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mundo h.
45 JAN.FEV.MAR. 19 | Trimestral | Ano11 | Diretor: António Perez Metelo | 0,70€

MOÇAMBIQUE FUTUROS PRESIDENTES EM MAPUTO; S. TOMÉ


NOVA CRECHE NA SAUDADE; GUINÉ-BISSAU VÍDEOS PROMO-
TORES DE BOAS PRÁTICAS; PORTUGAL 3ª EDIÇÃO EU DANÇO,
E TU?; QUEM HELPA FUNDAÇÃO GALP; ESTÓRIAS EPAWILA
- ESTUDO E ANÁLISE; MAIS DO QUE PADRINHOS BALANÇO
EXPOSIÇÃO; IMAIS A HELPO NO “SER SOLIDÁRIO”.

ÍNDICE

3 18

EDITORIAL surpresa natalícia.


promessas e oportunidades. 19

à mesa com a Helpo.


4

MOÇAMBIQUE 20

a arte de sonhar dos Futuros QUEM HELPA


Presidentes está em Maputo.
magia, a multiplicar por muitos!
6
22
sinais de esperança... em
Moçambique. na sacola levo a vontade e na biblio-
teca já tenho os livros!
8

graduação do pré-escolar na Ilha de 24


Moçambique.
ESTÓRIAS
10
estudar as intervenções para
o Futuro Maior chegou a Mieze! multiplicar os seus resultados.
27

11
Helpo e Marca Mundos.
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
29
inauguração da creche de Saudade.
MAIS DO QUE PADRINHOS
12
216 km de exposição!
PANMI comunidades.
31
14

GUINÉ-BISSAU IMAIS

cinema ao ar livre chega às tabancas. em memória de Maria Teresa.

16
balanço - Natal 2018.

PORTUGAL ser solidário.

a receita do Eu Danço e tu? loja social nas Fontainhas.

o seu IRS constrói!


EDITORIAL

PROMESSAS E
OPORTUNIDADES.
Lisboa, António Perez Metelo

E
ste ano de 2019 - o 12º de vida da Associação Helpo que o efeito cumulativo vá gerando sinergias - sementes de
– arrancou com a promessa auspiciosa de 365 dias de um processo de desenvolvimento autosustentado, que se quer
trabalho muito produtivo pela frente: projetos nossos sempre mais forte e autónomo.
candidatos a financiamento externo, estão a ser aprovados em É à luz destes princípios orientadores, que apresentamos aos
variadas vertentes da nossa ação; o número de concidadãos, leitores da mundoh o eco, aquilo que, de mais relevante nos
contribuintes em sede de IRS, que nos apoiam, cresce impe- vai chegando de tão longe (ou de mais perto, no nosso país).
tuosamente, de ano para ano; o reconhecimento público do Quando nos damos conta do caminho feito e da dimensão do
trabalho realizado ganha notoriedade e apoio na nossa socie- campo de ação presentemente constituído, apercebemos as
dade, mobilizando novas iniciativas locais, novos apadrinha- oportunidades de aprofundamento do trabalho, em termos da
mentos, despertando vontades de helpar. sua qualidade, para que o impacto do apoio que chega a estas
No início de mais um ano letivo em Moçambique, atualizá- crianças e jovens seja mais forte e efetivo.
mos a contagem do campo de ação da nossa Associação nesse Mas, para tudo isto são precisos recursos, humanos e financei-
país, bem como em São Tomé e Príncipe e concluímos que, ros!
desde os recém nascidos no Distrito de Cantagalo ou de Caué, Estamos em vésperas de mais uma entrega das declarações de
na Ilha de São Tomé, aos alunos das Escolinhas na Ilha de Mo- IRS. É uma oportunidade preciosa para ajudar: a grande maio-
çambique, dos alunos em Escolas Primárias e Secundárias nas ria de concidadãos, que pagam efetivamente IRS, ainda não se
Províncias de Nampula e de Cabo Delgado, aos colegas seus mobiliza para fazer chegar verbas a quem as transforma em
na bela ilha no Equador, o trabalho da Helpo atualmente toca projetos de vida… com uma simples cruzinha num quadrado
as vidas de 57 mil crianças e jovens. e um número fiscal da sua preferência, sem mais trabalho ou
Refiro o número, simplesmente, para que toda a comunidade custo… Apelo, assim, a todos os padrinhos e amigos da Helpo
que suporta, das mais variadas formas, o trabalho da Associa- para que o NIF 507136845, da nossa ONGD, seja inscrito, entre
ção Helpo tenha uma noção mais precisa e viva daquilo para o abril e junho deste ano, em muitas mais declarações de IRS
qual está a contribuir. Para a Helpo, desde o primeiro momen- deste ano. Nas de 2018, atingimos 132 mil euros.
to de ação no terreno em prol de crianças que (quase) nada Em 2019, vamos todos semear mais - amigos, familiares, cole-
têm, abrir o caminho de um futuro melhor para cada uma de- gas de trabalho -, para que a colheita no próximo ano volte a
las é que é decisivo! Uma a uma. Com proximidade, continui- ser a maior de sempre!
dade e consistência nos projetos e programas em curso, para

MOÇAMBIQUE

a arte de sonhar dos


Futuros Presidentes
está em Maputo.
Maputo, Paulo Fernandes

Largas dezenas de pessoas fizeram questão de conhecer os “Futuros Presidentes de Moçambique”, na cerimó-
nia de inauguração da exposição, a 13 de Fevereiro, no Camões - Centro Cultural Português, em Maputo.

C
asa cheia, discursos emotivos, dos sonhos. Através dos testemunhos aparentemente simples. No entanto,
muitos amigos, muitos jornalis- tocantes e dos rostos destas maravilho- quando nos emaranhamos pelo mundo
tas e muitos sorrisos de felicida- sas crianças, ficamos com a certeza que adentro, apercebemo-nos da quantida-
de! Foi neste ambiente de festa e cele- acreditar e investir nas futuras gerações de de gente como nós, que não sonha!
bração que foi recebido este projeto, pode mudar vidas, alimentar esperan- Na sua aparente simplicidade, sonhar
da autoria do fotógrafo Luís Mileu e do ças, e abrir inúmeras possibilidades com qualquer coisa implica ser capaz
escritor Ricardo Henriques, que durante para o futuro”, acrescentando ainda de conceber uma realidade em que a
cerca de duas semanas, em Feverei- que “não posso deixar de assinalar e minha circunstância é diferente daquela
ro de 2018, estiveram em Nampula e reconhecer, na presença de todos, o que eu conheço. E, digo-o com grande
Cabo Delgado, a convite da Helpo, para importante trabalho desenvolvido pela convicção e tristeza, há certamente mui-
captar a realidade na qual vivem muitas Helpo no apoio e no investimento em tos milhões de pessoas no mundo, para
crianças moçambicanas. E é, precisa- diversos programas ligados à infância, à quem o exercício do sonho pode ser
mente, passado um ano, depois da ex- educação, à saúde materno-infantil e à adjetivado de muitas formas, mas não
posição ter já sido mostrada em Lisboa, nutrição.” como um exercício simples! Há muitos
na Assembleia da República e na Ribeira Também a Coordenadora Geral da milhões de pessoas para as quais ima-
das Naus, que chega a Maputo. Helpo, Joana Clemente, centrou a sua ginar que a sua circunstância pode ser
A cerimónia contou com o discurso de intervenção na importância dos sonhos, diferente do que é, se aproxima do im-
abertura de Maria Amélia Paiva, Embai- num discurso muito emotivo, lembran- possível.”
xadora de Portugal em Moçambique, do que “sonhar é um exercício altamen- Este projeto tem por base a ideia de
que fez questão de afirmar que este te recomendável e plenamente demo- que a educação pode transformar a
projeto “mostra-nos sobretudo o poder crático. Sonhar é, também, um exercício vida a milhões de crianças, alertando

para a importância de deixar que as


crianças sejam simplesmente crianças
com direito aos seus sonhos e pretende
deixar uma mensagem forte, a de que
através do acesso à educação, qualquer
criança pode vir a ser o que quiser, até
Presidente da República. E, também por
isso, Joana Clemente fez questão de su-
blinhar que “os jovens e crianças cujos
rostos e sonhos conhecemos ao longo
do projeto “Futuros Presidentes de Mo-
çambique”, têm sido exímios em inspi-
rar diferentes públicos, em diferentes
sedes, em diferentes países e diferentes
parceiros. Todos, abalroados pela ur-
gência de fazer perdurar estes sonhos e
de ajudar a proliferar a arte de sonhar.”
O evento, que contou com a presen-
ça de Luís Mileu e Ricardo Henriques,
serviu ainda para o lançamento do livro
do projeto “Futuros Presidentes”, numa
bela edição de capa dura, com todos
os textos e fotos da exposição, e com
o diário de viagem dos autores pelas
comunidades que visitaram no norte de
Moçambique. Este livro pode ser adqui-
rido contactando a Helpo, através do
número de telefone 211537687, ou por
email: claudiafrancisco@helpo.pt.

FUTUROS PRESIDENTES EM DIGRESSÃO


A exposição “Futuros Presidentes de Moçambique” está disponível para visita no Camões - Centro Cultural Português em
Maputo, com entrada livre, até ao dia 29 de Março. Daqui, o trabalho segue em digressão pelo país, e será exposto em
Nampula, Ilha de Moçambique e Beira, ao longo dos próximos meses.

AGRADECIMENTOS

Esta exposição não teria sido possível


sem o trabalho incansável e inspira-
dor da agência de criatividade Big
Fish, criadora do projeto, sem a sim-
patia e disponibilidade da equipa do
Camões - Centro Cultural Português
em Maputo, e o apoio incondicional
e inestimável da Fundação Galp, Mi-
llenium BIM, Hotel Pestana Rovuma
Maputo e TAP.

A ocasião serviu de palco à assinatura de um protocolo entre a Galp, a Fundação Galp e a Helpo, ao abrigo do qual estas entidades se comprome-
tem a trabalhar em conjunto, para nos próximos três anos beneficiarem mais 12.000 crianças através da aposta na sua educação.

MOÇAMBIQUE

sinais de esperança...
em Moçambique.
Nampula, Inês Faustino

Q
uando vivemos num país onde apenas 24 em cada realizou-se no dia 5 de fevereiro, na Sala Magna da Universi-
100 jovens em idade de frequentar o ensino secun- dade Lúrio, uma das mais importantes do país, e contou com
dário o faz, e onde a mortalidade de crianças com a presença de quase uma centena de jovens. Juntaram-se a
menos de 5 anos é mais baixa para aquelas cujas mães fre- eles, este ano, alguns dos finalistas do ano passado, que qui-
quentam o ensino secundário, poder acompanhar o percur- seram também marcar presença e ver os seus colegas receber
so destes jovens estudantes e com eles partilhar a conclusão o certificado de conclusão da Bolsa de Estudo Futuro Maior
do seu ensino secundário é sinal de que estamos no bom da Helpo. Também assistiram os encarregados de educação
caminho. É sinal de que o compromisso dos padrinhos e das que vieram de bastante longe para acompanhar os filhos nes-
madrinhas da Helpo está a dar os seus frutos para melhorar ta festa.
o futuro e para proporcionar melhores oportunidades a estes A cerimónia contou, ainda, com a presença da nossa Coorde-
jovens e às suas famílias. nadora Geral, Joana Clemente, de Rafael Ripper e Maria Cou-
Na província de Nampula, onde aqueles dados estatísticos ceiro, da BigFish, de Paulo Fernandes da Equipa de Comuni-
são ainda mais graves (apenas 19 em cada 100 jovens fre- cação, de representantes da Fundação Galp, Sandra Aparício
quentam o ensino secundário), a Helpo realizou a 2ª Ceri- e Claúdia Ngwenya e da Dra. Anifa Assane, em representação
mónia de Bolsas de Estudo Futuro Maior para a entrega de da Universidade Lúrio. O evento iniciou-se com uma peça tea-
certificados a todos(as) os(as) jovens apadrinhados(as) que tral sobre a questão da desigualdade de género no acesso à
concluíram com sucesso a 12ª classe. Quisemos, novamen- educação pelo MOSOLECA (Movimento Sociocultural Literário
te, marcar este momento na vida dos jovens finalistas, mas Educar com Arte) de Nampula, abrindo um pouco o debate
também motivar todos os outros, que ainda estão no árduo sobre esta questão para os presentes. Este ano, o número de
caminho de conclusão do Ensino Secundário. A cerimónia finalistas aumentou para quase o dobro em relação ao ano

passado e é menos notória, felizmente, a questão da desi- apoio da Helpo: “É uma enorme felicidade tudo o que a Hel-
gualdade de género. As raparigas estão de parabéns! Con- po tem feito por mim, e dizer que agradeço bastante pelo
cluíram a 12ª classe com sucesso, 18 raparigas e 25 rapazes, apoio, pela ajuda, pela paciência e por tudo o que a Helpo
num total de 43 jovens, 24 apoiados pelo tem feito para ver o meu país crescer”, diz
Programa de Apadrinhamento de Crian- “Concluíram Gerson que conseguiu, este ano, ser admi-
ças à Distância (PACD) e 19 pelo recente tido no Curso de Ciências Biológicas com
programa Futuro Maior. Os finalistas per- a 12ª classe média de 11,48 valores, na Universidade
tencem às comunidades de Namialo, Ilha Lúrio em Pemba. No entanto, sem apoio
de Moçambique, Momola, Saua-Saua, Tea- com sucesso, de uma bolsa, de um padrinho, ou de uma
cane, Makassa e Marrere. madrinha, será muito difícil prosseguir nos
Mais uma etapa que se conclui para estes 18 raparigas e seus estudos. “O ter sido admitido deu-
jovens e para os seus padrinhos e madri- -me uma enorme alegria mas, ao mesmo
nhas, que os vêm acompanhando. É altura 25 rapagzes, tempo, uma enorme tristeza por não saber
para agradecer o apoio de todos: padri- como irei fazer o meu curso dadas as mi-
nhos, madrinhas, professores e encarre- num total de nhas condições económicas”. Vamos acom-
gados de educação!! Bem-hajam! Mas é panhando a realidade dos nossos jovens e
também altura para pensar no depois, no 43 jovens” tentando perceber de que forma podería-
passo seguinte. mos continuar a dar apoio a todos os que
Assim fez Gerson da Elisa Baptista, apadrinhado finalista em pretendem progredir nos estudos. É uma nova encruzilhada,
2018, que queria seguir medicina e que se sente feliz pelo um novo desafio para todos nós!

MOÇAMBIQUE

graduação do
pré-escolar na Ilha
de Moçambique.
Nampula, Carlos Almeida

Não é apenas nas Universidades, que as festas de graduação em Moçambique são de arromba. Com a che-
gada do final de mais um ano letivo, as crianças com acesso ao ensino pré-escolar, no Distrito da Ilha de Mo-
çambique, tiveram direito a uma festa inesquecível.

A
Helpo está neste momento a rio. Ao terminar este ciclo, as crianças Além de todas as aprendizagens ad-
gerir um Centro Infantil e duas sentem-se mais capazes de enfrentar quiridas ao longo destes três anos, que
Escolinhas Comunitárias, no a escola primária com tudo aquilo que levam os Diretores das Escolas Primá-
âmbito do Projeto Cluster da Coopera- aprenderam nesta importante etapa das rias a moverem esforços para que estas
ção Portuguesa da Ilha de Moçambi- suas vidas: aumentam o domínio da Lín- crianças se inscrevam na sua escola,
que. Destas três instituições saíram um gua Portuguesa, ganham conhecimen- no final deste ano letivo estas crianças
total de 89 crianças finalistas que, no tos básicos de Matemática e melhoram tiveram ainda algo que as deixou muito
próximo ano, entrarão no ensino primá- a capacidade de sociabilização. orgulhosas, ao verem a sua cidadania

assumida e valorizada. -escolar por parte dos pais. A maioria das material escolar, tendo havido, ainda,
pessoas não achava importante que as lugar a pequenas atuações, que servi-
Numa ação, em parceria com o Banco crianças destas idades estivessem integra- ram para demonstrar de forma artísti-
Millennium BIM, a Helpo conseguiu das num processo de ensino-aprendiza- ca, o que foi aprendido. Esta cerimó-
que tivessem acesso a Bilhete de Iden- gem adequado para as suas idades. Por nia contou com as individualidades de
tidade. Importa referir que algumas outro lado, alguns pais demonstravam destaque da Ilha de Moçambique e foi
destas crianças nem sequer tinham preocupação com a aprendizagem dos um momento muito importante para as
cédula e que, por vezes, ainda acon- filhos e pediam aos professores das pri- crianças, para as educadoras e para os
tece nalgumas zonas mais recônditas meiras classes para que as suas crianças pais. Depois, cada uma das Escolinhas
de Moçambique, que os pais acabem de 5 e 6 anos fossem assistentes, apesar tinha a sua própria festa com direito a
não inscrevendo as crianças na Escola de ainda não terem idade para frequen- almoço, os famosos insufláveis, em Mo-
Primária por falta de documentação. tar o ensino primário. Passados sete çambique conhecidos como pula-pula,
Esta ação teve um grande impacto na anos, os pais e encarregados de educa- pinturas faciais e muita animação.
comunidade, já que o normal é fazer o ção valorizam muito este ciclo de ensino Mais do que uma festa, esta foi a ga-
Bilhete de Identidade apenas quando e o seu envolvimento é grande, tendo rantia de que o Ensino Pré-escolar veio
se entra na Escola Secundária. Alguns inclusive sido assumido por eles a organi- para ficar e que a população começa a
dos pais não conseguiram disfarçar zação das festas de final de ano. apropriar-se deste projeto. Além de já
a sua emoção, pois alguns deles não participarem nas grandes decisões, atra-
têm ainda acesso a esse documento! Como tem sido hábito, foi organizada vés de presença nos Conselhos de Cen-
uma festa de graduação com todas as tro Infantil, os pais e encarregados de
No início deste projeto, em 2012, uma instituições de Ensino Pré-Escolar da Ilha educação estão a ir mais além, envol-
das grandes lacunas com que nos de Moçambique, três delas geridas pela vendo-se e valorizando estas atividades
debatíamos era a falta de reconheci- Helpo. Foi o momento de os meninos re- extra, que enriquecem o percurso dos
mento da importância do ensino pré- ceberem diplomas e pastas da Helpo com seus filhos.


MOÇAMBIQUE

o Futuro Maior
chegou a Mieze!
Cascais, Ondina Giga e Florêncio Luís, em Pemba

A
comunidade de Mieze, em Cabo Delgado, é a mais
recente extensão do Projeto Futuro Maior no Norte
de Moçambique. É a prova do potencial de cresci-
mento, que este projeto tem alicerçado na resposta a uma
necessidade das escolas, das comunidades e dos estudantes.
O Futuro Maior, desde que foi criado em 2012, não tem para-
do de aumentar em número de beneficiários e, como no caso
da escola da comunidade de Mieze, também em número de
escolas onde é aplicado. A Escola Secundária Comunitária
Padre Atanásio Valério Mwito recebe alunos e alunas das es-
colas primárias próximas, quando estes transitam da 7.ª para
a 8.ª classe. A escola tem uma gestão mista, com professores
contratados pelo Governo de Moçambique e gestão diária
a cargo da Arquidiocese de Pemba, capital da Província de
Cabo Delgado, na pessoa da Irmã Rosa, Diretora da escola.
No ano passado, a Irmã Rosa contactou a Helpo por já ter co-
nhecimento do Projeto Futuro Maior, para pedir apoio para Localização da ação
resolver a situação difícil na qual a escola se encontrava (já A Escola Secundária Comunitária Padre Atanásio Valério Mwi-
em 2017, a escola tinha solicitado apoio à Helpo para equipar to foi fundada a 23 de maio de 2003. Localiza-se no distrito
a sua biblioteca com estantes, mesas e cadeiras). de Metuge, no Posto Administrativo de Mieze. Dista cerca de
A maior parte dos alunos e alunas não tinha capacidade 20 km da cidade de Pemba, capital da Província de Cabo Del-
financeira para contribuir com o pagamento da matrícula gado. Seu Patrono, Padre Atanásio Valério Mwito, foi natural
anual, motivo que não impediu que os jovens se matricu- de Cabo Delgado e um dos primeiros padres locais, que se
lassem e iniciassem a frequência das aulas, com o acordo integrou no clero da Igreja Católica Romana na Diocese de
de que pagariam quando tivessem oportunidade. Acontece Pemba. A origem da população local, segundo a base histó-
que, a meio do ano letivo, a Direção da escola se deparou rica distrital, é uma mistura de povos de diferentes grupos
com dificuldades financeiras por incapacidade de as famílias etnolinguísticos, sobretudo Macuas e Macondes que, para
fazerem o pagamento da matrícula. Nessa altura, contactou além de se terem refugiado nesta comunidade por motivos
a Helpo, solicitando que os alunos e alunas da sua escola fos- da guerra civil, também foram atraídos pela fertilidade do
sem apoiados através do Projeto Futuro Maior e, assim, a sua solo para a agricultura e a existência de rios com reservas
matrícula ficaria paga e esse peso sairia de cima das famílias. abundantes de água. Por isso, a população tem como fonte
A Helpo integrou imediatamente 159 jovens estudantes no de rendimento, maioritariamente, a agricultura familiar em
programa de bolsas de estudo que, além da matrícula, permi- pequena escala, bem como a pastorícia. Grande parte da
te que estes tenham acesso a material e a uniforme escolar. população é muito pobre e os produtos agrícolas obtidos
Todos os alunos das 3 turmas da 8.ª classe da escola foram durante a campanha são comercializados para o consumo
abrangidos pelo projeto, que prosseguirá até que terminem imediato e aquisição de outros bens primários, como o óleo
os seus estudos. de cozinha e o sabão.


SÃO TOMÉ E PRINCIPE

inauguração
da Creche de Saudade.
São Tomé, Miguel Yeep

A
Roça da Saudade, situada no distrito de Mé-Zochi, constituída por 2 salas de aula, 2 casas de banho, 2 cozinhas
perto da Trindade, na ilha de São Tomé, é conheci- (interior e exterior) e refeitório, vem colmatar uma necessida-
da pelo local onde viviam os pais daquele que viria a de nesta comunidade, na qual as crianças estudavam numa
ser um dos maiores nomes da cultura portuguesa do século só sala.
XX. Filho de um militar, que era administrador do concelho Em homenagem ao contributo de Paulo Rosário das Neves
de São Tomé e de uma são tomense com fortuna, Almada Ne- (ex-provedor da Santa Casa) pelos anos de serviço dedicado à
greiros nasceu nesta roça, em abril de 1893. Santa Casa e aos que mais necessitavam, deu-se o seu nome
No dia 16 de janeiro, a roça embelezou-se de gala para a à Creche. A cerimónia começou com o descerramento da
inauguração da nova creche na Saudade. placa por parte da Ministra da Educação e Ensino Superior,
Ao chegarmos, a azáfama para esta manhã de festa era no- Julieta Rodrigues e do Provedor da Santa Casa, Acácio Bon-
tória! O espaço em frente à Casa Almada Negreiros estava lo- fim, seguindo-se a bênção da Creche por parte de D. Manuel
tada de automóveis e todos os caminhos davam para o novo António. Os convidados e os visitantes tiveram direito a uma
espaço da creche. Nas crianças, sentíamos a sua excitação e a visita guiada pelas instalações da nova Creche.
curiosidade dos pais para conhecer o novo espaço. Os inquilinos da nova Creche brindaram os presentes com
Esta obra teve o financiamento da Cooperação Portuguesa, músicas que aprendem no seu dia-a-dia, e ainda com uma
da Empresa EGECON e da Helpo. música especial para o homenageado.
A cerimónia contou com a presença do Provedor da Santa Seguiram-se os discursos das várias entidades, como o Prove-
Casa da Misericórdia de São Tomé e Príncipe, Acácio Bonfim, dor da Santa Casa; o Ministro do Trabalho, Solidariedade, Fa-
do Bispo da Diocese de São Tomé, D. Manuel António, da mília e Formação Profissional; o Embaixador de Portugal em
Ministra da Educação e Ensino Superior, Julieta Rodrigues, do São Tomé e Príncipe, e, finalmente, uma emocionante e sen-
Ministro da Saúde, Edgar Neves, do Ministro do Trabalho, So- tida mensagem da filha de Paulo Rosário das Neves em nome
lidariedade, Família e Formação Profissional, Adlander Costa de seu pai. Por fim, tivemos um lanche para confraternização
Matos, do Embaixador de Portugal em São Tomé, Luís Gaspar entre os convidados e brincadeiras dos “nossos” meninos da
da Silva, e de Jozelene Neves (filha de Paulo das Neves). Saudade.
Esta creche com capacidade para 80 alunos, dos 2 aos 5 anos,

Beneficiários: 40 alunos
Implementador: Santa Casa da Misericórdia de São Tomé, Helpo
Financiador: Cooperação Portuguesa, Empresa EGECON e Helpo
Valor total: 60.000€ | Valor comparticipado pela Helpo: 10.000€


SÃO TOMÉ E PRINCIPE

PANMI
comunidades.
São Tomé, Carolina Reynolds

atividade iria ser realizada em 2018: Água Izé Plano, Colónia


Açoreana e Mato Cana. Foram definidos dois dias para cada
comunidade, com um intervalo de 15 dias, onde seria aborda-
do um tema relacionado com nutrição e confecionadas uma
a duas papas por sessão. Foi dada uma formação inicial aos
ACS sobre os temas a abordar: “Alimentação Complementar
dos 6 aos 12 meses” e “Anemia”. Ficou definido, que seriam
as mães de cada comunidade a preparar os materiais de cozi-
nha necessários (fogareiro, facas, bacias, panelas, panos) e os
bens alimentares (os mais dispendiosos como carne, peixe ou
ovos, seriam da responsabilidade da Helpo).
Em novembro, arrancou-se para o terreno. Na primeira ses-
são confecionou-se um puré de legumes, com: mata bala,
pimpinela (ou xuxu) e abóbora, com direito a uma colherzi-
nha de óleo de palma no final para enriquecer, quer nutricio-
nalmente, quer em termos de sabor, e uma papa de fruta-pão
com leite de côco.
A segunda sessão, teve como prato de eleição uma açorda de
feijão. Não sendo o pão um alimento típico de São Tomé e
Príncipe, é um alimento acessível e bastante consumido. As-
sim sendo, porque não apresentar mais uma alternativa, tão
saborosa?
Não se usou sal, nem caldos de cozinha, tão pouco açúcar
ou algum instrumento elétrico. A indicação principal era a de
que a comida não podia ser “solta”, tinha que ser um puré:
“amarrada para não cair da colher”. Foi tal e qual o dia a dia,
mas com recomendações nutricionais adequadas… As mães
e cuidadores, em qualquer uma das comunidades, estavam
entusiasmados ou reticentes, mas todos curiosos. Adoraram

O
utubro foi o mês escolhido para dar novo arranque cozinhar com as nutricionistas e seguiram as instruções dadas
ao projeto PANMI Comunidades. Inserido dentro do com dedicação. No final de cada sessão, a comida preparada
Programa de Acompanhamento Nutricional Materno foi dada, não só às crianças até aos 12 meses, mas também
Infantil – PANMI – em São Tomé e Príncípe, este projeto tem a todos os meninos até aos cinco anos presentes, para ser
uma componente prática forte e tem como objetivo ensinar aprovada. Sendo a alimentação das crianças com menos de
as mães e cuidadores das crianças a cozinhar adequadamente três anos, e sobretudo, com menos de um ano, normalmente
as refeições das mesmas a partir dos seis meses de vida, aju- “aguada” – devido a um conjunto de crenças passadas entre
dando, assim, a minimizar as probabilidades de uma criança gerações e vizinhos e a dificuldades financeiras - foi neste
vir a sofrer de algum tipo de malnutrição ou a recuperar me- momento de degustação, que os adultos presentes ficaram
lhor e mais rapidamente de alguma situação desta natureza. realmente convencidos. Não só a ideia de confecionar comi-
Tudo começou com um encontro com os agentes de saúde da com uma consistência mais espessa era boa, como os me-
comunitária (ASC) das cerca de 30 comunidades do distrito ninos, de facto, iriam apreciar o esforço, “Afinal é bom! Vou
de Cantagalo onde se pretende levar o PANMI Comunidades. fazer em casa.”, ouvi-se numa das comunidades!
Em conjunto, foram decididas as três comunidades onde a Ver ao vivo, a cores e na hora o resultado de uma atividade é


muito gratificante e pouco usual na nutrição. Mas poder ob- havendo pão usou-se arroz. Acrescentaram-se especiarias lo-
servar esse resultado de uma forma mais regular nas consul- cais: folha de micocó, coentros, ossami e pau pimenta. Usou-
tas quinzenais de alguns meninos, que o PANMI acompanha, -se o feijão, que seria da açorda, e criou-se o “Rancho à moda
tem sido maravilhoso! da Terra” (rancho por ser arroz com feijão, à moda da terra
É o caso do Luís, com nove meses de idade, que subiu de por ter aquelas especiarias específicas usadas nos pratos típi-
peso 400gr em duas semanas, quando cos de São Tomé).
a sua média era de 40 a 60gr. A mãe do “foi neste As mães riram-se com o nome, no entanto
Luís disse-nos “Doutora! Naquele dia, eu crescidos e crianças comeram e aprovaram.
vi Luís comer e eu percebi, eu não estava momento de Recentemente uma mãe nas consultas do
a fazer bem, não!”. Ou o caso do Júlio, PANMI, que se tinha deslocado a essa mes-
com dois anos de idade, cuja mãe nos degustação, ma comunidade pois a sua mãe vive lá e
tem dito que tem repetido a receita de tinha-lhe dito que “as Dras. iam cozinhar”,
fruta-pão com leite de côco e da açorda que os adultos referiu que tem feito o “rancho à moda da
de feijão, “mas tem vez que faz com arroz terra” e que na sua comunidade tem feito
em vez de pão e com um pouco de sal e presentes fica- sucesso. Desta vez foi a nutricionista que se
mais azeite de palma, porque o menino riu, contente por o nome e a receita terem
já comia essas coisas e gosta” e que tem ram realmente pegado! Foi também bastante bom ver a
recuperado mais rapidamente o seu peso, sua filha, que continua a preferir feijão ao
que durante tanto tempo foi uma preocu- convencidos” arroz, mas que já não apresenta nenhum
pação para todos, tendo inclusivamente risco de desnutrição.
chegado a estar internado. Esta é, sem dúvida, uma atividade, que vai ser repetida em
Curiosamente numa das comunidades a açorda não foi possí- novas comunidades, de modo a que se possa chegar ao
vel realizar porque tinha havido uma tempestade e o padeiro maior número de crianças possível!
“não subiu à roça”. Como qualquer receita é adaptável, não


GUINÉ-BISSAU

cinema ao ar livre
chega às tabancas.
São Domingos, Inês Dias

Q
uando queremos promover aos mercados, que oferecem diversida- fermeiros e médicos ao vivo e a cores
hábitos alimentares saudáveis, de alimentar, até vários mitos e crenças até às tabancas? Mostrar testemunhos
dar conhecimentos pode ser em relação a alguns alimentos, que se reais de sucesso, que inspiram à mu-
o primeiro passo, mas não chega. A ta- podem ou não comer. Tudo isto, desde dança?!
refa é desafiante e, mais ainda, quando cedo, condiciona a saúde das mães e o Foi assim que nasceram os três vídeos
falamos na realidade das mulheres e bom crescimento dos bebés. intitulados “Saúde da grávida”, “Alei-
crianças da Guiné-Bissau, onde mui- Foi neste sentido, que pensámos numa tamento materno” e “Alimentação
tos são os impedimentos da mudança: forma original de fazer sessões de edu- depois dos 6 meses”, com o objetivo
falta de recursos económicos, doenças, cação alimentar nas tabancas. E porque de promover boas práticas alimenta-
famílias numerosas, distância e acesso não, vídeos? Levar mensagens dos en- res e de saúde na população materno-


-infantil. Os vídeos foram construídos médicos e outros técnicos de saúde do mente se disponibilizaram a dar os seus
com base num guião técnico elaborado Centro Materno-Infantil de São Domin- depoimentos.
pela equipa de saúde e quem lhes deu gos – Cacheu, bem como muitas das Depois das filmagens e da produção,
corpo e alma foram os enfermeiros, utentes deste centro, que voluntaria- chegou a hora da digressão pelas ta-
bancas. A equipa de saúde, partiu de
tela, projetor e megafone “às costas” e
chegou a dezassete tabancas.
A audiência, previamente avisada pelo
Agente de Saúde Comunitária, aguar-
dava ansiosa. Nestas visitas às tabancas,
a visualização dos vídeos foi acompa-
nhada pelas normais atividades dos
enfermeiros, que seguem as mulheres
grávidas, vacinam as crianças, fazem
o rastreio do estado nutricional, entre
outros cuidados básicos de promoção
da saúde.

Dados Rápidos:

- 3 Vídeos
- 17 Comunidades
- 28 Agentes de Saúde
Comunitários
- 4 Enfermeiros
- 609 Crianças rastreadas

A atividade apresentada insere-se no projeto: Reforço das estruturas de saúde de iniciativa comunitária na Região de Ca-
cheu - Mutualidade de Saúde e Centro Comunitário de Saúde Materno Infantil de São Domingos


PORTUGAL

a receita do
Eu Danço e tu?
Ermesinde, Marisa Silva

Ingredientes: 165 bailarinos de 10 grupos de dança, 1 convidado especial, 300 espectadores, 14 voluntários
Duração: 45 minutos dinâmicos; 16 performances; cada atuação com aproximadamente 2 minutos.

Etapas principais: cronometrado, ao ritmo das 16 músicas.


Em primeiro lugar, iniciar em dezembro o contacto formal Para garantir o sucesso da receita é muito importante focar-
com os grupos de dança, convidando-os a participar e a doar mo-nos na variável mais (des)estabilizadora do evento: o tem-
o seu talento à Helpo; depois, o mês de janeiro traz consigo po – de chegada, de spacing e de atuação.
muitos afazeres em termos de insistências via telefone, ten- Tudo cronometrado ao minuto!... Depois, é ainda necessá-
tando confirmar com cada grupo o interesse e a disponibili- rio colocar nos postos corretos cada voluntário (som, luzes,
dade, que por vezes acaba por limitar a sua participação no projeção, bilheteira, artesanato/merchandising, auditório,
evento. bastidores, etc).
Já com os grupos envolvidos, segue-se a aposta na divulga- Às 14h, os grupos concentram-se, às 14h30 iniciam a mar-
ção, pois o objetivo é sempre lotar um espaço, que já nos cação de palco, às 16h abrem-se as portas do auditório, às
parece pequeno face à corrida que se verifica aos 300 lugares 16h30 apagam-se as luzes e… “PLAY”!
disponíveis. Entre reservas de padrinhos e amigos e confir- Atuações de Hip-hop, Contemporâneo, Dancehall, Zumba,
mações de apoiantes das escolas, é preciso garantir que o Jazz, Freestyle!
alinhamento e o horário do spacing (marcação de palco) está No final, deixamos o resumo da receita: juntar 165 bailari-


nos de 10 grupos ao convidado especial; adicionar os 300 Valor Angariado: 900€


espectadores (que se deslumbram com o talento num serão Agradecimentos: Câmara Municipal de Valongo (Drª Ilda
divertido, mas com um sentido que lhes diz muito, não fos- Soares; Dr. André Teixeira)
sem alguns grupos habitués destas andanças); agradecer a Dance4u, Paços de Dança, Louder Patois, 7´eight, Próxi-
presença e o apoio da Câmara Municipal de Valongo e, por mo Passo, Academia de Dança da Boavista, Associação
fim, brindar o público com uma apresentadora divertida e Bailado Antas, Márcia Almeida – Hip Hop, Paula Almei-
promotora da causa. da – Zumba, Dança e Cia; André Ferreira (participante do
Acaba-se com a plateia a aplaudir de pé, com desejo de dei- Got Talent Portugal), Ana Moura e Joana Tomás;
xar fermentar um evento que cresce a cada edição, e já va- Apresentadora Ana Viriato
mos na terceira! E parece não ser a derradeira, como diz o CMYK
velho ditado! 14 voluntários
Padrinho Evandro Sousa
Fotógrafa Ana


PORTUGAL

surpresa natalícia.
Lisboa, António Perez Metelo

C
omo já vem sucedendo há vá- Ia já longo o convívio, quando o Presi- acompanhados de uma sua professora,
rios anos, neste Natal, a Equipa dente da Direção dirigiu algumas pala- munidos de um enorme cheque. Nes-
Helpo, reforçada pela presença vras aos presentes, recordando a ação te cheque estava inscrita uma verba:
de uma parte substancial do seu contin- da Helpo no ano de 2018 e desejan- 3.925€! Trata-se do valor recolhido ao
gente expatriado em Moçambique, em do a todos umas festas felizes e muito longo de um ano letivo no 1º e 3º ciclos
São Tomé e Príncipe e na Guiné-Bissau, do Ensino Básico do Colégio Marista de
reuniu-se para um jantar de Natal, nas Carcavelos e que é destinado a apoiar
instalações do escritório central, em “neste cheque as atividades da Helpo!
Cascais. Como os leitores imaginam, o orador
A celebração natalícia alargou-se a um estava inscri- ficou… sem fala…
conjunto de convidados, amigos da Hel- A emoção por tão generoso gesto de
po, bem como a voluntários e demais ta uma verba: solidariedade de crianças portuguesas
padrinhos, sempre presentes na respos- para com os seus colegas de outros paí-
ta às solicitações das diversificadas tare- 3.925€! Um valor ses distantes perpassou a sala, tornando
fas que a ação da nossa Associação vai este jantar de Natal numa celebração
impondo. À semelhança de anos passa- recolhido (...) muito especial!
dos, as dezenas de convivas presentes, Esta é uma ajuda preciosa numa altura
não só usufruíram de um jantar volante Colégio Marista em que a nossa Associação se propõe a
confecionado com todo o empenho pe- reforçar a ação de lanches escolares nas
las helpantas da sede, sob a orientação de Carcavelos” dez escolas primárias que deles benefi-
nutricional de Margarida Lopes, como ciam e é nesta iniciativa que será inves-
tiveram também oportunidade de ter bom trabalho no ano que se avizinha- tida. Muito obrigado a todos os alunos
animadíssimas conversas entre si, tro- va. Subitamente, dá-se uma movimen- do Colégio Marista de Carcavelos, que
cando experiências acerca das ativida- tação entre a assistência e, de surpre- contribuíram para um apoio que não
des que todos vêm prosseguindo. sa, avança um grupo de três meninos, será esquecido!


à mesa com a Helpo.


Ermesinde, Marisa Silva

O
restaurante Meet Parque, no e ao Agrupamento de Escolas D. Pedro mais um estímulo à participação de to-
Parque da Cidade do Porto, IV, em Vila do Conde, foi dada voz para dos neste jantar, igual a tantos outros
vestiu-se a rigor no dia 30 de explicar a dinâmica dos 50 apadrinha- na alegria de estar a uma mesa natalí-
novembro, com capulanas no teto, com mentos, que conseguiram alcançar, esti- cia, mas tão diferente na intensidade e
mesas a transbordar o nome “Helpo” e mulando, assim, tantos outros a fazer o nos temas das partilhas! Neste convívio,
com o acolhimento caloroso, que tan- mesmo, com igual ou maior vontade! o tema não são os presentes embrulha-
to queríamos proporcionar. Os convi- Todos pareciam partilhar a máxima de dos, mas sim a possibilidade de se ofe-
dados, parte ativa do nosso trabalho, que o convívio de Natal é importante, recer mais uma entrada na escola; não
foram os nossos padrinhos, os nossos promove o conhecimento entre os pa- se discutem decorações de Natal, antes
parceiros, os nossos voluntários e os drinhos, incentiva parceiros a desafia- se juntam forças para criar um novo
nossos amigos! 45 pessoas, que não rem-se para mais um ano que vem pela evento de angariação de fundos; não se
quiseram faltar a este convívio já tradi- frente e liga, ainda mais, os voluntários saboreiam guloseimas, mas adoçam-se
cional a Norte, convívio este que per- nas suas tarefas! No final, é uma aproxi- sonhos que se concretizam em recolhas
mite colocar à mesa muito daquilo que mação à família Helpo, família que cada de preciosos materiais.
são as contribuições de todos ao longo um já sente como sendo também sua. Que estar à mesa seja sempre o reinício
do ano! O facto de este momento contribuir desta dinâmica de trabalho! À volta da
Entre conversas sobre presentes so- para a angariação de fundos, que irão Helpo, a “mesa” que todos queremos
lidários alinharam-se estratégias de reforçar as atividades da Helpo (este encher de concretizações!
intervenção nos países onde operamos ano o valor angariado foi de 240€), é


QUEM HELPA

magia, a multiplicar
por muitos!
Nampula, Joana Lopes Clemente

N
o dia 5 de fevereiro de 2019, a dário a perder de vista. minou em novembro.
vida mudou. Acordámos como Olhos ávidos de curiosidade e pressa Os melhores alunos de 4 escolas se-
se fosse um dia comum, prepará- de ver a vida mudar, acontecer um cundárias que viam o seu esforço ser
mos as águas, as máquinas fotográficas e bocadinho mais de acordo com aquilo recompensado com a oferta de uma fer-
os blocos e as canetas para anotações, e que os seus sonhos lhes exigem. Um ramenta que lhes permitiria fazer ainda
partimos nos carros carregados e apres- mar de olhos desordenados, num con- mais, fazer ainda melhor, e sonhar ain-
sados que viajavam com destino definido traste imenso com a linha perfeita de da mais alto: a vida mudou a 5 de feve-
e hora marcada. bicicletas que se aconchegavam entre reiro de 2019, para 29 jovens estudan-
Na nossa perspetiva, tudo neste dia 5 de edifícios escolares. tes do ensino secundário que desafiam
fevereiro se assemelhava a um dia co- Depois, a voz destacada do diretor da diariamente as parcas condições com
mum. Mas não o era. À nossa espera, um escola, que denunciava, um a um, os que a vida os presenteou e se recusam
mar imenso de alunos do ensino secun- melhores alunos do ano letivo que ter- a aceitá-las. Como? Percorrendo o lon-


go e tortuoso caminho da progressão contar com uma intervenção cuidado- dro laranja, de risos intempestivos e
de ciclos e sucesso escolar que esconde samente planeada de forma conjunta de capacetes cautelosos, um augúrio
no bolso a oportunidade de rutura com entre a Helpo e a Fundação Galp, cujo feliz do que esta parceria nasceu para
a pobreza. empenho se materializou na presença semear. As palavras de agradecimento
Por detrás deste dia está um parceiro e participação de três colaboradores in- que possamos dirigir à Fundação Galp
valioso e comprometido que vai trans- cansáveis ao longo deste dia, de forma serão sempre poucas, e a quem dentro
formar muitos dias, aparentemente a poderem testemunhar um vislumbre da Fundação Galp ousa sonhar e fazer
comuns, no norte de Moçambique, em do que o seu apoio irá permitir. sonhar, mas não poderemos deixar de
dias de revolução para comunidades Neste dia, a estrada que agarra Natôa tentar: um grande, grande obrigada
inteiras: a Fundação Galp. Nos próxi- ao resto do Mundo recheou-se, num ao parceiro que chegou para espalhar
mos 3 anos, a província de Nampula vai piscar de olhos, de bicicletas de qua- magia!


QUEM HELPA

na sacola levo a vontade


e na biblioteca já tenho
os livros!
Nampula, Inês Faustino

A
segunda-feira chegou. Recomeça a rotina escolar de guns cadernos, a sua esferográfica azul e a vermelha, o seu lápis
levar os nossos filhos à escola, juntamente com as suas de carvão, a borracha e a régua, quando a têm. Mais vazia do
mochilas e sacolas cheias, cheias de livros, de material que a dos seus colegas do ensino primário, esta mochila é car-
escolar e afins. Desde pequenos que têm os seus cadernos, os regada pelos mais crescidos sobre um uniforme branco imacu-
seus manuais escolares, as suas esferográficas e estojos preferi- lado e azul-escuro. Os manuais escolares, não têm. Muitos a pé,
dos, escolhidos e comprados de entre muitas outras hipóteses. alguns de bicicleta e muito poucos de chapa (o transporte local),
Chegamos ao norte de Moçambique. É também segunda-feira e todos levam consigo a vontade de estudar mesmo que sem os
dia de ir para a escola. Na sacola, feita de pacotes de plástico de requisitos de estudo a que nós, na europa, estamos habituados.
açúcar de quilo ou de sacos de farinha, os mais pequenos carre- Em Moçambique o ensino primário, que se estende da 1ª à 7ª
gam o seu lápis de carvão, a sua borracha, os seus manuais esco- classe é gratuito e os manuais escolares são emprestados aos
lares emprestados pela escola e alguns cadernos A5 já acasta- alunos no início do ano. No ensino secundário, da 8ª à 12ª clas-
nhados pela poeira das salas de aula ao ar livre. A sacola é leve, se, que é pago, os manuais não são gratuitos. Os estudantes e as
mas ainda bem, porque o caminho ainda é longo até chegar à suas famílias não têm possibilidades económicas para os adquirir
escola e vão a pé com os colegas ou sozinhos. Os mais crescidos, (um manual custa cerca de 7€ e o salário mínimo, para quem
que estudam no ensino secundário, levam a sua mochila com al- recebe, é cerca de 90€) e mesmo as escolas que têm bibliote-


cas, muito raramente têm estes manuais. Os únicos manuais que por agora terem acesso a um espaço destinado ao seu estudo.
veem são os usados pelos professores para lecionar nas aulas. Também os professores manifestaram a sua grande satisfação
Mas na Escola Secundária Marcelino dos Santos, em Nampula, o por poderem agora melhorar a preparação das suas aulas, nesta
arranque do ano letivo, a 1 de fevereiro de 2019, teve um gosto biblioteca que também é para eles.
muito especial e importante. Os 3620 alunos já inscritos para o A Escola Secundária Marcelino dos Santos insere-se na comuni-
ano de 2019 e os 73 professores da escola podem, agora, usu- dade de Saua-Saua, uma das comunidades mais antigas a que da-
fruir de um espaço construído de raiz: a biblioteca da Escola Se- mos apoio, e onde estudam mais de uma centena de apadrinha-
cundária Marcelino dos Santos, repleta de manuais escolares do dos da Helpo. Esta era uma necessidade já há muito identificada
currículo moçambicano da 8ª à 12ª classe e de muito outro mate- e que se conseguiu, finalmente, colmatar, graças à Associação de
rial didático, nomeadamente dicionários, gramáticas, enciclopé- Funcionários do Banco Central Europeu, denominada Eurhope,
dias, cartazes, mapas e livros técnicos e de literatura. que financiou a construção do edifício. Graças à Eurhope, e ao
Com mobiliário adequado para consulta e estudo, a nova e única incansável esforço da representante Virgínia, a Escola Secundária
Biblioteca da Escola Secundária Marcelino dos Santos foi inaugu- Marcelino dos Santos tem, finalmente, uma biblioteca com ma-
rada no primeiro dia de aulas, entre danças e músicas tradicio- nuais onde todos os alunos podem estudar, melhorar a sua per-
nais. Estiveram presentes os líderes locais, a direção da escola, formance escolar e, como tal, aumentar também a sua motivação
representantes dos serviços de educação da cidade e os demais para chegar mais além.
alunos da escola, muito felizes, e ao mesmo tempo curiosos, Bem-haja Eurhope!

Investimento total (construção e equipamento com mobiliário e livros): 11.454,08€


Co-financiamento Eurhope: 5.535€
Helpo: 5.919,08€


ESTÓRIAS

estudar as intervenções
para multiplicar os
seus resultados.
Maputo, Joana Lopes Clemente

F
azemos, porque conhecemos o A disponibilidade para percorrer este A Helpo criou, assim, um departamen-
terreno, porque as pessoas nos caminho de interrogação e análise nem to de investigação e desenvolvimento.
falam do que lhes faz falta, do que sempre é a desejada. Quem trabalha no Mais do que um departamento, esta
tornaria os seus dias melhores. Então, terreno prioriza a ação direta, num con- iniciativa consiste num redesenhar de
trabalhamos em conjunto para fazer texto em que quase tudo parece ganhar todas as abordagens, dotando-as dos
acontecer pequenos milagres. Depois um caráter de urgência e facilmente processos necessários à avaliação dos
disso, e enquanto isso, há todo um relega para outros planos o que parece seus resultados, de forma a torná-los
percurso de perguntas e respostas, que não vir de origem com esse “selo”. mais claros, mais rigorosos e mais com-
pode e deve ser percorrido, de forma O estudo e a análise são fundamentais, prováveis.
a conhecermos e refletirmos sobre os e sabê-lo obriga-nos a educarmo-nos Esta análise é particularmente necessá-
ganhos e as limitações das nossas inter- para conhecermos melhor os resultados ria quando se trata de tomar decisões
venções e sobre as mudanças positivas da nossa ação direta e para reajustar- sobre que projetos expandir. O fator
e negativas, que elas foram capazes de mos os processos, as expetativas, os de excelência, que dá resposta a esta
causar na vida das pessoas. projetos. questão, prende-se com o impacto que


cada um deles tem na vida das crian- pleta de Mahera e a decisão de apoiá-la que fizemos.
ças e jovens, que deles beneficiam, ou enquadra-se nos objetivos de aumento
seja, com as transformações efetivas e do número de crianças na escola duran- A nossa pesquisa baseou-se nos núme-
positivas, que um projeto pode ser ca- te mais horas e ao longo de mais ciclos ros oficiais do Ministério da Educação e
paz de causar. Numa fase de crescimen- escolares. A finalidade é a construção Desenvolvimento Humano e na perce-
to no que toca à variedade de projetos de um percurso mais saudável e com ção dos nossos beneficiários diretos e
desenvolvidos nas comunidades, com maiores oportunidades, finalidade que indiretos, mais concretamente, alunos,
vista a melhorar a vida das pessoas, este professores e encarregados de educa-
processo de investigação ganha uma ção. Apurámos o número de alunos
importância acrescida. “o estudo e a inscritos desde o ano letivo anterior ao
início do projeto, o número de alunos
Investigação e Desenvolvimento análise são fun- à data do início e do final dos anos le-
aplicado ao Ephawila tivos, e, finalmente, aplicámos inquéri-
Alimentação escolar é um termo estra- damentais, (...) tos aos beneficiários diretos e indiretos
nho para a esmagadora maioria dos com vista ao apuramento das suas per-
alunos das escolas de Moçambique. Por obriga-nos a ceções sobre o projeto.
outro lado, “fome” é um conceito fami- Esta análise, marcadamente simples
liar a muitos deles. educarmo-nos para a complexidade da realidade local,
Inserido numa lógica de incentivo à indica-nos algumas possíveis correla-
frequência escolar e de aumento da para conhecer- ções, nomeadamente, entre a existência
motivação dos alunos, através da ame- deste projeto e o aumento do número
nização de uma falta substancial - a da mos melhor os de alunos, que se mantêm na escola ao
disponibilidade de alimentos suficientes longo do ano e, também, o aumento
para a manutenção de uma vida saudá- resultados” da afluência de alunos à escola nos dias
vel e de um nível de bem-estar aceitá- em que ocorre a distribuição do lanche.
vel -, a Helpo deu início, em 2014, ao a Helpo tem como pano de fundo em Em alguns casos, as desistências es-
Ephawila, um projeto de apoio à confe- todas as suas intervenções. Intuitiva- colares caíram para metade, depois
ção e distribuição de merenda escolar, mente, a distribuição alimentar, num do início do projeto. No entanto, esta
que já tem lugar em 10 escolas primá- local onde a disponibilidade de comida tendência tende a diluir-se no tempo,
rias de Nampula e Cabo Delgado. não abunda, tem tudo para causar um com a diminuição das desistências a
grande impacto. Seria, então, necessá- aproximar-se gradualmente dos núme-
O Ephawila nasce do desafio da comu- rio confirmar ou desmentir esta premis- ros apresentados antes do início do pro-
nidade escolar da Escola Primária Com- sa, com base em evidências, e foi isso jeto, à medida que os anos passam.


ESTÓRIAS

professores, que indicam como mais-va-


lias do projeto o aumento da motivação
dos alunos, da sua frequência escolar, e
da amenização da fome!

Dados os resultados da investigação,


que levámos a cabo, é possível afirmar
que 10 anos depois de termos dado iní-
cio à nossa intervenção no terreno, a es-
cassez ainda nos espanta. A carência ex-
trema e as condições em que as pessoas
vivem ainda nos chocam e surpreende-
-nos a sua capacidade de resiliência,
que é verdadeiramente extraordinária!
Quanta fome pode ter um aluno, que
frequenta diariamente as aulas nas
comunidades onde trabalhamos, para
considerar que uma ou duas merendas
escolares por semana são fundamentais
para os ajudar a estudar sem fome?!

Estas conclusões levam-nos a uma estra-


da de apenas um sentido: a implemen-
tação e expansão do projeto Ephawila.
Sendo imperativa a sua replicação, ele
deve fazer parte dos nossos objeti-
vos de angariação de fundos porque
é importante, não apenas como uma
ferramenta de combate ao absentismo
e desistências escolares, (haverá, por
ventura, intervenções mais eficazes para
a obtenção deste resultado), mas, so-
bretudo, como forma de proporcionar
algum bem-estar a uma população es-
colar brutalmente carente e desespera-
damente motivada para quebrar o ciclo
Estas conclusões foram já apontadas renda e que não se reveste, ainda, da da pobreza no qual se encontra!
anteriormente por outros estudos cien- regularidade ideal, tendo lugar apenas Se conhecermos as razões pelas quais
tíficos. No entanto, neste caso particu- uma ou duas vezes por semana, depen- nos exigem as intervenções, conhece-
lar, Ephawila é um projeto ainda em dendo da escola beneficiária. Com estes mos melhor os beneficiários e podere-
fase embrionária, apesar dos anos com pressupostos, o que mais surpreende mos trabalhar melhor para multiplicar
que conta. É um projeto que não dispo- nesta análise é o resultado da perceção resultados, onde eles são tão necessá-
nibiliza uma refeição, mas sim uma me- de alunos, encarregados de educação e rios!


Helpo e
Marca Mundos.
Cascais, Ondina Giga

E
ste Verão aconteceu mais uma
missão de voluntariado resultante
da parceria entre o Marca Mun-
dos e a Helpo. O Marca Mundos é uma
iniciativa da Associação de Estudantes
da Faculdade de Ciências Médicas de
Lisboa que teve início em 2015 e que
anualmente conta com duas estudantes
desta faculdade que realizam 6 semanas
de voluntariado no Norte de Moçambi-
que, inseridas em projetos que a Helpo
leva a cabo. Em 2018, a Bruna e a Marta
foram as participantes deste programa.
Participaram em diversas atividades:
Projeto Maria Menina
A Bruna e a Marta colaboraram em
duas ações de formação destinadas às
beneficiárias do projeto Maria Menina,
que decorre em Nampula. As formações
foram sobre os temas: Cuidados Básicos
do Bebé; e Higiene Feminina e Métodos
Contracetivos.
Formação contínua de animadores
Os animadores são os representantes
da Helpo nas comunidades, sendo na
sua maioria professores que trabalham
nas diversas escolas onde decorre a
intervenção. Existe uma aposta na sua
formação contínua nas questões de
prevenção em saúde, tendo a Marta e
a Bruna participado na formação deste
ano que foi subordinada aos temas:
Diabetes; HIV e Tuberculose; Soluços;
Malária; Asma.
Formação parental
Na Ilha de Moçambique, decorreu uma
sessão de formação sobre “Anemia e
Alimentação como medida preventiva
e modo de tratamento”, destinada a
encarregados de educação das crianças
que frequentam a Escolinha da Coope-
ração Portuguesa, que contou com 40
participantes e a parceria com a Uni-
versidade Lúrio, nomeadamente com
os alunos finalistas da Licenciatura em
Nutrição.


ESTÓRIAS

Testemunho de Bruna Silva e de Marta Baldo, estudantes de Medicina voluntária em Nampula em 2018
“Entre os dias 24 de julho e 3 de setembro eu e Marta tivemos uma das maiores experiências das nossas vidas! Partimos para
Nampula, em Moçambique, onde tivemos a oportunidade de trabalhar com a Helpo, uma ONGD que visa promover a educa-
ção das crianças.
Quando vamos para um País como este temos de ter uma mente muito aberta porque é um choque cultural enorme e vemos
coisas que seriam impensáveis sequer acontecer!
Esta experiência fez-nos crescer imenso, não só como pessoas, mas também como futuras médicas. Fez-nos dar valor a certas
coisas que achávamos ter como garantido e além disso fez-nos relativizar muito os nossos problemas, visto que não são NADA
comparado com os problemas que estas pessoas enfrentam diariamente.
Com a Helpo tivemos a oportunidade de distribuir bens-essenciais nas comunidades; visitamos escolas e distribuímos kits esco-
lares; fizemos várias formações tanto com as meninas das comunidades como com pais de crianças ou representantes dessas
comunidades e muito mais!
Além disso ainda pudemos vivenciar um estágio no Hospital Provincial de Nampula onde os recursos são escassos e com pato-
logias que seriam difíceis de ver em Portugal.
Um obrigada enorme à Helpo por nos ter feito sentir em casa e ao Marca Mundos que sem eles toda esta experiência não te-
ria acontecido!”


MAIS DO QUE PADRINHOS

216 km de
exposição!
Ermesinde, Sílvia Nunes

E
stava lançado o desafio: organizar uma exposição de foto-
grafia itinerante, que fosse o retrato dos sentires das ma-
drinhas do projeto “Ajuda-me a construir uma escola em
Moçambique!”.

Rapidamente a ideia ganhou forma. Sabíamos que queríamos


divulgar e angariar fundos para ajudar o projeto mas, acima de
tudo, tínhamos como prioritário fortalecer parcerias, envolver
padrinhos e amigos, voluntários, alunos e professores e permitir
que, através da fotografia, todos pudéssemos tornar uma reali-
dade longínqua numa realidade mais próxima.
E nada foi difícil! Os espaços iam surgindo naturalmente, entre
telefonemas e visitas aos locais, a decisão foi unânime. Começá-
mos pela bela Cidade Invicta, seguidamente passámos o rio Dou-
ro para o lado de Gaia e aí fomos acolhidos pelas gentes de Gri-
jó/Sermonde. Como estávamos com muita energia, resolvemos
começar a subir para explorar o nosso Norte. Passámos por Vila
do Conde, onde ficámos a conhecer a Biblioteca Municipal José
Régio e, com a alegria de vários parceiros, a exposição foi um
sucesso. Mas tínhamos de continuar a nossa viagem e seguimos
rumo ao magnífico rio Douro em direção à cidade da Régua, dade berço das nossas madrinhas, Vila Real!
aí ficámos entre uma quinta típica do Douro e um restaurante, Ao longo deste périplo, várias foram as pessoas, que visitaram a
onde a comida é feita para os paladares mais exigentes. Vários exposição, várias histórias foram partilhadas e terminámos com
turistas tiveram contacto com as fotografias e, entre provas de a certeza de que esta viagem só fez sentido, porque estávamos
vinho e perguntas, lá iam ficando a conhecer o significado da acompanhados por pessoas que acreditavam que podiam contri-
palavra Helpo. buir para um mundo mais bonito.
Passaram 9 meses, era altura de terminar a nossa viagem na ci-

Dados:
Espaços cedidos para a exposição: 7
Visitantes: cerca de 700 pessoas
Valor angariado com a venda de fotografias: 400 euros
Merchandising: 600 euros



IMAIS

em memória de
Maria Teresa.
N
o final de 2018, a Helpo rece- com outros. escudo para o euro a afastou da praça…
beu uma emotiva doação no Era do campo, a segunda filha mais era o seu “desporto”, dizia.
valor de 500€, em memória e velha num total de sete, que ajudou a Partilhava o que tinha, e dizia que “o
por conta de alguém especial, que viveu criar os irmãos mais novos. Não foi à que uma mão dá a outra não pode ver”,
100 anos e nunca foi à escola. escola, trabalhou quase toda a vida, no e tinha o seguinte dito “quem não pou-
Maria Teresa trabalhou a vida toda (no campo, em casa, a criar animais, e na pa água nem lenha não poupa nada
campo, em casa e no mercado), e era praça onde vendia queijos frescos feitos que tenha”. Um século. Atual.
uma pessoa muito solidária, o pouco por si e por familiares. A sua perseve-
que tinha partilhava sempre connosco e rança era tal que nem a mudança do

balanço - Natal 2018.


A
campanha Presentes Solidá- Maior, 13 coleções de manuais escola- jovens dos centros de atuação da Hel-
rios de Natal 2018 permitiu res e 1 coleção completa de manuais es- po. A todos os padrinhos e amigos que
à Helpo angariar um total de colares. No terreno, em Moçambique e mais uma vez participaram nesta cam-
6 416,00€, distribuídos por: 198 lan- em São Tomé e Príncipe estes presentes panha, o nosso muito obrigada.
ches escolares, 73 kit papinhas, 17 kits já começaram a tomar forma e a chegar
bicicletas, 68 bolsas de Estudo Futuro aos beneficiários finais – as crianças e

ser solidário.
D
esde o dia 01 de fevereiro tributo, de forma rápida e cómoda. NIF, para efeitos fiscais.
que está disponível uma nova Para utilizar, basta selecionar na caixa Se surgir alguma questão sobre a forma
forma para poder apoiar os multibanco o campo “Transferências e como utilizar o Ser Solidário, a equi-
projetos da Helpo e participar nas cam- Débitos Diretos” e depois a opção “Ser pa da Helpo está ao dispor para tentar
panhas pontuais que vamos divulgando. Solidário”, escolher Associação Helpo e ajudar, através dos contatos da sede em
Através do serviço Ser Solidário, dispo- indicar o valor que deseja doar. No final, Cascais e do nosso escritório de Erme-
nível em qualquer caixa automática da terá disponível a opção de imprimir um sinde.
rede Multibanco, poderá dar o seu con- comprovativo com a indicação do seu


IMAIS

loja social nas Fontainhas.


E
m 2012, abriu ao público a Loja riosamente triadas pela sempre atenta
Social da Helpo no Bairro das equipa de voluntárias e voluntários, que
Fontainhas. Dava-se, assim, o pri- dinamizam o espaço.
meiro passo no projeto “1 por Todos” Nos últimos meses, com vista a intensifi-
com o duplo objetivo de proporcionar a car a aposta na promoção e divulgação
aquisição de bens de primeira necessi- da loja, temos posto em prática várias
dade, a preços simbólicos, e aproximar ideias, sempre bem recebidas por quem
a comunidade envolvente ao trabalho nos procura: promoções e época de sal-
desenvolvido na Helpo. dos, sorteio de um cabaz de Natal e de
Ao longo dos últimos sete anos, a loja um voucher para compras na loja, são
social tem sido alvo de diversas mudan- alguns exemplos das novas iniciativas.
ças e remodelações, sem nunca perder Ideias não faltam, por isso, brevemente,
os princípios de solidariedade e susten- teremos disponível na loja uma zona de
tabilidade, que pautaram a sua criação oportunidades e um cartão de pontos
e baseiam o seu funcionamento. Graças para beneficiar as nossas clientes mais
a muitos padrinhos e madrinhas, par- fiéis.
ticulares e empresas parceiras, a nossa Se ainda não conhecem a Loja Social
loja social recebe diariamente doações Helpo, apareçam e colaborem com um
(roupa, calçado, artigos para o lar, ma- espaço, que se pretende de todos e
terial escolar e outros), que são crite- para todos!

o seu IRS constrói!


B
revemente cumprimos o dever de Moçambique, que permitem que 5160 qualquer custo para si e tem todo o valor
entregar a nossa declaração de crianças estejam agora a aprender a ler e para quem luta diariamente para construir
IRS e temos a opção de doar 0,5% a escrever protegidos do sol tórrido ou de um futuro melhor.
do valor que iríamos entregar ao Estado chuvas intensas. Basta escrever o NIF da Associação Helpo
a uma Organização Não Governamen- Ao doar 0,5% do seu IRS à Helpo está a - 507 136 845 - no quadro 11, 2.ª alínea da
tal, ajudando, por nossa própria escolha, construir futuros que vão muito além do sua declaração de IRS.
quem mais precisa. tijolo. Ajude-nos a edificar o futuro.
Com a sua ajuda, através da consignação Vamos continuar? Com a Helpo, o seu IRS constrói!
de IRS, já construímos 20 salas de aula em A consignação de 0.5% do IRS não tem
THE BRIGHT SIDE OF LIFE”


FICHA TÉCNICA

Entidade Proprietária e Editor Correspondente em África


Associação Helpo Carlos Almeida
Morada e Redação: Associação Helpo,
Rua Catarina Eufémia 167 A, Fontaínhas, Design
2750-318 Cascais Codex - Design
Diretor Responsável
e Relações Públicas
António Perez Metelo
Informações: Associação Helpo
Tel.: 211537687
Diretora Editorial
info@helpo.pt
Joana Lopes Clemente
Nº de registo no ICS: 124771 www.helpo.pt
Tiragem: 4250 exemplares Estatudo editorial disponível em helpo.pt.

Periodicidade: A responsabilidade dos artigos é dos seus


Trimestral autores.

NIF: 507136845 A redação responsabiliza-se pelos artigos


Depósito Legal: 232622/05 sem assinatura. Para a reprodução dos
artigos da revista mundo h, integral ou
Impressão em parte, contactar a redação através de:
ORGAL, info@helpo.pt.

Rua do Godim, 272


4300-236 Porto

Conceção gráfica
Margarida Assunção

Colaboradores neste número


António Perez Metelo
Bruna Silva
Carlos Almeida
Carolina Reynolds
Catarina Labau
Cláudia Francisco
Fátima Falua
Florêncio Luís
Inês Dias
Dados bancários
Inês Faustino
Joana Lopes Clemente
Marisa Silva
Banco: BPI
Miguel Yeep
Titular: Associação Helpo
Ondina Giga
IBAN: PT50 0010 0000 3483 3480 0023 1
Paulo Fernandes
SWIFT code/ BIC: BBPIPTPL
Teresa Antunes
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