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FACULDADE NOSSA SENHORA DE LOURDES

CENTRO INTEGRADO DE TECNOLOGIA E PESQUISA


ESPECIALIZAÇÃO EM SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO (LATO SENSU)

IANNE ELOISE PAIVA ALVES

EDUCAÇÃO PARA TODOS:


UM ESTUDO SOBRE O ORIENTADOR EDUCACIONAL
E O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

GURINHÉM – PB
2019
IANNE ELOISE PAIVA ALVES

EDUCAÇÃO PARA TODOS:


UM ESTUDO SOBRE O ORIENTADOR EDUCACIONAL
E O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Artigo apresentado ao Centro Integrado


de Tecnologia e Pesquisa e à Faculdade
Nossa Senhora de Lourdes, como um dos
requisitos para obtenção do título de
Especialista em Supervisão e Orientação
Educacional, sob a orientação da Profª
Msc. Wellingta Magnólia L. L. Andrade.

Aprovado(a) em:______/_______/_________

________________________________________

Orientadora

GURINHÉM – PB
2019
2

EDUCAÇÃO PARA TODOS:


UM ESTUDO SOBRE O ORIENTADOR EDUCACIONAL
E O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Ianne Eloise Paiva Alves 1


Wellingta Magnólia L. L. Andrade 2

RESUMO

O presente estudo analisa a exigibilidade social aos portadores pessoas com


deficiência de deficiência no ensino comum regular e tem como pressuposto
identificar o papel do Orientador Educacional no século XXI, onde a necessidade de
sua interferência se diversificou, atribuindo-lhe valores diferentes em tempos de
mudanças e adaptações. O atendimento às novas demandas sociais, que se
intensificaram, faz com que o Orientador se mostre cada vez mais atuante, seja para
que a comunidade escolar se adapte a necessidade do aluno ou o aluno se adapte
da melhor forma possível, à comunidade escolar. Nessa perspectiva este estudo
busca conhecer as leis que asseguram ao portador de necessidades especiais o
direito à educação, como funciona a Sala de Atendimento Educacional
Especializado (AEE), bem como, o trabalho do Orientador Educacional voltado ao
público portador de necessidades especiais. Nesta direção, acredita-se que a
educação deva estar comprometida com o desenvolvimento da cidadania em todos
os aspectos e para que haja uma sociedade mais justa, democrática e igualitária é
preciso ser construído e aprendido pela comunidade escolar como um todo. Para
tanto, analisaremos uma Sala do AEE, localizado no Município de GURINHÉM-PB,
no agreste paraibano.

Palavras-chave: Orientação. Mudanças. Atendimento Educacional Especializado.


Inclusão Social.

Ianne, o que estou vendo é que você alterou a pesquisa que estava sendo feita
nos anos passados e não seguiu todas as minhas orientações anteriores.
Assim, vou colocar minha observações para você fazer as correções.

Faça as alterações aqui no resumo e o decorrer do seu trabalho, conforme as


próximas orientações!

1
Especializanda em Supervisão e Orientação Educacional pela Faculdade Nossa Senhora de
Lourdes (CINTEP/PB).
2
Mestre em Educação UFPB/PPGE. Membro do Grupo de Pesquisa Formação Docente -
UFPB/PPGE. Professora e Coordenadora de Cursos de Pós-Graduação do Centro Integrado de
Tecnologia e Pesquisa - CINTEP/PB e FNSL.
3

EDUCATION FOR ALL: A STUDY ON EDUCATIONAL GUIDELINES


AND SPECIALIZED EDUCATIONAL ATTENDANCE

ABSTRACT: The present study aims at analyzing the social demand ability of people
with disabilities in common education and has as a presupposition to identify the role
of the Educational Advisor in the XXI century, where the need for their interference
has diversified, and assigning different valuesto them in times of changes and
adaptations. The attendance to the new social demands, which have intensified,
makes the Advisor become more and more active, whether it is for the school
community to adapt to the needs of the student or the student to adapt in the best
possible way, to the school community. In this perspective, this study seeks to know
the laws that ensure the holder of special needs the right to education, how the
Specialized Educational Assistance Room (AEE) works, as well as the work of the
Educational Advisor aimed at the public with special needs. In this direction, it is
believed that education must be committed to the development of citizenship in all
aspects and for a fairer, democratic and egalitarian society to be constructed and
learned by the school community as a whole. To do so, we will analyze an ESA
Room, located in the Municipality of GURINHÉ-PB, in the agrestic of Paraiba.

Keywords: Guidance. Changes. Specialized Educational Assistance. Social


inclusion.
4

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 06
2 PROBLEMÁTICA.....................................................................................................9
3 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................10
4 OBJETIVOS........................................................................................................... 11
4.1 Objetivo Geral.......................................................................................................11

4.2 Objetivos específicos........................................................................................... 11

5 MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................12
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES...........................................................................13
6.1 Apresentação do caso..........................................................................................13

6.2 Análise do caso....................................................................................................13

7 REFERENCIAL TEÓRICO .....................................................................................20

7.1 PANORAMA GERAL SOBRE A EDUCAÇÃO ESPECIAL E DESAFIOS


ENFRENTADOS PELOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO.................................20
8 O PROFISSIONAL DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E POLÍTICAS DE
ATENDIMENTO AO ALUNO COM NECESSIDADES ESPECIAIS..........................22
9 O PROCESSO DE INCLUSÃO NA SOCIEDADE ATUAL E AS CONTRIBUIÇÕES
DO ORIENTADOR PARA O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
................................................................................................................................... 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................29

Está enorme seu sumário e com pontos desnecessários.


Veja minha sugestão de sumário lá em 2016:
RESUMO................................................................................................................ 03
ABSTRACT............................................................................................................. 03
5

INTRODUÇÃO........................................................................................................ 04
1 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO..................................... 06
2 O PROFISSIONAL DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL.................................... 09
3 CONTRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUC. PARA O AEE............................ 10
4 ASPECTOS METODOLÓGICOS........................................................................ 12
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 15
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 17

Seguir ou não, você pode decidir. Mas, não esqueça que precisamos reduzir o
trabalho pela metade
6

Para o artigo, só fazemos 15 páginas! Sugiro que você modifique a pesquisa


de campo para apenas bibliográfica, afinal, você já tem bastante

1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que a educação é uma das principais ferramentas de transformação


da realidade social. A prática educacional facilita o desenvolvimento humano, e, é o
principal meio de desenvolver nos indivíduos os incentivos necessários para a
formação de cidadãos responsáveis, tolerantes e conscientes de seus direitos e de
seus deveres para que assim sejam capazes de atuar na vida social. Com o
abrangente discurso da inclusão e diversidade, cada vez mais se vê na sociedade
uma nova escola, com novas ressignificações, mais plural, aberta, integral e diversa,
tornando o espaço escolar mais de qualidade e democrático.
Este trabalho que ora apresento visa uma análise sobre a importância do
trabalho do orientador educacional na inclusão de crianças com necessidades
educativas especiais no cenário educacional brasileiro, especificamente na sala de
Atendimento Educacional Especializado (AEE), no Agreste Paraibano. Sabe-se que
a escola não é mais a mesma de alguns anos atrás, antes era vista como espaço
homogeneizado, em que só se via e/ou atendia apenas as clientelas tidas como
normais.
Para tanto, é necessário conhecer as leis vigentes que asseguram à
exigibilidade social aos portadores de deficiência, o direito à educação, investigar
sobre o funcionamento da sala do AEE e compreender a atuação do orientador
educacional no AEE. Nessa proposta, visa-se também possibilitar o aprimoramento
da construção do novo perfil de orientador, imagem que há muito se confunde com
outros profissionais da educação, enquanto luta para definir o seu papel principal, e
indicar os possíveis caminhos a serem seguidos por este para que haja eficácia em
seu trabalho como orientador.
Nessa perspectiva, o exercício pedagógico vigora sob o esteio de concepções
e práticas utilitárias que expõem o campo educacional às demandas difundidas e
representadas pelos avanços para a desconstrução de alguns rótulos que costumam
fazer parte dos espaços educacionais. As normas sociais prescrevem posturas que
são carregadas de ideias e valores já conceituados do que de fato deveria ser o
7

normal ou o anormal. A entrada das crianças com necessidades educativas


especiais na escola, sem sombra de dúvidas, representou o marco inicial, fruto de
uma enorme conquista sociocultural.
Educar para quê? Educar a quem? Essas duas questões são substanciais ao
entendimento da educação e parecem ter caído no desentendimento e como
resultado, instalou-se uma crise de sentido pregresso nas instituições encarregadas
de formar ou moldar o humano. Numa linha tênue, percebe-se a dificuldade que
essas próprias instituições tem em delimitar a inerente finalidade da tarefa
pedagógica de inclusão. Essa situação contribui, dentre outros fatores para
promover discussões e ações pautadas na igualdade aos portadores de deficiência,
como também, no que diz respeito à diversidade dentro do âmbito escolar.
A razão de se pesquisar sobre o orientador educacional e o atendimento
educacional especializado é a de poder examinar quais temas geradores vêm sendo
abordados na educação infantil a partir da compreensão dos Princípios da Educação
Inclusiva e nas práticas educativas, visto que a própria educação constitui-se um
desses direitos inalienáveis da pessoa humana. Nesta direção, acredita-se que após
a provação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação em (1996) vive-se no Brasil
um momento de aplicação da presença de alunos com necessidades especiais nos
diferentes espaços escolares.
Daí em diante, o paradigma da inclusão vem ao longo dos anos se
consolidando, ou seja, buscando instruir nos campos educacionais a não exclusão
escolar dos portadores de necessidades especiais. Não resta dúvida, que, é preciso
considerar todo o progresso educativo dentro e fora da sala de aula e a experiência
escolar é fundamental para garantir o acesso e permanência do aluno com
deficiência.
Mediante isso, o protótipo da segregação é intenso e, ainda vigora em muitas
escolas que encontram muitos desafios e dificuldades para programar a inclusão
escolar e reforçam a ideia da manutenção dos espaços especializados nas escolas,
como por exemplo, salas multifuncionais, sala de recurso, classes especiais, entre
outros nomes que designam para estes ambientes segregacionistas (MENDES,
2004).
De acordo com Ambrosetti (1999, p. 92), “trabalhar com a diversidade, não é,
portanto, ignorar as diferenças ou impedir o exercício da individualidade”. Pelo
contrário, esse trabalho envolve ensejo, exigibilidade, autenticidade, veracidade e,
8

acima de tudo diálogo. É nesse ínterim, que se inscreve a luta pela construção de
uma escola inclusiva e comprometida com a equidade para que cada sujeito seja
atendido em suas necessidades específicas e especiais.
A presente pesquisa foi realizada em uma sala de Atendimento Educacional
Especializado (AEE), localizada na cidade de GURINHÉM-PB, com crianças
portadoras de necessidades educacionais especiais, matriculadas no ensino regular
de escolas da rede pública. Daí a importância da reflexão e discussão sobre qual
processo de inclusão e quais procedimentos estão sendo utilizados para remover as
barreiras de exclusão e quais são as dificuldades encontradas por eles. Como se
observa, a aceitação da prática inclusiva do profissional é fator determinante no
desenvolvimento de toda a potencialidade do aluno com necessidades educacionais
especiais.
Em suma, esse trabalho tem como objetivo geral evidenciar as dificuldades
dos profissionais da Educação Infantil ué! E não era na sala de aee? no trabalho
com indivíduos portadores de necessidades especiais. Além disso, verificou-se a
importância de mostrar quais são os desafios enfrentados pelos profissionais diante
do processo de inclusão. Outros objetivos importantes foi verificar a visibilidade dos
conteúdos pedagógicos que possibilitam a vivência das questões de diversidade e
inclusão no cotidiano escolar. E Identificar qual processo de inclusão e
procedimentos que estão sendo utilizados para remover as barreiras de exclusão na
atualidade. Tem objetivo demais pra pouca produção.

Desde 2016 eu solicitei a modificação do termo PORTADOR! Não esqueça de


alterar em todo o trabalho, tá bem?!

é preciso diminuir a introdução e definir direitinho os objetivos.


Dica para construção dos objetivos:
Faça 1 objetivo para cada capítulo!!!!
9

Acho que você me enviou o arquivo errado 

Eu já tinha orientado essas partes. E no tcc não separamos problemática,


justificativa, objetivos.....

2 PROBLEMÁTICA

Qual a importância do papel do Orientador Educacional frente ao Atendimento


Educacional Especializado?
10

3 JUSTIFICATIVA

O presente estudo repercute-se por falar sobre a verdadeira atuação do


orientador educacional na escola e quais são as proposições da política educacional
brasileira para as Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais Educacionais. A
educação especial há muito tempo vem despertando a preocupação de muitos
pesquisadores de searas distintas e sob os mais variados prismas.
Nesse ínterim, esta pesquisa também corrobora pelo fato de possuir algumas
fragilidades e complexidades acerca do tema. De modo mais amplo, a história
mostra que a educação das pessoas “diferentes” sempre esteve vinculada a um tipo
diferenciado de atendimento educacional. Nessa ótica, analisar a discrepância entre
o ideal e o real, entre o que é de competência do orientador educacional e o que de
fato ele consegue fazer acaba atrapalhando o resultado da execução e o sucesso do
seu trabalho.
Além disto, é preciso demonstrar que o papel do Orientador Educacional nas
escolas muitas vezes não se vincula com sua verdadeira função. Tal congruência
interfere em ter uma boa qualidade no seu trabalho e vislumbra os gestores
escolares a repensar sobre as funções e ações que cercam o Orientador
Educacional Especializado.
Considerando isso, este trabalho vem para contribuir para que novos estudos
sobre o tema sejam feitos, ampliando o conhecimento e o desenvolvimento de todos
àqueles que se interessam pelo tema, além de fortalecer o aprofundamento do
11

mesmo, visto que, viabilizará para o debate acerca das formas sobre a atuação do
orientador educacional na escola de GURINHÉM-PB.

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

 Mostrar a desenvoltura dos Orientadores Educacionais no trabalho com


indivíduos portadores de necessidades especiais.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Mostrar quais são os desafios enfrentados pelos Orientadores


Educacionais diante do processo de inclusão;
 Verificar a visibilidade dos profissionais da orientação educacional e as
políticas de atendimento ao aluno com necessidades especiais;
 Identificar qual processo de inclusão na sociedade atual e as
contribuições do Orientador para o Atendimento Educacional
Especializado.
12

5 MATERIAIS E MÉTODOS

Nesta proposta de pesquisa, os procedimentos metodológicos estão voltados


para uma análise quali - quantitativa com base nos dados obtidos de um estudo de
caso para que se possam investigar através Orientadores Educacionais do Ensino
Comum da cidade de GURINHÉM-PB no que tange as práticas pedagógicas
direcionadas ao exercício da cidadania, inclusão e dos direitos humanos que não
inclui apenas os direitos próprios e nem atendam às necessidades individuais, mas
que tenha compromisso de reconhecer e defender o direito de todos.
Faz-se necessário utilizar a pesquisa de estudo de caso para poder entender
como funciona esse processo de controle nas representações sociais de diversidade
e inclusão entre os atuam no Ensino Comum dentro do seu contexto real. “O estudo
de caso é uma categoria de pesquisa cujo objetivo é uma unidade que se analisa
profundamente” (TRIVINÕS, 1987, p. 133).
Assim, podendo evidenciar a validade e a confiabilidade de estudo através
dos dados obtidos e verificar sobre quais os conteúdos pedagógicos que
possibilitam a vivência das questões de “Orientação Educacional e O Atendimento
Educacional Especializado” no cotidiano escolar.
A partir dessa premissa fez-se necessário o levantamento bibliográfico em
livros, periódicos e por meio de sítios virtuais na base de dados Scielo, Google
Acadêmico, Pubmed, dentre outros, utilizando os descritores “Diversidade e Inclusão
aos portadores de necessidades especiais”; “Orientação Educacional”; “Atendimento
Educacional Especializado”; “Práticas pedagógicas na educação Inclusiva”; “Práticas
do Orientador Educacional”; “Orientador Educacional – seu papel na escola e sua
importância no processo educacional”; dentre outros que abranjam essas temáticas.
13

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 Apresentação do Caso

As ações abaixo discriminadas foram levadas em consideração a partir do


mês de maio de 2015. Para a execução da pesquisa, agendamos visitas à escola
em Gurinhém/PB para um possível diagnóstico quanto à estrutura física e formação
dos profissionais. Isso se mostra importante na influência que pode haver, ou não,
na interação em sala de aula entre os profissionais e o aluno com necessidades
especiais.
Foram agendadas algumas horas de observação com a finalidade de
coletarmos dados em caderno de campo e nos reunir com alguns professores e
gestores, o que mostra a importância da temática e da problemática do nosso
projeto.
O projeto foi desenvolvido em três meses, em um Atendimento Educacional
Especializado, uma sala localizada escola pública municipal denominada Escola
Municipal Serafina Ribeiro, localizada no Centro da cidade de Gurinhém/PB. Onde
observamos um menino, com deficiência múltipla, de 12 anos. Quanto aos métodos
que proporcionam as bases lógicas da investigação, utilizaremos o método dialético.
A dialética fornece as bases para uma interpretação dinâmica e
totalizante da realidade, já que estabelece que os fatos sociais não
podem ser entendidos quando considerados isoladamente,
abstraídos de suas influências políticas, econômicas, culturais etc.
(GIL, 2008, pág. 14).

E o método observacional será utilizado enquanto método que indica os


meios técnicos da investigação. Aplicamos um questionário e uma entrevista para
14

uma profissional do Atendimento Educacional Especializado (AEE) com intenção de


obtermos outras informações além das observações.

6.2 Análise do caso

Dados da criança – Texto 1

Nome: Márcio
Cidade: Gurinhém/PB
Ele mora com a mãe, o padrasto e o irmão, frequenta a escola regular. A mãe
é responsável por seus cuidados, quando a criança não está no AEE ou na escola.
Ele consegue se alimentar com suas próprias mãos. Não interage com muitas
crianças. Gosta de brincar, reservadamente, com carrinhos. Ocupação da mãe:
dona de casa. Ocupação do padrasto: desempregado.

Questionário – Texto 2

1 – O que é o Atendimento Escolar Especializado?

É uma sala de atendimento educacional especializado, que tem como função


identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que
eliminem as barreiras para a participação dos alunos, considerando suas
necessidades específicas.
De acordo com o Ministério de Educação e Cultura do Brasil (BRASIL, 2008,
p. 16):
O atendimento educacional especializado identifica, elabora e
organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as
barreiras para a plena participação dos alunos considerando suas
necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no
atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas
realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à
escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a
formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na
escola e fora dela. Ao longo de todo o processo de escolarização,
esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica
do ensino comum.
15

Esse texto traz uma leitura sobre legislação específica para a inclusão e o
processo do que seria uma educação ideal. Em contrapartida, na maioria das vezes,
não se vê acontecer dessa forma nas escolas, mas de uma maneira mais limitada e
com poucos profissionais especializados.

2 – Porque existe o AEE? De quem é a iniciativa? É baseado em alguma lei?


Ele existe para que haja uma complementação à formação dos alunos, com
vista na autonomia e independência na escola e fora dela. É uma iniciativa do
governo federal (MEC). É baseado na Constituição Federal, onde no artigo 208, III
estabelece que “o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência na
rede regular de ensino”. Na constituição Federal de 1988 (apud STOBAÜS;
MOSQUERA, 2006, p. 38) pode ser vislumbrada a seguinte referência:
Construir uma sociedade livre, justa e solidária; erradicar a pobreza e
a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Inúmeras são as leis, as providências políticas, administrativas e financeiras a


serem tomadas, para que as escolas acolham todas as crianças portadoras de
necessidades especiais e garantam os seus direitos sem quaisquer tipos de
discriminação.

3 – Como funcionam os atendimentos no AEE?


O atendimento funciona de acordo com a demanda de alunos, geralmente
eles são atendidos duas vezes por semana, 40 minutos por dia de atendimento.
Conforme Chalita (2001, p. 106) “a educação será promovida e incentivada pela
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Para Cavalcante (2005, p.
43): “o trabalho na sala multimeios dá aos alunos instrumentos para participar da
vida na sala de aula e fora da escola”.
Conforme cita Chalita (2001, p. 117):
Para construir a cidadania, urge que o professor utilize outros
métodos e traga à baila discussões que despertem em seus alunos
tanto ou mais interesse que a TV. As novas tecnologias empregadas
pedagogicamente estão à disposição do professor. Da internet à
sucata, muito se pode utilizar para envolver o aluno e discutir com ele
questões contemporâneas condizentes com os problemas que
16

enfrenta no dia-a-dia, que se relacionam com sua capacidade de


melhor conviver em sociedade, que dizem respeito a aspectos
aparentemente simples, mas são de uma complexidade
impressionante.

Essas afirmações atribuídas ao autor referem-se a todos os alunos de modo


geral, mas sem sombra de dúvidas se aplicam a todos os alunos com necessidades
especiais.

4 – As crianças atendidas no AEE possuem quais tipos de necessidades


especiais? Existem profissionais habilitados para lidar com cada necessidade
especial dos alunos?
Surdez, cegueira, deficiências intelectuais, auditivas e implantadas. Para cada
tipo de deficiência há um profissional para realizar o atendimento.
Muitos são as dificuldades e os obstáculos enfrentados por esses
profissionais da educação, porém o ser humano é dotado de uma potencialidade
que pode ser superado a qualquer momento. De acordo com Dusik:
Com o advento do paradigma de um sistema educacional inclusivo e
de uma sociedade inclusiva, assume-se o compromisso de garantir
que as pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema
geral de ensino, nem das atividades sociais comuns. Para tanto,
adequações precisam ser realizadas com vistas a possibilitar sua
efetiva participação em ambientes que maximizem seu
desenvolvimento acadêmico, laboral e social, respeitando a
dignidade humana das pessoas com deficiência e a promoção de
suas potencialidades, aprendizagem criatividade e participação
(DUSIK 2013, p. 30).

Dessa forma, é possível pensar que os Orientadores Educacionais e


Educadores trabalham diretamente com turmas de alunos diferenciados que se faz
pensar sobre uma exigibilidade de se garantir um ambiente que promova essa
adequação diante diversidade.

5 – Essa criança possui diagnóstico formal?


Sim, possui diagnóstico formal.
Para tanto, a Política Nacional de Educação Especial, de 1994 define que:
Pessoa portadora de necessidades especiais é a que apresenta, em
caráter permanente ou temporário, algum tipo de deficiência física,
sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas ou altas habilidades,
necessitando, por isso, de recursos especializados para desenvolver
mais plenamente o seu potencial e/ou superar ou minimizar suas
17

dificuldades. No contexto escolar, costumam ser chamadas de


pessoas portadoras de necessidades educativas especiais
(BRIZOLLA apud STOBÄUS; MOSQUERA, 2006, p. 244).

Para entender o diagnóstico e as dificuldades enfrentadas é preciso que haja


uma diferenciação em qual tipo de dificuldade de aprendizagem e de transtornos de
aprendizagens irá se trabalhar. Para cada aluno portador de necessidades
educacionais especiais é preciso de um diagnóstico preciso e particular dando
ênfase a sua necessidade.

6 - Existe algum tipo de trabalho do AEE diretamente com os pais ou


responsáveis, dessa criança? Que tipo?
Não desenvolve nenhum tipo de trabalho com os responsáveis da criança. De
acordo com Chalita (2001, p. 63):
Falta incentivo dos pais para que os filhos frequentem a escola e
falta incentivo da escola para que os alunos nela permaneçam, como
a escola não tem um ambiente social real nem atividade integrada,
nem sistema pedagógico, nem entusiasmo, e a criança não traz de
casa o que encontrará na escola, cria-se um ciclo vicioso.

Ou seja, conforme Chalita (2001, p. 106) “a educação será promovida e


incentivada pela sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. De acordo
com Rotta (2006, p.19) podemos perceber que:
Muitas vezes a criança em idade escolar é discriminada e até
emocionalmente agredida, pois não está apresentando o
desempenho escolar esperado; no entanto, o responsável por tal
situação pode estar no ambiente que a rodeia. As dificuldades
socioeconômicas e afetivo-culturais podem interferir no ato de
aprender, independentemente da vontade da criança. A equipe
multidisciplinar e interdisciplinar só tem sucesso quando age de
forma integrada com a família e com a escola. Dessa integração
resulta um melhor entendimento da situação e um maior
aproveitamento, pela criança, das terapias.

O trabalho é em conjunto é preciso que a escola trabalhe em conjunto com os


pais e/ou responsáveis dos alunos portadores de necessidades especiais. A
aprendizagem só acontece num contexto dinâmico e de relação mútua. E muito
embora a escola dê suporte necessário para esses alunos não completa os laços
afetivos dos familiares.
18

7 – Existe algum tipo de trabalho do AEE diretamente com professores dessas


crianças? Que tipo?
‘Não há um trabalho de conscientização junto aos professores da escola
regular. Em contrapartida, afirmam os autores Ainscow, Porter e Wang (apud
CARVALHO, 2006, p. 29): Os caminhos para escolas inclusivas passam pelas
seguintes etapas e iniciativas:
Pela valorização profissional dos professores, pelo aperfeiçoamento
das escolas, pela utilização dos professores das classes especiais
como professores de métodos e recursos, atuando como consultores
de apoio, pelo aperfeiçoamento do pessoal docente, para que atue
como suporte para as praticas inclusivas nas escolas, pelo trabalho
em equipe e pelas adaptações curriculares, capazes de assegurar o
domínio das matérias curriculares, promovendo-se a igualdade de
oportunidade para o sucesso educativo.
Sabe-se que muitos profissionais da educação não se empenham como
deveriam se empenhar, ou até mesmo por falta de encorajamento e/ou incentivo.
Muitos são os enfrentamentos que não condizem com a formação que não
corresponde com a situação atual que enfrentam na sala de aula no dia-a-dia.
Muitas são as intempéries e inquietações, muitas perguntas sem respostas surgem.
Concomitantemente, muitos são os profissionais da Educação que dão suporte aos
alunos portadores de necessidades especiais.

8 – Qual a estrutura física do AEE para receber crianças com necessidades


especiais?
A sala é bem decorada, possuem brinquedos, TV, DVD, com espelhos,
computadores, tem um ar bastante aconchegante.
Segundo Rotta (2006, p. 453): “está claro, portanto, que as mudanças
ambientais interferem na aprendizagem.” O autor Rotta (2006, p. 466) afirma
também: “atualmente se entende que o cérebro é capaz de responder à estimulação
do meio ambiente, com um aprendizado que tem a ver com as modificações ligadas
à experiência”.

9 – Qual a estrutura física da escola dessa criança para recebê-la?


A escola possui uma rampa de acesso, possibilitando a acessibilidade a
alunos cadeirantes. Para o Ministério de Educação e Cultura do Brasil (BRASIL,
2008).
19

O atendimento educacional especializado identifica, elabora e


organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as
barreiras para a plena participação dos alunos considerando suas
necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no
atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas
realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à
escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a
formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na
escola e fora dela. Ao longo de todo o processo de escolarização,
esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica
do ensino (BRASIL, 2008, p. 16).

A leitura desse texto requer um olhar mais apurado sobre a legislação


específica para a inclusão e de como seria esse ideal. Na maioria das escolas isso
não acontece porque poucos são os recursos e espaços adequados para receber
estas crianças ou até mesmo por falta de uma especialização adequada por parte do
profissional da educação.

10- Há na sala do AEE um orientador educacional?


Não.
Sabe-se que “o principal papel da Orientação será ajudar o aluno na formação
de uma cidadania crítica, e a escola, na organização e realização de seu projeto
pedagógico” (GRINSPUN 2011, p.37).

11- você acha importante o trabalho de um orientador educacional na sala do


AEE?
Sim, o trabalho em conjunto da família, dos professores do AEE e do
professor da escola regular é fundamental para a educação e desenvolvimento da
criança com necessidades especiais, e com o orientador essa conexão seria
facilitada.
Outrossim, conforme o autor:
A figura do orientador não está mais só vinculada ao SOE e sim a
toda a escola, e, portanto, a sua prática ultrapassa os muros daquele
Serviço. A Orientação, hoje, está mobilizada com outros fatores que
não apenas e unicamente cuidar e ajudar os “alunos com problemas”
como também está voltada para a construção de um cidadão que
esteja mais comprometido com seu tempo e sua gente (GRINSPUN
2001, p. 28).

Ao colocar-se a educação em primeiro plano na vida de um cidadão em


desenvolvimento, paramos para refletir se de fato ela tem chegado até mesmo
20

àqueles que necessitam do atendimento diferenciado para a aquisição deste meio


basilar para o ser humano conquistar seu espaço na sociedade. O AEE é uma
realidade que foi conquistada depois de muitos questionamentos sobre como seria o
melhor acompanhamento para os portadores de necessidades especiais. Todavia,
há muito a ser feito para que esse acompanhamento se solidifique.

7 REFERENCIAL TEÓRICO
É o contrário!!! Primeiro vem a parte de fundamentação teórica e depois a
apresentação da pesquisa de campo

7.1 PANORAMA GERAL SOBRE A EDUCAÇÃO ESPECIAL E DESAFIOS


ENFRENTADOS PELOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

A história da educação inclusiva carrega tanto as lutas pelo direito a uma


educação equitativa e de qualidade. A compreensão da educação especial está
relacionada à mudança da lógica do processo de escolarização com a finalidade de
que essa nova modalidade alcance aos alunos “normais” e aos alunos com
deficiência, com transtornos globais de desenvolvimento e com altas
habilidade/superdotação, essa educação propõe uma escola que não exclui os
alunos que não atendam ao perfil idealizado institucionalmente.
A organização da Educação Especial sempre esteve determinada por um
critério básico: a concepção de um grupo de sujeitos que, por diversas razões, não
corresponde à expectativa a expectativa de normalidade ditada pelos padrões
sociais vigentes. Refletindo acerca sobre o termo “inclusão” indica-se que este é o
termo que possui múltiplos significados, em diferentes conotações, em referência a
questões sociais diversas (PACIEVITCH, 2012). No entanto, de modo geral,
corresponde a inserção social de algum tipo de pessoa que passa por alguma
prática não segregacionista e preconceituosa no âmbito escolar.
O AEE é um serviço voltado para a educação especial que “[...] identifica,
elabora, e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades
específicas” (SEESP/MEC, 2008).
21

Embora a Constituição Federal de 1988 já trouxesse indícios para a


implementação da educação inclusiva em nosso país, essa incorporação efetiva só
veio acontecer em nove de julho de 2008, através do Decreto Legislativo nº 186 do
Senado Federal, que concedeu a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e ao seu Protocolo Facultativo o mesmo valor de emendas
constitucionais à Constituição Brasileira.
Atualmente ainda é possível notar que a incorporação de crianças com
necessidades especiais na educação brasileira vem ocorrendo de maneira lenta e
falha. O direito a liberdade é garantido a todos na Declaração dos Direitos Humanos,
contudo, nem sempre são postos em prática, devido modelos educacionais
autoritários que violam simbolicamente os direitos da população.
Todavia, a questão da deficiência e sua similitude com o termo “diversidade” e
“inclusão”, observa-se que estes termos remetem ao processo de trajetória de
movimentos mundiais pela luta em favor de melhorias, aceitação, inclusão e
integração social e educacional das pessoas que possuem algum tipo de deficiência.
As várias discussões que perpassam ao longo do tempo permite criar
possibilidades e desafios para a concretização da inclusão e é imprescindível que
haja por parte da sociedade e comunidade escolar a concepção de que a verdadeira
inclusão deve, acima de tudo, permitir o principio da igualdade de direito.
A inclusão é um processo que exige transformações, pequenas e
grandes nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as
pessoas, inclusive da própria pessoa com necessidades especiais,
com o objetivo de se alcançar uma sociedade que não só aceite e
valorize as diferenças individuais humanas, por meio da
compreensão e cooperação (SASSAKI, 1977 apud CIDADE e
FREITAS 2002, p. 26).

Como efeito, um diagnóstico que deve ser repensado em sua integralidade e


multidimensionalidade é o próprio modo de analisar e compreender os problemas
que afetam o campo educacional na atualidade. Disso decorre, dentre outras
premências, a retomada do debate em torno dos alunos/as com necessidades
especiais, como categoria central e fundante dos processos formativos desde o
início da modernidade pedagógica. A ressignificação do sujeito na educação é uma
condição crucial para trazer à tona teorias e práticas educativas de inclusão.
Dentro dessa perspectiva, a formação de todos os envolvidos na inclusão é
condição indispensável para o êxito da proposta, concomitantemente aliado à
assistência às famílias para que haja de fato uma sustentação aos que estão
22

intrinsicamente implicados com as mudanças. Uma questão importante é a


participação ativa dos familiares, já que na maioria das vezes os próprios pais põem
empecilhos devido à superproteção ou até mesmo a negação da deficiência, sendo
que os mesmos têm um papel muito importante para o processo de condução à
inclusão. Para tanto vale considerar o que indica Montoan:
Os pais podem ser grandes aliados na reconstrução da nova escola
brasileira. Eles são uma força estimuladora e reivindicadora dessa
tão almejada recriação da escola, exigindo o melhor para seus filhos,
com ou sem deficiência, e não se contentando com projetos e
programas que continuem batendo nas mesmas teclas e maquiando
o que sempre existiu (MONTOAN, 2003, p. 53).

Nesta direção a sociedade é construída através de valores que busquem


enfatizar e garantir o direito de todos. Uma educação escolar comprometida com os
direitos humanos deve oportunizar reflexões e práticas pedagógicas pautadas na
igualdade de todas as pessoas, exercitando, acima de tudo, o respeito à diversidade
e à diferença. E para isso a garantia à educação e ao acesso à escola sem
descriminação é uma questão de direito, dada pela Constituição Federal de (1988) e
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9394/ 96), para o qual as
escolas e professores devem estar preparados para garantir o desenvolvimento de
todos/as.
Assim sendo, o AEE possibilita a adaptação da criança ao processo de ensino
aprendizagem e faz com que aquela, aos poucos, se afirme como cidadão perante a
sociedade. Seja aprendendo sua língua, até então não apresentada (libras/braile),
seja interagindo com outras crianças e, até mesmo, aprendendo o próprio ato de
aprender com o outro e com seus próprios erros. E, dessa maneira, ir preparando a
criança para o ensino regular.

8 O PROFISSIONAL DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E POLÍTICAS DE


ATENDIMENTO AO ALUNO COM NECESSIDADES ESPECIAIS

A formação e a capacitação dos profissionais docentes é ponto primordial


para o ensino que atende diferentes clientelas especificadas educativas especiais e
que, para a sua exigibilidade, necessitam de bons profissionais comprometidos na
sua ação pedagógica. Hodiernamente, a escola é bem mais que uma ferramenta de
23

reprodução de conhecimentos, ou seja, a escola busca educar seus discípulos para


que estes venham a serem cidadãos pensantes e participativos na sociedade.
Nessa perspectiva, vê-se o Orientador Educacional como figura fundamental
para a inserção do alunado em projetos que visam à integração social. Assim, afirma
Paula (2004).

A preparação e a capacitação dos educadores deverão ser através


de ações de políticas públicas, políticas educacionais, organizações
de grupos de pessoas, ser de responsabilidade de cada cidadão.
Procurar ir se atualizando, aproximando desta realidade que é um
fato mundial, visto que não será só na escola que isto está
acontecendo, como se fosse algo à parte, precisa-se mudar este
olhar ingênuo. Precisam-se modificar os valores para incluir esses
seres humanos, na vida social, no cotidiano (PAULA, 2004, p. 44).

É neste ínterim que se inscreve a luta e pela construção de uma escola


heterogênea, inclusiva e comprometida, acima de tudo, com a diversidade, em
especial, de pessoas com necessidades educacionais especiais. Visto que, o
processo ensino-aprendizagem deve ser adequado às características individuais de
cada pessoa com deficiência. Tal luta deve preconizar e dar vozes aos diferentes
atores envolvidos nesse processo. Imbernón afirma:
A diversidade que a educação pretende atender não pode ser
estabelecida em termos abstratos, mas ao contrário, deve ser
vinculada a uma análise da realidade social atual e deve abranger
todo âmbito macrossocial quanto ao microssocial. (...) é preciso
considerar a diversidade como um projeto socioeducativo e cultural
enquadrado em um determinado contexto, e entre as características
desse projeto necessariamente devem figurara, a participação e a
autonomia (IMBERNÓN, 2000, p. 86-87).

Contudo, a luta pela aceitação a diversidade e inclusão escolar vem cobrar do


discurso educativo respostas pedagógicas na educação, com o intuito de incentivar
uma escola e, principalmente, orientadores educacionais que interajam com as
diferenças. Com isso, o fato de a escola ser um espaço dinâmico, de encontros,
socializante, democrático e diverso, tornou a tarefa de inclusão, ainda mais
desafiador, mediante esse processo de transformação na sociedade moderna.
Diante do exposto, cabe aos Orientadores Educacionais que trabalham com
pessoas com deficiência ou não, terem conhecimentos básicos relativos ao seu
24

aluno/a, bem como ensejo para organizar os ambientes que permitem a execução
da tarefa. O Orientador, acima de tudo, deve respeitar a individualidade de cada um,
como também o tempo para depois saber explorar seus potenciais.

Escola inclusiva é aquela que garante a qualidade de ensino a cada


um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e
respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e
necessidades. Uma escola somente poderá ser inclusiva quando
estiver organizado, para favorecer a cada aluno, independentemente
de etnia, sexo, idade, deficiência, condição social ou qualquer outra
situação. Um ensino significativo é aquele que garante o acesso ao
conjunto sistematizado de conhecimentos como recursos a serem
mobilizados (HENRIQUES, 2012, p. 09).

Para esse intento é que se fala em escola inclusiva e é de suma importância


deixar claro que ela não só se refere aos alunos que possuem necessidades
educacionais especiais, mas também a todas as crianças, independente de quais
definições que norteiam a forma de segregação como cor, etnia, raça, religião,
condição física. Para tanto, para que as escolas desempenhem este papel, há de
convir que seja preciso uma série de medidas que ofereçam oportunidades, visto
que antes trabalhava de forma homogênea.
Assim, uma sugestão plausível para o trabalho do Orientador é tentar tornar o
alunado cidadãos reflexivos e buscar parcerias com a sociedade como um todo
integrado para a obtenção de uma verdadeira democracia. A prática da Orientação
Educacional aos poucos está sendo construída, mas enquanto existir a educação
existirá concomitantemente a orientação. Neste sentido:
O papel básico do orientador será o de auxiliar o educando a tornar-
se consciente, autônomo e atuante nessa tarefa, auxiliando também
o aluno na identificação de seu processo de consciência, dos fatores
socioeconômicos-político-ideológico que o permeiam e dos
mecanismos que lhe possibilitem superar a alienação decorrente
desses processos, tornando-se assim, um homem coletivo:
responsável e transformador (PLACCO,1998, p.115).

Desde as mudanças ocorridas no século XIX, onde a orientação surge e é


voltada para a inserção do alunado no mercado de trabalho, há resquícios do
conceito de “orientar” os que estão por aprender determinado conhecimento, de
25

maneira a garantir-lhes sucesso, trabalhando o psicológico e até mesmo o


emocional. Conceito hoje ineficaz para a nova perspectiva de orientador para causas
sociológicas, em distintos contextos.
Pensar a Orientação sobre o ponto de vista sociológico, está longe de sua
plenitude. Todavia, para que haja em nosso país, profissionais que consigam traçar
seu próprio caminho e fixar as bases dessa nova proposta, a orientação ainda está
longe dos holofotes que merece.

9 O PROCESSO DE INCLUSÃO NA SOCIEDADE ATUAL E AS CONTRIBUIÇÕES


DO ORIENTADOR PARA O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

O grande desafio da atualidade é saber identificar a maneira mais correta de


lutar pela cidadania daqueles que tiveram seus direitos cerceados. Apesar de
constarem os direitos solenemente dos discursos, ainda assim, na prática é outra
realidade diferente.
Por isso é necessário que o Orientador Educacional compreenda a
reponsabilidade de combater as práticas discriminatórias no ambiente escolar,
verificado isso uma dimensão primordial de uma educação humanizada e, refletir
com consciência que do pensamento nasce à mudança que induz na necessidade
de rever os métodos, reavaliar conceitos, procedimentos pedagógicos que, na
maioria das vezes precisa ser reciclado pelo fato de restringir a forma de como o
professor deve atuar no seu espaço que é a sala de aula (GALVÃO, 2009).
Ou seja, o início da aprendizagem nasce e inicia-se no contexto concreto da
convivência com a família, onde suas percepções estão afloradas e, com todas as
suas contradições, passa pelos mesmos ambientes, principalmente os escolares e
por todo ciclo vital. Nesse sentido, dão-se a dinâmica do racional x emocional, o
afetivo e o sentimental, princípios básicos de uma aprendizagem relacional. Tem-se
que parar de encarar a diversidade como um problema e sim criar meios produtivos
para acabar com a exclusão. Louro (2010) afirma:
Talvez seja mais produtivo para nós, orientadores e
orientadoras, deixar de considerar toda essa diversidade de
sujeitos e de práticas como um “problema” e passá-la a pensar
como constituinte do nosso tempo. Um tempo em que a diversidade
não funciona mais como base na lógica da oposição e da exclusão
(LOURO, 2010, p. 51, grifo nosso).
26

O Orientador não pode em hipótese alguma ficar alheio a nenhum tipo de


preconceito, o respeito à diversidade é uma conquista, em especial para aqueles
que sempre se sentiram marginalizados pela sociedade. Portanto, é através do
processo de Orientação Educacional e respeito que suas práticas educativas podem
promover mudanças. Sabe-se que muitos são os desafios dos Orientadores,
docentes e todos os atores que estão envolvidos no processo dessa construção
(HALL, 2011).
(...) a educação ainda continua gerando padrões de comportamento
tendo como referência um sistema educacional que não leva o
indivíduo a aprender a pensar para solucionar problemas, a
questionar para compreender melhor as diversidades, preferindo
aceitar passivamente a autoridade e a ter “plena certeza” das coisas
(ENRICONE; GRILO, 2005, p. 26).

A educação representa um instrumento que auxilia no interesse das minorias,


ela dá o meio de mostrar que através de lutas sociais é possível combater
preconceitos, e o papel do Orientador Educacional como foi citado outrora é formar
cidadãos, capazes de refletir acerca do processo de construção social e inclusão
social.
Pessoas que possam refletir sobre o acesso de todos/as à cidadania
e compreender que, dentro dos limites da ética e dos direitos
humanos, as diferenças devem ser respeitadas e promovidas e não
utilizadas como critérios de exclusão social e política (CARRARA,
2009, p. 15).

Os reflexos dessa realidade é que na escola existe discriminação, preconceito


e exclusão social, então por não serem atendidos muitos portadores de deficiências
se sentem reprimidos e/ou excluídos, portanto o que se percebe é que a escola não
está preparada para promover a educação na diversidade. Para isso é preciso que
haja debates contínuos para que a inclusão ocorra e ganhe resultados favoráveis.
A integridade da pessoa com necessidades educativas especiais, por se
referir a uma pessoa com suas peculiaridades deve ser atendida no sistema regular
de ensino, recebendo apoio técnico e financeiro, caso precise. Além de ser atendido
em relação às suas necessidades sociais, tendo como garantia o direito supracitado
na Constituição Federal de 1988. Abaixo o artigo 59 da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação 9394/96:
Os sistemas de Ensino assegurarão aos educandos com necessidades
especiais:
27

I – Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização


específica, para atender às suas necessidades;
II – Terminalidade específica para aqueles que não puderam atingir o
nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de
suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o
programa escolar para os superdotados;
III – professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem como professores do
ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas
classes comuns;
IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva
integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas
para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com órgãos oficiais afins, bem
como para aqueles que apresentarem uma habilidade superior nas
áreas artísticas, intelectual ou psicomotora;
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares disponíveis para o respectivo nível de ensino regular.

O artigo 59 dessa lei corrobora que os sistemas de ensino devem segurar aos
alunos currículos, métodos, técnicas, recursos educativos para atender as
peculiaridades e necessidades dos alunos inclusos, bem como assegura a
terminalidade específica aqueles que não atenderam as expectativas do nível
atingido para a conclusão do ensino fundamental em virtude de suas restrições e
assegura a aceleração de estudos aos superdotados para a conclusão do programa
escolar. E, por fim, o artigo 60 da Lei de Diretrizes e Bases 9394/96.
Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios
de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos,
especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para
fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
Parágrafo único. O poder Público adotará como alternativa
preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com
necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino,
independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.

A Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, dá um caráter complementar à


Educação Especial, propondo o atendimento educacional especializado. Esse
28

atendimento traz à tona um novo significado a Educação Especial, pois é aquele que
dá o complemento, mas nunca substitui o que é ensinado no recinto da sala de aula
a todos os alunos com e sem deficiência e deve estar à disposição a todos os níveis
de ensino. Aos alunos com necessidades especiais deve ser garantido ao horário
oposto aos da aula, o suplemento ou complemento do atendimento educacional
especializado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Face ao desenvolvimento do trabalho, o que se percebe é que diante do


exposto pude enxergar a possibilidade de puxar novos fios para tecer novos campos
de discussão acerca do orientador educacional e o atendimento educacional
especializado, incluindo a inclusão aos portadores com necessidades especiais
educacionais, visto que, a sociedade tem passado por profundas mudanças,
entretanto, há um longo caminho a ser percorrido para que eles sejam percebidos de
forma igualitária pelo social, cultural e por eles mesmos. Há uma urgência na
desconstrução de estereótipos que envolvem a semântica do que é ser normal ou
anormal.
É de suma importância e responsabilidade que o orientador tem de eliminar
qualquer tipo de estereótipos e segregações, para que os alunos possam
compreender que cada um tem sua especificidade, potencialidade, tempo e precisa
ser respeitado para que haja uma construção de uma sociedade mais justa e
igualitária. A intervenção pedagógica propicia uma ruptura com alguns paradigmas
acerca dos portadores com necessidades especiais. O interdiscurso da inclusão
social traz um novo desafio para os docentes da área da Educação Infantil dentro do
espaço escolar.
É nessa perspectiva, que evidenciamos uma intervenção docente de
ampliação e (re) construção de alguns conceitos sobre diversidade e inclusão social
aos portadores com essas necessidades especiais, que sugere a abertura de uma
nova linguagem e outras possibilidades de ver, interagir, enxergar, discernir, ser,
pensar e agir, não restrita e legitimada aos padrões determinados socialmente
“normais”.
Ademais, a abertura é válida tanto para si mesmo como para os seus alunos.
Há um passo importante para que temas ligados a esse se desenvolvam é perceber
29

que a escola não deve ser neutra. E para que se tenha uma sociedade em evolução
é preciso proporcionar a seus habitantes, portadores ou não de deficiência,
condições favoráveis de uma vida plena de dignidade, dando fim a qualquer
possibilidade de segregação social.

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