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Esta revista faz parte integrante da Edição 1323, de 19 de Novembro de 2009 do JORNAL DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente
Revista_novas oportunidades_1_12:Layout 1 13-11-2009 20:06 Página 2
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e-mail: cfp.leiria@iefp.pt
OPORTUNIDADES
NOVAS OPORTUNIDADES
NOVAS
ADEQUADAS
À INDIVIDUALIDADE DE CADA UM
QUASE 50 MIL ADULTOS INSCRITOS NO DISTRITO DE LEIRIA
FICHA TÉCNICA:
Edição: Jorlis - Edições e Publicações, Lda. . Director Interino: João Nazário . Coordenação: Lurdes Trindade . Redacção: Helena Silva e Jacinta
Romão.Serviços Comerciais: Lurdes Trindade . Projecto Gráfico: Marta Silvério . Paginação: Isilda Trindade e Rita Carlos . Impressão: Multiponto
. Tiragem: 15.000 . N.º de Registo 109980 . Depósito Legal n.º 5628/84 . Distribuição: Jornal de Leiria, Edição n.º 1323 de 19 de Novembro de 2009.
ENTREVISTA
Que balanço faz do programa Novas Opor- escolaridade obrigatória até aos 18 anos. Essa ideia é errada. Na verdade, nem as
tunidades? condições de vida das famílias permitiam
A Iniciativa Novas Oportunidades tem Que impacto tem tido este programa na que as pessoas permanecessem mais
vindo a afirmar-se na sociedade portu- qualificação dos activos em Portugal? tempo na escola, nem esta estava pre-
guesa como motor de profunda trans- O impacto traduz-se em vários planos: a parada para servir todos os seus alunos,
formação de um campo que carecia de valorização das pessoas, as competên- seleccionando muito precocemente os
uma mudança urgente. Não podíamos cias que adquiriram ou reavivaram, a eleitos para o prosseguimento de estu-
progredir, no contexto da nova econo- maior capacidade para acompanhar e dos e os destinados à entrada precoce
mia do conhecimento, com níveis tão motivar os jovens face à escola, a maior no mercado de trabalho. Não eram estes
baixos de qualificações médias dos adul- preparação para o mundo do trabalho que não gostavam da escola, era a es-
tos, com tão fraca participação em acti- em rápida mudança. Mais de 6% da po- cola que não actuava em função da sua
vidades de aprendizagem ao longo da pulação activa viu já serem aumentadas educação. Muitos adultos que queriam
vida e com níveis de abandono escolar as suas certificações escolares e/ou pro- voltar à escola e inscreviam-se no ensino
precoce tão elevados. A iniciativa veio fissionais e cerca de 20% está envolvida recorrente. Mas as condições que lhes
criar os mecanismos indispensáveis para na aprendizagem ao longo da vida (5 ofereciam eram inadequadas. Sentar os
superar, num prazo tão curto quanto vezes mais do que anteriormente), o que adultos à noite, depois de um dia de tra-
possível esses problemas. nos coloca entre os países com melhor balho e à custa da vida familiar e comu-
desempenho mundial neste domínio em nitária, nas mesmas carteiras onde de
Esta medida permite mais do que a equi- que éramos tradicionalmente deficitá- manhã se sentavam os filhos, para ouvi-
valência escolar…? rios. rem as mesmas matérias ensinadas se-
A iniciativa Novas Oportunidades trouxe gundo os mesmos manuais, como se
para o centro do sistema o conceito de A adesão dos 'formandos' tem correspon- eles não soubessem nada que a vida
dupla certificação associado à educação- dido às expectativas? lhes tivesse ensinado, não era solução.
formação, trouxe escala a medidas que A adesão das pessoas é uma das molas
não tinham mais do que carácter experi- impulsionadoras de toda a dinâmica da Os empresários reconhecem a importân-
mental e mobilizou um conjunto de par- Iniciativa Novas Oportunidades. Mais de cia deste esforço na qualificação dos acti-
ceiros que se têm apropriado da 20.000 pessoas adultas aderem por mês, vos?
iniciativa e a têm ajudado a cumprir os em média, à iniciativa, o que dá uma boa A maneira como os empresários reco-
objectivos. No caso dos jovens, revalori- imagem do que representa a vontade de nhecem a importância da qualidade dos
zaram-se as vias vocacionais. Preparam- qualificação dos portugueses. recursos humanos faz com que em Por-
se mais jovens para uma entrada tugal as empresas modernas e competi-
qualificada na vida adulta e estamos a re- Durante muitos anos havia a ideia, em Por- tivas contrastem com as empresas
duzir drasticamente o abandono escolar tugal, de que as pessoas rejeitavam a escola. atávicas e instáveis. Existem mais de 50
precoce, tornando viável a curto prazo a Este programa veio alterar essa ideia? protocolos assinados entre grandes em-
PROGRAMA ATRACTIVOS
Até 30 de Setembro do corrente ano, ascendiam a
972.218 os adultos que se inscreveram nos Centros
Novas Oportunidades, em cursos de Educação e For-
mação de Adultos ou noutras modalidades de con-
clusão do secundário. Destes, na mesma data, perto
de 310.000 já tinham concluído os percursos de apren-
dizagem e certificação a que se tinham proposto.
No distrito de Leiria, há 49.419 inscritos no programa.
Destes, 6.044 inscreveram-se para o nível básico entre
2000 e 2006, outros 19.103 também para o mesmo
nível entre 2007 e Setembro de 2009 e, por fim, 21.176
inscreveram-se numa das modalidades de conclusão
do secundário. Foram certificados até ao fim de Se-
tembro passado, no distrito e com o nível básico,
11.298 pessoas. No nível secundário, o número as-
cendeu a 2.060 pessoas. G
presas e organizações de trabalho e a empresas dão condições aos seus tra- Dirão alguns, com tanta razão como ci-
ANQ. Por outro lado, por todo o país pe- balhadores para cumprirem com as exi- nismo, que nem sempre o esforço feito
quenas e médias empresas estabelecem gências dos processos de qualificação e pelas pessoas é reconhecido pelos em-
relações de cooperação com Centros algumas remuneram automaticamente pregadores. Mas a esses é preciso res-
Novas Oportunidades, com escolas e o sucesso. Noutros casos, as pessoas ponder que nunca no nosso país as
centros de formação, de modo a pro- que se qualificam sentem-me mais ca- empresas se aproximaram tanto do sis-
porcionarem o acesso dos seus colabo- pacitadas para aproveitar alguma opor- tema de educação e formação como
radores à Iniciativa. Quase sempre essas tunidade de promoção no trabalho. acontece agora. G
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OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
RELACIONAMENTO COM
AS EMPRESAS É PRIORIDADE
CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO IEFP LEIRIA
Assegurar respostas de formação à me- nosco como ‘pivots’ no que respeita à for- brepostas”.
dida das necessidades, quer das empre- mação”, conta a responsável. Alterar essa Um dos grandes desafios para o centro é
sas, quer do público que as procuram, é o mentalidade tem sido um dos esforços. a construção de novas instalações, o que
grande objectivo do Centro de Formação Além desta ligação às empresas, o Centro permitirá melhorar o seu funcionamento.
Profissional de Leiria. Ana Elisa Santos, di- de Formação Profissional procura elaborar Ana Elisa Santos explica que já existe um
rectora daquele centro desde 2005, ex- planos de formação que fun- terreno, na Zona Industrial da Cova das
plica que, nos últimos anos, a instituição cionem em complementaridade com a Faias. “Esperamos que ainda este ano seja
tem conseguido um aumento do número restante resposta dada por outras institui- realizada a escritura do terreno, cedido
de formandos e volume de formação. ções. pela Câmara de Leiria ao IEFP”, revela. O
“A determinada altura percebemos que “Tentamos que haja alguma articulação novo espaço permitirá criar novas valên-
havia um desconhecimento, por parte das entre todas as instituições que asseguram cias e concentrar vários serviços que estão,
empresas, de que poderiam contar con- formação para não haver candidaturas so- actualmente, dispersos. G
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OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
APOSTA NA FORMAÇÃO
DE CURTA DURAÇÃO
CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DA INDÚSTRIA METALÚRGICA
E METALOMECÂNICA (CENFIM)
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O Centro de Formação Profissional da In-
dústria Metalúrgica e Metalomecânica
(CENFIM), criado na Marinha Grande em
1985, foi, durante muito tempo, o grande
apoio, a nível de formação, para sectores
industriais como os moldes. Os cursos,
sempre muito frequentados, assegura- CENTRO NOVAS OPORTUNIDADES
vam competências profissionais, mas não ASSOCIAÇÃO DE INDUSTRIAIS DO CONCELHO DE POMBAL
equivalência académica.
As competências que adquiriu através da sua experiência de vida podem dar-lhe uma qualificação
Desde há um ano, com a criação do ca-
tálogo nacional das qualificações (publi- VENHA CERTIFICÁ-LAS
cação que reúne o conjunto de todos os
cursos certificados) e a homologação e
certificação das entidades formadoras, a
generalidade dos cursos do centro já ga-
rante essa equivalência.
António Sá, director do Cenfim da Mari-
nha Grande, explica que, para além dos
cursos para jovens que desde sempre ali AICP A oportunidade é esta e começa agora...
Associação de Industriais do Concelho de Pombal
Parque Industrial Manuel da Mota, Lote 3 . 3100-354 Pombal
foram ministrados, a opção passa agora Tel. 236 207 752 . Tm. 935 018 200 . Fax 236 218 438 Recorde o que aprendeu
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também por Unidades de Formação de cno.aicp@mail.telepac.pt
Vença este desafio
Curta Duração (UFCD) que permitem aos
Horário e Local de Atendimento: Cultive o conhecimento
adultos obter equivalência de disciplinas, De segunda-feira a sexta-feira das 9h às 22h na AICP
Cresça connosco
em falta, para completar níveis académi-
cos como, por exemplo o 12º ano.
RESOLVER AS CARÊNCIAS
“Praticamente todo o plano de formação
para adultos vai assumir a forma de
UFCD”, explica o responsável, citando, a
título de exemplo, os cursos que já hoje
ali são ministrados: existem já 30 UFCD,
três cursos de formação para adultos,
nove acções de formação contínua e 15
outras acções.
Em número de formandos, das 923 pes-
soas que o centro teve em formação este
ano, mais de 300 estavam integrados nas
UFCD.
Também para definir as áreas das acções
de curta duração é feito um levanta-
mento, a nível nacional, junto das indús-
trias de metalurgia e metalomecânica. G
OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
MANUELA
CNO BARAFUNDA, BENEDITA DEMÉTRIO
Manuela Demétrio, natural
CERTIFICAR É TAMBÉM e residente em Alcobaça, é
casada e tem dois filhos.
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AFIRMAÇÃO
NA PRIORIDADE
O CENCAL dispõe de dois CNO, um em da Cerâmica. O primeiro perfil que será
Caldas da Rainha, a funcionar na sede do implementado será o de Operador Ce-
Cento de Formação para a Indústria Ce- râmico, a partir de 2010.
râmica, e outro em Alcobaça. Em Alcobaça, o CNO beneficiou desde
Pedro Paramos, director dos dois CNO, o início do “apoio e da colaboração do
explica que em Caldas da Rainha, a in- Centro de Emprego, permitindo superar
serção do Centro Novas Oportunidades algumas questões logísticas, em relação
no Centro de Formação permitiu criar a instalações e recursos humanos”.
vantagens qualitativas em termos de Por outro lado, “houve desde o início um
processo de RVCC. E explica que a posicionamento de afirmação do traba-
maioria dos adultos tem fortes lacunas lho desenvolvido pela qualidade e pela
em Tecnologias de Informação e Comu- complementaridade de um serviço diri-
nicação ou línguas estrangeiras, que são gido à população do concelho de Alco-
colmatadas com as acções de compe- baça”, sublinha.
tências básicas em TIC e de inglês. Tendo surgido no terreno mais tarde
Neste momento, o CNO está a trabalhar que outros congéneres, houve a preo-
com a Associação Nacional para a Qua- cupação de desenvolver uma atitude
lificação, no sentido de serem concebi- de cooperação com outros CNO da
dos e estruturados os instrumentos zona, no sentido de partilhar e aferir
necessários para o desenvolvimento dos boas práticas e estabelecer algumas si-
processos de RVCC Profissional na área nergias”, conta ainda. G
OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
CNO DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ANSIÃO
OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
CNO, BATALHA
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JAIME MOREIRA
A certificação apanhou-o numa
fase pouco promissora da sua já
longa carreira de torneiro mecâ-
nico e serralheiro. Ao fim de 46
anos de trabalho, Jaime Moreira
foi desafiado a regressar aos estu-
dos que abandonara no começo
da adolescência. “Pela ordem na-
tural das coisas, vamos decaindo
em qualquer profissão”, confessa.
Após a obtenção do 9º ano, não
descura a possibilidade de tirar
um curso de formador na sua área
profissional, mas o 12º ano não
está nos seus horizontes. O re-
gresso aos estudos levou-o a
tomar contacto com a informática,
passando a ter uma relação
“muito diferente” com o compu-
tador, “embora esteja longe de
ser a desejada. A máquina conti-
nua a ser um pouco assustadora”.
Todavia reconhece que lhe “abriu
a vontade” de continuar, conside-
rando que ainda não está aca-
bado”. A profissão esvaziou-se e
deixou de ter o relevo de há 15/20
anos, o que fez com que se dei-
xasse dominar por “uma certa le-
targia”. Que afinal não lhe tolheu
as capacidades e o levaram a
abraçar o desafio da qualificação.
Depois disso, o horizonte está fo-
cado na ajuda a prestar aos ou-
tros, pelo que encara a possi-
bilidade de enveredar pelo volun-
tariado. G
OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
CNO DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS FERNÃO DO PÓ, BOMBARRAL
OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
CNO ADAE, LEIRIA
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Obtenha
um certificado de equivalência ao
4º ano
6º ano
9º ano
12º ano
Valorizando o que já sabe
Vendo reconhecida a sua
experiência de vida
OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
CNO DO IEFP, LEIRIA HUMBERTO HENRIQUES
Humberto
CNO, MACEIRA
JOSÉ FILIPE REINOITE conhecimentos é que constitui novidade para este “autodidacta”
O resultado do trabalho de investigação reformado da profissão de fresador de moldes. Aos 71 anos, quer
sobre a Genealogia da Maceira está regis- aproveitar as Novas Oportunidades para concluir o 12º.
tado em disco, mas o autor, José Filipe Rei- Quando foi contactado para falar do seu novo projecto acedeu com
noite, duvida que alguma vez a venha a algumas reticências. Não gosta de se expor e, sobretudo, estabe-
publicar em livro. “Sou capaz de satisfazer a leceu como código de conduta “não pôr o carro à frente dos bois”.
curiosidade de alguns amigos e imprimir Isto é, não fala do que quer fazer porque pode “não ser capaz”.
para eles lerem”. Mais do que isso “não O que mais o preocupa na certificação é ter que estudar uma lín-
acredito porque é muito caro”. gua estrangeira. Será Francês, a língua que estudou no primeiro
Investigar, passar horas no Arquivo Distrital de Leiria, é uma prática ciclo, mas lê Espanhol e o Alemão também não o assusta, porque
que mantém há anos. Voltar a estudar para obter certificação de trabalhou um ano na Alemanha e “dá um jeito”.
OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
CNO ESCOLA PROFISSIONAL DE LEIRIA
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Centro Novas
Oportunidades
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Bairro Salvador—Sítio da Nazaré
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OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
CNO IPL, LEIRIA
OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
CNO DO CRISFORM, NA MARINHA GRANDE
OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
CNO DA CERCINA, NAZARÉ
ENTREVISTA
Reais
DE JOVENS E ADULTOS
Os objectivos do Centro de Novas Opor- tabelecidas. É uma forma de aproximar o a formação profissional para jovens. E
tunidades (CNO) não contemplam a for- centro do seu público-alvo e de propiciar ainda a Formação Modular Certificada.
mação como ela é comummente as condições logísticas necessárias ao seu Já os Cursos de Educação e Formação de
entendida, ainda que exista como res- funcionamento. Adultos têm actualmente a funcionar um
posta ao perfil de um adulto ou ao longo A Cercina é a entidade promotora do Curso de Operário de Manutenção em
do processo de Reconhecimento, Valida- CNO. Está igualmente vocacionada para Campos de Golfe “Golf Keeper”. G
ção e Certificação de Competências em
áreas chave, que variam consoante os ní-
veis de formação. ANTÓNIO PINTO
No CNO da Cercina, na Nazaré, de “Eu trabalho por objectivos. E estabeleci terminar o curso
acordo com o responsável, Joaquim Pe- de RVCC, 12º ano no Natal. Era a prenda que queria ofe-
quicho, as áreas de formação integram: recer a mim próprio e assim fiz”. Foi esta determinação
Linguagem e Comunicação, Matemática que António Pinto colocou no processo que havia ence-
para a Vida, Cidadania e Empregabili- tado, adicionando a obrigação de obter o maior número
dade e Tecnologias da Informação e da de pontos possível. Em Fevereiro deste ano obtinha a cer-
Comunicação; Sociedade, Tecnologia e tificação do seu projecto.
Ciência, Cultura, Língua e Comunicação É vigilante de profissão, segurança na empresa Securitas.
e Cidadania e Empregabilidade. Diz que adquiriu novas competências, sobretudo para uso das novas tecnolo-
Desde Novembro de 2006, quando en- gias. Para si, ter adquirido hábitos de leitura foi o que mais lhe agradou. “Inves-
trou em funcionamento, o CNO encon- tiu” em Saramago. Está a ler o Memorial do Convento e já comprou Caim. Por
tra-se no Bairro Salvador, no Sítio da outro lado, o estudo permitiu-lhe “revisitar a língua francesa que anda esque-
Nazaré, desenvolvendo actividade nou- cida e acordar o gosto pelas línguas estrangeiras. G
tras instalações consoante as parcerias es-
OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
JORGE RIBEIRO CNO DA ESCOLA SECUNDÁRIA, PENICHE
Concluir o 12º ano era uma necessidade
que Jorge Ribeiro, 43 anos, agente da Po-
lícia Marítima, sentia há bastante tempo.
REDUZIR A ZERO
“Ouvia dizer que o processo RVCC era
bastante fácil porque se tratava, apenas,
do reconhecimento dos nossos saberes
ANALFABETISMO
adquiridos ao longo da vida”, conta. Mas
não foi assim, como constatou. “É preciso
NO CONCELHO
trabalhar e muito para conseguir a certifi- A ideia de criar, na secundária de Peni- José Monteiro conta ainda que o nú-
cação”, garante. che, um Centro de Reconhecimento, mero de inscrições já ultrapassa o milhar
E foi o que fez. Começou no início de 2008 Validação e Certificação de Competên- de adultos. No que respeita a certifica-
e terminou em Maio último. cias remonta a 2002, embora só em ções, o número anda próximo dos 400
A nível profissional, a equivalência vai per- 2006, com a generalização da iniciativa adultos, no nível básico, enquanto no
mitir-lhe alguns progressos. Desde logo a Novas Oportunidades, a escola tenha nível secundário, a quantidade de certi-
possibilidade de se candidatar a um curso formalizado a candidatura para criação ficações ainda é baixa, uma vez que o
para progressão na carreira, o que seria de um CNO. processo foi iniciado posteriormente. O
impossível sem o 12º ano. Ultrapassadas as dificuldades iniciais, CNO está, actualmente, a alargar as par-
Para mais tarde fica a concretização de um que se prenderam com a falta de espa- cerias, estabelecendo protocolos com
desejo que nasceu no final deste processo, ços para o atendimento aos adultos, o empresas e instituições, articulando uma
o ingresso na Universidade, para um curso CNO depara-se actualmente com outro oferta formativa o mais vasta possível.
na área da protecção Civil. G problema, decorrente das alterações José Monteiro esclarece que estes pro-
que a escola teve de introduzir, no que tocolos de colaboração se revelam de
respeita à organização dos horários dos “significativa importância, potenciando
professores afectos ao CNO e à sua a divulgação do CNO e a sinalização de
contratação”, revela José Monteiro, eventuais candidatos”. O objectivo é re-
coordenador do Centro Novas Oportu- duzir “a zero a taxa de analfabetismo no
nidades. concelho”. G
QUALIFICAR OS RECURSOS
HUMANOS DAS EMPRESAS
A qualificação e formação dos recursos sinergias, maior eficácia para o tecido em- permite a interligação com outros projec-
humanos das empresas tem sido uma presarial, um efectivo trabalho em rede e tos no seio das empresas, tais como a
vertente de actuação prioritária da AICP - a possibilidade de intervir de forma inte- Formação-Acção, Formações Modulares
Associação de Industriais do Concelho de grada e em processos de RVCC. Certificadas e Cursos EFA e de Aprendi-
Pombal, por ser um factor decisivo para A vocação empresarial do CNO AICP zagem. G
o crescimento económico e para o de-
senvolvimento social do concelho. A cria-
ção do CNO advém, assim, desta ANABELA MARQUES
estratégia de intervenção que visa au- Aos 36 anos, Anabela Marques diz que lhe deu “muito prazer” vol-
mentar o nível de qualificação e promo- tar à “escola”, onde encontrou uma equipa de orientadores “fan-
ver as competências dos activos das tástica” que a levou a concluir o ensino secundário, “com muito
empresas. trabalho” e, ao mesmo tempo, uma “enorme satisfação”.
O Centro Novas Oportunidades da AICP É directora de um lar de idosos e pensa, por isso, entrar para a uni-
integra a rede de CNO de vocação em- versidade e licenciar-se em Psicologia. “Como trabalho com idosos,
presarial da região centro, CNOCENTRO, será uma mais-valia para os que estão à minha volta”.
que abrange todos os Centros Novas A certificação do 12º ano foi, para Anabela, “uma realização pes-
Oportunidades promovidos pelas asso- soal”, já que lhe permitiu retomar os estudos que não fizera en-
ciações empresariais associadas do quanto mais jovem. Então, era preciso ajudar os pais. Agora, com “grande esforço
CEC/CCIC (Conselho Empresarial do pessoal”, mas “satisfeitíssima”, diz que fazia grande parte dos trabalhos pela madrugada,
Centro/Câmara de Comércio e Indústria porque só depois das 22 horas conseguia tempo livre. Levava o computador para onde
do Centro). O seu modelo de funciona- quer que fosse, escrevia, mesmo enquanto esperava para ser atendida em qualquer ser-
mento pressupõe um aproveitamento de viço. G
OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
MILHARES DE ADULTOS PROCURAM FORMAÇÃO AO ABRIGO
A procura é vasta, diversificada e mostra Validação e Certificação de Competên- Pedro, directora da ETAP.
a importância das novas oportunidades cias. O CNO da ETAP têm vindo a alargar o
de formação e escolarização para a po- Sedeado nas instalações da ETAP – Es- campo de actuação para oferecer aos
pulação adulta que entrou no mercado cola Tecnológica, Artística e Profissional adultos o maior número possível de per-
de trabalho antes de completar a esco- de Pombal, foi o primeiro a instalar-se no cursos para a obtenção de uma certifi-
laridade obrigatória. Pelo Centro Novas concelho de Pombal. Dirige as suas cação. Depois do adulto se inscrever
Oportunidades da PombalProf, Lda, preocupações e atenções para dar res- para obtenção de Certificação Escolar e
criado em Maio de 2006, já passaram posta aos adultos que acolhe e encara Certificação Profissional, procede-se ao
cerca de 3500 adultos. Neste momento, cada um deles “na sua individualidade”, seu encaminhamento, após o acolhi-
950 adultos encontram-se a desenvolver ao mesmo tempo que “age investido de mento e a fase de diagnóstico, incluindo
trabalho, na fase de Reconhecimento, espírito de integração”, revela Ana uma análise curricular para um percurso
coerente com o seu perfil. G
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JOSÉ COSTA
Concluir o 12º ano serviu para se va-
lorizar pessoalmente, mas, ao
mesmo tempo, para “o regresso à
escola” com pessoas da “sua
idade”. José Costa, comandante
dos bombeiros de Pombal, um dos
primeiros adultos certificados em
processo de RVCC no CNO da
ETAP, revela que ali encontrou, por
parte do corpo docente, “um am-
biente familiar muito interessante”.
“Foi uma experiência de vida muito
boa”, diz este bombeiro, militar de
profissão, revelando que gostava de
continuar, mas a vida militar e a ocu-
pação como bombeiro o impedem
de prosseguir para o ensino superior.
Não esquece, todavia, que “muitos”
dos bombeiros da sua corporação
lhe seguiram o exemplo, concreti-
zando os seus processos de certifi-
cação. “Cheguei a comover-me por
ver os meus bombeiros a estudar e
foi bonito o encerramento do seu
curso”. G
OPORTUNIDADES
CENTRO NOVAS
CNO, DE MIRA DE AIRE
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OPINIÃO
QUALIFICAMOS PESSOAS população jovem Portuguesa que chega ao ensino superior não
PROMOVEMOS TERRITÓRIOS
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VALORES
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JOÃO LIMA, DOCENTE E INVESTIGADOR