1·te >l ,
nove e1·am volunlarios, que aind a lhe pagaram cem' libras
156 NO ' SA P t\J'IUA

para fazer parte da expedi ç;ão, cl evendo-lh C's ca ber uma


quota do th esouro, caso fó. se enco ntrado.
Lá desemba1·caram, após 1acicnte es pera de ri ias po1·
uma occasitio i11enos des f'a\'OI'a\'cl. c I ,·ancl n co msigo ten-
das, provisões abundan tes e ins tru men tos , l'~t<t b lcce1·am
um acampam ento rela Livament c;o nl'orl:n·c l, ini cia ndo os
trabalh os de excavação qu e du 1'a rnm ti'(•:-; IIICzcs. E xgot-
tados os 1·ecursos ou desa ni ma dos pelo c:tllc·a~:o, rcsoh·e-
l'am 1'e ti1·ar-sc, co1w encicl o. rlnt s da dr· li cicncia de ~e u s

Tt·aLw lh ::t ndo na cx c~wat;fa o. (Do l in · el o Snt·. J<ni ;;ilt).

esforço ou da impropriedad e el o· meios emp r·egados , do


que ela não exi. tencia do th esom o ; tanto que o nr. Kni ght
conclu e assim a in lere san te obra em qu e de cr·eve miuda-
mente lodas as peripecias de sua egunda vi sila á Trin-
d::td e e da qu al Lirümo · es le apo nl::tmenlos ('I) :
- « O S n1·. a inda acredi ta na exislencia do Lh eso ul'O.?
- é uma pergunta ctu e innu mera · Yezes me lem ·id o
feita . Conh ecendo o que eu conh eço el o assum pt.o, Lenho

(I) Thc Cr uizc of Lhe u Alerte ». The narrative of a search for treasurc
on the dcsert islaod of Trinidad. Londres - 1899 - 6• edição.
C ABO :::-, P O :\ TA ~ E ILII.\ =-' 157

muil o p u ·u clú \' iU ~ t qua nto éÍ vcra cidatlc da hislori a do


pir'ala russo, brc L rem ido o: Ih s uro · de Lima
elllerr'ados na Trin cladc; p rém, se cll cs j:í fõrnm ti n1d o.
ou se a inda lü s aclwm c nós nú o s po · mo· c n co nL t ·a t~
por nos !'al tar lah·cz al gum dado csscnci nl n, s in di açõe
qu nos [.;ll iav:un, ó o que nüo posso nl'firllla r . »
Em outro ponto, c· 't'8\'8 o mes mo :m Lor, r I' rind - ·e
a d uas outt·ns gunlm .nlr inl't·u ·Li fc t·n: cx p rlirõc rl e
t.1m rica no. , posl t·ior <'t . ua :

" A pc t·d :l d ho m e ns c de uotes pe la t·e aca;;;, a . m o lestin:- e


num e t'O o . I Ct'i"' "• aualCt'a ll1 O' xpl o t·adorc ' q u e a bando n a ram
:L ilha a n tes d e mpre h n d ,. qualq ue t· p e ,;qui?.:t sé ri a . Dit'- e -ia
qu e a T t·ind a d • · um a d ' s~a~ i lh a s pe t·d id a · do q ue e falia n os
vel l 10~ t'ollwnc ~do nw t·, ~ob t•e a qual pai t•:t o m o u ma m a ldi ç áo
a lcmlJ:·a tl(;a de ~ano-u inal'i :.t fa<;u n!J a~ do pit·ata , d e m od o qu e
o tltcsout'(J P ' t:'L protegi d o po t· espit•ito · malignos. De mai s , o
t'U"'ido f t•mi cl avel do mat·, qu all i se c ncapella e m um a causa
na urnl npparc:11l . a inda me:111 u le poi · de tnu ito dia de cat-
tnn t· ia, u: t•ocheclos am pt'C vaci l btn t e. e t d:t a forç.as e t e r-
I'O t' s d a tnttut· za ã o pt·o p t·ia a g u:u·d ;u· inviolave t Llt e s o uro
oc ul lo fó t•a d a l c:~n ce ltum a n , a o pa ·s o qu e o s t' e pugna nLes
cat·a ng u j · pod e m be m ·er o e s pírito · in qui e tos dos pt'o prios
pirata ~, po t·qu na ,·e rd a d e e ll c : ilo h n t'l'ive is e fe rozes e get·n l-
m en te d uma :tppa t·c n c ia d iab o lica . "

~obt· · c::; t inl r·es an lc t.c umplo não !exi ·te ·óme nle
o livro de Knig·ht : mu it o oulr·os e luclos e tão publi-
cad os ('1), entre o 1uaes o de Tito Martel, que as im
ence ta sua s ub ·Lan ciosa natTaliva (2), baseada não só em
pa cientes I ilnrn , ma lambem « em ca rtas parlicula t·es

(1) - Victot· de 1-lnmcl - The sea rch for hidd en' tr easut·e. - ~ tory of
lhe Ex pedit.ion. " Tynesi de Echo u 28 de Julho 1885 - Newcastle.
- E. F. Knight - The cruiser of the " Falcon » . A voyage to South
America - 4• ed. 1887 - Londres.
- A Real Trea ury Hun t - Da ily Graphie- Junho, 1889- Londres.
(2) - Ga;cta de Noticias do Rio de Janeiro, de 30 e 31 de Março-
de 1896. - Tito Ma.rtd, pseudonymo do erudito escriptor poriuguez,
J. B~talha Reis.
158 NOS ' A P A TRIA

e escl<H'ecimenlos verbaes fornecid os pelos primitivos


conhecedores do segred o d o piralo » :

" Não é um r•oma n ce ím agínar·i o o qu e vae lér-se, poré m his-·


.toría,- h ístor·ia documentada qu e e u não con te i mais cédo por
suppõr que e lla era, em pa r·te, pelo me nos, co n hecida no B razil,
mas qu e , porque me não c hegam <i. Eur·opa not ic ias de s ua publ í-
-caçã:o n o Rio de Jan e iro, eu julgo op po!'Lu no narrar ago r a com
-os de talh es au t hen ti cos que c onhe ço. A illra da T r indade tào
-es(juecída ainda Ir a pouco, tão coui çad a , t:lO d ise u ti da ag o r·a , é, ·
- entre as ilh as r·omanti cas do mu ndo - e fo i sem pre pro pr•ío
·das ilhas a evocaçrLO de r oman ce , tal vez n 'e" te mome n to , e po r
m o tiv o~ extr·anlros á po lítica , aos te legraplr o · suiJma rin os e ás
a videze s 11 acion ae , a ma is ro-
man tica da s il hasatbn ticas. Ella
é , ao qu e pa r ce au t he n ti ca-
m enle , o q uo te m . ido , para
q uatr·o ou c in co ge raçõe · de lei-
tore s, mer·c6 da pha nlas ia de
Ale xa nd re Duma s, a ilha med i-
tenan ea ele i\1onle C hr·is to. · ·
Vincle , pois , vincle todos , polí-
ticos e ima o- ina.ti vos , d ipl omatas
Ilha da Tri ncla((c. e so nh a dores ele aventur·a s , vi nde
todos - ouvir· o caso a ntigo, c ujo
.myste r·io se exlenda a té nós e q ue By ron es ti ma.r·ia. have r po-
·dido canta r· em ve r·so. "

Depois de conlat· minuciosa me nte a his toria jü re la tada ,


mustra ndo-a com um mappa co~c lue assim Tito J11artel
seu ·apr·ofnndado estud o, refet·indo-se ás conclusões do
S nt·. Kni ght, acima citadas :

" Das duas h ypotheses que e lle me ncio na , a primeira é . inad-


missível. Qua lqu e r expedição que conseguisse dese n te tTar na
.i lha da Trindade um th esouro co mo o descr·ipto pdo pir·ata russo,
:teria sido conheeírla. Resta, pois , a s egu nda hypoth ese : - O
Thesouro est<l.ainda na ilha da Trindade.
Ficam 'os bra;o;ileir·o;; p·r·e ve nidos. "

Para termina r o capitulo ·,·ela tivo ás ilhas, fa remos


PLA:'\ ICIE.' 1·: :\I O i\'TANJ-IA . . 15\J

au-ora uma rupicl:t re!"ct·cn ·i n eis fl uviae ·, d 'entre as quaes,


;~gs milharc ·, dcslaca rctn os : - 1\1w·ajó, maior do que a ··
J'ep ttbLica da S ui sa, , i tua la cnlr o. cslua rio elos ri_os
Am azon :=t c Paní, co mmu nic:tdos, ao sul pelo canal TaJ a-
pw·ü; -Bananal, na pMle ce ntral do Hrnzil, no Estado
ele Goyaz, for mada pel rio l T'oguaya por um braç-o
cl 'esle, denom inado Ca;"atahy, ou j uro B a11anaL, consid e-
•·ada a maio t' ilha nu,·ial co nh ecida no tnull(lo, med ind o
·êi'Ca el e ce m lcguas d compl'imenlo so bre vin l cinco
ele lal'gu •'a app roxi mmlam cnle.

Capitulo !X
Planicies e montanhas (J).

O 8 •·aúl up t·esellta, llt i1 i::; ou ménos, a mesma fórma ela


\ me ri ca .Mcri d ional : mui lo. la1'go no no!'te, esll'ei lando-se
cada vez mais pa •'a o sul ,· se nd o a sua secção mais mon-
tanhosa el o ce ntro para lés tc e sul. No interior, ha vastas
planícies regadas por numei'Osos e caudalosos ri os. Gra nd e
parte do teiTitoÍ'io beazileii'O co nstitue um pla nallo de 300
. a '1.000 melros de allu1'a, limitado ao no•·te e a léste pelas
depressoos dq_s r·i os Amazonas e Pa t'aguay, quasi unidas
po t· inlerm edi o do valle elo J'io M~d oira o de seu tributal'io
o GuapOl'é : é · o cham ado P lanalto Central, onde, como
. j á vistes, eslci situado o tenilorio que vieá a sei' a futura
capital da Republica .
As montanhas do Brazil pertencem a dois systemas:
- P arima e B razileú·o. A JWincipal cadeia do systemn

(l) Monte é um:t po1·çüo de terra que se elev:t sobre a planície. Mon-
tanhet é um monte grande. Serr·a é uma reunião de montanhas. Cadein
. é uma rcuniiio de SCI'r:ts. Grupo é uma reunião de cadeias. Um systema
de montarthas- compõe-se do muitos grupos, ligados entre si.
16Q N OSSA PATRI A
Pa1•ima üOJ'J'e pela fron teira norle elo L:: ra zi l co m os II Omes
de serm. Tumuc -1-Iwnac, A caralty , t>(ll·a r·cúma, e le.
T1·es cadeias pri ncipae:- conlé1n o s~·s t ' Jnn JJ ra;;i/.eil 'o:
- Occ1DE:\TAL ou SEn nA DA-- \' EnT t·::\TJ·:s, qw• "Llpa rn as
bacias do Amazona., Toca ntins r P n t ·n :l !J ~·h: t rins u0· rio ·
Pnraguny, P araná e S . F'1·anci"r·o , t' prolong a-"'<: desde
os limites do Estado do Ct•n r:í cn1n o d o fJi:llliJy :t lr' <lO .
- --,

fccll"ra l
O ponto ma is cl cva<l o dos Pyt·cnéu..;, 2.:it0 m c t •·~J., , :,itu :ulo no lCJTitorio
referido no cap. V .

de Mallo-GI'O: :o, lomnndo d ifferen lcs nomes, co Jno -


A l eg r·e, D ois fl' mãos, P yl'r>ru!us, Sarda ~!fa ,·tha, }Jur e_-
cis , ele.; CADEIA CENTIU L ou SEnnA DO EsPJNIIA ÇO que se
p1·olonga desde a margem di1·eiln d o ri o ·. F'1·ancisco,
at1·avessa ndo o: Estados da Bah ia, a lé ;\•Linus Gerae: e
~- Pau lo, co m as denom in ações Almas, M antique ira , ele.;
CADEIA OnmNTAL ou . ' r-:n1u oo MAn qu e, p:Hall ela á co · ta,
vae do Estado de Seq:;·ipe no do Hio G1·ande do S ul ,
!orna nd o diffe1·cn les nomes, co mo Q,•r;ãos , Aynw r f!s , clü.
P L \ i'\ IC!ES E :.\1 0 1\Ti\N I I.\S 16 1

Destacar mo cl' tttre a;-; srnu s JJlUHlanhn · beazilei ras


alguma das mais eleYncia : -It atiaia (Agul ha. negras),
em 'Minas ~ e ra es, 2.994 m ·Lro!i·; ltatiaio (P:-•romid es) , no
mesm E Lnd o, 2.500 melJ·o,-: P!Jren ~us . no E. Lado de
Go •nz, 2 ..:> 10 m lro- : Üi'fJ él08, no Esta do el o Hio ele
J an ii'O, 2.282 mel ros : Itapenterinl, no Estn lo elo E pi-
rita Santo, 2.'1 00 melro : l tacolom i, 11n Estado do Hio el e
J an i1·o, ·J. /Gü 111 elro. ; l hi(lpCI ÓCI, nr• l ~s lado do Cea rá ,
·J .020 me lro· .
Compa r·ad o ao pi Go mai s clúYado do plane ta, o E uerest,
na serra Hymalaia, na \ si<1 , co m . .iO melro de alLu i':t,
bc111 pouco, em verdacl , ,. pr nl a o Itatiaia!
Em co mpensação, porém, nos o Brazil YiYe tmnqu il lo,
s m os horror s que experim nlam , pOI' exemp lo, Lodos
os paizes ituad os na co la o ciden lal dn .\ me1·ica do Su l,
banh acln p lo Ocea no Pacifi co .
Como m JllLlilo pon lo · la Eu1·opa, Asia, .\l'1·i ca c
Ocea nia, os vul cõe. abundam na. colo. sac · montanhas ,
Guja erupções . i'i o qun si semp re prenu nciadas por lene-
molos.
Em '1'755 a cidade de L i.- bôa, po1· exemplo, foi quas i
lo lalmenlc cleslruida po1· 11m cl'esses Yi olenlos cn l acl~· s ­
mos.
Hece nlemcn le, c111 J90'7 , nuYOS e pa vot'O os LerTemolos,
na costa occicl enlal ela \ meri ca , cau anelo p1·ejuizos colos-
saes, entre os quaes .mi lhai·es ele vida , des truíam quasi
completam ente a cidade ele ·. Franoisco ela California, .
nos Estados-Un idos da \.met·ica elo Nol'Le, e a cidade de 1
Valparai~o, na Hepublica elo Chil e, Ameri ca elo Sul. ·1
Deanle de taes hot'I'OI'e , pnt·ece que a P t·o' idencia \
vela pai' nosso a mado Brazil , privil egiado ela Nalu- ·
reza.
*
* *
. rela-
D'entt·e as monlanhas brazileiras, existem alcrumas
;:,
162 NOSSA PATRIA

tivamenle pequenas, mas que nos relembram aconteci-


mentos me moraveis, como, por· exemplo : o monle Pas-
dwal, no Estado da Bahià; o montes da s Tabócas .e os
Guararapes, no de Pemambuco .
Acêrca · do monle Pa.sclwal, póde-se d izer que elle
apparece na hislor·ia brazileirn omo o phnról d no sa
nacionalidade.
E cer·Lo que a cosln do Brazi l !"oi uYi:Lada e Yi ilada
mesmo em diffe1·ente ponto po1· Vi ce nte Yanez f inson,
e ntre ouLr·os, em ·! 500, nada, poré111, r •. ul la nd o d'essas
.aventurosas viage ns para n Civilisaçüo: mas n 1 ol'Lu ga l
coube inconles tavelmenle a gloria el e en orporn r-nos ao
mundo então conhecido.
ReinaYa D. Manoe l, appellidado - 1fe,tturo o -,
que desejand o mand ar· ü lndia segunda expediçüo pelo
ca minh o j á tt·a~ad o por Vasco ela Gama, pa ra assegu-
t'a i· a P or·Lugal o co mmercio n'aquella ri-
L[Uissima pa t~agem, apre Lou uma esq ua-
drilha ele Lt·eze embarc::1çõe , cuj o co m-
mando foi confiado a Pedro Alva t·es Ca-
IJi'al, qu e partiu ele Lisboa no dia 9 de
M a r~o ele ·1500.
« A partid a », diz um escr·iplot· na-
cional, cc foi honrada co m Lod o o esplen-
Pedro AI vao·es Cab ral.
dor e pompa ele uma fes tn. Na vespera,
que foi um domingo, o sino da calhedral
batia grave c olemne em sua· modu lações festivas e
parecia annun ciat' de antemão a scenas allamenle dra-
malicas, que denlt·o em breve se deviam passar, além do
ALlanLico , ·na's fel'leis regiões do Novo Mundo.
c< D. Manoel, o Afortunado, L inha reunido, no come~ado
mos teiro ele Belém, Lodos os grandes da sua CÕ!'le, com o
fim de invocar· o auxilio do Céo para a importante expe-
-dição. Conserva o Rei ao pé d-e si, na sua Lribuna , o illus-
tt·e Almimnle, durante a mis a, que é dila com toda a so-
lemniclade . P endente do allar· via-se o estandarte real da
' '

PL\i\'1 ~lES E l\IONTANI-IAS 163

Ordem de C! tri ·to. Prég·a D. DioQ·o OI'liz, Bispo de Ceu la ,


. 1ue clepoi o foi do Viz u, o q uat acceucle nos animas o
desejo de pa!'tithal' elos O''andes pel'iqos a que se iam
ex pô1' es. es at,·eo i clo 11(10er; ado J'es . Terminada a c t e-
lli Onia reli g·io a , he nz tt-sf' u m chapéu , qu e o Papa man-
(L1ra a Cabr:-~1 , c que lh L: é pos to na cabeça pelas mãos do

A par tida de Ca u ral.

proprio Hei, l( uc enlregn lambem :10 illu Lt·e Capitão u


estand a rte el a Cmz da Ot·d em do Chrislo. Dil'igem-se
depois Lodo·, pr·ocessionalmcnle, com cruzes alçadas e
t•eliquia pat·a as m:-~t·ge n s elo Tojo.
Lisbôa apt·esenla enlào um a peclo faustoso, que raras
vezes offel'ecem os povos, em que as lagrimas e soluços
da saudade se misturam com os t·iso e vivas, que retum-
bam n._os al'es em acclamações. »
As insll'ucções de Yia gem fornecidas a Cabral detet·mi-
navam que locasse na ilhas de Cabo Venle , e na alllll'a
de Guiné, na cos ta da Afl'ica, se desviasse o mais possí-
vel das calmat·ias muito ft·equentes.
Assim navega nclo, tal l'oi o desvio feito por Alvares

.."'•
164 NO ,\ PATH I A

!lei s <IUC dominaram uo llt·azil du rante o I>Criodo colonia l (1500·18081, inclu ' Í\'(i
a domina~fio hc ·pan hol a (1:>80·1 610), c nv •·c:;ín1cn {!O Hei no Unido n Por tug-al
(18 15-ISZI).
t>L.-\:\I CI E:S E i\I ON TANHA 165

<;ab rnl, llli C, a ux ilia do por corrente· ocean 1cas, alé


enlào des<.; ollh ecidas, or·i-
t:in ado..- jus lamenle no
golf'o ele Gu,iné, aLLin-
· gi ncl o Ulna brg ui'a mai"
ou JJI C!l os el e lrezenla s
milhas , se ll1c cl era raram,
i n cs p e i·aclC~m e nlc, he n ·as
ma riJJha ", passa ros aqua-
Li <:osc·, fill <ilmcnl c, el e co-
nhc(' icLt Lcrra em 22 d e
Abril , co rrcspo ncle nLc ho-
je a 3 de \I ai o, Clll Yil'Lucl c
da re!'urmn por que pas-
:-,(11 ! "J,alc ncla ri oem '1 5 2. ·

U pu1Jio prim ri ,·aln cnlt' aYis latlu !'oi 11111 lll Olli C, lll c
l'('('.t' l>(' ll a clrnomillar::\ n rl<· f'(lschna/ - , em homena-

Dcscobr' mcn to do Urazil - C<tbral aY ÍS1a nclo


o .1/on/c l'asclloal. (Quo<~ro <l e ,\urelio de Fig-ueiredo).

gem á cc remonia ca lh oli ca da Paschoa, cujo oilava 1·io se


cu leb r·ava en Lã o.

.- - ~~·
1G6 NO SA Pr\THI.\

Co ntinua ndo n avi star a I 1'1'<1. qu e se rrolonga \'a , jul-


gou, enlretnnlo, Ca l1·al t 1· d scohert o u111a si 1nple ilha ,
n qu cham ou Vet ·a-Cru ~, no1n c qu v t't i, n ~: t i ~ l<1 rd c, tal-
vez em '150!~, ·ubs tiLu ido pOI' - }J!'(t ,;il--, clt•\"i do ;( cxi s-
tcncia· no pniz d niJunrl:in lc·s lll:tl la" de 11111a madeira

LC\':tntanlcnto da Crul . - Qu:ul ro d Pedro Pin l o P er.~.:;


E>cóla <l c Bel
l a ~ Ar t ·s (ll i o <lc Jan.;iro).

avcl·melh acla, propria á tinlul'aria , c cha mada páu-


lm=tzil - por· sua similha nça co m a có r ela b1·nza .
Procu raram os porlu guezcs es tabe lecei' r·c la ~óes om
os nalur·aes el o pa iz, c bu cn nd o um ponlo aprop riado
para fu ncl ear· n I'r o la, cnco n traram-n o cxcell en Le e nbri-
gado, chama ndo-o Po,.to- S gw·o.
Em ler'l'a, er·gueram uma gmncle cruz, emblema ela
Pleli gião Ca tholi ca, com as armas ele l or·tugnl, endo em
um pequ eno ilhéo, qu e ele. ignaram pelo nome de -
Corôa Ver·melha - , celcb r·ada uma mi a, pelo capell ão
ua l'r·ota, Fr·ei 1-I em·ique , c remonia que se repeliu em
·I o el e Ma i o. ·
PLAN ICIES E M O i\'l~i\N II AS 167

ro J ia 2, ('abra! f z pa rtir pa r·a Li ·bôa um de seus


. navi o· ob o mando I ;a pae de Lemos com o flm
de levar a D. i\lano 1 a noLicin elo de. cobrim nlo, e
dei xou a. aguas br·azi l iras com des tino á Ind ia, verda-
u iro fim d e sua viao-em, ·omo vimos.
* *
Trai rn os :-~ r··ora dos monLe exisLenles no Eslado ele
P rnambu ·o : Tabóca c Guar arope .
No da Tabóca travo u- ·c cnlr·c o. r m ambuca no
I

in urgidos co ntra a dom inação lr ollancl za, m 3 ele Agosto


dr ·1615, rC' nhi do c mr moraY .1 com bal .
Os hollan dez s, ja co m s n iY i- p rda , n· uma a tr·evicl a
t nlaliYa, inY Lir~un rapidos, pelo monte acima, mas a seu
en nlro d ceu verlio·inosa m nle J o·âo Fcm and es \'ieim
á fr·cnl ele suas forças.
« a çft », diz o \' i ·co nd · d P rio-S gur·o, « passou
a Ler Jogar· cor·ro a co rpo, c o holla ndezes, que avança-
Yam, Yir·am-se obr·igados a volta r· co. las, em purrados como
por uma lol'l'enle, similhavel á la. lava j.otTa ndo do
co ne elos vulcõ ou ú. elas gr·ancl es geleir·a despenhadas
cl im o · da co rclilh ira. neYacln , que, om_ a pi'Opt·ia
for·ça de sua massa accclcr·ada, vão leva nd o após si qua nto
se lhe. oppõe . Em lão n-r·and e confusão , pe1·eccra m muit o.
do inimigo ó lr·e do· no o . »
P 1·olonga nd o- c a lu cla a lé á noil.e, apt·oveilm·a m os
holla nd eze esla cir·cum la ncia para, a coberto, ::.c retira-
rem, cedend o o ca mpo ao .pcm ambu ca nos vi clori o o. .
F oi após es te co nrbale que ás fo,·ças de Femande
Viei1·a e reuniram as de Philippc Camai·ão e Henrique '
Dias, depois ele qualt·o mezes de marcha p:na .esse fim ,
desde o 1·io R eal.
*
* *
Os montes Guararapes, ao sul do Recife, como o das
LG8 NOS A PATR IA

Tabócas, 1·elemhra111 , ep;ualmenlc, a lu cia holl andeza· em


c;.ua ultim a pltase, ma rcand o a cluus ba talha. all i trava-
das o vercl acl cii'O a nniquil am cnlo do !nm inio ba luvo no
Brazil.
Teve loga1· a primeira rn 19 11<> .\ bri l rk I G'r 8.
Hcforçados os holl and ezes por·· noYas tropas que lhes
fôram enviada ..·, l'eccbeu S gi mund o Y OII 'r k!1ppc ordem
positiva para -ubju g-a r a in urT c i ~;5u 1 Ct'll<tntb uca rw .
Os montes Gaarorapes l'ô ram o . c na ri o do ncon t1·o
das dua fo 1·~a :::, p lejando o~ ll oll alld rí'.f's co1n pc r·to el e
2.500 h omens.
Nü o _mo r cem por i ~so os in ·u1'r elos, 'endo em sua
-vangua rd a - F ernnnd e- \i eira, I :nn arüo c I lenrique Dia.
nos lla ncos , c comrrwncl ados pe lo i\1·slr· de Lu npo Fran-
cisco BarTelo d M nozes.
Após o primei1·o c te1Tiv I crH·orilro, lraYa-sc o co nrba l~
á a1·mH l)l'a n a ch g-nll do- c a lom::u· n al'li ]lt;II'Ía mu-
nições do. holland ze., qu e as r obr::un , c rn , cguida ,
n'um a lucta l'enhida , a l.é qu e, cn ·urTalacl o: m 1111 · panla-
no , Ancl;·é \ id al de Negrcir·os dc rrol<1-o,; co mpl elamenle.
\ perd a dos holl andez('s J'o i cnorm , de ixa nd o no
campo ela bai Rih a mai d 11ril homcn:-;, cnlr·e m rlos ·e
feridos, dos quae: setenta e lJII;IIro ol'f iciacs, e m cuj o
numero _fi gu1·ava o pr·oprio Yon :-.:. ·" oppc, baleado em uma
per·na . · .
D'es a inen Ol'<tYel ba l::d ha , exi. Le um b lli . imo quadro,
na Acad emia d BeiJ as Ar·l e. <.l o Ri o de .laneir·o, pin tado
pelo 0ximio nrli la b1·azil iro \ i ·1 01' \ '1 ir 11 :,; I Lima, e
cuja 1·e p 1'0clu c~ão vos dam os ad an le.
Aos Guararapes, po1·ém, n'es a lremcncl a lu cla, eslava
r·e e1·vado .~e 1·, em noYa refrégrt, lh ea lro d ma ior de-
:a.- LI·c pam os hollandeze: .
F oi o que ·uccedeu em ·19 el e F ve1· il'o de ·16-49 a 3.500
de seu. old aclos ob o co mmand o el o Col'onel B1·in ck,
enl'l·enlancl o 2.600 home n · da in. ul'l'eiÇno , commanclados
por Francisco Rnl'l'elo.
I'L.\ :'\IC JE . E i\1 Ul\T A ' JJ A 169

.\ campad as a. l"o tta " e tn lo 0·a t·c. co ttYc ni enle mas


pcrttt nn ccncl o dur;lnl<' [l ]g um L lll J Hl in ncliYa c c xp c-
l;in l ·.·, t·esol vc r[l!lt os holl a nd cz ~ . cl rsco nflanclo d e suas
posi {:õcs 011 i m ag-itt n tHi o 11111 l tO\'f> platl ti com hnlr , r ff c-
l uat· a I'C lirada , :10 qtt <' . e oppôz I• r[lnci sco IJ<J ITClo,
qu , m lac · c·irCtllll slaii CÍ[ls , [til ·i ava JlOI' il l u ll'i:I I' o
;..cenari o da pri 11 1 i 1·[t yj ·tur in co n1 un1 . c.,·nnclo l r iumph o .

J1 •.:;O)YCII C11[ÜU ataca r 0 in itnigo, ma ncJnnciO ava n9a 1·


!' lia ~-c nl r .
ÜU (," lmo o \' isco ncl e ele P orlo- · c~lii'O, que~ ern 1861,
Yi silou aqu ella 1 ar·agc n: hi sl o1·i a~. csLT YCu a r esp iln
d ean l d e cl ocutn c nlo=- :

" :\pr·ese n tnr·am-l he pr·im ir·o r esi te n c ia c in co corupan hias do


ini111igo, qu e fo r·mava m s ua retaguarda , ao mando do Capitão
Tenbe r o-en, em quanto se orga nizava m, JHl t'a e ntrar· e m co m-
bate , duas co lumna ao mando dos c he fe - Hautij n e Claes; logo
ava11 ço u aque lle Cat'l'ega ndo pe la dir·e ita, mas foi repellielo pela
cavallat·ia ela nossa pat'te , qu e fe t·iu a o m e smo Hautijn, obt·i-
gando -o a r etirar- e. Ap ezat' ele fe t·ido , reuniu Hautijn os seus,
e , juntando-se :i força q ue Claes co mmanelava, ataca t·am ambos
os no ~, o:> jã senltot'es da estr·ada ; ma viram-se obt·igados a reti-
10
liO PRODUCÇÕES E HIQUEZA 1'-:AT HAE

rat·-se pat'a _a s bandas dos c erros " po t' cau a d a gt·a n de fot•ça.
dos contrat·ios, que acat.at·am então com tamo ímpeto que as
tropas hollandezas começamm e n tão a fu gir, sendo em b reve tal
a confusão que, nem por palan·as nem por fo r·ça , podc ram ser
contidos os que fug iam ... e esta. co nfu <io foi co n::, idcr·avelmente
augmenta da pelos corpos dos Coron ei oa n den IJI'ande e va n
Elts, que, baixando dos mo ntes par:~ a c u d ir, lnn<;~ram-se de
envolta com os r·egime ntos m e ncionados c in~r·od u l ir ·a rn a ma is
co mpleta desot·de m (1). " O inimigo fi co u d e tod de -troçado ; e
a victor·ia roi pam os no os ainda ma i.· co m pleta q uo a do anno
antecedente. Além do c he fe B rincl;, perdc.t·an t o~ r o ntr·nr·ios.
173 offi ciaês e ofliciaes in fe riores, a sabe r : 'luat r•o T c ncntes-
Cot'Oneis, quatro i\-Iajo r·e , trinta e cinco ap ttãc · , trinta e dois
T enentes, vinte e s e is Alfe re~ e quarenta c II O\"C . ·a ,·ge n tos ; e
mais 855 m o rtos e noYenta pri ioneir·os, o q u • tudo pr•e l"az um
total de 1.045 home ns. Fical'am alem d'i ss o no ·a111po ci nc o peças
de campanha e c in co bandeira · . O inimigo re o nh ece u .sua
der-rol~ c a co nfes. ou official mente , attr·i l u i nd o- :~ ~·l obardia
dos propr·ios s oldados. A pe r·da do no · os fo i :J\"altilcla e m 41>
mor·tos e 200 fe rid os, e ntrando no numero d' e te o b t·ayo H e n-
rique Dias , que pe la ullima vez der ram ava n e~ a a mpanha se u
san g ue pela patria . "

Capitulo X
Clima e salubridade .

Prodigamenl e aquinh oado pela na tureza , nos o quci·ido


Brazil goza um clima nniacl i simo, ap i·opri ado a Iodo os-
povos e a toda a pt·oclucçõ · do Unive1· o.
Não exaggerarno · ; não YOs c Ia mos . ugg rindo im-
pi·essõe nascidas apenas da ima gi nação alentada pelo
calo1· do sentime nto b1·azileiro.
Nossas palavras rep1·esentam positivamente n Yei·clade:
crystallina dos factos.

(1) Estas palavra , como declara em nota o Vi sconde de P orto-Seguro.


err. ~ua obr~a -: • Os hoUandezes no 8 1'a;;i/ •, fOram copiadas do-·
offic10 ao I rcstdcntc c Con elho do Hcc ifc de !Vli,.,.ucl van Gock em
22 de Fevereiro de 164\l. ' "' '
' Ll i\IIA E SALUBR IDADE 171

Lêcl e, na phrase insu peita elo gTancle geooTapho fran-


cez, Elizeu 11eclus, pOt' exemplo, um ::~ttes laclo eloquenle
d 'e. La ::~ f'f1rmaliYa :
,, Ce r tam e n te , o Brazil tem to das as van tag e n · n a tut' a es da
t ena, do lima, elo pt·ocluct ·, pa t'<l que possam bastar amp la-
m e nte :\s n ces ida de s da · multid õe que a hi vierem vi,· e t·.
-Gt·aças ü di fi'e r e nças elo t•e le vo e d a s latit u des , os povos ele qu a l-
quet· o t·ige m ahi e nco nt ram o m e io perfe ito qu e conve m a seu
ple no de e nv lvime n to : toda s a s t'ó r ma s vegelaes da zo na torrid a
e da zo na temp e t·ada · a hi pt•ospe ra m . A fl ora braz il ei ra, já ·
prodi g io$am e nte r·i ca, se aju ntam pel a ::te clima tação a s f·l oras ele
tod o o r e ·to do m u nd o. P a t·a os home ns , co m o para. a planta ,
o BPazil é um a terl'a. el a pro missã ... Ne c pa iz tão fe c und o, o ·
ca lo r e <1 h um ida de bas tam pat·a t·eves ti ,. de umn. be l la vegetação
~h lc t't'a mn i este t·eis ; a prop t·ia t'o ha, deco mpo ndo - se , cob t·e -
se ele t n a ,·egctal ; ped t· as, q ue n os paize · claEuPopa não te t·ia m
por adorno ·e nã o o tape te cinze nto ou am:ll·ella.do dos musgos,
- :· :io a hi cobe l'ta s pe la t•a ma "Ctn e n,. rin a ldada das fi ot·estas vir-
gerrs. "

Ba sla relembra r qu e a região mais te mida e que ainda


ca u <1 paYOl' a muita gen te, qu e a suppõe quen te· co mo
um a forna lha pe lilencial co mo um pantano - a gt·an-
diosa J.l mazonia . .:. __ , como são ger·almente denominados
o E: lacl os el o Amazonas e P<trü, tem merecido de sabias
viajantes e explor·ado res os !11ais enlhusiasticos ·enco-
mi o .
cc Não conheço » , diz Agassiz, que a pet·cort·eu dUL·a nte
muito anno , cc p3iz no mund o mai ri co, mais cheio el e
aLLI'activo ; mai s sobet·bo e mais propt·io para vit' a set· a
·éde de uma num et·o a população do que este mag·nilico
Yalle do Amazonas. >>
vVall ace, que por longo te mpo a visitou, assim diz, na
olwa que escreveu a r·espeilo :
" O c lima elo valle do Amazonas é notavel pel a unil'ot·midade
da tempe ratura e· pot' uma provisão t·eguls.t· de humidade. Em
muitas pat•tes d'elle; ha seis mezes de estação sêcca e seis mezes
de estação chuvosa, nenhuma d'ellas tão rigoroso. como em
alguns outt·os paizes tropicaes .. . Hn., com tudo, notaveis desvios
172 :'>IOSS A PATHIA

d'esta 1·eg ra geral. .. O Pal'<l é um d 'estes log<t t·es exce pciona es.
São aqui _as est.ações tã o m odifi cada s , que to rnum o c u cl ima um
dos mais ag t·a.da.ve is do g lobo. Ho uv esse e u julga do s imples-
mente o clim a el o Pará pela m inlt <t pt•im e ira r es icl e ncia de um
a nn o, podet·ia. pensar te r ido im pt•ass io t a do pela nov idade do
c lima tropi cal ; po ré m , ú min ha volta, a pó.- nm e tacl io de tres
annos no Alto Amazo na- e no Ri o N e;,;ro, rui cg u::tlme nle im-
pt·essio nado co m a mat·axilh o. a. fresc u ra. e bt•ilho da a.tmo phera.,
co m a bal sa.m icn doç ut·a. el a ta.t·des , q ue cc t·tamcn te nã o tê m
eguaes em out!':l pa t·tc po r mim vis ita da . A ma ior va.t·iação em
um dia nã o é , pe nso e u , nunca de ma is d 20° 1-aht·c n he it c em
quatro anno s a s ma i baixa s e a s m n i alta - tcmpct·atu t•:Js dfto
sóme nte· u m extt•emo de va ri ação d 25". l t'ova ,·c lm c ntc não
existe n o mund o c l ima ma is C"' ual. "

Menos valiosa não é n opini üo de ,\ ln11r y, C' m impor-


lan le L1·abalho. obre ::t 'tmo::onia :
"i\htitos s uppüe m que pot' e la r· esta r·egiiio de ntro dos Lt'op icos,
te m c lima a na logo ao el os demais pa izes trop ica cs , co mo a In dia;.
mas pelas I'azões expo tas e po t· não have r m onções o u o utras
causas qu e pr·od nzam o nb r·azamento do vall e do Ama zot tas pe la
séccá e m uma es ta ção, o u se t' i;1undada pe la· c huY as e m o u t ra,
ha ta n ta s imilhan ça entre os clim;l ~ da Jn dia c do A mnzo nn;,;,
como entre os de Ho ma e Bosto n.
Qual deve ser a con di ção de um paiz int •r·tropi cal q ue te m o
seu sólo r egado po r· fr·equ e ntes c h uva .- e o nd e não se ve ri ficam .
séccas abrazad o t·as dura nte secul o · de pe r petuo vc r·ii o? Em um
tal clima dá-sP o phenome no de un1a ex tt·ao t·d in a ria fe rti lidade ,
pot·qu e tudo na ·ce e dese nvolve - se rapid amente.
A rap ida producção e a co nstante de com pos ição de ma terias
vege taes, du mnte milhar'es d ~ annos, d e ve m n ecessari amente
haver enriqu ec iuo a. s u pe l'fi cie do le rTitorio co m ba stas camadas
de terra vege tal. A vege ta (;âo es tá em con tinua a ctivida.de, sem
in~e rvall o d e r·epouso, po t·q ue logo qu e cáe um a folha. e co meça.
a decomposição v~LO nn sce nd o o utras que lh e a.bso r·ve m os gazes.
Taes condições fa~.em co m qu e o cl im a do Ama zon a s seja um
dos mais saudaYeis e de li ciosos do mund o . ,

Lêde, emlim, a palavr·a enlhu iasln elo exploi'aclo i' in-


glez James VVels , quanlo ü parl e cenlral elo paiz :
Dur•ante este dia de mar•cha n esta minh a. pr·imeir·a. e xper·ie n cia
elos .sertões puram e nte braz_ileir·os, expe rimente i um gráu de
LI:-L\ E A LUBHIDADE

ala c r·ida d e e gozo , 'l tr e d mui to tempo não lravia entido, atlr'i - .
buindo ao s en· ito da atrn · ph r'a pl e nam e nte s adia e purn, á
ampli dão do p ai ~.• a.b e r·to às vir<H;õe fr•es<.;a ·e bra nda , e, talvez,
'm 111u ito búu par·t , a u m xcc ll n te e·tado de 5aú de .
É u rn ameno paiz on d o a r "obel'ba rn e n te lé pi do e fr·esco :
n ão ha aguas estagnada , nem vegela e:s em d e c:o mpo. içii.o, n e m
m o i ti as d e · pec ie a lg um n. A b l'i ~a. c o r·r·e sobre a UfW l'fi c i ~
ond u lante da relva , corno ~ob r·e unr cam po d e tr igo madu r·o . E
tudo tiio b r rlhanle e c laro. que no invad u rn a f;C n. a ç ~ o de
s aúd e e ani nwçiio. "
· . .\ o pas,.:o q u no nor l<' ·x i L 111 n lilllllicl <lli (' o cn lo1·
ferlili sad or cs,. enle- e no sul , em rl elr n n innrin s epoc]w ,.,
\'C rdn cl eiro !'rio de cl i mas ll l' p U S.
E nolnvc l , cnl rclnnlo, qn c 11 111 o cal or ' li'ío ro,·nliclnvcl
qu e ri lorlll i n n in ola çao, qu um orii i'M pa izc. In Eu-
mpa dn \ mcri ·n ·cil'n muila. Yicl ns, no" l'fío , n 111 o
!'r io é lüo xce=-siYo qu Jey ao sei o Jn. c.l n::es pobr·es n
mi. e1·in , a l'omc t' :1 mor l , COIIHr se dt1 rm g·r 1·nl nn Eu-
1·opa, cl UI'tllllC O Íll\'('1'1 10 .
ou
Somo , por lu n L , go z<~ ll rl u 1 o · o:· ·I i ma s, 11111 pn iz
" r ladeii'G incnl 1 ri v i legiacl o p cln nalur za, ba land o para
J'azer <1l ar a · in,iu Li ça. qu . e il'l'ogam , muilas v ezes , ü
salubricl adc do Jknzil , cle mon: ii'DI' p or dad o eslalislicos
que, orn o h m ob 1·va il l uslr escri plor a, « é no Beazil ,
lüo ca l umniado, qu o. - m uito vellu>s - são l egião,
pa. and o por a i m clize1· d sper ebiclo., lnnlo i s~ o é fr·e-
qu cnle e nalu 1·al (1). ''
Esla con id c1·a çilo é t·cal , e, pa ra compt·oval-a, aqu i cita-
mos al guns, d 'enlr o nn mer·o os caso de longev i dade
qu e con hc emos :
Catlrar i na Ro;;a de Brito Val.le, ~o m 102 annos de e da.d e,
"costura e lé s e rn oc ulos, locom ove -se co m e xt1·ema facilidade ,
t em o esp i1·i to lucidissirno e é de um a j ovialidade attl'ah en te .. ,
r esid indo ü. tr•a ve sa Ca ld e ira Cas te llo B1·anco, no 160, c idade de
B e lé m, capita l d o l.!.' tado do Pará ( A Prooincia do Pará, de

(L) Dona A. de Almeida e Vasconcello . Transcripçáo no Lc Brésil, de


Pari ~. 21 de Junho de 1!!03.
to.
174 NOSSA PATHI A

24 de. Agosto de 1905); MO!JSés Francisco da i l oa, fa llec ido em


11 de Maio de 1906, aos :.15 annos de cd ad e , m 'olb r e ·, interior
do Estado do Pará (Folha do Norte, 15 d e l\faio de IOOti) ; M a noet
RaJ;mundo da Conceição , fall ecid o e m 27 d A bril na c idade de
Mar·acanã, inler·ior· do Es tado do Pat·à, · om 10G a nn o ~ de edade
(O Jornal, de 28 de Abt·il de 1906) ; Franci ca llo mana da Con-
ceição, fallecida em B e lém , capita l d o Est a d o do Pat·ü., ú r·ua de
Homualdo Coelho, no 23. e m 17 de J a neiro d • 190!i, o m 136
annos de eda.de, deixando um fill to d e •ê t·c.t Je !OU a nnos de
edade, Ad1•ião Belchiof• da Concei çcio, ve nd c d ut· de· j ot·naos (JOI'-
naes de Belém do Pará , de 18 de J an ei t·o dr J\llJ(i ) ; Anna Joa-
quina Sampaio, falle c iJa e m 1\Iundo OI'O, in te t·iot' d J•: s tado dà ·
Bahia, em 3 de Maio d e 1906, co n ta n d o 105 an nos de edade
(Jornal d e Noticias, da. Bahia, de 6 d e J u nh o de 1!ltl(i) : Jo ·é JJarboza
Cabrenha, fallecido ern 16 d e Maio d e 190G, 111 ~I u n do I\o vo, in-
ter·iot• do Estado da Ba.hia , co nt a nd o 11 a n no · d , cda de (O mes-
mo Jornal ) ; P erpetua l'vla ria de A oi la, l'all ccida e m 11 1'\•a l, Hi·o
Grande do Sul, co m 125 a nn os de e dad e (Ü ll l ~ m o J o rn a l).
Que oulro pa tz nu mund o, poderó. apt·rse ttlnr uma de-
senvoh·ida li. Ia dr tna crohio=- corn o a
qu e YOS da mo=- !
Obedece nd o, pot·ém, :.1 0 plan o d'esle
liHo, é pt·eci o qu e a Li e lemo o a ·-
: umplo pot· exempl o;; i!lu. Ira do: e si-
t; ttiflca Livo. .
Aqui tendes dois , d' nlre La nto. ou-
Visconde ~ o Sinim~i1.
Lt·o ·, co m a vantag·em, pt·ocut·ada, de
u

tt·azer a vo so conh cimento n o tave~-·


bt·azileil'o pelo talento e pot· set·vi ço t· levantes <í pa-
Lt·ia.
Vêde João Lins \ ieit·a CatU \nf:ãO, ViscM de de Si-
nimbú, f'allecido nos noventa e seis annos de edade,
. Lendo consagt·ado t1 causa publica ma i · d cincoenLa annos
da sua pt·oveito a exislencia, omo jol'l1pli la, magistrado,
parlamentat·, presidente de pt·ovin cia, dipl omata , enado t·,
Ministr·o e Con ·elheir·o de Estado.
Eis o segundo exemplo :o Vis conde LLe Ba,·bacena, fal-
lecido aos cento e tl·es annos de eclacle, em 28 de Maio de
'1905, militat·, diplomata e industrial de gt·ande valot·.
C LI.\! A G . ' A L l3 1UDADE 175

S eu ·entennri o !'111 I ()02 l'ui r ·t 'jndo em ·ua pre, nça


pelo !11 titu lo G eoyraphi ·o e I-li to ,·ico ela Capita l F e-
de,·al , m olemn e~são ·omm mo,·tüi ,·a, ;i qua l ns ·i. liu
o Pr ~i d c nle ela H rublicn .
Aqui fi cam d o i ~ atle.. Lado. eloq u nl .. ela inle 0 Tidade de
e: piritn dn v lho se1'v id or dn P atrin, nL' aos ultimo · annos
de ~ ua precio. a exi!'l!'ncia :
Em 22 el e Junh o ele 189-, r ~ Lcj u a colonia in gleza do
Hi o 1 J an iro, o j uúileu de diamante ela rai nha Viclori a,
·essenla anno~ ele reinado. P ui~ bem, co ntando j ü
93 anno. cl cdad , o Vi . cond e• de J a rbace na , [U e, na
•1uali 1<1 cl e d mini Lro pl ni 1ot n ia1·i o lo Brazi l, es tivera
pre. nlc, em Londres, ri cOI'oa~5o lc J ,·o· l\ , pae da
rainha Yi cloria, foi COIWiclatlo p:wa c La f !;[a ele intimidade
in glcza . .\ colhido!' cump ri111en la lo com applau. o bein-
d n lo ·om uma lll edal ha d oi rn, lr:t-
z nd o xpr .siYOS lizerc" (l), l'l'!'j)Ol l-
d li ó . , ll da~;üo em puro 1no·l z.
Outro l'a L ainda ma is. i g nili c;~ti,· p :
j ;i qu a i a c mple lar a edade em qu •
l'allec li , !Ou anno , l'ecelJ u a vi ila
d e utn j orn nli sla , que o cl ejava ouvir
sobre o ..a co nl cim nlo d 7 ele t\l)l'il
de ·J 3'1, em que eu pae o Marqu zel e Vi sconde d e B:u·Ua cna.
Barbace na , ell e me mo, eslivemlll
ell\ol id os , determinand o a abclica çüo de D. Pedro •Jo. E
o Visco nd e de Bat·bacena disco t·t· u obt'e fa ctos e datas
t·eyeJanclo prodígi o a memot·ia (2).
O qu ahi fica , pois, é bas tan te pat·a l'azerdes uma idéa

{1} " The diamond ju!Jileê Qu een \ ietoria. To Visconde de Barbacena


tlle !Jritislt colony. - Hio de Janeiro 22"•. June 1897. "(Jubileu de dia-
ma.ntc da Rainlw Victot•ia. Ao Visconde de Bat•bacena a colonia in-
gle.:a.) .
{2} Essa entrevista, que não sei se foi publicada logo, está hoje deta-
lhadamente relatada no exce\lente 1\lmanak Garniet·, do Rio de Janeiro,
anno VI , 1_908, pagina 126.
176 NOSSA PATHIA

app•·oximacla da salubri dade c doç- nra do cli rn a elo B•·nzil,


que a nenhum ou tro pniz il1\·cj:1 , ...:f'ncln anlcs po r muito:·
invejado.
Entretanto, caros compa tri ot:r , por· g r·ancle nume ro de
annos, desde ainda os pa acl o tempo: do lmpe1·io, pe-
sou sobre o co ra ção elo Brazil , a cid ade do Hio el e Janeil·o,
osua gr·ancle Capital , um ve,· lad eiro inimi g-o el a núde pu-·
blica, pe1·turbanclo nossas relaçõe comm reine;: , internas C
e ex lemas, enchendo el e paYOI' ao exlra nge iro ·, qu e se
1·etrahiam , afu gentand o el e n o~ o meio o g rand e capi-
t.aes, e as g1·anclcs ini ciativa progrcs. is ta , e mpecendo a
mar·cha elo nosso clesel1\·oh·imento c d nos,.;a ciYili açã o.
O R io de Janeiro e r·a me mo ·on·nomi naclo no xter·ior,
embor·a, com lamenlaYe l cxa p;gcr·o de lin gua g-e m, mas em
gra nd e det1·imento de nos OJrog1·e so onccito :a r>idade
da morte !
E sendo t.:c rto·qu e, e111 regra, o paiz · ~ üo con lr c ·idos
e con sid c,·a cl os, lá !'Ma, pelo gr-ú u el e ad canl:lm e nlo e ciYi-
li saç-ào el e suas capit acs, t.:o mo Yerclncl ciros ccrrl ros ela Yida
na cional , bem e vê que o Brazi l :-:o rrrer·in ~-ra nd e m ente
no cle ·dob ram enl o el e . ua Yitalidncl c.
Esse tétl'ico plwn ta ma era a FEHn E "~' " '~E LLA , que cei-
fava milhare. de vi las annua lment e , el e xtcan;:;·eiros
p1·in cipalment e.
Ent1·etanto, ca1·o am igu i rrl w ·, esse espantalho tene-
IJI·o. o, que pai1·ava, ag0it·ento, sobre a nos a Yid a nacio-
nal. .. ni'ío e1·a nosso, nã o embal;.)ra eu bet·ço lu ctu oso ás
ondulações da faguei ra b1·i.·a b1·azileira ...
Tt·ouxeram-na , um dia, co nduzida de seu berço na tal , a
cidade de Nova 01'léans, à beit·a do golfo el o Mexico, nos
Estados-Unido da Ameri ca do N~ r-te , a bot·clo de um
navio de vé la ('I).

(I) Foi em 18'• 9_ que a. febre ama.rella fez sua appar11;ao na cidade do
S. Salvador, capttat do Es tado da lla hia, e d'ahi se transportou, quasi
em scgmda, para Pernambuco, Pará c Hio de .Janeiro .
'LIMA E :'\AL BR I DADE l 77

Perco rreu - no de no!'l c a ui, enco nt1·and o no Ri o de


J a nCii'O , j)rin cipnim cnl , 11111 meio prOpÍCiO :10 seu el . en-
volvim ento. ·
.\ hi se li · u end emica mcnl , iTTOmi en' io, por mu ilas
vezes, m vcrdacl ira fol'llH< pielcmi(·a, na c. taçào cal-
mosa.
Paiz novo c de popula ç-J o dim inuta, ' 111 l'a c da vas tid ão
ele se u L l'l'ilori o, l)l'eci anelo po1' is o promove i' immi-
r;.·,·aç-ão em larga e cala , pa1·a o movim nl de c:ua ri-
qu ezas, bem póde ava lia r om que I nlidúo pode1·iamos
- ma1· ·har, a . i1n a Ol'rentnclo .
O lh·azil , enlr lanto, el o1·milnva , in cl olcntcm cnte, con-
entind o por inc1· ·ia, qu e as g<~l'l'a :1dun cns elo inimigo
pene11·assem, 'l'll ·ia nte , em u Ol'aÇ'àO. omp1·chencl ia-sc
a necessid ad e c a n1·gencia la lran formação da idad e do
Rio de J an eiro e el e eu completo anl!am enlo, co ndições
primorclia spara o pre tigio lü l'ó ra ...
Pa acla , porém, a · ri e epidemicn , qu ando . c t1·aba-
lh ava muito pela saú de publi ca, :-.roltavamo.· ao criminoso
·eio ela indiffcr nça e ela irnprevidencia cl ixa ncl o que o
inimigo e I' I mpera se, pa ra novas inves tidas.
Feli zm ente, o cl spel'lar· ela energia nacional, que se vem
accentuand o de de ·J902, L1·a n formou completamente a
condi ções an ila1·ias do Rio de Janeiro como apreciareis,
a proposito no ca pitulo XIX.
Hoje, nossa bella· e grandiosa Capital é univct·salmente
considet·ada uma cidade pe t·feitamente limpa e salubre,
allt·ahindo a vistas do mundo inteit·o.
Resta referir, como um exemplo, que se t•egislraram
apenas tres casos Jataes, de Novembro ele '1906 a Jnneit·o
ele ·1907, mezes este , ju stam ente, em que a morlaliclacle
pot· aqu elle mal se elevava a cift·as lemet·osas, muita" c
muita · cenl nas , em Ol ltt·os tempos.
Capitulo XI
Producções e riquezas naturaes.

Em consequencia da notavel Yari eclade ele li111a s, como


já vistes, é o Brazil fabul osamen te ri co em qualquel' dos
reinos da natu reza .
Como tentai' clescrevel- os qua ndo de seu" Lhe ouros se
diz, por exemplo, que « as fl orestas elo int eri or, sobretudo
as do Amazonas e P a raná, . ão ta Jyez as mni · opulen tas
do mundo ?! »
Como desdobl'ae deanle de vossos olhos as grandezas
inexgo llaveis do Bt·azil, si p:wa tanto eria nece "at·io um
tl'atado de muitos volumes? !
: Alé '1 889, a fl ora bl'azileira, por exempl o, já co ntava
22.000 especies, elas ·iflcadas em mi l gene1·o e em ·155 fa-
mílias .
E, a p1·oposito, reflecte auctorizado escriplor : « Póde-
se dizer, enlt·etanto, que a tlot·a ela zona central é apenas
conhecida ; nenhum botanico penett·ou j áma is nas immen-
sas flo1'estas banhadas pelo Ma deira, · pelo Tnpajós e pelo
Xingú, sendo estas 22.000 especies ri gorosamente da flora
. elo lillol'al elo Brazil e elas ma t·gens de seus gt·andes rios. »
FnEIRE ALLEMÃo, o grande botanico bra~il e iro, o homem
que melhor esludou nossa flor·a, dizia-nos sempl'e 4 que
tinha vergonh a de sua ignorancia quando se achava em
face da f1ot•esta brazilei1'a ('1). >> •

Achille Richard , pot' exem plo, chamav a o Bt·azil - ·


Eclen elo naturalista,· e sabe-se, accrescenta o auctot'

(l) D• ANurU:: REuouçAs. - As ;;onas a!}l'icolas. O 81'azil em 1889 .


Livro para a Exposic;ão ele Pal'is elo mes mo anno, publicado sob a dirce-
cão de Sant'Anna Ncry.
"Lli\L\ E AL BRIDADE 179

já citado, que « Mal'tius, o o•·ga nizaclo•· ela Flora brazi-


teiT·a, recommendou a se u. discípulos que lançassem
sob•·e eu tumulo fol has de palm eiras el o Brazil, que elle
lanlo tinha es LU daclo e amado. »
Lêde, po•· exemplo, as enlhu siastic< s palavra · ele H.ocha
Pita·, celeb•·ado hi storiado •· :

" O 81·azi l, va.-·tiss ima I' egiào, fe licis im o le iTe no, e m cuj a s u-
perficic tudo sfto Lh e o uros, e m cuja mo nta nh as e cos ta.· tudo
são ai·o mas, t1·ibutando . e u. ca mp o o m ai s ut.i l alime nto, s ua s
minas o mai: fl no oi 1·o , s u te i'I'c no o mais s uave bal ~ a m o, s e us
ma 1'e o am bar mais ·ele c to: aclm ira vcl paiz a toda . a s luzes Pi co,
onde , procli g ios;unente profu ·a, a na t. u1' za e d ese ntra nh a n as
farteis prod ucçõc:<, b1·o ta nd o s uas canna s csp1'e m ido n ec la r, c
dando s uas flore ta sazonada
ambrosia . E111 ne nhum a o u tr a
1·egião se mo ·tra o céo mais se-
reno, ne m m arlr ug n. mai s be lla
a aurora; o so l em ne nhum o u -
Ll'O hemi s ph CI' io te m o raio
mais dourad o·, ne m os I'efl exos
noc turn os mais br ilhan tes . E,
emfim, o Brazi l tc r i·eal pa1·aizo
descobei' Io, o nd e tê m na sci-
ment o e Clll' SO o maiore s 1' ios,
onde domin a salutife ro clima,
influem be nig nos astros, r e pi-
ram au1·as uavi ssimas. "

Eram essas mesmas belle-


zas, esses mesmos a•·omas
e encantos, que nosso ins-
pirado poeta Casimira ele casimiro ctc Abreu.
Abreu, em suas sentidas -
Canções elo ExiLio - celeb•·ava na dukissima poesia,
uma das mais popula•·es no Brazil :
180 No: · ' A PATH I.\

MINHA TERRA

Todos cantam ua te r•r·<J ,


Tambem vo u cantar· a minl1a ,
Nas debe is co rdas da ly 1·a
H ei d e faze l- a r·ai nh a .
- H e i de el;u·-1 h e a I' a lew
N'esse tl1ron o el e bell c 1.a,
Em qu e a m ão da. natu1 ·ez;~
E s mer·o u-se em quan to tin l1a .

'or·1·e i p1'as bll.nda - d o su l


Debaixo cl'um céo de an il ,
Eu o n tm r·ei ·o gigante
San ta C r·uz, h oje Br·a zil.
- E um a lC I'J'a de am ores,
Al catifada el e 110J'cs ,
Ond e a. b1·i a falia aHIOI'e ·
Na .· bc llas tard es de A br·il.

T e m tanta·· be ll e za. ·,tantas,


A minh a te1Ta natal,
Que n em a so nha. um poeta
E n e m as canta um m o r·tal !
- E um a te na e n can tada,
- l\•l imos o jar·dim de fada -
Do mundo todo in vejada,
Q u e o _mu ndo nã o te m egual.

Não, uã o telll, q u e D e us fadou-a


D'entr·e tod as - a pr·ime ir·a :
Deu-I h e e sses c amp o bordado~,
De u-lh e os leq ues d a pa l me ir·a,
1·: a bo r·bolcta que ad éja
Sob r·e a s ll ó r es qu e e lia beija,
<\!uando o v e nto r· um oreja,
E a folhagem da mangueir·a .

1:: um pai:r. magestoso


Essa ter· r·a de Tu pti,
Desd'o Amazo nas ao Prata ,
Do Rio Grande ao Parâ !
PfWD CÇÕE · E fU Q EZAS ]'ÇAT HAE. . 181

- T e m sc r·r·ani a -· giga n tes,


E te m bo que. ve!'dej a ntc. ,
(~u r'epet rn in ce. a ntes
O a n to,; do sabi ú.

Ao lado da ca c l.oc ir·a,


Qu e c de pe nha fr'C illCntc,
IJ o,; rrallto:; da . apucaia
Na: h o ra~ do : oi ar(!c n tc,
. 'ob r·e um :6lo d';1çu · na;;,
.'u:pcn><a a ,. de de pe nna:;,
.\ lli, n a · lanl a 111cna ·,
c e mbala o in d io indolente.

J·oi alli que n'o Ütro tem po ,


A so mbr·a do cajazci ro,
. ' oiL<ll'a :cu· doce cann e ·
1 etrarca b r·a zileir·o;
E a. bclln , q u o c,;~,;u u,wa ,
m :;on·i,;o d :Jisa,·a,
Para o ba rd o qu puJ -a ,·a
· u al a úd o fa g ue ir·o.

Quando Dirce u c Marilia,


Em ter·n issimos e nl e ios ,
Se beijavam com te rnu r'a
Em celes tes de vaneio,; :
Da seh·a o nlle inspi r'ado ,
O sab ià namo r' ado ,
Na laranj e ira po usado, ·
Solta,·a te mos gorge i'o s.

F oi alli, foi no Yp i r anga ,


Que c om toda. a mages tau c,
Rompe u de lab ias a ug ustos
O br·ado da libt>rdade;
Aqu c lla. voz sobe1'ana
Voo u n a pla.g-a indiana,
De sde o palacio á choupana,
De de a. fiores ta. á cidade!

Um povo ergueu- se cantando


- 1vlancebos e anciã os -
I[
182 NOSSA PATRIA

E, filhos da mesm a ter'l'a,


Alegres de mm-se a s mã os.
F oi bel lo vê r e s~ e povo,
Em suas glorias tão novo,
Br'adando cheio d e fo go :
- Poz·tugal! ·o mos irzn ãos!

Quando nasci, esse br'ado


Já não soava na ser r·a,
Nem os cclr os da montan ha
Ao longe diziam - guerra!
Mas nüo e i o q ue. e nti a
Quando, a sós , e u repelia ,
Cheio de no bre o usad ia,
O nom e da minha te t·r·a!
Se brazileiro c u nasci,
Br' &zil e ir·o Ir e i de morTc r·,
Que um fillro d'aquel las malta,;
Ama o · •o que o vi u na: ce z·;
C ho ra, im, po rqu e te m pra n l ,;,
E são en tidos c santo;:,
Se c hora pelo e ncan los
Que nu11 ca mais Ira d e vêr' .

Chora, si m , co mo s uspi ro
Por• essés campos que e u amo,
Pel as manguei r·as capadas
E o canto do gaturamo ;
Pelo rio caudaloso,
Pelo prad o tã o .r·elvoso ,
E pe lo tyé foz·m o ·o
Da go iabc it·a no ramo!
. .
Quiz canta r· a minI~ a Le zTa ,
Ma · não pode m_a is a Iyra :
Que oulr'o filh ~ da: inonta nlra s,
O mesm o canto desfira . ·
Que o prosct' ip lo, o desterTado,
De temos pr·an tos banhado,
De sa udad es tot·tut'ado, ' ·
Em vez de cantar· - 's uspira!
Tem tqnta~ . bell ezas, tantas,
A minha terr\1- natal,
PROD 'ÇÕES E RIQ ' EI.A i\'ATUR,\ES 1 8~

Que n em as son ha um poeta


E nem as canta u m mot·lal!
- É uma t eiTa d e amot·e:;,
Al catil'ada d e fl ú res,
Ondo abri a e m se u t' ulll Ot'
Murmum: ni"i o t e m t'i"al !

Como 1nni impo rl nnl , d'cnlr ns pr du çoes Ycgclae


do Br·nzil, pelo cx lrn0I'clinn ri o niovi mrn to comm ei'cial de
[UC são obj cclo , me n-
ciona,. mo. - n l gn-
dão, cncâ u , fum o,
café, I OJ' I'a cha, c:u J-
nacl n ·. ucar, hcrYa-
mallc , c;Hnaúb:i , c;L- ""
Lnnhn , piass:w a , Ci(' .
.*
* *
Ü café ntio é OI'Í -
g-innri o do BI·azi l ,
:"' nd o [l.IC o prim eirn
ca l'ée iro nos ,. iu de
CaJ'cnna , G uJ' Hn;t
F1·anceza , 0 111 '172'7 ,
pa1·a o ;~ c lual E: la lo
do Pa1·;i , de ond e.
II·an. 1 OJ·tada a se-
me nte para o Hi o d<·
.Jan eiro; e I)I'Opa,;·ou
por· Ia lJó i·m n c m locl o llamo de cafúcirú.
o pniz, tão abuncl::UI-
temen te e com lan los elemen los de su perioridadé , que
o BP:lzil se con liluiu o muis impü'l·la nl.e procluclor.
A exportação do ca fé, que em '1'800 não ·excedit~
184 NO . 'A PA l TI.-\

700 kil os, em '1890 ull ing in !,90.000 tonelad a. , rep,·esen-


lnndo mais ele me lucl e da produ c ão dos d •nwi me rcados
exporl adores ( I) .
Em '1900, ó os Esln lo. - ni cl ela .\ Jn f.! ri ca el o Nol'le,
que cl ' nll'e o paizcs cOJl Stlm id or •s cH't'lljlil lc l o primei ro
Joga r, impor·Lcua m do Hrnzil .) . 9(i\).G~lií --;an·a s d ca fé ,
on·c ·pondenles a 858. 179. 10U J,il os!
D'enlre os diversos Es lad o: do l ~ r·azil si'i o os da Bahia,
elo E pi1·il.o Sn nlo, l io clu Jan iro, ·. l)nu lo Minas
Ge,·aesaqucll es qu e ma i e xp01'1<1 ll1 o pr· ·ciu::;o g rão.

*
* *
Com ,·elnçüo ao n. ucar, j á hou,·e um 1 ·mpo e m que o
Brnzil roi, c~· u aiii i C' nl e , o maior ex-
por·ln 101' no mund o.
Ha dú"ida sfJ bJ' n orige m ela
cn nna de n. . ucar c nlre nó .
Querem un s que cll a seja u m
procluclo incl igena ; outro , que
Li"es:e sido inLrocl uzicla no Brazil,
em ·103 1, por Ma rl im \l'fon.o de
'ouza , lran spol'laela ela ilh n ela Nla-
deil'a, posse.· iio por Lu ··ueza na
\!'rica , pa 1·u S . Vicente, que elle
ru ncl cil-a .
\l ém el o assucn1·, exLráe- e da
a nn n o alcool, m rcaclo•·ia ele gran-
de impo•·Lnncia e co mmc•·cio, não
só po1· suas cl i"c•·sa. j)l'OJ)I'iedades
c app licaçõcs inclus l.ri aes , mas la m-
Canna de as!:iuca r.
bem pelo emp•·ego que vac lendo

(I) A producçüo do ca fé, no m undo, entre !902 c 1903 foi do cc•·ca de


20 milhões de saccas de !92 li bras , contribuindo o Br azil com 16 mi lhões·
e duzentas mil.
PR OD U ÕE!::i E HIQUEZ .\ S :" ,\ T RAE. . 1 5

na illuminaçü c co mo CO !Ill L1 Liv I, em \'CZ do ca n ruo de


pedra .
\ caiiiH\ :., g rui'm cnl , ·ullivnda 111 o paiz, cuja
prod u ·çúo Lo In I l a . . u<.:n r, eguml o cl <tcl o a LISlJco ·, se
L
elevou d ' 19 O a 19 2 - n 92-L I [()..'.) 2 kil o , dos quae
308.28ü.l03 , is lo é, um IC'I'ÇO, fô,·am xpo l'lados.
0 ] ~ · i ndo r!C' j) 'l'llctlll bLLCO foi O II Wior pi' ciuClOI', COm
372.t\ 27.!}!all l; il os, •x pnrln ndo 8S!L02(H10, in ·luida n' esle
num ' ro pu1·1 c dn producç:úo de l ~ s lud o::; vizi1 hos, qu e leve
sahicln la mb '111 pelo porto do Hc ·il'c .
O 1~. L<Hios d i\ ln,·a nhu , do llio r::rnnd' do Norl e c
da 1 arnh~· ba procl uzi l'[l m, resp clivam nl , 4.242. 52,
8.720.000. ].) . J /ÇU3 " l; il os, e exportaram, na mesma
ordem- 9'i!1.0 tü , 2 ..).).3.01 8 , '12. 59.1160 kilo .
Não fi co u, inf lizmenl c, be m pr ·i a In, no r ferido
pei'ioclo, n procl ucç<'io Lolal dos Es tad os de ern·ipe, Bahia
e Hio d J anei1·o, qu exportaram , nl r lanlo : o primei1·o,
92.576.0 1.; os g unclo , 96.09/.:' ' í ; o lerceÍI'O, 1!5.4(:)7 .667
kilos; ao pa . qu e ·. P<w lo, q ue impol'lou de outros
Estad o '140.7'14.0-'LO kil o , produziu, por sua vez,
28 .291 .7'14 l;ilo .

* *
A bo1Ta ha con Litue uma da mais vastas riquezas do
H1·azil , qu e fom ce a nwi o1· parle da p1·ocl ucção lolal d'essa
malei'i a p1·ima no mundo, abaslec ndo amplamente a In-
g-lalel'l'a, a \llemanha e o E lados-Unidos da America
do No,·l .
D'ent1·e os differenle E· Lados l?I'azileii·os, p1·oduclores
de bo1Tacha , exlmhiclà ela nuwiçoóa e ela mangabeiT,a,
nenhum pos ·ue, en lrelan lo, a espccie fo1·necida pelas
Seringueiras elos Estados elo Pa1·á e elo Amazonas, que_
as têm· em immensas !loi·eslas, p1·ocluzinclo a melho1· bor.:
•·ac ha alé hoj e co nhecida.
186 NOSSA PATRIA

Nii.o é l'óra de pr·opo ito rel'e r· ir·-Yos aqui co mo se prepm·a


n'es es doi? Estados o pr·ecioso leite exl rahid o da erin-
gueit·a .
F'er·icla a ar·vore co m uma madzculin lw ap r01)l'iada, o
seringueil'o , como é chamado o e x lra~to r , ~o ll oca na
abertura produzida no Lron ·o um peq ue no Yaso de folha
d ' [i' In n d r , a tige-
linha , qu ' vae re-
cebe ndo uma cer·La
quantidade de r·esi-
ll a , umquan lo elle
pa~sa adeante, fa-
zendo o me mo em
tod a a estrada, que,
s·er<ilm e nt ' co nlém
ce ntena de páus.
O p r c ·so da
cOtl;:)u laç.:lo co n iste
em ser o lei te despe-
jad o, pouco a pouco, ·
so br uma fôrma,
que e L:i m co n-
Lacto com a l'umaça
pr·ocl uzicla pela (Uei-
ma de semen Les ele-
determin a las a r·vo-
Sc J' II1f)u c i r~l.
res, a lé toma r a con-
sislencia necessaria , tr·an.- l"ol"ln and o- e em gr·ancl es bóias ,
qué pesam ás vez\3s 30, 40 e mais kil os, e ass im entram
no mercado.
A expol'lação annual da Ama::;o,úa sóbe a mais · de
-1-0 .00U.UOO de kilogramm as.
I ar· a bem avali ar·d es a imporlan cia d'e se produclo,
par·a· o qual a induslr·ia vae dia a dia descob r·in do novas
nppli cações, ba la dizer· qu e em ·1900 alcançou nos dois
gr·ancles Estad os elo 'o r·Le o preço de ·15S000 po r kilog.!
PR.úD UCÇÚES E IUQUEZ A S NATURAES 187

*
**
Ojumo, co mo o ca fé c a C<:1111W cl a:· uc:u·, es tá espa-
lhado por L elo o L 1Ti-
tOI' io brazil eiro, c é a fa-
mado o prod uzi do nos
Estados elo .\ mazonas,
Pará, i\l ara 1 hão , 8a -
hia . Minas Gcraes, Hio
GI'ande do ul c oyaz .
O da Bah ia é ma i,
con hecid o c apreciado
no ex lran ge iro, se nd o
objeclo de exlraonlina-
I'io co mmercio, 1 rinci -
palmenlc com a .\ lle-
mánha . Fuu'lo.
Mani pu lad em ex-
cellenl '-' ·ha rul s por gTancl é num e1·o de fabeica exis-
Len L no I~ lado, e a inda em fo-
lh as ócca ·,devid amen te pi·epa-
racla , a LLin n· muitos milhões d •
a rrobas sua ex porração amma I.

"'
* *
.É egualq1enle abundnnlis-
simo no pa iz o cacáu, de cuja
arvore ha Yei'dadeiras floi·eslas
no Estado · do Amazonas e elo
I ani, . enclo Lambem extenso
se·u cultivo em ouLI'OS Estado ;
peincipalmenle no sul elo ·cta
Bahia.
. Cncim ~iro .
Não tão considei'avel como
o do café, elo f~uno e ela bO.I'racha, é, enli'etanlo, baslani.e
ISS NOSSA I?ATHLA

desenvolvida a exporlaÇ;ào do cacáu, que no pror rio paiz


lem lambem bas lanlc consum o por m io la. clifferenles
falwicas de choco la te.

* * ~

Como outras plan tas extrnns·ci,·as, ::tcloptou- c bem no


clima p1·i~ilegiacl o elo Brazil , mórme nlc n E. taclos elo
Sul, a elo chá.
É, enL1·etanlo, mínim a a colh eita , limita la apenas a
uma pequena p<H'le do con umo no paiz, n:'to poJ c,, do, por
ora, faz •r J'acc, a·bsol u-
Lamente, ri procl ucção
ela Incl ia ou ela China.
Em co mp e n s ação,
Lemos 0111 p1·odigiosa
quanti dade a hel'va -
matte. ]) 'enlre os Esta -
el os procl uclore , sob1·e-
·leva o el o Pa raná , cuja
expol'laçD.o em '1905,
por exen1pl o, ascendeu
a 29 mi lhões de kilos.
A proposilo , lrans-
planlarenios pa ra aqui
va li osas op ini ões de
scientislas a l'e peito
cl' esse nosso precioso
prod uclo, d e slin ado,
1\arno da arvOI'C do cllft.
qu em sabe, a abaLei'
ain da, na Europa , o im-
perio do chá, cujo consumo é exLI'aOI'clinm·io, pl'incipal-
mente na lnglalen a.
« A herva-matle )) , diz o D1·. Schnepp, « dá uma bebida
aromatica e el e bom sabo1·, qu e ·mitiga a sêcle, illude a
fome e repa1·a ns forças, sem fadiga nem excitação .
· · ~ PH.OD UCÇÕES E IUQUEZAS NATURAES 180

Tomada com leite e ussucar, é L:io ali mentí cia com o o cl• <Í
da Chin a o ca fé, com a va nt agem, poi·ém, de es timular
brnnclume nl c o s ~·slc m a nervo. o 1n produz i1· in omnia.
Só, incl epcndenl e de qu ·llqu r outJ'O ali mento, a infusão
do rnalLe u:stc1tla as ro ,·~·as e o vigo1· dura nte di a intei-
ros . cria de nT a nd
vanla 0·cm pa ra nosso· co-
lonos de \ rgcl qu e, lra-
balhando lon"·u ele casa
e em J oga re~ onde nem
sem1we po lcm achar ali-
mentos, vivem, co mo os
Yiaja nle , obri g-a lo a
lrne•· com ig·o a co mida.
L•:111 med icina o moUe c'·
acon. cllwd o m lodos o
ca o. n1 q 11 ' !ral a cl
suslcnla r se m c:-;ciIn,. as
for a , c nu trir s 111 l'a li-
"·a r o csloman·o. >>
\'a liosn '- a in da a opi-
niúu el o Dr. Lanl<a. ler , llc•·va -mattc.
: ·up •·inlenclc nl e ela sec-
çuo de procluclo a nir11 aos e al im ·nLicios do Museu de
South K en ingtoll , em Londres :

« J~ qu e Luo pa lpita nte pnr·n o 8 1·azil : .>. de se pr·opagar o


nwtle como bel ida a li mentar. Demonst1·am as a na ly e
chi mica qu e e la planta co ntém quasi o elobr·o de théina
qu e o me mo peso ele grüos·dc café e lanlo como as fo lhas
ele chá . Esla pla nt a, qu e a inela se n:io consome na Eu1·opa,
le!11, enlt·elanto, gr·ande inl e re ~ se pa r·a os que estudam a
alimentar,tio do n·e nero humano sob ~·m po nto de vista
ph ilo ophico. Na In glalena, po1· exemplo, onde é tào
extenso o u o elo chá, não se1·ia impossível que viesse
ainda a abi'it·-se um mer·cado pal'a o maLte, cu,io baixo
ll.
J!JO NOSSA PATRIA

pt·eço se tomaeiá um in centivo ele eslimação c ele con-


!'Umo ('1). »
Como obset·vação pessoal sobre os cffeiLos el e tão apre-
ciavel bebida, não podemo. cl eixa t· el e YOS da t· Lambem a
lêr a inleressanlfl ap t·eciaç5o el o Dr . .C o nl~· :
« Fiz ex periencias sob t·e mim m smo c Ye t·i liq uci que o
ma lte pócle subsli Lu i r pet-fei tamcn te o café , p;:u·a um a
pessôa que esteja habitu ada co m co;le; oilsen ·ei, ao
mesmo tempo , que o malte não tem o:; inco nYcni enlcs do
café. Hab ituado a beber o ca l"é, linh a necc::-si dacle cl'esse
excitan te para pocl et· lrabalh ur: quan do na o o tomava,
cança va-me e ad orm cc,ia, porém ba. l:wa ull rnpa sat· um
pouco além pa ra Lct· in somniu e palpiln çücs. nbs li lui o
café pelo mnll , m cliYet· n dó e , c pud e lrnbn lh a r á
YOnl ade , sem me ca nça t· nem I OI' so mtt o. l ~ x <l tJ"f)"C r n ncl o as
dóses, não tive insom nia. O ma lte prepa r a- 0 por in l"usão ·
ou decocçào. A cl óse ordina t·ia é el e 2;) g rammas pouco
mais ou menos pa ra U II I litro el e ng ua, podend o la mbem
·et· regu lada, egund o o go to cJe cada um. Deixa-se
eepousa t· dez a qu in ze minut os e set·ve-se, fillranclo .
Adoça- se á vontade e bebe- se ass im, ou ·nlào acl clicio-
nancl o-se leite, l'lw m, ele. Deve-se evitar o emprego de
utensílios ele ferro, qu e dée m eM escura ao liquid o. O mall e,
rielo gosto que lh e é propri o, muitas vezes só é apr-eciado
depoi s ele muitas experi encias. B um lonico poclero o de
lon go alcance que co nvém pri ncipa lment e ás pes. óns que
se entr·ega m a trabal hos peniveis do co rpo e do espieito,
aos doentes e a todos ·qu e 1wocut·am resolver· o problemn
de um a bôa a li mentação co m uma desp za modica . O jornal
La Fmnce a rfit·m a qu e foi ·o mal! e qu e permittiu ao
Dr. Tanner· s uppot·lar· os quar·enla dias el e jejum . O ma lte é
desaltet·ante por exl.!e ll encia e um grand e repar·adot· de

(l) nclatorio úc(!rca dos p1·oductos do Brazil na cxposiçúo inl e rnac iou ;~l
de Lond1·cs de 18G2.
191
PROD CCÇ(>ES E Tl i Q EZA · NATU RAES

forças . Conv ém ao home ns de c ·tudo, aos quaes o uso


do café é n civo, pois [U propo rcio 11a os m · mos ef'feilos,
sem exci ta r o . yslema ner·,·o o. P ócl e- e bebel - o frio ,
por·éin , gc raltn<..: nle, bebe- · qttenLe c os amaclo r·es o
abso r·vem por 111ei cl uma bombilh n. »
*

l~ vasli ·:;irtt o Larnbern no 1-' raz il ·o '·ullivo do algod


ão,
c pcci;tlmenle no Estado elo ~I a ran hào, eadt, Rio
· Grand e do Norte, P at·nh;,d a, Pema mbuc o, Ser·gipe e
Bahia .
:'-J üo ó a c:-.:pol'lac;iío elo nl g-oclào m rama se faz em
larga escala JH\1"1 o
e:-.: lran ge iro, ·omo é
e se proclu cto mu ilo
utili ado no pa iz por
mais ele ce nto e cin-
coenta fabri cas de
tecid o, em dif'f'er entes
Estad os; ntt'e ou-
Lr·os, nos cl o Mar·a-
nhào, Pem a mbu co,
Bahia , Mina ,
I aulo, Ri o Gr·ancle
do Sul e no 1 istt·iclo
f<'ecle ral.

*
* *
A cal' naúb a Iam- n alllo de a lgodoeir o,.

bem é muito commum em clifTer·enles Estados.


nos
· Além da cera que as folha conté m e el e que
Estad os elo Cead , Rio Grand e do Not·t.e , Parah yba,
do
se faz lar·ga exi)ortação par·a a Emop a e a Amer·ica
fabric o
Nod e, onde é usad a na coloração elo papel e no
192 1\QS. A 1 ATRIA

de Yélas e cJ•lindi·os de phonogTaphos, troduz Lambem a


CaJ'ttaübeira uma gomma similhnn le ao <lrrú , fornecendo
ainda as !'olh as e"'cell 11le libras j)<1 1'<1 lccirlo ·. :'-l o proprio
paiz pres ta-se a cn,·naúbe11·n ;í i ndu l r ia cl1' ú·las e clwpéos
,._- - - , c ou tr o · mi ster es , Ptnp r •ga n-
do-s os troncos COi llO excel-
lenle 1I' <l\'e dl' rltll':tç:lo .secu
lar na con slrucç:ún de ca ·a ,
OI ·.
D a tnesmH fnmilia, •x i I
no nor l do Ut·azil o lmrity-
eit·o, 1ue, Gl · m dl' dar 11111
l'r uclo tnui lo snbnrnso, cr·ve
a iclenli co · li11 s illlltl ·triac ·,
l'or necendo clcu1ai . uma ma-
l ci r n el e co mpusi\::Io naccid a,
qu e suhslilu p c1·1' i l :llncnle a
co rti ça c se cmpr g·a egual-
ln cn lc 11:1 cons lru cçao rle j an-

::. *
Ca1·na(ll.ICi1'a.

B óa adapta ção va l ambem l cn lo no l o 81·a zil o


ul
trir;u, precioso cer al indi p n ·aye[ á ::ll im e nla~:tt
humana
e qu · é a ba e dn riqu Z<l a•q·i co la de muitos p;lize ::un e~
r·i cr-t nos e em opcu .

*
* *
I~ ~.;o n itler:wel o co u1me1·cio qu e fazem os Es tados dll
Amazonas e Pará co m a l nr··lalerra c, principa l men te,
com o Estado ·-Unidos ela 1\ mcri ca elo N orte, de un1
apt·eciav •l coqui lho , chamncl o, em geral , castanha e/o
Pará.
PRO DU ÇÕE. b I IQ El A::; \' AT URA E. ' 19:.!

Po Lad o · clih-
tacla s colo ae ~
cn. l.::tnhei ro , cuj o l'r·uclo
co mo Yõdes na ~T a \'Lr r a. , um
v oi u mo o ou riç~ , co nLend o
gr·and e nur n ro cl ' •:;:; a · casl:t-
nhas, 1uesno rnui tool eosa · · se
pre tam a di!Ter enle indu sl ria
e di ver a :; nppl icaçoõcs tilin ::t -
ri a .
Expol'larn- se nn n ualr nen te
muito mi l hõe.· d e k i los.

1 ' ntre a num ro a espe-


c ies de p la ril<1 m di cin ::1e ·, co-
mo cop ahyú(l , al ·apw·l'i/ha,
qui1w , oca,j(llapa, úannillw , r.astnnllcil·o.
etc., ob r leva a p oa.'Ja, a r·e.-
p eit o cl::1 qua l se n rflrma d qua i
q ue ó em i\tl all o- G r·osso a ipe-
cncuanh a tem p< Iria, , enclo os
ten eno de ua l''ecl il ecçoão :t
ei ba occid ntae e notavel -
mente a das cabeceir·a do
Guaporé ~ d o· P ar aguay at ·
o Jaur ü . E nn m ar gens cl' este
aiTlu enle e nn el o CabaçaL qu e
e cólhe a. m nior· part e da -qu e .·
le ·e a aba lecer· o mercado
do m undo , e ão conhec idas
pelo n om e d e m altas de p oaya
as f'r·onclo a fl ore tas. q ue co-
brem as m :ll'gens d 'esses dois
l'oaya. .r·io , e a cuja sombt·n pt·o tec-
19·1 NO . A PATil lA

Lora vegeta exlt·aordin ariam enl e Lào pt· cio o metlica-


menl() ('1). »
A poay ae nco nlt·a- e :ambem , em quan tidade, e m outros
Es tados , notadament e no el a Bahia , sc rvitt clo ua raiz,
que, ot·cl inariamen le, mede de '27 millitn etro-. a I I cenli-
melt·os de comp t·imento, ele pt·ecioso cmetico ru e, desde
16t:l6, conquistou lat·ga t·ep ula çüo em Locla a E uropa após
ns expet·iencias t·ea li zada pelo cclcilt·r lll cdi c I-f lve tius.

:r *
No genet·o - made i1·as de con lr ucçüo, innumeras são
as especies co nh cidas na Yrt la c l'ecun cla s TtHl lla lwa-
zil ira , omo po r ex mp lo : jaca-
t'OIIIlâ, 11/Ct ara nrluba, p âu- C'fim ,
can ella, W 'CJI'tÚá, :;onr;a fo a Lve~ ,
yiqailtbâ, ipé, ced t·o . nuw t·api-
nima, p âu-d'w·co, pâ11 7(et'I'O. su-
cupira, apucaio, vt11ltaú ·o, e le.
Em . ·. P.:IU I , Sa ttl a a llw rina
o Paraná , po r· exettt plo, xi slem
fiMesiG el e pin heiro. - Cll'Oucarià
bro::;ih ell i. - a] I' ciada made ira
de co n trucção ciYil c na Ynl , 1u e
pt·od uz lambem unw 1· ' ·ina de be-
ndi ·os effeilos medi ·in ac nas mo-
le Lias pulm onare .
Como Yccles na grav ura, é um
b llo l~' PO ele arvot·e, le ncloaln·um as
ma is de qu al'enla nte lros de allu t·a .
Lem os al g ure~ que, em ·1 93, se
Arau cal'in. prelentl eu enviar do Estado do Pa-
raná para a Exposição de Ch icago,
nos E:Ln_dos-U nido ela Ameri ca do No l'l e, um bonito spe-

(I) Dr. João Scvcriano da Fonseca - Via[Jem em redor do Bra;;i/.


I ' IWDU (Õ l':. · E RIQUEZA::; N A T RAES l ~i>

cime'n de :H·aucnrin com qua rellla c lr·es melros de altura,


lendo a base Ires de dinm elro.
Cor·lacl o m di,. r· os Lór , nüo potleram estes, enlre-
lan lo, chega r· n cu de tino, pOI' não hnYer· vapor· que os
quizessc co nduz ir, ern vi La do p.c o e da eno r·me grossur·a
elos me ·mo ·.
*
* *
Quan lo a f'ru cln ·, bell a · c deliciosas, é exLrnordi tJ lHia
nossa riq ucza!
Basta r 1'1 di r que , pa rli cipan lo o Braz il el e Lo.:los o
clim as, a lém elas que Ih süo peculta res , produ z a cliffe-
r·enles c pc ·i s el os demais paizc . ·
,\ ·sim, no E ·tado el o sul, por excmplo, .Lô.o bem como
n:1 Europa, lemos a pt;,.a , a ~~t ru;a, o mOI'Ctllgo, a cereja,
ele.
Em Lodos o ~ ~ ~ I ndo : ln·azilciro ·, ab undam, entro ouLI'as
fl'l! clas ap r cia lis;.. imas : - o aúocaxi, o melão, a m elctn-
cia, o tamarindo, o sàputi, n uoo , o araçá, o geJUjJapo.
a cojá, a pinha ou ata, a LaNwja, e le.
- E a J)I'Opo ·ilo da ·upcri or· iclaclc ele nossa lar·a nja, n ào
podemos cala r aqui impr·es. õc qu e no fi ca ram ele um a
leiLur·a sobre o prodi gto. o comme1·cio ele qu e. ella é ob-
jeclo no E Lado ela Calil'ornia, na Uni ão i\'orl c- \ meri ca na,
ao qua l o Brazil fom ccu, em ·1878 , cu precio o pro-
duelo. '
Co m effeito, fô i'am n'aquclle anno introduzido em River-
side. le,·ados elo Estado da Bahia, dois pés ele laranjas
selectas, ele cujos rebent os brola r·am milhões ele arvot·es,
p1·oduzindo especialíssima fr·u cla, que tomou o primeiro
loga1· nos mer·cados. Calcula- se que presenteme n te só os
Estados d·o S ul possuem 4.: l20.!t70 lar·a nj e ir·as, oriundas
d'aquell es doi pés, que p1·od uzii'am em ·1900, por exemplo,
um a exportnçô.o de o.624.000 caixas de lal'anj as, no valo!'
ele dezoi to milhões de do llars, equivalente s em nossa
moeda a muitos milhares ele contos ele réis!
100 N O . . ' A PATR I A

\.l'firma-se mesmo que o cultivo e a ex plora ção das


lai·anjei•·as têm çonlribuiclo mai s. sob diversos pontos de
Yisla, para o desenvolviment o g·eral do ri ·o E Lado da Cali-
fomia , do que a prop1·ia mineraçáo lo oiro.
Eis, por tanto, o que dois p ' s ape nn ele no a xcellenle
fm cla produziram nos E.. Laclo ·11icl o da .\ meri ca do
Nort e !
Que essas simple · ob ei'Yaçõ s po s~1m . ervi 1· de bom
incentivo ás no sas enei·s·ia ·, prod uzind o em YO o espi-
I'ilo um inlere e devotad o pelo de envoh·i mcnl n de nossas
•·iqu"'zas nalu1·aes.
Não bas ta a posse de Lhe ouro é p1· ·iso saber a pro-
vei t ai-o ~ .

* * :-;:
D'enlre as !'ruela el o Brazi l, ·n lr lnnl o, d : taca remos
<iq ui o cajú , o mamão, a banaua , e a mollga .
O cajt'L é excellen le de go lo e e s 'IH;ia lm e n le mecli-
ónal.
Em um es tudo ob re fn1 clas braz ileiras e uas proprie-
dades, o Dr. Eduai·do .\fagalh à a ~ j m c pronun cia :

" .. . É l1'adicional q ue o Cllj ü c hu pado pela. 111 :ttd1ii em j ej um é


muito snud av el. R ealn1 c ntc ha pe ·.·úa. que ,;e dão o n1 co 1n essa
pr;'u i ca .
Qu c1·o mesmo r·é1' q ue, ali ntn á ca mpo iç-ão, .. eja e~ la fJ•ucta,
u nela d'csse modo, m ais ag J·adavel do que a la 1·anja.
Em uma co nl'cr cn cin J'e:Jiizadn no Recife :ob1·e a utilidade do
cajneii'O, o r e peitavc l D1·. Co ·me fez a apológia d' 'SSa arvo1·e
n o ~ lel'Jn os 1nai s enco 1nia . ti cos e co n ve n cid os, 6 raltando, para
maio1· encanto da damas c Cl•valheii'OS, tive se logal' a cere-
Jn onia sob a copa 1'1·ondo:a e bal · a m ica de um ·aju ei 1·o em plena
flo,·escen ia.
Comparand o a effi ca ia. do sueco do cajú ce m o de out1·as
r,·uctas, a l al'anja, o m elão, ·a m elanci a, o abacaxi, a ma nga,
o abacate, etc., sa lient a. o enthusi as ta co n fc ,·enle qu e n c 11huma
. d'e. sa!l possue tanino c U1n ol co excitante - diaphol'etico, sus-
p~nso em seu s suecos como tem o cajú, dando-lhe as p1'o tl igiosas
Vll'ludes que possue.
PROD ÇÜb_' E RIO EZA . NATURA E . . 197

1 'es-e o leo pi·ctc nd o DI'. o~ me 1u e u m di a s e de ·c obi'il'á


a lg um a lcalo i d e , qu e, pOI' a m e c i pação, d e n o mina - a n a a l'cl in a,
id e n tico á - caf'ein a , cocaína , tl,eobi·o m ina, e le .
. uggestio 11 <.1 ndo o a.ud ilo1·io, llc ele ,. ve a activi dad o q ue o
sueco uo c ajli im p1·im e ao c o,·a c;iio, ú J'un cções di~ e sti vas , aos
rins, á pc llc, inferin d o d' cs c conjun lo de !feito. a multipli ces
vi1·tud e s d ' •:sa f1 ·uc ta e m . a úde na lllOlcs!in .
Ha r ealm 11le no cajt'l cjuali d ad es d ist, n c!as. Da . fi·uc !a us ada s
como a uxi liai' lo u·atamento de a lrru m a · Ino lc , tias, é o caj ú a
mai ,·ecommcnd avel.
fo'al la-. c ~m c ura lc u,·as, c u,·a ele mo1'::tll'>o , d e laranja, d e
li mão, d e ·c ,·cja t:Jm l>c'n de lama 1·as. B e m ; c rão to da e ffi-
azes, nã o ·o n te. to, mó i' III nte n p1·i m c i1'a , a c u r;! ele uva : n e -
nh uma, po,·é, n, compc ti,·;i, co n1 a Cll l'a el e cajl! ;; .
In diví duos fi ·a c o~, marrros, c zcmatico., o - I' heu malicos, dia i'-
rlJ eicos, s.'"Phi lit ico , ,·ccolhcndo-so n o ,.c ,·ão a uma das be ll as
p ra ias d e ,·gipe, o nd e os caju c i,·o:, cobe1'los el e r:ajú. nma i·c ll os
e verm e l hos,. ão exte nsas ll o ,·e ta s, e ati ,·anclo- se loucame nt e a os
caj ú s, c ujo ca Id o i ngc r e m , c hu pando-o o u em c aj uada , de lil
vo lta m fo 1·J.e , nu t1·idos, néd io , não pa1·ece ndo os me mos que
pa1·a lá f'ó i·am .
Do c ajú c póde dize r qu e o pl'O PJ' io abu o é pt·ove itoso .. . (1)"
.;:

* *
O mamao, l ::~m be m de excel lenlcs effcilos· med icinaes,
JWe· la- e, a · im como a propria al'vore que o pl'oduz, a
diffe r·enle u ·o na vida prn lica .
Tomamos a inda , a bem da cliffusüo dos beneflcos effeilos
de Lão pl'eciosa frucla, algum as observações do citado
Dr. Maga lhães :
,, . . . Se r vem as folhas:
1°) Para a lvejai' a r ou pa, as lavadeit•as mun em-se de algumas,
ou da h'e r.va. d e S. Caetano , pat·a econ omisat·e m o sabão ;
2°) B e m . é cca e m pó fini s i mo, sendo queimadas, ã o e ffi c aze!O;
em inhalações co n l1'a a asthma;
3°) Envolvendo a carne 'de vacca por a lg umas hot·as, ama-

(L) Jorn al do Commercio, do Rio de Janeiro, edição de G de Fevereiro


de 1903.
198 !\OS . A P ,\"fRIA

c iam-na, tendo sido esse en·eito o ponto de pani da para os estudos


do :sempre le mbrado Dr·. Moucorvo e el e sua d e ~cob erta da cari-
cina ou papaina, fe rme nto dige ·tivo po r· elle i. o lado elo s ueco lei
toso , principalme nte d<Y mamão verde.
As fl ór·es - dão um xarope contra a tos e . Con J,eço casos de
tosse r·ebelde, que, r esistindo a din·e r·e nles rn eios, cedêr·am a
esse xarope, que merece mai s atte nçilo do qu e se lhe pres ta.
Do tr·onco - l'abr·icam pape l, i,;norando eu a r·a ú to do não ter·
vingado essa indu süia, se nd o a mate r·ia prim a do tüo baixo
pr·eço e facil acqui siçiio.
Os fr·uctos- porém, co n ~ titu e m a pa r·tc m a is im po rta nte d' essa
utilíssima ar·vore, em estado ainda ve r·cle ou p r irrc ipal111 e nte
·maduro.
Do mamão ver·de - .e colhe o s ueco le itoso , de qu e o e xtr·áe
por· processo conve niente a Car i cina J1onco r l'O , a va r·ios r·es-
peitos superior· á pep ina. Com o no:;so eli xir· de pa pa i na - te nho
conseguido muitas veze . . regula ri sa r· a fun e1;ão di ges tiva. e m
Cl'eanças e em adul tos. E urn di go ti vo d e pr·imei r·a ordem,
quando é empregado opport un am e nr e ou ha indicaçiio .
Oo mamão verd e, cortad o e m pedaci nh o.· , se faz bom prato
ele verdura, imita ndo u abóbol'a d'ag ua, ou se usa e m en opado
simples ou misturado co m a carne de va cca. Co r·tado do mesmo
modo se prepara Lambem bôa so pa. O mamüo verde cons titue,
r>oi ·,um alim e r.to ou um coadjuvante ·ct e alim e ntaçã , deve nd o
ter s e u quê de di rre:·ti vo .
l\•I aduro, é o mamã o uma fr·ucta aprer, ia ,·el, S~L, u til. .. O. ma mão,
cumpre r econh ece r, 6 muito me nos apreciado do qu e rne r~ece:
pl'ej udi ca-o a ·abundan c ia, a vul ga!'idad e. Os home ns, em g e ral,
dão mais valor· ao que ma i lhe: custa obte r· : a r':Hidade e a dil'-
ficuldad e encar·ecem. É , co m e fTe ito, uma fructa digestiva . r·efr·i-
;..;el'ante , nutl'ien te e muito saudave l.
Pessóas haques e queixa m do mamão, a ccusando de llre~ r e laxa r·
O estomago. 0 mal, !'eja dito, não vem da fr·uéta, mas do abuso :
- essas pessóas não com eçam pnrdememente, como d eve m,
excedem-se e d'alri a per·turbação diges tiva. D'est e m odo, o que
deixa de ser· prejudicial? Acon se llr o fr·equentemente a dyspep-
ti cfls o uso cl'essa fr•ucta, como auxiliar· de di ge:tão, adver·tindo-os,
por·êm, da conve niencia d e não se excede r·em, e noto que a
muitos apl'oveita o conselho ... Além d e ser fructa alimentícia,
abundante, co mo acabo de mostr·ar·,· de substancias mucilagino-
sa.·, o mamão contém ferm en tos digesti,·os, que mu ito a proveita.
rão ~1~s molestias do estomago, intestinos e nas especies da
nutr·H;ao. ·
Quer·o crêr que o uso systematico do mamão todas as manhãs
PHOO ÇÕE. E IUQ EZA ~ NATURAES l!J9

-durante 30 ou ma is di as - daria importa ntes r·esultados n'esses


casos.
A · hot·a s mais cal idas do d ia, e ntre a s r e fe ições, é que o
mamão mai s a g rad a ; é , poré m , pela manl1 ü, ou no fim da eefei-
ção que ma is a p1·oveita , não ha ve ndo a b uso, ·ua acção diges-
tiva.
Uma talhada vale, e ntão, uma duse d e maltina ou de pa-
paina .. . ( I) "

*
* *
\ ballana, mui to ab unda n te enlt'e nó , possue nolaveis
prop ri edade. al imenli cia , qu e a tomam uma ft·ucla de
primeit·a ordem.
Muito aboro a, é ba tnnl e apreciada no pai;,: e mai-.:.
ainda na Eu ropa , qu e a importa em g rand e esca la de dif-
ferente mercados.
Sobre e la ex ·ellenle J'ru cla , o Dr. Duarte Gu im a rães,
de l\lina s ;erae , clri o au clot·izacl o atleslaclo, que vamos
pÕI' ob vos o· olhos, como maleria in lrucliva e de muita
utilidade prática :

" A fa einha de banana é hoje uma da s s ubstancias mais usadas


CO Jll O alim e n to c d e mpeego na t.he l'ape u ti ca, em quasi toda a
Alle man!Ja, A ·ia , Af1·i ca, E~tados - Unido s do rorte e n o Bt·azil,
tanto que j á Le mos a fe lic idade de possuir al g umas fabri c a , muito
beru in ta ll ada ·,co m o m::.isape r·fe içoados appare i!Jos adqu it·idos
na Eu t·o pa , com se ·cadores c vapot·isado t' es peopt·ios á pre paração
das l.!ananas séccas em fatias pat'a grande exporta ção para os
paizcs exll'angeiros, al é m da exportação e m 'bt•uto,-que manté111
o commc rció de Sautos e SantaCatharina com a Republi ca Argen-
tina, ha lon gos annos, poe conhece rem os arge ntinos ser este
ft·u cto um importante alimento. .
As fabricas qu e temo · no BJ•azil são no s Estados do Rio d e
Jan e iro e São Paulo (2).

( I) J o1•nal elo Commercio, do Rio de J aneiro, ediçáo de G de Feve-


reiro de 1!)03.
(2) Existe lambem no Pari, em Obidos', uma fabrica que produz cx-
ccllcnte fa.l'inha de banana.
200 NO.· A PATRlA

Em Cuba e muitos ponto el a ,\ m c r·ic a d o No r· tc a !'n r·in lr a de


banana c um ~r·a. n ele su te nta c ulo pa r·a os t r·aballtado r· ~ . ·e r·vindo
até para o l'abr·ico d e pão, qu e con re m d e m istura cor n os c alelo -
Ye g eta e - ; fazem pa pa s, ming;ios p a r·a os docn t ·s C' nfr·oq u ec idos
po r· el ive l's a s m olcsLias, par·n os c o n val c~ccnl<· ~ , tuhc r·r·ul osos ,
el yspept ico , e par·a a a l i r n e n~n ção elas C t"a n •:a~, ··o mo t niJO e 111
mui tas occasiões ma ndado e:np l'cgn r· de mis tur·a ·o m o le ite ,
obte nrl o se mpre o mai s . ati s fa c tor· io r·e:< trl larl o . :\'a tul,c r·ctrlose
pu l mona r·, a fal'inh a d e banana te m . id o de tlln pl'o,·eilo e xtr·a-
o r·d inar·io, c omo ta m bc nr pa l'a o ve lh os c n l'r·aquec id os, c xg otta-
do s pe lo trabal ho; e co rn o ;ri i m o nto el a~ c r·can ças () u nra vct·da-
d e ir·a mar·avill ra , c uj os resu ltado · por· cli ,·cr :>o vc ze . te nho ve r·i-
fi c ad o, sendo m el lrol' q u e qua lq ue r fnr·in h n c :d r·an ;;c ir-3, c omo
s ejam a d e T1·opon, Laclea e Follii:rcs.
A g r·andc ,·an!ag-cm el o m prc g-o d 'csta fa ri nha 11:1 cl ín ic a é
como ve r·dnd. ir·o alimento g r·a n dc r' p:1 ra dor· da nu t r·iç ão pe las
r•ica . ub lancia s qu e o fr·u c to co n tc nr, ()U siío :r sc•,c; u illl es :
albumina, amido, assncar, dex trina, pltosphalos de , adio e de
potassa , chlorurclo e eli ,·e r·so carbonato 'l u c mui to co n co rrem
pa!'a o dese nvolv i mento mu s c ular·.
N e m toda s a s b an ana s !C!li o m e :- nro valor· nutr ·it i,·o, e pa r·a isso
t r·a n scl'evo um a c lass ili caçüo fe ita pe lo meu i 11 u ~ tl'e o i lega S m·.
D• P c c lwl, qu e te m e tud o es pec iaes obr·c o assump to .
G r·a n de val o r· nu tr·i tivo ela banana :

I a e la - s e, banana r•ú xa. 43 0/0


2• ela se, ba nana da te r•r•a . 42 o;o
3• c la sse , ban a n a O ÍI'O . 37 o;o
4• c lasse, ba n a na maç~L . 3-1 o;o
5' ela se, banana da Indi a. 31 o;o
6> c lasse, banana cap itão-m ó r . 28 o;o
7' c lasse, banana pr·atn 27 0/0
8· c1asse, banana Süo Tlr o m c zo o;o
ga c lasse, banana anã. 20 o;o

D ea nte d 'csta. c lassi 11ca ç i'LO .·c ic ntil1 ca, c h ega-se :'!.co n c lu são de
q u e se d eve pr·e fe ri r· a : La n a na s q u co n tive r e m mai. e le m e ntos
. nutritivos pa.l'a o fabr·ic o da far i nha, afim d e . e pod e r· obte r· um
producto apro ve itado á nrltr· iç ão e toni co do organis mo de pa u -
perado d e for·ças.
Com a farinh a de banan a p r•epu r·am-se dive r'sos d óccs cspl c n-·
<lidos e sópas !)ara o u s o din ri o em muita. cas a de família, s e ndo
i s to um bom alimento qu e póde se r fe i to com caldos de c arn e ,. de
PJWDU ÇÕE . E lUQUEZA .. NATURAES 20l

ga llinh a c de perdiz, cujo sabot' é bem agr adave l, podendo-se


tnmbem mistut·at· a i'at·inlt <l com I ite, um pouco de assucar e
gemtttas de ovo, obtendo- o u111 bom pt· parado, qu e se póde
cliama t' c hocolate de banana:<, ' JU C muita:; Yezes mando os doentes
u i:u ·c m na:; con val cscc ttr·as .
Pat'U os tt et tt ·a stil c n i co~, d y~ p ep tico s , dev ido aos pltosphatos de
ca l , de :;adio pot a ~sa , quo co ntém , a fa t'ttdw d<.: bananas é de
gra n de vantn gc m, pot• "C t' c Lll .· uiJ:;tan cia um I om to ll tco n e-
vt•i no.
A al g un s doentes que ni'to po~sam suppol'lar o chocola te de
bana na ·,aco n:<cl h o só tne n te p t'C pa t'a t' o m i ngúo d' c:<ta f'a r in h a co m
l eite d va cca uu de cabt·a, tornando - a a-.;:im uma substan c ia
alim entíc i a de p r·i mc it•a Ot'dCIII e de faciJ diges tão .
e
Tal a forÇ'a cht fat·inha d e bana nas como alim n to, que basta
uma co! ll é t' de :t"Jpa da pu t·a i'a r in !t apa r a co r·respond er a 100 gra m -
mas do carn e de :; upc t•ior qualidad e e a tn eia "':J t'raf'a d e bom
l eite.
Eis , poi;;, uu1 lC t'lllO ca mpa t·ativo Ctt tr e a farinha d e banana:<, a
bóa carn e de gado e o bom l ei te, te nd o u11i cam c nto a fat·inha a
gt'and c vanta ge m el e n- r•and c appl icaçào na m edi cina, co mo ali-
m en lo elo poupança c t'Cpa t·aclo t' el o o t·ga n i;;mo en l'raq uecido pot'
mol es tiu s, pt'in cipalmente na t uber cu l o ·e pulm onat', e cujo.· r e-
su l tado: be nc ricos c u na c l íni ca l enho verifi cado em muitos
docn te· .
T enho sempt'C acon.-elhado r. mui ta:; pe.· óas de minha cli en -
tela, quc t' aqui, qu er n o Hi o el e Jan eiro, usat' do p r efet·e ncia a
alim en laÇ'.i'tO vegc ta riada e laclea, -i nc lu i nclo o u so da farinh a de
banana , como um al i tnento IJe m completo. "

E para bem avalial'cle , como já fizemos com relação á


la1·anj a, a gTande riqueza que possui1·ia mos n'esse ])I'Oclucto,
si conseguí ssemos estabelecei' uma expol'tação considera-
vel, cujas fontes sel'iam verclacl eiJ·arnente inexgollaveis,
falla1'- vos- emos aqui, como um eloquente alles laclo, ela ilha
da J amaica, pol' exemplo.
P equena possessão inglcza, nas Antilhas, conta essa ilha
na expol'lação de fniC_tas o mais seguro elemento de sua
t·iqueza, sob relevand o a banana, cuja sahida de ·1899 a
1900, conl'01·me lemos, subiu ao valor de 15.077.000 ft·ancos!
Equivalendo n'cste momento um fl'anco a 700 rs. em
nossa moéda, leremos pm·a o total referido, mais ele
202 · NO S SA P A'I' lUA

9.000:000$000 ele réis ! Imaginae, por·ém, que sendo


o Br·azil capaz ele dar· o decuplo, pelo me nos, d a pr·oduc-
ção ela Jamaic:l , ler·iamos, si podessemo ex.por·Lar nas
mesmas proporções de quanlid adé e vul0 r· , um lola l de
mais ele ~O.OOO:OOOSOOO ele réis !

*
* *
Fallemos, fin almente , ela manga , pelo ::t borosissimo
goslo e prorír·iecl aclc meclicinaes de qu e é cl olacl::t :

" Não r·eceiasse fe rit· os pa lada res s usce ptiYeis, contrariar· os


I I
apaixonados do ab acaxi e da larn nj a , c c u col loca t•ia a m an ga no
prim e iro Jogar· e n tre as me lho res fm cta :;. A man g a, a bôa ma nga,
é r ealm e nte muito ;:abOt'O::;:J .
No Diccionario d e Bolanica JJrazileira, :\rruda da Ca mar·a.
occup a ndo-se da man g a, di z set·" excel le nte rruc ta, ta lvez a me-
lhor que e x i~ t e . ,, .
V é-se, pois, que não esta ri a de-aco m pan hado, se e u su s te ntasse
aquelle con ceito sobre a pr im azia da ma ng a.
Pet·nam buco pr odu z bóa man ga: a d e !tama,.acá pa sa. por su-
periot·.
A man ga da Bahia, mais abund a n te e co nh ec ida, é La mbe m
mais afamada, pt·in c i paI me n te a d a ilh a de ILapa r ica .
Entre as especies, dize m have r, pt·odu úda me:; mo na c a pital
d'este ultimo E:· tad o, uma pe qu e nina, q ue é um fa vo de doçut·a
e um primor de arom a .
Aqui, e m S . Paulo , te mos a:; primot·osas mangas de ltú e Ara-
t•aquàt·a . A man ga pauli sta é t'ealm e)l le muito sa bot·osa , não S<'
pode.ndo di s tin g ui t' qu a l da s Lt·es es pec ies co nhe cidas, - a espada,
a bonúon e a r·osea, é a m e lhor·. .
. No vul go, ha a ct·c nça d e e t' a ma nga pt·ejudicia l :i s aúde, e
e xiste mesmo o pt·econ ceito de que Lr•es góles de agua to ma dp:;
sobre a man ga - Lit·:wl-lh e a ma ldnde .
: A manga é , com e ll'eito; excitante - o pt•odu cto de ·uma tet·e-
benthinacea. Não é, poi s, l'r·u cta para se abus <tr' . Al é m d'isto,
nota-: e ser a di ges t~to um ta n Lo de mora·da : e l)'l algumas pessôas,
horas depois de inge t·id a, ve m ainda á bocca o g ostp da t'rucLa.
Pela lavagem do estomag o de um c lie nte meu obtive ·retirar,
na manhã seguinte, polpa de .m anga comida na ves pera. A essu
pessôa a manga, era sempre pt•ejudicia.l.
PRO D UCÇÕE S E RIQUEZA S NATURAES 203

Não vos ·Sl SS ustc, pnré m, e s te caso e xce pc ional; muita e muita
gente usa da sabo 1·osa fru cta se m inconve niente algum . Diz-se
mes mo qu e da man g a se ex tt·úe um su eco I'esinoso com proprie-
dad es eupe pti ca s ou d igestivas.
Ce rto é qu e a 111an g a , do me .. mo modo qu e o abacaxi, não
t•elaa:a o estomugo ao contra1·io da la t·a nj a em a lg umas pessóa.- ,
p1•incipalm c nte d.vspep t icas.
A man g a é util ao · d ebilitados, a ne m icos, nos ca. os de bron-
chite c ht•onica e nos aiTec lado. do pe ito.
R ecordo-111e d e u1na publica1~~l0, lta te1 n po , no Jornal do Com-
mef'cio, concc1·n e1tte ,·Lcu t•a d e um tu be rculo:·o, q ue , dese nga nado
dos me ios u uaes contr a s it nilha n te m olesti a, usou larg amente
d' essa ft·ucta.
lVle rat e de Len atl t·ib ue m ús folha : d a manga a vi1·tud e de
con1ba te 1· a d ú1' de d e n tes; <i 1·e;.; in a, o e ll'e ito a nt isy philiti co: it
am e nd oa do ca 1'ü~; o, a propt·iedade de co m bate t' os ve t· m es ; e;[
ft•ucta, a q ual idade ele n utritiva, natu r al m e n te pe la a bunda nc ia
dos p1·in c ipios a;;S II Ca t•aclo . . J ~ g u alme n te , a co ns id e ram contl'át•ia
<~ O escorbu to.
No ca thar ro da IJex io-a, do m e, mo m od o o u com - maioria de.
ra~ões , <! o qu e no cat h a t•ro b1·o nc ltico, r, ma n ga te m cabim e n to
por s ua acção d iur etica , não dei xa n do de have r razã o na Ct'e n ça
do povo, a ttribuind o a 'es ·a l't·ucta. o e iTe ito el e al i mpa1· as u1'i-
nas . "

*
' '· * *
No li miléld o plano cl'esl.e livro não nos é possível nwiot·
exlensã_o ·s·o bre as imme nsas riqu ezas ~~ e ge ta es elo Hrazil, a
I'espeilo, ele cuj as ot·chid eas, por exempl o, aff11·ma um es-
criptor. qu e - "- de seis mil especie classificadas em lodo
o globo, o Brazil co ncorre com '1059, send o, poi' lanto, o
mais 'rico de Loda a Ari1e1·ica. » ·
_Nab passa 1·emo , enti·etanto, ao 1·eino mine1·al, sem pôt•
~ób vossps olhos um eloquenle all eslado dos pt·odigios de
fel·Lilidad e de nossa natureza .,
Vim'ol..:b I'efericlo por il·lusli'e viajante, em .Mallo~Grcisso :
« Em ca1:ninhci ; vi uma d'essns gTaciosas ·cui·iosidades
com que a nalut·eza p.arece ás vezes que,I;ÇI: diverlir~se :· dó
ai Lo do g1·osso ll'onco .dé uma gé'\melleira _decrepila, t1·unca-
20-1 NO ,'A PATIUA

da pelo t•aio ou pelo tempo, elevava-se ullla graciosa pa l-


meil'a ceecada aioda de galhos verde · da Yelha at·vore :
como eepl'esalia de ser Lanlas vezes a j:w.lmcira o s uppot·Le
cl 'essa g igantesca para. ila, cuja
sement e, n'ell il d epos ta pelos·
pas a r·i nh o::;, ahi g·cr·mina, Cres-
ce, Yfl e descendo s uas r·aizes e
nn0 s lomo;;anrlo-as :to redor ela
cs lipiiLc, c tão pcd 'eil0mente.
que, ao caiH) de Lc111 pO, torna-
c e111 segu nd o c n,·ollo r·io ao
leonco da pal rneira ( 1) . »
Foi nccess0riam n le levado
pela imponc11cia do pil enomenos
cl 'essa · naturezn, qu e um c -
criplor· naci ona l , el e. creven-
clo, em prim orosa lin guagem,
nos as lux.urianl c · florestas, dis. e :

" .. . Ha seiva. pa.1·a tudo, força par a a. ex pan são da maio1' belleza
de cada uma . T oda a qu e lla va la f1 ora traduz a antiguidade e a
vida. NflO :c :en te n 'e lla ·om bra de u m sac1·i fi c io qu e se ria o ti'i-
umpho e o p1·emio da mo1·te. Den tro, as para s ita::; :·e en ro ram
pe los velh os tron cos, com a g r·a ça. d e um adorno c de uma cat·i-
cia. Ha mesmo arvores que ·fLo mãe · de a1·vore:; c s uppo1·tam
com fac il e pode1·osa ga llr :lJ•dia a fil ha, que lh e á e do regaço e
mais esple ndo,·osa, á vezes que a r·ija e be lla proge nitora. Uma
infinita varie dad e rle arbustos cresce ás plantas dos g igantes
ve1·des ; é uma f'lo i·azinha miuda, compac ta e atrevida, dentro do
bôjo de outra m a i·· amp la e opule nta. E tudo e e r·g ue , e tudo se
e xpande sob r·e a terra, compondo um conjunclo brutal, enor·mc,
feito de rn c mb1·os a s pe 1·rimos, e n t1·ctecido no alto pela cabclleira
bas ta e densa das ai·voJ·es e e m baixo pe la réde inte 1·minavcl das
fo1·tes e indoruaveis raizes ; todo elle se entrela ça, c nroscan.d o-
se pelos braços gigantescos, pre nde nd o- se, como po1'. tenazes,
n'uma gmnde solidariedade o1·ganica e viva ... (2) "

(1) D• Joüo Scvcriano da Fonseca - obr. cit.


(!!) Gr:~<;a Aranha - Chanaan.
PROD UCÇÕES E RIQUEZAS NAT "RAE . 205

\ f'e racid acle ele nossa terr'a é, 'em fim , tão notavel que,
como bem rellecle uu c torizac!o escrip to I\ « é tanta a força
vege tativa nos di slri clos quen les que, ao clenubar-se e
queimar- e qualquer matto vi1·r··em, si o deixacs em aban-
dono , rl en lro em pouco ann os , ahi vcreis já uma nova
malta in tran .:;iU:t Y•I ; o não p1·oduzi lu, co111 0 I'U de Cf'êr ,
pelos rebc nt õ s ela antigas l'aize , ma im r ·ullante. de
especics novas, cuj . ger1n n · ou em nles não se encon-
Lr·am no cxli'L' In os de anteri or clcrr'ul nela , c se ig-no1'a nt
d'ondc ,·ic1·;u n. »
-~

* *

H E. I O \IINF!t.\L

Como no v g-eltl l, é o Brazil prodigiosa mente ri ·o no


reino miner;t l.
Não in v ja mo abso luta mcnt n'es lc genero, como em
nenhum oulro, as ri que za tio mund o !
No so abençoado sub- ólo occulia as _mais variadas pr'e-
cio idad e : min a el e oi1·o, fer·r·o, cob r·e, es tanho, chumbo,
mer'cur·io, CtlrYão de pedra ('1), liamante , c mera ldas,
rubi , saphira , opá la , etc., ele.
Um dos maior·es br'ilhanles admi r'aclos no mundo e o
maior , alé aq ui, produzido pela Am ct·ica, é bt·az ileiro : o
EstreLLa do Sul, encontrado na cicl adc de B agagem, que
lambem pas ou a clcnomina t·-sc Estrella elo Sul, em Minas
Ger·aes. A g n1vma qu e aqui vos ela mos, representa as di -

(1} A respeito das minas de carvão de pedra descobertas no Estado de


Santa Catharina diz o gcologo \~ittc , qu e examinou o terreno, serem
riquíssima , pos uindo carváo bastante p:u·a o consumo de todo o Bra-
zil e ainda para cxportaçáo.
12
206 :\'0 . 'A PATillA

mensões na lu n1es cl'esse d iamnnle , qu ·' !l u·urou em '1859


nn Exposi ção UniY •·sal de Pm·is.
Comp r·ou- o o l{<tj.'l h de Bat·oda,
prin cipe in diano , po r dois miL
c.;ontos d e réi .
l\úo se ndo o mninr qu e se co-
nh ece , L rn, c nlrC' Inn to, sob re Lodos
a qu <11idaclc nolaYcl de mudar de
cór, de de :t rosca até :i b•·anca,
Es trclla do Su I. co nl'orm c n ua exposição :i luz do
So l. '
Diam antina c E ·tl'etlo rio Sul s:-w "i nda o ma i. va-
liosos centros dinrnnn ti C ros no E lad o de ;\linas Ge•·acs,
que de ·J900 a ·1902 exportou cê r n dC' / .300 grnmma. de
diamant e ('1).
Quando :c de GObriram ns im po i'La11l ~·s m1na de dia-

(l ) Í~ de interesse a seg uinl e statis ti cn., qu e se ll: no nota.vel tJ·abalho


do Or. :\'clson Coelho de cnna : O F: Lado ele /1/inas Cer·aes na E::cno-
sição Unicer sa l de ·. Ltúz : " Dois i !lustres all c m f"~ ·,o Ba •·ão Von
Eschwcgc (na sua o bra Ptuto /J1'a ilicnsis ) c o ngcnhciro 11 . G ·r bcr
(na s ua Memoria sobrp a Provinc ia d • t-Jina s) ca lcularam, ;\ vista de
documentos offic iacs, !JUC a quantid :~ d e de diamant ·s tirados em Mina
Gct·acs de 1730 a I 22 foi de l65.7GO'Jf·l oita,·a& c que os di:~mantcs extra·
viados clandestinamente pelo co ntrabando importaram pelo 111 nos e m
cgual quamidade. De accórdo com o ca lculo d'c ses t'úputado e nge-
nheiros :~ll e m:-.cs se man ifcst:~ ram o min era l g i la inglcz John Mawc
(1809) c o naturalis la fmnccz Au g us tc ·a int.-1-lilairc ( I ' 18), que viajaram
pnt· Mina · Gcracs nos pt·incipios do scculo pa_sado c pcrcotTeram o
di stl'ir.to de T ejuco, onde se fnia, co mo monopolio régio, a extracçúo
dos diamantes. J ohn Mawe cal c ulou em doi mi lh õ ·s cs tcdinos o valor
dos diamantes que o contrabando e a mincrn.ç:io clan destina fi zera m esca·
par ao Fisco Ponuguez . Duran1 c os tr intn. c do ts anno ~ que vigorou no
clistricto Diamantino de Tcjuco o y~ tc ma de cxrracçiío por contmcto de
parti cula res com a Co rón. P ortugu eza, ibiO é, de 17·10 a lí7l, xtrahit·am-se
l.GGG.56Vquilatcs de dia n·,an tes, que foram vend idos por l 5.515:3\J7S662 réis.
Depois, cessou a e xtrac•:~•o . por contracto ; a t-l etropolc crcou a Reat
/~'rcLracção Diamantinrt de · Tejttco, c esta em cincoenta c seis annos
de set·vi.;o, l7i2 a I 2 , consc" uiu cxtrahir nas diversas lavras rcaes, a
prodig iosa quantidade de l.3 ln.w~ qu ilates: confot·mc consta das rigoro·
ass estatistieas feita pelos empregados da !leal E::ct,•acção. "
I IWDL" "ÕE::; E R fQUEZ,\ S ~A T "HAES 207

man to do cc rrlro 11 0 E ·Lad o da Bahi a, na chapada dia-


mantina, f'oi lüo g-ra nd e a quantidad e xlrahida e la! sua
qualidad e qtt 1roduzir<tm , por nJn·um lcnipo, a baixa no
preço elo diam:1nLe 11 0 · di\· r,;o: 111 ' I" aclo: .
E a riqu 'z:t dia in anlif'r ra n'c"se E Lado n<"io c lá locali -
sacla ÓlllC ll lu 1101 rc!"urirt a ~.orn t.
Da ,. giü o d ~ aLob1·o, no muni ci1 io le Ccuwvieiras,
diz q ,·villl' JJC'1'by , qu e a cxploro11 reccnlem nle, em cui'ac-
lei' ofli cial :
•· Na maq..: n · e ca li oci1·a · do 1'1o Pa1·d o , f1·o nte i1·as :is nHtr'-
gen s do Saloúro apenas ei kilo m lru · di,ta nles , pude ve 1·i -
fi ca1' que as I"Oclra. ubja cen te~ da 1·egiu o co ns istem 11m um a
série de camada de n-r·e;-; e sclr is to- :1rgilo M, 1endo intercalad a
u ma g1·o~sa ca m a da d e conglome1·adu, co n. Liluido po 1· blocos r·o-
lados de di ver o ty po · d e r·o ·lias ~ra ni t i cas e g nc issica s.
Essa. série deve ler· algumas ce n te nas de m e tr·os de espessu r·a,
e a~..: h a- c pc r·tur·bacla, apre e n!and um a fo rte inclinação par·a o
lésle. No leito do r•io . ·aloúro c el o· seu. pe quen os t r·ibula r·ios,
e Le co nool orn c raclo r.e apresenln e r11 cl rve r ·os ponto e a lavras
d e h oje ai.J ·1·La aclram· e na vi;-;i nl ran ça immerliala de se us allo-
1'amenlos. Pam se vc rifkar a lr ypothe e da pro ven ie n c ia d os
diamante: d co n g lnm e rado, o Sn r· . P erl1'0 B ener:et teve a a m a-
i.Ji lid ade d e Jlrandar· lav rar, em se par·ado, cé r~a de um e m e io
melr·o cul ico de conglome 1·ado decomposto, esco lhid o po r· mim
par·a e se fim . O r esul tado fo i o di a mante , pesand o tr·e g r·ãos .
Assim parece fó r·a d e dúvida que aqui, como nas Laoras, u
d iamante tem uma r elação dr r·ecta com o co ng lome r·a do, que
fomece um precioso g uia , de fac il encontro e re co nheci m e nto,
par·a a · pesqu izas na. zo na. d o littoral. E indubitave l q ue uma
fo r·m a(;üo tão pos,ante como a e x po la nos ri os Pardo e Salobro
terá. nTande e x te nsão n'esla zona; e Ir a. fo rtes probab ilidad es que
e m muitos, senão e m tod os, d os po ntos q ue allom, e lla se r·ü
diam a n ti l"e r a, como no Salobro. Este ultim o di: tri cto , a li ás,
ai nel a o fre !·ece um campo bastan te g ra.nd e para as ope r•a c;ões
do min c ir·o (! ). "

. (I ) Hela tor·io apr·esentado em l\Iaio de 1005 no Dr·. l\·1iguel Calmou du


Pin Almeid a, ecre~ar ·io da AgriculLur·a no Es tado da Bahia , pelo Dr.
Or·ville Derby.
!?08 :\fOSSA PATH IA

lma gi nae que nosso querid o Brazi l qu e, diz Elizeu


Heclus , « comparado ao Mexi co e ao P e1'Ú, paizes da JWa-
ln , é o paiz do oiro » , é Ltio ri co em minorao de Lodn es-
p8cie, qu e um de seus grand e Es tad os se denomina Nfi-
nas Ge!'CteS, Lendo e Le por sua Yez citladcs Glll\ madas -
Oif'o-Preto- Oi1'o-Fino - Oiro-B!'(uzco, eLe., e meJ·e-
ceu de SainL-Hilaire as seguinte pal:w ras : « Si ha wna
região que possa passcu' em o l'eslo rio n1unclo, será
ce1'lamente a pr'ooincia de ·kfinas. ))
Effeclivnm enl e , e se E lad o encerra inca! ultw eis rique-
zas, sob1·eluelo em oi1·o, dianHi nlc c n~· u n s min crnes.
Só em '1904, o E lado el e tvlin ns Ge rao.- cxporlou mais
de quatro milhões ele g 1'ammas de oiro! c el e 1896 alé
es te anno, cê1·ca el e trinta e dois m ilhões de f.J' 'ommas! ('l)
Enll'elanlo, el o el e i\'la tlo-GJ'O so, ptll' exemplo, aliás

(1) Como illus traçCto do a ss umpt•), tonwm o ai nda ao v~ li oso trabal ho


do I1r. Nelson ~ enna, jà c i' ado, os seg ui n te prec iosos apontamentos:
<< Eswege computou a produ cçúo do o iro, em Minas G<'J'aes, no período
de 1700 a 1820 t12ú annfls) em 52 1.09,1 kilog1·arn mas , confor me se vê da
sua obra. P trtto B r·asitz:cnsis, j ü em parte \'Crtida do A lle mãu pelo Dr.
Rodol pho Ja cob. O p1·ofessor C. Cops cy a va liou em scto mil a r robas a
quantidadr do OÍI'O recebida pcl:t Corôa P o rtug uoza , no pagamento do
celebro impos to dos quintos , n'aquelle período J1700- 182U) em Minas
Gaaes.
" O his toria dor Mineiro , XaYi cr da Ve ig-a, di z quo os dados o fficiaes
d e 1820 em deantc ~r. o escassos, ma qu o duran' e o do mínio da i\llot!'o-
p ole, desde a des coberta do nus>o lerrtto rio , nos fi ns d o socu lo xv11 até
ás vespe ras da Indepenrlenc ia do Bra zi l, se cons ta tou ter attingido a
quar·cnta c uma núl a JTObas, ou seiscentos mil lrilogrammas a quanti-
dade to 1al de oiro levado üs ca sa s do fis co real, em Minas, pa1·a. ~obre
e llas se cobra re m os imposto da Metropole, que subiram a muitos mi-
lhões do cruzado .
Das quatro Caf.>i lanias auríferas do Brazil colon ial , exis te o seguinte
<1uadro da produc ção do prucioso metal :
Mina s Gemes, em 126 armos (1694 a 1820) . <11.000 ar".
G1:lyaz, e m ' ::;O annos t 17~0 a 1800) . . . . . . 9.712
Matlo-Gro. so , em 100 annos (1720 a 1820). 3.107
Sfto Paulo, em 220 annos (1600 a 1820) 1.650

T ot!l.l . . 55.'160 arrobas


PRODUCÇÕES E HJQUEZAS NATURAES 209

muito pouco explo rado, d iz-n os o Dr J oão Sevel'ia no, na


obra j á cilada :
« É abicl o o l'a clo el o Mi guel S ubtil, qu e é o da origem
da cidad e cl Cu.t;aúú : no primeiro di a colheu mais de
meia a1Toba do niro, u se u ca marnclG qual,:ocon las oitavas,
d'ossa. mi1w s q11 e em UIH mez procl uzi i'am quatr·ocentas
a,·,·obas. Ai1 1Ua hoj e, sc1n llenhum lrab[ilho, apa nha-se pa-
lheta· el o oi ro na r ua c quinta e , P''incipa lm enlo após as
gr·ancl es chuYa . Em -n:n-, acampado o 8" batalhão ele
infanta ria j unto ü P l'<linha, o soldad o fazi a m seus
fogõe e ·caYamlo a terra : <::ob reYinclo um a grande chuYa,
lavou os cin zeiros deixo u cl csco bert<1S - jú não pa lhe-
ta , ll1 <1S pCL[U enn s barra · fundida . »
Co m rc l a~Jío ao l'e n o, em f)Ta ncl e quantielacle n'este Es-
laclo, accrcscc nla :
« Es e metal po r ·i co nstilue uma riqu eza inexgottavcl,
um ponir imm enso de gr;1ndeza, - e não só á provincia
- pa r·a o Brazil Lod o. P I'ouvúra a Deu que co meças ·e a
ser· explorado de nossos dia s. Convença-se o povo ele que
mais di toso é o pa iz qu e guarda em seu seio - funo e
cat'vão el e pecl r·a- do qu e o que ence1Ta jazidas de dia-
mantes e veios ele oiro. Este · alLI·ahem os gal'im peiros,
os avenllll'eiJ'OS, os ambiciosos, que esper·am elo acaso os
lucr·os ela l'o rluna ; aq uellas, os inclu~L,· i aes c traba lhadores,
qu e bu cnm obtcl-a a custo elo labO I', exploran do nào o
acaso, mas a J·eal iclacle. ''
Tào sensata ob erva ção repr·esenta uma ve J·clacle incon-
les tavel, que se tom pre.-enciado não só no Bl'azil , como
em out t·os paizes.
Com r·elação ao carvão ele peclm, esse procluclo que
constitue um elos gr·andes elementos ela riqueza da Ingla-
lerr·a, por exempl o, e ele tão va sta utilidade pa r·a as ar·tes,
as industrias e a navegação, jti está positiva mente vel'ifi-
cacla a nossa t•iqueza c iniciada, com pt'oveilo, a expio-
H.
210 N O~. 'A PATHIA

I'açào nos Estad os de S ão Paulo, Pai'<ln;i, :·an ta Ca lharina,


· e Hio GI'ande elo S ul ('1).
E a respeito elas riqu ezas min erac.· do ~~~ln d elo Rio
Grand e elo S ul, em geral obsei'Yam nolaYcis scicnlistas :
" Flanqueada na s ua fr·on te ira occident a l pu r 0xcc lle nte s ro-
c has I' Ícas e m m e taes, os va ll es d o· s e u:; r ·io~ , n bu n da rrdo e m ex-
tensa s camadas de c a r·vii o d e pe dr·a , min. •r a s d e rcr·r·o , j azigo~
calcat·eos, atr·a.vcssad os el e r·ios nave g a\'C•i::; c\\>;-;t<' a oc:; te, co m o
u J a c ulry e l bi c ulr y , c o Gra nd e U nr gu:ry, m;ll 'c.::rnd o o. limites
d a. m e tade da. sua. c ir·c umfe r c n c ia , fo rrn ar rr uma comlJi n a ç üo t~LO
· pod e r osa. de vanta ge n s n atur·aes, que t paiz pa r·ccc de s ti n ado
pe la p r·oviden c ia. par';l to ma r um a i·ig ura (lllS pic.: ua no f utur·o
pr·ogr·esso do mundo (2) . ., ·

Nossas g1·andes riquezas mineraes, enlrc lanlo, não es-


lão sómenle gua rdada s nas entranhas da lerra : encon-
ll'nm-se com farlu1·a , lambem, .no leito dos rio ·, nas pi'o-
pr·ias pecii·as das mon lanha ..
A proposilo, não no. podemos furta i' ao prazer ele mo..-
lrai·-vos mnis uma expres. iYa nota , qu e nos p ropOI'Ciona,
em seu bell o lr·nba lho, o Dr . Sever·inn o ela f on. cn.
<< O B urytisal » , di z ell e, << aba ixo elo ri be irão el e Dia-

mantino é hoj e uma lnp · n1 , como qua i lodo: o;:; a nti gos

(I) H a, a I'Cspeilo das zonn s ca l'boniferas dos Estad os ci tado. , um subs-


tancioso r clatorio do profes ·or \Vhite, em Deze m bro de J!JOG, a o cnlilo
~1 ini st.ro da Industria, Dr. Lauro i\·l uller, do qual destaca mo,.; para aq ui o
seguinte trecho :
« A descoberta do g réz dcvoniano (em que se e nco ntra pctrolco na
P <3nsyll•an ia c W es ~ Virg inia) em gra ndes ~í re as do P ara na c a profun-
uidade s uffi cicnte para conter petrolco, nos indu z a possib ilidade da exis-
tencia do pctroleo, e m qu ant idade commc rcia l, em a lg uma :11·ea não
a llemda d'cstc E tado, c Jrat!J e:;tú s ituado em condições ra,·ol' aveis pa ra
estas inves tiga ções. A sonda Dav i Cal yx, que é esperada todos o dias
dos Es tados· Unidos, pódc ·o nd ar a té 500 ou GOO metros c co m esta pro·
l'undidadc pódc-sc VCI' Íficar o pc~ro l co em Jr aty. Emfim, receb i do S nr.
Esscr de Ka lk, perto de Colognc, na. Allemanha, o orc::amM to e projecto
P!lra uma in ~tallação de benefi ciar trezenta s toneladas de c~rváo dia·
r1amcnl.e. »
(2) N. Pla r!L. Transer·ip<:úo no Hio Grande Indu strial, pnblica\iiO de
propaganda., 1907.
l' H.OD UCÇÜES E RIQ ' EZ:A . . NAT H.AE. . ~~li

povoados da capitani a . . na a ·aeia de telha allesla-lhe


ainda a anli ga impor·lancia . 'eu. poucos habitantes pas-
sam a vidn em do. cuid osa irr clo lcncin , tra balhando sómenle
quando n ncc !3siclacl e os_obrign. CC)n.c; i l o tr·a balho na
Cala ele cii U!llftll lCS, q ue VãO llll SCl\ r 11 0 J'und o do l'iO ;
para isso vti o s rn pr doi:s compu 11lrr iro" ·om um baquité
J)l'eso a unr;t Md a. B aq uitr; é n sam úurâ qu e os i11 diof<
cos tumam Lr·azer ;\s t;o...: ta,.: . I los comp anh eiros, um seguea
na cor·d a, e o ou lr·o 111 er;:;rti lta 110 rio c 11 t::l 10 o ce. Lo de
ar·eia e c<:~ sca llt n, qu e o prirn ciro r·clirn ; r· p lind o-se a
operação llilHt meia cl uzia ri n ·zcs . La Yam cnl ;[ o a;:;
areias, c o rc•stil lad o dá-lh es s rn prc para 1as ·nr·cm uma
,.:cmarw ou cl u<J:s, ciC' ~mrd i o, bciJcJJdo res lillo e loca ndo
Yioln. n
E não é sóm ' 11 lc: a p d ra prec iosa q u o I il o dos nossos
r·io::; co ntérn ! l.ec'nlemenl c, crn um insignili cunle cor·r·pgo ,
dcnonrinacl o M o.r; és, lributm·io cl 'l'i o Galaxo, na povoa-
':ào Bento llodri g ue , no illuni c.ipi o de ~·lariallt\Ll no Es tado
de Minas Gcracs, o illusll'e e11 ge11h eiro Cal'los I inlo de
.\lmeicla , le11le da E cólrt el e Min as , cl esco br·iu a pLatina,
metal pr·ecio: is. im o, de mais val or· qu e o oir·o, não :encl o
muito t;O mmum em lodo o n111nd o - « mre<onlr·ado em um
cascallro qu e cobr·e veios de qual'lzo lurmalinifei'O, entr·e-
. mead o: ele um schi to nr·gil oso J>. (I )
Como nos ri o. , o!Terece a nalur·cza na pt·a ias e t·ochas
opulent os lhe ·ouros !
~\ mona::;ita , po r· exemplo, apr·eciaclo melai a que a in-
du lt·ia lcm cl;tclo, entr·e nó ·, impor·tantes applicaçõe<: ,

(1) A proposito da coufirmaç;io da importante dcscobuta d 'esse metal


em outros pontos de Minas Gc1·aes ,lemos que «o sabia p1·ofcssor l-lu -
sak affirma que no l'io Auaété a platina provém de rochas com oliviua,
como na Russia ; qu:mto á da Conceição c do S ert•o, 1-lus ak e o
D• Co~ ta cnna admi ttem que o metal é originaria de veios de quartzo ·
turmalinifcro, o que c uma novidade scienLifiCa, porque até hoje se sup-
punha que a platina só se ac]Hwa dis eminada em arcins provenientes
da dcsaggr~gaçáo de rochas antiga s (Serpentinas c Diorito ). »
2 12 NO S. A PAT R I A

entre as quacs, a de pl'ocl uzi l' a l u~ inca nd ccnle, em


combinaçilo com o ga~ c:nbono exlr'ahicl o do carvão
de pedl'a, podend o cl izel'-"e qu e « é o 81·a;il qaasi o
wúco jornecedo1' de La;:; ili CCJJICLc cenw oo nHutdo ~.
abu nda exlra ol'cl in il l'iam nl e no 1-:l'azil, pl'in ·ipa lm enle
nos Estado do E pil'ilo . a nto, Uahi a . H io d Janeiro e
i\·li na ;cl'n e· , fom cndo a" al'cias que :1 co ntêm, um-
llr a ntes a pui'O oil'o 111 pó, ca i'I'Cg"il nwnlo · olo sues a
navi os quo as co n clu~e m ü Ln glalPrr·a ' no,; E. la dos-U ni-
d os ela Am c,·ica el o l'\ol' l<' .

H. I ~ I N O .\ :\T I M.\1 ,

Não é inl'cl'ior· aos ouli'O. o I' · i11 0 a11irnal IJI'azil eil'o, com
: uas va l' iadi · i mas . p ' ·ie;;, que r xl'cdem, cerln mente,
á. con hecida: no · cl crn ai;; paizcs, om :1 YU r1lng·em a inda
ele não vivel'em em noss:1 · l'l ol'e. Las o. terl'i vei a nimae
q ue c enco ntl'a m na t\ sia u na .\ l'l'i ·;r .
N:i o po. . 11imos, pol' xcmplo, o alti vo e po:. ante lecio ,
nem n fel'oz hy eno, o Lypo
d:1 CI'U Ida de.
A mais temida fér·a bi·a-
zil eir·n é :1 onç-a, de que se
cnconti'Uill d iiTcr·ente · espe-
cr · ..
De1 q uacll'u pcd e. , ex is~em
num e1·oso ti pos : o boi, o
-cavall o, o vead o, a cab l'a , o cal'n eiro, ele., ele:
De r· plis conh ece-se nolavel divcr idncl e - cob ras, por
exemplo, alg um as veneno issima , encl o a mni temei·osa
pela co rpul encia e força mu scular· a -- acaraiüba -,que
habita os grand es rios ..
Heferindo-nos ;i cobl'a , mencionaremos seu in imigo
I'H.O D CÇ' ÕE .. E IU Q EZA .. l\ATUH.AF . 213

11nlo, o teiü u tejuas. ú, c pc ·i d e calan <>·r·o, que Ih não


Leme o YCIJ Cll O : brio·n ar doro:arne nLc com a cobr·a, e,
quand o e : c rll c l or' cs la 1n or did o, Yae ao mallo. em busca
d e um a hcrva d' cll e co 11l r cida , c0 1110-a, como conlf'ave-
neno, e v,> l ta a l u la cn car ni(:ada, ·ahi1rd o as m ai das
Yezes vi ctori oso .
Com I'O ia ~·ü n ao - i n ·cclo , n nhum paiz 1 o mundo o
po , uc de lÜO prodig-io as C pc ·i . , n 111 LL\ 0 l'lf)'InaCS na
l'ór·m a c nas ·ór·es . Grand e num er o d e n;llu r <li islas j á lêm
Yi itado o l ;razi l m bu;,ca de borboLeta , be ouro , ele. ,
lJLIC vend m na E u r·opa por vali o ·o preç:o , para o·
\lu eu c as ·oll 'ÇÕCs pa rt i ·ula rc ·.
E não üo as l'órm ns
a ' CÓ r c ÓIl1 ! I lO!
T mo , p r e x m pI o ,
a vali osa bor bol · la com-
tnumm enle ch ·lm<lda pot•tct-
e :peLhos ('l) Lüo inclu slri osa
quanto o cham ad o bi cho da
eda (bombyx mo1'i) , d a
\ ·in, Lambem jú aclim atado llorbol ~la poriii·CSpcllws.
entre nó , 11lli vad na am or eira, no · E Lado do Sul.
A ed a brazileir·n j <=i foi , ele uma feita , mandada ann-
lysa r em Pari · e L~rt:'io , << sen_do con icleracla enü·e as
primeir·as p eLa ua aLvura , teiwciclacLe, aLongamento
e esp essura do fio (2). >>

(1) ·cu no me scientifko é Satru·nia Jtn.-vota. É uma bclla c grande


borboléla, ruiva -escuro com yarian •cs cinzento-claro, tendo uma grande
mancha em fórma de olho, vermelha e azulada. no centro de cada aza .
(2) Em intc r~s ante estudo de Pii'CS de Almeida, a r·e peito, lê-se:
" Em 1 15, cr·a a penas vista e o b crvada essa borboleta nas proximi-
dades da E;..; rfo'ja da Penha. na, cnt[L() , P rovincia do Espir•ito :-11llo: doi ·
annos depois, o "o,·cm o animava com c.:rta qunntia a Paulo Fer·nandcs
Viann a c a Vieira, da Vi ctoria., pelos estudos praticos dll seda indigcna ,
havendo a.té quem classif'i ca se, n·• 13ra zil, sete cspccies de S atttrnias
seriyenicas; em 1825, uma sertan'lja enviava a D. Pedro 1•, larga faixa
d'e c tecido indigena, com que o Imperador galhardamente voltciava :i
cinta a ·ua pczud a ~spada de gala; affirmou-se mesmo que no segundo
214 NOSSA PATRIA

Qunnlo üs aves, que bellezas indesct·iptiv eis os tentam


na mult.icó t• e enca ntadpra plum agent c no deli cioso canto!
Com muita razão diz \iVappeu s em sua pt·eciosa - Geo-
V''aphia elo Bl'a:;il, qu e « na classe ela.- ;~vc. é o Bt·azil
um paiz verdadeit·ament e pri,·il cgiad . .\ cxuberancia de.
s ua faun a ornith ologica se r;a t·; lctcr i::;a tan to pela vat·ianle
dns _fórmas e có t· da p lu m:-~g-e m , co tno pelo ca nto e h_abitos
sin g-ula t·cs de seus mul ti plos r·epre-
se tJt<lnlcs . .\ in da qu e mu itas espe-
~.:ie ·ej a111 communs a, outt·os paizes
am eri can o , il heJJr z <~\cJ L\S Cô t·es 8 tf
f) ri g-i na lidarl c n;ts l'ó rn1a,· se accen -
luam es pecialmen te nas aves do
Brazi l. ''
· D'e ntt·e o:--: ;l prccind o. ca nlot·e ·,
Antonio Go n~· a l vcs Dia-;.
notnr emo. o canal'io, o ca,·cleal, o
bicudo , o cu l'ió , " _palatiua, a co-
Ntüna, o sabiá - in pir·ado r· dos poeta , cantado por
Gonçah·es Dias, entre outr·o., na populari ssi ma poesia :

CANÇi\0 DO E:\..lLI O

!\•l inh a Lerra tem pa t meit•a:;


Onde canLa o sabi a,
As aves qu e a qu i g rge iam
Não go t·geiam co m o lá.
Nosso céo Le m rna i:; es t r e ll as 1
No"sas vaneas tém mais n&t·es,
Nossos bosq ue. Lém ma i-- vida,
Nos ·a vid a m a is a mores .

reinado, muita s da s vi tosas colchas q ue ~c - armavam its janelln s , nos


dias de festas relig iosas , eram de produ cção, dobag-cm c tecedurn indi-
gcna . Entn:tanto, apczar d'cstt~s tüo ani madores ensa ios , continuamos a
importar os lcr id o~ do Bombyro IHOri, um do ar tigos que mais pez~m
em a n o~sa balan<;a cconomica. E, peior ainda , ning ucm cogito u em crtnt·
o porta-espelhos, que deve set', em vit·tude de seu indigen ato, menos
s uj eito ás molcstias que o Bomby x mori (Pires de A lmeida, Almanak
Garnie1·, 1908) . ..
I'HODUCÇÕES E RIQ EZA . NATURAES 215

· Em scisma t', só ·inlt o, ri noi te,


Mai s pt·aze r· c n contr·o e u lü .
l\ l inlt a le tTa tem palnt cit·as
On d e can·ta o sahi:L

l\linh n Let' t'a tc tn pt·im o t•c ·,


(~u o tacs não cnco ntt·o cu c:i ,
Em sei ·n ,a r, ósinli o, :·L no ite ,
Mais pn.1 z t' cn ·o n ir o o u lá ;

i\l inha te r•t•a tem palrneir·a ,


011dc ·anta o ::;abiü .
t\ ão pe r·mitLa De u· qu e e u m o t' t n,
em qu e volte par':l l:t ;

e m qu e d es l'r·ncte os primora.-
Que não c nco ntt•o po t' cã;
m qu·in da :tv i 1 a s pnlm c ira ,
Jnd e cn nln o nl iü.

***
'obt·e a aY c~. l'at,;nm o <tinda uma li geira rcfet·encia no
curioso pn.- ·ar·o L[ LI C lr:tbil.n o ai Lo ·erlõe'. do Pat·á c elo
\mazona., o- go/.lo ela erl'a, uma Ycrclad cit·n e pecia-
Jidacl e, p la encanl<:~ cl o ra plullwgcm , eus habilos, c por
er muito diffiéil apri sionai-o.
Leiamo· o que no diz Bac nn, en.t ua ChoronTaphia :

" É be ll is i mo rHt•e todos os pas5ar·os do set·tão do Par:\. o


denominado gallo da serra. O eu vulto, rn iliol' que o de um
pombo, é emp lum ado de bt· anda có r· de oiro b!'ilhante e a c t·ista
levantada da mesma cu t', e nfeitada d e uma orla de vermelho.
No vôo, tt·an sce nd e o maçal'ico te:-tl, e o seu canto assemelha-se
ao clangot· ngudo d e clarim mavorcio.
E ste passa r·o lavt•a o nir~ho de tena no intimo reco n cavo dos
penhascos, ou sobre a su perficie das serr•a s , esteja ou niio es:::a
sup'erficie vertical ao h otis onte; e fica tão dur·o, que com
sobeja difficuldade se póde d esman te lai-o ; sua figur·a tem par·c -
cença de um pião de guar·ita de mur·alha.
Estes gal'bosos passaras té n1 o uso de sahir·em uma vez no anuo
21G , NOSSA PXrt 1.\

d o se u hab itual r ecesso e a p p:tr'C e m no co n to r' no das parage ns


habitadas. Os caçad o r'es r e fe r'Pill que elle · <: o~ Luma m pousar· nas
fr·a nças ele qualqu er a r·vore el e e m p inado to pe , c d'ell a descei'
-a lg uns para fo1·ma r ao pé da m c::: rna a r"Yore um le rr' e irinlro bem
lim po, e m tor no do qual d e ix a rn r·ernan c r· cer·tos peq uenos
arbu stos, e m c ujas ha s tes c mpolei,·am-sc, c al lc 1'11os pa sa m de
um pa r·a. o utro a r' bus ro, c d e sce m ao l!•l'rei r·in lr o, o nd e travam
ligeira d a nça a té ca. nça. r' : cl e poi r· mon ta i!\ :'t f'I'C nh a da arvor·c,
da qua l se a 1'1e m essa m o u tr·os pa ra exerc11 a r·cm a m esma co r é a.
gen'ial. Tendo todos a caba do d e b r·in r:a r , :l t' t·an ca m d'a lli deixando
ur n companh eiro d e at:da ia , o qua l r:u·a~ yczcs a ha nclo na o Jogar
a n tes de se 1' s ubs tituído : e se a o n tc ce <J il C o çaça do t' o mata,
ou s i e ll e pr o prio se au e n ta , os ;;ali o~ e legem logo uma outr·a
a r·vore.
E st es pa ssar es à o mui vari :11·eis no ali rn e n t o : diar·iamente
b11s cam c ibato em tocl a s ·as :uvo t•es fec und a . _
O des u·o caçad or, para os pt·ea t·, tece laços mui s ubtis_no m esmo
loga1· que e lles pt'c pnt·a m pnr-a os se us bt·in cos , o u e spr eita a oc-
casião e m qu e e ll es orozam as de lici as d o ba n lt o nas co r r·ent.es
junto aos pe nhascos, :'t so m br a dos q uaes lh es tu pontaria para
que lh es ch eg ue o t it·o . E, quai1do pot· qu a lqu e r d' estes modos
na da co11segue , m e tte um pe dacinlr o de fo lh a d e ubim e ntr·e ·duas
palh etas d e u nr·u m:'t, e as a.ppl ica ~L bocca e asso pt' a d e tal sorte
· qu e arr•e m e dao ca11to do gallo da ser ra, c po r· e s te r ecla mo obt~m
qu e a ave se app r oxi m e e ve nh a a se r- vi c tim ;t do s om da morte.
A fe m ea d.-sses passaro s é totalm e n te dill'c r·en to na có r das
pennas; confunde-se muito com ,u ma ga l linh a pr·eta."
Dar'inm, egualmenle, ensejo a la r·gas r·eferericias os sa-
bor·oso.- peixes , el e var·iegadas 'côres, que povôam em es-'
pr.cics infin itas nossas aguas mar· iLim <l S e fluvi aes, como,
por exemplo : o pira1'ucú nos gra nd es ri o. el o Pm·á e do
Amazonas, c o s'urubim no S. Fra ncisco, ambos ele laes
dimen. ões e em tão pr·odigiosa qua ntid ade, que, pelo
menos em lodo o Brazil , poderiam sub. Liluir, co m r·eaes
va ntagens, o bacalhau, que imporlamos em larga es-
cala ('I).
(l) Heferiu·nos pess&a fidedigna que só na fazenda Utinga, à mar-
gem de um pequeno bra<;:o do S . Fr·ancisco, ccrcn. de seis leguns dn
Cidade da 13arm, no Estad o da Bahia, j tt tem acon tecido pescarem- se
de um s6 lanço de réde, das chamadas de ar·r·asto, muitn s cen•.enns de
B!trubins.
Tu cA No .

CA RD EA L .
PH.OD CÇÕES E RIQ UEZAS NATL.iRAES 217

D eslaca r e1no., por ém, L1· s Lypos apenas : o poraqué ,


c o cat' Cll1Wt'ü qu e YiYern no. r ios elo norte, e a baleia,
que, nuo SC IJ([ O [)1'0[ riam cnlc um p ixc, é O ma iOJ' habi-
lUIÚe el o Ocea JJO.
O poraquf, v ul g~u ·m e nl co nh ecido por - p eixe elec-
trico - , é C<tpa z du f'ulmi JJ<! J' u1 ll
h om em p el o si1npl c: co nlaclo .
Se o pre tc ncl ei·c JI J rnal<t i' co m
um in. Ln1 Jncnlo d o !'e rro ou cl c
aço , ex cellunl ~ w ncl u cLor e cl
elecLri <.;i dad c , afllrm a-se , ao .pri-
mei r o m oYi J!lCillo n' sl e se!'J licl o,
O jJOI'CI CJ Llé, SCIIl (jll se j)O :a l'o r~qu é .
vilar , l'adt co 1n 11111 ·impl · es-
lrem c<.;im en ln d e "cu co r p <.;a iJ ii· longe :1 a J'ma offens iva!
O Dr. L•'ran (;i. w d e Ca tr o rt ssim r efer e ao p eixe
electl'ico:
,, Este pe ixe habita os lagos , igarapés e r ios da Ameri ca m e-
ridi onal, pr·e t'e r ind o os prim e ir·os e os igar·ap é , por tPrem aguas
menos mov ed iça : c e n co n trado, poré m, ma i par·ticulr•rrn ente
nas .pr·ovi ncia- do P ;HÜ. e Amazona·, o nd e e t h e dá o nom e de
poraqué, e o:; l• a ahi e m g rand e quantid ade e de todos O!' tama-
nhos , c hegan do a lg uns a te re m 5 e 6 pés ele comp ri mento e q ua ~ i
meio pé de diam e tr·o na sua ma ior g r·o s ura. A CÕ I' da pel le é
Jli'eta, ex cepto na pa1·te inferio1· da mand •bu ta , e por baixo do
pescoço, qu e é de u m bello verme lh o. A sua co nfi~ui'a çüo en1
ge i'a l é co mo a das engu ias , pe lo qu e os fr'" ncezeE lhe té m c lta-
In ado enguia electrica .
Jem a prop1·ie dade fulminante em a lto g r·áu . dando c hoques
ou co mmo ções e lectr·ica vi g o r·osa :; nos seus inimigos e em LUdo
qua nto o tóca, por l'ó r ma que abate c fere de torpOI' inevi1avel e
tempon1 I' io, n~w só os pe ixes , como Lambem os homens e os ma .s
anima e·. Q uando · a desca i'g a e lecti·iea é muito for·te e o to r pot
pi'Ofundo, se ndo ao me mo te mpo di 1·igida sobr·e algu m ou a lguns
dos orgãos importantes e e s:senciaes ;i vida, acontece a lg umas
vezes s eguir-se a mo r·tc, a qual obcevém e n'l'ão pOI' a:sp lr yxia. O
appa1·e lh o o u pilh a , onde po1· uma s in g ul a r fa,·uld,td e este ani-
mal segPega. a e lectri cidade, occ upa. os lud••s da cauda ou I'ah.o,
e toma o volume de nove decimos do co t' po e talvt:z me tade da
s ua espessura.
13
218 NOSS A PATRI A

A sua compos tçao Ot'gani ca é admi t·a ,·cl, r ece be na estt'uc-


tura extraordinat'i s im o num ero de ••e r ,·o , e fina ca r tilagen s .
A sua carn e é pouco ou q ua i n a da u ti li~ada no u. o c ulinari os,
não só por ser mal - aboro a, con o pot·qu de co ns i te nc ia mu-
ci laginosa, e de c h e iro d e a lg u ma so t' e desagrada,· I. ·•
\ outra c~p '('i •, hal1iLa nd o l ambem
o g-rnn drs ri o" da '.\ 111ilí'.Orlin , cara-
nu u·ü, . eu noml' wpul a r ( I ), é no la vel
peln . in g ul ari d;1cle e i mpnrl:1 ncia pal'a a
scicn in .
.\ .. im o de'. ·r't'Y o "ahio Dr . Em ili o
Goel cli. nal ur alisla ui s;:;o que pre. Lou
reJeyanle. erYi f:ns ao Brazil (2), mos-
Erni l io Gocl lli .
l rnncl o-- n imporl:<rH;in e o ,·nl o1· . cien-
tifi co do exqui : il o peixe :
,, O pe ixe amazoni co qu , indubitavel m e n te, to m, na ac tuali-
dade, o mai o•· inte r e s e pat·a a i nc ia, c, p l'la n to, tambom
pat•a nós no Mu eu
Paraense, é o Le-
piclosiren par·ado-
xa, do qual damos
ele JH'opos ito uma
es tampa qu e acom-
pauha estas in tt' uc-
çõe , n o inte nt o d e
chamar a atte n çiio
g e ral d o povo so bre
esta sin ~ ulat· crea-
tu t'a, qu e p a r e c e
ainda tü o t'at·a, c na
espe•·anc;a de fa cili-
tar assim a proc u ra.
Foi o naturali s ta Lcpidosircn Para d o ~a .
Jolt an nes Nat t e rez
q ue, e ntre 1817 e 1835, descobt·i u o Lep t:do siren, obtendo um
exempiat' n'um poço, perto d e Dorúa, no rio Mad eit·a, e outt'O,

(1) Sua denomina ç:'lO scicntiflc:t é lepidosiren paradoxa.


(2) Além do. set·vic;os a que j:'t fizemos refereneia no capitulQ Jil, o
Dr. Goeldi foi, dur:tntc muitos anno , director do nota vcl Mttseu P a- ·
racnse, que em 1900 recebeu a denomina<;áo de Mttsctt Goeldi, que clle
PH.ODUCÇOES E HI Q ' EZA . . NA1 U H AES ?19

a c im::t de ·ll illa Novrt, na I c alidad e qu e n'a quel le te mpo era


conhecid a co m o no tn e d e Cararcwc à. O primeiro e maior m e-
di::t 0"', 92i e o s " und o , o mc tt Ot', s6 33 centime tros .
Um lan ce:u· d e o ll tos sobl"e ::t es tam pa mostra um an im a l c o m
a fó t•m ::t de e n o-ui:t , te ndo , pot•l m , o ·o t'J o todo t·e,·estido d e es-
c am as e pos - u ind d oi pa t·e d e a pp ndi ce:; fiag_e llifot·mes, apt·e-
se ntand o e xt1' tnHlatlc. em e ·tado ru d it ne n ta r . E notave l a d e n-
tadut•a, ofl'e t·ec ndo na ft •ente d e n te CJ UL' t ê m I a - ta nte sim i-
lhan ça com os in c i 'i vos do. nta m mife t'O . :\ cü r c um c in ze nto
brun ::tceo esc u t'O, pux::tnd o pa r::t o azeitã o, o m alg um a ma n c has
pequenas e clara . O s ol hos são m u ito pequ e no :;. U11Ht ve nlnd e it·a
m ediana i n in tet' t'OIIIJiida gua rn ece ta n to a m ta d pos te t·iol' do
dot·so, co mo d o ab d o me n.
Refe t·e Nalt I' ·z q u e os habita n tes d e Bo!'lJ::t d esig nava111 o
· ~ nimal pelo n o nt c t t·i,·ia l el e cat•amut·ú e info r ma qu e é e n co n-
tt•a do n os log;u ·e:; on d e ·e co. tuma macera t' a mand ioca para o
fabri co d e fat·in ha cl'!l g ua. J ul g a e ll e que o s in g ul a t· pe ixe se al i-
menta, prova,·eltn e nte , c o m taes s u b tancias vege taes . "

E depois d fazer l:nrras I'eferencia a p [Ui zn de na-


tm·alistas extrangeiro: , ·obre spocie · el e Lepido iren en-
co ntradas em outro ponto ela Ameri ca el o ui (P a 1·aguay),
conduzidas ao mu eus ui·opous, todas , po rém, clifTei·enle
ela ela \mazonia, da q11 al « nanca foi am exemplar vivo
para lá , » a ·i1n conclue o Ynlio o e Luel o :
" A importan c ia q ue ao lepiclo ir en cabe sob o ponto de vi sta
scientifi co , é d e vida a u::t pos ição isolada no sy te ma ic hth yo lo -
g ic o, ao co njun c t o de eus ca t·a c te t·e anato mi cos, que o col lo-
ca m na zona limitt·op he e ntre p ix es e amp hibio··, d os q uaes o
mais saliente é a po se d e um pai' de legitimos pulmões.
Q uem d escobri se, aq u i n a A mazo ni a, onde o lepidosiren
fósse e nc ontrado regu la t·m e nte , e n os m e ttes se na s pi s tas d e tão
in t er·essante pe ix e, prestal'ia ao lvfuseu Parae nse importantis -
simo serviço . Valet·ia a pena d e u m te le gt·amma es pecial de

representou dif'l'crentc ,. zes. com mui to brilho, em congre sos cienti-


ficos, na Europn. Deixou a direcçúo effectiva em 1907, po1· motivos de
sa úde, recolhendo-se á ·uissa para onde levou o ti tulo do Dir·ector 1-/o-
llor·ar·io do Musett Goeldi, confei'Ído por decreto do Governo do E tado
do Paril o com a faculdade de representar o Mu seu, n'cssc carnctci', na
Europa.
2:?0 :-.1 0 '::i .-\ P .\ T I { I.\

avi,o . O Nluseu Pa1'aens e in de n11 1i~:u · ia, d e bo 111 " I'ado, tod as
bS

es peza - qu e , d e siutilhan te ca ·u, pode ~ c 1n I'C~ u l ta r· ( I). "

Quan to ü baleia, qu o 11 1 ·d o llllli lll" IIH'lm · do ~.:o mpri­


m enl o, l;"to al!c rosn c co l·ptli t·llla !Jite para se r desm.an:
clwda ha II eccssid :td e de c,;c;Jd;, ... , " " ,. \·i,.!: l ·osla d o
Brazil m dt:lel'lll i-
nacl o tempo.
d ia hnl,i!a , · d(•
prel'cren ciu , u,; r c-
giõe.' i' o I a ,. . , ti t'
ond e YCm , em ca i·-
clum c., em ~.:c ri a,;
cpoc h:~ :;, P ' 'üt.: Lil':JII -
tl o n ~· ua s de rcgiõ ,;
mai qu enl • , p:11':1
poder e ri:~1· os li -
lh o ·, e ,. ~Te.. a <1
.I seu. domi ni o._,, lliLl ll· Bale ia.
I
do lo:; jü e lüo 1' 111 con di ·rio de Si!JlpOrl :l r n ~ l'rirridas .
. ·ua pe ·ca , no Urnzil, l'az-s hnj c prii iCip;\lm cnle no
·i E!' !ml o ela 13ahin, ond e !'ÜO c n co ii i i ·:HI:~ s m ~Tancle quan-
Licbd e ele Junh o " I > z In iJro, c prop01' ·io 11a qLw nlio os
lu cros no explorn d or es.
Y r lld om n C<ll'II , qu é prcla o por muila g·enle ap re-
ciad a ; da gor d ura , •m CJ I!an l idnd o eo n id cr aYel , fazem
nzcilc pam iJ Jumi ll a\{;lO C OUti'O · li SO. , <í[) rOveilan do-se
ainda a. barbntn1~:1 : o o inl lll On:;o O!'qu ol clo ptWa dive J·so
!In indu slri nos, além do e. p l'lnnc 1 , q11 · lh o ex!.rricm
ti o cer eb 1·o, para I';JIJri ·n~:uo do vélns.
Até ·18G2, a cidad e d . ·. S:1lvnd or . por xcmpl o, capi-
tal do Estud o ela Bahia , ora illumina cla a azeite d e bal eia.
Em l'npiclns pal av ra. , cla r-Yo. -omo um a Ji ..·eirn noticia

(J ) ll•>le1im do ~lu scu Pn raen e (hoje 1\lu eu Goéldi) de l-lis ta ria


Natural
c Lthnoómpl11a . - Junho de 190G, 1'01. !•, u• 111.
PR O DU CÇÕES J·: J{I Q ' J·: ZA.' NAT URA E . 2t l

da pe1·igo n pc ·ca , a rim d e forma rd es umq id óa appr oxi-


m acln ela ousad ia el o· qu ,.,-to 1 •r scg ni1· o L 111 roso ce la-
ceo, um as vczt' den lro lllt's mo da va La b~ hi n ele Todos
o anta , ou il·a: - l'ó ra d:t barr a , <"' 111 pleno Occnno.
mn vez aY is lnd n, :\l ll l lllltia nclo-. pnr uma po~l e rosa
l'llbanacla , qu r f;tz Yi r a to JJ<l ~e u 11 gTo do r. o , ou 1or· for-Le
-sg·ui cho cl , agua qu <' lan<:a no ar, o: p scnclo r e fazem-se
no ma1· n lodo o pa!Jilll, Jl:t. r s'prrliYas !JaLeei ,•o. .
Ounncl o s C'Jll' nnlram ·m posiç;üo rt pro pr i;lcl a, o h omem
do fll 'fJCiO, il' p '• 11<1 próa , ct li ra '0 111 Inda n co· uran ça o
alind o inslrum r• J!In so h1·c a h;l lei<t, fJII C, f'cricl<l , pnrle n'um a
c:m· ira im pct uo- <1 , <UT;t-.La ncl o " ·r i igin osam c1 te a ba-
l eeira p lo xl c n o c· g ro!'so c< 1bo qu e pr ncl ao arpa o.
1\'e. lc m omcnlo os co r:1j o:o pc,;cad o r •s l'az mel e c 1· a
!Fancl " <' la cl:t mi •;1 1Ti1 (; ào c I •ix ;1m-. c co nduzir pela
baleia, nlé CJII t' cs l:1 , c<~ llÇ; arl:t c .-enlind o a · cru cinnLc.-
dõre. ela f riJ a, Y:JC JIOU ·o :1 p OUCO p rd end :1 ~ f'OI'Ç'a ,
emqu nn Lo u ach· r~a ri os, ap roY ilnncl o o m omentos,
v ão colh endo a cnrdn para lrnz 1-rt junlo ri embar cação.
\ •l o1'La a b;tl cia, um do lri pu lan l s - o nw ço d'armas
- m crg uiJ,a • Yae ;1ll1<1 1Ti11-n n muitas b1·aça de pr ol'un-
diclacl e, oncl , gc rnlm enl , v· 1· ·aclo de imm en o c
voraz . lubnrõ •s alln1hicl o pelo. nn n·uc ; e pr c a, cnlüo , á
hoi'Cia da ·úaleei,·a, é co nci11Zicla para o to!l.(l'acto , co m o se
clc nominn o lor•:t l' de. linad o tí de mancha.
T1·atancl o d o grnn u c Lac o, não podem o deixar ele
l'uz I' uma 1·ef' r - ncin :í sun n t.nv I e proverbi al cledi cnçào
n s fi lho , a 1·e 1ciLo da qu;d H ha PiLla, n'um a l'uliz
exp1·e são, diz que - « o wno1· que e te monstro tem aos
filh os é tamúem nwnstl·uo o ».
r\ propo i to, ob. CI'Ya C"iCI' iJlOI' qu e « Lod o os pesca-
11111
cloro <;ÜO unanimP.s - m p1·oclam:.u· o enl1·anhacl o aiTeclo
d -cli caçüo carinho ·a da baleia pa1·n com o filho. O m on -
t1·u oso ce tacco é t.ambem o vmbolo do amo 1· ma lemo. Pelo
filh o, acoba1·da- e, pad ece" r e ignada, sac1·ifica a pl'Op l·ia
viela . POI' is:o, quando o madrijo and a acompanhado
1'\0 S A PATRIA

pelo baleara, nt·póa- se e le leveme nte, porque a ·si m se tem


. a certeza ele mat·w aq uelk m muito ec;-
forço. »
\ em a propoj Lo fazcr-Yo on hecet· um ~
beiJ a prôdu cçi'\.o rl o deli cado poe ta João de
Bt·ilo, qu e n o ~ Ycr;;;os srguin lc· can ta pt·i-
morosamenle o nmo t· mall' rn o elo im- ·
J oã o do Bri to. m nso cela ceo

Descob t·i nd o cu dot· o d cnegt·id o,


Como ilh a 11uc tu a nte , sut·ge imm cn.·a
Uma bal e ia ao lon ge, e com ruido
AtToja d'agua n o ar col umn a d n a .
Ve m ao lado do filho, qu e e tt·em cc ,
Que a ca t·ici a c he ia de tcrnu t·a,
Desce aos nntt·os se m luz , on de ellc de -ce,
E, s i acaso o nã o vé , doida o pro c ura.
N'aqu e lle seio um co t·ação palpita
Com desvel o ele mãe; a natut·eza,
Q ue n os ca pri c hos most ra-se in finita,
Quiz e m um monst ro pt·ovat·locla a g ranel za.
No e mt nnlo, os le nh os j~L na ,·ega m pc t·to ,
E cada qu a l de manda o balca to,
Que imme t·ge , ·urge, bufa, salta, es pe rto,
Mas foge timido ao me nor contaclo.
Como se de um si phüo in ternam e nte
Dispuze se, ev itando o choque á vnga,
J orm-lh e a mãe na fa uce o le ite qu en te,
Que co m sofTreg uidão ligeiro tt·aga .
Po t• b1·aço li e t·culeo e dest t·o sacudida,
Crava-se n' e lle a lamina fa t·pada ;
Apenns se nte o mi sero a fer·ida,
Geme, c pal'lindo solta a t•abnnada.

N ão o egue um vapol' n'essa caneit·a


Do corsé l de ivJazeppa, enfurecido ,
T1·ansportando s e m vóla a baleeit·a,
Que ostenta o at·poador na p1·ôa. erguido.
PROD . ÇÕE. E RI QU EZA S NATURAES 22<'

Vae co'o fil ho a ba le ia jun ta mente ,


E, se m esto n ·o ac!ta r de i deante,
Agot·a espan ca o ma r· co'a c auda ingente ,
Ago t·a e erg ue, cáe, tot·na oiTegante.

Do cur o impetuoso o fi ll1 o ca nça;


E e mq ua nto a mã e affli c ta a o peito o cinge,
No fl a n o e mbe bem-ll 1e ace rad a lança,
Rompe e m ja ctos o ang ue e a onda tin ge.

F oge a de ,·en lurada, e nlouque~;ida,


A b1·amir, e m pa1'a 1', ,·ae lo nge , volta,
Q ue t' morre t· pe lo l·ilho, e ex pond o a vida,
E braveja , t'e lucta, a vê t' se o sol ta

I m po . iv e! ! o gol pe repe ti~o ,


P õe- na d e novo em fu ga. E ' an lo o inte nto,
Mas o vigo r ' e exgotta. Atroz g e mido,
J roximo indica seu final momento .

Faz- ·e preciso en tão te l-a segut·a,


A I'póam-na lambem ; já ' po uco e nte
O a!'pfto te naz: a magua que a lot·tura
Pot• nã o liv1·ar o fi lho é mais pu nge nte.

A bo1·do do ba ixe i t•e in a a alegt·ia,


Mas e m volta a trist e za se de rra ma,
E o mar se mud a, no esple ndot· do dia,
Em n eg t·o palco de um tet•t•ive l dra ma.

A bale ia, o colosso do Oceano,


De cuja bocca o sangue em ondas corre,
Volve a o filho, inda vi vo, um olhar humano,
Estreb uch a , vacilla, a rqueja e mot' t'e.

Pr·een che t'a a missão a mã.e ' Ublime,


lmmolada do filho na defes a :
E o r e i da ct•eação, o heróe do crime,
Co nte mpla, e xtasiado, a enot·me presa!
Capitulo XH

Vias de communicação fluvi a es, m a ritimas e


terrestres.

Como nenhum outro paiz , o I l':lzi l é cl olnrl o de Yi ns na-


lul·aes de co mm uni caç:io , por uma cxl 'n issima rêdc de
cauda lo. os 1·io , qu e COI'lam l<u gamcnlc o ICI' riLOI"i em lo-
das a di1·ecções. l..éclc estas inlc1· s ·::w lc · r ' I"CI·encias de
compelenl - c1·iplot':
« Pm·a se chcga1· n comprehe; ncl e1· n ad mirnYel L eia de
vias de communicaçtío qu e a natureza prc p ~u·o u na zona
centraL do I J'azil , é preciso vêr a ca rta da \m erica do sul
c es luclaJ' a llenlam nlc seu s;,rslcmn h~rd ,·onTap h i co .
Não ha em pa1·Le alguma , me mo na _Am cri ca do NOJ'lC,
rios como o \ mazonas e o Paraná - Prata . O Mississipi-
Missour·i é muito inferior ao Am azona. ; o . Lourenço
mesmo, com eus beiJos la gos, não vale o I !'ala en,·ique·-
cid o pelo U1·uguay, pelo I a1·aná' c pelo Pm·agun;,r. Os gt'aJ1-
cles al'fl uenles do immenso Am azonas con Ycrgcm pa1·a a
ilha de Ma1·ajó, como as gTand cs linhas de camin hos de
ferro fran cezcs pa ra Pa1·i ·. E ·ta maravilh osa o1·i e ~Laçã o
hyd ,·ographi ca repele-. e em men01' esca la no i'vlaranhão :
seus beiJ os rio , navegavei · a vapOl', convc1·g·em pa ra a
ilha S . Luiz, onde se acha a Capi lnl.
Em nenh uma ou ll·a ptule do mund o exi stem rios q ue
pm·ece lerem sido l1'n ~ados , como os cam inh os de ferro da
França, po1' um cor·po de engcnhei1·os, sob um j)l'OgTa mnHl
de cen l1·alisàção eeonomi ca, linanceil·a c adm inisti'aliva ,
perfeitamente meditado.
Na bacia do Amazonas perCOI'l'C-se : de Belém a Manáos
YIA DE CO ~·I M NICA ÇÃO 225

- '1.720 kilomctro s; c! Mnn<io. a !quilos (r·i o Solin1ões),


2.260; ele Man<io a . 'anta Izabcl (ri o Negr·o) , 780; de
Mando a Hyu tan:\lran (rio Pu rús), "l.800 ; ele Manáos a
. anlo Antoni o (ri o ~l ad e i ra), 7 O; ele Bel ' m a Bayão (r·io
Tocanlin '), 260 ; el e Lco pold ina a 'anta :vlaria (Tocanlins-
\ragua~' a), 950 : - a eno rm e ·irra de 8.5-0 kilome-
tr·o !
I~ pr·eciso nol<t r qu e n' csl ' res um o n5.o Lá co mprchcn-
clida a nav g·açúo :d o Gt,o_pore, alllu cnl do Madeira que
Yae até ao c ntr·o de \ln lln- ;r·os-;o , n. vcó·nveis ambos por
li .334_kil omclros: do Ta_pqjó e. us a fllu cnles; el o Xingü,
c uja nascenl ::c a ·!Ht muit o perto el e Cuyabá, capital ele
Matlo-Gr·o s. D; elo: aiTiu c11L s do 1raguaya , co mo o ri o elas
1l1oi'Le que descrn i>o · n de;ullc da ilha do Bananal, po-
dend o r· nnv g:td o por bn rco a vnpor· de um melro el e
caindo .
Dev - nol;u· ninda qu e o ri os lo Brnzil lém linlu:.1s du-
pla e Lr·ipla. cl JHtYcguç·J o, por cau sa ela quantidad e enor-
me de ilha s, I fu ro (c<tna c ~ entre n · ilha ~), de igcu·apés
que fazem um YCrelaeleiro plano h~' elr·ooTaphi co . \ ssim no
valle do Amazona -, em uma emba rcação a vapor· de uma
ó r·od a na pôpa, 'póde-sc ir· por· toda a pal'le, fazer· visi-
tas co mo e as faz em de cab em Lond r·es ou de coupé em
Pa ris:
Uma singulnridacl elo y Lema h~' el r0°Tétphi co brnzileir·o,
qu e se eleve es tud a r be m, é que Lod o· os affluenles de
cus gr·a nd cs ri os s · entr·ecoJ·tam , ele nwneit·a que é facil
passa r- el e um a bacia para oult·a por· planos inclinados á
nmet·ica na, e po r· meio de canae .
Esluclá mos ele H)83 n 'l 4 um cl'esles exlt·aorclina t·ios
- T aradouro - como são cltamad os no centro elo Bra-
zil, no sertüo, e que se acha muito perto ela cidad e ele Oli-
veit·a, enlt·e as agua elos ultimos aftluenles· elos gt·andes
t•ios I a raná e S . Ft·ancisco.
Em ~'lallo-Gt·osso, o mais celeb l'e elos Val'aclouros é o
elo A leg1'e, descobet·Lo em ·1733, de onze a doze kilome-
13.
226 :\ 0::;. ' A PATH I A

lros, por meio elo qual se imag ina, cl el e o l mpo do Mar-


quez de Pombal , li gar as ag·ua do J r;1ln as elo .\ mazonas.
Execu tando - c lo pr j elo, ra r- . c-ia el o Brazi l uma
immcnsa ilha , e um barco a Yil jlOI" pod ·ri a ir elo I ará a
Bueno - \yres, nav c~· ancl o .. cmpr m ri t1:. , rilJ iros c ca-
nnes. O Val'adow'o el e Ccunctpuwz, cnLt'C G o~· n z e Mal.lo-
Gt·osso, Lem um a e xl e n ~ à o el e 18 c\ 20 kil olllc lrns : Ync do
Sanguesug a, afflu nl c c1 J ri o Pardo c elo P:u·n n:í, no rio
Cwnapuan , nfflu c n Lc d o ( :n xi m c rln IJ;~t·a~· u n y.
\linha elo Praia n CuvniJ:í cliYicl l'- c em cltws ccç-ões:
:Mon te' icl éo a Coruml <:1 ,
:
:u- cx
00 kil fltlldt·o~ : ( :o rumb:í ·a Cu-
lraorditt;tt·ia lin ha lo navega-
yal.:iá, 800 kil omcl.t' s
ção com 3.900 kil om ·•lt·os el e cxl c n. ün, s ·m cnt tl;1t· n linha
do Paraná, d poi:· dn co nrltt 11 cia do ]>araguay até n cala-
. ra cla el o Guoyl'a ou da. ·ew Querias .
O SJ'· lema h;)•elro•··t·aplti co el o nllo J\u·ntJÔ. é u m:=~ ela mn-
ravilha elo Brazil c nlra l, es tand o jó. c Iuci. dn:; n .-cn·uin-
Le::. linh as: I arnnapan ma a J urú-mirit n 20 kil omclros;
Paranapunc ma a 'nllo GJ·anclc, ·J20 kil omcLro : ParanH-
p·anema ao Tibag·y, ·11 0 kil omclro : P:trnt lapancma no Pa-
ran:í, '1 92 kil ome lros; Pn ranli, lvinh cima e Brilh ant e, 52R
kil omclt·o ; M og ~'-G un s ú (Por·Lo F crT· ira a I on lal), 205
kilomelros.
~ preciso ainda adeli ci onat· . a nnvcg·ação el o Ti L;, elo
T i bag~· . el o Piracicaba, do h nh-y , elo 1 iquir~· , elo lguassú
c de uma infinidad e de arlhr en l s ela.- duas rnn rgcn · elo
inll11enso Pnr·aná, que, ob o nome de Rio Grande, pcne-
Lr·a nl.é no co t·açiio de i\ Iina · Gel'aes c m i lu r a . eus nffl uen-
les com o ri o . ·. F ran cisco , o J11editeNon eo Bra:;iLeiro,
que por si mes mo r·iyaJisa em affl ucnlcs nc.w cgaYei a va-
por' com os mais beiJ os r·i o el o Br·azil ('!). »

lnl'elizmenl c, por·ém , nossa navegação intet:ior·, j á mu ilo


desenvolvida, não allingiu ninda a e cala neccssar·ia.

( l) Dr. André Rcbou<;as, obr. cit.


YIA DE CO i\li\•1 N ICAÇÃO 227

Dn longn d s rip 5o, qu fize mos , el as 1·iquezas el e nos o


que1·ido Brnzil , b ' Jn pocl r is ~walin 1· que fuLUI'O gra ndioso
nos e pera , qu a ndo pos:11irmos umn populnção cheia de
in iciativa propo rcionnrl a ú Yas liclüo r!' no so fe racíssimo
leiTil ori o, cli: pundu de t111l ll nav n·nçüo c! S ~ m· o i v id a entre
uas dilTerenl c · rcg-ic->CS !
Que pocl •ra Yir n ser, um dia no o 1:3J•nzil, n om-

REP VBLICA
ARGENTINA

f scala
o $0()

llt·azil.

bmnclo o mund o, quando, co njun clnmonle no api·ovoila-


n1 enlo I'egulai' ele sua mu ltiplas vias natlll'aes ele com-
muni cnçüo, estive1· seu magnitiro ólo s~dcaclo po1· ex tensas
esLI·adas de fen o, pondo em conlaclo Estado com Estado,
cidade com cidade !
Calcu lae ainda que maravilhoso empot·io l'epresenlat·e-
228 NO SA PATRI A

mos, quando. pOt' Lodos esses meio pude rem set· Lt·ans-
porlados os opulentos lheso ut·os elo c nLr do paiz ptwa a
vastissima cos ta!
Apreciae, materi almente, como a Na Lurczn , :íbia e pro-
di ga em benefici o para o Br:-tzil, d i pôz, amornvelmente,
as condições necessa ri a pa ra es. c desidei'Cdwn !
\ êcl e, por exemplo, no. mnppn:-; quP ::tqu i YO damos, o

ConHlwni caç;io entre o 'f'ocnn lins c o S. J.'rnncisco.

chamado Mediterraneo Brazileiro, o famo o S. F ran-


cisco, lendo seu bet·ço no co ração do Eslaclo de Minas
Geraes, que atravessa de norte a sul, penelt·anclo no
Estado da Bahia, orlando-o de . ui a not·clésle, ond e o
cpara do Estado de 1 ern ambuco, seguindo então, mages-
Loso , por enlt'e os Estados de Ala gôas e et·gipe, em busca
el o seio gt·andioso do Oceano, em plena costa ori ental elo
Brazil.
Pois bem : observao o ma ior e mais impot·la nte ele seus
arnuen le?, o Rio GJ'Ctnde, recebendo as aguas elo con-
11•tenle rto P1'eto, que se liga ás do rio Sapão, por sua"
VIA S DE CO i\li\I UN I CA ÇÃO 229

vez. li gado ao el o rio Somno , af!1u enle elo grandioso


Tocanlin .
E a communi cnciio el e que vos l'all ámo.-, por· inleemedio
elo ri os Sapao ·omno , é lan Lo mais nolavel, quanlo a
Na lue zn lh es leu a m , nw na cenle na chapada das
J\1angabeii'Ct , ~ e11 Lre os E t a~l o ela Bahia e el e GoJraz;
pal'lind o o rio .':iomno para a esqu rda , in co r·por·aclo á
bacin el o Tor.:antin, , ro S opao, pura acl i,·eila, Loma ncl oseu
poslo 11 a bn iél elo . ·. Fl'onr.:i co .
D'nhi a con ·lu ·:·to, ain h1, cl ser lodo o nor·el ó le el e
nossa qu eri la P:1 Lria u111 a ilha l'or· m.i l ~w e l ( !) .
E o soberbo 7'or.:an tin. , l .a l'lincl o lo ce ntro elo Estado
el e Goyn z, co rre para o norte, ba nhand o o E stados de
M a ra n~1 :'i o P ara, ond e p n lra no Oc a no, j á co m o
nom e cl Rio } JaNí , em curso parall e"lo co m o esluar·io el o
n·iganl . co ri A ma.70tW.·, lendo , el e perm io, a grand e .
ilha ele 'Vlarojó, e depois le se ·ommun ica r ao sul-cl 'e la ,
pelo ca nal 1'r.~;'op uní, co111 aq uelle.
Si vo.- rec rclard es, enlüo, el e qu e o ri o Am.a;onas ,
o Rei do Rio conheci los, parlin lo a oó Le, da Hepublica
do Per·ú, onde Lem eu b rço, atravessa os va Los e riquís-
simos E:slacl o elo \mazon:J · e do Paní, recebe ndo, em am-
bas as marg-en , centena de ·cauda lo os nl'l'luenles, mmifi-
cacl o no nor·Le e no cenlro clo Br·azil·, ver·eis, deanle de tud o
quanto vo Lemos exposto, a cominUI1i caçüo clirecla elos
confins. elo nor·Le, elo oésle e el o centr·o el o Br·azil , em
milhaee ele legua s, co m o nor·d é Le e lésle, em pl eno
co1·ação elo Ocea no.
I-Ia mais ainda el o que j ~ o ! Como obser·va r· · is nos map-
pas, as ca beceir·as do S. Ft•atw i co, em Minas Geraes,

(L) Esta descobCJ'La foi feita pc,lo cxp l o r:~dor ing lez Ja.mcs \Vells em
es1udos no centro do Rrazil, a respeito do qun es escreveu um valioso
h·abalho, levando ainda aquella communicaçáo ao seio do Royal Geo-
grapltical Socicty de Londres, em Ft:verciro de 1 6.
230 l\OSS A PATHI A

são mai ou mono app r·oximaclas :ls elo rio P aranahyba,


qu e separa cli r·ecla mentc es c E ·taclo do cl ' i\'lallo-Gr·os ·_o
e de S . I au lo, pelo allluentc Rio GNu1de, fnze ndo div isas
ain da , jü com o nom de l )a,·r,nâ, cnl rf' .\fnlto- Gr·osso,
~- Paulo e Par·nnü , e rcceb •ndn qun~i l'll1 sua fóz o rio
Uruguay , qu s pa ra o E ·[;ttl os dt• ~a rila Ca lh arina e
Rio Gmncl c do ' ul da Bepnhl ica .\ r·go nlir1;1, e ntra no
Ocean o, enlr e la c l1 H ·pu lllicn lo ·nrguaJ'• om a
derrad ei ra cl enomin iJç·Lio de rio da } Jr(l{(l.
e um pequ cn0 esl'o rç·o brazil ·i r·o, pnis, nprnYci tanclo a
disposiç;'io na lur·nl el os nosso ri o , por um can al ou por
uma ~sll'iJda de l'cr·ro, li ~·a r o . ·. F'J 'anci.'- r:O<' o f-Jm ·anahyba,
ah i ter·eis o norlc, o oú=- lc, c os ccnlms elo l~ razi l , deante
el o Oceano, a nor· lt' te, a I·.,_, , c ao ~t rl .
Qu'e m;wavilh o. os cl es li no,.; nos ag·unr·clam , ca ro- compa-
. l1·i oliJ. , quand o todiJs :1.-" c:(;õe ..: clo·~·ig·:lnt Drnzi l iro e ti-
Yerem,- cffecliviJm enlc; li g-ml:1s pela n:1" g·ac;i'io tl irec ta de
ri o a 1·io ou pelo ~ fo r~o 11aciona l, lol'l1 nn lo os obi ·e:; ele
cachoei1·:ts, por m io el e c. trn clas el e r r'l'o, co mo jú . c e Lá
começand o n fazer, )J<l rn trazer· ;Í co~ l a , no Oceano, todas
a nos a · riqu eza ·, ú ·face cl o mund o ciYi li. a·cJ o !
\h ! nos a co,.; ta sober·b[t , rle tre mil e ei tentas
milhas el e Ocea no Allan licn, lescl e a J'óz elo Oyapoc,
ao norclé te, at ' á e mhoccn uu r·a c1 Clwy n cxtr·emo
sul !
Nos a co la g r·a ncl io a, ond e não ha cyclon s, omo na
Am cr·ica el o 1orL , na Eu r·opa, nn. A.- ia, na \ frica e na
Ocea nia . No·.-a cos ta mn. ravilh o ·a, em 1ue não eo b. en a
o terrível e p1·eto nevoeiro chamnclo Jog, como na \me-
rica elo No rte e na Europa, po r· exemplo, causando, muitas
vezes, temero as desgraça á nayea_açüo!
Nos a costa aclmil'avel, que é; no mundo, a mais
exlen a fachada que um paiz po a offe1·ece r· ao. beijos do
Oceano ! Nossa costa mage lo. n., emflm , enriyu ccida ele
muitas dezenas de excellentes portos, a lgunc;; dos quaes
231

nolabili si mo:, como não cxi st m muit o no r eslo do


mundo, ·. . 'o/cru{o, ·, c R io de Jru~eil'o , p OI' exemplo, ba-
nhad o. pcln : du a · r - - - - - - -- - - - - - - - - ,
mai va,; La,.; c f't, ,._
m osa bahias de lo-
do o O can o Atl ;tJl-
ti co, a. d e 'l 'o,/o<; o,.:~
Santo cciC' Curuw-
bái'Ct !
E como a Jlil\'t '-
rraçtío I IHI"- ·o..:
o·1·a n I .-. c 'n l td;tlo-
sos ri o~ . "" kado ...,
])Or 111Uila.-. C . Jl[C- l ' aqu d c o Acre o (4 .000 IOncludao).

na · d e Clllhar ·a-
çõe el e LocJn a Jlitlu r cza , lambem j;i · muito ex tensa,
nã o Lnnló ·o mo a JJ c•ccssiLHnl OS ain da , a naYegaçuo na
cos ta ma J·iLiJna, propriam c nl ch ama In d cabo tagem e
qu e. ó p ócl se r J'c ila po r c m l :1 J'C::tÇ'ÕC'i nacion acs .
D'enlrc a. num er osa. companhin. cl n::tY g-aç:do o;;;-
leiJ·a, anlila u elo LLoyd Bi'C'~~ilei,·o, l'orlcm ente auxiliada
pelo Go Y 1'110 l<'cd c r al , di po nd o de nume1·o a l'l oLilh a,
d e f;'l'anclc: e peq uenos vapo r e , qu er pn 1·a a CO la mm·i-
Lima , qu ,. pa r a· a naYega\,'ÜO inl rnn lo 1·i os (1).

(I) . úo estas as dis tancia s a percorrer entre os prir.qipa e portos bra-


zileit·os, de norte a sul :

~Ian úos a Belém (rio :\fatal ú Parahyba . . . 78 milhas


Amazonas) . .. .. . 93·1 milha Parahyba ao !{ceife . . 70
Belém a ,-,o Luiz . . . 1!50 Reei fc a l\bcció. . . . 120
S. Luiz a · ForLaleza .. 3GO Maceiú a . ' alvado't· 210
ForJalcza a Natal 260 ·. Sall'ador 11 VictoJ·ia ·ISO
2 ~? NOSSA PATH.l.-\

Em ·1903 , po1· exemplo, no p 1·im ei ro m e.. Lrc , 6.056 em-


ba l'cnções nacio-
rlncs , á v éla ou a
YilJlfl r ' Li \'el'am
llli>Yi lll n to el e en-
trad a c. ah icla nos
32 pmlo:; brazil ej-
m~ . l~ rn ·I <J05 , só-
mente no por·to elo
H io ci l' Janeii'O,
l'llll'ara m ·I' 300
CJnba rc:t(,:Ü :;.
Transallant ico Al'aguaya ~ ( 1 ~ .000 tonclatl;b).
<(

Co1no a fluvial
e a costeira, é la mbem co n ·icl J'<I YCI o nwv i rn c nlo cl nave·
gar,áo extrn n g-ei J'a.
N osso. '.b.c ll os
pol' to · são co n ~; ­
lan temenlc Yi. il a-
dos po1' luxu oso: c
g rand es paqu ete:·
extl'angeiro. , reh-
cio nando- no.- di -
r ecta ou in cli 1·eela-
l'af]UClc a l':tra n (5.:!00 ton ·l ada ~) .
m e nt e , c om os
gTande.- cc llti'OS l e ci vi li <;ar ão m oderna.
Em '1903, por ex empl o, só mc nle no prim ci1·o sc mest1·e,
tiYe1·am m ovimento el e entra 1 :~ e sa hicla no· 52 portos bt:a-
zil eil'os, 'I .877 embarcações á v éla ou a v apor , p l·in cipal-
m ente inn·Jeza · (8'l 8) e all emi'í (3NS).
Em H)U5, só na bó.hi n el e G rHt nabü r·n , porl.o ela l'ol'mosa

Vic to1·ia ao Hio de Ja- P;1rana g uá a I'Jo r ia -


n<:i 1'0 . . . . . . 2-10 milha s no po li s . . . . . . . . 1 0~ m ilhas
Hio t.lc J an<!iro a S an· l' lo riano polis a o Hio
l ') S . . 2ll2 Grande. . . . . . . . 349
Santos a Pa.1·ana.~uá . 112 Hio Gmnde a' Po•·to-
Alc(?rC . . . . . . . . 133
,,

\T\ . DE C0 1> 11>1 :'\I CA <,:Ãü 233

capital da H publi a, c nLrn ra m ; ,,ca d e nov ece nLa em-


bat·caçõe cxl.rnn g ints : ·10·) 11:wi : ;:i véla c 71:32 vapo re<;
pr oceden tes cl clifTc r c nlcs por tos do UniYer. 0 .
Ini ciad a m 100ü a na\' g nc:lo brazil ira para fó ra da
\ n~ eri ca el o Sul , com prqttC't Jos Y'tpo r ,.; d lin udo a
N o ,~a Y orl\ , no I ~. liidn._- n i l o~ el o :\' orle j á em 1901, a
g1·and e emp1·cza ri o U oyrl JJI'a::ileil'o , ,. : 1b o impu l ·o inlel-
li gentc e fll'O(;TC-;si:ln el e :\l an oc l B unr qu c el e i\'l a(;cdo,
pa .. ou a s ,·vir 1·s-;a l it 1h a ti g r ::1 n 1 futu r o, co m mag ni-
f1 o Ynpo r .- ('J ho nr;u,d o, :-nbr m odo, o in icio da naYcga- .
ção !)l'azil cit'·a no cxlrangc i ro. ·

*
"' *
R clatin lmen lc a r . l radn,..: d e !er ro, já co nqui l ám os, é
ce l'lo, o nono log·a r no r ói lns r .. ra nd e · na ~Õc<;, ·co m cêrca
de ·JS. OOOkil om lt·osc ll11t·ül' go;e tamos,cntrelanto,ainda
muito di LanciRclos do gTá u de XJ an :'to fet'I'O-Yi a ri a 1ue
no o terrilo r io e n os. a. ri JU za r ci Hmam.
O. E:la los em qu e ha maiot' Lr áfen·o são os el e S. Paulo
e 1\oJina. G ra e. , co m ·err-a de lL OOO 1\il omcLt·o. (2) , cada
um.
ob o pon to d e vi ·La ela co n. tt·u çüo, po t· ' m, possue o
Bt·azil arr oj ad o· tr·a~.acl os , m ar av ilhosac; obra d 'c.u te.
Já vos l'nl lám os em c;q i tu lo an leri Ot' el a l'ei·ro-v ia quE;
ircula o Cot'r.:ooado, no Ri o el e JaneÍI'O; ap i·eciae an·o r a
na crr avu r a, qu e nqui Yécl -s, um trecho da esti'acla de
farTo, qu e va do E lad o d P at·an á ao cl - . Paul o,
lom cancl o em gTandc pat·l e impon ente ·eiTa .

(I) Nüo só pa t·a ·ta linha como para ontm que c t:i projcclada para
a E uro pa. o L loyd conta com 'vapores de 6.000 t.o ncladas : Rio de . Ja-
lleiro, 'ã o P aLLlo c Minas Get·ac .
(2) Aos Est:~elo · elo . Paulo c Mina Gcracs g ucm-se os elo Hio
dú Janeiro (2.500 k .) ; Hio Gt·andc d" ui (1. 500 k.); Bal1ia (1.400 k .) ; Pa-
mná (000 k.); P erna m buco ( 00 I<.) ; Ceará (600 k.); os demais têm
linhas em LrMego a inda infe rior a 500 kilomctro .
1\ 0.· ' A PA'I'n i A

Em extensão el e l i nh :=t"', pol'rm , a m:1i. 'impol'l:m le é a


Estrada de J·e1'1'0 CentraL do 1J,.rr_7i/. qtt<', pa r tind o do
Di sll'i cto F d el'::tl , "0 ramili Ga 11 ns l~ ,.:l;t d os do Hi o de Ja-
n eÍI'O, S . l aul o e ~ I in a Gc l';w,.:, C'llllljll't'lt <'lld nclo um per-
Clli'SO el e '1.2G I kil omC' II',lS .

T rc(' ho ela c-.,tr:• il;-t de f(' rro d e S:u1tos a S. l':tnlo.

O Br:wil m oclc r no, c nii'C' IHnlo, cl r-;d olmlllcl o-,.:c em en er-


g i a<; ]JI'O;j'I'Css isl;t:- c pod ·r osa., nos \';t!'Íacl Q? n1m o;; ela v i ela
n acional , co mo tend es apl'cci ael o e \'CI'if1ca r ci s ai nda em
out r os ·;1pitu lo:-, n;\o pod l'in c.- taca t· i nc l'l cl ca n l c d e um
d os m ai v i ines ns ·um p l os Jlar a ·o d esc n\'OI\'im nlo ele
n os--a<> r iq tt czn c ·c1 n os;;o pod ri o .
Muito se tem !'cit o até nqui ; muito rnai ·, e nlre l~1 nto , é
n eCCS.'Ili' ÍO C u rgente fnzel'.
1
" .- ta rn n lo n "'OI' f! el e ·JIJ02 em el en n t en tni m os em
u ' '
-.

\'L\ . D E Cü :-Hvi U:-I ICAÇÃ O 235

um a ph ns qu e nos p<:u-ccc rl c d ec isivo irn pul;;:o a re pei lo.


E a nc css i larl r i Jllpc · ri r~-.; a ch Jnu llip l iciclnd c r apid ez
d e commu ni c:ncJH•s lc•r-r,•slr c•s, j a se e.-.;l;i irnpondo d e lal
man cirn á con sci ert cia ll< tci'"lil l , tJ ·c· ...:l c IJ JOlll Cn lo, que dois
DOYOS JJI Cios dr :cn,-i\tl -.iJJ"~ir;tiJl : H {J'(II '~'âO f' / t>eti ' LCCL ( I ) e
o autom ocr>l. r·-:1,• C'IJJ JlJJJ JJJJic·n THi o :1 s pt·c•l'c •i iJJ r as rx islen lc

no T e n ·i w t·io F er/e ,·ol do \ ct·e ; aq ur ll a, n ·u ma Jt OYll e.-


lr·a cl a el e l'err ·o elo l~ ... lad n d r :-:. . 1'aul o c na E s /Ntda de
F eN o Cenl!·al clrJ B m;; d (2).

(1 ) A en~ rg i~ electr·ir.a \':l C tcndn, ago ra, g 1·:t ndes :tppli.::at:õcs no Br•az il.
Ht po ·. ucm a \'iaç;·,o ur·b~na por lra ..:cJto cluctrica. .1 s c i dad e~ de Ma n:'10 ,
B ·lém , ·. ';llvado r·, Rio de J:tncirJ e S. P aulo; e e m Yi :t de r·ca li s ar:i10:
Bec i fc c P o no-A ieg r·c. :'<io i ll u m ina d a ~ :1 lu z clcclJ'ica : i\lan:lo ' , 13el6m,
i\l a ceili , . P a ul o c pane de . Salvador· c Ri o de Jancir·o.
(2) A cs u·ad:~ de fer r o do E · tado d • S . Paul o a que e> tà em cons-
tru cc;;"•o, de Linada 11 l i~>ar a linha Mogya na á c id:tdc d Nupo t·rr~t.?a se-
g uindo d';dJi a lé ;\ margem do apuca fl y , affl ue ntc do Gt·cutde.
236 ;\Q.·. A PATHL\

Acompanhando o de envolvim ' lll o das vi;r fe1'1'eas,


já . ão egualmcnle bem exlcn. ns a:-: Yins de cn m1nunicaçào
tele•.,.raph ica. \ ctunl ment e é cit' 2.) 111 iI ki lo n1 elros a ex-
Len ão el e nos as lin ha. d norLC' a >-lll, al é1n de es tu-
do:; rea lizad os e inicio el e ~O Jblru cc:: :\n para cê 1· a de ·12
mil kilomelro ma i. .
E vem a propo ito, ob dC'~CJ Hin no plano d 'e. Lo livJ·o,
illusLJ'al· o as:;umpto por uma gT<I\' tJJ':t adequada , que vós
tJ'rt J'Ü ainda a va ,.tag m, co mo en>-iname nlo cívico , de
co llheccr mai - um bom scrYid nr el e no-.::-:a pa tria, cienli<;la
nolnvel e el e in c qu cciYeis se1·Yiço. nn assumplo : o Bc~l'ãO
de Capanema (G uilh J'm Schüch d (:ap:1ncma) , fundadO!'
de. l;'ío importan te se r·vi ço pu bli ·o, que lk: dirif!,·iu du rante
cê1· a cle quar nla anno .. \ g 1·av ura qu<' YO.' npn.::-:entamos,
rep r·csenla o busto em bronze do illus lre brazil cii'O, inau-
gurad o em Mai o el e 190" na rep·l!'L içi\o gc r:d c1 Teleg.m-
phos, no Hi o de J aneiro, em co mm e m o r:t ~;i'ío ::1 0 50° nnni-
versa ,·io ela fun claçuo do se1·Yiço .
E hoj e, além das linhas tCJTe. t1·c:-:, l'un cciona e nt1·e nó
O Lelcgi'Dphosem !lo, a ·ui lim e dcscob rt[l do itali a no Mar-
coni, com nr pnrelhos in La ll ad os em nosso n:w ios de
g·ue1Ta , e em via el e l'un cciOJJam nlo nos l~s t ad o . elo P a 1·<'Í
c do Amazonas .
A respeito de co mmunicaçõ s LelegTaph ica ·om exlmn-
geiro, j á e. tnmo:, ha mui to: anno., li ga dos a todo o mundo
·i\ ilisacl o, por di!Tcrente:; li nha. el e ca bos ubma rinos, in-
n·lcze ' fran czcs e all emües .
/
Capitulo XIII
A gricultu ra, Industri a e Artes.

I aiz riqu i-;,;im o ·m prod uc.;f:l"te · dn l"e1no vege tal, cnn1 0


tend e vi"Lo, qu er em · ·pec.;ie,; prop ria , qu er nas <lo.-
dem ai paiz s , p la adap l<t bilidnd · de seu lima a bençoa-
el o, bem s ·oltt pt· h ncl qu e n;-to podi a deixar ele er H
Agricultura - a cu ltura elo ·ólo - o mai.· formiclavel
elemento de se u le.c;e n,·ohirne nlo e pro0T . o. Elfe<.; liYa-
mente, ella j ú · nol;wel en1re 11 Ó-", ma ... em fa ce ela va ·-
Li dão el e nosso te rrit orio o:: xube1·ante de seiYa precio n c ei e
riqu ezas in ·nlculaYei , dig-nm o. , m '· mo, a ·· ·im : nossa
agricultul"a é ainda aconlwJ.a. 1 ara es e e!Teito, c;~ro
compatriota. , doi.· ;:;-ra ncl .:: inco nYe niente- t ·m con co1Tid o :
um , nossa, rela tiYant ent e, din1inuta popula ·tio, havend o
ainda ce ntena de ler,.un de te1'1'ct ·em um ó habitante,
co mpletmnen le virg-e ns do esforço huma no; 011Lr·o, a cl eli-
ciencia de IJóas e rap icla Yia · el ' Ommuni caç;ão em cada
ca nto, dil'l i ultanclo e nca1·ece ncl o o traba lho e. ul'focando
me mo in iciat ivas .
. He -tn dizer qu e no p1·oprio E Lad os de desenvol vi-
men to j á acce nluad o e nolavel, ha zonas co mplel.arn enle
inexplorada · ainda. No E ·tacl o dn Bahia, por exemplo, ao
sul, ha um hu·n·o trecho de cé1·ca el e cincoenta legua cal-
cul ada., entre Conqui ta, Rio P aNlo, i lhéus e Bóa Nova,
sobl'e o qual ha tradições de vastr s I'iqu ezns. I• m int.ere<;-
ante e ·tud o a 1·espeito, um illustre escr·ipto1· I'e ll ecle :
« Quantos elemento de pro,qre so e de riqu e_~a 110 seio
23~ NOSSA PATHL\

d'essas JLo,·estas soberbas, nas .fraLdas d'essas serras


gigantesca , n'e es 1·ios caudaloso , u 'r> a magestosas
quédas cl'agua, de que no dâo noúc:ia t /111 ou outro caça-
dor ousado, ou aLgwn índio nw n o :7 .I Quontos mysterios
encerram essas J'egioe l(lO inju. tflmen ;r> fJI'Ú;cula da LL~z
da civiLi açüo? (1). »
D'cnlre as proclucr;ões e:drnn gci ra.', cl ~T:t n le com-
met·cio no mnnd o e qu e muit o b ·m s Iom nda ptaclo no
nosso nHll'avi lhoso sólo, cl c,.: lnca r·cmos, cnmn •xemp lo, a
deliciosa uva urtlpén, a cu·vo rc rl n el~á c n.anw,·eira onde
se cria o bicho da seda (Bomúy.cJlfo,·i), asia lica.-.:: das duas
ultima , hn r· clu ziclo •r rl li\'CJ nos l ~ -.:l n tl o:- elo ul, de·
S. Paulo em clcanl ': ela prirn •ira , lar·garn enl r c,.:pal hacla, ha
culli\'o el'l'e cli vo l'nr ·tuo. o no. Estados do Sul Minas
Geracs , on de molhor·rn nle se adaptam , pela natureza
elo clima, np r·oyeiln la peiG induc;trin n;í procl ucção de
vinhos (2) .
Para, em t·apidos trnço. , nva li;ír·l e-; o q11e podcr·e-
mos er, em l'ulur·o qu e o pa lri oti,.:mo IJrazil iro . aber·á,
ago r·n, e. lamas ce rtos, não prolonga r ]JO r muito tempo,
mostr·nt·-vo -emos nl;;un · exempl o. , que no. occo rrem,
n'ec;te momento, do que cr·;i o Yasto. culliYO apet·fei-
çoaclo de no,.so ._ólo , em alli nnç:n co m O.' pr·o.,·r·e os da
indu lrin.
o capitulo X I YO.' l'nll ümo. clns cliffer nl . npplicações
a que se pre Iam a ·arnahúúa, o m.amoeil'o, a m.an!Jaeira,
o cc~jueiro , n úw1aneira , eLe. IAcle, an·or·n , mni aln·umas
especinlidnd e dn ll orn brnzil ·ira .
A mangabeira , ele cxccllcn le macleir a e pt·ocl uzi nel a de-
licio ·o fr·uct.o, clestilln , a ind a, como a maniçobo c n pro-
priu arvore da borracha - a ser ingueiNt, abu ndante

(l1 Jo1'11al d e Noticias, da Bahia, de~ () 9 de Outubr·o de 1907 .


. (2) O Estado do H io Gmnde do S u I, por exemplo, q uc, em 1()01, produ-
zrra c~rca ?c ~0.000 litrós de din'er·ll mcs vinhos, jü, em 1905, fabricou mais
de dors m rlhol!S de liu·os.
AGH! LTU RA, INDUSTRIA E ARTES 239

leite, que e tran sl'orma , pela -ind u. tri a, em reputada bOI'-


racha .
Mais ain da : a iu?baüba, l'or nece nclo excellenle flb1·a ele
gi·ancles appli C<lÇÕC'> iildus Lriaes, te m (( a macl ei1·a leYe, como
coi·tiça, dan do c:a n ·lio prop rio pa ra '' poh -o ra , se ndo a agua
do gr lo aprO\' ilath\ l:Ol\ lt·a O Y 11 no ue co bra , e , intenla-
mente, para co mbater a lia rrh éa el os phly icos »; a sap u-
caya, egualm •nle fl brosn , g igan te CG, de pr ci o ~ a madeira
p:na con tru c(:i)c~, prod uz am encl as oleo :1:, ele m11itas
nppli caç-ões na :trle culi na ri:t co mo :1 I'Gmosa f'ru cla elo
eastanheiro da :\1\ln zonia ; ·end o qu e ai nda ·e p 1·e ·ta nos
_seguintes resultad os : .

<<Tiradas a ame ncl oa.- , o pilão erve para e n c li e1' cl'ag ua e lava r
-no dia seg uin te o ,·os to, q ue f-i ca com tl eta mente livre d e qual-
quer man c l1 a , e ·p inha , s:ncln, e tc. Golpe ado o LI'Onco, corre uma
seiva de c61· do vin ho do Porto. muito ap,·ecia.cla pelos d e r,·uba-
do,·es e caçado r·c , qu e a tomam á vontade, sentindo um palada1·
agradave l. "

Mns ouvi a pa laHa el e um e Ludi oso, em assurnptos


d'esla na tureza

" T e mos u ma va1·iedacle e no,·me de plan tas textis, vive ndo e m


abundancia nos ca mpo>, nas malta e no littoral; e n t J'dunto,
importamos a materia pri ma e jú e m fi os , para a nossa indus-
LJ·ia de co,·i:loa,·ia!
Podemos tel-a ge nuinam e nte naciona l, só depe ndente da bóa
vontad e dos indu triaes e 1n que,·e ,·e m e mp1·ega r· as fib 1·as indíge-
nas, f!St im ul ando s ua ext1•acção pe la compra da mate1·ia pri11Ja ,
allr·ahindo a ·s im ao mercado tanta 1·iqueza desapt·oveitada.
Bas ta c itu1· o Me xico, tão pros pe 1·o e pt·og,·essista, au g m e n tando
sem pt·e es ta 1'endosa industria das fib 1·as de uma pi te ira , Hyne-
quem, que é c ulti vada ern tão gmnde escala nas montanhas
es tereis, pot•é m aptas pu1·a esta c ul tura. lu crativa.
Nós pode 1·iamos c ultivar toda s as melhot·es especies que exis-
tem no i\•lexico e ou tt·as pat•tes do m un do, e para isso possuímos
terr enos apt·op ri ados, se não tivessemos ainda in tae tos nos sos
deposi tas naturaes.
Desde o noJ·te do paiz, em todo o littoral até ao set·tão, vive
240 NO . . A PATR l t\

prodi oriosam cntc c h eia de vi ço c cxubc ,·ancia e,.;ta b1·omi l acea


conhecida po 1' CI'O á , cantá, {lravalá de rede . ct . l~ u ma J.llau ta
m ui to iuúu t 1·inl, q ue l c t ·~( seus dias de
g l o1·i a quando os b1·azilei 1'0s l'cso lverem
toma1· a ~ct•io os 1'8C'UI'Sos natu1·aes d o
paiz.
· A ob1·~1 do g ra votá, 111uito emp1·egada
pe lo p :jCadorc ~ na co nr · ·çiio de r êdes,
tat' l'a fas, 1inh a,; d anzol, fios, etc. , te m
m ui to pre · 1i n1o local.
T oda a I'Csting;a dos E :lndos do Rio de
Ja11 iro e E:sp1,ri to Santo e ·t~'t cobe1·ta
d' e lO \'C~ gCl;ll, e11l CXlOil:SÕC d e mUitOS
kii OIII O(I'OS, Cuja;; folha' COill )JI'idaS têm.
li''' c mai · lnCLI'u,; . =--: iio e p1·eci · aya ex-
t ,·a hir as fiuras; ba,;w va ·o ,·tar a rolhas,
. c ·ca l-as n a ombra, mpaco tal-as, sub-
m el te ndo-a ü prcu - a, e n'cs 1e c tado ex-
po rtal - as pa1·n a Europa, de p1·efer encia
~·a 1 ·a a l ng l al er,·a que é o paiz de maio1·
COII ' u mo d'e. te artig-o Ah i, as grandes
indu t1·ias, com n. Sll a l ll~l c hin as ape r-
feiç··adas, c xtra l1i ri am lucia a f-ibt•a, e o
I'C siduo, que aqui ati1·am o · fó1'a, se r vi r ia
para pap el SUJlOI'iOI'. Ü c fl'ci to SC I' ia du-
p l o, p!' CSI<IIIdo- se m ais vnl o1· ao g ravata
Gra vatá <lü rede . ( Bro melia lagenaria) que virá ain da a
. e1· propu g nado1· d e " !'andes fu1·tunas.
T endo mandado amos11·as das !1 bras d e g 1·ava tá, p J'epa1·adas
pela 111 ace r·<J çüo, co mo se u ~a na~ pmias , pnra a lng lateJ'J'a. po'.'
in tertn eolio de un1 ami go, fóram mui to a p1·e ciadas, se ndo ali!
descon llel'idas, as quacs pod i a m ser vi1· até JJar·a te cidos finos.
Ma ndararn otl'c r eccr ate t1·i 11ta Iib1·as este 1·l i nas po r to nelada,
pedindo cu1n urgen cia 4.000 liilos par a expc 1·i enc ias ( ! ). "

E nao concluii·omos o n sumplo ·rm vo. cln r conhe-


cim ento uo du::~ · ,. co ntos el e. coiJert ns, l c I·olevanles
va ntagens :

,.. (l) J. R . Montei,·o da Siloa, ~r i~o publi cado no J ornal do Com-


merrio do llio de J aneiro c tra nscl·ip to no Jo1'1tal de Noticia dn 13ahia,
c onde o :auc to1· l'az n: rc rcnc i a~ aprcciavei a ou tras di ll'cl·cntcs plantas,
c~n~o a _qr_ t i c wnr~, cn rrapícho de r:a lçoda, pindah!Jba, oassoara, jeqai-
·r.•, trurt, todas fib rosas c de mui ta applicações.
A G R I CU L'I' U HA , 1.\ D USTRIA E AHTJ·:. · 211

A canna , uja gr aYura vo d ém o no cap itul o XI , .JÚ


não no se rve nponn · pal'a a JII'Od ucçuo el o ass w:cu ·, meL,
ag ual'dente c ai ool : n bagaço, qu e d'a hi r :·ultavn, em
a ppli ~aç-õ • · ind us ti'ItH'" ;: té aqui, é <lgo1·a aproveitado pa1·a
a fnbri cnçao de 11111<1 ::-u bsln ncia el e g ra nde u o indu LI·ial ,
ce!Lulo ·e , pr · ·t;uulrl-!"C ·ntr mui tos o u tro~ m isLé1·e ,
como á poh·or a Sl' '' l'tllltaÇ'a, ri fnb r i ~ação lo pap ·1, e em
con li çõe · de prer·o 111 11ito access iYcis ( I) .
Ei. a se~uncl;1, l ' dl' nwis Y<t!" to·- I' '>'u l tad o>', jJOI' Yen-
tura:
l\flo haYia nüli ia , cnlr ·nó· l o c •lob rad Yegelal, qu
con. litu e u111 rlns 1nni vali oso · ol elllOn lo d e ri qu za em
g1'an el p;l l't(· "'' l ~ ul'o pa , nolad am Cill ü na lng lal ei' I'<1, na
1-tu,.,sia, na l ·' ra11 ~·a na .! 1 lgicn : o l.I NI-IO, j ü ultivnd o na
A s 'Y I'Üt (. \ " i <~) , c 11 0 l.!..fJYfJIO ( \f'ri ca). ha cc., ,·ca de A.OOO
nnn o" , c." p<tlhaii do-sc p •l a Eu ropa, onde a indust1·.ia o
transform ou em fo,·m idav •I arm a de ncçào . no fa bri ~o do
papel c de v:,riad o · c aprccind issim os panno expo,·tado-
em laq;n c:cal a.
P oi . be m : em 1904, um in cl usti·ial el o E. taclo lo Rio
ele Janeiro, j),· . Victo,·io P u ini, cl scob1·iu na. g1·ande
malta do r io .. ]f,·anei. co, em estad o co mplel ament c el-
Yagcnl', uma preci o. n plnnln, tão va l ia a qu 1 arti cipa ela
natureza el o cânhamo e do Linho eu i·opeus, e J)I'Opoi·ciona
tt·e colh eita.· por ann o. \pó· pacient e e l't·ucLuoso
estud os, foi elas ·il1cncla cientificam ente : Câ.nltam o Bra-
~ilinius 1 a ini, li cnncl o vulga rm ente conhecida pot· linho
bm: ileú·o, ou lútlw P ef'ini.
A r speiLo, sào digna ·· ele nota ns eguintcs pnlavl'n.
oflicinc.: :

" Tendo lido a e xpos ic: ã o dos t•es ulla dos c xpe o·im e ntac s , e vi;:;to

c!) O pt·occs ··o p::u ·a a extt·n.c<;ão da ccllulosc do baga ço da cnnn:t, é de


inven\ ;'to do ind ustrial bt·a zileiro A.U'onso Pim c11la Vello.,o. qull a esta
praticando no Es tado do Rio de Janeiro (Ga;;cta do Pooo da Cidade de
Ccunpos) .
1·1
2·12 ~O SSA PATRL\

as amostr·a s de manufac tu ra fe itas na l talia, ::~n te d e to mar


qu ::~lq u e r de li ber a ç üo , procur·ei co mpl e t;u· min lr as obse r·va-
çõe,; em uma vis ita, q ue r' e alizei, à s
p r·im e it•as plan ações d o D r' . Pet·i ni.
Reconheci du:Je lo"O q ue m e achava
d ea nte d e u m;~ ·o m c cimc n to q ue mar-
C:ll'a o in dicio de uma no va é ra á la-
vo u ra flu rn incnsc; düsd • e ntüo, não
poh' Jl i e :;!'o r·ços 110 ntid el e aux iliar
a fu t ur·osa indu,;tria. q uü d isp unha do
rn e r·cado un iver:al. F i rm " n 'e se pro-
pos ito , t r an fe ri a o S n r·. P e r·ini e
J. Kn igt a fazen da da B úa- V isr.a , de pro-
p r·ieclad e d o 1:: ·ta tlo, onde es tüo s end o
montado · os ta'"lue.·, ··ai pões e ma-
c ltinismo · para mac il am ·rtlo, sco te la-
m e nLo , pe ntei<J"e m c• a rn o r· bidam e n lo
do fi o, te ndo e ll c.- j;'t irnpo r·lado, para
a c u ltur·a da fib r:1, ar·ndo ' mod e r nos,
·a pinad e iras , se m ei nd ei r·a - , ce ifadei-
llnmo de l inho.
t·as m ec hani ca ~, p r·o pr·ia p:ll'a o linho.
A c ul t u ra , que e s tã. se nd o fe ita no /iof'to Ho tan ico, e m Ni c the-
r oy, ha bilita rá o govern o a fo t·necP. r g ratui La m e n l ao lavra:-
dores, no ann o vindouro , g t·ande quantidad e d e . me n tes (1) . .,

Bem ' 'éde , poi., cat·o.- compa tri ota , dcn nle do que
ahi Hcn , o qu e pód cxislil' ainda occullo no conhecimento
da CiY ilisaçno, na va ·tas fl ore. Ln vit·g·en do nos o que-
l'i do Brazi l, con ideradas por H um.boldt, Agas i , Saint-.
Hilaire e tantos ouLI'O scienlislas exll'un geil'o cc n: mais
t·ica ·e exubcmn te. el e lodo o mund o. »
* .
* *
Já vos Lendo dncl o n co nhecer·, na · pnginns nn lerioresr

(1) Mcnsngcm aprcscntnda pelo Dr. Ni lo Pcç.nn lw, cni[LO Prc idcnte do
Estado do Hio de Janeiro, à rc,pecti va Assembléa. Legis lativa.
Lemos, a proposito, que casns curopéas, tendo cxam inndo as fibras
a experimentado seus procl ucros de tecelagem e ·ordoai'Ía, offcrccernm
're~os que l'ariam entre 25 c 30 li bra s esterlinas por tonelada da pre-
, planta.
A RI CU LTURA, I NDU "fRI A E ARTES 243

o progTes o relnti\'O el e no . ·a ineluslria exL1·act iva e agt·i -


cola, por exemplo, l'açnn 1o. <i go ra uma refercncia especial ,
á indu lria propria1nentc lll <~IIUI'a c t ul'eira. Rela tivamente
prospera, não csla absolulnm nle no grau ele desenvol-
vim en to qu e urge, reclamado po r nos. as ri 1uezas na tu-
rae : bas ta dizer que f'n rn cent os ao exlrangeiro, ai nda,
pt·ecio a matcrin. primas, como a boi'T'acha, para a manu-
factur ·a de ohj cclo que 11: compram os depois, po,·que não
os fal r·i camos ou os prod uzi mo em qunn li dacl e ufficiente.
Num ero. ns ~ão , enlrclnn to, a fabri ca existente no
paiz, pnra clilTcrcnl cs mi:lércs : teci los de várias espe-
cie , movei ·, calçado. , chapéo , \'éla. , phosphor·o-, ~ abão,
perfu maria. , ha rttlos, vin hos, licore , cer·vej a, co n er·-
va I vari ;tdas s pcci , bi outo:, fa r·inha · de Lr·igo,
a r·r·oz c banan n., "icl ro , tini a , medicamen tos, escova ,
papel e papclüo, cam::~ s, co fres, foo·ões·cle fei'I'O, etc . .
lm a gin::~ c, ca ro: co mpatriota , o cl dobramento incal-
cu lavel que 1ossa \'i 1· a ler, aincl,, nos a indu tri a em seu
va t·iad o · ramos, quand o a ini ciativa nacional, ou naciona-
li nela pela immi rrração, exlenel cr· uma enero·ia decisiva
e intell ige ntc ::1 0 seio ele no sos valles e enco Las das mon-
tanha., ao recondi to sub ólo e :i gra nd ezas da uper·fici e,
ao leito de no: o. 1·i o , á agua do no o Ocea no, á pt·o-
funcl ezas mys lcri o <).. ele no a lloresla !

E para não nos desviarmo· do plano d'esle livro, ·


d'entr·c as grand e fabr·icas brazileira , aqui voe; fali a-
remos, como um exemplo, do aclmi ravel Emporio.Indus-
trial do No l'le, c;ituaclo no bai no ela Bôa \ iagem,
na Capital elo Estado da Bahia , uma das mais impoi'-
lantes fab 1·icas de tecidos no Bt·azil e sem supe1·io1'
no r·eslo da \merica do Sul , senão sómente po t· sua
vas ti dão, aperfeiçoamento el e machinismos e pl'oducçào,
ao menos pelo alcan ce social ele seu impot·tantisc;imo plano
indu ·trinl.
O Emporio Industl'ial elo Norte p1·ocluz 250.000 melt·os
NOS 'A PATRL\

de tecid os 1 or ,emana , bulgariruws . l'iscrrr/o , alr;IJdOes-


in hos, ::ep hil's, etc.: propor cionat Hlo traha llt o a l ./!ÜÜ ope-
I' <.Hios , com um co nsu r'n o di rt~·i o de ,.it1le • qualro Lonel adns
d e .ca r vão, cli:·tribuicla s pol' u:1 s l t'l'Ze po~~: tn l •: cnlcleit·as.
O ma is impor tante :<:al üo de lrnl>alho po· ue m il
Leare .
Den i i'O da "'l'atHie fabl'i a ' fa zen1Ít1 p:u·te ri ·cu t'unc-
cionam cnlo, O!': lcntn-se bcl la n 1'i//a Opr't'al'ia, a I' speilo
da qual . nb Lituit·emo n o~sn pal.t\'t'<t JH'in I'X<H.;In insi-
nuant e cl cscripçào de compc tcnlt· Yi.tj;lllle cx tra nn·eiro,
i l lu Lt·und o-a , por ém , co m alg un ta · gl'n Ytlt'a" adequadas :
" A o pé ela oi'fl ci na ncg r·a, l' u i do~a , tumu lt1rn~a e r pgi mcntacla,a
Vil la Opcr·ar·ia, lind n, ·Iara, quieta e li,·r·c.
Um irnrn en ·o eclili cio do lado oppo to do c ~ t :r h ·l ci mento, en -
tr· ·cor·taclo po'r vár·ia · l'uas interna ·, lar·gas, bc111 !' :rl<;:t da ·, :sy me-
Lt·icas, com uma va;;t:.1.pr·açá ao c ntr o . Edifi f' io d dois :1ndat·es,
subdivid iao em qu at r ocenta: ca,-in ha- . isolada · 11rna · l as outr·a:;,
I
mas toda · el e dois anclat·e:s, claras , bem ar ejadas, co rn l uz elec-
,I t r·ica., agua cor·r·e nle, soalho de madein1 . Bóa:s c·cacla le,·a m ao
pr·im eiro anelar· ond e em cada ca:n o oper'al'io da fabr ica f'r on-
t eir·a pôde r·e:;idi r· co m sua f'amrlia pelo rn ocli o nlug-uc l ele 14S
por· rn ez. Ha f'<llnilia de ;;etc pe. :súa , lta-a: de l t'es a pena .
A c lt am-se nctualrnen le in stall adas l r ezo n ta -, co111 um a popul a-
ção total de 1.450 almas- urna Vi l la ve t•clacl eim!
No r·ecinto el o irnmenso eclili cio !ta el e tudo : ar·mnze m de t'Oll-
pa·· f'ei tas, de fnzendas, de miud ezas, de ge ner·o · alin1enti cios, cal-
~· a.do e cha péos, pad ari a., ph arma cia. N i ng uem é o brigado n fazer
sua· compra s al i i, po r·é m o:· pr eços, infüri or·c ao - dos gc ner o:s
vendido hi. fóra, asseg uram aos n egociantes den tr'o da ,·i l la a to-
tali dade ela fr·eguezia.
O Ot·. Adt·ian o Go rdilh o, co m quem tive ensej o el e fal tar, c o .
tn t:d ico da Vill a e é pago pelo propr·ietari os do Empo t·i o . . er:
vi ço m edi co e o: r c med ios s;i o g r'nlis pam tod os os inq ui l in os da
Vill a. P oucos são os doente: , devid o ao r•i r.o t·os o r·e ·pei to elas
mai. r equinladns m edidas ltygic nicas e üs excel lcnt es cond ições
da installação da Villa.
Visitámo:; vúria · ca.s inlrns, qu ct' da habitadas, quer· elas novas
ainda, quet· elas que estfLO : endo lim pas e caiad as de novo. O
asseio é aclurir·u,·e l.
A ordem dos .modes tos moveis familiar·es é pet•feila. H ei na
atmospher·a ele gen te que, na t r i::; teza geral do sa la t·iado
A ·RI U LT I'cA, I~D . TRIA E ARTES 245

mod t•no, se ·cnto t' ·latt vam e11lc fe liz c, comparativamente co m


o meio , digna d a "'vej a dos OI ILJ'OS co mpan lt ei t'OS, que em outras
fabt·ica ernp,·cg:u t' ·<' us IJ t 'a':o~.
No palco C(' t1l J·al, r l '!..(ll < '- ~e u'" pa 1•illt iio de doi: andares , muito
alto, dolllin nnd o a \' ill<~, be11 1 :~t ·c ltilCctado c co n ·LJ'uido.
É o pa1· ill ~tl o ela l·:s<·.,la c da 13 ihlioliH.! C:l. c t•od •ia-o va " lo jar-

dim aprop r iado para a~ di1·crsõcs das Ct'canças e para oxi <>e nar
o lat•go amlJi ntc da Vdla.
Não me devo c~ que cc r de dizer qu e tod a. as ca inhas lém seu
m inu~ ·ulo jarditn c : ua ho n a pequenina, ce rca do .
A e. có las s~ o quatro , divididas pot• - ex os, duas pa t·a o en i no
p t·imario , d ua pat·a o secu ndaria. 'ão magnifico · ·alõcs, e plen-
didam n te illuminad o · p la l a r· ,.a~ ,·idt·aça da jan e lla s e pe las
tampada s d a luz I c tri c a. O c n ino é dad o p r profe so t·as.
Cada escó la tem um piano pat'a xe rci c ios d e Ganto do a lumn os.
Nenhum an tipathi co unifot' me es co lat' . Cada rapazinho, eada
m eni no, lt'aja á vontad e , n'uma vat' iedade e n cantadora.
Al é m elos e le m e n tos principacs, que são indispensavei s para
futuro · bon s tt·aballtadot·es e futut'as boas màes de familia, en-
sina m-lh es um pouco d e ft•a ncez. e de in g lez, c ujo. apt·ove ita-
mento erá resultante do ulte riu t' es forço vo luntat' io do alumno.
Na Biblioth eca t•eina um espit·ito de lat·ga to leran c ia, a pat' de
um justo conceito moml.
H.
2·16 1\0 SA PATH IA

Sob r e as Yasta s mes as, lo dos os jol'nncs dia 1·io. da Ba hia, <i o is
o.u t1·es d os prii1cipa es da capital do paiz, alrrumas pub li cações
h eb d o m adal' ias be m escolh idas e, e m vol ta, na c ta n tes, livros '
d e litte1·a tut·a a m e na , hi sto t·ia, m nnu u.cs tec hn1Cos, e tc. , para o
gosto autô no mo de cada u m.
A Biblio the ca e t~t abe r ta lod o o dia c, d e noite , a té ás d e z,
para os o perarios qu e q ue il'am dcscan<;:.l t' lendo as no ticia s do dia .
. A Vi ll a Ope rari a te m a ua ba n da de mu~ica.
Aos do mingos, a pop u laf;ã o en l r ct!"a-:« a ' 'a1·iada d iversões.
nas qua es se distingu e o es p í r ito imaé:ÍllO!iO do in te lli g ente e
viva z po,·o hali inno, tão sy mpa-
t h i ~o tão ori gi nnl.
As d ez I,o;·as da no ite apaga-se
a luz 11 0 patC'O ce n t ral c todo o ·
III UII d t' ·oil 1c-sc e ntão ás s ua s
·a inh as . Fecl 1am- ·c c n tiio ascan-
ce lla . A ning ue m é ,·edado a hi1'.
Ape nas ob,· iga m ·aos CJIIC o q ue t·e m
faz r a p1 'CVC' ni 1· porte iro. N e-
n h um co nst1'a ng imento, ma toda
a di s ·ipli na. Se m o qu , e m quinze
dias a tabc 1·na invadi1·ia a Vill a e
todos os e ·f'orços ·c r cl uzi riam a
Ze i' O.
l'vla: a inda n;j o d isse o q ue de
111:1i. impo r ta n te ao o l hat' do vi-
s itado t' o ll'c r cce a orga nização da
Vill a Ope ra ria de Búa V iage m :
cada c l1 e fc el e fa míli a operari a,
d cco1'r idos c inco annos da e ntt·a-
ela na casin ha , ten d o pago co m
Esl atua de Luiz Tarquinio po ntua! id ade e us a l ug ue is men-
manda<la erigi r f)OI' f!o libcrn~,:áo dos ;;ae , to •·na- e dono e proprie tat·io
accioni ·tas <lo Empol'io <lo i\ r t<;.
ela m es m a e r ece be titulo t•e la-
ti vo, fi ca nd o para todo e sc m pr e di s pe nsado de q u :~lqu e t' onus
para com o Em porio .
T e ndo . id o fundada e m 1808 a Vi ll a, es te an no ja si'io varios os
operat•ios que v:.o. r ecc be 1· esses ti tulos .
Si levar m os em conta a l'e lativa baixa de salal'ios, que a con-
CO t' t'e n ciu im põe aos dono s da fab t·ica, e a e xce ll en te co n Lt·ucç üo
em tijolos da. casinha : , a economia a nnual d e 168 S que cada
famíli a faz co m a ise 11çiio do pagamerito d o a lu g uel, ve l'-se-á
que o Empot·io e ncaminh o u com l'es ul tados pl'aticos e im!l1en-
A C H I CU L.T HA , I N D USTHIA E A H.TES 247

samente va ntnj so: pa r·a se us opc r·a r ios a so lução do p r·o blema
das casns o pcr a 1·in .
No ce n t ro d o patco, uma c:s la t ua de ma rm o r e perpe tú a a e ffl-
gi e .do ve n e r ando exempl tll' ru nd a d o r· d o E m pori o Indu s tr ial
do No1·te c da an ne xa \'il la Ope ra1·ia. A e s tatua é bo n,ita, ma s
o é ma i a no lJr id · a de q uem r co u e .. c m il ag re de pr·oducção,
d fl tra ba ll1 0, d o rd •1 n e de ::;ú bia e in te llig 111 ph ila ntl'o pia . O
Snr·. Lu iz T:.l l'•JUinio ~:1bc, co mo nó todo s . aue m o , que o pr·o-
ble m a social nã o poded ~cr t'e!>o lvido pe la phi la n l.1'o pi:1 e cla r e -
c id a . 1\·l a s, tc 1· lev a do a te1· mo tiio p rodig ioso tra ba lh o d e r iq ueza
e de a 1no r , n 'u111 pai z o11 dc to d o de e r é m - e es te um d os
males 1na io1·es do Bra zil - é u m fac to q ue m e r ece - e r· co nhecid o
e ad mirad o eomu uma bel la p1·o va de e ne r g ia na cio n a l e , so bre -
tud o, u m feeund o e xem plo a im ita r ( 1). •

Bem Yótles, poi , ca ms compa iJ·iota.- , na linguagem


insuspeiln nlh u. i a~ l a de u m exL,·angeiJ'O, como o la-
lenlo in d us lri a l brnzileiro nã o se ab OJ've apenas · na mnle-
ri alidacl cl n proclucçüo. \nima-o ainda um pensa mento
elevad o e aiLI'u i: Lico, em benefi cio do opernl'iacl o. Esle
enconlrn, I'Oa lm nle, no bonançoso· seio brazileii·o, co ncli-
çõe e g-ar;tnli a d trabalho e de futUI'O nobili tantes, ao e,
mEJsmo tempo, IJem di f'fol'r.m tes ele oulros meios, onde os
ope1·ario co n i leJ·ados, em re"Tél, ver·d acleiros pá1·ia ·, le-
vanta m-. e, em desespei'O, el e vez em quand o, e ~ gTeves le-
mei·osa. , perlul'bado ras, muitas vezes, dn OI'clem social (2).

* * *
Como a Indu tl'ia, a :\ J'le, em suas va1·iadas manifes ta-
ções do de a ca1·pin l:ll'Ía até tis mnis delicadas m·tes libe-
raes, vae encontl'a ndo um g,·and e ca mpo de acçào ent1·e

(!) MAlH O C,\'I"I'A R UZZA • Um estabelecimen to colossa l e uma 110br·e


idéa • . .Imprc sõcs de viagem pu blicada n'A Prooincia . elo Par·á ,
Ma rço de 1903.
12) No Es tado do Parú, por exemplo, os operar ias da Esti'adn de
Ferro de Bragança c o da Imprensa Offi cial são con iderados fun ccio-
narios pu blicos para garantia de licença com ordcnad<? e mont.e[lio.
248 NO ~A PATRIA

nós: é certo qu o sem o cl ese rwolvim enlo ai11 cla ele [UO somos
capazes, mas co m cleflnicla perl'oiçi:io em :-; u produclos .
Sem clúvi la algum a, porém, no ramo da. beLlas -artes
não pod ia deixar cl c:er· gr·an el iosa a nJtl idào na ional, er·-
vi cla pela ar·clont imagina\;ÜO lm!zil,·ir·a em iJa lacla nas
mar·av ilhas do nossa nalur·cz;l , man it' '::'! and o-. o mesmo,
muita" Yeze , em Ya r·iados ram o::;, an me::.rno L mpo, em
um só individuo.
G: um brilha nte exempl o J11w wel r/e .·í. r·r11~jo Porto-
ALeure, Bnrtio el o . ·anlo Ange lo, 11 lrt YL l poda IJ razil ir·o,
fali t:iclo em 2\) el o Dez mbro el o l ~ / ! l , aos 73 a nno. ele
dad o, 11 1! al t G<t rg·o d onsul
( . ,:;._~~
- o • •\
(3 ral do Urazil . em Li..,lHia . O ele
ct·ca nça , 1 a tenloti ra a nw i:-; viva in-
..'r :,.'\ "
clirla ç<'to pelo clu:-;c'nh o o pP ias Gien-
- '
cia<; nalura cs, « p<Lsanclo a , horas
..· .
~
ya r··a a pint a r· c colh 1· proclu ctos
ela nalu l'(.: Zfl , elo q uae Li nha no eu
'
qu a rto um nruz 1rsinho preparado
por oiI >>. P obre, se m pne aos
cin co ann os ele cclad , in iciou, 'ua
i\lanocl de Ar:wj o Porto·AI g-rc.
vida co 1no a pt· ndiz ele relojoeiro,
em Pol'lo-A legt·o, ele ond e era lill ro. Attt·ahicl o pelo genio,
eguiu p<ll'a o Rio el e J an ir·o, ond e enco ntrou apoio, con-
cluindo os estud o. na Eul'Opa .
Das nola Yoi aptid ões a r'lislica cl' o · e gr·anel · brazileit·o,
basta dizer-vos, em resum o, que , ainda nl 11 mno , no Rio
ele J a neiro, concot·r·eu á E x p o içao rl r tistica, em '1830
« obterulo tre premias ao nw srno tempo : wn ele pintura,
outr o de at•clútectw ·a e outro de escuLptara . »
Jü no: Lemo elevado tanto na musica , na escuLptura,
nn arclúteetu.t·a, na arte dramatica, no can to, na pin-
tura, pot· exemp lo, que nosso qu er·icl o Brazil é mesm o
admirado lá fóra .
. enclo corto qu e o e tt·o 1 oo tico pa r·ece faze I' pai'Le do
organi:mo lwazileit·o, não o faz menos a inspil'ação mu-
,\ G HI . ' J.T H .\ , I~ D STIU .-\ E ARTES 219

sicn l : nllincln ;íqu ·ll e, proclttz a::; inspit·nclas e meigas mo-


cLinhas e (J' oca8 pop ulan's , uanlnrln: ó. vio la, cl ocemenle.
Ah! n mu. a p opul u·, r• f'Sl t'O p el ic co n. or ciaclo ao e. tr·o
musica l , lú o :tprcci;!dn, c nl r·c out ro c xlrnn geiro:, p elo
na l urali la l'r•[tl\<.;CZ ~ai11L- ll i l ai t · , al'firmnncl o que« nada
deix ava a clt's1;j(u . , nu por Lorcl B ukl'ot·cl , a. igna-
l anclo ua « J'a,..t:ina~iio pel a~ 11\0di nha.-; brazil eit·ns. »
Ma. . . . ou,·i, ,, p;·ol'O~tlo, a pala\'l'a exlasincl a ele um el e
nosso- illuslt·c.· lil lr! t·ato", .\ fl'o 11 so .\ rinn. , . obre as can-
çõe~ popula r . :

,, Outras i m pr c~~üc· . cgua lm c nt e pro funda· , sóc m d epa •·ar-se


a quem, com o u, di,·at.:"a pelo in te t·io r· , pr·ocur·ando co nh ecer o
nosso paiz. l.ernbra-m e urn cú r·o que c u ur•pt• hc ndi , de u ma
feita, no fu nd o de u m ,-al ie, for•nt ad o pel o co ntrafo r·tcs da co rdi-
lh eira do EspinJ ,ac:o , por· o nde co r·r·e o r·i-
bei t•iio da Prata. u m dos affl uc n tcs indi -
t•ec tos elo r·io da V l ha·. Ti n lta v in!:)ado
um pi ·o e ca t·paclo ela m ontan ha po r· uma
ver eda to r·tu o::;a ·omo tr·ilh o de caut·a:. Do
al to , os v n tos t rav ssos a r•t•a n avam-rr.
o ch::tt éo para m e ob ri ga r·em a :auda r· a
eminencia fron te ira, o pi co do Diluv io. F o t
então qu e m e c lt e"aram aos o uvido- , mui--
to d e lon gA c muito m agoada ·, a notas
d'aqu ell e cú t'o in quecivc l. Em co m o se
fu:se uma ltartn onia de \Vag n r, ta l o seú
myster·in, o t•igor da sua afinf!çii o e a An·on ·o Arinos
unidad \3 da sua ontextut'a . ú ba il e pro -
cur-e i a or·i re m , sem acer·tat' d e ond e partia. D esci ao yall e,
penett·ei por· um a c tr•ada fr·ago a, que as fean ç as do at•voredo
cout·iam de um o o utr·o lado ... "' ó depois q u e n · ultimas nota so
pet·d et·am no c. pa ço e qu e o occas o do oi cham o u ü casa os
lavt·adot·es, J'oi q ue descobt·i a orige m : c r·a um c0t'O dc jot·nal eit·os.
Ao Ct' epuscu l o , puzc t'<tt11-Se em mar·c ha, em fi l a, Lt•azendo ús
costas, cada q ual no seu sambur·;i, a co lh eita do dia par•a o paiol.
Conclui e ntão que o curo e r·a fot•tnado por aquell es h o mens.
Dieigi-m e ao ch efe e pedi-lhes qu e m'o r epeti sem, mas uão o
consegu i. Só cantam em libenlad e, longe da pt·esen ça de
extt'aulto , como as a,·e at•iscas. Mais tat·de, porém, depois d e
tet•em en Lr cgue a tat·era,. par·ti t·am ele novo; e pela estt•ada.
soml)l'ia, ao l onge, entoat·am o cOt•o. Aquellas vor.es, cantando
250 NOSSA PATIUA

juntas, no espaço livre , durante m zes de ccl'lo , adquit•iram um~


amplitude e uma afi n aç ~to qu e in veja riam o. có t·os do nosso
Lyrico. A melod ia d e t' t'am o u- ~e pelo s paç o e m o ndas . onot·as e
foi de;;pc rlat• os bandos de graúna ' q ue · r emexi am nas folhas
d os coqu e iros. Colhi ape nas os do is pt·imciros Ycrsos, que diziam
assim :
Se eu .f6 se pet•ir]u ilo ceNle
Comia-te o milho na müo.
O estribilho no s lal g ico, r epas ado c1 tt·;s lut·a, d izia só:
E u ch or ei!
P or algum tempo, o ' Valle r epe r utiu aqu lia toa da. se ntidr.,
ate que as urú · na matta annun cial'am a " Yc -:-.Iat·ia. (1) "·

D'enlre, porém, o: verdadeiros ull orc · cln. liYina arte,


r·elembr·aremo., p r· ex mplo : - o 1 alre José o/Jau-
ricio 1\ unes Garcia , co nsicl cracl o, cnlão, o maior mu \co
na \m eri ca el o ui , el e grande nomeada ao lempo de
D. J oão \I , qu e o Linha em muita e"li mn.; - \lanoel de
Ch1·i to, auclor· de mu sica . . ncra. , mui lo co nh ecido no
í. interior· do norle el o paiz, ond e exerceu v rd acl eil'a in-
., flu encia, co nseguind o, el e um a feita , npazi gtt rt t· um lroço
d pre. o· rcbellaçlo e em arm a ·, fazen-
I
do- · ouvir melod iosos on · de ua afa-
mada orchesll'a ; - F f'CIIlci ·co Manoel
da Silva, fun lad or elo Co nscr·vato ri o de
Musica no Ri o el e J a nei1·o e viclorioso
auclot· elo HYM NO NAC ION AL , e sa poderosa
c inimil avel pagina mu ical (2), que já
vistes no cup. I, fuzcnclo-nos pa lpitar.de
Maes tro Fr:onr isco
Mano •I dn Si lva. enlhu iasmo o cor·açào.

(I ) A Musa Popttla r·. - Prclccç.ão feita em P etropolis, aos 26· de


Março de 1905, no alão do Club dos Diarios, por Affon ·o Arinos.
(2) Actualmente, 'está levantadn, no Rio de J nneiro, a. idéa. de uma
esta.tua a Francisco 1\'lanoel. A respeito da manuten çáo d'esse hy mno na.
Rcpublica, o conhecido c ta lento o reporter do Jo~nal do Commercio,
AG IU CU LTURA, 1~0 . ' TR!A E ARTES 251

Leopoldo lfiuue~ , o a u ·to r el o Hymn o da H.epubli ca;


lleni'Lea Campos, cujus producções
l'õraHJ ulLimam e n lc app laud id as na
[Lalia c na l•'ranç:a, c
q ; H' a nil a de conclui1·
tl tlla !'or le op 1·a, « s
l [c rócs n , qu CI'Ü I -
,·aclaüs · 11 a m ?. li-
·w ·lo Go-
Mcnclc u Ca1np•)s, Carlos Comes.
o1ne , co-
nhecido c a ·d:u11ad o no n111n lo culto, e m Locla a pm·te
onde j á l'õram Otl Yicln ua in spi rada;; oper:r Guara ny ,
SaLvator Ro~a, E. CJ'aoo, Condor e lanlas outras [l'Oduc-
ções el e a li valor.
E a proposito, caro · co mpa tri ota , não d ve mo deixa r
de fazer aqu i alguma · rci'CI' ncia á maior glot·ia da mu. ica
bmzileira e, c rl a ln Ctllc, ela mu ica america na, a quem o
nolavel Mae ·tro Vc t·di , e m \•lil:'i o, e t·gue ndo- ·e ele ua cu-
d ir·a, e nlhu.- ia ·mudo, ao ouvit· ai·nda em e n aio o le t·-
ceii'O acto do Gucu·any , ab t·açou, co mm ovido, dize ndo : -
Questo giooan commincia, da dooe jlni co io ('1) » .
Foi ahi, e m Mi lüo, o be rço el e sua o·lot·i a univet·sa l, e m
·1870. Para b e m :waliar lc: o c nlhu in ·mo co m que foi

do Rio, Emc~ to Senna, relata-nos , n' um intct·ess:tn le opu c ul o, ,, Notas


de wn Rcporlcr· » , u ma commovcntc cena , a 1wopo it<• da idéa levan-
tada pela t·cportagc m do jo rnae do Rio de J a neit·o, c levada ao conhe-
c ime nto do i\'l arec ha l Deodor o pelo en t;io :vi :~-j o t · D• Serzedcll o Corrêa,
no primeiro a-nniversario da procla ma<;>áo da. H.cpuh lica : - • O l\•larecha l
acolheu a idéa com \'ivo sen time nto dú alegt-ia c d cla t·o u que constrv;wia
o Hymno Naciona l. As banda de mu ica ro mperam inc peradamentc, c
a um te mpo, o ••randioso hy mno de Franci ·co :\Ianoú l. O l\larechal foi
muito acclamado no meio de u m , cnthu sia mo ind e·scrip tive l, c e Ih::
proprio es ta va ba tantc commovido. Mui tas lagr imas Yimos COI'I'Cr
n'es:sa occasiüo, chegando José Ca rlos d<.: Carvalho, ao apertar a mii o do
Mat·echal, a c horar soluça nte c con vul ivamcnte. Não me· lembro dt:
fat:to que tan to impres iona se os c ircum:stantes . •
(1) Trad ucçito : este moço eslt·eia, por onde en aca bo.
NOS A PA T I'l. l ;\

a colhida a c lreia do Guaranv , ha. lél diz ,. qu e, apenas


lermin ac.lo o prim eiro aclo o tlilO!' Lu <.;<.;a, a lli mesmo no
thea lr , conlrnclaYa a a cq 11 i .-:i ~· ;\o da hcl li:s ima parlilut·a .
Afflt·nw.-se, me mo, que \' c rel i, no" inlc rYnll w· dos aclo ,
ia , enlhusia mado, ab l·aç;u· Car],,,..: GPnlc.", no: basLidores.
Do qu e foi c~ ·a ,·iclorioi'a ll <;i l.•, lt:d , ca ro. compa-
LI·iolas, e" te lt·echo dn ·loqu nlc ch;.-·c ripc::tn feila por um
do no o. mai. b rilha nl '" li LLe1·alos, Lni z Guima1·úc ,
leslemunlta ocula r :
" O qua r·to ac to foi ouvid o re li g i o~anw n le . .'\en1 u rn mu r·m ur·io
na l'latéa, ne m um a. re pir:l•;i'LO, n >lll 111 11 gesto ! . ' ão ce nas que
's e impõem, com o o Ir I'Oi:; rn o c ro rno a dü~g- r·:r•; a. (,)ua ndo ca hiu o
pa nno, o dclirio ap osso u-se d<· todos. Mae u ·o, scc nogr·up ho,
a1·ti stas, co mparsa · . vi e ram :'t s ·c nn, duranu o a sau da çà!l publica
perto de meia lr ora! Car·lcn-; G or n c~ , ao te r· min a r· o ultimo echo
da ultinra palrna, partiu do ll< ealr·o ··o rno a bnla de um fuzil,
me tte u-se n'um curTo , e J 'a lr i a po uco c swva e m casa. C lr a péo lan-
çado sobr·c o pi a no, g r·a\':1la ao ar, pal e lo L ao fundo do g uar•da-
l'Oupa, sem pen sa r·, se m torna r· f'o lego, se m des pir·- e a té, nre•·-
g ulh ou nos le nçóes e L<! J o u a car·a he rrn cti a rn n lc , cpmo urna
noiva c hi new!

r
I
- Ve nci I Venci a bata lira! - i bi lava ell e, po r baix o da tri nchei r'<L
No dia seguinte, r·eceb u Ca rl os Gorn es o se,;uinte bilhe te :
" Meu caro discipulo, já .\tJae lt·o. D i ~ e ,·- te o orynlho de que
me sinto poss uiclo e impossivel e é inulil. Po e-le afiançar
ape nas uma cai a : até l!oje, não me co ns ta que }Jacstro
alyum, nas tuas cir cumslanc ias, ganha. e vieto,·ia egual á do
,, Guar an!J "· l!.'nch0-me de ylorta e aperto -te em meus braços,
.fcli;; por consider a r- me teu collCfJCL. - Lauro R ossi. "
Al ém das ovuçõe · e sig naes de apreço po pula r·, sem inlel'-
rupç:iio , do juizo dos jor' n::re itai ia no,;, r·e trato · e ca r·i caturas
allusiva · no. sem anar·ios i !lu. tr·ndos de Mil ão, co ub e a . Carlos
Gomes a sati;· facção el e dua s outras vi c to1·ias niio nr e no · ex pr•es-
sivas . A princeza Ma thilcl c, qu e o a ppl a udiu e nthu sin s ti camente,
foi a primci1' a a encom rnc nd a r um ·xe nrpl ar· da pa r·titur·a, quand o
Lucca a imprin risse. O l\'lini s tr·o da In s t• ·ucç~w a pr•ese ntou ao
Hei o cl~· Cl'e to da nom caçfw de Carl os Go mes par•a ca ,•all e iro da
Or·dem ela Cor ôa da ltal•a "·

E coberlo de applauso e loul'os L1·iumphaes, aos


i\ Gl\1 ' U LT UHi\, lN O USTI11A E AHTI·:S 253

üü annos ele ecl a lo . .. ah ! Yccl c-o , c:wos ·co rnpali'iolas, na


gi·avui'a qu e Yn." damr)<;. Honrao, honrne por Lodo · os

l" lli mo., clial:i de Carlos Gomes.

mo·clo a 111 rnOI'ia d' e. .-c gra nde c gloi·ioso !)J'az il eiro ('! ).

Mas, não é só na mu sica - in. piraç<"io - quo o lalen lo


bi·nzileii·o se ma niJ'e. Ln : se ll e corporirl ca- e em compo-
. siçõcs nolaveis, malcri alisa- Lambem nn. deli cio. a.
nolas elo canlo.
Verd adeiras e;;:.pecialidacles, ahi te nd es as nolaveis
ClotiLclr> Nfru·agLi ano, A melia c H edy i i'Clcema , ele e lu-

(l) Carlos Gom s fa lleceu em Belém, capital do Estado do Parà, em


Maio de 1906, directo r do Jns tit nlo Cal'lo Gomes, Conser vatorio dP.
JV! us ica. Seu corpo , po r6m, fo i tran po r tad o em um navio de guerra
para a idade de Ca mpinas , em S . Paulo, que o rec lamou . Entre os
- trabalhos_ publicados em ho nra ü memo rin ele Ca d os Gomes , rccommen-
damos " A Bahia a Ga d os Go mes "• do illus tt·c littcrato S itio Boccanem
Juniot·, c o nde se acha de talhada mente contada a vinda do Maestro pa1::'\
o Pnr:\ e s ua mprt c .
15
251 NOSSA PATRIA

dos iniciados no Beazil e a1eefeiçoaclos na Eur·opa. A es-


tr·eia da peimeira, no Lhea teo B eUini, da icilia, mer·eceu
laego elogios ela impeen a italiana, ctne a qualif1cou,

~< -y
• ·.:::s-
·c;-,~"·;; ~:<õ·,,s,-~±..
Clo tilde Mar.1:;Jia no . A111clia ll'accm a.

mesmo, ele « uma m.aNwiL/w a e..ccepçcZo ele tinacla a


ir de triwnplw em triumplw f'm. . tW CW't'eira artisti-
·ca ( 1) u.
obee as irmãs Iracema , « a mni. velha, a illusl!·e
Amelia, cuja fama univeesal tnnto no orgnlha , reside
habitu almente em I ol'l.o-Alegr·c, ele on le, orn o ai nel a.em ·
'1906, com a nostal gia el o triumph o, á veze levanta o
vôo sereno 1 ara percorrer· as pc1' orrid a capilae euro-
péas, e Lomar· ao ·ocego car·inho o el a pa lr·ia, cheia ele
nova glo1·ia. »
Hedy tem apenas ini ciada a glo1·iosa ca reeira arlislica.
Appa1·eceu pela primei1·a vez em publi co para conquistai'
um grande t1·ium pho, em '190!1, na \llemanha, onde ; é
hoje ·« a ca ntoea em moda >> ; tend o pel·co nido j á clifferen-
tes cô rles allemãs , contraclada em ·1907 paea a côrle do
Gn'ío Duque de J-Ies e, onde j á havi a cantad o m '1906 (2).

(1) R eoue du Brésil, i\ go to de 1807.


(2) No arti,.,o de o nde extra himos estes apo ntamentos e respectivos re·
tratos, le mos q ue Hedy, de 1905 a 1007, cantou em Colo"ne dez vezes,
vicsscn, Aa e hcn, Düren, Düsselclorf, Erbefrd, Bnrme n, Rhein, Solingen,
Neus , Meve, Eus kirchen, Gt·onnu.
AGHI U LT U HA , ! NO . 'TI{! .\ E A ll 'H:.

Na ai'Le cl r·arnntica, 110 pal co lo d ra 111a e ela Lraged ia ,


vêde, po1· exemplo, d'enLre os 111 a is noLa· ·
vei o genial, Joao Caetano , de larga
nomeada , no ex tra ngc iro, m r cenrl o do
paL1·ioli ·rn o na ciona l a e-.: ta tua qu e "
er·gue, no lti o de J éln eiro, em l're nL ela
Escóla Nacional de B •Jla<;-.\rt cs.
Não vos cl é111 os jn, 11 'es te liYrc ,, 110 Jll O-
num cnLo a I1 C'd 1·o .\ h·arcs C:;l iJt';l l IW S - -·--
es LaLua · c1o I h1que de ( :a x .~;ls c d o \ I ;lJ·- Ht,tl olph o BCI'n:tr dc lli
qu cz ele ll cn •;1l , Y;tinl'!l.so:-. ·~· nNn .~ l1raz il ciro,.:, dois

N icotina ""'"is.
gr·and e · al lcs lados ela
per·t cia de Hocl olpho
Bern a rcl elli (1 ), po r ex-
e mplo, na csculplul'a?
.Ma.·, ahi lcndcs. lam-
bem, um novo bt·i lho,
um a nova fa ce elo ta-
le nto ela mul her bl·a-
zil eii·a, Nicolina de
A s i., enLI'C oull'as . a
in pit·ada a uclora dn - a A Gl o ri~ coroando o Genio. •

(I) R odo lpho 13et·na n lclli na sceu no ~lexi co, mas est:\ desde c reança i10
B t·azil , onde se dcsdobmu c u ta l nto de csculp tot• no tavol.
256 l\ 0 . ·.·A PA'I'I\ I A

Gloria wroando o Genio ( I) - no p d . t:-~ 1 do monu-


mento e1·gui lo, em . ·. I nu lo, a Cout o de .\l aga lhãe ·.
Na pintura, q u pr · i o~:t,.: CO il lJlO"i~(>c -; nos lêm dado ,
cn li'e tantos outro:; : .\l meida Ju nior , 1-k lmirn de .\l mcid a ,
Decio \' ill;n '·"· l•'c rii<ti l-
cl ·" ~! ;1 had o, l :e,wcli l' tn
Ca li;-;t o, .\ nlonio l\li Tl' i-
r;l ,.:, o ." (' ;\ I' l ) ' l' l~ i l ' ;l d;i
.'i k l?
.\ qui nl c,.,mo, t' l ll ou -
tros p o nt o~ d 'c~lc li\'l'o,
j;i ti\'c;: l c" occ: n<.:i ;'in dt•
Virtor ,\l circ llcs .
il l)l'CCi:l l', ('111 l'C'Il l'Od U<.;- \ntoni1) P:trrcira:.-. .
ção cl beiJo.-; qund l'll.,
hUorico., o.- tnl nlo. cl . .\ un· li o d Figul'i r do, de
Ped ro P er "'· lc \' ictOI' \l circll c,.; , qu e ;;t• r('í'. II OL<Il' nn
Eu ropa , c;-;pond o em Pa ri: , 0 11 l l'oi c;-; cutad o, . ua Ba-
talha rle Riaclwr>lo, c m Hru;o; cll;b, uma np r ciadn e
cnol'ln e Léln, re]JI' · nlnnclo o p:~n o ra1na da <.; id ad do . Ri o
de Jnncii'O.
J á vi;;Lc: , gualm cnl , muilo: quadro: n Laveis de
Ped1·o \m crico, o g nial a1·li ·ta br·nzil iro, cl' r pulação
li 11 iVCI'.':tJ.
E d'es le, como d Carlos Gom s, dci:-;c mo: aqui mai
algumas I'el'er n ·in.
Ta l era jú a fama que envolvia o nom do men ino-
prodigio, ao: dez a 11n o ele eclade, qu e o il lu: LI'e natura-
l isla fra ncez Luiz Bru11et, em mi. à o explo radora no nOI'LC
do Brazil , de pa<;. :tgem pela Pa rahyb:t, m . lr u vivo
desejo de co nhecei-o pe . oalm cnle .
Mas, Bnmcl, ao Yól-o, nào se contentou co m o exame
de dive1·;;a paizag 11 : e I'ei.I':t los j á c:-; cutn Jo · pelo me-
nin o : quiz prova · de hnbilidadc, a lli me: mo; cl eanle ele

(1 ) Es ta e !atua fl g ut·ou, em c xposiçúo no Salão ele P ari.s, e m 1905,


sendC\ muito apreciada .
A GIU ' LT ' RA , 1:\D ·. ·TniA E Af{TES 257

. eu · olho · . E I 'dt· .\ 111 r i ~o, p r incl icnçüo de PI'Unel ,


desenhou le prn111p to ' co m ;t m:1x ima lld elidncle algun I·
n. umpto 1 O iii11"Lre tw tu r;1 li,.; Ln, nl;-to , no auge do
enth u ·ia ·mo da ;HII nir:uJto , ~o tt Y i doiHl p:1 1'a f'nze1· pa rle
da exp li ç:'lo ' () 11\ 0 des ·nhi: ta , o qu e roi d ia;.: depoi co n-
lil·mad o p lo l)r . ~a c .\ liluquerqu c, nlüo pr id nle da
I •·ov in i :~.
E sa expedirüo du rou Yin le mczc.-.;.
E co mo ·. ;t JJatrtfh a df' _~ t cahy, qu e p yi ;.:t _.; repi'O-
cluzicla no cnp . \'I , cn n,id rn cla , gcra lm 1ile, a. obrn prima
do immol'l ::tl lmtzil i1·o, "G;.:lllJ I ncl o
mod I , de qu e ;.:c núo co1 lh ccem
mui do que lrcs ou qu;llro ' xem-
plo · em Inda. ns ( ;;\I CI'ia.-; da l·:uro-
pa ~. n a phrasc cln critica ll i'Opé<l ,
nalTemos um inlcre:;.:a nle fa cto.
Trabalh ando pa ra a xecuç<i o
d 'es:n olm:t mon11111en L: li , oIh ncl o
doc·.um enlos, ph olo•·T::t phia ,.;, ele. ,
não enco ntrúrn I dro .\ meri co ele-
mento: posiliYOS para t1 t'C'Jli'Odu cçüo da fi n·ura. elo i\Ia.j o•·
Corl'6n L imt~ , de qu m jJO,.;suin apenas umtl li g-eira de: -
ct·i pçüo, _qu e lh e i'Õl'a l'eil:< por um runi go , m crt~·Ln de
J nnei t'O de I 'i!\.
Poi. bem : - exposta a q·;:~ ndi o ·:t téla , a n leliclacle dos
traço. phy: ion tni co: el o i\faj o•· Col'réa Lim n, « que está
no grupo elo duque ele Cax ia.; , e ob c;u:}o awatLo estow·a
uma bontba » era ta l, t5o exp r s. ivtl , que, logo <Í. pri-
meira visln, D. P cl ro li o t' Gonh ceu, n'e:·se tl'UÇO ele
genio, de inspiraçüo priYil -giada, el e ima ginação podero: n
e lriumph anle.
Não fà rt1 n fama eu•·op ';:~ 1ue já nu r oltlv:< o nome do
nosso glo•·ioso co mpt~ L•·io ltl, e a prec.:umpção, po l'lt~nlo, do
[Ue deveritl ·e1· il Batalha de A oahy , ce rt;1ment e t1 ciclncl
e
de l·l o•·ençn nüo tCI·in di · pult~clo a honra de Yól-a pi nlt~cla I
I
em seu eio, como jü vos dissemo · no cnp. VI. !
!,
p

258 NOS. 'A PATRI A

Do q u e se esc1·evcu so bre a in d ividu:tlicl ' d e e sob re a


g randiosa o bm elo ge ni::d a rli . la brnzi lci r o, 11 a im p re n s a
européa c a m e ri ca n n , n ã o n os é pos:' iv I, e m e u 1·Lo e paço,
faze 1· aq ui o m a is r es umi do c xlr;\ c lo , la l a c x le n são dos
c o n ceitos e a q u an tid ade el e ap 1· c.: in ç;õ s hon 1'0 i s imas,
qu e se e n co nlra m reg i -- l racl :~ n o P ed1'0 Ame,·ico, sua
v ida e suas obl'as, cnp il.ul o - « J uiz o ni YCI' ·a i sob re a
Bnln lh n el e r\v:~ h y ·J) )), p roclnnwcl o, p o r xem plo, « c h efe
d a escóln icl é a lis la n a Eur·o pa » , cc um inrtLiingi vc l m e Ire,
Um inco mp()J'L)Ve l la le nl o )) 1 (C Um J11(ld (.' r J10 n apha e l. ))
Pn 1·a um n im pl e icléa, po r · m , elo c nlhusirtsm o e da
ad miração pro duzid o. , lr;lll SCI' ve r m o aq ui pa la vras,
n'aq u e ll a epoch a , elo tuclii ulle beL/e cu·ti, de \lil ão :

"Ain da poucos dia ~, e P edt·o ,\ merico pa t·ti t•;'t em d irecção ao


Bt•azil.
Salve , artista p lti losop ho ! Que a tua viage lll eja pt•ospera e
feli z, tal e o n osso. a uguri o; q u estejas, em breve , e 11 lre nós .. .
e le é o desejo de lodos os i ta liano: qu ive t·am a fot·Lun a de
conh ece t·- te !
Em um a edade, e m q ue tanto. outros lim itam-se a so nhat' os
successos do pot·vir, lu , P edt·o Ame1·ico, c ltega te ao a pogeu da
g lot·ia. Tu és um d 'aq ue lle s at' li s ta: qu e impt•i tn e m 11a f:1 c ed e um
seculo o seu nom e inde leve l .. . um d'a.qu e ll e- h ome n:s, cuj as obt·as
glot·iosas fa zem med itar o phi losopho: , can la t· o poeta s, sc ismar
os povos. Q ue novos tt·iumplt os pod e mo. au g ut'a i' ao le u me ri to'l"

Aqu i te nd e s n lg un s d ado ·ob r e o gra nd e B razil ·j,·o,


qu e , e m 7 d e O ulubi'O d e '1905, e m Fl o r e n ça, na lla lia,
exha lo u o ulti mo a le nto, JU ::tnd o s e ]Jl'Cpa rnv a p::n a r e g r es-
sa!' ti Palrin ncl o r·ad n (2) .

(1) Valioso e tudo sobre Ped ro Ameri co, ornamentado de muitnsgra-


vuras, por J . ?.1. Cardoso de Oli veira.
(2) A proposito da. morte de Pedro Amcrieo, cscrevêmos um opusculo,
onde se acha relatado miudamente tudo isso, com a tran cripç;-10 de
mutlas cat·ta.s firmadas pelo grande mot·to. Ahi rica a indicaçüo, pnra.
quem desejat' con hecer os ullimos di as ào nota vel art ista brazileiro.
O corpo de Pedro Americo descança hoje na Parahyba, de onde era. filho.
AGHLCU LT "HA , INO STRIA E ARTES 259

E a memOI'ia inolvidavel de Pedt'O Americo, está ,


mesmo, intimam ntc li ga la á mocidade b1·azi leir·a, por
inlei'med io d'esle livro qu I grou a honra de sei' o depo-
si lat·io dos derrad i1·o la mp jos d'aquelle olhos de aguia,
que se apa gav;lm , e dos ult imo impulsos da sua palheta
ma t·avilh o n, qtt c jü trem ia, quasi m vida!
v

Pedimo c tivclll OS a dita de receber, mczcs an tes da


sua mol'l e, o c.l c 11h qu e ornamenta a ca pn d'este livro,
rept'esentancl o C llt sun propda ph rn c, « o ultinw traba-
Lho de tinado á p uúLicicla te » , como << wn affectuoso
brinde á mocidade bra_7i/eira u e « ex ecutado já com a
mão trenwia e o aux ilio de wna lente pat'a melhor
enxergar . ,,

Capitulo XIV

Commercio . Rendas publicas . Exposições


nacionaes e internacionaes.

Dea nle do que vos l mos exposto, a té aq ui , com rela-


ção ás nos as pt'Oducções nalura es, todas ele grande pt·o-
curn no comme rcio univet· ai, bem podereis aval iar qua l
deva ser o desenvolvimen to do commercio ·bmzileit·o:
Suas pr·in cipaes pt·nçns são : Rio de J aneiro, servindo
lambem el e vehi culo ao commercio elos Estados de Minas
Geraes c R io de J aneiro, o maiot· cenLI'O de negocios na
Amei'ica do ui e uma das pr·imeii'as pr·aças no mundo ; -
San tos, no E lado de . Paulo;- Belém, no Estado do
Pará ; - S . a lvado r, no Estado da Bahi a; - Recife,
no Estado de PCI·nnmbuco; - Poi'lo-Aieg,·e, no Estado
do Rio Gt'ancl e do ui ; - Manáos, no Estado do Ama-
zonas.
260 ~O S A P ,\T HI ,\

É t·elevanle, enLrelanLo, o mo,·imen lo co mmereial nos


demais porlo. brazileiros pt·incipa lm 'nl m Fot.-Laleza,
Pamnagmi , Flot·ia nopoli Hio C rand e, ele.
Façam o , porém, uma ra pid a rei" re n ia ao commet·cio
de exportação , que é o qu e Mt a medida preci a do valor
e dl'! s 1·iqueza. de um pn iz .
De uma esLali sLicn no prim iro en1eslrc np nas do anno
de ·190.<\., por exempl o, 011 . lnm a:-; seguinte e: pecies e
val01·e ·, despt·ezan clo l"rncçõcs : - ·c~j'é, 127 mil contos;
bol'radw de se,·ing ra>i,·a , 115 mi l conl s ; algodão, ·13
mil co ntos; coul'o solgado. , 12 mil contos ; tabac o ou
fumo , ·10 mi l co nto ; he,·oa-m alte, ' mi l ·onlos; p elLes,
8 mil contos; cow·o ecco , (j mil co nlo ; OÍI 'O em barra,
4 mil conlo ; bo,·,·cu.:lw de II?Wúr;o!Ja, ~J mil co nLo ·; cêra
de carnah uba , ~ miI co n Los; cacâu, 6 mi I on Lo · ; cas la-
nhas, 2 mil co ntos ; mangane~~, 2 mi l co 11 Los ( I); borra_-
cha ele mangabeii'Ct, mi l contos : car or;o ele algodão, '11:'1
contos; la , mil conLo · c variand o en tre nov ce nto contos
e novenla e Ires co nto~, os scguinlcs prodn clo : a1'eia
m.ona: iúca., a 8ucar, jal'elLo , madeil'(tS, p edi'CtS precio-
sas , piass"cwa, ipecacuanlw, Jructas , fo lha e rai:es
medicinaes ,fa,·inha de mandioca , ele.
Pa1·a mel hor npreeia rcl c qua.e.-; os pnize que mantêm
com o Brazil mais de. envolvida somm a de relações eco-

(1) O lltctngall e~, d<.: vat·iados uso industt·iaes e mcdi c inacs, co mo <t
prcpara ç[LO do c hlor o c dos c hl orurcto~, a c xtt·acçúo do oxygenco, o
branqueamento do vidro e do c rys ta l, a fab t·ic:tçüo do esmaltes, j á vae
sendo objüeiO de la r·ga e xplomç:'to no Bt·a;r.i l, no Es tado da. Ba hia e no
de l\11inas Geracs prin c ipa lme nte, onde ex is te em c;ons ideraveis dcpositos
naturaes. De um a intet· Bant.c estatisticn, q ue s e lê no aprcc ia.vc ltrabalho
do Dr. ;'1/el ·on S enna, já c itado , consta a re peito da expol'la<;ftO do· man·
[tane~ de Minas Gcraes : no anno de 1()03, du.:<l' ll lO e d e:,esete milhões
P. aeiscentos mil kilogretm m.as; de 1()00 a. 1903, qui!lltcntos e quarenta
e, nooe mtlltões c cüca de &r!iscentos m il lrilog ,•ammas. A expot·tação
d .~sse producto minei>nl no B•·azi l s ubiu a cerca de seis mil contos de
·- rlurnntc os annos de 1 90~ a 1905.
CO MMEH 10 . RENDA · I~ UBLI CA. ·. EXPOSIÇÕES 261

nomicas, aqui vo · deixamos uma eslali. lica do commei·cio


inlel'l1aci onnl , crn ·190·1, por cxcm pio :
l rnpo1·taç:.'io Ex po r·tnç ,1o

Allem a nh a . . . . 39. 080.000SOOO I 20 . 7LJ9 . 2845000


\q; cnti na . . . . 5G. 173.tl30SOOO 19. 21 8. 7735000
\u s tr· ia-H un g r·ra - .G32. <J3 000 ~~ . 229 . 0345000
Be lg ica . . . . . . o.5 17. 63·15000 18. 876. 8805000
E · tados- 11 ido::; . :) 1. 035. 065 ~ 000 371 . 147 .265S000
Fr·a nç a . . . . . . . . . 03 .203 . 299 000 100. 338 2!)7$000
Ing late rr•a e po ·. essõc::; . . 13ú . 278 . •li I 000 I 11 . 487. ·1005000
Hespanh a . . . . . . . . . 2 .07J . 89·1SOOO 1 . 351 . 8235000
Hol lan da . . . . . . . . . . ~.5 1 <J • 2-18S000 .(j . 98!) . 8 195000
ltalia . . .. . 15.857 . 6 10 000 8. 1OÇJ. 9505000
P or·tu ga l . 20 . 028. 5·105000 5.09 1. 2395000
Suec ia.- N o nr c ga . .~. 9GO . 550,. 0.10
Suiss a. . . . . . . 2.910. 3•17 000
Ur·ug ua.y . . . . . 27 . 085 . 4.tt soao 9 .909. 657$000
Dive r·so pa.izcs . •I . 20.1. 9925000 22. 337 . 2435000

<11 ,1.152.00.1. 000 800. 926 . 6945000

O comrn orcin, o movim ento economi co interno e exlei·no


dos pr du elos de um paiz , em e lado natural Oll tr·nn -
for·m ados ppla indu Lria, é, em dúYidn alguma , o mais
formi davel cl mento de vitalidade nacional.
É d'alii , po i ·, qu e nos provêm os principac I' ur· os de
no ·a eslabilidacl c e p1·ogrc . o, po1· inlerm edi o do imposto,
que é a co nl!·i bui ç<'i.o pecuniaria ele Telnda pelo poder
co mpcl 111 , pa ra fazet· l'n ·c ao cncai·n·o publi co . O im.-
posio é, portanto, um devei' , agrado, a que nenhum cida-
dão c deve fur·La r·.
A.· rend::1 · publicas, enlt'e nó. , de accà i·clo com o l'egi-
men fccl cralivo sob que vivemos, 5o de L1·es ot·dens :
l'et~das fede m es, de finada li m::1nutenção dos set·vi ços
publico conllado· ::10 Governo f.ecleral, como o Exercito,
a Armada, a Diplomacia , enll' ouli'O · ; rendas estaduaes,
com a qua es os Govern o no 1·especlivos Estados da
Uni t'i.o mantêm seus sct·viços pt·ivalivos, como a
15.
262 N OS 'A I ATRI J'.:

Hygien e, n Poli cia, a ln LI'u cç-ão I J'ÍIIl::l J'in, ele. ; l'enclas


municipaes, po1· · meio das qu ac. os ll lunicipios, que são
as diffe1·ente ci1·cums 1·ipções nclm ind rnliYn em que se
divid em os Esta do , u Lenln m sr J·yiç·o.. qu e lhes ão par-
ticulares ou auxiliares dos do E lado:, con l'o rme a Ol'ga-
nizn çào nclmindrativn l'c. L . .
O E la lo que contam mai a ·ullada ,. nda 5o os de
S. Paulo e !vlinn Gerae , Ct m mai~ ele cincoenta m-il
contos annua es; cg uin cl o-<;c-lhes o· elo .\ mazo nns , Pa1·á,
Bahia, Hi o el e JaneiJ'O, Hi o Grnnrl do S ul, de dezoito a
de:: mil contos annun e .
\ so mma lotai clns rendas e ladu flc._ I ·J905 a '1906
de T'éis.
O recursos fin nnc iro: ela .\fnçi:io 13razil cira até á pro-
clam ação da H.opublicn, em ·JR a, el va\·n m- e n du-~en/o.·
mil conto de r ei annu:1lm onlc . L c ·J '"'9 elll dcan le, os
recu1·so l'ederne sof'f'r ra111 o· cil laçõc. , ora pn1·a mai- ,
OI'::t para menos, I vi ci o ni:io . ó ú 11':\n l'ol'llw çi'io políti ca
e aclmini ·traliva que ·c operi\ra no pniz , (.;0 1110 nindn, em
g rnnde _pa rte, . n uma . éri c! pcrlu rbnçüc. de o1·dem
inl cma , que muil o n o.- pr·cjurl icnrnm a. co ncli çõc ~ cco-
nomicn · int erna: c e xte rn a~ .
Hoje, felizmente, a dn la l' de ·J900, cnlrnmos ·e m pleno
i1o1·escimcnlo fin an(jei1·o, o ncccnlu ad o c dcci<;i vo crédito
no exlrangeii'O .
. 'ó a. \lfnnd cga: braz_ileiras, qu e, no primei1·o ~ eme~ tre
de '1906 Ul't'eCa da t·am Cêt'CU de Cento e trin/rt e cinCO mil
contos de l'éi. , em egual . eme<;lre de ·J 90l I'endera m cêrca
de cento e setenta e dois m il contos de T'éis, continuando
a l'enda. em progt·es<;ivo nu rrmenlo.
E o lerrilorio federn l do Acre, que, em 1903, inicio
da soberania fed ei·al brazileit·a n'aquell a região, rendera
apenas quinhentos e setenta contos, an e a dou em '1905
mais de oito m.il, e ó no primeiro semesli'e de '1906,
-rs de sete mil.
Oi\! i\ I ER ' lO . RENOM:; P UIJLICA S . EXPO ' IÇÕES 26:1

*
* *
Não bn ~ t n m , enlrel;t nl o, qu eri do compuLrioLas, pat·a
o desenvolv im nL dn s rendas publicas , fed eracs e esLa-
duaes, qu e cli spon h::tlll ns de YG <;l::ts riqu ezas naLumes,
nece -=;aria ao ommerciu uniYcr: t'll.
É in di. pcn a v ' l qu cs:n · riqu eza·, o producLos de
nossas fl ore ltls, de no-so sub-=;ólo, el e nos a agricu!Lura,
de -nos a · in du ·Lri < a t·L sej atn mos L1·ados, conhecidos
c bem reJ ulacl o : de Eo;L ado a E lado nt'l or·dem econo-
mica inler na, pa ra qu e mai co n uma entre nós os
no -o · p rop rio: prod u Lo ; e no e xLrangeit·o, na ot·dcm
economi ·a exlcr na , pa ra qu e se sa iba lü fó1·a o que pos-
suí mo , nLLra hindo, m mo, emp1' za e capi taes exLrat t-
gei t'O , el s jo ·os ele luct·o na exploração ele no sa: imme11- .
suravci riqu eza . \in da n' e Le ·enLido, um a novo e eleli-
niLiYa ori nl<:H~ã o c va lJroduzindo no Brazil moderno.
a ord m inle1'11a, YCmos, por exerryplo, a acçiio p<t-
Lt·ioLi cn do Esla lo elo Hi o ~rnn le elo Sul, um do · mnis
ri cos e inelttsLriae ·, lottWt' a deanlei 1·a na p1·opaganda de
seus producto . Em 1907, fez na nt ilal ela Hepu blica
uma explcnelida expo ·ição de seu vinho , que lhe gl·an-
gea J·am alla reput ação. ]• m seguida, com missionou um
agenle e pecial, que pet·cotTeu o Brazil, el e norte a sul,
fazendo Expo ições n·era es, com CÔI'Ca de qua tro mil
' Yolum e<;. E a nova ori entação continúa, intensa, a COII-
qui lar o. es1 irilo e clarecielos e pnL1·ioLa .
O· !\'lini Lro da Indu Lria , Mi guel Calmon, de lar.;a itli-
ciativa, emprehencle aLt1·ahit· não ó as vi Las de Lodos os
Estado , ao me mo tempo, pa1·a um ponto commum, no
intuito el e « realizar wn verdadeú·o inquerito sob1·e os
r ecw·sos e desenvol.vimento economico do pai:; », e
ainda as vi La · exlrangeiras, natu ralmen te de<;pe t·Laclas
pelo progTe ·sos elo Bt·azi l moelem o. ·
Pa1·a i so levantou a idéa de uma grande Exposição
NaCional no Rio ele Janeiro, em '1908, onde flgura1·ão os
26·1

procl uctos de lod os O!': E:;.; l ~tdos lmtzil ci rus, qt tCjêi annui r·nm
á p::üri oli ·;' ini cint iYn , Lanl o lll<ti, I' l iz <tu:t tllo é des ti nada
a co mm cmorar· o cc nlenar·io de um grand e :ll.:nnLccim enlo

1\ oo-;r \' ~'' l l c ... ua tllh a. phuto:.{raplladu.., t lfJ l':l\ il b[II J]do Br;tn l ao I rui•) d o ('I) I'Onúl Aguiar,
ptv~ idc ntc ela Cnu1mj-,... ;jo ll r:tzilci rn , de ontt'th C•JIIll11 i ...... :\l·ioSC S('nho r:l-.. hr;lli lc iras.

de nossa H isLori n : a abel'tw·a elo. porto. rLo Bt ·cc~il ao


conuner ·io in.ternaci01wl, em 1808 (1).
N a or·dem c:d cr·nn , com r clnç;lo .ao com mcr cio in Le1'11a-
ciona I , além da ncç;lo fcdcr·n I m::u1lend o no o:dra n n·ei ro

( 1) Vide, no cap. I V , :t no tic i:t det:tlhada d'c ·c grande acontecimen to,


que foi o mais decis ivo passo p:tm a no sa l ndependcncia Po l iti c:~ .
0 ~1~1 1-:HC I O . HE:'\'D ,\ · I' 11 LI CA E XI' OS IÇÕE. · 265

l'nl:lcio dn l n clu~ tria~. - E'\pO ·içfio na ional <lc 1008 .


.266 :>/ Q. ·::;A P A TH!,\

umn comrni fio propt·iarn enle cl propagnncla ('!), tomou


o E: tad o de S . Pn ul o n dcan lcira, n c: tn do um::t rcpresett-
laç{ío especinl, cffec tiY::t e mal ri:ll , nt uma d::t. mnis
imporl::tnles ]H'::t~ns comm rt:i::t c~ na l ~u ro p:t , \ nluerpin ,
nn I elgica .
Tud o isso jti . po.o: lcri or ao ·onlp<lt·C'ri tnunlo of'íicia l do

,I'
l

.,I
I

t•a villlüo d o E ·tado d e êoo I' aut o. - Expo iJoo nacio nal do 1DOS .

Bt•azil ú g rand e Expo ição Unioasal de S. L ui:, nos


Estados- U niJ o da Antcri ca ·do orle, en t ·1904 , onde,
palenten nd o grande so mma de seus va t·iado procluclos,
con4u is lou, pelo julgamento do jur~' inlern acio11al, um
do. pr·i mciro<; loga t·c en lre ns di fferen lcs naçõc n rnet·i-

(1) Rc01·ga nizn da e m ba es mai s dcscnvo ll·ida c adaptadas ao flm, foi


nomeado, em 190i, seu Pres idente o Or. Paula Ramos.
CO i\1:'-I EH 10 . H E:\' DA . PU BLI C.c\ . ·. EXP S I ÇÕES 267

ca na , curop ·a,:; e 0 ia Li cD., que co nco ri 'C I'nm ao g rande


cerwm cn.
- « Imponf'IIÜ' e vrcuulimw
pai.:; ! obe,·úa C'.r:hibiçao ! << dis,;
o nr. Ronsc,·ell, Prc. icl ·nle cl'n -
quell a poderosa l~cp ubli c u, ao
'"' 1lnr a,; srcç:õ . h razilci l·a~, Oil-
de . pl1olographon no gra n lio.:;o
P cwi/hão du B l"(l.~it, ~ob r o
qual um dos nwis i1npnrta nlcs
j o r n a c s n 111 ' r i c a n o s , o o in!
L oui R epublir:, a rfi l'lllOll :
·m a das nota p<·inripa s da
1' p<'C~enta üo do Braz i l , o IJello
pa,,il l <üo naciona l co n,-t<·uid pelo
·c u Go vci' IlO. I c um go·to e I ellcza P:n ilh~io do E-,lado da Ba hia .
E xpo> i1·:i o na cional de t GilS.
aru ·L<CO · que e lOI'nam objcclo de
aclmi <'a ão pa<'a quan to pc <'CO<'<·e m
a E xpo ·ição, c:; ccli fi cio, I .· cnh ado pelo o1·oncl . ·ouza
Ag uia1·, de afia o: pa ,•i ll<õ ·. nacionaes da ,. lha Eu1·opa, e -
fo<·çad a homenagem - l odo o co nfr.o o·
ta m co m o F. stival Hall, p ça ar h i tec
Loni ca co n - idei'nda de I"'s i · te n •ia pela
Ex po içi:l o (J). n

Foi nhi, n'e ··e magnifi co p:wilhã ,


qu e o Hrazi l ·o1n pareceu, t'epr en-
la clo por 2.85'7 xpo;;ii OI'C", que, na
phr<t c da im prensa nol'ie-am eri cana
,, competira111 da m.elhof' maneit·a
Coron ·I SouNL Ag-umr.
e por co'mpleto com o jJ7'oceclentes
de toda a p arte do m.unclf) . » ó
de madeira: apre cnlümo ·J: J93 amo ·L1·a .
Qua1Úo ás riqu eza mine1·aes, clisse,·am os jom aes :

(I) Vide c s e belli imo e pecimen de architcclura, no c:tp. X I X , já


tran sport ado para o 13I·azi l, onde se o tenta na Capital da R cpublica, á
Avenida Central. O Genera l Ag uiar, cngenl}eiro mi litar, é hoje o P rdeito
do Distri cto Federal.
268 :\ ·. A PA T HIA

« A j ulgw· p elo que apl'esenw no pa/cl(·io de Jl1inas e


l1r>wllui'(Jia, o IJNc::il occupa
pl'oem inen f e LO(JO I', tr·atan.do- se
do opulenl'iu ,,,i!IC't'al do mundo. »
T r:tlandn da '-PCÇ'ÜO ind uslrinl,
:1 'tTe"CCJJl:tr<tlll : ,, , \ menos qlle
us J ohrir·a . ,. e,l'/t'Clii[JI'ir'a n ela es-
talwLer;am o/li . urts in.dustr ias
r·om o. ulti111o aper:f'eiçocunen-
tns, j JP t' d <' l'clo JWt'rt sC'mp t ·e o m.er ·
('(li/o . .'-)tll'fil 'l' l rr>/ldP o numero
de w ·t ÍfJO'; r!e tnr/(ls as esp ecies,
ela mel/u)l' fJ"alidadt• e pe,Jei-
rao. >>
1 ~. rl e l'l' fcr ncia m r ferencia,
""'·ilh,,o do ~;-ta!lo de ~ 1 , 1135
Cnlp re llrilh :\IJ IC" ' nt hu ia<;l.ica. ,
.
G CI'.1CS . - a impr ll ;\ :1ll1t'l'i ·an;1 r z maio-
Expos i ~<ionacio n a l
d I!JOS. - b
ro ~ r logios ;\ s ri mai,.; . cçoes I'a-
zileiras el e arte libet'O'· , [Nu /. pot·te. , úella ·-w·tes, edu-
caçao , anthropoLogia, e tc.

Capitulo XV

Instrucção publica e particular : suas instituições.


Educação nacional. - Assistencia publica e
particular.

l n lilui çõe nn<;ionne,.;, r·iqueza prodi giosa., ngrjcullu i·a,


inclusl1·ia. , r~ rles, co n1m rcio . .. Ludo isso s I'Ü fragil , a lro-
plJ iado , nó seio de um povo que se deixa empolgn r po1·
lemer·o.-o can cro que lhe CO JTóa a · entran ha , en i'I·aque-
cendo-o. Scbcis como elle e ch a m r~ , e ·e ca ncro abomi-
·\ navel, conll·a o qu al não hn rcmedios phy. ico · · ess in i-
~~
1.\ . ' TH ÇÃ O PU13U CA E P A R TI I.J L,\ R 269

migo insuperG\' L que não póde ser allin rrido 1ela ba las;
poder·oso e aud:<z , que não treme ao ri bornba r do ca nhão;
formid avel e té tri co, qu nüo se ,·e, nfi . e sente, não se
lo ·a ? ClrarnG-sc : - ignorancia ! ·
'ó trrnG !'o rça e!Ticaz c irre._isti ,·el podc r·á vencei-o : -
a IN. Tn c( í.o.
Sem esta , in,..lituiçõcs na iona s, riquezas pt·odigio as,
agricultura, artes, indu. Iria , co mm rcio . .. lodos e. cs
elementos ·apGzes de Ngucr m uma naciona li dade ao
a po;>·cu lo hrillr c elo pronTcsso .. . mio pi1 . sa rão, j á mais,
d IJa:- : rud im nla r ·' · inu tl ap ta \·c i ~ C:';:; s ffeilo. .
Qu e é nossa amada Palria, so b es. e ponto de Yi lG?
Dcfi ci nl c, mui to d •fi ei nle ain da , em l'ace dava lid ào
cl nosso ri qu is,..i nr o lcrrilorio; defici nl , nr ui lo defi ciente
<; mp rc, p rqu a [n. li'Ll cçào nüo tem limi tes, no o e ti'e-
mecicl o Brnzil, nlrela nlo, já a po.. ue, relal.iY amcnle
Ya ln, ; bra ng ndo ym·iacl o ram o ·, c 1 arcccll dO, mesmo,
toma r um ru m dccisi\'O no Brazil modcr·no.
Qu e assiru . j a, ca 1·o: compatri otas : Deus abençôe e .
illu minc pa.·so. e a a ç:áo cl quem lral alh ar co m ener-
gia c palrioli. m n' e . a g ranel cn rzacl a nacional •. cond u-
zin do-no: á silu aç:üo da ui _: a , ond e nüo se cnconLI·a um
analpha l elo.

A respeito, cabe ao Go"e1·no F'ed ml, sem caraclet·


exclusivo, o. se rviços el e i nslrucçào secunda ria c upe1·ioi·,
t·e:et·vad a ao: Estad o· c ao Di. Lri to F ed ral a ob1·igação
de ma nlet' e de enYOIYCI' a instru cçào pri ma i-ia.
P nr·a os sel'\·i(io · qu llte co mpetem, tem o GoYet·no
Federa l uma . çào aclmini. LrntiYa, a nn exa ao Mini Let·i o
do Intei·ior· e cl ã Jus t.içu. A in s li'U C(~à o s ·un cla ria é mini ~­
lrada no Gym.nasio Nacional, no Dist1·icto FedCI'a l, e em
G~: m n a s i o c L~·ceu c. pa r o · no · diff r nle E. lados da
Uni úo, cqui pan1cl o <:1 qu ll c el e Li nad o. ao bacha l'elado
em le tti·a · e ao prepa 1·o pa1·a a ma LI·i cula no CUI'SOS do
ensino upe1·i oi·.
2i9
.'
O 0 11 in o pl'Ofl ssional , nl"li<;tico, in d u Lri a l, ngri cola, com-
mei·cial , e Le. , jü va c lend o 11111 gran d • in GrCJn nl em
iii".Liluiçõc: · divcr-
"êlf-;, !'pall, acla no
] i>'lricto I• dcJ·al
<' nos difTcrcnlcs
E,;lado,; Brazi lci-
ro» , <' Jtt 1111: mai.
do q~tc em otti J'Of-;.
I ·~ co mo o Di.>
Lri ctn l<' ·cl ral, poc;-
sut•m todo - E -
cólCl 1 ormae ,
t>scóla Xormal dü . l'aul v. 111<1 IS O II 111 e 11 0 S
ri (' s • n '" o I v i cl a ,
con form e a organizar;ào pcda gogica ele cadn K tado , e d es-
tinadas ao preparo u o pl"OIB" Mndo para o r n!'in o prima ri o.
D'pnLrc as insLitui çõe ·
aclap taclns ao desc nvo!Yi-
menlo bem oricnlnd o, scicn-
tif1co c progrc ._i In d;t
Ag1'icuLtura c el o Colil -
mel'cio, de tacaremo pn r;t
aqui ac:; m<1is rece nte c
nolavei · ('!),pela circum -
tan cia, ainda, de envolv -
l'Cm, nobr·emcnlc, a ini cia-
tiva particul ar em alliança
com a nGçào do pod er p11 -
bli co. Escóla :>ormnl na Bahia.

Amba: estão itu adas no


E. Lado de S . Pau lo : uma na Capital, a Esc6La de Com-

(1) Em Jui:: de Fóra, ad e:~m:~da cidade do Es!ado de i\lin :~ s Get·aes,


ha lambe m uma acreditada e bem montada Escó l:~ du Commercio.
Entre outt·as de que le mos noticia, pode m cr la mbem destac:~das as
E scólas de Com mcr cio na Capit:~ l do Es tado da Bahia c no Di. tricLo Fcdct•al.
JN::;TRUC(.Ã.O PU 13LI ' A I·: PA I\TI . LAR 271

mcrcw « J\Lvore P enteado », cuja de 11omina·ção faz


objeclo de un w rd'e1· 11c ia especia l no cap. XV II; outra ,

Esr/1l:t de Comm rcw a .\ !vares Pcnlcado.}l Clll S . l'au lo.

E ~ có la el o A:;ri r ultura em S. P:tulo.

na cid<~d e el e Pirn ci ·aba, a E scóla de ilgricultura. << L ui.õ


de Que it'o:;. »
\ E scóla de Comntet·cio, co m uma biblioLh eca co m-
2i2 :\0 . . · A P 1\ TI1l.\

)Jlel.a na c ·p cialielael c e seguind o o;.; pt·ogrc;.;:os do com-


mercio mod t·no, Lcm o cur;.;o moldadn p lo da mais
aramadas na Europn, como as cl P ari;.;, Ha mbu1·go e
Man ches! r, nn França, t\11 ma nh a c lngl ai CtTa, rc pec-
li vamenle. .
A Escóta de Agricultw'(t, i na ugllt';H ia crn 1901, com-
prchcnd c o ensin o dn s "cg·1titlll''-' 111alcrin" : 111a Lh ema Licas
clcnlCn lnr , phy icn, chim ica, hola ni c;t, zoll login, zoolech-
nia. velerinaria, ng ri cullura gl' ra l c cspccia l, co n. lrucções
J'Ul'ae , e.. cripluraçúo ng rico la, nsTilli C'n..;nra, hygiene
rural, medicina el o . OCCO I'I'i sla ; fazendo-;.;(' O Cn ino pra-
ti CO de agri cultura nn F a:. enrlrt .1/otle/o, nnn cxa à
Eséóla.
*
* *
A in Lru cçúo upc1·10r pt·opri:lm cnlt• : ·i nli fl ca com-
J)l'ehend e já, man tid a pelo Govern o f'ccler:1l pelos Govei'-
nos el os Estad o. 011 por as ·ot;ia çõcs pa rli cularcs, todas
rcconhecielas por nquell e, goza nd o n;.; mesma: 1·ega lia.. :
- F aculdade de Direito, no· Eslados el o I nrá , Ceai'ê:Í ,
Pel'l1nmbu co, Bahin. S.. Pnul o ~li na. , r<le. , Rio G1·anel e
do Sul c Govaz e no Di: Lriclo [i de ra!; Faculdades de
Nfedicina e 1~/zarmocia, no · E. lad os ela Bahia c elo Rio
Grand e do ui c no DU I·i t;LO F de ml.
E scólas Polytecluúca , nos E lad o · de P c rnnmbuco,
Bahia, S. Pn 1ilo, I tiO Grand e do Sul nn Di ·tri clo f'ede-
r·a I.
\lém cl ' sla., cxi. l. m div r·sn: c. cóln · de · tudos supe-
I'iOI·cs, c. pecines ao Exercilo c ü Arrnad a , de qu e nos oecu-
pai' · mo: no cnpiLu lo rc:pc Livo.
Co mo auxiliai·c: cl ·seu: dirrercnle ·e1·viço: de insll'uc-
çào, conln ainda Brazi l, o mtli. import ante Observa-
lOI'io Astrononúco na Am c1·ica do Su l, situado no Rio de
Jn1:eir·o; J al'Clin. Bolanico · e Zoologi co. ; i\h1 · us de His-
lOI'Ia Nalu1·al c Elhnogr·aphia; In titulo Geog1·aphicos e)
273

nd n n ma1. 1mpo r -
llistor ico:;: B ibli (J ih ccnf; I uhli crtf;, .

.Jardun d.t l n r~w ria ._.m ~- J•aulo .

,,
I
I

G,·upo C>cola r em 8cllo llol'izon lc.

mai de duzentos
lante a da Cap ital ela Jicpu bli ca , com
27-l :-IOSSA PATI1IA

mil volumes c milhares c~ e !THtnu ~ c ,·i plo e mappas.

Tratemo._, porém, da in ,;;Lrucç:úo prinw rin, elemento


p1·imorcli al á fot·taleza ele um povo, que tanto mais pt·o-
gres ·i. La se1·á f]Uanlo mni.· cliiTundida C' hC' m nrienlada
elJ a 1'6 1·.
Ah! a insll'Llcçüo pri ma1·ia , a· Ssc:óu , o IJc t·ço elo cida-
cldo !
O povo igno1·a nt é um mechnn ismo ..;ocial rpw se cles-
cl QbJ·a in con~c i c nt d ;-:cu valor c in <ldapl;Hio <lOS gran des
co mmeLLimenlos.
A Inslru cç:ão é a viela , a liiJcrclilclc, a paz; ;t ignot·ancia .
é a treva, a c.<:c raviclão, a mor te : uma é eo mo o l'esLivo
canLico ri1aLinnl dn s n\· ·~; a oull'tt é o pia r noctumo ele
agoü·enlo mocho ...
' J á temos l:<lllli nlwrl o 1Jo1t <: pa;---:. o· n'cslc ICt'J'e no; mas .. .
estamos ai nela im mcnsut·n YC]mcn Lc cl ii' Ln nciado do que
pt·ecisamos e cl cYcmos Ler , custe o que cu La t·.
Que imporln qu e no;-: ·enlros do mund o civili. aclo , na
Eut·opa , a van gua rda elo P rog1·esso, nponlem-nos paizes
em situação inferi or· :i no:::sa n'c:·tc as umplo ! Não se co n-
tente o paL,·iolismo brazil eiro co m cs e co nl'ronlo, que .nos
desvanece·. É preci ·o L1·a bnlhnr, semp1·e c sempre, cada
veí! mai6, diffundind o a inslruçção prima ria em cada
canto, levand o, ·pela Escóla, aos ma is longiq uos recantos
do paiz - a Luz, que é a Vida, alé á pcl'l'ciç:ào de não
lermos um só analphabclo.
Além de algun-· milhar·e · de escólns, contamos, em .-
quasi tod os os E.-laclos ela União, es \abelccimenLos desl.i-
naclos a alliar á in.- Lru cção liller·Mi a prop ri a mente dita o
ensino elemenlar agrícola, j!:t,clu stl'ial e a rli slico.
D'en lt·e os d'esla nalul'ezu', não pod emos deixa1· ele des-
lacm· pa1·a aqui,' como um exempl o illuslmdo, o Instituto
Profissional « Lauro SoclrrJ ,, , silua do em Belém, capi-
tal d9 Estado do Pad.
E um intel'l1a to destinado ao recolhimento ele t•·ezenlos
J:\1 Tn ÃO PUBLI CA E PARTICULAR 275

ot·pki.os e ond e, a pae do e nsino p rim~ t·i o desenvolvido


xi slem of'll cina. el e L~> pog ra ph o e impresso t·, fet·r·eit·o e
. errnlh eiro mecil nniw, funi leiro, sapa teiro e corTieiro,
alfaiate, eiH.:aclel'naciOI", fundi ção ele fe rTO e bronze, seJ'-
viclas po1· 1nni s ri ' cr 1n macltiJ Ja:; apel'f' içoadas .
Tal é a s ua vasLida o c orga nização, q ue um engenhei ro
ft·an(;ez, por •xcmplu, Yi._·itando-o, deixo u "u u ett lltu ia mo

ln s tiluto Lau ro Sodré . .

consig nacl,o n'eslns pouea. , mas eloquenl es palavras


« R etit·o-nw maraviLhado, depois da uma visita. ao Ins-
tituto « Lauro Sodré » . E ste estabelecimento pócle ser
p osto em paraLLelo com õs mais 7'eputaclos na Europa,
sustentando vantajosamente a comparaçao (t). »
Tão apel'feiçondos j<i ão · qs Lt·abalho d'esse InsLi.Luto,
em mat·cenat·ia, por exempl o, que o Snr·. Elihu Root,
Ministt·o do Exlet·io1· da Hepublica dos Es lados-Unidos

(1) Eugene Parrot. - Société de Cons tru ctions des Batignolles, it. Paris.
- Dezembro de l90:!.

...
27G 1\Q . ·.'i\ Pi\'J'HI.-\

da Am eri ca d o Nort e, Yi ilan I , en tre outro E ·Lados do


B rnzil , o elo Pani, em ·J90o, incl ng·ou . e ora ele fabt·icaçào
n orte-ameri cana ou curopé<t a mobil i a el o g rand e i nstituto
<< Gentil B ittencow·t » ('1), qu e pc r ·o1T 1 ·a tnmbem , da
qual muito . c ;:tgr<1clá!'a. \ o ouYir que ra obra cs cncial-
mc nt nncional , C'l ll mall i r;1 ,; c· trnh<t ll1 n dos m n in os do
l nstitnto « L auro Soclré » , lJIIC, conw <H iu c l lc, · o fot·nc-
ccd or el e c tabcl cim ento:-: puiJli co,;, prin cipa lm nle elo
materi al el e ·ti nado no,; gntpns ('scol; tl' ·s tlo E.. Lnelo, Elihu
H oo l most rou-. c ba:-:tant c l\(ll ni r;Hi o.

Núo é só a in ·tru cçào ;11'li sli ·a c protl,.;,...io nal que vae


ganhando ass ignnl acl 1 ITCil O 110 seio do nn-.:..;o n in o p i·i-
mario. • \ E có la Ya " nd o, como é uma n cc:: idade
imp i'C."Ci ncliY cl , o nobr e b o 1 ·~o ela ccluca~no nacional.
JJ'entrc o::; d iff ' l'l 'll l •s meio_. adnp tad os, ii<J IIi YO · dari1os
d oi,.; xcmpl os, - no Dislricl o F cnc-
n11 c no \l uni cipio de B lém, do E -
lado do 1 a1·ü.
N o J)i,;Lr i ·Lo F ed eral r i ini ciadO!'
o P r ·I' i lo P ' roirn Pas ·os, I va nlancl o
a id én de um h~· mn o para ser entoado
ri abcrlura e no c ncC ITnm nlo da
au l a , na rc poctiYas o. cólas, clcante
da auri-v rd band eir a.
Ol:l\'ú Dila c.
E: ci·eycu Ol aYo Bilac, o mavi o. o
poeta e con hc i do j orna l i · La, que tão
bell a<; prod ucçõcs já no · tem dad o, na alta liLtci·aLut'a, e
na littei·aLur-a pr·opri nm c nl infantil . .

(1 ) D'c ·se bcllo ediflc io de assistcnc i:J. pub lica , onde c achn m r eco-
lhida: 2~0 orph ãs, que a hi recebem in. tr·ucç;io pr· imar ia c a rti ·tico-profis-
sional, disse o ~ l ini tro no rtc·••m crica 11o que : ha cinco annos f ôrn.
Ministro ela Jnstrtwção Prtblica n.o sctL pa.iz, tendo pcrcorT·ido n'essa
occasião os melhores colle!Jios, mas em nenlwm •·ecebér a imp reuão
mai• a!JNtclaoel ele conforto, ele asseio, de disciplina, c, JlOI'Q!LC não
confessa.r, de luxo, como n'aqucllc qrtc acábára de oisitcu· . ·
li\: . ' TR CÇÃO P ULI 'A E PARTL ULA H. ~77

II Yl\INO A BANDE IRA

Sal v'>, lindo pe nd ào da es pe1'an c; a,


Salvé , ymbolo a uo-u w da paz!
Tu:1 noh r e p1'e ença ú le1nb1·a n c;a .
A g 1'J nçleza da Patl' ia no · l1·az .
Rece be o afTeclo que . e e n cer ra
Em no - o pe itó juvenil,
Que1' id o . ym bolo da te rra,
D:1 amada le1'1'a do Brazil !

E m teu cio formo o, r e t ra ta s


E ste éo de pu1'i si 1n o az u l,
A \·erdura ~em pa r d'eslas matt as
E o esplendo r do 1' uzei 1'o do. u i .. .
R ecebe o afTeclo, ele ., e le. ; ,

Conte mp lando o teu v ulto . ng1·ad o ,


Compreh en de mos o nos so devel';
O B1';:tzil, por se us filhos amado,
Pode 1'oso e fel iz lia de se 1· !
Heee be o a ll'eclo , e tc., e tc.

S o bre a imm e nsa nação b1'azi lei ra ,


N os mom e ntos de festa o u de dó1·,
Paira se m p1'e , ado rada bande i ra,
Pavilhão da justiça e do am or!
llec e be o afl'ecto, e tc. , e tc .

'Bemdita icléa ! Abençoada penna que ll'açou tão beiJ as


e ·uggesli vas e lrophes !
Ah! quel'idos amigu inhos, a Bandeira Nacional! O
'>~ mbolo augusto de nos a amacia Palria, pel'anle o qual
nos elevemo emp t·e ele cob rit·, respeitoso ...
É pt·eciso que, desde ct·eanças, vos habitueis a vene-
ral-a.
IG
278 NOSSA PATfUA

Já não visles, no cap . l d' esle li vro, onde ell a se acha


estampada em cõre na lurae , um exemplo nwlei·ial do
qtte a bandeira re1 re enla para o. b ri o ~ e a d ignidade
naéional?
Isso, na guerra. \ éde, ago ra, no seio da paz, dea nle da
gr·avura, qu e vo offerecen1 s, f[ll<l C~ n:-; honras tributadas

''

Ju ramento á Bandeira , no quartel do Corpo ele I nfan ta ri a de .\f arinha .

á bandeii'rt , pOI' aquell es qu e lêm pi·opriamenle a missão


especial de de fend ei-a a Lodo li·a nse, custe o que cuslar.
Dea nle do H.egimento fom1ado, apre enlancl o nr·mas em
co nlinencia , o novos soldad os ou ma ri nh eir·o não pene-
I.I·am nas fll eii·a · se m o jui·amen lo ele ded icação e fid eli-
dade á Palria, representada na Bandeira acionai.
Venei·ae-a , pois : é esse o devei' sagrad o de Lodo cicla-
dfio . Demais, pode reic:;, um dia, se i· chamados c1 defesa
malei·ial ela l ai.I·i a, e pr·eci. aes, desde a escóla, acl oi':l i' o
JNSTRUCÇÃO P UB LICA E PARTI CULA R 279

sagrad o e augu Lo symbolo, que a male ri alisa , como bem


diz o poela , <• no momen to de festa ou de dôt' . »
E' venerando-a desde a escóla, que cu!Livareis o senli-
menlo palri o, palpilanle em cada momen lo e g r·anclio<;o
sempre, corno o r·erJI'ese nLou, por exemplo, Manoel Duarle,
n'essa beiJa , forle e co mm oYenle poe ra, uj o fecho aqu i
vos dam os :

A BANDE I RA ( 1)

ou,·indo a di c us s~o, a. rir-. e, pr•a ze n teir·o,


um d' e lle , o 111 e nor ta lvez , t r·ajanclo lu to ,
ma s vestindo ga r bo o a fa rda elo i nstituto,
as im q ue ouvi u falla r' e m P o r tuga l, li geiro
in teno mp c , fitando-o, aq u e ll e que fallára
e elo luso pode r' os fe itos procla.má r·a,
e com voz mui to firm e , e na attitud e auster·a
d e quem .traz de ntro da al m a a logica sever·a,
e va c d ize r·, c mfim, sem m e do, a to do o m undo
uma . e nte nça auda z el e u m codi go pr·ofu nd o,
diz , a po ntan do a lé m a uri-ve rde b:tnd e ira
a s vi br•açõe~ do so I se desfrald a ndo in te i r·a :
- " ;\qu ell a é ce r·ta m e nte a fl amm ul a mais beiJa
que mais 'g lo r·ia.s co nté m , que mai s fo r·ça. · e ncena 1
Ne m a Fr•a.nça immortal, n e m a fo r te l11 g later ra
t e m bandeira qu e seja, em tudo, egua l àque lla! .. .
As outras qu e aqui es tão, tê m nocl oas e tê m fa lhas ;
já serviram, ta lvez, ele lu ziclas mo rtalhas!. ..
A band e ir·a da F ra nça, impavida e ser e na,
te m a n ocloa fa ta l d e Alsacia e de Lorena! ·
A ln g late r' ra manchou a sua. co m o u tr·o mal
n egando li be l'dade aos fi lh os do Tr·ansyaal!
A Alle manhn, lambem, a in t repida Allemanha
tem n a ambição voraz a nodoa que a acompanhai
E da rtal ia o pe ndão, esse pe ndão seve r·o,
re co rda. vagame n te as bacc hanaes ele Ner·o!

(1) Recitada pelo alumno Antonio Celso Uchóa Cavalcante, em 9 de


Dezembro de 1906, ao encerramento das aulas do Instituto Pernambucano.
280 NO. SA PATRIA

E assim tod a~, ouvi :de de c s:·a nob •·e 1-I e lvecia
até a g•·ande, a antiga e vc ne •·a11d a G1·ecia .
Po1·é m a qu e LI ' m l! la.
e o ve n to do B •·azi l o.:o n s tan tP-m c n le o~cú l a
é o symbo lo d o Bem, é o pall io bo m da G lo ria!
Não te m mancha, a fi na l, qu o Ih e nn udüc a hi s toria l
O verde- symbolisa a cü •· t! o • •o~so,; ma •·c:::,
e reco •·da, lambem, a co•· d a •:,;p e • ·an~;ts !
O a.::ul é a. có•· d o céo , e m qu o o 1.!:\pan d 111 l uares,
em noites d i1·in aes de fina - l l'an ,;pa •·e n cias,
no itr.s c h e i a~ de a mo t· t•·a ns lnci d as c 111a n ·a .' !
O amare/lo t•·a duz a 111a g i c a ~ rul:;c ncias
do oiro que a nossa te •·•·a c:sco ndc no seu ~ei o ,
fa rto co llo de nüc ub e •·rimo e alta n ei•·o,
onde palpita o a m o t· e m d cli•·an te a nccio,
-capaz de a li me n la t• a o prop •·io m u ndo inlc i •·o.
Sabe i, ella é a mai s bc lla , a m ai: purn , ;t mais >:a nta
de todas as que véj o em lod os este,; ma. t r·os .
O cmri-ve r cle pendão, te m lu z, te m so l, te m as tros !
e n e nhum, eu vos digo, o e u val o t• s u pp la nl a!
Não tem n odoa que mancl• e os fi o: da u•·d idura,
e pot· isso é a ba nd e i•·a a mais sa nta e a mais pu •·a!
Semp•·e se rviu de pa ll io ::1 de usa - L• be •·dad e !
Semp•·e serviu d e manto ;i Ju st ic:;a e ü Bo nd a de !
Sob a forc; a a u•·oral da ln z d e s ua ess encia
se fe z o g rand e so l de n ossa ln d e pe nd c ncia !
E após te •· s ido um so l, fu nd iu-se e fe z-se um •·aio
qu e passou pe lo céo e fo i T•·eze d e Maio!
E de po is ainda fez co m a luz qu e o so l di ma na
d'uma pat•·ia de •·e i pa tJ· ia r epu bli cana !...
Po1· isso e lla é a maior, po•· isso el la é a IH' imeira,
d es de q ue o Bem t•·ad uz e po •·qu e , sobt·etu do,
em p le no ma•· infindo, e m p le no céo desnud o,
•·ep•·esc nta o va lo•· da

Pa.l!·ia Bra:.ileit·a.! .. .

Do outt·o -insinuante mcthodo ele ed ucação nacional, a


que fizemos refet·encia, foi iniciador, em ·1903, o Inten-
dente Municipal do Pm·á, Antonio José de Lemos
IN ' TR UCÇ'Ã O P UB LI CA E P Mt'J'I C(,jL ,\ Tt 281

('1 ), de. i "'IHU1d o as l'especLiYas escó las do municipio por


· data hi,- tol'i cas, po1· exem pl o : E scóla ,, Tl'e:;e de Jlllaio ])
(Abo li ção lol<tl da escnwidão 11 0
Bl'azil) ; « • ete de S etembro »
(In dependencin el o B ra zi l); cc On:;e
de Jun/10 » ( l3alalh a n<l,·nl d
H.iachu elo) ; c< (.Juin ;;e de X ovem-
ÓI'o >> ( PI'oci <Hll :tç·üo da 1-tepubli-
ca), el e., ele .
D c,en,·ol w nd o a id é<l , I'eco m-
mcnd a o n ci-!.'ulan lCl ltn qu e, na
· especli \'a data, n pr ol'c.-:.-:or da
r
del el'minaela C<;Có la, ao en\'CZ da
aul a do rli n, co n\'oqu c os alu111n o:-;
· pnl'a Ullla .-:cssiio ci"ico- c.-:col ai', .\n tonio J,J ·ê de l.crnos.
ond e ex pl icar<i o moi i\ o el a I' ll-
niüo, p1· leccionancl o so b1·c o nco nlecim enlo hi slot·i co
que a data r clembrn r e os qu e co m e,.;ta se t•el aciona-
t•em pr·oximam 11Lc, cabend o nos cl emni: pi·ofe.' SOI'C , nas
t'e. pecliva<; cscólns em nula, chnmai' n nllc nçào dos alum-
no.- pal'a a cscó la em resta , l'azcnclo un1 a rnpida I'el'et·enci a
ao a ·umplo ..
P o1' esta fól'mn, send o numel'osns n. escól as do Muni-
cipio de Belém, d nt1·o el e cacl n anno lecLivo l'al'ào o al um-
nos uma JWOveilo n abóatina dn s png-inns da I-Iislorin
B I·azileii'n, no menos em ua ela tns mni · sa li ente. , em
seus aconlecim cnlos mais nolnveis, r clcm])l'and o os l eitos
de no. os fj' I'ancl c: homen.- e lc um modo in sinuante e

(L} Cabe-nos o de ·vanecimenlo de te r s ido o depu itat·io da confiança e


do patrio tis mo do conspícuo Intendente de Belé m para a execução do
t·cspcctivo reg ula mcn' o que c reou a Dircctoria 'do Ensi no l\llunicipal de
Be lém. ·
'como Antonio Pt·ado em S . Paulo, Antonio Lem os em Belém, tem sido
reeleito muitas VC7.c. lntendenlc, pres ta.ndr> t·e leva.ntes serviços de em bel·
lezamento c prog resso, it mais impot·tante da.s Capi,ta.es do norte da Re-
publica..
LG.
~82 NOSSA P .\T rU .\

al.lt·acliv o, pot· i "0 m smo qu e é fe:-Li\' O, clespel'lucla, co m


· proveito, a a ttenç-Eio ela inl'an c;ia .
Si na pht·ase feliz el e um el e n0,.;sos t•scriptore,.;, <· rendet·
cullo ao,.; g rande homen é um de ···r l<"io S<lgTaclo quanlo
o el e amai' a Pat ria », é J!l' 'ci,o qt~ c , dcscl c 0 c. cóla, a
mocicl aclc 58 f<1mili arisc om os g ·;u~clc nn tn c.;; lmtzilei t·os,
habituand o- se a Yen · rnl- o,.; pl'l?,, i'< •i tn:=: a qut' es tüo li gn -

l'a villltao oudc .1;)0 lllCni na c rd ual'~tl n '' hymnu tl<.1 l'at ria em 1 90~.

dos. \ o rnett os, dcl'ront<1ml o uma C'st;ttua , por oxe111plo,


lhe conheç.a a ca u<;a, tcttclo p::n·a aquell e bloco el e 111<li'1110I'e
ou de bronze , ao en\' ez de um olh nr el e incliff'erença, um
re<;peito.'O pensam en to ele admit'nção .. .
E não é só : 11' aquell as se.<;sões ci"ica .. , os alumn os en-
tõam hJ·mn os patt·iolico,., qu e t·eprocluzem em ou tra<> datas
solemnes de nossa naci onaliclude, como a em qu e a g ravunt
vos moslt·a, para exempl o, co ntend o quatrocenla e lrinla ·
ct·eança: , '>auclanclo a Palt'ia amantis ·ima . \ qui tende<; o
ultimo, cantado por cêt·ca de qui nhen la meninas, em H>
I W ' TI1U ÇÃ O PUBLI CA E PARTI CU L A R )!8:1

de Nove mbl'o de '1907 , aco mpanhada de numet·osn Ol'-


che<;lra :

HYl\! NO A PATB IA (I)

r.

De ve mos, d esde c r ca nças,


A Pat1·ia entoai' lo uvo i·es,
Em convivi o de c pc1·an ças,
Ent1•e SOI' I'i os e Hó r es.

N'esta data I'efulgcnte,


Ante a auri-ve rde bandeira,
Cantemos, a legi'e m e nte :
-Viva a Pat1·ia B I·azilcii·a!

(I) Como este, tenho escripto especialmente para as escólas municipaes


de Belém todos os hymnos, desde 1003, sendo a respectiva musica. de
minha esposa, Mari:t Cczclina Bahia de Oli,•eira, dedicada collaboradóra ,
lambem, no meu li vrinho Mosaico i nfantil, onde, a par de poesias infan-
tis e hymnos patrioticos, se encontram canções e hymnos proprios para
o I'CCI'eio nns cscólas. ·
NOS S A PATRIA

A P a tt·ia, querido n inh o,


T ape ta do de esp le nd o i·e s;
Da fl o resta ao pa --:u ·in h o,
Tud o attes ta os s e us pr·i m o r·c ··
N'esta data reful g e nte, etc .
Mai s be lla, tiio majefito~a.
Nã o !t a n o mun do ouli'a tc iTa ,
T ão lind a a - :im, tiio fo rmosa,
Sóme n tc a n os~a ellc e n t:C tTa.
N' e ·ta d ata r·e ful g n le, e tc .
De ·d e o p rad o ató a o,; c:umc. ,
Hepleta d e mi l g i·ancl eza~ ,
S ó e I' , pii·am pe r fumes,
Em luJ o só h a bP. II e za: .
N'e ta data I' ful,.,.e n tc , etc:.

A o C éo , n os. a voz c r"am o.,


N 'es te cú i'O j uv e nil ;
E a Deu s, co m fe i'VOI' ·peçamo
Q u e ab n çúc no :o Brazil.
:'-J'esta d a ta re ful gente, etc.

A edu cnção nacional p r lodo.· o~ m •ios nprop1·iados,


devendo lei', me:mo, mnnil'es tnçõ s exlet·i ores, vae _feliz-
me~1le gnnhnncl o grnncl e I rl·eno no J' ruzil moclel'n o.
E n. sim qu e se rep1·od uzem, m claln nacionaes, por
exemplo, bella. e bl'ilhnnti,.;. ima: fes ta: ciYi co- in fantis, de
variacln especie:, em di fff'1·en te · L taelo da Hepublica ('l).

(I) Já temos assis tido, ou lido, de envolv ida n oti ci:~ d' es1 crau.,:osos
fc~ tivacs, princi palmente no. Estados do Par~i. Ba hia, ·. Pau lo c no
Districto Federal. Ainda em IQOG, em S . Paul o, mil ha rc de crcnn<;a
tomaram parte em uma d'e sa gr andiosas fes tas civi cas. D'entre as que
temo prcsenceaclo, núo mais se a pa gar:.l de nossa mente a sobed>a
passc:tta infantil, em 7 de etcmbro d 1905, promovida, em Belém, pelo
Governad or do Estad o do Par:i. DI·. Augusto !\l ontenegr·o. Ahi tomaram
pnr·tc mais de quatro mil creança s dos grupos escolares do E tndo, na
capital, c da s cscólas municipacs de Belém, trajadas de branco, de fral-
dando pequenas ba ndeiras nac ionaes, intcrmeiadas de bandas de musicn
e de soberbos carros allegorico. , erg uendo oioas enthusinsticos <I Patrin
adorada , n'uma a lacridadc encantadora e fortifieatf~e. D'cssa inesquecivel
fes ta. hn um Album que o Govcr11o do Estado mandou organizar. ·
I:"< ~TH (.\ 0 P IJLI C.-\ E PA I TI [.; L AH. 285

do é .só, por é111 , no u1 1 ~ in o pu hl ieo qu e <1 riu cação na-


cional va - g-:1nha1 l( lo nolaYcl ICITCIIO : Lamb m no en ino
pa r ticular 1Ja l CII\ co nqui stad o "~ mni s \' iY<t: c c n lhu. ins-
licn · nclhr ...<-> .-: , co mo YCr i. m doi: c.·c 111 plo. que aqu i
YOS dnm o~ para illu ~ tra çúo do a,;sumplo : O f 11Stituto Per-
nambucww 11 0 H (•l'i l'e, C:-~pi Ln l el o I ~: L:1cl o de I) r nambuco
o In titulo de 1/ uma nidode, , m FM tnlc za, Capi tal elo
E <; tad o elo ( :l'ar; t, so b a clirccç·üo
compc lcnlr, d cli c:ada e paL ,·i oLica elo
D 1·. Cn nrl id o 1 tl<trtc c elo Prof'css( ,.
J o :-~quim da ( :o~l;t N o:··uci r n, t·esp c-
tiYam nlc .
O prilll t'i r o, o In. titulo 1 unam-
bucww , nl ' 111 c! outras in~ l itui çõ ·
adequada s ;tos se u ~ nobr ,; f1tL, cl
Ol'dem <•·crn l csp cinl , 1 o. u um
al ào d c Yicl a 11 ente preparado, - o
Pantheon }:;, colar, qu e llg·ura p:wa Can<lido Dua•·tc.
os m enin os eo 1no um r ecinL sa 0 rnd o,
ond e, opportuna mc nle, - 11 s m ontnm gua rda ele lwnut,
ele ·Li nad o n omm c moraçõe. csco l :wc.-:.
As im re: um e o l11'eclai'O clirccLot·, co m relaç<'io ao as-
sumplo, o anno e. col ar d ·1906, 1 OI' xemplo :

" ... Re lig ião do patriotism o ! R tig iüo que manda I'espeiLar
e quere r a te rra e m q ue se n a ce u! He ligião, cujo c ulto é o amo r
aos grande· fe ito.· patt·iotieos, aos acontecim e ntos maxin1 os da
vida naci o na l ! -
Re lig ião, que tem po 1· templo o va to amphitheaLl'o do mundo;
por ídolo, a iina <fem pu1·issima da PaLI' ia, e por pallio, a cobri1•
o viati co sag rado da li bet·dadt~ , a bande ira .que se desdob1•a aos
ve u tos, no t0 po dos mas ti'Os das forta lezas, e m tei'J'a, e na pópa
dos n avios, em ple na imme nsidade dos mat·es!
Prepa1·a t' a mocid ade por meio da· li cções do passado é ab t•o-
quelal'-lhe o pe ito, blinda n do-o com a co ui·a .:;a 1·igida elo civismo,
fazend o-a di g na do n o me de seu paiz.
Po1· isso, nfto s e passou um dia que I'eCoi·dasse u m feito nacional, ' '
durante o ann o que~e finda, sem que o Institut o o olemnisasse,
já t'ea~izando sessõ.!'s na séde do . Gremi o L i tterario lfirginio
286 NOSSA PATRLA

Marq ues (1), j:i promovendo pa s~ea ta s c ívi c a - , e m hont·a aos


grand es a co nte cimentos ltisto ri co (2) .

No oulr·o es tabelecim ent o cl ensin , ref t·icl o, o Insti-


tuto ele Humanidade , da Fortal eza, além el e in Liluições
de ot·dem gera l obre a es p ic, ha prop riamente uma
organização peclag-0• ·ica de clese ll YO lvim •nlo la educação
1

naci onal, a qu e pt·csla bon sc t·vi ços, lambem, o ot·gão elo


Instituto, denomin ado: lcevi ta E co/((!·, illu tt·acla.
Compl cmenl a t· ela aul a de His tori ado Brnzi l, pol' exem -
plo, existe um cu1· o e, r i I d nomina lo cl - ' Civis-
mo '' , - vet''>nnclo « ob1· o di1·eito e de ver e do cida-
dão e conhecimen to de tudo que di;; t'e, p eito ao cal'acter,
aos habitos e ao enti/)/ en to nacionae )) , movimentado

(ll O g1·emio alludido é como uma in ~ titui ç iio d"c!>se c tabc lcci men~o.
(2) A P alaol'a , Rcvi~ta E colar do I n~ti t u lo I crnambucano , Dezembro
de 1906. Como u m bello cx~ mpl o da~ pa eala promov ida , vnmos trans-
crever uma noticia, que le mos , . o bre a de Se te de S etembro de 1906 :
« O Ins tituto P ernambuc nno deu a no ta das fe~ ta s do dia, disse a
imp1·ensa di aria do Hccife, dis eram-no todo . O prog ramma da passeata
c ívica publicad o com antecedencia fo i r ig ro amcnl c cumprido, e tis
4 hon1 s da tarde a be llissima c , longa arteri a pu bli ca, onde e acha
situado o edifl cio do collegio, compoi·tava uma mu ltid rtO ava liada em
c inco mil pc óas, perto de qua renta ca rros de pa seio, conduzindo com-
missões das diversas ocicdades da capi1a l c al g umas do interior, bandas
de mu ica, etc. Em frente de tudo il>lo, acha1•am- c miliwrmcnte uni for·
misados cento c tan o · al u mno do collcgio, o b o com mando de Holmes
obrinho e dirccçioo do illu s !J·c 1• T enente engenheiro lbpha cl Arohanjo.
Bclli imo P. emocin11ante o quadro que se de enro lou depoi , aos olho"
das famílias e d o publo co. Co n cjo immenso de, fil ou pelas r uas princi-
)>aes em demanda da praça Arthur Oscar, lindamente decora da, e aonde
se e1·guc o m odesto, porém sig nificativo, monumento no her óes de 1822.
Multidáo compac ta! O_ceano immenso de cabeças que ~e moviam! Oito
mil p s óas ouviram, após as continencias do collcgio :~o monumento, a
palavra imaginativa e fe cu nd:~ de Arthur Müniz, o moço illu tre e que-
rido, túo admirado pelo talento como e limado pelo coraçüo. Oradores
ergue1·am sua palavra de adhesfoo :l. festa que se fazia. E foi depois de
um triumpho a im , que toda a multidiio voltou ao collegio, ouvindo
após momentos , a palavra de t-.Janoel Duarte, que lhe r ec itou a sua pro-
dll:cçfo o Canto Cir>ico, an tes dis tl'ibuida em avulso, profusamente. Ter-
minaram as festas do g randioso dia com a costumada r etreta em f1·enttJ
rio cdificio e expos içáo de todo o Ins tituto. •
!:\ TR CÇÀO P BLICA E PARTICULAR 287

po1· sabbatina ad equada a excitarem o e. limulo, o enlhu-


ias mo e o pal ri oLi mo infantil; ll ca n lo-lhe ainda annexo
um comparlirn cnlo re r·vaclo - « alclo Bro:::il » -
ond e os alurnnos pt·aticam n carloo· r·aphia es pecial, nus
par·ccl c devicln men le aclaplnclas , genvnnrl n, n,;sim , indele-

Carta do Bra zil dcscnh:acl a na p3t'C<I elo « S:l l<'l o Br.uil » pelo alumno Francisco
ele .' loracs Vieira soh a dirccç;i.o dQ Profess or Joaquim Nogueira.

velmenle, no e: pir il o, as minud encias n·eogTaphi ca<; e hi ·-


torica ela J alria cslrcmccida .
. E como no Instituto P ernambucano, parallela á acção
bem ori entada de seu cl irecLOI', Lambem no In titu.to de
Hw1W 1Údades, Joaquim Nogueim Lr·anspõe, egualmente ,
os humbr·aes ele se u e Labe lecimenlo co m a passea ta civi -
.
co-infan lil , br·ilhanle e co nl'or·tador·a (·1) .
{I} Da r ealizada em H de Julh o de 1\)07, conforme o disse a imprensa
Cearense - • w1 ica 110 &eLt gcntro, até hoje reali;;ada 110 Ceará;
288 NOS S A PA TH IA

E e sa. festa externH , qu r-ido. o mratt·iotas, devem


ser continua., cada Yez ma is in. inu anles, aclopladas pot·
toda as escóla. c coll · ~i os, ,. YCstidas d o tn:-tio t· cunho de
SO)ennidad e, CjU Cr 11 0 · nsitH jl llhlico, CjUCI' 11 0 Cl1 Íl10 rar-
lÍCU ][I(', tr azend o u infan <;ia, qu e . e e du c <~ 11 0 . enLim enln

deixou ella a m eri gr·ata imJ!I'e:;süo n o C''tlitú o de todos que a assiB·


tiram, impressâo intensa e afer cot·ado qrte <;C r;rar on par a "8<1.[11fit'C.;,
E da descript:üo qu e lemo , olJrc o n-r·andc preb tito c do difTcl'entcs
canos allcgoJ·icos, nada menos d,; cinco. tran~c:rt:n~mus o seguinte tre-
Cho, do Jor·na l d o Cccu·á , .I de J ulho de 1 ~107
" Desfilava lenta mente no lo ngo rl:r r ua , por t:ntr e :1 acc la maçõc cn-
thu ~ias ti cas do povo c os vi v:1 c t rcpi toso da tran)s~~' Cl'cançnda .
Era um dia alegre, c heio da luz br·i lhnntc d,; um ~u i pul"i s imo que
acalcnlava com seu fuln-ido::. r·aio aquclla u troupc • immcnsa de pe-
quenos batalhadores qu e, n'um impubo infr·ene. ~ulta1·am ao ores o
gorgcios nla cJ·cs de cu expans ivo conl •ntamcnt o.
Notns sonor·osas de :1legl'e morc ha enchiam o e~paço. Eram as !Jnrmo-
nias musicaes das bandns do !).• de l nfnnlar·ia e 13otn lhüo de Segu-
ranço, que rompiam o pr·eslito, dcn amando assim sono r·n ondas ry-
thmada s pelo azul em fúra.
Logo em seguida, g uarnecid o por um a lcg iC• o de c colares todos YC~­
tindo unifo1·m c bran co de accórdo com o modelo do collcg io, tendo ao
peito pequena meda lha com presillias de fila l'cr·dc c amnrclla e as ini ·
ciaes I. H. c trazendo á cabeça alvo b nct, c empunha ndo mimoso ga-
lhardeie, com ns côrcs naciona cs, em c ujo centro e liam ainda as lettr:a;,
I. H., vinha o primci1·o carro a llc"ori co. Hc prc cntai':J o In titulo de
Humanidades. Ac hava· c o rnad o de fazenda leve:>, de tecidos finos de -
côr azul-ceie te formando sancf:• s J'eca m :~dns de fl ores nzucs de uma
graça infi nda.
Á frente um bello c c udo, representando as arma do collegio, emmol-
durado por· duas ba ndeims v rd c c amarcll:1.
Ao centro erguia-se um g lobo a cujos pés, rccl inadam nte, se apoia-
va um artístico livro aberto, de capa carme im, de pa ,.,.inas de .ctim
b1·a nco, onde ·e lia em carnctcrcs de phantasia , simplc mas de bclleza
e~plc ndcnte, os SC!:;uintcs dizeres:- I nstituto de Hum;anidades, fundado em
15 de Janei ro de 1901.. ·unt s ua JW' mia lau di - e - H vi ta Escolar do
Instituto de Humanidades, fundada em 1-1 de Julho de 1004. •
Á c querela c ú dircila como 'JU C o apoiand o, lwvin uma intet·essante
palheta cor de madeira e com pinceis , e uma Iyra de madeira dourada
tendo ao lado um grande tintcir·o com uma pcnna e mbebida . Mappas
gcographicos , linos , instrumentos de desenho, dis tribuídos com admi-
ravel arte completavam o mimoso carro que era conduzido por pequeno
do collcgio ... •
IN . TRU CÇÃO PUBLI CA E PARTI CULAR 289

da Palria, em fa ce doe; monum ento da · slalua de no -


sas gloria e de no. sos h -r · e., c .-a mal ria li. ação augu ta,
no bronze ou no marm ór·e, da memoria ele no sos grand e.
homcn e elos acontecimento nolavei>: de nos a Hi t01·ia.

\ in ·tr·u cção publi ca não é, ce r·ta mente, um . erviço de


as ·i lcneia p11hli ·a - ca ridad e ~ oci a l - em s ua ver·da-
dei rn acccpçüo. Não 1 , \ irr .- LI'll ç:i'io r··r·atu ila mcnle diffun-
did a nã o é um faYor, umn e.--mola do poder publico; mas
um dever imperio. o elo>; governo", em pr·ól do prog-re so
"Oeial e da es tnh iliclacl dJ co mmun id n !e.
All iamol-<t.", nlrelanto, n' ste capitulo, porque a as ·i -
tencin publi ca em umn d .- ua ·ecçõc. nw is benemerila::;
- a as i tencia â. inJ 'oncia de valida- enYolvc nece -
··ar·iamenle, m su[l in . Liluições, os benefi cios. da in lnr c-
ção , larnbem.
\ Caricla !e . ocial no Br·J zill Sen timen lo gra n li oso e
nobili ·simo qu co nstitue, me mo, um do. apana gio · elo
caracter I n1zileir : ti'io sa lien te, que o Co nde el e Hubn er,
e tacl i. ta nu lrinco, vollancl o de um a Yiagem ü .r\m er·ica,
c crevia , nn Europn, qu e « o BN1.~iL e antes ele tudo wn
pai.:; cw ·ido o. ,,
EffcctiY am cnt e, j á ão notn bi lis im os e muito Yaslos
no so · rvi ços ele caridade ocial , a a . islencia publica,
enca r·ada ob lodos o pon tos de vi ta : hosp itae ·, recolhi-
mentos de Ol'phi'io., ho picio de ali enados, asylo · de men-
clicidade, Lc., exi tem em nume1·o co nsid enwel, distri-
buido por Lodos o· E. Lado.- da Republica ('I)..

· (1) Jtl s e agitou, mesmo, n o llio de Janeiro, em 190·1, a idéa de uma


r cpartir,üo e pec ial , ccntl'alisando a direcc:üo e a fiscalisaçüo dos diffe-
•·cntcs serviços de assi ·tcnc ia publica c particular, commcttimentQ de
que se fcr. apos tolo o integro mag is trado D• Ataul fo Napoles de Paivn,
em hu·ga c brilhante propaganda pela imprensa.
17
290 NO:-:SA P c\ THI .\

H.e Lt·injalll 0- 11 0~, 11'e~ 1 e liHo d ·<li G< td(J '' lll ncida cle lmJ-
zileil'a, á n s~i ~ l c n cin pub li ·n elll :--lia .'-l'l 'l:i\o <'~p eGinl ti in-
fanci:=~ , qu er ~ob o ponl o de ,·isl;t ~<lll i Ltri•l, q 11 ei· co m r ela-
ção ao ampnro pr upr iam r nll' !I n-. d e~,· ;llid!l", C' IIYnlvencl o,
ao m e~ m o ic11Ipu. um ~e rY ic:o de Íl l ~ l ru L·c _.;u , .
Pa t·a um exempl o, d 't•n ln.) r1<.: 1 11ai~ noiJ,.,.,._ ,. m erilori o.· ,
ci tem os o H ospic-f() 1Va ciona/ de rt/ienrulos, n o 1\io el e
Janeiro, oncl f' ha u1n<l ~rT<,Jt o r·~p ria lr i' '-C'I' \· a d<~ ;Í'-' c 1·ean çn~

,
o
.
.,I
!
llosp icio Nacional de al ienad os lltJ Bio de Jan eiro.

icliolas. N oiJi li s<; ÍIII n icl éa! D e cr evam ol-::1 , por ém , 110 b1·i lho
ela pa l av1·a el e Ol avo Bi l ac, qu e a vi i lo u , com o j ornali sta,
em '1905, em ·ua r ece nte in slal l ação :

" Cbama-se JJourneoiUe o pavilhão, e m q ue o 0' F e1·na nd es


Figue ir•a d e dica todo o seu te mpo e toda a ~ua bondade a essa
tarefa sagrada de remed ia r· os e1•ros da Natureza, despe rtando a
inle lli ge n cia ado r·mecida dos s e us pe qu e nos pe ns ionistas, - e,
:i mancir·a de um esculpto r ele a l mas, amassa ndo, modelando,
apet•feiçoando cerebros inet·tes, a.té anima l-os de vida pensante.
Ha no p:1villião n ourneville duas gra ndes salas, uma pat·a os
~enin os e oult'a para as meninas, u ma o utra sa la e m que est.1.
rnstallada a escóla, e um jardim.
~ ''t·ocesso é de uma impliciclad e clar·a e radiante. O que ca-
I N ' TJW CÇ.\ 0 P ' HLI CA E PARTlCULr\H.

I'a te r is a o idi o ta, 6, p1·i n ·ipa i111CIIte, a fa lta d e atte n çà o , que


imp o~s i l.oilita a c OO I'd e n aç ~L O la s · c n a çi)cs c d a.· idé as. N'aquell es
ce1·eb i'OS toda a pe l'ce pç·:io e va <>n, in co hc r c n te, h esita nte . Alli,
a in tc llig n ·ia ·o mo um a a ve to nt~• , qu e ab1 ·c as a zas, pa i1'a no
es paço , Jl i'OC III'U. e m vfLO o nde po i.·a ,·, vac e v 111 , vóa c l'e vOa sem
l'UIIl u ce l' to, c d lll n fi na l e xil a u ta , ~ e m te 1' ap 1·o ve itad o o esfo r ço ,
d e a lg ulll 111Udo l'al i ~a d a de nad a h n vc c fe ito. A p 1·im e ir a co n- 1
qu i ·ta , q ue e d e ve te n ta i' na e d uca çào d u m id iow , é a d a r e ve - 11
la ç-üo dos s en tid os. É pre c i o o bri g a r s u ave me n te a CI'ea nça

Sala do I'CCI'Ci c cxcrcicios.

d oe nte a ·ab e l' qu e poss ue s e ntid os, pat·a d e po is e duc a l-o s. Algu-
ma s, a s mai s atr aza das, n e m sabe m o uvir ; o utl'as nã a be m vé 1· ;
es ta s não po s u e m ta c to , a que ll a s nii o po s uem olfac to ; algumas
inge r e m indifTe t·e n te m e 11 te qua ss ia o u a ssu cat·, ··ai amargo o u
me l, em disting ui,. um aosto d e o utt·o . I at'a c o t•t•ig it· e ssa inco ns-
cie nc ia qua s i ab o luta , é pre c iso te ntai' a resurreiç üo lenta dos
sentido s annu lad o pelo id io ti s m o; e ó mente um tl'abalho de
pa c ie n c ia , d e pcrtinacia e d e doç ura pód e t'e alizat• esse milagt·e . .,

E a sim descr oYe o de p e l'lar da viela nas clesclitosa


Cl'eil n ças :
• Pat·a dese n volve i' o cot·po d o doentinh o , e onsinat•-lhe a loco-
moção, ha uma s é r·ie de apparelh os de combinação engenhosa.
292 :'\ OSS A P _\T H IA

{>t•imeit·o, o e nt'c t·mo apprende a and ::u·, a coo t'dC' nat' os mov i-
mentos da p,e t•nu s, e m ca tT inhos, com pontos de a poio para a
ax illa, pedeiLatne nto eguaes aos q u e ,.: • u."am para a mpat·at' os
primeit·os pa-sos da c re an ça s de um ann o ; d po i-- , e pt·eciso
tit·ar-llt e o n udo do m ov im e nto , c pr evc nit•-lh c a~ ,-e t•tige ns, - e
essa educação é g radual , ind o Jo emprego das escadas s imples
e das barras pa ral le las , a té o do a sce nso t' me('ani co , do balan-
ços e de o utros appare l l.os d e gym na ~L i c a. Em egu ida, o medico
(an tes prof'esso t' do qu e me d ico) pa -a a i ns Lr ut'çiio do tacto, po t·
me io da ·c n açií o da ag ua ft·ia e qu n t(•, e do manei o de super-
fi cies a peras o u po lida , lixa , ecl a, \' CIIudo , oiJjccto · c l ~<tlos, es-
ph e ricos, c ubi co. , cy lind ricos. E ,·ê m d c puts a duc<~çào do ou -
Yido e da vis t a , por meio de lympa ttO d va rio - ti mb r es c de
pedaços de tec id o d e Y;'t t·ias t:C:. res .
Ao com pletat• e e c u r:so el e m e n tar, ,i;( o pequeno o nfe t·mo não
é u ma cr ea tura m isc r ll\- I, apen a nn im a da de vida vegetativa:
já galgou u m deg r i tt
na e cala inte ll ec-
tual, jü. u~ m m ais ou
menos a con sc ie nc ia
da Vida, a pe t·cepção
, . do mund o e xte t·i o t' .
Agor n, j <'t e lle pód e
I se r ut il a si m esmo :
i
I
appren de a co m e r, a
segút•at· a colh é t', a.
! le va i-a â bocca, - c
apprend e a v e;; t i t'· ·e.
Es te ponto esp P.cial
de educa ção é intc -
t•essanti ssi m o; não
se póde imag in a t· o
que é necessat·io e m-
pt·ega t·de lo ngo e pa-
c ie nte esfo rço pal'a
obte r que a creança
doe nte exec ute esta
operação, pa t'a nus A E cóln.
tão simpl es, de abo-
toar fJUalqu e t· peça J o vestuario . A mit o in exp erie n te tacteia
longo tempo, appre he nde a fó r ma do bo tão e a fó rma da abe t·tu t'U
. I
da casa, ad ea nta- se, t·ecúa, desiste da e mpt•eza, vo lta ao t r·abalho,
r.u, ató que, de poi · d e innume t·ave i!!' licç:ües e de in cootave is
•as, co nsegue le va t· a. ca bo o feito que pat·ecia. i m possivel.
I N. ·n t ÇÃ O PUHI.I A E PARTI LAR ~93

T odo e ~e ensi no é dndo na a 111pla sala , banhada de luz viva ,


vat•rida de ::tt• put·o , ou no jar dim .. o jat· lim, to dos os canteit·os,
cs maltados I c fl ure , têm um a fót•m a g otne t r·i ca: ha tabol eir·os
em fórm n de ci t·culo, de tt·iangul o , de t'Cclnngu lo, de l osango;
d e tnodo qu , ai nda co t•t·c nd c lot·in call do, as cr eanças es tilo
educa ndo a vi sta c a int ll igc ncia. E é . óm ente depois d'esse
lon•ro cu r.,, p t' pat·atot•io, que enfe t•mo vae appt•ende t' a lêt•,
co m o aux ilio d g r os a. lcttra . de madeira c de " t'andes mappas
1nu ra e ~ . u

l\ üo u ::;ó, por<' lll, o pocl 1· pu bli co, qu o a ·1m ·uida elo


s I'Yi ços tão m rilori o:-: .
\ acção 1a rli uL:u· é .· m1 r in tere· ·ada e con: lrtnlc
no nlill Oram c nlo (lo dÕl'cs, enxuga ndo ln_;Ti mas e prcve-
llindo n c sicl adcs ao venc:.icl o.s da so1·te ... Que punhado
do in ·Iilui çõc · grnncl io:a: YO· pod ri amo ap1·e enl:u· !
Para só nos l'cfe,·irm os, porém, á mai co mmum, co nlan-
cl o - ~c muilns deze na:, e ptu·sas e111 L odos o E lado da
Uni ão, nas cnpila s cicl aclc · elo inleri Ol', ciltuemo o·
l1 o pila s d Cru·iclacl , g- ralrne nl denorninnd o. Santa
Casa dr: \!li erú.:oNlia.
Co m(l uma da::; mais nol:weis in liluiçõ cl 'c:-:la nalur·eza
no Brazi l, do tacaremos pal'a aqui , co mo um nobilitanlc
ex mJI O, a Santa Casa de i\1iserico rclia no Recife, capi-
tal el o Estado de Pemamb uco , já em eu cn r·aclc.r de as-
sociaçúo bencliccnte prop riamente dita , já oi cclecenclo
ao plnno cl ' ·to li vro, pela cxten ·ão de eus fln no eio
da inf'ancia cl Yalicla. \ Santa Casa ele lVlisuicorclia em
P el'l1ambuco mantem a e~· uinte inslituiçõe : Hospital
P edro 11, Ca.8a elos E xposto , Hospital dos Lazaros, Hos-
picio ele ALienados, Ho pital Santa Aguecla, Asylo de
il1encliciclacle, CotLegio elas Orphãs, Coltegio 01phanolo-
gico S. Joaq uim,, Asylo ~1agalhães Basto, Instituto Pas-
tew·.
Esta pia in Lituição, ele que é hoje Provedor o Commendn-
dor José lVItwia de A.nch·ade, clespende annualmenle, em
'>eu: clifferentes sel'viços ele cariclacle, ri1nis de mil contos
:\0 SA P TIH.\

ti ' r "i c;. Dos La bel cim · nlo de in. ll'liL'f:ÜO, que mantém,
d edi ca dos no r eco lhim ento de o rphil o~, é o mais impo1·La nlc
o Coller;io Q,jJ!w"olo.fJú:o S. Joa-
quim , Y<b l r 1 i 11lernalu JKU'a cé t·ca ele.
Lrcze.nlns m enino;:; orph<io. , de pro-
lcg-i cl o:-.da orl ,qucal lic ncontr·am,
nl e 111 d ' '"c;.; 111 a r i o , n1i m c nlos e cu i -
dad o. nwrlieo-;, l<tmhe m a inslt·uc-
r;ii o l ill ' l'<lria o nl'lislico -p rolls io-
nnl, cmdi ffcr· nl s of'flcinn de mar-
('('JieiJ·o, ((potei,·o, aUaiote,Jwú-
José Mal'i3 de .o\ ndraUc. /PÚ'o , .Irr.,·,·eil'u
( ped,·ei,·o pltoto-
1 t

fj l '(I(J/i io (' jÚII{l/1 '{( .


Ei - la, a a si lcncia par ticu lar, aproYeilando o mo-
ment os · re liYos, na ]r·n r.n pulli c:l , r col hendo o obulo ele

r.ollegi o Orp!Jana logico S . .luaq uilu . ·m Pcl'nambuco.

auxili o, associ ada á virtude da mulh er b razil oit·a come


vêdes nas :·Tavut·a r epresentand o dun . dn muiln s bnt·t·n-
1 .'\-..r l ~l 11 \1 1 I ' · 1s1.W.\ 1·: P\ln l l l.L\1 '1.

llatTru·a :l f:n·or dos Ct'SOS.


296 i\OSSA PATRIA

cas na pr·aça da R epublica , no Rio de J a n iro, em '15 de


Novembr·o de ·!907 ('1).
Maf' o sentimento da ca r·id acl e f'Oc ial no B1·azil não pel'-
Len ce sómen Ie a i ncl ivid uo. , a gTu po1', a a. ociações : é
innal.o no povo brazileiro. J á Lcm, m ~ m o, lra nspo Lo a ·
f'J'Onl.eir·as de nos O paiz. \ q ui lcn lo doi. l'n ·Los lo Jllen-
le , um de o1·dem inle1·na , oulr·o de orde m :-.: t rnu.
Este, em ·J906 , cl canLe da tH.:ab J·tJnli::tclMa cl sgr·aça que
fer·iu doloro amenl a Rcpubli ca i1·m à, o Chi l , o pavo-
roso lerremolo qu e lh e de tr·uiu a ciclacl cl' 1 alparaizo,
:\:ÍCiima nclo mais d qu atr·o mil p ''-'!'Oas'
O Br·azil não e fez e perur : em nnm el o po Yo brazi-
leiJ·o, o Cong1·esso Na ·ional cl crcLou t11na " rba de doi.·
mil cantos de l'éÍ de Linnclos ao ~occo JTO dn" vi ctimas de
Valpa,·aL~o , c o Con elho Mu nicipal do !>tio de Janeir·o
imitou- o, YOia ndo tumbc·m qu nnt io. a imporl ancia.
< InleJ·nam ent e, d'entre La nLo'i qu · pod rinm cita1·, e~­
colhemo. um dos mais r co nt e: , 1 eln ircum : tnncin ainda
de term os ido testemunha ocul a r .
Er·a em '1904. Tremenda :éc G d va: tnvn o · erlõcs do.
Estad o · da P a 1·ahyba , Ceará c Ri o Grande cl No1'le. Fa-
mília e famíli a , á centenas , fu 6·ia m, ' Jn bu. a d recur-
so. e de trabalho, famintas c aco:sada · por mo lesLias dc-
cotTenles da t1·emcnd a ca la Lr·ophc ! F;w o,·ccida em
transpol'le pelo GoYer·no Federal, pGrti am para o . ui, e,
em sua grand e mGi oria , pGr·a os E ·tGdo. do Par·á e do
Amazonas, no no1·Le.
Ah! qu e1·idos ami guinhos, qu e cena cl olo,·osas c CJ'U-

( L) IJe uma estatística que lêmos sobre o Instituto de Assistcncia á


lnfancia, por exemplo, fundada. no Hio de Janei1·o, consla que de 190.1
a 1905 fóram soccorridos 21.621 meninos, em servi ços m edicos e de
pharmacia, soceor1·os em vestes , calçado, a limentos, etc .
Instituições d'essa mes ma natureza v[10-se espalhando em diffcren~es
EsLado~ da H.epublica, em Pernambuco e na Bahia, po1· exemplo, onde
n D~ Alfredo de Magalháes, professor da Faculdade de Medicina, cons-
' ·se um verdadeiro apostolo de lão nobre idéa . ·
lN STIW CÇ.\ 0 J> BL ICA E P ARTI 'ü L.-\1{ 297

c i nnt c~ p r • ·c n ·iám os, <iü d r .·cmbarq ue d cê rca el e ei


mil ir·mào. qu e n.por lal'::l lll a J cl ' n1 !
tvl alll'a pilha.·, csc tu elc ti cns c famintas, cc nlc na c cen-
t nas d e po bres cTr :<n c·inhn. s g u i: 1lll o. de;. lin . de . cu ;;
d ' YCnl11rnd o;; pac. .. .
. \ a c;üo do pode r publi ·o uniu-;; , Cll t "•rclacl eira ·oli -
dru·i cdnde, n. i niciativa pn. r l it:11lnr. H ec hi l o.- em v a Lo bat'-
l'a ·tio para >:s!' li m pr parad o, al1 i cnco n l1·ay nm alimen-
to:, medi o. !' mcd icnm nto -, " tuario Locl a a orLe d e
I' cur sos. 1 ouc·o n pou ·o, conform e n in clin ação c d esej os
el nel a l'nmi l ia, era m os jü r c ·onf'ol'lacl os pal!·i io enca -
minlw dos ú ag1·i ul tu r a ou ao: l uxuri nn l , 111
bu scn do trnhnlho c cl:1 l'artur:1.
JJ' aqu C'IIa. trisl i si 1na. c nn s, aqui YOs d eixamo , ·omo
C'X mpl o, o 11<1 s ·im ento a bor do, m pleno m ar , l e uma
inl' liz r · an ci nha ao m -~ m lcmpo em que outra, m or ta,
ra l nnç:<da n seio do c an o ( I) .
l 1 ungiu-11 0. tnnl o o " ·onlecim en lo, cliYLdg·aeln pelo j or-
na .-, qu o L1 ·an spol'lámos, ao L mpo, p:11·n o.. Yet·so.- qu e
id .c:. lêr.

NO i\·I AR

No larg o to m badi lh o, e m triste mas a ,


Fo1·ag idos d o la r . .. do ninho amante,
P e rcgri nos da fo m e c ruciante,
U ma tu1· mn infel iz fo ge i clesg,·nça !

Va c al ta a madru ga da, o plenilunio


lleb1·illta no lençol de meigas n g u a~,
E a b1·isa, compas iva, a colhe mag ua '
Que e ·l1oam elas virri lins do infol'tunio !

E e mquan lo a ma1·ujada, e m seus labo t'es,


Ci t·cula pe las ce nas da. in digencia ,

(L) Jsso passou-soem 19 de Julho d? l9(11, a bordo do vapor .ltapoan


que concluz1a para o Pará cêrca de oitocentos desgraçados patrieios.
17 .
298 . NOSSA PATH I A

lmpassive l, talv e z se111 te r· c le m e nc Ja ...


Doi s ge mi dos ufTo cam dua dOr·e · :

Um, lancinante , que e nfr·en tár·a a mor·te,


Roubando o filho á p bre mã e, ,;e ntida!
O utr·o, do le nte, qu e atte::; tü r·a a vid •~
De nova mii e , qu e e n tt' <rava ú :·o rte!

E a lua, m~i ga, a de ma ia r·... de :1 lé m ,


I~ testemunha d' es ta sce na , ai nda :
- U ma c rean ça, qu e a mi se t·i a finda.
-O utra c r·ean ça, qu e á tni · r·ia \ Ctn .. .

E o mat·, tra nquil lo. balo iça ndo, c lo,


De le ve, o barco n o se u do t' SO exL n o,
E, ele uma- o t um 'lo 6 t'a n dio ·o, imm e nso ...
E, d e outt' a - o be t·ço, 111age toso , va .·to ...

i\ IAE

Des ·ido d e uma c t•u;~., lll <l r t.)'l'isad o,


P end ida a ft•o nte, em me io da a m a r·g ura ,
Mar·ia l mmaculada, Vir·ge rn Pu r·a,
Be ijou J e. us , o filho id ol att•ado;

Mas, viu seu Co r' po se t·, co'am o r·, o- ua r·dado


Pot' mão ami ga, e m te rTea sep ullur'a,
E pOde mitio-a r· a de sve ntura ,
C hora nd o n o logat' assignalado .. .

Mas, d 'essa pob r' e m Cw. muty t·isada,


Pe t·anle o céo, e m ple n a madruguda,
Vendo lom bar na vaga sol uçante,

O a mado co t·po do filhinho morto,


P e rcl ido o rasto, sem mais le t· con fô rto,
De vê t·a ser a cló t' mais c t·uciante ...

Ah! queridoc; amigui nho:, como é lr·isle a mic;cl'i a na


L'\ :;TR UC(':\0 I'UHLI A 1·. P ,\HTI · LAR 299

inf<~n ·i a: c:-.t.: tll' ~ id o o fll ltt t·o, ,.; .,,, ler a illum inal-o o ·or-
I'i. o c o.-; ·ari11 il oo:; ma lc t·nacs ! . '6 l e . empre ca 1·id osos :
onde quPt· qu i' vcjac. um a l õr , pr cu rne allivi al-a; onde
d e- cobrirdc:-; unw l agTim<~ , I vne o co nforto de vossa pro-
Le ·ç:'w . L emlmte-Y O. .· 111pr c d o quant o d eve ofTrei· uma
Jll <'i e i nl' ,liz, ,·ond o . ITt·ct· lllll filhin ho a <JII Om não pód e
,·alc r .. .
Emqu alliO na ca,.:a el o a ba 'l<td o, CJ'OHII :a - roJrram, SOI'-
ri ü c n lcs feliz . , cer ·nela · d allracti vos c brinquedos,
lend o a m e. a app clilo a · icrua ri ns, qu o a aba lan ça lho ·
gnntn l ... rc fl ccl i em que, a pou · pa so ·, talvez, oul1·a:,
coil nd i nha ·, CI'0811ç:a: ·o mo 8q uc llns, chor am , desco nso -
ladas, no h u mid o chü o da choupana da mi se1·ia, sem o
111 ai. in: i g ni fi a11lc br in que l in ho, upplicn ndo, muita vez
ú pobr mJ , d o:;;" n tur acla , u1n p claç:o de pào que j ~i
não exi. lo.
G1·avae bem na memori a e no yo··so co ,·ação .esle bello
c locanlo :0 11 Lo, fi rm ado por El'l1 o. lo. ih a :

I 1\ L.O ORPI-IA S

C•·eanças qu e viv e is no doce lat· pa tei'Oo,


f.'
Aq uecidas ao sol dos bt·aços male i'Oa s, II •
Sob a cas ta p•·e são d'aquel le beijo tei'Oo
Q ue sabe m da t· as 111ães nos labios virginaes;

·,·ean ças, qu e ·or1·is ao me igo olh a1· mate 1·no ,


No al eg•·es serões das noites hi be rnaes,
D'essa s qu e não têm m~te, o so n·,·im e nto etet·no,
O h a lmas juvenis - não esquece i jámais.

Dae-llt e o vosso amo1·, beijae-as com cat·inho,


Qu e um osc ulo de it•mão tambe m a dó r oonsola,
Como a luz do ar·,•ebol lambem aqu ece o ninho .

O h! vós, qu e te nd es mfte, le mbrae-vos c.la orphandadc,


SotTi de ... q ue ot•rit• tambem é dar esmola,
Amae .. . porque o amo t· ta mb e m é caridade.
300 NOSSA PA'l R l A

Capitulo XVI

Religião e suas relações com a s oci ed a de brazileira .


Catechese dos indige n as.

D esco bci'Lo Brazi l po1· IW\'CFHII rm• -, d(' POI'I ug·al , naçúo
~ cnci nlm enlc calh oli ca, ni\o pode 1·i; t d<'ix ar cl r ,:c1' cs ln
A r clig·i:'\o implnnln la no pai z .
.\ : . im , o pr im ci J'O ponl o a,·isladn por .\ h-é-t re CabJ·o l
I'CCebetJ , co mo já ,·islr•s . ;< cl eJIO tninar:üod(· - .\fonte 1 1a. -

A prin'l ci ra ,\ I h . a no Bmzi l (quadro de Vic i,Jr .\l cirellc-.J

choaL - qu e ai nd a co n .. c rva , lracluzincl o uma ltomenagent


á f las clFt Pasc;/wa , cclobraclas n 'aqu oll e cliR .
eu pr·imeiro cui dad o ao cl : c mbaJ·caJ' na term d e- co-
berta, como l ambem já vi sto. , foi manda 1· cel bra1· o Santo ·
~o.Cl·i flcio da Mi. sa, erguend o d e promplo o emblema dn
HELt Gt :\0 - CATEC'HE ' E DO ti\ Dt G Ei\A.. 30 1

R eli n·iü o el e Cl1ri " to - n Cruz - , assumpto que in pi r ou


an no tawl 1 in Lo r brazileiro, \ 'icLo1· M eir 11 s, o bello qua-
cii'O qu e < 1hi v ' dc;;. A propr·ia I n o mina ç~üo cl ncl a, imme-
clia tnm nLe, ;Í 11nYa tcn·a - 1 r>r·a- CI'I'-~- é mai. uma
··ig·nilicnliYa h OII\('11:1f!;l: il1 ;Í n lig·iúo Catlwli ca.
Nã o é só : a al ·chcs d o indi genn ·, Y rdacl •irnm nLe
el vnK· ns c anl r pop ha gos, os pi·imiLi,·n:,; hnbilan tes cln
pniz au 111«'"11Hl tem po qu o ckunava
ao nTemio so('i; d , in cutia-Ih : o: prin ci-
pio: ela r ·l igiüo .
t; ôl ]II'OjlO Ílo, II ÚO
ri l'aw1' ai "'Liln as r l'er •ncia;; n c •s·ar ia . .
Nn cnlcch s el o ~ neli ns, isto é, no
em 1 r ego d e meios 1 :1 I' a chamnl- os ü ci-
Yili :a ~ a o, g ran d : se l'\· i~. s P'' lii i'am o.
pnd re j e: ui L:1;; Yindo. pnrn n Brazil co m
o · olon i ado res, e· Lud c ndo s •us GOs lum es, app1· ncl nd
O' dil'l'c 1· nt c,.. id iomas das liYr rsa Lrihu ·, e lal el e enrlo
alde ia s, • Góla ele. EnL1·e ell e , cl isli n-
g·uiram-se, I HJI· n c. Lo ~ d nbnegaç:'io, \ :p i-
cu ltn N avn rro, Jo:'io d .\ lmeicla, \fano I
da i\obr n·a, José de :\ n bi ela, e \ nlo-
ni o \' i ira , qu e, demais, er a um nol êi-
bi li ·simo orad or c e cri plor .
Nobr•ga .\ n hi t.a ob resahil'am ,
ai nda , por o ·ca i ão ela li·emend a lucla
.\tllonio Vic1 ra
tnwadn nt1· o colo no e os índi os
cO I1;:)Pgaclos para uma acção decisiYa,
•m ·13G:-;, acont e ·.imcnlo (LI flglll'a em no a hi sloria sob
a d enominn ç:'to d · Con(ecLemçao do Tamoyos.

" Tebyreça e se us seq uazes "• diz lVIaUo!:o Maia, ,. se decla-


ramm a favor dos portuguezes; mas o sobt·inho d'elle, o te1'1'ivel
Jaguanhát•o, com as ua hot·da.s, p1·onun ciara-se a favot• da
confederação. lnft·uctifet·o foi o ataque qu e o gentio dirigiu contra
.S. Paulo; mas fóram hort·iveis as de predações nas fazendas e
assaltos em outt•os logat·es da capitania de S. Vicen te. Em taes
302 :\'U::> A P .\ THI.\

extre111os, a dedi caç üo de d ois J . ui ta · f'e z naai - d o q ue os re cu•·sos


b e lli c os de que podiam di:-pü •· o colo nos : l'\ o oH EG A E AN CHIETA
aprese nta1·am-se d e n od~dam e nte ao s ch e fes in d io. , o u mora-
bi.rabas , •·eu nidos em Ipe,•ohy, c n 'u m a ram o a c on fe l'éncia,
c o nh e c ida na hi s tor·ia pelo - arm i ·l ieio dP !perohy - depo is de
, esfo rços inauditos al can ça r a an u n · pl'c limi n a r·e · de paz, que
tinl aam rl e ser· n oti fi cad o · oo. po r·luguüze ]lO I' Nob r·ega , em -
rluanto Anchi e ta fi cava e m r•ef'e n s.
I•oi du •·a ntee:- ta 1a d n. qu e .\ nchieta con1pút.u m poe mail Vi •·-
gem Jmmaculada da o rH· ·i ~· ;io . em IOI"O~ la tino · , o s q ua es
esc revia na are ia rla pr•ni a , i<l confi an do ;i su a pl'o di g io amemo -
l'ia, par·a e m dia . ma i fcl i1.e ~ rep r·oduzi•· no pape l. Quando No -
b•· i-::1 voltou, ns doi s J e u itas co nse-
g ui ~·am, por· ' tta u ni ca influ e nc ia , in-
d uzi!' o~ chdrs in dios a qu e e. tabe-
le ,·cs. e nl a paz <' 0 111 O S flO I'lU"'Uezes. "

.\ li rito~. porl'm, e nlr o~ colonos


o os i1HIigena: delermina t·am itn os-
Lidas c;onl nt . Lc , qu o, pouco a
,. pou<.;o, :c l'<i 1·<tlf t inl rnand o para o
entro do pn iz u pa r;, o not·Lo, exi -
lind o ainda hoje num erosa Lribu ·
11 0 . al to" H' rlõ es el o .\ mazonn.,
Par;i, .\l a rilnhúo, Pi auhy, i\ lallo-
~ro <;. e (~ o yRz . . \ morilot·ia mis. ào
da Gal che ·c, porém, nã o parou :
c;ncl ia ininl crt'UJ La !l a tem vin-
do, rl rsd :H JII ll e remotos tempos,
ora tn ais ora meno. in len n, até
a · 11 0 ~os d ia: .
'enlro o missiona t·i os doe; tem-
po: mod erno., é ju ·to e neces. a1·io
d s l::wa r, enlregnndo . eu nome á
YO. . n ven eração, es e grand e l't·nd , d e uma dedicaç<io
'" l'dadoil'r-tm enle apo. loli ca, nnlu rczn es oncia lm enle fol'-
macln pa1·a a ullimidad e ,do 1{\ o íe pinho a missão : -
Frei Gil de Villcuwva, o nolavcl dom ini cano, que se .
inlem on no · · rl õrs cl c' Min:~ . Ge1·a ~. Goyr-tz e Pm'á, pl'é-
HEU ; (;\0 - C;\T ECII E ' E D0:-5 INDI GENA::i 303

. gando o Bem e a CiYilisuçüo. Nu ciJo em Mm·selha, cidade


da França , depois de ler sido s ldacl o m defesa da pa l1·ia,
doutourou-. em Di,·cilo, Yivcndo na al ta - rodas da so-
ciedn l l'ran eza, m 1 ru·i.-:.
\ verdadeira v caçü , por ' m, a lli'ahira-o : em pleno
vi o·o1· el a mo idade nlrou para um onvenlo, co mo noviço.
\h i, um dia, ' u Li o, que occupuva a eleYacla posição ele
P r ·id nl el e um do lri hunn c: J'ran c z .·, foi enco nlra l-o,
procurando d issund il-o do in lcn to :
- É · loulOI' em Direi lo : lomo ao meu ca rgo coll ocai·-
le na aclvo ·a<.;ia ou na magi lralu ra . II·às d pressa . Em
pouco tempo, slarú: 1Ú11 na ·ituaçüo im·e},w el.
- l nutil / V aela me demooet'á. ~firfh'a resolução e
irreoogaoel. : e,·ei reh:;iosn .' serei missionorin! J' pli-
ço u o pt' el e. li nado .
Orado r nuenlc c illu lraclo, guiu se u de lino, C01110
m ·L1·e ou <.;n ino pré ~·;Hi nr , em cl iffer ntcs ponto do
mun do.
O I razi l, nlrelanlo , fascinava -o. E: , ele uma t'ciln, lan-
çou- ao. p · do chef c! sua 01Ylem, I'OO'ando :
Querei .fa-7er-me f eli::; ? Querei dar-me wn
gra11de pra::;a ? Deix ae-me partir pam o Bra.:il I D ei-
x ae-me co''''el' aquella J Lo,·e tas e â qaelle selvagens ,
que elo o meu sonho de m uito anno. /
Obtida a permissão, pa1·Liu pat·a o Brazi l, em compa-
nhia de pou o companheiro , entre os quaes GuiLherme
Vignr>cw , que fali ceu 11m anno depoi,, lendo lambem
pre lad o rel evanl s ·e1·Yiços. ,.
E as margens do rio Araguaya, pt'incipalmente , fóra m
os vastos scenari os da epopéa de ·eus destinos.
l iffundiu ensi namentos I'eligio os e sociaes, app ren-
dendo o · respectivo dia1cclos para se fazer comp rehencl er
bem. Culti vou a lctTa; ala Lt·ou a ag t·icullura; pr·omoveu
as induslt·ia possíveis e, de accôrdo com o meio e com
os t'ecui·so , levou, emfim, ao seio das lloreslas e aos scl-
vagen · - o Bem o Trabalho e a Civilisação.
'I
30 1

É l[U C parn os habitantes el as sc!Yrt., F rei G il , o santo


F1·ei Gil, como o chnm:wnm no Parü. on I ell e procu•·o.u
nl gumns vcze I'eCLII'~O ('I), reprcsc nl:tY:t um pode r su-

Gt'upo el o m 1dn os indi:;cnas · ..,cus 1'\!S pcr l l \lh p:t••.... lr a zitl11s ;'1
rivi lisaçtw por Fr('Í Gil el e V i ll an1) \' 0 ,

I' ·riur : o qu e ellu cl 1zia, C l'<l n ,. rdalk: o qu ·lle queria,


o•·n n lei; o qu e ])I"Ohibin , C'l"rt o ma l : n qu e p•·aticava,
1' <1 O be111 (2) . »

(! ) F rei Gil ncon trou grande npoiv no l'a r:"r, ~end o pode ro amcnte
a uxiliado pelo ent:"ro • ,·erna dor O r. J osé Paes de Ca n ·alho. Dem.,L.
a iniciativa particular lam bem se manife tou, formando· c, e m Belém,
a Liga ela imp,.ensa pela c"techc e. de que é p re· idcnte o cnador
Antoni o Lemos , redac lor -e he fe e proprictario da , \ P t•ooi11 cia do Pará.
A mo r·te de Frei Gil, e m 5 de l\•la rç·o de 1!10\ g rand s fúram a s manifcs·
tações · de pezar e m Belé m. E entre a s lr om ·na g ens tr ib uta das, ú su~
memor·ia, des tacnrno :a den minaç[ro ·ateio F,.ei Gil, no principal com-
pa rtimento <lo Colleg io N . . · . do Rozari o, da di r ·cçüo do Pro rc sor Luiz
Dcjard ; c a denom ina c:;fro de E.<côla Cinco de Mru•ço dada a. uma das
cscólas municipnes de Uelém , onde, corno n'a quella, se acha o retrato
do vcnet·aov mi s. iona ri .
12) Es tas palavrati, vcr·dadcira s, fóra m lr·a n c r·ipta de uma obra
cscripta na Fran ça, em 1906, obr·e ssc mi iona r io, ao te mpo de sua
m orte: Um klissionario entt·e 0 1 seloagens do · lraguaya . no· Bra;il.
RELT G T;\U - A TE llE ' E DO · 1:'\DI GE :\iA. . 305

· Em maL ria de r li gião , ao L mpo el o descob1·imento


fico u o DI·azi l dep nd cnte do Bispad o po1·tu uuez el o Fun-
hnl, el e qu ·ó ii i nl m ·155'1 foi d ·nnn cxaclo, pa1·a cons-
tituir 11111!1. dioc se c p cial, uf'l'raga n a lo Arcebispado
de Li ~IJ<ir~.
O prim eiro D i~ po do J rnz il, ·om . 'el na ciclaele de
.. ';li vncl or, f'oi D. 1 uro F ern and · a1·d inhn qu , inten-
land o uma vingrm a Poi'Lu '··nl pa1·a LI'a Lar jus tamente de
negocio Ia cl ioc , te v ' .a d . g raç-a el e nau f1·aga r em
un · I nixios Iwmaclo Dom. R o(lt•ir;o, perto la f'óz do rio
Corurip ', n lo nssas..:in acl o om diY r. os co mpa nh iro~
po1· · ' h·ag·cn nn lropoplwgo:.
J aln d lG-G o p1·im iro \1·cebi. ] ad o, ca L go ri a a qu ·
foi r i ,,·ad o o 1-.:i:-. plldo la R hin.
O Jil' im iro .\ rcr hi po nom nd o lcpo is de no a ind -
p ncl ncia l'oi ]). R mualu o \ntoni o cl 'cix a , p1·imeii·o
\l arqu cz de Snn la Cruz , Lend o x rcicl o ua alias f'un c-
~ -cs 'ccl '· i;l: Li :1s durn nl !32 nnn o ·.
I-I o1n m cl va lo nber c cl vacla.
Yirlu cl cs, tomou parte, no ]=>a rü, uc ond e
I'a filh o, nas lu ln ·
ele no a emanei-
paç-5.o p o I i Li r~,
cxc1' ·cu m mo nl-
lo. ca1·go ele elci-
~: i\ o. I) llo mu~ l d o Scixr•s .
Fôram :;:e mp1·e
co rdia s a · t·elaçõe mantid as entre
o L taclo o: t'e]WC enlantes da reli-
giüo r co nhe ida como ofileiai. Apenas
O. Antonio de Mn ' elo Cos ta. 1
~ e pcrtui' Jaram Co:' '187"
u, quan d o, em
I ern ambuco, o t·c pecLivo Bi po, D. Frei \ ictal de 0 \i-
\'Cira , leva ntou a cclcbt·e questão religiosa, ao qual se
alliou o Bispo do Pat·á, D. \nLoni o el e Macedo Co La, a J
pt·opo. ito ela execução ele antigos pt·ecciLos ela EgTeja
I
30tl NOSSA PATHIA

co nlt'a n Ma ~o nari<t , n-sociaçã,.o univcJ'sal por· clla condcm-


nacln.
( :o1n o apoio mnrnl do L apa, o Chcl'c ela Err1·eja Calho-
]ica, oppuzc,·a m-se o ,·eferidos
Bi po a nl cns ema nadas 'do Go-
,·c rno, pelo 'qu e, proce sados !pelo
~li)J I' Jil o Tribunal 'de Justiça, fô-
l'<tm l'OJ1clCillnadOS () reco Jhid os' n
ro ,·ial 'Zil ck ViLlPfJai:; non, no Rio
rir ,l; rn ci ro.
Esln p na, po rém, !foi pouco
lcpoi. commulad::t por D. P edt'Oli,
a lé que a P 1'inccza O. l zabel, então
O. Frc1 Vic ta l.
11cg-r nl do [ mp rio, na au encia
de cu pne, os ;unni. Liou 0 111 ] ,'76.
n. Frei Vi eLa] , YOilancl ü clio ·c~c ele P rnambuco, fal-
leccu pouco cl poi ; c D. Anlonio, rr lnuracl o na do Pani,
homem de) profu11eln cullni'<1 , orad or nnlavel e primoroso
..
I
cscripl or, !'a lie cu, lcco nido. muiln <1111 os, em Mat·ço de
189·1, já co mo .\rccbi po da Bnh in, u;l !erra nata l.
Procla mnnel o-sc n He1 ubli ca no 13 razi l, foi abolida n
religião el o EsL<lu o c a segurada. a J.!l c nn Ji ber Jade de
·otLciencin , o que a Con Liluif:üo de 2'1 de Fevereiro de
189 1 conll rmou .
A I eli giü o Catholi ca, po r ·m , anaigadn em nossa cons-
ci ncia, desde os primitiYo tempo de no sa nacionali-
dad e, como vi Los, reli gião el e nos os antepa saelos, co n-
Linúa a ser a da mniorin el o povo brnzileiro, senão ele sua
quasi Lolaliclad u.
\té ü pr·oclamação ela Republi ca, a lém lo,. pt·e enlai lic
especial c dipl omatico do 1 npa, o Brnzil conlavn em seu
seio, co mo as mnis levacl.ns m.tcLot·iclncl c eccle iasticas
nacionacs, o At·cebi po ela Bahia, Metropol itano do Brazil,
c poucos Bi. po com j u·ri. dicção em In,.,.,as zona elo letTi-
. I) l'il ZI., e i 1'0.
!.OrlO "
nc '18 '9 m c! cante, sepat·ada do E Lado , a Egreja Cn-
n.EI.I .IÃ O- CATECH ESE DO . L\DI GENA .. 307

Lholi ·a tomou ttlll el e. envolvi menln <Hi mi nislrnli,·n muito


maior . O Pa1n 0rcou um I ispacl o (' llt cn cln Esl::1clo da
niól o B razil ci rn, · ctn nlgun 1''. l s cloi c lrcs, como
nos ele ~. I nul c .\l i na (;era c::: . Os .\ t·cchi sraclo · fõr'nm

n . ,Jtld((tli 111 A I'CI)\' Crcle,


..\ r t.' hispo tia Capit a l P c rl c r~d 1
I c ~t rd e od Br37t h:i rn (' Su i-.J.mc ri(':IO•) .

n. ~ant in o Couti nho, O. Silvcrio Pimcnla, n. Jc ronymo Thome,


Arr cbiS!>O do l':li'Ú. Arcebispo do Mariama. Arcchi -< po da Ba hia .

leva l o a qualro, ass im di lribuicl o · : Pat·á , Bahia , I in


d · Jnn iro e iVlinn Gcr·n •::.: .
.\ cr enção rl'c · ·cs novos ;tt·ce bi. paclos d .,.perln-no s uma
l.t-i. I lembt'ançn, que, nlt· · Lanlo, contribu e para que vo ·
pos ·amos dar mai. um bcll o exempl o de sceenidad e elo
anim o brazil iro dcn nl de hotTiYel cala l.t·oph e e, nincln,
um nllcslad o I r·ilhnnlc cl nossa :\l'l .
Eleilo pel o Pn Jn pr·im · it·o Arcebispo cloPan1-D. José
Mnrcon cl es I-Tomem ele Mell o, ao tempo Bi spo ele S. Paulo,
30S

partiu pnra HOIIW em co mp< Ill hia do '-<~ Cc rd o lc que


lhe
d cYcr in succcclcr no bi pnd o d ' c~ l<' E ~lad o, para n cer e-
monia ela ng raçüo .
te
D e YOlla, em G d ' A g·o:--lo ti(• 1\HJG, a bordo el o paque
ilalinn o Sil·io , n<~ul'rn go u nu altura d() ~a ho ele Paios ,
ri o-
1Ú1m hnixi o chnmndn 1/n , ·lll iqa~ . !'lllrr a cns ln . eplcnt

Naufrn(;i O d o S irir, (c~ bo ço - ! ~Oi ),

o
nu! da Afri ca c a co ·tu cln ll cspunha, III<Iis approximad
ento passag ei-
d 'e la. Condu zia o paq uete cerca cl nOYCC
- e
ros, entre o · qu<l es, no niOmenl o el o desesp ero, deram
scenas ind eserip liYeis, di ·pulan l o-se n poss de alva-v i-
das n punh;II adn s...
De eccles instico : , al ém de D . Jo,·é Ma rco nue , vinha o
pere-
Bispo de .. Paulo, D. José ama 1·go Bai't·os, que
o JWi ot· do: bened iclinos de um dos Co nvento s de
ceu,
HA ÇA : C,\HA CT E ll E · M OR AE. E 1:\'TEI.LE T U AES 309

Londres um outr o f r::tde ('!), qu . u 'l:Ull1 bir::tm lambem .


O. José .\1 ::trcond cs salvou-: , c rn fim , a1 ó: uma lu cLa pn-
vor·osa ·om o Üt:L•a no , apoi::td o em urna L:-t l oa qu e Ih '
pa ou n rnüo ...
Foi o lnnce 1 ri ncipal I' ·L::t. cena tétri ca q ue Benedi cto
Cnli xLo, o IIOLavcl 1 in cei ela Fwulaçclo de 11ir:ente , qu
já vi l • ·, •: bo ~o u 1r' urna pcq ucn:1 t '•la el e cn aio, cuj a re-
pr od u ção aq ui YOS d . mo .
.-
Con l t t ~lm o , porém, c~ Lc ·apilu l om um Yer dacl lt'O
lriUIIlJlhO brnzil ciro, no n umplo .
.\ cl , peito da C] nt·nç<'io da EnTCja el o E lado, logr ou
o Braz il , m 1905, a Yi lo r ia clipl ma l i n, mui lo di pul ada
p In. J. puilli cns do l:h i l • .\rgcn l ina , da cleYação do
.\ rcebi:po do H io el e Jan ei r o, D. Joaqui m :\r·co Yerd c, ·,i
ai Ln G:llcg·or·ia •c cI ·iasli cn el e Co r dea/.
F oi o pr i m ir o c:nr l in alnlo conl' rid o á Am eri ca do
Sul ( ...) .

Capitulo XVII

Raça sua constituição ; seus caracteres moraes


e intellectuaes : suas aptidões.

Na epochn do de co br·imenLo, e ra o Bmzil habitado po1·


inclio. selvn gen , so br·c cuj a apparencin e co Lum es !'uh -

( l) Lemos que na oeeasiúo em que o pnquete se afundnva, esse mm·-


tyr, aj o lhado no conv és, orava fervoro am ontc, sendo vis to n'c ta alti-
tude até quando tinha a agua pelo pescO\O.
(2) Em homcna" cm á prcfcrcncia, os catholico brazileit·os, por subs-
cripção popular , enviaram ao Papa um mappa d1l Brazil trabalhado
em oiro, c designados os rios e montanhas principacs por uma ~érie de
valiosas pedras preciosas brazileiras .
3 10 N O '::i A I' A'J' H IJ\

l.iluiremos aqui pala Hn s noss<IS 1 0 1· diversos trechos de um


docu m nlo imporl anli_ ·in1o, cujo orig ina l se acha a-ir~J;ia
hoj e nn To,.,.e do Tontbo, em L i-sbón,- « o a ulo solén.rie
do de cobri menl o, a pri m •ira pn la \'l'a . ob1·e a hisloria
do Brazi l >>, - na pln·ns · d · um osc;riplor.
1~ a ca rt a L[Ue P ero \';lz <.1<> l:ami 11 ha, I~ ·c,·ivào na flo-
til ha de P ed ro Alvare. Cnh ral, lirigiu n IJ. Manoel , Rei
de P ortuga l, no d ia 1°. de ;\l nin de 1500 .
Prefe1·imo. Lran : ro\·e,· ;d;..:·u11 L1' pi . ,>~ , nüo ó pot·que
lerei b 111 vi \·n :1 imprc. :üo d'nqucll e tempo, co mo ainda
p;u·n n il ..·a ri:'Ht' na.:: cst:r'J i as as ['l'i rn r ira · pa lav ra esct·ip-
ln sobre no.. o Brnz il.
l...êcl -a, pois, 11a pal'le rei' r 1lle il os h ;~b ila n lcs da LetTa
ri . co be1·ta :

" A l'e i~· üo d'elle ·é - e t·e m pat·do , ttiJi tCi t•a d a v t•rn el had os, de
bons ro~ tos e bo ns n at·i zes , b 111 fei tos; an Iam nús, . em nenhuma
cob et•lu t·a .. . t t·azi am ambo- o boi•;o cl bai xo f'u t•ado, e mellido
pot' el lc sonh os o sos br·an cos, do t:ot n p t•i m c n to de uma müo
tr ave ·sa, e el a g t·os ·ut·a de um l'uzo d'algod iio , c ag udo n a ponta,
co mo l'u t·ados. :\[eltem - o.· pela par·te d dcntco do be iço, e o
que lh e fi ca 'entr e o bei<,:o e os den te · é fei to com o r oque c n xa-
cl•·cz ; e em tal manei r·a o Lt'azem a lri c n aixado qu e l h es n ão dá
paixão, nem lhe toma a fal ia, n em o co rner , n em bebe1·. Os
cabcl los n em ·ão co•·•·ecli os, n andavam tosqu iados de u·osquia
al ta, mai s que de sob 1·epen te de bôa g rand ura , e •·apados a té po •·
c im a da Ol'e lha ·. E u• n d'e l les tr azia pot' baixo da sulapu, de
fonte a fon te, pa•·a clet •·ás, u •na manei•·a de ca bel leit·a de pennas
d'av e ama,·cl las, que se1·ia do com pr i tn ento de um ce n to mui
basta s e m ui cer radas que lh e cob •·ia o tou t iço e as o•·elhas, o.
qual an dava pc15ada nos cabellos pe'nna e pen na com u ma con -
l'cição bt·nnda com o cét·a, e n ão no et·n ! ... "

Calcul a-se elll um mi lltüo, n pprox itnnda rn cnl c, o n u n~e l'O_


de incl igc ll as nLdo cxi. Lenle:-; 110 Bl'ilzi l, li v i clid o~ em nu-
me•·osa..: lr ilJ11 , laes como os Trwwy os, Carijó ·, Tupi-
nambás , T upiniquins , Caheü!s, Tabayat'e , Pilagoares1 .
Tap uias, Goytaea::;es , Guayane..~es. Guay cw ·ús, ele.
E1·nm nomacla . . Em Ler·t·e11o nl,u nd nnle de caça e pesca,
Jl ,\ Ç A : "A1 L\ ("T1·:HFS :\1 1tAE." 1·: 1.\"TEL1.1·: T A E :"S :311

lJUC Jh s s ·n ·ia 111 ti ' <t lit tt Ctt lo , assc n la ,·atn sua nll ei<l:
denomin <lcl ll s taba., onrk ú per JJl am•ciam , vivend o C' tll
f~mili<1 , cm quan lo ,._ l he=- <1!l g ur a \":'1 v;ut taj o. <1 <1 silu açãrJ ,
ou' a ·~·u c iTa co ntin u:1 s 11 i1 0 os oiJ r i~·;\Y; tlll n p r o urar·
I IO~'a J~Miçi:í o. l\ a taba, o llcdcGinll t a ,·,mchc f •, o ntot·/1-
bix aúrt , c :cguia 111 ccg·a ll l c· nl c• o· co n::;elhus ri o pagé, pt c·
Ih ::; GLJJ'av, a: cn fc rtn icl<lcl c pr ed i zia o 1"11 l uro . A cr ecl i -
litvam na cxi s t ( 'I H~i a rl c 11 111 ente ~ 1q •r ior ao, hom ns -

T upall - , q ue v i;\ 111 r cpr sen tad o no o!, n a tet!'ij)e tade ,


no trovão , no t'aio , ' lc .: c (.;r iam n' um a outra viela , lendo
u1n gT<~n J c r c pcil o nos mol"lo, , qu C11lCtTavn m na po i-
c:üo ll g-uracla na g- rantt'a , d ntro d e uma talha el e bano ,
g t·alm nl chamad a igaçáúo .
All i, d po ila vnm tamhl'm cnf it c a t·mn e, durante
nlg·um I mpo, n li m r n l os ~
P:ll'a m oquear a pc::;ca ou n caça, l"t·icci ona vam dois priu s
J mu i ta r esi l en in, para pt· cluzit' o fogo, u lili <:.a\am-sc
el e um a pcdt·a muit o aliad a, cn ct·avada em ·uma ha te,
31:? \" 0 A PAT il l A

co mo ma ch n lo, para o có rl . d<' macl ir·n. Como . ar·mas


pr·in cipaes, u a Y[U11 Ic a r~o. fi · clw;;. erwenc nuclas nas
pontas pa!'Ll Ll 0 ' U 8 1'1'<\ S. ]) ' tascas de ;..\Ta ncl e Ll l 'V 0 1'8S,
l'aziam a ubá pa r·a :1 na v g nçüo C' a p · scn nos rio . l~m ·
SU US fe. [;l s , U ~[l Ya 111 el o lilai ' (/C(Í, íj li C l iill o· iam ao OnS de
ca nti ga especiaes. O taeâpe, 1 •;;:~d o rnacleir , er a o ins-
trum ento ap ropri ad o a mal :-~t· , jHII' um: t l'ol'l pancada na

I'
I A1·mns c adornos dos in cl ios. 1. lgaçaba - :2. escudo. - 3 . ma ra á. - .~ . machado.
de r• <Ira - 5. ta c~ pc. - G. a•·cos, flt'chas.

n l) ç;a, o· pr·i ion 1r , cuja. c<tYCJras er ::u n lepencluJ'a-


da · na !'rente da.- tabas, ·omo jü vi Le:-; na rcspc ·Li \·n g r·a-
vut·n. G r·a nd c, cmfim , r·n a Yari cd:1 d de in Ln11n enLos ,
arma · c ul en ili o lc qu ' di punhnm parn os diYer sos
r11i. lét·e · da Yida.
O amo r· el e tllh o e de pac ' , a a iLiYcz d cnracler·, a so-
bran ce ri a de acçtío , o h er oi. mo d nnle dn morL , c lanlos
ouLr·o · cnlint c nlos elevad os do cnraclet· indí gena, f'órnm
cantados , cnlre oulrn · belln. pr ocrucçõ · de nos o c ·crip-
lo r·es, m pt·o a c vc1·. o, p l o mavioso poe ln Go nçalves
Di as, l(U C já nó citámos , em um poemn Yerdacl eiramcnle
g-I·and ioso, dividido em dez can lo : - Y -Juca-Pirama.
RA Ç,\ 'ARA CTERE:' i\! OH 1·:.. E I ~TELLE CT U AE!:; 3! 3

lmpo<:siv I Lra ·Inda l-o pa ra aqu i, na integ ra; 111:1 , lêde


:::eu Lt'C ·lt os '<l pi lacs.
Depoi de descrever a L' t'l'a, a t, JJa, o . cos lume da.
lribus T:IJ mbiNc c Tup i, p roLa g ni. In. da acçào , c na t'l':l t'
o apri ionam 'nlo de um filh o d' la, pe rdido na m ;;~ tlas
cl'aqtt .li a, c Gnnd r·mnnclo ü morte, np rc c nla o che fe dos
Tym biNt , l'all a t,do, impcl uo:o, a o ca pLiYo mandando
qu e u me mo . c defe nd e , ou nl oa e u cante de
nt ot·tc Gomo ra co lum :
" D i~c-no~ la qaem e", teus eitos canta,
Oll se lc ap ra.:;, defende-te. •

O pri i noiro r •lnln s uas l'nç-a nha -, ou ad o; ler mina ndo,


pot·é m, por d ize r qu e ct·a o uni o us L ntaculo de ;;eu pae
" lho e <.;ego, pedind o po r i o n li b rda lc, e mqu a nto dei-
xa ·e CO IT r umn lag rim;l . Prome ll cu , 1 oré m, que apenas
tn orto c u pile , YOILa rin a entt· gn t·- pri ío n iro :
Não vi l, nüo ign avo,
~ J a · fo rte, mas br·a.v o,
c rei \' O so escravo :
Aqui vit•ei Let•.
Guet•t•eit·os, não cót·o, •.
Do pranto que choro,
e a vida deplor·o,
Tambem sei mot·t•et·.

Mand a, Clltào, o chc l'e Tipubira ollar o p1·i ioneir·o,


Lt·nva ndo-se c nlt'C ambo o cg uinle dialogo :
- E voltarei .'
- Debalde .
- Si m, voltat·ei, mor·to meu pae.
- Nüo voltes!

Jt bem feliz , se existe, em que. não veja ,


Qu e filho tem, qun.l chor•a : é· livt•e; pat·te :
- Acaso tu suppõe: que me ac'obardo,
Que r·eceio moner !
' 18
31·1

- 1::. I i vre ; pa n r. !
Ü t•a niio pat·tit•ei: q u I'O p1·ovat·- te
Que um fi lh o dos Tup is ,·iv e com 11o n1'<l,
E c9m honra m aio 1·, · e a c a. o ve 11ce m
Da mor te o passo glot•ioso a fl'I'Onta.

- i\lle nti te , qu e u 111 T upi 11;1 ci•OI'<l nu nc a,


E tu c ilor·aste .. .. pa t·te : nÜL' 'lue ,·cnt os
Co m ca t·ne ,·i! nf'1·aque (' t' s fot·tcs .

. I .

E o Tup i, !'OSLO aro..·ucado , ('Olll l l 11111 l ouco , r nii 'C a dôr·


da injur·in c o scnLim cnlo fili nl , p:1 r l<' . :il l·;tYcz '' llnres ln,
procurnnclt c nco nlran do, e1nli 111 ," JHH' ii. Jil ;Hio. Este,
~ego, sn Lisl'cilo, amin10t -o, np;tlpn-tl . l lt•t·n ltlt •c:c, cnlüo, pelos
sig nac · L[ U • as 'o rda s ll tr ]t;JYi;un ril'ixatln no orl'o, que
algum fa ·in cxlraorclinari o sc p;~ ~·_,.; ;ír;l . 1 ~. de cxig· ncin em
exigencia , con egue ab r p <~ l'lc d;t Ycni:Hil' , i to é, que
o fllh o l'ól'il. feito p1·i sionciro, mn." L'O!t:cg-ui1·a n libCJ'dad ,
por· se r .:·nbicln n xi . Lencia ele: s 11 pa c, ,·cJIJ o e coao .
·Admirado de tanla ~- nem sicl acl c rn um, Lrib11 inirni gn,
~o nh ecc ncl o a Ynlcnli a el o filh o, rnn .- recei o. o de qualquer·
nclo de r.ni ~e ri co rd i n qu lh e podcs.-c ferir n n!Livez do
ca1·a ·t.cr , · pnr le, em cornpanhin cl 'nqu llc, qu nüo lhe póde
d eter o impulso .
E dennl do ~lt cfc T~· mbira, exclama :

\li

" Por amot• de um triste velho,


Que ao Lerm o fatal já c hega,
V ós, guer· r•eir·os, c once J estes
A vida. a. um pr·is io ne iro .
Acç ão tão no br·e vos honra.,
Ne m tão alta. corte zia
Vi eu jámais pl'atic ada
Entre os Tupis, - e mais fôr·am
Senhores e m gentileza .
RA( A 'ARACTERE. 1\1 I A E. E l N'J'E LLE CT UAES 31:>

" Eu , po1·é m, nu n ·a ve ncido,


)/e m nos comba te. po1· a ,·, na:; ,
)/e m por· II ObJ'CZ:l nos a('to. ;
Aqui ve nho, c o filho LJ'ago.
\ 'ó- o clizc i 11-ision iro ,
'eja. as im co1no cl izc i-;
.\l a ndac vi1· u lc nl1a , o fogo ,

A ma•; a elo · acJ·ilicio


1•: a mu urn na li rrc it•a;
En1 tud o o rito e c um pra !
E quan do u i't:w . ó 'na le J' J' a,
( · r· to ac ha rei c n u· vosso ,
Q u . tiio ge nti. ·c r e ve lam .
.\ l~ue m q ue me us pa --o;: uui e;
Alguc m, qu e ve ndo o m u pe1to
Col t•Lo el e ciea.trizes,
T oman do a ,-c;: J e m u fllho,
I) · have r-m e po r pa c s~ ufa ne! "
.\l as o c h fe elo T y111biJ·as,
· so br'o lil os e nc res pando,
Ao ve lh o Tu pi o- ue J' J'eiJ' O
ll es pond e o m lo rvo accenlo:

- .'l ada farei do q ue dizes;


1:: te u filho im be ll c e f1·aco !
Avi ltaria o LJ' iump lr o
Da mais gue r l'e i,·a da Lribus
De1Tamar· :·eu igno bil ·angue:
E ll e c ho,·ou de coba1·de ;
ós ouLJ'OS, fol'les Tymbi ras,
Só de heróes fazem o pa to . -

Do velho Tu pi g ue rre i1·o ,


A s urda. voz na "a rga n ta
Fa z ouvi1· un s so n r.on fu sos,
Co mo os J'ugidos de um ti gre,
Que pouco a pouco se a ssan h a~

.. V lll

•' Tu c horaste e m pr·esença da morte·?


.'la. presença de e xtranhos choraste ?
3 16 NOSS A PA T H I.\

Não de s cende o cobarde d o ro,·t


P ois e ho1·a te , me u fi lil u não e::; !
P oss as tu , d esce nden 1 ma Ic! i l<1
LJe uma tribu d e nob 1·es g uel' l' eiro~.
I mpl orand o Cl'ue is fora ·tci ,·u,; ,
Se1·es p1'e a de vi s .\ ym o1'c .

" Possas tu , iso lad o na tr1·;·a,


Sem anim o e e m pat1·ia vagando,
Regeitad o da mo r te n;t gucl'l'a,
Regeitado do h o mens na paz,
Se r das ge ntes o especti'O cxec rnclo:
Não encont1·e am o1' n a ~ 111UII! I'Cti:
T e us amigos, . e a u1igo tivc 1· ,
Te nham alm a inco ns tante c l';i\la z !

" Não e nco ntres doç ura no dia,


Ne m a s cô1'es da a u1'0!' a te a u1ci,..t;c m ,
E ent1·e as lar vas d a noite ·o1nb r ia
Nunca pos. as descanço "'O :J I':
Nfto e nco ntres um Ll'O nco, um a pe dra ,
Posta a o ;;o i, pos ta á· c \, uv a:; e aos ve n to",
Padece nd o os mai o1·es tol' ll1entos,
Ond e po. sa a fro nte pousar.

" (~ue a te u pa sos a 1'e l va e lO l' I'e ,


i\Iurch e m pra dos , a Oó t' desfalleça,
E o 1'egato, q ue límpido co n ·e,
Mai te a cce nda o ve sa no i'ui'O I';
Suas agua · depressa s e tor n e m,
Ao co ntacto do lab ias sede nto ,
La go impuro de ve1·m es n oj e ntos,
D'onde fuja s co m a sco e te rro 1·!

•· Sem pre o céo , como um tecto in cendido,


C r·este e punja teus me mbros maldito ,
E o ocean o de pó denegrid o
S eja a te na ao igna vo tupi !
Mísel'avel, fam into, se de nto,
Manitõs lhe não fall e m nos ··a nhos,

E de ho!'r'or os es pectr·os mcdon hos
Traga sempl'e o cobarde após si.
R A A :CARA CTERE. MO RAE.· E INTELLECT UAES 3 17

" Um amigo n ão te nh a , piedoso,


Que o te u COt' po n a te t' t'a e mbalsa lll e,
I ondo e m va. o d'arg illn c u ido o
At•co e fr ec ha c tacúpe a teus pés!
. ' ô ttlaldi to , e -ó -in ho na le iTo. ;
I oi q ue a ta nta vil eza c hegas te ,
Que e m pt'e ·cnça da m or te c ho1·a te ,
T u, ·obarde, me u fi lho não es. "

, I~ ao t mpo em qu e o v lho Tupi, m de esp I'O, apo -


tropltava o joven, c t , bradando - 1larma! A larma I
- lan ça-. e, omo um leão rai va o, obre a lribu inimiga,
pelej ando , :ó inho,. r l'az nd o j I
L á mor te h roica .
E, pasmo, o chcl'e T~' mb ira exclama, cmquanto o velh o
Tupi c•xtil l:t cl conte ntame nto.

- Bala ! j<'t cla ma o r. hcfe do: T •mbiras,


- Ba ·ta, gu e t·t'e iro i! lust re ! a -- á luc tas te .
- E p a ra o sact·iticio e mis té r força - . -
O n-uc t·re iro pa t'O U, cahiu nos bt'aços
Do v lh o pae, que o c inge co rllr'a o peito,
Co m lag1·imas de j ub ilo bradando :
" E ste inr , que é meu tilh o muito amado 1
" E po i q ue o ac ho e mfim, q ual e mp1' e o tive ,
o rram li vr·e · a. lag,·ima - que ch OI'O,
.. Es tas lag r'imas, :;im , qu e não d es ho nr'am. "

Um ve lh o T ymbi t'a, cobe rto de g loJ·i a ,


Guardou a me mo1·ia
Do moço g ueJ• r·eü·o, do v e lho Tupi!
E <i noite, nas tabas, se a lg ue m duvidava
Do que e lle co ntava,
Dizia pruden te : - • lVIe ninos, eu v i~

" li:u vi o bt•ioso no largo te 1-reit·o


Cantar pt'i -ion€1iro
Seu canto de morte , que nunca esqueci :
18.
318 :-.IOSSA P:\THIA

Valente, como era, chorou . em ter pejo;


Parece que o Yej o,
Que o tenho n'est' h ot•a dcante de rni . ·

" Eu disse comm igo : Qu e in fatniu. d'escl'avo !


Pois não , Ct'a u m b:·avo :
Val ente e brioso, co mo ell , não ,-i !
E ü fé qu o vos di g : parece-me e ncan to
Que qu e m c ho t•ou tant ,
Tivesse a coragem qu e tinha o T u pi ! "

Ass im o Tymbi ra, cobe l'lo de g lot·ia,


'
Guardava a m e mo t•ia.
Do moço gu e n ·ei t·o, do ,-e lho T upi .
E á noite na · ta bas, e al"'uem duvida,·a
Do qu e elle co nta,·a
Torna va prude nte : " M •ni nos, c u vi "

Como j·i 'di émos, ::1Ll ri to cntJ'C os colonos c os indig-e-


nas determinaram inYC li lu co ntra te , qu e, pouco a
pouco, e fMam internand o p:ll'n o cenlro elo paiz e pa 1·a
o norte.
Durante mui to tempo, perman ec ra1n c;apliYOS dos colo-
no ·, que de se u serviços se utilisa van1 c;o mo senhores,
nlé que, dcpoi!' de lon gas Ju clu , co nseguiram o reco nheci-
mento de sua lil erdud c, decretada
em ·1753 pelo podero o Mini ··lro de D.
J o · l, ebustião José de Cu nalho
c Me llo, Ma1·qu ez de Pombnl, que !'e-
levantes . ervi \:'O prcslou du ran te seu
gove rn o ü colonia portugueza, pa ra
ond e u::v vi. la . c di r·igi1·am p1·ofi-
cuamente.
Não fMam, entr·etanto, os indig·enas
~larquc• de Pombl\1.
os unico · escmvo · que existiram no .
Br·azil.
H.econhccida a dil'ficuldade da obtenção de mais exten-
sos serviços pQI' parte dos indigenus, e ainda porque o ele-
mento africano demonstrava, nas demais colonias porlu-
RA ÇA : CA I~ACTE R E · t'vi O R A ES E 11\TELL E "J' J\ES 3 19

g·uezas, uperiori dn le pa ra o trabalh o, nasceu a icl éa da


impor·taçüo J o. raç-a negra da cos ta afri a na. _
\ im começou, no Brazi l, d ._d os pri meiros tempos
·oJoni ne ·, C!', YÍdàO ciOS ner•-ro.·, lraziciOS e m grande'
I va de ;uin é, Je : Ioçam biq ue, ele.,
ond cratn agarrado á forç,, ompra-
dos ou lt'OCii dM pn:· . gu- n l nle nu mi -
>:an n·as.
Sobre osso Lri:::l de tino do Co nti ne nl ·
.\ft·i can o o elo: mis ro impo rtado , o
in ·pit·ado poeln hahinno \ ntonio de
\:a ·tro .\ lvcs, qu po r sc\1 nrdo r a boli -
·ioni la !'o i cog-nominacl o - p oeta do Ca~ t i'O .11\·cs.
r> u ·aoos - cc tnpõz helk ima · poesia ,
v rdad oit'O po mns de e nlim enl o, do im agina ) o e pn-
lrioti.· mo, como, por xomplo, - Vo~es d' l.frÚ:a, on a
inliluluda - 'Vaoi o N er; r r> ÍI'O - , e m qu e a indignação
do j ov n c im p Lu o o po la o fez concluir ns im :

'enh o r Deu · d o desg n1 ç ad os,


Uize i-me vós, e nh or De u ·,
.· c é mentira . .. ·e é I'Ot'dado
'l'an lo hot' I'Or pet·an te o c é o · ? !
Ó ma1·, p o rque não a pag as
Co m a e ·puma d e l uas vagas
De te u manto e - te bot•t•ão ?
As tt·os ! no ites! te mpestade s!
Rolae das im m e n s idades ! .
\ :lt·r ci os m ares, tufão!

O escravos et·am con ·id erado da mais ínfima classe,


~ c para bem julg::mles de sua cond ição social, bastará re-
lcmbl'at' cntr·e ,as muitas disposições das leis por·tuguezas a
que ~c ubordinava á segu inte rubrica: -:- « QuANDO os


,
320

Q UE CO)!PRAM E ~ CH.AVOS OU n r::,.;TA S o,.; l'OllE IIÃO !·:N GE!TAf\ PO li


0 I,;NÇAS 0 )IAN QUE! H .·\ ~
('I) . •>
Ta l lado ele coisas penl Il'OU até ·1 \ / 1, lu a nclo foi
aboli do n lr:dlro nl'ri ca no po r uma lei,
jUe :0 t'lti I ':iU encon trou co mjlela e
inteira xc ·tH ;:o, grnçn,.; ;i "T::t nde ener-
g·ia r lenacid,ule do \[ in i~tro Euzebio de
Quei 1·oz Couci11!w \l aLto-.;o dn Ca mara ,
uj as acel"l;,dn.:; pl·o ,·iclen ias fiz ram
cc:-:sa r· iri1rir·:1nlC'Ill1~ a t' nir[lr! ii ele escra-
YO no Brazd .
E uzc~io de Qucirot
Foi o priiJJCi ru g-olpr r 'ccbido pela
nr l"ancla i nsli lui ~ão, qu e '' ·im ficou
re ·tringid a aos e. cravos r xi.::trn lc,.; 110 paiz. O progres o·
da civili ·ação brazilei r·a
não poderi a m, poró1n ,
pormitlir qu e alli fi cas,.;e
interrompida a 111[l i'CIJ<J
da Liberdade.
Estan ·ada a fonte el o
torpe co mn1 ercio, Jn a iJ -
Linha-se, entreta nto, a do
ve n lrc e<;cra vo, pois os
liiiiO'> ela e:crava erulll ,
co mo· ella , co nsiil c raclos
capli ,·o,.;.
\ camp<.w ha aboli ein-
ni la foi ala lranqo - ,.;e,
pouco a pouco, e nova
viclo ria obte ve a CiviJi-
·aç:ío, em 28 ele . 'elem-
bi·o de '187 1, com J o. é
~1 o n111n c n to rio Vbcontlc do Hio llranco.
Mariada Silva Pa r·anho ·,
Vi co nd e elo Ri o l3rnn cP,

Ord. Philippirw- Livro 4•. , IÜ. li .


RA A : CARA CTERE.' M ORAE . E 1:-ITELLE T AE. ' 32 1

JH'oponclo c l';_1zCJJ do vo ta1· n au ,·ea lei denomin ada elo


ventre liore: já no Brazil ningu m mai nn. cri a e. craYo.
H.e. l;wan1- nos, porla nlo, cxclu. iYn-
menle, o c navo cxi Lente .
A id · a ~ aholicio ni l;l:;, que ni:i .:;
enlorp CP1·am , l'ci rnm co llq ui. lanclo di a
a dia a ·on ·icncia da Nação.
E111 1 ,'4., s ncl o Pr sidc nle el o Con-
<>elho cl ~lin is l ros o Senado r }l a11 I
Pinto de Souza Dnnla-., qu sol1· a
qu es lüo I ,.all liÍ ra a ba ne! ira - << nüo Senador onnlas.
l'etror.; der , nao pw·w ', ' ~ão .P''etipi-
tar » - l'oi apr se nta lo á As embléa Legi ·ia li va um
projeclo d lei, qu e, I envolv ndo o fun do el e eman-
cipação ja cr aclo p la I i d ·J ,'/1 , prohi bia a venda le
cravo: dentro do paiz , ele Cllhot· a cnltor, e entre
out1·a provid encin: tab k cia CO liJ O ba c pa 1·a a li bet·clade
do e cnt,·o uma c · t·La Indc.
Diver"·cncia<> politica dclennina t·àm que esse pt·ojeclo
le lei Mio vin rrac; e, ca hin clo mec;mo elo poder o enndor
Danla ·. ·
Sub lituiu-o o ··enad or J o é Antonio a t·aiYa, qu e, em
moldes mais ou meno imilhanles, ap t·e-
. nl ou novo proj e lo, dcix anclo, egual-
menle, o govem o anlec; ele vel-o ele lodo
a1 provado, poi só menle nn Camara elos
Deputados havia vencido. Coube cnlüo
ao novo Mini Ler·io, presidido pelo Senado t·
J oão ~f au ri ci o \\ ande rley, Bat·üo de Co-
cnndor '" ' UÍ\':t . te()·ipe, levai-o a tt·iumpho, no Senado,
transl'ormando- o na lei ele 28 ele Setembro
de 'l 85, qu e, além ele outras dispo ições declarava livt·e
os e ct·avoc; sexagcna rio .
A co nsciencia nacional, porém, não ec;lava ainda sali<:-
feila : a campanha abolicionista levanlára impavidamente
a icléa ela libel'lação lolnl. Si bem que pm·ticlario cl'esta,
322 NO. ' A I' A 'I' I ~ 1.\

Barão de Coteo-ipe p ri ncia , en lrel;lll lo, ao numero


d'aquell s qu e a de ej avam allia ! ;1 ;i da inclemn isação
nos ·cn ll!IJ'l'' •k e.LTa ,·ns, pela pe1·da
ela p7'0 f!l iedarle, <] lH' lhe · 1·a reco nhe-
ci la pC'Ia-: ki:-. .
l· oi c~. a a \illiJJJ;t l'h:1.-..c da memo i·a-
,·c l ca inpanlt;: ;~holicioni.-: Ln , que co n-
qui ~ tava Lndo o p<tiz, ampa rnd a pela
impn'JI.·a, pela Lrilnllla popula1· c por
numL• ro~a..; sr.ci c.l;ulcs, lraballwndo pl·o-
li cua JJif'Jill' n'Jilll:l co1 nhin a~ Jo g-lor·iosa
de e -Jo i·!:o~.
Na impr 11";1 , Jns; do !Jatro ·i11111, <'lllrc outros in. io·nes
jorn ali. ta ·, J'az ia tJlll; t
<·nmpanha l 11HZ e lll'i-
lh antis. ima; ao i ''l ..;~n
qu e J oaquilll i\abu ·o,
OJ'::l.cl or nolabi lis im o,
em co nstnnll's co nl'e-
rcll cias pu bl i ·a ·, cons-
li tJ Jira-sc n c 11 1ro da
,)o) c d o Pai>'OCilli . j)I'Oj)Dg-ancl;l: - Se\1
Joaquim Nabuco.
ntl1u ia ·mo I vou- o
me-:m o a Homa, afim de . olicilar o am;ili o moral da _
palaHa elo 1 apa ao clero ao povo lJrnzileiro ('1).
E para .'· I' ompl la no::a c.·Jori a, ;\ JJlUiher hrazi leirn,
:ompre prope11 ·a ás acções ge ne rosas, ao impu ! ·o· ci.a
·;nidacl c ;to en tllll sin ·mo pela · ''T:tnd es cnusas, 1'-z c;enLII'
nnLavelm cnlc . ua u '\;ão hen -fl ca .
:Vlnila. di . Lin cLa: . enhora ·, e m d i!'~ r nl.e pon to. do
l:rnzil , enL1·ega ram-:e om a rd or ü :a nln cruzada ela liher-.
ta çüo do · e cnwo ; na imp o~ ibili cladc, por·ém, de me n-
cionai-a: em conjun clo, encn t·na t· mn. n bt·ilh nn le pleiade

( 1) A re p ctiva Encyclica. chegou, porém, ao Bra?.i l já depois de abo-


lida. <L esCI'a.vidão.
RAÇA : C,\R A 'Th R E. MORAE . E INTE LLE T UAE S 323

Clll uma da- lllai · valoro a· ab negada , lanlo mui,;


qu anto podemos l'a ll;u· co m .-cn·uro c nil cimento, na qua-
li cl:"tclc el e <;C u .-ccrcla rio parl.i ul ar Juranle Ires annos.
êdc, nu c,; tam1 n q uc vo.- oiT rcc tno. - Leo nor Po1·t o
- l resid 11lc da ::;o icdadc aboli cioni. la - « A Yé Li b r-
ta » - , l'und acla c1n P e1·nambu co , ·' nl 1 8~4 , e a re peit o
da qu al assi m se cx printiu illu. lre c;;-
criplOJ' r· m p1· cio.-o tmiJLtl lt 1 :
. « f) l;li ma nei ra < 1 id ·a a boli cioni s ta
Lem-,;c nporiCJ'tJd o do" pern ambu can ,;,
lJ li (' lll ll i l <1. d:1-; 111 :1 i S 11 O b r S d tl 11 HlS
cl'aq11 li a lcrr;t :-:c ncha l'<llil ·om a t'o rç·a
pr ·isa ]'ara , m nome el a ltuntani cl ad ,
,,ahir 'X ·cpciontd mrn lc elo xilio ;;o ia l
c poli li cn impo-.. lo a seu .-:cxn, pa ra l'tln- l.conor r•ort o.
dnr " 20 ri(; .\ IH·il rlt' I~K 1 c•s.-.; a glrll'i o,;n
1

so ·i dado, ,;rd l' mll ' ln cnl inau gurada a d . · temb1·o do


lll e.' mO ann n, so b a lwi iiJ alll e d nominaç;i o de - .fl n~
1 ibe1'ta -, a qunl te m p1· slacl o in calculavei . crviço;; c
rcsli tui cl o n li bcrclndc n um g ranel i.- ·imo nume1·o el e
·apli vo.-.:.
D'e .-a .'OCi dad o se poderi a dizer, paroclinnclo o Emba i-
xad or lo Epiro - qu e é uma a sc mbléa de deusa .. . O
brilho . l'el'lccliel o pela ful gent e au1· 'ola que ci t·cumd a o
nome illu l.1 ·e el e D. Lco nor P or to , dignissima P1·e ·id ente
da sociedad e - Avl; Libel'tas - e di cipula de . Iael c de
Beccher lowe, n fará appa1·ecc1· na ltislo t·ia elo Bt·azil
como Madam c I a lOI'Cl, na hislo1·ia da França, c Mislt·e s
Eli. abeth I"1·~' na lti lot·ia ela Inglat.cl'l'n ( I). :>
E l'l'ecliYamenle, l'óram reaes e aclm it·avei · os se1·viços
pt· slaclo. pol' esta vel'cladeil'a het·oina : vimol-a, mais el e
uma Yez, despl'ende1·- se ele joias de valot·, pat·a mitigai' a

(1) D• Anselmo da Fonseca-:\ esc:r aoidão, o clero c o aboliçioni1mo


- l~ahia.
3~4 NO . ' A PATI I A

fom e a ec:craYo foragid o , 0 11 nuxi li ar pecuni ;:u·iamen le a


libei·dade de outro . ' ·
« Na propaga nda aboli ioni,La >>, diz (j0 111 muita 1·azão
nm jornal flumin en e, noti eia nd o a morte de Lco no1' Porto,
aos 60 anno de .edacl e, <• nin f.:·ucm mni fle111c e mais en-
thu <>iast.a, a cuj o d YOi amenlo e a cu.io sela r ciclo patl'io-
li mo rend emo o devido preilo n' rs tas linha. » ; salien-
tando mai ]U e o e. cravo. « nconl r:u·nm scmp1·e na sua
bravura Oampal'Oe a fM \,:1 ral'rl '-]1CI'<1r o g ra nd e dia ('I) > ;
relembra ndo outro j ornn l qu « a a~a da b neme1·ita abo-
licioni sta fói o prin ·i1 al refugio los c: r:w i. aclos foragi-
do ·, velando ma tem almcitl po1· <'ll c: (2J. •
C1·e. ccnclo dia a dia a propag-nn la, augm nla nd o. em-
pre a acção dos aboli ci ni slas c a ·cenluanclo--e a aspi i·a-
ção get·al, a negra man ha li" no,.; <'11 . omlmwa n civili-
sação não pode ri a rco;;i._tit· po r mni ,; lr mpo.
\qu e. Liio tom ou-se min cntct1t ntc nacional.
J á . e não lt·atava de. impl · :HI piO!' f r·voro OS da li bei'-
dacle : - era a alma br·lzil cira qu se manife lava a cadn
ca nto, na palavra lo j)l'O] aga ndi:L:t , na o1·açã.o do lt·ibun o,
na penna do jorn ali La, na. prece da t•cli gii'io, no recinto
do Pai·Iamcnlo, no aiii'u i. m elo. propri o. .::enhot·es de
e ·c,·avo , - era o pOYO qu xi <··ia; c1·a a Nação que
impunha ua vontade be rnn::L
Is o mes mo declarava a Prin ce ~a Im peri al D. Izabel,
que enlão 1·eo·ia o Jmper·i o, em nome elo Imperador , doente,
na Eu1·opa, na men agem, que n'c se tempo ainda se
denominava - falia do lhrono - , cJi,·ig·id a em 3 ele Maio
de ·18 8 ti A sembl éa Geral :
<< A exlin cção elo elemento . e1 ·vil , pelo influxo do sen-
timento nacional e da libei·d ades pa rticula res, em hom·n
do B1·azil , ad ea nlou-se paciflcnme nte de ta l modo que é
hoje a pi ração acclamacla po1· loda as cJac:; e. , com aclmi-

., O Paiz, do Rio de J:tnei 1·o, cdi<;flo de 7 de Feve reiro dé 1001.


Cidade do Rio, edi<;flo de ? de Fevereiro de 1901.
HA ,.\ : C.\I L\ CTERE.' :\1 [ü\E ~· E I NTEI.L J·; T .-\ES

l'ttYc i ::; ex Inpl o · uc <tb n ,$'(1 ão da 1 ui'Le rio Jll'Opri ela-


l' ÍO>;. >>
Di po:-;ta i l"'-illt a N;t ção, m ~l nrç;n do J, 8 l'oi delibe-
l'ndam 111 · ch ant;trlo <lO pode r, CJll su l>s ti tui(;üo n
ele Co lcg·i p ', u ~c nnrlo 1' .J oão A ll'rc do ( :or r ·a cl
qu e jü lt:wi n . i l o o miJJi ' -
tr n d i1n p rio no Ga úi-
ll<'le l'or nwdo c· m ·1 ' '71 p lo
\ ·i -.('nn rlc do 11io Pranl'o.
J11ao .\ll'r cdo l'ni , pois, um
\J' J'dadvi r o co nt inu a lo r da
fllii'Ca l ei do CC!/ li '> Li I ' C! .
Anlonio "·' ~~~' ·' :\ \ '.se 110 \'0 Gabin ete ·-· __.
J•ra<i•). lol i10U p:trlc, g·unlm nle J oã o Alfr·cd ·

i mporlanlt, Ct il J'<· outi'Os illu Lres b J·azil eil'os, o enlão


senador .\ J1 loni L>rad o ( I), q u jü h avi n, n ' um m o Yim cnlo
d e phi l onLJ·opin , de paLri oLi 1i1o l o incit am ento , co n e-
guid o qu ' locla n p od r o a l'am ili n 1 .rad o, el e . I au lo,
li b- J'L;t.~ ..::e, in co ndi cional m n Le, mui Las cc n Lc nn el e
Cl' tlVO ·. ·
N o d ia l e Maio, er a p 1·e ente á A e mbl éa ; eral , em
n om e do ;overn o, o proj eLo qu e, cin co dia d epo is, se·
lra n fo 1·m o u na l ei n• 3.v3· d e ·13 OE MAIO DE '18 8,
l'edio·i da rn lin o·u agem bl'eYe c l e1·minanle :
AnT. F' OECLAH.\ D.\ IO:XTIKCTA, DESDE A D.\T,\ o'EsT;\
'1.• -
· LEI (2),
ESCRAVIDÃo i'\O BnAziL.
A
ART. 2. 0 - !tEVOGA~l - E AS DISPOS!ÇÓE EM CONTH AHIO.

(I) O D• .\ ntonio Prado, afastando-se da politica ao set· proclamada


a R epubli cn., viu-se por fim, deantc da insistcncia de seus admiradores,
obt·igado a ace itar o car"'O de preC·ito do Municipio de . Paulo, posto
em que tem sid o reelei to muita vezes, prestando a .. Paulo os mais
I'clcvanlcs crviço , como chefe da cidade, constando-nos que n;io per-
cebe os subsidios que por lei. lho competem.
(2) 0 p1·ojecto não continha. a cx pressào - desde a data d'esta lei-.
1 ara que a lei ntrassc em execuc;iw no mesmo dia ern que fóssc pro-
mulgada, dispcn ado os prazos, o Deputado lnnocencio Marques de
Araujo Góe apresentou a emenda inlet·calando as referidas palavras.
19
326 :'li O.' ::;,\ P A 'J'R I A

Do que foi e se gr nncl io ·n acnnlccim c tllO, " amo Lt·ans-


cr Yel' <H[lli ('Xjl l' S jya 11<1l'l':1ÇÜO el e
uma Le. Lemunhn d e Yi::;La, D t·. \.f.fonso
Cel o J u t1in1', ln·ilhnnle lillet·ato e mem-
lt· da ( :nlllni'H do~ I l pulados n'a -
qu li a CjiOChn , auclot' de um pt·ojeclo
d lei , qu <' !'11i <~ji pl'oYa clo , con id er ando
de I'L's l;l na~i on ;ll a ~·ra t H i e data :

AO'onso Celso Ju nior.


" F oi utn <t me dida pop ula t•. Conft·ater-
ni ·aram n'clla ntandante,:: c rnandatarios.
O povo pa t•ti c ipo u dircctamcntc na:; de lib e t·ac;ües. 'l'odg aboli-
cionista via- se festejado nas ntas, r,·, se qua l f4,ss e o s e u pas-
sad o, o se u ca racte r , a : ua · idc a:; em outra :- q uc ,; tócs.
Foi s olem ni ssima a cet·c mon ia da ancc;ão . :-r ilha re · de pes-
s óas do pov o iiH·adira m o P a<; o. l. ill· t·a lm c nt c rod e iada pela
multidão , a Pt•inceza, aflli c ta c · horosa, e m " irtude da más no-
tic ias c h egadas d a Eut·opa sobt• a. aúd c do l mp c t•a d o r , mal s e
podia mo ,·e t'. ?\o mom e nto eni que e ntpunh o u a pcnna para a
assig natut' a fez-se r e ligi o o ·il e nc io. De pois, uma xp losão de
bravos, applausos, a c c la. ma çõe. d e lit·an te;; nun ca ,.; tas . i\<Iuita
gente c ho rava d e al eg ri a. Inimi go d a ve:; pe r a abnl<;,avam - se
re conciliados. J osé do Patt·oci nio , fóra d e . i, alit•ou-se àos pés da
Pt•ince za , quiz beijai -os, pt'on u nciou d e j oe lhos co mmovcntissi.-
·mas palavras. Nab uc o abt·iu cam inh o até uma ja nc l la c d'alu,·
com a sua voz poderosa, annunc iou a büa n ova ao po vo que se
atulhava no largo, onde hoj e se vé a estatua d e Oso1;io, exten-
d ~ nd o-se, e m mó compa · ta, d esde a ru a Dit·e i ta a té ao ponto das
bat·cas. Ind escri ptive is as man ife ·taçõe de r egosijo que se suc-
ceJ e t' am! N un ca !t o U\·e nem tão cedo h a ,·e i'~L d e monstrações de ·
e nthu s iasmo assim (1). "

Co mo vede I o pOYO bt·azil eit'O n;'\o pt'O\'ÓJ11 de uma l'nÇa


especi al , ma sim de uma fu . uo de elem ento dil'ferenles,
o qu e, entr·elanlo, nuo impediu n l'orm nção d e uma nacio-
nalid a !e capaz el e c colloca r n pai' elas ma i - bem consli-
luidas.
D otado de uma alma nob r· , de inex ced i" d -.Jicndezn

(1) Dr. AITonso Celso, filho - Oito Am o de P w ·la m e11to.


flA ÇA : ' AltA CT ERE. ' i\! OH.AE.' E 1:'\TELLE C'T UAE . 3:a

de scnlim ·nio I c]e \'ada qunlicla I : mot'GC:S, o bt·nzi -


leit' é, po r cxtcll cncia, '''CII CI'O o, duto, altruis iG c !to pi-
Ln lci r·o.
Não 11 0::: dc, ,·j mos do pl an o d'e:-L ' li' ro : nqui I nele
l'::tclo .
Quet·ci: " ' l-o, ~·c n 1·0 o c d ·in Ler " ·ndo ·?
\ 'êclc- m J) d1·o .~l m e, ·ic:o, o notnwd ar ti:; tn. reco lh ncl o,
em F lor n\,':1 , o pt'O(hwlo ck1 Expo iç:iio cl " u tnonumen-
tal qu ad ro - . l JJata/.ha do .fl vahy - , l'rc qu e n t :-~da por
mai el e c 111 111il p s. () ;:1 , , entrega nd o-o n_nm cl iscipu lo,
itali an o pobre, m hom n41gem <Í a olh icln qLy' en on-
lni t'n 11' aqttclin cidaclc. Ob n ne-o em . anto -Dum ont,
cuj o r Lt'a lo Y C'l' ' Í.' ad nn te, co! cr lo I glot·ias na co n-
qu is te d pr JJI ÍO D eut ch , cni P <ll' i ~, I'Cp r :::c nlacl o pot·
cem 1nil j l'(l!l ·o , di Lt·ibuinclo-os imm ed intam cnl c por·
int it·o pcl . aux i- /
/
liar nacons lt·u c-
~: ã o d eu balão
c pelos pobees el e
I a r·i !
Qu e r e i ap t· -
ciar a phil nn tr·o-
piu brnzileira ?
o• José C~l'i o Ob crvae-n, cn- Conele AI ""'C• Pcntc3<lo.
1\oclri:;ucs.
lt'e lan lo OULI'O , .
em José Ca l'!os Rocll·igues, pt·opri cla rio c t•eclacloe-chefe·
elo JornaL elo Co"une,·cio, o maiot· e mni · impot'lanle jor-·
na! ela \meri cn elo ui , cl cpoi. ele haver dotado a a nta
Casa de Mi et·icot·clin el o !tiO le J a neiro com mai uma
\'ali osa enfcn na t·ia , appat· lh acla elo qu de mai_ mocleenO·
e cu Loso exi l em in Lrumcntos el e cirurgia , tudo no
valot· ele cêrca el e tl'e~~entos contos ele 1·éis, C' lci agora
con lruin do ,.éi : na cu la , laml m, o 1-fospita/ elas Cl'ean-
ças : lre r•Tancle · edirlcio · de lre and;wes .
\ éclc-a, aind a, no Conde ALv(U'e Penteado. gt·ancle
in dus lt·i al ])l'azilciro, con lt·uindo a monumental EscóLa
~0. ' ::SA PATH I A

de Comme,·cio de . ·. Paulo, dotan<i -a de omplcla e !'l -


quis imn I ibliolhccn, lu do no q lnr· de mil conto de rl!is,
e doando-a ao Es tad o, cujo GoYl'l'llO, t'lil ho menag·em ao
doad or·, a den omin ou J:;.w:ól t rle 'ouuut'J'c: lO Alvares
1-'en wado.
Desejaes ob er'Y<l l' o IJI·a;•.ilt•im, - alllll';:;·ndo, crn face
d o- inler·es- - publ icos 9
Não Yi- lc.· jü em r, ·ct uci. c:o Cwut'l'tllo, prc Limo o e
heroi o, I ;Il nd o- c pel:1 l):llri :l, ll:t ~·t l 8 1'1':t do l :wag~ua~·.
em pcr·ceb r um ó rea l d e ~nldo ·J
'\ êcl c-o, :ti nela, no Co11de de l'ol'to-A l ,rjl'l", uja bra-
vura já YO rela li'imo;.;, qu <~ nüo qniz recebe r n ,. n •Jmen-
to que lhe rnm dc,·id o.-; <.:01no Comn1andanl - ele um Co1·po
de Excr·cilo na camp;tl1h a el o Parag11a ', <;O nlenlan do-se
apena com o cu anti go ~o lcl n de g·cn ra l rrl'ormado, que _
j ~i e1·a . E mai.- la rdc, apr - nlado n;l Cama 1·a do Depu-
lados « um p rojc0Lo mand nnclo I'CY' ri el-o ü <;la e activa,
cll e, então d pulado, p -diu c co nseg-uiu qu e e-se p1·oj ecto
não enLJ·as · ' em d i cus ·ão, porque .·c GO II.Sidc rava bem
reco mpen ado p lo jJOI ICO (!) qu tinlll1 fcilO em be m ela
Pal1·ia . •>

E qualqu eJ· cl 'c ·c se ntimentos rcl'c ri dos, não c apre-


sen ta como ma nife Laçüo i olacla em um ind ividuo, ou
mesmo em gi'Llpos de in d ividuo . Nüo! Ell ·, rn co njunclo,
co mo que fazem parle do ca racle 1· naciona l, não sendo se-
'não ve,·dndei ras excepçõ "• o caso i olados que c pos-
sam npre ent a i' em co11l1'a1·io.
Aqui tendes algun s exemplo·.
· Que1·eis senlil-a, n naciona lidade b1·azilei 1·a , ai truisla c
phila nLJ·opica, cl ennlc de cã vene1·a ndn Jc sc J·vido i·cs da
Pnlr·ia?
En lr tantos ouL1·os ex mplo , que \ O poderia mos cila1·,
'::.lca l'erno. o mai, nolavel, pela cspccic, pelo momenlo
I YQ]OJ'.

· ~m adn a Republica, em H3t 9, c depos to o Impera-


H,\ A : AHA TEHES i\1 l. AE .. E 1:\TELLECT ' AE ' 32~

d o i' , ~ m rcc u 1 ·~o -qu e lh e p I'IHi t ti s" 111 , 11r1 Eul' pn , uma
exi ·tcn in 11a ;dltti'C I In fun cç·õc.· 111a;..:·e ·tati cn que a aba va
de exel' '('I' 110 nl·az il , o G 0 \'('1'11 0 1 1'0 \'Í OI'Í O cl I' tou a
e nl1·~g-n dL· f'tll ·o 111 il conto de l'éis a ) l . P ' d i'O ll, LfU não
o qui z n 'CCÍ I;I J', oh o [un dn menlo ele qu ' núo ll'a lava
·aind a, pl'upritun<.: nt , de uma 11Gn·i l'c· La çJi o d il' clnm enle
l en·a li ~ad: t ]wla ·nr,tio . E ta, ]'OI'ém, vem qun.: i m ~ g uida.
Ül'f\'Di tizarla a llqllll di ·n co nsti lucional ll1C!l l a p t·Opl' i n
\. ·cml>k·a c· rJJl~l ilu i n t , ll'nd uzind o u._sim (i 1!11 nt c . o pen-
. nm enlo 11acionnl em . un Lei J1a;;na , i n · ' l'c vcu no a l'l. 7
elas Dispo. içrJe' TI'OIIcitorio da Cou. tituiçao:
" E co1u.:edirla a IJ. fJ erlro de A lcan tcu·a, e:rJ-fmpei'Ct-
dol' rio f], ·o-~il , uma p en âo, que, a contw· de 15 de
'N ove111Út'O de 1 89 , gw'OIIta-1/ie, p o1· lodo o tempo r/e
uo v ido, , uúsi tencia decente . O Cong1·e o Ol'dina,·io, ·
en1 , ua fJ I'imei,·ct t•ewliao , ji:r:c11·á o quantum d' e ta p en-
âo. >>
li: a Constiltt i nle, ll'an fOI'Ill êl da , nl ão, em Conn·1·e ·-o
Nacionnl , Lend o mal'cad o em cento e vinte con tos de l'éis
o ub~ i d i o el o sup1·cmo i\ln aisll'acl o l a :'-lação, o P l'c::: icl nle
da H. pu blicn, fix ou n' ssa m smn i mpol'tan cin a p n ão
na ci onal ao vell1 0 ex-lmpel'acl ol' ( I ).
Infclizm nle, po1· ' m , D. P ecl i'O de .\ kanlal'a não che-
n·ou a ulilisal·-sc cl'cssc nob!'e aclo el e munifl ·encin bJ·azi-
l eiJ·a , j)Ol' lei' fall ccicl o, na Europa, em 5 de zembt'O,n
pouco ma i-- cl um mcz a pó · n Yotação cln l ei .

. Ou t· i npl'ccial-a, a na cionali dnd e bmzileil'a , p•·esli-


m o ::t , in ccntivad or a, p t·emiancl o n·lot·i o o . lilho ? \'êde o
Congr e. .·o Nacion'al , YOlanclo um p t· m i o de cem contos
de NJi a ·anlo Dum ont, o Yicl ot·i o o R ei do .tl1·, Yencc-
dol' elo pl'cmio Deut ch, em Pal'i . Qu el'eis Yêl-a , nincla ,
pl ena d co t·d ut·n c l ongnnimi dnd c no momento do ll'iu\npho~

(I) Lei de 23 de O utubl'o de ~ ~~ll.


330 NOSSA PATH IA

Aqui tend es dois cl oqu cnlcs fa Lo- : ttm , d Ot'd em in lema;


out.l'o, cl Ol'cl em exl 1'11<1.
An·n Inda ú g ueJTa con l l'a o Go\·cmo el o l'al'agua J' • em
d c f ~ a de .~cu s bt·ios, n N nr:ün Bl'azil 'i l'a, Yi clo l'io a, no ·
on ll'at·i o el e tanlG outt'<t nacionnlirlnck . ( I ), nãose apocle-
t·on c! um só p;:l lm o d o LCI'I'ilorio J Hl t· a;..:· n:l~·o, c n Li lu indo ·
em l wnpr;âo um ;:;·o y l'!l O Jl<ll'ngna yo G quem enll'egou,
sobe t·GtHlm cnt c, ::1 d i l'ccçüo d o J•<tiz . .\ incln, m Gis : Lendo
ele. p ncliclo n'c_sa g·uct·t·n c;órc:l dC" r;urtt,·oce!l lo mil con-
to de l'éis, Yic tot' iosa cl c \·cndo -"!'1' indcmni~acl a peln na-
ção Yencida , co mo é d e pt"lXC inlCI'n<lc;i nnal (2) , a lé ü ac-
tualidncl nad G t·cc -bc u, s m lt:l Y r l'C'Íl11 , nun ca, nlé aqui,
n mGi. insignifi cn nt p l'e. s:\o oht·<' n JW(.'<'io pnragun~·a .
Ao·ot·a, o cx empl od Ol'd m inlt' J'J1:1 :
Pr>ocl amnda a Hepubli ·a, ' m I~. !), o ( ;nw:l'n o t I'OYi o-
t·i o, plenam ente pre ti ;:;·iacln c podci'O. o, as, im _e cli t·ige,
em M c n ~ ag-cm , ao [mpc i'Gcl ol' drpn. lo c~ m clc m nlo ele
t·esisl n in :

"Em fa ce d'e:s ta s it11a çã o, peza - n o ·· i izc l'-vo t-o c nã o o fal·e-


mos senüo e m c umpt·i mento do mai s c u:;to:so d os d e vc t'es, a pre-
s e n ça da fnmiti a impe ri al no paiz, an te a noYa ituaçiio que lh e
c t•eou a I'Cvo lu çào it•re voo-avet d o dia 15, ,;e t·ia a bs urd a , imposs í-
ve l e pt·ovocadora dos d esgo ·tos qu e a salv ação publ ica nos im-
põe a n eces idade de ev itai' . Obe d ece nd o, pois , ás c xigencias do
,-oto nacional, com todo o t•espc ito d e vid o á dignidade das func-
ções publi c a s qu e acabaes d e e xc t·ce t·, so mos fot·c; ad os a no li ficar··
\'OS qu e o Go ,·er·no Proviso r·io espc l'a de vosso patt·ioti ·mo o
s acr ificio d e d e ixard e s o te r'l'itor· io br·azit e ir·o c om a vos a família,
no mais br·eve pr·a;;o pos ivc t. Par·a e e fim, s e vo. e. tabelece o
pr•aso maximo d e 211 l•or·as, que , co ntamo s, ni'lo te nta r·ci.· exce der.

{l) A Inglaterra, por cx ' mplo, vencendo a ltepubli ca do Tt·ans,·aal ,


em I!lDO, u·nn fot•mou-a n'umn c loni a de ~e u !mpel'io. E como este,
quanto outros exemplos ,-os pod eriamo~ apre. cntnr na h i~ t o ria · do
mund o!
(2) V~:n cidn a Fr·ança pela All ernanlw , em ISiO, just:unente ao tempo
da vi ctoria brazi lcira, o exercit o allemiio n.ilo nbando nou Pari · cmqua nto
a Ft•ança nCto entt'c"'ou á Allcmanha a indemni ·açt'to de 0n-ucrt·a, fixada
em muito" milhare - de m il h&e;: du franco~ .

HA ~: A : Al'tA CTEHE::S :\1 0 1\.\ E. ' E INTELLECTUAE . . 331

O Lran . po rte ,·os.·o e dos ,·o.·::;os pam um porto da Europa


co rTe d . po r· ·o rlla do Es lado, pr·o pol'c ionando-vo · para isso o
Go,em o P r·o ,· i ~ o r · i o um nav io ·om a g uarnição mi li tar', efl'ec-
tuand o o emb:u·q uc co m a m a i a b ·o lu la .-eg ur·a n ça d e vossa
famíl ia , ·uj a comlllocli lacle c saúd e .-er·üo ze ladas c om o maior
de ·vel o na Lr·a,· ~s ia, c nlinuando-;::e a co ntar·-,·o · a d otação que
a lei vos a~~e"'u r a a L'> q ue ;::ob e.·te ponto s e p r·on u nc ie a
As ··em bléa Con"litui rrtc . "

Pa rct;e qnc a lt i::Lor·io ela ltuman idad e não registra OLlLJ'O


egual.
L uiz :\\'I , de F'rn n ~a , Ca rl os I , da In r··lnLe rm, Max imi-
liano I, el o .\l cxi co, por exemplo, a peados el o Lhrono, paga-
J·n m <;O m a ,-ida a percl<l d;l co ràa !
IJ. 1 \~ cl r ·o , porém, tn,·e o conl'à rLo, que aLle la se u me-
recimento c a corelurn do.-; "ell cecloJ'CS, ele vêr o Govet·no
Pro,·isori n, om nipol nt e, ·ur\'::t r- se, re peiloso, appellando
par::t . cu pn lri nli mo, em nome ela Naçf\o.

No culli\'o c na inLensicl::1de elo affeclo ela l'::1milia , o bt·a-


zil iro n;-t:l e ncontra t•ival ent re os demais povos. Sáo,
com effeil o, pt·o,·erbiaes a let·nut·a e a abnegaÇ'áo, até no
aci·i!i cio de pae , filh o , im1úo , e po os; se ndo mesmo
pt·oclnmada, com toda a ju s li ~a , náo só por escri pl.ol'es
nacionn s co nt o por ob e n •adorcs extt·angeit·os - a Mulhet·
Brazileit·a - o protolypo da mãe de l'am ilia :
Ah! o amor ele pa , o amo t· cl mfi e, o amo r· de filho, no
ein el•1 nacionnliclacle brnzi leirn!
\'êde e. se amor g t·anelioso ela l'ami li::1, m sua Lt·iplice
e~ p ltet·a, can lado pela poe ia na ionul.
Lêel e, pot' exemplo, o que é o

OLI-JAR DE ~IINI-IA MAE:

Aqu c ll e olhar, que · into em mirn fixado,


In q ui eto, ind::tgador•, te m tal te rnur·o.,
Que mais o vejo e mais se m e afig ur·a
Ver· dc ntr·o C'sc r·ipto n'e ll e o meu passado.

'\!
332 :\ O., " A 1'.\THI .\

Na ce u quand o e u. na s ·i: fo i a m eu J::~d o ,


~·a quella suaYi ima doç ura,
C omo es li'c ll a a guia r-m e em n oiLe -c u r·::~,
É se mpr·e o m e u abrigo, e u - seu uid::~do.

OI Ir a r d e minh a mãe, tã o a ·to c a n to ,


Se m e foge ás ve zes , é que o pr·a n to,
Quand o solf ro, occ ul tar·-m c Lu rl c. cja ... .

E ntão so r·r·i c lroranclo.. . m n. t01' rnc n ta


A luz do sol. .. O lh ar qu e m e susten ta ,
Olhnr el e minh a mãe, bcmd ito: jn · !

Ap1·eciae o qu e vem n _ ,. pnrn rlm -pn :-rmo ro ·o

O SO:. Il\0 DE ANJ O :

Qua nclo e l la dorm e , co mo do r·rn c a c:t r c lla


Nos vapo r•cs da t imicl a a h-o r·acla,
E a sua dôce fronte e xtn iad a ,
Ma is pe r·fe ita qu e um lyri o c Uio si ngc ll a,

Tão ser e na, tão lucid a , tào be ll a,


Como dos a njos n. cabeça amada ,
R e po usa na cambr·aia perfumada,
Eu velo absorto o ca to somno d'ella.

E ·r·ogo a De us, emq uanto a str·el la br·ilh a ,


D e us que protege a plan ta e a nor ob:·cura,
E nos indica elo fu tur·o a t r·ilha, ·

De us , por qu e m toda a cr ea ção se lrumillra ,


Que tenha. p e na d 'e. sa. c r·eatura,
D'es.'e botrto el e fl ó r· - qu e é minl~a fi llr a .

ObserYn e o marlyrio de um co 1·n~<'io clc, pedaç·aclo, con-


'1land o o
HA Ç.\ : 'AHA TE H I~. :'.J () J{AE.· 1·: 1:'\TEl:. LE C.T li AL·::::; 33:J

A:\J ENF I·: I .\111

Gome no bci'C; u, e ll i'Ol'llla, a. Cl'e:l lll'illha,


Qu e nilo J'all:1 , n:1o anda, o j;'t pad ' l'(' .
l 1 ena a .. ·i111 c ru e i ~ , po1·que a ~ m l't•cc
(~ uc1n 111al 1'1 1~1·and0 na •xi~lc n ·ia ,·i1li1a '?

0 n11' i1 11<lru,-o ,.,c,·, ó Cillw mi n ha ,


S i u. c ·u:s 1ne ou,·i:.·e 1n a pnL l'n::t p1·ece,
E a 111i m u leu :o lf1'e 1· pn ::11" pud :se,
G ó. o me ful'n n. dor que L~ e pcsinl w .

Como t <l jJe t•La a angu ti a o fl'::tgil p ÍLO!


E De u< , quo tudo vé, niio t'a exle t·1nina ...
n 11. q ue . bo lll, D u · qu o pae, D LI qu e é pe r fe it<
i111. .. ' p::~ e , mas a c1·e nça no l-o e n- in n :
. ' ' viu 11101'1''1' J e LI q ua.ndo ii O!llOI!l f i lO,
::\l un a le ,·e uma filha peque nin a.
AFfoOl\'0 CEL o J L :\' I OR .

\'éd c o do ·c;:; p I'O CJ·u c inntc tl u müe nmanli ·sinw , t·ccc-


beJi do a

CAH I CI A PO ' THU;\IA:

Co itad in ho, mOI't'e l'a ! al i i de lllii o- Cl'uzadas ,


N'tun caix;'10sinh o a zu l, leve co mo um b1' inquedo,
Puze mol-o lodo a h·o, e nl1'e toa lha s bo1·dada

Le vümol-o de pois ao cemitet·io . Ao ou vi1·


o baque nt• da . pás, ·ho t·ei. El·a lüo cedo
;\lo t•t•e t· pa1·a apaga.1· a luz do se u sot•ri I'! ...

Voltamos. <~u e sa udad es ao subi t'III OS a es cada !


Do se u leito vasio ainda se nt i, e tn tom o,
Um a1·oma de ince nso e de 1·é la apagada.

Abt"i o cot·linado, a al cova ainJa nüo f'u1·a·


A tTtllnada , beij e i o tt•avessc it•o mot·no,
Onde ha pouco pendia a cabecinha lout·a.
L~).
i'\ Q~.· A I ATHI ,\

Os lin·o d e fi O'UJ'a, us bolu , o pi :\o ,


E ··par o ; l l'o pecei n'u ma lo ·o moliva
!\linuscu la, ama J'l':lcia á pon ta d'Lun COI'diio .

Tud o co m o e r a ha pouco. Ajoclh, da, P::1 pl':l n los,


A c he i a pob1·e mã e, m a i ·m ona do q ue Yi1·a,
Apa nl1and o os " joujous ,, espal''o:; pelo~ ('a nlo_.

De .-ubi to , l'ecu e i !. .. OuYira JJ lll g rande g 1·ito! .. .


' i-a tom ba.1· no oall1o, exa n im c . oitclda !
Tinha o oll1 a 1' no Al é m , ·ga·eado c f-ito .. .

En co n trava um c a dern , um e;1d e 1'n J e es tu do ,


Onde achara u ma pl11•o. e a c u:to e::if'l' vinh a cla ...
Uma co isa infantil , ma que di 7. ia tudo .

E nqu e lla ph1·a:;e, ao lé 1', d e um ;;e u t hem a na inta,


Pn1·ece u-lh que vira a ua prop1·ia mão
Esc rev e m lo-a do céo, tiio fr . a e tava a tin ta:

• Eu go. lo de voc ê, mam ~. e elo co 1·ação ! ,,

PETHI OX DE Vn.u n ( 1} .

Hef'lec.li sobre o de..:e pcm elo co ração de pae, qu e divi, a


n oJ·phundade, enlind o appl'o xinHII'-~e

- A MORTE :-.t

Alta noite, eu s c ismava á cabece ira


Do m e u le ito ; mas, subi to, de leve,
Sinto bnter-me no homb ro mão li g eil'a ,
F1·ia, m ais f1·ia elo qu e a pl'O pt•ia n e ve .

Leva nto a fl'onle , abr·o meu s olhos, vejo


Negra visão que me entr·istece e enluta .
«Quem és? pergunto . (~ual o Leu desejo?
D.ize, a. minh'nlma a e tr·emecer· te es ·u ta. "

(ll P~cud o nymo do Dr. Eg~" i\luni7. B:~n·c tto de A1·agüo, professor dtt
Cnculdnde de :\lec;l.icina da Bahia.

·,

I c
" l·:u .. . ,;o u a ~l o r·Lo .. . t'' ' l o nd ' tH no. - Agora,
Tt•aze t·-t · v nh o o d e ,-rad ei r-o in.·La n l :"
- " .\lo tTc t· ! ul1, ni'tO; in[;, tii o cedo ! " " Embot•a
'11pp li'l u c ~, lo uco. :se"uit·ei u·iu mpltante. ••

" O J, ' nito ! l•:t n nom do P o t•,·i,· te pe<:o . .. "


- " .:--/i'to : E rn nome d a tn inl ta m oc idade!"
- " . 1i'HJ : - " Et n 11 0 111 • de Luci que sLr·o meço.' ..
- " .'\üo ! Em nom d e De us , po t· p ied a de ... "

- ,, :\;lu! ., - I e ·1•ài n:rd o .. . v jo , d'impro,·i::;o .


:\ leito, ádormeGi d a minha fillta .
- " ()I !ta , po t' ella ! pe l casto r·i- o
Qr:r• IIIJ S Pu· la bio inn ce n to bPilha .. .

" P or m i11lta Jillta , e ta c r•ean ça, al e nta


A ,-id a qu e de mim , jü. vae f'u o-indo' "
1•:, C' nliio , ,-i, pe la i'a ee ma ·ilenta
Da .\lor·t , 11i 1'ea lagr·ima ah indo :

E a so mb t•it\ ,-isão de ·np parece .. .


E f'u o-i n do d e mim, c lt o ra ndo vae ...
É q ll e c lla, a pro pr·ia Mo t'LC', alé con!tece
() " t'a nel e a mo,. de um coraçi'lo d e pae l

ALEXANDRE FERNANDES.

Jú YO~ Ir nclo dado Lnnlo exemplos de que o bi·azileii'O


nJo óm nlc fi lho dedi cado c pae exL1·emoso, ma.s sere-·
·omm nda , ainda , por muila ~ ouL1·a qualidades mol'aes
n la Y i. ; mosLI'a r-vos-emo agora a mulhct· bl'azileit·a, que
não c limiLn, egualmenl.e, a se t· lllha affecluosa c mãe
amnnLi simn.
Ah! a mulhel' brazileir·a! Que oulm nacionaliclacle apt:e-
senlani nn nHiada faces ela viela ocial - mais e tão
alLos ex m1lo de ,·aiOI', de patt·iolismo, de coi·agem, de
abn ga~úo, que pos am esmaecel' o b1·ilho que cir·cumda a
ft·onle da mulhci' bt·nzileit·a!
J á aprecia ·t.e a bt·avu t·a de Maria Quiteria, na luctà
da no sa ind ependencia e de Leonor Porto , n'este capi-
336 .\( 1 ~:-; . \ i > .\ TI~ I.\

tuln , nn gl ori 0--<1 c:t mp:tllll :\ ;t]llliit·i ol l i,.. tn . \'cdc an·ot·n


al gu11 c x c mp l n ~ .
Van _;l o ri<t-~e a l•' rnn ç-;1 de"'"" inlr pida ./ouwza d' Arc,
levnnel o em lritlniph o n ~ lt o,..il'·· J'r:llll'l'Z<I'-. t·onlra os l ngl e-
ze,..? E i~ Ann ita Cat•ibrtlcli, J11 :1is Y:il oJ·n,..n <linda , nwis
inlrC]'i da , 11Wi '- :-on,-;cit' ni e cln Ya lot· ele
~ u:1 :1eC':\o . . \ ,,t:t·ILl l'cz-:=::c h ' l'o inn, con-
duzida· pr l:1 idt·n J'L•Iigi(l~;\ . qu e n fez
n c rc d i tn1·- ~<· \1111:1 t' l tY i:td; t de D eus pn en
snhn r os F r:t. ll't'Zt'" : . l 1111ita Goribaldi,
por ém l' 'z-sc hc n•i1w. f,!;nin d a ex clu i va-
m cnl ' pr·l:\ in ii'CJ,iilcz ·dt• "'ll<l <tl mn. Hc-·
r (l in :-t qu e, no arc0so das lu c tn._, leYe o
1\ nn i ta Ga1·ibahli.
Ynlo r d e• -.uJTnt·:u· nu l't'CC'-'O de ,...;cu peito
n vo z aun·usl:-t c :mpcri osn IC' ~L\t•, qu r ,, l'ni no cnmpo
da bn lnlh a, cliYielincl o seu I'OI 'n Ç' :\o l 'elns l':lrin ll o=- el o filho
ê. lrem ecid o pcln g rnn lczfl do pa-
pel inimi tnYcl qu e el os mprn l tou na
1'eYol uçüo ,. pub li ca na el o Hi o G r:t nel e
ri o Sul , m ·1835 ( 1) .
Ah ! n mu lh er br flzil oi 1·a ! Ou e r eis
Y61-n, no J'eces.-o d o lar, uff'nr:1 ncl o n
sen ti m e n~o de m:i , m l'n c; dos in -
ler e e. ela Pat1·in? Ap r c in -<1 c1n
R oza da Fonseca, ju slflmente ·o-
gnomit ada Müe de I-luóes (2), len-
n ~n a da Fonseca.
do l odos os f11h o · c;e ,·vi ncl o nn ca m-
pnnh a do Pnr·aguay .
Nn bn lnlhn el e Curupaity, p ei'(leu dois li l lt o_. Ao che-

(1) A nnila foi ca: nd:t com o ,·alente noeneral il~ l ian o .J o~ ·. Gn1·ibaldi,
all ecendo j:l na I Lnl i~ , onde ent i'OU em nova s lu ctn s ao . l :~do de seu
espo o.
A s sen hora s itali anas, pOl' meio de subscripçúo popu la1· , el'igiram-lhc
um mouu mento de mar morc.
(2) fl.oza da Fon. cca foi a mü de ;vr anoel De dor o d:1 Fo n :ec~ , 1-lel'-
"llC ' Em c. to da Fo nsec:1, . eYCI'inno ;\lart ins da Fon ccn, Pedro Paulino
I ! AI ... \ ; C,\1{ ;\ T I-:1\E:-; ~1 01! .\ 1 ·: :-; 1·: 1:\TEL LI·:CTC.\ E:-; ~37

g::u- n nol ir.:ill, OtiYÍr;trn -111<' d i zer, e1ilrc ~o lu ç ;:. : - O que


mai i11 to é que te111zam ' nOI' I'ir/o n 'wn de a t1·e pora a
P aü·iu: ~· i jo -;w•mo. victorio o.;. o.,r•ntpre '' r> . et·ia wn
CO/I 6/o .
i\1<\,;, :1 c•s-:a mflc nhn •gacla rsl <t Y;t r . rYncln un tn dc-
m on;:l l'a!:úo su ldiiiH' do qu <.: Y:-1 1 o a1110 1' da P n l r in , m ·. m o
em f;l <;t' dn <IIIIor do mú . Ern em G de D ez mb1·o cl 1868.
E ch oarn, ele r.:hn l'rr, <' 111 .\ l:'tp-c·,n:-:, a g-lori o:-:n pa.s;:;t!!' m elo
Ex I'<'Í lo B razileiro p<' ln pon l r lto1'0t'Ó, Yi clo ria cs.:;a, em-
bom <lllsc~nida c0 111 a 111 or l de c;en l na.-: d brnz il i r os ,
enlr o s qtlill's o :.Ltj or Eduat·clo E milicuw da Fon eca .
F er·i cl os, 1-) l'(l\'('111 \' lll e, n ·a rnm, I:J 111b · m, O' IH'[l\'0;: CO I'O- :
n ei V wwel D e doi' o e llet'm es da Fonseco.
I ois bc n1 : a !llâe ele liet'óe ;: ·oncl a n ticia lu cluo a
d o re: lo cl;~ i'<~m i lia c co m : tw - proprin s múo · iç-n n han-
cl i1 ·a "'' ·im ai , illurnin; tnel n, ain dn , a J'a chncla ela cnsn, á
noi l .
Pnss:t 111 lod os. I~ a um d o · am igos dn famíli a, q11 lhe
fór n I ' Y;u· pczan1 .-: pela m_o rt e d o.. lilh o , 1· c io.so, po1·ém,
el e manil'esi;\1'-SC, el ln exp li c:1 , s I' nnm ent e :

- É o . enlt Ot' mai wn am igo que vem aqui pw·a


clcu·-me o pe:;ames , penswulo que eu ignore o fim de
m eus .filhos. \1a , hoje , o dia e de ga lo pau ·iotica;
aman/w chot'at·ei a mo !'te d' eLtes .
N o dia eguinl e en I'I'Ou-se em . eu - aposenl o:S, ond e
pa: . u l1·c ·· d ias li'0:S noi tes, in co mmunica Ycl !

E a mul her br azil eira núo é ·impl es mc nt c mü li r oina,


na qui eL11d e do lar. l~ ll a . g u , lambem. o;:. !llhos ao
camp dn g uerm ! Anna N e r~• , a nb ne..·acl a hahinnn que

dn Fon eca, Hy poli to da Fon e a, Eduardo Emiliano dn Fonseca,


.\n'onso da Fons cn., Joüo . 'cv l'i ano da Fon ~cca ,, todo: het\ics.
I~ neto d'cs a abnegada brazi leira, já fall ccida, o a ltt:ll l\ lini$11'0 da
G u é l'l'il, :\larechal Hermes da Fon eca.
.33S :\' 0. ·.' A PATn i A

r ecebeu o rn e rc ~ id o c elo L[ uc nl ·os·n ontc lc - M.í.E nos


Bn.\ Z I LEII~M , á pnrlida de lrc- f illt o.~ , m clico mililru·es,
p:11'n os campos do P arag·u:ty, seguiu-os, -
:u tjo d C;'l ri cln dr r de lt<' r i. mo.
A ~c u <'ilr~·n lnttHlll , 11a cidaclc de Cor-
ri cnl es, um h o.--pi lnl de s<lnguc, ond e, ca-
rinl to tt c IH·ntl':lZ•'jtt, . l' lrn n. formou em
dedi cada nl'er mf'll'a, \'('1:\llclo p lo fet·idos
Annn Nc•·y ant eni:stlndn com o co nlúrlo de . ua pala-
\T<l aff ctu o:::a o ~o fft·im nln ck l:tnln" p:~lr i o la :!
Hecebida trium plwlm nll' c•nt . "sllt lljiÇGu , qtwndo nosso
.exct·cilo ·alli c}, 0'0ti ,·iclrn·i o-.;o, n:tn !'oi mc•tt O:-i cnlhusias-
li ca sua en trada nn ciclaclc que llt e fo i ber ço.
Bem C XJII ' s ·iva é es ta poesia el e J n t'\1) el e 13 ril o, re citada
n o mornt' Jtln :

AN~A 1\'Eil \'

Eil-a dos seu .. jü. nos bl'a<:os


Da c at•idad e a t, e ,·oi t a!
C u mpt•indo a m i· süo d ivir:a
E n lr ga á .P a t ria o: t ropl1 éos .
Be ijem-ll 1e a fimb 1·ia do m a nt
Qu e e ll a lll m di,·eito a is to ;
1~ uma e m· iada de C h,·i to,
Uma ope r a t·ia do c os!

?\las, d e ixe mol-a um insta n te


De tanta pompa ce t·cada,
E file mo l-a, só, sem nada ,
Nos campos do Parag ua y !
Vede-a no seio aco lh e ndo
- l·e li z e santa g tuu·ida-
Aqu i - um a ag ui a ferida,
i'vlais lo ng e ·- um fi lho ·om pae!

Vem da g ue t·r-a, m as se u s loir•os


Não si'1o de ·a ng ue manc hados!
Seus filhos e r·am :old ados,
De soldados mü e se fez. ·' ·
RA ÇA CAHA CTEHE. · ~ I ()R ,\ E .· E 1:'-ITI ·: LJ.E C T U AI·: ~ 33~

E lú no alca çal' da mol'lc ,


ra1. ndo o l)em '0 111 e co lha,
T ir·ou da Bil)lia uma l'nlh a
1·: r z d' !la os u ar·ncz .

Su. m:-ro om que hoj e um anjo


Do eéo vi nd o, imp r·i m um I cij o,
I nda ;.a.lpicoda c u vejo
I o pl'a.nlos de qu m \'Hi eu.
O i .· ~ !'ei~, ol r! ><i m, di sse r-ei s
I•:m ma.nhii meiga e l'or· mo:;a,
. ingela follra de l'o:a
hei a de aljúl'l' s elo c •o !

I en cl c-l hc o hi toria. do- r i t s


Em la ur·e i - da fl'onLe mngl'a .. .
Ir! :-:;lo r•ia a " im Ou - ·on · acrr·a,
N ii o l)cr·ece g lol'ia La I !
I•~-s e- ll• e uma c tatua ago r·a
nel e o por·,·ir· idolall'e-a.;
I~ qu e o co r·a•;iio ela patr·ia.
. ja cl 'ella o pedestal.

se u poema é o se u nome !
N er·y, qu e mulh er· da hi slol'ia,
H oje te ex ·ecle na ·~lnr·ia,
Que tanto br·illta e seduz'!
Jud i th, no plau · tr·o da fam a
Tra nspõe as ér·a louvada;
:\las Judith Lr'a,·ou ela espa da .. .
Tua al'm a. qual foi ? - A Cl'uz 1

D ixe mo~ . pol'ém, o ca mpo dn ..·u r1·a , e Y cjamo~ a


mulhcl' b i·azi l oi,·a mnl'L~-,- do cumprimento lo clov 1', deanle
do l'e ·poii .snbiliclad s a ·_um ida c:.
El'a em 1823. A Ra h ia, O[l l)l'i m ida pela. l'ot·ças do Gene-
r-al pot·Lu g-ucz Ma leit·n, Ju elaYn pela lnd pendoucia nacio-
nal. \ so ldad esca pot·Lu n·ueza , já qua ·i em dese pet·o de
CULt._a, ,- ~- o !Y o ~·nqu · ill' os COitvonlos. O Convento ela
Lapa . offt·e uma l'ot·miclnYcl i1we ·Lida.
' ot·or· Joanna Angelica, n Abhacl ·a, t·esolve atTt·ontat·
tu do, dando nm sublimo exemplo em defesa á casa que
3 10 :.\ 0 ~:-; .\ 1' ,\ TH I. \

Jlt fÓra CO ilii ;1fi <t C Ü. fr ir;\ -: lj iiC' fiiri ~i <i , ah.r i11do CtS bt·n-
\:0- , n;~ pori a prin ci pal :
- P (II 'Ct t, ·o .~ , úowliclo ·.' t•xcl;UJI<I. Hesj,eitoe a casa
de Deu · .. \ tu dr> <:ou.~~'.'fll;,,fe, cu , sn< in(êune pl'O-
jecto , possa,·ei pur cima de lil('ll c,r/arel' .
E: a lurbn " nnd a nl ic'IHir• . ..
- P ot' Deu i ex ·l;ti iW a ,.,.,,~1" ; 1.
\l aia I \];~1 ;1! I"L' ]'Ci <'lll ti ,; ,.,, i i ii;J,: It··· . . . v 11111fl 0':--]HlUH
p nclrn no co r;r üo d'aqut·IJ:, 11 l11·,• 111<11'1~ r do ti .,·c1·.
j.
' No,.; dn 111i ni o,.; d:1 iJ ii<'i l i~t ·Jic·l:r, 1Jt'<'I1J':'IIH1" Ul11 Jon·al' sn-
lil'llli,..-..iiiHI : c•nl l'l' nulrus j}I'O-
,.;, ... ri;~ ~<'llt'l·; lilcla tlc• "" lnl enlo
l'l ti l'l' IIIIS, tl 1'"'11" jiOC ii CO, j)Ol'
t'Xt' ll ljdo, J':l l"f'C(' f:IZCI' JlUI:le do
or~<lll i" n w elo br:1zi l iro, encon-
11·:u11in-.-..r fi"C'Ijii Ciii C' ll1 CIII C, me-
mo 11m- 111:1 i.-. i 11,·in::; ::::crl õ . , in-
tli,·itlll r,s, 111 1" de apnucncln in -
ll 'llt'<:iln , oulrn,.; cnmpic lnmenle
:1n alpk1heln,.; , ,·erd ndci1·o: poe-
. 1:1. nnluJ·:H'"'• ~· 11j:1,.; prod ucçõc..
l'il (' i<l dr cl o~ ll l"<~ siln, em gct·al,
, .,,,,,~."""cl" s d • del ica do senli-
l ll CIJio, (' 11iu ilas Yt'Zl'S im proYi-
"<ld;~ s 111J. conh ec id o,.: · nclm it·a-
cl r'" rlesojio .
li: n;io é . úm 'lllc' IH >InYel n
~·e n c r ali ];\el e do l;ti 11 ln no Bl'n-
zil ; é 1<~111bc m adm i r;l\· I sua
prec.;ocidacl . \lént r.i ' alg-u ns
cn. o." qu ' jü vos 1 mn UJJJ'e. cn-
la do, d • ou11·o · qu e pocle rin-
mo: cilar, desln c::l r r·mo - um mui-
lo t· cc nlc. - Q.-;,ya Jd o Cn 11li1d10 ci Fnrin, j ow• n brnzi leit·o
J{ A ( .\ : CA HJ\ T EHE. · tvi O HA E!-; E 1:'\TELL ECT L'.\ E=-' 3·11

de cl z sei. ;tlliJO de c cl;~d c, qur , 11 diz ,. de j orn ne- da


Frnlt Ç<t, onde cll e foi r ·1 liznr CXJIL't·i ' tiCins de um appa-
r lh o ele· :-11 a i ltYc nr:1o, far á u mn t·ryoJuçilo no domínios
da cl ·J,·i t,;ida cl c pd l ica i ndu:-,Lr i:d , J•Oi ·ua brilh ante
el e coberta ,·De dl' IIco nl ro n l odo:-, o prin ipi1)S e regr as
co nl1 cidn-.:, na opiniúo do~ co mpcl nl
· Ftcl'c r i ndo-se em l on r··a c cnlhu. itt ·Jica <I J>I'Ccia çào aos
r c. ullncl o~ j a ob~c rYad o<:, co iil n 11m j ot·nal
" Et•a l~LO c·ut·io.· quanto i n tc t·cs ·an le vê1', n a q u:l t'La-fei1·a
ultim a, :se JO,. n de pcq u na c~lat ura, ol h;:u· bri l h an te e fixo ,
t'e ·pond et· itnpct•tut·IJa vel its bjecçõ que lh e faz iam, co m inte-
I'C,; c, al gu ns cngc nheit·os qu a istia m :i ex pet· i ent; ia: t in ha
sc m pt·e uma t·cspo ta pt•omp ta, c r c força '"a s u j uizo com uma
d mo nslt"a<;i'LU d •t: i · i ,·::~ e s0m t·c pl i :1.
Seu ll'an .· fo t•madot' e r egulador ele ll'ico pa r ece uma mara-
,·ilh a; c m elhor do que nós , o . tll' . Ca l'i os Do v ic, enge nh eiro
muito co nh e ido, cuja opini:'to n:to pódc I' tid a por - uspcita,
emitliu a r• p i to um pa t·ecet· qu e o d ,·c l'á co n sag rat' : para el le
o app nr el ho P' 'ee ncl1 c toda a- co nd ições procut·ndas pC' los g ran-
des · ahio. - pe'lueno volurn c , leveza c simplicidade de mani-
pu laçã , j u lgnn do q ue, sob um a bua dir·ccção comm er·cial, ao
tran fot•tn ado t• c r·egulador· es tá r ese t·vado um g t•ande futu t·o sob
o pon lo de vista das appli cações indu sl1·iaes \1). "

É tão noln Y I la clcscobcrl a qu n ~ f unicipa li dad e de


P :wi onf riu ao j oYen c admit·ay I inYenlot· uma me-
cln lha el e oir·o.
N o di a, pot·Lanlo, em que n in ·t1·ucção, acl [Ua clamenle
,cli t·i~r icln , penetrar em toda as ::~mad ::~ ela popula ção bn1-
zile ir::~, el es nvoh ·endo-l hc a inlell c lu a li d::~ d e procl i g·iosa-
menl e fcl'lil , nos ·a amada pal r·ia allin gi 1·à o ma i- nllo
gt·áu da Civili nçdo, poi qu e no,sas aptid ões p:l i'rt l ouos
os ram o, Jo abel' e da ctillura c lão co mp t·oyacJa p la
va s l::~ gnl eria de nolabili clad es qu possuimos nas mai
Y;tt•iacla mnni fcs laçõc. do engenh o humano, muilns
::1 b t·n n gc ncl o m e~ mo di ffer cn les YOcaçõcs .

(I) Lc /31'ésil, cdi,·úo de !l de Agosto de J!l03.


.,I
i
' . I
N O·. A PATH IA

J:í no dccui·so d' cs lc li\'l'o, "n" ram ili <~I· i asle. com os
n omes cl r muitos c n o l :nc i ~· hr<1%i l i1·o , G propo. it o de di-
YCI' · ~ :1 ssumpLo . De pa ~-ap;t'lll . f:u· •mo:; ainda uma li-
gei ra nomencl alurn, se m o c;w:trlt'I' de e.-:collw , nbsolula-
rn ente, en tre o. m 1·iLos d 11osso ).:T:IIHI<•s hom ns, mas
n simpl c titulo el e C'XC'lllJll ns .
A ~~ im , YO.~ lcml)l';lr<' lnos 11;\ poesi;t : r·,·cg-o r io el e Matlos,
nolavel 1 O I' , ua.- sn i~T<~ s ; 8 :1 si lin ti:\ .;ama, que nos l egou
o poemG UT·uguay ; nnla n il;\ I liil'ÚO, l) l'il lli Ot' de um
l ('~<' l ldario t'pi. ocl io do 'dcsco-
ill·i,ll<'nl o do Brn%i l, em seu
prwn1a Cru•(tlltw· ü, " t'Lido pa-·
,.
l'i\ '' l inf.\·ua l'rall ce za po r Mo'n-
f.\·la w; ( ;on ç-;d "<.:S Dia. c Gon-
(;nh <•..; ~ l af.\·alhúc. (\'isconde
ele , \ rn g-ua~·a), j ó. citado , nm-
IJn · l:lln iJem d rama lu t·go , que
co m .\rauj o P ort o- \J cn·,·e (Ba-
,·ão d :1nl o An g·cl ), lambem
pintor c orador , cx ci·cet·am
!;) o ,,.,·nndc inl'lu cncia na lille-
ralura patri a : cnll·e outras
procln cçõc , l eram-nos , o pri·
(.1) l'urlO·Aic;;rc. mci ro - 1 ,·imeil'o Cantos,
G o n~·a l \' Ui.1.- . - G. ~'l ag-:d h ã ~ .
ULtimas Cantos, Tym.bir·as,
•j

Leo1W1' de !11eudonç a , BoabdiL,· o scgullci O, Suspiros


P oetico. , Confeder ação dos Tamoyo , o Poeta ·e a.
lnqui ú;ao, 0 /gialo,· o tere i ro BI'Cl~ ilianas, Colombo,
poema 011clc cc lcbi·ou a de co bcrln ela \ m cri ca.
A Lnu1·in clo Hal cll o c Mun iz B<1 1'I'e llo, nola veis t·epcn-
ti la ·, junlar·cmo. I• aguntl c. \ arei In , A h ·nr :ele Azevedo,
Luiz Gui mal'tt s, juni o1· ... cncl i<~ ininl cri·u pla de mavio-

(I ) I ·: ~ta " ravut·a é r ep1·oduc<:úo de uma pholographi a, hoj e muito


r:~ m, feita em 1. GO, em Vienna , onde po1· aca o se cn coilt.i'aram os Ires
-..nndc · ]'()Ct:~ ,; e ami gos intirn os.
H.\ .\ : C.\ lt .\ l Trm .l·:.· :\1 R .\1·:. · r-: 1.\TELLE T ü AE-. 3·13

0 ri ' qu' razC III j!<II"I C. d' 11[1" l<-1 11[0." 0 lani OS cJ
JlO [;),; ,
eg-ual m ' r ' ·i rlll ' llln, .\l be r lo de Oli,·,,i 1·n,
Olavo Bil ac. \l ucin T •ixei 1·a , H. ;t~·rnuntl o
Co r rên , L 11iz \l11r:tl , \1 •d i ro:-;e.\ l buq 1 r-
qu , auclor da l!'l l ra do ll ~· mn o dn l t 'pu-
hli cn, ·lc.
S i 11 úo t:olilll'CL:J~, jü n trYi :-;lcs , pel m -
11 0 , J"all ilr llO~ JIOJI UI;\1'1'.-:: I' lll(lll ' .~ el e
J o .~l; de .\ lc ncn r , ao m .-.- L ui~. C.u imnr.:t cs.
11111 ll' rnp o orad or , c la-
d isl:t, dramatu r go ' jorn nli · i a , o u n o " le
J oaquim ,\ In no I de \l ;l ccdo, la mbem .
~eo;..;- r ·aplr o, nu 101' d rama Lico e lri Lorin-
dCir: d c r a 1n -n o :-;,
pnr· excm pl n, o p ri-
111<'iro - G tUU'OIL!J,
q u ' i n:-pi I' O ll n t:nr l o .~
(iom cs a opc r;1 d J
·m c:-;m o 11111nc, .\linns d e P l'{tlrt , .'-)e-
nlwl'a , l ,rl('inla, !t·ct ·er11 a , l ·iuuin/w
·anho d 'oir·o, 1tdcle;
o . cgt1n lo, l1ol'e-
n inh a, lt1or;o L o i-
J'O , V icentina R o-
-~o, F anta ma B l'(tn co, T o1'1'e em. Con-
cl ·
~ I S,
lnmhcm po La plri lo-
, oph o, 1· pulado u m
dos l1 cfcs da lill 1':1-
Coelho :\'cttu.
lura mod t·n a, Prc i-
lcnl cln \ c::1cl mia Br;\z il ira ele I Liras,
( V em ol'ia. 1 o. thwna · ele B1•rr= Cu-
ba . Qainca B ol'bo , te.) ; el e (.ocll1 o
N ell o , o r l' llll dO 1'0111::111 ·isln. c npt· - Visconde de Tnunny.

ciaw l cn nlisla (Sel'tclo, Himgem, .-1 · Conqu ista, ele.) ;


3·14 :\0. ·. ·.\ 1' .\ TH IA

ACADEMIA BRAZ I LE I RA

~l cdl'i l'o.., d t• .\ll.H tfJU CI'(IUe


Haym unclo Co rrê ;~ .

~l acll acto d e .-\ "'i".

.ll berl d' Oii\'Cio·a.

Gu inlttl'{t<:o; l'a';..,.J .... Domir:io da r.anln.


fL \ Ç.\ : C.\11 .\ C T EH. E~ \I UH .\1 ·:: · E INTELLI:: 'T UM ::. · 3·1:i
\

de Es rng·null c T au11ny ( \' i-'<'IJJJdc el e Tnun;w), no mesmo


tem1 o oraci oJ·, c nf-\·en iJ ei ro 111ilit;\J', lt i.· tori ::tcl OJ', poeta , mu-
ico c stadi sla , c lchrado nud1r da R etirada da La-
gww ( 1), 11 11d0 dC:' l T C \- · ::t d ll l i r<tYC i lll ·niC
o h r ri ,· ci~ tran>:t•.--. d um pun l1 ado d ·
heroi ·os IJJ-;l zil ci ro,;, em cuj o Jllllll 1'0 s
aelt::tYa au kl iiJ 'n da fji i<' J'I'él dn l):na g-ua y ,
e da f 111wcenci(l, C:O il >-id erad ii ·ua ol)l'n
prim a, traduz ida em d ifTc• r c• nlc.-; lin g·u, , ,
circul and(l , pódc-sc cli zc 1·, 11\UilliO ciYili-
·ndo, c· a r L'·" JH'ilo ria lJIIal ;~;.;,; i m 'i· cxprc ·-
so u G rnt:a .\ rnnltn, o j oYc n ' já nola\· I Gr..1t;a Arauha .
nucto1· do ( '/iwi(W!I, r t 111 ancc _1nocle rn o,
cuja l'ói'I IIH produziu " rcl;lCici rn · n s a~ão na litlcrntura
nnci oll <Ji :
" P ódo- e p t·tlc t' nos · o idio ma : - /,uwccncia csl~t a h-a. -
N ão p e n se i ~ qu e:Lou cxa g"'el'ando . . e não me e nga no , de poi
da Biúlia, d e !)_ Qui.,·otc, da !lliwl a c dos Lttzt:ada , é a Inno-
cencia o liHo mais tr·ad uz iclo nas lín g ua mode m as. Dizem
que a lrum a n ida de no fulu no se rü. m ng oli ea; le m e -se o pe 1·igo
amal'el lo . e r e m o lodo::-; a l·a --sa ll ado , f:tlla1'-s e-ii.o suas lín g uas
orie ntao ... Poi be m , fnn ocencia e stá consag 1·ada; fica1·:.i. como
um a J'el i 1u ia de no · sa litte l'alu l'a; po1'quc, imnginae, e lá tra-
duzida em japonez !_,
i el o r om ance 1 as n1·mo no gencro dramnlico, c onde
nl gun do: j á cilndos fi g lll'nm, dep<nam-
s -n o , JlOI' cx cm JlO, A gTat·io de M enezes ,
au clot· elo Calabal', lnmbem poeta, fnl-
l ecido I'Cpcnlinam enlc no Lhenli'OS. João,
na Bnhin , quando t·ccqbin ovações pela
r cpl'c,;enlaçc1o ele uma ele suas peçn ;
M:ll'linh o Vn que , La mbem populari-si-
mo nuc lot· (Lagl'imas ele J11aria),· Au-
A;;,.a l'iQ d~ ~lcnczcs o-uslo ele :nsl!·o ; Moreil'a ampaio; ·Pi-

(L) Esc1•ip ta em francez e ve1·tida para no a Jing ua pelo iflu s trc escrip-
lot· bmzilciro Ramiz Galviio.
3~ G :\ 0 . ·::;,\ 1' .-\TRI.\

nh ciro Guim ari"tcs ; ~l ar lin : ]Jcnn n (O Jui.: de Paz na


J'oça, h ·mao, das A Llllas. O IIOoiço, Judo em abbado
ele aLLeüúa. Quem caBo qu e1· r:aso, ell".), c Françn Junio1·
(Como e Ja::io wn clep~tl (I c/o, !Ji l' ito po1' l in flas tOJ'tos,
ele.) , co m cl iogrnph o Il:lt'iOI Iac,.: pot· r xt· ' ll encia: genero.
eg-unlm nlc cultiY<1 do por .\ l'lhur d ' .\ zc y do, lnmbcm
po In t' j nrnnlisln, rl' nl t· cuja ]J I'O-
dttrÇfl<"" <1lgn1na,.:, como a Capital Fe-
de,·a l <' n cnitH'IIÍ<1 C lll Y C I"~ o Badejo,
l"tirnm co 11t grnnrl • exilo r prc ·enlaclas
em Li.-.: hü:t; ao nw..;m tempo em que
·t·a ::dli tnmiiC III \"Ohrrto de npplau, os
- O . ·o,.ueclow·o - , dt·n ma de J.
i\ 1. C:H closo de OJi ,·eira. la mbem cli -
pl ntn <IIn c litl c r:lln , (D oi nwü·o e
cinco, rOiil:lii CC de ·o lum e bi'azilei-
cru·do o de Olh ·i ra . · J
ros), não inl"c ri orc" ao - qu ob o l1Lu o
- L e G m~ff,·e- r cc b ra ctn Berna c n bra, na Suis-
sa, ond e !oi pela primeira '" z levado ú .~ · na co m gt·ancle
bl'ilho pa ra o nome b t·azil ciro ( 1).
Rocha l itln, auctor da pt·im ir·a lti ,.: IOI'ia do Brazil, cle-
nominadn I-li to1·ia da A mel'ica P ortugue.:a, Va rnha gen
(\i co nd e el e I or·lo cgiii"O), .aelnn o dn
Si lva, Barão do H.i o Brnnc;o , glMioso
advogad o do Brazil nos a i·biLram enlo · d:1s
.M i ·õc · elo Amapcí, Pe r irn ela SilYn, ·
Mello !Vlot·nc. , J oão ela ih·a, Li..: bõa , lnm -
bcm jor·nalisla, Capi trano d Abt'eu, Oli-
veii'H Lima, Alfredo de Ca rvalh o, Barão ele
, tud:Ht, Nçl on el e . enna, Eu clid e. Cttnha, Sil va Lisbôa.
e Lant.o ·, tant.o oulros ... vêm-no. ü mcmo-
ri a, quand o Lt·at.a dn h i. toi·ia na cional c de :-:e w tt·a Lacli tas
ou chroni las; co mo s notam Co ncciç<io \'cllo n, auct.or dn

(L) T hcophilo de Andrade - " Le Goull"rc " na " ui - ~ a . He~u m o da. opi-
nião da i mp r~:n sa et:t'opéa sobre o drama " Le Co rL,Oi·e » 1001.
Flo1 'CL Flun?iw' ll ·e, 1:3n i'ÜO I ' Capa neJJHI , LndiE:Ici u i\'ello,
AI'J'uda Calll<IJ';I. D<~ I'IJosa lüHII'ig·ucs, na:-. .T i n ia ' nn lu-
J'ne. ; I ci Lil o l•'l'r•Jl iÍJl c \ m ll'é l'..cbouças .
na m di cinn, l Jon1 ingos P l' ·il' , T ol'-
r e llomcJJt , :'ll t)J JJ'<I l:.: razi l , P l'n nei:co
de Cas l J'O, I;IJniJl'lll li ll cJ'al o, \l an ocl
\i ·lol'i no, <lO llll'~ll1fl IP mpo orndol'
j ol'l1 akla ; . lnJtCt:J'YO, dcscoil r ido l' da
papaina, di' IJIIC jn \'( ·" cl émo:; nol i-
cin; L H'Nda, dn a ppl ica ~· üo elo pcr-
man ::·an;ilo tl1• pol<l'-'sa o n lr;~ o
Yencno d;~-.. !'nlJra"; l•:d ua rei Chapo l
I r ' yo;,;l , nolalJili-;.o.; imn ope rador b1·n-
zi l iro, de nonH..:aua m mn na Euro-
pa , 1 ck !'o i mu i lo ·omJn cnlada , n o~ gTanrles cen lros
ci nlifi ·o~, n nola v I op ração r cnl iznela, no H io el e Jan eiro,
da : · p n ra~;ão , ·o ~11 ucc s , el as .ciplwpaga lm 'IZilei ra .
N a :ci ncia do D i rei lo, a ' alamo o aber cl um Mac elo •
XL' lll JliO, na mai leva la magi::;lrnlu ra judi-
t·iari n JJ acional, co mo i\ I inis11·o d o u-
pr mo Tribunal I• ccl ral , qu - foi ; ela
me mn man ir·n que en lr·e e. ri p lor·es
c jur·i -co n ullos , co nlnm os n p r·o!i-
eie neia cl um Au -
_..;·u ·lo T ixeirn I
Fr·ci las, I e um F c-
li io elo - nnlo ,
el e tt rn Nnbuco lc
ClO\'iS nc,·ilaqna .
\muj o, ele um Co -
lh o H o lri n·u e~, ele um CloY is Bcvila-
qua, lodo au ' lOI'C el e pr·oj elo el e
Cocli g-o Civ il, lend o m . m o o l rn balho
do p r im eiro cn ·ido d ba ao Codi n·o Nal.HICO de Al'auj o.

ivil da . H publi ca \rn·e nlina; como na aclm inisl.eação


e po lili n pod emo m encionar o \i cond e do P io Bt·an co,
lambem nol:wcl o•·nclo r c habili s imo diplo_m aln; B ci'IlGI'-
318 i\' O., '.\ 1'.\ 'I' I~ l.\

.\ rt ll ur de AU·\'l'tlu. 1I frcdo de Ca t·,·alh o.

·-
....

Joaquirn ~aln r r o. \ 'i conde d' Ouro Pre lo.

)I ·llo .\l orncs. .llci ndo GuanaiJitra. .\ ra1·ipo .Ju nior .


H .\ (',\ : :.\ 11.\ TERE.· :\I O ii..ü :S E 1:'\TELLE . T UA !·:. ' 3-10

el o P ·r •ir:t dr \ a-.;con ·cll o.· , os \'i .- ·ond · cl ll:1bornlt ;


c el • Ur1 1"'11 il \' Za chnria · rl c Gó(·'-', l•' r a ncis<;o B el isMio,
M:nli nlt "'( ::l ;,;po!<, \' i.'-'cO n lc ch.: uro
l 1·e1o, o till ill tO prc;- icl <' nlc do <;o nsc lil o
e1 \li ni-.; \rns dn l lllpcr io.
lc:IICOII! r:t1 11 collo<;nçúo c min nlc r nl rc
o g·,·andr•-; 01 :1 dor ·s pa rlam entar : -
Jo ·é l lollil'nci() rlt• Andrncln c ~ih· n , 1:1111-
1 m prwla c• ll:till r a li ~ li l, qu e lüo l'(' lv-
Y:111LC.'-' ;,(• n ir~()" prc, lou á nCissn lnd pen-
d 11 i:1, .\ 11iu11iO (:;\ri o.-;, .\ c:ayaha \ lo lil <·- Yi-.·olldc ele llnuor:. hy
zum a, ,l o<tq11in t ::\'all lt t'ü, lnmhc111 lt i,· lor iaclor, el ipl omaln
t' Jilll'rnlo, F eri' •i r a \' i;lll ll<t , ] : u~· Bru·-
IJo:a, no me. ll)O I tnpo pubJi ci l<t , juri s-
·on til lo c jornali 1;1, qu , 11:1 ph t·n. c
de um di.s lin clo cs ripl or , "é um d'os ''.
hom n · qu e pod 1·inm chnmn 1· o -
;tt;Cllll1Ltlnd or c d;l.' forçn inl · l l ·Lunc:
de um:1 geração»; c lnnlo -, lnn lo..:, que
j :í m ·1829 o illu slrc v iaj;1nlc in g-l z
\ Val .s lt , lcn lo vi.:;ilnclo o B t·n zil , dizia
qu e o bNt~~iLeiros Llte pw·eciam, wn
povo de orado,·e ·,· dn m mn fó 1·ma que na esp ci nli dncle
ela l oqu cnein . [l C•Tncln r ealçan1 nome como os ele Euzebio
el e i\>l ;tllo!< , lnm iJcm pocln, musico, cl . -
nhi la ' gi·a Yacloi· . Frei l<'r nncis ·o de
Mont' \her ne, I om \ nlonio ele \[accuo
Cos ta, Y rcl<:~d eii'a glori n do pu l pi lo, len-
do m e mo- I ,·aelo o encanto de ua pa -
l avm ü F 1·an ç<:~ ü Ilnlin, onde ])l'Ógou ,
n a l'C. 1 ecliva lí ngua , co m exll'<JOI'di-
nario exil o.
Am e Lt·acln e brilhnnlcs 1w nnn. , e · Monl'.\l,·cJ'Ilt}.
au ,·eol ado nome onla o joi'nali mo
bi·azi leiro, onlt·e oul r os, e al ém de mu ilos j ü cilnclo ,
Go n ç<:~ lv · L odo e J nnuari o dn Cunhn Bnrbosn, lam bem
20
3;)0 :\ 0 . . ·.\ P .\ T I"t l.\

orndor ~a J'O c !Ji sloriado r, pr . la ud o am bo · relevan tes


.-crvi ço!' a lc1npo d nos a I ndcpen-
dcn in ; I ~ Y<tri :,. l FL' rr ira da \" irrn,
que 1<10 ~a l ien l e pupc l ex rce u no
rn o,·i, ncnl.o dt· l ':l l , qu determ inou
<t aildicnra o do ]'rinH'i ro l mp mdo1·,
rliri;.\·intln a .·l 1'' nl'a l ·Luminense ,·
I ;u sm:lO Lobo, FL'l'l' im de A1·aujo,
J oa q 11 Í 111 . 't'l'l'<l, Quinlino Bocay uva ,
.\ I illll tJ ( ;11anabara: c.:on JO 1a critica
Fe rreira de A•·auj o. lillcrari a . ·~ hio l tnJnC' I'O, lambem
poctn e hdori ador, J u.-é \ ·c , ·i,..~imo c .\ ra rip J un ior,
l. ambem p dagof:)'is la o pri111 i'·" e j JU-
bli ci. la os ···uncl o ; Tobia. BarJ'l' ilo . ao
me mo temp o orad or , juri ~co n .c.: ullo ,
pu llici La po La; t:o mo nn philolof.\·ia,
Co uto d Maga lhJ. ·, Ca.- tro Lop . ,
i\IIoracs e S il va, a u to r d um d .. Jn e-
lhorcs di c ·iona1·io da Jin r··ua porlu gu -
za; ou na li tleralu ra didaclicn , entre
ta ntos . c tanto outro., .\ bi li Cé a r
Borges, Ba rão de Macahub as, no lavel
ed ucncion i ·ta, d l::t l·r..a Il ome::td::t m c~ m o i'órn do paiz.

Qu ju lga o· da mulher b1·azi leira,


no dom íni o da in L 11 clua li cl::tcle? \in-
da a hi , li a tem um Jogar di. Linclo.
D'cnlt·e tania di Lincla · e ct·iptor·as
0111 va rindos J'amo cln . liLLcraLut·a, 1'0-
llla nci la , pulli ci l::~:· , poeli a , e le.,
Jutia Lope de Alm.eirla pot· exemplo ,
C[II C ' tem app li cndo e ·pecia lmcn le á
Jul in l.opcs llc Al mclcla . liLLeralu l'::l cl ida ·t.ica, scr·cvcn lo a prc-
iavei liv1·o , cl' nlre lanl ;~ ~ illusll'CS
bJ•azil cir::t , deslacnr emo pa ra umn J'C f'e l' n in c pecial
1.\ i ia F lot•e ta, a mai a nti gn, talvez, d n o:::~ as liltera-
.\R.\ TEIH.. . i\l ú l .\E .. E 1:\TEL L F. CT UAE. 351

ln , mui lo co nh cirln n1rsm o nn :1! I a l'Od n da I i llCl':l I Ul':l


fra ncczn.
D ' .-~: ' IJrazilci rn i l lu lr \·o:-; l':il l c out1·u cl no_. ::1 ill u -
Lt·c, c..;crip iO!'a ", lgn cz Sahin o :

" L ogo qu 1! .-IH~gou a P ari:.;, a litl ra tura ft·anccza v i u o an nun-


c io de ·c u liV!'u csct•iplo na lí ngu a d e \' oJLait•c - Troi ans
en
Jtalie , qu0 Ct t li de u m fôlego c t·ecomm cndo ~L m in lt a l c ito t·a .
A i nda o.· I 'rnsa me t>LO.' " fót'<lll1 traduzi-
d os cmft alltf·z, ~ <' l l<ioalgu n de, u s li ,· , ·o ~
p re fa ciado~ por rol lega . Ft"q uc ntava-l lte a
ca. a. o PJudito \' il'lo t· l·l ugo, A ugu · tc
Com te, que <l'clla !'a lia n' um de ·eu l i iTo~ ,
Li ltt•é, .\l exa nd t· Duma pa c oult'O
tanto;:;, •tnq uanto cl l a, ducand o . eu · li-
l ho,.:, \'Í a -~ c (' r cada do qu de m c lll ot•
existia 11 a~ at·le, , l etlt•a c :<c.i en cias Em
I 67, a i11 da m IJa t•i,.:, d eu a lu m e o cu
t'Otnan c' " !'ar ·e ., , que, d e pat' com . Ni. in floresta.
outt·o ~ , dava a pc l'l'eila t'e1· laç:i'to do qua nto
na
1·alia u tn a c abeça ti'to bt: m i ncomun l tada, o qu e co m pt•o,·ou
e,
sua ";\1em o rias "· T v e o .. eu busto em bt•onze e em marmot·
v t•i liq uei n a v i i ta qu e fiz a seu filh o, D' . Au g u to da
como
ri a
Rocha , di t·ec to t• d e um ·oll e.,io com o seu nom e e em m emo
d'ella. T eve seu r et t·ac to no Noco
:vJwulo, jornal i llustt·ado , no !llma-
naclt de aslilho e em vária: l'evis-
ta . .,

.E o tal nl od::~ mu l h 1' lwn zi-


l · i r::~ ni\o
já c Lá l i milndo no
cn mpo da lill l':tlu r::~ pr op1·i nm en1e
cl i ln : já . ubiu nos dom ín io. dn
. ci ncia. Enl r c· oul.I·n di l.i ncln
nnu tora l' r~c;ucz Fru p:.üricin .. , po. _s uidorns cl um di-
ploma . ci cnl ifl co, mencio nar e-
mo. , por xcmplo S!J,Ivia 1\, ocaes, f? r m~Jn c n~ odon_lo-
l ogin; \!fal'ia Augus taF1'eil·e, m .: 1· 11 'I_ ns s?cw c~ e. J U-
r·icl icn · ; Fra1wisca PNtgue ::; F ·óe.
1 em scicncia . m cllcn..:
352 .'\ OSS.\ 1'.\TI11.\

c cit·urgicn;; , L' x c t·c ncl o IH\ L''' uluad de :'l·l eclicina da


Ba hi a um cat·go t clinico ('L ) .
E n o-: ·a Yida in! li c lt~< I t~<io é ap llfl. illl ell:;a, mas
isol ncla , i ndi,·i l unl '? N;'to! El la Ol;.,;rupa-!--c, ll<t Cap ital da
H cpuiJlicn, qu e é o róco jli'ÍIIl'ÍI><Il. (' lia'-' cnp ilnc. elo
E t ::~elo , pat·a c x pnndit ·- ~ r. ni ndn mai-.:, 1'1n n. $Ocinçõe
lilt l'arin;; c .oscir nlillc:n" de loda ot·dcnl .
D' enl.re e;;;;n nuin c r s ;\ S as;;nc i;Ir:õe;;, :1 r ·a,·rtccwa Litte-
l'etl'ia, ctil r t an t a~ oulm.o; , dr;-; tacan' tiH IS n tnn i ...; impot':
Lnnt.e, a ·1cademia I3ra.~ite il'(t. ,:;;nll a l >l'('"idc• nc in, hoj e,
elo notn Y I pu b li ·i sta n·· I l u~· I hu·I10:-.:I. Como a .·ua con-
gen r e !'t·a ncezn, a .rl craleiiiÍ(I l3 Nt-~ iteit·a c mprchencle
quarenta A cademi<:o.·, dos qn;t e:.. já Yi.-:t< ·:-: r l't 1·n to. em
elifferenle:; pa g-i 11 n.· tl 't ·.-;lc> li\'rO (':2).
Ma:;, n for ça q u ' r . ul l;l da un i;1 1, c/;\ ...;ol id nt·ieclad e
ele Ds"ocinçõ .~ lilt.c rn ria · c ...;eil'n lili c::~s . 11i\o fi ca circum-
scri pln, apenn s, a,o seio oc i;tl. N üo! Ü r;~dOI'e ltOI<t Yeis,
co mo OlnYo 13ila ·,Coelho N el l(, .\ ffon .-;o .\ri 11 . , O ·ori o
Duqu e E ·Lt·ndn, \'i1·:-;·ili o \ 'a t·zca e tan tos outros, encan-
tam nud i lorio , d ,. z em q tl<tiHio, com brilhant e pa le. -
lra · a rli: ti co-li llcnu·ias.
M ai ·, ain el:t, e raclo noi<I,·e l no B l'azil mod er no : em-
quanto a vid a materi al d:t agri cullum e da ·· indu Lrias se
movim enta em ex cut· ·õe , co mo Yist.e · em um elo. cnpi-
lulo: nn ler·i or·e: , C0 11l r·ela~üo ao E lad o elo ni o (; r ancle

( L) A Douto rn. Pra g u z Fr6e é cs po~a do D· J oúo Gnrccz 1: r úcs, di s·


tinc lo medi co c prore ~or lambem nn. Faculdade d e :\lcdi(;ina da Bahia .
(2) Süo c: tes os actuac, ,\ cadcrn icus Br·azilciros : - J oaq uim :\a buco,
' lovis Beviln.qua, Mcdeir·os c A lbuqu erq ue, Olavo l:lila c , Co lho i\ etlo,
J oflo Hibci >·o, Albenu de O li ve ira., Hayrnund o 'o r rê!l, B a•~flo de Lorcto.
F e li nto de Alm eid a, P edro Ha bc ll o, . 'y lvio ll omcro, Guimarücs 'Pa ssos ,
Euclides Cun ha, J osé \'e ri si mo , Huy H:tr' bOS<l, i\ lngalhúe$ de Azc,·cdo,
T c ixci nt de 1\ lcllo , l:lar;·,o do Hi o Bran co . Do mic io d a Gama, Affo n ·o
Celso .Junio r· , . ' il\'a n ;\m os , ,\ lcindo G ua nab,ira, l nglez d(; ~ouza,
• Al uizio de Az vedo) , O livc ir·a Lirrw , Luiz i\lur'a l, i\ r·thur· i\ z .,·cdo, •ar-
c in. llcdondo, ar·los de L act, Au :;u ·1o de !Jima, 11odrigo O c ta,·io, ~nl­
vadol' de Mcnd o ru;a, G raça Aranhn., .\ fTon~o Ar·inos, Lu•·i de Mcntlonç<l,
Ara r·ipc Juni o r, 13ar üo de Jaccgu;ry.
11.\ Ç.\ : l".\H .\ CT I·:Iu;::; :\I O il.\ E:· E I~TI·: I.L. I-: CT ;:\ E. · 3j3

do ::)u i ; f'll1ljll<ll 1lo n o..:. o p 1·os-r '~~o ma l 1·inl e Yo lu c em


n o ,·a Yi la , 110 ·~ a 1\ rle, p ri n ·i ua lni U1il ;1 pin lu ra. a co m-
pan h n -o g u; il i11U1l le , p e lo s l ~ :; l a u ~. ' 111 l ·:x p o." i ~;iíc . · o n-
ro rl a d o i·as (J) ; jlill"idJ c )n lll C11 l8, ;) Yi dil Jii iC' I'<tl"iil S8 impuJ-
iOllil, p c n :or r C11tlo p OI' : un YCz a . c;l pil n c .· el o~ E ~ l n cl os
Bmzi l iro~ , ; I(" li' <11 1dn o . d i f"fe r e nle · I"' co . .
~ a ::,s in1 qu C' tl lll d os mai j o , · ' I L" , cc rlam C' nl e, d o ·

m a i.· 110 la v is lll'adc11· ~ da a lua ! g·e r a ç ao b l'azil e i r n - R a-


p/wel 1 i11ltei1 o - , cl e ix ;l n d o =-eu ~ce nlru nn l u r nl d a ·( 10, ·

( L) . "ú em Helé m . •Jmk rc~ tdim os , temo as~ i~tido n"c ·tcs do i· ullimos
an n s a d ·zenas de bel los conccl'los c mu ita · cxpos i('ões dc pmtura ,
cn tJ'C :t · qu ac:s :t :s de ;11·1o de A zc,·cdo c Th odo1·o Bra ga. pa1·a cn ·cs,
Au relio d • I'i ;..:t~ ui 1 ·cd o, p::t l'a hybano , n cncdicto ';d ix to c Fo.: r na 1tclcs i\ la-
c ha do , paul i · ta~ . An ton i P a tTCit·as , flu minc n c .
. \ I \ m da a (' qui ~ i (';ío d'cs cs q uadros pel os g overnos , o utros m ui tos
fu ram a dqu ir · id n~ pu1· am;1d rc · de nota, o D' Ferna ndo de Ca s tJ·o
Pa c,; 13arTc llO, p r· e x m plo. e m 13c lém, q ue possu u rna g;1'a nd c va -
li Ó. a "ai •r ia , o nde fi ;..:ura mesm o o cele bre q uadt'O Leclcr , ~do T i ian o,
o notavc l pi ntor qu ,; fl orc:;ccu n:\ lla lia em 1500, e c uja authen tic idade
.foi obj ·elO d u pr ·o fundos cs'l udos na Eur·o pa , pa r·a o nde o 1rnu 1 o r·1ou o
D' Fe r·nando de astr·o, par:.t o s ubmc llcr a irt vcsl i" ::tções; pos. uindo
g ra nde nu mero de documen tos va li o os, f'irmad o · po r· afamado · per·itos
c ut·o pcu , n trc os q uacs 1\ic ·iolo Can udo, :\•l;w c L g1·a.nd , \ "i ·to r ' a.·
!a c ha , C uil ia Pr 1 t, l) icl icJ· .. . nada me nos ele tr inta .:: cinco, cm lim . Ha
a t'C pc it dos notavcis c fo r·<:o~ do D' Ca:stro u m bt•ilha nti:> ·imo artigo
bi o<>raphi fir macl po r J o~ê Bal'l)OS:.t R odrig ues Jun io r·, na U CJlf<SCCII \ 'a,
Ma r<:o de 1\107, c do qual tran cre ,·c o seguint.:: ' xprc~s i vo trecho sobre
a au thc n tic idadc d;t téla ma ra v i l ho~a:
" Um a ve ~. d •c lal':.tda a.u then tica de Ti c iano . na sc ido em l li7 , é
clesap pa rccid em l~>i6 , q ua ndo se sa bc: que ellc se c;Lsou em I;) l:J, c
pi ntou s ua l.cda em 15 ll , e ati t·ada a "Ta ndc nov:.t :'t I oza el o.· \'cnto:s,
le va nt am a I''im:r ia dl! s ua pu blicacão a s Ill'inc ipn e: t'C,: i~ w~ do m )lndo
a r·ti ti co : Lc '/u·on iqHccu· de Pa r is, L'.\rt et l es A l'liste . La Rcrnc
il!t /Jicn, Ricista di l?oma, La ta mpa , de Turim , Occiden /e . .l!alct do
Rw·opa, eculo, 8 /'(t Ji l- PorlHfiCLl, Correio da En,·opa. 11/wstt•açú.o P ot··
t ng u c~a. c dezena s de r ev is ta d e lodo o mundo, u quan ta · o utra s que
nCio co nhel'o.
N:.t Euro.pa n;io ,:c uida ma i · de verifiuar ~c ·, de Tic ia no.' O que c
l1' a la. a got·a. é du divu lg ai-o pelo rbc inte iro como ua obra prima. »
Ja a im prcn a no ti cio u c a ffirmam-nos que o . ·r. D' Fernando de
· :~ Iro tem recebido, de i\ Iuscu da Euro pa , oll'ci'Ia;; dl! milhõ ~ de fr ·an·
·o · por esse qua dro .. . O a.m or da At·tc,' e ntrC!<ln to, prufcrc \el- o clcantc
dos o lhos ...
20 .
3!1 I i\"(1~:-'A P .\Till.\

Ri o cl Jan eiro, per eO rTe o E ::;t,Hi n... raz nd o IJ Jli.·. imas e


npplnurli In;-; con r I'Cil · i;l~ lilLL' I 'ilri a,.; ;-;o brCYill'iado: themns,
po r xemp ln: . I 11oirr> . o beijo, r1. tagri-
nto, de GOIIW 11101' , .,, o W1I0 1' . a 111 ulltel'
cltri 'tr7. a a;J"Cl, r/(1 (l:;onia da lol'de
â l 'c'S ll! 'l 'l'tÇr7.o rio (1/col'orlu , 'LC. .

IL1, pon'· rn , unr r·;nn n do prO f:P·e~so,


''""""
01
cuj;~ r;·lor·in, ja )H' la ch;,-.,('(l iJCrl a , jü pelo
l'iuliciro. .
d ~C nYo h·ime nt o, c;riiC' in cnrill'sl:t\ l'illrL'Illl' :r o Br;rzi leir·o
mni - do qu a ll t'-
nhu 111 OU[I'O j! 0\'0 : -
A i\ A \' EG .\ .\ 0 .\ l~ n E A.
Con t c i'J' it o, c,.; i ('
g r·n ncl c J•l'oblem;r , •,.;-
tudnd o co m todo o
ar·dor por · nol;11J ilid;r-
de: ·" ·i · ntili c::1 : crn
lod o o mund o ci\·ili -
:nclo' roi i n i ·i ;rei o pn ,.
11111 br::tzi l iro illuslr ' ll ar~ uin li a do llnláo d e llarlholom u t . de Gusmão
(' ;::un<lo uma stampaele I i83).
-o Pndr·e IhnTII OLO-
m :. L o ll E:\ÇO or,; ; u;-;~r\ o, de ' P nul o, o prim i ro h om m
no mund o qu e se ICYOU ao ar , li\·r·em en-
te, em uma mn cltin a .. \ xp ri encia Lev e
log·nr· em Li : bôa, no clin 8 de .\ o·os lo de
'I '709, qunnd o nin In c ram o~ co lon ia de
[ or·tug·al , h o·uranclo por i . o rw passaró-
fa , como vêd . n:r g nlYur·a , n bn ndeir·a
por·lu 0·uez<r.
Julio C ""''·
O aconlcci m en l , p r·c ·en ciacl o pelo Hei e
. un Côrlc, cau:o u c xlraorclinari n ·en ação,
ficnnd o Uai'Lhol om cu nppellid ado - Padre voada1' - e
por· nlguns co n ·i cl er·ncl o - um.fr>iticeiro.
IJniam cl'a hi w r·dud cir·nnr cnt e a · pe ·q uiz;r c c ludos
R .\ . A : .\R .\ T E RE· ;'.I O H.AE. ' E 1::\TELLE CTU ,\E . 355

para n .::o lu ~·iio do x l 1'n r d i11n ri o p robl ma , a qu e o B1·nzil


lem l ig·acl o Jn ui lo: IIOiil C · i il ustres .
J uu o < :~s.11 : ill lli·:II10 D E , 'o uzA , d o ]Jar<'t , pondo em PFÍ-
Iica se us c lud u.. , 01 0,· qua , s d di L:O U po r mui tos anno ,
cheg-ntt :t J·t·:tljzn J· u ma xpcri c,, cia d di ri g ibilicln d e co m
/~ ------------------------

1\ l'ro-.. tato Vic toria.

o aCI'0'- lalo Y tCTOH I.\ - em N nYemiJI'O de Hl!:J I, em


Pa ri;;.
D olor osos l"órnm , po1: ' m , o, re:- ul lnel os prali Ov d os e lu-
d os cl ou l r n rli .-'l.in elo l)l'nzil eiro - .\ cusTo SEvEno · DE
\ u1 Q 'E HQ · 1, ~IARA i"\JI:\o, el o l), in C r nnd el o l\oi·le, na cxpe-
ri encin ljll C l vo u a cft"cilo, clcspcnhnclo ele enorm i. sim a
nllum CO ln o I.>Ax, c' mi g alhncl o m eO itsequ ncin cl um á
lnmcnlu ,·el xpl osti o.
O de a ·tr roi , gcr alm nle, aLLri buicl o :í JWO xim iel acl c ·
c nL1·e ba lüo moLOI', com o qual se co mmuni cou,
e xpl odi nd o uma ccr ln qu anlidad el e
h~·clt ·og-c ni o c. ca pad a do m e. 010 bn- ·
lão, uj os cl : Lt·oços am ot·Lal harnm o
de dito o lJl'azil eit·o e cn compnnh ci-
r o, o mnchini: ln Sachó.
E sse tcrrivcl acont cimento, qu e
emocionou prot"unelamcnt e o mund o
inteiro e pat·li culrll'lnc nl c o Ht·nzil ,
ICYC por .- ·en:1ri o a cidad e de Pa1·i s,
Au gusto ScvCI'O.
em ·12 d Mnio el e ·1902; e um:1 tes te-
munha , ngenhei,·o bucheL, consL t·uclol' do moLot·es
elas lt !ices el o PAx , grand e admirador de nos o comp:l-
trio ta , assim o r ela ta c:
:\< 1:--;:--;,\ 1'.\ Til 1.\

Au" us lo. ·e ,·c t'O IOt tlOU lo·•a t· 11 :1 pat ·t o• d •antc ira' da b:u·q uin l1a,
o nd e ::;c :w ha,·a co llocado o mo to t' de lf j c av:dlo:-: ; S ac l1 é, na
pa1·t 'Ot lll':lt'ia . .\ h·nru tin ha ,.,ido ni>1·i;.:;tdo n dc· ~i:- t ir da ,·iagc m
;( u lti ma l1 o ra . C · I"C<l · da~ :) l1o1 "" l! :21.1 !ll in ulu..;, o~ lllOlo t·es
puzc ram- sc e m ma 1· ·lta: .\ u;.:u"l\l St'' <' t'ú pt·o iiUti Ciou o " lal·-
o-uc m tud o ! "· c lc nt:llll 11tu, 11111ito 1.. nta111 11 tC , ac 1ona'll l:t
e le Yo u- ·e . A qua 1·c nta melro: olo· aillll"a, app1'ox itnnd1nnc nte , o
a e 1·o nauta fe z ci nco ou st·i~ e' oln•;Üt'' c111 fu l"!ll a d , co m o dia·
m Lr·o carl a ,·cz 111 ais l'l'<lttzldu, ali111 rlc t''\I'CI'i m n ta r be m a
es ta bilidad c doci lidad e dt• "L'll ''i'l':tt·dlio.
- Ago 1'a - g 1·ito u l' lic, la tlu :dl11 - """ ~ lo u li n ea ux !
Ante:· de. e nt1·a t' pa t'<t a b;tt quinlt:t, .\ 11gustn . ·c vCI'O tin l·ta -nos
dado u m bi llt c te d e ,·i..;ita <·nnl l':<ta-; linl1a::; esct·ipta..; e a ·ig nadas
n o ve t' ·o: . ·
Enl!·acla n o c:amfJO d mrrnof,ra. p(lt a /r s <'.t'fH! r ien cia ·elo cli ri-
[J i cel " J>a x " · - A UGt;.-; ro ' E \ E R O .
Ob d ·ce nd u <L <ll' <;iio d ;- un IH•il,·t• propu! o1·:1, o P a.J' d iri ~iu ­
:e itnm cdi ata lll tllC pn ra a cg r<·ja. de S. P ed ro de i\l on tt·ouge
clit•e ito , faz e nd o lln Luat· na púpa n. b:tlid c irn h1·azil ·ira. Nós
e"itim ol-o 0 111 a ,.;st:l, ali m de r·onlt ·e t· be m a d i rc cç iio qu e
c llc to ma,·a, c c u .i<'L me pt·e pa!' a ,·a pat·a pü t• em tna n ·lta ·meu
automov I, quand o, de rc pc, n te, u1 n cla1·áo m ui to vi,·o, uma labat·e-
da Cll OI'll lC, I'OIIlpeu
dn p:ll'l posle l'iOI' do
l,;t!Cl o! De po is, um
rumo c ·pesso s ubsti-
tu iu o nl· t·os lato; de-
pois a inda, uma de-
t na ·üo l'ot•mida,·el,
q ue c hego u a nos::;os
ou,·iclo..; .. . Todos nós
nos filümo ·, se m ou-
s at' ·om p1'c i1 c nde l' ...
E ·tanl tn os estupi-
do ·, pal'a lys <td os,
quand o um g rilo, um
g l'ilo lCt'I'I\'CI, nos
a l' t·a n co u cl'l'sse toi'-
Jlúl' ... Et'il a esposa
l'"'· do ne t·onaula que
acab;wa de o Jançat',
ca ltindo s e 11l :; ·n tido · no ·l~:i o . .Nii o g a · t~Ltno c iw·o minutos e m
c ltegal' ao logat' da catu:ll'o plt e ; mas ali i, ai de tt ó · ! a la t·t·ivel
lU (.\ : C.\ HMTEI F · :\I O nA E.· E li\TJ-:LLE 'T U AE:'' 357

in ce rtez a d o JJCO JJ l J'a J'I1JOS Au g u.·Lo CI'CJ'O e seu machi ni · t a


aind a ,·i vo · d e~va JJ CC u·s c . T udo e1·a fi ndo~ Ambo s csta ,·a m
mo1' tos ! I ~ !J OI' J'ÍI' e l ! "

·.1 ll :1 S GirClllll :-. l t\IH.: ia s Clnprcs lar:\111 H CS Ju cluo O rncl o


um cnraGLc risl il'o, podc 1n 0. ;\ .- im d i z r , de precl e::: lina ção :
___,_ o ob l aculn de ultima h ora qu e imped iu o em b::u·qu e
cl . .\h·nro H ei;;; t' a per . isl ·n<.:in d e .\ u ~·· u :::lo ·c,·er o em
I' · nli zat· a (' X[l t·i nc ia, ;1 clespci lo ela profunda imprc · iio
el e um so llh o cl:t ,·espc t·:l, t'Ot11'o rm c r ·lnLüra ü . ua cl eso-
l adn espo. a, q tH', pOI' isso , in ·l anLc m nlc proc;uro u d em o-
.. v 1-o clu as cnsüo n 'aq u l l e cli;1 . .. onh o durante o qual,
p;Jirnncl o no l'rt,,· . obt·L· um "" lo c miLe1·io, Yira n'e<>le,
Glnrnm c nl r, :-. ua rx lrem osa m üe qu lhe exl nclin o.-
b\_'n ~os .

Essa ho ITi ,·cl cl S"Trtf:n, c n lrcl a n lo, t'ór a pos l<'ri or Li


in csquc ·iy I g·l orin qu e Brazil al ca nç:\ r a de fado, co m
l' · iaç: ão ao g t·n ndio ·o probl ema ela dit·i 0·ibiliclacl d o.;; aet·os-
l~t o s .
. \LBEHTO DOS ANTOS lJ MO:\T 1 el e !VJinn s, '11 g'CIIh eiro bn.tzi-
Jeiro, j ü hn,in c;o nqui ·Lnd o os l oui'O · da YÍ CLOJ·ia n'e. sa
m e ma P:lri ·, . ·cnnri o el e innum c t·a.
exp eri encia ncr o. Lali a .
Cons truiu l[ll:\li'O balõe. co m l[UC r ' z
cliv e1· ·a · lc nlaliva , 1· alizanclo , final -
ni enlc, nma ,...rnncl c p1·o v:.1, :.1 incln p1· · pG-
mLori n, j ü co m o ' Al'\TO D )IONT N° 0,
afim el e co n tuisl.ar, 0111 uma experi cn-
·cin cl finitivn , o g t·nn l o premi o de CE)I
'antú Uumunl.
MIL FIU<"CO , in liLuido por r-I e111·ique
Deul·<.:h, 1ue lnmbem c enL1· g'GYa co m cnthu iasm o a
estu dos cl nCI'O tHHl Lica.
Ü 'A;'\TOS 0 ~10 ' T N° 3 m edia 34 111Cli'O' ele 0111primc nt.o
e linh a 3:30 111 Lro · cu bicos de volum .
·E i co mo um j orn al ft·an ccz - L e ~1onde I! lu ' fl'é -
358 NO ·.' .\ PATH I,\

de~ C I'e \' e u es-n C:-\j)CI'i cn cia p1· liminnl', na ma nh ã de ·13 de


Julho de 1901 :

" As seis e me ia , o aet·os ta lo e,;tú prompto a part ir. O Snr.


S anto:; Oumont não ig no ra que do t..; d os q ua ll'o cy lindt•os do
motot• fun ccionam m a l : m as que impo t·ta?" f-l a d e ir assim
m e. m o ·• , di z el le. E o bal~to , allir iado do;;. accos de te t•t•a que o ·
manté m n o s ' lo, é t t·azido u a \'\~llle ntc para fóra do a l pend re.
Sem se pt·eoccupar d0 det t·m in nt· · 11a pal'l ida n'u m a boa di!·ec-
çà o, o n t•. Santo Oumon L pt·o nuneia o" lat'g11 e m tudo "• e o
ae t·osta to e le ,·a-sc d ocemente nos a ro", doceme nte d e mais, pot'-
que o g ni(l e-r·ope ( I) va c c nro d illt a t·- e n 't1ma . é b , o qu e 'ob!'iga
o a e t·onauta a d e ilar la stt·o l'tll':J .
E e m q ua n to tr ovejam o a ppl a aso. , o . ·anto Du mont n~ 5
pa ira no · aros, a 200 m •t ro s d • a lt itude appt·oximada me nte. :::ii-
m il ll a n te a um pom bo ,·ia,i an le, qu e e ot·ie n ta no e . paço , o balão,
com um c r epitar de a utomo,·cl , de ·c t·eye m I'O ILa do pal'q ue
a e t·ostati co uma g t·a nde t: Ul'va na dit·ecçà n d o oé te, co mo pat•a
ensaia t· ·ua- força co n t ra o ve n to ba.-tan te fo r t qu e so pt•a d'esse
pon to; d e poi.-, vit·a ndo d e bo t•clo, lan ça- e na di t·ecção da tot•t•e
E ifTe l, sa udado por num e roso 1·iva .
A pat•ti d a e ll'e c tu~Lra -se e xa c tam c nte ~'t s 6 lt o t·a -- e ,J5 minutos ,
li ora m nt·cada pe lo c ht·on o me t l'O.
Em breve· r ectifl ca s ua di t·ecç- üo , e mui to sen ive lmente- o
aet•oqato, c uja v c locida d pa t·ecc bóa, approxim :1-se da tol'l'e
Eiffel , c uja linh a indecis:i se d es ta ca de bilm e nte no m e io dane-
blin a qu e ·obt·e Pat·is .
E o ba lüo cam inh a se mpt·e, impel lido po1· -c u lte lice. Att·a-
ves ·a o Se na, voga por c ima da foi h age m I'Ct'dc do bosq uc c vü·a
o beque para a to rre EifTe l, jun t o d a qunl pa sa üs 7 liot·as. V é-se
e ntão um cspec tac ul o e moc ionante n o mai s a lto gd.u, in con-
cebíve l, m:uavi lh oso, fabul oso, inaudito. O en ot·m e c haruto qe
ga~, obe decend o do cilmehte ao · leme, efl'ectua uma conve t•são 6
volta em dit·ecç üo a to l'l'e, ata ca nd o-a pe la cl ir·c ita, do la.do da •
Bscóla i\•lilitar. ·;
Qu:1sí ao ní ve l da primci1·a pla la fot·ma, nüo ta l'da e m d esap pa-
recer po t· de tt·az do co losso d e fe n o, e qu as i im m edia tamente
su1·ge do outt•o lado n'u 1i1 a po ição e mi-ve t·ti cal ; le va-se , exe-
c ut a um movime nto de t•o taçü.o r apido a 30 m e t l'OS apenas da
a t·cada e.-q u cl'da, e d'esta l'ez, apo ntado a o ve n to, 1'eto má a mein

ti) 'ol'(la-pendcnte do balfto.


RA ÇA : CAHA T E HE. M HAE. · E- I NTELLECT 'AE -. 35g

a ltura e ntr·e ·1 ··egunda e te r·ceira pla ta for·ma o caminho qu e se-


guira antes . ·
San tos O urno11 t d iz " bo n'!! dia:; ! .. , co m o gesto amigavel de
um vi ajante à poninlrola de s e u vagão, aos num e r·osos e .- pecta-
dore ap inh ad o s na · tr·e- pla taforma , qu e o acclamam com os
se u br·avos . ·
Os qu e tive r a m a ro r·tuna de 1•ê r· isto, n u n ·a mais o esq u e ce-
r·ão e m toda a Yid;t. T ive r·am a s en sação de vê t' alg u ma co isa ele
genial pai rar· por· c im~ ele si . Esta d ata de 1:3 ele Jul ho de HlOl
ficará g rav a da e rn g t·a nel es le ttra s de oi ro na histo r·ia.
As 7 e 20 o dit·ig i,·el achav a-se de noYo por· cim a do parque do
Ae r o-Club, have ndo e n·ec tua do o pe l'CUI'SO e m 40 minutos . "
F az ndo ainda uLI'a xpe riencin , de qu esca pou,
muila · vczc~, lllilng-rosamenle , ü mol'l , 11 0 inluiLo de
aperfeiçoa r ma i- ma i u invento, ,. alizou eh1 19:de
OuLubro do 11e mo rt nn o, m Pa1·is , a prova deci iYa , com
o ba lão Ai"TOS D MOi\T i" 6, a respeito ela qual lt·a ns-
0

plan la remos pa ra :'\q ui a noticia , qu e lemos al.;·ure


As 2 lroras e 25 minu to;; da ta rd e cl'e ·se dia me mo r·avel, a
sair u baliio , o !tlúde-rope e m bar·açou- se nos galh os d e uma
arvore, que obrigo u o ae rouauta a efTectuar· nova par·tida.
Foi e n tiio o Santos Dumont no 6 r econduzido ao Pacque do
Aero-Ciub, e ús 2 ho ra.- e 42 minutos se e levou novam e n te ao a i·,
ficando á allura do le ito clu ena . De pois de pequ e n a manobra,
o ba lão partiu a toda a
ve locidade, faz e ndo L' U-
m o ao Ca mpo de i:\•Iar·-
te. Ao som das accla-
ma ções e nthu ·ias tas da
populaçiio , dispersa por·
1·ar•io · pon los apr.opr·ia-
.. dos pa r·a. a ssis tir· ao es -
pectac ulo, o aeronauta
brazileiro tran spóz a
cerrada fila de bosques
que ce r·cam Pari d'esse
lado, e c hegou á torre
Eiffel ás 2 horas e ·51
minu tos .
Abordou - a á. altur·a Santo · Dumonl !'\• 6.
de 200 metr·os pelo pi -
lar de oéste , e ahi in iciou o movimento gyrator·io, perl'crta-
360 ' OSS.\ I A T H I A

m ente executad o em Ul ll D li nha l1'aj cc to1·ia d e 50 m et ros . 'Ao


chegar ao pi l;u' do nor t , o San tos Dpmont 11• G adquiriu o eq ui-
liul'io pe,·fc ito.
Desde e ·: c pon to San t os I u mon l c neet ou n. Y i;:~ gc m de ,·cg r cs:o,
en con t i';:J nclo ,·e nto co n t i'OI' io q ue sop t·a,·a á I';:J zün d ,J ·t;z me -
lt·o. po1' :eg un d o. A b nlon então o pi h11' el o sul , jü. de YOl ta, c
fe z 1·u m o a i\ u tc uil.
N'essa altur:J, o bali"1 t0 1T q11e lud:11· c·<>ntra a Pe i tc nc in do
Yento e l'él-o g a l llal'dalllcnl!' . c'mbora a 1nnrc ha r,·,,.·e m e nor do
qu e no co m ço da exl 'e 1·ic•llei:l. Dc,.;tle que Santo:; IJ II nlo n t, d'cslc
m odo. om p1·ont q ue l'údl' ''<'ll•'l' l' a l 'l'"i~trncia do ,·c nto, l odo,;
os assi stentes co m p1· ll e nclclll qur o a 1'o nnuta b 1·az i lei1 ·o nii o te1'lÍ
nrnhumD diffi clll cl acle e m ex ecuta i'
<h lll<l ll OiJI':I . <JII C l l1e 1·esta fa·ZC I' .
V oltando ü altura el e 1;)0 met 1·os,
o ba liio ddc m->< em u t ui! um mo-
lll<' ll to, que o <te·I'Onanla a pi' OYei ta
para. cu m pri ll1 !' n t:u · a pes sOas que
~- al li e::ii OI'OS:llncn l e o app l:1ud em. A
manifesta ç- iio cl u1'a, por 61n, pouco,
po1•qu c o I :t l:"w ltlgo pal'tc em d irec-
c; iio :10 A e1· -cl ub , onde c l1ega. ú 3
l1 01'a. , l l 111i nu to · c 30 segu ndos ,
te ndo co n u 1n i do no pel' CUI'SO com-
pl eto dez mi nuto · menos do que o
te mpo ::u ·bi t1·a do para a. co nquista do
pr·c 1n io D c u ts c l ~.
É inu ti l acucscc n ta1' qu e a po-
pu l ação de ] Ja1 ·is saudou frenetica-
m enleo vcn ccdOI·,to m ando a lli quasi
toda a i m p1·en a a defesa do seu
di 1·e ito a.o p1·emi o D eutsc h , ga lhar•da
c legiti mam en te ganho.
Sc" uÍI' am-se, como e1·a natural,
app lau os ·q ue ec hoal'am p el o mun-
do inteii' O, em honi':\ ao B l·azil e ao
illu tr·e bi·azil eii'O, que tanto avan-
çai'a a I'eso lu çü.o do intr-in cado pro-
bl ema da clii·igi bi lidadc dos balões.
Effec tivam en tc, pi' Ctendam em·
boi'::tO contr·a1·i o seus êmulos, nunca.
a ntes d'e: te di a um OCI'onaula l'ea·
lizou a ex ec ução com pl eta d ' um Jli'Ogi·amma d e t al natul'eza. Essa.
g!OI·ia coube ao Sn 1'. A l berto d os 'nn tos Dumont. ''
R.\ (.\ : c,\R ,\ TEHES ~IOR.\E:::; E INTELLE TUAE' 36t

S.\ NTOs O ':IIOi\'T, c nll'clanto, n5o ser nn o c nthu - insmo:


p 1·o.scg-uc !;,C'IIIjll'e ele cx 1 l'icncia em c xp ri C11cin, npcrfci-
ç.on n lo cl t~lll1 ~.
onqui stan do nn-
YO Ir i ll lll p !J O -~ ,
faz ' li dO r Cpl'I'Cll-
lil' O 11 0111(' i ii'HZi-
1 iro em lo<l m; 11 .~
I'CCun los c.i, i li,,;l-
cl o.- el o Uni Ye r ~rJ .
I ~ l 10ju, p <~ 1 ·a n
- 111,:1 UU .\11 - ,
co 1no SA NTOs I l u-
~~ NT é chalr l<trlo,
o . ubi 1· em Ulll
a 1·0 lalu lil'i-
g il-o a se u ta-
l ante, cu 111 p l' l'r•ila ;;cgunlllÇ;a, lOI'nou-sc uma co i ·a nalu-
r-ali · iina.
A r.Tavurn , (j l l · YO damos, l'ep r ese nla-o, em '1903 deanl e
de un r c id ' ll ·ia , em 1 ari , apeando- c elo balüo, que
faz u lei' pol' u111 Cl'i ado, mquanto al moça, pa 1·a em se-
guida c lc Ya1·-. • l no vo ao a res, conduzind o-o cnp ri cho-
amentc em toda as di rccçõcs aos echo - cl del i1·antes
ncck1 11<I ~õc. .
anlo Oum onl, p 1·o eg-uindo ~ e mpr·c m · eu: e;· Lu dos
de na Yeg-ação aél'ea, applicou- c ainda ao . ~ tema do mais
pe ado elo que o ai', logTanclo urna nova e ines qu ecível
viclo 1·ia em '190G, em Pa 1·is, pel a conq ui ·ta de um no Yo
premio.
\ respeito, o p t·esidente J a Esco la I o l~' Lecllni ca , em [ a-
J·i ·, em br i lhante con fer encia , mo trou co mo foi o n o tavel
aeronauta b 1·azi leil·o quem, pela primei1··._1 \ Cz, co nseguiu
pai1·ar no espaço com apparelh o mais pesado do qu ~o
a1· e ·qu em mclho1· sou be 1·eunir n'e se appa1·elho as aper-
f eiçoadas obra da m echani ca moderna ; comparou o aero-
21
36:? i\ 0 .. i\ P ATL\.I A

pla no Sa nlo Oumonl a uma a,·r·, con!:iid ra ndo-o nas suas


pa rles es encin s, c lermi11 ou di zc11 lo qu o dislinclo eú-
genhciro brazileiro conflrlll nu pcln pnílicn a· Lheorias,
ainda vagas, da math cma lica, app licnda no equi lí brio e
á mechan ica.

Capihdo XVHI

Defesa Naciona l' : Exer cito e Armada.

Hiquezas col o~ s n es, culliYo do . ólo proporciona l <1 sua


ubc rdad , induslria:-: ;q,r rl'r·i r;nadas, t r;~ n . l'o rmando os pt·o-
du cto. naLurac.· rn ma raY ilha. tlr a1·Lc , comme rcio vasto,
po11 do em moYim cnlo ecollomi co o.~ l;\bo re;; inLelli genle ;
inslrucçuo in lc n ·a, 0111 s u: Yariad os nun o ·, clo t.acta· de
ins titui çõe beiJas c produ 'e ntes, li lLcl·;\lu ra at·tcs pt·imo-
rosn.· , l'aça Yit·il c Ci.1 Jl <I Z de gra11 cles de ·tin o· .. . tud o isso,
ca t·o~ co mpa L1·iot.a, , ú.llü · '.·s;u·i o c ba ta11t pa ra o p1·og1 ·esso
int erno c a es tab ilidade o in l I 11m povo.
Mas ... os poYo · não Yiv m i ·olncl os, segTegados, no
mun do. Pa rt es ·saneia ._. de 11111 grand e lodo - a Huma-
nidade - não podem deixnrd c manter relações reciprocas
de co rl zia , el e Yizin hnnç;n, d co mm et·cio, ele.
E no co nYiYi o mund ial, n- pn ixões humana se entre-
chocam, e o. in teres ·os int l'lla ·ionaes toma m ca t·acler
n;:;·gTess iYo, por circum s ta ncia · impt·evistas, e outt·as, por
moti vos p t·ocut·aclos propo italm cntc pelas ambições de
pocl e1·io e ele e xpan.:iio co mm crcial ou l.erri l.o t·inl. ·
Não ha Nação, porta nlo, qu e não procut·e, na medida
de eu · recut·so ,·est.rib::u· a g:wanli a de sua int.eg1·idade e
a clefc a de seus brios nacionaes na fo rça a t·mada, preca-
vendo- e contra in vestida e prelen\:Ões desa rm zoadas no
convi vi o ml.el'l1acion·a I.
OEFE. 'i\ :\' ,\ CIO :\AL : EXER CIT O E AI1:\IADA 3G3

Enlrt• .:::cus 1ncios el e cl ef'csn, co nta o B rnzi l muitn ·f orta-


/e.;as, das quacs ;~ s 1nuis impor t<t11l cs :'j'I!Lll'dam a Capita l dn
P.ep u bli c <~ , ( ' O in n a de . ·oata Cru:; , ú ntradn ela bahia de
Guanaúâ t>1, sC IIti,, ei Lt a Y<Ul Ç:.tda el o porto do Rio de '
Ja11 eiro, di po11do dr bnm <t l'liH\lllell lo' modern o.

Fortaleza de Santa Cruz.

P or Inai..; poder o a- qu e pos am se 1·, a ,·fo rLa Le-~as limi-


l nm-se, nl1· tanto, á cl el'esH intema de delei·min ada zona.
N ão ba. Lnri:;t m , pois, para n gnranli a geral do letTitori o
nncional , n em serYir,o nlg·um pod eriam p1·cs lai' <1 Nação
quand o es li1 cl cYc se r pcllir pela armn , no exteri or,
um n nfl'ronln á su a di...,·nidad c.
D'n hi n nece idad e elo Exet·cilo e ela A rmada , .que,
como d eclnra nos, n C:o n titui ção, cc são in. lituições nncio-
nne pcrmnn ente , cl es tinaelas ti d fe a da Palt'ia no exle-
•·ioi· e ó. mnnuten ção das lei - no interior. »
Eis as di -posições r eb ti vas ó. OI'gan izaçàQ das fot·ças de
mar e lel'l'a :
36 1 NOS. ·.·\ I AT!t l.\

.·\t' t. 87. - O Exc t' i to F ed c t·::tl co tn pú t'- ~ -:i de comin " entes que
o Estados e o Di ·tt•i cto F c det'<ll !'iiO o bt·ig ados a fot·n ecet·, con s-
tituídos de con fot·mi Iael om a lei an nu al d lix::tÇ'ÜO de fot·ças.
§ 1 . - Unia l ei f d et·al ti Le t· minat'<'t a Ot'"::tnizaçüo ge t·al do
0

Exercito .
§ 2.• - A Uniã o :>e en cat'l'egara da in · u·uc«:<i o m i l i tat• supe-
t•iot' .
s 3.• - Fi ca abol ido o t'üt:t't iUUllC II IO mi lit::t l' fo i'Ç'::tdo.
§ 4.• - O Jo:x I'Ci to c a ".\ r 1n<Jda compc)r-~c-à o pelo volunta-
t'i::tdo, sem premio , c 111 !'a l ta d' ·sLc pelo ::<O I'l io , pl'éviamen te
organ izado. onCOI'I' 111 pa t'a o pc~::;oal da .\l'll1<1 tla a E có l a Na-
val, a de A prendit. :\i a1·i n ltei1'tr e a marinha mei'Ca n.te, me-
d iante so t'l c io.

Tt·:llcmo , ·e p ::~ rotd :l! I ICIIt<' , du E ,J'('' '''do c da A rma'da.

l ~x t-:1\ C: ITo .

o E xei'C.:ilO ; a r rç:a ill'111iHln , de lCIT[\ : LI ca mpo ele


n c~:'ío é, porlnnlo, lüo ,-a. lo qttanto a rnia. do pniz.
Em tempo d paz, ·ompõ -·c o l~ x e r· i lo Brazileit'O de
Cêt'Cil de trinta 111iL homcn.·, · 11Lre ol'll ·ia 'S e praças,
co mprchcndcnd o - injantw·ia, caoaUcu·ia · artiLhat•ia.
Al ém d'e se co rp o~. prop t·ia t w nlu de co mbat e, é dol::~do de
in ·Li luições csp ciac lc a l l::~ neltnini lt'at:üo lc ·hnica, como
o E stado- ~1/aior Genet·cd, c d scn ·iç·o. aux il ia res, co mo
os Co rpos el e E stado-J\1rtiot', de E11gelllw t·ia. ele Saade,
co tnprchenel cnel o -sl el'\'i ço:- 111 li co · , pltn t'll tilce uli cos e
el e arnbu l a n ci ::~ ·. . '5 o o seguin te o JlO. lo t'CC nh ecidos no
l~xe t·cilo B1·::~ zil e iro : - .Mw ·eclw/, Genet·aL de Divisao,
GelleraL de lJt·igada, Co t·oneL, Tellente-Cot·oneL, Nfajoi·,
Copitüo , Tenente,AU'e t·es, pil i'<l ol'liciac.' ; Ol'fJento, Cabo ,
FuNieL, A 11speçada, p::~ ra ::~s p r::~cas.
O J t·esiclenle da H epub li c ::~ , ·hcl'c da Nação, é o upt·ento
chel'e do Exct·cilo, administrando-o pOt' in le t·m~cli o de
um ullo funcciona rio especial, - o Mini lro da Guet·t·n,
que, em t·egl'a , co lum::~ sct· um General.
Quando ern et·viço de clcl'esa etTecli va d::~ Na~tío , inlel'na
DEF I·: -·.,, N i\C l O i'\AL : E XEH !TO E ARlVIADA 3G5
.i
ou cxt crnrtll l nl ., o Con1m a•H.l o . upr mp das fo•·çns de
terra co mj•t·te ai 11 !;1 ao P re idcntc da Ptcpubli ca : pesso-
a lmcl!I C, ,.:i tc•n apl iclõc · tcchni c:1s e ;.:i o momcn lo per-
mitle afn.<:tar-sc da chclia da Na (:ÜO; m ca, o co nlt·ario,
cscolhcn\ qu m o. ttb. li t.ua n'nq uell a 111 ·lin dro. a fun cção.
:omo l'l'i'(' I'Ya do E xcr ·i to , parn . c•· clwmada a set·,·iço
de Gu rrn e•n cn, o lo nr c. siclnd , hn ainda uma mi licia
ciYi o dcn on1 in:Hb - Cuordo JVo cional. ~ üo diffe•·entes
a · i ns titu i ~:ül'::; df' . . ti nada · ao p1·cpa1'0 j)l'ali ·o e intclleclunl
d o no .·o Exl' rl'i lo : E . cóla de Engenhal'ia, A t·tiLha1·io ,
I njantcu·ia r• Cavallario . Como . CI'Yiço ann cxo._, co nta-
mo , entre outras i n ~ t i tui çõe , a Bibliolheca do E xet•cito,
o Tit•o Var·ionol, pa r·o apcl'fciçOL\ m nto ela pontoria, o
P ombal \liliLat ·, se•·yir,o de po/)/bo -cot•t•eios edu cados
p:u·a : C:<1 Jnpo. ele combate, Arsenae de Guerl'a, no
Distri lo Pcd ,.a I, ' no , 1 ~. Lado el o Hi o .Gra nele do ·ui
~ f a ll o- Gro;.;so . !'a b ri a.' el e polvo•·a da E treLia e de Ca-
:cip ó, Loúo ,·cllo,·io Pyrotechnico , e_m :u~•obá, etc. .
E o el e p I'L a1· lo Braz il mode rno em todos os ramos ela
:J.cti\'iclacl c na ciona l, como tende' vi Lo, nã o podia deixa•·
de p•·od uzi 1· ITei·lo na fo1'1;a a1·macla .
E' a · i111 qu e o \li ni ·t•·o da Gue•·•·a, Mn rcchal Hcr·me:
9n Fon c ·a, un 1 do mni · di ' Linctos ofll ciac ·-gcnct·a s do
no,; o Ex reito, . ohri nho do ;\la i).ocl Dcoclo•·o da F'ou eca,
o· w oclamad ,. da Republi ca e neto d - Ho a ela F'on eca,
a Mãe de h -róc:, co nsc ..·uiu le vai' a te rm o uma \' t1 La re-
form a de no.s. o· serviços milita res, t·eo•·gani zando-os co m- .
pletam en lc cr anelo n ova~ in ~ Liluiçõe ('! ).
Na Capita l da Repul li cn, co mo na do E Lado ela União,
a clunlm cnlc, os cl ilTcrcnlc bntalhõe' c acham em con ·-
ta nle moYi m nlo de cxel'cicios mi liLa i'e , fl gtu·ando bala-
lha , ma•· li as ol'fen i\'n e clel'e nsivas, e calada el e fol'tn-
leza , te., as i. ti da muitas vezes pelo Pt·csiclcnle ela
Hepublica e cus Minislro

(I) Lei de J :~neiro de 1 90~.


3'36 :\ OS . . \ P .\T H I.\

A co mpanha-se d perl o os pros·r'csso::> da nrl e militnr', jcí


c rw iancl o ol'licincs brazi lt'i r os pn r\ t a,;s i:; ti t· ::ís m anob ras de
xcr ·itos c xl rangciros, ,i :í o." Ltz('JHi o estuda r nos grand es
ce ntro · militares ela E u ropa c,,_ tn:li.., rn odcrn ns npcrl'eiçoa-
menl o. .
,\i ncl:1 em .\ g·os lo de I üU7, o T L'llC'Il lC J u,·entin o cln Fon-
set:n, em C'slu dos d f' :1:-'l'<·n .<i " ;,(·. ,·(•n <' 111 ha lüo adap tnYCI

Exc1·ci ·ios de esg rima á baioneta pu l o~ alumnos do Col lcgio Milit3r.

aos sc rvi ~os de n·uer' ra , l evnntou bri lhnnl.c men lc o nome


IJr·azil eiro m um co ncur' o inl.ernn cionn l , el'fec tundo em
B1'uxellas, na B clgica.
O l r'azi l aprc:enlou-se co m o Racho Solail'e , balão de
750 melros cubi cos, pi lotad o por' JuYcnlin o ela F onseca,
n convite do. Aero-CLab ela B l gicn, fi .;·nr·nncl o entre oi to
bnlõc ela Fntnça , oito cln All emanhn, oito ela B el gien,
cin co ela Inglaten·a, um ela llnlia trm da uis a.
Pot> espe ·ia] dcfcl' ·n cit~ ao conco n enl e br'a zileiro o Ae1~0-
DEFE. 'A NA CI ONA L : E X ER '! TO E A R /\IA D A 367

Cl ub oll ol:Ou-o Clil prim iro lo ..·a r· , no prog1·amnHt. As


.1 hont da lar d cl ' .-.; :;c dia, ncclamado p or mu i to.~ m ilhn-
l'e. de p s .- .<)(b, nl 1·C a: quac. ·c acha"n o H ei cln B el-
rri ca, o R.odio .')·oto ire, ban deira br·nzi l i ra de ·fra lclacla ,
I ,·ou-s' l 11·ilhan le mcnlc. Tran. poz n cid ade, em di r·ecçào
a~ camp o~ d 1\ ·(l{erloo, de c u, á 9 h ol'a · ela noite,
m 1'i/le,·., on dP o ~'1' <1ndc indu II'ial 1-l àch Du lll on l , a-
I encl o q ue pil o l:< Yn u i>a lüo um ofli cial l rnzilciro, CO IWidou-
o a lOII Iêll' uma laçn de: d wmpa,r;u e.

_\ IUIADA ACIO:"'AI ..

:\ A !'lllacla ·:--.racional, a ma r inha de rru eJTa h i·azi lei r·a,


a f'oi'f;:< cil' n~II<l S m n r· ilima~ c !'luY ia . . cu ca mpo ele
a ·çilo i mni: ,·aslo q11 o do Ex r·cilo. Co mo este, é
pocl ero o C'l III Cnln de dcl'c:::n in ter na: ' UIGa os grarí<)es rios,
q ue a ·onduze1n ü f1·on l Íl'a br azi l il'a , g-a l'anlindo-as,
lambem , conlr·a a pos. iYel in vn. úo de naçõe Yizi11has . Ca-
b -lhe, Cli ii'CIHitLo, ainda a speéial e m e l indr·o ~ a m i ' ãode
Yigilan ·ia da · agua ler l'i lol'ia · (1) da co la Y<l ' li ' ima
de le m i I c qui n hcn Lo · ki lomelr·o ·, po su i ndo ex cell en-
lc por lo en ·cada , l e de o ca b Orange, na fóz do
ri o Oyapo ·, ·eparand o o b razi l ela Gu vana F ra nceza, ao
norelé L , :11 · <Í fóz el o Clwy , no xlr mo ui , scpa l'ando-
no da n publ ica elo rugun~· ·
N 'e a f'un çilo i mpol'lanli ima , n \r·rr~aela é, m es mo,
a gua r·ela aYa nça da elo E x el'cil o.
\.. p l'opo i lo, r·el'l ecLe m uito bem n olavel escr·ip lol' que
a n fron teira: leiTe lr·e franq ueiam apenas o ncce o do

(l) Em direito intcmacionnl, as aguas tcrriloriacs de um paiz súo re·


" uladas pelo maior alca nce de uma bala de cnnhúo estando ma is ou
m enos estabelecidas em u·cs milhas da co ta. Alg uns a uctores reconhc-
. cem :i na <::l o maritima um di reito de p1·opriednde sobi'C as aguas terri-
toriaes; outros , apenas um di çcito de sob mnia e de jurisdicção.
368 !\OS.';\ 1' .\TR!A

lerril ori o a os "izinh o· . O initni go possivcl e Lá nnltu·al-


m 'll lc cl termi nad o pelo co nlaclo. O li!Lot·a l, porém,
fronlcim do Ocean o, cam po co mnnun de Lodo · o povos
navegadore , a bt·e o 1 ni l.<'s marilimo aos Go mm cLLim enlos
ela aviei z exlrnn1.:·cira . »
E por i.:; o qu ~ a f n~·lalc rm, pM l'X<'IIlp lo, não qu.et·

O :-n·l'ia r da L>anclci,·n, a Uonlo elos na\'io de Gu<: na

deix ar el e cr con icl et·ada ::t ma io1· potc ncia naYa l no


mun do ( 1), a fot·midavcl All emanha , rÍ\'i1l m I'O a,

(I) f·: a s~ i m que um a ::w ~ori dn dc in,;lcza e m tacs ~ ssun.lpt os, \\". H .
\\'h ite, cscrc l'ia. ainda r"cet <es o ccho da l>a'alha n~ v:1 l de T uc bi ma.
cntt' o Jap;'to c a ll u ··ia , a pt·o po ito do no'I' O Ol'r;am cn to na vn l da lng la-
tcn ·a : " i\ ~ c irc um s tan c ias do mo me nto siLO ex cc pciona c . . Na Franr;n.,
na i\llcm nn ha , na Ru ·~ i.a, no E · tado · - nidos . a d i cu ·.·õe pu llul:lm
pat·a o inic io de novos p t'O"Tamm as. É .d e s uprem a impor ta nc ia q ue a
acc:[•o tln Almi t·antado · ba seie s o bre comp letas in forma ções a rc.-
peito do nu met·o c d o ' poder de navi o ac wa lmcntc la nr;ad s a o mar no ,
cxtrangci ro. »
_DEF I·:;-; .\ :\ .\ CI( I:'\t\1. : 1-:XER lT O E AIUIADA 3G9

procl ama , pr lo org·;tO I e _;uilllel·mc 11. : - l\ osso .futuro


e ·tú no nw ,. ( J 1.
Poi bem, caro ..; co ncida lfio : paiz va .· L i ~ im o, que é , o
Br:1zi l : bcii:1d11 pcln O ·cano em ele m il q uinh entos kilo-
mel r o IC'" lillur.. l, .;o m' j>Oi'los nola-
vci ; ri qui·:.-.i1110 Clll Indo. os 1· •i nos cln
nalureza , Clllil!l loll' ltu1n oulro no mun-
do, cxcilan.ln ·oJ.i r,'tl" : capaz c1 aba -
lece t· l oda " a...; ncl un . polcnci a do
uniYe_rso .. . ludn isso, 1; "" allrahir
immi gnv;iio c rapilac::; , d q ue pro i a-
mos, lcm .... ido r·:--po.-; lo c cl ec:an laclo pelo
)[l iJ'Í OliSni (J hl'rtzill iro ;).. nnr:õo. XIJ'[l l)- \ ' w•·-.\l!ninllllé :\h:xandi'I IIO
J .. Al c ur·;,r.
g i m , por! ro;,as, c bem :1 rm aclas .. .
Não no. d ·.· ·nid ·mo., porl anlo, do O ea no, JLI , e hoj e
n o~ beij a, poderá s r , amanhii , o ,·cl1icul o I qncm nos pt·e-
l end a mor ler .. . T ' nl1 a cada brazi leiro 11mn palma e um
npJiau o parn a i>nnd eita l o fralcladn, GO in encr o·ia e co m-
pel n ·ia, pelo \' ice-.-\ lmi1'a nle \lexa ncl'rin o de .\lcnc:u ·,
1\lini Lt·o da !\lnrinlt a um do mai b1·ayos orri iaes-genc-
t·ae da A rmarln Brazil cira : - · Ru~IO AO l\1.\H.
N ão aclea n I mo , po r · m , a on l ci men lo· J)I'O Yid cncias.

i\ ma 1·i nl,n d ' ~·u c iTa brnzil ei1·a na ·. ·cu ao prim eiro
"a '··ido cl r no.· a In lep n I ncia, au1· ol acla de ro·Joria clcsdq
o berço nns lu cla el e I ' 22 I n28 (2). ' i possuíamo j tí,

(I) Aqui tende · um exemp lo J'l'<oticamcnle COJTcspondcntc :L int 11\ÜO


d'e ta di1·isa : jú po~ uindo uma fOJ'lllida ,·cl oJ·mada a Allcmanha, seu
OJ·ça menJ o navol do 1900. nl hu• ia ' li ca mcnte ,·otad pela J'e. pcc ti,·a
As ·cmbl ~:t Na ionn l. con ·ign:)l·a •cin co bilhõe de maJ·co pa1·a o rc ,·i-
;.ror:lmenlo da e· qu<Jd ra, ou cjam, a cambio pa1·. em n o, ~:t mo · da, c(:1· a
de TH ES Mll.II ÕJ.: ' IIE CO:>T05 IH: ll l:: l ~
(:?) Nossa p1·imilim csqu3dra co1i1 punha-sc dos ·cguint c nav io · : Nüo
Ped,.o L.•. ('O lll 7•1 ·anhõc : f1·aga1a Ypi i'Ctnga, com 5·1; co rveta Libe-
I'Cti e M aria da Glol'ia , e ta com 32 c aquclla com 20 : b1·igue Gua ranv .
com •I'•: c brigue-c cu11:1 Real Pedro.
In ufficien1c; como era. u·a tou·~c de pl'Ol11 1HO da acqui!'i\ilO de mais
2 1.
3i0 :'\ O SSA P .\Til L\

sob certo ponto el e Yi:; ta, 11 111 ex n;ilo ma1 ou mcflos


naci onnlisnd o, ni\ o l' Oni :IY<t lnos 11111 :1 mnrinlw el e guerra
propriam ent e brnzilci 1·a t:• l<.nin, que ,.,.a no: , el e Po J·tugnl.
_'ún ~i:dtrtlll"' 1:1.1 c-l tcfe, um Alrni-
ra nlr- : '!.' II L'te:sid- ri . el o. momento
lúi·;,,:, ]1;: ~·al -•1 ''"_\] mira nte CoclHane,
iJ;g-'• .:. q:H' J•llsso't n .-.:c,·,·ir no a cau-
.·,,., lc ;J:ln j<l .'-cl'\ idu a do I rú e a elo
t:hilc. !':C>nH· prt's t i~· i o. o, Yelho ma1·i-
nh ÍI'O l'ilhcrtn rl c lour , 1· levante;;
l'ri r: Jnt .'t•us '-L' !'\ i<:ns na improvisada
~l :u·qu cz do ~t a ,·an l dlo.
.\ rn 1:Hia ilra zi lc i1·:l. 'f ' y o titulo de
1110 l'ql/f',7 do Jlo 1'(111 /zâo.
b: a id éa d 'c . c Letnpn L1·az - 11o. " llH' Iil Oria uma comrno-
'" nle ccremonia I'Cn li znda c·111 l.nnd t·cs, m Junho de
·JQl}l.
Chegando á l nglalel'l'a o n ·ouraçndo brazil iro FLÇJ-
riww , que Yi ajaYu em ,- i s il:~ d Cl1111p1·in1 enlo a clive1·sas
nações européa., a ccJ illnli ' :lo de ol'li ('. inc · qu e foi d g1·ande
<.1pi ta l resolveu, por ini cia tiva el o \l ini ~ lro brazi lciro alli,
l 1·. J oaquim Nnbu co, p1·e. lar um a ignili cal iYa homena-
gem ó mcmo1·i n el no.-: o prim iro .\l mi ran le, cujo corpo
se acha no chüo ri uma elas naYe dn im ponente Abbadia
el e \ Vc:lmin ·ter, · ob um ma 1·m 1· t:·om in · Tipções rela-
tiva · aos titul o c mcritos do Ya lcntc marinhei1·o, lendo
nos q ~ra lt·o cantos a · armas do Brazil , do Chile, do Pet·ú
c da Grecia , paize · a uj a · in dcpe ncl encia p1·c l<Üa va-
lio:o auxi li o.
Pa1·a n circum ·tancia, cl ecO I'O u- se o tumul o com a ban-
dei ra brazilci1·a e I'IÕI' . c pnln1a · com a· côre. nncionaes
co ng1·cgancl o-se em tom o numc'1·o ·a e sclecla a : i lencia,
de que faziam parte descendente · el e Lo1·l .och1·aüc,

navios, abr·indo-se, por inspim~[w do Mini tro d:t Fazenda, ?.lartim


Fr-n.ncisco Ribeiro de And1·ade, uma subscripçúo naciona l, que pt•oduziu
~cc llcnlcs re~u llados, c hegando ao Hio do Jan eiro dinheiro de loda a
• do Brar.1l.
U EF E:-;.\ .:>:,\ : I O.:>:,\L : EX · lt CITO E ARi\I ADA 371

repr selll,lnlcs do Go,· r11o B1·i Lnn ni ·o cjla nlln :ociedncle


in gl za , o pcs"oal ri a L gaçii o 13 razileira, ,o ( :npilüo el e !\lar
e Guerra Tl ue: de !Ja · ll ni·, Comma nda nle lo Flor icuw e
1·esp cl iva Cfiii:In is.-;i.o, o ( :ons ul do, Brnzi l, o Delegado elo
Tl 1 ~Ot'l'•' r'IIl !.IJllclrcs !.!Tand c nu mero de b1·azileiros .
Gum·J,t \'H u tiiill U lo u 1~~ co n lin gcn Le de vi n Le mar in hei-
ros, cc.JlJ IJl<ti. rl:trl os peln 2. Tcn nle .\ da lbcrlo Nune:::,
0

llomcnagc nl do B1·azil a l.or<l Coeh r:lnc .

encl o es a a p1·imcira vez qu e c viu uma ro,·ça exlran -


geirn no I·ecinto da Abbadia , onde se acham os -arco-
ph ago. dos H.ci c grand e homcn. ela Inglnterrn.
Ahi , depositada sobre a lapida por um ma1·inheiro, de
joclltos, clua fonnosa · CO I'àas ele llàre , o Dr. J oaquim
Nabu co, muito com movido, J)I'Onunciou a seo·uintcs pala-
Ha · : - <• D ep o itamo e Las j ló1'e I W tam:uLo de Lorcl
Cochrane em nome da Nlal'inlw e ela i\açclo Bra;;iLeim,
a ct~ja Indep eadencia e unidade elle prestou incom-
pal'aoet's serviço . '>
Depoi_ dn - dcYid<1' · conli ncnt'i as mi liln r e pela força
naval, o •cn I';tl in g-l ez L ord f Junclnnalc.J, n lo de Lo1·d
Coclwan ~ , mo ·ionncl o, r cspont!1''' :

- « Ent nom e da J(t mi/i., rf,, 1111'" aoo, og ,·adeço á


111a.!'inlw B1·o :;ileil'o e a() ; 'oco fl l'(l :if,•i,·o e.·te tribnto
de respeito á ua lll ei!UJ/'1(1. ))

Ajoclhnnd o-.· ', enleie, Gf iJ J,\I'i lllll'il'i)'', il YOZ de com-


mando. el o T n •nl c ~un e;;, in:ii.Ir<IIIH10 " lod o os nssis-
len te , ao. ·h o ri o I 1 y1 n11o bi'<tl.i ki I'o , q uc pl'OI'ompcu
mageslosu c• "olemn do ·pndN . 1J ur gúo dil :\bba dia.
T el'lliinnc.Ja a c r cmonin, llli\n ifc. l oti I " rd D undonald o
desej o cl pa. s;u em rc Yi la a jJ L' [ Ut Illl for ça 11aval ,
depoi s el o qu e o \ ·l ini Lro brazi l i1·n, 111 r . pos ta· ás pala-
VI'a · elo Gene1·al in gl ez, dii·[g iu ao." ofli ciaç. c praças um
b1·eve ma.c; cloqLLenle di curso, pond o em r elevo a impor-
Lancia e n solcmnidacl c d'nqu ·! la Jiomcn;1 gem , que foi
comm ent acln p la imp1·c n: a in gl za m iii lo li snn gciramente
parn o B rnzil.

A bandoii';l bmzfl eira, na põpn d Ulll nnvi o de cruel'l'3,


já tremuhit·a , como v i Lc no cnp. 1\', em aguns curopéa ,
conduzida pela nudn cin de Jo;} o TG~· I o r.
Apre. ·enl;ím ol-n, cl epoi. I em mis úo de paz, ns nações
amigas. E a!ti ~n nd e. mnis uma f'un c~ ú o especial da Ar-
madn: l eva r o nuri-ve1·de pavilhã o, em cleli cndas visi tas de
cortezia , poi·taclor a, muit a.· Yez s, d - mi sõ · dipl omalicas_.
Po1· cnusas e peciaes, clil'fei'Cnl . v ze , 1 eq ueno: navios
el e rru erl'[l brazil eir·os sul cai'l)m as nguas dn fa ce occiden-
lal da Am CI:ica ~ l eridi o nnl e d al gun - portos da Elll'opn .
EnLI'C ouLI'OS, a co 1·veta Bahiana , em ·J853, so b o com-.
" ntlo do então Capilã o el e l\far c Guei'I'a Francisco
~el Rrti't·oso, em visila a po•·tos elo P er·ú e elo Chilé.
I I
DE I' E:-i.\ :'li t\ L' IO:\A I. : EXEH CI TO E AH~1 AO A :Jn
P r·c~,; i s;l\'<l lll O 'i , (' llli'Clanlo, l'az 1-a c nlt cida no munuo:
l'ez a pr im ci rQ \'Í :tg m rl e cir· ·um nnYcgaçüo em '18/H,
a corv ta l 'iuot rle OlivPira, ujo nom e 1· lcmbr·nva o
do br~w o L·cn rlnwml anle do en ·ou r·a çad o Rio de Janeil·o,
s uhnr · r ·~ idn l'or· 1<1:1 tor·1cdn, no L Jtu·a····uay, d ca nle da for-
taleza de· ('111'11:··, _
Co mn l.r llll<tY:~ a \'ir·tol r/e 0/iveiNt o cnLJ o Capitüo el e
Fr::tgnta .l tllio t •• •-;:u · el e :'-1nr·o11l 1a , um dos
hrnvo. rh !.'llt ,.,.,, elo Parngua v ltoj
Yi ce -.\l mi r: tl·l·ll' o ex- ;\ l ini tro d~1 , :\[n ri-
llh a ('l 91J~i - 1 01) li ) .
l nr·ti ncl o d() l~ in de Jall<'i r , a trnve..::sou
n Occan .\ tl:1nlico n t · Li,.IJõa, em Pnr-
tugn l , c1 • nncl c cle..::ccu pnra enL1·a 1· 110
e." tr· it o de C ib, ·rrllal' , c•n trc a H e. pilnlta
IJ<l Eurrrpn, n '(b ( <t :.: ]J ienlri onnl da Julio de tl'oronha.
A f'ri c;:t; p<> r co rTcu o ma 1· J1!edilel'l'Wi eo,
l oca nd o m di f'!' •r ent es poi'Lo::;, ao ·ui da Eu;·opn, diri-
g indo- ·e n }Jo ,·fo Said , na boc ·a elo canal cl Sue.~,
que al r:tvt·~.:;o u, pc n •Lra ndo no mar l e,·mellw, enlre n
co ·ta ori c nlal la A fri co c n occicl onlal cln \ ia , vi -- il an-
clo pQI'Lo:.: ; LI'::Jnspôz o c~ treito do Bab,-el- ~1/a ndeb, exlre-
mi cladc ."111 d'nq ucll o mnr, c entrou no Q~.;ea no In dico,
ao ·ui ela .\ si a, mwognndo n os maro · d Oman c cl R en -
_qala ; l r an pôz o .'LI' ilo d · ~IJa.Law, qu e. -pa 1·a o ex-
t remo m oricli onnl da .\ , ia da mni,. occidc nlnl ·~n s gr anel .-.: .
ilh a,. da Oceanin, o subiu o mGI' dG China, por en l r e <1
co ·la o1·ienln l da A iG o o granel at· hipcla ..·o da Plrilip-
pina , na Oc an ia, em rum o G Nayaualri c Yolcoama ,.
no f m1 1·io do JGpuo ; cl'ahi ence lou n longa L1·ave ·sia
entro n .\ . ia c n Am c1'i ·a , pelo Oceano Pacijico, apor-
lan clo em ·. ,F,·cutêi co da Calij'ol'nia, no::; Klaclo - Uni-
d o -· da .\ meri en do No1·Lo, l e onde d ccu, co ·teanclo n
fa c occidontnl dn \ mo1·ica, até di ffei'Cn les pol'los do Pe1·ú
0 do Chil e, diri gindo- . e, em so;;·uida , ao ca nne:s ela P ato-
{JOllia, j t\ na extremidade ui ela Amcri ca M eridi onnl ,
w

~W
I lQIIJ-r-:~
.........

~-~tnr-Bati__ -'+-', -:::_ ':\...


-:::::::::::::=
I =-=-..,~~--"=~- - c=-1( ~

:;..:
c
lj)
U!
>
v
>
~
>

:rrtt --~--- -1'8 ~--~*==.;"

lloluiro •lu vingcon •lu c ircumnavct;u\'1\o da cu•·vcla l'icltll ti.: Ulivcira,


. DEFE. '.\ :":ACJO );AL : E.XEH T f O E ,\ nM.-\ DA 375

dobrand o-a , Jl<l ra v l v ,. ao Oc:cano .\llanlico , ·ubindo


até ao ·~ Lu ar i o do rio da Pt·ata, em Hontevid~o , de ond e
:c r eco! h cu ao ' razi I, no R io de Joneil•o ('I ).
N ov ;ulno.<: •lepni. , em 1888, fcz-.. c a segun da viagem
de ci r · ttll tl H:Yq~a ç üo , no cruza dor .r1/nú -
t'ante Jlw·t·o.,o, t<t mbem l o conslru c:çüo n;l- ~
ci\i onal , ~ui~ o <"•l?ll m a n do ~l o cnlü o Cnp il;\o de . ~ .-"
•1::l i' 1
{ •LI r :·:1 ( :u:- lo(; IO Jo-é I ~[ e!J n, -
aqu ellc lllC.-;I ti :; qu já fi n·uni ra bri lhnnl - ""'~~
menl • Itn ,-\"liL'IT:t el o F\1rnr;·uay , fallecc n lo ,i á ~
em ·J \.JOI, 110 pos lo ele Cnnlr'.\l mi rnn le, lend o c11 , 1,,dio de .\l ello.
icl.o ~l i11i s l ru da ll l nrinh a , el e ·J 9 1 a ·J 93 (2) .
A o Alurit·unl r• But•t·oso , por ém , que ulctin1 o.s nl ai·es
do mundo, < '~ I;IY:t r , crvacl o um 11·i ·te cl es lino, 111 ouli't"\
<'O inmissüo ela mcc;ma na tureza. ob
o n vo c:o mmand o do en lüo Capitão
<k i\l ar c Gue1·ra, hoj e :onl,·'A1mi-
ranle, Joaqu im i\•! arques Baptista L eüo,
qu e 'fi gurára , lambem , brilhnntemenle
("
na o·uciTil do Para gu n~' · pa l'liu , em '1892,
' pn 1·n oulrn viagem em L01'110 do mundo ...
Appr·oximacl o elo porlo de Sue:, no
Egypto, :\fl'ica, ao enl1·ar P!'Op i·i amenle
,\I O!'QtiCS J.c ;io.
no mnr Tet·mellw , naufragou , submei'-
gind o- ·e, hnYendo lempO, f lizmenle, pru·a a(V[I I'-Se a
g·uai'I] içüo m ua qua i lolalidncl e (3).
\ cLunlm enLe, süo e lo o · n:wi o: compon enl s ele no sa
E C(Uildra :
( l) Entre parada nos po rtos c navcga\.ão,' gas tou a Victccl de Olioeit•ct
n'c a viagem um anno c dois mczcs, 19 de i'(ovcmbro de 1 70 ao começo
de Fevereiro de l l.
(:!.) O Almirccllte BcU'ro o ga · tou n'cs a viagem um anno c nove mezes,
27 de O utubro de 1888 a 29 de J ulho de 1890.
- (::lJ N:tuft·agou em 2l de i\ Ja io de l8\i3, na. praia l.eiti, estreito de Jctbat,
a 120 mi lhas ao s ul do pOt' lO de Suc:s. A g uarni\ úO co mpunha-se de 317
homcn , dos qunes pereceu apena s um aj uda nte de mach inista. A um
no vo navio de gucna foi dado, mais uma vez, o nome do glorioso Ycn-
dor da batalha de Riachuclo.
3i6 N O ~~ ..\ 1' .\'I'HI.\

E:\cn RAI.:.\ nos o E E='QU.\ !ll1 . \fino Gef'aes,


S. l'a ulo Rio le Janei, ·o, de Yinl llli l lonelnd a os
d ois pri m i ro.. e L1·in ta mi l o 1lilimo :
E:\COU I: .\ ~ .11)0=' c .\11 i1.\ -cc:-;n-.. . - F/1,, ·iano e Deodo f'o
(qtl:lll·n mil c cluzcnla s lone-
l l:lf~:t-- ,·arl<l um):

~ .J~-- . ~ .. . . . ,,
{ :l:l'Z.\D.) J:t,;; , -
l'rlill(ll! fitll 'i;

.?r'f'u/;/ir·rt (:n il
(Ir
BOI ' /'0

cimenta ),
mil);
o

I
·I Ti1 11rlent1'S (oiloccn la ·);
\J o. ITOI:Es FL U\'1.\ E • . -
f JI' I ' II (fllliJW.;O C \IÜII'allhào ,'
Gncz.AD O II E~ TOnl EDE I Ro.· . - Tamoyo . ]únbyl 'a, Tupy,-
ScouT~ (Yapo rc. de XJ JIOI':lÇ;io , _ lllii i'Ch a mui Lo rnpida) . •
- Rio GNtnde do Sul , B olu'o , Ceol'ú ,·
T o RPED E inos . - Goya::;, J'r>rli'O -~VTo11so, P Niro Ivo,
B ento Gon r;al ue., s·ilcodo,
Sabino 1'iei 1· a , C l6SLauo
Sam.po io ,-
\ YI SOs . - F a nanrlc. l 'ici-
l 'a , Vido / de 'l e[J''eil·o ,
Tejje, T ocrmtill , Ju tohy, -::-·.
Cano néa, Co 1'ioca, C'amoc int, . ·... ._.....
i n iciodoro ; C1Ç3-torpcdciro • T íalllO)'O n.

Coi\'·MH -TOR I EoEmos . - Pa-


râ, 1ma:.ona , } Jiáuhy, Rio GNuulf' do ~'o ,·te , · C/':_
fJtjJe, A lagàas, Pa,·cuz á , S
. anta Cotho,·ilw , ~1afto G,·osso,
}Jaa hyúo . ·
C.\ i\' II ONE I R AS FLU\'L\ E- . - A c,·e, ~!fi õe , A map á ,
.f!li' (l(Í ,·

CnuzAo ORESESCÓLA . . - B enjami n Constant, P 1·imeiro


de ~1ru·ço ,
Guw·a mpes , Carcwe Llas, Taman daN (encpu-
l'a('ado) , R iachuelo (encom açado) ;
DEr-E." .\ ~A 10 :\ AI. : E.'\EH CIT O E i\Ri\IA DA 377

TH .\ :-<~P0 11T1·:,.,. - .A ndrocla, Commandante Freitas,


Jog uarâo, \ "olu!I WI"io, Lima D uol'te, CarLos Gomes,
A n to11 io .}ur/ u :

1. Bi\I'I'•J<,O. - :!. G•)m ·nsoro. - :; . .\ bl'l'll. - · l . .J. P in to .


!.i. G:u·(·i11t10. -0. II•JI\hooltz - i . Bouifa··io cl.., Sant'.\ nna. - S. Elisi~u·io llnrUosa .
!l. ,11 ~•·cd o Coi mbr~ - 10. \ 1vat·v d • Ca n·a1h o. - 11. Th co to 11 io de ll t·i to .

I fY ATr-: . - Silva Jardim , cl cslinnd o tis vi. iln s mnr·ilimas


~.. do I r·c id enle da H.epublicn .
.omo oiL · 1"Yae , no ·so naYiO de guel'l'tt são, ger·al -

• I
378 NO "A P .\THI.\

m ente, el e ignarlo - jlOI" 11 0lll C' dr C< llljl:i tt·iol tl illu tr·es, OU
po1· d enom inn ç:õe qu rcl\'m lmtn t g l"an I s ncontccimentos
de no. a hi storitl . .\! ;.;·un s ~·-w, 111 sm o, d e t;t! si::;·nificação
e import ancin parn t1 .\ t·tn<lfl;\, qtte fi cnra rn g-t·a Yndos em
mai de Um nUYÍO d e g"\I C'J':·n l' p;t,;S;llll <I OUII"O nOYOS,
quand o, por qunlqn r tt to!ÍY< •, us nntig-os e inutilisnm .
E' a ·sim que, po t· c• xrmi'l <, , lcllln" uttt enco u raçado Ria-
ch uelo; e Lend o nau l'l"a1;·a d o, enttll' Yo .~ d i s s '•m o~ , o cru-
zaclot· Almirante Ho t·t·oso, 11111 nr•Yo cruza lo t· r cebeu a
me ma clen o mina ~ J o . .\ t·az:-tu L' que H.irt dw elo B ar1'oso
rcl cmbram in esqu e ·i y •is t'l•iln.;; t•tn llll'-"'' :11"ll1:1cl n : aba-
taLha de R iaC/wr>lo, :10 lt' lltpll da f.!.tll' tTa do P ara guny
em H de Ju n ho d I ~GG , a tll;tio r hn tal ltn n;wal travada
em agua · da .\ mc ri ca do ~ ui r o nd e ~t·i n lotnn ram pal'le
encourn ç::tdo: , mns. tlJ• tta s. ttn Yios de mncl irn c a bt·:-t -
vura das guarni ·ô s dos cn mtll<lt tdnnlcs qu e ,·ed es na
,_,.,·n.vut·n , gu ind o · pelo cltdr d • diYisiio h ·an ·i sco Mnnoel
Barro o ( 1).
N oti ciando o lt·ilh anle fcil o no \"i cc - .\ l mirante ·\"i sconde
d e Tnmnnclar · , d izia BntTO. o : « N aoji:.emo tu lo quanto
desejaoamos, n 1((S JL~r>mo tudo qua11to podiamo . >>
E, descr evend o n· acçüo, a:sim e r el"er c ti cl -ci: iYa e
n uclnciosa i lltet·Y ençüo cln t'rn ~··n La A ma~~ona :

" ... N'esta desci da con LI'a o inimigo e n call. ou, infe li1.m e nte, o
Jequitinhonha , ond e o Ch e fe S c un d in o Go men so r o tinha sua
insig nia. .
A pouca la,·g ut'a do c a n al 11'aqu c ll e ponto nií o me pet·.mitLia

(!) N' ssa g l'andc lu c ta toma.r·am pal'te o. seguintes na Yios bl'azilciros:


- llma;;o nas, Pw·neth!)ÚCt, J\lecu•,:m, l [J<trttemy, 13eúe,•iúe, Ypi,•cm[Ja.
i\rar;uw·!), 13elmonte, .Jequitinhonhrt , l'e pectiYamente commandados
pelos seguintes offi eiacs : - Capitão de Fl'agata Theo toni o de Bri~o,
apit:"•o Ten ente Aul'elio Gat·cindo Fcmandes de Sá, 1• T nen te Elysut-
l'io José Barbo a, t• T enente Ju tino J o. é de Macedo oi mbra, C:lpi-
ttLO Tenente Bo nifa cio J oaq uim de 'anL \ nna t• T enente AlYaro Au:
gust'). de· arva.lho, 1• T ene nte Antonio Luiz YO~ Hoonholtz (mais tnl'de,
Bal'fto de T effé). t• Tenente Joaquim F1·ancisco de A breu. Capitfto Tenente
Joaquim J osé Pin to. ·
DEFE. ' A NA '10:-IAL : EXERCITO E r\Ri\'L\DA :Ji\)

faz e •· as evo luçõ s com a p•· · · te za d esejave l ; porém , tendo e u a.


bo•·d o o pdtl• co Be •· na •·din o Gustavino, qu e l•a d ez anno e tú ao
:se••vi ço no ~o q ue s e pó de c hamar o c he fe d os praticos, su l i
com a •·csol wJLO fi•·m c d e a ca ba r de um a ve z co m a esquadra
parag ua.1·a , o qu c u te •·ia co n. cg uido c q ua tro d e -e us vapo•·e s ,
• q ue e ta1•a m m a i-< :~ c ima, n üo tive:sem fug ido.
As:si u1 pu l a pr··,a ob r·e o prim e i•·o, q ue m ais proximo me
fi c ava , c co m tal impeLo qu e o inu tili ei co mpl e tam e n te, fi ca ndo
de agu a ah<: rta e i ndo po uc o d pois ao fund o.
S egu i a me ·•11a ''' an o bra c ont•·a o segu nd o, 1u e e ra o ~l/arque<>
de O / i n da {I J, e con tr:J o te •·ceiro, q ue e ra o Salto , c a todos
c ll es inu til1 ·o i.
O qu a •·to vnpo r co nt1·a o qual a i' I'em e ss ei , o I a rag uay·, I'ece-
be u tal •·omho n co la do c c alde iras que fo i e nc alhar e m uma
ilha e m fr n te, pa •·a a qual i'u!.(iu .. ua ge nte , aband o nando-o.
Em s e, uim c n to, aproei a um a das batc •·ias flu c tuant e que foi
. logo a piq u co m o c hoqu e c um tiro.
T odas c:s ta rn a nob ,·as fó •·am fe itas pe la Ama~on Cts d e baixo do
mai · v ivo fogo, qu e r do navios e ch ata , qu e •· da bateria e
m o. queta•· in. de tc •Tn. !\ minh a in te uçiio c •·a d es LI'U ÍI' po•· esta
fó•·ma toda a c s q uad •·a pa•·ng uaya, an tes que e ri ca lha · se mo:s em ·
mo vime11lo d u bida c de ·c icia. Mas o · quat•·o •·estante , 1·e ndo
a minh a man ob 1·a c •·esolu ç üo de ap ,·o·ai -os a todos, tent a1·am
fu gi r r io a i ma.
Conclu ída c ·ta faina pe la q uatro l• o •·as da tard e t•·a te i de
toma •· a · IJ ata " , a - qua e s •·am logo a ba nd onada · a - s im q ue e u
d'e ll a . me · appro xim ava, saltando ua - g uarnições ao •·io e
fu .-..ind o a nado par·a te•· m, q ue es tava proxima. ·
A /J elmo nte •·ecebe u t aes rombos a baixo do I u me d'ag ua, que
te ve de e ncalha•· para nã o ir a pique ! Já estou tmtando d os p•·i-
m e il'vS c on ce r·tos n eces. a •' io- . Infe li zm c n le o J eQuitinh onha
fi co u enca ll, a d o em Ioga•· o nd da bate•·ia de te rra e lh e fazi a.
vivo fogo, qu e foi COI' l'e · po ndid o.
S ó ao pô l' d o so l diminuiu o rogo , talve z po •· te •·em a cabado a -
mun içõe s d o irtim ig o. "

N "e ·.e m mol'avel feito, nos o· ni'\vio co nqui::.l;nnm


immal'ce ivei loui'OS · pal'n a r\rmndn B1·azil i1·n, e a
1·e peito diz muil o bem i\[nll o o :vlnin , em un Liçõr'<; de
R i to1'ia do Bt'a..~il :

{1) ' apo•· brazileiro apri ionado, em Assrunp.;<io, pelo Dictadu•· do


Paraguay, antes ~a declaração de guerra.
3 o :'\ 0. ' A PATHIA

" A a b01' d age m da J>a,.nah!Júa po 1' t1·es 1·a po ,·cs pa rag uayos , a
I'Cs i ten t:iá intre pida el o J equitinh o nhn , encall ,aclo d e baixo da
b ate r ia in imiga I'cpe ll indo I'Ú J' i ;~ .· a bo1·dagcn ·, a impass ibilidade
h ,.·o ic:l d o o m mandant e A hl't•n , ah·anclo a JJelmonle de fogo
n a cobe rta c d e i 1· a fu n d o p01' cau~a d o: l'o mbos na linha de
flu c tu ac;i:io, o d e nodo co m q u • lodo s os 1W1·io, c suas g ua l'lli ções
·o m bate m n· se m moJ'a l· •I di a , >'ÜO outros ta n tos (,it ulos de
gloria i11JI11 0I' I'ed o u1'a pa1'a o" .\ n:w ·~ J c n os:;a :\[a r inha ."

F:1ll cmos dn l )ar nrtf,y/;(1, cujo lom bnrli lll o foi sce nn1·io
d e vci·dncl ei rn rn sg·os d ltcrnismn .
En ~alh:1n cl o, depois d e l·1· lu clnrlo Glta1wira , é nbordadn
pel oi': va por s pn1·aguayos Trrquw'!I P ru ·arpwy e alto.
T1·n Y:l -~ c en l<'i o u1 nn I u cl:l ri c gi ga n Lc: ·o ,n a forças
inimi g-:1!', qu e a i nY::ld cm JH'ln p!·,pa .
M OI'J' Jm , .enlr oulrns , g·lori n:n mcnle, d efend end o a
bRn clcirn nn ·ion:<l que os pa r;1 gu:1yos in lcnlavam fnze1·
cl c ·c r d o re i'CC'-
Ii,·o mn ·L,·o, os
brn ,·o. ( :apil <'i o el e
i n fa n I a r i a L edro
:\ ff'on. o Gua ,·cl'l.-
~ l ::lrin kl. 1J·ee n-
h;d g·lt , qu · u ~.;-
cumbc a LeJTivci.·
culil ndn · .em a-
r.,., .,·u h:d;..-11 band onar a ad ri- .\1 ~~ rci li o Dias.
çn .
\l:tJ· ·i lio Vin s, o lrioso mari nh eiro qu e lin ha ob sua
;:)Ut11'cln 11m el o. canhõe · do nav io, co mbaLe he1·oi ca mente
CO JJlrn qua11·o inimigo , ·on · ;:;·uind embo1·a d e fazei·-
se d doi s, cóe mod o, lin almenle, crivado el e feJ·i clas, no
po lo el e honra junLo :i peça qu e_gunr laYa!
\ n·uarni ção da PW'!Whyba , a de I cilo de Lanta' bl·a-
\'Ui'U , nü o podci·ia ccrlam enle, exlenuada , I' sisLi1· n onda
inimi g-n , que se avol um;nn .
0
1·oj eda en lão o vnle11Le Co mmandnnle \Í.tl'elio Ga l'-
DE I'E. A !'\A l UN Ar~ : EXER CITO E ARMAD A 3$ [

cind o, de ;1 '(;U I'rl o co n1 o lm mecl ialo P llilippe Hod l'i rrue.


.hnve_, e1n d .sespc i'O el e cau,.;n , l'<~zC I' voar em peda ço ·
·eu na Yi o, d e pl'cl'e l' ncia a enll'cgal - o no inimi go.
He ·ol vc-:c law:al' f' ,,.o ao paiól d a po! Yot·a.
« .\ or·lcm •>, d iz u m h i ·Lol'iadol', « Yae .c t· um pt·ida ,
e pal'n ex ·utn l - n segue v: dot·o:a menle o ol'li cial Co rrêa
dn ~6 i i Y ;1 . N ' c;,;c Jnomcn lo lCtTi,·el , qu e se app roxima
t'<lJ)I(IO, c Ctll que n cxpl o,.;;'i () va e pàt· tcl'm O <l O .san oTenlo
conl'li d o tt 'nquc ll e na Yi o, I' d uzi ncl o lud o a m igalk\., en-
vol v 1 d o c',.;sa cxplosün Ctlt ·c us bl'n ço.s de JnOI'le c xler-
JOinio lah·cz os l i'C Yaso 1111m igo ·, ou ,· m - sc áva 'ü
Nação l il'azikil'a, ao l 1npe1·a lo l', no Chefe 13a iTO' O e ao
.\lmiranlc '.l'a111 <1 1Hb 1·é.
'oiT .,a el e\ ,' i l v;i . att ·nt o, ' ·la(;a ao ouYi r aq uelle.s viva ;
c, co tn I'Gzüo, aCI'CcliLa que el e ·pon la u ma ituação melh ot·
e q u , a. si1 n, ltc'io j a prcci ' o Lei' log:H a medonha c
n-Jori o n ca t·:Jsi i'OJlh C. Com rr i lo, clla é" d es nece sari a.
O navio chcl'c - a 1-l nw .~ono. - n L1·etid o em balet· os
canh õc: d e B t · u ~·ucz c a mclrnllt::u· nin da al g·un ' de no· o.
inimi gos, pore bc p OI' c nl.t·c o cl c n o fu mo da ha lall w a
abord ag m el a J )arnahyba c, n Uío, a,·a nç-a a toda ·a
forÇa em d il'ccção ao ' i nimi g·o que ::t ab r·dam ; e O' no::;:o
bravos, que o co m ba tem, pt·e te a dc..:appa rccer·ern na
expi o áo, avista m ::t p rol CÇ'UO provid ncia l , q ue ·c appt·o-
xima, c cr cru m a Jll ll e Yi vá . N as n;:;·ua · ela A ma:;onas
nnv ga m a B eLmon te a lvf.ecu' Ún. N ô.s ·o-- ma rinh eiros
c olclad o faz m u m e for·ço up r·c mo, e ü m achadinha,
ü po nta c! baioneln c c! sabr ca l'regam obre os adver-
: a t·io , q ue, a eu Lu m o, notam a J·apicla appl'Oximação
de no ·o · Yal c n le 'v a ·o · d c gu J·r·a ('1 ). ~
Efl'ecli v a mente, a heroica A uut..~o,ws in Yes lc co nlm o
mrmi "Q, c B a rTO o, j á eob rl.o el e glor·ia.s, d slroÇ'a os

•. (I) Coronel J osé Bet·n:.rd ino Rorm:1nn- I-listo ,•ict da g ttel'l'(t-do Pw·a-
quay.
3 2 NOS. "A PATI'l.IA

THwi o. pn rn g u n~·o.s e libcr ln a l)r,·nohyba, que, dc.·encn -


lhando lomn ain la acliYa J•<trlc na Ju cta .
t= R iocllllelo niio é só 11 111 ;tl l e~tadn de audaci o.~ a bm-
- yut·n l c no,::. n Armnda ; ;, tanthcm . uma cloq uente pagina .
de cordu rn c mag-nani mi dadl' do c:u·acl 1· b rnzil eiro. O
j oYen co mm andnn le d Al'a:.J"U'"iJ, pnr exemplo, Anto nio
Luiz H oo nh olt z, q11 c ini ci u a l;l\ lllJl ~ nha do P:nagua ~r
co mo 2° T enen te . rl c pt·omnl.<in em p ro moç:'io, te rm~wu
no posto de cGpi tün l c !"t·a:-\·n ta, te mnn dn pa r to em vin lc e
d ois co mbat e.-: , H oo nll ol lz, ill'.ÍL' ;tlm i ran lc t·e for mado e
banlo el e T cl"fé, hatru-."<' como um !IC'rúe . l ~ m dado mo-
m ento .. ent e- s co mo pri sionci n1 Cl il re a::; l"o l"le balet·i<l ·
do Hiachu clo u1n ban co r x i,..:l<'nlc no ri o. Cct·cam - no
lt·c~ nnYio;.: ini1ni ~cl .'-': ma:; I Io nlwl lz o,.: l"nz r u ·unt·, con e-
o·uind o aindn .·ahir dn di l'l i ·i! posiç:iio em qu .·c :tehaYa .
.\qu el k gTand COI"n(;úo, c nlrl'l:tiJ IO. IIÚ O continha ape-
na._ o scntim ·nlo na tural ela d sl'c ITa; n ll i, lambem, pul-
: s~wa a I l1<1~nanimidacl c brazil cit·a . Scr11 d isLrahi r a aLlen-
~ü o do comm:1IHio c da a ·ç::\ o, IGnc:n a t·io, pO I' uns
j)I'Opri as m:'i os, cabo · . n l vnd orr,; nos in im i o·o , d eba tendo-
se em l u ·tn contra a i mpCLit O:a COITcnl eza!

Enlr ·' oult·as l;u n ·id craçõ ·obr e a nolaYcl ba talha ,
a ·sim ~ e p t·on un ciou \li ni. lt·o dn i\l arinh a ele então,
F1·an ci ··o el e I au ln ela ih· i ra L obo, no relator·io do
anno d , 1866:
• O· bc ll os fe ito.· de n o.-~ a ma 1•i nl n1. 1·ea lçam pela a ppi·ovação
in s us pe ita da · g 1'and c:s potc nc ias.
O com bat de l{i ac hu e lo, acto de bravu 1'a, ou:ad ia e intelli-
ge n cia de u ~n c h e fe ve ne tav e l, e de a.l;:; un s jove ns co m m andante~,
m e r·ece u des c i' i pçiio minu c iosa c a C I' i tica p1·ofi s ' iona I ~ os PI'I-
me iros jol'llaes da.l Bu1'opa. J á.mai:s se vi1'a, desd e o e mp1•ego do
vapo1' nas e volu ções nava cs (e e m t ll eatro tão singulai'), esquad1·a
contra. e ·quadi'::t di sputando a vi c loi' ia .
Foi um fa cto nos annaes da marinha a vapo 1', que vei u mos-
LI'ai' em gra nd e o magnífi co q uad ro · do desejado co nflicto, q ue-
até então ape nas se dé ra em pelejas parciaes, se m I'ésolvei' defi-
DEF I~. · .\ :\A CI O:\ .\ L : EXER 'IT E A R :VIA DA 383

n iti,·amentc a quc!itiio. Ti v 1110 · a oppo t· tunidad c de r e ·ol ve l-a .


a cc i ta n do o co m ba Le d e mu i to · vapo res 11). O e xemplo dad o
sen·e h oje de tlie1 na a n o va a pt·e ·ia ç ·es , prete nd e - se 1u c
muito ,·a le.; 11 ;1 a tt e da g uc r 1'<1. ·
Nü o II OU\' · 1110 11i •o r·c s n' s te m e m o1';1ve l co m ba le : mas o g e ni o
milita r do no ~~ o 1'l 1cfe s u p lll'iu a d c fi c i ncia , faze nd o at·ie te d e
s e u propt·io lla,·io, vapo r de r·oda , e d e cal a d o s upe t·io t' a o que
c onv inl 1a Do a trc ,·ime nto das e voluçõe s . "

Ao in :"i~JH' pi nt'c l J e \ ' iclor \ 'feirell e ·, el e quem jti YO ·


l emo.· ll!o,..Lradl! ou lrn." h lia. co m1 o.:i çõ :s, cl eYemo.
n gran diosa lc·la . repr c•;;e n ln ncl o ju lam ente o mom ento
da bntnlhn l'IIJ !Jll l' a A IIWZO IIO , cl cpoi d h;nei· mcLLicl o

' .

13:'\lalha llí\\' td de Hiachuclo.

a piqu e cl11 i - nuYios pai·ng·twyo., um el o quncs c vê,


su iJm cr gi ndo- - , no pri moi ro pbno á cl i I' i la , cia á ré,
. para i1· occo J:J'CJ' a P al'nohyba , lend o no tais da,. J•o·a
o i :··nal - « ·u. tentw· o .fogo, q ue a victol'ia é no a . »
Não é ó, porém , n'c ln obra cl'nl'le, c no enco uraçoa l o

(1) As for<;::t 1 ara .,.ua,, ·a · con tav:un de \l \'a pores , 7 batcr ~as fluctuan-
tcs, um a, ba teria de torra, corpo de fusil cit'O do oroncl Brug ucz c dua
eslati\'a de foguetes a cong ré,·c, com pt·chclidendo tudo 67 boccas de fogo
e 5.000 homcn ; ao pa so que o B1·azil di~ punha du 9 yaporcs c0m
59 bocca de fogo c 2.287 homen
3'I NOS::;A P .\TI {I.\

R iaclweLo ou no ~ ~ ·u~nd o r A L111it'WIÜ' JJw ·t·o. o que e lá


l1 oj e ma l r·i ::tli ~<ld a a lenii JI'an (;n d o inoh ·iclaYel feito

exi Lem ainda ohj C'clos d 'aqu ll c Le1npo - r-:· nui,nos r e- .


pre:enlnnl e. · das glori a d e ; ll ,d ' Ju nho, - o mastro
gr ::t ncl e ela I ·genda ria .flnw.:o11a. , po r xemplo .
.\ o .·c 1· de. mnn chacla a fra g~­
la, a l ~sct'l l a ?\T;wal , co m r espei-
toso carinh o, c por or dem offi-
cinl , r t:;O l1 1eu- a e a rm ou- a na
ilk1 da=- En:-cadas, ·i tuada nn
hal 1i a el e CLwtwÚâl'a, sendo alli
0111 cad a nn niYCI' ario ela batalha
er g uid o. o. doi. ·ig n::lC que o
in ,·i c to Ha rroso fi~ I'<.l ü e quadra
no mni s a cc. o el a lucla : - O
J3nAt. IL E~ P J,;I1.\ QU I·: C.\ I)A U~l C UM-
Hoda Mo ll.:111 • da f1·ngrtta PHA SEU I)E\'EII - U."I'ENTA)1
t1 lllfl :.(J II(I S.
O FO , Q, QUE A VI C'I'O I11A É ;\QSSA.
Ha nwi: ainda mai eloqu enl c : nti·e al gun s ouLJ'OS
pcdtl(;o. ela ill olvicl;l\·cl Ama: onas, o Mu seu el e M:uinhn
··n ru a o conclu clo i· JWOp J·iam enlo dn Yi clo ri a :a roda do
D E F E:-;.\ ~·_\ (' 1 0 :\' . \L: EXERCI TO E .\ H ~I AD . \ 3S:;

Le111 e, ;Hptt'i la tll l',., llla qu e t'oi tnrtn cj ada no. ttlú tn ctllo,

Erycourat.'illl•t rru:mdn ai nda (•J\1 ('!JI IS tl'll f'l;ft . faz ndo c x pcl'it~IICia .
ll tllfl" ( ; t'l'nt'S,
na l nr;l.at t•lrtt. d· · -..ua p ü d t•ro~ a artllll.H'I.L

impt·imi ncl o d il'ecç.üo ü t't·agaln, obedi ente á ot·cl en cl


8al't·oso . Fil;te bom a gl'aYul'a, levn nd o vos a imagina-
22
NO.. · A PATI' IA

ç:io [) li C\C JUIIhO rl c I G:í : I <II'C0C qu e . ·a roua c


move c qu ~ ··c ouY ' l ll aind a o.· <: !t os dn \ ' 0 :1. do Harào Ja
\ mazona.<: .
D' entrc a · muit a · hnm c11:\grn s f' honras tri bu tadas ·a
HaJTO." o, além ela c:; talua <J IH ' '"" .-.c r 'J'g-uida ao-ora no
Hi n d • Jan eiro, dc · laca r em0 a COIJ\1110 ·cnl manife lac:ão
promoYida po r um gTupo cl r b rn:~. i lc iros , 111 Lisl ôa .
i\a· cn a lJl l · l'C cl era os prilll ci ros cchos de vida do
in,·i cto \lmi rnnLc Bra:~. i l i r o, f oi col lncadn u 111l\ lapida com-
m om o 1·n li Ya , em J :1 nci 1·o c! • J \)!H. C 1n 00n ti n n·en Lc elo
cl·uwdor B enjomin Consro111 . 'lli C :.t• a IH\Ya fund eado
em Li8bóa, pr sLou as d eYi da .· honrn s m ilita re~ , . ob o
ommancl o d o ~·u :\i·d a-mar i n l w 1 : 1 ·a:~. Uin. ele .\ g uinr.
No. ·n e. t[LI H~lra , j ú de al g-un s :t11nns, YCnt 1:Cn::~ ·cendo
c ,·ea{ltuirin clo se u primitiYu po." to !c lwgcmonia na
\ m ri ·a do ' ul.
~ã o pod ia J ci xa 1· de 01· as, i m : o I ::;pcrlar d e Loçla8
a · c n r gia. na ·i n:ws 119 l) eazil mod r 11o 11·1o :-qu eccri a,
ccl'lam enlc, a .\r1n ::Hia. E n sim qu e a u cl o ri :~.arln , em ·J\.)06,
a consLru ·çàn, r m r ep utado. . lnl ciros in c··l zc , de múi-
to · c potentes YUSOé: d e g u rr:\ , já em 190 7, o Mini lro.
\ icc- .\l miranl ' .\1 xa11dri11o de ,\l cnca 1·, não ó amplia
a cncomm nd a 00 1110 a r efor f; a em pod t· mililat·.
Em co nscqu c n ia, ·u lca ram a agua · b 1·azil eiras, em
·J\)·lO, ::~ l é 111 c! n vo Cl'u;:;adol' , torpedeú·os e caça-.
Lo,·pedeil o , jú in ·luid o , mnis aLraz, na li. 1::~ de nos os
na Yio. de r··uc iT<t , ainda o· i' ocl cl'O ·o e n couta ~ados ele
c quadra ~1ina Ge Nte , em Maio, c . Paulo, em Ou-
Lui)l'o, conduzind o o i\lal' chal H cl'me da F n cca, eleilo
e já l'econ hecid o Pro::; icl c nl c da H cpublica, de l'eo-t·esso de
·ua Yiagem â · pt·in ci pa c · ca piLa c u I'Opéns, pa t'a assum it· o
c x el'cici o da I r·e ·id c ncia da H cpubl ica em ·J 5 de N ovemb t·o.
Em ·19 11 , eslani encol'porad o d no.sa c quaclt·a o mais
pod ct·o. o encout·açnd o, Rio de Janeil·o ('l). · -.

(1) Até Hl07 o maiot· e mais poderoso na vio de guerra que exis tia e m o
IJEFE ~. \ ~A IO~AI. : EXEH !TO E ARMADA. 3 7

om o. . en lüo, lc facto, a prim eir·a v o tcncia J1a Y:d


na r\m ri <.;a do :-\ui , in ·pir·and o r·cspcit o j ti :is po tc ncia.·
europ a ·.
E a Armada J)razi l irn não r·tmt c r a ap nu ' em
g r anel nu m ern de nn vi o.- no np r-fc i ~·o am e nt o d 'e- te ;
parall elnnwnlc, ulln c in cr cm enln .·ob o ponLo el e Yi stn
de !1Plidiics t cilni as l e c u ]J .- onl.
E a. im qu ', co mrni. : ionado · pelo -; o Ycr·n o n 'e ·Lcs
til Li mo · l ern pos, d i...; ti n Lo · oi'fi ia ~ tem pn r lid o par a c ·tu-
elo. cló. pr·ogr cssos da :Hlc nn. ,·nl em rfo taYei · centr·os
europ u . .
Nã o · ·ó : ,·arn o om c(_'ando a nppa r· cc r· no c io cln
mr1rinlr a de ~·u c r Ta i n L r·nn cionr1l , ond e a brazil eir·n . e
npr nla ·m ' YOiuçõc nava co nqui ·tnncl o applawo ·
c r·c pei to.
O l'li cialm c 11 l ' c rwicl<tcl o, o Hrn zi l compar ce u ti r evi la

I, Cont•·'.ll mi •·r•nlc llucl n arcll a~·. - '2. ca 1)i l<io de .\l ar c Guc n·a Cn,·alcan ti de
OliYcil·a. - a, CapilÜfJ cl' )l ar c Gu 1'1'3 PCI' ·ira Lei te. - .~ , Capi t;_\ de
fragata Alt ino Co nCa.

naval na bahin el e 1-Jampton R oads, no. E lncl os - U nicl os

Dt•crrdn orl[!ht, in g lcz, des locando 20 mil tonelada , c tendo em a t·ma-


m c nto pesado dez cnnh ões de calibre de 12 pollcgadas , navio esse que um
~ c t·ipto t· ing lcz d e nom inou - nrrcio de [/ll Ct' I'CI m o 11 stt·o . P oi. -bem , os
no so · úo de 20 mil tonelada de de ·locamento, m onta ndo cada um
9 uat1'0 can hões de ealibt·c 13,5 polle,.,adas . O Da il!J Teley,·aph , jo rnal
m••lez, commcn ta qu e é uma verdadeira r.:volu ç;"to que se fnz na cons-
tt·ucçúo naval. O a t·mam ento terà pode r de p rf'ur:~ ç;"t O upcriot· ao de
todos o canhões a c Luacs :.s p ças scrilo m on t :~ d:t em r pa ros espe-
c iae , collocada de maneira que as quatro 1 o sam concentrar o fo<•o
m um 6 naYio, ou contra um s ó lado do nnvio . O Rio de J a neiro
porém , tct·:l trinw mil ton'!ladas c m:~i podcro, o armamen to.
NO · ~ ,\ P .\'J'RL\

<la .\ IIJ L'rica ri o N Oi' tC' elll ,J u n J,n rl r 1001 , om o c nco u-


l'<I Cad o R irl('/w r>Lo, n c ru zador . l lmi/'(lf /te Bcu·,·o o, e o
· ' l'uznrl n J'-lOJ'P d iro 1'o nw.'Jn, rt '~ J! f'L' l iYa m c nt co mman-
<lad o' 1•elns illu str s C0 111j JClr JJt c•' o l'l iciacs C<1pilüo el e Mar
<· C;u L' JTa , ho,i ' t:l)n tr' .\ l mi raJ i l t•, .\ nln11io L uiz. Ca valcnn ti
11 · Ol iYeirn, ( :Dpit:i o ri <· \f a r c ( ;uc•r ra ,Joiio I er ira L eile
·C ( :a pit :'to d' r'ra :··ala .\ ll in n I·'Ja,·in de i\Iirancb ,QJTõn.
\: IJ cli ou a illl por tan lc GO JI1Jili .s~ ;'t n Llll1 rlo.o; m .:~ i . · cl i ~ t.in c -
1o. e illt tsl J'<1d n,.; n l'li ('i<t <'" d e 11 11s~a .\ rmadn, o ont1·' \1-
mir. nt L· I lu:ntl' I l tJCt ri r I::H·r•llar P i nto ( ;uc lcs. ·
.\ par d e ouiJ'<\.' rcp resen t<t(;IIL'·" ci <' di lll'J'cntc naciona-
l id ad e" - F1·onça , l nu la tf>f ' I ' O . A l/ema !lho, Italia, A us-
.t, ·io. 1-Jo//ondo , Jap ao, R r>p rtiJ!ic(/ "l ''!Jelltina, Chile -
lll·ilhantt• l'oi , sc•m dú,·irl a , lam bem , n tio Hrazil , qu e, po1·
~ iJ 'C llJJL~ tan c i astodas ra,· o J ·a,·c i ~ para nó ·, foi me mo
·O un ic0 qu' ,, apr •s nlou o ,. rcl:\d C'i r o t~ · po do encoura -
f;.mlo cl · (;.-,quadra " nüo pa s.·and o isso cl snpercebid o nos
Estados- C 11idos, -.:c nd o m SJiltl n o l .:~cl o J elo impol'lanle
jMn<tl .\ r>w- Y o,·/,· f-lel'(tld.
E111 cl n:::o n ,.o •i1·o, ]J OI' x mpln, ao d mnncl ::u· o
<.tn cn racl ou ro cl Vew- Yo,·k, nos,.;a d i Yi :1o d i pensou o
~w ~ilio , J·cqu isi ln lo po r outra,; , ela prati cn g-c m da bni'I'n
no1·t •- nm c ri ·ann .
1\'es.-;a m csmn id nd c , o engen hei r o lwie, Lend o en ejo
(J • p 1·corrc r c ~n111in:n a. mnchinn l o R iaclwelo, ex;-
.clnmou. adm irado : - É verdadeiramente pl'odigioso
ti,.o,. cl'i. to o poi'Liclo que o .·e!l fl o,'e conseguem til'a!'.
A mr" ·inlw nol'{e-anw,·ir.:ana 1U'iO apl'e en ta ria machi-
ni' ict · 111ai p e1·ito nem m.ai ·uidarlo o .
N ' um bnnqu ele, em NO!:folk. , Barnel , el a secção diplo-
mn tica d o E -·tncl o - U nid o , lcn lo uma m n an·em do
d ec:;pccl i la d o Pl' id cnlc H oo:c Ycll ü no : a d ivisão, feli-
c ilou-n pel o <· tJ,·iL/w nte p apel que rep 1'e enton na reoista
1/e J-!ru11p ton Road . »
No!:;.-c: offl cine fó1·am c11mulndos de dislin cções e j)l'O-
"n. de f' ~' mpnthin pel o Govern o e pela ociedad e amc1·i-
OLFE::;,\ i'\ AC IO :\'AL : bXER.CITO E ARMADA 389

cnnn, da11 do g ra 11d , 1'cnl<.:c ;í ducaç:lo ocial cl'nquell e ,


que <( c r •1m d i. pula l o. pa ra as r cc pçõcs e as fes ta ,
nl'ranca11d o- sc-l lws o:; bolões da fa rda c as flla elos
bon ·s, co1n o i<•mhra nÇ'n cl' . sn v i i ln . >>
[ nl ' r ll;\1111'111(', lllO YÍlll n l:-1111- II OS~O ' . c n ·iço 11 GYU C ·
em co nsl;tl il<':-5 lll:\ IHJiJ ra na eo la b r azilc i ra, . imul a nclo
a laq u "s e111 il' IT<I , eo1nbnl cs n:1Y:J ·s, ma nejo d e div i ões,
exer cícios ] •r•liÍl'O." tl c loda o rd m.
J) i11:-l i l ui1·1·J 's an11 cxa. ;í esqund 1·a pa ra . CI'YÍ ÇO tech-
nicos, co111<l1110s A !'SI!noes de \farinha, no Hi o el e Ja nei1·o,
no P ar;l c ·1n \l nllo - G ro ~ o, e
·tnhc lccim - nlo: naYaC em fta-
r; ui, alio · ru r-ua~· , no P.io G r an-
de do . ' ui. Na bahia d e Guana-
IJâ i' O. cl i põe n ,\ ri11ndn da

l.nnçam nlo de um toq>cdo.

f o1·lalczn d ' ViUegoi,r1,wn , qua 1·tel do Co rp o · de i\l<ll'i-


nh eiro. Nn cionnc , c cln ilha elas Cobra , qua t·Lel elo Co rpo
<lc lnfnnl a ria Na Ya!. .\ in t1·ucçüo intcll cclual e lechnica
d e n o:~·o ol'ficia s e lá co nfiada ü Escóla NavaL.
O cu1· ·o d'e a E cóla ·., annualmenlc, co mpletado po1·
umn ving·em p1·ri ti ca el e in il'U CÇão na cos ta elo Brnzil ,
sempre, fH'ol onga nel o- se, muitas vezes, a elit'fer enles ou-
l1·os po1·t.o americano e eut·opeu s.
390 :\ 0::;~ .\ I' .\ TH I.\

Em passado tempo., s;:as Yia~·e n s crGm rea lizadas, in-


uiffeJ·enlem nlc, em qu;1lq u I' ri os cruzado re . brazileit·os.

Qu ~ r· t c l U.o Cor[)o ele l nf:,n l:w ia dt· Jl :11inha na Ilha da Co!Jr·a::,

J)' cnlt·c a mais l o n ~·a .~, rxiC'n clrncl o-s ao c:dra ngeiro,
<1 de ·1886, por exempl o, o l'oi ai11cla no a ntigo TuzadOJ'
llnÚJ'ante }3( 11' 1' 0 o. CommnndaYa -o, então,
o Capitão cl Frag·a ta Luiz Fil ippe ~lda~1hn
da Ga ma, 11m do. ma is notaYCJ, ma rmhe11·os
f brrtziJciro.·, I'CUI1 indO ao ~ LI jJI' ç;[i gio lech-
~- ni co, ]LW lidacles ele brilhante La lenlo c es-
~·~ meracla ecl ucn0üo inl lleclual c · ocial , fallan-
~atdanhadaGama . el o cliff J'Cnlcs lin o·ua s européa , grangeando
no extt·a ng iro leYado de Laqu c impondo-
se no . cio de nossa marinha de guerra a unw· justifica-
da Ycneração, principalmente no ·eio da mocidade naYal
brnzil cira, de quem era mestre ('1).

tl ) Justificando estas palavras, em apoio do con cei to c! e que gosava


DE FI~'"iA 7\' .\ Ci ü :\AL : EXEH CI'I'() E A lliVIAO t\ 391

O al g un: a 11 no. , porém , c ~ <1 Yinrrc n ão ernpr


r ea li zad as pdo c ruzGdo 1·-c có ln B Pt(janÚ !I Cons ta11t,
c. pecinlm c 11 lo ·o n l rui do pa ra c:;:s fi m , nnv'oga ncl o á
v ' In ou a · ,·apo r , e Ollll 1· ·cbc1n ex 1· 'J CJO. , no m m o
tempo, o l'fi ci<tc·:-. e m arinh eiro. .
U 'cnlre a · 1nu i la ~ v ing ns feit a JH por c l·uzncl ol'-
e cól a, d ·slnc, 1· · mo .~ n 1na i 1· c nlc, m 190 . qu e Iam-
b m foi df' c i I'CUil1 1l<l-
yeo·aç-üo, leYendo >;t•r
I'Oa lizn da t ' lll ri<'Z mc-
zc . ( 1) .
(:o m o uma pro,·n
do :1 CO III Í I11C'n LO n qu e
·c impõe a h ri o~ a ofli -
cinlid acl h rn z i I c' i r ;t,
onde qu er qu apori C'
um n a,·lo d · g uerra
no o, aq ui lendo, . Crn t ado1· u Ucnj am in Cons tan t "·
po r xempl o , a. C' Xp1·e -
·õ nrrccLuosns cnLhu · insLn do PI'C identc Ja R epu -
bli cn el o Clt il no GoY rn o B razil ei r o ;\ pa ag · m do Be;~­
j amitt Co11 Ullll IJO I' Y alpnra izo em ·1908.

c nota v •I f(] i ~1l. aqui registramo um facto mui to ~ igJ) ilicaliYo. Em


pe1·iodo a"itado de no a Yill:l inlcr nn. "OI'CI'nando a 1\a<::'JO o i\larcchal
FI 1·iano P ix oto, em 1903, c irc ums •nncias xccpcionacs colloca ram o
cot[JO Contr'i\ lmi1·ao l a lda nha da Gama em g rave di1· ·rgcnc in. com
aqucllc. E al g ucm q ue CJ'a d ~sn.fl' C!O d ' •ste, ou p1·ct nd ~ n do in s inuar-se
be m no :1 n imo do 1\larcclw l, c heio cl prc tig-io, la nço u ~obre . ' a ldanha
da Gama o infamamc labéo de cob:JJ'dc. E Floriano P eixoto . cr ,.•ueodo-
·c, indi g nado, n'aq uclla ri ~ pid z de cn.raclcl' ncr g ico c dec is ivo, qu e
lhe crn. pec uliar, rc pclliu im mcdiatam cntc.: - " ale-se, enh ot•! Entr e
o J\lmit•wtles 13t•a;,i/ei t•o não h ct coba rdes! O A l miNuJ/e oldc1111tr,
é nm braao , cujo h eroism o j c(< h otu'Ct a os militrll'c · bt•a:;ileirou. •
(L) H.otciro da. viag m : Montec idéo; Punta- \ t•en ns. Volpctrcti<o,
Ca lláo (Amc1·ica. do S ul ) ; Honolulú (Qccanin) : Y o/.'ocmi Ct. 'Yaga sflki,
Sh.cm gai, 1-lona-K otl f'l , Siii!'JC<pttra, Ceylão, po11tu de Gcdlc , J\den
(A ia.); .·(( c.:;, Po ,·. - ~o id, !\lca;cuJd,•r:a (Africa); Spe;;;:, io , To(({o n , Gi-
bt·altw· (Eu1·opa ); r c"r cssando dircctamentc d '~llli a P emam buco.
39:!

" .\ \'isi ta do llit ,·io-t•-..ci'da B enj(llltÚI Con ta nt lem


s ido moti Yo de t'~ IH'(' i ;tl t' ~T:ili-.,,ima ~;llis fa (;ço ào par a os
chi leno. . A dc-
rnnn., l ra(;õcs Lão e -
pon tan n. quanlo
t'IJ l lrusia:-: tica: dc
'l''c lt' llJ sido uivo
11 il l u.strado :nm-
m;rncla nt ' Go 111 es
I \•r·t•i ra . : ua di. -
li11cla o tl i ·ial idadc
l'l'I JI'I'L'<: I a tr ipu lnç;ão
-..úo c lnquc ntc te -
I L' lllll n lw da corclcnl
l' tradicional nmr -

{'IH Yokoamn , .J:q,tao, t, •n<lo a St.!ll IJOI'do. em vbi t3 , o glorio o


Q ,. lk llJ'-llllill Con':ltant »
.\ lmir·antc ,l n J>OilC7 Togo, ,·cuccdtJr da esquadra 1\ ussa, c cercado JlCios 2o• te•
n•·•Hc:-, l>•·azilci ros, da gnarni ~ti.O <11, lll(· 1no 'aso de gucl'l'a.

i'iún é 6 porém, de ol'fi cinc.., qu e no· p r·co cupamos


I>I·:FE. '.\ :\'t\ CI U :\'t\ 1. : E X ER ITO E A H.:\! AO ,\ 393

u c p c~i a l id;t~k <' a · cO JJd Í!;Ões da Yicla d • m a l' impõe m


o p1'epa ro c a cdJJca~·ii o apropl'iatla d e mal'inli ÍI'OS. 1:..

po t· i ·:-o <jllC', <~k· m cl;\ E , ·óLa X acal , co ntamo e. l ab l c-


cim n lo,.,, " Cl'ra r;;'w gcnu i nam c nl c brazi leira », onde o
m al'i nl, c•i J·o s l'n 1·ma , de.:-:dc CI'Can çn .

.\JJfll 1ulizcs rn:u·i nhciro · em ex cr ·i ius ele c~gTimn na E ·c61n do 1\ccifc.

Al é ·1907, linhamos apenas onze E cólas de App,·en-


di":e \Jw·inheiros, em cliffe t·enl es E Lados da R epublica.
394 :>I 0 .~ A P . \ TH I.\

i\luilo hem ori en ta do na J 'l'O l'f.:<lll i zn~;;'to ela A1·mada, em


1907, o GoYcrn o do tou <;nda J<>. tndo da ' ni à0 c o Di slri clo
F cde1·al co m umn d'c..~a .' l•:,.,c,Jll .'-, l'OJ Jlan do- . c hoje 21,
por tan to . .-\ par da i ns ll'll l'•.:úo <'il'mon la1· l i ll e,·aria , o.
m eninos-m ari nh ei ro::: l'l'CCill' Jn inslJ'IIl'~·úo al'li .-s l ica e naYal·
propriam ent e dita, em na\ io,., '' 'c· h apropriado . .
Enlre c. l as E .cól a;; . ;;c r Yindn como que de nu cleo á
insli'LI CÇào nwis !c. eJWOI\'ida , l1a quatro E ·có/(18- Jllodelo,

Aula a b01'clo do Htnjruuin Coustaut

J'egionac ·, l endo po1' sécl c as cidade de Natal, S. SaL-


vado,·, Rio de Jan eiro e R io C!'(m d e.
E o beneficos efl'ci lo da in.c: tr ucçào não c.~ tão li mitados
n c sas c cóla · el e men i nos l[ Ue se 1 I'Cpa ram pa ra a nobre
l'ttn c~· ão ela dcl'e a nacional ; ala tram- c ain da, nn actua-
li dnd e, ao j) I'Opl·io. ma1·inhci t·o.. j á em exercício a bo1·do
dos nossos navio. de guer ra.
N ão I a lnm , r ealmente, ._oi l ado e m::u·i n hci,·os, co nhe-
cend o o mnn ej o das a1·mn e o meclt ani smo do ca nhão .. .
· E' incl i pensa Yel , sob a blu ~n lo m;winhei,·o ou n fa rda
ri o soldado, a vigorand o a d i ·ciplinn e n enc t·r,·in, u·m co-
J·ação Yel'dadeiJ·amentc pnt1·iola , edu cad o p l a. insll'u cçilo,
pa l'a que possa. m os ler . empre, m nela m nrinh eiro ou
-;olclado, um Mn1·ci lio D ins ou 11m Frnn cis o :nm er·in o,
flOJ' exempl o.
DEFE.' A NA ·r C\i\L : E X ERCITO E AR:VIADA 395

Vede n~ ~Til \"UI'fl , m pl eno tombad ilho, uma Yerdadeir::l


es ·óla a bord do CI'Uzador B enjamin Constcwt, da mesma
maneira qu ' :c pa: <t, et n g·eral , no differente YU os da
At·m ;HI ~ N a ·ionnl , prin ·i pu l mente, no. qu e compõem a
denomina da rJj,·i::<-to d in tru ·ção, compr ehendcnd o
aqucll e e o cr uzndurcs r't•ilneit'O de J11fat•ço e Tamao-
daré. ~m hora clc t ·rtn inn la duran te o d ia, concl u i clo~
o sen ·iços dr bordo, o lll::l l'inh iros e tudam sob as YÍ -
tas c dircc~Jto elos ol'iil'Í<1 C. .

o p soai de 11 0 [I.\ 1'111 il dll co mprchend e: 553 orn ·iuc .


combntc nl s, di tri buicl o pel os eguinle po to : - \1-
mi i·an tc, \'i <.: -.\ lmirnnte, C ntr'.\l miran te, Capitão lc Mar
Guerra, C<tpituo Ie 1• t·a rata , Capitüo d Co n 'elu, .npi-
tào-Tenen t , 1.0 T cnc nt , 2. T ncnl : - ·Engen heiro.
0

r-.avae , de ( :onlr'.\ltn il'a nt n 2o T en nt c ; - Q!Jiciaes do


Corpo de . ·aude, m di o · c phnrmn utico , de Con t1·' Al-
miran te a 2. 0 T enent e; - Q[jiciaes -do Có tpo de Fct.~~e!l­
cla, de Capili'io dc i\l ar cG ucr raa2. T cncnle · - Ojflciaes0
0

Vlcu.:hini ta .N cwae ' de Cap it ã ele i\ fnr c rUeiTa a 'Z .


T encnt ; - OJ!í ·iae do Co tpo de Patl'õe -mót•e , de
Capitúo-T en nte a 2. 0 T enente. I-la ainda officiae i nfe-
r·i or·e · el e 1. 0 a 2. 0 '::u·g nto , di lribuido pela:> ccções
de E aevente , Co tpo de Fiei , Cotpo de Ellje1'm eiros.
Ha, l ::u nb m , um Co1po ele Al'tijlce -núLitare , comprc-
henclend o ca rpin teiro -ca laJ'ntes, ~ C ITa lh ei ros, ca ldei t·eir·o
de co bre, armeiro. .
O CO I'jJO de ~!fat•ittlz ei f ·o "-.acionae s é con. lituido de
ci nco mil homens, d'entt·e o qüacs ha cento c dois offl-
ciae -marinh eiros, M lt·c - , :ontr·a-me- tr·es, Guardi ães.
Como jü v i te·, o E xet·cilo tem uma instituição cspe-
- c ia! d r·e ct·vu - a Gua1Ylo N acional,· a A l'mada Lam-
bem a lem - a !l!fal'inha Jllfercante.
N a act.ualiclad c, c ·ta acompanh a o Cl'escen le desetwol-
vimenlo e poder' de no s ~a ma1·inha de o·uer·r·a, como obse t·-
39G N O.·. ' A P A'I' h l.\

Ya sle no Cn1 i Lu lo XII , dotnd<1 ni\o . ó de xccllenle em- ·


bnrcaçõe ·,como de am c~ l rad o" marinh iro ·.
E de ju sti ça um a r cl't•J·enci a aqui ;i pa lri olica n ocia-
çi'io particul ar - L i,qa Jlal'ilima /3!'(t::;deil'o, in aug·uradn
em \! ai o el e 1907 , cl c.-; ti Jtilii(Iil-."<' a p1·omoY •r , pela pi·opa-
gn nda , pela pn la\'!'a c pcla aec:ún, o: int c rc.-~es o·ci·aes e o
dcsenvol vim nt o cln s Jtla ri nlw ,; Jt ll' J'C:lllle c d g·uci·J·a..
\uxiliar de se u · noll l'L'S fi ns, <'·" "" <l ~soci n ç üo manlém
um ;'\ lJ J·il lwnlc Jlc,·isLl m nsal , illus-
ti';Hl a, n Liga Jfal'iti111a , onlnndo
em cncla J.:-.tndn da l.J n ii1 com uma
cl cl cga\:<io <'spt•c ial d<1 d irc IOI'ia cen-
Lral, cujn sede t'· no llio ri Janeii'O,
l'az ncl o ain da s u :2.'' ~ ·1· lario o
ta l ent o ·o ( :api li1 o-Ten cn t ' f r ciC I'ÍCO
\'ill;u·, p r ·o rrcr, de nort e n ui, lodo
o Braz il , I' ali z;tnd o IJrilh anL s co nfe-
rrc<lc ri co Villar. I'CI1CÍ;I . jillllli <I • •\ g l't\ 111 S ll1 0 CS ii'Í
promOYCIHi n u ma s11 bsc ripçüo nacio-
nnl p[li'n ncqui siçüo , lc mnis u1n encoui'n ·ado, L~rpo do
1\1/ina Ge!'(Le , qu e c 1 Lou lrinla mil on LO " de I' ' i , afi m
de clenoinin;l l-o R io cl lllP!o.

*
* *
T end o cl cscri plo n ot·gnn izn ção d · no :o Exerci to e de
nossa \rmacl;t , clcvemo, np;ora , clizcr- vo: qu c nprc lo bel-
li co · el o Benzi! ni'í o vi sa m , ai :olul amcnl c, expanuii' seu
pod er·i o pela l'ot·ç[! , co1no nin la h oj e prnlici:l m m11ilas na-
ções ela culta E11t:opn , ·ubju g·nnd o o. l'rncos c . upprimindo
alé naci onalielnel s mono · el csc nYoh·ida ·.
No ·a e ·LI·emecidn Pnt.rin nüo p1· ci ·a el e uLili .. ar- ·e
d'c se: I'eCUI':o · J'epi'OYaYci ·, cl'c. c meios m enos di -no :
não lhe l'alla LCITilori o, cultiva co m n1·dor o enl.im enlo da
Ju tiçn c do Direilo, e so bejam-lh e riqueza para ·cr cm
' e.'ITID j)OI' OUII'O.' cob i ~ndas .
UEFE .. ,\ :'\ A 10:'\AL : EXEH ITO E AH:\IAOA 30i

As::;im o lc:.ii .~ l ;~d r lm:1zil i1·o, int rpretando l'i elm.ente o


c:nacler n:1 cinnal , deixou expre,· o n_n eguinte. di po;:i-
r.õe · da Con,:;tit ui,_:Jo I<' leral :
Art. 3-1. -- l.' o mp le priv a tiva m e n te ao Co n g r·es~o Naci on a l :
;>:~ . " 11 . - .\ udo r-izar o Gove r•n o a dec lat·a r gu e t·r·a , e nã o
tive r• Jogar· ou malloo- r•ar-se o r·ecur o el o a r·bitt•ame n to, e a
faz e t' a pa1..

Art. -18. - Co r1q ><:l e lll'i,·a t i,·amente ao Pres id e n te da Re pu-


blica :
~ - · 7. - Derla r'nt' a g u e rr•a e fa ze t• a paz n os le t•mos rio
a.r·t . 3,1, n ." 11 :
N .• . D ecl:u ·a t· imm e dialame n le a g ue rl'a , n o c a sos de
inva ã o o u agg1· ssüo e x l 1':1n o- ir' n.

At·t. 8 . - Cl ::; l.!.s la d o · nid o · do 8l'azil e m caso a lg um se


empe n h a r üo e m " LI t•ra de onq ui la, direc ta ou indirecta m e nle ,
pot· r ou e m a llia n<;n c o m ou lt'a naç i'io.

Vêd •, poi · : o Bt·azil comprchend e a nece sidade da de-


fesa pela J'or a , ma.· j)l'OCUI'a in te1·essadamenle pugnar po1·
eus direito no LeJTeno da paz, pela di cu ão alta e ele-
vada cleanle do lribunal da J ustiça. E' a uni ca Co nstitui-
ção qu e existe ·o n ~t g rand o co mo um p1·incipio nacionnl a
instituição el o - .\rmnnA~!E NTO - , 1or meio elo qual já co-
lhe mo ref'ul gen le glol'ia a p1·opo iLo dos Lel'l'iLorio da
Nlissõe e do Amapá , di puLand o com a H.epublica ·
Argenli na e Fr·a nceza, omo jc1 vos fizemo ·abet· em um
dos capilulos d'e Le livt·o.
Sómenle em cnso muito melindt·o os, quando o Af'bi-
tramento pud e1· e1· con idei·aclo uma fraqu eza, uma. in-
dignidad e dea_n le ela aff1·onLa t·ecebida, deveJ'<l o Govel'l1o
l'eCOITCI' Ü ()'IJel'l'tl .
Como j:i vi ·te , a proposiLo dn occupação da nossa ilha
da T7·indacle , pela InglnLetTa , em '1895, o Brazil, com
elevada dignidad e, t·ecusou o ai·biLt·amenlo, qu e lhe
fôra pt·oposlo, devendo se1· a Nação al'I'aslacla ao extt·e-
• 23
010 d a d cl'c. a d · s us b r ios (' i 11i ' r cs: s s a firme dil'-
~,; u sii o Jipl omn li ca ni'ío liYC., H' i'or c;ncl n a f n ::;·la lel'l't1 ao I'C-
CO nh ecim n l o d no.:;so l)i ,·c·ilo.
\'i ~am o , sin1 - cusle o ljl ll' cu,. lar, succ ela o qu e uc-
crcl c J· - a d efe. a d e nosso lurrilori o c d e nossa holll·n,
- a d efe. a naei onal.
Ü uYi , por · m : c li a n;-10 púd ,. fi Gil r c i r c1 111 J.'>C J'i pla , pm·n
lod os o. e!T il os, ·m lel llj)t) d · g·uer r a, at•:-,s p unhado d e
braziJeiro.:; .
J áma i ~ d \'Cr em os alml'jar a g·uv iTll, qu e '~e mpre uma
cn lam i Ind o, qu n lqtJ C'r qu · .-;('ja o ponlo d e Yi -- ta por· que
lerdw d e se r· t' n ·arada. ;\l ii.o a pod r <' Jil O.'-' nem a deYer e-
m o · e,·it a1·, r n 11· l<tn lo, quand o a d i g ni d ad nacional fór·
. effec LiYa m enl - m • n o~C<I hada p( ·! o ex l r an g-cii'O aud az. \
h onr·a ela 1\<t (;ÚO é ;1 p r op1·ia ,-id a d o po Yo .
E' pn1·a c mer g· ncia s dt• l a! ll<llu r·rw qu C' o nr·L. 86 da
on · Lit u i t;~IO , ([ll e eompõ m o ~x e , ·c il o <' a .\r·rnad a em
l mpo d e paz , prcscr eYe : ·

Todo Ú t'a~oi/eit •o é oút·iyodo oo . et·ciço militar em


t<
rleJ'e a da Potria e da Co11stituiçâo , 11 0 fót 'nw das )ei·
f edem es . »
Qu e irnpor·La ri n, en Lrcl anl , 11 Üo h<HCI' es ·u cl isposi ç<'í o
em no a L ei M :~ gn a , si o paLr·i oLism o
lm:tziloi r o é sem p r·e paI pila '! Le !
E x mp lo ? E il-o, no mov imento
exlrao r d in::u ·i o operndo no sei o do
P oYo 13rn zi_leiro no l mpo da guerr·n
do P n r·a gun~· , . llrgin cl o, pn rnll elo
ao bn l ai i Jõc: d e li nhn , nu m er o os d e
VoLuntario ela 1 att·ia . co nsl.iLuindo
Jus t•no ela Sill'c·ir·a. um nOYO E x erci to .
\ pr ecine, n p r·op o:il o . alguns ex em-
pl o el e d ecr:úo e \ nl o r· em d efesa da 1 alrin: Juslino
1tOd r·i gues d a .~ rl v eira, e ·lu l anl e, m u i l o j o Yen , lomou pnt·le
em 11111 d os ha lnlhóe d Volu11.tar·ios, que purLit·am da
I EFE:-:; A :\"A '10:\"AL : EXEI"t CITO E i\R.i\ l r\0 ..\ 309

8nhio , · 111 0 Tcn nt c. Enlrou m g roncle num ero ele
com i o t c~ , T uy uty. A vahy P e,·ibebuy , entre Ollll'O ,
gnn honclo pr 1n o~· õc. , por merecimento. H.cgres-nndo ao
Rio I J a n iro . u hnla lhüo, o lmp rncl or, pn. nncl 1·e-
,.i tn :1;;; l'OI'r;:\;;; , :-~c! mi rou-se dos qua tro g:-~ l õe qu e brilha-
vam n J ltttho ri o j o,· n milit a r :
- M ojo1· !!
- P ol' Ntliosos . PJ'uiços P''e Lado. â Pa trio ,· J'C pon-
cle1·nm n J). J>rel 1· ll.
\•Jus, <H[Ui l(' ndc;;; ba tnl hõc in teiro d l olwdr11'ios,
de cl o ( :omJnai HI , nlc at é ao ultim o olcl ocl o 1 No tomocla
do forl Ir 111'u::ü, os 1rimciro · qu e i1w e tira m co nlJ'::l a
fo J·micl :-~ ,· f' l l'ra r,a de guerra fõJ•nm o 34" do Pnrú c o 2~o da
Bahia .
Entr os gra nd ~ e lo gios ;··c r·ac · qu e . lêm na Ot·clem,
do dio ;;;ob t· a tt·cmcncl a halnlhn el e 2'1 de \[aio, em T u-
yuJy , lú se n ·ham , hem cloqu -nles, o relati\'O.' aos bala-
lhõc.-.; cl Vo lwucu·ios da J>at,·ia, prin cipalmente aos 24°,
da Balt ia /1° el o Hi o d J nneit· , pcl·dcndo c,· te g r·ancl c
num ro d ;;;olclncl o · e f'i cnndo grnvcment f' ri lo o Co m-
mnnclnnlc; nquclle, cuj o ommandanl • tomando a bnn-
deiJ·a póz- Ú l'I'CI1t C >> fi co u t:tO d izim nel o, qu l'o i li Ol-
YÍclO.
eri n.m ·oldado · ele prol'is üo c.' e · d i va le11t e · ·? Yécle ;
commaneluYa o 4° - F rnn ci co P inheiro Gu ima rãe:,
douLo1· m m el icinn, tro anelo a p nnn pela
e pnda , o1·gnniznnd o um ,-aloi'O o ba lnlh tio:
com nw neln "" o 211o ...:._ i\ fa rcol in o de \•folll'n
\lbuqu crqu , e ·tuda nlc el e Direilo, nn Facul-
dade elo R cifc, c! ixando o bnnco c. ·olru·e
pela f'onda mililru·.
\h! nüo j)Ócle deixa1· de e1· vn lol'O a e Marcolin1> Mou1·a .
pall'iola a nn çtí o, em qu e a prop1·ia fraqu eza
nallll'al no · xo feminino , como já YO L mo m o~ lmd o,
se ln1n. fo1·ma em co1·agem desmedid a, pam lnncc. de
het·oismo, em p1·ól da Pall'ia ado l'ncla.
100 :\ O.· . 'A Pr\TRI.\

I
Vêde mai uma l) razilt' ira, mii pa lriola, envolvendo
e se dois s nlimcnlo ~ u b l im cs n' urnn o cpopéa .
Era ao lempo d'aqu clla cruel li s. ima pagina de nossa
hisloi·ia --a reli1·acla el a f J'fJUIIC' , ti ttu c vo démos noti-
cia no cap. \I.
Quasi famintos, h m >ns, Jnu lhc rcs, <.: rcanças, aquelles
nwrlyt·e brazi leiro. qu e bu sca ,·am um ponlo de apoio e
de seO'ur·an ça fiz J'::lm uJnn p<Hadn. para a ma tan ça ele um
boi, que lhes a lim nla .. r 11m po11co ...
App!'O xi ma- c um troço de ca v::llla ri n pa rao·uaya, que
os su rpr·ehend , r tnr'rlac.J o,;, travando- c uma lucla dese-
gual, áfaca, apáo , r' p r'dras c l dPntc . >>
\.p1·eciae, por·ém. o lnncc inau di to :

" A lllulh e r dobro u os joelhos 11::1~ pcdr·as c, toda amot· e sup-


plica, imJ IOt'ou :
- i\•l ata a mim . Poupa me u filho!
O pat·ag uayo te ntou at·r cba tar-l h d e 11 o1·o a c t·ean\a.
- De ixa, de ix a me u fillr o !
- Vou co t'tn l-o como da o ult'a.
- Dcixn, deixa.
-· Q.ueres que ellc l'il·a ?
-- . tm.
- Dá enliio um vi1·a ::1 L opez, um I'ÍI·a ao Paeaguay .
Ell a te1·e um r·a rro ·ubito :
-Nun ca !
- Nun ca ·?
-Nun ca!
- P ois Iras d e o da t·.
E pl'e nd e u-a pe lo bt·aço:; :
- Grita, g t·ita, viva Lopez !
Ella.abriu a bocca, vibr·o u c r·ompeu tl'iu mp lt a lrn e nte pelos al'es:
- Viva o Bmzil i
O pal'aguayo pr·cn de u-a mai s l'ija me nte, a pei'lou-lhe de t•ijo n
garganta, e r·oncou-lh e na cara, estupida me n te :
- Grita! Grita, Yiva o Par•aguay.
- Lar·ga-m c !
- Gt·ita!
. Ellil, e strebuchando, joel hos c ur•vados , a língua de fót·a , sacu-
dtu-se toda n'um gr· ito rou co :
DEFE:· A ;\"A 10 .\i ,\ L : EX.EF; CITO E AH.\IAU.\ -10}

- Viva ...
Ell e ap l'(ou-J J, c tnai . a gn r·o-a nt<l.
- .. . o l:l l'azil, concluiu n ,.;p um :ll'.
U m tombo fe l-a cal1 ir.
- P o i ,·a c,.; lll OI't'C: I' ! T eu fil lt l am be m.
E a panh ou a Cl'l~a n ~ a no lr ~LO c d e~e rnl JainJ , o u a es pada.
A d e ~ g r·a~ada at·t ·c n tc~~o u- · -JJ, e ao p eito.
- La 1·r.ra , p e~tc, l:ll'ga!
E os ·t·u · ollto::, fu;.iJa ,·a ,n , f'ot ·midavc lm ' tll e.
O pa ra guayo $ll " l' o nd c u o p qu c ni to pel<t. pema s e, de e. pada
•m punh o, a t ,·oça t·, fe z :
-Um, d oi , c ...
A m u lh .,. "ibl'ou n'u ma d e c a r·ga. :\rt'c bato u-lh c furiosamen te
' das mãos a e,.;pad a, c d u m go lpe ra ·hou-l he a c abeça ao m e io .
Apanh o u a C t'can~· a na r•c lvn , c , c om n c pada c n sa n g u e ntnda,
sa h iu p e lo Ca ll l JlO a --ri tn r , n ' um a ,· ic t o t·ia :
- Viva o Dt·azil! Viva o Braz i l! ( I) . "

Bem ,·cei e., ca1· s co mpn11·iola , po 1· tanto · e tão va lio-


os exemp los, qu ' não no. l'a lla Yalo1·, abnega~ão e patrio-
tismo.
O crviço militar, por·é111 , é um n " rcladeira a rte, dia a
dia mais ap l'f'ci ~·oa da. E c. a <Htc, nYolvendo a pt·ecisão
de movim ento c co nh ecimento ela l a c l ic~, não se adquire
de mom ento, na occa -i5o ela lucla.
Que tempo pt·ccioso foi p1·cci o perder na instrucção mi-
lilat· do· batalhões do l oluntal'io da P atria, de que já
YOS fallá mo ? ! E ' pot· isso, ju tamcn tc, que a grand e t'C-
t'oJ·ma dos sc t·viços militares, em '1908, além de regula-
met)Lat' a in litui!;'50 do so,·teio militar, como em oull'a
nn!;'ões, comprehcnd encl o os brazileit·os ele de os vinte e
um annos a té aos qu at·enla e quatro, estabelece a insLl'uc-
ção milit:u, que pt·epat·a,·ü o brazileiro para loJas as ne-
cessidad e da defesa nacional.
Eis o primeiro a1·tirro elo Hcg·u lamenlo elo SO J'teio
núlitar : '

(I) T recho final de um emocio nante co nto hi ·tõnco e p:t tl'i,>tico publi-
cndo pelo nosso litlet·nto \'iri:tto Cot't'éa .
:'\ OSS .-\ P.-\Til!A

" A1' l. !.• - T d o o c idad iio b1·azil e ii'O, d e sd e a edade de


· 2 1 a nnos ;i de -14 co mpl eto , é ob ,·i--a d o a o se1·,·iço militai' de paz
c de guena, na fó1·ma d o ;ll' t igo ::lG da Con:;titu iç iio da Repu b!ica
c d e a ccó1·d o com a · pl'eHTÍp•; ú•s da lei c de te 1'C"'tdame11to.
Arl. 2.• - Osel'\·ic;o mil i ta i' Obl' iga to i'ÍO c pc soa i :·e r·á pr·estado
<lo eguinte m odo:
a) no e xercito act i,·o e ,u a,.: 1·e,., J·ya,.: (t'o1 't;a · d e p1·im e ira lin ha),
dos 21 a 30 anno:· o m pl to,: ;
/1) n o ex e i'C l lo d . •gunda lin ha ' s ua 1·e · e r,·a., dos 30 aos
3ü a11n os comp l e to ~;
c) na guarda nac io na l e ,.:ua I'C:<e l' \·a (forças d e le r·c e ira linha),
d'os 37 a o· 44 a1111 o: co m pl eto.·.
A1'l. 3-"- Não pódem,., ' 1'\' ÍI' no c :-.e 1·ci to:
a) o" iudi,·iduos qu e , ant e s da data legal de s ua in CO I'JlOI'ação
ao sel'\'iço, hajam s olf1·ido ·o nd e 1nn nç üo po 1' CI' Ímc pre visto 110
paragrapho u11 ico do a1·ti go ·li i do codigo pe nal da a1·ma da;
ú) os qu e fo 1·e m p1·ivado ·dos d irC'i to:; d e c idadão b1·nzilei ro , na
fó1'ma das lei em vi go l' (Con lilui ~ iio da Hc p11blica, a1·tigo 71).
Ar·l. 4.• - S e r•ão xcl uidos d o c xe r·cito:
(I) os que fore m co nd c mnado: po1· c rim e a q ue ·c r' fc1·e a letr•a
•· a ,, do anigo ante ri o1· ou tive rl' lll d e ,.:oll'l' r pe na m ínima de
dois ann os d p1 · i s ~t0;
ú) os que houve re m ·ofl'rid o a co ndt•mna çüo pr e vi ·ta no nl'ligo
anler•io1·, logo qu e ella sej a conl1 ecida. "

Em co n ·equ encin el e di ·po ·içõ s d'e e R egul'amcnlo,


de ' de ~! aio, scguil'am- c- lh e a cguinlcs pl'escripções
r elativa <1 in Lt·u cçào militai' g·cl'nl nas c cólas ele ensino
superior, n o.~ c. tnbc l ecim c nlo~ el e cn ·ino ·eGundat·io man-
tido pela União e nos in lilu los parlicul:n cs cquip:undos
n e:l cs :
" A1' l. 1.• E' ob J•io-atol'ia a. in stnrcç üo do tiro de g uerra e evo-
lu ç-ões milita1·es até tL e c ola de compan hi a, aos a lumn os maiores
de 16 a.nnos, qu e CU I'Sai'Cm a: escóla · . upe1·io 1'e · .
.i\.1' !. 2.• A in stl' ucçíio milita1· ob ri gato 1·ia no institu tos co mpr·c-
hen d el'ü: nomenclalu1'a, acces:orios e muni çõe ·do fu il Mauser,
limpesa e co use1·vaçiio, fun c c ionam e nt0 ge ral do mecanismo e
da alça de mi1•a, r eg1·as d e pontar·ia e po ·iç-õe elo · atirado1·,
Cal'l'e gal' c actua 1' sobt·e o gatilho, t il'o corn ca r tuc ho de mano-
l)l'a, tiro ao alvo c om cat·ga l'edulida e nas li111las com cal'tucho
do g u cl'l·a; ava liação d e distancias e e mpt·ego da alça; iniciação
dos alumno,.; nos e x c t•cicio - de· pontal'ia. por detr·az de muros,
Dt·: Ft·::--.-\ í\"A CI O :\" .\L : E:'\EilC ITO 1·: J\H:\IADA ·1 0~

at•nczef' •J ua •::;q li CI' 011 (1'0-< :il) t'igo C o n Ll'U-a I vos ITI OYei e\·0-
Juçõ e · m i l i unes, i n. tt· uc<;i"i o tnd i vid tl al sem a1·ma: c co m at·ma,
da c •JII <Hi ra Ctll 01·d c 111 unid a e cxt nsa, i n tru cc;iio d co mbate
da csquad 1'a, div i<w <' :ub di ,·is~to da om pan lt ia c Jog ares do
g t·aduad o · na" di n~ r :<a.~ r 1·maç<i e. c d e pel otüo em ord em unida
e di~pet ·~n L' e:~;,.:tl llla do ha _YOIICta .
i\rL. 3. 0 O d i 1'ectut' de cada in~ t ituto ond e fúr obri<>atoria a in::;-
l t' u ·çt1 o m ilit ai'. l'f'<JI Ii~ita l';i do in ,.: pcctor pet·m an c n te da rec. i ~-to

.\l umnn~ du ll l "' l ! ltlt•J Gymna ... i:-t l 1\ •rnam hu c:ln O ('lll r~\l'lll :l llll':t pat':l. ' XCI'd t'IUS.

a desi g naçüo de 11111 in -:t ru c tor, declarando ao m c:< m o te mpo o


num ero d o<; a l umno · me nores de IG ann o:,:.
At-t. -1." Ao i nstr' tll! lO t' co 111 pete clat• a. in ~li' u cçiio militat• em
dia,.; e hot·as d e i " nad0s no pr og t•amma J o i,11. ti t ulo d ensino ;
seguir· u ma pt·og rc · s ~to t•aci onal c m c lJ ,odica nos exer cícios das
diYc t·"a categori a · de ai um nos q ue . f r·oquenla r c m a,.; aula de
tiro e,·o lu çõe:< c q ue, a 5l'U cr·i tc t·i o, mel lt ot· con,·c nlta. para o
ex ilo final d o co njun c to; encat' I'Cgat·-sc cla lin ha el e tit·o exi ~te 11 le
n a l ocaliJad e, quando es ta nüo tenha encatTegado prop t·io;
t·cgistt'at·, depoi. de ·ada r xc 1·cirio, em l ivr·o competente, as oc- ...
·IOI .\u:-::-:.\ 1'.\T IU \

cor' r·en c ia s e o:; 110111(':; dG :rlu m rlo' 'ir ' '' faltai'é lll : I'C<jUi ' itar do
c:om m a nd a n t • da l'o rt; a do l ~"''r·,·ito a!'\ i1·o 11:1 lo~.: ali d ad e ou na
1nai.- pr·oxima o ar' m am!'lllo e :t tnulli<Jto rl<'t'<'SS<ti'IOs • as cadCI'-
netas a qu e se 1'el'e1'e o ai 'L. li.": l't'•iui,,t.,l'dtJ IIIC-mo co n1mandan te
um a Jl''aça par<~. c uidar' do a1·mallll'lllú ,. li" a1'l1go- 1•ar a l impeza
c co nse rvação; req ui sitar· du i""J"'L'tor· i"'l'llla ll t' lll!' um aspirante
a o f flclal par'a au, i lial -o, qu"u"l" "lltllli<'I'O ti,• alu 1n nos fór supe-
I' ÍOI' a 30.
A ct. i) o O arm aiiH'II IO ll <'C<'""'ll'iu ;, lll'li'llt'•··-," rnilita t· ser ú fo i'-

Gr·upo (lc \ Oiu rilarios cspcf•i:tes quC! :-.C a li !- rar:un :t 2J de M:dú. Ar cc nl ro do


f.:"I'UJ)CJ e ~ l ú o ma rechal l lt'nnc ... dn Frnr -.,·c<•. ·

n ecido JlOI' empi' es timo , 11 ~1 0 sen do, pol'é m, o num ero d e fuzis
!:i Upei'ÍOI ' ao suffl ci n le para al'm al' um pel olüo.
A I' t . 6. 0 O alumn o qu e ti ver 1·ecebido a i nst,·ucr; ::io militar e
f1·eq uentado co m ap ,·o veita m e 11 Lo pelo m enos GU ex er cí cios d e
ev olu çõe.· mili tai·es c 24 de tiro ao alvo co m ca r tu cho de g u ei' J'a,
J'ecebeJ'á q uando co n ·lu i r· o ur: o do e:label ecim en LO uma cader-
n eta COJ'I' es pondenle á sua el a ·se.
A in sti·ucção 111ili ta l' tei·minni·:·I por dous exercícios, um de tÍI'O.
d • guerra e outr de evol n çõe ·.
AI' t . 7. 0 O al umn o de e: có la ·npcrioi' qu e antes tiv e1· cursado
es tal? el ecimento onde a in :;tl 'ucçiio Inili ta i' sejn obrig al oi'Ía e pos-
Df.I'I'>;.\ .\' i\("J0:-1 ,\L EXEH CITO E ARM .·\DA 40.)

Tl ro fon n ado na p r. t~;a jb Hc p u bl i('a. nv Hio de Jane iro , para in-


P cnut ~nbuul llfJ ,
,·urp,w.tr-..,t' . t paralb nlllltnr e m i de Sl'l c mbrn <te 1() 10.

Tiro Urazil c iro L'lll Hcl ' m do Parft fnr m:u lo c u1 \in ha 1 em co ntin r nf•ia :i. bandei ra que
lhe otTcrccia uma ,·o mmi s-,~io ele m ça da m el hor ~oc i ('dacl ' do Bc \(;m 0 l he fazia
a cntrrgrt urficia l o Ex mo. d1'. :\ ugusto .\lonl negro , gon .: ruadvr ri Est;t<lo.
23.
406 l\ O ~ SA P .\T HI.\

;::,,a 2 cader·n eta co r re~po ~JCi ent(' ;, r la--;:;oa que pe r·te nce r· o u deva
perten ce r· ficar•;i obri.-.ado ;;úme rr le a faze r· m e n ·a lm e nte um
exe r·cic io d e ti r·o ao ail•o. qu r . r:·, at tr.- t:ldo na r es pectiva cade i'·
ne ta pe lo inslructo r·.
Ar·t. 8. 0 A in s trucc:~ o rnili ta r· ,,.,.,., rnini - t r a d a se rn pr eju izo dos
tr·abalh os esco lares.
A r·t. 9 . 0 Ao - alurn n os q u' ,; r'l'it'<'lll •·orliO 1•olu nt:u·io · de mano-
bras o u r e se t·vista s m1 s man o br·as annuaes , :-<e r·i:io abonados nas
au las e m cada ann o lectivo, ta n tas fJUOnlo o. d i::t . e m que ~e
t'ealize m a s a llud ida :; man o l)ra" . ..

O M ar·echnl H !·r·mc. dn l •'o ~r ~~.:cn . .\[ in i::; Lro dn Gu errn,


qn e desfr·nldár·n , om Lcrwcirlüdr r pü lr·i olismo, n band cü·n
da r co r·ganiza ç:ün do l~ x e r · ·i Ln so i> r· lars hn .. c , · r colhia
em br·evc o - l our·o. rln Yi cLorin \'('tHin n mociel nd e brazil eira
npplnud ir· a ini Gi:1 1i Y:1 u i nl r·c.. ar-se prln nssumplo, apt·o-
senlancl o-, !' oolw tto l'io. fSp r.:ioPs, entre . JLia C o fil hos
de cmin cnt s ])J'azil ci i'Os, como po t· ex m pl o urri filho do
Pro ·id onle ela Hcpuh l iL·n ' oul r·o lo glori o. o .\li ni Lt·o do
l ~ xlc ri o r , Pnrào el o Hi o Urnnco.
E não é ·ó o Yol unlariaelo csp cin l c a i n. LI'U C\(:io m ili-
lnr qiTi cinl em 'es lnbcl i111 cnlo.· el e ensi no; el e envol vem-
se lambem o c ·ti mu l o e o go.-Lo no ·cio do i)o vo, em todas
n elas es . ociae , cr·ea ncl o- ·c nos E Lael s, n. sociaçõe
pa r·Licu la res cl in Lr·ucção l ecltnic.n , geralmente d enomi-
na da. T it·o, já po suindo o B razil ·c r·ca cl cem , d i pond o,
em co njunclo, el e cêt·ca ele quat·enl a m il hom ens de' ida-
m ente pr·epa r·aclo.. .
Proclll·ae ·e r· l'ol'les c d cxl r·o · : se- não f ó r·d es chamado
um di a ;i. defesa ela p alria pela,· ar·ma ·, se r·vit· i á vossa
sa úd e ge r·al pel n ccl tt caçfio ph y. ica , Lrahn l hand o pela l'or·-
laleza ela t•aç-a.
E' preci.-o que sejnm o · l'or·t.e.- .-ob Lodos o pon tos d
vi~ l n, a l'im el e pod et· mos cl esdob t·nr nos o pr ogrnmm a ele
P nz , el e Ju.- Liçn e d e Di t·eilo, .-em enconlt·:n lt·opeço::;, c
sem leme!' nin guem.
\ memos e pt·a liyuern o. n paz ; amemos c praliqueu.l o ·a ·
·n em no as t·elações com os oult·os povos· mas com-
" DEFES A ;..TACIONAL : EXERCIT O E ARMADA

peneirad os sett tpt'C de qu e, co mo obse n ·u nota ,·el esta-


di la - a Ju. tiça e o .r;enet'o, idade têm emp re mat ·
uo Lor q uando jJ!'aticadas por um a nação fo t'te .
A sim rl eYe . et·! Queit·nmos a pnz, peb paz: pot:qu e a
co ttsid crntnos jusln, neces ·aria , nobre e fru clu osa, e não
porqt tC' de,·amo let' 111 do ele ou tJ'as nações .
E " a rl ci'esn naciona l é uma fun cç.:io de honra di Lt·i-

.\ lulllntJ$ do Collcgio l'io-.\ mcri ano de l'otropoli · fazendo cxcrcirios militares.

buicl n por locla a ltacionali da cle - wn por todos, todos


p ol' wn - , ed ucae- vo , mocidade b1'azileira, de de a es-
cóla n'esses idéaes aleva ntados , vendo, na farda do sol-
dado ou do ma i' inhciro, verdad eii'OS emblemas da segu-
ran ça, ela honra e da fOI'Laleza~ da PaLria.
NOSS A PATRl A •

O despertar do Brazil.

Como v1ste , nada l'a ll n ;í nossa <-tueridn Pat1·ia para


occupar no convivi a el o mu ndo ciYi li:';ado o Jogar proemi-
nente que lh e compele, pela vanlajo a po ição geogi·aphi-
ca, variada e inexgo tlaYel ri que:w e pelas aptidões de seus
filh os.
EnLretanLo, a vida propria mente inte rn a iona l não nos
preoccupál'a ; fi cando o Brnzil qua i lim iLa cl o a figura r no
mappa do mundo em um do primeiros laga res pela éx-
Lensão Leni lo ri al, a pena s. Isso de terminou mesmo, que,
por vezes, pode . e Ler· surgi lo, lá fóra , es1erança<; de au-
daciosa cobiça soiJre eu ten·i to r·io ...
Mantivemo<; emp1·e, é cel'L o, representante diplomat.i-
cos junto ás nações ami gas, en1 retri bu iç:ão a identico pro-
ced imento d'e ·ta . Além do Co rpo DipLomatico (1), tem

(1) Ac tualmente, o Corpo Diploma tico Brazileir·o compõe-se de um


Embaixador (D' Joaquim Nabuco) nos Es tados-Unido da America do
Nor·te ; Ministros Plenipotenciarios, nos seguin tes Pai zes : Mea:ico
(0' J osé Cordeiro do Rego Barros) ; N icari:t,q aa (D' Antonio da F'ontoura
Xavier); Bolioia (D' Alfredo de ~! o raes Gomes Ferreira) ; Venezuclct
(D' Manoel Cal'los Gonça lve I· ereira) ; Chile (D' Henrique Carlos R ibeiro
Li sbóa); Perú (D' E néas Mar·tins) ; Coltunbia (D' J osé iV!anoel Cardoso
de Oliveira) ; U1·uguay (D' Fr·ancisco Xa vier da Cunln ); P ara,quay
(D' Gastão da Cunha) ; A,·gentina (D' 1. Dom icio da Gama) ; A llemanha
(D' J osé Pereira da Costa ivlolla) ; A ustri a-1-Janrvict (D' Cyro de Aze- ,
vedo) ; Betgica (D' Manoel de Ol iveira Lima) ; F1•cw çct (D' Gabr·icl Toledo
Piza e Almeid a); ln[Jlatcl'l'a (D' Francisco Regis de Oli veira); Hespa-
nhci (D' P edro de Araujo Bellrão) ; ItctlÍct (D' Alberto Fialho) ; Hollanda
(D' Eduardo Fclix dos Santos Lis!Jóa) ; Portuoa l (D' Brasilio Itiberê da.
Cunha); Russia (D' J osé Augusto Ferreir·a da Cos ta) ; Santa,-Sé
• O DE. ' PERTA R DO 13R \ZIL 409

o Brnzil, como a cl emai na çõe , um Corpo ConsuLal',


destinn cl o ás rclaç;ões co mme1·ciae o inl'or111n ões economi-
.cas, no · prnr; a. xlro ngei1·a que Ih . ão relacionadas.

If a ord e111 inlc l'lln ·ionnl , por ' n, s ua f'un c~ ão er·a tão
circum ~c ripla , qu e n:1o é oxn ggerado oiTirnH\1' Ler· o Br·a-
zil vi\'ido, por mu ito· an nos, telaliYamenle, ignorad o. Mui-
Los vozo<;, nos. ns ene1·gins, blenl os, clespcrl n\'nm, oltes-
lnndo-n o · a l'apacidn !c nn cionnl clen nle do exlrnn gei1·o.
Adom1ecinmos, 1n n·uicln , pcrcl cnclo pouco G pouco o Ler-
reno con q1 1Ísiado . Qu !e \'Ozes nomes e facto l.wazilei-
ros, i o l nclrJ~, t·irL"uln ram nos grand e centros cln civili a -
ção mu nd ial. ·
N ão pa :,sa r;~m, nlr tanto, el e " rdnd eiro J'eLam.paguea-
menlo ele nnlMiednde ...
Fallovn-no.s uma e nergia ci\'ica PEIHIANENTE, qu e, com-
binando locln. a f'o r(;a nncionnc , ph~r icos e morues,
con Liluiss , de uma l'eila , qu e r nu ord em in terna, quer na
extern a, um co njunclo hnr·mon ico elo foclo , CI'Oando uma
almosph e ra propi ·in ao definitivo nppo l·ecimenlo do Bra-
zil em f'n ·c do m11nd o, tomando, iiTevo;:;·a velmenle, o posto
de hon1·n que n nnlureza lh e de. tin ou. ·
Um di a .. . ora jü em "H395, co nfiada Ln lvez em nos~ a
som noLell<:ia, n ln gla Ler ra npocl OI'O u-.se, dosas ombrada-
mente, da ilha da 1'1·inclade, inhabilada ; fa cto de que só
Li vemo· ·onh cimento um mez depoi ·...
Como !e costume, o palrioli ' 1110 , re,·ido prol'undamenle,
vil)l'ou . A · enern·ias de: pel'larnm n'um ifnpul o vigoroso,
e a ln glalcrra , . onlind o- o em m<i po içfto, recuou deanle
de no :a b1·illwnti ima cliscus. üo cl iplomalica ('1).

(D• Bruno Gonçalvc lw.ves); nissa (0 ' Olyntho de i\'I agalháe ·); J apão
(D•. Manoel Carlos Gonçalve Pereira ).
Como auxiliares do Chefes da Legações Brazileiras sen·em Conse-
lheiros de Legação e ecrctari os.

(1) Vid. no GàpiLul Vlll a solução d'csse incidente diplomatico, todo


honro·so para o 13razil.
410 N OS ' A l>ATRI.\

Em re1we alia. ·1 orém, ao noLaY •I e ·ror·ço , a energia


br·azileira , fati gada por· diss0n ií . inLe tina , madornou
de noYo ...
\ indit'f" r·· nça cr·iminosa, qttC' no~ ' lllOI'pecia a ;lCÇilo,
chl or·ofo r·m iziíra-a ma i uma Y z ...
TurYa r·am-sc o. l! oris ntes brar.ilciros, escur·eciclos por
nuvens carT gudas ...
Parece, por·ém, qu e, d'csla feita, a cner·gia nacional
tivera uma vi ão! ...
Longe, muito longe, lti ond a Yas licl<io cio Ocea no e a
immcn idad e elo Ot'mamcn lo . r beij am em co nchego ·fio-
ticio, ele laca-se um ponto lu min o. o, Yocjanclo na ampli-
dão inLenninn .. . Approxima-.' e, ,·cloz. l esce, pouco a
pouco, c poi. a .·obre o phar'oi ela Na ciotw li claelc Br·azileii'a,
a primeira pagina cl no. sa Hi:-: loria , -o mo 11Le Pasclwal.
ExLencle a vi La p •la co. ln , f'ilil o Oc a no! HeLoma o vôo.
J á se o vê, di Lin clamcnlc. E:' 11m Ylillo ele mulher, sur·-
ginclo em br·ancl as nu Yen. . .\ fronte, div ina!, é seductora,
como a au r·or·a r·i onha que, bo r·danclo o céo de an il , no
vem a nnun ciar o dia. O. oJl, os, ele um ful go r intraduzivel,
lançam chispa de luz, qu e e co nfundem om a rutilancia
das mais ful o·u rosas c trella . Os labias, bellos c car·mina-
dos, como o de abrocha r' elo bolflo nos amor'a vei beijos da
manhã, são pr·imore que tr·aduzem amo 1· e c01·dma. A cabeça
e~ Lú cingida de soberbo diadem a, encimado ele meliante
.·oi. Bello man Lo a UI'i-verde envolve-lhe as fórma bem ta-
lhadas, LapeLad o ele pequenila eslr'cllas entrelaçad as em
dalns - Sete de Setentbi'O, Quinze de 1\ ovem.b7'o, entre
outrac;. Em umn elas mãos, lr'az um facho cin Li llanle, que
illumina o hori. onlc; na oult·a, uma bancleir·a, qu e pan-
nejn, docemente. Ji:l bem per·lo ellc vem. Eil-o, pairando
sobr·e o Pelo ele Assuca1', :1 bocca da mageslo ·a bahia de
Guanabál'a, em pleno COI'a~ão elo Br'azil. Passeia a vista
pela amplidão do leniloi·io; fila, cnlrisleciclo, o Povo Br·a-
zileii·o, extencle o facho na clirecção do Oceano ; finca,
em cloirada hac;te,· no cimo elo monte, auri-ve1·cle galha1'-
O DE. 'PERTAR. D O BHAZIL 411

dele ond r . e 16: - O B nA ZIJ. E PEIU QUE CADA U M cuMPnA


. E DE\' E IL n

I .cl01 na o YÜO : el e ap[Hil' cc no c ·paço.

El'a o Anjo T utelo t· do 131'azil, que o ·hnm:nn a p~slos,


illumin ancl o o nmin ho ch Gloria !

Como ;...ncudi la pol' uma l'o t·ça ~ up J'tO I', a cnct·..·ia na-
cional de. p l'l a.
I a fóz cl o A 111a .~o11a , a na ka nd o-se p lo eio do
Occnn o, alú :i hoc~,;a do Clwy; ela f'l'onl il'a occiclenlal alé
á co ·la , pCI'COI'I'e um i'l'cmi lo ele deci ão espel'anço n!
n ·d o mnYio ·o ca nl cln · aYe , nn palmei1·a , nlé no
manlll wl' el as yno·ns clo Oceano, beija nd o as pl'aias, per·cc-
b -.· algum n coi a novn: l'ep I'C ulinclo nos valle · e na·
e n ~,;o ·lns clns monl nnh as os cchos d uma exlea nha voz :
O fl t•o.:;it e :paa que cada wn cwnp1'a seu dever.

'[' r·m inavn pe1·io lo pre idencial de Ca mpos Snllcs


( .l Q -·1902), que, npoind o nn ene1·n·ia ele cu Minist1·o da
faz nela Dr Joaquim !VfUI'tinho, consolidám as J'inan r~s bra-
zil cira , reco n-Lt·uindo definitivam ente o c1·editos do Bt·a-
zil no cxtet·io1·.
No hori ontes ela polilica nacional u1·gia , en lào, e pe-
1·a n00 a es11·ella, illuminando uma nova éra, n pt·esiclencia·
Hodrio·ne. Alve ·, ce1·cada el o :U1xilia1·es pre Lim osos, enel·-
g-ico e decididos:
C:omo era nallll'al e necessnrio, Hodri g-ue \l ves iniciou
a campanha de progres o e p1·e Ligio pelo pt·op ri o scenario
de sua acçõo benemerita. Não possuindo ainda uma Capi-
lal formidavel, que se impozesse, attrahinclo a allenção do
....
:---....,
""
.,
-,~
~
\.•,d/ ( ~
-(1,-
lí...-;: .."; ,t
,'fh.. · - -- -
t;f~ .-- --~ ~-:;:!1
,r / ~) -:v1 • z
·'·
' ...... -=..!- o
::-
O& ~
>
'-:
("ti ~

;:...

.. '
r?-? •
r('Ó~llh,
r)
,..,..,
<P

A visão. (Desenh o de .Julio llcnriquc dn Si l vu. )


O 0 ]:;::; 1 E HTA i t OU 13H .\ Z IL -11 3

m u ndo : pu. ava ainda <;Obre O n io cl Janeiro uu·oireltla,


u dc nolll i iWf.<'to cl cidad e da mor il' . qu Jh dava m o,; c x-
il·ant;l' i l·u,., por w u;:;a dafebre ( 11110J 'C IIa !
Qn e ! O" E ,;tacl o - 11irl . d<t .\ m r i ·a ri o No rl ' , po. -
s uo~H i u ,ia Gi d<tcl c.: · n olnh ili s ·i1 nu , lra n:s l'orlll n ram 111 bre-
ve di ;~ ,; uma p ·q uena ,i Ji a na (-:T<tllcl iosa 'lzica:Jo,.r.:.om
doi,; 111ill1C>es de hab i tn ntc: , I'C tna land ,;ua ' g ra n I za
co m Ul l la :oiJ('I'IHL E xposi(Jto Cn iYc r::;al? I
P ois IH.·III : s E:sla lo - nid o · lo l) r az i l , co mo aqu lle
na .\ mL·rica do l\ ort , o o-igantc da .\ meri ca do ui , de-
" r ia i11tilil l' o co 1n1nc tti m nto, ain da mais l'f'i citz entre
nó ·, por i ""n qu e se trala Yu da Ca pi ta l.
Qu e ! o,., l•:si<Hlos- 11icl o.- du .\1 neri ca do N orte, 00 111
d ·i áo c ' ll('l'g"ia, Lran r rtn a t·atn N 0\':1-Ürl éan ·, b I'ÇO da
l'cbt· · nma r cll n, em u ma cid ad e ab. olu tam cnte ::;à'?
Pois bem ! 0 ::; E lado ·- · ni lo · elo Brazil não poderi am
por n1ai: L•mpo conlinua t· na fatidi ca posse do mal
qu n ,\ 1ncri c, el o N orl lh es l c~··ára , ntot·peccnd o a Cl\'1-
li .. a ~,:ão .
\ pr ' ·id cn ·in 1·cco nstru clora trazia , poi - , cont o Lhema
p r in cipal d : - u Ya lo ll'O"Tamma d • ~·o ve m o - a tmns-
· f'ot·m açào ·ih li ca c completo sa-
neam ento do R io de Janei1·o co mo
ba c· do pr ' tigio el o Brazil no ·on-
Cel'to in ter nacion:<l .
.-\ l't·cn Ie do · . erYi ços mel in-
tlt·o o · da ·aúd e publi ca, . u1·n· ',
e~ l ào , u m j ovcn med ico, pleno de
enet·gia c d ini ciati va, illu lrad o e
comp L nte, grande au ctorid ade na US II'a i({O C1· u Z.
matCl'ia, nome já fei to no paiz c
co nh id o na EUt·opa, ond e viYeu al o·uns annos, Osw al do
Ct·uz, para qu em co nver o·el11 a · Yi. las bt·azileiras.
\ 'cncencl o a mai ore dif'l'iculcl nd es, luclando como um
hct·óc 'conlt·a a má vontad e ou n indil'l'el·ença d'aquelle: '
l lll e n::i o. o adaptaYam bem ao-· nnYo · pr oces o ··, ü no-
~O ~ ' A I'XJ'HL\

Ya · lh co rias pos la,; em prüli ·a ( I), Cll co nlra ndo me mo


r esi sle nci<l , na p pu laç-fto me n o~ cu I la, O wa Ido Cruz,
~u s l c nlncl o '' Lodo lran:::c pl'IO :\I inis l ro do [nlc t·ior ,
Ih. J ,l ~ · Joaquim :-1ca1J ra , so u upet·iot·
ili c ra t·t'lt it·o, nno c-; IntJre ·c um so 111-
~ Lanl t' . P rocurn ccrcnr - ~c d e nu xilia t·e ·
dccli catl oo.; e co tnp ·le11 lus; Lran ·forma
o lal ~t l ral n ri ll do :\l ang11inh m um
t·~l;\ i1C'l(' ·illtl' Illo til' prim ei ra ord em , a
p;11· dos mai .-: nl'umadns ela Europn;
propag-a, por nwi o da i mprensa po r
meio de ca d az •s largamcnlo c pnlhn-
dos p •la JHl ptlla ~·:'w, as II!Cclida. adop la-
·dns , o._ rcs ullacl o · ·olltid ns o · meio.-: h ygic nico ' c pre-
YenliYos lJ" dc Y •riam s .,. :1doplados na ],~~ gi cnc
pnrli ula 1· da:-: habilaçüc.-,, lud o 0111 lw-
ncficio da sa li do pu ])J ica • d ;\ ·oi I •c ti-
Yid ml e llncional.
c
r
'l
E j ;i 0111 l IJO!t urn Yiclorio:o !
Para os l'in s g·crncs quo visáY<Un os,
ei!lrelall l.O, lli't o era po ·siY I que o sl'orço
d e O ·\\' ald o Cruz , fi~,;n." i ·olad o. E
nlti '"·ma a<.;(([\0 co njun cla d ' · ·es d ois
oull'O: prcs lim o. o <'t llx i l iares ela pr i- Lau•·o s e,· riano )JiHicr.
.cJ cncia J ,od rigu .\h·e., '" •rclncl eii'O
benemeri l o · lambem da cidad e elo Hi o de J<lneiro: L nu ro
i\l ü ll c r , En g nltei ro mililar, o nolnYcl :\[inisLro ela fn du -
lrin c \ ia çào (2), pro'·Te :is ln, encr gico c i ncan ·av I; c

[ I) As no ,·a s l he rias, em virtude d o ex pe rienc ias c estudos scien lifl-


cos d · cotllp tente , IW~ f·>co. de fe bre amn re lla , ctn ' uba, p r exemplo,
c ma is !n t·de 11•J pr"priv Rio de .Jane iro, P<ll' um<L miss:to da Escóla de
i\l edi inn de Liverpool, auxi liada pcl •S no~sos. scienti ws, deixavam
fl t·menlcute a enwdu que o mo-;quito , commummcnle co nhecido e ntre
n••s pot· m ot·iç6Nt ou cr(f'(lpanri , era o transmissor do ma l ; a e ·pecie
Stc[J<~III!J" Frt~sc irtltt, a fnbre amarclla : " espccie anophcle, o impalu-
·disnl••·
(~) Al '·t ll dos crvit;os espec iacs pres tndo :i cidade do Rio de .Janeiro,
O DE::WE l tTAR DO BRAZIL 41 5

Fran ·i ~e u Per ei ra P a ~sns, l::n g nheiro civil c , lenodad o ·


P refeito d n rlislric lo i'erl eral , in cttllsa vel, c ner gico c
progt· ,: i.sla .
\l a rgatt l-. 'l' ruas · xi~ lc nl ' ra -
gam- \' noYa-. : ab r em-se pra ça ·, qu ·
se njarel in<11l l: drai nam - c panlanos ;
lran i'or lll< II II->-L' os l oda çnes em bel-
h · vins pu i ti i '<ts <t rl ,ori sacl us; CO I'l<J ill-
.: ' 1110 1'1' IS , l'lll l iUSC[I el e \' C llli J tt ~; Ü O
e mai · ~ pa ço : Jnodr la1n- c a cdi-
l'i cnçõr. llOY<t,.. : in i ·inm - .·c a lodn a
for ça <t s '"~Ta , l l(i t·· oiJI''\S
.. el o tn clh ot·,"t l - Frn nci co Pereira Passos.
m enl o· el o pol'lo : - rui nas pot· I da a
parl suiJ.-. Ii l ui las de promplo por el iJ'i caçõe luxuo a
ou logra l ov ru~ J•ub li cos IJelli - im o..: . ·
D 'c nl t· · o gTandc n um ' 1'0 el'n uxiliarc el ccli cnd o. e com-
pel cnl ·~ n ·c~:; · lll OYim c nt o patt·i oti co, el e ·taca mos para
aq ui a a c~ úo Yiril el Paul o FronLin ,
~ ~ ~~ gc nh c iro ciYil , o Yi clori oso co nslntc-
LOI' da .loC'1úda Cen t,·al , tra çand o-a
c ex eculnnd o-a.
E a m odo- ta cidnu lia qu e E slacio el e
~; \ lançou em . ·1-6- p ri o el o fJâo de
_-l ssuca l' , i I'I'Otnpc, como por cnca n Lo,
" rcl n lc irn ·idade m(ll'aoillwsa dentro
de d oi · ann os, co mpl tnmcnlc nont,
P ~u l o Frv11tin.
cn1l'im, opu! nln °Ta ndi o a c sol erba,
coJ·Lncla por cxlc n a , luxu o a c incomparav ci · <~ve ni­
cla ,. pl c l.ns el e grand e pal nc io , di l'l'er nl c flcln cs llt cli ca
c pc ln n1· hilcclura.
O Hi o el e Janeiro, a c xpl nd ot·o n Rainha da Guana-
btu·a, , ut'l.!'C em fim Oj1ul enl a QTancli o ·a c so be riJa, co t·-
"' \ 1 ' ' ' v

a Lau ro :'llüller süo devid s muitos outros serviço · de ordem gera l,


po1' e xem plo : o impulsi namenlü d;~ ,·iaçCto fe1'1·ea, c g randes obras de
me lhora mento do po1·1 do Hit• de .Janeiro .
-li li i\() ~·,\ P .\T HI.\

Inda po t· Juxu o-a.; ; c c xl c n ~a " :\Yen itLis, rcp lc: la · de: pa lacios,
t·ad ica lme nt s:111 •ada os l ·nlantl o lllllLl Yitla ab olulamenle
noYa, um moYim enLo asso1nl>1'0sll dv cnt lllll Crcio e de vida
social, pr pamda pura ~T:tllfi c.•.-; ck,.; tillu · na ciYi lisução
mundia l.
Niío ha aqui, n· ' la p:ila\1':1-:, t•x-:1g-ii·ero d e , cnlimenlo
pnlri olico. Lócl c:, pnrém, l' lll absoluta in ·us pci çào alguns
.i uizos de cxtran gc iro.· ill u.-.: t1 ·e::- que' nos têm vi ilado : « O
Braz i! e m Lu do (; gra11d c . " - ,, ( :tlll hcc r n Hi o el e J a neiro
fni . c111prc um do- mvus JIJ :Iifll't•sdcst'j<lS; :lg·o t·n leria von-
tade de viYCt' mp 1·(• aqu i. ,> - " E-: tou •ncan lado com
e:le grand c pa iz, lt nllJ'<I d:t .\ mcric:1, · adtttiro acncq;iade
se u filh os . " - " O. rc ·ur, o., n gTand zn e bcll cza do
l.:lt·nzi l fazem 00 111 qu r te pniz . cjn a . rcle dc uma civilisa-
ç·üo ct·esccntc. O Hio d • Jan eiro, pOI" , Lw Ycz, possue um
sce nari o de que nunL:a m t•:qu • · ' rei. » - « . in eramenle
a !miro c te paiz qu e ' o mais heli o do mund o. » - cc O
Hi o el e J an eiro(; ·cmo um gigan te qu e nc01·da d um longo
somn o. >> - " f:on ·o rl o ·nm qu em j :í e -c,·cycu que o Hio
el e J aneit·o (; a cidad e qn reYcln mn i. progt·c o do que
qu alquer oulm no mun do. >> - cc A· A venida B eil'a-Maré
o mais bello pnssc io que xi. te no mund o. >>
Lcel c, em rim, talvez o ma i cloqu cnt.e j uizo, lançado pelo
illu Lrc jot·nalisln nt·gcnlino, B emarde:, que Yeiu ao Rio
el e Jnneit·o especia lm ente com mi sionaclo pelo j ot·n al Et
Diw·io, el e Bueno - .\~' t·es e que alli escreveu, de . volla,
brilhnnlissimo ai'Lin·o ·obre tud o que ob ervát-a - cc r\.
Avenida CentJ•al e seus palacios , a A venida Be if'(t-~t/aJ',
seus j a1'dins e estatua , de.:eseis nutl'as avenida , oitenta
J'uas modificadas, ele. " :

" Quanto a mim, um pouco ofTuscado pelo vertiginoso passeio


e peta suc ce5 ~ ~LO de se n ·a ções, nüo pude sen ão sonhar, pensaudo
no Rio, co m aqu e tlas ci dades e ncantadas dos con tos ol'icntae:s
q ue um_a legifto de gen ios consl1'uía no espa ço de uma. noite. .
" Ser1a um e 1'1'o, ao lê1· i. to, s uppu1' qu e eu estava contami-
nado co m a liio famo sa. v~I'IJOIThagia u·opi cal. Quize t'a ter locu-
Ci
r:1
(f)

r:1

>
;:;;;
o
o
;:;:;
;:;:;
>
:-..;
:-

C:qJi ta l f cdf'r;tl . - .l ri'nirln t:~·n l rfll (~ . 000 rn c tro.s de cxtcnsrw por· 3:{ d t~ 1:\rgur.'l), comuwniclr,do-s e ,·nu1 a .'\ n,·nitln /l l'irfl·
q rrc mede: ~ .~00 mdr,,s ch: exl cn:-.;i'' c :~~ cl•: l argll r3.
.11ar

\.Ões s ubstantiYa s be m e ffi ca zc:; pa 1·a pô t· em r e a lce a magnitude
d'es ta. galha rda m c tamo 1' ph o~c - e 11i'to o q uize 1·a por mim , que
jú enti, ;\ ua vista, a ·in ce ra a rlmi t·a ·~LO d o que n üo s e c. pera :
- quiz e :·a·o pa1':1 vó , le ito t• s do Pt·a ta: q u izc 1'a-o pam enviar-
vos o mais effic ie nte t es te m u n lt o do a lt ap t'CÇ'O m que deve ser
tido o povo qu e d e tanto e capa z. - porq ue, -e be m que este.>
m yste t•iosos ímp e to co ll cct i1·o pal 'CÇ'am ob r·a exclu s iva de um
o u de poucos tempe r am e ntos des wrad o. c ·u pCl' ÍOI'C , a coope-
l'a çüo ambi e nte é -d ada pelo povo q ue, po1· out r·a pa1·te , tambem
leva da s ua s e nt1·anh a . o t c mpet•a m ento, o ca r·acte1; construc-
tor, e n ce 1' J'~ nd o-o n' um o u m a. i · ltotn e n!;, co m o e xpt·essões e
ynthes es da r aç a - po i- • " J'ato aj un la. t• qu todos o facto 1'es
em in e nte· e sec und a r ias d' c. la ;tlcn t.a cl a. em pre za de at·te, de
saúde, d e vida e c ivil i a ção , for am os b ra ~. i lci t·o s , el e mod o que
o B1·azil , se lh e pe rgu ntasse m qua l fo i a par te q ue te ve n'esta
o bra, pode 1'Ía I'Cspo nd ci' com o Al exnnd t•e Dum a~, n a noite da.
es tre ia da Dama tia Cameliá. , a u m r u t·io. o ~ce p t i c o que lhe
di .·e : - Vamos, m e:; tre ! Con fe c qu e l'ez alguma co isa para
este triumpho!- Ac r·ed i to. t'e pond e u o ,·o lho lei"t o, co m OJ'g u-
iho : eu fi z o au c tor! ••

EffecliYnmenl e - n:'io hn qu em co nles lc - cun.-; g-uimos,


denlt'Ode doi nnn os, ::1pre eniGr a mun do. pnsmn , G mniot·
pn n·in::1 qt~ e j á ·c lenha e~ c riplo de -- h ygic nc c engenha-
l'ia - enlt·eiGçadn. por ner gia ciYi cn.

Não foi , pot·ém, ómenle :1 lrnn.· fut·mG ção elo l.io de Ja-
neiro a grand e obrn dn J re. id encin Rod ri gues .\h·e , nn
Ol'd em inle1'11n : todn s ns . ecçõe dn v idn nncionnl recebe-
l'::tm nolavel impu! ·o.
De lud o, por·ém , ~ c cui clü r a ao me mo lcmpo.
Que bmço poder oso c n me.<:lt·nclo deYerin er guet· ; em mo-
mento oppoi'Lun o, o Brazil Moderno, pnra leYal-o, lrillm -
phnnle ao eio dn civi li nçõo uniYet·sal , a p::~ r la s mais
lwilhnnl es p o ~eh cia s do mund o? Em pMnllelo ao pens::l-
menl.o nrgulo e clnrivicl enlc do GoYcrno, o . cntim enlo bt·a-
zi l ei I'O se Lt·acl uzi r·n em echos : em uma i ncl i caç-ão nacio-
nal, - o D t·. Jo é i\ fat·in ela :·ilY::t I aranh a Hio Bran co,
n.., l'ào do I.io B t·anco, enl ão M in islt'O elo Brnzil ;H\ \lle-
() OE.' PEHTAR D O Bn ,\í'.IL ·l i\}

m;ln l ,:t , l'ni o ('scol h irl o \ l ini. lro ri o Ext er io r in iciand o,


n'c!':. a nw-. n1a p rrsidc n(.;ia. !;1m hc m o l tr)\'0 p(' 1·iorl o dipl o-
ln a l irn hrrtzil<•iro .
l~ r; t f'"-"<' llH ':·-rnn d ip lo-
m ;tln t'fl lhllllllJl<trl n, Yi (j-
!r)J'ioso <' snlr io , dt •Yo iad o
palriolil'o .\ d\'11;.:ado d n
Hr;t zi l llfl s q ll<"" l(tt"· I ' ITi-
lo ri ;l C's ,j, . I Jtl(tj!(Í l' da.
V iss()e.,, com a Fra 11 \: a
r a . \ J· ~·t •J rlilla ( 1) : c, sc
m '" 111 0 glo rio ,.;o IJ<' rrl irn
d o I'L! ll () 111 ( '. " (I ('i \' i s 111 () ('
d a's ; ti l; 1s 'I" a I i d <l d c-; d i -
pl OI11 ;t li ca,.; d o Yi . co llri l'
d o H in l ir:uwn, "l'll \ 'C II l ' -
r n nd o pa e, qu r 1;1o r •lc-
Y[l nll's 1-;C I'\'iç·o.· J! I'C!; Iitl'il
it [Jn l r i;t 11;1.-; Jlt' llrl c n ia~
el o Hi n d a l' ral n c na
n·u l'l'i\ d o l'aJ·a ~· u;t ~· . illl -
m o rl;l li zalld O-Sl' . Jll;t Js
ln r·cl , co lll n slnd isl ;1,
pela le i el e 28 de ~ c l e m ­
br o c! 187 1. O l) nr·ào do
I 1io ]),·nn cn lan ço u, c! •fi-
niliYnmc n lc, ::1 nova p lra ·c . Ga r·anl iu fir·m ou ::1 p::~z enlr·e
o Brazi l c ::~ s n a ~· õc · v izi nha s, CYi lanclo po " iYei;:; n l l rilos,
a fa litnclo m e m o cl no S<l l'r onl ira · n acçúo de pnlen-
i ::~ · lr::~n sn l bnLi cn , qu e procurnYnm , la!Yez. ler-n os. ;i

(1) i>o1· lacs s erviço , a · 'l':~tiol ;õ o na c iona l c corp01·ifi üra. por u b · CI'ip-
~:ão popu la r l:~ n çada pelo J 0/'11(1/ do Commercio, do Hio de .J a neiro, em
precioso b1·indc que lhe fJ ra o flú r ta do, a l lu ~ ivo c em prata ma ~ iça, no
va lor dc' muitos ' con to de r '•i ·, uma r erdad c ira obra d'artc.
o Bar;-LO do nio Bra nco l'Ccolheu cs c prccio o brinde UI) P;llacio -
ltama mty , o nde fun cciona o 11 linis tcri do Extori or .
N O :"A P AT I11 A

mtío, pOI' int c r m d in l c ~Tandc cmprczn indu 11·iaes ('1).


E j<i Lend o, n im , l'i~ nrl n a r,·o nleir& · 'brazil ei1·as com
a G llyano F l'an ce.~a c :1s R ep{lúlir-as da Bolivia e
Argentina. lim i tou por 'Oinpl!•lo o lk1zi l, m lralados,
c. lnbcl ccnd o n linh a. rlivisnrin: dnvid sn co m a Gu-
!JCllla In,r;le~~o , n Cu!JWIII Ji nllundr> :a . a R ep ublicas
da Colombia . Equotl(), . e l "r>nf':ue/({, rrs land o nclual-
mc nl.c, apcn;\." . n R ('; ublil: rt rln P C' I' Ü, 1'111 ::1cl nnlaclas
ncgociaçi'ír. ri ipl nnl;lli(';\,.,.
1\'' um . ~·, la n · • d · l'nrrgia pa l rit~ l il'n . em noi l . de vi gí-
lia · c tu do · aprofund ado ·, o JH)\'1 .\l ini ~ L ro l o Exle1·ior
. ui·o·ira v ic tnri o·o do ~ c·in ri' ."c" ()t/ento (' r·inco ann o de
ind ecisão , rl r ;111l r rin s pcnrlc n ·i ns qnr h l'd<J I'::l mo el e Por-
lu gnl ao I mpo cln Jncl p ·nd en(' in, mnnl ' IHio : 111pr integro
- n di g·nid ::1 cl c c o~; i nl re scs Jmnil ri ros.
E l;wa 1::1 nçad; 1 a vi IMia , m pl no s io da I nz.
O Brnzil vnr-. ( impnndo ;\ · Yi l::ts ·x lra ng ir::t , dea nle
de lanla l'eso lu ç-tio . .\ s hnn ·cllnria ame r icana r cui·opéas
por e bem ·l::tr::t n"' •nlc qu o JJrnzil r ur ge .
E n Brazil m:w hn, i m pa vid o. ,Jü m ·J Q01I co m par ece á
E x p o ição ü nive1' oi de S . Lui~~ , n::1 A 1n J·ic;á do Norte,
co nqui tnnd o um do· prim ' im Joro·nrcs nn orei m dos ex-
posii OI'
E o B1·azi I pl'O gu
Di ffe,·c ntrs E stad o d a n publi cn , notadamcnlc P~u·á,
P c1·nambuco, Bahi a, Pnu lo, iVIinas Gerncs , e Rio
G1·ande elo . ui, p1·i n ipalm enle a Cnpilnl F d ral, n insu-
pe,·nvel 1\io el e Jan iro, r ecebem vi ila e pe ia s c honro -
sissimas el e nolabi li dade curopéa nmcri ca nas na po-
lilica, nas ::ti·tc , nas in lu sti·ias, lc., ucc dendo - se em
curtos inl ervall os (2) .

(1 ) Vid . n s ca piLul os 111 e \' a nen-ocw<:oe ob1·e o Ac re e a van-


tagens colh ida pelo D1·azil na, ncqu i içã o d'cs e ~en·i to 1·io.
(2) Enlre outros, Henri Tui'Ot, membro do onsclh o Mu nici pa l de Paris;
r., neral .Julio R occa, ex- Presidente da Rcpubli ca, Arn-enlin a c um de seus
~tavci cst.adbta s, ncompanhado de <>ua f'amilin.
!l DE PERT .-\11 D O BI1AZ IL ·121
. .
E o Brazil amin ltrt.
Os g-rand ·s .iorn a , do mund o uropcu OJrcgón m -lh c
a- beli C'zas c J·irplCz:t. , j ú po1· en.· co '''' ponden l . cspc-
cia . , jn p las aiTiJ·,naçõP · pes. oacs dos qu e no. Yi iL:tJ·am.
Navi o.- de ~·ll t 'l'J"<l rir tl i l'fcrenl . nn çõe · npo rl <:~ m ao H io d e
Jan iro, Yi>.i lan rl , ·m . cguirl a, os poi'Lo da::' g rand e e
bell a cirladf' · da co~ La . Capiln li la. f'rnncez s, a llem àc .
in g·l ez ' S . hclg:t ", no l'le-a meri a nos, bu c;im 11 0 I:::r;:~z il em-
J r za.<: t·.o]n.:Osn< s ( l em m !I JOJ';lm nl o r! c porl o.s, ,·iaç-ão
C' il lu m in ,\•'<in r·lecl ri('rt . ' traria. d e I' 1'1'0, fabri ·n::::. L·.
no (>,i n ele· .lanei 1·o • m clif'h·c nlc. l~ s l ad o. d a n ' pu-
hli a .
1
I ~ o I !razil sogtll' , i 11 pond<J - . c' a ·o n ici <' J'<lÇ'ii Od o mundo
I DJ << l'lcgc o .\ J'Cf'h ispo el o Fli o de J;:~n e iro pa ra a elc -
Yacla ll iC' rnJ·cJ,ia t:l' c- 1 ·si:islica de Cw ·d()al , o prim iro cn r -
din al alo r1u u a Am cri ca do. ' ui co nt ou, pel o q unl anhcln-
Yam o ul1·as ll:t(:Ü••s am ri canns.
'ria- c a p1·im i1·<1 l ~ 1 nba ix ada na ;\ m cri 'n i\fericli onal ,
l estin ada ü nos. a ,. )JI' s nlnçào junto á Ptepubl ica do E -
lad os- U ni l o , cuj o Gover no no ,. l ribu c, imm edialam enl e, -
om o p rim i 1·o Embn i xado r da Am 1·ica
el o N o rte cl linaclo á .-\ m ri cn elo . ' ui (2) .
Joaqu im Nnbu co , nolnwl Macl ,. 1 arln-
m en l:.\ 1' e tribun o acclul néicl o, dipl omata el e
l'enom e, j;t na L en·ação Pr·nzi lcit•a em L o n-
drc , - J oaq uim Néibuco, a I'' ll c m e m o
b nem r ito propa n·ancl i. la ela lib rl ação elos Joaquim 1\" a l.HI Cl"~ .
.e c 1·a , o , · o e col hid o l~ mhaixad o 1· 8 1·azi-
Jeiro. Conqui. la o re pe ito c a co n id c ,·nção elo Gove l'11 o ·
cln prOJI·ia . ocicda !c no1·1 e-n m el'i ca nn , onde é m mo

(I) . ·.-, :1 em preza Li_qhi cntd p,J,OCI ' (Lu z c Força) tem a c tual mc nlc n
Braz il cc•·ca lc t,•e::<ell lOS m il contos de l'éi .
(2) Como um req uinte de a mabi lidad , o Embaixa do1· Amc rictlno
Cri co n tentou c con ·cg uiu fa ll:tr COI' I'CI1!em nt ' a lin g ua ponuNueza
·d cn ü·o de doi mczcs, a (h •nl'' de p0dcr faze•· Lll n bello b•·indc, n'uu t
hanq uc lc, em sauda çüo ao B•·nil.
2-1
-122

popul;:n , t';dl ;md n di :-t·tll ·.-.;\ll! ln ll it l11q.!·ua ilq..;·le7.n, co mo


nn. bc l lc7.:1,..; d e ::, u ;t p rnp ri ;~ l i 11 ~ tt il. <'111 ;tl l;l" ;1,..,..;ociaç;ões
l i li 1'!\rÍ ;\;;, ]JI't•,..lan d n- lt o" n·] ,. , '1111<·." '-'C' I'' i r·r..., ri Inda o rd em.

lnfoli7.1llCil ln Í l'l' p.tl'il\·r·l J'C'rd;t l li\! 'ÍOitill - ,Jonr]uim


Nn hu co j <i n;lo t'\Í ...,ll', l t' lld'' l':dlt•cldr l r·111 I·· \' t' l't'Í I'O de
10 10. :-; ua l ll tll 'l C', ('lill't •l;tttln, I'!' Jr l't•..,cn llltl. ju..,l ;un c ltl , n

Ch t·gad.t clt• j t):tl(llilll X .ti HI I'I ) ;HJ .\ l'~ t · ll al de .\( ;u ·it l hil l h l l'a!lll al
t h.l ci) I'J)H r ·d e·
r;ll, para S,t•gu ir p.ar ,l o HL•crr(•. DI... Clll :-tiJ alt· l il ·.. pPdt·h .

'\ 'nlhe:sc el oq uc 11lC do .·e11 ,·:tlr >r , na.' ~T<lltcl e" riU 1110I I:S l ra-
~:6 · d p •za1· qu e " 11iúo \' o rlc-.\ 111 81'Í C<llla lril1ul ou ti
11a m em o1·in, o n v ia 1lfl o ao 1-:r<t zi l , ' ln lim , e l nb;il.' :tnw cl o ,. c u
co l'po, D bo r do el e um d os 1na i · pod er o..::o;; Yn ;;o,.; ela \r-
mncln Am e ri cn na. ~~~ l e !'oi ·o11tho iado at é ao ltio de Ja nei ro
p l o n o...:. o nOYO n co tll ':i ~:nd o l1úw s GPt·oe. , '111 p r irn eil'n
Yia:··e m pnrn o Brazi l , :eg·11Índ r1 p;t l'<l esse l'i1n , ela ln gla-
l•ITa, oncl fó l'n co n ll'tlid o, pn ra o· E slncl os-Unid o,; cln \ m e-
r·i ·a da N ol'le. N o Hio d Jan eiro, n enll'acla do col'pO de
U DE ' I I·: HTA lt OU 13H AZI L

Joaqui''' .\all u ·o foi Llln aco nt ecim ento nn cional , .·eguindo,


pou cos d ia,... dcpois, 0111 11avio de g uc rr:t Hrazileiro, para
n ·id a<.ll> d11 I \(•ci l'e, c tn Pc l'l1nmbu o, q11 0 Ih foi bet·ço e
ond e cl o r llll' o ulti 111 0 !'OI1 11l O ,·eco llti lo n um bell o e cus-
lo o M o nu 11 li· nl 1, . Ilt
.I
E o I ' r; tzil nCto p;i rn: ainda tem a fazer. i
J,cso h t· o r ;c,y •r11 0 do,· I~ lados-U nid os uma v tstla
ofTi ia I a .\ 111 •rica do Su l, n p ri m irnqu e ·c fnzia , nYiand o-
n os , 0111 ]JOs.-..anl naYio el e !-;'ll eJTa , seu \lini st,·o do Exl c-
t·io r , El i l lll I ~ool, no i111uil o d e ·tr ilar r laç;õ · políti ca
e comm L' ITÍ<t .'-·. l ~n lrc nó.:; e no cxlrnn g iro, nã o poupa o
i\fini ·tro da pnd r .:;" P,ep111Jii ca n o rLe~am c ricana a· mai ~
YÍYa · pal;l\·ra:-: de enllw ia mo pelo B 1·azi l (1 ) .
J á ._:c achaYa c ntü o ,·e ·oiYiJ a a r eunião do Congresso
Pan-.-1ule J' i ·ruw, as. c mhléa d r prcse ntante el e toda a.·
naç:õc do N ovo-\lund o, de ·tin acla a di · culit· altos inl e-
t·e ·c· socia •: , p o lili ·o..; COlllll1 Ct' ·iae , m fa ce da civili-
saç·ão c uropéa, approx imand o me mo, f nücrnalm ente, n
di!Tet·en tc.-.: "" f:Õc: an1 ri ·;111:ts , •m ..,;olidaricdacle co,nlinen-
ta I.
\ cirl ade do Hi o de Janci1·o é de..i"·llada pnra . éclc
·d 'e ·e Co ng ri 'S.'-'O , q11 • ·s • t'CUII C em ·1906, .1)1'0 idiclo por
J oaquim Nabu ·o, 11tn do · I'Cpre:-:cnlan lc · do Hrazil, acclo.-
macl o 1 lo - ( :ongre ·sista s.
E o l:::t·nt.il , pro ·u1·and o 11 onra 1· a escolha que el e ua Ca-
pital l'ó ra l'c itn para n c· ·õ de tão no tavcl CongTe. :o,

( I) Co u•o i l lu. tm<;úo do n--umpto, aqui deixa.mo regi st1·ado um do


trechos da primeira manif'e~ tn<;:"to fci• a po1· Elihu Hoot, em tet-rilorio
brazilci1·o. na cid:tdc de llel.!m, nd c apOI'iou prim iro, em banq uelo que
lho foi of'i' ·r eei do pelo Govemadúl' do E -lado :
" 1·: ·on1 0 mai or prazer qu e ,·enho visitar a g rande Rcpublica elo Bra-
zi l, pn• ·•i q ue a mi nha p1·e~c 11 ça seja um atte wd o ,·iro da alta on~id e­
t·ação m auifc tada pela grande Hepubli ·a do Norte ü sua irm;i elo ul;
pnra que u al lCtile pes onlment ' o im111en ·o desej o que a Hepubliea dós
Estado ·-Unido~ da Amc1·ica do Norte nutre pela eo ntinu<ll:<io da amizade
fraternal qu e lign as duns naçõú,.
·12·1 :\0~ :::; .\ 1' _\'J'I' I.\

([UÍZ- na pil;tSL' d progrl'"SO C de Í IIÍ <.;Ía [Í\'G 1 L[U ' all':l\'CS-


sava- li g;,n ao l'a ·lo ttm cnt·;1 cl t· cxlt·aot·dinari o, 11ão lhe
dando para ::; 'l.! llélrÍ O ll Cll illlllt dos he]Jos J il'ÍCÍ OS jü CX Í -
lentes . Quiz lllai s : l'ez tl c::-tn;ttll'il::tJ' cuidatlosamen le o no-
l;,wcl L) alaci o, c tn lJLH' ll aYÍ<t :·,guradu n a E xpo içao Uni-
:1'I · oeN;aL de S. LnL~, rt 'C(l t t.~t .. uittrlo-o It'n nt el o::; mai bellos
lredws da l'nm o::;a _l cenú/(1 } i l'tl rt- J I(If', di •nomina udo-o
l
- · }Ja{acio ~!Oili'Ü<' , Cirt l! niJt(• ttas·t•trt ;i ], puhl i a do'
E lado ·- [ nid o da .\ lll c r ic;~ dt~ ::\ l >t·lt' , lJII(' l'ni a pt·otno-
Lot·a el o Con gTc,.;:;u .
·I.

T er minaYa (perí odo jJI' :,irl enci;\ 1 de 1\ n ri i·i g·" e~ .\IYes ,


a C'nd c nd o an poder .\ l'l'o11.'-0 J>enna, em
J,j dt· Nr>\'C tllht·n ti l' 190G.
l'a r;n (·~~ a 111<\1' ·ha ·1 l ~ nl o t ·p eGC I ' a ac-
c;iio cl •ci~ iYa ·?I t cua1· de tn om cnlo lti ~ lo­
ri co?
lmpos._iYcl. Bc nt cotnpr chend Qu o no,·o
Prcsid enl c a ~i lua r,üo e a ncce idad e de
soli du i·i eclad ' ma s ·ula cn lt·e a pt·e. idencia
qu e l.eJ'ntinaYa c a que . e i niciaYu .
.\ITonso l'c unn. Y ód ' <l ;:j'OI'a, CO I\l rcln çüo ü vida exter-
na , :ond e a olidnri edade foi aLLe Lada
pela el oquencia do J'ac lo immcuial o: a perm anen ia do
benemcrilo Ba r iío do H io B 1·nnco no Mini ·terio do Ex-
ICJ'ÍOJ'.
P rim eim YCz, no 1·egim cn r epu blicauo, que u m Minis-
tro pa. S<ira de uma ü oul.rn pr·esidcncia , rcprc. enlando
uma só icl ea, um a ·ó ,·on laclc ('1).
Enl,·c os nob1·es ideao· co m qu o 11 ovo pl' i d enle da

(I) Coincidcncia notavél ! Em no ·sa hblot·ia política an tet·ior à Hcpu-


blica. um dos poucos brazileiros que se maut.iv<~ ram por ma i tempo -
rnais de qualro anno - no poder, foi o Viscomle do Rio /JroiiCO, pac
' t.ual· 'Mim stro dó Exterio r. como Presidente do Con. elbo de l'vlinis-'
1871 a 1815.
<> l l i·:SPG HT ,\Ic UU 111L \ i': ll .

l) J• rc . . idcnlc .\ fTun.... u Pt.: ll ll a t· m .\l an ;'ao .. ( .\ llla zonas)

~ I.
426 2\ 0 SA P A T H fA

U nião B l'azi l i l'a cal'ncl l'izou .·cu pi'Ol-(Tnmmn de goYemo,


fig ul'o u m cl c:; I ncad o Io c;n I', :1 vi <q;úo l'r I'I'Ca, com o elc-
m enl podc l'oso <linda do <li<t l'f.;'<\lll CJ ilo da agTi cultum e
do pO YOamc nto do ól o, p la i ml JJigJ·<' r;ún .
P o1· is o, d e cjand o ·onlicccl', JWs.~ o a!Jnc nte e de perlo,
n m ni.s tll 'g' ntc. nccr""icl, de:;<' dand o um beiJ o exemplo
de o ri c ~11a ç<'ío ad mi ni:;t J·nliYn , ·isiln u de n o J·te a sul , vin-.
,i and o em I iiT I' n l .· \·ias I'CJ'I'C<Is, lodos o· E. lado· dn
U nião B l'azilcil'a, pou ·os 111C'zc.-.; ;lnl -; el e nssum i 1· o Go-
YeJ·n o.
I• oi o p l'i mci i'O chc l't• da :\<1 (;iio, d e.~dt • o i ni cio de nos n
lnd cpcnd nGia, qu e I'Caliso u 1:-to no!J J·c co mmc llim cnlo, J' •-
m a tado ]JOI' c ln· <:ol nín ' 1H'OJ11 ss:t , ao as ·u m il' a d il'ccção
dos n goci os pu b li co · •m ·1.) d :'--l oYc mb J·o de ·1906:
<c-. Quet'O intl'dclu. it' no flt ·a:::iL um mdhcio de inúni-
g l'(m{e. e cons tnlit' r{p_~ miL k.iLomett·o. de linh as fer-
t·eas, dw·cu'l.te os 111Pu. · q uatt·o Cll u ,w s de aclm.im tl'açao . .»
lJcpos il al'i O de ·ua ·onfianç-a c de ua nc('üo no as-
.- umpl o, colloco u no ,' vlini Lc l'iO da In-
dusLJ'Ín, V i;J çiio c Ü ll'rt · P ublica , o
j oYc n c tal ntoso En gcnh cil'o Mi guel
( :al m on du [ i n c .\l m c icln, j <1 cxp ri-
m enlndo em fun c\~Õe. icl c nti ca.- no E stad o
dn 13nhi;1, pl no el e ini c;i:Hi va c noLnvel
actiYidnl e ('!) . ·
A o t mpo, achn Yn- ·c no Bl':wil um
)l iguei Calmon. pcqu no navio de g-uC1'1':1 nllcm ão, que,
· impl'ev idC JJ LC, ou tal vez, - quem sabe !
- p:w a c xpCJ·imenl:n a cn l'~··i a bJ·nzil eil'a , delcl'mi-
nou o incid ente de Jtaj a h~· m o tivand o um a cne1·gi ca inter-
venção dipl omat.i ca do 8 a1·iio d o Hio 81'nn c;o , que mais

( I) O D•·· :\lig u<:l Ca lmon, herdei• o du g lo •·iosas tradiçõe de família,


é neto d'aque lle gTande <: tad isw c d iploma ta , q ue l'oi, o M:11·qucz de
' A bra nte:,, de q u<:m t1·a t:imo 110 ca pi w to' Vll , c q ue lhe le<•ou o m_esmo
nome.
Em•·e o;; g randes se1·ric:o j ;', p1·eslados, pode m se r de!<tn cados: o inicio
U DE. ' P E HTAR DO BHAZIL . •127

umn ,·cz ,·i u os sç• 11 csfo rç·o. CO I'Oncl o ele co mpl eto exilo.
A \ll clr t< tnlra deu-no · pl ena._ . nl.i. f;r çõcs , pelo cl es 1·esp eilo
el o no;..,;o lcr r itnri o . Pouco u epoi , qua ~ i em eguida á afl'il·-
maç-üo J e ll u--~a C'll(' rgia no lc•ITeno cl i plomali co, o B1·azil, !ti
no p1·opr·io ('ll r;rC'üo da .\11 ·manh;r , m Bel·lim , conqu islaYa
uma n1li la 11le Yi cl orin d e paz m leiTeno scienlifi co, no Con-
!J''es o ln tf'rncwionrd de 1-Jygiene. O \\':tid o Cl'uz, aquelle
me. mo sa l riu, . 11('1 1 • mc~ ril o qu e . nn i rr·a o Ri o d e J an eir·o, l'e-
prese nl ti r·;r alli o Lir:tzil , ol'fi ciulm e11Le ·onviclado. Tal bl'ilho
imp1·imi u :i su:t 11 1i.·,;úo , 11 0 se io d e lanln. capacidad es sci en-
lifi ·as: l:tc•s rl l'lil n. lrnç·ões p1·<ilicn :lJ)I'e enlou do. ])1'0-
''I'C' .'OS (' da Yil:ili dacl • d e ll OS.'O·~ . el'\'i ÇOS de h Jrgiene,
qu e ao B r:tzil l'oi c1 nferid o o p1·cmi o el e honrn: umn m e-
dalll a d e oi m, enlrc:g·ue ao IIO' SO 1·epr· enlanle peln pr·o-
pr·in l mpc r:tlriz da .\11 ·manha. E o Cong t·e o, mat·avilhad o
d eanl c dos Lrahaii1 0 · hrnzil c i1·os, YO!ou, pol' unanimidad e,
qu e se 'I'Ca,;s 11a Europn um a I'CJX1l'Liç-ão cenl.r·al de infor·-
. nra çõcs .-o bre o.- c Luclos feito · 11 0 · paizc Lr·op icaes ácél'Ca
cln fcbr ' anwr lia c pcsl c mnlarin.
O B r:~zil c r::1 urna \' reinei ira r· v la çii o sci cnlifi ca pat·a
a _ E uropa , q ue p ro ·lam ára n cxpos i~·úo hrnzil eii·a - a
prrm ei m n Co tr gTe:,so .
b . o, na Eu1·opa, c no lct'I'Cno da alta ci · ncia.
D ·outro lad o, na OI'Ci em polili ca, nü o ccs<:avam , na Amc-
I'ica, as Ir nr n ::~g n ao Brnzil: a claln ela prodamaç-ão da
R publica ·hoaYa , ' 111 '1907, no s- i o d e clif'l'el·cnlcs naçõ
am c t·i cann ·, com cl c mon trações ofl'i ciac e popula1·cs , leYa-
dn aos 11 0~ ·os ~'lini l1·os, 11a séd e ela t'C pc~;liYa s L ega-

da . cmp r za
'
co lossaes do mcllt o1·amllnt.os dos portos de Bel<'m , S. Snl-
oculn,• Recl}'e, conccss üo feita a cmj)l' za · xlrangoirn s ; ~odificaçüo da ;;
agnas brazileiras; notayel regulamcnwç:·to da no,·a reparttç<io de povoa-
m onto do úlo c d o pt·opaga nda no cxtrangciro c que j:\ Yae produzindo
e ffieaz ro ·ultados de immigra \~1 0 pontanca.
D ll 15 do Novembt·o ele J90ii a 15 do Noremb1·o de 1907, por exemplo,
furam re:di ~ ados e ·tu dos n o Yo~ . c modificações em t1·açado:; já exis tentes ,
tudo jú em andamento, sonrnwndo mab de ci11cO ntil loilomet,•os de linha
ferr ca .
-W! :\OSSA PATHL\

c;ões. O <[U ' u lll<ll ", prim eira vez <[U ú . recebia mo:; uma
h om c na!..:-Cm cl'es ' ::l. natureza : cm' [LWnlo na Capital da
R epubli ca dn Un1g-ua~·, em \l on ll'Yid ··o, o \l ini ·tro Bra-
zil eiro I'CC IJin l"el icila ç-õc:;; L'l l lh u;- i<t:;l ica ·, nmn co mmissúú
d e nol abiliclacl es mu gua ~· a,.;, j ;i no l -t io de Jan eiro, apr·e. cn-
Lava Clli11j)I"ÍI1l nlos o!Ti ciac.s ;j (l l ' r<·~ i I nlc ua H epubliCH,
Lendo ü l"rcnlc o propri o ~i iJIÍsl ro da Gu CJ"J"a c Marinha
d'aqu ell a na çüo, scguidu c!,, j oJ"<J;\li,.; la., cl iplom ala , ju-
riscon u!Los o c: ladislas.
Tra tad os d e co m m c rGio c n J:lizadu sii.o <·cnoYado:; com
diffci·enlu · na ç·ões euJ·npéa: e <li11 Cri ·nna>: .
Ch egál"a, Lamb em, ::1. \·cz cl ;l .\ :;;i<t ! O Tm peri o do Japáo
entra em J"C.:la çõe · ciTc<.; li va Wl ll o lJJ·azil, em eo nvenções,
p1·omovencl o a immi grn c::úo jnponcza . O proprio co mm eecio
Jnponez extcncl c-se, pula pri1n cira VC'Z, ao Brazil, em -uma
gn1nd e cmp1·eza co m ócl c nn liio do ,Jan eiro.
Cada vez mais num cros;\s, succccl cm-.-;c as Yisitas espe-
cia es d e extrangeiro::; illu strc::; , allrnl<icl os pelo r enome
bJ•azileii·o, r elii·anclo- ·c vcr·daclt:iramunl.c captivo e en-
l.hu siasmados de no. sas bclleza · o grandezas, sobretudo
de nos a pi'OYerbial h ospiLa l idncl c, <lll CI' no lci·reno ofl'i-
cial, qu e1· na propria d oçura do lar brazi leiro ('1).
Emquanl.o os r ece bemos po1· cs a l'órma , I·ealçando
nossa ecluca\;ào ~ocia l , Hod1·ig·ucs :\h·cs, por ·exemplo,
ex-PI·csid enl e da H cpublica, Yiajancl o na Eu1·opa , em
cai·acl.el" pni"Lit;u lar·, é cuqw lad o el e honras, I·ccebido ol'fi-
cialm cnl.e em Poi"Lug;ll, Fl"a..n~;a (2), Ilalia e ln g-la lcl'I'G.

(I ) Entre muitos outros, Pcwl. Down c,•, cx- P t· ·~idcn tc da Ca mara do ·


Deputados na Fmn(;a c nota vcl estaditita; \Vil/irun Lhc.J'el'd, prorcssot·
de uma Uni1•cr·$idadc not·te-am oricana ; Guüh<:I'IHC Fcl'I'CI'O, notaYcl lit-
tcrato e hbtot·iador ita lia no; .\lanocl B ei"II W'tle::;, i! lu s tr e jornalista at•-
:;cntino. Para dat' um a id ca do cmhusiasmo de quantos nos ti:m 1•b itado,
alem do juizo de Bcl'll a rdez, ja tran scripto em outm nota , ua ta dizet·
que Paulo Doumer, de vol!a a Euro~a, tem c:;cripto ma g-i tracs artigos ·
~obre o Brazil c t·calizado mesmo con~ rencias publi cas, excitando :t
Fran<;a o estreitar cada vez tltais os la.<;.os de amizade com o Brazil.
(2) D'cntrc a s gnmdes l)I'Ovas de considcraçào t·cccbidas pelo Dt' . Ho-
. -·•cs ;~ll"cs, em Paris, lcde " se;;uin!C dcseripc:üo :
O O.ESP I·:HTAR UO BH ,\ZIL ·129

Co nqui. lacl<1 , j ü, a hegemoni a s ul-a mct·icu na, consoli-


dadas a co n · id c rn~:5 c a ympulbia da Amet·ica do Norte,
cuhivada < udmira ç:üo el a Eut·opu, Cl'U tempo de faze1· o
Brazil surgir C lll l'ac do mu11cl o.
O Cong t'r> o P an-rllll e r icano fóra co mo o preludio
qu e p1·epa rü t·a rl co11 Yi Le n .\ me rica el o ui pa 1·a a Con-
jeren cia f n {r't'llrtr·ionol da P a-' , em Ha ~ra, Capital do .!
Heino ela 1-lull arHin , e m t\ g·os lo el e ·1907 (:1) .
Pmpi ·i o lllOillc nto ! I rcsliginnelo-:·e na [ az , pela Pn

•• Com de ·t:~ rado llli lhantismo, rea lizou-se no hotel Continental o ban -
que te ofl'c rccido pd •> Co" •r·no ao O r. Hod l'i g ucs Alves , ex-presidente d.a
H cpublica br ·azil o · ir~ e no qua l tomaram pa r· tc r·cpr·esellta ntes de todas as
e la es sociae. , a ~al,e r : mini:tros, diplo ma tas, a ltas patentes, banquei-
ro , co mmc rc i a n tc~ , ind u. triacs, etc.
I r e idiu á fc!>l:r o s r·. l' ic hon, min i ·tro das relações exteriores , sendo
o mdor o ffi cia l o ~ r· .. \ . l' ica r·d , minis tr·o das obra · publi cas , que offcre- ·
ccu o b~nquc t c.
Fallaram os ~ r~ . l'isa e ,\ lmeida, m inis tl'O plcnipotcnciario do Brazil,
na Fran ça , c 1\ od r i:;ucs ,\l,•es q ue ngl'adcccu a 0Ta11de prova de con-
s idernçüo que lhe dava o g ovcmu franccz, sendo m uito appla udido ao
terminar.
Estivcr~am pre. entes os s r · . drs. Pereira P a ··os, Lauro Mullei', Paula
Ramos c outros m ·rnbros proemi nen te · da co lonia br·azileir·a : o r·cpre-
scntante do s r. Al'lnando Fallii!l'CS , presidente da Rcpublica ; Muzet, pre-
sidente do Syndicato de Commer cio c Jndust!'ia.; Molla rd, direciOI' da
secçào do protocollo na secretaria do exterior·; senado res L outicrs , Du-
pont, Bczançon, Ouyo t e Dec ra is; deputados Vizcl' , Delpech e Dubai I,
almi1·antc Genai .. , Thors, presidente do Banco dos P a izes Baixos, .
Princc Soulé, pre: idc ntc das camam. sy ndicacs de consti'U C\<ÍO; Mar-
g uery, do comité de a l imcnta ~·ão; Doncklc, pt·csidcnlc da associaçiio de
tecidos; Bcvüral, membro do sy ndi ca to da bolsa e todo o pessoal da
legac:ão e consulado br·az ileiro .
A imprcssüo deix ada pela brilhante e s~·m pa thi ca festa é mag nific_a c
a cs pectat.iva gera l é que a mesma l!·a!':l bons resultados para G max1ma
approxima çüo cnll'c o Brazil e a França. ,
(LJ A idéa d'cssc Con"'resso fo i lcmntada pelo Imperador da HussiG,
funccionGndo pela prim~ira vez em 1899. O Brazil, unico paiz sul-ame-
ricano convidado, entiio cxcusou- ·c de compai·ecci', a bsorvido que estava
na rcconstrucçüo fi nan~cira in terna. A segunda I'euniüo, em 1907, foi
promovida pelo Pres idente dos Estados-Unidos ela Amer·ica do Norte
sob os auspici9s do ImperadO!' da Rus ·ia.
430 NO ·. 'A PATRIA

e pat·n a I az, o Brazi l ir·in alle,.: ta r, no . eio do mundo· reu-


nido em ' o n gres~o. ::: ua ·apn cid ad • tW iona l pa t·a gTande:
cle<:tin os, n'um Yei'Cladeii'O P arlamento das 1\ ações, com-
pos to cl' nota i i! idad e: muncl iaes . Sim,
a P:1z !
.\ clnrivid cncia de Hi o Bran'co ot·ga-
ni zou a Deleycu;üo BI'Ct::;ileim ('1),
con!l:utclo a cll clia a fht~' Barbosa.
i\ utrca t' Xúr·cern um pos to clipl omatico,
no cxt t·i or : nunca c::; tiYéra no extran-
p;eil'() em comt rli.-.: .-.: úo de 'fllõ'l lquet· natu-
Huy Uarlm-.a. ,. za do ( ; 0 \' 8 1'11 0 13r:tzil ciro, embora
. eu ·notrr c j ;i fô>->'C' c:o nh ccicl o nos cen-
tros europeus pot· traballr o::; pul licaclo." (2) e pela parte
ndiva nn politicn n::~c i o rt :\1, a rdot·n,.;o p ropng::~ n d ista ela
libet·laçiio el o._ c ·cravo.- , l !l'n~o !'o rle na lJroclamaçào da
Hepubli cn, seu pri mcit·o i\ Iinistt·o el a Fnzendn e a uclor
elo Projeclo de C:on ~ ti tui !;'à O, t·cprcsenta ndo actua lmente
o Estado da Ba hi n 11 0 • nncl o l•'eclr r·;d. Orador nola-
bili --::;im o, juri.:;co nsulto a fa nr ado. Ji t.tcrnto prim ot·o o,
j ol'l1:tl i.Ja pu jan te, l'a ll a nd o clifle r· •ntes lin gu ::~ s ; aquelle
mes mo el e que m um c. cri pior nacionnl j á di se r::i - um
d'esse. lwmens que se pode,·imn chmna1' os accunuda-
do J'e, dos fo J'Ça intellectuae. rir> uma gel'açczo ..
Ru ~- Bn l'i osn nccei lou a tremenda responsa biliclacle ele
. chef1 <11' n Dcleg:t!;'àn Brnzil it·a , no 1 o~ lo ele E mbaix ador
E x tNWJ'dinw·io, em nris ào c:::pc(jin l.
\ I a lrin Lt·a nsfi gnt·ou- c em um só olh nt·, que o fiLa va,
que o :cguit·::~, co nlinntc e c pc ra nçosn ...
A nota clomin nnle, j u lamen te, n'es ·a cgund::~ ConJe- .

(l ) Co n ~ ' lh ci r·o H u.'' B a r· bo~a Co m m~ ndantc 13 ul a mnr·q uc , Lisbúa ,


Cor·onel T I'Om pows lii, Lc ngTubcr', l( r·op f', Rodrigu c.· Alvi!S , fllh o , Hodl'igo
Octav io, Abe lardo Hoça s, Bapti ·ta P crcir·a, Mnga lhú e ·Cas tro, J. Dobbert.
(2) Emr·c mu itos o ut ros, coda qual mai notÍiycl , s ua Mo t~ oyraphia
.sobre o llrt beas-Ca,•pus cslú traduzida em nove diffcr cntcs linguas, inclu-
'vé a japoncza . .
.,
O DESPERTAR D O BRAZIL -131

rencia Internacional da Pa.;;, er·n o co mparecimento da


Am er·i ca elo 'ul , que não li gu r·ár·a na primei r·a .
SUI'gem as prim eir·as manifes tações· or·ato r·i a, de Rúy
Barbosa , no mais puro fr·ancez, a pr·oposito de Ya r·ios e
melindr·o o as.c: ump tos. Deslumlwa a Assembléa de nota-
veis, pelo tnl e lllo, pela illu tr·ação enc~{ cl op edica, pela pr·o-
·fund eza de con hecimenlo , pela energia da pa la H a e do l
caracte r, impor do-:e ú co nsid era ção, á sy mpa thi a e á
admiraçcl o do 111undo! .I..
\. imp rensa un iYe r·. a i e homen nota veis de toda a
parte procl::unam :t ·up e r·i oriclacle el o Embaixador· Brnzi-
leiro ('1 ).
Chegü rn, por· ' rn, o mome nto pr·opicio par·a n Yi ctoria
de!1nitiYa c irTeYogavel d o Brazil e ·eu genia l Embai-
xado r: a org:tniza«:;ão ele um Trib unal Internacional de
I
Arbiti'Ctgem., permnnente para a olução paci!1ca de pen-
den cias entre a.:: nações.
As D e l ega~õc da Allemanha, da Inglalena e dos
Es lacl o -Un idos cln .\m eri ca elo Norte, cólligaclas e apoia~

(1) Gc rnlmcnte, no seio d~t Co nferencia foi considemd o " UI•l indiscu-
ive l jurista in ternacional. ,,
Nc lidojj, Presidente dit Confer encia e L • Delegado da Russ ia , disse,
por exemplo , q ue " quando a Co nferencia nada fizesse de util c real,
teria ao m enos scn·ido pn ra mostrar· á Europa a nHu·nyilhosa revclaçiio
do' adea nta m cnto politico dn Am cr ica do S ul , em c ujo conj unc to de
bri lhantes c;;tad i ·tas paira,·a a figura s uper·ior· do Emba ixador· Brazi-
lciro.,
- Bernadet, um ve rdadeiro nom e europeu de jurisconsulto no tavel,
admirado , pr·oclama que o posto de Ruy Bar·bosa • dc,·cri a ser constan-
temente nos g r·and cs t.ribunacs arbitraes resolvendo os coriOic tos entre as
nações "• a ccrescentando q ue suas decisões, bn seadas n'um c xtraordina-
rio saber c n' um pleno conhecimento dos tratados e codigos cxll·angeii'Os,
podem ser s ubscr·iptas c adoptada. como Yerdadeiras pa ginas de Direito
internacional.
vVt:llia.m Stca.cl, jomalista uni,·c r~almc nte conhec ido, escr eve na rcyis ta
ingloza, ele circul açiio mundiaí, Rcoiew oj Reoiews: - 1:: um homem
de co!lst.ituição jt·anz illa. e pequena estatiu·ct, mas um pt·odigio de
estudo, de info rmação e de exposição . Sna (tnicct falt a é o defeito de
suas pt•opt•ias qualidades. Elle tem tanto a clizer que pc~t·ece pt·ecisat•
da eternidade pat•a ea:go/a.r o t•eseroatorio de sua erudição.
432

da pela g t·ancl cs polcncin , a pt· cnla t·a m um p1·ojeclo,


em qu e . e desco nhecia , pot· co mpl lo, n cgua ldade da
;;obera nia das ·a ções nn co m posiçJo do Tribuna!, · I'CCe-
bcnd o o Bn.\ZIL , a A t'gentúw, o \iexico c o Chile n clas-
ificação de lerccira Ol'cl c 111 o a .\ mcri ·;1 ( :cnlt·al e o reslo
ela lo ~ ui , a el e ]uinla ordem !
O bmbaixndot· Br;lzi lciro cxplúd u, em ma t·a ,·il hosos dis-
cut·so el e indi g nH ç.:io, fulmin nn tl o a inju. Li ça c o ele. co-
nh ccim nl o el o v rcl;l I iro principio ela .' oi ct·n nia da. Na-
çõe , em J'nc da H i:lo ri <l <' elo J ir ito . T rnn f'o nna-se,
me mo, ele >:i lllpl c:- I l<·lugarlo Prnz ilei ro em YCrclnrl eiro
campeão da .\ met·ica do . ' ui, qu e Ih prc Ligia a acção,
al lincla :t :tlgum ns Jl(•qu ctw:; n;1çõ ::; da p ropri:t Europa .

Para as gTnn de polcttci:l;;, - nacion::d ida d pcrfcil:t e


co mplel:t . ó dcv t'ia ·c,· aqn clla qu e di puzcs. e de formi-
clavel E xercito c podct·o a A rmrt lo ! O cahhão bitolando
n . ob. 1·nnia ! A e :p ada Lrnça ncl o o }JI'Cs ligio na ciona l!
\ gr:1ncle Hcpulli c:t Noi'L - .\m c t·i cn na, cnLr·elanlo,
.- nlim- ·c em po.<: iç:'io dirflcil :de um Ind o, a co nvenicncia
do accô i'cl o !c vi. 1::1 . co m a gTa n I . polencia , no cslado
acLual da polilica do mund o; d ouLI'O lad o, a amizade foi'-
lal ccida el o Brazil c u .·olidaricclncl c co ntinental a me1·icana .
O respectivo Delegado, em 1-In~'a , recebeu, ernfim, ins-
ll'llcções para Lransigil' com o BI'::lzil, pela entrada d'esle.
P l'imcira Yi cloria lmJ.Zil eirn !
No:. o EmbaixaclOI' j á tem . eu juizo n,·mado, mas não
póde deixai· ele con nlla 1· eu Go vern o. Como em oull·os
a umplo , o preclaro Hio B1·anco, Min isLI'O do Exle1·ior,
é ouv id o, orientando a acção diplornalica . E Ruy B:u·bosa
J'ecusn , enlão, pcr·ernplor·iam cnLc, o accôr·clo, l'espo ndendo,
po1· esc1·iplo, ::i Delegação Ame,·icana - « que o l)razil
não podia abandonai' os Estados que o acompanhavcun
na defesa do pl'Íncipio da egualclade elas nações
··eunidas em Conjet'encia, sem, incot' t'el' na su"<;peita de
O DESPERTAR DO BRAZ l L 433

as te1' ''epeLLiclo enL troca ele um logw· 110 Tribunal. "


BI·ilhanl exempl o de le<'\ ldade e des inleres ·c : não se
li·abalh r1va por uma representação hono rífi ca; defend ia-·e
um prin ipio nobre jurídico!
Em dc rracl ' Íra lenla li va , o Governo \m e1·ican o ditige-
sc, dir cl:uncnle, ao Go Ycrno Brazil ii·o, por inlermeclio de
seu Emdha ix<lclo r no Ptio ele Jan eiro. Após poncleraçõe~ de ;l
1
.
. ore1em ipl om:1lica so bre o as umplo , co ne ue, ca legoi·rca-
mcn L : as ills(,·ucç<Je dadas á D elegaçcZo .tlmericano,
em I-Iaya , srzu 110 entido de fl l'estif}ial' sempre as l'epT'e-
sentaçoe · do _. \ 111crica L atina, e nenhum, projecto de
alguma SOI'(e de, agl'adavel ao Bra:;il poderá SCI' saús-
Jactorio rto~ t:stadon- Unidos.
1,io l ;rai, ~o , a poiado, firrn emenlc, pelo P re id enle da
Hepublica, não cede uma linha, ·u lentanclo as idéa · do
lJI'Ojeclo s ub.-; lilulivo j êi aprese ntad o pelo EIObaixadot .Bnt-
zil eiro e de ·lii l'rl ndo, m co nclu úo, que « o Governo
Bra:;ileiro p en_so que é esse o wúco expediente que póde
<:onten tw· a todos, sem.. ~U·e , ·ece r inconveniente . »
Foi e1tl.úo r ·sol vid a a nomeação de uma commis ·tio
e ·pecial, para uma nova propos ta concilialo1·ia .
J á era u 111 gTa nd e pa so ; uma vi cto1-ia n1 e mo! São elei-
to· membros cl'c ·a commi súo os Embaixado1·e do Bl'a-
:;il, da ..tlm.t'l'ica do !\forte, da . Allem.anlw , da A usü·ia-
I-lwl[)l'ia, ela Jtalia , da R u sia e da Fmnçc~ .
o·Emba ixado r alJem:io, um elo ·ignatarios do JH'Ojecto
da grande· potencias, declara acceilai' .a propos ta bt azi-.
, leim par·a ba • da discussào. E um do Delegados da
F •·ança, Ba1·B.o ci'Etoul'l1 olle · Co nslanl, com menta, admi-
I'ado, em ·onYe1·.·a co m um dos Soe•· Lnl'io da Delegação
Br·azil eil'ii : «Fiquei admirado, oavindo hoje o BaNZo Nfar-
shall declcu·cu· que acceita a propo ta do Bra:;il como
base para a di cassão . É uma l'evolaçcio. Ray BaPbosa
co~tsegtúu pól' entevidencia eu pai:; e tomaracceitavel
o principio da eyaaldade do Estados, que, no começo ,
fora l'ecebido pelos l'ep,·esentantes de quasi todas as
25
l 434 NOS A PAT111A

grandes poteacias como um pl'i11ctjJio ''evolucionario. »


E a comm i ~ s ão · e pccial , denominada então pela im-
'})1' n a « o e te sabio da 'onj'f'J'encia » , resolve : L • a
eliminação definitiva do p1·ojcc;to da .\ ll cmanha, da Ingla-
terra c do Estado -Uni dos ; ~ .· c;on.:; iderar inviolavel o
princi1 io da eguald ad e elos E. la lo~ ; 3.0 co ndemna1· abso-
lutamen te, sob qual qu I' fórm, po iYcl, o s yslema de rota-
ção de juizes pci·i ocl icos, om dura 1~i'io maio1· ou men01',
segundo a impoi·LaJl cin dos Estados. ·
Ficaram , pois, Yi Lo1·io. as as idéa. ·apitaes elo p1·ojeclo
brazileii'O!
Nolavel coincidencia : o Brazil funccionando, n'uma
commi são internacional, eq uiparado á gTandes polencias,
vendo lriumphan tc. ua acção ... m 7 de 'etemb1·o, a me-
moravel aata da Independenci:1 Na iona l!
1'· E a grand e commi . ão dr xam . dea nle d' e se I'esui-
i Lado, appclla para o I.::mba ixod or Brnzilcii·o, que chcfiaYn
muitos Yoto : - obter de sPu Governo que nào fizesse
questào absoluta do projecto opre enfado, e que, salvo e
J'ewnlwcido, como e ·tava, o jJI'incipio em que esse pl'o-
jecto se baséa, admittis e o Bra:;il alguma transacçào
que o nào feris e.
Nosso Embaixado1·, dev idam nLe auctorizaclo, Ll'ansige,
retirando o projcclo brazilci ro.
Surgiu uma propos ta ela l•I·ança, llr·mada pelo Embai-
xad or Léo n Bou1·geois : co n. tituir- c o Tribunal Pel'ma-
. nente de Arbitragem pela eleição d homens co mpeLen les
c de reputação jurídi ca as eguracla . em a LLen ção a nacio-
nalidad e .
EsLava victorio. o, em Lh e e, o p1·incipio da egualdade
da· nações. \ p1·etendicla el ei ~ão de capacidades pode-
I'ia, porém,. ophismal-o na pl'áti c::~ , c o B1·azil chcfl á i·a uma
rrac~.ão em nom e da J u Liça c do 1 i r·ci Lo.
Oppôl-a, entretan to, direcLam cnte ao novo projecLo, que
nilo deixava de se1· uma conquista sua, tentando conci-
liações, se1·ia talvez desvia1·, de algum a fórma , pela ·1·e-
O DESPERTAR DO BRAZIL 435

lucla nci a c leirn osía , a ~~ mpa Lhi a universal, que atLrahira ...
Transigira a Ali manha; ceder-a a Inglaterra; mostrára-
se cor·dala a n cpub li ca Noi"Lc- Amer·icana ... Er·a difficil a
po-ição elo Urnzi l !
Levada a pt·opos la franceza no co nhecimen~o do Governo
Brazileiro, no o Embaixador declara, em b•·ilhanLissimo
discur o, J ante da Commissâo de exame, que não op-
por·ia emba r·aços :í organização do Tribunal P ermanente;
resn lva ria, porém, a idéa brazi lei ras e a respo nsabilidade
do Brazil, não tomando pa l"le em sua organização.
J á in corpo rado ás grand es polencias - não pelo peso
da · ar mas, r as pela eloquencia da Palavra - o Brazil
não podia dei xat· de ser ouvido, acon elhando.
A Com111 is. ao ele exame retl ecliu , pois, ainda mais,
e surgiu , então, uma propo la in gleza , adoplada, nccei-·
!a ndo a id ' a do 1't-ibwwl Pel'ma.nente, mas adiando a
composição do me mo; appellando, assim, tacitamente,
para um a tentati va futura de nccôr·do completo de vistas
no domíni o do Direilo.
Nã o fõrn , pois, ab. oluta, mas muito expr·essiva e de
gr·ande alcan ·e a viclor·ia do Br·azi l, chefiando a \merica
do ui e a Central e a lgun. pequenos Estados emopeus!
Victor·ia do ft·acos co ntra os for·lcs ! Sublime 'iclor·ia do
\rgumento : o ca nhão t·ecua ndo dea nte do Di rci.to ; a es-
pada r·espeito-a em face da P::rlavra . É a mais bt·ilhantc
pagina qu e jü se tem esc1·ipto, a té aq ui , na Hi toria Uni-
ver ai, em a umplo de paz intern acional.
Foi n'essa...inesq uecivel sessão plena da Co,~faencia ,
em 9 de Ou tubro de ·1907, que Huj' B<ll'bosa pronunciou
o mai.· notavel ele seu · di scurso e o mais notavel dis-
cu rso ouvido pela Conferencia.
Não nos podemo fut·ta1· á aLisfação pa tt·i otica de des-
tacar· doi s po nto , dos mais vilmm tes.
Enf1·entando a insinua ~ão , ci1·culada em um jom a l
despe i lado de que as 91'ancles potew:ias j ámais poderiam.
con entir em que suas penclencias f ossem. julgadas em
i\'() ... A P .\T H.I A

pt·ocesso a,·IJitl'(tt p or E -·tculos ~·omo o !J,.a,àt, o Haity


OLt Guatemala , o Embaixador l:! ra zil iro, vehemen te,
l'ulmi nancl o a ousad ia, r·' pelle:
" Guate r.nala o u Hnity nã p r ·cc i~am q ue eu os defenda. Limi-
tar·- me- ei, pois, a di 7.e r· al;11ma co isa em der sa do meu paiz.
Para e mpregar· ta l li ngrw ge m ront r·a o B r·azil é necessario
ig norar· a hi s to ri a da r'l'ia..;••e, intcrnnr-ionae: no ul tim o quartel
do seculo de cimo n ono . .-\. n:tu ser· c - . a ignor·a nc ia, te r·ia o dif-
fa m ado r· abid o qu e d todos l'~ paizC'· Ja. America Latina o
B r· a zil foi o uni co o nde a· gra ndes l' otencia, es pecialmente os
E la dos - Unido da :\ lll ri ra, f" r·;r m c rollrl'r' nrb itros . No mais
ccle br·e dos arb it r·a rnc n t''" -- o ca:;o .\ labama , - e ntre os Es-
tado s-Unid os e a G r·i.i-Br•p tanh:l, o T r·awd o as ·ign::rdo pelas dua s
Pa r tes em \ Va:lr ing ton, a ' de ~f nio de I '71 , c r· o u o T!·ibu nal de
Gen e br·a, e m qu e u m do arbitras foi o diplo rn::rta br·azileiro Vis-
conde d e ltaj ub;t . :\o T r·ibunal Fr;rn o-.\ mcri ·ano d e \;\,' as hin g-
ton , co nstitu ído parn decidi r· rc cla nraçoe,; da duas Po te ncias em
con fli c to, d e co nformid a de com a Co rll' c nção el e 13 d e J a neiro
de I O, a p r o idc n cia o u b ao Brazil na pcs:.(•a de um dos nos-
:;os rep r·csc n tanto · di pi o ma ti co:, o Barão , de poi · ' isco nde de
Ar·inos. l'in a lmc nl · , quat r· o Cornmi ·soe:; i\li xla~ de Arb itr·a m e nto,
q ue fun ccio nar·:un de I '"-' I 88, m . a 11 tia go de C hil e , par·a
j ul g ar· pret n ções da l ng la te r·r·a, da !'ra nça, da Allemanha e da
'lta lia contra ·- a Re publi ca . 'ui-Am r·ica 11 a, I'Or<tm succes siva-
m e nte p resididas po tr • · b r·azil ci r·o · , o· consellr ei r·os Lopes
Ne tto, La faye t t Pere ira c A ()'u ia r· de .\11 drad e.
Os qu e igno r·a m s te ~ ra ·tos pod e rã o ,·c r·i li ar· a e xi sten cia dos
dois primeir·os na obra de Ba · l i\ l oo r·e, o interna cio nalis ta
norte-ame r·icano, ·ob re os Ari'itra me nto · e m qu e os Estados -Uni-
ri os to m a ram par-te . Ell es ve r·üo ai nd a qu e, no a so do Tr·ibunal
d e \ \' as h ington, qu a ndo :;c to r'11o u nccc. sar·ia a pr·o r·ogação do s
se us tm ballr os, os gove r' no da I·r·an ça e dos Estados-Unidos, de
commum a ccOr·do, di r•igir'arn uma n ota coll ectiva ao do Brazil,
pe di n à o a co ntinuação dos erviço. do nosso r'c presentan te até o
te r·m o da qu e::;tào . .
Vós vedes, sen lrores, q ue a mai or· par·tc das gr·a nd e s Potencia~,
- o Es tado. -Unid os da A me rica , a Gr'à-Br·eta nha, a Fran ça., a
All e man ha , a ltalia- não se têm ded ignado d e subm c tler o es-
tudo e a d ecisão de se us ple itos a at'bi tr·os bra zile it'OS, co n ceden-
do-lhes mes mo o e le vado posto da presiden cia em t r·ibunaes estn-
bele cidos par·a. os julga r·.
Não é, poi~, por inte r es se nosso, qu e .nos in q ui e tam os, r•ecla-
O OESPERTAH DO BRAZIL

mand o p::t r·a u:> E. l::tdo de segunda ordem um assento ao lado


dos gr·and s E ·tado,. Não, por•quc o nosso dire ito j:i. foi reconhe-
c id o de ha r11ui to, co m o lem nidade c pecial, pe lo a ccü rdo 'das
Potencias, e nú nüo nos pod riamosjul.,.ar· desclassificados hoje,
por ell a m e ma..;, qua ndo n' um pe r·iodo de vinte e c in coannosde
J)I'Os per·idad c crc. e nte dupli ·úmos e m im pot·tancia, pela popu-
laçi:lo, p ela l'lritu r ·~ c p la fo r·a. Em 1870, e m 1871, e m 1880edc
18 .( a l 8, a .\ IIL' tnan lra c a ltal ia n os ol icita ram a t•biu·os uni a
vez cada urn ;r ; a l'r·a nça, a In g late rra os Es tados-Unidos duas
vezes cad a uma. I•oi u ma di ·tin cç üo nun ca outo r•rfa da a qualquer
outro E ·tacl o da Am c ri ca , co m exce pçi'io do s l~staclos-Unidos.
E e is que lr o je Ira q ue m imag in e pode r zombar das Rep ubli cas
da Am c r·ira do Sul, {r no sa c u ta, figurando co m o o nec plus
ultra da cxtr:n ·ag:lllcia, a e ve ntualidad e de que u ma grande P o-
tc nc ia ve!tlr a a acce itar a arbitragem do Brazil! ão é para que
no po · amo~ t ir ri i;:: norante ? .. . "

Co m rcl:ll'ao a mngna 1ue. là o da prelendida desegual-


dndc cnlre n ~ nar,ôe , bitoladas pela fo1·ça milita1·, com-
men la :
" P e nsa o IJe rn 11:1 co ns cqu c ncia · d'i sso, muito mais temivel
agora el o <JUC e m qu ;rlqu e r outra e poc ha. Ha cê r•ca el e trcs a nnos
a Euro pn n;ro de co br·i·L o rn e.u lr o ri zo nto polí tico ·cnã.o os Es-
tado ·-U11 id o:;, co11r um a es pecic de proje cç~w eu r·o péa e a unica
r·eJH'e c n taçiio a pr· cia1·el do Occidente . A A ia e a Amer·ica La ·
tina er·am apenas expre ões ge ogr·aphica ·, com um a situação
políti ca d co nd cscc ndonc ia. Um be iJo dia, no meio d o espanto
ge ral, d u- c fé d e um a appariçã o temível no O ri e nte: em o
nascimento inespe rad o de tim a.g r·ande poten c ia. O Japão e ntt·ava
n o co nce rto e urope u pe la po t·ta da guerra, que el le abt·iu com a
sua e pada.
Nós, os f>tado. da. Am e ri ca Latina, fumos convidadós a par·-
tic·.ipat· d'esse co ncc r·to, e ntrando n'ell e pela pol'ta da paz. Tt·ans-
puze mo · o e u limi a r· n' c ta. Co nferencia e vós começastes a. co- ·
nhecet·-n os, r om o o pc t•ar·io da. paz o elo dit·eito. i\-las se n os illu-
dissem, se füsse rno s t'c pel lidos , co m a expet·ie ncia de· que a
gr·andcza inte rna c ional ni'io se me de se não pe la fot·ça. das ar·mas,
e ntã.o, po r· 1·o · a. causa , o resultado da segunda Confer e ncia da
Paz sel'ia o d e vio da cone ntP. politica do mundo no se ntido da
g ue t•t•a, ob r·iga.nd o-nos a pt·ocu t•at· nos g r•anel es exer·citos e ;1as
g rand es· mat·inha o r·econlt ecime nto da nossa posição, indicada
em vão pe la riqu e za. .
Sel'á. que niio possamos se1· bem succedidos n'esse caminho? E
438 '0. 'SA PATHIA
PI'eciso não le i' illu sões . E·sas diffe i'e n ça ·· d e pode r e grandeza
_entre r.aiz e s d a Euro pa e A' m e 1'ica ã o m ui to a ccid e ntaes. Aqu·i,
na EUJ' opa, o d esem·o lvim e n to é le nto, a lCI' I'<t jü está occupada,
o peso da lucia pe la vida é esmn g a d o1' ; 1n as do ouLI'O lado do
Atl a nti ·o, n·es es pai zc:s d e C I'C~cim c nlo 1'0 pido , a s e iva humana
é como a d as nossas OOI'es la : c lla i mp ro,·isa povos. P or lá, nós
n ã o ele fin li amos ob a obrig a <;ücs elo se i'\' iç o militar·; não s up-
po rtam os a 11 e 1'an ça a ca bn1nh ad ora de um lo ngo passado de
g uc r·ras ; . 0 c o nh ccmos V- ' dividas I'Cpro<luc tivas da paz e do
t1·abalho . N 'e tas va s tn,; bacia d a im 1nigTat;iio, em qu e a familia
se e xpand e, nã o c onh ecemo.· ns ca$la . ociaes. Viv ~-se e m
li be i·dad e e CI'C ' · m m IHill1 CI'O o:; po ,·oado rc : c o m essa· g ran-
d es fl õ r e- da A mc ri ca que :se o:-;l •nlnm ;i su pc dl c ie d ns nossas
be ll a s a g ua lropi cac . 13a:;la m ;i:; ,·czc. uma ou duas g e rações
para dupl icai' a po pul a ção de um p;liz t i·anq uillo c p1·ospe1'0, O
81·azil li a c in coc n ta anno.' co nti nl 1a liio ~óm e n tc u ns 12 ou !3 mi-
lh ões el e a l mas . 11 jc po :;11c 2~, m ilh ücs . ..,ua rno milhões terá
d 'aq ui a 25 a nn o , s e le va 1'm o.· <e m considCI'ac;üc- que os meios
d e po voa m e n to do seu tc r1 itorio s tê m •xtc ndi d o inco mpara-
ve lm e nte, qu e a a fllu cncia d e CO I' l'Cn lc" xl i'a no-e ii·a s a ugmenta
de di a e m di a , ··q ue a nos-n c x isle n ·ia lu n ginq ua, a pe n as cn-
ti'e vista a té aqui , começa ap e nas a. I' ,. la 1'-,; no mundo, em
ple no di a.'? '
. 0 1'a, para o s a co n tec im ntos q u e faz m a h i to1·ia, qu e vale a
dui·açã o el e um a o u d ua · gerações? N5o ó m a is , no movimento
do mundo, d o qú o c paço e n t r e um di a e o posti·id io . Porque,
pois, fall :<I' el e f1·a cos c foi' te -, d e pe que n o e g 1·and e s e ntre as
n a ções ? N'e s tes tempos, a m a lui'id a d c n o po vo s e confunde
co m a adol esce nci a . No cu r o d'esta é poc ha , o futu r o invade o
presente , poi s o fuLui'O é se mp1' c be io d e inve r sões e de sur-
P''ezas.
M as, co mo qu e 1' que sejn, a vantage m, a compele ncia e a ne-
c essidade de asse mbl éas pc ,·io di c a da pa z co n ti tu e m nma con-
quista ii'I'e vogavc l. N.ão se c onseguirá m ni impedil-as, fru sLt•al-
as, o u s ubstituil-as. E uma porta abe1·la para s empi'e. O campo
occupado em 1899 não te m ce sacio d e s e ir a la 1'g ando com glo-
I'ia, apeza1' de t ud o , em 1907. E d o mesmo modo que a primei1·a
Co nfe r encia da Paz tO I' no u nece ssa ria a. convoc a ção ela. segu nd a,
ha d e toJ•n a i' ine vilave l a r e uniii o ela le i·ce ii·a. "

Qual o effeilo pt·oduziuo poe c e fot·midavel discut·so


no seio da Conjerencia, que J'ept·escnlava o scenario
do mundo cullo, não o direm os nós, em palavras
O DESPERTAR DO BHAZLL 43~

uo sas , pal'a a l'a : lar qualq uer· idéa de suspeição patriotica .


Aq ui l nu e :1 pala\Ta do pr·oprio Coui'I'Íer de la Con-
jél'ell ce ( 1), ,. li giclo pol' um jorna lista celeb re:
" . 'cguiu·:; o fam os o di scu1·so do dr. Ru y Ba1·bosa, disc ur·so
.t'
e m qu e !In c cxl'cd e u "' s i m es mo. O Primeiro Delegado do
B1·azil !'aliou n o m eio d o si le n c io ge ral, pe 1·a n te um audito1· io
IJOs til, com o um l1o m e m q u e xp 1·imia a in dig n aç ão de um conti-
n e nLe inte iro, t.:o m u m a có le ra e um e ntl1u s ia snn pat riotico con-
ti n uo
l'oi Ul lla ora•Jto co mo a Co nf'CI'C n ci a 11 üo ou ,·i,·a o u tr à, porqu e
di se u 111 dos d e lega dos, h o nte m - o t r·aç o ca racterístico d e
toda a 'on i' r·e n c ia é que os ·e us m e rnbros nun ca dize m e m
pu b lico o que> clles pe n a rn. O !:ir. Ru y Ba rbo a , po r·e m, disse
livr·e m nte o qu e pc nsa" a, n ' um d iscul' o m ag ní fi co, c , quando
vo lto u pnra o e u loga r·, a Hi dd e ,·zaal (Sala d os Cavalheiros )
vib ro u to111 app lauso s em p r·~ ·edc nte s pe la intc n ·idad e e du-
r·ação. .
Hontcrn, co m c fr ito, foi ulll g rande dia para a Ame rica Latina ,
di a in i ·ia! da p c ha em q ue o B r·azil fi cou s e ndo conta do en tr·e
a G r·and · Po te nc ia do mundo. \ Am e r·ica do Sul acaba de
con s g u i r·o ~e u fi m. "

\h ! Jt l a · essa é um a notiCia exlensa ... I-Ia muito mais


do -que i ·to, em meia cluzia ele palavras ! E' gera lmente
co nhecida n cil'cum pecção, a frieza, a r ccura do caracter
in glez, em expa nsõe retum ban tes, em fa ce, [)l'incipa l-
menle, de um a sumpl o exlt·angeiro. Pois bem, querido
co mpa lri ota : ei a ma iot· epopéa lraç,ada ao Lt·iumpho
brazil eiro e ú capacidade genial ele Hu~' Barbo a, num
pequeno lei f)Tam ma, que lhe fÓI'a endereçado pOI' vVi/-
Üam Steacl, j orna li la de nome universal :
- « B1·aoo! Bravo ! Bravo f (2) ''

(1 ) O Cor•r•eio da Cortfer·encicc .
(2) O Temps, de Paris, o Jndépendccnce Bcl,ryc, de Bruxcllas, o Tim es
c o Daily Tclegr•aph, de Londres, o Fr·anclifurt Zeitung, da. Allcma nltu,
traçaram bello · a.r·tigos de fundo . ob re o Embaixador Brazileiro, dizendo ,
por exemplo, que &cus disc ursos eram cheios de oa ta erudiçcío e des-
enooloiclos com uma logt:ca injle.-r:iocl .
II. Lommccsalt, notavcl estadista. a ustríaco, affirmára que ~:1·a pasmoso o

I
4~0 ~O SA PA'I'RI ,\

O Ba.!et' Jllo cht'ische,., ,j orrwl a llc rn<"io, lr·nça ndo um


paJ•nllclo cnl l'e o Embaixad or a ll mfio e o bJ·nzileir·o,
conclu e :
" Sua verdadeira a ntit hese foi o br·azileii'O 0' Ruy Barbosa.
E s te , um hom emsin lio d e peq uen a e ·tatu r·a . a ppar·ecia na sua
cadeira como que escul pido em nr~ r m r•o ; po r·é m, prom pto, a
~;ada mom en to, a s ur·gi r sali e nt:u·- se n re t elo . . F (>I'a da con-
feren cia, podia-se encontrai -o sóme n to n o seio da família. Os
brazil eiros for·malmente aclor·ava m-n . E lle e r·a e xtraor-dinaria-
ment e r·eservado e frio , d sele principio , era o pr·imeiro que
a ppar·ecia.
Já ás 5 h o ras da madr·rr ad a cl lc e tav:t no tr·abalho . No inicio
da con fe r e n c ia fo i ouvido m e r·ta impaci e nc ia: parecia a
to dos qu e e ll e t ratava os assumptos corn d e masi a da minuciosi-
dade; poré m, em br·e ye, tod os co m eçararn a pr·esta r a maior
alte nção á le it ura dos seu - disc ur, os, c ui dad o amente pr'e!1ara-
dos , e s eus ;i par·te. espo ntaneo demo ns tra r·a m ser· e lle um par-
lamenta r de pr·imei r·a orde m . I·l:tvia po ucos q ue po desse m r iva-
lizar com elle e supe ra l- o n a sua pro m p id 5o para co m bate e na
a g ud e z de es pir·ito .
O bar ão Mars h a l repre e ntav a antes de tudo as g r·a ndes po-
te ncias, e o D' Ruy Barbosa estava li co mo um campeão em
c h efe de t odos os E Lados sobe r·anos se m d iffe r·e nça de seu
ta m an ho .
O ultimo mez d a co nfe ren c ia foi o mez de combate entro as
duas te r1d encias : pr·edominio das g r a nd es potencias e egualuade
Ao dire itos par·a todos o ~ E s tados . Cad a u m dos do is grandes
a11tagonistas desenvolveu toda a sua pe r·so naliclade n'um d isc ur·so

que Rtt!J Barbosa mostrava sabe,· ; que cada dele!Jação havia levado
á Conjer encict um certo numero de e pecialistas n'esta e n'aquella
mflterw, mas que elle er ct especiatistet em t11do. uma encyclopedict,
valendo por um a delegação .
A Tr ilmne, de Londres, comm entava que, a pri ncipio, o Barão Mar·s-
hall , 1• Delegado da Alle'm anha, era considerado o prim eiro homem na
( 'o ,~ferencia; suct estrella, po1•ém , empalüdeceu. O SI'. Ruy subiu I'CL-
J•ida m ente 110 m eridiano. Sett discurso de hoj e f oi a mais bella, a
lllftt$ ejjlca;:;_ peça o,·atorict ouvidct no Ridderzaal e uma magnijlca
dejesct da ;\merica Latina, em geNtl, e elo Brozil particrtlw·mente.
O correspondente do jornal inglez Standart, em 1-'l:tya., telegraphou ao
so.:u jornal que R uy lJw·bosa supe,•ott os demais delegados.
O Daily Ne1o11 affirmou que o Embaixador· Brazilei ro co,·oou tri~tm­
pholmente n est reia da J\meriea do Sul 110 concerto mu11diol.
O DESPJ;;HTAR DO BHAZIL

c lteio o<' fo1·ça . .. O s ol de Ma1·s ltal c hego u ao seu zenith em


Julh o: de poi s , a sua c~ tl'ella e mpallidece u b!'uscamente .
A r. Jo J·ia do JY Ruy Ba1·bosa c resc eu devnga1·, de mez e m
m z, p, c heg u ao seu auge no fim da c onfel'e n c ia. "

C: o ir1 ~.: id 'n cin IJ utavcl! No seio d'e ·;;a 111e. ma H aya, que
j;í o ]JaYia dom inado -tr·inLa annos -pela força, em .Lem-
po- c.olorJi ac ·, o Brazil , li v1·e e civilisad o, preenche r·a seu·
gra ele. fins , in ·or·po l'a ndo- sc definitivamente ás grandes
polcncias lo mund o, pelo l)l'ilho do Talen to.
E ussc dos f cho magn ifico, inle1·ca lad o c perfumado
pelo. wim ore el e no. sa educação social, 1
ond e a Mulhe1·
IJr·azil ci rn reprc cnlou, ain da , co mo ._empi·e, uma nota'
d ·.·ta ·ac.l a .
Hu y Uarbosa , que pa1·Lii·a pam a mi ·ão diploma ti ca
seguid o de s u amanLi simo la1·, a familia, como para Le1·,
a~ .- im. ma i. YiYn e pcnn an enle a sensação daPatria, não
.- · limitou ;í l'un cçào poli ti ca no Parlamea to rlas Naçoes,
mas c.l esclob rou lambem, em acção pa ra llela , o espi1·ito
naciona l m ua expansões de sociabiliclncl c apu1·acla , de
culLiYo c de fin o cspirito. ·e, na ph1·a e de um gm ncle jol'l1a-
li. ta uropcu, no· o Embaixador << e1·a o mais pequeno
em e ·Latw·a, mas o maior em talento » , ell c so ube él-o,
cgualmcnlc, na. mani l'e lações de co1·tczia social , allJ•a-
hind o 1a ra a D legação Brazileira c pa ra o B1·azil o mais
enlhu.- ia Li co. ju izo .. nbr o numero, a müui·cza e o valOI'
elas g)'[lnclc fe.- ta. e l'au lo o banquetes offe1·ecido aos
·Dcleo·ados cxl1·angeiro e 1·especliva · familias.
A pnlav1·a do. coá cspond nlcs ele j oma cs brazileii·os,
em 1-faya, inform ou-nos, po1· diversa yeze :que se jal-
lava na paLestra · e no j ornaes da wnptuosidade e
distincção dos banquetes , accentuando-se não só o gosto
I' thetico como a rique:;o e fidalguia demonstradas; que
se commentava a refinada cuLtura nos gostos da civiLisa-
çrlo aprimorada , considerados os bra:;ileii'OS. um povo
25.
442 NO A PATRIA

exhubeT'Cu~le ele co,·diaLidadf e cderJ"ia. rle fino espirüo


e de alto patl'ioti mo.
Queremo , po rém, deixar cl ' anl d • YO. ·o olhos a
J)I'Opr·ia pal avra xtran g-f'i rt1, t1bsolul<11l1C' ll le insuspeita , ,
po1·Lanlo .
Entre ouli'OS, um jo l'l1 al de J :ruxt• ll;t.", C: pila! do Hei no
ela Belgica, cl eclai·avt1, t1pó hr ilhant s rcferoncias ao Em-
baix_aciOI' brazil iro, qu ua rdrt e r;ahin etr> de· trabalho
estavam.· emp1·e cheia.· de j/óres , e sua hdspitalidade
sumptuosa fi cw·á na mr>niOI'W ele torlos. A esposa e as
filhas de Ruy Barbosa eram ac; Ntin ha ela fes tas rea-
lizadas, ~i.fJO cunlw rle l'equinúula jiclalguio imp,.essio-
nava vivam e,~te ('l) .

Eis, cai·o · compt1l ri ta , qual l'o i o pnp •I repn:sentaclo


pelo B1·azil n gTa ncl c cenn rio de fi D~'a, lendo por espec-
Lad o1·es - as naçõe, civili ad n;; : r·ir·to,·ia política e vic-
toria social, entrelaça rias f lil uma or>l'dadeii'Ct epopéa
bra~ileira, iUuminando o F uturo.
Mas , as gra ndes e no lavei · victo ria ·· brnzileira , qu e
p1·ecede ram e .-e nolabili sa mm em Tlayn, não enloi·pc-
cel·am sun m:Hcha. Em ·1909, j ü em la l o renome do
B1·azil no cena rio inl 1'11 ncional C[U o LmperadQ I' da
Allemanha- p1·im ira vez que uma di s lin cção d'essa nn-
lui·eza fôra co nfe ri da a uma naçüo a me ri ca na - co nvi da,
offl cialmenle, no ·.-o i'vlini li'O da Gu el'l'a a a i Li1· á ·
gTa nde mnnobras do E xe rcito ali müo. Para a lli , pa rtiu
o Mn1·echnl Hermes ·da Fonseca , hospede el o lmperado1·,

( L) Nouoccw Pt•écw·seur Public. O jomal fl' ancez L' Eclctit•, pot· exem-
plo, fazendo comm cn ta rios especiacs aos ditos grandes b;lllq üetcs bmzi-
leil·os, em que só de fl órcs para cada um a Dc lcgaç;ío de pülHic ra cer ca
de quatro contos de réis, l'efcrc, em confronto com o banqu etes offere-
cidos por outras nações: J\ carta mais cctt•a -quarenta J t•wwos pot•
talhét· - não co mpre/tendidos o oinho , .foi combinada com o
D' Barbosa, t• Delcrwcln Bt:az ileit•o. Foi quem /coe r1 primasia : ca-
be-lhe esta (/lorirt .
O DE. ' PERTAR DO' BRAZIL H3

que o cumulou de iiOJlt':lS. E a ncçào diplomatiua de


Hi o Branco, dia n dia rnnis intensa, mais efficaz e pre -
ti mo a, impõe as vis ta do mund o, pot· diffet·entes fót·mas,
obre o Brnzil, que, entt·c outro· fa ctos, num momento de
séri as diiTi culdades, determina ndo a immin encia de um
t'On1 pim nlo cnl1'e o Chile e os Estndo -Unidos da \.m e-
rica do No,·tc, interpõe, em momento oppot·tuno , os seu ·
bons ol'lkios, firmand o a paz no Continente.
A es -c te mpo, mui ou menos, f'all ecc o Presidente
Al'l'onso Pcn na, m '11!. de Junho de ·J9'J9, ubstituiclo
pelo \ ice-1 resid nle Nilo I eçanha, pat·a tel'lnina t· o
qu al ri 1111io go vcrn::11nen la l, em '15 el e Novem bro de ·19·10,
qunndn cleven1 r ubs tituicl o pelo novo President e, jü
rcconl 1'ciclo, ~ l a rcc h a l 1-Ierme da Fonseca, ele quem
a nç-ào 11111ito de Ye espera r Lambem, já pela t·espon a-
bil idacl qu so bt·c eu nome peza, desce ndente de uma
l'nm ilia de ratri olas de het·ó (! ), cl' ntre os quaes o
o

Ma rechal Man o I I eodoro ela Fonseca, fundadO!' da


Hcpublica , elo qua l é sobrinho o l\Ia rcchal Hci·mes, já por
eus 1 I'Opri o · ac;tos el e energia 'e ele patt·iotismo, quando
·i\Iini. tro da Gucl'l'a, na I residencia Affonso P enna, elo
que j ü lc-·t rel'erencia s no ca pitu lo XVIII , t:a t·go de qu e
se exone rou, quando escolhido ca ndidato pat·a o novo
pe1·iodo prc icl cnc;ial, qu..e se vac iniciat· em ~ '15 de No-
" m br o cl e ·19 I O.
Nilo Peçanh a, pleno el e iniciativa c de ene t·gias, pro-
:egu c n m:n chn ,.jTanclio ·a do Brazil , mantido no Minis-
leria elo Exteri or o Barão do Rio Branco, que, numa
a çào ,inintel'l'upta, j á c vinha impondo á gratidão na-
cional, desde a 1 residenc;ia Bodt·id·ue Ah·e , em '1902,
sendo pt·ovavel que não mais abandone C' a elevada
l'un cção, a bem da Pat1·ia Bt·azileira (2).

(l ) Vide re ret cncias nos capitu las X\ 11 e X VI! I, a proposito da. a"ó
do actuu l Marechal 1:-ferm es da Fonsccn, cognomina.da. \fãe de flet•óes. ·
(2) Como eloquento illustl'açáo da previsão que ahi fica lançada, para
444 · NO SA PATHIA

Do Governo d e Nil o P eçanha ,,;lo l'a dos mais nolaveis:


o adeanlamenlo de prestaçõe da d ivida nacional, fi•·-
mando ainda mais o Cl'Cdilo brnzi le iro : a creação do
Minisle J•i o dn Ag J·icullu ra ; a rcorganizaçáo elo sei·viço

aqui transportamos o arti go que () p ,i ~ da ~ pita ! Federal lançou em


26 de Maio de 1909 :
" Ha muitos annos o Hio de Jancit·o não ass iste o um:t manifestoçáo
tão espontanca, tão vi brontc c Uio ~ignifl c ati1·n, como :1 qu e hontcm fez o
povo desta cidade ao eminen te brazil ciro q ue dirige a pa ~t a do c:~:tct·ior.
e a phrase jà nCto tives c perd ido a sua inte n idade c o seu valor, á
forç :~ de repetida c cmprcga d:t, ;i~ wzc:,, sem ju~ttfi caç ão, diríamos que
foi uma apoth co~c.
E' preciso, cnt rctnnto , wl-:1 vi slv p:-tra co ntpr ·hc nder qua.n to esse vo-
cabulo, de que , c tem abusad tan to. adquiriu hontcm toda a pleni tude
da s ua força c ~c nti t· cõmo um homem pód c-~c tnma r, em uma phasc
da vida do paiz, o ídolo da multidêto.
As homenagcn c ·plcndidas pt·cswdas 11 l ~iu Bt·a n..:o por occa ião do
seu anniver ario perdem , diante das a c lama.;õc~ de l: o ntctn , a g randeza
que acred ttavamos in upcravcl; e isto porque a s f estas do nata lí cio do
eminente co mpatriota tiveram , em pa rallclo om a dcmons traç.ão popu-
lar de hontcm, a inquin a t·- lhc a. ma g nificencia a con di çào de ,crcm orga-
nizada com antecipaçêto, median te um pr og ramm!l c uma propn~anda,
que podem ser npp licados ind is tinctamcnte com exi lo approximado a
solcmnidades identica s, c mq ua nto que a. cxpa ns:'to g lorifi cadora da no it<l
de hontcm, que e nc heu de com moçEto c de s ut' prcsa a quantos n pre-
senciaram, nfto se inve nta , nem para Rio Branco nem pam ningucm. E'
preciso realmente que um ho mem tenha feit o refluir na sua nlma, em
dado momento, toda a almn da pa lria, p:u·a ter aq u illo.
O facto púdc ser tt·a ç..1do em li nhas rapida>-.
Rio 13ranco, depois de ter m inada a festa ao Uruguay, sa iu do lla ma-
r·aty em automovcl c foi, como u m im1 lcs c id ~dão, qu<l nflo tivesse
dado ao seu paiz a s terrns e o prc tirrio que cllc deu, jnnta t· burguez-
mente no bC<r da Bt·a hma . Viram-no entrar os que Ià e. ta v11m , c de uma
das mesas um cidad:'t o francez levantou-se, dando r:i octs a Rio Brânco.
Os oioas genernlizaram-se rapidam<lnte e o gra nde brnzil ciro, para es-
quivat·- sc a essa manifestação, que cll<l considerava, tnJ,·ez , inoppor·-
tuna, tomou uma da por tas do fund o do estabeleci mento, ganhou o au-
t.umovcl e ma ndou scguit·. Mas o movim ento foi presentido e num t•apido
in stante, não sú o que o victoriavam no mori1en to, mas uma multidão
uumerosa, que se multiplicava, em pouco instantes, pelo accrc cimo
elos que accorriam de todo · os lados ao ouvir o no me do chanceller,
tomou-lhe, correndo, a fren te do a utomovel, cer cou o vebiculo c, victo-
riando calOt·osamente o gmnde compatricio, flzet·am-lhc em torno a mais
surpr·chendentc guarda de honra que se podet·ia imag inat', g uarda de cen-
t<lnas de homen , que agitavam fc brilm<lnle o chapéos, em acclamações
() DESPERTAR DO RRAZIL

postal ; a cxpan ·ão de linhas ferr·eas; o de envolvimento


de fontes d viela cconomica naciona l e activa pr·opaganda
de nosso pr·ocl uctos no cxtr·a ngciro; o com parecimento do
Bnlí~il na Ex1 o ição lnLe,·nacional de Bnrxellas, onde
r·eprescnlou nol:l.YCI p<:~p c l , ele.
Na OJ'cl em in lcrn acional , en tre ouLr·os fa ctos. deslaca-se,
)Wincip:1.lm nlc, lralad o de rectif1cação de limites e de
commcr ·io com a Hcpub li ca elo Unrgua~' , a tlrahinel o sob 1·e
n acçã o cspon ta nca e bcncmer·itn elo Brazi l, os applauso
do mun do ci\'ili:ad o, dennte do faclo, - unico na lústoT·ia
da H umanidade, - c cujo inicio j á vi11ha, em. pr·imeir·ªs
ieléas, nn \ IC11. agem qu o Presidente Affon o Pcnoa
dir·igiu ao C:ongTC~ o Na cionnl , em 3 ele Mnio de 1909.
O L1·:1.t:1do, lil'lllndo pelo Bn r·ào do Rio B1·anco, qu
fó1·a e peci:1. l111 ' nt c! signad o J'Cpr·e enl nnlc do Br·azil,
é n.. im c·n cim; HIO:
'I

de triumpho, • qu t', en tretanto, dirigia a ·c u sabo,·, como um prisioneiro,


o idolo ac l0m0d .
O auto mo vc l f 1 obri gado · a scr•uiJ' por onde quiz a multidão a1·dentc;
foi diri .... ido por clla , sempre entre acclam ac;õc cnt.hu sia ticas, que aug-
mcntavam de calo r ú medida que a massa do povo augm entava, pela
A venida e pela J'Ua do Ouvido,·, até o larg o de . Francisco, onde, a
e ·a hom, qu asi 10 da noite, umn out1·a multidEto OU\'ia a palavra de
Lopc Tro vú o.
Ao sen tir~' approx ima\~'to do a utomovcl c ao sabe1· que era Hio Bra nco
o vi c to1·iado, a ma ~~a popula r que a li c !ac ionava desertou da festa,
abandonando o tribuno illu s trc, c incorporou· :c, ele ll'izacla., á outra que
chegava.
E acompanhado por essa multidão formidavel, tão den$a que se diria
que a m esma cidade fazia g uarda ao grand e mini tro, 11io Branco foi
levado ao Ita ma ratv.
Ahi desceu c a àlma popula r e xpandiu o seu cnthu sia mo e m uma sé·
t·ic de discurso. , a q ue finalm ente respondeu o chanccllcJ', Um ra.pn , em
um impulso co mm ovido, tomou- lhe a müo e beijou-a.
Rio 13r:tnco cn!I'I.JU no Itamaraty c depois d te1· foito illumina.r todo o
pala cio, veiu ú janclla., cndo a hi a.lvo ninda. d ca l01·o :ts, de vibrante
acclamn \Õcs . ·
A multidúo desfez- c finalmente; c cs pr:tiando-~c p<Jla cidade, levou
ainda o der·radeiro rumor da manifestação cxtraordina•·ia, a m:tis ex t..aor·
dioaria que o Rio presenciou nestes ultimos tempos , pela cmoçüo. pelo
numero, pela espontaneidade. •
N O~ A P i\ THIA

« A Republica dos Estados-U nid o d l:l1'a zil c a Repu-


blica Orienta l do Uruguay , no proposilo de t1·eitar cada
vez mni a sua anti ga a mi znd c e de favo 1·eccr o desen-
volvimento da I'ela çõe el e commf' rcio e bõa vi inhançn
enti'C os doi · povo , re olvc ram , po r in icia tiva do Governo
e
BI·azil eir·o, revê!' mod ifica r (\. (';;Li pu l:lções relativas ás
linhas d frontei1·a na b;:(>:l 1V il·im rio Jaguardo, e
lambem , co mo p1·opunhn o Go\· r no Orienta l, desde De-
zembro de ·185·1, n rolniiY8s '' na" gnç•to na mesma
la gô<' e ri o, LÍJ ubçõcs cs.-as contidas no Tra tado de li-
mites de ·12 de Ou tub 1·o d 1 5·1, no cJ '15 de Maio de
·1852 c no \ ccôi·cl o de 2_ df' .\ bril de li-\5 .•. »
E, cl dobr<1ndo o gull cro. o pcn. nmc nto brazileiro,
decb rn rn m o do i, p 1·i me i ro. Mti go :
1< \1·1. 1.
0
.\Republ i n do. r.. lndos- 'nidos do Brazil
cede ü Hcp ubli ca Oricnln l do · ru g·ua~' :
L o - n ·de a bocca el o a rroio.\ . l1igueL até ao do Rio
Jagua r âo ,' a pa rte d<1 la gôa J\1i!'im com prchendida entre
a sua m<1 rgem occid cnla l c '' no vn front ir'8, que deve
atr·ave sar long-itucl ina lmcntc a. agun da lngõa. nos ler·-
mos el o a1·L. a . do pre en te Tra indo ('1) :
0

2.
0
- No ri 9 Jaf]uat'do. n pn l'lc do tciTi to r·io fluvial

(t) De a ccórdo com o c.itado ar t. 3•. c o i•.J são este os actuacs limiles
entre o Bra zil e o Uruguay :
" P1· incipiando na f'úz do a •Toio de . :\I igucl, onde se acha o Quarlo
Marco Grande, a hi collocado pela Commi ão i\•lixla. demarcadora de
1853, a nova fronteira alravessa rà longi tudinal men te a lagóa Mirim até a
altura da ponta Ra bot.icso, na margem urugua .va, por meio de uma linha
quebrada, definid a po•· tantos alinham ntos rceto qua ntos seja m necc. ·
sarios para con ·crvnr a meia dis tancia entre os pontos p1·incipaes da -
duas margens ou, e o fundo fúr escasso, por tantos alinhamcutos rectos
quantos ejam nccc ari os pa ra acompanhar o cana l principal da refe-
rida lagúa.
Da a!Lura da. c itada ponta Raboticso, a linha di visoria se inclinará na
dirccçüo do noroé te o que fór preciso para va sm· entre as ilhas cha·-
madas do Taqua ry, deixa ndo do lado do Brazil a ilha mais oriental e os
dois ilhotes que lhe ficam juntos ; c d'abi inl a lca nça r , nas proximidades
da ponta Parobé, lambem s ituada na margem urug uaya , o cana l mais pro·
O DE PERTAH. DO 13HAZIL

<.;Omprelr errtlida cnLrc a margem dir·eita , ou meridiona l, c


a linha divi oria delct·minadn adeante, no arl. A. 0

Arl. 2. 0
- \ cessão dos direitos de so berania do Brazil,
basead o , a principio, na posse que elle ad quit·iu c man-
teve, desde 180 1, das aguas e navegação da lagôa 1\ll iriw
e rio Jaguarao, c, depois, stab ~l ecidos ·e confi r·mado::;
olemn 111 •nte n fa cto de •185·1, '1852 e '1853, e feita
o

com as seg uintes co ncLçõcs , que a Hepublica Orien-tal dó


U I'Ll f)'Ut\ .' <t(.' Cf> i tG:
').• . 'alvo acc6 rd o po teri ot·, ómenle embar·ca<,:ôcs
br·az ileir<rs e ori cntaçõe pode r·ão navega1· e l'azei· o com-
m_ercio nas agua · lo rio Jaguarâo e lagôa Jlllirint, como,
ad ca ntc, ('fll outro · a t·Li gos, está decla rado ;
2.• •:·itfl ma ntidos e r·c ·p _i lado pela Hepublica ÜI·ien-
tal do Ur · u gua ~' , eguncl o o· principio · do Di1·cito Civil,
os direitos r 'Ge nci Eluiriuo · po1· brazileit·o · ou extt·an-
geiros nG · illtGs e ilhota que, por cffeilo _da nova deter-
mipaçà n rll' l'ronl cir·G ·, deixam d pertence r ao B!'azil:
3. • Nenhuma Ja · Allils 1 a l'les Contt·acla nle estabe-
lecerá foi'L · · ou balct·ias nGs margen dG lagôa, nas do
t·i o Jag uarâo ou em qun lquet· lils ilhas que lhes perten-
ça m n'c ·,as agua . ,,

fundo, continun.ndo pot· elle at6 d<:frontar n. puntn. i\luniz, nn. marge m
urugu ay~, c a ponta dos Latinos, ou do Fanfa, nri. margem brazileira.
D'cs c ponto inte r m dio, e pa ando entre a ponta Muniz c a ilha bra-
zilcira do Junca l, irà buscar a f6z do J agua t·ào em q ue se acham, á mar-
gem esquerda , ou brazilcira , o Quinto Marco Grande, de 1853, e, à mnt·-
gem direita , o u urug ua ya, o S exto Marco intcnnédio.
AtlT IGO ·1.•
Da fóz do J ~g uar<io subit·á a fronteira pelo thalvcguc d 'cs~c rio até u
altura da confluencia do arroio Lognõe , na margem esquerda. .
D'esse ponto para c ima , a linha diri ·oria ·cguira a mc iá dis tancia ~a s
margens do Jaguariio, depois. a meia distanc ia da s do Jaguarão Chtco
ou Guabijt't. e m cuja conflucncia está o Sexto Marco Grande, de 1!!53,
c finalm ente, ubir:\ pelo alveo elo arroio da i\lina, ass ignalado pelos Mar-
; c~s intct·médios Setim o c Oitáro. •
-HS :'\ 0 ~ :-;A P .\THIA

A ]JI'Opo i to, lüo lt o n1·osa ~ 110. ;;C\ , qu e não nos podemos


dispen Gl' do rep 1·ocl uzir aqui nlgt lmGs da · manifestações
offi ciaes feitas ao B1·nzil , comtl " " duas qu e se seguem,
por x - mplo ~
Ao.·,., Barão do Ri o B1·a n o d ii'Ig iu o Dr. Anto nio Bachini,
Minist1·o das Rehçúe s 1\ xtc i'ÍOI' :; da H. •p ubl ica Oriental do UI·u-
guay, o seguint e tel eg ramm a :
" Ainda qu e o i\li ni li'O do 'rn;.: ua~- no i3I'a t.il , S 1·. Dominguez,
'haj a I'ecebido in sti·u cçücs flril':l e xpi·im ir a V. Ex'. os selilimen-
tos de satisfação e reconh eci :nento d'e ·te Gov e m o pelas decla-
rações q ue o E xm 0 • S1·. p,·c,:irlcn le De . .\ n·on so Penna fez ao
Cong ces o B1·azil c iro a I'cs :•eit do r io J ;,gt WI'ii o c ;i lagoa !Mi-
J'im, desejo acc1' sce n ta r o tc:>, t •m nnho da 1ninha o-ratidão pes-
soal e m p1·e ·e nr; a d'es. a manifc tar;üc qnc confi1·mam as pro-
m e ·sas fo rmul ada . C!<;pon tanrament po1· \ '. Ex' . lia um anno.
Com o ne to annunciad o , o Brazil não . 6 I'e ·onhece a o Urugu ay
um dire ito de n tro da cod ifi c. r;ücs c pi'ática inte rnacionaes
c omo taml e m lh 'o de vol vo ao ,. •n nn c i:ll' vanta ge ns lcgaes c1·eadas
por tratados. S e os acto de de. prc nd i1ncnto a ug m e ntam deva-
lor qu::~nd o e- po n taneo , nc;;tc caso a no bre es pontane idade sin-
g ul ariza-se porqu e proced d e ""'a na r;iio g 1·a nde e forte e é em
fav o1· de um paiz m e nor c mcn o · fo rt e, a ccc ntuando-s e assim a
g1·a nd eza mora l do B 1·azil , o se u alll OI' xe mpla1· á jus ti ça, o seu
a lto r es pe ito d u di 1·c ito das nar;õ s c a s ua sin ce ra sympathia e
le al an:ti zad e pa1·a com o povo ui' ug ua J O. C r e ia V . Ex'. que es te
pi'Ocedime nto da. nação b1·azil e ira no · co m pra z pe lo q ue concede
a uma aspiração e a u1n in te i'C.' c legitimo do n o so paiz, po-
l'é m mni s a inda nos satisfaz p lo que tem d e ho m·oso para a
c ivi lízaçiio, a c ultu1'a c a ociabi lidad e in te rn acional da Am e1·ica.
Que ira V. Ex". acce i ta1· o te ste munho da minha pa i' ticu la l' estima
e o: pr-otes tos de reconh e cime nto qu e , esto u ce1·to, comparte
nes te mom e nto todo o nosso povo, apaixonado do Di1·eito e ad-
miJ•adol' das sancçõcs justas c aval h i1·csca ·. ••

O Ministro o rie ntal na H.epu bli ca Arge ntina , D1·. Go nz a lo Ra-


miJ·ez, ReitOI' da Unive 1·sidade de i\•l o ntev id éo, di1·ig iu ao Minis-
ti'O do BI·azil, S1·. Domicio da Gama, a seguinte carta ;
" Go nza lo H.ami1'ez, Enviado Extmordina1·io e l\linist.I'O Plcni-
potencia,·io da Re publi ca Oriental do Urug uay , c ump1·imer~tn
S. Ex•. o Sr. Domicio da Gama, Enviad o E xt 1·aordinario e 1\'liliiS-
O DE PERTAR DO BltAZIL
tro P le nipote n ci ar·io dos Estados-Unidos do Bt·a7.il, e m momen-
tos e m qu e e s<' n lc pr·o fundamente commovido pe lo sentimento
ela graticl:-to LJU C hoje e n ba r·ga a a ln)a ela patria dos Orientaes. O
aband o no el e u m tc r·r·itorio fluvial, espontaneame n te e sem com-
pe nsação al g uma, a dqu irid o po t· tt·atados r egularmente celebra-
dos é um f<J c lo s e m p r·ecede nt e nos ann a e s rla dipl om acia antiga
c moclernn. A pal r·ia g e ne rosa de V. Ex". bem met·ece da huma-
nidad e c d nma lr umanidade ma is altruís ta d o que a que povóa
hoj e o mu nd o ci\'i li7.acl o . ll on r·a ao C han celler· Rio Bt·an c o, de co-
ração be m fonnado . qu e in s pirou no seu paiz o pr·oseguime n t.o de
nma po lít ica de tão al LOs ideaes, e honra ao povo qu e pt·estigia
essapo liti ca com o c nt im en toe aacção de um só co ração e um a
só von tad e ! "

E a acçJ.o d'cs c homem exlt·aor.dinat·io, que é Hio


Branco , o m:~ i ;, popu l:::tt' e qu erido filh o que o Bt·azil ha
possuíd o até ü aclua li dadc , não e a tTefece - quer na
ord em inl rnacio na l, di1·eclamenl e, qu e1·, indireclamenle,
na ord<• llt ittlc rn<l , ond e lle, embora a lheado do scenar·io
pt·opri;:un cnlc po lili Go, não deixa de vêt• acatada a sua
OJ·icnlaçCto c eril t·i o, J em intencionados e previdentes,
nas gt·::tnd cs qul'slões n<1cionn es, qu e inle1·essam de perto
o p1·ogre · o bntzi lei r·o ou c podem 1·etleclir no scenm·io
iJ1lct·nncion<d .· J á o Rt·azi l o acclnmou, de uma feita, em ,,'i
ma nifcs laçõe genuin a mente populares, seu Presidéól e,
ao qu e o bcnem rito J3razileit·o se oppoz com tenacidade,
t·e olvid o, inab::tl avclmen lc, a não se dis lrahir de sua
merilorin mi. suo diplomal ica especia l, já lendo o seu
aureolado nome ligado a lodo os tratados de limites do
IJt·azil, em Jlcno dom ínio da paz , com o grande nume1·o
de naçõc · qu e o cc1·ca m : A França, a 1-loLLanda, n In-
glater ra, pelas re pccli Yas Guyanuas, e a llene..~uello,
ao no1·Lc; a Colombia, o Equador , o P erú e a Boli-
via, a oés le; a J-ll•gentina e o Uruguay, ao sul , excep-
luado apenas o Paraguay, Lendo, po1·ém, esse mesmo
limite lixados, em ·1870, po1· seu glorioso genit01:. o
Visco nd e do 1-',io I runco. Alliae, pois, _que1·idos compa-
LJ·i ola a todo esse intenso movimento de paz e de hat·-
monia' inlern:~ cional, em que o BJ·:~zil tem sido glorill-
NO . A PATI11A

cad o, ;i sc ri e d e l.J'atad os d e ::u·bil rnm r nlo gNa l , que tem


·fit·mnd o, d en tro el e um qnill(jll 111 in , r n111 as prin cipaes
nacionalid ad e · do lll llnd o, SC'IHi o hoje con sid erad o a nação
qu e O~ tem ]WOmovid o C'lll lll<1in1· lltlllWI'O: pondc t·ac bem
, obre todo. C'sse · l'ac tns . c' ('(111\'CIH'I' I'-ms-ci. de que,
•ttJan til, um dia , n l\1~. ttll i\'I'J'o::li r,·ll' t11na ,, alidncl e,

imposta pela vi ctoria da v >nlacl eira CiYili . ação , c r·vinclo


o canhüo c a c. pnda, n'uma m edid a ce rta, p::t 1·a os ·i mpl es
inte1·esscs inter no Jn s nn çõe , - a Historia da Hum::t-
nid ade I'esc rvat á nm a p agina b1·ilh ::t nti ssima pa ra o
Br-azil.
Ser ri, então , 1·ad io a vc r·d ad c nqu ellc so nho patri oLico
ele nosso genial P edi·o \m e1·ico, em téla so berba, cuja r e-
pr:odu cçii o aq ui vêde , ::1 sim int erpretada :
Descend o do inag nifi co T emplo da - Paz c Concol'dia
- , no ln clo d e cn,in csc adnria um côi'O d e \ i1·gen entóa o
O DE ' PERTAR DO BRAZIL 451

h yntno da paz, o Br·o.zi l - o.cclamo.do pelos homens mais


ill u lres co ttt O pelo · mo.i · obscu r·os, cor·oo.do pela Gloria,
illumi no.d o p ·h · lradi çõe r·eli gi oso.s, pelo.s S ciencias ,
pela. A rles, uL . , t·ece b a home no. ge rrs das nações culla ·,
ll1 lp tn nlo a !Ii. lo riG, m u regi lr·o, ar·chiva memo-
ra veis aco nle<;ittt enlos, ' o Ge nio do Ma l roja po r· lerTa,
quebr<utrln <t espada, ittutili acln peln viclo1·ia da Civilisa-
çã ( I ).

.)- .\ lú lu , pl'IIL: tt remo , tna i- e mai s, ele var-nos no se io


da Or<..luttt L' <.la Paz pela olida t·iedade nacional e pelo
pa lrioti s tt l<l . illu tn inndo p la !ns lru cçno .

(L) Notavel co incidencia: esse quadro está collocado em um dos sa-


lões do Palacio Itamat·aty, onde funcciona o Ministerio do Extet·ior,
o ffcreeido pe lo nuctot· ao Barúo do Rio Bra nco, em 1903.
i'
·i .
'ON CLUSÃO ·153

CONCLUSÃO
1

r
l
Pró Patria.

I t\ ill ):;truG<,;ào, sim , a insll'Llcção, l)l'Íncipalmeule; .t·eves-


tida , pol'é m, de um ca racte1· gemi de educa(:ão eminen -
LenH' tttf' n:t cional, ab r·nngenclo todas as faces da vidn bt·a-
zileir;l.
Não ba:s ta a luz,_i Iluminando o cereb t·o; é necessario,
·ob t·elu clo, o cultivo el o patt·iotistll o, pela instl'liCÇão apro-
pri ar!<~.

N:to foi ,;em oiJeclecer a um plano, que inicici mos este


li vt·o pelo capitulo - FamiLia , Patl'ia e E scóLa, -
l'eckutcl o- o por e te - Pnó PATHIA- end ereçado áquel-
les doi· gra ndes cena ri os, em que a mocidade se prepa1·a
pam a viela na cio nal.
Qttizemo>:, a, sim , deixa r o co nteúdo cl'esle livro, compre-
ltettcliclo entre a Famitia e a E scóLa, vet·cladeir·os aJicet·-
ces da Nnciona lidacle.

E' n vós, mãe bt·nzileit·a, a rnn.is extt·emosa elas mães, ·!


a qu em compelem os pi'imeiJ·os passos, dispond o das cat·i-
cias" iniciae.s, e acompanhando, momento por momento, o
desab t'OGhat· da meninice p'erfum osa e castn!
E' d'es.·e tempo que é preciso começ:n a fot·mação da
. alma brazilei1·a. E' justamen te no co r·açf.ío da infancia que
se devem plan lat·, co m cal'inhoso esmm·o, as primeiras
t·aize.· do sentimento, para que eslc seja cu.ll.ivado nn sua
plll'eza em essencia.
NO 'S A PATRI ,\

Lembrao-vos, mãe b•·azileira, que o eio ca1·inhoso, em


que estreilaes o filho e t•·emecido, é a honanço a au•·ora
da ed ucação civil. Embalando - o, faz i-o ado •·m ece•· ao
mesmo tempo em qu e ii1icia s o de pc•·la r d se ntimentos
•·udimen lares.. . aos sons do Hymno llacionat, po•·
exemplo, aos echo · de can ções hrazilcira , que elle
app renderá mais larde, crea ndo- c em uma atmospher·a
p•·opicia.
· O rythmo do verso , pri ncipalmcn Lo, n melodia da
musica são faclores podel'osos sobre a alm n in fanti l, como
p•·incipios edu ca ti vos .
DuvidÇles ? Precisareis, porYcnlu•·n, de um exemplo
male•·ial e el oqu e nle'~ \.qui o tende . c lüo pa lpila nle de
verdade qu e ll·ad uz a acção podeJ·osn dn mu. ica sobre
aquelles a quem a 1a lueczn embolou a. condiçõe de sen-
timentos c de inlellige ncia , de de o, primeiro. pn. so da
vida.
Na secção de creanç:as idiota exi lcnlo · no H osp icio
Nacional de ALienados, do Hi o de Jan eiro, de qu e j á t•·a-
tám os no capitulo XV, LIIIW vez po 1· dia é levado ao
Pavilhão Boumevil/e um grand e phono~Tapho . Ouvi a
palavra de quem já presenceou o effeilo, em Yisila espe -
. cia l de ob. er·vação áquelle e ·tabelecimenl.o :
" A chegada do apparcllto é sauda ria por uma explosão de
alegria. Quando sôa m as pt•imeiras n otas da. musi ca, toda a ~
crean çada, co mo obede cendo a um impulso irresisLive l, d ança e
pula, n'uma . at•aba nda jovial. Depoi s, lodos os peque n os socegam,
formam um cit·culo em tomo do phonographo, e ass im ficam horas
inteims, immoveis, em beve cidos, lmnsporLados , a lh eindos a tud o, 1
embalados pela melod ia ... É um e xtase, qu e s ó Lc t·minn, quando
a voz do àppal'e lh o d efin h a e morre , n'uma uHima nota af ras-
lada. A Mus ic a, arte primi tiva, é o en canto d'aqu ellas almas lam-
bem primitivas .. . (1) ·• '
P ermilli, pois, qu e, co mo um exemplo, aqui vo deixe-

(1 ) Olaoo Dilac, artigo publicado no I.:osmos, brilhante revis ta illus-


lmdn do Rio de Jnneiro , em F evereiro de 1'305.
CO NCLUSÃO 455

mos, d 'dicada, es la mod e la ca nção, ga ra ntida a pu-


I'ezn do inlonlo pela musi ca ('1), que a precede, com po.·la
por u ma müc e xlr mo a Lambem, a lliada a nossos fins
p lo am or el e o posa :
I.
~3J JpJ Jl
CANÇÃO PATRIOTI CA

=@t ~w r Jll JJ
ded icada <I Mâ e de Fam ilia
1 fl,·az i /eira
por
:\IARI A CtZELINA BAIIIA

' ~ f' r ls fnE If Ot Ú LIYEIII A

FI

11

N osso Brazil faz ci':lmes


A qualquer terra extrangeira ;
Que bellczas ... qué perfumes ...
N'esta Tena Bra7.ilei i·a!

(I) Para n letlm da can çüo qu~ a hi fica. se presta lambem a musica,
da mesma auctora, ú pagina lll do nosso livrinho Mosa~eo Infa ntil.
-156 NO ' A I 'ATH I A

An tOt' inte iro


A Palria ,·o ta :
Es lmtzi le i ro,
S ê pa tt·io ta .

T em o ·óo tüo littda,., c•) t·e;<!


Noss a bt·i ·a 6 prazente it·a ...
Como s ã l>ella» a s fl u t'<'s
N 'es ta T e t·t•a Bt• lil •it•a !
J\ ffiO I' intCii'O . ele .

:\:io lta no mundo o q ue eg ualo


Nossa fl ol'esla al lan c it'a ;
Ne m o primot·es d o ,·alie,
N'e ·ta T e t' t·a Hr·at. ilci r'<J !
A mo r in teiro , ct

s arvore dos ir·o nd oso ,


Co mo a capada tnan g u e ii'(J ,
S ó dão fru c los pr·eciosos
N 'Qsla T r•r•a Br·a z ilei r·a.
Am or· in lt•i r·o, e t('.

Tudo é be i Jo, p r· im o ro ·o,


Des d e a g rama, l~LO t'a ·t•ira,
T é a o r·io caudalo o,
N'e ta T e t•ra Brazil ei ra!
Amo r' in t •i t'O, e lr.

E nas agu as, que g r andezas !


N ossa c os ta é a p t•im e i r·a;
C om o a · pt·aia tê m r :queza s
'es ta T el'l'a B r·azileira !
A m o !' inle i r•o, u t . .

l\ào lt a o u tra, meu filhinho ,


Q ue sej a ass im, tão fag ue ira ...
omo canta o passarinho
!\'esta T e r' t'a Bt·azi leir·a!
Am o t' in te i,·o, e le .
,.
i 'O NCL . 'Àü 457

I E vós, ú paes b razil eiro , recebei· da e:; posa <1man1i si-


nt a a crca nça ini ciad a no cam inho do Bem e da\ irlud c,
gui a11 do- a, pa t·a approxirnn l-a da E cóla .
r . 'êdc pt· vid ente , [ll · vossa re ·ponsab ilidade é lambem
nw l i t tcl t·o.~ a . Lêcl c, a pt·opo ilo, e L
a grand e vet·dacl c, tra-
çada jtOl' um esl'iril o o:uperior :
pae en ·i n a. o fi lho : a mãe edu ca -o: ell e dá-lhe a idéa; ella
C• sentim en to; el l e guia-o no t r abalho, ella al en ta-o noãmot·; c lle
apon la-lltL' 0 dever , eJI::t <I l tO JlCSlidad c ; elJe ::tmpa t'::l-Ó nO' peri- '
go , clla c:o n ola-o nas de -illu ões ; el le prepara -o pat•a as lu ctas
drt vid a, •lia cl i r·ige-o par·a a dedicações da familia ; 'o pae, em-
fi nt, t no ~t c a- 1 11 a sociedad e, ond e lta - i ngen les pt·ocella s, como
no mar; a m :·te in d ica-lh e o sacrt•ado a y lo do lar·, que osten ta a
H' t'c nidadl' de trlll lagü. "
1\ ppi'(IX ima ncl o- 111ai · 111::ti:> da E:; :óla, ond e ·c vae
illi l' iil l' n Yicla socia l, no co nv iYi O do coll er··as, não pet·cae
o Ctl'-t'. i(l tlc dcspc l'l a t·- lh c o . enlim nlo elo pal.l'ioli mo,
<tinJa l:tlt' tll ' ·
lnspiruu- ,·os, JlOt· l' xcmpl o, n'aquella comp rehensão· ele
r. p:t :lmot·o.--o , nt1't-t·uda no capitu lo 1, razenclo eslacat· o
" lilho qu l'id o á approxima çfto ela l):wcleir·a nacional, ft1 i-
lanclo- lh rio:\ Palri a adol'adn :
\ Palria ... mas se aoi.,inha ,
Eis chegado o Regimento :
Descobre essa cabecinha,
Vé bem, meu jilltu , e ia! Allenlo .. .
Eis nosso emblema saor·ado
A Patriá svmbotizando :
Et·oue wn viva! filho am ado ,
A Palria, ?Lte vae passando ... ·
Nüu deixei.- escapa t· mom ento - opporlun o· , pal'a fazet·
Yilmu· o , nlim cnlo .
Dcpoi." n E.·cóln , pelu convivoncia, pela idén precisa ela
Pall'ia, pelo con hel:imenlo ele nos::;o::; hel'óe · c nossas glo-
t•ia ·, pelo li vt·o ap t·opt·ind ó, o co nselho bemfazejo, a licção
pl'oveitosn, ompl elani n alma inl'a nlil , illuminando o cc-
I' bl'o. cr· · and o a co n ciencin bt·o:\zileil'a .

26
NOSSA PATRIA

F vós, ó mes tre brazi leir·o., rcll ccli bem obre a missão'
que vos compele, recebendo - da l<'ttmilia - a creança, que
tem de ser iniciada - na E cóla. E ·ta é uma continuação
J 'aq uella, (( um prolono·am nto lo b rro • ' na phr·a'se de
nolavel escr·iplor·. e no regaço t.lo La r, o paes não dei-
xam de ser mestre ; no s io da Escóla, o mes tr·es são
ver·dadeir·os pa . E' pr·nciso que o espirito do menino não
lenha transições, pr·opriarn cntc. E ' ncc:.:c ·sario qu e o ele-
mento educativo n·i o soffra unn1 soluç-ão d co nti nuidade. -
A base da educação na Família - amor e doçur·a - .•
deve er· pr·olongada na E cóla, pela do~~ura c pelo amor·.
Compe neLrae - vos de qu e é jü de vos as mito que o br·a-
zileiro parte para a ocieclad c, no de empenho de melin-
dr·o os devere c no exe r ·icio de imporl anl ' di reitos.
\. E cóla ·. o ber· o do cidaduo : baloiçando- o, com con-
vi cção e civi in o, o me-Lrc ele cmp nha uma l'un cçuo hon-
r·osissima.
Não YO illuclae ·, porém : co mo o form a rde , elle erá;
vo_ssa responsabi li dade ~ tremenda em fa ce da ociedade ('1).
E i a e cóla é co mo uma off i cina ociaL, onde os es-
colar-es se pr·eparam operaria da g1·and eza da PaLria, por

(I) G U IZOT, o gra nde :'vlini - tro da ln sLruc-;:io Publica, na França, em


1833, j :L o dizia a proposito da grande 1·eforma de instru cçiio publica de
que era au ctor : . ... Ma e se trabal ho, todo exterio1·, fi caria esteril, se
náo fósse secundado pela coo peraçáo viva, animada, perseverante, dos
verdadeiros executores da lei - o profes ore prima rios. Chamados a
um . accrdocio tflo mod esto por suas fól' mas quanto elevado em seu fim , G
em uas mftos que re pousa o futuro d'csta importa nte lei e, póde-se dizer,
o futu1·o do paiz, com rolaçflO á educação popular. • - P o1· associação
àe idéas, vem a pello, 1·egi Ll'ar aqui, como illus lraçii o do assumpto, o
caso de Thie,·s, o g1·ande estadista francoz, m visi t.. 1. a l'vlar ·el lw, Nl
berço natal. Acclamado pelo povo, deli1·nntc, esquecera, por momentos,
os louros que o cercavam, di vi ·ando no seio da ma s a popula r um res-
peita\'el velho. Consegu iu chegar ao seu cncontl'O ; ab1·açou-o commo-
vido; ag radeceu-lhe, de publico, a diree~·f10 de eus destino , como de-
positando obre aquellas cfts venerandas os applau os que recebia : era
o me Lre de Thiers. ·
Para que assim sueceda, entretanto , é preciso que o disc ipulo sinta c
'•eça. em suas gl01·ias o cspirito que as preparou, em creanc;a.
' CO N CLUSÃO

vo<>so inLCI'medio, pi·ocui·nc a Lodo o L1·anse incutir-lhes no


e.. pirilo, praticam ente, ve1·dacl i1·o gosto c nobre· dedica~ãn
por c · c op C' I'Cll'iado e pecial, ·. ob lodo os pontos de vista
da vi In na cional.
üo duv idei : O' de tinos da Palria dependem do e -
J'OJ"r,o c do ·ivi mo do mes ti·e- escóla .
QuCI'Ci sa ber o qu e te m . ido lo pam a grandeza c
poderio do Japilo mode1·no, por exemplo; pam esse povo
pr ,·idcn l c pa iJ'i ota , qu e lem assombrado o mundo com
a ~ Jnanit'c La ões de eu progrc ·so em toda a face ela
"ida nacionn l, den IJ'O.cl pouco anno ? Ouvi : \ OI·de-
na n<:a J aponcza cl el nnin a que quando um 1'egimentn
rtff'(tCC' cu· wn povoado, o com mandem te cu111prilne,~te em
p1'i111eiro logar .. . o me tl'e-escóla, e depois en t<'io a aucto-
,·idocle wlntini ü·otiva! . ·
A E cóh não é um imple d pa rlam ento de adm inis-
tra ção : é um T emplo de L1·abalh o palriolico ; o mestre não
é u1n mé1·o l'un cciona J'ÍO publi co, mas um ve1·dadeiro snccr·-
lol d'e::;sc u!Lo acralissimo qu e se chama- a Patria.
L<: como nos Templos, abrilhantando as ccremonias,
o.· fi ei enlõa m canlicos apropriados á natureza da re-
li gião; na E óla , a im consid erada, deve succcde r o
mesmo : emanaçõe de incenso cln alma, pu1·ificando ainda
mais o ambi nl . ·
O canto é uma necessidade na escóla .
« Quem tiver a dita de o ouvir », ob erva um esc1·iptor ,
m I'efci·encia ás escólas da uccia, Nomega e Dina-
ma rca, - « quem tiver a dita ele os otwir é que pode1'á
m ellwrm.ente compreheneler a.g1·antli sinta importancia
da musica no aperjeiçoam.ento ela educação ele um povo
e na co1Tecção de seu caracte ,. ('I). >>
No sanlua rio da Religião , elles são vasados - verso c
musica - adequadamen te á venel'ação do assumplo eul-
Lual; no sacra rio da Pat1·ia - a Escóla - devem ter po1·

(I) A. de Siqueira. Ferraz.- :\ Educ((ção à((S Creança, . • \


I
NO A P ATHIA

fundam ento o in ' nlivo ao ll'abalho 'ao e ·tudo , o desenvol-


vimento de bon · enlimc nlo ·, co mo a bcn ficencia , a disci-
plina , a solicl nl'iecladc, o amo r <i OJ"dcm e ô 1a:-:, a vener·ação
do;; anlepa aclos, a cd ucaçfío nn ciona l, cmri tn, em suas
\ ·a ria da fa ce .
\qui deix amos , co mo um exempl o, d dicadn ú E ·cóla Bra-
zil ei r a, e:> la modo la IC' llr;l , ·ttj a mu.-ica - c. r' ipla sobl'e
osprimeito.-compa o rl o .fTvmno JVr ·io11aL- · um br·incle .
;i Jnfan cia, ::\!'f clu o o, por q ll c lll 110s per crula o pensa-
mento , co mo .. po~n e rnllnbOI'adot·a clr>clirarla :

1-JY~! :\'0 .'\ PATI IA

:\'o sa cs cóla é sobe t'bo sce nario


De trabalh o, de afl'cclo c de luz ;
1:: da Patria o llblime sact' ario,
nd c o Me tr c n os g uia e co nduz .
Salvé, Patria , bc mdi la, ad o1·ada
Acceitac no :;o volo d e A mor,
N' cs te c6 t·o, que 6 bclla alvo t•ada
De ma nh ã, que despo nta e m frc: r) r ...

Nosso rumo é d e ca la bonan ça ,


mat·cha é rid e nte c lou çii,
~o ssa
Tapctada d e vc t·dc c pe ran ça,
Que na infan cia. é soniso de it•mii .
. a lvé, Patria, be mdi ta., a.do t·ada, te.

H.enegu e mo a negra discot'dia,


Que enfraquece, COI' I'Ompe e d e ·tróe :
Seja o le mm a sag rado - a Con cordia,
Que aviventa, c nnobrece c co n:;tróc .
. 'alvé, Patt·ia , be m dita, adot•ada, e le.

Seja um culto e ntre n ó~, bt•azil e it•o:;,


-O Brazil , pt·ogr·edindo na Paz!
Queir·am todos ser· se mpr·c os prime it·os ,
.. Attestando uma raça capaz. .
Salvé, Patria, bemdita, a domda, et c .

..
461

E ju l'emos, ua infancia fag ueira,


Desd e a E có la; c um pr·indo um Dever',
.\ n t o o Me str·e e a au ri-ve r·d e bandeira:
- Pe la P atr·ia, vive r e mo r·r·er· !

J Sa lvé , P:Jtr•ia, bem dita, a do rada, e tc .

r L• ·nd•J por·
HYM:\0 }.._ PATRI A

por· i\1.\RrA CEzr·:r. r;<; ,, BAH I A DE

th cm~
Or.rvr;11u,
os pr-imeiros comp<rssos do Hym no Nacional.

I'r

l Quanlo a \ ÓS, pequenilos e que1·idos compatriotas, vós


que . ois o l'lln damen lo pt·imordial cl'esle livt·o, t·ecebei suas
·162 N OSSA PA TRI A

clerTadeii'U palavra · : no La r, venerac, obedecei reli gio-


amen te vossos paes, bebendo-lhes os co nselhos amanlissi-
_mos; na Escóla , - amor ao Li n o, amo r' ao Meslr·e, amo1·
e:1 Pa tria .
E um dia, devidamente pt· pa rad .: pa r·a a vida nacional,
por' Lodos ses meio , qu lr m o ~ enum cr·ado, - fo r' lalecidos
pela insln r ção c pela l'ra lernid aclc c <.;Ola r, guiados para o
Bem e pa raa \ irlud - penclrae,cl l"ronlccr-guida,nocon-
vivio social, nrauLos la olid;u·iucl acl c nncional, do imperio
da Lei , da supr·cma cía elo Di reito, do prin ipio da J ustiça,
ela eslabilicl ad c ela Oecl m, da l'irm r za ela .oncord ia, da
cfficaci a da Paz, ela g rand cz;\ do Progr ·o, trabalhando
co m a mor· c civismo pcln glori n do Br-azil, Lend o cada um
de vós por clivi ~ a e la luminosa sc nlc n. a :

c< Nada por mim : por minha Patria, tudo . »

. /1
,)
l
INDICE

l'lll)'S.

E. ·plicando . . . . . . . . . . . . VII
' A P l TU L O I. - Patria, l•arnilict e Escóla . . 1
ll. - Terrilo1·io e população . 13
I II . - Lim ites e (ronteú·as . : 17
I V. - NacioiW lidacle b1·a:-ileira. 25
V. - O Estado e ct F edel'Ctçcio B1·azi/eira. 52
VI. - Rios. . . . . . . . . . . 69
VII. - Lagos, por tos c bahia · . t26
Vlll. - Cabos , pontas e ilhas . t 37
IX.- Planicies c m.ontcmhas . 159
X. - Clinw e salttbl·iclacle . 170
XI. - Prodttcções e 1·iqtwzos natlt1·aes . 178
XII. - Viàs de co mrnunicaçcio, fltwiaes,
maritimas c teJ'l'CStl·es . . . 224
XIII. - ; l griculíunt, Indust1·in e fb·tes 237
..·..
464 • NO . SA P A TI11A
Pa g .. .

CAPp'ULO XI\·. - Commcrcio . Re ncla~ pttb!it;,ts.


1i:.uposiçoes n ncionnes c i n tl'l'-
n acio nocs . . ::!59
XV. - 1nstr t t~.;çãü_]JttL liwc partictt/(lr:
s uas i nslilu it:ões . Edtwcçàu 7tn·
cional. - .tl ssi~t e ncict publi,·ct
e p articu/(lr . . . . . . :26''
XVI. - lteliyiao e ~uns ,·elru;üc~ cO i tl l l
sociedade IJro ~i l ei ,· rr . ct w t.hf'Si'
dos · indigen(l s . . . . :::oo
XV II . - Rar;u .' st w t'O tl~tit'u ú;ti<J ; se us
··w·arte ,·cs ttwrrtes r• i,llelle,··
luaes ; sua.- aptidúes :;o~ .
X VI 11. - Dc(esa N acionrrl : E o;eh;ilt• c
I rllt orlo . . . . .
XIX . - O clcspel·tw· elo Hl'(t.:i/
CONCLU ÂO . . . .. .

. . r; .
',)

Typographin Ati.LA UI>, Atr\' Eí' & C".


i .
I"

Você também pode gostar