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E dit or a Nova Cu lt u r a l Lt da .
Tít u lo or igin a l:
T h e Gen eral T h eory of E m ploym en t, In terest an d M on ey
© Roya l E con om ic Societ y, 1973.
Text os pu blica dos sob licen ça de Ma cm illa n P r ess Lt d., Lon dr es,
e E dit or a At la s S.A., Sã o P a u lo
(A T eoria Geral d o E m prego, d o J u ro e d a M oed a).
Dir eit os exclu sivos sobr e a Apr esen t a çã o de Adr oa ldo Mou r a da
Silva , E dit or a Nova Cu lt u r a l Lt da ., Sã o P a u lo.
Im pr essã o e a ca ba m en t o:
DONNE LLE Y COCH RANE GRÁF ICA E E DITORA BRASIL LTDA.
DIVISÃO CÍRCULO - F ONE : (55 11) 4191-4633
ISBN 85-351-0917-X
AP RES EN TAÇÃO
Ke y n e s e a Te o ria Ge ra l
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12 H a r r od escr eve qu e os a m igos de Bloom sbu r y, depois do ca sa m en t o de Keyn es, “...h a via m
se t or n a do u m m a gn ífico pa ssa t em po a o in vés de con st it u ír em a r a zã o pr in cipa l de su a
vida ”. Ta n t o H a r r od com o Au st in Robin son vêem em seu ca sa m en t o com Lydia u m im por -
t a n t e m a r co n a vida de Keyn es n o qu e r espeit a à r eor ga n iza çã o de su a vida pessoa l e
pr ofission a l.
13 Uma ilustr ação deste ponto nos é oferecida num comentá rio de Keynes quanto a o livro de
P igou: “Com o no ca so de Dennis, (Rober tson)... Por que insistem em m anter teoria s que não
ser vem de ba se par a suas pr ópria s conclusões pr áticas?” Cita do em Moggridge (1976), p. 25.
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seu pr est ígio pr ofission a l com o con h ecedor dos in t r in ca dos pr oblem a s
m on et á r ios da econ om ia ca pit a list a . Nã o fa lt a r a m cr ít ica s, t a m bém .
H a yek e Rober t son , em pa r t icu la r , a pon t a r a m u m gr a ve equ ívoco n o
qu e Keyn es pr et en dia ser a ba se do livr o. E st e, segu in do a s idéia s de
Rober t son , pr et en dia explica r a s flu t u a ções de pr eço e pr odu çã o a pa r t ir
dos desequ ilíbr ios en t r e in vest im en t o e pou pa n ça . Ta n t o H a yek qu a n t o
Rober t son det ect a r a m u m a in con sist ên cia en t r e a explica çã o dessa r e-
la çã o e a equ a çã o escr it a por Keyn es n o cor po do livr o. Ta m bém os
discípu los de Keyn es em Ca m br idge (J oa n e Au st in Robin son , Rich a r d
Ka h n , J a m es Mea d, P ier o Sr a ffa e ou t r os) a n ot a r a m vá r ia s cr ít ica s a o
seu t r a ba lh o. A m a is sever a dizia r espeit o a o fa t o de qu e Keyn es h a via
desen volvido u m a t eor ia de flu t u a ções de n ível ger a l de pr eços qu e
pr essu pu n h a , a exem plo dos clá ssicos, a h ipót ese de pr odu t o con st a n t e
em n ível de plen o em pr ego. Ou seja , n ã o explica va o qu e se pr opu n h a
explica r : a s flu t u a ções de em pr ego e pr odu çã o.
E ssa s a va lia ções cr ít ica s im edia t a m en t e in du zem Keyn es a t en t a r
u m a n ova explica çã o. Do t r a ba lh o qu e se segu e en t r e 1930 e 1935,
r esu lt a a pu blica çã o da T eoria Geral em 1936. De im edia t o se est a be-
leceu u m a a m pla con t r ovér sia en t r e Keyn es e seu s discípu los, de u m
la do, e P igou , H a yek, Rober t son , H a wt r ey e ou t r os, de ou t r o. O deba t e
en t r e con ver t idos e n ã o-con ver t idos t a m bém em polga im edia t a m en t e
os econ om ist a s do ou t r o la do do At lâ n t ico.14 Sa m u elson expr essa com
elegâ n cia o sign ifica do da obr a , n a qu eles n egr os dia s de r ecessã o: “P a r a
o est u da n t e m oder n o é t ot a lm en t e im possível en t en der o plen o efeit o
do qu e foi con ven ien t em en t e den om in a do ‘A Revolu çã o keyn esia n a ’,
sobr e a qu eles qu e, com o n ós, for a m edu ca dos den t r o da t r a diçã o or t o-
doxa . O qu e pa r a os n ova t os de h oje é vist o com fr eqü ên cia com o t r ivia l
é óbvio, er a pa r a n ós en t ã o en igm á t ico, n ovo e h er ét ico... T h e Gen eral
T h eory a t in giu a m a ior ia dos econ om ist a s em ida de a ba ixo dos t r in t a
e cin co a n os e fê-lo com a in esper a da vir u lên cia de u m a doen ça qu e
pela pr im eir a vez a t a ca e dizim a u m a t r ibo isola da dos m a r es do su l.15
14 O livr o de im edia t o r ecebeu in ú m er a s cr ít ica s e elogios dos m elh or es econ om ist a s da época .
Den t r e a s cr ít ica s m er ecem dest a qu e os com en t á r ios de P igou , Vin er , Rober t son , H a yek e
H a wt r ey. De cer t a for m a Keyn es r ecebeu com a lt ivez essa a va la n ch e cr ít ica . A exceçã o
ocor r e n o ca so de Rober t son . Seu ex-a lu n o e a m igo, Keyn es n u t r ia pr ofu n do r espeit o pelo
t r a ba lh o de Rober t son e n ele r econ h ecia o ger m e de su a pr ópr ia t eor ia . F icou pr ofu n da m en t e
decepcion a do com a s cr ít ica s de Rober t son , t en t ou con ven cê-lo in fr u t ifer a m en t e e por fim
r om peu r u dem en t e su a r ela çã o com ele. Volt a m a t r a ba lh a r ju n t os n o Tesou r o Br it â n ico
du r a n t e a Gu er r a , m a s m esm o a í m a n t êm r ela ções fr ia s. Den t r e os con ver t idos est ã o H a r r od,
H icks, Mea de, Abba Ler n er , H a n sen e ou t r os.
15 As du a s cit a ções de Sa m u elson sã o ext r a ída s do a r t igo ”Th e Gen er a l Th eor y", pu blica do
em LE KACH MAN, R. (edit or ), Keyn es’ Gen eral T h eory. A esse r espeit o é con ven ien t e ex-
pr essa r a opin iã o de u m dos m a is a r den t es a dept os de Keyn es sobr e a T eoria Geral: “...a ssim
com o a B íblia e Das Kapital, ela é pr ofu n da m en t e a m bígu a e, com o n o ca so da B íblia e
de Ma r x, essa a m bigü ida de a ju dou m u it o a con qu ist a r a dept os... se h ou ver u m bom n ú m er o
de con t r a dições e a m bigü ida des, com o t a m bém exist em n a B íblia e em Ma r x, o leit or
sem pr e pode en con t r a r a lgo em qu e qu eir a a cr edit a r . Isso t a m bém ser ve pa r a con qu ist a r
discípu los”. E xt r a ído de Ga lbr a it h , J . K. (1980), p. 214.
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17 Keyn es ela bor a su a t eor ia n a h ipót ese sim plifica dor a de qu e o pr ocesso de pr odu çã o r equ er
som en t e t r a ba lh o e equ ipa m en t os. Con t u do, n a ilu st r a çã o do t ext o defin im os a qu eda n a
eficiên cia m a r gin a l do ca pit a l a pa r t ir de u m a m a t ér ia bá sica . A r econ cilia çã o dist o, n o
en t a n t o, é im edia t a . Ba st a se a dm it ir u m a r ela çã o de pr opor cion a lida de en t r e m a t ér ia -pr im a
e in su m os de t r a ba lh o.
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21 Au st in Robin son — a lu n o, a m igo, escu deir o e por fim u m dos m a is a u t or iza dos biógr a fos
de Keyn es — a fir m a qu e da lit er a t u r a econ ôm ica se pode dest a ca r , a lém de Ma r sh a ll,
Rober t son (1926) e Wicksell (1936), t r a du zido por su gest ã o de Keyn es, com o a s fon t es
in spir a dor a s de Keyn es pa r a a ela bor a çã o da T eoria Geral.
22 Ga lbr a it h a ssim r ela t a seu pr im eir o en con t r o com Keyn es. Ga lbr a it h en t ã o er a ch efe do
sist em a de con t r ole de pr eços: “Cer t o dia , ele (Keyn es) a pa r eceu , sem se a n u n cia r n a
a n t e-sa la de m eu ga bin et e em Wa sh in gt on , pa r a en t r ega r u m t r a ba lh o... O n om e, disse-m e
ela (a secr et á r ia ), er a Kin es. E u dei u m a olh a da n os pa péis e a li est a va ... J . M. Keyn es...
F oi com o se Sã o P edr o su bit a m en t e a pa r ecesse a u m pá r oco de a ldeia ”. GALBRAITH
(1980), p. 223.
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23 P ou cos sã o os r egist r os pu blica dos de com o Keyn es r ea giu a a lgu n s com en t á r ios sobr e o
con t eú do a n a lít ico da T eoria Geral. Ta lvez a m a is im por t a n t e r ea çã o de Keyn es a os cr ít icos
seja T h e Gen eral T h eory of E m ploym en t, qu e su r ge com o r espost a a Vin er , Leon t ief, Ro-
ber t son e Ta u ssig n o QJ E (1937).
24 Após seu a t a qu e ca r día co em 1937, est a t a lvez seja a m a is im por t a n t e e ú n ica obr a de
Keyn es qu e ele ela bor a sobr e pr oblem a s de t eor ia econ ôm ica . Su a pr eocu pa çã o a pa r t ir de
1939 se volt a in t eir a m en t e pa r a os pr oblem a s pr á t icos en fr en t a dos n o Tesou r o Br it â n ico.
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gu m a s m edida s da polít ica econ ôm ica ext r a ída s de Keyn es. H oje sa -
bem os qu e n em t odo déficit do Gover n o é igu a lm en t e sa u dá vel. Da da
a especia lida de do n osso pa r qu e in du st r ia l, su a dim en sã o e n ível de
depen dên cia de im por t a ções, expa n dir m a is a in da o déficit do Gover n o
pa r a t en t a r expa n dir o n ível de em pr ego t er á u m r esu lt a do per ver so:
a gu diza r á m a is a in da o est r a n gu la m en t o ext er n o e n ã o ocor r er á ex-
pa n sã o per m a n en t e do n ível de em pr ego. Rea loca r sem expa n dir o
dispên dio do set or pú blico é o ú n ico ca m in h o possível pa r a se obt er
u m a expa n sã o dos n íveis de em pr ego.
Tam bém sabemos que nem todo investim ento é igualm ente saudá-
vel. Nem o Estado é capaz de adm inistrar e im plantar com sucesso in-
vestim entos totalm ente inviáveis do ponto de vista estritam ente econômico
e técnico, a exem plo do projeto nuclear brasileiro. Antever a especificidade
da dem anda no futuro e localizar, por antecipação, os mercados onde esta
demanda se m aterializará (aqui ou lá fora) escapam ao nosso controle.
Esta incapacidade de perscrutar o futuro nos recoloca na tradição de
Keynes: devido à especificidade das máquinas e à tirania dos contratos
(dívida externa), terminam os por nos transformar em prisioneiros do tem -
po. Isso significa dizer que a máxima keynesiana de que investimento
cria renda e, portanto, poupança para financiá-lo, tropeça na especificidade
do investimento e na existência ou não de m ercados para absorver a
produção daí resultante. Este é o “pecado” do “superinvestimento” em
equipamentos e plantas industriais para produzir um produto para o qual
não haja mercado, nem a preço abaixo dos custos.
Ta m pou co se pode en con t r a r n a T eoria Geral a solu çã o pa r a a
qu est ã o in fla cion á r ia . Descon h ecer seu s en sin a m en t os, n o en t a n t o, pode
n os con du zir a desa st r a da s r ecom en da ções de polít ica econ ôm ica qu e
su b-r ept icia m en t e t en t a m r evigor a r en sin a m en t os obsolet os desde
1936. Nest a ca t egor ia est ã o a s a lega ções de qu e os sin dica t os sã o dis-
t or ções e n ã o, com o efet iva m en t e o sã o, ca r a ct er íst ica s do sist em a ca -
pit a list a ; de qu e os m er ca dos livr es e o livr e-com ér cio en t r e a s n a ções
pr odu zem a a loca çã o m a is eficien t e dos r ecu r sos, com o se a s or ga n i-
za ções ju r ídica s, m on et á r ia s e a pr ópr ia or ga n iza çã o da s em pr esa s m o-
der n a s n ã o t ivessem u m a en or m e visibilida de n a fixa çã o da s t a xa s de
ju r os, da s t a xa s de câ m bio, da s t a xa s de sa lá r io e m u it os ou t r os pr eços
de pr odu t os bá sicos.
E m su m a , m a n t er em m en t e os en sin a m en t os bá sicos de Key-
n es n ã o n os dá a ga r a n t ia d e qu e seja m os ca pa zes de en con t r a r
solu ções p a r a a cr ise de n ossos dia s. Dá -n os, n o en t a n t o, a segu r a n ça
pa r a r ejeit a r p r op ost a s velh a s, t r a vest ida s de n ova r ou pa gem , a
exem plo dos m odelos m a cr oecon ôm icos ch a m a dos de “expect a t iva s
r a cion a is”, e a con vicçã o de qu e a p a r t ir de seu s en sin a m en t os se
pode con st r u ir a lgo de n ovo, com o cu ida do de qu e n em t odo déficit
do set or pú blico é desejá vel e n em t odo in vest im en t o ser á n ecessa -
r ia m en t e viá vel e sa u dá vel.
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Ad ro a ld o Mo u ra d a S ilv a
(Am a zon a s, 1941), ba ch a r el em E co-
n om ia pela F a cu lda de de E con om ia
e Adm in ist r a çã o da Un iver sida de de
Sã o P a u lo em 1966, obt eve os gr a u s
de Mest r e e Dou t or (P h D) em E co-
n om ia pela Un iver sida de de Ch ica -
go, E UA, com t ese sobr e in fla çã o n a
Am ér ica La t in a (1970/72).
É a u t or de in ú m er os a r t igos sobr e
in fla çã o, in t er m edia çã o fin a n ceir a
n o Br a sil e pr oblem a s de polít ica eco-
n ôm ica . P r ofessor a dju n t o de Ma -
cr oecon om ia do Depa r t a m en t o de
E con om ia da F a cu lda de de E con o-
m ia e Adm in ist r a çã o da Un iver sida -
de de Sã o P a u lo desde 1967, e Di-
r et or de P esqu isa da F IP E (F u n da -
çã o In st it u t o de P esqu isa s E con ôm i-
ca s). É co-a u t or de Altern ativas para
o Fin an ciam en to d o S istem a Previ-
d en ciário (1982), E dit or a P ion eir a ; e
a u t or de E m prego, Preços e S alários
(1980), t ext o edit a do pela F IP E .
22
N OTAS B IB LIOGRÁF ICAS
I. H ARROD, R. F . T h e L ife of M ayn ard Keyn es. Nova Yor k, Avon Books,
1961.
II. LE KACH MAN, R. T h e Age of Keyn es. Nova Yor k, McGr ow-H ill,
1966.
III. MOGGRIDGE , D. E . J oh n M ayn ard Keyn es. Nova Yor k, P en gu in ,
sér ie Moder n Ma st er s, 1976.
IV. ROBINSON, A. “J oh n Ma yn a r d Keyn es”. In : E con om ic J ou rn al.
Ma r ço, 1947.
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A T EORIA G ERAL D O E MP REGO ,
D O J U RO E D A M OED A *
T rad u ção d e Má r io R. da Cr u z
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13 de dezem br o de 1935
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7 de set em br o de 1936
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P REF ÁCIO À E D IÇÃO J AP ON ES A
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4 de dezem br o de 1936
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Ler oy-Bea lieu ). Se Ch a r les Gide t ivesse a t in gido a m esm a in flu ên cia
e o m esm o pr est ígio de Alfr ed Ma r sh a ll, a posiçã o de vocês, fr a n ceses,
ser ia m a is sem elh a n t e à n ossa . Do m odo com o a s coisa s ocor r er a m ,
seu s econ om ist a s sã o eclét icos, dem a sia do (a ch a m os n ós, à s vezes) de-
sen r a iza dos do pen sa m en t o sist em á t ico. Ta lvez isso possa fa zê-los m a is
a cessíveis a o qu e t en h o a dizer . Isso pode por ém t a m bém r esu lt a r em
qu e m eu s leit or es à s vezes fiqu em im a gin a n do a qu e m e r efir o qu a n do
est ou fa la n do, com a qu ilo qu e a lgu n s de m eu s cr ít icos in gleses con si-
der a m u m m a u u so da lín gu a , da escola “clá ssica ” de pen sa m en t o e
dos econ om ist a s “clá ssicos”. P ode ser ú t il a m eu s leit or es fr a n ceses,
por t a n t o, qu e eu t en t e in dica r bem r esu m ida m en t e o qu e con sider o a s
pr in cipa is d ifferen tiae de m in h a per spect iva .
Dei a m in h a t eor ia o n om e de t eor ia geral. Com isso qu er o dizer
qu e est ou pr eocu pa do pr in cipa lm en t e com o com por t a m en t o do sist em a
econ ôm ico com o u m t odo — com a r en da globa l, com o lu cr o globa l,
com o volu m e globa l da pr odu çã o, com o n ível globa l de em pr ego, com
o in vest im en t o globa l e com a pou pa n ça globa l, em vez de com a r en da ,
o lu cr o, o volu m e da pr odu çã o, o n ível do em pr ego, o in vest im en t o e
a pou pa n ça de r a m os da in dú st r ia , fir m a s ou in divídu os em pa r t icu la r .
E a fir m o qu e for a m com et idos er r os im por t a n t es a o se est en der pa r a
o sist em a com o u m t odo a s con clu sões a qu e se t in h a ch ega do de for m a
cor r et a com r ela çã o a u m a pa r t e desse sist em a t om a da isola da m en t e.
P er m it a m -m e a pr esen t a r exem plos da qu ilo a qu e m e est ou r efe-
r in do. Min h a a sser t iva de qu e pa r a o sist em a com o u m t odo o volu m e
de r en da qu e é pou pa do, n o sen t ido de qu e n ã o é ga st o n o con su m o
cor r en t e, é e t em n ecessa r ia m en t e qu e ser exa t a m en t e igu a l a o volu m e
do n ovo in vest im en t o líqu ido, t em sido con sider a da u m pa r a doxo e
t em pr ovoca do con t r ovér sia gen er a liza da . A explica çã o pa r a isso in du -
bit a velm en t e se en con t r a n o fa t o de qu e essa r ela çã o de igu a lda de
en t r e pou pa n ça e in vest im en t o, qu e n ecessa r ia m en t e se ver ifica com
r ela çã o a o sist em a com o u m t odo, n ã o se ver ifica com r ela çã o a u m
in divídu o em pa r t icu la r . Nã o h á r a zã o a bsolu t a m en t e por qu e o n ovo
in vest im en t o pelo qu a l sou r espon sá vel t en h a qu e a pr esen t a r qu a lqu er
r ela çã o com o m on t a n t e de m in h a pou pa n ça pessoa l. De for m a bem
legít im a con sider a m os a r en da de u m in divídu o in depen den t e da qu ilo
qu e ele pr ópr io con som e e in vest e. Ma s isso, t en h o qu e sa lien t a r , n ã o
deve n os leva r a despr eza r o fa t o de qu e a dem a n da r esu lt a n t e do
con su m o e do in vest im en t o de u m in divídu o é a fon t e da r en da de
ou t r os in divídu os, de for m a qu e a s r en da s em ger a l n ã o sã o in depen -
den t es — m u it o pelo con t r á r io — da disposiçã o dos in divídu os a des-
pen der e a in vest ir , e já qu e por su a vez a in clin a çã o dos in divídu os
a despen der e a in vest ir depen de de su a r en da , est a belece-se u m a
r ela çã o en t r e a pou pa n ça globa l e o in vest im en t o globa l qu e pode fa -
cilm en t e ser dem on st r a da , a lém de qu a lqu er possibilida de de r efu t a çã o
r a zoá vel, com o sen do de igu a lda de exa t a e n ecessá r ia . E n ca r a da de
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27 Tenho em m ente de m odo especia l o Livr o Vigésimo Segundo, ca p. 19 de O Espírito das L eis.
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J . M. Keyn es
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L IVRO P RIMEIRO
I N TROD U ÇÃO
C AP ÍTU LO 1
A Te o ria Ge ra l
28 "Os econ om ist a s clá ssicos" é u m a den om in a çã o in ven t a da por Ma r x pa r a design a r Rica r do
e J a m es Mill e seu s pred ecessores, ist o é, os fu n da dor es da t eor ia qu e cu lm in ou em Rica r do.
Acost u m ei-m e, t a lvez per pet r a n do u m solecism o, a in clu ir n a “escola clá ssica ” os segu idor es
de Rica r do, ou seja , os qu e a dot a r a m e a per feiçoa r a m su a t eor ia , com pr een den do (por exem -
plo) J . S. Mill, Ma r sh a ll e o P r of. P igou .
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C AP ÍTU LO 2
Os P o s tu la d o s d a Ec o n o m ia Clá s s ic a
29 E ssa é a t r a diçã o r ica r dia n a , pois Rica r do r ecu sou expr essa m en t e a t r ibu ir qu a lqu er in t er esse
a o valor do n ível do dividen do* n a cion a l, con sider a do in depen den t em en t e de su a dist r ibu içã o.
Com isso a va lia va cor r et a m en t e a n a t u r eza de su a pr ópr ia t eor ia . P or ém , seu s su cessor es,
m en os per spica zes, ser vir a m -se da t eor ia clá ssica n a s discu ssões sobr e a s ca u sa s da r iqu eza .
Ver a ca r t a de Rica r do a Ma lt h u s, de 9 de ou t u br o de 1820: “A E con om ia P olít ica , n o seu
pen sa r , é u m a in vest iga çã o sobr e a n a t u r eza e a s ca u sa s da r iqu eza — eu pen so qu e dever ia
ch a m a r -se in vest iga çã o da s leis qu e det er m in a m a dist r ibu içã o do pr odu t o da in dú st r ia
en t r e a s cla sses qu e con cor r em pa r a su a for m a çã o. Nã o se pode en u n cia r n en h u m a lei com
r espeit o à qu a n t ida de, m a s se pode for m u lá -la com su ficien t e exa t idã o com r espeit o à s
pr opor ções. Ca da dia m a is m e con ven ço de qu e o pr im eir o est u do é vã o e ilu sór io e de qu e
o segu n do é o ver da deir o objet ivo da ciên cia ”.
* Keyn es em pr egou o t er m o “dividen do” com o sin ôn im o da qu ilo qu e m a is t a r de se t or n ou
m a is con h ecido com o “r en da ”, n o Br a sil, ou “r en dim en t o”, em P or t u ga l, n os sist em a s m o-
der n os de Con t a s Na cion a is. P or fidelida de à obr a , o t er m o dividen do é m a n t ido com o a
t r a du çã o m a is pr óxim a de d ivid en d. F ica m , por ém , os leit or es a ler t a dos pa r a a sin on ím ia
dos t er m os “dividen do”, “r en da ” e “r en dim en t o”. (N. do R. T.)
30 P or exem plo, o pr of. P igou , em su a obr a E con om ics of Welfare, 4ª ed., p. 127, escr eve (os
it á licos sã o m eu s): “A n ã o ser qu e o con t r á r io seja dit o expr essa m en t e, ign or a -se o fa t o de
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OS ECON OMIS TAS
I
A t eor ia clá ssica do em pr ego — su post a m en t e sim ples e óbvia
— ba seou -se, a ch o eu , pr a t ica m en t e sem discu ssã o, n os dois post u la dos
fu n da m en t a is qu e segu em :
I. O salário é igu al ao prod u to m argin al d o trabalh o.
Isso qu er dizer qu e o sa lá r io de u m a pessoa em pr ega da é igu a l
a o va lor qu e se per der ia se o em pr ego fosse r edu zido de u m a u n ida de
(a pós a dedu çã o de qu a isqu er ou t r os cu st os qu e essa r edu çã o evit a r ia ),
com a r est r içã o de qu e a igu a lda de pode ser a fet a da , de a cor do com
cer t os pr in cípios, pela im per feiçã o da con cor r ên cia e dos m er ca dos.
II. A u tilid ad e d o salário, qu an d o se em prega d eterm in ad o
volu m e d e trabalh o, é igu al à d esu tilid ad e m argin al d esse m esm o
volu m e d e em prego.
Ist o sign ifica qu e o sa lá r io r ea l de u m a pessoa em pr ega da é exa -
t a m en t e su ficien t e (n a opin iã o da s pr ópr ia s pessoa s em pr ega da s) pa r a
oca sion a r o volu m e de m ã o-de-obr a efet iva m en t e ocu pa do, com a r es-
t r içã o de qu e a igu a lda de pa r a ca da u n ida de in dividu a l de t r a ba lh o
pode ser a lt er a da por com bin a ções en t r e a s u n ida des dispon íveis pa r a
em pr ega r -se, a n á loga s à s im per feições da con cor r ên cia qu e qu a lifica m
o pr im eir o post u la do. O qu e se en t en de por desu t ilida de é qu a lqu er
m ot ivo qu e in du za u m h om em ou gr u po de h om en s a r ecu sa r t r a ba lh o,
em vez de a ceit a r u m sa lá r io qu e pa r a eles r epr esen t a u m a u t ilida de
in fer ior a cer t o lim it e m ín im o.
E sse post u la do é com pa t ível com o qu e se pode ch a m a r desem -
pr ego “fr iccion a l”, pois u m a in t er pr et a çã o r ea list a do m esm o per m it e,
com plen a ju st ifica çã o, con cilia r cer t a s im per feições de a ju st a m en t o
qu e im pedem u m est a do con t ín u o de plen o em pr ego, com o, por exem plo,
o desem pr ego em r a zã o de u m a t em por á r ia despr opor çã o dos r ecu r sos
especia liza dos, r esu lt a n t e de cá lcu los er r a dos, da pr ocu r a in t er m it en t e,
de a t r a sos decor r en t es de m u da n ça s im pr evist a s, ou , a in da , do fa t o de
qu e a t r a n sfer ên cia de u m em pr ego pa r a ou t r o n ã o se r ea liza sem
cer t a dem or a , de m odo qu e, n u m a socieda de n ã o est á t ica , sem pr e exist e
cer t a pr opor çã o de r ecu r sos n ã o em pr ega dos “en t r e u m e ou t r o t r a ba -
lh o”. Além do desem pr ego “fr iccion a l”, o post u la do é a in da com pa t ível
com o desem pr ego “volu n t á r io”, em r a zã o da r ecu sa ou in ca pa cida de
de determinada unidade de mão-de-obra em aceitar uma remuneração
qu e a lgu n s r ecu r sos per m a n ecem sem em pr ego con t r a a von t a de de seu s pr opr iet á r ios.
Isso n ão afeta a essên cia d o argu m en to, se bem qu e sim plifiqu e su a exposiçã o”. Assim
sen do, en qu a n t o Rica r do n ega expr essa m en t e qu a lqu er in t en çã o de r efer ir -se a o dividen do
n a cion a l com o u m t odo, o pr of. P igou , em u m livr o qu e se ocu pa especifica m en t e do pr oblem a
do dividen do n a cion a l, su st en t a qu e a m esm a t eor ia é t ã o a plicá vel n os ca sos de desem pr ego
in volu n t á r io qu a n t o n o ca so de plen o em pr ego.
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II
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38 O r a ciocín io con figu r a -se da segu in t e m a n eir a : n h om en s en con t r a m -se em pr ega dos, o en é-
sim o a cr escen t a u m bu sh el * diá r io à colh eit a e os sa lá r ios t êm o poder a qu isit ivo de u m
bu sh el por dia . O n + 1 ésim o h om em , en t r et a n t o, a pen a s a cr escen t a r ia 0,9 bu sh el por dia
e o em pr ego n ã o pode, por t a n t o, su bir a n + 1 h om en s, a n ã o ser qu e o pr eço do t r igo su ba
em r ela çã o a os sa lá r ios a t é qu e o poder a qu isit ivo dos sa lá r ios seja de 0,9 bu sh el. Os
sa lá r ios a gr ega dos ser ia m en t ã o de 9/10 (n + 1) bu sh el, qu a n do a n t er ior m en t e er a m de n
bu sh el. Dest a r t e, o em pr ego de u m h om em su plem en t a r , n o ca so de ocor r er , im plica u m a
t r a n sfer ên cia de r ecu r sos dos qu e a n t es est a va m em pr ega dos pa r a os em pr ega dor es.
*
No or igin a l em in glês a pa r ece o t er m o bu sh el, u m a m edida de volu m e sem t r a du çã o pa r a
o por t u gu ês, cor r espon den t e a 0,036 m 3 n a In gla t er r a , ou 35,238 lit r os n os E UA. P or fide-
lida de a o t ext o é m a n t ido o t er m o or igin a l. Com o se t r a t a de u m exem plo h ipot ét ico, n ã o
h á m a ior es pr oblem a s decor r en t es da con ser va çã o dest a m edida . (N. do R. T.)
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E ssa s t r ês h ipót eses, en t r et a n t o, equ iva lem -se en t r e si, n o sen t ido
de qu e su bsist em ou desm or on a m ju n t a s, pois qu a lqu er dela s depen de,
logica m en t e, da s ou t r a s du a s.
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C AP ÍTU LO 3
O P rin c íp io d a D e m a n d a Efe tiv a
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dos ca pít u los segu in t es, a in da qu e esse r esu m o possa n ã o ser de t odo
in t eligível. Os t er m os u sa dos ser ã o, em seu devido t em po, defin idos
com m a ior pr ecisã o. Nest e r esu m o, pa ssa r em os a su por qu e o sa lá r io
n om in a l e os ou t r os elem en t os de cu st o per m a n eça m con st a n t es por
u n ida de de t r a ba lh o a gr ega da . E n t r et a n t o, est a sim plifica çã o, de qu e
m a is t a r de pr escin dir em os, é in t r odu zida a pen a s pa r a fa cilit a r a ex-
posiçã o. O fa t o de os sa lá r ios n om in a is e de ou t r os a spect os est a r em
ou n ã o su jeit os a va r ia çã o em n a da a lt er a a n a t u r eza do r a ciocín io.
As gr a n des lin h a s da n ossa t eor ia podem expr essa r -se da m a n eir a
qu e se segu e. Qu a n do o em pr ego a u m en t a , a u m en t a , t a m bém , a r en da
r ea l a gr ega da . A psicologia da com u n ida de é t a l qu e, qu a n do a r en da
r ea l a gr ega da a u m en t a , o con su m o de a gr ega do t a m bém a u m en t a , po-
r ém n ã o t a n t o qu a n t o a r en da . E m con seqü ên cia , os em pr esá r ios so-
fr er ia m u m a per da se o a u m en t o t ot a l do em pr ego se dest in a sse a
sa t isfa zer a m a ior dem a n da pa r a con su m o im edia t o. Dessa m a n eir a ,
pa r a ju st ifica r qu a lqu er volu m e de em pr ego, deve exist ir u m volu m e
de in vest im en t o su ficien t e pa r a a bsor ver o excesso da pr odu çã o t ot a l
sobr e o qu e a com u n ida de deseja con su m ir qu a n do o em pr ego se a ch a
em det er m in a do n ível. A n ã o ser qu e h a ja est e volu m e de in vest im en t o,
a s r eceit a s dos em pr esá r ios ser ã o m en or es qu e a s n ecessá r ia s pa r a
in du zi-los a ofer ecer t a l volu m e de em pr ego. Da qu i se segu e, por t a n t o,
qu e, da do o qu e ch a m a r em os de pr open sã o a con su m ir da com u n ida de,
o n ível de equ ilíbr io do em pr ego, ist o é, o n ível em qu e n a da in cit a os
em pr esá r ios em con ju n t o a a u m en t a r ou r edu zir o em pr ego, depen der á
do m on t a n t e de in vest im en t o cor r en t e. O m on t a n t e de in vest im en t o
cor r en t e depen der á , por su a vez, do qu e ch a m a r em os de in cen t ivo pa r a
in vest ir , o qu a l, com o se ver ifica r á , depen de da r ela çã o en t r e a esca la
da eficiên cia m a r gin a l do ca pit a l e o com plexo da s t a xa s de ju r os qu e
in cidem sobr e os em pr ést im os de pr a zos e r iscos diver sos.
Assim sen do, da da a pr open sã o a con su m ir e a t a xa do n ovo
in vest im en t o, h a ver á a pen a s u m n ível de em pr ego com pa t ível com o
equ ilíbr io, vist o qu e qu a lqu er ou t r o leva r ia a u m a desigu a lda de en t r e
o pr eço da ofer t a a gr ega da da pr odu çã o em con ju n t o e o pr eço da
dem a n da a gr ega da . E st e n ível n ã o pode ser m aior qu e o plen o em pr ego,
ist o é, o sa lá r io r ea l n ã o pode ser m en or qu e a desu t ilida de m a r gin a l
do t r a ba lh o. Ma s n ã o h á , em ger a l, r a zã o pa r a qu e ele seja igu al a o
plen o em pr ego. A dem a n da efet iva a ssocia da a o plen o em pr ego é u m
ca so especia l qu e só se ver ifica qu a n do a pr open sã o a con su m ir e o
in cen t ivo pa r a in vest ir se en con t r a m a ssocia dos en t r e si n u m a det er -
m in a da for m a . E st a r ela çã o pa r t icu la r , qu e cor r espon de à s h ipót eses
da t eor ia clá ssica , é, em cer t o sen t ido, u m a r ela çã o ót im a . Ma s ela só
se ver ifica qu a n do, por a ciden t e ou desígn io, o in vest im en t o cor r en t e
pr opor cion a u m volu m e de dem a n da ju st a m en t e igu a l a o exceden t e do
pr eço da ofer t a a gr ega da da pr odu çã o r esu lt a n t e do plen o em pr ego
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va lor m á xim o. Apen a s n est e pon t o, segu n do a t eor ia clá ssica , pode
h a ver u m equ ilíbr io est á vel.
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L IVRO S EGU N D O
D EF IN IÇÕES E I D ÉIAS
C AP ÍTU LO 4
A Es c o lh a d a s U n id a d e s
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E ssa s dificu lda des, con t u do, sã o ju st a m en t e con sider a da s “en ig-
m a s”. E la s sã o “pu r a m en t e t eór ica s”, n o sen t ido de qu e ja m a is con -
fu n dem ou a fet a m , de qu a lqu er m a n eir a , a s decisões dos h om en s de
n egócios, n ã o in flu in do n a seqü ên cia ca u sa l dos fen ôm en os econ ôm icos,
t ã o cla r os e det er m in a dos, a pesa r da in det er m in a çã o qu a n t it a t iva des-
t es con ceit os. É n a t u r a l, por t a n t o, con clu ir qu e est es con ceit os n ã o
a pen a s ca r ecem de pr ecisã o com o t a m bém sã o desn ecessá r ios. É evi-
den t e qu e a n ossa a n á lise qu a n t it a t iva deva ser expost a sem u sa r
n en h u m t er m o qu a n t it a t iva m en t e va go. E , n a ver da de, u m a vez in i-
cia da essa t a r efa , ver ifica -se, com o esper o dem on st r a r , qu e se pode
m u it o bem pa ssa r m elh or sem eles.
O fa t o de dois gr u pos in com en su r á veis de objet os diver sos n ã o
poder em for n ecer , por si m esm os, o m a t er ia l n ecessá r io pa r a u m a a n á -
lise qu a n t it a t iva n ã o deve, n a t u r a lm en t e, im pedir -n os de r ea liza r com -
pa r a ções est a t íst ica s a pr oxim a da s qu e, depen den do m a is de elem en t os
de a pr ecia çã o im per feit os do qu e de cá lcu los r igor osos, deixa m de ser ,
den t r o de cer t os lim it es, vá lida s e sign ifica t iva s. Ma s o ver da deir o lu ga r
de con ceit os com o a pr odu çã o r ea l líqu ida e o n ível ger a l de pr eços é
den t r o do ca m po da descr içã o est a t íst ica e h ist ór ica , e o seu objet o
dever ia ser sa t isfa zer a cu r iosida de h ist ór ica ou socia l, pr opósit o pa r a
o qu a l n ã o é h a bit u a l n em n ecessá r ia u m a pr ecisã o a bsolu t a — t a l
com o exige a n ossa a n á lise ca u sa l, seja ou n ã o com plet o ou exa t o o
n osso con h ecim en t o dos va lor es r ea is da s qu a n t ida des en volvida s. Dizer
qu e a pr odu çã o líqu ida de h oje é m a ior qu e a de dez a n os a t r á s ou a
do a n o a n t er ior , m a s qu e o n ível de pr eços é in fer ior , equ iva le a a fir m a r
qu e a Ra in h a Vit ór ia er a u m a sober a n a m elh or , por ém n ã o u m a m u lh er
m a is feliz, qu e a Ra in h a E lisa bet e — a sser çã o n ã o desp r ovida de
sign ifica d o ou de in t er esse, m a s in ú t il com o m a t er ia l p a r a o cá lcu lo
difer en cia l. N ossa pr ecisã o ser ia ilu sór ia se u sá ssem os t a is con ceit os
pa r cia lm en t e va gos e n ã o qu a n t it a t ivos com o ba se de u m a a n á lise
qu a n t it a t iva .
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55 É pr incipa lmente por essa r azão que o preço de ofer ta da pr oduçã o cr esce ao m esmo tempo
que a dem anda , mesm o qua ndo existe um excedente de equipa mento do tipo idêntico ao que
está em uso. Se supom os que o excedente de oferta de mã o-de-obr a com põe um a reser va
igua lmente utilizável por todos os empr esár ios e que a mã o-de-obr a em prega da pa ra um fim
deter mina do r ecebe r emuner ação, pelo m enos em pa rte, por unidade de esfor ço e não estr ita-
m ente em propor çã o com a sua eficiência no empr ego específico (hipótese compr ovada na m aior ia
dos casos), a eficiência decrescente da mã o-de-obr a empr egada é um exemplo ma rcante da a lta
de pr eço de ofer ta, com o a umento da pr oduçã o, não devida a deseconomia s interna s.
56 Nã o posso dizer de qu e m odo se su põe qu e a cu r va de ofer t a , n o seu u so com u m , leva em
con t a a dificu lda de a cim a , pois a qu eles qu e dela s se t êm ser vido n ã o escla r ecer a m su fi-
cien t em en t e su a s h ipót eses. P r ova velm en t e su põem qu e a m ã o-de-obr a em pr ega da pa r a fim
det er m in a do é sem pr e r em u n er a da em est r it a pr opor çã o com a su a eficiên cia pa r a est e
fim , m a s ist o é ir r ea list a . Ta lvez a r a zã o pr in cipa l pa r a se con sider a r a va r ia çã o da eficiên cia
da m ã o-de-obr a , com o se est a se r ela cion a sse com o equ ipa m en t o, r esida n o fa t o de os
cr escen t es exceden t es, qu e su r gem à m edida qu e h á a u m en t o de pr odu çã o, ben eficia r em
n a pr á t ica sobr et u do os pr opr iet á r ios do equ ipa m en t o e n ã o a m ã o-de-obr a m a is eficien t e
(em bor a est a possa t er a va n t a gem de ser em pr ega da com m a ior r egu la r ida de e con segu ir
pr om oções m a is r á pida s); ist o sign ifica qu e h om en s de difer en t es eficiên cia s qu e t r a ba lh a m
n o m esm o ser viço r a r a m en t e sã o pa gos em exa t a pr opor çã o com a su a eficiên cia . Qu a n do,
en t r et a n t o, a r em u n er a çã o a u m en t a com a pr odu t ivida de, e à m edida qu e o ca so se a pr esen t a ,
m eu m ét odo t om a -o em con sider a çã o, vist o qu e pa r a ca lcu la r o n ú m er o de u n ida des de
t r a ba lh o em pr ega da s se a t r ibu i a ca da t r a ba lh a dor in dividu a l u m coeficien t e de pon der a çã o
pr opor cion a l à su a r em u n er a çã o. P a r t in do da s m in h a s h ipót eses, obvia m en t e su r gem com -
plica ções in t er essa n t es qu a n do se t r a t a de cu r va s da ofer t a específica s, em se con sider a n do
qu e a su a for m a depen de de pr ocu r a de m ã o-de-obr a qu a lifica da pa r a ou t r os fin s. Ign or a r
essa s com plica ções ser ia , com o disse, n ega r a r ea lida de. No en t a n t o, n ã o pr ecisa m os levá -la s
em con t a qu a n do se t r a t a do em pr ego em con ju n t o, vist o t er m os su post o qu e cer t o volu m e
da dem a n da efet iva se dist r ibu i de m odo pr eciso en t r e os difer en t es pr odu t os, a os qu a is
est á sin gu la r m en t e a ssocia da . P ode a con t ecer , t oda via , qu e essa dist r ibu içã o n ã o se m a n-
t en h a em vir t u de de ca u sa s específica s de va r ia ções n a dem a n da . P or exem plo, u m a u m en t o
na dema nda efetiva devido a um forta lecim ento da pr opensão a consum ir poder ia encontr ar -se
a ssocia do a uma função de ofer ta agr egada difer ente da que corr esponderia a um a umento
igua l da dem anda devido a um ma ior incentivo a investir . Tudo isso, contudo, per tence à
a nálise por menor iza da das idéia s ger ais exposta s e que nã o tenciono, de imedia to, a bor dar .
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OS ECON OMIS TAS
p = Z r + U r (N r ) φr (N r ) + U r (N r )
=
Or ψr (N r )
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A Ex p e c ta tiv a c o m o Ele m e n to D e te rm in a n te d o
P ro d u to e d o Em p re g o
57 Com r espeit o a o m ét odo pa r a a lca n ça r u m equ iva len t e dest a s expect a t iva s, expr esso em
r eceit a s de ven da s, ver a n ot a 4, Livr o P r im eir o, ca p. 3.
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59 Nã o é n ecessá r io qu e o volu m e de em pr ego a lon go pr a zo seja con stan te, ist o é, a s con dições
de lon go pr a zo n ã o sã o n ecessa r ia m en t e est á t ica s. P or exem plo, u m a u m en t o r egu la r da
r iqu eza ou da popu la çã o pode con st it u ir u m dos elem en t os de u m a expect a t iva in va r iá vel.
A ú n ica con diçã o é qu e a s expect a t iva s exist en t es deva m t er sido for m u la da s com su ficien t e
a n t ecedên cia .
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C AP ÍTU LO 6
D e fin iç ã o d e Re n d a , P o u p a n ç a e In v e s tim e n to
I. Re n d a
(i) O va lor efet ivo G do equ ipa m en t o de ca pit a l n o fim do per íodo
é o r esu lt a do líqu ido, de u m la do, do qu e o em pr esá r io fez pa r a con -
ser vá -lo e m elh or á -lo du r a n t e esse per íodo, qu er pela s com pr a s a ou t r os
em pr esá r ios, qu er pelo t r a ba lh o por ele m esm o r ea liza do, e, de ou t r o
la do, do desga st e ou da depr ecia çã o decor r en t e do u so a qu e o su bm et eu
n a pr odu çã o de ben s. Se ele t ivesse decidido n ão u sá-lo pa r a a pr odu çã o,
a in da a ssim lh e con vir ia ga st a r cer t o m on t a n t e de r ecu r sos, a t ít u lo
de ot im iza çã o pa r a m a n t ê-lo e m elh or á -lo. Su pon h a m os qu e, n est e ca so,
t ivesse ga st o a qu a n t ia B & pa r a essa con ser va çã o e m elh or ia e qu e,
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OS ECON OMIS TAS
(G& – B &) – (G – A 1 ),
61 O cu st o de u so ser á objet o de obser va ções m a is a m pla s n o Apên dice a est e ca pít u lo.
62 Difer en t e de seu ren d im en to líqu id o, qu e defin ir em os m a is a dia n t e.
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ΔN = ΔA ω – ΔU ω = ΔZ ω = Δφ(N ),
85
OS ECON OMIS TAS
(ii) P a ssem os, em segu ida , a o segu n do dos pr in cípios m en cion a dos
a n t es. At é a qu i t r a t a m os da pa r t e da s va r ia ções n o va lor do equ ipa -
m en t o de ca pit a l en t r e o com eço e o fim do per íodo, r esu lt a n t es da s
decisões volu n tárias t om a da s pelo em pr esá r io a fim de con segu ir o
lu cr o m á xim o. Ma s podem , t a m bém , ser ver ifica da s per da s (ou lu cr os)
in volu n tárias n o va lor do seu equ ipa m en t o de ca pit a l, por m ot ivos qu e
esca pa m a o seu con t r ole e qu e sã o in depen den t es de su a s decisões
cor r en t es, com o, por exem plo, u m a m u da n ça n os va lor es de m er ca do,
desga st e por obsolescên cia ou m er a a çã o do t em po ou , a in da , dest r u içã o
r esu lt a n t e de ca t á st r ofes, t a is com o u m a gu er r a ou u m t er r em ot o. Al-
gu m a s dessa s per da s in volu n t á r ia s, em bor a in evit á veis, n ã o sã o — em
t er m os ger a is — im pr evisíveis, com o é o ca so da s per da s devida s à
a çã o do t em po in depen den t em en t e do u so e, t a m bém , da obsolescên cia
“n or m a l” qu e, com o a cen t u a o pr ofessor P igou , “é ba st a n t e r egu la r
pa r a ser pr evist a , se n ã o em det a lh e, pelo m en os grosso m od o”. In -
clu in do, poder ía m os a cr escen t a r a s per da s da com u n ida de em con ju n t o,
a s qu a is sã o ba st a n t e r egu la r es pa r a ser h a bit u a lm en t e con sider a da s
“r iscos segu r á veis”. Ign or em os, por en qu a n t o, o fa t o de qu e o m on t a n t e
da s per da s pr evist a s va r ia segu n do a época em qu e se su põe for m u la da
a expect a t iva , e ch a m em os à depr ecia çã o do equ ipa m en t o — qu e é
in volu n t á r ia , m a s n ã o im pr evist a , a o exceden t e da depr ecia çã o pr evist a
sobr e o cu st o de u so — de cu sto su plem en tar, qu e r epr esen t a r em os
por V . Decer t o, é desn ecessá r io in dica r qu e est a defin içã o n ã o é a
m esm a do cu st o su plem en t a r de Ma r sh a ll, em bor a a idéia su bja cen t e,
qu e é a de leva r em con sider a çã o a pa r t e da depr ecia çã o pr evist a qu e
n ã o en t r a n o cu st o pr im á r io, seja sem elh a n t e.
P or t a n t o, qu a n do se ca lcu la m a ren d a líqu id a e o lu cro líqu id o
do em pr esá r io, é com u m dedu zir da r en da e do lu cr o br u t o, t a is com o
for a m defin idos a n t es, o m on t a n t e com pu t a do do cu st o su plem en t a r ,
por qu e o efeit o psicológico do cu st o su plem en t a r sobr e o em pr esá r io,
qu a n do est e con sider a o qu e pode ga st a r ou pou pa r , é vir t u a lm en t e
igu a l a o qu e lh e pr odu zir ia o lu cr o br u t o. Na su a qu a lida de de prod u tor,
decidin do se u t iliza r á ou n ã o o seu equ ipa m en t o, o cu st o pr im á r io e
o lu cr o br u t o, t a is com o for a m defin idos a n t er ior m en t e, sã o pa r a ele
os con ceit os im por t a n t es. P or ém , n a qu a lida de de con su m id or, o m on -
t a n t e do cu st o su plem en t a r exer ce em su a m en t e o m esm o efeit o qu e
se fizesse pa r t e do cu st o pr im á r io. P or t a n t o, a o defin ir m os a r en da
agregada líquida, deduzindo tanto o custo suplementar com o o custo de
uso, de maneira que a renda líquida agregada seja igual a A – U – V,
86
KEYN ES
87
OS ECON OMIS TAS
88
KEYN ES
89
OS ECON OMIS TAS
II. P o u p a n ç a e In v e s tim e n to
É sem pr e a gr a dá vel descobr ir u m pon t o fixo em m eio a o t u r bilh ã o
de a cepções diver gen t es da s pa la vr a s. Segu n do eu en t en do, t odos con -
cor da m em qu e pou pan ça sign ifica o exceden t e do r en dim en t o sobr e
os ga st os de con su m o. Assim sen do, a s ú n ica s dú vida s possíveis a r es-
peit o do sign ifica do de pou pan ça sã o a s dú vida s qu e podem or igin a r
qu er o sen t ido de ren d a qu er o sen t ido de con su m o. A ren d a já foi
defin ida a cim a . Os ga st os em con su m o du r a n t e u m per íodo qu a lqu er
deve r epr esen t a r o va lor dos a r t igos ven didos a os con su m idor es du r a n t e
esse per íodo, o qu e n os r econ du z a o pr oblem a de sa ber o qu e se en t en de
por con su m idor -com pr a dor . Qu a lqu er defin içã o r a zoá vel da lin h a de
sepa r a çã o en t r e con su m idor es-com pr a dor es e in vest idor es-com pr a dor es
n os ser á igu a lm en t e ú t il desde qu e a plica da de m a n eir a coer en t e. J á
se t em discu t ido sobr e pr oblem a s com o, por exem plo, o de sa ber se é
legít im o con sider a r a com pr a de u m a u t om óvel u m ga st o de con su m o
e a com pr a de u m a ca sa u m ga st o de in vest im en t o, e eu n a da t en h o
de essen cia l a a cr escen t a r a o deba t e. O cr it ér io deve, eviden t em en t e,
cor r espon der a o pon t o em qu e se h á de t r a ça r a lin h a qu e sepa r a o
con su m idor do em pr esá r io. Assim , a o defin ir m os A 1 com o o va lor do
qu e u m em pr esá r io com pr a a ou t r o, r esolvem os, im plicit a m en t e, a qu es-
t ã o. Segu e-se da qu i qu e o ga st o em con su m o pode ser defin ido, in e-
qu ivoca m en t e, com o Σ (A – A 1 ), on de ΣA r epr esen t a o t ot a l da s ven da s
feit a s du r a n t e o per íodo, e ΣA 1 , o t ot a l da s ven da s em ger a l por u m
em pr esá r io a ou t r o, n o qu e segu e con vir á , em ger a l, om it ir Σ e design a r
por A a s ven da s a gr ega da s de t oda s a s espécies, por A 1 a s ven da s
a gr ega da s r ea liza da s en t r e em pr esá r ios, e por U a som a a gr ega da do
cu st o de u so dos em pr esá r ios.
Ch ega n do-se a gor a à defin içã o t a n t o de ren d a com o de con su m o,
a defin içã o de pou pan ça, qu e é o exceden t e da r en da sobr e o con su m o,
t orn a -se u m a con seqü ên cia n a t u r a l. Um a vez qu e a r en da é igu a l a
A – U e o con su m o a A – A 1 , d edu z-se qu e a pou p a n ça é igu a l a
A 1 – U . De m odo sem elh a n t e, a p ou pa n ça líqu ida , qu e é o exceden t e
da r en da líqu id a sobr e o con su m o, é igu a l a A 1 – U – V .
Nossa defin içã o de r en da t a m bém n os leva logo à defin içã o de
in vestim en to corren te. Qu er em os, pois, dizer com isso a a diçã o cor r en t e
a o va lor do equ ipa m en t o de ca pit a l qu e r esu lt ou da a t ivida de pr odu t iva
do per íodo. E viden t em en t e, ela equ iva le a o qu e a ca ba de ser defin ido
com o pou pa n ça , pois r epr esen t a a pa r t e da r en da do per íodo n ã o a b-
sor vida pelo con su m o. Com o vim os a cim a , o r esu lt a do da s oper a ções
pr odu t iva s de u m per íodo é qu e os em pr esá r ios, dedu zida s a s com pr a s
A 1 qu e fa zem en t r e si, ch ega m a o fim do per íodo t en do ven dido os
pr odu t os a ca ba dos com va lor A e con ser va n do u m equ ipa m en t o de
ca pit a l qu e sofr eu , com o r esu lt a do da ven da A, u m a det er ior a çã o m edida
por U (ou u m a m elh or ia expr essa por – U , on de U é n ega t ivo). Du r a n t e
90
KEYN ES
o m esm o per íodo, t er ã o sido a bsor vidos pelo con su m o pr odu t os a ca ba dos
com va lor de A – A 1. O exceden t e de A – U sobr e A – A 1 , ou seja , A 1
– U , é a a diçã o a o equ ipa m en t o de ca pit a l qu e r esu lt ou da s a t ivida des
pr odu t iva s do per íodo, con st it u in do, por t a n t o, o in vestim en to r ea liza do
n esse per íodo. Do m esm o m odo, A 1 – U – V, qu e é a a diçã o líqu id a
a o equ ipa m en t o de ca pit a l, u m vez dedu zida a depr ecia çã o n or m a l do
seu va lor in depen den t e do u so e in depen den t e da s m u da n ça s im pr e-
visíveis de va lor do equ ipa m en t o qu e podem ser la n çá veis à con t a de
ca pit a l, é o in vestim en to líqu id o do per íodo.
P or est a r a zã o, em bor a o m on t a n t e da p ou pa n ça seja o r esu l-
t a do do com por t a m en t o colet ivo dos con su m idor es in dividu a is, e o
m on t a n t e do in vest im en t o r esu lt e d o com por t a m en t o colet ivo dos
em p r esá r ios, est es d ois m on t a n t es sã o, n ecessa r ia m en t e, igu a is, vis-
t o qu e qu a lqu er deles é igu a l a o exceden t e da r en da sobr e o con su m o.
Adem a is, est a con clu sã o de m od o a lgu m depen de de su t ileza s ou
pecu lia r ida d es d e defin içã o de r en da expost a a n t es. Desde qu e se
a d m it a qu e a r en da seja igu a l a o va lor da p r od u çã o cor r en t e, qu e
o in vest im en t o cor r en t e seja igu a l à pa r t e da d it a pr odu çã o cor r en t e
n ã o con su m ida e qu e a p ou pa n ça seja igu a l a o exceden t e da r en da
sobr e o con su m o — sen d o qu e t u do ist o est á de con for m id a de com
o sen so com u m e com o cost u m e t r a dicion a l d a gr a n de m a ior ia dos
econ om ist a s —, a igu a ld a de en t r e a pou pa n ça e o in vest im en t o é
u m a con seqü ên cia n a t u r a l. E m r esu m o:
91
OS ECON OMIS TAS
92
A P ÊN D ICE S OB RE O
C U S TO D E U S O
I
93
OS ECON OMIS TAS
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KEYN ES
95
OS ECON OMIS TAS
II
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KEYN ES
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OS ECON OMIS TAS
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KEYN ES
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OS ECON OMIS TAS
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C AP ÍTU LO 7
Ma io re s Co n s id e ra ç õ e s S o bre o S ig n ific a d o d e
P o u p a n ç a e d e In v e s tim e n to
I
101
OS ECON OMIS TAS
102
KEYN ES
73 Meu m ét odo, n essa obr a , con sist e em con sider a r os lu cr os con segu idos n o pr esen t e com o
det er m in a dor es da expect a t iva cor r en t e desses lu cr os.
103
OS ECON OMIS TAS
74 Ver o a r t igo de ROBE RTSON. “Sa vin g a n d H oa r din g”. In : E con om ic J ou rn al. Set em br o
de 1933. p. 399; e o deba t e en t r e Rober t son , H a wt r ey e eu pr ópr io. In : E con om ic J ou rn al.
Dezem br o de 1933. p. 658 [J MK, v. XIII].
104
KEYN ES
105
OS ECON OMIS TAS
106
KEYN ES
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OS ECON OMIS TAS
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KEYN ES
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L IVRO T ERCEIRO
A P ROP EN S ÃO A C ON S U MIR
C AP ÍTU LO 8
A P ro p e n s ã o a Co n s u m ir: I. Os F a to re s Obje tiv o s
I
113
OS ECON OMIS TAS
II
114
KEYN ES
115
OS ECON OMIS TAS
77 Cf. ca p. 14.
116
KEYN ES
78 Deve-se m en cion a r , de pa ssa gem , qu e a r espeit o da in flu ên cia exer cida pela polít ica fisca l
sobr e o a u m en t o da r iqu eza h á u m sér io m a l-en t en dido; con t u do, só o poder em os a n a lisa r
a dequ a da m en t e com o a u xílio da t a xa de ju r os qu e ser á expost a n o Livr o Qu a r t o.
117
OS ECON OMIS TAS
III
118
KEYN ES
79 Cf. p. 240.
119
OS ECON OMIS TAS
IV
120
KEYN ES
121
OS ECON OMIS TAS
122
KEYN ES
123
OS ECON OMIS TAS
124
KEYN ES
125
OS ECON OMIS TAS
126
C AP ÍTU LO 9
A P ro p e n s ã o a Co n s u m ir: II. Os F a to re s S u bje tiv o s
127
OS ECON OMIS TAS
128
KEYN ES
129
OS ECON OMIS TAS
84 E m a lgu m a s pa ssa gen s dest a seçã o a n t ecipa m os idéia s qu e só ser ã o desen volvida s n o Livr o
Qu a r t o.
130
KEYN ES
131
C AP ÍTU LO 10
A P ro p e n s ã o Ma rg in a l a Co n s u m ir e o Mu ltip lic a d o r
133
OS ECON OMIS TAS
II
134
KEYN ES
135
OS ECON OMIS TAS
136
KEYN ES
III
137
OS ECON OMIS TAS
u n ida des, pois sem elh a n t e polít ica pode t er r ea ções desfa vor á veis sobr e
o in vest im en t o em ou t r a s dir eções.
Os fa t or es qu e se segu em (segu n do Ka h n ) sã o os qu e, pr ova vel-
m en t e, n u m a com u n ida de m oder n a , devem ser leva dos em con sider a çã o
em vir t u de da su a im por t â n cia (em bor a os dois pr im eir os n ã o se t or n em
com plet a m en t e in t eligíveis a n t es qu e se ch egu e a o Livr o Qu a r t o):
138
KEYN ES
139
OS ECON OMIS TAS
140
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141
OS ECON OMIS TAS
90 O volu m e de in vest im en t o a cim a m ediu -se pelo n ú m er o de h om en s em pr ega dos em r ea lizá -lo.
Desse m odo, se os r en dim en t os por u n ida de de em pr ego decr escem à m edida qu e o em pr ego
a u m en t a , o qu e é o dobr o do m on t a n t e da in ver sã o n a esca la a n t er ior ser á m en os do dobr o
n a esca la física (su pon do qu e ela exist a ).
142
KEYN ES
143
OS ECON OMIS TAS
VI
92 É m u it a s vezes con ven ien t e u sa r a expr essã o “despesa s com em pr ést im os” pa r a design a r
t a n t o o in vest im en t o pú blico fin a n cia do por em pr ést im os de in divídu os, com o qu a lqu er
ou t r o ga st o pú blico cor r en t e cober t o pelo m esm o m eio. E st r it a m en t e fa la n do, est e ú lt im o
dever ia ser con sider a do u m a pou pa n ça n ega t iva , m a s a polít ica oficia l n est a m a t ér ia n ã o
obedece a m ot ivos psicológicos a n á logos a os qu e gover n a m a pou pa n ça pr iva da . A expr essã o
“despesa s com em pr ést im os” é, por isso, con ven ien t e pa r a design a r o pr odu t o líqu ido dos
em pr ést im os con t r a ídos pela s a u t or ida des pú blica s, seja em con t a de ca pit a l ou em con t a
pa r a cobr ir u m déficit or ça m en t á r io. A pr im eir a dessa s for m a s de despesa s de em pr ést im os
a t u a n o sen t ido de a u m en t a r o in vest im en t o e a segu n da , de eleva r a pr open sã o a con su m ir .
144
KEYN ES
145
OS ECON OMIS TAS
146
L IVRO Q U ARTO
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OS ECON OMIS TAS
150
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III
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OS ECON OMIS TAS
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IV
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OS ECON OMIS TAS
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C AP ÍTU LO 12
O Es ta d o d a Ex p e c ta tiv a a Lo n g o P ra zo
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OS ECON OMIS TAS
II
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KEYN ES
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OS ECON OMIS TAS
101 Em minha obr a T reatise on Money (v. II, p. 195) [J MK, v. VI, p. 174], obser vei que, quando
a s ações de uma empr esa sã o cota das m uito a lto, de m odo que essa m esma em presa possa
a umenta r seu ca pital emitindo nova s a ções em condições fa vorá veis, os resulta dos da í decor-
r entes sã o os m esmos que se ela conseguisse obter empr éstimos a uma ta xa reduzida de juros.
Agor a, eu descr everia este fato dizendo que um a cotação alta pa ra a s a ções existentes supõe
um aum ento na eficiência ma rgina l do tipo corr espondente de capita l e, por tanto, tem o m esmo
efeito que uma dim inuiçã o na taxa de juros (uma vez que o investimento depende de um a
compa ra çã o entr e a eficiência ma rgina l do capita l e a ta xa de jur os).
102 Ist o n ã o se a plica , n a t u r a lm en t e, a o t ipo de em pr esa s qu e n ã o podem ser fa cilm en t e cot a da s
n a bolsa de va lor es e pa r a a s qu a is t a m pou co exist a m in st r u m en t os de n egocia çã o pr óxim os
a esses pa péis qu e est a m os discu t in do. As ca t egor ia s qu e se en qu a dr a m n essa s exceções
er a m a n t er ior m en t e n u m er osa s. Toda via , su a im por t â n cia r ela t iva m en t e a o va lor t ot a l do
n ovo in vest im en t o est á dim in u in do r a pida m en t e.
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OS ECON OMIS TAS
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VI
103 A pr á t ica ger a lm en t e con sider a da pr u den t e, qu e leva a s com pa n h ia s qu e a dm in ist r a m fu n dos
de in vest im en t o ou a s com pa n h ia s de segu r os a ca lcu la r , com fr eqü ên cia , n ã o a pen a s a
r en da de su a ca r t eir a de in vest im en t o, m a s t a m bém a va lor iza çã o de seu ca pit a l n o m er ca do,
pode igu a lm en t e leva r a a t r ibu ir im por t â n cia excessiva à s flu t u a ções a cu r t o pr a zo desse
m esm o m er ca do.
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A Te o ria Ge ra l d a Ta x a d e J u ro s
I
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105 P a r a u m a discu ssã o ger a l, a o con t r á r io dos pr oblem a s con cr et os em qu e o per íodo de débit o
é expr essa m en t e especifica do, é con ven ien t e qu e a t a xa de ju r os sign ifiqu e o com plexo da s
vá r ia s t a xa s cor r en t es pa r a os difer en t es per íodos, ist o é, pa r a dívida s de m a t u r a ções
difer en t es.
106 Sem dist or cer est a defin içã o, podem os t r a ça r a lin h a divisór ia en t r e “din h eir o” e “débit o”
em qu a lqu er pon t o qu e m elh or con vier a o est u do de det er m in a do pr oblem a . P odem os, por
exem plo, con sider a r m oed a qu a lqu er com a n do sobr e o poder ger a l de com pr a do qu a l o
possu idor n ã o a lien a por u m per íodo su per ior a t r ês m eses, e “débit o” o qu e se pode r ecu per a r
em per íodos m a is lon gos. E m vez de t r ês m eses, podem os t a m bém est a belecer u m m ês,
t r ês dia s ou t r ês h or a s ou ou t r o per íodo; ou podem os exclu ir da m oed a t u do qu e n ã o seja
m oeda lega l cor r en t e. É m u it a s vezes con ven ien t e n a pr á t ica in clu ir com o m oed a os depósit os
a pr a zo n os ba n cos e, oca sion a lm en t e, m esm o cer t os in st r u m en t os de cr édit o, com o, por
exem plo, a s Let r a s do Tesou r o. De m odo ger a l, a dot a r ei a m esm a su posiçã o a pr esen t a da
em m in h a obr a T reatise on M on ey, em qu e foi dit o qu e a m oeda com pr een de os depósit os
ba n cá r ios.
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OS ECON OMIS TAS
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OS ECON OMIS TAS
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A Te o ria Clá s s ic a d a Ta x a d e J u ro s
109 Ver n o Apên dice a est e ca pít u lo u m r esu m o do qu e foi possível en con t r a r .
110 Cf. p. 133, pa r a u m a a n á lise com plem en t a r sobr e est a pa ssa gem .
181
OS ECON OMIS TAS
111 A a n á lise do pr of. Ca r ver sobr e o ju r o é difícil de ser a com pa n h a da 1) por qu e n ã o escla r ece
o sen t ido da “pr odu t ivida de m a r gin a l do ca pit a l”, ist o é, se se t r a t a de qu a n t ida de de
pr odu t o m a r gin a l ou de va lor do pr odu t o m a r gin a l e 2) por qu e n ã o pr ocu r a defin ir a
qu a n t ida de de ca pit a l.
112 Nu m a a n á lise m u it o r ecen t e dest es pr oblem a s (KNIGH T, P r of. F . H . “Ca pit a l, Tim e a n d
t h e In t er est Ra t e”. In : E con om ica. Agost o de 1934), a qu a l in clu i m u it a s obser va ções pr o-
fu n da s e in t er essa n t es sobr e a n a t u r eza do ca pit a l e con fir m a a solidez da t r a diçã o m a r s-
h a llia n a sobr e a in u t ilida de da a n á lise de Böh m -Ba wer k, a t eor ia do ju r o é a pr esen t a da
de m a n eir a pr ecisa e con for m e a t r a diçã o clá ssica . O equ ilíbr io n o dom ín io da pr odu çã o
de ca pit a l sign ifica , segu n do o pr of. Kn igh t , “u m a t a xa de ju r os t a l qu e a s pou pa n ça s
a flu a m a o m er ca do ju st a m en t e a u m r it m o ou velocida de igu a is à su a a bsor çã o pelos
in vest im en t os qu e pr odu zem u m a t a xa de r en dim en t o igu a l à pa ga pelo seu u so a os qu e
fa zem pou pa n ça ”.
182
KEYN ES
183
OS ECON OMIS TAS
113 E st e dia gr a m a foi-m e su ger ido por R. F . H a r r od. Cf. t a m bém u m esqu em a , em pa r t e
sem elh a n t e, de ROBE RTSON, D. H . E con om ic J ou rn al. Dezem br o de 1934. p. 652.
184
KEYN ES
185
OS ECON OMIS TAS
186
KEYN ES
187
OS ECON OMIS TAS
188
A P ÊN D ICE AO C AP ÍTU LO 14
Ap ê n d ic e S o bre a Ta x a d e J u ro s e m “P rin c ip le s o f
Ec o n o m ic s ” d e Ma rs h a ll, e m “P rin c ip le s o f P o litic a l
Ec o n o m y ” d e Ric a rd o e e m Ou tra s Obra s
189
OS ECON OMIS TAS
190
KEYN ES
191
OS ECON OMIS TAS
Meu s br eves com en t á r ios sobr e a s pa ssa gen s a cim a for a m feit os
n a s n ot a s de r oda pé. A per plexida de qu e ver ifico n a s idéia s de Ma r sh a ll
sobr e o a ssu n t o r eside, fu n da m en t a lm en t e, n a in t r odu çã o do con ceit o
de “ju r o”, o qu a l per t en ce a u m a econ om ia m on et á r ia , n u m t r a t a do
qu e n ã o leva em con t a a m oeda . O “ju r o”, n a r ea lida de, est á for a de
con t ext o n a obr a Prin ciples of E con om ics de Ma r sh a ll — per t en ce a
ou t r o r a m o da m a t ér ia . O pr ofessor P igou , de a cor do com su a s ou t r a s
h ipót eses t á cit a s, leva -n os a con clu ir (em su a obr a E con om ics of Welfare)
qu e a u n ida de de esper a é a m esm a qu e a u n ida de de in vest im en t o
cor r en t e e qu e a r em u n er a çã o de esper a t em o ca r á t er de u m a qu a -
se-r en da ; pr a t ica m en t e qu a se n u n ca m en cion a o ju r o — e t em r a zã o
em n ã o o m en cion a r . Con t u do, est es a u t or es n ã o est ã o t r a t a n do com
der á ssem os a s “a cu m u la ções t em por á r ia s dos dir eit os de h a ver n ão exercid os sob for m a de
m oeda ba n cá r ia ”. Ma s o pr of. P igou , em In d u strial Flu ctu ation s (p. 22), explica cla r a m en t e
qu e t a is a cu m u la ções n ã o t êm efeit o sobr e o qu e ele ch a m a “pou pa n ça r ea l”.
124 O t ext o a qu e o pr of. P igou se r efer e (op. cit., p. 129-134) expõe seu pon t o de vist a sobr e
a m edida em qu e a cr ia çã o pelos ba n cos a u m en t a o flu xo de ca pit a l r ea l dispon ível pa r a
os em pr esá r ios. Na ver da de, pr ocu r a dedu zir ”do cr édit o flu t u a n t e con cedido a os em pr esá r ios
por m eio de cr ia çã o de cr édit o o ca pit a l flu t u a n t e qu e t er ia sido for n ecido por ou t r os m eios
se os ba n cos n ã o est ivessem lá ". Depois de feit a s est a s dedu ções, o r a ciocín io t or n a -se
ba st a n t e obscu r o. P a r a com eça r , a s pessoa s qu e vivem de r en da s (ren tiers) t êm u m a r en da
de 1 500, da qu a l con som em 500 e econ om iza m 1 000; o a t o de cr ia çã o de cr édit o r edu z-lh es
a r en da a 1 300, da qu a l con som em 500 – x e econ om iza m 800 + x; e x, con clu i o pr of.
P igou , r epr esen t a o a u m en t o líqu ido de ca pit a l qu e ficou dispon ível em r a zã o da cr ia çã o
de cr édit o. Deve-se su por qu e a r en da dos em pr esá r ios é in fla da pelo m on t a n t e qu e eles
con segu em em prestad o dos ba n cos (depois de feit a s a s dedu ções cit a da s? Ou a u m en t a pelo
va lor 200, su bt r a ído da r en da dos ren tiers?). E m qu a lqu er da s h ipót eses, deve-se su por
qu e pou pa m o t ot a l desse va lor ? O in vest im en t o su plem en t a r é igu a l a os cr édit os cr ia dos
m en os a s dedu ções? Ou é igu a l a x? P a r ece qu e o r a ciocín io a ca ba on de dever ia com eça r .
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III
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Os In c e n tiv o s P s ic o ló g ic o s e Em p re s a ria is p a ra a Liqu id e z
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Y
L 1 (Y ) = = M1 .
V
Nã o h á , n a t u r a lm en t e, n en h u m a r a zã o pa r a su por qu e V seja
con st a n t e. Seu va lor depen der á do ca r á t er da or ga n iza çã o ba n cá r ia e
in du st r ia l, dos h á bit os socia is, da dist r ibu içã o da r en da en t r e a s dife-
r en t es cla sses e do cu st o r ea l de con ser va r din h eir o ocioso. Nã o obst a n t e
isso, se t iver m os u m pr a zo cu r t o em m en t e e se pu der m os a dm it ir qu e
n ã o h a ver á m u da n ça su bst a n cia l em n en h u m dest es fa t or es, poder em os
con sider a r V qu a se con st a n t e.
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Obs e rv a ç õ e s D iv e rs a s S o bre a N a tu re za d o Ca p ita l
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Su pon h a m os qu e se t om em m edida s pa r a qu e a t a xa de ju r os
seja com pa t ível com o in vest im en t o qu e cor r espon de a o plen o em pr ego.
Su pon h a m os, a dem a is, qu e a a çã o do E st a do in t er ven h a com o elem en t o
de equ ilíbr io pa r a r egu la r o cr escim en t o do ca pit a l e im pedir qu e ele
t en da pa r a o seu pon t o de sa t u r a çã o a u m a velocida de ca pa z de im por
à ger a çã o pr esen t e u m a r edu çã o excessiva de seu pa dr ã o de vida .
Da da s est a s h ipót eses, su pon h o qu e u m a com u n ida de r a cion a l-
m en t e dir igida e pr ovida de r ecu r sos t écn icos m oder n os, e cu ja popu -
la çã o n ã o cr esça r a pida m en t e, ser ia ca pa z, n o espa ço de u m a ú n ica
ger a çã o, de r edu zir a eficiên cia m a r gin a l do ca pit a l a u m n ível de
equ ilíbr io pr óxim o de zer o, de t a l m odo qu e a t in gir ía m os a s con dições
de u m a com u n ida de qu a se est a cion á r ia , n a qu a l a s m u da n ça s e os
pr ogr essos r esu lt a r ia m u n ica m en t e de m odifica ções em t écn ica s, gost os,
popu la çã o e in st it u ições, ven den do-se os pr odu t os do ca pit a l a u m pr eço
em pr opor çã o a o t r a ba lh o et c. a eles in cor por a dos, ju st a m en t e com os
pr in cípios qu e r egem os pr eços dos ben s de con su m o n os qu a is os en -
ca r gos de ca pit a l en t r a m em pr opor çã o in sign ifica n t e.
Se t en h o r a zã o em su por qu e é r ela t iva m en t e fá cil t or n a r os ben s
de ca pit a l t ã o a bu n da n t es qu e su a eficiên cia m a r gin a l seja zer o, est e
pode ser o ca m in h o m a is r a zoá vel pa r a elim in a r gr a du a lm en t e a m a io-
r ia da s ca r a ct er íst ica s r epr een síveis do ca pit a lism o. Um in st a n t e de
r eflexã o m ost r a r á a s en or m es m u da n ça s socia is qu e r esu lt a r ia m do
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As P ro p rie d a d e s Es s e n c ia is d o s J u ro s e d o D in h e iro
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133 E st a r ela çã o foi a ssin a la da pela pr im eir a vez por Sr a ffa . E con om ic J ou rn al. Ma r ço de
1932, p. 50.
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o pa dr ã o de va lor est a belecido t en h a est a s pecu lia r ida des, ser á vá lida
a pr oposiçã o su m á r ia de qu e a t a xa m on et á r ia de ju r os é a im por t a n t e.
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ser á com plet a m en t e fa vor á vel. Se, pelo con t r á r io, seu efeit o for pr odu zir
u m a expect a t iva de n ova ba ixa fu t u r a , a r ea çã o sobr e a eficiên cia m a r -
gin a l do ca pit a l pode con t r a ba la n ça r a ba ixa n a t a xa de ju r os.135
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IV
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140 O a t r ibu t o de “liqu idez” n ã o é, de m a n eir a a lgu m a , in depen den t e dest a s du a s ca r a ct er íst ica s.
P ois, se a ofer t a de u m bem pode ser fa cilm en t e a u m en t a da ou se o desejo de qu e ele é
objet o pode fa cilm en t e ser desvia do por u m a va r ia çã o n o seu pr eço r ela t ivo, n ã o é pr ová vel
qu e esse bem goze do a t r ibu t o de “liqu idez” n a idéia dos possu idor es de r iqu eza . O pr ópr io
din h eir o n ã o t a r da a per der o a t r ibu t o de “liqu idez” qu a n do se esper a m for t es va r ia ções
n a su a ofer t a .
141 É eviden t e qu e u m a h ipot eca e seu ju r o se est ipu la m em t er m os m on et á r ios. P or ém , o fa t o
de o devedor de h ipot eca goza r da fa cu lda de de en t r ega r a t er r a pa r a sa lda r su a dívida —
e a ssim t em de fa zer se n ã o con segu ir opor t u n a m en t e o din h eir o — fez com qu e o sist em a
de h ipot eca s se a pr oxim a sse de u m con t r a t o de t er r a pa r a en t r ega fu t u r a con t r a t er r a pa r a
en t r ega im edia t a . Tem h a vido ven da s de t er r a s a os a r r en da t á r ios con t r a h ipot eca s efet u a da s
por eles, qu e, de fa t o, se a pr oxim a r a m m u it o da s t r a n sa ções dest a n a t u r eza .
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OS ECON OMIS TAS
VI
142 E st a defin içã o n ã o cor r espon de a n en h u m a da s diver sa s defin ições de m oed a n eu tra da da s
por a u t or es m oder n os, em bor a h a ja t a lvez cer t a r ela çã o com o objet ivo qu e esses a u t or es
t êm em m en t e.
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N o v o En u n c ia d o d a Te o ria Ge ra l d o Em p re g o
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144 Deixa m os de la do, n est e pon t o, cer t a s dificu lda des qu e su r gem qu a n do a s fu n ções de em pr ego
dos difer en t es pr odu t os t êm cu r va t u r a s desigu a is a o r edor do n ível de em pr ego r eleva n t e.
Ver ca p. 20.
145 Defin ida n o ca p. 20.
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Ten t em os, a gor a , r esu m ir o r a ciocín io dos ca pít u los a n t er ior es,
t om a n do os fa t or es n a or dem in ver sa à qu ela em qu e for a m in t r odu zidos.
E xist e u m in cen t ivo pa r a a u m en t a r o flu xo de in vest im en t os n o-
vos a t é u m pon t o em qu e a a lt a do pr eço de ofer t a de ca da espécie de
bem de ca pit a l seja su ficien t e, da do o seu r en dim en t o pr ová vel, pa r a
fa zer ca ir a eficiên cia m a r gin a l do ca pit a l em ger a l a t é a s pr oxim ida des
da t a xa de ju r os. Isso sign ifica qu e a s con dições física s da ofer t a n a s
in dú st r ia s de ben s de ca pit a l, o est a do da con fia n ça qu a n t o a o r en di-
m en t o pr ová vel, a a t it u de psicológica r ela t iva à liqu idez e a qu a n t ida de
de m oeda (ca lcu la da de pr efer ên cia em t er m os de u n ida des de sa lá r ios)
det er m in a m , em con ju n t o, o flu xo de in vest im en t os n ovos.
No en t a n t o, u m a u m en t o (ou dim in u içã o) do flu xo de in vest im en -
t os a com pa n h a -se, n ecessa r ia m en t e, de u m a u m en t o (ou dim in u içã o)
do flu xo de con su m o, pois o com por t a m en t o do pú blico é, em ger a l, de
t a l n a t u r eza qu e só pr est a a a la r ga r (ou est r eit a r ) a la cu n a qu e sepa r a
seu r en dim en t o e seu con su m o se o r en dim en t o for , por su a vez, a u -
m en t a do ou dim in u ído. Isso sign ifica qu e a s va r ia ções do flu xo de con -
su m o est ã o, em ger a l, n a m esm a d ireção (em bor a de gr a n deza m en or )
qu e a s va r ia ções do flu xo de r en dim en t o. A r ela çã o en t r e u m in cr em en t o
de con su m o e o in cr em en t o n a pou pa n ça a qu e ele est á a ssocia do é
det er m in a da pela pr open sã o m a r gin a l a con su m ir . A r ela çã o, a ssim
det er m in a da , en t r e u m in cr em en t o do in vest im en t o e o in cr em en t o
cor r espon den t e à r en da a gr ega da , a m bos m edidos em u n ida des de sa -
lá r ios, é da da pelo m u lt iplica dor de in vest im en t o.
F in a lm en t e, se su pu ser m os (com o pr im eir a a pr oxim a çã o) qu e o
m u lt iplica dor de em pr ego é igu a l a o m u lt iplica dor de in vest im en t o,
podem os, a plica n do-o a o in cr em en t o (ou a o decr escim en t o) qu e os fa -
t or es a n t er ior m en t e in dica dos pr ovoca m n o flu xo de in vest im en t o, in -
fer ir dele o in cr em en t o do em pr ego.
Um in cr em en t o (ou decr escim en t o) do em pr ego pode, con t u do,
fa zer su bir (ou ba ixa r ) a cu r va da pr efer ên cia pela liqu idez, exist in do
t r ês m a n eir a s de a u m en t a r a dem a n da da m oeda , a sa ber : pelo fa t o
de qu e o va lor da pr odu çã o sobe qu a n do o em pr ego a u m en t a , m esm o
qu e a u n ida de de sa lá r ios e os pr eços (em u n ida des de sa lá r ios) n ã o
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(iii) Nossa t er ceir a con diçã o con cor da com n ossa exper iên cia da
n a t u r eza h u m a n a . E m bor a a lu t a pelos sa lá r ios n om in a is t en h a por
fim essen cia l, com o já a ssin a la m os, m a n t er u m eleva do sa lá r io relativo,
é pr ová vel qu e, à m edida qu e o em pr ego a u m en t a , essa lu t a ven h a a
in t en sifica r -se em ca da ca so in dividu a l: pr im eir o por qu e o oper á r io se
ben eficia n a s n egocia ções de u m a posiçã o m a is fa vor á vel, e depois por -
qu e a r edu zida u t ilida de m a r gin a l do seu sa lá r io e a m elh or ia de su a
m a r gem fin a n ceir a o t or n a m m a is in clin a do a cor r er r iscos. Assim sen -
do, est a s in flu ên cia s a t u a r ã o den t r o de cer t os lim it es, e os t r a ba lh a dor es
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L IVRO Q U IN TO
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II
147 Nu m Apên dice a o pr esen t e ca pít u lo ser á cr it ica da em det a lh e a T h eory of Un em ploym en t,
do pr of. P igou .
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A P ÊN D ICE AO C AP ÍTU LO 19
A “ Th e o ry o f U n e m p lo y m e n t” d o P ro fe s s o r P ig o u
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de m a n eir a qu e
1
φ& (x) = 1 + .
k&
m a r gin a l vem t a lvez de u m a a m bigü ida de n o sen t ido de cu sto m argin al d o salário. P odem os
da r -lh e o sign ifica do t a n t o do cu st o de u m a u n ida de a dicion a l de pr odu çã o, qu a n do n ã o é
gr a va da por n en h u m ou t r o cu st o a dicion a l a lém dos cu st os dos sa lá r ios, com o de cu st o
a dicion a l dos sa lá r ios, qu e im plica a pr odu çã o de u m a u n ida de a dicion a l de r iqu eza , qu a n do
r ea liza da n a s con dições m a is econ ôm ica s, com a a ju da do equ ipa m en t o exist en t e ou de
ou t r os fa t or es n ã o em pr ega dos. No pr im eir o ca so, n ã o podem os com bin a r com a m ã o-de-obr a
a dicion a l a m en or in t er ven çã o a dicion a l do em pr esá r io, do ca pit a l cir cu la n t e ou de qu a lqu er
coisa difer en t e do t r a ba lh o qu e se a cr escen t a r ia a o cu st o; n em sequ er podem os per m it ir a
essa m ã o-de-obr a qu e desga st e o equ ipa m en t o m a is depr essa do qu e o fa r ia u m m en or
con t in gen t e de t r a ba lh o. Vist o qu e exclu ím os do cu st o pr im á r io m a r gin a l qu a lqu er elem en t o
de cu st o a lh eio a o t r a ba lh o, segu e-se, n a t u r a lm en t e, qu e o cu st o m a r gin a l dos sa lá r ios e
o cu st o pr im á r io m a r gin a l sã o igu a is. As con clu sões de u m a a n á lise ba sea da n est a pr em issa ,
por ém , qu a se n ã o t êm a plica çã o, vist o qu e, n a pr á t ica , a h ipót ese bá sica r a r a m en t e se
r ea liza , pois n ã o som os ba st a n t e in sen sa t os, n a pr á t ica , pa r a r ecu sa r a ssocia r a o t r a ba lh o
a dicion a l qu a n t ida des a pr opr ia da s de ou t r os fa t or es, n a m edida em qu e se en con t r em
dispon íveis, e a h ipót ese só se a plica , por t a n t o, se su pu ser m os qu e t odos os fa t or es, ex-
clu in do-se o t r a ba lh o, já est ã o em pr ega dos a o m á xim o.
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e
n = χ (x).
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A F u n ç ã o d e Em p re g o 151
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dNr D wr
eer = . ,
d D wr Nr
dN Dw
ee = . .
dD w N
152 Com efeit o, se p w r for o pr eço pr evist o de u m a u n ida de de pr odu çã o, expr esso em u n ida des
de sa lá r ios,
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d Or Dw r d p wr Dw r
. + . = 1
dD w r Or dD w r p wr
ou
e&pr + eor = 1.
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ep = 1 = eo (1 – ew ).154
II
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A Te o ria d o s P re ç o s
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Isso n os dá
M dp
= ep . ed on de ep = 1 – ee . eo (1 – ew ) ;
pd M
de m odo qu e
e = ed – (1 – ew ) ed . ee eo
= ed (1 – ee eo + ee eo . ew )
/ Mdp2
on de e sem su fixo 0= 3 r epr esen t a o vér t ice dest a pir â m ide e m ede
1 pd M 4
a r ea çã o dos pr eços n om in a is à s va r ia ções n a qu a n t ida de de m oeda .
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pú blico n ã o con ser ve em per íodos lon gos e n a for m a de sa ldos ociosos
u m a som a su per ior a cer t a pr opor çã o ba st a n t e est á vel da r en da n a -
cion a l, desde qu e a t a xa de ju r os se m a n t en h a su per ior a cer t o m ín im o
psicológico, de t a l m odo qu e, se a qu a n t ida de de m oeda qu e excede a s
n ecessida des da cir cu la çã o a t iva u lt r a pa ssa r est a pr opor çã o da r en da
n a cion a l, h a ver á u m a t en dên cia , m a is cedo ou m a is t a r de, pa r a a qu eda
da t a xa de ju r os n a s pr oxim ida des dest e m ín im o. A t a xa de ju r os de-
cr escen t e a u m en t a r á , en t ã o, coeteris paribu s, a dem a n da efet iva , e a
cr escen t e dem a n da efet iva a lca n ça r á u m ou m a is dos pon t os sem icr í-
t icos, n os qu a is a u n ida de de sa lá r ios t en der á a m ost r a r u m a a lt a
descon t ín u a , com o efeit o cor r espon den t e sobr e os pr eços. As t en dên cia s
opost a s m a n ifest a r -se-ã o se a qu a n t ida de de m oeda exceden t e est iver
em pr opor çã o a n or m a l ba ixa com a r en da n a cion a l. Assim sen do, o
r esu lt a do líqu ido da s flu t u a ções ser á est a belecer , a pós cer t o t em po,
u m n ível m édio com pa t ível com a pr opor çã o est á vel qu e a psicologia
do pú blico t en de, m a is cedo ou m a is t a r de, a r est a belecer en t r e a qu a n -
t ida de de m oeda e a r en da n a cion a l.
E st a s t en dên cia s a t u a r ã o, pr ova velm en t e, com m en os fr icçã o n o
sen t ido a scen den t e qu e n o descen den t e. Se a qu a n t ida de de m oeda
con t in u a r sen do m u it o esca ssa por lon go t em po, por ém , a solu çã o ser á
en con t r a da , n or m a lm en t e, n a m u da n ça do pa dr ã o m on et á r io ou do
sist em a m on et á r io qu e a u m en t a r á a qu a n t ida de de m oeda , pr efer ivel-
m en t e a u m a com pen sa çã o da u n ida de de sa lá r ios qu e, con seqü en t e-
m en t e, a u m en t a r á a ca r ga dos débit os. Desse m odo, a dir eçã o dos m o-
vim en t os de pr eços em per íodos m u it o lon gos foi qu a se sem pr e a scen -
den t e. Isso por qu e, qu a n do o din h eir o é r ela t iva m en t e a bu n da n t e, a
u n ida de de sa lá r ios sobe e, qu a n do ele é r ela t iva m en t e esca sso, sem pr e
se en con t r a m m eios de a u m en t a r a qu a n t ida de efet iva da m oeda .
Du r a n t e o sécu lo XIX, o a cr éscim o da popu la çã o e da s in ven ções,
a explor a çã o de n ova s t er r a s, o est a do da con fia n ça e a fr eqü ên cia da s
gu er r a s (em m édia , diga m os, a ca da déca da ), ju n t a m en t e com a pr o-
pen sã o a con su m ir , pa r ecem t er sido su ficien t es pa r a m a n t er u m a cu r va
da eficiên cia m a r gin a l do ca pit a l, qu e per m it e u m n ível m édio de em -
pr ego ba st a n t e sa t isfa t ór io pa r a ser com pa t ível com u m a t a xa de ju r os
su ficien t em en t e a lt a , a fim de ser psicologica m en t e a ceit á vel pelos pos-
su idor es de r iqu eza . H á evidên cia de qu e, por u m per íodo de a pr oxi-
m a da m en t e cen t o e cin qü en t a a n os, a t a xa n or m a l de ju r os a lon go
pr a zo n os pr in cipa is cen t r os fin a n ceir os foi de cer ca de 5% e a dos
t ít u los de pr im eir a or dem oscilou en t r e 3 e 3,5%, e qu e essa s t a xa s
de ju r os er a m ba st a n t e m ódica s pa r a su scit a r u m flu xo de in vest im en t o
com pa t ível com u m volu m e m édio de em pr ego r a zoa velm en t e ba ixo.
P or vezes, a u n ida de de sa lá r ios, por ém com m a is fr eqü ên cia o pa dr ã o
m on et á r io ou o sist em a m on et á r io (especia lm en t e a t r a vés do desen -
volvim en t o da m oeda ba n cá r ia ), a ju st a va -se pa r a a ssegu r a r qu e a qu a n -
t ida de de m oeda m edida em t er m os de sa lá r ios ba st a sse pa r a sa t isfa zer
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L IVRO S EXTO
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163 Con t u do, em cer t a s h ipót eses com o a da dist r ibu içã o n o t em po da pr open sã o a con su m ir ,
os in vest im en t os qu e dã o u m r en dim en t o n ega t ivo poder ia m ser va n t a josos n o sen t ido de
qu e, pa r a a com u n ida de em con ju n t o, m a xim iza r ia m a sa t isfa çã o.
164 Ver a dia n t e (p. 301) a lgu n s a r gu m en t os qu e podem ser in voca dos em sen t ido con t r á r io. Se
for in viá vel, pois, fa zer gr a n des a lt er a ções n os n ossos m ét odos pr esen t es, eu con cor da r ia
em qu e a eleva çã o da t a xa de ju r os du r a n t e u m a fa se de boom poder ia ser , n a s con dições
a ssim con cebida s, u m m a l m en or .
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m en t o e a m in h a é qu e n u m m om en t o em qu e h á a in da m u it a s va n -
t a gen s socia is a esper a r de u m a cr éscim o do in vest im en t o, ela s pa r ecem
da r u m a ên fa se u m t a n t o exa ger a da a o in cr em en t o do con su m o. Teo-
r ica m en t e, en t r et a n t o, podem os cr it icá -la s por descon sider a r o fa t o de
qu e h á d ois ca m in h os pa r a a u m en t a r a pr odu çã o. Mesm o se t ivéssem os
de decidir o qu e ser ia pr efer ível: a u m en t a r o ca pit a l m a is len t a m en t e
e con cen t r a r esfor ços n o a u m en t o do con su m o, dever ía m os t om a r essa
decisã o com m u it a pon der a çã o depois de con sider a r a ou t r a a lt er n a t iva .
Pessoalm ente, vejo de bom alvitre as grandes vantagens sociais que ad-
viriam do crescim ento do estoque de capital suficiente para pôr fim à sua
escassez, m as isso é um julgam ento prático e não um im perativo teórico.
Aliá s, est ou dispost o a a dm it ir qu e o m a is pr u den t e ser ia a va n ça r
em a m ba s a s fr en t es a o m esm o t em po. E m bor a pr ocu r a n do con segu ir
u m flu xo de in vest im en t o con t r ola do socia lm en t e com vist a à ba ixa
pr ogr essiva da eficiên cia m a r gin a l do ca pit a l, est ou dispost o a a poia r ,
a o m esm o t em po, t oda sor t e de m edida s pa r a a u m en t a r a pr open sã o
a con su m ir . Com o é im pr ová vel qu e o plen o em pr ego possa ser m a n t ido
com a pr open sã o a con su m ir exist en t e, fa ça m os o qu e fizem os com
r ela çã o a o in vest im en t o. H á con dições, por t a n t o, pa r a qu e a m ba s a s
polít ica s fu n cion em ju n t a s; pr om over o in vest im en t o e a o m esm o t em po
o con su m o, n ã o a pen a s a t é o n ível qu e cor r espon der ia a o a cr éscim o
do in vest im en t o com a pr open sã o a con su m ir exist en t e, m a s t a m bém
a u m n ível a in da m a ior .
Se — em pr ega n do n ú m er os r edon dos pa r a ilu st r a r n osso r a cio-
cín io — o n ível m édio de pr odu çã o a t u a l fosse 15% in fer ior a o qu e
ser ia com o plen o em pr ego con t ín u o, e se 10% dest a pr odu çã o r epr e-
sen t a ssem o in vest im en t o líqu ido, e os r est a n t es 90% o con su m o — se
o in vest im en t o líqu ido t ivesse de su bir 50% pa r a con segu ir o plen o
em pr ego com a pr open sã o a con su m ir exist en t e, de m odo qu e com esse
em pr ego a pr odu çã o su bisse de 100 pa r a 115, o con su m o de 90 pa r a
100 e o in vest im en t o líqu ido de 10 pa r a 15 —, poder ía m os en t ã o pr o-
por -n os, t a lvez, m odifica r de t a l m a n eir a a pr open sã o a con su m ir qu e,
com o plen o em pr ego, o con su m o su bisse de 90 pa r a 103 e o in vest im en t o
líqu ido de 10 pa r a 12.
V
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VII
Nos pr im eir os est u dos sobr e o ciclo econ ôm ico, especia lm en t e n os
de J evon s, a explica çã o foi coloca da n a s flu t u a ções a gr ícola s devida s
à s est a ções, m a is do qu e n os fen ôm en os da in dú st r ia . À lu z da t eor ia
a cim a , est a explica çã o do pr oblem a pa r ece ba st a n t e pla u sível, por qu e
m esm o n a época a t u a l a s flu t u a ções de u m a n o pa r a ou t r o dos est oqu es
de pr odu t os a gr ícola s con st it u em u m a da s ca u sa s pr in cipa is da s va -
r ia ções do in vest im en t o cor r en t e. E n t r et a n t o, n a época em qu e J evon s
escr eveu , e m a is a in da du r a n t e o per íodo a qu e se r efer em a s su a s
est a t íst ica s, est e fa t or pr eva leceu de m a n eir a con sider á vel sobr e t odos
os dem a is.
A t eor ia de J evon s de qu e o ciclo econ ôm ico se deve, pr im or dia l-
m en t e, à a bu n dâ n cia desigu a l da s colh eit a s pode ser r eexpost a da m a -
n eir a qu e segu e. Qu a n do a colh eit a é excepcion a lm en t e fa r t a em ger a l
fa z-se u m a a diçã o im por t a n t e a o est oqu e con ser va do pa r a os a n os fu -
t u r os. Os r esu lt a dos dest a a diçã o a cr escen t a m -se à r en da cor r en t e dos
a gr icu lt or es e sã o con sider a dos por est es com o u m a r en da en qu a n t o
esse in cr em en t o n ã o im plica sa n gr ia n os ga st os qu e os ou t r os set or es
da com u n ida de fa zem , sen ã o qu a n do fin a n cia dos pela pou pa n ça . Qu er
ist o dizer qu e o est oqu e su plem en t a r é u m a a diçã o a o in vest im en t o
cor r en t e. E st a con clu sã o n ã o se in va lida m esm o qu e os pr eços sofr a m
u m a qu eda a cen t u a da . De m a n eir a sem elh a n t e, qu a n do a colh eit a é
esca ssa , r ecor r e-se a os est oqu es a r m a zen a dos pa r a a t en der a o con su m o
cor r en t e, de m a n eir a qu e u m a pa r t e cor r espon den t e dos ga st os qu e os
con su m idor es fa zem de su a s r en da s n ã o cr ia n en h u m r en dim en t o cor -
r en t e pa r a os a gr icu lt or es. Qu er ist o dizer qu e o qu e se r et ir a dos
est oqu es im plica u m a r edu çã o cor r espon den t e n o in vest im en t o cor r en t e.
Nest a s con dições, se o in vest im en t o n os ou t r os r a m os da pr odu çã o for
con st a n t e, pode ser gr a n de a difer en ça n o in vest im en t o a gr ega do en t r e
u m a n o em qu e h a ja u m a a diçã o su bst a n cia l a os est oqu es e ou t r o em
qu e h a ja u m a r edu çã o su bst a n cia l dos m esm os; e, n u m a com u n ida de
on de a a gr icu lt u r a seja a a t ivida de pr edom in a n t e, est e fa t or ser á in -
com pa r a velm en t e m a is im por t a n t e qu e a s ou t r a s ca u sa s de va r ia çã o
do in vest im en t o. É , por t a n t o, n a t u r a l qu e a r ever sã o da s fa ses a scen -
den t es seja in dica da por boa s colh eit a s e a da s descen den t es pela s
colh eit a s m á s. O pa sso segu in t e dessa t eor ia , segu n do a qu a l exist ir ia m
ca u sa s física s qu e m ot iva m u m ciclo r egu la r de boa s e m á s colh eit a s,
é n a t u r a lm en t e a ssu n t o difer en t e qu e n ã o n os ca be t r a t a r a qu i.
Segu n do u m a t eor ia pr opost a m a is r ecen t em en t e, ser ia m a s m á s
colh eit a s e n ã o a s boa s qu e est im u la r ia m o com ér cio, por qu e in cit a m
a popu la çã o a t r a ba lh a r por u m sa lá r io r ea l m en or , ou por qu e se con -
sider a qu e u m a m u da n ça n a dist r ibu içã o da ca pa cida de a qu isit iva seja
fa vor á vel a o con su m o. É desn ecessá r io dizer qu e n ã o sã o est a s a s t eor ia s
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N o ta s S o bre o Me rc a n tilis m o , a s Le is Co n tra a U s u ra , o
D in h e iro Ca rim ba d o e a s Te o ria s d o S u bc o n s u m o
165 Ver In d u stry an d T rad e. Apên dice D; M on ey, Cred it an d Com m erce. p. 130; e Prin ciples
of E con om ics. Apên dice I.
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166 Su a opin iã o sobr e os m er ca n t ilist a s est á bem r esu m ida n a n ot a à pr im eir a ediçã o de su a
obr a Prin ciples, p. 51: “Nu m er osos est u dos for a m dedica dos, n a In gla t er r a e n a Alem a n h a ,
à s idéia s da Ida de Média sobr e a s r ela ções en t r e a m oeda e a r iqu eza n a cion a l. E m ger a l,
devem ser con sider a dos con fu sos por fa lt a de u m a idéia cla r a da s fu n ções da m oeda , m a is
do qu e ju lga dos fa lsos por ser em ba sea dos n a h ipót ese explícit a de qu e o a u m en t o da s
r eser va s de m et a is pr eciosos é a ú n ica coisa qu e pode a u m en t a r a r iqu eza de u m a n a çã o”.
167 T h e N ation an d th e Ath en aeu m . 24 de n ovem br o de 1923 [J MK, v. XVIII].
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168 O r em édio con st it u ído por u m a t a xa de sa lá r ios elá st ica , per m it in do com ba t er a depr essã o
por u m a ba ixa dos sa lá r ios, a pr esen t a , pela m esm a r a zã o, o in con ven ien t e de só n os ben eficia r
à cu st a de n ossos vizin h os.
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171 H E CKSCH E R. M ercan tilism . v. II, pp. 200-201, de for m a ligeir a m en t e r esu m ida .
172 S om e Con sid eration s of th e Con sequ en ces of th e L ow erin g of In terest an d R aisin g th e Valu e
of M on ey, 1692, por ém , escr it o a lgu n s a n os a n t es.
173 E le a cr escen t a : “Nã o a pen a s da qu a n t ida de de m oeda , com o t a m bém da su a velocida de de
cir cu la çã o”.
174 Sen do o t er m o “u so”, n a t u r a lm en t e, a velh a for m a in glesa pa r a den om in a r o “ju r o”.
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183 "In t eir a m en t e, o m er ca n t ilism o per segu ia fin s a m pla m en t e din â m icos. P or ém est a con cepçã o
con ju ga va -se com u m a idéia est á t ica qu a n t o à econ om ia m u n dia l em su a t ot a lida de, pois
a ist o se deve a cr ia çã o do desa cor do fu n da m en t a l qu e m ot ivou a s in t er m in á veis gu er r a s
com er cia is. (...) Ta l foi o dr a m a do m er ca n t ilism o. A Ida de Média com seu idea l u n iver sa l
est á t ico e o laissez-faire com seu idea l u n iver sa l din â m ico evit a r a m est a con seqü ên cia ."
(H E CKSCH E R. Op. cit., v. II, pp. 25-26.)
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184 A con sist en t e a pr ecia çã o dest a ver da de pelo In t er n a t ion a l La bou r Office, pr im eir o n o t em po
de Alber t Th om a s e depois n o de H . B. Bu t ler , dest a cou -se de m a n eir a n ot á vel en t r e a s
decla r a ções pu blica da s pelos n u m er osos or ga n ism os in t er n a cion a is de pós-gu er r a .
185 H E CKSCH E R. Op. cit., v. II, pp. 176-177.
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da r u a a pa r t ir do m om en t o em qu e o laissez-faire n ã o m a is fosse
ca pa z de m a n t er os espír it os a cor r en t a dos à su a ideologia ”.186
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A a lt iva Cloé
E qu a l o r esu lt a do?
P or t a n t o, “A Mor a l” é:
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198 Com pa r e-o com Ada m Sm it h , o pr ecu r sor da escola clá ssica , qu e escr eveu : “O qu e é pr u dên cia
n a con du t a de u m a fa m ília pr iva da pode ser in sen sa t ez n a de u m gr a n de r ein o” — pr ova -
velm en t e r efer in do-se à a n t er ior pa ssa gem de Ma n deville.
199 E ssays in B iograph y. pp. 139-147 [J MK, v. X., pp. 97-103].
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N o ta s F in a is S o bre a F ilo s o fia S o c ia l a qu e
P o d e ria Le v a r a Te o ria Ge ra l
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