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CAMPUS DO GRAGOATÁ

ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO DO BRASIL

HUGO TORRES WERMELINGER DE CARVALHO


JEAN DE JESUS DA SILVA

Desafios e Perspectivas: A Organização da Educação Nacional e o Ensino Médio


no Brasil

Niterói - Rio de Janeiro

2023
Introdução

No Brasil, o Artigo 11 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional


(LDB) estabelece que os municípios são responsáveis por prestar assistência técnica e
financeira às escolas que estão sob sua responsabilidade. Essa ajuda tem como objetivo
garantir a qualidade da educação, fornecendo apoio técnico, recursos e financiamento
adequado. Essa medida reconhece a importância dos municípios na gestão e no apoio às
escolas. Afinal, a educação é um direito garantido pela Constituição e deve ser garantida
a todos os cidadãos. Ao oferecer assistência técnica e financeira, os municípios
fortalecem o sistema de ensino no local e contribuem para o desenvolvimento
educacional.

Além da assistência técnica e financeira às escolas, outro desafio relevante no


sistema educacional é a escassez de creches públicas em todo Brasil. A educação
infantil em creches e pré-escolas desempenha um papel fundamental no
desenvolvimento saudável das crianças e é essencial para permitir que os pais trabalhem
ou estudem enquanto seus filhos desenvolvem o convívio e fomentam conhecimento.

Já no Artigo 35 da LDB, se estabelece diretrizes para o ensino médio, gratuito e


com duração de três anos. Seu objetivo é fornecer uma formação básica aos cidadãos,
desenvolvendo habilidades de aprendizagem, compreensão do mundo e fortalecimento
dos laços familiares e sociais para o mercado de trabalho.

Organização da Educação Nacional (Art. 11)

É importante citar que a forma como essa assistência é aplicada, varia de acordo
com o contexto de cada município. Em certas áreas com recursos limitados, a
assistência técnica e financeira fornecida pelos municípios pode não ser suficiente para
atender às necessidades das escolas. Questões como falta de investimento adequado na
educação, infraestrutura precária e falta de formação adequada para os profissionais da
educação são alguns dos pontos observados.
Outra crítica comum diz respeito à falta de fiscalização e transparência na
utilização dos recursos. Sem mecanismos eficazes de monitoramento e controledos
gastos públicos, podem ocorrer casos de má administração dos recursos destinados às
escolas, comprometendo a qualidade da educação. Além da assistência técnica e
financeira às escolas, outro desafio relevante no sistema educacional é a escassez de
creches públicas em todo Brasil. A educação infantil em creches e pré-escolas
desempenha um papel fundamental no desenvolvimento saudável das crianças e é
essencial para permitir que os pais trabalhem ou estudem enquanto seus filhos
desenvolvem o convívio e fomentam conhecimento.

Infelizmente, muitas vezes as creches públicas não conseguem atender à


necessidade existente. Isso resulta em longas listas de espera, deixando muitas famílias
sem opções acessíveis e de qualidade onde deixar seus filhos enquanto cuidam de suas
responsabilidades no dia a dia. Como resultado, muitas famílias acabam recorrendo a
soluções privadas, que são mais caras e nem sempre oferecem a mesma qualidade de
ensino. É importante abordar que a LDB destaca a importância de priorizar o ensino
fundamental. Isso significa que é necessário garantir que as creches e pré-escolas sejam
atendidas adequadamente antes de expandir para outros níveis de ensino, mas retira
responsabilidade do estado para tal organização educacional.

Ensino Médio (Art. 35)

Pensando em específicas sobre críticas ao Artigo 35 da LDB, trazemos algumas


críticas e sugestões gerais relacionadas à educação.

Uma crítica é que o ensino fundamental muitas vezes enfatiza demais


habilidades básicas, como leitura, escrita e cálculo, em detrimento do desenvolvimento
de habilidades socioemocionais, pensamento crítico e resolução de problemas. Alguns
argumentam que o ensino fundamental pode se tornar excessivamente focado em
informações isoladas, sem uma conexão clara com a vida cotidiana dos alunos e as
demandas do mundo real.
Outra crítica é a abordagem uniforme adotada no ensino fundamental, que pode
não considerar as diferenças individuais, estilos de aprendizagem e necessidades
específicas dos alunos. Essa abordagem uniforme pode não atender adequadamente às
necessidades de inclusão e diversidade, não valorizando as habilidades e potenciais
únicos de cada aluno e perdendo grandes talentos em diferentes situações
socioeconômicas que poderiam ser lapidados e melhor formados.

Considerações Finais

Como sugestões, a inclusão no texto da LDB a importância do desenvolvimento


de habilidades socioemocionais, como empatia, inteligência emocional, resiliência e
habilidades de colaboração, além das habilidades acadêmicas. Essas habilidades são
fundamentais para a formação de cidadãos críticos, éticos e engajados e interação no
mercado de trabalho e ambiente de grupos.

Além disso, sugerimos uma abordagem interdisciplinar no currículo do ensino


fundamental, promovendo a integração de diferentes áreas do conhecimento e a conexão
entre os conteúdos curriculares. Isso pode tornar a educação mais relevante,
contextualizada e significativa para os alunos.

Outra ponto é enfatizar a importância da educação crítica, incentivando os


alunos a questionar, analisar e avaliar informações, além de desenvolver o pensamento
crítico e a capacidade argumentativa. Isso ajudaria para a formação de jovens
participativos, capazes de tomar decisões informadas e se engajar ativamente na
sociedade.

Relação a educação infantil existe a necessidade de investimentos públicos na


educação infantil, incluindo a criação e expansão de mais creches públicas. Com isso, é
fundamental destinar recursos financeiros adequados para a manutenção e
desenvolvimento dessas instituições, garantindo um ambiente educativo de qualidade
para as crianças.
A falta de acesso a creches públicas não afeta apenas as famílias que enfrentam
dificuldades para encontrar um local seguro e adequado para seus filhos, mas também
tem consequências mais amplas na sociedade. A ausência de creches públicas pode
agravar as desigualdades sociais, impedir a participação novos profissionais da
educação básica no mercado de trabalho e afetar negativamente o desenvolvimento
educacional e socioemocional das crianças.

Alterações Sugeridas:

Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:

V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino


fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem
atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima
dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e
desenvolvimento do ensino.

V - Assegurar a educação infantil em creches e pré-escolas para crianças de até 6 anos


de idades.

(Novo) VII - Oferecer o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de


ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de
competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela
Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.

Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três
anos, terá como finalidades:

II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar


aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de
ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

II - a formação do indivíduo para exercer o seu pleno direito a cidadania na sociedade,


onde o educando terá um desenvolvimento do seu senso crítico e intelectual, onde será
utilizado para aprimorar e desenvolver seu conhecimento em prol da sociedade.
Conclusão

Ao analisar esses pontos, fica claro que a educação enfrenta diversos desafios e
questões. A prestação de assistência técnica e financeira pelos municípios às escolas é
um pilar importante para garantir a qualidade da educação, mas sua efetividade pode
variar de acordo com o contexto. A falta de creches públicas é uma preocupação
significativa, afetando a vida de muitas famílias e tendo implicações sociais mais
amplas. A priorização do ensino fundamental é destacada, mas é importante considerar
a complexidade do mundo do trabalho atual e a necessidade de uma abordagem
educacional mais abrangente. Além disso, o Artigo 35 da LDB pode ser objeto de
críticas relacionadas à ênfase excessiva em habilidades básicas e à abordagem uniforme,
enquanto sugestões como a inclusão de habilidades socioemocionais, uma abordagem
interdisciplinar e o estímulo ao pensamento crítico podem ser consideradas para
aprimorar a formação dos alunos.

Referências

1 Lei de Diretrizes e bases da educação nacional, disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

2 Gadotti, Moacir, História das Ideias Pedagógicas, EDITORA Ática, 2009, 8ª


edição.

3 Saviani, Dermeval, História Das Ideias Pedagógicas No Brasil, EDITORA

AUTORES ASSOCIADOS, 2021, 6ª edição.

4 Claudinei Lombardi, José, Capitalismo, Trabalho e Educação, Autores


Associados, 2005, 3ª edição.

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