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SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E SEGURANÇA ALIMENTAR.

PROJETAR – PROGRAMA DE PROMOÇÃO DE ACESSO AO MUNDO DO TRABALHO


Superintendência de Assistência Social

1. INTRODUÇÃO:
O PROJETAR é um programa de acesso ao mundo do trabalho, destinado as pessoas em situação de
vulnerabilidade e de risco social. A ideia baseia-se na perspectiva de que, para além do
encaminhamento para vagas de emprego, é necessário reconhecer o lugar do trabalho na
constituição dos sujeitos, enquanto seres humanos e como seres sociais e comunitários.

Está circunscrito na Secretaria de Desenvolvimento Social, por meio da Superintendência de


Assistência Social que tem como objetivo contribuir para a construção de percursos de vida e de
trabalho capazes de amenizar, e até mesmo superar, as diversas vulnerabilidades sociais existentes.

Afastando perspectivas meramente instrumentais, o programa baseia-se em uma proposta que


abrange a formação integral dos sujeitos, em suas dimensões cultural, política e socioeconômica.

Observado os diversos marcadores de vulnerabilidade, compreendemos que o público atendido nos


serviços e equipamentos da assistência social, ou identificados com necessidades de inserção fazem
parte de um recorte que não acessa as oportunidades oferecidas no mercado, sendo o PROJETAR o
elo para acessibilidade das oportunidades e oportunizar a criação de outras possibilidades.

Enquanto um programa, a proposta é que o PROJETAR atue enquanto elo entre a demanda dos
sujeitos participantes (público-alvo) e a oferta de produtos/serviços que viabilizem esses novos
percursos. Nesse sentido, parte-se de entendimento de que a acessibilidade (à educação, à
qualificação profissional) é um grande obstáculo que se coloca para que a população alcance
oportunidades de superação das condições precárias de vida, tendo como fio condutor o trabalho e a
geração de renda.

O PROJETAR é um programa que ainda busca ser parceiro no percurso do mundo do trabalho,
contribuindo com a formação social, dando significado ou ressignificando o lugar do trabalho,
contribuir com o desenvolvimento, visando, principalmente, o alinhamento entre educação e
inclusão produtiva que tem previsão legal no artigo 203 da Constituição Federal de 1988,
descrevendo como um dos objetivos da Assistência Social a “promoção da integração ao mercado
de trabalho”, compromisso esse que foi ratificado pela LOAS em 1993, em seu artigo 2º (BRASIL,
1988; BRASIL, 1993).

Outro elemento fundamental refere-se à sua necessária aderência ao território e à perspectiva de


desenvolvimento local, ou seja, suas atividades e práticas devem estar alinhadas aos interesses dos
participantes e o perfil da economia local.

Dado esse cenário desafiante, faz-se necessário o desenvolvimento e aprimoramento de políticas


públicas. É nesse sentido que surge a proposta do PROJETAR – de atuar com o intuito de
minimizar o gap existente entre as exigências impostas pelo mercado de trabalho formal (cada vez
mais seleto) e as oportunidades de inserção, aprimoramento e desenvolvimento.

2. JUSTIFICATIVA:
A Assistência Social é uma politica pública, ou seja, um direito de todo cidadão que dela necessitar,
está organizada por meio do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que está presente em
todo o Brasil. Seu objetivo é promover a proteção social aos cidadãos, por meio de serviços,
benefícios, programas e projetos que se constituem como apoio aos indivíduos, famílias e para a
comunidade no enfrentamento de suas vulnerabilidades e necessidades.

A definição na Constituição Federal de 1988 de que, dentre os objetivos da assistência social está “a
promoção da integração ao mercado de trabalho” (Art. 203, inciso III), posteriormente
regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8762 – LOAS).

Não por acaso, no cenário de aumento do desemprego estrutural, agravado pelos processos de
reestruturação da produção e das investidas neoliberais, a atenção aos excluídos do mercado, mais
uma vez, é associada ao campo da assistência social.

O programa nasce na Política de Assistência Social a partir do entendimento de que o seu objeto de
intervenção vai ao encontro do escopo de atuação dessa política pública.

Ainda que várias mudanças tenham ocorrido nas últimas décadas, o trabalho ainda pode ser
considerado como um elemento fundamental na construção da identidade pessoal e social, ou seja,
ele contribui como resposta para as perguntas: quem sou eu e qual o meu lugar no mundo?
(PIMENTA, 2007). Em meio a um contexto de incertezas, desmontes, desemprego e precarização
(BIRMAN, 2006), responder essas perguntas passa a ser uma tarefa cada vez mais difícil para os
que não estão inseridos no mercado formal de trabalho, especialmente àqueles que vivem sob
condições de vulnerabilidade.

A inserção no mundo do trabalho é uma demanda de uma parcela importante da população em idade
laboral, e tem sido desafiador na atual conjuntura. Os marcadores de vulnerabilidades limitam o
acesso de uma população específica, fazendo com que fiquem a margem do trabalho formal.

As dificuldades na inclusão das pessoas em situação de vulnerabilidade social no mercado de


trabalho são multifatoriais, alguns dos exemplos e marcadores que dificultam no desenvolvimento
delas e deles no ingresso ao mundo do trabalho:
• Local de moradia distante dos grandes centros;
• Ausência ou baixa qualificação e experiência para concorrer as vagas;
• Desenvolvimento profissional limitado/comprometido;
• Idade escolar não compatível com a faixa etária e com a exigência do mercado.

Basear-se na perspectiva de que, para além do encaminhamento para a atividade laboral, é


necessário sensibilizar para o lugar do trabalho na formação do ser social, em uma proposta que
abranja a formação integral contribuindo com a pleno exercício da cidadania.

3. OBJETIVO(S):

 Promover a inclusão de pessoas atendidas nos equipamentos da assistência social, em


situação de vulnerabilidade social no mercado de trabalho conforme artigo 2º da LOAS,
através de articulação intersetorial...

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Contribuir com a capacidade para aprendizado e desenvolvimento/aperfeiçoamento
habilidades no mundo do trabalho;
 Identificar possibilidades de encaminhamento das demandas, sejam elas educacionais, de
formação e qualificação profissional, de oportunidades laborais (inclusão produtiva);
 Ser ponte para o desenvolvimento, visando, principalmente, o acesso à qualificação para
desenvolver habilidades;
 Construir estratégias mais eficazes de formação e fomento de criação de vagas;
 Desenvolver estratégias mais eficazes de formação em constante dialogo com suas reais
necessidades;
 Estimular a inserção, reinserção e manutenção no sistema educacional, a fim de oportunizar
continuidade no de escolarização;
 Fortalecer o viés da geração de trabalho, renda e economia solidaria no âmbito de suas
famílias e /ou vínculos comunitários;
 Aprimoramento de atitudes e habilidades para a inserção e reinserção no mundo do trabalho
e no fortalecimento de vínculos sociais e comunitários.

4. PÚBLICO:
Indivíduos e famílias residentes do município de Contagem, inscritos no Cadastro Único para
Programas Sociais – CadÚnico, em situação de pobreza ou extrema pobreza sendo o público
prioritário:

• Adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa ou egressos do sistema


socioeducativo; em situação ou egressos do trabalho infantil; em situação ou egressos de
acolhimento institucional;
• Mulheres em situação de vivência de violência doméstica e outras vulnerabilidades;
• Pessoas em situação de rua (PSR);
• Adultos egressos do sistema prisional;
• Famílias acompanhadas pelo PAIF e PAEFI.

Responsáveis pelo CADÚNICO com idade entre 18 e 65 anos, beneficiários do Programa


Bolsa-Família e seus familiares, os adolescentes de 14 a 18 anos e pessoas em situação de rua.
* levar em consideração as legislações vigentes para inserção de cada público.

5. AÇÃO OU METODOLOGIA:
Para iniciar e configurar as ações específicas do projeto, faz-se necessária a realização de um
mapeamento do território de modo a identificar o perfil dos participantes e reconhecer as demandas
e oportunidades do mercado de trabalho local. Estabelecimento de parcerias junto a outras
secretarias, para que as ações sejam planejadas em conjunto e contemplem as múltiplas dimensões
mencionadas.

O que esta descrito no Programa Nacional de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho


(Acessuas Trabalho), explicita melhor esta imbricada e confusa relação. Compete à assistência
social “a mobilização, encaminhamento e acompanhamento dos usuários em situação de
vulnerabilidade e risco social para acesso a cursos de capacitação, bem como a formação
profissional e demais ações de inclusão produtiva”.
Os CRAS (Centros de Referência de Assistência Social), como estratégia do Sistema Único de
Assistência Social – SUAS, está inserido na Rede de Proteção Social Básica e tem como principal
objetivo o atendimento das comunidades em situação de vulnerabilidade e risco social, na
perspectiva de prevenção e promoção das potencialidades destes indivíduos e grupos.

Constituindo as estratégias do CRAS está o apoio e fomento à Inclusão Produtiva, bem como, o
mapeamento de potencialidades para a articulação das diversas políticas responsáveis pela geração
de trabalho e renda. A Política Nacional da Assistência Social (PNAS) traz o desafio da Inclusão
Produtiva como uma das estratégias de enfrentamento da pobreza. (MDS, 2011, p.02).

 Articulação de parcerias intersetoriais visando a formação integral desses participantes;


 Identificação das possibilidades para implementação do projeto;
 Articular a oferta de cursos, workshops e palestras sobre temas de interesse;
 Disseminar a temática do microempreendedorismo e de práticas alternativas de organização
e geração de renda;
 Identificar e encaminhar situações a serem endereçadas por outras políticas públicas;
 Mapeamento das possibilidades existentes no território de suma, importância de um
diagnóstico adequado, especialmente no que tange as modalidades de inclusão produtiva que
serão implementadas em cada região;
 Fomentar junto as empresas que atuam no município a contratação do público identificado,
bem como colher praticas exitosas de inclusão/inserção no mundo do trabalho.

Como será feito? Identificação de demandas, articulação com parceiros, trabalho intersetorial
(saúde, trabalho e renda, educação).

O papel da assistência social se divide em dois eixos:


1. Identificação, seleção e acompanhamento dos sujeitos;
2. Identificação, mapeamento e articulação das instituições/setores/iniciativas parceiras.

Público-Alvo Assistência Social Parceiros

Papel de demanda
Papel de articulação e Papel de
acompanhamento e gestão Realizador/Operador

6. IMPACTO:
A expectativa é que com a oportunidade de acesso ao mundo do trabalho, os inseridos e
acompanhados pelos serviços/equipamentos da Política de Assistência Social, superem a condição
de pobreza e extrema vulnerabilidade. Aliada a uma formação adequada a cada público (levar em
consideração as legislações vigentes), que também leve em consideração as reais possibilidades
contribuindo de forma a potencializar habilidades e qualificá-los em diferentes contextos.
Proporcionando assim emancipação e construção da autonomia para que seja parte de uma
sociedade mais justa e igualitária. Quanto a isso, o CREPOP (2007) pontua que atuar em uma
perspectiva emancipatória, em um país marcado por desigualdades sociais e construir uma Rede de
Proteção Social é um grande desafio.

Temos o compromisso de oferecer serviços de qualidade, diminuir sofrimentos, evitar a


cronificação dos quadros de vulnerabilidade, defender o processo democrático e favorecer a
emancipação social. Ressalta-se o compromisso com a autonomia dos sujeitos, fortalecendo suas
potencialidades de forma a romper o processo de exclusão, marginalização, assistencialismo e
tutela.

Auxiliando estes indivíduos a se apropriarem de seus lugares enquanto protagonistas de suas


histórias na efetivação de seus direitos.

7. PARCERIAS E INTERFACES:
Evidente a importância da intersetorialidade e das redes e parceria, elementos fundamentais para a
efetivação de políticas públicas, que consigam articular com a complexa miríade de fatores que
envolvem uma política inclusiva em relação à renda.

Estabelecimento de articulação da política de Assistência Social com demais políticas públicas


como a de (Saúde, a de Educação e a de Habitação etc.), para que as ações sejam planejadas em
conjunto e contemplem as múltiplas dimensões mencionadas.

No que tange à atuação no âmbito do SUAS, reconhece-se o papel de apoio na realização desse
levantamento bem como na mobilização dos usuários para a participação no projeto, realizando o
encaminhamento para ações formativas desenvolvidas e acompanhando suas trajetórias.

Assim, a promoção da integração ao mundo do trabalho é explicitada como responsabilidade de um


“conjunto integrado de ações das diversas políticas, cabendo à assistência social ofertar ações de
proteção social que viabilizem a promoção do protagonismo, a participação cidadã, a mediação do
acesso ao mundo do trabalho e a mobilização social para a construção de estratégias coletivas”.

É importante ressaltar que esse projeto não é de competência exclusiva do SUAS, mas sim fruto de
uma articulação intersetorial para que seus resultados sejam efetivos e duradouros.

Nesse sentido, o projeto se une a um conjunto de políticas comprometidas com a formação técnica,
profissional e humana, como dito anteriormente, com vistas a uma inserção desses sujeitos.

8. RECURSOS:
vale-transporte, lanche, bolsa?

9. ORGANOGRAMA:
Mapeamento
Grupo
Encontros

10. REFERÊNCIAS:
• Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm
• Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
• BIRMAN, J. Tatuando o desamparo: a juventude na atualidade. In: CARDOSO, M. R. (org.). Adolescentes.
São Paulo: Escuta, 2006. p. 25-43.
• PIMENTA, M. M. “Ser jovem” e “ser adulto”: identidades, representações e trajetórias. Tese de Doutorado –
Departamento de Sociologia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo,
2007.
• Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec):
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12513.htm
• Lei do Programa Municipal de Oportunidade e Inclusão para Jovem Aprendiz, Pessoa com Deficiência ou
Reabilitado Aprendiz no Município de Belo Horizonte: http://portal6.pbh.gov.br/dom/iniciaEdicao.do?
method=DetalheArtigo&pk=1232306
• Decreto que dispõe sobre o Programa Municipal de Oportunidade e Inclusão para Jovem Aprendiz, Pessoa
com Deficiência ou Reabilitado Aprendiz no Município de Belo Horizonte:
http://portal6.pbh.gov.br/dom/iniciaEdicao.do?method=DetalheArtigo&pk=1243606
• Lei da aprendizagem: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L10097.htm

• Manual da Aprendizagem: https://www.gov.br/trabalho/pt-br/inspecao/areas-de-atuacao/manual-da-


aprendizagem-2019.pdf
• Acessuas: http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/brasil_sem_miseria/Acessuas.pdf

http://mds.gov.br/assistencia-social-suas/servicos-e-programas/acessuas-trabalho

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