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UNIDADE CURRICULAR: Igualdade, Exclusão Social e Cidadania

CÓDIGO: 41102_19_02

DOCENTE: Profª. Dra. Rosário Rosa e Profª. Dra. Sofia Castro Pereira

A preencher pelo estudante

NOME: Margarida Andreia Rocha Colaço

N.º DE ESTUDANTE: 1702178

CURSO: Licenciatura em Ciências Sociais

DATA DE ENTREGA: 03 de janeiro de 2020

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

Título do pré-projeto

Novos tempos, novos desafios, abrace uma nova profissão e participe.

Temática do pré-projeto

Esta temática de novos tempos e novas profissões como solução no combate à


pobreza gerada pelas desigualdades na redistribuição de rendimentos e pela
herança geracional cultural na dimensão da desigualdade social pelos
fenómenos dos 3 D’s (desemprego, doença e divórcio) e na esperança da
pobreza poder ser dinâmica em vez de estática, urge a necessidade de criar uma
loja social no espectro da proximidade assistencial servindo de apoio e
orientação à implementação de percursos escolares e de literacia, preparando
para novas profissões ajustadas aos novos tempos tecnológicos e promovendo
a inclusão social, assim, a escolha da temática assenta na análise dos
indicadores de privação material e social, in Observatório das Desigualdades
indicando que em Portugal a percentagem de 2004 a 2018 decresceu em média
6% p.p., todavia, continua na linha dos 17%, porque temos uma população
residente a viver na pobreza, com escassez em pelo menos três a quatro dos
nove itens mencionados no observatório, por exemplo: a falta de capacidade no
pagamento da renda de casa ou em despesas inesperadas, a falta de
diversidade nos alimentos e uma vida social inexistente.
(https://www.observatorio-das-desigualdades.com/2018/06/05/privacao-
material-e-social/) O indicador do nível de escolaridade diz-nos também que em
2018, Portugal teve o registo da população residente no grupo etário 25-64 anos
em 50% com o ensino básico concluído e apenas pro25% com o ensino superior
concluído, no entanto a percentagem da população a viver na pobreza mantêm-
se nos 17% e segundo o Prof. Dr. João Lopes ascenderia a quase 50% no caso
do Estado-Providência deixar de ter recursos sociais nos apoios continuados.
(https://www.observatorio-das-desigualdades.com/2018/06/14/nivel-de-
escolaridade/) Concluindo, a visão da contribuição deste pré-projecto vem no
âmbito de dotar o grupo-alvo de literacia financeira, nas tecnologias da
informação e da gestão do tempo, com a finalidade de melhorar a gestão do

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tempo, dos recursos financeiros e saber utilizar as novas tecnologias
promovendo a participação cívica, abrindo assim os horizontes a novas
oportunidades para tomarem conhecimento dos seus direitos como cidadãos
proporcionando mais igualdade. Com base na implementação da formação de
unidades de curta duração de modo a qualificar o grupo-alvo obtendo maiores
opções de emprego, contribuindo para a inclusão social e para a igualdade de
oportunidades e direitos no combate à pobreza cristalizada.
(https://www.youtube.com/watch?v=hxyPJeted44)

Fundamentação do projeto

Portugal, Estado-Membro da União Europeia, é um país estratificado por classes


sociais com uma população residente pertencente em larga escala à classe
baixa e à classe média e uma ínfima percentagem à classe alta. Segundo o
índice de cálculo do rácio PIB per Capita na análise longitudinal da PORDATA
com valores médios aproximados em 10% por cada 100 habitantes em
comparação com o PIB, a redistribuição de riqueza tende a ser assimétrica e
assim as desigualdades subjazem na polarização classe baixa e alta, no entanto,
está amplamente refletido na tipologia da estratificação das classes devido às
políticas públicas fiscais.
(http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/apoio_contribuinte/tabela_ret_doclib/Pag
es/default.aspx) Nesta década de 2019, continua o florescimento da pobreza
absoluta segundo Giddens (2013), devido à predominância enraizada da baixa
escolaridade analisada em 2018 pelos indicadores dos jovens com menos de 15
anos sobre os residentes matriculados no ensino básico obtemos um rácio de
70%. (https://www.pordata.pt/Portugal/Quadro+Resumo/Portugal-249498) No
que concerne às necessidades primárias e aos baixos níveis de escolaridade e
à crença de “quem nasce pobre será sempre pobre”, segundo o Prof. Alfredo
Bruto da Silva ainda persiste a referência aos valores materialistas do pós-guerra
do século XX predominando os valores da sobrevivência, estes axiomas
contribuem como deflatores na autopromoção individual e na falta de esperança
da mobilidade social ascendente. Este pré-projecto estimula a igualdade pela
proximidade assistencial, concebe a inclusão pela via da formação na
organização, Ti’s e gestão do tempo e com apoio ao longo de todo o percurso
realizado no âmbito deste pré-projeto social.

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Grupo-Alvo

O pré-projeto assenta nos pressupostos base: o grupo-alvo são os cidadãos


indicados pelo I.E.F.P que estão inscritos no centro de emprego da área de
residência (Centro de Emprego de Pedralvas) e que recebem abaixo do IAS -
indexante dos apoios sociais (100%=435,70€) (http://www.seg-
social.pt/subsidio-de-desemprego) estando estes no fim do seu subsídio, bem
como estando abrangidos pelo indicador de privação material e social. Para
sabermos se os cidadãos inscritos no I.E.F.P estão englobados na amostra da
população deste pré-projecto é necessário que preencham um questionário com
resposta direta a todas as questões relacionadas com escassez das
necessidades individuais e do seu agregado familiar doméstico, sobre a
escolaridade e outras formações recebidas, se têm ou não conta bancária, que
profissão tinham e que aptidões têm.

Fatores de exclusão

Segundo Giddens (2013) a pobreza geracional está cristalizada devido à


herança geracional e cultural por nascerem em bairros sociais e porque os seus
ascendentes sempre foram pobres. A segregação social estigmatizada contribui
para um etnocentrismo social reservando a classe social moradora para os
trabalhos de mão-de-obra não especializada e apenas alguns, aqueles que
emigram conseguem subir na classe social e assim auferem melhores salários.
Nesta tipologia social quando sofrem alguns dos fenómenos como desemprego
ou doença usufruem dos means-tested do Estado-providência por tempo
alargado devido à crença de que o seu trabalho será mal remunerado, não
contribuindo para uma auto-motivação na procura de uma nova profissão, como
resultado segundo a teoria dos papéis de Braginsky, Braginsky e Ring (1969), o
desempregado de longa duração acomodar-se-á a esse papel (intrapapel) como
habitus, mas ao abraçar este pré-projeto ver-se-á com outro papel (interpapel),
desempenhando-o com a seguinte progressão: desempregado, aluno,
estagiário-profissional, profissional. (Neto, F., 1998:101)

Descrição do pré-projecto

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O pré-projecto da loja social será a nível local, em Carnide. O grupo-alvo
concordará em receber formação e concluir o contrato com os resultados de
qualificação e novo trabalho, num prazo de três anos. A viabilidade obtém-se se
as instituições estatais como o I.E.F.P, I.S.S, a Junta em articulação com a C. M.
de Lisboa e instituições de formação profissional e dentistas, acordarem
estabelecer um protocolo-parceria de forma a dar instrumentos de ação ao
projeto. O englobamento é por ações de curta duração para os indivíduos com o
10º, 11º e 12º ano de escolaridade, mas os indivíduos com o 4º ao 9º ano de
escolaridade serão direcionados para a dupla certificação de maneira a
concluírem o ensino secundário. Durante toda a formação o cidadão terá direito
a um subsídio de alimentação e de transporte concedido pela loja social em
articulação com o I.E.F.P em parceria com a I.S.S. No último ano o cidadão terá
o estágio-profissional, podendo obter mais formação especializada e continuar a
frequentar as ações de formação profissional, desta forma promove-se a
igualdade do ser social ao estabelecer laços institucionais e de solidariedade
social. A formação profissional será por níveis de maneira a preencher as
necessidades individuais e coletivas: 1º ano - 1º nível - gestão financeira do
quotidiano; 2º nível - cidadania e direitos do cidadão; 3º nível - tecnologias de
informação; 4º nível - autoavaliação e novo questionário com enfoque na
profissão e nas aptidões adquiridas; 2º ano - 5º nível - traçar o caminho de
orientação profissional especializada com questionários direcionados a novas
profissões; 6º nível - apuramento de resultados; 7º nível - nova ação de
formação especializada fundamentada com a apetência profissional individual.
3º ano – para os indivíduos que frequentem uc’s de curta duração devem estar
inseridos num estágio-profissional com direito a duas consultas em medicina
dentária para um check-up e limpeza. Tendo em conta este percurso e o
conhecimento adquirido acredito, que ganhem mais autoestima e confiança de
maneira a desenvolverem melhor a sua nova profissão. (Stock, M.J., 2005:216-
219) Concluindo, as dinâmicas de grupo, as formações base e de contacto
(literacia financeira, gestão de tempo e tecnologias de informação) serão
administradas a toda a amostra, porque é uma aprendizagem para a vida e
estabelecem a coesão do grupo-alvo, aumentando as expectativas coletivas
promovendo a crença na mobilidade social ascendente.

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Bibliografia:

Abrantes, Pedro e Paiva, Ana, in Introdução ao estudo das políticas de promoção


da igualdade, da inclusão e da cidadania, Lisboa, 2016 - Texto pedagógico de
apoio à unidade curricular Igualdade, Exclusão Social e Cidadania da
Universidade Aberta

Condições de vida: https://www.observatorio-das-


desigualdades.com/2018/06/05/privacao-material-e-social/

Entrevista realizada ao Senhor Doutor Professor João Teixeira Lopes, Professor


Catedrático da FLUP e Presidente do Departamento de Sociologia desta
Faculdade, realizada em 29/04/2014
https://www.youtube.com/watch?v=hxyPJeted44

Giddens, Anthony, 2013 (9ª edição), Sociologia, Fundação Calouste, (pp.


538)

Indicadores: https://www.observatorio-das-desigualdades.com/indicadores/

ISS: http://www.seg-social.pt/subsidio-de-desemprego

Neto, F. (1998). Psicologia Social. Vol. 1. Lisboa: Universidade Aberta, pp 101

Níveis de Escolaridade: https://www.observatorio-das-


desigualdades.com/2018/06/14/nivel-de-escolaridade/

Perista, Pedro e Baptista, Isabel - A estruturalidade da pobreza e da exclusão


social na sociedade portuguesa – conceitos, dinâmicas e desafios para a
acção, in Forum Sociológico Série II, nº 20 | 2010 - A pobreza, pluralidade de
olhares e de intervenções

Quadro Resumo: https://www.pordata.pt/Portugal/Quadro+Resumo/Portugal-


249498

Tabela IRS 2019:


http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/apoio_contribuinte/tabela_ret_doclib/Page
s/default.aspx

Stock, Maria José (coord.), Velhos e Novos Atores Políticos. Partidos e


Movimentos Sociais (2ª parte-Os Novos Movimentos Sociais), Lisboa,
Universidade Aberta, 2005, pp. 216-219

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