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Módulo II
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Sumário
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3.1. A Educação Brasileira
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Quando comparado a outros países, tem-se que o Brasil é uma das nações que
mais investe na área da educação. Existe uma divergência entre profissionais desta área
quanto a isso. Uma parcela deles acredita que os valores destinados à educação são
insuficientes e deveriam ser aumentados, enquanto a outra tem a opinião de que os
valores estão adequados, mas o país, devido à sua inexperiência, não sabe como
aproveitar da melhor forma tais verbas. De qualquer forma, independente de qual
postura esteja correta, o que se apresenta é uma educação deficiente e carente de
melhorias.
Essa deficiência não se limita ao ensino público, mas abrange também as escolas
privadas. Isso porque, apesar de possuírem mais recursos e verbas para destinarem ao
seu próprio desenvolvimento, são obrigadas a seguirem os programas educacionais do
governo no que diz respeito à estrutura das séries, aos critérios de aprovação e
reprovação de alunos, aos conteúdos programáticos e outros que também são deficientes
e se constroem de características insuficientes para o ensino de qualidade.
Existem ainda outras contradições quando se fala na educação brasileira. Apesar de ser
um dos países que mais investe nessa área, o Brasil também é o local em que as crianças
passam menos tempo na escola. Considerando que os alunos, em grande parte dos
países desenvolvidos, passam horas a mais no ambiente escolar, parte-se do pressuposto
de que o aumento do tempo em sala de aula ou em outros ambientes educativos é capaz
de proporcionar aos alunos novas oportunidades para que se desenvolvam e atinjam
seus objetivos.
A educação é um direito
fundamental, universal e inalienável.
Dessa forma, garantir a sua qualidade, o
acesso a ela e a permanência a todos os
cidadãos, a construção de espaços que
proporcionam a participação da sociedade,
a gestão, execução e avaliação de políticas públicas é dever do poder público. Assim,
voltando à questão dos recursos destinados à educação, pode-se dizer que o seu
financiamento é um tema relevante para todos aqueles que têm interesse na escola de
qualidade, para que seja possível garantir o conhecimento historicamente construído.
3.2. A Escola
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determinadas adversidades que podem ser resolvidas localmente e serão discutidas a
seguir.
A maior parte dos diretores acreditam que os alunos são os que têm maior
responsabilidade quando não aprendem. Dessa forma, esses profissionais assumem a
tarefa de exercer seus papéis sem, no entanto, assumir o fracasso de seu trabalho. Os
diretores brasileiros não possuem os pré-requisitos que profissionais renomados e
pesquisadores colocam como sendo básicos para o desempenho da direção. Além de
uma experiência em gestão acadêmica, eles também deveriam manter o seu foco nas
salas de aula e traçar objetivos claros que sirvam de base para a atuação dos professores
e demais educadores existentes na instituição de ensino.
Uma parcela considerável dos diretores não possui uma formação adequada,
como já dito anteriormente, e, muitas vezes, são egressos da carreira de professor ou,
ainda, alcançaram o cargo através da indicação de amigos ou familiares, sem ter
minimamente passado por um treinamento técnico.
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Isso agrava as dificuldades que normalmente até mesmo os profissionais que têm
formação adequada e são eficientes encontram no
cotidiano escolar. A rotina de todo diretor é caracterizada
por uma série de atividades. Quando chegam à escola,
não conseguem seguir o planejamento que fizeram no dia
anterior em função das emergências que surgem por
todos os lados. Essas interrupções podem implicar em
coisas simples como o telhado que está quebrado, um
professor que ficou doente e faltou, um aluno que se
acidentou ou um recurso tão esperado que não chegou.
Esses acontecimentos fazem com ele seja obrigado a reorganizar todo o seu plano de
trabalho e ainda conseguir resolver os problemas imediatos como a prestação de contas
ou estar presente em reuniões da Secretaria da Educação ou em visitas a familiares dos
alunos. Em meio a essas atribulações, as questões primordiais acabam sendo deixadas
de lado e correm o risco até mesmo de serem esquecidas.
Além disso, existe uma grande quantidade de deveres burocráticos que são
responsabilidades dos diretores. Seu tempo acaba se restringindo ao cuidado com a
parte administrativa da escola que não pode ser deixada de lado e deve seguir prazos
como, por exemplo, a fiscalização de entrega de materiais pela Secretaria de Ensino. O
planejamento e a execução de um projeto pedagógico eficiente e capaz de trazer
mudanças benéficas para a instituição de ensino, tudo isso precisa de tempo para ser
concluído, sendo impedido diante das circunstâncias que acabaram de ser descritas.
Nesse sentido, a escola acaba reproduzindo somente a ideia de formar indivíduos
produtivos, não respeitando e, muito menos estimulando, as possibilidades e
capacidades de cada um dos alunos que não se adaptam, por diversos motivos, aos
padrões impostos.
É de extrema importância evitar que as crianças sejam impossibilitadas de aprender e se
desenvolverem simplesmente por estarem fora dos padrões estabelecidos para todos.
Indivíduos com distúrbios terão seus problemas incompreendidos e agravados por falta
de atuação adequada. Disso resulta também a dificuldade em dizer se uma criança
realmente possui um distúrbio de aprendizagem ou simplesmente não consegue se
adaptar aos métodos de ensino a que está submetida. Alguém com falhas na percepção
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visual, por exemplo, encontra maiores dificuldades em escrever com letra cursiva (letra
de mão), pois os intervalos entre as letras não existem, tornando mais difícil ver os
contornos das mesmas. Os métodos que não funcionam com todos os alunos, fazem
com que crianças com distúrbios fracassem com mais frequência e acabem
marginalizadas.
Na Primeira Infância:
As escolas não possuem espaços adequados para crianças pequenas como salas para
dormir e espaços específicos de recreação.
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No Ensino Fundamental e Médio:
3.3. Os Professores
Como pôde ser percebido, esta unidade abordou o aspecto global da educação,
passando depois para problemas mais estruturais localizados no interior das escolas e,
neste momento, será discutido o cenário que envolve os professores e demais
educadores que, embora também sejam vítimas das deficiências da educação, são
causadores da intensificação dos distúrbios de aprendizagem em um grande número de
crianças.
O processo deficiente de educação pelo qual passa a maior parte das pessoas
acaba por formar profissionais também deficientes em suas capacidades. Assim, cria-se
um círculo vicioso em que jovens mal formados iniciam uma carreira que requer
determinadas vivências e compreensões, o que resulta em uma atuação que também fará
com que as crianças saiam da educação básica igualmente mal formadas.
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Muitos dos alunos que cursam o ensino
fundamental na rede pública de ensino apresentam
grandes dificuldades em aprender a ler e escrever
por não terem esse domínio. A má formação dos
educadores faz com que eles não sejam capazes de
saber minimamente quais as características que
podem ser indicadoras de distúrbios de
aprendizagem em seus alunos. Eles não possuem
conhecimentos suficientes nem para ter uma ideia sobre o problema da criança e, muito
menos, para fornecer orientações úteis para que os pais possam procurar ajuda de
especialistas capazes de dar um diagnóstico preciso.
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3.4. A Família
Existem diferentes tipos de famílias. Algumas delas são mais presentes na vida
das crianças e, outras, não se importam muito com o que elas fazem ou deixam de fazer.
No entanto, essas diferenças podem auxiliar ou dificultar de forma intensa, não apenas
aspectos comportamentais na vida das crianças, mas também a sua vivência escolar.
Abaixo está colocado um quadro que diferencia características possíveis de serem
encontradas em filhos de pais ausentes e presentes:
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aprendizagem, como para aquelas detentoras de determinado distúrbio.
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Unidade 4 – Lidando com crianças com Distúrbios de
Aprendizagem
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4.1. Como Detectar os Distúrbios de Aprendizagem
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1) Apresentar problemas de aprendizagem em uma ou mais áreas
2) Apresentar uma grande diferença entre o seu potencial e o seu desempenho real
Quando essas características são observadas, deve-se buscar uma avaliação mais
profunda em que a criança é submetida a uma série de provas que considerem todas
as capacidades, habilidades e aptidões necessárias para a aprendizagem. Exames
psicológicos e neurológicos também são capazes de detectar determinados
problemas precocemente.
Educação Infantil
Problemas de articulação
Ensino Fundamental
Problemas de organização
Soletração pobre
Ensino Médio
Comportamentos inconstantes
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Dificuldade de autocontrole
Fadiga mental
Pouca atenção/concentração
Dificuldades em argumentar
Relutância em escrever
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escolar para não desmotivar a criança.
Existem pais que acabam, de alguma forma, se sentindo culpados pelo fracasso
escolar dos filhos e chegam até mesmo a entrar em pânico. Porém, essas reações fazem
com que eles fiquem imobilizados e privem as crianças da ajuda que precisam. Pais que
ficam impactados dessa maneira, também são aconselhados a procurar ajuda para si
mesmo na intenção de não prejudicar seus filhos.
Além disso, é preciso ter claro que o aspecto afetivo tem grandes influências
sobre os resultados e isso demanda que os pais estejam bem e aptos para lidar com as
diversas situações. Eles devem assumir atitudes firmes no sentido de adotar uma rotina
diária organizada que seja capaz de prevenir possíveis imprevistos. Quando as crianças
sabem o que esperar da vida cotidiana, isso ajuda a diminuir características como a
impulsividade, a desatenção e outras. Não se pode passar ansiedade para os filhos e nem
ignorar as suas dificuldades e, a superproteção também pode inibir qualquer iniciativa
da criança. Diante disso, nada melhor que trabalhar o equilíbrio no interior das relações
familiares.
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As crianças com distúrbios de aprendizagem devem ser elogiadas por qualquer
bom desempenho, sem deixar de lado a disciplina. Elas precisam de uma estrutura
sólida e, oferecer segurança através da construção de bons vínculos, ajuda a desenvolver
nelas um alto nível de empatia, auxiliando a alcançar um comportamento social
adequado.
A escolha de tarefas deve ter como critério a possibilidade de a criança ser bem
sucedida, pois isso pode compensar o seu fracasso escolar, desenvolvendo a sua
autoafirmação e autoestima. Quando essa criança enfrenta limitações, ela precisa ser
respeitada e suas dificuldades acatadas.
A seguir estão colocadas algumas dicas para lidar com as crianças que
apresentam distúrbios de aprendizagem:
Para crianças hiperativas, recomenda-se que sua energia seja canalizada através de
tarefas que exijam esforço físico como, por exemplo, passear com o cachorro.
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4.3. O Papel da Escola
Não se pode esquecer que os grupos de crianças que frequentam a escola são
bastante heterogêneos e saber lidar com cada diferença é fundamental. Um dos grandes
problemas do ensino é tratar pessoas diferentes de forma igual. Embora a construção de
currículos rígidos e conteúdos previamente estabelecidos sejam mais fáceis de serem
geridos no âmbito da administração, essa não é a proposta ideal. É claro que todas as
crianças devem ter as mesmas oportunidades de aprendizado e crescimento, mas isso
não significa que o mesmo plano de ensino seja efetivo para todas elas. A verdadeira
inclusão na escola envolve reflexões sobre políticas globais de educação e a mudança
de objetivos para a implantação de um projeto que considere a diversidade dentro de
uma escola regular para todos. Tal projeto, portanto, deve ser da escola como um todo e
não parte do trabalho isolado de professores. É necessário trabalhar no sentido de criar
projetos educativos que incorporem a diversidade na tomada de decisões.
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As dificuldades causadas pelos
distúrbios estão inseridas no processo de
ensino-aprendizagem, de forma que a escola
e os professores são responsáveis por eles,
uma vez que constituem partes integrantes
do corpo da escola. Uma forma de atender a
diversidade existente entre as crianças seria através de provas avaliativas. O primeiro
mês de aula corresponde a um período de preparação e ele pode ser reservado para esse
processo avaliativo. Ele seria uma espécie de sondagem entre os alunos que estão
iniciando os cursos propostos pela instituição de ensino. A avaliação envolveria testes
psicomotores, testes de prontidão, avaliação do nível de aprendizagem e outros. Através
deles seria possível aos professores conhecer as características individuais dos alunos, o
que poderia evitar o desenvolvimento ou a intensificação de possíveis distúrbios de
aprendizagem.
A tendência das políticas públicas para a educação é que o tempo que as crianças
passam na escola aumente, como acontece nas instituições de ensino em países
desenvolvidos. Se isso acontecer de maneira pouco planejada e sem estratégias efetivas,
pode apenas desmotivar as crianças, mas se esse tempo for empregado com qualidade
pode trazer melhorias como, por exemplo, a carga necessária para que indivíduos com
distúrbios de aprendizagem tenham tempo suficiente para lidar com elas na relação com
os educadores.
O sucesso das instituições de ensino depende de uma gestão eficiente, uma grade
curricular organizada, expectativas de aprendizagem elevadas, professores motivados,
materiais didáticos diversificados e formação continuada de educadores. Quando se
analisa o processo histórico de desenvolvimento da educação nos países desenvolvidos,
observa-se que a aprendizagem foi reforçada apenas quando os poderes públicos
implantaram políticas eficazes de valorização dos professores. Isso não se dá apenas
com a elevação de salários, mas também através de investimentos em capacitação e
boas condições de trabalho, além de estratégias capazes de elevar o prestígio social
desses profissionais até mesmo em campanhas publicitárias. No Brasil, a profissão de
professor não tem sido valorizada e ele é visto pela população como alguém incapaz de
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realizar bem o seu trabalho, sendo responsabilizado por todo o déficit de recursos
característico do ensino brasileiro.
Nesse sentido, o papel de gestão dos diretores também passa por perceber que a
escola deve ser um espaço do aluno e da sociedade e, portanto, deve ter atitudes
voltadas para eles. É necessário criar a consciência de que a escola é um local aberto a
todos. A participação da comunidade, o desenvolvimento de atividades ligadas à
cultura, artes, esporte, lazer, acompanhamento pedagógico e outras coisas podem
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contribuir para que a escola se torne um espaço atrativo para os alunos de todas as
faixas etárias e níveis de ensino.
A participação dos familiares na vida escolar dos alunos pode ir muito além do
acompanhamento das notas e das conversas obrigatórias com professores e diretores. O
envolvimento dos pais e outros responsáveis no cotidiano da escola através do
acompanhamento de questões ligadas não apenas aos conteúdos e capacidades das
crianças, mas também a aspectos administrativos pode ser vital para a melhoria da
educação. A formação e boa gestão dos conselhos escolares são maneiras eficazes de se
implantar tal participação. Para isso, a escola tem que abrir suas portas para que a
comunidade possa se apropriar dela como um bem coletivo. Escolas que têm familiares
de alunos e moradores do bairro envolvidos, certamente são mais limpas e menos
depredadas.
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A seguir estão colocadas algumas ações que a escola pode tomar no sentido de
promover o desenvolvimento de todas as crianças considerando as peculiaridades de
cada uma delas:
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A busca por materiais didáticos estimulantes que realmente tenham um
significado para as crianças.
O trabalho com o respeito dos alunos para que as crianças que enfrentam
dificuldades em seu aprendizado não sejam discriminadas ou rotuladas pelos
demais.
Apoio psicopedagógico.
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4.4. O Papel dos Professores
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Quando uma sala é composta por alunos com problemas relacionados à leitura
e/ou à escrita, uma possível solução é o
trabalho do professor em parceria com
profissionais como os fonoaudiólogos. O
educador deve estar atento aos seus alunos
e, a partir disso, elaborar relatórios que
contenham elementos como históricos
escolares dos alunos (notas, frequência,
interesse, local da sala em que senta); a
relação dos alunos com os demais colegas de sala; seu comportamento enquanto são
passadas as lições; observações manifestadas durante a leitura e a escrita (tipos de
trocas, produção de texto) e outras.
Ao elaborar um plano para ser adotado em sala de aula, é preciso ter em mente
que, mesmo nos grandes prejuízos da aprendizagem, há uma área em que a dificuldade é
menor e esse dado deve ser valorizado. Crianças com dificuldades de aprendizagem
devem ser encorajadas a superar seus problemas a partir de suas reais potencialidades.
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Adotar atitudes positivas como elogios e pequenas recompensas para
comportamentos adequados e enfatizar o que os alunos fazem de maneira correta pode
ajudar grandemente. Quando alunos hiperativos, por exemplo, começam a ficar
agitados, frustrados ou incomodados, é preciso redirecioná-los para outras atividades ou
situações como levar um recado para fora da sala de aula, organizar os livros na
prateleira, apagar o quadro e outras. Tudo o que é dito, deve ser em voz clara e firme.
Abaixo estão colocadas algumas atitudes que podem ser tomadas pelos
professores na tentativa de minimizar as possíveis dificuldades de aprendizagem
apresentadas pelos alunos:
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Para dificuldades com a escrita, o uso de folhas com linhas espaçadas e lápis
grossos pode ajudar.
Para crianças com déficit de atenção, é preciso fazer contato visual antes de
conversar. Certifique-se que o ambiente esteja calmo e permita intervalos
frequentes.
Deve-se explicar para os alunos quais são as suas dificuldades, dizer que vai
ajudá-los e procurar usar situações concretas nos problemas.
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Ter como objetivo fazer de cada escola um sistema organizado de preparação e
facilitação do desenvolvimento integral de todos os alunos e não apenas
daqueles com maior ou menor facilidade de aprendizagem.
Embora não existam leis que se dirijam diretamente à educação das crianças
com distúrbios de aprendizagem, há uma legislação destinada ao atendimento da
educação especial e das dificuldades de aprendizagem de uma maneira geral, sendo de
extrema importância que ela seja conhecida. A educação especial foi um direito
adquirido ao longo da conquista dos direitos humanos. A garantia de acesso à educação
e a permanência na escola requer a prática de uma política de respeito às diferenças
individuais.
Educação Especial
LDB 9.394/96
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I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
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Artigo 1º - Fica o Poder Executivo obrigado a implantar o Programa Estadual para
Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede Oficial de Educação, objetivando a
detecção precoce e acompanhamento dos estudantes com o distúrbio.
Artigo 5º - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta das dotações
orçamentárias próprias.
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Publicada na Secretaria da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, aos 2 de
janeiro de 2007.
(...) os alunos não aprendem da mesma maneira e nem no mesmo ritmo. O que eles
podem aprender em uma determinada fase depende de seu nível de amadurecimento,
de seus conhecimentos anteriores, de seu tipo de inteligência, mais verbal, mais lógica
ou mais espacial. No cotidiano da sala de aula, convivem pelo menos três tipos de
alunos que têm “aproveitamento insuficiente”: os imaturos, que precisam de mais
tempo para aprender; os que têm dificuldade específica em uma área do conhecimento;
e os que, por razões diversas, não se aplicam, não estudam, embora tenham condições.
(...) recuperar significa voltar, tentar de novo, adquirir o que perdeu, e não pode ser
entendido como um processo unilateral. Se o aluno não aprendeu, o ensino não
produziu seus efeitos, não havendo aqui qualquer utilidade em atribuir-se culpa ou
responsabilidade a uma das partes envolvidas. Para recobrar algo perdido, é preciso
sair à sua procura e o quanto antes melhor: inventar estratégias de busca, refletir sobre
as causas, sobre o momento ou circunstâncias em que se deu a perda, pedir ajuda, usar
uma lanterna para iluminar melhor. Se a busca se restringir a dar voltas no mesmo
lugar, provavelmente não será bem sucedida.
(...) O compromisso da Escola não é somente com o ensino, mas principalmente com a
aprendizagem. O trabalho só termina quando todos os recursos forem usados para que
todos os alunos aprendam. A recuperação deve ser entendida como uma das partes de
todo o processo ensino-aprendizagem de uma escola que respeite a diversidade de
características e de necessidades de todos os alunos.
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(...) Dentro de um projeto pedagógico consistente, a recuperação deve ser organizada
para atender aos problemas específicos de aprendizagem que alguns alunos
apresentam, e isso não ocorre em igual quantidade em todas as matérias nem em
épocas pré-determinadas no ano letivo. A recuperação da aprendizagem precisa: - ser
imediata, assim que for constatada a perda, e contínua; ser dirigida às dificuldades
específicas do aluno; abranger não só os conceitos, mas também as habilidades,
procedimentos e atitudes.
(...) A recuperação paralela deve ser preferencialmente feita pelo próprio professor
que viveu com o aluno aquele momento único de construção do conhecimento. “Se
bem planejada e baseada no conhecimento da dificuldade do aluno, é um recurso útil.”
Existe uma série de leis criada para o atendimento das crianças que possuem
dificuldades de aprendizagem ligadas às mais variadas causas. Essa legislação
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deve ser conhecida por todos e os direitos garantidos por ela precisam ser
exercidos.
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Conclusão do Módulo II
É importante lembrar que são as dificuldades que fazem com que surjam novas
alternativas na busca por soluções para os problemas que são diariamente colocados.
Quando se sentir preparado (a), você deve fazer a avaliação referente ao Módulo
II localizada no menu do seu curso.
Boa Sorte!
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Referências Bibliográficas
ANN, Irwin. Gagueira: uma ajuda prática em qualquer idade. São Paulo: Martins
Fontes, 1983.
http://www.dislexia.org.br/leis/lei_indice.html
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/legislacao_dificuldades_de_aprendizagem.htm
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