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CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CURSO FORMAÇÃO PEDAGÓGICA EM PEDAGOGIA

ISABELLE MARIANE PRADELA CUNHA CARMONA


RA: 23135628

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL

A ESCOLA DE TODOS E PARA TODOS: DIÁLOGOS SOBRE


A ESCOLA DA PONTE.

Promissão - SP
2019
ISABELLE MARIANE PRADELA CUNHA ACRMONA

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR INDIVIDUAL

A ESCOLA DE TODOS E PARA TODOS: DIÁLOGOS SOBRE


A ESCOLA DA PONTE.

Relatório apresentado à Universidade


Anhanguera-UNIDERP, como requisito parcial
para o aproveitamento da disciplina de
Atividades Interdisciplinares do Curso de
Formação Pedagógica em Pedagogia.

Tutor Eletrônico: Tiago de Almeida


Tutor de Sala: Fernanda Augusta Massari
Qader.

Promissão
2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO..........................................................................................4
3 CONCLUSÃO.......................................................................................................7
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................8
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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como o objetivo compreender a aprendizagem e o


ensino da Escola da Ponte, uma instituição pública de Portugal desde 1976, inserida
no sistema público de educação e localizada no município de Santo Tirso (próximo à
cidade do Porto). Trata-se de uma instituição educacional pública municipal que
atende a cerca de duzentos alunos, com idades entre cinco e dezessete anos e que
norteia a aprendizagem dos conteúdos dos dois primeiros ciclos da educação
básica. É considerada como um empreendimento comunitário, uma expressão de
solidariedade, mais que aprender saberes, as crianças estão a aprender valores.
A Escola da Ponte segundo o projeto educativo tem como pedagogia o “Fazer
a Ponte”, que visa a formação de pessoas autônomas, responsáveis, solidárias,
mais cultas e democraticamente comprometidas na construção de um destino
coletivo e de um projeto de sociedade que potencialize a afirmação das mais nobres
e elevadas qualidades de cada ser humano.
Será possível compreender o modo de funcionamento da escola e sua
organização pedagógica, visto que se diferencia do ensino tradicionalista brasileiro.
Para tanto, a Escola da Ponte integra e corresponsabiliza todos os envolvidos
da comunidade escolar na sua construção – o indivíduo se faz no coletivo e o
coletivo se alimenta da singularidade de cada um.
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2 DESENVOLVIMENTO
Podemos notar que a escola da Ponte não segue um sistema baseado em
seriação ou ciclos e seus professores não são responsáveis por uma disciplina ou
por uma turma específicas, o que é totalmente diferente da estrutura do sistema
educacional brasileiro que é definida por duas legislaturas principais. São elas a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação – Lei n.º 9.394 de 1996, conhecida como LDB –
e as diretrizes gerais da Constituição Federal de 1988 – que dentro do Capítulo III
determina que a educação básica é um direito de todos os cidadãos. Essas
diretrizes autorizam que as esferas governamentais conduzam e mantenham os
programas educacionais, que são pensados a partir da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC).
Na escola da Ponte as crianças e os adolescentes que lá estudam muitos
deles violentos, transferidos de outras instituições são quem definem quais são suas
áreas de interesse e desenvolvem projetos de pesquisa, tanto em grupo como
individuais, portanto, a escola da Ponte não segue um sistema baseado em seriação
ou ciclos e seus professores não são responsáveis por uma disciplina ou por uma
turma específicas.
A cada ano, as crianças e os jovens criam as regras de convivência que serão
seguidas inclusive por educadores e familiares, no entanto, é fácil prever que
problemas de adaptação acontecem como em todo lugar, pois há professores que
vão embora e alunos que estranham tanta liberdade. Pode-se notar que nada disso
faz a equipe desanimar.
É possível destacar que a escola criada por Pacheco possui um sistema
bastante viável por pelo menos dois motivos: primeiro, porque os educadores estão
abertos a mudanças; segundo, porque as famílias dos alunos apoiam e defendem a
ideia da escola.
Na escola da Ponte não há competição, muito pelo contrário, há cooperação,
todos no mesmo espaço, partilhado por todos, sem separação como acontece nas
escolas brasileiras. Na prática da democracia, organizam assembleias para
resolverem problemas de disciplina entre eles. O aluno que desrespeitar as regras,
predeterminadas por eles mesmos, é convidado, perante todos, a refletir e
pronunciar-se sobre seu comportamento dentro da escola.
Verificamos que na escola da Ponte os alunos e profissionais não são vistos
como máquinas de produção de conhecimento, mas como pessoas normais em
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busca de um caminho seguro, embora conscientes de sua transformação constante.


Para lecionar na escola da Ponte os professores precisam se adaptar ao novo
modelo, mas há tempo para se acostumar a esta nova experiência de vida. Essa
experiência que o transformará em um professor carinhoso e o levará ao caminho da
multidisciplinaridade, e o tornará capaz de auxiliar seus educandos a gerenciar sua
própria aprendizagem. Os professores desenvolvem nesses alunos capacidades e
competências que os ajudarão a continuar a construir o de se adaptar a qualquer
mudança que ocorra em suas vidas, e leva para casa estas potencialidades de auto
regulação e respeito ao próximo. PACHECO (2005) afirma que: “Para mudar temos
de refazer conceitos e desfazer certezas”.
Pode-se destacar que na escola da Ponte há uma educação inclusiva, há
uma real inclusão educacional de pessoas com síndrome de Down, tendo em vista
que há uma verdadeira inserção e adaptação desses sujeitos aos diversos contextos
em face da promoção da autonomia, favorecida pela extinção das dependências
entre aluno-professor e aluno-escola. Para a criação dessa independência por parte
desse aluno especial, na Escola da Ponte, em cada grupo de trabalho há sempre um
aluno especial; caso os orientadores educacionais ou professores-tutores, pelo
motivo que seja, em alguma circunstância, não possam estar acompanhando o
desenvolvimento dessa criança, imediatamente um colega se disponibiliza para
fazê-lo (GUARDA; OLIVEIRA, 2007).
Conforme Pacheco (2006), “obrigar cada um a ser um outro igual a todos é
negar a possibilidade de existir como pessoa livre e consciente”. Nesse sentido, a
inclusão educacional demanda a articulação de estratégias, assim como é feito na
Escola da Ponte, que proporcionem uma participação efetiva e consistente das
crianças que apresentem dificuldades de aprendizagem sejam eles quais forem
(FLORIAN, 1998).
Fica nítido, portanto, que a Escola da Ponte é, de fato, uma escola inclusiva,
porque o seu cotidiano é caracterizado pelas construções afetivas fundamentadas
no respeito à diversidade na presença das diferenças existentes entre os sujeitos
que a constituem, bem como na ajuda mútua e constante entre os alunos, entre os
alunos e os orientadores educacionais, entre os alunos e toda a comunidade
escolar, priorizando todos os saberes e valores.
Com este novo papel, o trabalho do professor assume um caráter
compartilhado, desenvolvido em conjunto com outros professores e com estudantes,
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que passam a desenvolver atividades de educação de pares, em um processo de


troca e construção coletiva, em que todos aprendem e ensinam ao mesmo tempo.
Assim sendo, cabe à escola voltar seus olhos especialmente para seus educadores,
devolvendo-lhes a dignidade necessária e a ousadia diante do ato de educar, pois
as mudanças necessárias para a educação de qualidade se manifestam primeiro
diante da quebra de paradigmas internos, crenças e valores arraigados ao ato de
ensinar.
Na Escola da Ponte, muitos dos professores foram alunos da escola e
tornaram-se ávidos apaixonados pela proposta, reestruturando-a continuamente, ao
passo que os tempos e estudantes se transformam. O educador José Pacheco, um
dos idealizadores da proposta, entendeu que a comunidade estava tão apropriada
do “Fazer a ponte” e tão capaz de reconstruí-lo diariamente, que acabou deixando a
direção da unidade e rumou para o Brasil, para apoiar a Escola Âncora, em Cotia
(SP). Inspirada na proposta portuguesa, a escola atende gratuitamente alunos na
mesma perspectiva de construção de autonomia, abolindo provas, ciclos e séries e
reunindo os estudantes como educadores de seus pares.
É a Escola da Ponte. Revolucionária, libertária, solidária, serve de referência
em todo o mundo quando o assunto é educação. Seu dirigente, o educador José
Pacheco.
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3 CONCLUSÃO

Por meio das considerações apresentadas nessa pesquisa foi possível fazer
uma reflexão em torno do atual modelo de escola adotado pela grande maioria das
instituições educacionais brasileiras, abrindo uma possibilidade de mudança, pois
não se faz necessário fazer com que se permaneçam as mesmas práticas
educacionais nas escolas brasileiras.
O ensino e aprendizagem da Escola da Ponte partem de uma premissa do
aluno como um ser autônomo capaz de desenvolver tarefas e de buscar soluções
para situações-problema a partir da sua própria reflexão, promovida com base em
seus próprios saberes aprendido tanto no seu cotidiano quanto em pesquisas que
julgar necessárias para tal fim.
Para validar os processos e envolver a comunidade como um todo, a Escola
da Ponte publica todos os documentos e realiza anualmente uma minuciosa auto
avaliação, que se debruça sobre os profissionais, os estudantes e evolução da
aprendizagem de cada um e sobre as decisões e processos democráticos. Vale
destacar que a Escola da Ponte trata todos os seus alunos como pessoas especiais,
um ser efetivamente produtor de si próprio, um sujeito em constante mudança.
Por fim, ”O professor é um protótipo do aluno”, diz José Pacheco, segundo
ele; “Se o aluno vê no professor autonomia e responsabilidade, ele aprende
autonomia e responsabilidade. Se vê uma pessoa capaz de construir projetos, ele
aprende a construir projetos”. Cabe destacar que o professor se faz necessário na
Escola da Ponte, mas com outras funções, ele não prepara um projeto para os
alunos, mas os ajuda a elaborar projetos, ele não transmite conteúdo, mas ensina o
aluno a pesquisar a informação e a partilhá-la. Ele deve ajudar os alunos a fazer um
planejamento, porque se o professor faz para o aluno ele nunca vai aprender a
planejar, valorizando as diferenças e guiando os alunos no desenvolvimento da
autonomia durante o processo de ensino e aprendizagem.
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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Art | educando. Experiências em arte e educação. Disponível


em:<https://elisakerr.wordpress.com/crianca-rupestre/escola-da-ponte/>. Acesso em
out. de 2019.

Artigo dos autores Nathalia Guarda e Anna Augusta Sampaio de Oliveira,


intitulado: Escola da Ponte – Um exemplo de escola inclusiva. IV Congresso
Brasileiro Multidisciplinar de educação especial. UEL. 2007. Disponível em:
http://www.uel.br/eventos/congressomultidisciplinar/pages/arquivos/anais/
2007/195.pdf. Acesso em: out. de 2019.

FLORIAN, L. Prática Inclusiva: O quê, por quê e como? In: TILSTONE, C.;
FLORIAN, L.; ROSE; R. Promover a Educação Inclusiva. Lisboa: Instituto Piaget,
1998, p. 33-49.

GUARDA, N. S.; OLIVEIRA, A. A. S. Escola da Ponte: um exemplo de escola


inclusiva. IV Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educação Especial. Londrina,
2007.

PACHECO, J. Caminhos para a inclusão. Porto Alegre: Artmed, 2006.

Portal aprendiz. A cidade é uma escola. Disponível em:


<https://portal.aprendiz.uol.com.br/content/o-professor-e-um-prototipo-do-aluno-diz-
jose-pacheco>. Acesso em: out. de 2019.

Reportagem da Revista Nova escola, intitulada: Jose Pacheco e a Escola da


Ponte. Esta reportagem objetiva relatar aspectos e características da História da
Ponte, assim como apresentar seu fundador e diretor. Disponível em:
<https://novaescola.org.br/conteudo/335/jose-pacheco-e-a-escola-da-ponte>.
Acesso em: out. de 2019.

Reportagem Porvir: Projeto Âncora se inspira na Escola da Ponte. Disponível


em: <http://porvir.org/projeto-ancora-se-inspira-na-escola-da-ponte/>. Acesso em:
out. de 2019.

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