Você está na página 1de 35

A QUESTÃO DA CAPITAL :

MARITIMA OU NO INTERIOR?

Visconde de Porto Seguro

1877

Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados


Centro de Documentação e Informação
Coordenação de Biblioteca
http://bd.camara.gov.br

"Dissemina os documentos digitais de interesse da atividade legislativa e da sociedade.”


MARITIMA OU NO INTERIOR 7

PELO

'VISCONDE DE PORTO SEGURO.

""."

VIENNA D'AUSTR.A
IMP. DO FILHO DE CARLOS OEROLD - EDiÇÃO POR CONTA 00 AUTOR.
187'1.

~ -. -

11 OFFICINAS GRAPHICAS
J I -1>0 -

ARCHIVO NACIO Al
~
-:..- R10 E •' EI o - r

J l--
9 I,
--l"
c:-~ 4_ -a'-;~ .--- -
-
AOU STAODA CAPITAL:
MARI TIMA ou NO INTERIOR7

.'
PELO
" .. '

VISCO NDE DE PORTO SEGUR O.

- -- - _._ - -

VIENNA D'AUSTRIA
IMP. IJU FII.HO DE Cr\I~LOS GEROLO - ELJI(:,\O POR CONTA DO AU TO R.

IS' 7.
A. ~ ~ ­
J/-. f':;:l _....._
.r rf .rJ.
o art. 4.° das disposições transiioria s da vig ente Constituição
Federal d et ermina :
"S erá tr ansierida a Capital da Un ião para um ponto cen tral
do Brasil, O P residen te da Republica, logo qu e esta Constit ui ção
en trar em vigo r, nom eará uma comm issão qu e, sob instru cç ões do
Gooern o, pr oced erá a estudos de varias locali da d es ade quadas á
install ação da Capital. Cott cluidos iae s estudos, serão pr esen tes á
Cantara do s Deputados, qu e escolh erá o 'local e tom ará, sem perda
de tem po, as pro vi d encias n ecessuria s á m ud ança. Effectuada esta,
o actual Dist ricto Federal passará a constit uir um Estado" .
V é-se da prescri p ç ào constitucion al qu e acab am os de tran scre-
ver qu e o problem a pol ii ico (' anthro poqeoqra ph ico da mudan ça da
capita l fed eral para um ponto centro! do territorio palrio se ach a
trerdadeir am enie na ordem do dia . Deixou de ser a an te visão de
id eoloqos !)ara se concretizar no texto imperativo da lei ím aqn a.
Or a, n in gu em mais do que Fra n cisco Atlo lph o de V arnlzagen .
vis con de de Porto Sequro , tra ba lho u pela uicior ia eless\'[ id eia, qu e
só poder ia sedu.zir espiritos clarinidcn le s I' qu e tenham da politi ca
uma elevada conce pção,
O opusculo em que o ins igne historiador r. an th ro pogeogra-
ph o sy n th etizou a SIW lh ese, editado lia bon s 58 ann os, em Vi enn a
dA u siri a, onde pouco depois ellc [cl écia, tornou -se extrem am en te


- 4 -

raro, só con hecid o d os eruditos, inaccssio el ás modernas qe ra ç ões


(' ao h om em m edia, qu e não t em tempo para inucstiqacô cs em
b ib liolhrcas e arch iuos .
N este momento em que tanto se p rocu ra t or n ar con h ecid a
a Con stitu ição, ucm de m olde o n -cditamcnio daque lle o p us cu lo,
que (i o melhor commcni ario do ar liqo da lei m agn a so bre a
nuu lan çu da capita l [ederal .
Essa re rdiçiio quero que tom b em S I' ju uni a h omenagem d o
Archiuo N acional ao si sudo e cn u li io h istoriador, cu ja m em oria
jamais será esq uecida, cm qtuu iio nest e maqniiico ta blado qeoqra-
phico uiuc r a n acion alidad: brasileira , que rllc oiu nascer (' ajudou
a form al' com os seus cscriplo s, sobretudo ro m a ' m onumen tal
ili storia Cc ral do Brasil.
H a es tadis ta s qu e influ em n os [uclo» político s do seu i em po,
1101' S ( ' ( '/l [JO/ (I (T I'Ill n as que st ãcs do dia, n os problemas do mom ento,

ti ran do d a erp lo ra çiio d as pa ir õe« transiiorias a [raq il arqamuss a


tlas SIlOS csia tu as e as cnqtuuuloras scd ucçõcs da popularidade .
•\ '; Ii os ca çculo rrs d e qloriolas.
Ha outros qu e não se a l'Í.ram Ir oar por tão [are is con q u istas
I' alm e jam in f lu ir n o d r sti no do pouo d e ma n eira perdu ranel,

A eSM' sea undo t!Jpo perten cia sem d u oid « "arnhaqen ,


lu .m cm d r qabinct c , desdenh oso do s u plottsos in cons ianie» dos
con! cm porancos.
N o mome n to qu e es crevia o se u n oiauel o p usru lo , outros, que
mio ell c , crcrciam o m ando , c!rs{rzlt'iavam as posiçõ es , col liium as
sum pathias do vu lgo , m ilit auam r m p artidos, qa nh auam el eiçõe s,
l- ossaram com o seu tem po , d clles raros nomes cltr qaram a t é nós .
Lu lq aoam -sc , po r ncntura, estculistas , mas estad isl« era Vu r nh aq cn
que 1'(' occn na tia ('om o pro bl ema tran scenden te pa ra a nacion ati-
rim/c , o d estino d a patria . a qrandeza, sc q ttranç a r unidade d o Bras il ,
E eis porqu e teuc a sua idcia du as oe ze s aco lhid a por assem -
bl eas constitnint es: u d e UNO e a d e 1fJ.H, n um inirruallo d e qu us i
meio se culo (' por' duas q cra çõcs su cce ssioas .
Quando se [izer a mudan ça da cap it al n in q u em m a is do q u e
Varnha!Jrll tem d ireito, TIO nova cidade, a um con d ign o m O/1II-
mel/to n a prac« pu blica: então ser á sald ado o d ebito '1111' o pai:
con lrahin ('om o seu marimo historiador .
A reprodu cçã o qu e OT'a se [a : d o rarissim o to p u sc u to d i'
\'urn h.aqen é em tudo [icl {/O or iqiuul: at é as d eiiciencios d e acc cn-
iua ç ão d a titpoqraphia a us tr iaca, que nâo possu ia o til, {oram imita -
das . Tum berti se !J1'OCll l'OU d ar o m esma d isposição á cotn posiçiio ,
-5 -

d e sorte que o leitor irni diante dos olhos um a scqut ul a ediç ão


m uito sem clh ante â primeira em tudo, exce p to l lO corpo do ly po
/JOr la sido escolhido um m ais graúdo e portanto m ais [acit de ler,
O grande historiudor, oiu o fosse, aprovaria, de certo , essa liqcira
mod iiicação rm bcn eiicio dos seus leitores .
O A rch i uo Naciona l, cum prindo sua elroutla miss ào, cnlrcqa
(10 p ub lico um dos trabalhos uuiis importa ntes do o p e ra min oru do

\ 'iscoJlde d e Porto S eq u rn . o patriota esc lare cido qu e uiueu lodo a


oula com o es pirito e o coraç ão voltados para os d estinos do Brasil,
ora m crq u l l i atul o [utulo nos mistrrios d e seu passado, ora f'lzff'-
ucn d n as qra n d cza« do seu [uturo.
A s na nas qeraçõcs precisam con hecer em toda a cri ensão a
[orm idau el obra uarnhoquianu, sem duvida lim a das muiorrs (//1('
h onram os letras nacionoes.
Mesm o /lOS pequ enos cscriptos, a pu j an ça d e pensamcn to S I'
pode revelar, dando o valor de lim a person alid ad e. Tudo qu e saliiu
da p entia de Fran ci sco Adolpho de V ar nh ag('n me rece a preço ,
erame , mcditaçôo. Foi estud ando essa obra cüitludosam cn! c,
f az en do del/a ponto d i' pa rl id u, qu e-Capistrano de Abreu crinu-u !«
sua, como a do uellio m estre, solida e imperecí vel.
N iio h ou ve qrutul« problema br asileiro que niiu m ('l'I'('('SS(' do
Fi scon d e de Porto S( 'rIlIl O carinh osa inuesiiq a ç ão, d etido escold ri
uh om en to, V enio os leitores com qu e elevação e perspicacia de
«nthro poqeoqraph«), antes m esmo que a an ih r opoqeoora phia sahiesr
fias [u i.rus da in iun cia , o sabio pat ricio en ircntou o prob lema da
localizaçã o d a capital [e de ral do Brasil, h o je, como no S (' 1l t rm po,
um d os maiores da na cionalidade .

Rin d e Jan eiro, 21-X Il-19.35.

A r. C: IllES B EZEHIIA
A QUESTÃO DA (APITA
:\IARITlMA ou NO INT E RIOR ?

. ,(~ U l· iuflu enci a exerc e a pos i çáo d c um a cid ad e


11'::'0
:,oll l't' 11 d es ti no d e l : 11I P O\' O intviru ! .\ ~ \ ' I..'/ e S po r l' lla ~ e
;. _p : k ::r;í :: l lt' \';\(".o d e.' 1101:\ I l:l ~· ft O . " Foissn«,

A n tes de te rmos a m enor noti cia d e q ue j ú em ou t ro


tem po' , h ouve r- a a id éa de se tra nsferir p ara o in teri or a ca p ita l
b ô'a zileira. e levados quasi u nica m e n te pelo in stincto, ao observar o
m a p pu, pareci a- nos q u« es taria ella muita mais resguardada no
cen tro, com o est á no cor po human o o co r aç ão, e não na frontei ra.
- e f r on tei ra m urf tima c->, lim itr ophc d e tod as as na ções poderosas
d o globo, r ep r esent ad as por su as esqu a d r a s,
Estas id éas nos preoc u pavam j á em 1831l, seg u ndo consta dl '
um a ca r ta q ue en tão d irigim os ao Instit ut o Hist or ico do llio
(1 . 1.0 p. 3(4 ) . Começ árnos por pensar em S. J oã o d 'El r ei. segu nd o
se pode ver d e u m a nota aos Epicos Brasileiro s (p. 40G), em 1845 ;
por ém conti nua n do a me di tar no assumpto, em vista d os mu ppas,
con side rú m os com o verdad eira iuspira çíio o en con tra r uma ' para-
gem q ue, a tod as as luzes. nos pa re ceu m ais va nta josa (co m o a in da
nos parece de poi s d e a h a ver visi tad o) , e qu e tra t úm os d e m uit o
r ecomm e nd ar na 1." Parte do Mem orial Orq ani ro , q ue pu blic ámos
e m Ma d rid em 1849 ; susten tan do-a nova me nte na 2." 1)[1 d e d o
m esmo Memoria l, im p r essa no anno seguinte.
E, pois q ue em u m a e outra d essa s p u blicações, h oj e r aras.
se en co n tr am a m aior parte dos argum en tos q ue a ind a a ct u almcntc
s ão subsisten tes, em vez de os r epe tir por ou tr as pala vras. aq ui
tra nscrever em os os p r op r ios periodos com qu e en tão os fo rm ula mos.

P AGI N AS DA 1.' PARTE DO ME~10RL\L OR GANI CO


Sab em os como a Bahia fo i a p ri m ei ra capit a l q ue teve o
Br azil-Colonia ; isto q ua nd o no Rio d e Ja n ei ro ainda não ha via um a
cas a . Até qu e em 15GO Mcn de S á. para d esa vcsa r da h i ao F ran ceses
qu e d eit ou fóra. propoz á côrte c co ns eguiu que se fizesse em tão
bom porto u m a povoação. '
A Ba h ia continuou sendo a ca p ital do Brazil colon isa d o, l'
assim era j u sto ; pois co mo este se este ndia pela cos ta, e succcdiu
( e) De IS09 li 182"1, :-' l' ~~ l1 l1 d n d C'p(li ~ f 0 1110":' '1\·t'rig"Il:II:d n ; C () :l ~o : 11H' , I1wi..; ; t d ; :t :l ~ l' , 111 i u uciu sa l11 C"n te
explicâmos.
- 8 -

a ch a r-se aqu cllu prox imame nte a m eia di st an c ia do li ttorul desd e o


rio d o Am azon as ao do Prata , duh i p od ia acud ir m el hor a tod a
fi p a r te.
Di vid id o o princi p a d o d o Brazil em do is est ados, ficando ao
d o Grarn P a r á a p a r te do norte. e ao do Brazil (propriame nt e dito)
a cost a ori en ta l e ca p it a n ias do su l. tra tou -se de escolher . n o li tto ra l
desd e () cah o d e S. Roq ue ú colo nia do Sacra me n to. um po nt o mais
cen tr al qu e a Ba hi a . Eis a origem da trun s fcr cnci u d a capita l p ara
o Rio a qual tCYC la gar em 1763,
O Sr . D. J oão. ainda então pr ínci pe rege nte. e seus min istros,
ou por ignora r em es tas circu mstanc ins . ou p ara se v erem m ais longo
dos Fra nceses. d e q u em f ugiam, não acccd crum ao s votos dos
Bah iun os (qu e tinh a m ou tra vez d irei tos d e ser ca p ita l. um a vez
q ue o Br uzil volv ia e ser um) , e se es tabelece r am n o Rio - quando
sobre tu do d epois p a ra o r ei no unido, a B ahi a at é fic ava m ai s p erto
d e P or tu ga l e d a s Ilhas d e Cabo Verd e e d as do s A çores e Ma deira.
F ez-se a indcpcn d cnci a, c desd e e n tão nã o se tem quusi
p ensa d o ni sto . d and o p or n egocio d ecidid o q u e a capital do Imp erio
tem d e ser o Rio p ara sempre; e o q ue se Icmhru d e tocar "neste
po n to é tid o p or ut opista. ou visionario.
Conviri a por êrn ago ra a tran sfe r enci a d a capital para a
ci dade d a Ba h ia ? D e fórm a algu ma : h oj e para as n ec essida des do
Irn p er io es sas capitaes d a nntiga colonia n ão po dem bastar. São
mui d eslocad a s cabeças p a r a d irigi!'. como c umpre. tão gran de corpo
qu e nc ccssiju con cen trar- se; e nem um a n em ou tr a off'c r cccrn Ú
na çã o. ap esa r d e su as a pare n tes fortifica ções. as garan tia s d e segu-
r a nça e d e inviolahilidad c qu e clla exige tenh a o tcbcrn acu lo qu e
gu a r d a em si o ch efe de Es ta do . e se us p rim eiros del egados r es pon-
saveis, e o f'o r u m d e se us r epresen ta n tes c legisla dor es. E esta
fr uqu esa d e u m a e outra cida de pr oced e j u st amente da p r crogativa
com q ue a m b as se r ecommcndn rn ao com me r cio, - da bondade de
se us portos, os d ois m elhores do Brazil . . .
A n ossa terminant e nfi rma tiva pa r ecerá por certo ao leitor
m a is fund amen tad a, qu and o se d ê ao trabal ho d e perco rrer
com no sco o ca talogo d a s n a çôens d a Europa e da América. e fiz er o
re p a r o d e com o as m ai ores d cllas, e ai nda as consideradas como
p ri m eir as potcn cía s m aritirn as, não tem suas cap itaes j unto do m a r.
com o se a política ou o in st into da propr ia def'e ns a lhes d iss esse que
est a v am , com o estã o, assi m m a is seguras. . ,
E stão sim , . . á m argem d e rios ; m as qu e es qu ad ra se atre-
veria a percorrer o Tamisa, com tod as as suas volt a s. até chegar a
Lon d r es ? - Qu e val em os barco s qu e podem subir o Se na a té Pa ris,
_0g
ou o E lb u e o Spréc a té Be rJ in? - Quantos ohs taculos nii o olf'c rc cc
o Baltico c o golfo de Finlundia a uma nação pod e r osa como a
Hussia para d efe nder S. P et crsburgo ? P or ven tu ra pensou jamai s
a Austria em ti ra r do sei o d o D unuh io sua c ôr te a fim d e lev ai-a a
T r ics tc ou a Ve neza. cmbor n isso a Fizesse tal vez se nhora d o Ad ria-
tic o? - Ou occorrcu alg uma v ez á Prússi a leva r á foz do Od cr a
cap it al do grande Frederico. a fim de proteger a marinha do
Z oll-uere in, ou influir no Ba lt ico? - P ergun te-se aos m esmos
Ru ssos. se acaso gan hamm em troca r a rcsp r-itavel Moscou com se u
Kreml in pela ufruncczada ci dad e do Nciva. Os Czares ganharam
sim em tom ar mais infl ue ncia nos destinos da Europ a ; mas a
Ru ssia no seu in ter ior perde u . Ap cznr d e n ão ser ca pital, ta l é a
i nflu encia d e Moscou. q ue Napoleão concebeu o plano de oc cu pa l-a
para q ue S. P ct c rsb u r uo com isso se lhe entregasse, o que chega ria
talv ez a r cal isu r se )Ioscou n iio st- ac h a sse tão in ter n a d a pel o sertão.
Ainda no scculo passado um dos principcs m ai s escla re cido s
d a Tt alia . o fu nd ud or do .. . r'eino d e 1 Tapeles. ao d e pois Ca rios 3. de
0

Hespanha. conh ece nd o a fraqu eza do seu reino q ua ndo em 1742 os


Ingleses arnc u çurum de lhe bomba r de a r a ca p ita l. concebeu o plano
d e leva r esta para Cuscrtn no i nteri or. c na ex ecu ção dess e pla no
se achava. quan do a sorte () chamou a maiores d estinos.
E o grand e pol ítico. o se n h or de quasi toda a tc rru, Filippc 2°..
vemo-lo scculo c m ei o an tes fixando su a capital em Mad r-id, e
com tã o forrn id uv cl mari nha com o a qu e tinha, de sprezando o
magnífico porto de Lisboa (de q ue estava senh or) e a foz do Te] o,
para se es ta be lece r nas cahccci ras deste rio,
E aqu i tem os na Am éricn no ·os exemplos . Alem d as capi-
taes do Mcxico. 1 Tova Granada. Ven ezuela, Ecu udor, e tc . como tcri a
a rcpúhlic u Argen tin a resisti do com tanta nudu ciu á Fra nça . ú

Inglat erra c a m ai s ulguern, se a su a capital es tivesse sit uad a como


Mon tevid co, c nú o á beira d e um rio, cuj o pouco fu ndo, qu e
pe rmi tt c r od a r em n cll c carros p ara faz erem o ser viç o. nâo con sente
q ue uma esq uad ra possa es tender -se em linha dia nt e d e Bu enos
. yres, uh rir as portin h ola s e de morrocns ucc czos imp ôr as con d i-
çoc ns, como se tem visto em ou tr as partcs. ... Na Europa qu e
digam Cope nh ngcn, Lisboa, Ná po le s, e a mesma Const anti n opla
se é agra da vcl se quer o simples ch eiro d os morrocns acc csos, c
se a vista de um a deliciosa bahiu e dos navios qu e en tram e saem ,
comp ensa ao ho mem político essa s crises, em qu e uma nu çúo
int eira soff're um vexame, q ue va i á hi st oria, só porqu e a sit u aç ã o
d a capital c o res peito qu e es ta tev e ao impon ente bomburdêo,
obrig árum o gO\"Cl'IlO a ca pit ular., .. ; por quan to o r cmcdio da
- 10-

r etir a d a no momen to d e crrse d ada logar a o de sembarq ue, e se


u âo ao saque, p elo m en os a um for te tributo, co m o impoz Du gu a y
Trouin quando se assenh oreou do Ri o de Jan eiro. E nem se diga
qu e este po r to está h oj e mais d efendido qu e entã o: que q u a lq ue r
officia! d'a rmadn sabe qu e a m arinha d e gu erra tem feito tues
progressos em p ro po r çã o da dcf' cn sa d as Fort al ez as , que ho j e nà o
lia po rto do m undo que com bom ven to não possa se r fo r ça do por
urnu esq uadra, que va d e pois defron te d a ci d a d e in dc rn n isu r-sc
das d cs p czas qu e fez com o bl oqu eio. me tte nd o em co n ta gas tos ck.
botica . segundo se conta qu e fez em Lisboa o al mi ra n te Ro u ssi n ,
sem haver tido ferido algum n a su a cs q uad rn ven cedora da foz do
T ej o. Quanto ao uctual estado dc fc nsavcl d o Rio, e ú possibilidade
d e rcsist cncia mai s h ave ria que di ze r; mas pou p emo-nos a m eneio-
nar exemplos de trist e r ec ord a çã o p a ra todo o bom cidadão. em b o ra
p od esse rn faz er argum entos em nosso Favo r .
Ora pois. hoj e que já n âo somos col nni a s ; qu e n ào necess i-
tamos de es tar em dcp cnd cn cia d e Li sboa. e qu e as vantagens de
termos a capital soh r e o m ar. n âo co mp e nsa m a fr aq ueza e compro-
me ttirncn to s q u e da h i pod em r esult ar pa ra a na ção , e outras mu it as
van tugcns que se colheria m d e a tr anferir pa ra o interior. se gundo
adiant e mostra remos. assen tam os por princ ipio qu e a c a p it a l d o
Im p c r io (aind a qu ando Ios semos p ri mei r a po tencia marit im n.
event ua lidad e qu e pod ia d estruir u m simples tempora l) nã o d eve
ser em por to d e mar. sobre tu d o act u a lmc n tc . em qu e g ruç ns á
i n ve n çã o dos caminhos d e fe r ro. podemos faz er em a lgum a s horas
cornm u n ica r com a beiramar q ua lqu er ponto do sertão.. .
Qual é o local mais convenie n te p a ra fixar a séde d o Gov erno
Im p er i a l ?
Cremos ha ver deix ado d emo nst rada a conven ie n cia da
ex cl u são d e todos os portos d e m ar. E a go r a accresc entaremos a
capital do Impcrio d eve estar n' al guma paragem basta nte no
in te rior que r euna mais circumsl an cia favoraveis, não só para
sa tisfa zer ao principio esse n ci a l do cli ma . ... como pelas r a zoen s
sigu intcs :
1.a Qualqu er ponto d ell e, p o r d ista n te q ue o imaginemos,
111ll1Ca será tanto qu e' n ã o pos sa no intcrva llo de horas comm u ni -
car-se com o porto mais proxirno do lito r a l. po r um caminho de
f'erro que proporemos co mo indispcn sav cl de se construir.
2." Con vem . para proteg e r as com muni ca çoens, levar ás
nossas provincias do se rt ã o. e ahi emp rega r, a maior somma
poss íve l d e capitacs pr oducli vos. os q uacs uugmen tando sua
cu ltura e ri q u eza , e d epois su a popula ção, reverterão em favor das
-11 -

cidades maritimu e. .i :'. r eceb endo dali geu eros d e consummo ou de


exportação, j á en via n do -lhe os gcn cros ultramarinos, q ue cll us mais
r icas e povoad as co nsu m ir ão em muito maior quantidade.
3. a Com o as ci d a des vi sinhas ao mar se civilis am e criam
as n ecessid a des d os cornmodos d a vida e do luxo, estimulo da
r iqu eza. pel a simples frequ en cia dos navios e' trato do commercio
m a ri timo, a os lo n gos sertocns é nccessuri o. para qu e' elIe s se
u n im ern a sa ir do estado q uas i n atu r al, lcvnr corn o tonicos grand es
tocos d e . civil isa çfi o, e nã o o pode haver melhor do q ue o d e
asse n ta r ahi a p r o pi -ia capital. que em todos os re inos f.- o centro
do lu x o. , .
4.a Os go ve rnos cu ja sé de e'st:'. n o int e r ior d o nai z tr at am
mais qu e os outros em cu ida r d e facilitar as corn mu n ica çorns. que
sâo as veias e a r terins 00 Estado. qu e se m e llas d e fi nh a e morre .
5.a Ao m esm o tem p o uma capital central po de d estrih u ir
com m a is iguald ad e. em diff'c rcntc s raios, sua solli cit u de .
n." Quanto ma is cen t ra l es te j a a capit al. mais obsta c u los
se po deriam creur para n âo ch e ga r a c lla qualq u er inimigo que
ousasse invad ir o p niz ; e a in da . sem im aginar es se cas o e x tr em o,
qu a lquer exigente negociador nâo se julgaria uh i t ào fort e para
di c ta r condi çoen s. como ten do á vist a suas esquadras.
7.a Sendo certo q ue as cupita es . quand o crescidas. são o
centr o 00 lux o. 0 \1 dos a rtigos q ue nã o são de primeira n ec essidade.
e po r ta n to os m ai or es consumi d or es dos productos do commercio
m a rí tim o. esses che ga rão ao inte r io r j ú m ei o conver-tidos em trafico
in ter n o p elos p reços dos tr nnsportes. do que' rcsnltar âo valores
(rim/os em b en efi ci o do pa íz.
R.a Um centro OP civil isa ç ão nos e leva d issim os chapadocns
do interi or. e em clima ju não tropical. faria que prornptamcnte
uhi se cu ltivass em arti gos d e co m m c rc io qu e n âo cultiva n b cirum a r.
e a pe rmut a seria em bene fic io do paiz, qu e além disso fi caria
m a is rico de m ei os p r op r ios : e ri ' esses cha pador-ns a populaçã o.
que hoj e é quasi apenas pastoril. passaria a se r a gricultora . (' at Í'
com o tempo, a ensaiar-se em ou t r os ramos d'industria.
9.a Sendo nesses chap adocns el evados os ares mais finos.
c co r res p on d en tes aos da E u ro p n, c legislando-se d esde j a qu e na
CU p ita I c seus a rredores n ã o h averia es cr a v a tu r a, es tas verdades
constnrium logo. e a flu iri a a li cx po n t uncamc n tc muit a colonisação
es t rangeira, que h oj e n ã o vai ou por d esc onhec erem ta cs cir cu rns-
lancias de clim a ou por n âo se atrev erem a in tern ar p elo [ar tuesl ,
- 12 -

on de n ào tem co nsules n em r epres entantes, ll 'UIl1~l te r ra cuju l iuguu


d escon h ecem . ou p or p r e fe r ir e m paizes onde n âo ha escr a vos."
lf). Au gm e n ta n d o em lodo o ca so, a ind a s em esta co lo n i-
su ção, a po pu la ção n o interior com a lru-rnu çâo da cn p ilu l. I~

cnm uçnu d o IIOS HlTI'd or'I's Ik s la :I d ( ~ sl' nv{)lY I' r- se, , , , ce r ta i n d u st r i n


ra h ri l e mu n u l'n c ü u -c ir u , SI' co ilu-tin a v u ntugcrn d I' po u pa r m ai s
os m a ttos c ujas madei ras se poderã o para o fu turo u í ilisur p a ra
u co nsl ru cçii o n a val ou p a r a r x pu t'Iu r, e m v oz de serem qu eima d a s
n a s Iuh r ica s. e nas r oças c no uso d omestico.
li, E m um a p os iç ã o a deq u a d a do in te r io r es ta rá o go"Cl'110
11 1:II s e-m circums tu nci ns d e alle ndl'(" a os ri cos d esl ri c tos d e Goyá z
L' C u iu h ú, ond c hu tan to p o r criar, I' d ar p ruvid un cius ú ce rca dos

índios. a res pe it o dos quacs m u ito pouco. ain da mal . se lcm f'alludo
no Hio dI' Jan eiro.
l~ . Os pn'\e ndL'II!I's a n egocios dI ' tod as a s pro viuc ias, b em
lo ugc de pu ss n r I, mar ( COIll O SL' h nh iluss r-m n' u m u i llrn ) . k r úo q ue
pe r co r re r o im p c r io. o q u e os f'a rú co n h ecer' m elhor' o p u iz e suas
n ecessidad es ; L' o qu e gastem n a jornada o u na rcsid enci u da
c a p ita l. serú m a is e m fa vo r do p aiz do que se o ga s ta ss em n os
vu porr: s. o u nu m u ci dn d « mru-ilima.
:\Ia s qu al l'.idadl ' ( 111 villa d o sl'rt:lo II OS d ev e m e r ece r a
p rc fc rc nci a ? -
E m noss a opinião ne nhum a. Para nós todas te m o vicio da
o r ig e m , p r ov enie n te d e uma ri qu eza qu e j a n ão possu em, A s u a
s iluuçiio. a sse n to e c r iu çíio proccd crnm d e uma mina em que se
t r a b a lh o u mais' tem po a tira!' oiro, c j u n to qua l os minuiros
ú

irregu larm e n te ed ific a r a m suas primeiras b arracas, perto d os


escom b ros de cascalho e d esmont e da ca ta que a b r i a m ,-
Mas se, abandon ando a ideu de uchur jú feita e ucu h ud u a
c id a d e q u e la n to n os co n vem , n os r es olv e rm os a fun dar u m a .
~; cg u n do as co n d i çoc ns lJUL' se requ e r em a to d a a ca p i ta l d e pu iz
c ivi lis udo h o j e em dia, a vc rdud c i ru p a r a gem pa ra clla ú a mc sm u
nut urc zu q u e m a pon ta , e d e modo mu i le r m in an te ,.. . E ' a CIU
q u e se enco n l ru rn as cc liccciras dos a fl ue n tes T oca n ti ns e P a r u n ú,
--d os d oi s gra ndL's rios q u e uhru çum o I m p e rio ; i. l~ , o Am azo n a s
(' o P ra ta , co m as d os d o S. Fra ncisco, qu e d e p o is de o a t r a vessa r
pl'l u meio desemboca a m eia di stancia d e tod a 11 e x tensã o d o n osso
lilto r al , e d e m ais a mais a m eia d ista n ci a da cidade da B a hia ú

d e P e r n a m b u co . E ' n essa paragem bastante cc n l r nl e elevada,


d o n d e p a rtem ta n ta s veias e ar tc r ius que vão ci r cu l a r p or tod o o
- 13 -

cor p o do E s ta d o, q u e ima ginamos estar o seu ver d ad ei ro cor a çã o ;


(' nh i q lH ' j u lgumos devo fix n r-sc a sp(k do gover n o .
Mas vamos res tringir o h -rr-i lo r io dentro do q ua l, n c ss n
p a ra gem . h nvc ri n quo escolher :1 mais co n venie n te p os iç ã o para o
~ ISS I' n to d a ci du d c.
OS SC11S li m it es d e ve m ser off'c r ecidos p el os m esm os Ires r ios
ql ll' f'a zcm a pos içã o t am v a n tnj os a : devo ser o corn p rch c n d id o n o
Ir ia n g lllo fo r m nr1 o jH'los Ir es por tos dr- cn n oa s dc ('a d n 11 m d e11rs
q ue m a is se n prox im cm entre si; ou se se quizc r p el o circ ulo q u e
p ns n r IH lI' f' S~ ( 'S t rr-s p on tos . A s i t ll a ,~ ii o procu rnrl n lr-rú sem p re qu e
f ic a r , p rox imumc n tc. a d ist a ncin igu nl d os ci nc o p n n los. R io . B nh in ,
cidru l« (J( , Oc irns, Cui nb ú.. . . no ca so or haver por a h i urn a loca -
IirInd c q ue s a tis fa ça ÚS cond i çocns :
i : Um a cha pa d a p ou co e levada e se m m uitas Ir r egul a ri-
ti:Il\Lo s na l'x it' nsiio d (' m a is d' umn l f'g lla q uu drnrl a , se ndo si luud n :',
ho rrl» de 11 m r io . q lll' em hora j n a h i nií o scjn n a v egn" f'J. hnh u no
te m p o seco b us lu n lc agu a para la vagens d e r o u p a s. b a nh os . Ix -hi .Iu
d e ga d os e tc.
2." D e ve ser lava da de hon s ares, e Ir- r cscountc su f f'icion tc
pa ra q u e seu s ca nos possam sahír n o do u ma lc uu a a ba ixo : n ão
d('\'l' I r-r ])1 '1' 10 pn n lnnox. n em a g uas o nch nr ca das.
~ .~ S e rfl n d ila ch a pa d a n n t u rn l rnc-n tr- dr- f r-n sa v cl. c se m
p a d ra s tos :I nlcnn co da nrfilh r- r!n. 1\1as:l du a s 0 11 tr es lc gu a s
co n v ir :', q ur : l m j n mo ntnn hns com mnn ae i n c-s fj ll( ' a to d o o tr-m po
~ l(' possa m cn ca n nr .

.1." S I'ndo poss ive l p r e fe rir-s o-ha a loca li dado om q u e o ri o .


ío r n c an d o u m a ia ual chapa da. a de ixc ,conl O e m p eu in sn l u. 011 se
n fi o o n d e o me smo rio fa ça li m a la goa: com ta nt o q u e es t a n íi o
~ ( ' ,i a c u usa d I' se re m os a rrs menos snud a vcis.

;") ." D ev e have r :, distancia r nso nvrl . v . gr. at é ~ kg l~as ,


hn sl a n lc' mnlto. pe d r a de co ns truc çâo. (' sr-u d o p os sivel tnrn b ern
c u lc u r c u .
li." Corn o a loca lidade que se ckv c r-á prefe ri r te m de es ta r
im 1;)0 a H jo de l utitu d c. co n vê m q u e fi q u e eleva da sob r e o m a r
pelo m e n os R.OOO pós, a fim de que se jam ... p u r os c sau d avc is
os a n's.' . .. Sl'l'i:l r:lcil : H~l w r pos icfio ln vornv ol ta lv e z j u u !o ús
la gllH s d e F t'l is d a Costa, Formoso PIe . . . .

N um fnl tu r ào Ir itr.rr s q ue nos hajam talvez consid e ra d o


nu us lluoi-i co s ou visio nu rios do que positivos (e m ui POSitiY00 em
m n te ri ns d (' govc rno). que a q u i tc uh a m sorr ido de d esd e m ao
- v,-
ve r-n os tã o confiadamente crcundo uma ci dad e sob r e o pa pel.
quando é maxima qu e pa ra ed ific ar uma cidad e nã o hasta trnca l- a
t' dar-lhe nomr ! Tanto sabemos q ue é n ec cssario muito ma is qu e
is to , q ue nos demos a o trnh alh o d e' com b in a r qual seria a su a
melhor si tuuç âo a unica que sa tis fa z maior núm e ro de co n d íçoc n s ....
con rliçocns . . . .
P o r ven tu r a n âo sabem os a hi storia d e tantas gr:mdes cid a des
q u e se form aram I' p"og radi ram porq u e os se us fu n da dore s
pensa ram prim ei ro em escolhe r hem o local. (' d epois em pr ega r a m
os conveni entes me ios nu rn o seu rlcsc n vnlv im en to ? - Pa ra que fi
lerrn m -orlu zu f'r u ct o (> nr-ccssar -io scmca r : m as antes d e se mea r
de ve o agricul to r vv r se a tcrrn (' ho « . p ois (> cl a ro que sohre pe d ra
0\1 ahrolh os nad a nascer!a .

E sem irmos ú cidad es d a n n figu icl nrlc . d e cujas f'u nd a çocn s


tem os as histori a s : - a T hd )[l ~', P ulrniru. '1' ,\ "1'0 • . \ lexand ria. Cartago
c tant a s outras ; ne m ain da ús m uis mod r-rua s da Europa . Bcrlin r
S . P c t r- t-sb u r uo. on d e vem os 'JlH' foi n f0rçf1 (!': vo n tad e e o bom
r e,'4imrn qlle as fundou: nós. - - Braz! c iros hasta q u e nos lemb r e-
mos da f'unduc fio dI' t n (h ~ as c i ~b d l' s d o B"a zil . ;\ Bahia fund ou- a
Th"l1l' de Souz a em 1:);')0 EU n I' o Rio dI' J a neiro nin d n h a po u co
nem tinh a m u rn a ca sa . n;z rPl os h n r-o uc o p orque a vid a d a s cid a de s
como fl d a s naccocns SI' (' OllUI n íin r-or nn nos, mas por s éculos. e
ninda 11:10 ha Ires de st es que n Rio se come çou fi co lo nisar. O Br a sil
é í úo fr-rnz q ue ' n u nln u c r local em qu e se ju lg ue co n venie nt e
«m pc r na r alg ll ' l '; cu p ituc s n r nd uct iv os tem PO I' fôr ça que p r os pe r a r
ma is ou me nos scanndo SI' nttc nclc r c m ou tr a s cir cu m sta n ci a s, etc . ...

P or vcnturu todas as no ssas p ro p ost a s. tod a s as nossa s


rn cd i ta ço c n s, as nossas noit es p e rd ida s. Ficarão in u filisadus ? -N ào
uch ur âo c llus. ao m enos em pa r te , ccho em al gum d e nossos a d m i-
nist rado res. (11 c d cs iut crcss udnrnr-ntc c só Dor amor do nosso
f ut 1!l'll . a s defenda e sustent e ?
E' possi -cl : m a s ne cessi tamos para tr-rmos alento c co n cl u ir
o nosso t r nh ul h o. nc rc di tnr q\l(' co n te n do ell e proposi çoens tã o
~ () i i d a s c dI' bu lo i nt eress e IWI"a U o rgu uisa çâ o administr-ativa do
Brnzil, não poder á d ei xar de cha m a r a att cnçâo publica sob re
po ntos im p or ta n tes. a ce r ca d ()~' qu ues q u as í se nfio pe nsa. e q ue
- 15 --

si-m embargo devem S l'I' m editados c discutidos. embora venham a


~('r cond emnados • . ...

.\nmTA)IEl'\T O, x \ 2: !' .\ RT f-: no OITO )IE)IORIAL oRG.\);'IC.O ( lR:iO) .


Pa r ece q ue a Pro vid encia quer ajudar o Brazil a e n ten d e r
(l q ue lh e con vem para hem se constitu i 1', Está-lhe man dando
avisos no vos a cada m ome nto. ú maneira do que di zem as cscri -
p tura s q u e se passava antes do diluvio. que cada rn nrtcluda d e
Noé na Arc a l'ra aviso do Cco ao povo para que se conve rt esse;
Dois tremen d os av isos. duas fut ncs mart cll adas, r ecebemos d esd e
o arm o pa ssa no. qu e hoje nos se rvem de novos argument os em fnvoi -
da t rnnsf'crcn cin da capital do littoral. Do fl u ucl lo da febre ama -
r clla s(·) no sert ã o se a ch a vn ahrigo ; e ao m esm o tem po o Cormorunt
u trc vi u- s c n fa zer h crn scnsivc l a facilidad e com qu e se po d e
insultar irn pun crn cnt « 11m porto de múr : pois se o Co r rn o r u n t se
n trcvcu com P ur rm ngu ú. u m a esquadra não se utrcviu com
n B io ? " , .
N ào temos corrun -rn, n em força politicn, nem fé , para
legisla r a muda n cn (1:1 ca p it a l ? Ten hamo-In ao me nos para
dccrctnr lim a ve z o cnuvocn ção da t ss ernblea ge ra l da Na ção a
algum outro pont o (e j:l isso se podia haver en s a ia do no tempo
da fl'hrl' amurcl lu ) si -m se r l) Rio, como f a zia m os a ntigos r eis dr'
Hcsp un 1:1 L' d e Porfn uul com as s u a s Côrtes. att' p ara qu e os r e prc-
scn tun lcs da na (: úo a Iossr -rn co n h ece nd o POI' seus olhos ; e como
fize ra m tumlx-m u'o ut ro te mp o a França e a Inglaterra ,
ma ci d a d e ú horda do mal' está tilo ex pos ta como todas as
(';<1 adcs de f'ron tci r n. que nos es t a d os europeus s ão sem pre praças
de gllerra, para qU I' l) inimigo não as surprchcndn .
ema tal cida de poderia se I' boa capital para uma n u çâo forte
(" conquistadora q ue desejasse vigiar c am eaçar m ai s dc p erto a
sua p r eza. D ebaixo d l's ll' as pec to se deve considerar a mudunçu
da cu ni t ul mosco vil n. O R io seda hou capital se o Brazil ti " esse
e-m " is ta uh sorver a Af'ricn, as sim como o se ria a donde de Cu iahú
ou d e , Ia tl o ( ;J"()SSO Sl' nos qu izcssc rn os es te nde r para o Occid cntc :
0 11 l1 a g {~ se q u izc sscmos nrncu çn r os Estados do Sul. ;\Ins se a nossa
miss ão for s.ó CO nSl'I'\ 'a rmos in ll'gro o lc rt-i tor -io qu e er a de nosso s
pnis, (' mc-lhorn l-o quanto possivcl, :1 capital u'um Ioga ;' forll' c
cr-nlru l (' a me lh o r . P or ve n tu r a a China . esla grande nnc âo-
col osso, que con ta o ma io r nu mero de suhditos. teri a cedido ú

(") Se 'U (' III lia 1.·\ l d iC;~lI a ... lTJ,.:"l :1";' lI l" •• IH jl lll1 d ia, CIII1l IHt.' ter present es a o fu nda r uma gra ndl"
cidade: a a herrur« do o;; r ;II 1f l '" d t' : 1 ' ~ '1 ;I . ti .... de "':' ''j n " ti ' "a / : f I tra ra<!n, 1'01· 11 11 11 :1" d e arvores. d a s p raça ... e
rua s hem la re <t s. ele vir.
- 16 -

Tnglate r ra. n a q ues tão do opio \Tn l'n OSO, se a rcsidc uc iu do seu
imperador n úo fosse na q u asi m aritima P ckin ? E po r q ue existe ....
d P c rsi a .... scnào porq u e H isp nh un csl ú no in te r io r , e n âo so b re o

Ca s pi o ou sob r e o r.nlfo Pcrsico ? Assi m nà o só ex em pios d a


Euro pa e d a Arncr ic u. mas a té d a A~ i: l no s for t if icam n o p en sa-
n le n to po l ítico d e um a c up i ta1 ccn t r uI ; f' se os cxcm p lo s da . fr ica
I"H1essem con ven cor. a h i m es mo os ti-ri nm os a nosso favor.
Pelo qu e r cs p cit a a o pri nci pio d e q u e h a Ioga r cs m a is
apropri ad os qu e o u tros n nra d esen volv e r o vigo r d o corpo e do
c spi r ito, e q ue e n t re os t ropicos esses loa a r cs n ào podem d ei x a r d e
en co n t r a r -se n a s ch npnrlus ele va da s. j u lgam os n ccessari o • a u to -
risal-o. lim a Y CZ q ue a cx pc ric n cia d o qu e se p a ssa n o proprio
Brnziln âo (; P O I' mu itos Bruz il ciros conh eci da. . . .

Qu an to ma is av an tajado. - mo ral. rnn tei-inl. intcllcctuu l e


a tl' comru c rciulnu-ní r-. n ào se H' ri a h oj r- n Bru zi l. se es ta e ou tr a s
p ropost a s su s ten tada s n os d ilo s rl ,, ; ~. Iulliotos, in cluindo a da Iibc r-
ta çã o d o v e n t re esc r a vo (só d ecretad a dah i a m ais d e 20 a n nos ) .
s r tiv ess em. j ú n esse tempo (lRf)1) , l év nd o ex ec uçã o ! D esd e logo, ú

n âo cubc d úv id a qu e n :10 t ci-iamos p assa do p ela hurnilha çüo


Christi e . ús harh ns oa propria cap it a l. . . .

.\ c h ano o-n os n o Hio d t' J n no i vo em l R:'l1. po r indi ca ção do


nosso 'm u i p articul ar ami go. (' a o d ep ois col lcun n a dipl om a cia .
DI'. Joa q u im C a ct nn o ( a Silva. p ro p u zc ru m -sc os r cd uc tores do
jorn a l-revist a Guatiabá ra a r eprodu zir em su a s pagin a s os supra -
m en cion ad os d ois folh et os . ao que a cccd crnos, Fazend o preced er a
rcirnpres sâ o. cff'cct un d n n o s n u rn r-ros d e s e tcrn h r o e imrn edia to s
do m esmo aT1I1 0 d e l R!)l (T . 1,° p . :r )7 a 4 ~ 2 ) . d a seguint e carta :
..Rio. 1f) de sr-tr-mbro d e l Ri11. Meu s a m igos e srs, - Assim
o q u er em. assim o te nha m , Hcstitui o os dous opusculos com os
I e toquc s qu e mr - propu z fa z e r-lh es . uma vez qu e, p o r sua von ta d e .

(!l'\'em clle s se r r e-produzidos 110 Gium ubiira. a c u ja ly p ogr aph ia


acudi. como suhcm. log o q u e m e co ns to u qu e a h i se a chavam pa r n
sr-rr-rn de novo pub lic ud os, (' com o m eu nom e, circu rn st anci a es ta
qu e n ão se d eu na cdi çào d e lR4!l (a 1." p u rt r) c 1R:'lO (a 2."). p ela
s im p les ru z âo d e jul ga I' c-u ma is convr n icut e a p rese n t a r -m e em
cnrn po de visei r a cn ln.l n, pu rn l( l l l' a s m inh as idé us che ga sse m a
~ f' r aju izarias ~ c gu nd o SU:l v al ia . se m a pre v e n ção da n enh um a
rio autor.
( e) A infl uen cia moral de cli ma, d ef'en d id n em te m po s a n t i~ () ... por Polvb io e po r Vcg eci o nem se
quer é atacada por FiI 311 g-H'ri , ap cza r rle o pnosto :í .\\ n l1 t e~ q tl Íl' lI : qu em por em a defe nde n{clhor é
l\\ r. loissac em uma obra p rofi s-ron.rl l> l'i"J!Ut'llu ' dl':> clun ut » • • • •sur /' IW1JlIllr.:, Paris, 1837. -
- 17 -

Assentam os m eus amigos que deve ir agora o me u nome :


crei o q ue fazem mal c q ue m e buscam tr-nba lhos, como lhes disse.
Sei q u e, para lcv n r fi gente a sai!' do ramcrrâo n ecessita-se d e
a lguem qu e se arroste'. qu e sr-ju victima de sacrificio na religiã o
d a s n ova s idéa s : por esse lado sentir-me-ia eu com abnegaç ão
bastan te. c co m cneruiu pa ra urr os ta r con tra h a l l ns d e papel, e
es pe ro nâo me d ar por mo rto moralment e. em qu ant o tiver ale nto
de vi da. Mns não t r- r âo as irléus l' propostas menos valia qua n d o
um nom e d c sco n lu -c id o na pol i tic u as upnd rinhc? Creio qu e s im .
T amhem m e irn pozcrum a con d i ção de, com os r e toqu es, •
n ào a lte ra r' a form a d c s uh r idurncn tc p er su a siva . scuu urlo m e di sse-
r am , com qu e s nirarn os tacs o p úscu los . Reparem n es tas pagi nas
e cre io q ue n âo Il'!'t o que dize r. As a l te ra ções não mu da m a
fo rrn a : apenas com cl lu s Sl' apri m o r am e arredonna m phru scs ;
o q u e fi z s im f'o rnm cor tes se m p ied a d e .
Nâo in tr o d u zi. alvcz, um a só id éa nova. segundo se pó dem
í

d es enga n a r pcln confr onta çâo .


Deixem p oi s co r rer essas id éas sem pad rinho, n em protector.
Al gum a s d cll as. com o a d a m u d a n ça d a ca p it a l, já vem d e lon ge .
Vai bu sca r su a o r igl'm * em l lvpolit o .TOS(' n a Costa n o Correio
Br az ilicn sc, l' em .10S (' Bonifu cio de And rada , nos conselhos do
Senhor D. P e d l'O T.. c' I'a nnt igu constitui nte . D . V. &c."
Se h em qu e ncs tn carta prom c tt inrnos n ào fa zer n ovas
udd i çõcs, de ixá m os d I' cumpri r essa p rom essa. E nvi árnos á
r cd a c ção mais duas partes. a última (4 .a ) d a s quacs não chegou a
se r im pressa, ig no râm os porq u ê : e n a 2.a prefe r im os e ng lo ha r os
argu m e n tos n ovos a p r ese n tados na ~ ." . qu e p e d imos vcn ia para
la m b em aq ui t ra n scr eve r :
xovos .\ H(;nJE . 'TOS prBLlc.A DoS E~ r 1851 :

Don s exempl os mode rn os n os off'crccc a In gl at erra que


deve m ser tomados em considc r nç âo p a r a co rr-oborar a s n ossas
id éas so bre a fraqu eza de u m a ca p it a l am eaçada d e esq uad ras .
P a ssou- se o nrimr-iro com a Ch ina , qu e se gu rame n te na
q u est ã o 0 0 opio, em qu o ti nh a ta nia rnzào. cedeu por qu e os v apores
ingl ez es f'izcrnrn t rr-mulur a ha n d c i r a da G rã -Brcta n h n a o som d e
bo m b a r d ns p erto ele Pr-k in . onde es tava a cabe ça do im p cr io.
Vim os (I segundo exemp lo n a Hcspu nhn. P ois a orgulhos a
In gl a tcr r u ter ia sof fri do n nff'ronlu que soffrc u , na ex p ulsã o de
se u emhui x a d or . se n côr!r hcs p nnhola fosse em Cnd iz ou Barcelo na .
(- ) Estas i i lf n r l1l :1I,;t"lt' .... 11'" h 1;'11 -la In \ l',' h 11 1 1('11 ~(> . P 'III('O"::' di a . . a lJ t ('~ . n ".... n nd o r M:lrq ll r7 de
Va lcn ça , d ep oi s de 11.1\ l'] l idlJ u:-, 11Il'1I ~ dob folheto- po r 1111111 prvs cnt ca d us .
- 18

sem lá tcr m undu d o a sua esq u a d r a do Mcditcrr nnco de m or r ôcs


ucc csos e IV :' inh ol as a h e rtus pe dir sa tisfuç ôcs ? -- I gu a lm e n te
resigno u-se cala d a , e po r fim j ulgou qu e lhe convin h a a caba r de
es tar am u a d a .
r Cas tcl la d o Hr u xil c sl ú no centro d e Mi nas - : os activ os
h uh itnn tcs cl c st u irn po rt .mte provin cia in filt ra m -se desd e o cor a ção
d o im p r- rio. r-rn q u e habi tam, at é' :'IS u lti m a s ext r em ida d es . O
m in e iro ch c ua a o P n r ú e ao Ri o-Gra n d e. tem l r n to frequ e n te co m
I ) Rio (' Bnhiu. d om ina Goya x l' :'.fa tto Grosso , este nd e-se a té o
E s p iri!» S::lllo (' Pin u h i . e (~ fi un ica p ro vi nciu do impe r io qu e
e ~: n 0 n t ·.11 ](' :" fl e nt e se f)re~ tn a satisfaze " a n ossu m a ior n ecessi d a d e.
:: d e colonisar. - - tT 'll:l couvi c çâo in tim n.. ind efi ni da e i ncxplicn vcl
II O S d iz que d oss us parage ns cu jas mi na s sr-r vi ru m a a ltrahir
< nl o nos ao Brn z il. como hoje os a t í r nh t-m a s (1-.1 C ul i f'm -n i a . d essas
p :l n lgl'Il S de c nj r s fil h os p r oced e u IJ O sccu!o pnssndo fi r cgc ncr a c ân
Ii ttc r a r iu do Brn zi]. tr- rn de partir a nossa r c gc n era çào soci a l.
fo rma nd o-se nara cl lu um n u cl co sob re bases m a is solid as c pUI'a S
d o qUI' . qucl lus so bre que a ss en tam n ci v ilis uc âo , q u ns i só co m rn c r-
rin l, do s P: li' : O S l' cid ad es de mur. - A id ón d este n u clco civ ilisa dor
foi ;: «I'" t ivrru m os I nca s c/ o P c r ú q unndo se re colh e ra m no Cu zco.
nome que sign if'i ca cmhigo, co mo p a r a ex p r ess a r que d a li dim u-
l ia v u. corno dirnunou a v id a d a na çã o.

Se <!lJf T l' T110S po is P O I' scc u los conse rva r un id o o irn p er io.
l.m ccm os nossas vistas pnra cl lc todo. nâo d a to r r e d a Ca nd eln r in.
ou do Pão d'Assucar. ou d o Cor cova d o, q u e ma l d ahi o dom in a -
rt -m os : rr-m onl cm os ús parage ns q ue a n a tu r ezu j á fez d om ina n tes :
:'1 s cnbcce irus dos r ios q u e r egam o B r a zil a h r a u gc nd o em q uusi
tod a s ua cx tc n sfio - - Dr irem os esta cid a d e n n fro n tei r a mm-ilim a .
nm c ucud u. ca da dia. por es sa s fort al eza s q u e es tã o ava ssa l-
l a u d o a s aguu s sa lgn dns d o orb e . - E se n ão tern os fé, nem
co r a ge m . n em fo rc a. pa ra edi fica rm os n o sc r tiio uma nov a ca p it a l.
co m o no ssos ail ll'pa ssados. os P or t ugu ozcs. ti ve r a m p ara co ns truir
Ba h ins. P crn nrn h ucos e Rios de J nn vir o, no liItornl , co nvoqu emo s
ao m e nos a lg uma vr-z ao ser tã o. v . g., a S . Joã o d' E l-R ci . a asse m -
h l éa gera l d a n : l ç ~o : pois q ue isto está nas u t t ri bui ções d o
gOY<T n o .. . .
O Im pe rad o )' Carlos . [a g no convocou desde 770 a 813 u mas
:30 usscm hl éus gcru cs ; e m uis d a m e tad e dcllas em terr a s di ff'c-
r c ntcs ; v . g .. Vorm s, Ge nebra . Rnt ishonn. Mavc n ça, Aix la
CIJ'IPl'\lC . &c . -
- 19 -

A In gla ter r a f'irmavn suas instituições li b cr a cs, nos reinados


d e He n riqu e In e E dua rdo I, reunindo os procuradores da naçã o
.i ú em Ox f'or d . 0 11 em Gloc cst cr. .i em ' inchester ou em York, &c.
ú

A côrte d r' Hc sna n hn, a nte s da para r em Madrid, passeiou


d e T olcd o a Val lad olid e d e Sevilha a Ba r celo na: e a de Portu gal
p a ssou de Guimarã es a Bra gn. e Coimbra, e d e Santarém a Evora
( Li sb oa ; ond e se fix ou d e uma vez, só quando Portugal, d epois
(la r evol uçã o d e 1ô4ü. feit a com a pro ecção da França e da
In gla te rra . fi cou. p urn co nse r va r sua indcpcndencía, rnnis á m er cê
d est es dou s pot ent ad os. -
Assim ess as n a çô os foram po u co a pouco apodera ndo -se da
sornm a d e i nt cr css c qu e d eviam nhranrtc r ; assi-n n cl las se dcstc r-
ra ra m as m esq ui n h a s icl óns de b a irrism o; assim se v a i es tudan do
d e p erto a n a çã o tod a ; assim finalment e as trad i ções da côrt e e
d a n a çào se v ão associand o pouco a po u co a tod as as provinci as,
qu e n ã o se j tJ]ga ndo lun ilhadas por outra dellas. sem r a zão ma is
privil egia d a . se prom p ti f'icnm de m e 01' gado a pe n a s r' a tribu to s.
Na situu çüo uc lual o Ch efe do es ta do provari a til' m ais a
m ais q uanto ('11(' «st ú acim n das n ossas a pou ca d a s id éns de
bn ir i-isrn o pela pro vi n cin na ta lí cia . e com a sua abn cgn çú o aj i daria,
p el o ex emplo. a cu r a r um dos maior es cancr-os do irnpcrio.
E p or v e n tu r : (~ O Ri o d e J a n ei ro algum p nraiso unico, cuja
viven d a se nâo tr oq u e por ta nt as outras não m en os am enas. n em
de peOJ'('5 ti r cs, qu e t ern os no vasto territorio b r a zil eiro? O Rio é
sim o prim eiro p ort o da tr-r ru : mas desenganemo-n os qu e não é mais
do qu e um porto. - .\ sn h sis tcn cin da cô rtc neste vnst« c ri qn is-
simo cmporío n ào só lh e n ódc ser f; tal. servi n do de in cent ivo a
q u alq u er inimi go pa ra o ~gre d i r com l) -cfcr on cia a out ro qu al qu er
pon to na n ossa costa . como p r e j u d ica ao cornrnercio, qu e se u
emp orio por igu al t u r no pre j u d ica ao gov erno supremo da
n aç ã o. -
A cxistcnci a d a côrtc no Rio p ro move demasi ado o lux o e
as nmbi çôcs nu gC' ll tc d o cornruc rcio que d eve ser por sua n a tu r eza
sem p r e econ orn icu. e qu e. sob qua lquer aspecto que isto se consi-
dere, n u nca d ev e, sem grnvcs p r e j u izos para o estad o, d eixar
csc r iptor-io para pi sar o paço. - E vice-versa: os mal es que pód e
tra zer no p a iz a con ti nuu çâo da côrtc n'u rn a ícrrn comrn crci al, em
qu e todo o n ecccssnr io Ú vi d a é ca r íssim o, porá sempre os cmpre-
{..; ad os pu bli cos, por m ai s hon estos qu e sej am. na im m ed intn d c pcn-
d enci a d os ricos n egoci ant es . do que pód crn resultar males tão
gran d es q u e n em tod os se pód cm d es envolver, e alguns n em no s é
nado calcula r . Dond e proced e a con tinu a q uei xa d t- ta nt a gente,
- 20 --

de qu e h a estranhos q ue , â surrcl]u, {' u p ezu r d os gOH' l'lIOS, in fl u e m


d c ma s iado nos n egoci os p uhli cos, senão de que n'um a ca p it a l
corn m c rcim te o co m m e rcio deve n ecessariame nt e ex e r ce r a m a ior
il f'lu c nc in, co m o u'ouf r os tempos succcdeu co m Gc uchra (' V eneza,
" com o a in d a hoje s u cc crl« em Hamh m-go ? -- Desengan emo-nos,
11m cu p itulis tu por hn .nbun-io. ou prutoudo barã o do commc r cio,
SCllta <! o na hu rrn, ou vm um b a nco d ctrnz d I) balcão, (~ m a is p a r n
tern c r d o que () cnvalh ciro fe u d a l oncas tcl lu d o no to r r e d e
m cuugc rn . - N áo lemos n o Bruz il ma is qu e u m sim u l a c r o de
.uist ocruciu . . . , E lemb r emo-nos que a uti s tocru c iu é um a ga ra nti a
d" cq uil ih t-io n os goyr r n os .
l. on!l·a tant o r.ia l 11ÚO IpI q ur h uxcn r o ut ro rcrn c-d io ::,Cll:1 0
o qu e s,' ucloptou nos Estados ( ~nidlls. qua n do se decretou que
:\e\\"-Yorl, d eix:l s ~ , l' d e S t'! ' a capita l. fazendo p a ra esse rim cons trui r
(' ('sde os alic erces u ci d ade de Wash in pto u . ~úo te nlu u -s pre tcnç;)l'S
d(' dc scohrir ou tr a cura, POI ' mai s h croicos q ue "OS p a r eçam o
rcmcdi o . O m al pró scguiri u up cz ur dos nossos es fo rços p a r a
von r com uzus d e c ôr u que com o calor do sol se d erre teriam . . . .

Al ém d e. " qu u nlo íica e x p osto tod os elevemos r eco-


nlu-cer quanto nesta cid nd c cujos h a hi tu nt cs se dcrrumnm d es te
n Luuou all' a Pon ta do Cu jú , c dr srlc o An dnrnhy até a lém de
Ni c tr-ro v L' d :l Bo n Viu ucrn. a s di stan cin s s âo e n orme s, r só em
ve-ncer di sl un ciu s perdem os gOH' rn:ldorcs pe las ru a s h o r a s prcc io-
S:lS que me -lh o r cm p rc gru- ia m n o gabinete.
O r a se o prcsid cu tt- de uma rc p u h licn po u d c ve ncer
ohs lu c u los e soto por in te resses Iormurlos. pa ra mudar um a cn pi tul .
se m lr- r a forca e prestigio q UL' acompanh am a corôa, m ai s f'a cil
Sl' nos d e ve uprcsvn ta t' a em p reza . Haj n só vou lurlc ; e um
queremos de cidido mudará a Face do pniz ; e .u -rancarú d e u m jacto
muit os a b uso s q ue ca rlu dia c stúo d eit an do rai zes mais profundas,
em bu sca de se'i, ":] com qu e' nutram novos rcbc n l ôcsinhos .

SL' os doi s I1UTll e rOS do .l !enw ria ( Orqanico. imp ressos a no -


\Iy m os rm . Iud rid . liu hurn lid o IllH ICOS leitores, como succcd c a in dn
ge ra ln ll'n te hoj e ao s fo lhetos q u e n ào di zem respe it o a assum p tos
da po lít ic a pul pilnn tc-, n úo IL" T muito maior cu rso a re imp r ess ão
« cl h - no Guunub áro, q ue. como j orna l l itt e rn rio , p ouca circu la ção
udqu ir iu e n t re os n osso s políticos. Foi e n tre ta n to lid o pelo senador
-- 21 -

I Iol lu nd a Cavulcan ti, c 1:10 d e accordo achou a s id éus n cl lc cx p e n-


d id a s, a cerca d a trun sf'c r cn cin da cap ital, com as su as, que s e
resolveu fi. lev ar a esse r es p e it o ao Senado. logo na le gisla tu r a
d e 18f)2. um p ro jocto de lei ( E) q u e ch ego u a té, a entrar e m
(-j i SC(ISS:' O, no u n no segu i n te. em s cssào de 10 de Junh o. m as s ôb rc
o q u al se p oz desde logo um a pedra. e ai nd a l ú d o rm e. Como
filh o d(' Pc rn urn hu co. proc u rú ru o il lu strc s c nu d o r levar :1 proj e-
r- Ia d u cidad e pouco mnis a o n orte d o qu e h uv i um os proposto se m
ne n h u m a m esq u inh a co u lcm pl u çâo com a nossa p ro v ín c ia uu lu l :
m a s em todo o caso consrg no u c d efe nde u com muito s nrgllJlll'lItos
a id éu cil' lima cap ita l inte rio r. . - 110 se rt ão. e assev e ro u quv , por
occusiú o d a in dr-pcn.Ic uc ia. circu l úr n a pr om essa ,(Il- um a capita l
110 ce n tro d o p u iz. Eis a s pa!U\T US cio illu str e e Slaf istu : "Crrio q u e
al gun s cios n ob rc « se nado re s se hã o d e lem bra r d isto ; mas cstus
ídéas passaram : commoçôes políticas. c írcu m sta nc i us morucnturu-us
fiz eram com qu e qu usi se tivesse esq u e ci d o ess a prom essa ." . -
Foi n esta discussíio qu e o m en cion a d o es ta d is ta . l'l's polll!L- n do
no seu coll cga o senndo r Dantas, n os h o n ro u , ci tundo o dito
Mem orial Orq anico , p rofl' ri nrlo as segu i u Ies f'r nzcs, qu e t ru n sc r c-
v em os p a lav r a po r puluvrn, do Diario do Rio n. " l f)~ . d e 12 do d it o
m cz d e .J unho d e 185:l.
" N ão q ue ro tom ar tempo ao se na do. mas semp re direi u m a
cousa a cerca d a s su us IHH;Ôl'S hislo r icas d a s capi ta cs. li a alii lima
bro ch ura, qu e . ,. , . . res po n de ao n obre se n a d o r n es t a pu rtc :
su ppo n h o qu e (ro p r odu xid n) no Gn on ub ára d o ann o d e l R;-)1, no s
n u m ere s d e a g osto e setem bro . E u li ah í idéus de mudan ça di
( apitai, id óns q u « semp re' tive, mas uh i se diz com o se tem fei to
;1': ca pit a es . . . () nohrc sct uulor Ir ia essa m cm ori«. q u e suppon h o
:W a ch u rú na h iblioth ccn, e a h i ve rá com o se formam :IS cnpi tncs .'

D ú o dit o senador a ente n de r que ú p r ocl a m a ç ã o da ind o-


p cn dcn c ia se a ssoci ou uma es pé cie d e promessa d e q u e a cap ita l
se r ia cen t rn 1. T a n to núo te rn os a 1ca n çado uv c r iuu a r. O q u e
p o r é m n ân cab e dú vid a (; q ue na Con stituinte, ant e s d e se r d issol-
vid a . foi u p rcsc-nta d u sohre isso lima proposta 011 nu-moi -in de' Jose"
Bo n ifu cio, a q u al foi ate; lida pel o d epu tad o F ra nça. na sessão
d e 9 d e J u nho d e l R2:1 ; e n úo c' menos certo qu e jú, unn os un tes,
H id éa 'h a v ia s id o lu n çud n ao p úblico. segund o h oj e sabe mos. Em
180!1 s e occ u p úr a d isso a lg uc m . p ela impresa , e m P o r tu g ul ; uttri -
huind o ao céleb r e Pit t. em um discurso, a pro posta da f'uuda çúo d e
um a N ova-Li sboa, no interio r d o Brazil (Hist. Geral, 2. a ed .. p. um,
11. 4.") - - P ou co d epoi s , d e fe nd eu iguulmcntc a m esm a id éu o
- 22 -

talentoso p atrio ta H y po lit o . em <lu as passage ns qu e, em ou tro loga r


( H is t . Geral, p . 1190 a 11!l2), t r a nsc r ev em os textualmen te.
Em Ir es out r as occa s i õcs foi essa i d éa crn i t tid a an tes d e 1823.
F oi a prim ei ra. em Ou tubro de 1821, pela commissâ o
i .o rnc nd n p elo goye rn o p r ovi sor io d a p r ov ín ci a d e S . P aul o,
comm iss ão d o que faz ia p art e Jos é Bon if'aclo, n as in st ru c çôcs a os
d e pu tad os da rn csm n provincia que iam ao Con gres so d e Li sb oa.
N essas instru cc ôes, rn p ro -nel a s pelo di to goyerno prov isorio . e
impressas pou co d c nois r o Rio de J nnci ro, (e d as quacs existe um
ex em p la r n a h ihlio lh cca da c ôrtc em ' Vi enna ) lemos no ~. ÇJ .o
d o cap o 2.°
" P a r ece-nos tamborn muito uti l que se lev ante uma cidad e
central no in ter io r do Brazil para assen to da cô r te ou d a r egcu cia ,
q u e nod c r ú ser na lntil url c. pouco m ni sou m enos, d e 15 gr úos.
em sitio sadio, [rriil c r e ga d o flor a lgum rio n cvcgavcl. D es te mod o
Iica a cô rtc ou a~sent (l (1, r cg cn cin li vr e d e q u a lq u er assa lt o e
sorprcza cx tr-rn a . e se chnrnn para as pro v íncia s ccn tra cs o excesso
da povonc ào vad ia d as cid a d es m a r ítimas c m ercantis. D est a
c ôr tc centr a l d ever-se-h ão logo ahrir estr a d as p ara as di ve rsas
provin cins e portos ele m a r, p ara q u e se com rn u n iq uc rn e circulem
com toda a p rornptidào a s orde ns do govern o, e se favo r eça p or
e lla s o comm c rci o interno do vas to Im p crio (sic) do Brazil. "
Segui u- se o ho n ra do co nselheiro e cha n celler V ell ozo d e
l ivcira . em uma mcm órin sobre o m el h orame n to da sua p r ov íncia
(S. P aul o) . q u e off'c rc c êra, em 1~HO . ao Prí n cip e r egen te . mas que
s ó foi publi ca d a em 1822. E is co m o se ex pressa : "E' preciso qu e
ri côrtc se n ão fixe em alqum porto marit im o, prin ci oalm en tr se

elle for grande, I' ('om bo as pro porções p a r a o co m mercio . . .


capital . .. se d eyc fix a r em u m Jogar sâo, am eno, aprazí ve l e
isento de con fu so t ro pel da s gentes in distin cta rnc n tc accum u-
lnd a s . . . "
Veiu el ep ois um do s depu ta do s n as côrte s de Lihoa . q u e n ão
decl a r ou se u n om e ; m a s que . tamh em no d ito a rm o d e 1822,
p ub lico u na typ ogr n ph ia ro lla nd inna. u m escr ip to d e qu a tro p a gin as
in folia . soh o tit u lo d e "Aditam ento (s ic ) ao Pro iccto de Consii-
tniç âo para faz er- a ap plicaucl ((O reino do Bra zil ": ud d ita m cn to
q ue comprchc nde treze a rtigos ; o p r im eiro dos q u ues r eza assim :
"No cent ro d o Br nzil. en t re as n as ce n tes dos rios confluentes
'd o P a ragu a y e Am a zo na s. f'und u r-sc-h a a ca p ita l deste reino, co m
a denomina ção Brasilia, o u qu alqu e r ou t ra."
Segu e-s e em lima not a, a justifica ção d esta proposta, nas
seg uin tes lin h as :
- 23 -

" A necessid ade e a p ru dcnciu oh r igâ o a a dopt a r es te art igo.


= A n ece ss id a d e : po rq u e () B r asil somen te p od e rá ser gran de
lrn p crio (sic) r eunido e povoa do ; c eis o q ue se consegu e com a
no va capi tal. Ell a fica :300 lcgu us com po uca d iff'crcn çu ao no r te
e su l e qu usi out ras tan tas a le ste e ao oes te 100; f'i c âo po r ta n to
s u as rela ções com as Prov incia s m ais a per ta das, corn rnuu icuvc l
ao P a rá . :\Ia ra nh úo, Rio Gru udc e S, P aul o c m a is P ro vin cia s. que
pa ra o fut uro se crcnrern pelos ri os P arugua y e Ama zon as ; á Bah ia
pe lo r io d e S . Francisco. e tc . e tc . A P ovo a ção se con ce nt r a no
luga r m ai s f'c rt il do Hcino, en tr et a n to qu e a Cost a se rá sempre
h a hit ad a pe los u l rn t iv o s do cornrnc rcio ; a c ap it al fic a ao abr igo
d e tod a a inv us âo, em esta do d e d efend er c m esm o ex pu lsar ()
in imi go . q u a nd o se tenha apo de r a d o d e al gum a cid ad e m a r ítim a ;
a o alca nce d e r cchuss ar as pret en sões dos v isin hos ; o qu e j a m a is
se r á poss ível esta nd o a Capit a l em o ut ro qu a lq uer ponto ; e em
qu a n to as cir cum sta ncias não p er m itti rcm o u t r as m ed idas, h urn u
só u n iversid a de n os se u s arredores b astará a tod a s as Provincins.e>
A pru d en ci a : porqu e este h e o uni co m eio de evi ta r as ri va l id ad es
q u e se des cob r em en t re as Pro -in ci ns ."
Con clue () papel com um a A do ertcn cia, qu e co m eça p elos
Ire s seg uin tl' s ar tigos. seguindo-se ou tr os al hei os ao ussumpto da
capita l:
..1. A cap ita l do Brasi l sc r ú fund ada seg u ndo o P la no qu e
derem tr cs c u gc nh ciros. q u e de ve m ir escolher"o lu ga r ma is p ro p r io,
ele ito pel os De pu ta d os do Brasil. (seg u n do o) pla no a p pro vud o
pc 1:1S Cortes.
..2. Cu d n P rovíncia co n t r i h u irú com hum a Qu ot a an n ual
r ela tiva m e n te a sua riqu eza p a r a a f un d uc úo da nov a Ca p it al.
..3. Esta n d o concluído () Pa ço d a s C ôrtcs, da Rcgencia. da
.lun la P ro vin cia l. Cnd êa, Igrej a c Qu a rt ei s, etc. etc. se passará
p ara elJa a s C ôr tcs. Regente. etc. etc."

Con fessa nd o. segu n d o já con fcss árn os, q u e de nen h u m a das


m en ci o n a d as propost as tínha mos co nh ecim e n to. q u an do De us n os
(;('u a ti áloq a in sp im c ào, e q u e d a últim a . só tivemos no tícia h a
pou cos m czcs. a o ver por primeira vez * a r urissim u folh a a vul sa
o n d e se en co nt r a . n âo d cix árn os d e n os r egosi j a r com a ccrtezu
d e qu e o p e nsa m e nto d a trnnsf'erc ncia ti n ha tudo a gan har cnco n-
tva nd o a su a verdad e ira pa te r nida de fó r a d e n ossa h umild e p essoa.
( ') Em j unho d c.. . tv ;111110, IX) I Í;l\' (l" dn SI'. \ l':I..'s d I' C;U ,':llh n , qll l' p O....... ur 111:1 ('X t' II1 :, I:1r na sua
J1 rccíosa collc ção , na I~ . do r~lI s " d .
- 24-

- em uutoridud cs lào superiores e t:IO ant igas. .. P or q uan to, se


todos ess es g r a n des v u lt os (' es tadistas do Brazil considcrurum tl
r eulisa çào do pensamento como praticavcl. antes da ép oca da
i ndcpcndc n ci n, quando ainda n úo exis tiam as es t ra d a s de ferro,
scr-nos-hu lic ito dcclurul-o utopia em nossos dias ? . .
Di ss emos i ns pi r nc üo ana /orla, e não idr-nticn ; porque no qu e
tod os co nco rrl úmos foi na i d óu de ser lcvadn pa r a o in terior a
ca p i ta l ; n ào i n d ica n do uns a localidade. ou ma rca ndo outros uma
diff'crcn tc.
P el a n ossa pur!c. durnntc os 2R ,1I1110S deco rri d os de sd e t~-H),
as in timas co nv icc õcs. longe de arrl'fecerem. haviam toma do mais
COl'pO. a ta l ponto que, no ncnhnrmos de narrar. n a 2." cdi çâo da
Histor io W'T'(i/ . a occu pnr-âo do Rio dl' Janeiro por Duguay Trouin ,
n âo p o rl órn os deixar de exclamar :.... .Válha -n os ao m enos
ta m a n h a lid o e ta m a n h a vr rgonhn pn ra o fut u r o. se algu rn dia
nos encon trarmos em situacão n nnloua. o que Deus nâo p ermi tla .
E a p rimci ra li çâ o quo drvcruos cnlhr-r t' a de . j a em tempo de paz,
att cnd cr rn os mais aos meios de rcsistcncin q ue ele v e off' croc c r es te
im por ta n te p ort o. do qual porm ittn Deus qu e seja quan to a n tes
J c tira d a a cu p it nl do im p c ri o , t âo vulncrnve l. ahi na [ronieira . e
tôo expos ta a se r umc ucudn de um bomhn r dc o e a soffrcl -o com
grand e p rc j u izo dos seus proprietnrios, po r qualqu er in imigo
su p er-ior no m al' . qp(' se j)1'l)!l(J Jlha a nrrnncnr do gO\'l'r no. pela
am ea ça . co n cess ões em que nân podr-rin pensa r . se o mesmo gover no
ahi se nâ o ach asse. E isto q u a nd o apropria Provi d cnciu concedeu
ao Bra zil um n p a r a gem ma is cc ul rul. mais se g u r a . mais sú e n r o p r in
n lignr en tro si ' ) 5 trr-s grandes vallcs do Ama zo na s. do Prata l ' do
S. Fra nci sc o, nos clcv nd os chapadões. de a res puros . d e b oas aguus,
e at é d e a hu n dnnto mu rmorcs. v isinh os ao t ri ungulo formado p el as
tr cs la goa s. F orm osa. Feia e Mes tre d'A rmus. das qu aes munam
:Jguas para o A rn nzo nu s, para o S. Francisco, e para o Pra ta !"

P ublicadas csas linh as, o pro prio accc u to d e co n vicç ão que


cll as respiram fez es tremece-r :1 nossa co nsc ic ncia timorata , em
pr esen ça da r es pon sa h ilid a d e tomada. em tal ohru, a n te a poste-
rid a d e. Figurou -se- nos que nâo Iicnriamos t r anqui ll os em quanto,
por nossos propri os olhos. nos ]]:10 dcscngnnasscmos de todo, e á

m esm a po ste rida d e. se Iinhnmos ou nâo ruzâo em todas os n ossos


p la n os e p roposta s engl'nhad as sôbrc o papel, no si le n cio do gabi-
nete . .E isto com tant a maior ruzâo q uando. po uco an tes, huvium os
vacillado em Iu vor de d uas outras localidades visinhas ; - os
ch up ud ôcs d e Santu-Xluria e d e Uru cuya.
- 25-

Hcsolvcm os pois pedi r do Gove rno um a licença afim de nos


a usent a rm os po r se is rn czcs do posto h onr oso que occup ürnos, e
cmprch cnd crm os (l e vando comnosco os competentes ins tr umentos,
incl uind o nad a menos q ue trcs barometros) ú custa d e quu csquer
trab al hos e sac rif'icios . em quanto pa ra cllcs nos sentíamos com
fô rças. uma pe nosa via gem a cuvallo. nada m enos qu e a té ú
p rn vi n c iu de Govuz , por nossas p rimitivas est radas. para d e oisu.
e com o antigo enge nhe iro , r eco nhecer essa notuvcl paragem qu e a
contempla ção e es tu do dos melhores mappus nos havia rcvclndo :
e ve r se c l lu cor -respo n d ia perfeitamen te ús condi ções de bondude
d e cli m a e outras cssc nci ac s ao nosso prop ósito, ou se, boti a [id e,
nos cumpri a a tempo r r geit al--a e b usca r outra n'um dos do is
mencionados chupad ócs. Algum dia, Deus mediante. d e poi s d e
uc u h u r a no ssa His tor io da l tule pcn de n cia , puhlícnrcmos o diurio
d esta viagem (que resu ltou atl~ em proveito de nossa saúde). com
~ lf. ohscrvu çôes feit a s. especi a lm e n te com r espeito a orogruphia
dos pontos p crc .n-rir lo s. na ida e vo lt a ; o que tudo upontúvumos
em cad a noi te. n pczu r d as fa di gas do cam in ho. e depois de huvcr
an d ad o. d esd e as (j d a mu nh â. ás vezes oito e nove lcguas , . . 1'\0
p resente escripto nos li m it aremos un icamen te a consignar quan to
a cllc im por ta . An tes por ôrn , cump r e-me dize r qu e dura nte a
úl tim a es tada no B ruzil. dond e m e achav a ause n te havia mais de
nov e annos. tive occ asiào d e apreci a r o p asmoso progresso ela
opi niâo dos h om en s il l usl rnd os. tanto do Rio, como da Bahia e
P c r n u m h u co. em fa vo r d a idéu de a r red a r do Rio a capital ; d e
m od o q ue (j ú depoi s d e re gressar a este posto) n âo m e surprc-
hc n deu muit o o ler um a r tigo no Jorn al do Comm crcio , di zendo
pica n tem e n te q ue essa ca pital tui o era d os Br azilciros, nem dos
I uglezcs, nem dos F r un cczes, nem dos Turcos ou Mouros. mas sim
do Com m ercio e só do Com mer cio.
E n tr eta n to. cumpre coufcssul-o, n âo de ixei de encontra r
lambcm muit os d escrentes e muitos apathicos, ncahrunhad os por
ventu r a pela fôrça d a in crciu tâo pod er osa nas cidades do nosso
Iit tor a l. . . .\0 m en os. os q ue discu tia m a quest úo não m e desani -
m a va m ; mas () ob servar, nos labios ele alguns, certo sorriso corno
tra ta nd o a id éu d e p ura u to pia . levou-m e ú r esolu ção ele upresen-
tal-a ao pa iz so b um a nova f órmu ; a fim ele, ao me nos, a irmos
p r epa r a nd o pa r a os vi nd ouros, se n ão estamos d ispos tos a lev al-u
a vante em nossos dias.
Foi em con form id a de d esta r csolu çâo que. na qualidad e
d e chefe d e lima Jcga ção qu e tan tos soffrimcn tos passou com um
cer to ensa io d e colonias no Iittorul, em que o Gov erno Imperial teve
- 26 -

até qu e pagar o tr ansport e dos colonos d e regresso Eu ro p a, em


ú

grand e d etrimento d a m archa p r ogressiva da mesma colon iza ção ,


m e ap r esentei ao illust r udo m in istr o d a Agricultura, exp ondo-lh e
minhas inten ções d e cm preh cn d c r a viagem. da qual dev eriam , em
tod o ca so. r esulta I ' a lgum as informaçôes q ue podessem vir a se r
r.pr ovcitadus no fu tu ro em favor da co louisa çâo em ge r al. e pedin-
do-lh e. conscguin tcm c nt c, suas ordens e a lgum a s rccom m c ud uç ôcs,
que m e for a m d esd e logo por S. Ex ." patrioticamente d adas.
Do cx ito completo da viagem. tanto em favor d a ultim u
id éu. - de p r ocu r a r loca lida d es de sert ão mais ap r op ri a d as a
centros d e co lo nisaçâo cu ropéu, como d e r ec onhecer, e h a ver encon-
tr a do, m ui su pe r io r a tod a a expectativa . a p a r a gem em qu e, por
um a cspccic de p r esc n tirn cn to (bem q ue apoiado em da dos geog r a-
ph icos ), huvi um os rc com mc ndad o pa r a a fut ura ca p it a l da U t i i âo
Brazilica, n ão pod emos d a r m elhor conta se n âo tra nscr eve nd o a
commu ni ca ção que da villa F orm osa da Impera tr iz diri gimos para
a Côrtc, pel o cor reio, ao d ito senho r Ministro ; n ào fosse caso q ue.
se, por d oe nça ou qu a lqu e r ou tro infa u sto a con tecim en to. n úo
conseguiss cm os re gr essar a sa l va m en to, viessem a fi car inutilisud os
os nossos sacri f ícios. e d esconh eci do o resu ltado m a is qu e f'a vora vcl
de nossos exa m es, a ta n to custo feito na m esm a prcv ili giud u
['ara gem . Nessa co rn rn u n ic a çâo incl u ímos a lgum a s id éa s alh ei a s
[to assuru p to especia l d clla , m a s que no s nccu rlirnm du r a n te a
viag em . e qu e j u l g úm os d igna s d e se r la nça d as
á di scu ssão.
Su p pom os qu e a m e ncion ada com m u n ic a çào .i a ter á sido
p u blic ad a . pou cos di as de pois de sairm os d o Hio ; em tod o caso.
n a da pe rd e em se r aq ui d e novo transcrip ta ; poi s nos disp e nsa
d e escreve r ou tras li nh as para dizer o m esm o. E il-a :
"VilI a F orm osa da Im pe ra tri z, em Goyaz. 28 d e J u lh o d e 1877.
ll l.mo E x .mo S." = Pa r a m e lhor cu mprir as or d en s q ue V. E. se
d ig non d ar-m e em Av iso d esse m inistcr io d e 14 d e J u n ho últi m o,
começa r ei por con signar po r csc r ip to alg u mas id éa s que , ace rca
da coloni zação cu ropé a no Brazi l. tive a ho n ra d e cmitti r ve rba l-
m en te na a udi cn cin q ue V. E . se d ignou co nce d er-me pou cos d ia s
a n te s d a d at a d o m encion a do Aviso.
Vari os resu lt a dos m en os f'avoravcis a esse r espeit o. nos
clim a s t ro pica cs do nosso littoral, fizera m q ue ho je tenh a qua si
u na nimeme n te tr iu n fa d o na Europa a id én de q ue. para o p r im ei ro
esta belecimen to dos colonos do norte no nosso paiz, só sã o a p ro-
p r ia dos os cli m as d o Ri o Grande do Sul, e qu ando mu it o os d e
a lg um a s pa r a gens d as d e Sa n ta Ca tharinn e P ara n á: de m od o qu e
- 27 -

é q u asi ex clusiv amente para es ta s prov in cia s q u e a m esm a coloni -


za çào j a segue c x po n tu nc n, d ispensando a cstipcn diada ; com a
qua l. n âo só por csp ir ito d e cqu idadc e justi ça , com o por ou tras
m u it as consid cra çôcs, b em conhecidas d e V, Ex " con vir ia qu e
Iosscm os presen tea nd o a s demais provin ci a s.
Se o cli ma do Rio Grand e do Su l, no litt ora l, é m a is fre sco
c a n a logo aos da Europa qu e os da s d em ais p r ovi nci us, n ão é
m en os certo qu e, no in te rio r dest as u lt imas. h a chap ud ôcs mu i
elevad os. em qu e a tempera tura é igualmen te benign a, e em q u e
no in ve r n o ca em a té as folhas :1 maior parte das a rvores. E ' m u i
conh ecid o o p ri nci pio, com as propor ções a té design a da s por
Hurn bold t, de que a id ent id ad e da temperatura se opera n as mais
b ai x as la titu d es pela uscc nsâo da s altitud es ; e ist o a tal pon to qu e
d eb a ix o da equinocia l. n as imm cdia çôes de ,uit o por ex em p lo ,
h a ne ves per pe tu as. E bem conhecidos são en tre nós corno m u ito
mais frescos qu e os do litoral. na prov ín cia do Hio d e J a neiro, os
cl im as d e P c tro polis e d a 1'OV :1 Frihu rgo, em pa r age ns el eva das
mais d e oitocen tos m e lros, e na de S . Pa u lo, m ai s ao s ul, com o
m u it o mais fr escos qu e os d e San to s. os d a ca p ita l e m a is cida des
d e serra-a c im a, em altura s a lém de se te centos metros. Assim , por
via d e regra. qu anto m ai s baixa for a latitude do Ioga I ' m aio r
d ev e rá ser a sua altitu de pa r a que o cli m a se ja fr esc o e de nat ureza
m e nos tropic al. a pon to d e não faz er esmorecer os colon os ao ver ,
ao ca bo d e a lg u ns m ez cs, d esbotarem -se a seus filhos d as fa ces
a s cô rc s rosa d as com q ue haviam partid o d a E uro p a . E se nas
latitu des de 22" a 2·(0 sito p ara iss o ma is q ue suff'icicn tcs eleva ções
d e 700 a ROO metros. em m enores lati tudes é claro q ue essas altura s
d ev e r ão se r rnui o rcs. E o m ais é q u e estes climas m a is fr escos são
ás vezes a té d esi gn a dos pc ln propria vegetação. que cessa de ser
d e m a lt as virgens. e p a ssa a cer rados e a campos lim pos, m a is
aprecia dos pelos colo no s qu e nâo tem as p rev en ções da nossa ge nte
d e qu e só s âo perfeita m ent e p ro d uc tivus a s m esmas m a lta s : as
qu a cs clle s col on os up rcciurn em m e nos, p or sua an tip a th ia ás
d crr-ib nd ns. preferindo antes pla nta r c se mear d esd e Jogo em
ca m pos j á mais ou m en os araveis.
Em con fo rm id a d e com estes p t-i ncip ios . com eça r ei por in dicar
uma rcgi âo das provín cias ele S . P a ul o e 1 fin as. qu e. pela bo ndade
do clima e das te rra s e p ela mui ta facili da de com qu e a ella se
p od er á ch ega r. tcrminudu qu e se ja a es trada de ferro d a Ca sa
Branca , pod ia f0 1"1 ccc r muitas localidades m ui apropriadas p ara
centros ou povoa ções d e colonos europe us rocem-chegados. Esta
r egi ão estend e-se pelos chapadões qu usi sem arvores, de ter r a
- 28-

vermelha. com pastos d e barba -de-bode , ele va dos mais de llOO


metros. que se e ncon tr a d esde a n tes d a cidade da Fra nca , abr ange
os das duas m arge ns do rio d as Velhas, a fl uen te do Parnahiha, e
comprehcndc toda a ex te nsã o logo uhu ixo d a s ca b ece ir as dos
a flu en tes do Qu ebra-anzol e m esmo Pa rn nhih a. ao poent e das
serras da Ca n a str a e d a 'fata da Cord a . Os chup d aôcs s â o por uhi
de tão p equen as p ende ntes q ue , co m a in trodu ção u cllcs de algun s
arados ceniraes a vapor, d e g ra n de Io rç u, de r e p e nte se pod e r ia m
pô r a o so l, reunir em m ont ões c logo q uc iruur pa r a est ru me , co rno
se faz na Euro pa , as tou ccirus d o dito capim; q ue r para depois
semear t ri gos . qu er prad os nrt if'iciac s d e a lfa fa, havend o m eio d e
r ega l-os, q ue r fin al m ent e d e ca p im go rdu r a . ou rnclloso , ou qualqu er
ou tra d as es p cci cs q ue d âo ex pont a n c us em ou t r as paragens
do sertão.
Na vasta ex te nsão qu e a c abo d e pe rcor re r , lia porém ou tra
r cgiâo n ão m e n os apropri ad a a of f'e rcccr loc a li d a de s Invoruvcis ao
primeiro es ta beleci me n to d e col onos curopcos, e a r espeito da qu al
j ul go qu e d everíamos d esde j u d ar a lg u mas providencias. afi m
d e a ir p reparando p ara a miss ão qu e a P r ov iden cia p arece te r-lh e
r ese rv a d o, faz e ndo a um tempo della partir aguas p ara os Ir es
r ios m a io res d o Brazil e da Amc r ica do Sul, Amazonas, Prata e
S. Francisco, e co n stit ui n do-a. por ass im d iz er, o n u cl eo que reun e
c rrt r c si as tr cs gm n d es concas ou bacias f'luvia cs do Im p cr io.
Hc f'iro-m c á hclla r egí úo sit u a d a no t riangulo formado p el as tr es
la goa s Formosa, Feia c Mestre d'Arrn us, com chapadõ es ele v a d os
m ai s d e m il e cem m etros. sobre o mar, com o nel la r eque r p a r a a
m elh oria do clima a m en or latitud e. com a lgu m as lerras mais altas
do lado do nort e. qu e n ão só a protegem dos ventos menos fr escos
d esse la do. como lh e off'e rccerâo os indispcnsaveis mana ncia cs .
Nã o e nt rarei aqui, Ex.> S/, na q u estâo d a alta convenicncia
pa r a o Impc rio e até para a Rio d e J an ei ro, da m udan ça da capital,
questão qu e m e r eservo di scutir d e n ovo extensamente em um a
puhlica çâo n ão official. Mas n ã o posso d eixar d e a prove itar esta
occasi âo p a r a rc commcnd ur a im portan cia, em tod o o sentido, da
mcn ci on mla paragem. como so lo fecundo em qu e tem de vingar e
prosperar m uit o qu ucsq ue r se me n tes qu e n cll c se la n çarem . N est es
te r r e nos de campos elevados, d e b cllas pastagen s, on d e se criam
perfeitamen te os ca vu llo s com panheir os da ci viliz a ção d o hom em
(e que se p agam hoj e ap enas a trinta e qu aren ta mil r eis ca d a u m ) ,
onde os cufczciros, ao cabo d o p ri m eiro anuo da planta d a mu da,
j produzem prodigiosamente, promcttcudo p a ra quando houver
á

d aqui communicuç ôes ser este um n ovo dist ricto d este gcnoro,
- 29 -

n es tes l c r-rcu os. digo, co m bosques no s v nll es e ma I'gen s dos


r ih c i r óc s. se enco n tr am pa ra as construc çócs de c d i f'ic ios, m u ito
b o ns gr és b r a n co s e vermelhos c a té mn r rnorcs de c ôr es. os quaes
h o j e a p en a s SI' d estinam pa ra ca l. c se encon tra lam b em , co m o por
tod o o scr t úo, h asluut« m im -r-io d e ferro; e x isti nd o a té b em p e r to
I.'m n cli v irlud c uma fa lui ca pe r te n ce n te ao maj or J o sé R odriz u cs
Ci 1:1 v cs, a q u u I. por meio do mode s to p roce sso do s forn os c u Ia l âc s.
o fU IHk . fo r nece nd o pa ra Im lus as om mc d iu çôcs mu ito b om f eITO.
Para r c-hcn tn r a p edra fncil seria f a zer-se a té p ol vo ra . com o
muito sa litre qU I' Forne ce a visin h a se rra das i r aras.
E nt r e 01l1r:1S locnl irln d r-s a p ro p r ia d as ao os tuh clccim cnto d e
p o vo n ç ócs qu e a inda Sl' llod" r tto en con tra r nesta r cg i âo, unica em
rol u çào ao Brn zil tod o. cu che gu ei a r econ h e cer p essoal m e n te duas.
h a s ta n lI' e leva d a s. de faci I acce sso. b em vcn tiladus. s ua vcs cscoa n -
tr-s. b el los h o ri zn n tc s e com capa ci da d e s u ff'icie n tc para es te n -
d e r-se l' ch egar a ITCl'bl'1" a l(' m ais d e um milh iio d e a lmas .
E' um a d c llas a cha pa d a . po r algu ns d en om in ad a serra d a
Gordu r n. p erto de qua tro lcguas a O. N. O. d est a vill u. n n p uru gern
ond e. a m en os d e um ti ro d e fuzil urn as d a s o u tras . se veern as
ca becei r as d os ribeir õe-s Sa n ta Rita, v e r te n te ao r io d e S. F r a n cisco
iJl'lo Pret o ; Bande irin has. verten te ao Amazo n as. pelo P a ranan e
T ocu n ti ns ; (' Sit io-I TO Y O• verte n te ao Pra ta . pel o S . Barth olome u r
~~ r and r P rn-a ná .

A o ul r u f'ic n fl!lC' IJaS lc g uu r meia a 1 T. O. d e s ta u ltim a . e lh e


é, 110 m vu 1"11kl1dlT. m u i s up e ri or : ta n to po r se r a in d a m a is a lt a .
r venl iladn (' d I' ma is bcllos ho r- iz on te s. como p ela Facilidad e d ,'
co nd u zi r' a cllu a s agU:lS po ln vc is, npanhnn d o lo go aci ma a s vruia s
agu a s v e r t en tes Ú La go:) F ir rn osn e r íh cí r âo d o Bah ú, R e firo -m e a
li m a loc nl id nrk- no d o rso do l's pigiio .que forma o pa re dão da L ug ou
Fo rmosa ao la do de lesh-, n a sub id a q ue condu z ú ch am a d a se r ra
d o Coca l ; em um sitio a b u nd a n te d e p lan ta a qui d en omin a d a
can r llas de em a, cspccic d n q ue nos .i urdin s da Europ a se conh ec e
com o n orru - d e y uc ns . .\ di ff'c rc n c u d I' n ivc l p ara m enos do a lt o
d a se r r a d o Co ca l. náo só p vrm ilt riu o npa n h am cnt o e a faeil con-
d u c ção d e agu a s da s dit a s verten te s, co m as qua cs se pod e ria d es d e
logo ench e r a p rim ei r a caixa ou m âc d'u gua. em quanto a pov on çã o
se n úo este n desse mu ilo I' fosse ncccss u ri u ir bu scar m ai s ás Sl"rras
m nis di stan tes. como tarnb cm a ah ri gari a completa m en te dos
nortes. q ue. como d iss e. SflO os ve n tos m enos f re scos e men os s a d ios
<ia Am c r-icn do Sul : c d es se modo so p rari am m u i por cim a
d a s casas.
30 -

Nã o falta, E x .mo S.", qu em nutra nprchcns ôes, de q u e, nestas


p aragens. todos os m ananci a es p rodu zem o h ocio ou pa pe ira . e cu
era dos ( uc parl il hnva es ses r eceios ant es d e a qu i v ir. As oh. erva-
ç ôc s po r ém qu e tenh o feit o. e as in v c st igu cô cs a que te nh o p roce-
di do. a po ia das n a s que j ú fi zera o s a bio ucnd crni co f'rancez
B o ussin gnult n a Col ornhin. me d e ram a intima convic ção d e q u e
a ca usa d e scmc lhnn tc c n fc rm id : d e nos chn pu dôcs a p enas h a b i-
tado s junto ús cuh c cci ras d os c órrcrtos Oi! olh os d' ugu u, nào c '
outra s e I ÚO a de sr r crn e,',sa s ng n ns. «rn genJ1 j unto ás n asce n tes.
m ui carrcgnd us df' ce rtos sues (' n ào conve n ie n te m e n te ba tidas
c arci a d us , co n .li r- ôcs lima c o u tra q u e só per dem p or m eio d n
ciist an ci n ( OS cncn nnmcnlos feitos com ped ra ou t ij olo ; os qua cs,
s e h a a ltura s u f'Ficic n tc , se fuzc rn co m p cu ren a s caxociras ou s altos.
(' S(' n ào li a , com f'ur i d o d esill" :ll . O ll t! (, a '\I.~' P1 "a saltitnndo e
nrcjnndo-sc. Nq l'I1 C' :1I1 1' l1r nt o das .\ ~l1as -li ',...es em L isb oa . bl' dois
cannes p :n'fll'.'1 los. d os (li "f' S somente u m ~' ( ' ~ '\"(' . em q ua n to se lim p a
o ou tro. d ond e . no cabo d " al g ll1l1 icmpo. se f ir.im como tclh ns de
snrro ou se d im e n to d r- i xnd o [wlrl:; '1,'H'a s. Ora, n os nossos ser t ões.
o f a c to da s v irtudes d os onca n nmc nt os dist a n tes se com p rova pe la
nrop rin cxncr-icuc in : pois não ndrm ircm p apos os in d ivíduos q u e
hch cm. .i n n os r iJwirôcs. d as mesmas aguas qu e os d e r a m a os que
dcll ns h chc n m nas n nsr r-nte s. es pecialmen te se estas tem lo a a r em
tl'ITU lOS dr> corta a rgila sc h is to sa .
Cin gind o-me agora no sunru m e-nc io n a d o r\ viso de V . E:--:.
d e 14 de J un h o , CUl1 prc-n e tr u tn r da s com rnunica çôcs, e da
ma n eira corno d e sd e j ú os co lo nos e to d os os a v iam e n to s n od c riam
s e r até essa s p urngcn s trn usnort: elos . Na da mais faci l d o q u e
t irar' parti do dos pro p rios nu -ios (k conrl ucâ o hoje em p r ega dos.
d esde o extremo d n cs tru dn de fe r ro d a p rovin cn in d e S. P aulo. que
sem demora chc g n rá Casa B run cu . Por on de vâo carros d e sa l.
ú

l ev a n d o ás v ezes mnis el e cen to c v in te n r r ohas de peso. e ten d o,


as r oda s f ix a s a o eixo. h em p od erão ir carnv a n a s d e ca rroças d e
qllatro roda s. como as da Com panh ia Un ido (' lndust ri a. com told os.
j.uch ad u por men os j uri tas d e bois. con duz indo fnrni lins dos colon os
c sendo este s os prop ri os cn r roc ci ros , a p ea n do-s e todos os ind iv ídu os
!l OS passos dif'i cci s e trnb nl um do juntos po r a r ra n ca r e ap la nar
qualqu e r Irrcguhu -id nclc cau sa d a p el a ch u va precede nte . O ca m i-
nho PO!' Uh crnh n l' lod o ele cha p ndôc s. su n issirno e os pastos p a ra os
bois bas ta n te bon s c g r a tu ito s. Uma ju nta de b ons bois n ã o c us ta
aqu i muit o mai s de 50~OOO I'. • L' uma vucc u d e a çougue Hi a 18 ; d e
modo que a c a r ne l' mui hnrnt u. l' a ca ç a núo fnltu . nem p e ix e n a s
- 31 -

í r cs la goas vis inh as, r das Iruc tas (10 pni z se pod eri a oh lcr m u ito
b o ns vinhos.
E m tod o caso. E x. mo S.", uma paragem , da imp or l unci a desta.
q ue. p ela h orul urh - de se u clima e sua fe rtilidade . rccornmcn dn ria
11 0 es tra nge ir o o Ilruz il todo. q ue pela sua pos i çâo In vo r cccria nota-
vc lrn c nt c o d esen vol vim en to do co rnmcrcio in te rn o d e tod a s as
prov inc ius, e qu e (qua ndo vi es se a ser a s éd c do gO\'erno) afian ça -
ri u nos scculos futu ros a segu ra nça c u n ir a de <l o Im pc ri o. pa rece-me
qu e l' di gn a d e me re ce r d esde jú a d ev id a uttcu çüo (los pode r es
p uh li cos do Es tudo. fa ze nd o co nve r gir p a r a cl la tod a s as comm uni -
cn çôcs. começa n d o pe la co n tin u aç âo d a estr a d a d e P ed ro 2.°.
levu ud o-a ta lvez d e pn,rl'n' nc ia pelo P a r a o pcb u. R io S . Fra ncisco l '
U r u cu y u. cuj a s cn hccr-ir us s(' ach am m u i perto d esta villa . T um h crn
: i li nh a d a Casu Bruucn se pode r-in d esd e jú para csl a paragem
e n ca m inh a r. segu in do nlgurnn s ve r ten tes, a buscar, pelo cam inh o
m a is fucil, a foz do Corurnb ú no P a r n a h ib n, p a r a subir d e pois
uq uell e r io e o S. Bartholomc u , al é as cabece iras d est e. E u j u lgo.
E x .mo S . r , q ue, SE' fosse nccessario, a té por lim a lei up pl ica vcl ás
p r o prius ost r nd as d e fer ro provin cia es, d eví am os de' todo aban donar
(, sys tcm n d e as d ecr eta r c co n ce der para un ir e n tre si po voa ções,
nindn de i nsig n ifica llll' co m m c r cio e trafic o, com gra n des gastos de
» tci-ro s e dc sat crros. ; planando montes c v all cs, c q ue n os con viri a
nd op ta r de prr-f'r r ouciu o p ri n cip io de ir bei r a ndo os ri os, se m
n e nh u ns ga stos d e nivr-llnmr-n to. e com m u ito ma ior prove ito d a
a gl"Í cl' lt llr a em g(·ra l. como succc rle fi que segu e o va llc do P ur uh ih u.
r: crei o f irnu-mc nt c «ur ncstn quasi p rcfc rc n cia da s m a rgen s dos
r ios. ajuda ndo ass im a natu re za, qu e se li m i tou a a b r-ir os le itos,
m uis Ol m enos n ivel ludos. rh-ix undo caxociras, q u e m a is cu st ur ia a
q u ch ra r do qu e a \'f'IIClT lnteru lmc n tc p ejas es t ra das d e ferro, est á
(I gr a nde segred o do d osei vo lv imc nto d a s m esm a s estr a d a s d e feITO

1' 1) Bra zil : Dois no va s cid ad es, m u it o m a is im portan tes q u e as


uctu ucs. pod r-r âo vir a su r gi!' ao la do d cll a s co mo p or enca n to .
Isto n âo ohst m -i a a que a d essas gran des nrtcrias se fi zessem
d ivvruir r um ucs para as ci da d es vis inhas, mais ou m e nos im por-
ta n tes. D e u s glla r de" etc.

Com a present e puhlicuçú o, on d e se en con tra m os v nrindos


a rgum en tos q u r m ili ta m e-m fa vor da t r unsfcr en cia d a capi ta l. como
con l r ib u in d o segurança e ú unid ade e desenvolvimento do Br nzil
ú

lodo . (' até com o f'nvornvcl ao pro p r io Ri o de J a neiro . começa m os


:t c umprir - a promessa fr-ita . . Tas se nâo po demos já transferi r a
capit a l. l' n ão ([I Il'l'l'JnOS a in da formar, na paragem indica d a . urn a
- 32 -

colo nia. ao m en os sc jn di a d esd e jú cx umi nuda e mu pctula, c


vam os c ncumin lum rlo n a r a cl lu as estra das d e f erro,
T) ,.. i x n ndo d e ser sl'de d o gOYlTllO s upre m o, esta c ida de (Hi o)
f ic a r ia dc's d l' IOllo l h " 'e d( ' e s tar c-x pos lu a soff'rcr um homhur-
dto • da p :\rte d e :l1gum inimigo, que, po r alguma qu estão d e
honra n a cional (p n r n a nu n] a l ias. a m e sma cidade nfi o t iv e sse
dircctu IH'I1fc ' c o nh -ibuid o }. p l'l'!l' llekssl' :11T;IJl Car d o m esmo go"erno
quucsquer sntisfucúo ou l ri hu los ; :10 passo que , k -varln ao in te rior.
a Io ga rcs m a is re deis I' ])I"opr ios ú coloui su çáo cu ropúu, m li i tissimo
\ i ria a g a n h a r; pois q ll(' lodo o d e sl'nvol\'jm l'll tn e ncrcscirno d e
nopul ncâ o lH'SSC 'S Il'rr ;!o l'io s, h oj t' ql1as i d r-spo vo udos , I"l'" c' r le ri a em
favo r d o n urmu- u lo d o co m moc io do p orto-cm po r io : e por co nse-
{'.u in te da s u a ri qu eza .
Qun n to ú nu çào e m ge ra !. com :1 di ta t rn n s fc rc ncia (compen-
diando aq u i sé) : \ S pri llcip :ll'S Y:l nlagc'ns) ad quiri ria cll a outra séd c
de gov el'llo mais cc'ntral. mais Sl'l( u r n . mn is bem e d i fic a d a . mais
nacion al e me n os comnu-rcinn !o . Tl'''is :H!l'qU ;Hb n civilisar todo o
sert ão l' a d esen volver s uas la tcn tcs r-iq ncz ns, h e m como o cornrncr-
cio in tr- r n o d a s n rov in ciu s r- n l rr- si . l' Finalm en te mais sft e mais
prnpri n :1 rccom mcnda r no mu nrlo lod " o cli ma do gigallt eo Brazil :
o CIII(' n âo su c cr-dr - ro ic. «m (FI" n u i to s o i u l g a rn tod o invadido da
fl'h r e' amu r cll n. p t,lo simples f ,w f" d e gra ssar c lln n a capi tal . que,
""1' nn l u rn l ins l i nct o . 1()t IO S err-em d l' vl' l' r-ncnn t rar-sc em Un 1:1 d a s
p:,ra gt' ps m n is favore cid a s,
F oi e s le' rw r ign da I'e b r c nm arv l!n qn e. ha do ns aunos, levo u
I I i l lusl rt - ~/' l l a d n r Jo b i m . e m sl'ss;l o d e 10 d f' setemb ro. de 1R7f1,

; 1 exclama r * * :

"Porque r:lz flO t i C: lpi t:>1 d o Im pcrio hn d e esta r collocndu


n cs lu lo c a l id a d e ? A t(~ :1 po l i l ic u :ICo]ls(,lhnva que' fosse si t u a d a em
so rrn ucirnn. . , . . Es fco lo g:lr l' p ropr -ir: para u m deposito cornme r -
cial. e rrào par:1 ser a cap ita l d o Im p crio. qu e d ev ia estar e m um
Jo g a r infern o. onde h ouvess e m a is s egu ra nç a ; porq ue um cncou rn-
':; do inglez. (rUC' q u e ir a c sbn mln l h nr es ta ci d a de . e n tra pel a hurru
l'1 111l a maior f'nr-ilidu rlc . q u ei m a. d es fl'oe' (, urrusa tudo,"

"N âo hu cousa m n is Inr-i l : ha sta qu e se apodere da ilha das


Co ln-us. como fez em 171 J D uau nv T rn u v n. q ua ndo a lucon e tomo u
() Hio d(, Jnuoíro."
I nf'elizrnrn !o. l u d o d e novo ficou em n adn : uoc cs clatn anlrs
in Dcsrrto. , la s n e m por isso dovcmos cs m orocc r : tenhamos ff no
l'u t u ro ; qu e o d ia d a co n ncrs âo h u d e chega r.
(.) Po r c -rt o qHl' {"'=' l ' p ; Ti ~ () uá o c o ·· ~· ..i ;1 'I j:l ·u' i-, a ~ )·1 1l 1:l , llell1 P CJ" lIalll bll ('O. n l"1I1 (l .\ br:m l l:lo,
ne-m fi Pa ri . iIlCflIWll t'''' . p o " Fr'Hvirlac! ' ~ \1' 1 -,n : \t ' 'l f I' . rl ti . 1\;"1 0 k !T 11 1 c-ru ~i n l ~ n \ ' (' rlT () n nc i ou al .

( ) 111 .-r-r : do $(' 111/( /" , \ '/11. V . p. I ) j ,

Você também pode gostar