Você está na página 1de 3

Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica – PROFEPT

Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais


Disciplina Eletiva: Políticas Públicas em Educação Profissional e Tecnológica
Professor: Adriano Reder de Carvalho
Aluna: Rosemeire Rezende de Castro

3ª Avaliação – Aulas 5 e 6

Questões

1) Esboço de uma possível Política Pública relacionada à Educação de Jovens e Adultos (EJA) para
mitigar o problema da evasão escolar.

a) Problematização da evasão na EJA


A Educação de Jovens e Adultos (EJA), prevista na Constituição Federal/88 e na LDB/96,
modalidade que visa uma educação de qualidade para as pessoas que não tiveram a oportunidade de
frequentar a escola na idade correta, sofre com altos índices de evasão, chegando a mais de 60%, o
que gera um problema para sua manutenção e a melhoria da educação da população.

b) Argumentos para resolução da evasão na EJA


A importância de minimizar a evasão na EJA é proporcionar de maneira efetiva uma
educação de qualidade, auxiliando na formação de cidadãos de direitos, críticos, livres das amarras
da ignorância, conhecedores de seus direitos, podendo lutar por eles, resgatando a dignidade das
pessoas, para que possam ser agentes de mudança na sua própria vida e na vida de sua comunidade.
Além do resgate da cidadania, a educação abre oportunidades profissionais e continuidade de
estudos.
Outro fator, na busca da diminuição da evasão, seria a continuidade da oferta desta
modalidade tão importante para as políticas públicas, no entanto, não havendo demanda poderá se
extinguir, o que acarretaria um enorme prejuízo para as pessoas, para a formação de cidadãos, e
para a economia do país. Pois, uma população sem uma educação formal de qualidade constitui um
atraso econômico, gerando estagnação, não se desenvolvendo, aumentando o desemprego,
demandando mais políticas assistencialistas, mais políticas na área de saúde, pois um povo mal
instruído não se preocupa com saneamento, com a própria saúde, não tem acesso à informação, o
que gera mais pobreza e subdesenvolvimento. As mazelas e exclusões sociais são amplificadas em
um país que não proporciona uma educação de qualidade a todos.

c) Possibilidades de resolução da evasão na EJA


Entre as pesquisas realizadas há várias razões para a evasão na EJA, entre elas, a ausência de
currículo que considere as especificidades dos alunos, falta de segurança no ambiente escolar e nos
arredores nos locais onde a modalidade é desenvolvida, falta de projetos atrativos para os alunos,
professores sem preparo, cansaço dos alunos, na maioria trabalhadores, lugar para deixar os filhos
para poder estudar, fatores econômicos, entres outros.
Assim, as soluções possíveis seriam: a capacitação/formação de professores específica para
modalidade; metodologias de ensino diferenciado; oferecimento de bolsa de permanência com um
auxílio financeiro; melhoria das condições das escolas; melhoria da segurança pública nos arredores
das escolas; proporcionar estrutura na própria escola para que os filhos das estudantes possam ser
acolhidos, enquanto as mesmas estudam.

d) Decisão escolhida para minimizar a evasão na EJA


A solução principal seria a formação de professores para a modalidade. O que se constata é
que a maioria dos professores não tem preparo e formação para ensinar para um público
diversificado e com tantas especificidades, somente ministram seus conteúdos, sem acolher, sem
considerar as vivências dos alunos, em alguns casos há somente uma adaptação do que se ensina
para crianças, não há discussões e proposições de soluções que propicie a permanência destes
alunos.
Então, a formação profissional específica para esta modalidade poderia abarcar tudo isso,
formando professores que reconhecesse a realidade dos alunos, os acolhesse, reconhecendo as suas
realidades terão condições de propor metodologias atrativas, indo de encontro com as expectativas
dos alunos e com isto proporcionando um aprendizado efetivo.

e) Implementação
A implementação seria através de formação continuada. A formação inicial daria a base
pedagógica, mas a parte específica da EJA seria através da formação continuada, prevista na Lei nº
9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seus artigos 62 e 62-A, Lei nº
13.005/2014, que aprovou o Plano Nacional de Educação – PNE, em sua meta 16 e as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica.
Uma formação voltada para o entendimento do público da EJA com todas suas
especificidades, de idade, de vivência, o que proporcionaria estudos e desenvolvimento de
metodologias apropriadas para o ensino da modalidade, além de levantamento e discussões do
melhor formato que proporcione efetivamente ao aluno o aprendizado de todo o conteúdo.

f) Avaliação
A política seria avaliada por uma avaliação externa, verificando o nível de aprendizado dos
alunos e um levantamento estatístico com número de matrículas e número de concluintes, para
verificar o índice de evasão, em que constasse, também, uma avaliação crítica por parte das escolas
sobre o índice.

2) Como você avaliaria sua formação inicial em termos de prática laboral? Quando adentrou, pela
primeira vez, no seu ambiente de trabalho, estava realmente preparado?

Minha formação inicial foi no curso de administração da Universidade Federal de


Uberlândia. É um curso voltado para atuação na iniciativa privada, portanto nada relacionado com
minha atuação na administração pública, onde estou a 26 anos, atuando como assistente em
administração, na categoria de Técnicos Administrativos em Educação, antes na antiga Escola
Agrotécnica Federal de Uberlândia e hoje Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus
Uberlândia. Apesar de atuar em um setor, Gestão de Pessoas, que tem um paralelo na iniciativa
privada, a dinâmica do setor público é totalmente diferente, desde o processo de recrutamento e
seleção, por concurso, finalidade de descrição de cargos e promoções, passando pelo
desenvolvimento e capacitação.
No meu entendimento, mesmo com estas diferenças na dinâmica do setor público e privado,
a formação inicial nos proporciona uma visão de conceitos da nossa profissão, no entanto, sem nos
proporcionar uma vivência da prática laboral. Somente quando adentramos no mercado de trabalho
e nos deparamos com os desafios diários é que vamos construindo nosso aprendizado laboral, é na
prática, o convívio com outras pessoas, a relação de trocas de experiências, a superação de
obstáculos, que forja e constrói o profissional.
Então, quando iniciei, a noção dos conceitos auxiliou em partes, mas somente o tempo, a
experiência e a formação continuada, proporcionaram a prática, portanto, não estava preparada.
Acredito que em qualquer profissão seja da mesma maneira, desde a profissão de professor,
engenheiro, médico, por mais que se proporcione estágios, práticas supervisionadas, somente a
vivência diária e formação constante proporcionará a prática laboral e a formação de uma
identidade profissional.

Você também pode gostar