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ESCOLA SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO, MARKETING E COMUNICAÇÃO

ESAMC – CAMPINAS

MBA

DEBORAH HELENA DE LIMA

ISABELLA GOMES BARBATO

MATEUS BARBOSA COUTO

ÍTALO GOMES NASCIMENTO

JOSÉ NUNES DE SOUZA FILHO

TCC: PARTE 1.1

CAMPINAS – SP

2023
DEBORAH HELENA DE LIMA

ISABELLA GOMES BARBATO

MATEUS BARBOSA COUTO

ÍTALO GOMES NASCIMENTO

JOSÉ NUNES DE SOUZA FILHO

TCC: PARTE 1.1

Trabalho, apresentado ao Curso de MBA da Escola


Superior de Administração, Marketing e
Comunicação (ESAMC) como requisito para
obtenção de nota na disciplina de TCC.
Orientadora: Profª. Jessica

CAMPINAS – SP

2023
SUMÁRIO

1. O SETOR DA EDUCAÇÃO..........................................................................................................10
2. DIRETRIZES NO SETOR NA ÁREA DA EDUCAÇÃO PÓS-PANDEMIA...........................13
3. RECOMENDAÇÕES PARA O RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS................................16
4. O QUE ACONTECEU COM ESSE SETOR NO BRASIL?.......................................................18
5. PREMISSAS...................................................................................................................................19
5.1. CRESCIMENTO DOS CURSOS ONLINE..............................................................................19
5.2 NOVOS PROCESSOS DE APRENDIZADOS..........................................................................19
6. LEGISLAÇÃO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA......................................................................20
6. REFERÊNCIAS.............................................................................................................................23
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1. O SETOR DA EDUCAÇÃO

O setor da educação é um dos mais importantes para o desenvolvimento de qualquer


país. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2020,
cerca de 48 milhões de brasileiros frequentavam escolas, universidades e outras instituições
de ensino.

A educação pode ser dividida em diversos níveis, como a educação infantil, o ensino
fundamental, o ensino médio e o ensino superior. Cada um desses níveis possui suas próprias
características e objetivos específicos.

A educação infantil é destinada a crianças de até 5 anos de idade e tem como objetivo
desenvolver suas habilidades cognitivas, motoras, sociais e emocionais. Já o ensino
fundamental tem duração de 9 anos e é destinado a crianças de 6 a 14 anos, sendo obrigatório
para todos os brasileiros. Seu objetivo é proporcionar aos estudantes uma formação básica
sólida, que os prepare para a vida em sociedade.

O ensino médio, por sua vez, é destinado a jovens entre 15 e 17 anos e tem como
objetivo aprofundar os conhecimentos adquiridos no ensino fundamental e preparar os
estudantes para o ingresso no ensino superior ou no mercado de trabalho. Por fim, o ensino
superior é destinado a jovens e adultos que desejam se aprofundar em áreas específicas do
conhecimento e se tornar profissionais qualificados.

No Brasil, a educação é um direito garantido pela Constituição Federal de 1988 e é


dever do Estado oferecer ensino gratuito em todos os níveis. Além disso, existem diversas
políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade do ensino, como o Programa
Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), o Programa Nacional do Livro Didático
(PNLD) e o Programa Universidade para Todos (ProUni).

Apesar dos avanços conquistados nas últimas décadas, ainda há muito a ser feito para
garantir uma educação de qualidade para todos os brasileiros. É preciso investir na formação
de professores, na infraestrutura das escolas e na atualização dos currículos para que os
estudantes possam estar preparados para os desafios do mundo contemporâneo.

A educação privada no Brasil tem crescido nos últimos anos, tanto em número de
instituições quanto em número de estudantes. Segundo dados do Censo da Educação Superior
(INEP, 2020), mais da metade dos estudantes de graduação no país estão matriculados em
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instituições privadas. Além disso, o setor tem se diversificado, com a oferta de cursos
técnicos, profissionalizantes, de idiomas e de educação continuada.

No entanto, a educação privada também enfrenta desafios, como a concorrência


acirrada entre as instituições, a regulamentação governamental e a adaptação às novas
demandas do mercado. A concorrência se dá tanto entre instituições privadas quanto com as
instituições públicas, que muitas vezes oferecem cursos gratuitos e de qualidade. A
regulamentação governamental também é um desafio, com a necessidade de cumprir
requisitos legais e atender às exigências do Ministério da Educação e dos órgãos reguladores.
Por fim, a adaptação às novas demandas do mercado é um desafio constante, especialmente
com as transformações tecnológicas e as mudanças nas preferências dos estudantes.

A educação privada também apresenta tendências positivas, como a oferta de cursos


online e híbridos, que têm se mostrado eficazes na pandemia de COVID-19. Além disso, há
uma crescente demanda por cursos técnicos e profissionalizantes, que podem ser uma
alternativa para estudantes que buscam uma formação mais rápida e prática. Outra tendência é
a internacionalização da educação, com a oferta de cursos de línguas e intercâmbios
internacionais, que podem agregar valor à formação dos estudantes.

A ideia do projeto é tratar o comportamento do consumidor pós-pandemia na área da


educação, esse tema é relevante porque a pandemia de COVID-19 teve um grande impacto na
forma como as pessoas consomem serviços educacionais. Com as medidas de distanciamento
social e a suspensão das aulas presenciais em muitas instituições, houve uma aceleração na
adoção de tecnologias digitais e no desenvolvimento de modelos de ensino a distância.

• Isso mudou a forma como os consumidores (estudantes e seus responsáveis)


percebem e valorizam os serviços educacionais. Alguns aspectos importantes a serem
considerados são:

• O aumento da demanda por ensino a distância e modelos híbridos de ensino,


com mais flexibilidade e autonomia para os estudantes.

• A preocupação com a qualidade dos serviços educacionais oferecidos à


distância, com a necessidade de garantir o mesmo nível de aprendizagem e engajamento que
no ensino presencial.

• O impacto econômico da pandemia nas famílias, que pode levar a uma maior
sensibilidade aos preços e a uma busca por opções mais acessíveis e eficientes.
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• A valorização da saúde e do bem-estar dos estudantes, com a necessidade de


adotar medidas de segurança e saúde no ambiente escolar.

Compreender essas mudanças no comportamento do consumidor na área da educação


é fundamental para as instituições de ensino privadas e públicas se adaptarem e oferecerem
serviços educacionais que atendam às expectativas e necessidades dos seus clientes. Além
disso, também pode ser útil para o desenvolvimento de estratégias de marketing e
comunicação efetivas para a captação e fidelização de estudantes.
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2. DIRETRIZES NO SETOR NA ÁREA DA EDUCAÇÃO PÓS-PANDEMIA

Em função da pandemia covid-19 que assolou o mundo em 2020, várias situações


foram modificadas no setor educacional em todo o mundo, na área da educação não foi
diferente que mudou muito o comportamento das pessoas em relação ao que já era feito, más
essas mudanças bem antes já vinham sendo testadas por várias instituições que já adotavam o
modelo EAD de ensino por exemplo, todos tiveram que se adaptar ainda mais com um novo
modelo de aprendizado e acompanhamento no qual tiveram seus efeitos positivos e negativos.

A Confederação nacional dos trabalhadores a CNTE, lançou estratégias de retomada


das aulas presenciais com foco na defesa da vida e contra principalmente as desigualdades na
área da educação. O objetivo central das diretrizes consiste em apontar os principais temas a
serem debatidos democraticamente em cada sistema de rede de ensino. Já a construção dos
protocolos de retorno às aulas e de segurança sanitária devem primar por medidas isonômicas
que garantam o bem comum. À luz dessas considerações iniciais, a CNTE propõe estratégias
para a educação escolar durante e após o período da pandemia do coronavírus, com foco nos
seguintes temas:

1 - Retomada das aulas presenciais somente em situação de plena segurança sanitária;

2 - Critérios para aplicação ou não de avaliação das atividades remotas durante a


pandemia;

3 - Recomposição do calendário letivo presencial com possibilidade ou não de


cômputo das atividades remotas;

4 - Organização do trabalho dos/as profissionais da educação, observados os critérios


de segurança sanitária e de novas rotinas escolares;

5 - Observar medidas de segurança no trabalho para os/as profissionais da educação


que integram os grupos de risco da COVID-19;

6 - Novas estruturas físicas e pedagógicas para garantir qualidade e equidade no


atendimento escolar, sobretudo nas redes públicas.

Os diferentes sistemas de ensino (federal, estadual, distrital e municipal), durante a


pandemia e sob as medidas de exceção da Calamidade Pública, não podem agir isoladamente
cuidando, cada um, apenas de suas redes (pública e privada). As ações coordenadas e
colaborativas são essenciais para evitar maiores complicações no combate à COVID-19,
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devendo o protocolo dos sistemas escolares de cada estado abranger as condições de


segurança sanitária para todas as unidades de ensino dos níveis básico e superior situadas em
seu território.

Recomendações para a educação: Tal como a OMS, a Internacional da Educação – IE,


entidade representativa dos/as trabalhadores/as em educação em nível global, enfatiza
diversas orientações que devem ser consideradas pelos governos, em diálogo com os/as
profissionais da educação e seus sindicatos, para planejar o retorno às aulas em todas as partes
do mundo. São elas:

• Garantir o retorno escalonado das aulas, com testagem permanente de estudantes e


trabalhadores/as (realizar testes rápidos de COVID-19, medir temperatura corporal e pressão
sanguínea, disponibilizar produtos e condições para assepsia, dispor e exigir o uso de
máscaras faciais de todos/as que acessarem as escolas etc);

• Reduzir o número de estudantes por turma, observando rigorosamente as normas de


distanciamento por metro quadrado e outras medidas de segurança emitidas pela OMS e
órgãos de saúde do Brasil;

• Ampliar o número de salas de aulas e de trabalhadores/as em educação, se


necessário;

• Seguir o protocolo de segurança sanitária no ambiente escolar: ventilação adequada,


rede de água potável e esgoto, higienização e testagem das pessoas, desinfecção das estruturas
físicas e dos materiais didáticos de uso coletivo, assegurando equipamentos suficientes e
produtos de higiene e limpeza (sabão, álcool em gel, máscaras etc);

• Proporcionar ambientes seguros para a alimentação dos estudantes e reforçar os


cardápios das escolas; • Criar protocolos especiais para o atendimento do transporte escolar;

• Garantir pessoal informado e treinado para seguir os protocolos de segurança;

• Garantir aos/às trabalhadores/as em educação total acesso a equipamentos de


proteção;

• Promover a autonomia pedagógica por local de trabalho com valorização do


diálogo;

• Assegurar planejamento democrático e coletivo de carga horária e condições de


trabalho, com segurança e respeito aos direitos trabalhistas;
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• Garantir recursos financeiros para investimento em material didático e tecnológico,


bem como para a estrutura das unidades de ensino;

• Adotar estratégias eficientes para evitar o abandono escolar, com atenção especial às
pessoas em risco.
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3. RECOMENDAÇÕES PARA O RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS

Com base no diagnóstico e nas recomendações acima detalhadas, e à luz da realidade


de cada unidade federativa, bem como do Parecer nº 5/2020 do Conselho Nacional de
Educação e do PL 2949/2020 (pendente de votação), que tratam da reorganização do
calendário letivo no período da pandemia, a CNTE apresenta as seguintes diretrizes para a
educação escolar no país:

1. Constituição de Fóruns de Planejamento e Enfrentamento da COVID-19 na


Educação, em todas as unidades da federação, constituídos por governos, trabalhadores/as das
escolas públicas e privadas representados/as por seus respectivos sindicatos, entidades
estudantis e de pais, podendo essa instância ser concretiza em âmbito dos Fóruns Estaduais
Populares de Educação com o objetivo de debater as condições de acesso e permanência nas
escolas de cada Estado, sob a orientação de um protocolo de conduta a ser seguido durante o
período de monitoramento pós-pandemia. As redes municipais devem ser representadas no
Fórum Estadual pelas seccionais da Undime e Uncme. A mesma estrutura de Fórum misto
(governo e sociedade) deve ser instalada em cada município para atender as diferentes
realidades locais, contando com a participação de sindicatos municipais de trabalhadores em
educação, entre outros atores sociais, e observando as orientações do fórum estadual.

As vertentes que podemos abordar de acordo com o novo sistema apresentado que
ocorreram surgiu o sistema híbrido de ensino que une o ensino presencial com o ensino
virtual. Nessa modalidade o aprendizado se torna interessante, personalizado e eficiente.

O ensino não presencial foi uma opção utilizada por muitas universidades no país, que
não significa que as aulas presenciais serão totalmente substituídas pelas virtuais. Assim se
torna possível as jornadas de aprendizagem se adequar a rotina dos estudantes.

Os usos dos recursos tecnológicos é um grande aliado nesse novo formato, pois
possibilita os estudantes conseguirem ter aulas sem sair de casa.

Outra questão é que as próprias famílias podem ter dificuldades para a utilização da
tecnologia nos estudos. Portanto é o dever das escolas não só investir no estudo remoto, más
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também dar todo o suporte necessário para que os professores, pais se beneficiem com as
mesmas.

A valorização da cidadania sempre foi um conceito bem trabalhado na escolas, más o


estudantes nunca tiveram a oportunidade de entender a real importância de boas práticas na
sociedade como agora. Nas escolas será cada vez mais comum trabalhar situações que
envolvam boas práticas de cidadania. Sem dúvida isso irá melhorar a atitude de todos os
membros da área escolar.
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4. O QUE ACONTECEU COM ESSE SETOR NO BRASIL?

A pandemia da covid-19 provocou um grande impacto na vida das pessoas, é nítido


em algumas áreas, como na saúde, com o avanço da telemedicina, na educação, com a
proliferação do ensino a distância, e no trabalho, com a consolidação da cultura do home
office.

Com escolas fechadas em todo o Brasil, a tecnologia tem sido uma importante aliada
da educação. Forçados a incorporar a chamada Educação 4.0, 17% dos brasileiros tiveram sua
primeira experiência de estudo online no pós-pandemia.

A procura por capacitação e ensino a distância cresceu muito. Uma recente pesquisa
sobre o cenário das startups no Brasil revelou que uma das áreas com expressivo número de
buscas foi justamente a de softwares educacionais. Com tanta procura por serviços
educacionais a distância e novos auxílios vindos da tecnologia, alunos e professores têm
buscado formas de se adaptar à nova realidade, via apps, softwares e também com o
YouTube.
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5. PREMISSAS

5.1. CRESCIMENTO DOS CURSOS ONLINE

As instituições na pandemia tiveram que se adaptar para continuar dando aulas ou


cursos.

Tiveram que buscar recursos para conseguir dar aulas no modo digital e os alunos
também tiveram que se adaptar de forma rápida nesse período de pandemia, contudo as
instituições tiveram que cortar custos significativos para se manter ativa no mercado que veio
mudando rapidamente digitalmente nesses poucos meses.

Algumas instituições conseguiram se adaptar rapidamente, porém outras demoraram a


se adaptar e com isso acabou sendo ruim para os alunos.

Esse mercado digital não vai parar de crescer dentro da educação, escolas vêm
aumentando os seus recursos de infraestrutura para atender melhor seus alunos.

5.2 NOVOS PROCESSOS DE APRENDIZADOS

A pandemia teve um lado bom no meio de tantos coisas ruins que aconteceram nesse
período.

A pandemia acelerou o processo digital mundo a fora, já que todos ficaram presos
dentro de casa devido a esse vírus.

Os consumos no digital aumentaram demais e dessa forma as instituições que se


adaptaram para continuar ensinando seus alunos também tiveram um aumento bem
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significativo. O consumo de cursos digitais e aulas online vai se manter por muito tempo em
várias escolas e instituições.

A educação online veio para ficar e está ajudando muitos alunos que não têm tempo
para estudar no presencial e isso a logo prazo vai ficar cada vez melhor.

6. LEGISLAÇÃO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

A educação é um direito social inserido na Constituição Federal como preceito de


ordem fundamental (art. 6º, CF), sem a qual é impossível alcançar os objetivos conferidos no
texto maior, a mencionar pela construção de uma sociedade livre, justa e solidária (art. 3º, inc.
I, CF). Em nosso modelo de Estado Democrático de Direito, a educação é a base de toda a
organização, tanto é assim que, apenas no texto constitucional, a palavra “educação” se repete
por noventa e uma vezes.

No que desponta às produções legislativas, a União é quem detém competência


privativa para elaborar leis sobre as diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, inc.
XXIV). Neste sentido, a Lei n. 9.394/1996 cumpre esse papel de regulamentação geral da
educação em todo país. Por derradeiro, a educação é “dever da família e do Estado, inspirada
nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho.” (art. 2 da Lei n. 9.394/1996).

O desenvolvimento da educação no Brasil até o final do século XX e início do século


XXI foi exercido exclusivamente pelas práticas manuais e presenciais de ensino (uma
sequência de salas, cadeiras, livros físicos, lousa e giz). No entanto, no transcorrer da
evolução tecnológica, a maneira pela qual produzirmos, vendemos e interagimos no seio
econômico-social foi fortemente modificada.

As ferramentas digitais com capacidade de memória, som e imagem e internet


expandiram, numa expressão de segurança e facilidade, as atividades que somente eram
realizadas pelo esforço manual; nesse ponto, a educação não fica de fora. Na instância em que
estamos hoje, conforme teorizado por Klaus Schwab em “A Quarta Revolução Industrial”
(2016), o mundo está cada vez mais avançado pelas modificações tecnológicas que
integralizam o mundo físico, digital e biológico.
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A despeito de a Lei Geral de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) não ter,
na data de sua publicação, detalhado o ensino à distância (o que é justificável pelo nível de
desenvolvimento tecnológico e informático daquela época), o artigo 80 da referida lei
assentou que o Poder Público tem por dever “o desenvolvimento e a veiculação de programas
de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada”.

Por sequência, somente em 2005 que a referida modalidade de ensino foi detalhada
pelo Decreto n. 5.622 (hoje revogado e substituída pelo Decreto n. 9.057/2017),
regulamentando o art. 80 da Lei n. 9.394/1996. Da legislação aplicável, percebe-se que a
realidade digital de ensino e aprendizagem já instalada no mundo prático, não poderia ficar
desprovida de uma regulamentação segura, até porque em matéria de educação, o Estado tem
o dever de promovê-la e assegurá-la com qualidade, mesmo quando ofertada pela iniciativa
privada (art. 209, CF).

Em termos de aplicação, com exceções para o ensino fundamental (art. 32, § 4º da


LDB), a educação à distância é permitida e recomendada em todos os níveis de educação
continuada. Considerando a regulamentação e possibilidade, a participação da iniciativa
privada na promoção da educação, sobretudo no ensino superior, foi expressiva para os cursos
à distância em larga escala em todo o país.

Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas


Educacionais Anísio Teixeira (INEP), publicado em 4/11/2022, até 2011 o ingresso ao ensino
superior pela modalidade EAD (Ensino à Distância) correspondia a 18,4% do total, já em
2021 esse percentual chegou a 62,8%. O período de uma década analisado representa um
aumento de 474%. No ano de 2021 70,5% dos estudantes ingressaram no ensino superior
privado pelo meio remoto.

Os números extraídos da pesquisa do INEP revelam um crescimento exponencial dos


cursos superiores na modalidade EAD em todo o país, cujas razões podem ser extraídas de um
modelo de vida transformado pelas tecnologias digitais que permitem uma série de benefícios,
a destacar pela melhor gestão do tempo e menos custos de todo o investimento. Como
destacado, a integralização do espaço físico e digital está cada vez mais forte, de modo que o
espaço digital tem sido uma tendência em escala mundial não apenas na área da educação
remota, mas também na forma que trabalhamos.

No que concerne a esse último aspecto, as consequências de um fator externo


biológico (pandemia COVID-19) aceleraram e forçaram a migração das atividades presenciais
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para o meio digital à distância. Desta forma, o que antes era apenas uma opção, passou a ser
uma alternativa imprescindível para a continuidade das atividades econômicas e sociais –
principalmente da educação. Os modelos somente presenciais, inclusive, experimentaram os
benefícios do EAD, ainda que em regime de excepcionalidade.

Exsurge do atual cenário uma execução perfeita das atividades educacionais pelo
modelo à distância e, inclusive, a sua preferência. Até porque, embora seja algo “novo”, o
modelo EAD deve fornecer a mesma qualidade ofertada no modelo presencial e seguir aos
princípios da LDB, além de precisa da aprovação do MEC – art. 11 Decreto n. 9.057/2017).

Não obstante, no que concerne às outras certificações, fora os cursos de formação


inicial e continuada (FIC) ou qualificação profissional que possuem regulamentação própria, a
educação à distância tomou conta dos chamados “cursos de livre oferta” (previsto no art. 42
da LDB), que são aqueles que não necessitam de credenciamento no MEC, tampouco de uma
grade curricular com carga horária pré-estabelecida.

Os cursos de livre oferta destinam-se ao público em geral e podem ter por objeto a
qualificação ou aperfeiçoamento profissional para o mercado de trabalho ou mesmo para
aperfeiçoamento pessoal, neste seguimento podemos mencionar aulas particulares de um
idioma, aulas para aprender a pintar, bordar, aulas para canto, aulas para melhorar a oratória
entre outros variados cursos que estão hoje disseminados em diversas plataformas digitais e
que apesar de serem cursos “não formais” sem garantia de um título, oferecem um certificado
de conclusão.

Para além de um diploma formal de nível técnico ou superior que requer maior
investimento financeiro e tempo, os consumidores têm buscado cada vez mais por
profissionais especializados que ensinem um pouco de seus conhecimentos e técnicas para se
destacarem no mercado de trabalho.

Com a adoção do regime remoto nos últimos anos desde a pandemia, a demanda por
cursos de curta duração, tal como os de livre oferta, aumentaram expressivamente por terem
um elevado custo-benefício. Nesse aspecto, embora seja difícil quantificarmos em dados
objetivos dada a própria ausência de regulamentação, vemos muitos profissionais de diversas
áreas vendendo cursos em suas redes socais com apenas um certificado de conclusão.
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6. REFERÊNCIAS

BRASIL. DECRETO N. 9.057, DE 25 DE MAIO DE 2017. Brasília-DF. Disponível em: <


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9057.htm>. Acesso em
27/2/2023.

BRASIL. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Brasília-DF. Disponível em: <


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em 27/2/2023.

PORTAL MEC. LEGISLAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Disponpivel em:<


http://portal.mec.gov.br/expansao-da-rede-federal/193-secretarias-112877938/seed-educacao-
a-distancia-96734370/12778-legislacao-de-educacao-a-distancia>. Acesso em 27/2/2023.

PORTAL MEC. Cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) ou Qualificação Profissional.


Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/cursos-da-ept/formacao-inicial-e-continuada-ou-
qualificacao-profissional#:~:text=Cursos%20de%20livre%20oferta&text=Tais%20cursos
%20n%C3%A3o%20possuem%20carga,geradoras%20de%20trabalho%20e%20renda.>
Acesso em 27/2/2023.

PORTAL MEC. Capacitação à distância. Disponível em:


<https://www.gov.br/pt-br/todosportodos/cursos-ead>. Acesso em 27/2/2023.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF.


Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
>.Acesso em 27/2/2023.

INEP. Ensino a distância cresce 474% em uma década. Publicado em 04/11/2022 e atualizado
em 04/11/2022. Colaboradores: Assessoria de Comunicação Social do INEP. Disponível em:
< https://www.gov.br/inep/pt-br/assuntos/noticias/censo-da-educacao-superior/ensino-a-
distancia-cresce-474-em-uma-decada>. Acesso em 27/2/2023.
10

SCHWAB, Klaus A quarta revolução industrial/Klaus Schwab; tradução Daniel Moreira


Miranda. - São Paulo : Edipro, 2016. Pág. 26.

Diretrizes para a educação escolar pós-pandemia. Disponível em:


https://eiwebsite.blob.core.windows.ne. Acesso em: 28 fev. 2023.

NOVA E-DUCAÇÃO. Educação Pós-pandemia. Disponível em:


https://blog.elevaplataforma.com.br/educacao-pos-pandemia/. Acesso em: 28 fev. 2023.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:


Senado Federal, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 26
fev. 2023.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional por


Amostra de Domicílios Contínua. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. Disponível em:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/educacao.html. Acesso em: 26 fev. 2023.

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