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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
GABINETE PROVÍNCIAL DE EDUCAÇÃO DE LUANDA
INSTITUTO SUPEROR POLITÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO
Nº 2012/KILAMBA
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
LUANDA, 2023
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
GABINETE PROVÍNCIAL DE EDUCAÇÃO DE LUANDA
INSTITUTO SUPEROR POLITÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO
Nº 2012/KILAMBA
LUANDA, 2023
FICHA TÉCNICA
LUANDA,2023
FOLHA DE ROSTO
BANCA EXAMINADORA
Presidente do Júri
______________________________________________________________________
1º Vogal
2º Vogal
LUANDA,2023
Dedicamos este trabalho Aos nossos pais, professores, amigos, pessoas essas que sempre
nos apoiaram na carreira acadêmica e profissional que seguraram a nossa mão quando mais
precisamos por estarem do nosso lado quando quizemos desistir, dedicamos este trabalho a
vós que sempre estiveram presentes nas nossas vidas nos bons e maus momentos e é com as
nossas mais sinceras palavras, que dizemos obrigado.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho é fruto de um esforço coletivo, pois jamais teriamos conseguido chegar até
aqui sozinhos.
Muitas mãos foram necessárias para findar esta pesquisa e outros tantos incentivos foram
primordiais durante a caminhada. Sendo assim, primeiramente agradeçemos a Deus, pois
tudo o que somos devemos a Ele: foi e sempre será essencial em nossa vida, condutor de
nosso destino, nosso guia, socorro, presente nas horas difíceis, nos deu saúde e força em
mais esta trajetória.
Em especial, agradeçemos ao nossos pais, pois se hoje somos homens e mulheres melhores
é graças a eles, devemos muito a eles. Seu amor, paciência, incentivo e encorajamento foram
decisivos para o nosso sucesso.
Somos gratos a todos os professores que contribuíram com a nossa trajetória acadêmica,
especialmente à nosso querido e estimado orientador, ao qual queremos dizer primeiramente
que este trabalho acadêmico não é só de nós estudantes, e, sim, nosso, uma vez que o senhor
orientador por inúmeras vezes deu suporte, não medindo esforços para alcançarmos o nosso
objetivo.
Agradeçemos aos membros da Banca Examinadora, que enriqueceram com sua presença,
sugestões e conhecimento a realização desta pesquisa. Ao IPAG ( Instituto Politécnico de
Administração e Gestão), pela seriedade e competência, permitindo que nossos sonhos de
prosseguir os estudos se realizem.
EPIGRAFE
Na atual crise financeira, imposta pela baixa do petroléo, desvalorização do dolár e pela
pandemia, crianças e jovens são afetados de forma única pelas complexidades
financeiras domésticas. Momentos de dificuldade financeira podem ser viáveis para
ensinar as familías a aprenderem sobre finanças pessoais e melhorar suas próprias
habilidades de gestão de dinheiro. No entanto, ainda não surgiram estratégias
abrangentes, ou seja, estratégias que contemplem o conhecimento da Matemática
Financeira aliado a Educação Financeira, para educá-los sobre finanças pessoais. A
Educação Financeira das familías é o resultado de um processo baseado nas relações de
pessoas com o trabalho e autogestão do dinheiro. Ela é primordial para as novas
gerações, pois a tendência é à contratação de profissionais autônomos, assim, ensinar a
lidar com o dinheiro implica em tomada de decisões mais conscientes e seguras. Diante
dessa realidade, é natural que os pais se preocupem com o futuro de seus filhos e sintam
a necessidade de fazer com que eles compreendam a importância de controlar o
dinheiro. Afinal, isso fará com que eles se tornem adultos mais conscientes. Desse
modo, é importante ter alguma noção a respeito dos fundamentos relacionados às
práticas econômicas cotidianas, pois a matemática apresenta-se sob diferentes formas
nas atividades desempenhadas pelo homem, e a mais comum é a econômica onde tem
um amplo campo de aplicação (HOFMANN; MORO, 2012). De acordo com Abreu
Filho (2005) o conhecimento sobre o mundo das finanças é muito importante e não deve
ficar limitado aos especialistas da área financeira. Qualquer pessoa, independente da sua
área profissional, deve conhecer os princípios básicos da matemática financeira. A
maioria dos programas de educação financeira de base ampla para adultos e crianças,
tente trazer todos os participantes para um conhecimento mínimo básico de habilidades
de gestão de dinheiro com relação a bancos, finanças, poupança, crédito e assim por
diante; muitos tentam acomodar objetivos individuais ou familiares (ABREU FILHO,
p.122, 2005). De acordo com a PIIM ( plano Integrante de Integração nos Municípios)
é recomendado que a Educação Financeira, vise formar os indivíduos para que eles
estejam aptos a analisar diferentes opções de cunho financeiro, bem como atuar de
acordo com os seus objetivos e as suas condições financeiras. Dentro dessa perspectiva,
o Programa Educação Financeira nas familías, lançado pelo Banco Central foi criado
com o objetivo de auxiliar as familías a enfrentarem os desafios diários e a realizarem
seus sonhos por meio adequado de ferramentas financeiras, de modo que possam ter um
futuro melhor planejado, sem ter os seus recursos financeiros comprometidos no
presente, ou seja, poupar, economizar e investir certo sem comprometer o orçamento
que se tem disponível hoje. De acordo com Abreu Filho (2005), Os temas consistentes
que perpassam várias definições de educação financeira incluem:
(a) ser bem informado, educado e informado nas questões de gestão de dinheiro e
ativos, bancos, investimentos, crédito, seguros e impostos;
Algumas mudanças nos hábitos de consumo e nos produtos financeiros tornaram mais
difícil para os angolanos administrarem suas finanças. No passado, a maioria das pessoas
usava dinheiro para compras diárias. Hoje, os cartões de crédito são usados com mais
frequência. Segundo os dados da Associação Angolana de Bancos (ABABNC)
pagamentos por cartões de crédito e débito chegaram a representar 46,4% do consumo
das famílias no último trimestre de 2020. Em 2019, o uso de crédito representou 23%
dos pagamentos, ante 21% em 2017. A forma como fazemos compras também mudou.
As compras online são agora a melhor escolha para muitos, o que pode facilitar o uso e
sobrecarregar o crédito, uma maneira muito conveniente de acumular dívidas
rapidamente (ABABNC,2020) Dante (1999) destaca a importância de trabalhar a
resolução de problemas com as familías, e não simplesmente fazer mecanicamente as
operações básicas de adição, subtração, multiplicação e divisão. É preciso saber como e
quando auxiliá-los convenientemente na resolução de situações problemas, aprenderem
a resolver problemas matemáticos deve ser o maior objetivo da instrução matemática,
certamente outros objetivos da Matemática devem ser procurados mesmo para atingir o
objetivo da competência em resolução de problemas (DANTE, 1999, p.14). Assim,
entende-se que trabalhar com a Matemática Financeira envolvendo o cotidiano, desperta
o interesse das familías em relação ao estudo da Matemática numa perspectiva voltada a
desafios do dia a dia da familía. Nesse sentido, a proposta metodológica apresentada
nesse artigo se aproxima do trabalho desenvolvido por Argolo (2018). Em sua pesquisa
a autora realizou um estudo em escolas do Ensino Médio que abordou o orçamento
familiar, por meio da resolução de problemas. A autora relata no estudo que os estudantes
tiveram a oportunidade de discutir, analisar, traçar estratégias e resolver as situações que
lhes foram apresentadas, encontrando soluções práticas e exequíveis. As atividades, que
também buscaram o envolvimento das famílias, contribuíram para a criticidade,
autonomia e reflexão dos sujeitos participantes, além de contribuir para ampliar a
capacidade de argumentação, reforçando a maturidade ao enfrentar situações de
descontrole financeiro. A qualidade de vida e o dinheiro são fenômenos que existem há
muitos séculos. Por todo tempo na história da humanidade, quase nada teve mais
influência do que o dinheiro na vida de pessoas, seus relacionamentos e seu modo de
vida. De uma forma ou de outra, esses fenômenos históricos e econômicos não apenas
sobreviveram até hoje, mas sua importância para a vida das pessoas tem aumentado ao
longo do tempo. Isso é especialmente verdadeiro em relação ao dinheiro. Ao contrário
de outros bens materiais que são importantes para as pessoas terem, o dinheiro é ainda
mais necessário quando elas não o têm. Nos dias de hoje, em tempos inseguros e incertos,
em grande parte, devido a crise, não é fácil ganhar e economizar dinheiro suficiente,
assim como não é fácil gerenciá-lo com sucesso. A gestão de dinheiro bem sucedida é
um desafio muito complexo que requer de toda a sociedade o desenvolvimento de uma
consciência das finanças, certo nível de conhecimento e habilidades financeiras, bem
como para desenvolver uma cultura financeira apropriada (ABREU FILHO, 2005).
Assim, a Educação Financeira é importante para toda a população, que está, cada vez
mais, vivendo em um ambiente econômico complexo e agitado. Um nível baixo de
Educação Financeira pode trazer consequências graves não apenas para os indivíduos e
famílias, mas para a sociedade como um todo, tanto na qualidade de vida, como na
estabilidade econômica. Assim, o papel que a Educação Financeira desempenha na
qualidade de vida das pessoas é um dos fatores chave para alcançar o sucesso de todos,
o que ressalta a importância do estudo da Matemática Financeira no ambiente familiar.
1.1. - PROBLEMA
Qual é o nível de educação financeira das famílias angolanas pertencente à chamada
classe média?
1.2 - OBJETIVOS
1.2.1 - Objetivo Geral Identificar o nível de educação financeira das famílias da classe
média, (definida pelo governo nacional, como famílias que tem uma renda de capital
entre 41.379,00kz e 315.030,00kz).
Definida pelo governo como famílias que tem uma renda de capital (somando-se a renda
familiar e dividindo-a pelo número de pessoas que compõem a família) entre
41.379,00kz e 313.030,00kz, o que deixa a metade dos angolanos neste grupo (53,5%).
1.3 JUSTIFICATIVA
Segundo os especialistas na área de gestão e finanças, nos últimos doze anos, uma parte
da população que tinha uma demanda reprimida por consumo e crédito, denominada
como classe média, ou até mesmo “nova classe média” e/ou “classe trabalhadora”,
passou a ser uma preocupação. Diante do aumento do consumo, da tomada de crédito e
por consequência do aumento da renda, que por sua vez provocou expansão na economia
angolana, pelo lado da demanda, que pode ser fruto de diversas discussões, pela falta de
sustentabilidade, decorrente do grau de endividamento dessas famílias. Essa “classe
média” se tornou um grande player, para o governo e para o mercado, pois hoje
representam mais de 53% 5 , da população angolana.
E para tanto, é necessário uma maior preocupação com as suas finanças. Esta pesquisa
pretende contribuir para que essas famílias de grande representatividade no nosso país
administrem melhor sua vida financeira, nos níveis de consumo e poupança. Todos nós
como cidadãos conhecemos pessoas inteligentes e bem informadas, pertencentes ou não
a essa classe social e que possuem grandes dificuldades quando o assunto é administrar
o seu dinheiro. Todas as famílias mesmo sem perceber têm que administrar suas finanças.
Porque convivemos com essa situação no nosso dia-a-dia, para cumprir nossas
obrigações. Desta forma, a pesquisa pretende ajudá-lo a ter uma vida financeira saudável,
longe dos temidos endividamentos e a poupar (investir) fazendo com que possa desfrutar
da melhor forma do seu dinheiro no futuro. Para o meio acadêmico, essa pesquisa amplia
os estudos na área de finanças pessoais, orçamento familiar e educação financeira.
2.1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1.1 - PLANEJAMENTO FINANCEIRO
O planejamento financeiro é um processo racional de administrar a renda, os investimentos,
as despesas, o patrimônio e as dívidas, objetivando tornar realidade os sonhos, desejos e
objetivos. É o planejamento financeiro que define as linhas de investigação e financiamento.
Ambas utilizam o planejamento financeiro como ferramenta para ter o controle e manter um
equilíbrio financeiro de tudo que “entra e sai” de seus caixas. Assim também deve ser quando
o assunto é administração do lar, o orçamento doméstico costuma ser ignorado ou passar
despercebido pelas famílias. Resultando em uma má administração nas contas domésticas,
com as despesas descontroladas, sendo muito comum a falta do dinheiro antes do mês
acabar. O planejamento financeiro apresenta contribuições para que as empresas não sejam
surpreendidas. E contribui com alternativas para obterem resultados desejados. Para Gitman
(2010), os ativos circulantes e passivos circulantes se caracterizam por curto prazo. Isso
significa que devem ser convertidos em caixa (ativo circulante) ou pagos (passivo circulante)
dentro de um ano. Percebe-se que os planos de curto prazo são ações planejadas em um curto
período de tempo de caráter operacional. O planejamento financeiro pessoal não é diferente
do planejamento adotado nas empresas, já que nos dois casos, o conceito e as estratégias
aplicadas partem de um mesmo fundamento, que é planejar objetivos e concretizar metas.
O planejamento financeiro familiar é fundamental para as famílias que desejam ter as contas
em dia e assim levar uma vida financeira sem grandes preocupações e com privações. Dessa
forma o Banco Central apresenta o orçamento como uma ferramenta para conhecer,
administrar e equilibrar suas receitas e despesas, tornando-se um grande aliado para a
realização de sonhos e projetos. Portanto, é importante que toda a movimentação dos
recursos financeiros, sejam elas receitas (rendas), despesas (gastos) ou investimentos
estejam anotadas e organizadas. Orçamento pode ser visto como uma ferramenta de
planejamento financeiro pessoal que contribui para a realização de sonhos e projetos. Para
que se tenha um bom planejamento, é necessário saber aonde se quer chegar; é necessário
internalizar a visão de futuro trazida pela perspectiva de realização do projeto e estabelecer
metas claras e objetivas, as quais geralmente precisam de recursos financeiros para que
sejam alcançadas ou para que ajudem atingir objetivos maiores.
Esforçamos-nos muito para merecer o salário que chega todo final de mês. E quem acredita
no valor do dinheiro sabe que é importante gastar menos do que se recebe e poupar parte do
capital para a realização de objetivos futuros. A pesquisadora Glória Maria Garcia Pereira,
em seu livro a energia do dinheiro define educação financeira como: Educação financeira é
o processo de desenvolvimento da capacidade integral do ser humano para tomada de
decisões, tornar-se auto-sustentável e viver bem física, emocional, intelectual, social e
espiritualmente. Educação financeira não é o conhecimento do mercado financeiro, com
todos os seus jargões, produtos, taxas e riscos, mas um certo conhecimento torna-se
indispensável, como alfabetização financeira para o século XXI, da inclusão digital, do
dinheiro eletrônico, sem fronteiras. (2003, p.220). Com o desenvolvimento econômico, as
discussões em torno da educação financeira aumentaram, a variabilidade de produtos
promoveu uma mudança de comportamento no indivíduo, fazendo com que o mesmo fique
cada vez mais atraído pelo consumismo, ocasionando problemas de gestão financeira. O
objetivo da educação financeira é atingir a maturidade financeira. Para isso, é necessário
aprender a adiar desejos, pois o ser humano tem em sua própria natureza a busca por
satisfazer suas necessidades imediatamente. A educação financeira nos dá instrumentos para
domar o imediatismo e se ensinada desde os primeiros anos de vida, contribui na formação
do caráter e na maturidade para bons resultados futuros. Contudo, a pessoa que aprende
algumas técnicas para lidar com o dinheiro, não é necessariamente uma pessoa
financeiramente educada. Longe disso, a educação financeira representa um conjunto de
atitudes do dia-a-dia que vai muito além de saber calcular quanto se paga juros na compra
de um automóvel, por exemplo. O processo de educação financeira é constante e remete a
absorção de uma mentalidade saudável em relação a dinheiro. Significa adquirir intimidade
com o tema e fazer com que o dinheiro se torne um aliado para a felicidade familiar a curto,
médio e principalmente em longo prazo. Afinal, este é o principal objetivo da educação
financeira, assegurar uma vida tranquila no futuro próximo. D’Áquino (2013) escreve: A
educação financeira não deve ser confundida com o ensino de técnicas ou macetes de bem
administrar dinheiro. Tampouco deve funcionar como um manual de regrinhas moralistas
fáceis - longe disso, aliás. O objetivo da educação financeira deve ser o de criar uma
mentalidade adequada e saudável em relação ao dinheiro. Educação financeira exige uma
perspectiva de longo prazo, muito treino e persistência. (D’AQUINO, 2013, em única
página). Para manter a saúde financeira, o segredo é gastar menos do que se ganha. Essa
questão aparentemente pode ser considerada simples. E quanto antes se aprende isso, mais
rápido começa o hábito de controlar o dinheiro que se ganha, melhorando as decisões
relativas aos gastos e poupança, para com isso, aumentar o bem-estar e a tão sonhada
estabilidade financeira. Para que isso se torne realidade é indispensável a conscientização
sobre a importância da educação financeira. Aprendendo a controlar os gastos, excluindo os
supérfluos, pode-se viver com menos preocupação, pois a reserva financeira estará lá para
dar suporte. Assim, pode-se ter autonomia para a tomada de decisão e principalmente, esse
controle possibilita o planejamento do futuro familiar, o que possibilita uma autogestão
financeira é necessária para manter a vida em equilíbrio. A educação financeira significa não
manter dívidas ou empréstimos para pagar bens supérfluos e desejos de moda. A inteligência
no ato de comprar sempre à vista permite que o orçamento doméstico esteja sempre sob
controle. Usar o cheque especial ou parcelar as faturas de cartão de crédito dá a falsa
sensação de facilidade de pagamento, mas não se os juros da operação sufocam sua
capacidade de pagamento. Educação é aprender. Isso significa apontar todos os gastos e
fontes de receita. A palavra controle precisa ser levada a sério quando o assunto é dinheiro.
Saber exatamente quando você recebe não é crer no valor anunciado do salário, mas
conhecer exatamente o valor líquido que “cai” em sua conta (depois de deduzidos impostos,
taxas etc.). Gerenciar os gastos significa apontar diariamente cada centavo consumido e
manter um rígido controle através de uma planilha ou caderno de anotações. Dinheiro é coisa
séria.
É verdade que a estabilidade econômica de um país depende de muitos fatores, tanto internos
quanto externos, mas um deles é a cidadania e seu comportamento.
2.2 - METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica apresenta como referências autores que dialoguem com o tema
finanças pessoais. Embora a sua realização seja de forma aplicada visando gerar
conhecimento para os problemas práticos, no que se refere ao tema apresentado. Com
abordagens qualitativas e quantitativas, sendo que a última requer mensurar os dados com o
uso de inferências estatísticas. Adotamos a técnica de estudo de caso múltiplo, com quatro
famílias de classe média do bairro vila flor. O que motivou a pesquisa com esse público foi
o crescimento econômico na região impulsionado pela construção de novos
empreendimentos imobiliários e pela construção ou expansão de lojas construídos nos
últimos anos, imprimindo um novo estilo de vida ao bairro. Esse novo padrão de vida,
imposto por uma demanda reprimida pode configurar uma mudança no padrão de consumo
dessa população e consequentemente levá-lo ao endividamento. Definimos como área de
estudo, este bairro, que tem o público alvo (classe média) e o perfil ideal (devido ao aumento
do consumo, da tomada de crédito e por consequência do aumento da renda), para a coleta
de dados da pesquisa. As entrevistas foram realizadas com chefes de famílias entre 21 e 40
anos. Utilizamos para coleta de dados na pesquisa quantitativa um questionário fechado com
vinte perguntas, onde o entrevistado respondeu questões a respeito da educação financeira.
E na pesquisa qualitativa com profissionais da área de educação financeira, fizemos uma
entrevista aberta, com a temática em estudo e a sua relação com a administração. Onde
obtivemos os resultados estatísticos e de análise de conteúdo. Através da exploração da
análise do material coletado nos questionários visando responder a questão central do estudo.
Principalmente, para as questões dos dispêndios e poupança das famílias que em muito dos
casos tem a questão do consumo não só relacionada à renda, mas a questão de demanda
reprimida e da “euforia” do credito vasto, que vem ocorrendo principalmente nos últimos
anos.
Portanto, embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula pensamento e ação. Ou seja,
nada pode ser intelectualmente um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um
problema da vida prática. As questões da investigação estão, portanto, relacionadas a
interesses e circunstâncias socialmente condicionados (MINAYO, 2001, p. 17-18, grifo da
autora). Baseando-se nesse conceito de Minayo (2001) e nas autoras anteriores referente a
pesquisa, procurar-se-á selecionar um tipo, cuja abordagem apresente características
específicas do meio sociocultural dos estudantes pesquisados e do pesquisador, procurando
55 compreender a realidade por intermédio da sua interpretação.
Nesse sentido, foram investigados vários aspectos associados ao ensino da Matemática por
meio de uma Educação Financeira Crítica. Assim, esta pesquisa é caracterizada como de
natureza qualitativa, pois trouxe em seu cerne uma intervenção pedagógica que buscou as
informações e dados a serem debatidos e analisados de acordo com o cotidiano das famílias
e suas práticas, preocupando-se não simplesmente em expressar resultados, mas, sim, em
compreendê-los e interpretá-los. Godoy (1995, p.62-63) expõe detalhes sobre os estudos de
abordagem qualitativa: Os estudos denominados qualitativos têm como preocupação
fundamental o estudo e a análise do mundo empírico em seu ambiente natural. Nessa
abordagem valoriza-se o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a
situação que está sendo estudada [...]. Para esses pesquisadores um fenômeno pode ser mais
bem observado e compreendido no contexto em que ocorre e do qual é parte. Aqui o
pesquisador deve aprender a usar sua própria pessoa como o instrumento mais confiável de
observação, seleção, análise e interpretação dos dados coletados [...]. O interesse desses
investigadores está em verificar como determinado fenômeno se manifesta nas atividades,
procedimentos e interações diárias. Corroborando com esse entendimento, Goldenberg
(2004, p. 14) afirma que na pesquisa qualitativa “a preocupação do pesquisador não é com a
representatividade numérica do grupo pesquisado, mas com o aprofundamento da
compreensão de um grupo social, de uma organização, de uma instituição, [...]etc.”. Nesse
sentido, esse tipo de pesquisa preza pela descrição detalhada dos fenômenos e dos elementos
que o envolvem. Considerando as contribuições de Godoy (1995) e Goldenberg (2004) sobre
o que é uma pesquisa qualitativa, podemos aproximá-la das ideias de Yin (2015, p. 11), que
destaca que “[...] as questões ‘como’ e ‘por que’ são mais explicativas[...]”. Isso ocorre
porque essas questões lidam com os vínculos operacionais que necessitam ser traçados ao
longo do tempo, mais do que meras frequências ou incidências. Ainda, para esse estudioso,
o estudo de caso é uma averiguação baseada na experiência que “[...] investiga um fenômeno
contemporâneo em profundidade e dentro do seu contexto na vida real, especialmente
quando as fronteiras entre fenômeno e contexto não são claramente evidentes” (p. 17). Assim
sendo, esta pesquisa dissertativa, pelo tipo de abordagem, se aproxima de uma investigação
de estudo de caso, uma vez que ela procura reconhecer as formas como um determinado
grupo de estudantes se comportam na gestão e planejamento do orçamento 56 familiar e o
porquê das decisões tomadas. Em contrapartida, o processo de análise não seguirá os
métodos do estudo de caso, pois o foco não é trabalhar com hipóteses, mas, sim, com
categorias que emergiram a partir da interpretação dos dados empíricos. Ainda sobre estudo
de caso, Yin (2015, p. 18) destaca outras características metodológicas que se tornam
relevantes quando: • Enfrenta a situação tecnicamente diferenciada em que existirão muito
mais variáveis de interesse do que pontos de dados, e, como resultado, • Conta com múltiplas
fontes de evidência, com os dados precisando convergir de maneira triangular, e como outro
resultado, • Beneficia-se do desenvolvimento anterior das preposições teóricas para orientar
a coleta e análise de dados.
Enfatiza-se que, segundo esse autor, uma pesquisa baseada em um estudo de caso possibilita
que se utilize de uma grande diversidade de formas e fontes para coletar os dados. Já
caracterizada a pesquisa, no próximo subcapítulo será retratada a população e a amostra que
compõem o estudo, o “caso” das implicações da Educação Financeira como forma de
promover a qualidade de vida para as familías no bairro golf 2 município de belas.
Golf II (Província de Luanda, Angola) é um subúrbio. Golf II está situada perto do subúrbio Distrito do Kilamba
Kiaxe e Sector 11A.
Ainda para Gibbs (2009, p.29), “há várias estratégias que podem ser adotadas durante o ato
de transcrever. Por exemplo, é possível transcrever apenas partes da gravação e, para o resto,
fazer anotações e usá-las para codificação e análise, ou mesmo codificar diretamente da
gravação ou das anotações feitas à mão”.
Outra técnica utilizada foi a análise de dados oriundos dos materiais produzidos pelas
famílias durante as atividades desenvolvidas em família, como:. Assim sendo, esse recurso
se constitui de uma [...] valiosa técnica de abordagem de dados qualitativos, podendo ser
também utilizada para complementar informação obtida em outras fontes [...] documentos
de diversos tipos podem ser utilizados, visando a prover o pesquisador com dados 63
complementares para a melhor compreensão do problema investigado (GODOY, 1995, p.
67-68). Ainda para coleta de dados foi aplicada a observação participativa, pois, segundo
Gil (2008, p. 103), essa observação constitui-se [...] na participação real do conhecimento na
vida da comunidade, do grupo ou de uma situação determinada. Neste caso, o observador
assume, pelo menos até certo ponto, o papel de um membro do grupo. Daí por que se pode
definir observação participante como a técnica pela qual se chega ao conhecimento da vida
de um grupo a partir do interior dele mesmo [...]. A observação participante pode assumir
duas formas distintas: (a) natural, quando o observador pertence à mesma comunidade ou
grupo que investiga; e (b) artificial, quando o observador se integra ao grupo com o objetivo
de realizar uma investigação.